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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num

Edifício de serviços

Universidade do Algarve

Implementação de um Plano de Medição e Verificação de


Eficiência Energética num Edifício de Serviços

Rui Emanuel de Barqueira Justo

Projeto para obtenção do grau de Mestre em Energia


e Climatização de Edifícios

Trabalho realizado sob a orientação do Prof. Raul Lana Miguel

2013
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Universidade do Algarve

Implementação de um Plano de Medição e Verificação de


Eficiência Energética num Edifício de Serviços

Rui Emanuel de Barqueira Justo

Projeto para obtenção do grau de Mestre em Energia


e Climatização de Edifícios

Trabalho realizado sob a orientação do Prof. Raul Lana Miguel

2013

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Implementação de um Plano de Medição e Verificação de


Eficiência Energética num Edifício de Serviços

DECLARAÇÃO DE AUTORIA DE TRABALHO

Declaro ser o autor deste trabalho, que é original e inédito. Autores e


trabalhos consultados estão devidamente citados no texto e constam da
listagem de referências incluída.

Copyright Rui Emanuel de Barqueira Justo

A Universidade do Algarve tem o direito, perpétuo e sem limites


geográficos, de arquivar e publicitar este trabalho através de exemplares
impressos reproduzidos em papel ou de forma digital, ou por qualquer outro
meio conhecido ou que venha a ser inventado, de o divulgar através de
repositórios científicos e de admitir a sua copia e distribuição com objetivos
educacionais ou de investigação, não comerciais, desde que seja dado credito
ao autor e editor.

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

AGRADECIMENTOS

A realização de um projeto final de mestrado, não pode em deve ser


desagregado de todo o mestrado.
Por esse motivo quero expressar os meus agradecimentos a todo o corpo
docente do Mestrado em Energia e Climatização de Edifícios, bem como ao grupo de
colegas do 2.º mestrado, que ao longo de 2 anos tornou o esforço pessoal para obter
aproveitamento escolar, numa tarefa muito agradável, motivadora e enriquecedora.
Contudo, num trabalho deste tipo, existem sempre alguns agradecimentos
pessoais, pois sem estas pessoas ou entidades, não seria possível realizar o projeto.
Assim, quero agradecer:
Ao meu Orientador, Professor Raul Lana Miguel, por ter tornado possível a
realização deste projeto, por ter lançado o desafio do IPMVP, pela colaboração,
críticas, sugestões e apoio demonstrado.
Ao Centro de Ação Social, Cultura e Desporto dos Trabalhadores da Saúde e
Segurança Social do Distrito de Faro (CASCD), na pessoa do Sr. Soares, pela
disponibilidade demonstrada.

Uma palavra especial à minha esposa, Telma Vicente, por todo o apoio que
sempre me deu, pelas sugestões, motivação, paciência e compreensão ao longo de
todo o Mestrado, sem ela nada disto teria sido possível.
Outra ao Afonso, de quatro anos de idade, pelo tempo que não pude dispensar
para as suas brincadeiras ao longo destes anos.
E uma última palavra especial aos meus Pais, pelo apoio e logística ao longo do
mestrado.

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

RESUMO

O presente projeto, enquadra-se no projeto final do mestrado em energia e


climatização de edifícios e tem por objetivo a implementação de um plano de medição
e verificação relativamente a consumos energéticos de um pequeno edifício de
serviços, através do enquadramento e concretização da legislação aplicável
relativamente à certificação e eficiência energética em edifícios.
Para o efeito, optou-se por selecionar uma creche do Centro de Ação Social,
Cultura e Desporto dos Trabalhadores da Saúde e Segurança Social do Distrito de
Faro (CASCD) existente na localidade de Falfosa, em Santa Bárbara de Nexe, Faro e
que foi construída em duas fases distintas.
Assim o projeto em causa terá como titulo: ―Implementação de um plano de
medição e verificação de eficiência energética num edifício de serviços.‖

ABSTRACT

This project is part of the final project of the master's degree in power and cooling
buildings, and aims to implement a plan for measuring and verification energy
consumption of a small building services, through the framing and implementation of
legislation for the certification and energy efficiency in buildings.
To this end, we chose to select a nursery, located at Santa Bárbara de Nexe,
Faro, existing and was constructed in two phases.
The title for the project in question will be: "Implementation of a measurement
and verification plan for energy efficiency in building services".

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

PALAVRAS-CHAVE

Energia
Eficiência energética
Edifício serviços
Protocolo IPMVP

KEYWORDS
Energy
Energy Efficiency
Building services
IPMVP Protocol

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Índice

AGRADECIMENTOS .................................................................................................................. 4

RESUMO ................................................................................................................................... 5

ABSTRACT ................................................................................................................................. 5

PALAVRAS-CHAVE .................................................................................................................... 6

KEYWORDS ............................................................................................................................... 6

CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................ 13

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 13

1.1 - Estado da Arte........................................................................................................... 13

1.2 - Seleção do estudo-caso ............................................................................................ 16

1.3 - Breve enquadramento regulamentar ....................................................................... 17

1.4 - Breve introdução ao conceito de medição e verificação (M&V) .............................. 17

1.5 - Objetivos ................................................................................................................... 18

CAPÍTULO 2 ............................................................................................................................ 19

CARATERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO ............................................................................................... 19

2.1 - Caracterização de espaços não úteis ........................................................................ 21

2.2 - Caracterização da Envolvente ................................................................................... 21

2.3 - Requisitos Mínimos da Envolvente ........................................................................... 22

CAPÍTULO 3 ............................................................................................................................ 22

CARATERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DO EDIFÍCIO....................................................................... 22

3.1 - Sistemas de climatização – Aquecimento / Arrefecimento – 1.ª Fase ..................... 22

3.2 - Sistemas de climatização – Aquecimento / Arrefecimento – 2.ª Fase ..................... 23

3.3 - Bomba de calor ......................................................................................................... 23

3.4 - Unidade de tratamento de ar novo .......................................................................... 24

3.5 - Ventiladores .............................................................................................................. 25

3.6 - Montagem da UTAN ................................................................................................. 25

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

3.7 - Ventilo-convetores.................................................................................................... 26

3.8 - Válvulas motorizadas e de regulação de caudal ....................................................... 26

3.9 - Ventiladores .............................................................................................................. 26

3.10 - Montagem dos ventiladores ................................................................................... 27

3.11 - Caudais Mínimos de Ar Novo.................................................................................. 27

3.12 - Produção de AQS .................................................................................................... 27

3.13 - Bombas de circulação ............................................................................................. 30

3.14 - Vaso de expansão do circuito solar ........................................................................ 31

3.15 - Pavimento radiante (Sistema de aquecimento) ..................................................... 31

3.16 - Tubagem do Pavimento Radiante........................................................................... 31

3.17 - Controlo de temperatura do pavimento radiante .................................................. 31

3.18 - Unidade de regulação e controlo........................................................................... 32

3.19 - Painéis Fotovoltaicos para produção de energia .................................................... 32

3.20 - Consumos verificados no edifício ........................................................................... 34

3.21 - Nível de serviço pretendido .................................................................................... 38

CAPÍTULO 4 ............................................................................................................................ 40

Simulação - Enquadramento regulamentar ........................................................................... 40

4.1 Condições de Projeto .................................................................................................. 41

4.2 - Métodos de cálculo das necessidades energéticas específicas ................................ 41

4.3 - Condições exteriores ................................................................................................ 42

4.4 - Condições interiores ................................................................................................. 42

4.5 - Zona climática ........................................................................................................... 42

4.6 - Simulação Térmica – Potência .................................................................................. 42

4.7 - Simulação Térmica – Energia .................................................................................... 43

4.8 - Indicador de Eficiência Energética ............................................................................ 45

CAPÍTULO 5 ............................................................................................................................ 49

CALIBRAÇÃO DO MODELO ..................................................................................................... 49

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

CAPÍTULO 6 ............................................................................................................................ 50

IDENTIFICAÇÃO DO POTÊNCIAL DE POUPANÇA .................................................................... 50

CAPÍTULO 7 ............................................................................................................................ 52

PLANO M&V ........................................................................................................................... 52

7.1 - Generalidades ........................................................................................................... 52

7.2 - Objetivos da M&V ..................................................................................................... 53

7.3 - Definição do Plano de M&V ...................................................................................... 53

7.4 - Definição dos métodos enquadrados no IPMVP ao Projeto .................................... 56

7.5 - Definição dos parâmetros a medir ........................................................................... 56

7.6 - Previsões e resultados expetáveis com base em simulação dinâmica ........ 60

CAPÍTULO 8 ............................................................................................................................ 71

ANALÍSE FINANCEIRA DO INVESTIMENTO ............................................................................. 71

CAPÍTULO 9 ............................................................................................................................ 74

CONCLUSÕES.......................................................................................................................... 74

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 77

Índice de Quadros

Quadro 2.1 – Caracterização envolvente ............................................................................... 21

Quadro 2.2 – Requisitos mínimos a considerar no estudo da envolvente ............................. 22

Quadro 3.1 – Principais características das unidades exteriores ........................................... 23

Quadro 3.2 – Bateria de arrefecimento ................................................................................ 25

Quadro 3.3 – Bateria de aquecimento .................................................................................. 25

Quadro 3.4 – Características dos ventiladores de insuflação e extração da UTAN ............. 25

Quadro 3.5 - Características do ventilo-convetores ............................................................... 26

Quadro 3.6 – Caudais mínimos de ar novo a considerar ....................................................... 27

Quadro 3.7 - Características das bombas de circulação ........................................................ 31

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 3.8 – Quadro resumo de equipamentos instalados .................................................. 33

Quadro 3.9 – Consumos verificados no edifício 2010/2011................................................... 35

Quadro 3.10 – Resumo de consumos 2010 ............................................................................ 38

Quadro 3.11 – Resumo de consumos 2011 ............................................................................ 38

Quadro 4.1 – Resumo regulamentar ...................................................................................... 40

Quadro 4.2 – Dados para condições exteriores ..................................................................... 42

Quadro 4.3 – Dados para condições interiores ...................................................................... 42

Quadro 4.4 – Dados para condições interiores ...................................................................... 42

Quadro 4.5 – Resultados obtidos na simulação térmica – potência ...................................... 43

Quadro 4.6 – Simulação Térmica ........................................................................................... 44

Quadro 4.7 – Simulação Térmica .......................................................................................... 45

Quadro 4.8 – Consumos energéticos anuais do edifício........................................................ 46

Quadro 4.9 – Ficha de classe energética do edifício ............................................................. 47

Quadro 4.10 – Ficha de classe energética do edifício ............................................................ 48

Quadro 7.1 – Resumo do valor a investir e taxa face ao custo energético inicial para cada
espessura de isolamento térmico........................................................................................... 61

Quadro 7.2 – Resultados de consumo obtidos para cada espessura de isolamento térmico 62

Quadro 7.3 – Resumo do valor a investir e taxa face ao custo energético inicial para cada
tipo de envidraçado................................................................................................................ 63

Quadro 7.4 – Resultados de consumo obtidos para cada tipologia de vidro duplo............... 63

Quadro 7.5 – Resultados de consumo obtidos para cada variação de temperatura ambiente
................................................................................................................................................ 64

Quadro 7.6 – Orçamento obtido para instalação do sistema de deteção de presença e


interruptores crepusculares da Esylux ................................................................................... 66

Quadro 7.7 – Resumo do investimento e taxa face ao custo energético anual por variação de
densidade de iluminação ....................................................................................................... 66

Quadro 7.8 – Resultados de consumo obtidos para cada variação de densidade de


iluminação .............................................................................................................................. 66

Quadro 7.9 – Orçamento obtido para instalação do sistema DCV da S&P ............................ 67

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 7.10 – Resumo do investimento e taxa face ao custo energético anual por variação
de densidade de iluminação ................................................................................................... 68

Quadro 7.11 – Resultados de consumo obtidos para cada variação da relação de


ocupação/área ....................................................................................................................... 68

Quadro 7.12 – Expetativa de redução de consumo em kWh ................................................. 70

Quadro 7.13 – Cálculo do custo a considerar para o kWh ..................................................... 70

Quadro 7.14 – Expetativa de redução de consumo em euros................................................ 71

Quadro 7.15 – Poupança global por classe de investimento ................................................. 71

Quadro 8.1 – Análise do tempo de retorno de investimento ................................................. 72

Quadro 8.2 – Análise do tempo de retorno de investimento ................................................. 72

Índice de Figuras

Figura 2.1 – Imagem do edifício retirado do programa DesignBuilder, com a respetiva


orientação geográfica ............................................................................................................ 19

Figura 3.1 – Estimativa de energia fornecida pelo sistema solar. ......................................... 29

Figura 3.2 –Perfis de consumo de AQS, em litros sistema solar ............................................ 30

Figura 3.3 – Gráfico de distribuição anual dos consumos elétricos em 2010 ........................ 36

Figura 3.4 – Gráfico de distribuição anual dos consumos elétricos em 2011 ........................ 36

Figura 3.5 – Gráfico de produção de energia elétrica acumulado 2010/2010 ...................... 37

Figura 4.1 – Gráfico resultante da simulação ........................................................................ 44

Figura 7.1 – Gráfico demonstrativo da análise ao consumo energético proposto pelo M&V 54

Figura 7.2 – esquema da solução preconizada para revestimento de fachada pelo exterior –
webertherm extra .................................................................................................................. 58

Figura 7.3 - Limites de conforto superiores e inferiores para as temperaturas interiores de


edifícios em regime de funcionamento livre, em função da temperatura média exterior
exponencialmente ponderada ............................................................................................... 59

Figura 7.4 – Esquema proposto pela Firma S&P, para instalação de controlo da ventilação
por demanda por CO2, para instalações trifásicas. ................................................................ 60

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Edifício de serviços

Figura 7.5 – Gráfico comparativo de % de investimento vs % de redução de consumo


energético – Medida de melhoria 1 ....................................................................................... 62

Figura 7.6 – Gráfico comparativo de % de investimento vs % de redução de consumo


energético – Medida de melhoria 2 ....................................................................................... 64

Figura 7.7 – Gráfico evolução de % de redução de consumo energético – Medida de


melhoria 3 – Situação de Aquecimento ................................................................................. 65

Figura7.8 – Gráfico evolução de % de redução de consumo energético – Medida de melhoria


3 – Situação de Arrefecimento ............................................................................................... 65

Figura 7.9 – Gráfico comparativo de % de investimento vs % de redução de consumo


energético – Medida de melhoria 4 ....................................................................................... 67

Figura 7.10 – Gráfico comparativo de % de investimento vs % de redução de consumo


energético – Medida de melhoria 5 ....................................................................................... 69

Anexos

Anexo I – Desenhos técnicos

Anexo II – Registos de consumos disponíveis

Anexo III – Levantamento fotográfico

Anexo IV – Recomendações DGS/SPP

Anexo V – Pormenor da solução de reabilitação de fachada

Anexo VI – Delimitação da envolvente em peças desenhadas

Anexo VII – Documentação técnica da solução S&P – demanda controlada de ventilação

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 - Estado da Arte

A energia, mais do que nunca, tornou-se um fator económico decisivo no


desenvolvimento económico e social das sociedades. Atenta a este fator, a
comunidade internacional e as respetivas instituições, tem vindo a revelar cada vez
mais uma maior preocupação pela gestão dos recursos energéticos, pela sua
utilização eficiente e com os efeitos provocados pelas emissões de CO2 (dióxido de
carbono), procurando definir e estabelecer o caminho mais rentável a curto prazo para
uma maior segurança energética, menores emissões de gases de efeito estufa e,
simultaneamente, um meio de reduzir a pressão sobre energia e os recursos.

A Agência Internacional de Energia (AIE) [19] estima que, como valor


potencialmente realizável até 2030, a melhoria da eficiência energética poderia
contribuir com 47% de redução de emissões de CO2.

Temos assistido nos últimos anos à promoção da gestão eficiente da energia


através da transposição para a lei portuguesa de legislação europeia e adoção de
nova regulamentação, da aplicação de incentivos aos produtores, às empresas e aos
pequenos consumidores.

A União Europeia oficialmente adotou o chamado ―plano 20-20‖, de Dezembro


de 2008, que conduz ao estabelecimento de metas para 2020. Nele prevê, para esse
horizonte temporal, uma redução de 20 por cento em gases de efeito estufa (GEE) em
relação aos níveis de 1990, o aumento de 20 por cento na utilização de energias
renováveis e um corte de igual valor percentual no consumo de energia através da
melhoria da eficiência energética. Para atingir o objetivo de 20 por cento, a nova
diretiva estabelece metas nacionais obrigatórias a serem alcançadas pelos Estados-
membros.

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

No âmbito da estratégia nacional para a energia 2020, Portugal, através da


Resolução do Conselho de Ministros n.º 29/2010, de 15 de Abril [8], adotou o mesmo
objetivo europeu relativamente à eficiência energética, concretizando através de,
entre outras medidas, a criação do fundo de eficiência energética e a revisão e
atualização do Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) [8].

A gestão eficiente de energia corresponde a um conjunto de medidas


institucionais e funcionais, previamente definidas e implementadas para garantir a
aplicação da política energética procurando, ao nível macro e microeconómico, o
abastecimento, o armazenamento, a transformação, a distribuição e a utilização de
energia bem como a gestão dos resíduos resultantes. Esta tarefa tem-se mostrado
árdua, motivada por interesses económicos estabelecidos, resistência das
mentalidades à mudança e por questões educacionais.

Esta dificuldade não é recente nem localizada única e exclusivamente no nosso


país ou na União Europeia, sendo mesmo uma questão mundial.

Já no início dos anos 90, nos Estado Unidos da América, existiam grandes
preocupações sobre a gestão energética, quer sob o ponto de vista ambiental, quer
sob o ponto de vista de oportunidades de negocio, resultando numa grande variedade
de protocolos de medição e verificação (M&V), que no fundo resultavam da
necessidade de garantir e estabelecer planos localizados e identificados para a
redução do consumo energético, tentando-se medir e acompanhar a evolução dos
resultados obtidos.

