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Realidade Virtual para treinamento de Proteção Radiológica

Diogo Ferreira Coelho

Resumo
Esse Artigo tem por objetivo demonstrar os benefícios da Realidade Virtual aplicada
a situações reais onde, se tem um incidente contendo elementos radioativos. E
como simular aplicações com conceitos controle de riscos em ambientes radioativos.

Palavras-chave: Realidade Virtual, Acidentes Nucelares, Usina Nuclear.

Abstract
This article aims to demonstrate the benefits of Virtual Reality applied to real
situations where there is an incident containing radioactive elements. And how to
simulate applications with risk control concepts in radioactive environments
Keywords: Virtual Reality, Nuclear Acidentes, Nucelar Power Plant .

Introdução

Nesse Artigo vou abordar conceito de proteção radiológica e demonstrar como a


realidade virtual pode ser primordial para o treinamento do pessoal de forma segura
eficiente gerando assim mais segurança em instalações nucelares com menos riscos e
menor custo.
Motivação
Desde 2014 quando foi apresentado o conceito de indústria 4.0 na
Alemanha a indústria vem se atualizando de maneira exponencial a cada ano ,
porém a Industria Nucelar não acompanha essa evolução tecnológica muitas vezes
presas em tecnologias antigas e obsoletas , venho nesse artigo propor uma maneira
de fazer com que possa ter evoluções tecnológicas de maneira segura e que não
coloque em risco a operação da unidade radiológica nem os trabalhadores.
Proteção Radiológica
Todas as Instalações Nucleares em solo brasileiro deve obedecer às normas da
CNEN (Comissão Nacional de Energia Nucelar), e levar em consideração as Normas
Internacionais da CIPR (Comissão Internacional de Proteção Radiológica) e OEIA
(Organização Internacional de Energia Atômica). E com base nessas normas todas as
instalações devem ter um manual chamado de PPR (Plano de Proteção Radiológica). O
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PPR deve seguir três conceitos básicos o principio de ALARA , Principio de Justificação e
Principio de Limitação.
Principio ALARA: É o principio que estabelece todas as exposições devem ser
mantidas tão baixas quanto razoavelmente exequíveis (ALARA – As Low As Reasonably
Achievable). Alguns estudos demonstraram que baixas doses podem levar alguns tecidos a
desenvolverem um tumor carcinogênico dependendo da radiossensibilidade do mesmo,
para além da disso exposição das gônadas (testículo e ovários ) podem fazer com que os
indivíduos tenham problemas na geração de filhos pois levam a um detrimento genético
Para evitar esses problemas foi estabelecido 3 parâmetros Básicos, são eles:
➢ Tempo: Como a Dose Radioativa aumenta com o tempo, é preconizado que o
indivíduo fique exposto menor tempo possível, para isso é muito importante
que toda tarefa em área radioativa seja muito bem planejada com todos os
instrumentos necessários para execução da tarefa a mão.
➢ Distância: A Radiação perde a Intensidade conforme o Indivíduo se distancia
da fonte numa proporção inversa ao quadrado, ou seja, a cada 2 metros que
o indivíduo se distancia da fonte radioativa ela diminui em 4 vezes
➢ Proteção: A proteção com barreiras mecânicas com materiais como o chumbo
e concreto faz com que a radiação chegue com índices irrelevantes atras da
barreira fazendo com que o indivíduo fique protegido de doses radioativas.

Principio da Justificação, estabelece se o uso da Radiação vai trazer benefícios


esperados ou seja avalia o custo benefício do projeto e visa eliminar a utilização de
atividade nucelar que não fosse trazer qualquer benefício a sociedade , ou seja os pontos
pró projeto sempre tem que ser maior que os pontos contra o projeto para que ele seja
executado.
Princípio de limitação de dose, como descrito na explicação do conceito
ALARA as doses radioativas podem trazer malefícios irreversíveis ao individuo por
isso foram estabelecidos para trabalhadores da área nucelar limites anuais de dose
de corpo inteiro e pode ser divido em três regiões :

➢ Região Aceitável ,

➢ Região Tolerável,

➢ Região Inaceitável,

Realidade Virtual
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A realidade virtual pode ser definido de várias formas porém , Segundo Kirner e
Siscoutto (2007) é definida como :
“A Realidade Virtual (RV) é uma “interface avançada do usuário” para acessar aplicações executadas
no computador, propiciando a visualização, movimentação e interação do usuário, em tempo real, em
ambientes tridimensionais gerados por computador.”

