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1.

SAUDAÇÃO A SÃO COSME E DAMIÃO

Cosme e Damião
Vem comer seu caruru
Eu hei de todo ano fazer caruru pra tu (2x)

São Cosme mandou fazer

Duas camisinha azul (2x)

No dia da festa dele

São Cosme quer caruru (2x)

São Cosme mandou fazer

Duas camisinha azul (2x)

No dia da festa dele

São Cosme quer caruru (2x)

Vadeia Cosme, vadeia


Tô vadiando na areia (2x)

São Cosme São Damião


Dois meninos quer brincar
São Cosme São Damião
Dois meninos quer brincar
Bate palma sereia no mar
Dois dois ele quer vadiar
Dois dois ele quer vadiar
Dois dois ele brinca no mar

Cosme e Damião,

Damião cadê Doun ?

Doun foi passear no cavalo de Ogum (2x)

Dois dois ele quer vadiar


Dois dois ele quer vadiar
Dois dois ele brinca no mar

Cosme e Damião,

Damião cadê Doun ?

Doun foi passear no cavalo de Ogum (2x)

Dois dois ele quer vadiar


Dois dois ele quer vadiar
Dois dois ele brinca no mar

2. BENGUELE
Benguelê, benguelê
Benguelê, ô mamãe Zimba, benguelê
Benguelê, benguelê
Benguelê, ô mamãe Zimba, benguelê

Tracatraca eu vi Nanã tatarecou


Tracatraca eu vi Nanã tatarecou
Ô kizumba, kizumba, kizumba
Como tá bonita no seu jacutá
Vamos saravá, vamos saravá
Vamos saravá, vamos saravá

Mamãe Zimba chegou no terreiro


Cafioto pediu pra falar
Mamãe Zimba mandou me chamar
Vamos saravá, vamos saravá, vamos saravá

3. IDENTIDADE
Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai

Quem cede a vez não quer vitória


Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história

Se preto de alma branca pra você


É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade

4. AINDA É TEMPO PARA SER FELIZ


Me cansei de ficar mudo, sem tentar
Sem falar
Mas não posso deixar tudo como está
Como está você?

Tô vivendo por viver


Tô cansada de chorar
Não sei mais o que fazer
Você tem que me ajudar
Tá difícil esquecer
Impossível não lembrar você

Você, ê, ê...

Com o fim do nosso amor


Eu também tô por aí
não sei pra onde vou
tantas noites sem dormir
Alivia minha dor
E me faça, por favor, sorrir

Vem pros meus braços, meu amor


Meu acalanto
Leva esse pranto pra bem longe de nós dois
Não deixe nada pra depois
É a saudade que me diz
Que ainda é tempo pra viver feliz

5. SAUDADES DA GUANABARA
Eu sei
Que o meu peito é uma lona armada
Nostalgia não paga entrada
Circo vive é de ilusão, eu sei

Chorei
Com saudades da Guanabara
Refugindo de estrelas claras
Longe dessa devastação (e então)

Armei
Piquenique na Mesa do Imperador
E na Vista Chinesa solucei de dor
Pelos crimes que rolam contra a liberdade

Reguei
O Salgueiro pra muda pegar outro alento
Plantei novos brotos no Engenho de Dentro
Pra alma não se atrofiar (Brasil)
Brasil, tua cara ainda é o Rio de Janeiro
Três por quatro da foto e o teu corpo inteiro
Precisa se regenerar

Eu sei
Que a cidade hoje está mudada
Santa Cruz, Zona Sul, Baixada
Vala negra no coração

Chorei
Com saudades da Guanabara
Da Lagoa de águas claras
Fui tomado de compaixão (e então)
Passei
Pelas praias da Ilha do Governador
E subi São Conrado até o Redentor
Lá no morro Encantado eu pedi piedade

Plantei
Ramos de Laranjeiras foi meu juramento
No Flamengo, Catete, na Lapa e no Centro

Pois é pra gente respirar (Brasil)