Em 1994, o Departamento de Energia dos EUA (―DOE‖) [4] iniciou o esforço para
estabelecer consenso internacional em padrões para determinar os ganhos com
eficiência energética. Inicialmente foi elaborado o ―NEMVP – North American Energy
Measurement and Verification Protocol‖.
Em 1997, o documento foi renomeado para ―IPMVP – International Performance
Measurement and Verification Protocol‖ e, desde aquele ano o IPMVP foi traduzido
para 10 línguas e é usado em mais de 40 países. Para estabelecer uma forma isenta
e estabilizada de aplicar estes métodos de avaliação, foi criada uma empresa sem

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

fins lucrativos para administrar os produtos, denominada IPMVP Inc.. Salienta-se que
a documentação existente e disponível é distribuída na Internet a custo zero.

A partir de outubro de 2004, a IPMVP Inc. passou a ser chamada de EVO –


Efficiency Valuation Organization [2]. Em 2001 o ―DOE‖ [4] transferiu a
responsabilidade pelo IPMVP para a EVO, autofinanciada e sem fins lucrativos,
apoiada por subscritores.

A missão da EVO [2] é desenvolver e promover a utilização de protocolos


normalizados, métodos e ferramentas para quantificar e gerir os riscos de
desempenho e benefícios associados a atividades económicas relacionadas com a
eficiência energética da utilização final da energia, energias renováveis e consumo
eficiente de água.

Atualmente são utilizados os seguintes protocolos de medição e verificação de


poupança real através de um plano de gestão energético:

 IPMVP (caso em estudo) [3]


 ASHRAE Guideline 14
 US DOE FEMP M&V Guide for US government buildings [4]
 California Energy Efficiency Evaluation Protocols.

Transpondo e comparando a realidade norte americana e mesmo de alguns


países do sul do continente americano, como é o caso do Brasil, com a europeia,
verifica-se que a aplicação destes protocolos na Europa ainda tem pouca expressão
sendo relativamente recente. Por esse motivo e por se considerar que esta matéria
apresenta uma larga margem para aprofundar a sua aplicabilidade e o conhecimento
atual sobre este tipo de procedimento, para elaborar o presente projeto escolheu-se o
protocolo mais utilizado (IPMVP) [3] e uma instalação, neste caso um pequeno
edifício de serviços, em que fosse possível e acessível aceder à informação
necessária para desenvolver o estudo.

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Numa revisão bibliográfica efetuada à documentação existente em Portugal,


constata-se que se resume praticamente à documentação e informação
disponibilizada pelas entidades e protocolos mencionados anteriormente e que é
disponibilizada no seu sitio na internet, pelo Instituto Português de Soldadura e
Qualidade (ISQ) [23], pela ADENE – Agencia para a Energia [1] e alguns trabalhos
realizados no âmbito de mestrados. Destes trabalhos salientam-se dois que foram
consultados: Soares, Nuno Miguel Ferreira – FEUP 2010 [20] e Casqueiro, Maria
Margarida Mareco Duarte, Universidade de Aveiro [21].

Salienta-se que já no decorrer do ano de 2013, através da Portaria n.º 60/2013


de 23 de janeiro de 2013 [22], foi aprovado o caderno de encargos tipo dos
procedimentos para formação de contratos de gestão de eficiência energética.

1.2 - Seleção do estudo-caso


Para o estudo caso foi selecionado o Protocolo IPMVP.

A opção pela escolha do protocolo IPMVP [3] para definir uma estratégia de
poupança energética fiável e fidedigna, prende-se com a atual dificuldade em aplicar
os conceitos de eficiência energética e transmitir esses resultados de forma
sustentada ao cliente final, cuja medição e verificação é traduzida única e
exclusivamente pela redução do uso da energia, sem ter em conta todas as variáveis
a que um edifício deste tipo se encontra exposto.

Relativamente à instalação a promover e implementar o plano de medição e


verificação de acordo com o protocolo IPMVP [3], a escolha do edifício recaiu sobre
uma creche, que pertence ao Centro de Ação Social, Cultura e Desporto dos
Trabalhadores da Saúde e Segurança Social do Distrito de Faro (CASCD) e que se
localiza no sítio da Falfosa, em Santa Bárbara de Nexe, Concelho de Faro.

A escolha deste edifício prende-se com questões profissionais, em que por ter
participado no processo de ampliação do mesmo, foi possível recolher informação
acerca de materiais e equipamentos aplicados e também por considerar-se que este

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

tipo de protocolo de gestão energética para determinar corretamente a poupança real


obtida numa instalação, através da aplicação de plano de gestão de energia, poderá
ser útil em qualquer tipo de instalação, ainda que de pequena dimensão, não sendo
somente aplicáveis a grandes edifícios.

1.3 - Breve enquadramento regulamentar

A aplicação do protocolo IPMVP ao edifício anteriormente identificado, terá


sempre que respeitar a legislação em vigor aplicável, no caso concreto a legislação
portuguesa. Assim o presente trabalho terá por base e enquadramento o Decreto-Lei
78/2006 [5], o Decreto-Lei 79/2006 [6] e o Decreto-Lei 80/2006 [7].

1.4 - Breve introdução ao conceito de medição e verificação (M&V)

De acordo com a Efficiency Valuation Organization, (EVO) [2], Medição e


Verificação encontra-se definido como o processo de utilização de medições para
determinar corretamente a poupança real dentro de uma instalação individual por um
programa de gestão de energia.

A poupança não pode ser medida diretamente, uma vez que representa a
ausência do consumo de energia. Em vez disso, a poupança é determinada,
comparado o consumo medido antes e depois da implementação de um projeto,
fazendo os ajustes adequados para as alterações nas condições

Os procedimentos de M&V devem acompanhar o desenvolvimento do Plano de


Racionalização de Consumos sendo uma ferramenta extremamente útil nos
momentos de auditoria, reporte, análise da viabilidade económica das medidas de
racionalização de energia (MRE) e pedido de financiamento ou parceria com uma
ESCO. Os procedimentos de M&V aplicados a projetos de eficiência energética são
uma ferramenta que permite comprovar perante terceiros de forma credível, fidedigna

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

e reprodutível as poupanças alcançadas como resultado da implementação de


medidas de racionalização de energia.

Para a realização deste estudo, torna-se necessário caracterizar o edifício


existente, verificar o cumprimento da legislação aplicável, propondo melhorias a
implementar para a melhoria da eficiência energética do edifício (MMEE’s). Para a
simulação dinâmica de consumo energético do edifício será utilizado o software
Design Builder, software este disponibilizado no âmbito da disciplina de simulação
dinâmica de edifícios, que integra o curriculum do presente mestrado.

1.5 - Objetivos
O presente projeto tem por base a implementação de um plano de medição e
verificação relativo a consumos energéticos num pequeno edifício de serviços,
através da aplicação dos conceitos definidos no protocolo IPMVP – International
Performance Measurement and Verification Protocol [3] e do enquadramento e
concretização da legislação aplicável relativamente à certificação e eficiência
energética em edifícios.

Assim os objetivos estabelecidos para este estudo, por ordem de relevância são:

1 – Implementar, através dos métodos propostos pelo protocolo IPMVP, um plano de


medição e verificação no edifício em estudo;

2- Quantificar por medida de melhoria de eficiência energética (MMEE) dos custos


(em unidade monetária) e consumos (em unidade de energia) evitados no edifício de
serviços identificado. Avaliar os resultados obtidos e confrontar com os resultados
expectáveis;

3 – Identificar potenciais medidas de melhoria de eficiência energética no edifício de


serviços em estudo.

18
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

CAPÍTULO 2

CARATERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO

O edifício em estudo no presente trabalho, localiza-se nos arredores de Faro, no


sítio da Falfosa, em Santa Barbara de Nexe. As instalações pertencem ao CASCD de
Faro.

Figura 2.1 – Imagem do edifício retirado do programa DesignBuilder, com a respetiva orientação
geográfica

O edifício desenvolve-se a partir da ampliação de um edifício de uma creche já


existente, que foi parcialmente remodelado e integrado no novo corpo do edifício.

A sua constituição é definida por dois pisos, sendo que a parte do edifício
anteriormente existente corresponde à parte do edifício com dois pisos de
implantação e a zona que apenas se desenvolve no piso térreo corresponde à fração
do edifício novo (construído em 2010).

Relativamente à sua implantação, a totalidade do piso 0 está assente


diretamente no solo e o piso 1 encontra-se totalmente sobreposto ao piso térreo

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Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

correspondendo esta zona ocupada à fração do edifício já existente antes da


intervenção de ampliação da creche e que foi remodelada apenas interiormente com
alterações ao nível de alguma compartimentação. Em anexo apresentam as plantas e
alçados do edifício (anexo I).

A fachada onde se encontra a entrada principal no edifício, está orientada a


Poente. Esta fachada ao nível do piso térreo é composta por 3 portas de acesso ao
interior e 7 vãos de janela. Ao nível do 1.º piso é composta por 3 vãos de janela que
predominam a projeção vertical e um vão de porta de acesso para o interior do
edifício. Esta fachada abrange as duas fases de construção do edifício.

Na fachada orientada a Norte e que apenas abrange a 1.ª fase de construção do


edifício, não existe qualquer entrada para o interior do edifício, apenas 6 janelas no
piso térreo e 6 vãos de janela no piso 1.

A fachada Nascente, abrange as duas fases de construção do edifício e é


composta por, na zona da 1.ª fase de construção, um vão de porta no piso térreo e
outro no piso 1. Relativamente à zona da 2.ª fase da intervenção (apenas piso térreo),
é composto por 5 vãos de janela e um vão de porta de acesso ao interior do edifício.

Na fachada orientada a Sul, apenas existem 11 vãos de janela no piso térreo,


que é referente à 2.ª fase de construção e no piso 1 (1.ª fase de construção) existem
7 janelas e um vão de porta.

O piso 0 é composto por um hall, receção, seis salas de atividades, três


vestiários, zona de circulação, uma copa de leite, sete instalações sanitárias, uma
secretaria, três despensas, uma cozinha, um gabinete, uma sala de reuniões, um
muda fraldas, um berçário, uma sala parque e um refeitório.

No piso 1 existem três berçários, três salas parque, três muda fraldas, uma copa
de leites, duas instalações sanitárias, uma sala polivalente, uma zona de arrumos,
zona de circulação e um hall.
O edifício tem ainda um elevador com capacidade para 8 pessoas.

20
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

O acesso interior ao piso 1 faz-se através de umas escadas e de um elevador.


A cozinha, localizada no piso 0, tem uma área de pavimento de 22,20 m² e
funciona 6 horas/dia, cinco dias por semana.
A área útil de pavimento do edifício para efeitos do RSECE é de 665,39 m²,
sendo 466,39 m² no piso 0 e 198,78 m² no piso 1.
A inércia térmica do edifício é Forte.

2.1 - Caracterização de espaços não úteis


Todos os espaços interiores do edifício foram considerados como sendo
espaços úteis.

2.2 - Caracterização da Envolvente


No anexo VI, apresenta-se a identificação da envolvente exterior do edifício, nas
respetivas peças desenhadas. Seguidamente apresenta-se a caraterização da
envolvente e dos espaços com necessidade de cumprimento de requisitos, conforme
o definido no RCCTE (Decreto-Lei 80/2006) [7], com a respetiva definição dos
coeficientes de transmissão térmica.

Quadro 2.1 – Caracterização envolvente

Coeficiente de
Identificação do
transmissão térmica Caracterização
componente
[W/(m2.º C)]
Alvenaria de pano duplo de tijolo cerâmico furado com 11 cm + 15 cm de espessura,
Parede exterior fase
0,47 com 4 cm de isolamento térmico do tipo poliestireno expandido extrudido (XPS), caixa
2
de ar com 3 cm e revestimento interior e exterior com 2 cm.
Alvenaria de pano duplo de tijolo cerâmico furado com 11 cm + 11 cm de espessura,
Parede exterior fase
0,667 com 3 cm de isolamento térmico do tipo EPS e revestimento interior e exterior com 2
1
cm.
A cobertura exterior em terraço é constituída por:
 Por uma camada de protecção exterior;
 Isolamento térmico (XPS) com 6 cm de espessura;
Cobertura exterior
0,385  Sistema de impermeabilização;
em terraço
 Camada de forma de betão leve,
 Laje maciça;
 Reboco interior.
A cobertura inclinada sob desvão não habitado fortemente ventilado com isolamento
sob a esteira horizontal é constituído por:
Cobertura em  Revestimento descontínuo de telha;
3,40
desvão  Desvão ventilado não habitado;
 Laje maciça;
 Reboco interior.
Vidro simples incolor 6 mm com proteção exterior de portadas de madeira de lâminas
Vãos Fase 1 4,223
de cor escura. Local sem ocupação nocturna.
Vidro duplo incolor, do tipo SGG CLIMAPLUS, composto por SGG PLANILUX (6 mm) + AR
Vãos Fase 2 3,3 (10mm) + SGG PLANILUX (4 mm), com proteção exterior de portadas metálicas de
lâminas de cor escura. Local sem ocupação nocturna.

21
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

2.3 - Requisitos Mínimos da Envolvente


Quadro 2.2 – Requisitos mínimos a considerar no estudo da envolvente

Elemento da Envolvente U/Wm-2K-1


Zonas opacas verticais 1,80
Elementos exteriores em zona corrente
Zonas opacas horizontais 1,25
Zonas opacas verticais 2,00
Elementos interiores em zona corrente
Zonas opacas horizontais 1,65

Classe de Inércia Factor Solar


Forte 0,56

CAPÍTULO 3

CARATERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DO EDIFÍCIO

3.1 - Sistemas de climatização – Aquecimento / Arrefecimento – 1.ª


Fase
O sistema de climatização, à imagem do edifício em questão, corresponde às
duas fases de construção do edifício.
Assim e na climatização das zonas construídas na primeira fase, a climatização
dos espaços é garantida por unidades de climatização do tipo bomba de calor, de
expansão direta do tipo ―split‖ e ―multisplit―.
Cada unidade de climatização é composta por uma unidade exterior (UE) que
alimenta, em regime de volume variável de refrigeração uma única unidade interior.
No caso de UE do tipo ―Multisplit‖, a mesma alimenta um conjunto de 7 unidades
interiores (UI). As unidades interiores, são do tipo horizontal sem móvel para
montagem no interior do teto falso, servidas por pequenas redes de condutas,
difusores e grelhas.

As unidades exteriores de climatização (EU’s) encontram-se instaladas numa


zona de terraço no 1.º piso e na fachada Norte do edifício, ao nível do 1.º piso.
O controlo das instalações de climatização é feito através de um sistema
integrado que possibilita o comando individual em cada espaço.

22
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

As características da UE para condições standard Eurovent são as seguintes:

Quadro3.1 – Principais características das unidades exteriores

Número de Arrefecimento Aquecimento


Ref. EER Marca/modelo
unidades [kW] [kW]

EU 1 5.50 6.60 2.62 Fujitsu General Limited / AOH19RMCM2


EU 4 4.15 3.35 2.62 Fujitsu General Limited / AOH12RSKC

3.2 - Sistemas de climatização – Aquecimento / Arrefecimento – 2.ª


Fase
Esta instalação é composta por dois sistemas distintos: um de ventilação, mas
que também serve para arrefecer e também desumidificar o ambiente, e outro de
aquecimento através do pavimento radiante.

A produção de calor é realizada numa bomba de calor ―ar-água‖, sendo comum


ao pavimento radiante e às unidades de tratamento de ar novo, havendo no entanto
diferenciação ao nível dos circuitos de distribuição.

3.3 - Bomba de calor

A bomba de calor é do tipo ―ar-água‖, para instalação no exterior que, neste caso
se encontra na cobertura do edifício e tem as seguintes características:

Compressores do tipo scroll;


Ventiladores axiais, com acionamento direto, para descarga vertical do ar aspirado
sobre a bateria alhetada;
Condensador com bateria em tubos de cobre e alhetas em alumínio, com proteção
acrílica;
Um módulo hidráulico constituído por:
 Depósito de inércia com 55 litros de capacidade;

23
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

 Vaso de expansão de 12 litros, pressurizado a 1,5 bar, com válvula de


segurança regulada para 3 bar;
 Grupo eletrobomba horizontal.
 Válvulas de seccionamento, drenagem e regulação, filtro de água, interruptor
de caudal de água, purgador automático de ar, manómetros, sensores de
temperatura de entrada e saída de água, etc.;
 Manómetros de alta e baixa pressão;
 Termómetros na entrada e na saída do evaporador;
 Fluido frigorigéneo: R407C;
 Controlo remoto através de um microprocessador.
A bomba de calor encontra-se instalada na cobertura do edifício.

As características dimensionais da bomba de calor são:

 Marca Daikin,
 Modelo EUWY B8KAZW;
 Potência de arrefecimento: 17,1 kW, nas condições entrada/saída da água,
7ºC/12ºC, com a temperatura exterior de 35ºC;
 COP no regime de arrefecimento: 2,3, nas mesmas condições;
 Potência de aquecimento: 18,5 kW, nas condições de saída da água, 45ºC,
com a temperatura exterior de 7ºC;
 COP no regime de aquecimento: 2.6, nas mesmas condições;
 Potência sonora, funcionando esta em condições nominais: 76 dB(A).

A instalação não dispõe de arrefecimento, a não ser, o que é conseguido através


de ar novo.

3.4 - Unidade de tratamento de ar novo

A Unidade de Tratamento de Ar Novo, UTAN, destina-se a filtrar, aquecer, ou


arrefecer, a desumidificar e a insuflar o ar necessário à ventilação dos espaços.

24
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Seguidamente são apresentados os dados que o projetista teve em


consideração para o dimensionamento da UTAN.

Quadro 3.2 – Bateria de arrefecimento

Unidade Potência Água Caudal de ar Temperatura do Ar (ºC) Humidade Relativa do Ar


calorifica (KW) Te/Ts (m³/h) (%)
Entrada Saída Entrada Saída
UTAN 15.6 7/12 2850 33 18 40 84

Quadro 3.3 – Bateria de aquecimento

Unidade Potência Caudal de ar Temperatura do Ar (ºC)


calorifica (KW) (m³/h) Entrada Saída
UTAN 14.3 2850 5 20

3.5 - Ventiladores
Os ventiladores são centrífugos, radiais, de pás curvas para a frente e
acoplamento direto ao motor elétrico, com condicionamento acústico através de
apoios e de uma ligação flexível às condutas. A velocidade de rotação é controlada a
partir dos sinais medidos através de sensores de pressão e de caudal.