A ideia de se utilizar ferramentas computacionais para criar ambientes é antiga ,


tem relatos que os primeiros engenheiros iniciaram estudos de realidade virtual na década
de 60 utilizando técnicas de Cinema para criar ambientes virtuais .
Porém so nos anos 80 quando Jaron Lanier(Biocca,1995) um cientista da
computação ligado as artes , fez a conversão do mundo Real com o Mundo Virtual e a
técnica começou a se desenvolver . A Realidade virtual tem por objetivo básico criar
ambientes em 3D no qual o usuário possa interagir de maneira intuitiva.
A interação do usuário com em ambiente de RV se dá de várias maneiras, através
de mouses, teclados, luvas, capacetes etc. Essa interação primordial para o desenvolvimento
do programa pois é através dela que pode visualizar, movimentar e manipular objetos
dentro de um ambiente 3D. Assim o Ambiente Virtual 3D é gerado pelo comutador porém
descrito pelo usuário .
A Realidade Virtual pode ser utilizada de duas maneiras:
Imersiva: Quando o usuário é transportado para dentro da cena virtual utilizando
hardwares como capacete, luva que capturam o seu movimento e fazem com que o usuário
se sinta dentro do ambiente
Não Imersiva: Quando o usuário utiliza telas e controladores para se movimentar
dentro do ambiente virtual fazendo com que a experiência seja menos realista porém muito
utilizada para treinamentos e Games por exemplo.
Um ambiente de realidade virtual segue uma rotina para o seu bom funcionamento,
e segundo ( Tori , Krine e Sisscouto) um das maneiras do seu processamento funciona com o
seguinte esquema:
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“Um ciclo de processamento pode ser resumido em: leitura dos dados dos dispositivos
de entrada, execução da simulação/animação e renderização sensorial”
Realidade Aumentada
Dentre o conceito de Realidade Virtual, o que vem se destacando é o conceito de Realidade
Aumentada que ganhou muito destaque com o lançamento do Game PokemonGo em (2016) , e
rapidamente virou uma “febre” entre os usuários de todo mundo .
A Realidade Aumentada tem uma lógica de funcionamento um pouco diferente da Realidade
Virtual tradicional onde o usuário utiliza o mundo virtual para simular o mundo real e interagir com a
máquina, na realidade aumentada você cria um ambiente virtual dentro do mundo real .Para essa
interação pode utilizar Óculos especiais , Smartphones , tablets etc.
A Realidade Aumentada pode ser utilizada de duas maneiras:
➢ Visão Direta: onde os usuários utilizam os olhos diretamente para as posições reais
ou por vídeo
➢ Visão Indireta: Onde os usuários utilizam algum dispositivo para ver o mundo
misturado (real e virtual)
Para esse artigo proponho que seja utilizado um software de realidade aumentada com utilizando de
maneira indireta onde o usuário vai utilizar os óculos para olhar a sala e poder ver de maneira
intuitiva os locais onde se tem uma maior concentração de radioatividade.
Trabalho Proposto
Para esse trabalho proponho que seja utilizado uma série de Detectores de Radiação do
tipo Geise e eles sejam libados a um sistema computacional de tal maneira que suas leituras fiquem
armazenadas em um banco de dados e que possa ser criado uma estrutura onde você consiga
transformar as leituras de radiação para o tipos mancha de calor, porém os locais com maior
incidência de Radiação fique em vermelho.
Essa leitura vai ser passada para um óculos de realidade aumentada que vai cruzar as
informações vinda do computador e mostrar ao usuário em tempo real quais são os locais onde a
radiação está mais forte e deve ser evitada.
Detectores de Radiação
Detector de radiação é um dispositivo capaz detectar a radiação em um ambiente. Existem vários
príncpios de funcionamento dos detectores. Entre esses processos os mais
utilizados são os que envolvem a geração de cargas elétricas, a geração de luz, a
sensibilização de películas fotográficas, a criação de traços (buracos) no material, a
geração de calor e alterações da dinâmica de certos processos químicos. Normalmente
um detector de radiação é constituído de um elemento ou material sensível à radiação e
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um sistema que transforma esses efeitos em um valor relacionado a uma grandeza de


medição dessa radiação.