Brasil
Tira as flechas do peito do meu Padroeiro
Que São Sebastião do Rio de Janeiro
Ainda pode se salvar
6. REZA DO SAMBA
Segunda-feira é das almas
É bom também de sambar
Tem uma vela pro santo
A outra é pra vadiar”
A luz que vem de um clarão
Chama que não se apaga
Reflete a fé no coração
E guia a minha estrada
Intensa como devoção
Divina como uma prece
Abrindo os caminhos, meu pai, de quem merece
É o patuá no meu cordão
O sol quando alvorece
A tempestade no sertão
Pra que a vida recomece
Um lampejo de inspiração
Que de repente desce
Cravando no peito um samba que não se esquece
Ilumina o meu terreiro
O canto pros Orixás
A luta de um guerreiro
Legado dos ancestrais
O Ogan bate o tambor
Firma o ponto batuqueiro
Samba do Trabalhador
Um quilombo brasileiro

7. LAMA
Pelo curto tempo que você sumiu
Nota-se aparentemente que você subiu
Mas o que eu soube a seu respeito
Me entristeceu, ouvi dizer
Que pra subir você desceu
Você desceu
Todo mundo quer subir
A concepção da vida admite
Ainda mais quando a subida
Tem o céu como limite
Por isso não adianta estar
No mais alto degrau da fama
Com a moral toda enterrada na lama

8. MALANDRO
Lá laiá laiá laiá laiá laiá laiá laiá (2x)

Malandro
Eu ando querendo falar com você
Você tá sabendo que zeca morreu
Por causa de brigas que teve com a lei

Malandro
Eu sei que você nem se liga no fato
De ser capoeira moleque mulato
Perdido no mundo morrendo de amor ô ô

Malandro
Sou eu que te falo em nome daquela
Que na passarela é porta-estandarte
E lá na favela tem nome de flor
Malandro
Só peço favor que te tenhas cuidado
As coisas não andam tão bem pro seu lado
Assim você mata rosinha de dor
9. O PAO QUE ALIMENTA
Meu bem querer é meu xodó
Não sei viver sem ter você
Por isso abri meu coração
Pra te abrigar te dar a paz
E muito mais do que você
Um dia possa imaginar

Minha vida virou poesia em sua companhia


Minha estrela que brilha e ilumina o meu caminhar
És o pão que alimenta e sustenta toda esperança
Não vivo a tormenta só vivo a bonança
Por ter tido a sorte de te encontrar

10. O TREM ATRASOU


Patrão, o trem atrasou
Por isso estou chegando agora
Trago aqui um memorando da Central
O trem atrasou, meia hora

O senhor não tem razão


Pra me mandar embora!
O senhor tem paciência
É preciso compreender
Sempre fui obediente
Reconheço o meu dever

Um atraso é muito justo


Quando há explicação
Sou um chefe de família
Preciso ganhar meu pão
E eu tenho razão
11. LENÇO
Se o teu amor, se o teu amor fosse um amor de verdade
Eu não queria e nem podia ter maior felicidade
Com os olhos rasos d'água me chamou
Implorando o meu perdão mas eu não dou
Pega este lenço
Para enxugar teu pranto
Já enxuguei o meu
O nosso amor morreu
Seguirei a ordem do meu coração
Não me fale de amor
Nem tão pouco, me peça perdão
Eu não vejo honestidade em teu semblante
Falsidade, isto sim, eu vi bastante
Pega este lenço e não chora
Enxuga o pranto
Diga adeus e vá embora
Enxuga o pranto
Diga adeus e vá embora

12. FUMO DE ROLO


Saí de mariangu, levando meu caçuá
Pra ir pegar caranguejo em piabetá
Peguei tanto guaiamu, que arrebentei meu puçá
Mas vendi tudo na estrada do cafundá
De lá fui pra japeri, na mata apanhar cipó

Pra fazer mais caçuá, samburá, jacá


Aí surgiu um saci pulando na perna só
Pedindo fumo de rolo pra mastigar

Cadê meu fumo de rolo


Cadê meu rolo de axá
Se não trouxe engambelo
Não entra na mata senão vai ficar

13. A FALSA BAIANA


Baiana que entra no samba e só fica parada
Não samba, não mexe, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca

Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira


Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
Deixando a moçada com água na boca