Os motores elétricos permitem a variação de velocidade de rotação em função


da pressão de descarga.

Quadro 3.4 – Características dos ventiladores de insuflação e extração da UTAN

Ventilador Unidade Alt. Manométrica Caudal (m³/h) Potencia do motor


disponível (Pa) elétrico (kW)

Insuflação UTAN 150 2850 1.40

Extração UTAN 150 1880 1.40

3.6 - Montagem da UTAN

25
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

A UTAN encontra-se instalada na cobertura do edifício


As tomadas de ar novo estão localizadas de forma a não haver nenhuma
possibilidade de ―cruzamento de fluxo‖ com o ar de extração.

3.7 - Ventilo-convetores
Na instalação da segunda fase de construção, existem três ventilo-convetores
(gabinete do diretor, sala das educadoras e refeitório). Estas unidades encontram-se
instaladas no teto falso. No lado da aspiração encontra-se instalado um pleno com
ligação a grelha de retorno de ar e o troço da conduta de ar novo, onde se dá a
mistura dos caudais. A mistura resultante é filtrada antes de passar pela bateria de
aquecimento/arrefecimento.

Quadro 3.5 - Características do ventilo-convetores

Potência térmica(arrefecimento) [W]


Compartimento
Calor sensível Calor latente
Gabinete Diretor 390 225
Gabinete Educadoras 490 300
Refeitório 1260 700

3.8 - Válvulas motorizadas e de regulação de caudal


A seguir a cada válvula motorizada encontra-se instalada uma pequena válvula
de regulação dinâmica do caudal para garantir que este é o necessário em cada
ventilo convetor independentemente das flutuações de pressão na rede de
distribuição de água.

3.9 - Ventiladores
Os ventiladores são centrífugos, de dupla entrada. São movidos por meio de
motores elétricos com transmissão direta na maioria dos casos, podendo noutros ser
através de polias e correias, em qualquer dos casos dinamicamente equilibrados,
dispondo de chumaceiras auto-lubrificantes.

26
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

3.10 - Montagem dos ventiladores


Os ventiladores estão instalados na cobertura do edifício, devidamente apoiados
em elementos atenuadores de vibração.

3.11 - Caudais Mínimos de Ar Novo


Valor de caudais de ar novo para os diversos espaços na zona 2.ª fase e tiveram
por base um valor mínimo de 35 m3/h.ocupante.

Quadro 3.6 – Caudais mínimos de ar novo a considerar

Ap [m2] Caudal de ar [m3/h]

Refeitório 50.90 600


Gabinete Diretor 10.02 100
Sala Educadoras 10.62 150
IS crianças 9.80 300
Sala Atividades 25.70 320
Sala Parque 18.5 220
Sala Atividades 30.30 360
Berçário 17.20 220
Sala Atividades 22.80 280
Copa de leites 3.70 50
IS crianças 13.00 300
Vestiário crianças 4.80 100
Circulação 43.90 600

Nota: Estes caudais têm em consideração o tipo de utilização do espaço, as taxas de


renovação estipuladas no RSECE [6] no anexo VI.

3.12 - Produção de AQS

27
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Para a produção de águas quentes sanitárias (AQS), consideraram-se os


elementos do projeto de execução. Desta forma o sistema existente assenta num
sistema solar térmico para fornecer parte das AQS necessárias.
As necessidades energéticas anuais de AQS estimadas têm por base um
consumo diário de 300 L.
O sistema de apoio à produção de AQS é uma caldeira a gás de 35 kW com um
rendimento de 0,87. O volume de armazenamento é de 500 L.
A estimativa da energia fornecida pelo sistema solar foi calculada considerando
com dois coletores planos, com superfície seletiva, modelo Unipack 300 da marca
RIGSUN, num total de 2 unidades, perfazendo a área de 4.2 m2, com a inclinação de
25º. Não foram considerados consumos nos períodos de fins-de-semana.

Os coletores serão orientados a Sul e instalados na cobertura com uma


inclinação de 25º.

Seguidamente é apresentado um resumo dos resultados considerados para


efeito de dimensionamento, obtidos através do programa SOLTERM [16].

28
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 3.1 – Estimativa de energia fornecida pelo sistema solar.

29
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 3.2 –Perfis de consumo de AQS, em litros sistema solar

3.13 - Bombas de circulação


Existem duas bombas de circulação, que pertencem aos circuitos secundários
de climatização, cujas características se descrevem a seguir:

 As bombas do circuito primário encontram-se incluídas no fornecimento


das bombas de calor, uma vez que o modelo instalado inclui um kit
hidráulico (bomba, depósito de inércia e um vaso de expansão).
 As bombas de circulação são de corpo do tipo centrífugo, em linha, ou
seja, com as tubuladuras de admissão e de descarga situadas
opostamente no mesmo eixo.
 Os pontos de funcionamento admitidos para as condições nominais são
os que se apresentam na tabela seguinte:

30
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 3.7 - Características das bombas de circulação

Circuito Designação da bombaTipo Modelo Caudal (l/s) Altura manométrica Corrente


(kPa)
Secundário BC-CS1 Simples Stratos 25/1-B PN10 0.33 66 230/50 Hz
Secundário BC-CS2 Simples Stratos 25/1-B PN10 0.10 106 230/50 Hz

3.14 - Vaso de expansão do circuito solar

O Vaso de expansão integra o Kit solar e a sua função é possibilitar variações de


volume da água no circuito primário dos coletores solares.
O modelo instalado tem capacidade de 18 litros.

3.15 - Pavimento radiante (Sistema de aquecimento)


O pavimento radiante existente tem como referencia o painel porta tubos da
marca WIRSBO, com a espessura de 33 mm. A periferia dos espaços encontra-se
isolada com uma fita isolante, geralmente utilizada na construção de instalações de
aquecimento pelo pavimento radiante.
A espessura do pavimento sobre os tubos tem aproximadamente entre 50 e 70
mm em argamassa com aditivos próprios para lhe conferir propriedades mecânicas
consentâneas com as variações de temperatura a que irá estar sujeito.

3.16 - Tubagem do Pavimento Radiante


Os circuitos do pavimento radiante são integralmente em tubo de polietileno
reticulado, com o diâmetro interior mínimo de 13 mm.

3.17 - Controlo de temperatura do pavimento radiante


O controlo de temperatura é realizado centralmente utilizando uma unidade de
regulação e controlo, um termóstato de ambiente por cada circuito e um sensor de
temperatura para o ambiente exterior. A unidade de controlo será alimentada
eletricamente a 230 V, 50 Hz.

31
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

3.18 - Unidade de regulação e controlo


É feito através de um sistema eletrónico de controlo de temperatura pelo
pavimento radiante o qual dispõe de um módulo de regulação e de outro de controlo,
se encontra preparado para funcionar com termóstatos via rádio.
Existe um interface entre os termóstatos e a unidade de controlo, enquanto esta
se destina a enviar os sinais às válvulas de regulação localizadas na saída para cada
circuito hidráulico.
O sistema de controlo instalado tem como referência o modelo Wirsbo Genius
que permite controlar 12 circuitos independentes (12 válvulas de regulação se cada
uma for controlada pelo seu termóstato).
Como o pavimento radiante encontra-se preparado para funcionar em regime de
arrefecimento existe uma central de controlo modelo ECL 31 da marca Wirsbo. A essa
central ligam os sensores de temperatura de impulsão, de temperatura exterior, de
temperatura do pavimento e de temperatura e humidade ambiente, os quais servem
também para controlo do ponto de orvalho do ar quando a instalação funcionar em
regime de arrefecimento.

3.19 - Painéis Fotovoltaicos para produção de energia


Relativamente aos painéis solares fotovoltaicos, o sistema de produção de
energia proposto destina-se à produção Microgeração, sendo a totalidade de energia
produzida vendida à rede. Este sistema de Microgeração encontra-se em
conformidade com o Decreto-Lei 363/2007, que permite aos clientes da EDP [15] com
contrato em baixa tensão produzir eletricidade a partir de fontes de Energia
Renováveis. Em termos de tarifas de venda de energia elétrica aplicáveis à
Microgeração Solar Fotovoltaica, a atual legislação em vigor, define a tarifa geral
(valor de compra da eletricidade) e a tarifa bonificada (0,38 €/kWh). Para ter acesso à
tarifa bonificada os produtores em nome individual e empresas necessitam ter
instalados no mínimo 2m² de coletores solares para aquecimento de águas sanitárias
ou ar ambiente, requisito que é cumprido neste edifício.
O sistema é composto pelos seguintes equipamentos:

 Módulos Fotovoltaicos;

32
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

 Inversor SMA;

 Contador de Energia;

 Sistema de Fixação;

 Quadro com disjuntores de proteção e acessórios;

 Cabos apropriados para este tipo de ligações elétricas;

Os módulos fotovoltaicos encontram-se fixos em estrutura própria, na cobertura


do piso zero, na 2.ª fase de construção, com orientação a Sul e sem sombreamento.

Seguidamente é apresentado um quadro resumo dos equipamentos mais


relevantes instalados no edifício.

Quadro 3.8 – Quadro resumo de equipamentos instalados

33
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

3.20 - Consumos verificados no edifício


A entidade que explora o edifício da creche do Centro de Ação Social, Cultura e
Desporto dos Trabalhadores da Saúde e Segurança Social do Distrito de Faro
(CASCD), disponibilizou as faturas referentes aos consumos verificados no ano de
2011 e também alguns meses de 2010.
Assim, seguidamente apresenta-se o quadro resumo dos consumos verificados
durante os períodos identificados:

34
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 3.9 – Consumos verificados no edifício 2010/2011

35
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 3.3 – Gráfico de distribuição anual dos consumos elétricos em 2010

Figura 3.4 – Gráfico de distribuição anual dos consumos elétricos em 2011

36
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 3.5 – Gráfico de produção de energia elétrica acumulado 2010/2010

Relativamente ao consumo de gás, e de acordo com a informação disponível,


durante o ano de 2011, foram fornecidos 1.068 Kg de gás propano à instalação em
causa.

Da análise aos gráficos e dados de consumos e produção de energia


disponíveis, pode-se verificar o seguinte:

 Entre setembro e novembro de 2010 e entre junho e setembro de 2011, a


produção de energia elétrica foi nula. Não nos foi possível apurar o motivo
para este fato, julgamos que se deve à desativação do sistema de produção
de energia elétrica;

 Nos meses de novembro de 2010, junho e dezembro 2011 não existiu


consumo, tal fato deve-se a inexistência ou indisponibilidades das respetivas
faturas, o que para efeitos de calibração do modelo de cálculo, irá tornar a
mesma menos precisa;

37
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

 Em 2010 foram produzidos 1.032 kWh;

 Em 2011 foram produzidos 3.659 kWh;

 Consumo de energia elétrica em 2010 foi de:


Quadro 3.10 – Resumo de consumos 2010
En. Ativa vazio normal kWh 6.589
En. Ativa ponta kWh 5.650
En ativa cheias kvarh 14.548
En. Reativa fora vazio kW 2.517

 Consumo de energia elétrica em 2011 foi de:


Quadro 3.11 – Resumo de consumos 2011

En. Ativa vazio normal kWh 19.126


En. Ativa ponta kWh 15.008
En ativa cheias kvarh 32.667
En. Reativa fora vazio kW 0

3.21 - Nível de serviço pretendido


O calor expõe os bebés e as crianças ao risco de desidratação rápida, uma vez
que estes são mais sensíveis, a termo-regulação é menos eficaz e a quantidade
relativa de água que possuem no seu peso corporal é mais importante do que nos
adultos, por outro lado existe o risco de hipotermia, devido ao abaixamento da
temperatura corporal. Assim a Direção Geral de Saúde [9] [10] propõe as seguintes
medidas de prevenção em creches e infantários, ao nível dos cuidados a ter com o
edifício:

 Verificar o bom funcionamento e manutenção dos estores, das


portadas, das janelas, do sistema de climatização ou providenciar a
sua instalação;

38
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

 Proteger as fachadas e as janelas expostas ao sol, fechando as


portadas e estores, tornando as superfícies opacas ou refletoras da luz.
Como alternativa podem ser colocadas coberturas de proteção;
 Manter as janelas e persianas fechadas sempre que a temperatura
exterior for superior à temperatura interior;
 Estudar outras possibilidades de limitar as entradas de calor dentro das
salas;
 Ao entardecer, quando a temperatura no exterior for inferior àquela que
se verifica no interior do edifício, provocar correntes de ar, mas tendo
em atenção os efeitos prejudiciais desta situação;
 Privilegiar os espaços protegidos e frescos (idealmente 5ºC abaixo da
temperatura ambiente);
 Colocar termómetros nas salas para avaliar a temperatura ambiente.
Se a temperatura for elevada e não existir sistema de climatização,
utilizar ventoinhas e distribuir garrafas com gelo pela sala de forma a
facilitar a descida da temperatura ambiente.

Assim, e face às recomendações da DGS [9], o nível de serviço que se pretende


para o edifício é diferenciado em duas zonas:

Sala de 1.º ano: A temperatura ambiente para recém-nascidos e bebés no


primeiro ano de vida, revela-se como um fator de estrema importância para a saúde e
bem-estar da criança. Assim e após varias pesquisas, em que as temperaturas
ambientes variavam entre os 16.ºC e os 22.ºC, definiu-se que para este estudo que a
temperatura ambiente deverá variar entre os 18º.C durante o período de aquecimento
e os 21º.C do período de arrefecimento, conforme o recomendado pela Sociedade
Portuguesa de Pediatria (SPP) [11], com uma humidade relativa de 50%.

Restantes espaços, a temperatura ambiente deverá variar entre os 20º.C


durante o período de aquecimento e os 25º.C do período de arrefecimento e com uma
humidade relativa de 50%.

39
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Relativamente aos caudais de ar novo o insuflar, o nível pretendido deverá


respeitar definido no anexo VI do RSECE [6], correspondendo ao definido
anteriormente.

CAPÍTULO 4

Simulação - Enquadramento regulamentar


O edifício do presente estudo é um edifício independente e isolado, localizado
num terreno amplo, com pouca vegetação e que integra a creche da Falfosa, em
Santa Barbara de Nexe, nos arredores de Faro.

Relativamente ao RSECE [6], a área do edifício é inferior a 1000 m2, sendo que
o mesmo possui sistemas ativos de climatização com potência superior a 25 kW.
Desta forma é considerado um Pequeno Edifício de Serviços com climatização
(PEScC) e deverá cumprir, na sua totalidade, as exigências regulamentares
estabelecidas no RSECE [6] para este tipo de edifícios.

A maioria dos espaços do edifício tem aquecimento e arrefecimento, com


exceção de instalações sanitárias e das arrecadações e circulações na zona da 1.º
fase de construção.

No RSECE [6] a tipologia que se considerou como aplicável a este edifício é


―Estabelecimentos de Ensino‖.

Optou-se por considerar o espaço da cozinha, com um perfil de utilização de 6


horas /dia (segunda a sexta).

Quadro 4.1 – Resumo regulamentar

IEEref,novos
Área
Tipologia/Tipo de Espaço 2 S
m 2
kgep/m .ano
Estabelecimentos de Ensino 643,19 15 10
Cozinhas (6 h/dia, todos os dias) 20,20 121 5
Média _ 18,17 9,82

40
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

4.1 Condições de Projeto


As condições de projeto consideradas no presente estudo, relativamente a
temperaturas e humidades relativas, são as seguintes:

 Para as temperaturas e humidades relativas exteriores considerou-se os


dados compilados e publicados pelo INMG para a estação de Faro com
uma probabilidade de ocorrência de 99% e os valores constantes no
Quadro III.I do Anexo III do RCCTE [7] para Faro, que corresponde a uma
zona climática I1V2.

 O ficheiro de dados climáticos é fornecido pelo programa


―DESIGNBUILDER‖ e tem como fonte a ASHRAE/I. Neste caso aplicável
à cidade de Faro – Portugal.

4.2 - Métodos de cálculo das necessidades energéticas específicas

O programa para a simulação dinâmica do edifício em questão, Designbuilder,


obedece ao disposto no artigo 30.º do decreto-lei 79/2006 (RSECE) [6], e que se
transcreve seguidamente:

―1 - Até à publicação das portarias referidas no n.º 1 do artigo 8.º e no n.º 1 do


artigo 10.º, as metodologias de cálculo dinâmicas simplificadas a adotar no âmbito do
presente regulamento, incluindo os métodos de previsão de consumo de energia e os
padrões de referência de utilização para cada tipologia de edifício, são os que
constam dos anexos VIII e XV, publicados em anexo ao Regulamento (RSECE) e que
dele fazem parte integrante.‖

2 - Para efeitos da aplicação do disposto no n.º 2 do artigo 13.º, a norma


aplicável à acreditação de programas de simulação detalhados, salvo despacho em
contrário do diretor-geral de Energia e Geologia, é a ASHRAE 140-2004…‖

41
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

As condições interiores consideradas são as aconselhadas para o tipo de


utilização prevista, respeitando o descrito anteriormente e que seguidamente se
apresentam:

4.3 - Condições exteriores


Quadro 4.2 – Dados para condições exteriores

Estação Temperatura (ºC) Humidade relativa (%)

Verão 32 59

Inverno 4 80

4.4 - Condições interiores


Quadro 4.2 – Dados para condições interiores

Espaço Estação Temperatura (ºC) Humidade relativa (%)


Salas de bebés Verão 21 50
Inverno 18 50
Restantes Zonas Verão 25 50
Inverno 20 NC

4.5 - Zona climática


Quadro 4.4 – Dados para condições interiores

Duração da
Zona climática de Zona Climática
Concelho GD estação de
Inverno de Verão
aquecimento
Faro I1 1060 4,3 V2

4.6 - Simulação Térmica – Potência


Tal como já foi referido anteriormente, para a determinação da potência de
aquecimento e de arrefecimento recorreu-se à simulação térmica detalhada mediante

42
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

a utilização do software de cálculo design builder. Para este cálculo foram utilizados
os perfis reais de utilização, a densidade de iluminação e a densidade de
equipamento real.
Seguidamente são apresentados os resultados obtidos na simulação:

Quadro 4.5 – Resultados obtidos na simulação térmica – potência

Simulação Simulação Instalada Instalada


Arrefecimento Aquecimento Arrefecimento Aquecimento
kW kW kW kW
31,19 31,65 39,20 38,50

4.7 - Simulação Térmica – Energia


Para determinação do consumo de energia para aquecimento e arrefecimento
dos edifícios foi utilizado o mesmo programa anteriormente referido. Para este cálculo
foram tidos em conta os padrões de referência de utilização dos edifícios, descritos no
anexo XV do RSECE [6], para as tipologias consideradas.