CLP( Controlador Lógico Programável)

Foi Criado na da General Motors, em 1968, devido a grande dificuldade de mudar a lógica de
controle dos painéis de comando a cada mudança na linha de montagem. Tais mudanças implicavam
altos gastos de tempo e dinheiro. Sob a liderança do engenheiro Richard Morley, foi preparada uma
especificação que refletia as necessidades de muitos usuários de circuitos e relés, não só da
indústria automobilística como de toda a indústria manufatureira. Nascia assim um
equipamento bastante versátil e de fácil utilização
O CLP , é formado por Entradas Analógicas , Entradas Digitais , Saídas Analógicas , Saídas
Digitais e módulos de comunicação (Ethernert , Control Net , etc), para esse projeto eu proponho
que seja seja utilizado as entradas analógicas para que os sinais de radiação seja transformado em
sanais de 4 a 20 mA e assim conseguir ser convertido para dentro do PLC e posteriormente para um
banco de dados no supervisório .
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Supervisórios

Segundo a fabricante Elipse os supervisórios são “Os sistemas supervisórios permitem que
sejam monitoradas e rastreadas informações de um processo produtivo ou de uma instalação física.
Tais informações são coletadas através de equipamentos de aquisição de dados e, em seguida,
manipuladas, analisadas, armazenadas e, posteriormente, apresentadas ao usuário. Estes sistemas
também são chamados de SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition)”
“Para permitir isso, os sistemas SCADA identificam os tags, que são todas as variáveis
numéricas ou alfanuméricas envolvidas na aplicação, podendo executar funções computacionais
(operações matemáticas, lógicas, com vetores ou strings, etc) ou representar pontos de
entrada/saída de dados do processo que está sendo controlado. Neste caso, correspondem às
variáveis do processo real (ex: temperatura, nível, vazão etc), comportando-se como a ligação entre
o controlador e o sistema”.

Óculos de Realidade Aumentada


São Oculos com tecnologia embarcada , na qual você pode conectar com
computador e fazer com que ele rode um software de realidade virtual onde vai
misturar a imagem real que o usuário está vendo e imagens virtuais no caso
manchas de radiação , e desse jeito o usuário poderá saber aonde estão o foco
radioativo e evitar em caso de incidente ou manutenção de uma sala com alto índice
de radiação.
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Considerações Finais
Para esse artigo eu proponho um modelo de visualização de áreas contaminadas
para esse modelo foi pensado em equipamentos que são de mercado e podem ser
facilmente encontrado na indústria como um todo a ideia é conseguir atuar na
manutenção de plantas nucleares sem onerar o projeto e colocar em risco a
operação da usina. Ou então em caso de incidentes radioativos os técnicos podem
se proteger melhor colocando blindagem de chumbo no local correto de onde a fonte
radiativa está sendo emitida.
Para por em prática certamente irá ter algumas interferências porém ele é
executável com a tecnologia disponível no momento e pode ajudar em muito nas
tarefas de proteção radiológica.
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Bibliografia

Akagui, D., Kirner, C. (2004) "LIRA - Livro Interativo com Realidade Aumentada", Proc. of VII
Symposium on Virtual Reality, SP, outubro de 200

Augmented Reality for Enabling Smart Nuclear Infrastructure


(https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fbuil.2019.00082/full#F3)

Principios Básicos de Proteção Radiológica (https://www.gov.br/cnen/pt-br/acesso-rapido/centro-


de-informacoes-nucleares/material-didatico-1/principios-basicos-de-seguranca-e-protecao-
radiologica-terceira-edicao-revisada.pdf)

Levy, Deisiane - CONTRIBUIÇÃO PARA INFORMATIZAÇÃO DOS PROGRAMAS DE


PROTEÇÃO RADIOLÓGICA PARA INSTALAÇÕES RADIATIVAS, 2012 – São Paulo

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