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em Evidências
Conteudista
Prof. Me. Adriano Conrado Rodrigues
Revisão Textual
Esp. Danilo Coutinho de Almeida Cavalcante
OBJETIVO DA UNIDADE
• Correlacionar teoria e prática da Terapia Ocupacional para desenvolver
o raciocínio clínico e a evolução de casos na atenção terapêutica ocupa-
cional, considerando os aspectos da complexidade humana, bem como
os aspectos coletivos e singulares presentes.
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A Formação do Raciocínio
Clínico Terapêutico
Ocupacional
Para iniciarmos uma construção teórica sobre o clínico em Terapia Ocupacional,
muitos fatores devem ser levados em consideração e organizados para delinear
toda a trajetória de atenção a ser desenvolvida, seja em um caso específico ou
para um determinado grupo ou contexto de prática.
1. Base teórico-metodológica;
2. Anamnese e avaliação;
6. Evolução;
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se o raciocínio clínico está correspondendo ao que foi proposto (feedback), ou
se precisa ser reconsiderado para que novos resultados possam compor com o
plano terapêutico proposto.
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Atualmente existem diversos programas de graduação e pós-graduação em
Ciência Ocupacional em diferentes países. Inúmeros departamentos de Terapia
Ocupacional nas universidades passaram a incluir o nome “Ciência Ocupacional”
em suas denominações.
Desde então, outros livros têm sido publicados no campo da Ciência Ocupacional,
evoluindo fortemente em direção a teorias e pesquisas sobre a relação entre
o Ser Humano e suas ocupações, entre eles: “The meaning of everyday life”,
“Occupation by design: Building therapeutic power”, “Introduction to Occupation:
The Art and Science of Living”, “Occupational Science in the service of Gaia”, “Life
Balance: Multidisciplinary and Research”, “Occupational Science: Society, Inclusion,
Participation” e “Transactional Perspectives on Occupation”.
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Já outros, trazem contribuição direta da Ciência Ocupacional para a Terapia
Ocupacional, como, por exemplo, “Occupation for Occupational Therapists” e
“Occupational Science for Occupational Therapy”.
Assim como estar presente no cenário acadêmico tem sua importância, todos
esses veículos de comunicação dão ressonância às evidências dessa disciplina,
inclusive correlacionadas à Terapia Ocupacional, o que contribui de maneira sin-
gular para o desenvolvimento das melhores práticas profissionais.
Ainda no início do Século XXI, estudos apontaram uma estrutura conceitual para
a compreensão do papel central da ocupação, segundo a qual o conhecimen-
to gerado pela Ciência Ocupacional poderia ser abordado em quatro grandes
blocos:
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• Para abordar a compreensão sobre os “processos ocupacionais”, com o
intuito de desvelar como as ocupações acontecem e as experiências sub-
jetivas dos indivíduos no que concerne ao seu envolvimento ocupacional;
Assim, temos evidência dos públicos que tendem a emergir no cenário de aten-
ção terapêutica ocupacional a partir da análise da Ocupação Humana como área
da Ciência Ocupacional.
É fato também que não há uma visão única de ocupação, uma teoria universal
ou método de pesquisa mais adequado. Alguns autores acreditam que essas
diferenças sejam decorrentes das diferentes origens da disciplina, do seu tipo
de relação com a Terapia Ocupacional e das histórias pessoais e acadêmicas dos
próprios pesquisadores do campo.
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Essa diversidade de possibilidades se relaciona com o desenvolvimento de dife-
rentes métodos e estratégias de pesquisa. No início, os principais focos de estu-
do da Ciência Ocupacional eram sobre a forma, a função e os significados das
ocupações. Para tanto, os métodos de pesquisa mais frequentes eram oriundos
principalmente das ciências sociais e se caracterizavam por abordagens predo-
minantemente qualitativas e narrativas.