A tabela seguinte representa os resultados obtidos na simulação para a energia


gasta em climatização contabilizando a energia gasta na ventilação. Por simplificação
a energia devida à ventilação foi igualmente dividida entre aquecimento e
arrefecimento.

43
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 4.1 – Gráfico resultante da simulação

 Energia de aquecimento

Quadro 4.6 – Simulação Térmica

Air Temperature (°C) 18,04


Radiant Temperature (°C) 15,03
Operative Temperature (°C) 16,53
Outside Dry-Bulb Temperature (°C) 4,00
Glazing (kW) -4,98
Walls (kW) -8,99
Ceilings (int) (kW) -1,15
Floors (int) (kW) 0,53
Ground Floors (kW) -0,73
Partitions (int) (kW) 0,00
Roofs (kW) -2,27
Doors and vents (kW) -0,85
External Infiltration (kW) -6,55
External Vent. (kW) -6,73
Zone/Sys Sensible Heating (kW) 31,65

44
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

 Energia de arrefecimento:

Quadro 4.7 – Simulação Térmica


Room Electricity (kWh) 1.546,63
Lighting (kWh) 20.543,61
System Fans (kWh) 23.668,77
Heat Generation (Electricity) (kWh) 273,68
Chiller (Electricity) (kWh) 10.324,25
DHW (Electricity) (kWh) 3.817,87
Air Temperature (°C) 22,35
Radiant Temperature (°C) 22,49
Operative Temperature (°C) 22,42
Outside Dry-Bulb Temperature (°C) 0,00
External Infiltration (kWh) -23.779,60
External Vent. (kWh) -3.385,66
General Lighting (kWh) 23.668,77
Catering Gains (kWh) 20.543,61
Computer + Equip (kWh) 1.546,63
Occupancy (kWh) 10.570,75
Solar Gains Exterior Windows (kWh) 39.521,92
Zone/Sys Sensible Heating (kWh) 2.645,21
Zone/Sys Sensible Cooling (kWh) -15.205,13
Sensible Cooling (kWh) -15.205,97
Total Cooling (kWh) -18.894,47
Zone Heating (kWh) 2.646,21
Mech Vent + Nat Vent + Infiltration (ac/h) 0,66

4.8 - Indicador de Eficiência Energética


No cálculo do indicador de eficiência energética foram considerados os
consumos obtidos para iluminação e para equipamento obtidos no programa de
simulação para o edifício.
Os aparelhos de iluminação são na sua generalidade de encastrar com
lâmpadas fluorescentes e fluorescentes compactas, com balastros eletrónicos, com
uma densidade de iluminação interior de 10,0 W/m2.
Considerou-se que os equipamentos da cozinha funcionam a gás.
Os dados apresentados de seguida são retirados da folha de cálculo do IEE.

45
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 4.8 – Consumos energéticos anuais do edifício

46
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 4.9 – Ficha de classe energética do edifício

FA's ou edifícios abrangidos pelo RSECE

Concelho --> .--> FARO


Distância à costa marítima --> .--> 15 km
Altitude do lugar (em relação ao nível do mar) .--> 20 m

Zona climática de Inverno --> .--> I1


Número de graus-dias de aquecimento --> GD = 1060 ºC . dias
Duração da estação de aquecimento --> M= 4,3 meses

Zona climática de Verão --> V2-S


Temperatura do ar exterior no Verão - Tatm = 23,0 ºC

Identificação do edifício / FA : 0,00


PES Tipo de edifício (ou FA) de edifício de serviços --> Pequeno edifício de serviços
ExistenteEdifício (ou FA) novo ou existente --> .--> Existente
2 Sistema de climatização do edifício (ou da FA) --> Aquecimento e Arrefecimento

Área total de pavimento --> .--> Atotal = 687,6 m2


Área útil de pavimento (total) --> .--> Ap = 687,6 m2

Volume do espaço útil --> .--> Vol = 2062,7 m 3


Factor de forma --> .--> FF = 0,727 m -1

Classe energética do edifício (ou da FA) --> B-


O edifício está regulamentar

Indicadores de eficiência energética Aquecim. Arrefecim. Iluminação AQS Outros Total Referência
kgep / m2 . ano --> . IEEaq IEEarr IEEilum IEEAQS IEEout IEEtotal IEEref

Valor global para o edifício (ou para a FA) 1,06 3,98 9,98 0,19 2,77 17,99 18,42

2
Ap (m )
Estabelecimento de ensino 665,4 1,09 4,12 10,32 0,20 0,67 16,40 15,00
... 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
... 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
... 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
... 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
... 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
... 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Espaços úteis (incluindo os comuns) 665,4 1,09 4,12 10,32 0,20 0,67 16,40 15,00

2
Ap (m )
Estacionamento 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cozinha 22,2 0,00 0,00 0,00 0,00 65,58 65,58 121,00
Lavandaria 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Armazém 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Espaços complementares 22,2 0,00 0,00 0,00 0,00 65,58 65,58 121,00

Face ao pretendido, foi verificado o cumprimento regulamentar dos valores


calculados, nomeadamente das necessidades nominais de aquecimento,
arrefecimento, necessidades globais de energia primária, requisitos mínimos de

47
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

qualidade térmica para a envolvente do edifício e o cumprimento dos fatores solares


máximos admissíveis dos vãos envidraçados.
Desta forma, a classificação obtida para o edifício em estudo é de classe B-
Para referência e enquadramento do valor obtido, seguidamente é apresentado
um quadro, onde se explicita as classes energéticas aplicáveis aos edifícios e os
respetivos valores de R.

Quadro 4.10 – Classe energética do edifício

48
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

CAPÍTULO 5

CALIBRAÇÃO DO MODELO

Por definição, a calibração do modelo base considerado, é suportado na


comparação dos valores obtidos na simulação dinâmica efetuada através do software
―design builder‖ com os consumos reais verificados, e cujos valores deverão ser
semelhantes.

No entanto e porque após análise dos elementos disponibilizados (que se


encontram resumidos no capitulo anterior do presente trabalho), considera-se que são
insuficientes para definir com precisão e rigor a totalidade dos consumos e
necessidades energéticas do edifício.

Para resolver esta dificuldade de caracterização do edifício em termos


energéticos, desenvolveu-se um modelo de cálculo das necessidades energéticas do
mesmo que se considerou o mais aproximado e fiável para servir de base à
implementação do plano de medição e verificação [3].

Assim e porque esta tipologia de abordagem encontra-se prevista no protocolo


IPMVP [3], os resultados obtidos nas simulações dinâmicas realizadas para cada uma
das medidas de melhoria propostas, serão analisados e comparados com o valores
obtidos na simulação dinâmica para o modelo de base previamente definido.

49
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

CAPÍTULO 6

IDENTIFICAÇÃO DO POTÊNCIAL DE POUPANÇA


Neste capítulo pretende-se identificar de forma clara e objetiva aspetos ao nível
do edifício existente e da utilização que lhe é imposta, sobre os quais se reconhece
potencial de poupança energética cuja diferença poderá representar uma redução nos
custos de exploração.

A definição das medidas com caracter de poupança a implementar são


encontradas de acordo com uma filosofia que se procura implementar no edifício, e
que se baseia em custos reduzidos de intervenção e na garantia de que a exploração
da instalação não será grandemente afetada. Assim e de acordo com o que se
pretende para o estudo em questão, poderemos encontrar dois tipos de medidas:

 Corretivas, em que se pretende corrigir elementos já existentes e que


demonstram ineficiência ao nível energético;

 De adaptação do nível do serviço disponibilizado, em que as medidas


preconizadas são enquadradas de acordo com a filosofia do nível de serviço
que é pretendida oferecer aos ocupantes dos espaços.

Assim e ao nível das medidas corretivas, serão estudadas medidas de correção


ao tratamento térmico existente na envolvente exterior da 1.ª fase de construção e
vãos com envidraçados nas fachadas nesta mesma zona. Será ainda estudada a
implementação de introdução de medida corretiva ao tratamento térmico na cobertura
do 1.º piso, sendo que esta intervenção apenas recai na 1.ª fase de construção.

Inicialmente foi levantada a hipótese de substituir o sistema de climatização


existente na primeira fase de construção por um novo sistema de
aquecimento/arrefecimento do ar idêntico ao existente na 2.ª fase de construção
desta creche. Contudo e porque a adoção de uma medida deste cariz carece de uma

50
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

intervenção maior, nomeadamente envolvendo trabalhos de construção civil que


possivelmente iriam condicionar a exploração da creche e face ao investimento
necessário, esta solução foi descartada, restringindo-se este campo, unicamente a
intervenções de ―construção civil‖, de baixo custo e de fácil intervenção, sem a
necessidade de intervir no interior do edifício.

Relativamente ao nível do nível de serviço pretendido, serão estudadas


variações ao nível da temperatura interior nos espaços, ao nível de iluminação
pretendido e à ocupação de espaços (esta ultima como análise de sensibilidade), em
que é possível a existência de variações na ocupação. Esta avaliação qualitativa do
nível de serviço, ainda que relativa, baseia-se em medidas muito simples de fácil
implementação, representando custos muito reduzidos ou praticamente inexistentes
para a instalação, pelo que estas são as medidas cuja implementação é possível num
curto espaço de tempo.
Salienta-se que cada uma das medidas anteriormente identificadas será
analisada à luz do plano de medição e verificação que será definido no próximo
capítulo.
Assim, são identificados os seguintes pontos em que se reconhece potencial de
redução de consumo de energia:

 Tratamento corretivo à fachada da 1.ª fase de construção da creche;

 Existência de caixilharia de vidro simples, com maiores perdas e ganhos


energéticos comparativamente com os aplicados na segunda fase da
construção da creche;

 Revisão do nível de serviço disponível – maior amplitude de temperatura


ambiente;

 Revisão dos equipamentos de iluminação e instalação de sensores para


controlo de iluminação/controle de ocupação dos espaços e sensores
crepusculares;

51
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

 Controle de ocupação existente através da instalação de sensores para


controle de ocupação dos espaços.

CAPÍTULO 7

PLANO M&V

7.1 - Generalidades
Das principais dificuldades para aplicar os conceitos de eficiência energética é
que a medida de resultados é avaliada pela redução do uso da energia. A missão da
EVO [2] é desenvolver e promover a utilização de protocolos normalizados, métodos e
ferramentas para quantificar e gerir os riscos de desempenho e benefícios associados
a atividades económicas relacionadas com a eficiência energética da utilização final
da energia, energias renováveis e consumo eficiente de água.

A mais-valia da aplicação deste protocolo é que o mesmo:

• Define abordagens normalizadas para medições e poupança, para clarificar


os donos das instalações.
• Legitima os projetos ESE através do reconhecimento internacional da "caixa
registadora" para a poupança.
• Fornece orientações relativamente ao trade-off entre a "precisão e o custo da
medição.
• Ajuda as partes envolvidas a criar termos transparentes e repetíveis para os
contratos de desempenho e comércio de emissões, para pagamento das
poupanças contratualizadas;
• Atualiza a definição do estado da arte da M&V [3] através da constante
evolução do sítio da EVO [2].

Contudo o IPMVP [3] não é um livro de receitas, pois continua a necessitar de


uma aplicação cuidadosa para cada projeto. A sua principal limitação é não cobrir
detalhadamente projetos de sistemas de medição e instrumentação, a estimativa de

52
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

custos das atividades de M&V [3], a engenharia de energia e a análise estatística ao


projeto.

7.2 - Objetivos da M&V


 Aumentar a poupança de energia
 Documentar transações financeiras
 Aumentar o financiamento para projetos de eficiência
 Melhorar projetos de engenharia, operação e manutenção das instalações
 Gerir os orçamentos de energia
 Aumentar o valor dos créditos de redução de emissões
 Suportar a avaliação de programas regionais de eficiência energética
 Potenciar a compreensão pública da gestão de energia como ferramenta de
política pública

7.3 - Definição do Plano de M&V


Medição & Verificação (M&V) [3] é o processo de utilização de medições para
determinar corretamente a poupança real obtida numa instalação por um plano de
gestão de energia. Anteriormente foi utilizada a palavra poupança, quando na
realidade não é possível medir a energia não consumida. No entanto esta palavra faz
sentido sob o ponto de vista de comparação de valores de consumo obtido a
montante e jusante da aplicação do plano de M&V, em que é possível medir a
redução de consumo, sendo este o parâmetro que vulgarmente denomina-mos de
poupança.

Este processo consiste na medição dos consumos de energia e posteriormente


na análise das medições de consumo de energia para determinar a redução de
consumo energético. No gráfico que se apresenta a seguir é possível verificar a forma
de análise que é proposta realizar através do plano M&V [3].

53
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 7.1 – Gráfico demonstrativo da análise ao consumo energético proposto pelo M&V

Assim a filosofia consiste em realizar uma auditoria energética ou obter os


registos de consumos num período de referência, implementar as medidas
preconizadas e previamente estabelecidas e seguidamente, reportar os consumos
obtidos após a implementação do plano, ao período de referência.

Conforme explicitado anteriormente a equação base do protocolo é:

Poupança de consumo reportada para qualquer período = Energia do


período do consumo de referência - Energia do período de reporte +/-Ajustes

Nesta equação, é acrescentado um novo parâmetro de ―ajustes‖. Este parâmetro


é acrescentado pelo fato de a medição de consumos ter que ser comparável, ou seja,
é necessário realizar a comparação de consumos para condições idênticas.

No projeto aqui em análise, as condições de exploração da creche poderão


variar de ano para ano, por exemplo, poderá ocorrer uma alteração da ocupação
verificada em anos letivos consecutivos ou intervalados, motivada por falta de
crianças ou definições regulamentares. Assim e para que os resultados possam ser
comparáveis, o consumo de energia do período de referência e do período de reporte

54
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

são ajustados para o mesmo conjunto de condições, para serem realizadas


comparações validas e fiáveis.

Os ajustes podem ser triviais, simples ou complexos. Os orçamentos de M&V


determinam habitualmente a simplicidade ou complexidade dos ajustes.

A extensão dos ajustes depende:

- Da necessidade de precisão;
- Da complexidade dos fatores que determinam o consumo de energia;
- Da quantidade de equipamento cujo desempenho é avaliado e;
- Do orçamento disponível.

Para a implementação do plano de M&V neste ou em qualquer projeto é


primeiramente necessário identificar como se pretende intervir.
Assim, no IPMVP [3], existem dois métodos para a análise do projeto/instalação:

Método da Medição de Toda a Instalação: Mede todos os efeitos na instalação e


é aplicável a:

• Reabilitações e outras alterações (intencionais e não intencionais)


• Utiliza frequentemente o contador da instalação
• Os ajustes podem ser complexos

Método da Medição Isolada - Mede o feito da reabilitação, todavia

• A poupança não é afetada pelas alterações que estão para além da fronteira
de medição
• Habitualmente necessita de um novo contador
• Os ajustes podem ser simples

55
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

7.4 - Definição dos métodos enquadrados no IPMVP ao Projeto

Tal como referido anteriormente, a medição de resultados energéticos implica a


comparação de elementos ou termos idênticos. Porém é possível ajustar a linha base
de consumos, reportando-se posteriormente a energia consumida num período para
as mesmas condições, permitindo a sua comparação.

No protocolo M&V [3], existem dois métodos para a realização da análise e


medição de resultados obtidos, Método de toda a instalação e Método do isolamento.
Em cada método existem duas alternativas permitindo desta forma flexibilidade
para varias situações distintas.

No primeiro método inserem-se as opções A - Medição isolada: medição do


parâmetro chave, e opção B – Medição isolada: Medição de todos os parâmetros.

No segundo método inserem-se as opções C – Toda a instalação – em que é


necessário os dados do período de referência e do período de reporte e opção D –
Toda a instalação - simulação calibrada, em que quando não há contador ou os dados
disponíveis não são suficientes no período de referência, os dados de consumo de
referência podem ser simulados em circunstâncias controladas.

Assim e para o caso em estudo, optou-se pela opção D (toda a instalação),


pois assim poder-se-á avaliar, o impacto de cada medida de melhoria de eficiência
energética introduzida e perceber qual ou quais MMEE’s são interessantes para
implementação. O período de referência e de reporte serão períodos de um ano civil,
com inicio em 1 de janeiro e términus em 31 de dezembro.

7.5 - Definição dos parâmetros a medir

Para a implementação de um plano de M&V, é necessário identificar


previamente em cada projeto, pontos, aspetos ou comportamentos onde exista

56
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

potencial de redução de consumo. No caso em estudo e no que refere a cada medida


de melhoria, é necessário identificar a variável independente. Entende-se como
variável independente, o elemento que, introduzido na solução inicial, produz
alterações de comportamento. Seguidamente serão descriminadas as soluções
consideradas para estudo:

Medidas corretivas:

 Medida de melhoria 1 - Aplicação de isolamento térmico pelo exterior


(fachada) – Trata-se de uma solução contínua para revestimento exterior de paredes
em fachada que, combinando a utilização de um material rígido de isolamento térmico
com revestimentos de acabamento e decoração adequados, proporciona um elevado
desempenho na proteção térmica da zona opaca das paredes. A colocação do
material isolante pelo exterior das paredes de fachada permite maximizar a parcela da
massa destas a considerar para a determinação da classe de inercia térmica do
edifício. Assim o sistema considerado para o efeito é a solução da Weber,
denominado webertherm [12] extra sistema com resistência melhorada baseado em
placas de poliestireno extrudido [13] (XPS) de 60 mm.
Neste caso a variável independente é o isolamento térmico introduzido.
Para efeitos de simulação e para garantir-se uma gama de valores que permita
uma decisão sustentada da aplicação ou não desta medida de melhoria, a variável
independente considerada terá uma amplitude de 30 mm de espessura a 80 mm de
espessura, passando pelas espessuras de 40 mm e 60 mm. Neste caso foram
respeitadas as espessuras comerciais existentes no mercado, garantindo-se também
a exequibilidade da solução.

57
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 7.2 – esquema da solução preconizada para revestimento de fachada pelo exterior –
webertherm extra

 Medida de melhoria 2 – Substituição de caixilharia de madeira e envidraçados


em vidro simples por caixilharia em alumínio Termo lacado e vidros duplos – O
vidro duplo a aplicar será incolor, do tipo SGG CLIMAPLUS, composto por SGG
PLANILUX + AR + SGG PLANILUX. A caixilharia terá proteção exterior de portadas
metálicas de lâminas de cor escura. Local sem ocupação noturna. Neste caso a
variável independente é o vidro duplo. Conforme já foi descrito na medida de
melhoria anterior, para efeitos de simulação e para garantir-se uma gama de valores
que permita uma decisão sustentada da aplicação ou não desta medida de melhoria,
a variável independente assumirá a solução de dois vidros com 3 mm de espessura e
caixa-de-ar de 6 mm, de dois vidros com 3 mm e 6 mm de espessura e caixa-de-ar de
6 mm, dois vidros com 6 mm de espessura e caixa-de-ar de 6 mm e por ultimo dois
vidros com 6 mm de espessura e caixa-de-ar de 10 mm.

 Medida de melhoria 3 – Revisão do nível de serviço pretendido – Temperatura


ambiente - Neste caso será alterada a temperatura ambiente pretendida, com
exceção nas salas de bebés que se manterá a temperatura definida pela DGS [9]. A
variável independente é a temperatura ambiente, que em situação de aquecimento
irá variar entre os 18º.C e 19.ºC (sendo esta a temperatura inicialmente pré-definida).
No período de arrefecimento variará para os valores de 26.ºC e 27º.C, sendo neste

58
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

caso a temperatura inicialmente pré-definida de 25.ºC. A humidade relativa será


mantida nos 50%.

Este exercício tem por base um modelo de conforto adaptativo, em função da


temperatura exterior, conforme é possível confirmar na figura seguinte.

Figura 7.3 - Limites de conforto superiores e inferiores para as temperaturas interiores de edifícios em
regime de funcionamento livre, em função da temperatura média exterior exponencialmente
ponderada

 Medida de melhoria 4 – Iluminação - Neste caso será considerada a alteração das


armaduras e respetivas lâmpadas, bem como a instalação de sensores de presença e
interruptores crepusculares para controlo da iluminação e reguladores de fluxo da
intensidade de iluminação. São estas as variáveis independentes e que se traduzem
numa redução gradual da densidade de iluminação interior para valores unitários
compreendidos entre os 9,0 e 4,0 W/m2.

 Medida de melhoria 5 – Ocupação - Neste caso será realizado um exercício de


variação da ocupação do edifício (apesar dos valores impostos no RSECE [6]), sendo
analisados os respetivos impactos nas necessidades energéticas do edifício. Apesar
da ocupação do edifício ser um fator de difícil medição, sabe-se que a ocupação
prevista para o edifício é variável ao longo do dia, pois o horário de chegada das
crianças é variável, decorrendo entre as 8:30 até às 10:00, assim como a saída das

59
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

instalações inicia-se por volta das 16:30, terminando às 18:30. A mesma situação
também ocorre com a equipa de colaboradores da creche, cuja permanência na
creche é flutuante. A variável independente é a ocupação. Assim, pretende-se
realizar uma análise de sensibilidade para uma melhor perceção das necessidades
energéticas do edifício em função da sua ocupação, sendo que o controlo da
ocupação poderá ser concretizado com a instalação em cada espaço de sistema de
controlo de ventilação por demanda por CO2, que permitirão intervir no caudal de
ventilação, na regulação da temperatura e insuflação de ar novo nos espaços em
função das reais necessidades. Em cada simulação realizada neste caso, a amplitude
da relação de ocupação/área, traduzem numa redução gradual na mesma para
valores compreendidos entre os 0,09 pessoas/m² e os 0,06 pessoas/m², com uma
gama de variação de 0,01.
Salienta-se a proposta da empresa S&P [18] com a solução de DCV, anuncia uma
redução de consumo energético até 55%.

Figura 7.4 – Esquema proposto pela Firma S&P, para instalação de controlo da ventilação por demanda
por CO2, para instalações trifásicas.

7.6 - Previsões e resultados expetáveis com base em


simulação dinâmica
Tal como foi referido anteriormente, para o caso em estudo, a opção recairá sobre
a opção D. Desta forma poder-se-á avaliar, isoladamente e em toda a instalação, o

60
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

impacto que cada medida de melhoria introduzida tem no edifício e nas suas
necessidades energéticas, potenciando assim a comparação dos resultados obtidos.

Com o recurso ao programa de simulação dinâmica de edifícios, foram


implementadas as medidas anteriormente identificadas com potencial de poupança e
foram obtidos os resultados que seguidamente são apresentados.

Salienta-se que os cálculos percentuais apresentados têm como referencia o


consumo de energia anual base e o investimento realizado na introdução da medida
de melhoria, que por sua vez é reportado percentualmente ao custo energético anual
do edifício.

Medida de melhoria 1 - Aplicação de isolamento térmico pelo


exterior (fachada)

Neste caso, a solução da medida de melhoria de eficiência energética proposta


tem custos variados, que variam consoante a espessura do isolamento térmico a
aplicar, sendo acrescentado um custo fixo do revestimento exterior ao isolamento.
Assim, seguidamente apresenta-se um quadro com os custos unitários para cada
espessura e a respetiva estimativa global da sua aplicação.

Quadro 7.3 – Resumo do valor a investir e taxa face ao custo energético inicial para cada espessura de
isolamento térmico

30 mm 40 mm 60 mm 80 mm

Custo unitário/m² 8,34 € 10,21 € 15,31 16,61

Estimativa de custo global 1.117,76 € 1.276,13 € 1.914,19 € 2.076,25 €

% de investimento face ao
14,77% 16,86% 25,29% 27,43%
custo energético anual

61
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 7.2 – Resultados de consumo obtidos para cada espessura de isolamento térmico

Correção fachada
Valor referência
30 mm 40 mm 60 mm 80 mm

Consumo total (kWh) 60.804,21 60.614,85 60.622,83 60.647,13 60.665,35

Redução (%) 100% 0,31% 0,30% 0,26% 0,23%


Custo global (€)
7.568,55 € 7.544,98 € 7.545,97 € 7.548,99 € 7.551,26 €
(1 kWh=0,125 €)

Figura 7.5 – Gráfico comparativo de % de investimento vs % de redução de consumo energético –


Medida de melhoria 1

Medida de melhoria 2 – Substituição de caixilharia de madeira e


envidraçados em vidro simples por caixilharia em alumínio termo
lacado e vidros duplo

Nesta proposta de medida de melhoria de eficiência energética, a solução à


semelhança da medida de melhoria 1, apresenta custos variados, que variam
consoante a espessura do vidro e caixa-de-ar a aplicar. Assim, seguidamente
apresenta-se um quadro com os custos unitários para cada espessura e qual a
estimativa global da sua aplicação.

62
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 7.3 – Resumo do valor a investir e taxa face ao custo energético inicial para cada tipo de
envidraçado

3+6+3 mm 3+6+6 mm 6+6+6 mm 6+10+6 mm

Custo unitário/m² 175 € 190 € 210 € 240 €

10.053,75 € 10.915,50 € 12.064,50 € 13.788,00 €


Estimativa de custo global

% de investimento face ao custo


132,84% 144,22% 159,40% 182,17%
energético anual

Quadro 7.4 – Resultados de consumo obtidos para cada tipologia de vidro duplo

Correção envidraçados
Valor referencia
3+6+3 mm 3+6+6 mm 6+6+6 mm 6+10+6 mm

Consumo total (kWh) 60.804,21 60.166,13 58.256,64 58.302,20 58.370,22

Redução (%) 100% 1,05% 4,19% 4,11% 4,00%

Custo global (€)


7.568,55 € 7.489,12 € 7.251,44 € 7.257,11 € 7.265,58 €
(1 kWh=0,125 €)

63
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 7.6 – Gráfico comparativo de % de investimento vs % de redução de consumo energético –


Medida de melhoria 2

Medida de melhoria 3 – Revisão do nível de serviço pretendido –


Temperatura ambiente
Nesta proposta de medida de melhoria de eficiência energética, a
implementação da mesma não tem qualquer acréscimo de custo. Desta forma a
relação com a redução de consumo será unicamente realizada face à variação de
temperatura interior.

Quadro 7.5 – Resultados de consumo obtidos para cada variação de temperatura ambiente

Temperatura Ambiente - Aquecimento/arrefecimento


Valor
Referência
19ºC 18ºC 26ºC 27ºC

Consumo total (kWh) 60.804,21 60.514,86 60.144,95 59.131,64 57.771,26

Redução (%) 100% 0,48% 1,08% 2,75% 4,99%

Custo global (€) 7.568,55 € 7.532,53 € 7.486,49 € 7.360,36 € 7.191,02 €


(1 kWh=0,125 €)

64
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 7.7 – Gráfico evolução de % de redução de consumo energético – Medida de melhoria 3 –


Situação de Aquecimento

Figura7.8 – Gráfico evolução de % de redução de consumo energético – Medida de melhoria 3 –


Situação de Arrefecimento

Medida de melhoria 4 – Iluminação


Nesta proposta de melhoria, a implementação da medida de melhoria, apresenta
custos variados consoante a redução da densidade de iluminação pretendida. Para

65
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

estimar custos, foi realizada uma estimativa global da intervenção para reduzir a
densidade de iluminação a 4 W/m², sendo posteriormente repartida pelos níveis de
densidade de iluminação definidos. Assim, seguidamente apresenta-se um quadro
com os custos unitários para cada equipamento a instalar e respetivo custo.

Quadro 7.6 – Orçamento obtido para instalação do sistema de deteção de presença e interruptores
crepusculares da Esylux [17]
ESYLUX
Tabela de Preços 2013 Preço Unitário
PORUGAL
ed10016660 CDSi-A/N16AX branco 96,60 €
Caixa de montagem saliente
em10425400 7,80 €
IP 54 branca
PD-C360i/24 DIMplus-SM
EP10426735 260,40 €
branco

Quadro 7.7 – Resumo do investimento e taxa face ao custo energético anual por variação de densidade
de iluminação

8 W/m² 7 W/m² 6 W/m² 5 W/m² 4 W/m²

Estimativa de custo global 450 € 900 € 1.350 € 1.800 € 2.250 €

% de investimento face
5,95% 11,89% 17,84% 23,78% 29,73%
ao custo energético anual

Quadro 7.8 – Resultados de consumo obtidos para cada variação de densidade de iluminação

Iluminação
Valor
Referencia
8 W/m² 7 W/m² 6 W/m² 5 W/m² 4 W/m²

Consumo total (kWh) 60.804,21 57.656,87 54.537,46 51.443,37 48.383,46 45.356,21

Redução (%) 100% 5,18% 10,31% 15,40% 20,43% 21,33%

Custo global (€)


7.568,55 € 7.176,78 € 6.788,50 € 6.403,37 € 6.022,49 € 5.645,67 €
(1 kWh=0,125 €)

66
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 7.9 – Gráfico comparativo de % de investimento vs % de redução de consumo energético –


Medida de melhoria 4

Medida de melhoria 5 – Ocupação


Esta proposta de medida de melhoria de eficiência energética, em conceito, é
muito semelhante à medida anterior, ressalvando sempre o cumprimento do
RSECE[6]. Assim, a implementação da medida de melhoria apesar da necessidade
de cumprir com o definido no RSECE [6] tem um carater de sensibilidade e apresenta
custos variados consoante a redução da relação ocupacional do edifício.
Para estimar custos, foi realizada uma estimativa global da intervenção para
reduzir a relação ocupacional do edifício a 0,06 pessoas/m², sendo posteriormente
repartida pelos níveis de ocupação definidos. Assim, seguidamente apresenta-se um
quadro com os custos unitários para cada equipamento proposto instalar.

Quadro 7.9 – Orçamento obtido para instalação do sistema DCV da S&P [18]
Soler & Palau - Tabela Preços 2013 Preço EAN Barras Uni. Unid. Art.

ID Descrição 2013 Artigo Embalag. Medida Divisão


5401620500 VAPZ-3 220,96 8413893278661 1 un INDUSTRIAL
5401612700 VFTM TRI 0,55 528,18 8413893269683 1 un INDUSTRIAL

67
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 7.10 – Resumo do investimento e taxa face ao custo energético anual por variação de
densidade de iluminação

0,09 Pessoas/m²0,08 Pessoas/m² 0,07 Pessoas/m² 0,06 Pessoas/m²

Estimativa de custo global 750 € 1500 € 2.250 € 3.000 €

% de investimento face ao
9,91% 19,82% 29,73% 39,64%
custo energético anual

Quadro 7.11 – Resultados de consumo obtidos para cada variação da relação de ocupação/área

Ocupação

Valor referencia
0,09 0,08 0,07 0,06
Pessoas/m² Pessoas/m² Pessoas/m² Pessoas/m²

Consumo total
60.804,21 60.508,29 60.223,12 59.281,45 59.644,62
(kWh)

Redução (%) 100% 0,49% 0,96% 2,50% 1,91%

Custo global (€)


7.568,55 € 7.531,71 € 7.496,22 € 7.379,00 € 7.424,21 €
(1 kWh=0,125 €)

68
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Figura 7.10 – Gráfico comparativo de % de investimento vs % de redução de consumo energético –


Medida de melhoria 5

Da análise aos resultados obtidos é possível constata-se que:

 Nas necessidades energéticas no aquecimento, salienta-se que todas as medidas de


melhoria, verificam uma redução na energia consumida;
 A medida de melhoria 4 é a que se traduz na maior redução de consumo de energia;
 A medida de melhoria 1 e 5, têm pouca expressão na redução de consumos;
 No parâmetro de eletricidade do edifício resultante das simulações, verifica-se que as
alterações propostas praticamente não produzem variações das necessidades
elétricas;
 Constata-se que nem sempre o aumento de investimento se traduz num aumento da
redução de consumo.

Assim e para efeitos de estudo de viabilidade financeira, e porque as medidas de


melhoria identificadas como 1, 2 e 5, apresentam uma estimativa de redução de
consumo que se considera como não relevante, apenas serão consideradas as
propostas discriminadas na medida de melhoria 3 e 4, sendo que estas também
representam as medidas de melhoria de menor investimento, conforme é possível

69
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

verificar no capítulo seguinte. A expetativa de redução de consumos de energia


nestes 2 casos varia entre os seguintes valores:

Quadro 7.12 – Expetativa de redução de consumo em kWh

Intervalo de Expetativa de Redução de

Medida redução energética Consumo

Min Max

Medida de melhoria 3 289,35 kWh 3.032,95 kWh

Medida de melhoria 4 3.147,34 kWh 15.448 kWh

Para uma melhor perceção dos valores absolutos em euros, que na realidade é
esse o fator decisório para a gestão do empreendimento, estes valores correspondem
aos valores apresentados no quadro 7.14.
Salienta-se que o custo do kWh considerado é referente aos custos
disponibilizados em setembro 2012 no sítio da EDP na internet [15].
Como os consumos energéticos em empresas são descriminados por energia
ativa vazio normal, energia ativa ponta e energia ativa cheias, com base nos
consumos disponíveis em 2011, foi realizada uma relação percentual do peso que
cada tipo financeiro de energia representa no custo geral energético do edifício.
Seguidamente apresenta-se dois quadros com os cálculos referidos e que refletem
a expetativa de redução dos custos (em euros).

Quadro 7.13 – Cálculo do custo a considerar para o kWh

Consumo Custo a
Custo do
acumulado 2011 % no consumo considerar para
kWh
(kWh) global calculo do kWh
(euro/kWh)
(euro/kWh)

En. Ativa vazio normal 19.126 28,63% 0,0757 0,125


En. Ativa ponta 15.008 22,47% 0,2103
En ativa cheias 32.667 48,90% 0,1136
Total 66.801

70
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Quadro 7.14 – Expetativa de redução de consumo em euros

Intervalo de Expetativa de Redução de

Medida redução energética Consumo em Euros / Ano

Min Max

Medida de melhoria 3 36,17 € 379,12 €

Medida de melhoria 4 393,42 € 1.931 €

Quadro 7.15 – Poupança global por classe de investimento

CAPÍTULO 8

ANALÍSE FINANCEIRA DO INVESTIMENTO

Neste capítulo, pretende-se realizar uma análise aos resultados obtidos


anteriormente, aplicáveis às duas medidas de melhoria consideradas como as de
maior rendibilidade e que apresentam condições de fácil implementação. Para o
efeito, e porque uma das medidas não tem qualquer investimento inicial, logo o

71
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

retorno da MMEE é imediato, para a análise financeira, será considerada a aplicação


das duas MMEE’s (maior amplitude térmica da temperatura ambiente e redução da
densidade de iluminação) conjuntamente. No entanto e porque existe a possibilidade
de optar por uma das várias opções que as variáveis independentes permitem, será
realizado o estudo para a situação mais favorável e também para a mais
desfavorável.
Salienta-se que nesta análise, por o investimento ser reduzido, foi desprezado o
custo de oportunidade aplicável ao valor a investir.