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Figura 1 – Representação gráfica do raciocínio clínico terapêutico ocupacional em abor-
dagem específica de integração sensorial
#ParaTodosVerem: a imagem mostra um fluxograma em forma de “mandala” ou círculo, dividido em seis
passos. Os passos representam o caminho do raciocínio clínico terapêutico ocupacional na abordagem de
integração sensorial para a efetivação da prática. O primeiro passo refere-se à análise do comportamento
do paciente, o segundo passo refere-se às hipóteses, o terceiro passo refere-se à testagem, o quarto passo
refere-se à análise cruzada da avaliação funcional qualitativa e quantitativa, o quinto passo refere-se às
causas, e o sexto passo refere-se aos marcos teóricos para o tratamento. As cores assumem tons pastéis
(cores frias e quentes), e ao centro está a representação gráfica do cérebro humano, com seus lobos e
tronco encefálico igualmente coloridos. Fim da descrição.
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Saiba Mais
Linhas de Pesquisa em Ciência Ocupacional
Sempre se considerou a necessidade do desenvolvimento de
métodos de pesquisa próprios na ciência ocupacional para se
adequar à natureza multifacetada das ocupações humanas.
Atualmente, é reconhecida a necessidade da adoção de um plu-
ralismo metodológico, com a utilização de abordagens quanti-
tativas, qualitativas e mistas (12), bem como a utilização de dife-
rentes técnicas, como entrevistas, métodos visuais e estudos do
uso do tempo, entre outros. Com isso será possível subsidiar as
diferentes possibilidades de investigação.
Abaixo apresentarei uma proposta de organização dos estudos
da disciplina em quatro diferentes níveis interdependentes de
tipos de pesquisa:
Em uma esfera mais básica, no primeiro tipo, situam-se os estu-
dos descritivos, aqueles voltados para descrever e explorar os
diferentes aspectos e contextos das ocupações, bem como as
experiências e significados das pessoas derivadas do seu envol-
vimento nessas ações.
O segundo tipo envolve os estudos relacionais, nos quais situam-
-se pesquisas que relacionam o envolvimento das pessoas em
ocupações com conceitos e aspectos geralmente oriundos de
outras disciplinas, como deficiência, saúde, cultura, identidade,
entre outros.
O terceiro tipo de pesquisa em Ciência Ocupacional, denomina-
do de pesquisa preditiva, amplia as descobertas das pesquisas
descritivas e relacionais com o intuito de identificar padrões de
ocupação nas populações, assim como as influências tempo-
rais, espaciais e sociais dos diferentes contextos.
Por fim, o quarto e último tipo de investigação envolve os estu-
dos prescritivos, que avaliam o impacto de práticas baseadas na
ocupação. Esses estudos têm sido desenvolvidos principalmen-
te no âmbito da Terapia Ocupacional.
É oportuno reconhecer que os diferentes focos e tipos de pes-
quisa apresentam contribuições elementares para a ampliação
do conhecimento sobre o homem e suas ocupações na vida
cotidiana. No entanto, eles também apresentam contribuições
e limitações importantes no que diz respeito à adequação de
seus achados aos diferentes cenários de prática da Terapia
Ocupacional.
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Evolução de Casos em Terapia
Ocupacional
Após percorrermos todo o caminho da história e dos fundamentos da Terapia
Ocupacional no Brasil e no mundo, entendendo, se não todos, grande parte dos
aspectos que se relacionam com a identidade profissional, além de suas bases
teórico-metodológicas, com a organização das práticas e do raciocínio clínico, en-
tramos agora na reta final, ou seja, na parte que traz considerações para orientar
a evolução dos casos. Nesse processo, as diretrizes de intervenção, ou “guidelines
profissionais”, aparecem como protagonistas no cenário das melhores práticas
profissionais.
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Os procedimentos descritos numa diretriz permeiam conceitos e questões ine-
rentes à profissão, como identificar e avaliar as questões de desempenho ocupa-
cional prioritárias para o usuário; planejar e implementar intervenções baseadas
em evidências e teorias centradas em ocupações pessoalmente e psicologica-
mente significativas ou gratificantes; e avaliar os resultados terapêuticos diante
dos objetivos traçados.
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A partir dos resultados da(s) avaliação(ões), seguimos para a definição das li-
nhas de cuidado ou condutas profissionais. Tão importante quanto avaliar bem
é determinar linhas de cuidado ou abordagens que atuarão de forma resolutiva,
cessando o quadro de dor estabelecido e permitindo que o paciente retome sua
rotina com mais satisfação e qualidade de vida. Essa seria a Fase 2 - Definição das
Linhas de Cuidado.