Situação mais desfavorável:

Quadro 8.4 – Análise do tempo de retorno de investimento

Ano 0 Ano 1 Ano 2

1. Investimento -450 € 0€ 0€

2. Redução de custos com energia 0€ 430 € 430 €

3. Cash Flow Actualizado -450 € 430 € 430 €

4. Cash Flow Acumulado -450 € -20 € 410 €

Situação mais favorável:


Quadro 8.2 – Análise do tempo de retorno de investimento

Ano 0 Ano 1

1. Investimento -2.250 € 0€

2. Redução de custos com energia 0€ 2.310 €

3. Cash Flow Actualizado -2.250 € 2.310 €

4. Cash Flow Acumulado -2.250 € 60 €

72
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Comentários aos resultados obtidos:

Conforme é possível verificar nas tabelas anteriores, o tempo de retorno do


investimento necessário para implementar as duas medidas de melhoria
preconizadas, varia entre um ano após o investimento (situação mais favorável) e dois
anos após o investimento (situação mais desfavorável), o que se julga como um prazo
muito positivo para recuperação do investimento.

73
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

CAPÍTULO 9

CONCLUSÕES
No presente trabalho, pretendeu-se realizar uma abordagem diferente face ao tipo
de análise e apoio à decisão para a implementação ou não, de medidas de melhoria
da eficiência energética em edifícios, utilizando um protocolo, que ainda se encontra
em face de embrionária nos estudos de mercado no nosso país, mas que tem vindo a
recolher apoios e aumentar a sua aplicabilidade ao nível internacional.

No capítulo I do presente projeto, foram definidos 3 objetivos concretos para o


desenvolvimento do presente trabalho:

1 – Implementar, através dos métodos propostos pelo protocolo IPMVP, um plano de


medição e verificação no edifício em estudo;

2- Quantificar por medida de melhoria de eficiência energética (MMEE) dos custos


(em unidade monetária) e consumos (em unidade de energia) evitados no edifício de
serviços identificado. Avaliar os resultados obtidos e a confrontar com os resultados
expectáveis;

3 – Identificar potenciais medidas de melhoria de eficiência energética no edifício de


serviços em estudo.

Os objetivos definidos foram numerados por ordem decrescente de importância.


Assim e para realizar a respetiva avaliação e análise, iniciar-se-á a avaliação pelo 1.º
objetivo.

Os registos de consumos disponíveis e a ausência de uma auditoria energética ao


edifício condicionaram a implementação de um plano de medição e verificação.
De acordo com os elementos disponíveis optou-se por adotar uma metodologia de
M&V que maioritariamente é aplicada em projeto, a opção D do Protocolo IPMVP da

74
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

EVO [3] e que se baseia na confrontação de resultados (simulados) de cada medida


de melhoria de eficiência energética em todo o edifício, com a simulação dinâmica
inicial (base).
Para aferir os resultados deste plano de M&V seguidamente, e após um período em
exploração, terá que ser realizada a verificação e confrontação dos resultados
obtidos, sendo este o passo final para a implementação do plano de M&V, pelo que
não se poderá considerar que o plano de M&V tenha sido implementado na sua
totalidade.

Relativamente à quantificação por medida de melhoria de eficiência energética


(MMEE) dos custos e consumos evitados no edifício de serviços identificado (2.º
objetivo), importa relevar que o edifício em estudo é um pequeno edifício de serviços,
onde a implementação de medidas de melhoria de eficiência energética, sob o ponto
de vista do cliente final, tem pouca expressão nos custos globais de exploração.
Esta afirmação é suportada nos resultados obtidos, em que não se justifica
financeiramente a aplicação de algumas MMEE identificadas. Contudo, e tendo por
base os resultados obtidos no estudo realizado, a abordagem deverá ser realizada em
termos de grandeza da redução do consumo.

Dos resultados obtidos, salientam-se as MMEE’s de redução do nível de serviço


através da variação da temperatura de setpoint em um ou dois graus celsius e do
controlo de iluminação (com maior relevância para a primeira), pela facilidade de
implementação e poupança de recursos energéticos que se traduzem em folgas
orçamentais, são bastante interessantes e passiveis de aplicação, com tempos de
retorno do investimento muito reduzidos.

No estudo realizado constata-se que todas as MMEE’s se traduziram em poupança


energética, contudo, com exceção das identificadas no parágrafo anterior, a sua
aplicação não é justificável devido pelo nível de investimento, salientando-se que nem
sempre o aumento de investimento se traduz num aumento da redução de consumo.

De entre várias medidas de melhoria de eficiência energética passiveis de estudo,


foram identificadas cinco medidas de simples implementação. Esta metodologia deve-

75
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

se ao fato de se pretender que o dono do edifício/entidade exploradora, possa vir a


beneficiar do presente estudo.
As MMEE identificadas e propostas para análise foram discriminadas no capítulo VI.

76
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

BIBLIOGRAFIA
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[2]. Efficiency Valuation organization. Website: www.evo-world.org - Acedido em
maio 2012.
[3]. Protocolo Internacional de Medição e Verificação do Desempenho Energético.
Conceitos e Opções para a Determinação de Poupança de Energia e de
Água. Volume 1, Efficiency Valuation Organization, EVO 10000-1:2009.
[4]. U.S. Department of Energy, M&V Guidelines: Measure and verification for
Federal Energy Projects 2008.
[5]. Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos
Edifícios (SCE). Decreto-Lei 78/2006. Diário da Républica n.º 67, 1.ª série.
2006.
[6]. Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios
(RSECE). Decreto-Lei 79/2006. Diário da Républica n.º 67, 1.ª série. 2006.
[7]. Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios
(RCCTE). Decreto-Lei 80/2006. Diário da Républica n.º 67, 1.ª série. 2006.
[8]. Resolução do Conselho de Ministros n.º 29/2010. Estratégia Nacional para a
Energia 2020 (ENE2020) Diário da República, 1.ª série — N.º 73 — 15 de
Abril de 2010. Lisboa.
[9]. Direção geral de Saúde. Website: www.dgs.pt – Acedido em junho 2012.
[10]. Portal da Saúde. Website: www.portaldasaude.pt. Acedido em junho 2012.
[11]. Sociedade Portuguesa de Pediatria. Website: www.spp.pt. Acedido em junho
2012.
[12]. Weber – Saint Gobain. www.weber.com.pt. Acedido em julho 2012.
[13]. Imperalum, S.A.. Website:www.imperalum.com. Acedido em julho 2012.
[14]. LNEC - ITE 50 – Coeficientes de Transmissão Térmica de Elementos da
Envolvente dos Edifícios – Versão 2006.
[15]. EDP Energias de Portugal. Website: www.edp.pt. Acedido em Novembro
2012.
[16]. DER/INETI. Programa Solterm.
[17]. Esylux Portugal, Lda. Website: http://www.esylux.com/pt/pt. Acedido em junho
2013.

77
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

[18]. Soler&Palau Sistemas de Ventilación,S.L.U.. Website:http://www.solerpalau.pt


Acedido em junho 2013.
[19]. Agência Internacional de Energia (AIE) - Portugal. Website: http://aie.ineti.pt/.
[20]. Plano de Medição e Verificação Aplicados em Instalações com consumos
Intensivo de Energia – Dissertação final de Mestrado Integrado em
Engenharia Electrónica e de Computadores Major Energia - Nuno Miguel
Ferreira Soares – FEUP 2010.
[21]. Estudo dos Procedimentos de M & V em Projectos de Eficiência Energética –
Dissertação Final de Mestrado em Sistemas Energéticos Sustentáveis – Maria
Margarida Marecos Duarte Casqueiro – Universidade de Aveiro 2010.
[22]. Portaria n.º 60/2013 de 23 de janeiro de 2013. Diário da Républica n.º 25, 2.ª
série. 2013.
[23]. Instituto Português de Soldadura e Qualidade (ISQ). Website:
www.isqenergia.pt.

78
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

ANEXOS

79
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Anexo I

80
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Anexo II

81
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Anexo III

82
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Anexo IV

83
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Anexo V

84
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Anexo VI

85
Implementação de um plano de medição e verificação de eficiência energética num
Edifício de serviços

Anexo VII

86
Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 1 – Vista do alçado Poente

Fotografia 2 – Vista do alçado Norte


Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 3 – Vista do alçado Sul

Fotografia 4 – Outra vista do alçado Poente


Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 5 – Vista do alçado Nascente (1.ª fase de construção)

Fotografia 6 – Porta principal de acesso ao edifício


Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 7 – Pormenor de vãos da 2.ª fase de construção

Fotografia 8 – Pormenor de vão de janela da 1.ª fase de construção


Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 9 – Equipamento de climatização da 1.ª fase de construção

Fotografia 10 – Outro pormenor de equipamento de climatização (multisplit)


existente na 1.ª fase de construção
Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 11 – Outro equipamento de climatização existente na 1.ª fase de


construção (1.º andar fachada Sul)

Fotografia 12 – Pormenor da ligação entre a 1.ª fase e a 2.ª fase de construção


(zona de pátio interior)
Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 13 – Sistema de climatização da 2.ª fase de construção, instalado na


cobertura

Fotografia 14 – Sistema de microgeração de energia instalado na cobertura da


2.ª fase de construção
Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 15 – Pormenor da 1.ª fase de construção com destaque para


unidade de climatização do tipo Split, armadura de iluminação e vão de janela

Fotografia 16 – Pormenor do corredor do 2.º piso da 1.ª fase de construção


Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 17 – Vista interior de uma sala para crianças acima de 1 ano, na 1.ª
fase de construção

Fotografia 18 – Vista do corredor da 2.ª fase de construção


Projeto Mestrado - Levantamento Fotográfico – Creche Falfosa - 2012

Fotografia 19 – Pormenor de porta interior da 2.ª fase de construção

Fotografia 20 – Pormenor de armadura de iluminação aa 2.ª fase de construção


Francisco Digitally signed by Francisco Henrique
Moura George

Henrique DN: c=PT, o=Ministério da Saúde,


ou=Direcção-Geral da Saúde,
cn=Francisco Henrique Moura George

Moura George Date: 2008.08.10 14:54:17 +01'00'

Direcção-Geral da Saúde Circular Informativa


Assunto: PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA AS ONDAS DE CALOR – 2008 Nº: 23/DA
RECOMENDAÇÕES PARA CRECHES E INFANTÁRIOS DATA: 08/08/2008

Para: Todos os Estabelecimentos de Saúde

Contacto na DGS: Divisão de Saúde Ambiental

INTRODUÇÃO

O calor expõe os bebés e as crianças ao risco de desidratação rápida, uma vez que estes
são mais sensíveis (a termo regulação é menos eficaz e a quantidade relativa de água que
possuem no seu peso corporal é mais importante do que nos adultos). Por outro lado,
quando as crianças precisam de satisfazer as suas necessidades hídricas, normalmente
necessitam de ajuda.

Medidas Gerais de Prevenção

1 – Edifício

• Verificar o bom funcionamento e manutenção dos estores, das portadas, das janelas, do
sistema de climatização ou providenciar a sua instalação;
• Proteger as fachadas e as janelas expostas ao sol, fechando as portadas e estores, e
tornando as superfícies opacas ou reflectoras da luz. Como alternativa podem ser
colocadas coberturas de protecção;
• Manter as janelas e persianas fechadas sempre que a temperatura exterior for superior à
temperatura interior;
• Estudar outras possibilidades de limitar as entradas de calor dentro das salas;
• Ao entardecer, quando a temperatura no exterior for inferior àquela que se verifica no
interior do edifício, provocar correntes de ar, mas tendo em atenção os efeitos prejudiciais
desta situação;
• Privilegiar os espaços protegidos e frescos (idealmente 5ºC abaixo da temperatura
ambiente);

Alameda D. Afonso Henriques, 45 - 1049-005 Lisboa - Portugal - Tel 218 430 500 - Fax: 218 430 530 - Email: geral@dgs.pt
1
Direcção-Geral da Saúde Circular Informativa

• Colocar termómetros nas salas para avaliar a temperatura ambiente. Se a temperatura for
elevada e não existir sistema de climatização, utilizar ventoinhas e distribuir garrafas com
gelo pela sala de forma a facilitar a descida da temperatura ambiente;

2 – Alimentação/Bebidas

• Acautelar as condições de armazenamento e conservação dos alimentos (frigoríficos,


arcas congeladoras);
• Assegurar o aprovisionamento de água e gelo;

3 - Sensibilização

• Sensibilizar os profissionais que estão em contacto com as crianças para os problemas


que poderão ocorrer numa situação de calor, identificando-os e definindo as medidas de
prevenção a tomar;
• Desenvolver medidas de sensibilização junto dos pais para os cuidados a ter com as
crianças, na rua e em casa, de forma a protege-los do excesso de calor e da radiação UV.

Medidas Individuais de Prevenção

1 – Dentro do edifício

• Se estiver calor no interior do edifício, deixar os bebés e as crianças com vestuário leve,
particularmente durante o período em que estão a dormir, sem os cobrir com lençóis ou
cobertores;
• Dar banhos frequentes durante o dia com água a uma temperatura 1 ou 2ºC abaixo da
temperatura corporal;

2 – Alimentação/bebidas

• Fazer com que as crianças e bebés bebam água regularmente para além daquela que
bebem no seu regime alimentar habitual, mesmo quando não haja solicitação, evitando
bebidas com elevados teores de açúcar;
• Vigiar a qualidade da alimentação e providenciar refeições leves e frequentes (saladas,
frutas e vegetais);

3 – Na rua

• Evitar as saídas para o exterior durante os picos de calor, particularmente se se tratar de


um lactente;

Alameda D. Afonso Henriques, 45 - 1049-005 Lisboa - Portugal - Tel 218 430 500 - Fax: 218 430 530 - Email: geral@dgs.pt
2
Direcção-Geral da Saúde Circular Informativa

• Em caso de saída, vestir as crianças de acordo com a Circular Informativa n.º 21/DA, de
07-08-2008, evitando partes expostas da pele, sem esquecer o chapéu e óculos de sol.
Utilizar de forma abundante e regular um protector solar com um índice elevado (superior a
30);
• Quando houver lugar ao transporte de crianças, ter o cuidado de não as manter muito
tempo dentro dos veículos;

4 - Outras

• No caso de crianças que possuem doenças crónicas (asma, doenças renais e cardíacas
crónicas, mucoviscidose e drepanocitose), aplicar as recomendações específicas
aconselhadas pelo médico assistente.

Sinais de Alerta e Acções a Desenvolver

Os primeiros sinais de um golpe de calor incluem:


• Febre;
• Cor anormal da pele;
• Sonolência ou agitação atípicas;
• Sede intensa e/ou perda de peso;
• Perturbações da consciência;
• Recusa ou impossibilidade de beber.

As acções a desenvolver incluem:


• Pôr a criança numa divisão fresca;
• Dar-lhe imediata e regularmente líquidos, se estiver consciente;
• Fazer baixar a febre através de um banho com água 1 ou 2ºC abaixo da temperatura
corporal;
• Contactar um médico;
• Contactar o serviço Saúde 24 – 808 24 24 24 ou o “Número Nacional de Socorro” (SOS)
– 112.

O Director-Geral da Saúde

Francisco George
BIBLIOGRAFIA
Les Recommandations “Canicule”, Le Ministère de la Santé de France, 2007

Alameda D. Afonso Henriques, 45 - 1049-005 Lisboa - Portugal - Tel 218 430 500 - Fax: 218 430 530 - Email: geral@dgs.pt
3
Introdução

A Síndroma da Morte Súbita do Lactente (SMSL), suscita o maior interesse em todo o mundo desenvolvido,
onde frequentemente é a primeira causa de mortalidade no 1º ano de vida, excluindo o período neonatal. Em
muitos países, a adopção de medidas relativamente simples tornou possível reduzir muito significativamente a
taxa de mortalidade por SMSL. A SPP elaborou em 2000 uma “proposta de consenso para a redução do Risco
de SMS”. No entanto, em Portugal, a divulgação dos conhecimentos sobre morte súbita do lactente e a
formação dos profissionais e pais nunca adquiriu a dimensão atingida noutros países da Europa onde foram
realizadas campanhas alargadas.
No Boletim de Saúde Infantil é referido, nos conselhos aos pais, que o bebé deve ser deitado “preferencialmente
de costas”. Este aspecto, é ainda motivo de admiração de muitos pais, que optam por deitar o bebe de lado com
receio de episódios de “engasgamento” .

O objectivo deste documento sobre prevenção da SMSL, actualizado e revisto em 2009, pela SPP e pela
Secção de Neonatologia da SPP, dirige-se aos pais e restantes familiares, médicos, enfermeiros, educadores,
auxiliares de educação, amas e a todos os que estão envolvidos na prestação de cuidados às crianças
portuguesas.

A Síndroma de Morte Súbita do Lactente (SMSL)

Tal como o nome indica, a Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL) é a morte súbita e sem explicação de
um bebé durante o primeiro ano de vida. É uma situação assustadora porque acontece sem aviso prévio num
bebé aparentemente saudável. A maioria dos casos está associada ao sono e por isso é conhecida como “morte
no berço”.
Ao contrário da maioria das doenças que são geralmente diagnosticadas através de manifestações clínicas, o
diagnóstico da SMSL é feito a posteriori, após uma investigação exaustiva excluir outras causas de morte,
nomeadamente sufocação acidental, maus tratos, problemas cardíacos, infecções e alterações metabólicas.
Sabe-se que existem bebés mais susceptíveis mas não existe nenhum factor de risco que por si só possa
causar a SMSL. Por outro lado, existem vários factores de risco que podem contribuir, em combinação, para a
morte dum lactente susceptível.

A ocorrência de morte súbita é rara no primeiro mês de vida, aumenta até um valor máximo entre os 2 e os 4
meses e cerca de 95% dos casos surgem antes dos 6 meses de idade. Acontece geralmente no domicílio,
sendo o bebé encontrado sem vida no berço.

Nos países ocidentais constitui uma das causas mais frequentes de morte no primeiro ano de vida. O fenómeno
existe também em Portugal mas desconhece-se ainda a sua verdadeira extensão. Um estudo retrospectivo
português mostrou um aumento do número de casos de 1974 a 1990, com decréscimo a partir de 1992.
Verificou-se um predomínio acentuado no lactente no sexo masculino, entre 1 e 4 meses, nos meses de
Dezembro a Março, aos fins-de-semana, no domicílio, em períodos de sono e à noite.

A concepção actual de morte súbita do lactente é a de um acidente multifactorial, no qual vários aspectos
serão considerados, entre os quais:
1) Predisposição individual: causas genéticas / constitucionais afectando a maturação de zonas do tronco
cerebral responsáveis pelo controlo das funções vitais (ritmo cárdio-respiratório, pressão arterial, sono e
acordar). Esse controle está na dependência de redes neuronais que surgem a meio da gestação e se vão
organizando, com importantes variações individuais, ao longo dos primeiros meses de vida;
2) Causas desencadeantes - as patologias habituais desta faixa etária, numerosas e variadas, por vezes
acumuladas, nomeadamente infecção, refluxo gastroesofágico, hipertonia vagal, hipertermia;
3) Causas favorecedoras - ligadas ao ambiente do lactente, como sejam, a posição no berço em decúbito
ventral ou lateral, o tabagismo, condições sócio-económico-culturais deficientes, mau seguimento pré natal, com
nº de consultas inferior ao programado, dormir com a mãe (sobretudo se ela estiver muito cansada ou tiver
ingerido calmantes ou álcool), dormir com pai, irmãos ou mais do que uma pessoa e dormir no sofá.

Em muitos países, campanhas públicas de sensibilização para colocar os lactentes em decúbito dorsal para
dormir no berço, resultaram numa acentuada diminuição da incidência da morte súbita. A exposição ao tabaco,
as condições de segurança no berço e o excesso de aquecimento, são outros factores de risco importantes.
Embora não se saiba a causa desta síndroma, numerosos estudos epidemiológicos evidenciam que a adopção
de medidas práticas simples nos cuidados das crianças conduzem a uma queda importante da incidência da
Síndrome da Morte Súbita do Lactente. O objectivo deste documento é promover a implementação dessas
práticas nas crianças portuguesas.

Como Reduzir o Risco de Síndroma de Morte Súbita do Lactente


As recomendações seguintes recolhem a experiência de múltiplas associações internacionais, nacionais e
regionais e correspondem à melhor evidência disponível da investigação epidemiológica.

O SEU FILHO DEVE DORMIR SEMPRE DE COSTAS !

Vários estudos epidemiológicos, incluindo milhares de lactentes, demonstram que a posição mais segura para
dormir é em decúbito dorsal. A publicidade a favor da posição de costas para dormir, permitiu reduções da
mortalidade entre 20 e 67%, sem aumento do número de mortes por aspiração de vómito.
Em Abril de 1992 a Academia Americana de Pediatria, baseada na avaliação cuidadosa dos estudos publicados,
recomenda o decúbito dorsal para os lactentes. Esta recomendação é também publicada no mesmo ano, em
Portugal, pela Direcção Geral de Saúde e consta do Boletim de Saúde Infantil e Juvenil.
Actualmente há evidência suficiente para que nos nossos serviços, nas nossas unidades, os bebés que
estiverem em berço se coloquem em decúbito dorsal (excepto se contra-indicado), e que o mesmo seja
aconselhado aos pais, tanto na alta como em ambulatório.
São raras as situações clínicas onde esteja contra-indicado o decúbito dorsal, como é o caso de algumas
malformações oro-faciais e casos excepcionalmente graves de refluxo gastro-esofágico. O decúbito ventral só
deverá ser adoptado por uma prescrição médica.
A posição em decúbito ventral é um factor de risco para a SMSL. Algumas das razões porque o decúbito
ventral é considerado perigoso e favorecedor de Síndrome da morte súbita do lactente estão relacionadas com
um sono mais profundo e um aumento do limiar de despertar (mais acentuada em alguns bebés susceptíveis). A
respiração do próprio ar expirado condicionando uma elevada concentração de anidrido carbónico no ar
inspirado, a pressão exercida na face do bebé, dificultando a respiração, a inibição dos reflexos laríngeos e o
sobreaquecimento por diminuição de perda de calor pelo rosto e pela cabeça, são outras tantas razões.
Dormir de lado não é tão seguro como de costas.
Não devem ser utilizados sistemas de contenção, como rolos, faixas, etc.

Se o seu filho é ou foi pré-termo e esteve internado numa unidade de cuidados intensivos ou intermédios, pode
acontecer tê-lo visto por vezes em decúbito ventral. Essa posição é por vezes usada na unidade para estabilizar
a respiração se o bebé é muito pequeno, mesmo quando está ventilado. Contudo, na unidade, o seu filho estava
monitorizado e qualquer diminuição da frequência respiratória seria logo detectada. A monitorização no domicílio
só terá lugar em casos criteriosamente seleccionados pois é um factor de stress para a família, e não permite a
detecção das apneias obstrutivas. Os monitores em casa não diminuem o risco de morte súbita.
Em casa, na ama ou na creche, não esqueça, o seu filho deve ser sempre deitado de costas para dormir.
Procure manter o bebé na posição vertical um quarto de hora após ter mamado, especialmente se for um bebé
bolsador.

Durante muitos anos pensou-se que os lactentes com maior prevalência de episódios aparentemente fatais
(ALTE- aparent life threating event) teriam um risco acrescido de morte súbita mas estudos recentes indicam
que a SMSL é uma entidade distinta.

O SEU FILHO DEVE DORMIR NUMA CAMA APROPRIADA!

Até aos 2 anos o bebé deve dormir numa cama de grades, sobre um colchão firme e bem adaptado ao tamanho
da cama ou berço, para que não fique qualquer espaço entre o colchão e as grades. O uso de colchões moles e
de edredão em vez de lençóis e cobertor, pode possibilitar a sufocação.
Os pés do bebé devem tocar o fundo da cama, de forma a que não haja risco de escorregar para debaixo dos
lençóis.

DESTAPE A CABEÇA DO BEBÉ!

A roupa da cama não deve cobrir a cabeça do bebé. Não deve usar almofada, fralda, gorros, babetes ou outras
peças que possam tapar-lhe a cabeça. Não cubra demasiado o lactente – a cabeça deve estar sempre
descoberta - a roupa não deve ultrapassar os ombros e os cobertores não devem ser pesados.

NÃO FUME DURANTE A GRAVIDEZ. NEM DEPOIS!

Após a adopção da posição de costas para dormir, o peso da exposição ao tabaco, sobretudo antenatal, como
factor de risco para a SMSL, aumentou.
O risco de SMSL aumenta se a mãe fumou durante a gravidez e se continua a fumar após o parto. Quando o pai
também fuma, o risco agrava-se mais.
Os futuros pais devem ser integrados em programas estruturados de desabituação tabágica antes da gravidez e
informados dos malefícios do fumo do tabaco, tanto durante a gravidez, como depois.
Não deixe ninguém fumar no ambiente que o seu filho respira - quarto, casa, carro ou onde quer que ele
permaneça.

EVITE O SOBREAQUECIMENTO!

O risco de SMSL pode estar associado ao excessivo aquecimento. Para prevenir isto deve usar o bom senso e
adequar a temperatura do quarto, a roupa do bebé e a roupa da cama à estação do ano e ao lugar que habita.
A temperatura ideal do quarto deverá estar entre 18-21 ºC
Vista-o com o mesmo tipo de roupa que está a usar de forma a que ele se sinta confortável - não quente.
Colocando o dorso da sua mão na nuca ou no tronco do bebé poderá avaliar facilmente se ele está muito
aquecido.
Se o bebé tiver febre as roupas devem ser aligeiradas (arrefecimento físico)

NÃO COLOQUE O BEBÉ NA SUA CAMA PARA DORMIR!

Dormir na cama com o bebé aumenta o risco de SMSL e o risco de asfixia. Este risco aumenta
consideravelmente se os adultos que partilham a cama fumarem, estiverem muito cansados, se tomaram
medicamentos calmantes ou se ingeriram bebidas alcoólicas.
Nunca adormeça no sofá com o seu bebé.
O bebé deve dormir numa cama adequada. Durante os primeiros seis meses a cama deve estar colocada ao
lado da cama da mãe.

O BEBÉ ACORDADO PODE ESTAR NOUTRAS POSIÇÕES!

Quando está acordado pode colocar o bebé de barriga para baixo para brincar. Isto fortalece os músculos do
pescoço e das costas e contraria posições preferenciais da cabeça e a ocorrência de deformações (plagiocefalia
posicional).
Ensine o seu bebé a dormir de barriga para cima e a brincar de barriga para baixo.

A CHUPETA PODE REDUZIR O RISCO DE MORTE SÚBITA!

Ofereça uma chucha ao bebé para dormir mas se ele a rejeitar não force. Se o bebé for amamentado, a chupeta
não deve ser oferecida nas primeiras semanas de vida, pois pode prejudicar a adaptação de bebé à mama.
o projecto com
sistemas weber.therm
pormenores
construtivos

B1 Arranque do sistema fora do terreno - paredes a reabilitar

Legenda:

1 Suporte de 5 Revestimento 8 weber.therm


alvenaria ou armado com rede: perfil de arranque
betão argamassa
weber.therm e 9 weber.therm
2 Revestimento a bucha de perfil de
reabilitar weber.therm rede
normal arranque
3 Argamassa de 10 Revestimento de
colagem: gama 6 Acabamento
colorido: gama impermeabiliza-
weber.therm ção: weber.tec
weber.plast
4 Placa isolante: superflex more
weber.therm EPS 7 Bucha de fixação:
100 ou weber. weber.therm
therm styrotherm bucha SPIT
(XPS)
A S&P apresenta um novo conceito

DCV
Demanda Controlada de Ventilação
A Demanda Controlada
de Ventilação

Poupança do consumo
energético até 55%
Redução de emissões de CO2
Melhoria do meio ambiente

Sistemas de Ventilação Eficientes

65
DCV
Demanda Controlada de Ventilação

A energia é escassa e cara. Um dos principais reptos dos fabricantes


de todo o tipo de equipamentos é conseguir produtos muito mais
eficientes, reduzindo o consumo sem sacrificar as prestações.

A S&P, líder mundial do mercado de ventilação, antecipa-se a esse


futuro apresentando o conceito Energy Efficient Ventilation System
(EEVS)

66
DCV
Demanda Controlada de Ventilação
O conceito EEVS tem como objectivo promover a poupança energética
em instalações de ventilação. Para isso propomos a Demanda Controlada
de Ventilação, DCV, que permite controlar as prestações da instalação
ajustando-a às necessidades reais em função da sua utilização ou das
condições ambientais dos locais a ventilar. Para isso utilizamos ventiladores
de baixo consumo e um amplo conjunto de elementos inteligentes:
• Elementos de controlo, reguladores de velocidade, variadores de frequência
• Detectores de presença
• Sensores de CO2, temperatura e humidade
• Sensores de pressão
• Obturadores motorizados
• Bocas de aspiração bicaudal

67
POUPANÇA ENERGÉTICA, REDUÇÃO DE
EMISSÕES E MELHORIA DO MEIO AMBIENTE
Uma responsabilidade de todos
A poupança energética deve ser uma acção realizada Reciclagem
por convicção de toda a sociedade: governo, empresas A utilização de materiais recicláveis e o desenho de
e particulares. Mais que o Protocolo de Kyoto, no produtos que permitam aproveitar partes consideráveis
DCV

qual refere que a U.E. deve reduzir a suas emissões de dos mesmos em caso de substituição, evita ter que
CO2 em 8%, na Soler & Palau estamos a trabalhar para acrescentar aos contentores toneladas de material, com
lançar no mercado produtos e sistemas de ventilação a consequente poupança, tanto do próprio custo do
eficientes, que ajudem não só a reduzir estas emissões, produto como do alto preço energético e económi-
mas que ao mesmo tempo gerem uma poupança tanto co necessário para reciclar ingentes quantidades de
no consumo energético como no custo de reciclagem resíduos.
Demanda Controlada de Ventilação

dos produtos.
Cumprimento da legislação
Poupança de custos A Directiva Europeia de Rendimento Energético Eficiente
O preço da energia entrou numa espiral de crescimento em Edifícios propõe uma poupança superior a 20% no
que é imparável, afectando a competitividade das consumo de energia em edifícios, para 2010.
empresas e o bolso dos particulares. Está claro que os Os países realizaram ou estão a realizar alterações
fabricantes devem trabalhar intensamente para colocar legislativas com o objectivo de adequar-se a estes
no mercado produtos cada vez mais eficientes que con- requerimentos, exigindo uma maior eficácia energética
tribuam para diminuir este impacto económico. e por sua vez proporcionar um ambiente interior mais
limpo e saudável.
Custo do ciclo de vida
Um produto mecânico, com uma duração media de 10 Saúde e Produtividade
anos, tem um custo total do ciclo de vida que se reparte Está claro que a Directiva Europeia, com estes planea-
da seguinte forma: mentos, além da poupança energética, zela pela
Aquisição: 10% saúde das pessoas. Mas não é menos certo que um
Manutenção: 5% ambiente laboral saudável contribui para reduzir a fadiga
Custo de funcionamento: 85% e afecções dos trabalhadores, o que se traduz numa
Fica claro que qualquer actuação para melhorar a eficá- maior produtividade e numa redução considerável do
cia energética dos produtos produzirá automaticamente absentismo por doença.
uma poupança considerável no custo de vida.

68
Respeito pelo meio ambiente, uma responsabilida-
de histórica para a S&P
É incompatível com a filosofia da S&P uma politica que

DCV
não fosse extraordinariamente respeitosa pelo meio
ambiente.
A nossa histórica vocação de futuro implica-nos pro-
fundamente no legado que vamos deixar às gerações
vindouras.
Por tudo isso, a S&P, logrou faz anos, a certificação

Demanda Controlada de Ventilação


ISO-14001 pela Gestão Ambiental, que nos compromete
a filtrar gases emitidos e a reciclar todos os resíduos líqui-
dos ou sólidos que se geram nos processos produtivos,
para o seu posterior reaproveitamento.
Hoje em dia continua a ser a única empresa do sector
com esta certificação.

ISO-14001

69
Demanda Controlada de Ventilação DCV

70
conomia
ficiência

cologia
ficiência
Percentagem de ocupação %
100
Zona de color verde: Poupança energética com
90 Demanda Controlada de Ventilação, DCV.

DCV
80

70

60

50

Demanda Controlada de Ventilação


40

30

20

10

8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Grafico 1 Horario comercial

Em estabelecimentos comerciais está demonstrado que a ocupação De acordo com o RSECE, a ventilação de estabelecimentos deve ajustar-se
média não ultrapassa os 60%. Um sistema de ventilação tradicional a um mínimo 30 m3/h, por pessoa.
baseado em máximos produz um consumo desnecessário de energia. Consideremos o caso de um estabelecimento (Gráfico 1) com uma
Através de um sistema inteligente de Demanda Controlada de Ventilação, capacidade máxima de 80 pessoas, com uma ocupação durante o dia,
podemos conseguir uma significativa poupança energética e de custos. expressa em percentagens, no eixo vertical.

POUPANÇA ENERGÉTICA EM VENTILAÇÃO COM DCV


Ventilador Trifasico
Ocupação Ocupação Caudal Consumo Caudal Consumo
Horario estableci- estableci- extraído ventilação necessário ventilação
comercial mento mento sem DCV sem DCV com DCV com DCV
% (nº absoluto) (m3/h) (W/h) (m3/h) (W/h)
8-9 20 16 3.600 1.100 720 220
9-10 65 52 3.600 1.100 2.340 715
10-11 95 76 3.600 1.100 3.420 1.045
11-12 80 64 3.600 1.100 2.880 880
12-13 60 48 3.600 1.100 2.160 660
13-14 20 16 3.600 1.100 720 220
14-15 20 16 3.600 1.100 720 220
15-16 60 48 3.600 1.100 2.160 660
16-17 60 48 3.600 1.100 2.160 660
17-18 60 48 3.600 1.100 2.160 660
18-19 20 16 3.600 1.100 720 220
19-20 20 16 3.600 1.100 720 220
Consumo kW/h DIA 13,2 6,38
Consumo kW/h ANO 50 semanas / ano 3.300 1.595
Redução consumo kW/h ANO por utilização DCV 1.705
POPANÇA (€/ano) com Preço kW/h = 0.093 158
REDUÇÃO CO2 (Kg/ano) 1 kW/h = 0,5 Kg de CO2 853
POPANÇA (€) Ciclo de vida (10 anos) 1.580
REDUÇÃO CO2 (Kg) Ciclo de vida (10 anos) 8.530

71
conomía No caso de um estabelecimento pequeno como o do

exemplo, um sistema de DVC permite poupar, em 10 anos,


DCV

aproximadamente a quantia de

17.500 €.
Demanda Controlada de Ventilação

POUPANÇA ENERGÉTICA EM CLIMATIZAÇÃO COM DCV


Consumo Climatização sem DCV Consumo Climatização com DCV
Días DT
(kW/h) (kW/h)
JANEIRO 22 20 6.336 3.062
FEVEREIRO 20 20 5.760 2.784
MARÇO 22 0 0 0
ABRIL 17 0 0 0
MAIO 22 -10 3.168 1.531
JUNHO 21 -10 3.024 1.461
JULHO 22 -10 3.168 1.531
AGOSTO 8 -10 1.152 556
SETEMBRO 19 0 0 0
OUTUBRO 22 0 0 0
NOVEMBRO 21 20 6.048 2.923
DEZEMBRO 16 20 4.608 2.227

TOTAL ANO 33.264 16.075


Redução consumo kW/h ANO por utilização Climatização 17.189
POUPANÇA (€/ano) com Preço kW/h = 0.093 1.598
REDUÇÃO CO2 (Kg/ano) 1 kW/h = 0,5 Kg de CO2 8.595
POUPANÇA (€) Ciclo de vida (10 anos) 15.980
REDUÇÃO CO2 (Kg) Ciclo de vida (10 anos) 85.950

cologia No caso de um escritório pequeno como o do

exemplo, um sistema de DCV permite evitar,

em 10 anos, a emissão para o ambiente de

95 Tn de CO2.

72
SISTEMAS DE DEMANDA CONTROLADA DE VENTILAÇÃO
DCV

A seguir apresentamos de forma esquemática algumas das muitas possibilidades da


Demanda Controlada de Ventilação e como os diversos elementos se combinam em
função da aplicação necessária ou do sistema de controlo mais adequado. Qualquer

DCV
uma das soluções que se apresentam nas páginas seguintes, podem ser realizadas
através de sistemas de Extracção Simples, Dupla (Extracção e Impulsão) ou de
Recuperação de Calor.