A partir daí, seguimos para a fase do tratamento, durante a qual as práticas pro-
fissionais serão aplicadas e os resultados aferidos para análise de eficiência e
resolutividade. Essa seria a Fase 3 – Tratamento.
Por fim, a quinta e última fase se relaciona com o processo de alta do paciente.
Essa seria a Fase 5 – Alta.
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Figura 3 – PBE – Prática Baseada em Evidências
#ParaTodosVerem: a imagem apresenta uma representação de três esferas dispostas em intersecção, cujo
espaço central traz as letras PBE. Nas demais esferas, temos: melhor evidência científica, preferências do
paciente e expertise do profissional. Na base temos os seguintes dizeres: “Três pilares para a definição do
tratamento”. Fim da descrição.
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Considerada uma atribuição profissional obrigatória, a evolução de prontuário
está oficializada (e descrita) na Resolução COFFITO 415/2012, artigo 1º.
• Identificação do profissional.
Além disso, é por meio do registro em prontuário que ocorre a extração de dados
vinculados à produtividade e faturamento, bem como de informações que per-
mitem a visualização da evolução clínica e da qualidade assistencial prestada.
Tais registros amparam o profissional da saúde juridicamente por se constituir
como prova idônea de defesa legal.
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Atualmente a qualidade documental associada às novas tecnologias (que garan-
tem a segurança da informação), tornou a evolução de prontuários (inclusive di-
gitais) cada vez mais importante institucionalmente.
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Figura 4 – Brasão da Terapia Ocupacional no Brasil
Fonte: COFFITO
#ParaTodosVerem: a imagem mostra o brasão da Terapia Ocupacional, composto pelo bastão de Esculápio,
representando o poder da cura, e que aqui ganha uma releitura com o formato da letra “T”, de terapia, na
cor verde escura, simbolizando o processo de intervenção na ressignificação do cotidiano em busca da
independência, da autonomia, da funcionalidade, da participação e do empoderamento social. Este último,
por sua vez, é representado pelas asas da Fênix, em cor laranja e dispostas centralizadas ao fundo da
imagem. Essas asas remetem à transformação e ao renascimento para a vida ocupacional do sujeito. Duas
serpentes na cor “mostarda” se entrelaçam ao longo da letra “T” e traduzem a astúcia, a criatividade e a
capacidade de resiliência dos terapeutas ocupacionais, seja por meio da prescrição, da adaptação, do treino
ou da aplicação de atividades significativas que compõem as ocupações. No brasão, as ocupações estão
representadas pela letra “O” sobreposta à letra “T”, que remete ao sujeito ocupacional. Na base das letras
sobrepostas está escrito “Terapia Ocupacional” em preto, e toda a imagem é circundada por um mosaico
fino, nas cores verde-escuro e preto. Fim da descrição.
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Saiba Mais
A World Federation of Occupational Therapists – WFOT apresenta
padrões mínimos para a formação de terapeutas ocupacionais,
os quais são estabelecidos a partir de quatro eixos inter-relacio-
nados: social, profissional, ético e educativo. Tais padrões foram
estabelecidos com base nos domínios principais que distinguem
a Terapia Ocupacional de outras profissões e reforçam a inte-
gridade de competências, habilidades e atitudes profissionais.
O ensino em Terapia Ocupacional no Brasil é norteado pelas
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Em seu artigo 3º é re-
ferido que:
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MATERIAL COMPLEMENTAR
Site
Leituras
MORRISON, R. et al. Por que uma ciência ocupacional na América Latina? Possíveis
relações com a terapia ocupacional com base em uma perspectiva pragmatista. Cad.
Bras. Ter. Ocup., São Carlos, SP, v. 29, 2021. Disponível em: < h t t p s : / / w w w . s c i e l o . b r
/ j / c a d b t o / a / f 8 F V w 6 f f p v R X g z J F 4 B x 8 7 G g / >. Acesso em: 16/03/2023.