Demanda Controlada de Ventilação


EXTRACÇÃO

IMPULSÃO
EXTRACÇÃO

PERMUTADORES
DE CALOR

73
SISTEMAS MONOZONA
DCV

SISTEMAS DE CONTROLO DA VENTILAÇÃO POR DEMANDA


POR DETECÇÃO DE PRESENÇA
Adequados quando a presença de pessoas activa ou aumenta a demanda de um sistema de
ventilação.
Demanda Controlada de Ventilação

Tipo ON / OFF
Exemplo: divisões ou salas de utilização ocasional.

Max

0
1~230V

Detector de Presença RELÉ Unidade de ventilação


CPFL trifásica

I N S T A l a Ç ã O co M venti l adores trif á sicos

Max

1~230V 0

Detector de Presença Unidade de ventilação


CPFL monofásica

I N S T A l a Ç ã O com venti l adores monof á sicos

Max

1~230V 0

Detector de Presença Unidade de ventilação


CPFL com motor de corrente continua

I N S T A l a Ç Ã O co M venti l adores monof á sicos C O M motor de corrente continua

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
A presença de uma ou mais pessoas numa sala, activará um sistema de ventilação.
Quando a sala ficar vazia o sistema voltará à situação anterior.
VANTAGENS DO SISTEMA
Apenas se ventilará quando a sala estiver ocupada.

74
SISTEMAS MONOZONA

DCV
Demanda Controlada de Ventilação
Tipo Mínimo / Máximo
Exemplo: Divisões ou salas de utilização ocasional com solicitação de ventilação mínima de manutenção.

Max
1~230V / 3~400V
min
1~230V

Detector de Presença Conversor Unidade de ventilação


CPFL de Frequência trifásica
VFTM
I N S T A l a Ç ã O co M venti l adores trif á sicos

Max
1~230V
1~230V min

Detector de Presença Regulador Unidade de ventilação


CPFL VAPZ monofásica

I N S T A l a Ç ã O com venti l adores monof á sicos


1~230V
Max

1~230V 24VAC min

Detector de Presença Módulo de Controlo Unidade de ventilação


CPFL BEAS com motor de corrente continua

I N S T A l a Ç Ã O co M venti l adores monof á sicos C O M motor de corrente continua

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
Através de um temporizador ou de forma manual é possível accionar a instalação no seu regime mínimo para proporcionar a ventilação de manutenção. A presença
de uma ou mais pessoas numa sala será identificada pelo Detector de Presença que, através do Elemento de Regulação, fará funcionar o Ventilador à
velocidade máxima.
Quando a sala ficar vazia o sistema voltará à situação de manutenção.
VANTAGENS DO SISTEMA
Apenas se utilizará a potência máxima quando a sala estiver ocupada.

75
SISTEMAS MONOZONA
DCV

SISTEMAS DE CONTROLO DA VENTILAÇÃO POR DEMANDA


POR CO2
Tipo Proporcional
Adequado quando a ocupação do local seja variável e convenha regular o caudal de ventilação em função das necessidades de cada momento.
Exemplo: Estabelecimentos amplos, salas de reuniões, locais comerciais, cinemas, restaurantes, locais públicos.
Demanda Controlada de Ventilação

Max
1~230V / 3~400V
min

24VDC

4-20 mA

Sensor de CO2 Conversor Unidade de ventilação


SCO2 de Frequência trifásica
VFTM
I N S T A l a Ç ã O co M venti l adores trif á sicos

Max
1~230V
min
24VDC

4-20 mA

Sensor de CO2 Regulador


Unidade de ventilação
SCO2 VAPZ
monofásica

I N S T A l a Ç ã O com venti l adores monof á sicos

1~230V
Max

24VDC 24VAC min

4-20 mA 0-10 V

Sensor de CO2 Módulo de Controlo Unidade de ventilação


SCO2 BEAS com motor de corrente continua
I N S T A l a Ç Ã O co M venti l adores monof á sicos C O M motor de corrente continua

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
Através de um temporizador ou de forma manual liga-se o sistema que funcionará no seu regime mínimo de ventilação na sala a ventilar.
O Sensor de CO2 detectará o aumento de contaminação em função da ocupação da sala e enviará este dado ao Elemento de Regulação que, por sua vez, fará
aumentar ou reduzir a velocidade do Ventilador de forma proporcional para adequar o caudal às necessidades de cada momento.
VANTAGENS DO SISTEMA
Apenas ventilaremos quando o grau de CO2 na sala, devido à ocupação, esteja acima de um valor predefinido. Isto proporcionará uma considerável poupança
energética comparativamente com um sistema de ventilação total.

76
SISTEMAS MONOZONA

DCV
SISTEMAS DE CONTROLO DA VENTILAÇÃO POR DEMANDA
H.R.
Tipo Proporcional
Adequado quando as necessidades de ventilação forem condicionadas por um grau variável de Humidade Relativa.
Exemplo: Balneários em ginásios, polidesportivos, etc.

Demanda Controlada de Ventilação


Max

1~230V / 3~400V min

24VDC

0-10 V

Sensor de HR Conversor Unidade de ventilação


SCHT de Frequência trifásica
VFTM
I N S T A l a Ç ã O co M venti l adores trif á sicos

Max
1~230V
min
24VDC

0-10 V

Sensor de HR Regulador
VAPZ Unidade de ventilação
SCHT
monofásica
I N S T A l a Ç ã O com venti l adores monof á sicos

1~230V
Max

24VDC 24VAC min

0-10 V 0-10 V

Sensor de HR Módulo de Controlo Unidade de ventilação


SCHT BEAS com motor de corrente continua
I N S T A l a Ç Ã O co M venti l adores monof á sicos C O M motor de corrente continua

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
Através de um temporizador ou de forma manual liga-se o sistema que funcionará no seu regime mínimo de ventilação na sala a ventilar.
O Sensor de H.R. detectará o aumento de humidade em função da utilização das instalações e enviará este dado ao Elemento de Regulação que, por sua vez,
fará aumentar ou reduzir a velocidade do Ventilador de forma proporcional para adequar o caudal às necessidades de cada momento.
VANTAGENS DO SISTEMA
Apenas ventilaremos quando o grau de H.R. da sala esteja acima de um valor predefinido. Isto proporcionará uma considerável poupança energética
comparativamente com um sistema de ventilação total.

77
SISTEMAS MULTIZONA
DCV

SISTEMAS DE CONTROLO DA VENTILAÇÃO POR DETECÇÃO DE


PRESENÇA
Tipo Mínimo / Máximo Exemplo: Estabelecimentos com divisões fechadas independentes.
Trata-se de manter um sistema de ventilação a uma mesma pressão, (Opção Desocupado/Ocupado). Múltiplos sanitários independentes.
independentemente do caudal de ar movido em cada momento.
Demanda Controlada de Ventilação

Uma aplicação típica é uma instalação com o ventilador ligado a um


sistema de múltiplas captações, cada uma das quais poderá estar aberta
ou ferrada.
Max ∆r
1~230V / 3~400V
min

1~230V 24VDC

Detector de Bocas de Sistema Sensor de Presão Conversor Unidade de ventilação


Presença Aspiração Bicaudal de em Conduta de Frequência trifásica
CPFL BM2D condutas TDP VFTM

I N S T A l a Ç ã O co M venti l adores trif á sicos

Max
∆r
min 1~230V
1~230V 24VDC

Detector de Bocas de Sistema Sensor de Presão CONTROLO Unidade de ventilação


Presença Aspiração Bicaudal de em Conduta ECOWATT AC monofásica
CPFL BM2D condutas TDP
I N S T A l a Ç ã O com venti l adores monof á sicos

Max
∆r
min
1~230V
1~230V 24VDC

Detector de Bocas de Sistema Sensor de Presão CONTROLO Unidade de ventilação


Presença Aspiração Bicaudal de em Conduta ECOWATT DC com motor de
CPFL BM2D condutas TDP corrente continua
I N S T A l a Ç Ã O co M venti l adores monof á sicos C O M motor de corrente continua

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
O sistema é dimensionado em função da solicitação máxima possível que pode ser pedida em caso de todos os sanitários estarem ocupados. Determina-se a
pressão que se gera no sistema com este a funcionar no regime de ventilação máxima. Cada uma das divisões manterá um mínimo de ventilação para garantir as
condições ambientais. O sistema entrará em funcionamento através de um temporizador ou de forma manual.
Quando o Detector de Presença identificar a entrada de uma pessoa numa divisão, emitirá uma ordem à Boca de Aspiração Bicaudal que se abrirá totalmente.
Isto gerará um desequilíbrio na pressão definida para o sistema, que será detectado pelo Sensor de Pressão, que transmitirá uma ordem ao Elemento de
Regulação que, por sua vez, actuará sobre o Ventilador, adequando a velocidade para repor a pressão no sistema. Cada entrada ou saída das diversas divisões
será identificada pelos Detectores de Presença que intervêm no sistema.
VANTAGENS DO SISTEMA
Dividiremos a ventilação em cada divisão e apenas utilizaremos a potência máxima em cada uma no caso de estar ocupado. Isto proporcionará uma considerável
poupança energética comparativamente com um sistema de ventilação sem controlo de solicitação.
78
SISTEMAS MULTIZONA

DCV
SISTEMAS DE CONTROLO DA VENTILAÇÃO POR DEMANDA POR
CO2
Tipo Proporcional Exemplos: Instalações com várias salas de reuniões. Hotéis com várias
De aplicação em salas nas quais a ocupação seja variável. salas de convenções. Restaurantes com várias salas de refeições…

Demanda Controlada de Ventilação


Max
∆r
min
1~230V / 3~400V
24VDC
24VDC 24VAC

4-20 mA

Sensor Módulo de Controlo Comporta Sistema Sensor de Presão Conversor Unidade


de CO2 BEAS Motorizada de em Conduta de Frequência de ventilação
SCO2 REMP condutas TDP VFTM trifásica

I N S T A l a Ç ã O co M venti l adores trif á sicos


Max
∆r
min

24VDC 1~230V
24VDC 24VAC

4-20 mA

Sensor Módulo de Controlo Comporta Sistema Sensor de Presão CONTROLO Unidade de ventilação
de CO2 BEAS Motorizada de em Conduta ECOWATT AC monofásica
SCO2 REMP condutas TDP
I N S T A l a Ç ã O com venti l adores monof á sicos

Max
∆r
min 1~230V
1~230V
24VDC
24VDC 24VAC

4-20 mA

Sensor Módulo de Controlo Comporta Sistema Sensor de Presão CONTROLO Unidade de ventilação
de CO2 BEAS Motorizada de em Conduta ECOWATT DC com motor de
SCO2 REMP condutas TDP corrente continua
I N S T A l a Ç Ã O co M venti l adores monof á sicos C O M motor de corrente continua

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
Através de um temporizador ou de forma manual liga-se o sistema que funcionará no seu regime mínimo de ventilação em cada uma das salas a ventilar. Uma
vez que se trata de salas de ocupação variável, o Sensor de CO2 verificará o grau de contaminação em função do número de pessoas e enviará a leitura para a
Comporta Motorizada a qual abrirá mais ou menos, permitindo a passagem do ar necessário em cada momento. Isto fará variar a pressão na instalação, a qual
será identificada pelo Sensor de Pressão que actuará sobre o Elemento de Regulação e este, por sua vez, sobre o Ventilador de modo a equilibrar o sistema.
Este sistema pode ser combinado com uma instalação mínimo/máximo como será o caso de instalações onde também existam divisões individuais.
VANTAGENS DO SISTEMA
Ventilaremos apenas em função do grau de ocupação de cada sala, o que proporcionará uma considerável poupança energética comparativamente com um
sistema de ventilação total.

79
Resumo de sistemas inteligentes de Demanda
Controlada de Ventilação, DCV, e relação de produtos
e referências S&P para esse fim

MONOZONA
DESACTIVADO - ACTIVADO MIN - MAX PROPORCIONAL
Produtos Ref. S&P Produtos Ref. S&P Produtos (CO2) Ref. S&P Produtos (H.R. o T°) Ref. S&P
DCV

VENTILADOR MONOFASICO VENTILADOR MONOFASICO VENTILADOR MONOFASICO VENTILADOR MONOFASICO


DETECTOR DE PRESENÇA CPFL ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI. ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI. ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI.

DETECTOR DE PRESENÇA CPFL SENSOR DE CO2 (4-20mA) SCO2 SENSOR DE HR/T (0-10V) SCHT

REGULADOR MONOFASICO VAPZ REGULADOR MONOFASICO VAPZ REGULADOR MONOFASICO VAPZ


Demanda Controlada de Ventilação

VENTILADOR TRIFASICO VENTILADOR TRIFASICO VENTILADOR TRIFASICO VENTILADOR TRIFASICO


DETECTOR DE PRESENÇA CPFL ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI. ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI. ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI.

RELÉ NO SUMI. DETECTOR DE PRESENÇA CPFL SENSOR DE CO2 (4-20mA) SCO2 SENSOR DE HR/T (0-10V) SCHT

CONVERSOR FREQUÊNCIA VFTM CONVERSOR FREQUÊNCIA VFTM CONVERSOR FREQUÊNCIA VFTM

VENTILADOR ECOWATT VENTILADOR ECOWATT VENTILADOR ECOWATT VENTILADOR ECOWATT


DETECTOR DE PRESENÇA CPFL ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI. ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI. ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI.

DETECTOR DE PRESENÇA CPFL SENSOR DE CO2 (4-20mA) SCO2 SENSOR DE HR/T (0-10V) SCHT

MÓDULO DE CONTROLO BEAS MÓDULO DE CONTROLO BEAS MÓDULO DE CONTROLO BEAS

APLICAÇÕES APLICAÇÕES APLICAÇÕES APLICAÇÕES


Nas instalações onde a presença Nas instalações onde a presença de pessoas seja Nas instalações onde a partir de uma ventilação Nas instalações onde a partir de uma
de pessoas seja ocasional e não ocasional, seja necessário um regime mínima se necessite de um aumento proporcional ventilação mínima se necessite de um
seja necessário um regime mínimo mínimo de ventilação quando o local está do caudal em aumento proporcional do caudal em função
de ventilação quando o local está desocupado e que o ventilador funcione no função da contaminação por CO2. do grau de H.R. ou Temperatura ambiental.
desocupado. máximo quando entre alguém.

MULTIZONA
MIN / MAX PROPORCIONAL CO2
Produtos Ref. S&P Produtos (CO2) Ref. S&P

VENTILADOR MONOFASICO VENTILADOR MONOFASICO


ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI. ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI.

DETECTOR DE PRESENÇA CPFL SENSOR DE CO2 (4-20mA) SCO2

COMPORTA ou BOCA BICAUDAL RMVT o BM2D MÓDULO DE CONTROLO BEAS

SENSOR DE PRESSÃO TDP COMPORTA PROPORCIONAL REMP

CONTROLO PARA VENTILAÇÃO POR DEMANDA CONTROLO ECOWATT AC/4A SENSOR DE PRESSÃO TDP

CONTROLO PARA VENTILAÇÃO POR DEMANDA CONTROLO ECOWATT AC/4A

VENTILADOR TRIFASICO VENTILADOR TRIFASICO


ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI. ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI.

DETECTOR DE PRESENÇA CPFL SENSOR DE CO2 (4-20mA) SCO2

COMPORTA ou BOCA BICAUDAL RMVT o BM2D MÓDULO DE CONTROLO BEAS

SENSOR DE PRESSÃO TDP COMPORTA PROPORCIONAL REMP

CONVERTIDOR FRECUENCIA VFTM SENSOR DE PRESSÃO TDP

CONVERSOR FREQUÊNCIA VFTM

VENTILADOR ECOWATT VENTILADOR ECOWATT


ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI. ARRANQUE (TEMPORIZADOR, MANUAL) NO SUMI.

DETECTOR DE PRESENÇA CPFL SENSOR DE CO2 (4-20mA) SCO2

COMPORTA ou BOCA BICAUDAL RMVT o BM2D MÓDULO DE CONTROLO BEAS

SENSOR DE PRESSÃO TDP COMPORTA PROPORCIONAL REMP

CONTROLO PARA VENTILAÇÃO POR DEMANDA CONTROLO ECOWATT AC/DC SENSOR DE PRESSÃO TDP

CONTROLO PARA VENTILAÇÃO POR DEMANDA CONTROLO ECOWATT AC/DC

APLICAÇÕES APLICAÇÕES
Nas instalações onde haja compartimentos independentes, a presença de pessoas seja Nas instalações onde haja compartimentos independentes, a presença de pessoas seja
ocasional, seja necessário um regime mínimo de ventilação quando o local está ocasional, o número das mesmas possa ser variável e seja necessário um regime mínimo
desocupado e que o ventilador funcione no máximo quando entre alguém. de ventilação quando o local está desocupado e que se necessite de um aumento
É condição indispensável a manutenção de pressão constante em toda a instalação. proporcional do caudal em função da contaminação por CO2.
É condição indispensável a manutenção de pressão constante em toda a instalação.

Pode dar-se o caso de situações mistas de ambas as aplicações, como por exemplo um conjunto de escritórios com espaços independentes e salas de
80 reuniões.
Gamas de Unidades de Ventilação adequadas para
serem usadas em Sistemas Inteligentes de Demanda
Controlada de Ventilação

DCV
Demanda Controlada de Ventilação
CAB * CAB-PLUS SLIMBOX CENTRIBOX
CVB-CVT

CVAB-CVAT * CHVB-CHVT CVTT CVHT

CVST TD-MIXVENT TD-ECOWATT DIRECT-AIR


ILB / ILT
*

IRAB / IRAT TH-MIXVENT MAX-TEMP


CTHB/T-CTVB/T
* HCTB-HCTT *

CRHB-CRHT
CRVB-CRVT
HXBR / HXTR COMPACT
HCFB/T-HCBB/T
* Recuperadores de calor
CADB-S
TCFB/T-TCBB/T CADB-D-DI-DC

*Nota: para as séries marcadas com asterisco, é necessário solicitar versão específi ca motor E-22.
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