A falsa baiana quando entra no samba


Ninguém se incomoda, ninguém bate palma
Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba

Salve a Bahia, senhor


Mas a gente gosta quando uma baiana
Samba direitinho, de cima embaixo
Revira os olhinhos dizendo
Eu sou filha de São Salvador

14. JA MANDEI BOTAR DENDE


Bota dendê no meu caruru
Bota dendê no meu vatapá
Eu quero ver caldeirão ferver
Põe pimenta pra arder
Já mandei botar dendê
Eu quero ver caldeirão ferver
Põe pimenta pra arder
Já mandei botar dendê
Já mandei botar dendê
Pra dar gosto no tempero
Já mandei botar dendê
Pro sabor bailar no cheiro
Bota, senão eu não vou comer
Eu não quero me aborrecer
Já mandei botar dendê
Faça o favor de me obedecer
Se Não brigo com você
Já mandei botar dendê
Sinto saudade da comida de Sinhá
Que jamais deixou de usar
Dendê pra dar bom paladar
É na moqueca, é no bobó, é no xinxim
Bota um pouco mais pra mim
Tempero sem dendê, não dá
Porque, o tempero é gostoso, vem ver
É gostoso demais, pode crer
Vem comigo sentir o prazer
De provar do dendê
O tempero é gostoso, vem ver
É gostoso demais, pode crer
Vem comigo sentir o prazer
De provar do dendê

15. FEIRINHA DA PAVUNA


Na feirinha da Pavuna
Houve uma grande confusão
Na feirinha da Pavuna
Houve uma grande confusão

A Dona cebola que estava invocada


Ela deu uma tapa no Seu pimentão
A Dona cebola que estava invocada
Ela deu uma tapa no Seu pimentão
Seu tomate cheio de vergonha
Ficou todinho vermelho
E falou assim:
- "Eu também faço parte do tempero" Bis
Seu pepino que estava no canto
Deu uma pernada em Dona melancia
Dona abóbora muito gorda

Nem do canto ela saía


Vou chamar Seu delegado que é
o seu jiló de amargar
E falou para todo mundo:
Acho bom isso acabar

16. PAPAI VADIOU


Mas papai vadiou, mamãe gostou
Papai vadiou, mamãe gostou
Por isso eu aqui estou
Mas quero ver você sambar
Como sambou papai
Quero ver você dançar
Como dançou mamãe
Papai sapateou um gostoso miudinho
Mamãe dançou com ele de rostinho coladinho
Mas mamãe foi baiana festeira
Papai foi grande pagodeiro
E mamãe me contou que num pagode
Que só terminou quando o galo cantou
Papai tava lá, mamãe
Mamãe gostou

17. ÁGUA DA MINHA SEDE


Eu preciso do seu amor
Paixão forte me domina
Agora que começou
Não sei mais como termina
Água da minha sede
Bebo na sua fonte
Sou peixe na sua rede
Pôr do sol no seu horizonte
Quando você sambou na roda
(Quando você sambou na roda)
Fiquei a fim de te namorar
(Fiquei a fim de te namorar)
O amor tem essa história
Se bate, já quer entrar
Se entra, não quer sair
Ninguém sabe explicar
O meu amor é passarinheiro
(O meu amor é passarinheiro)
Ele só quer passarinhar
(Ele só quer passarinhar)
Seu beijo é um alçapão
Seu abraço é uma gaiola
Que prende meu coração
Que nem moda de viola
Na gandaia (Na gandaia)
Fruto do seu amor me pegou
(Na gandaia) Sua renda me rodou
Foi a gira
Foi 'ca gira que me enfeitiçou
Apaixonado, preciso do seu amor
Na gandaia (Na gandaia)
Fruto do seu amor me pegou
Na gandaia sua renda me rodou
Foi a gira
Foi 'ca gira que me enfeitiçou
Apaixonado, preciso do seu amor
18. QUITANDEIRO / QUEM SAMBA FICA
Quitandeiro, leva cheiro e tomate
Na casa do chocolate , que hoje vai ter macarrão
Prepara a barriga macacada, que a bóia tá enfezada
E o pagode fica bom, fica bom, fica bom, fica bom ...
Chega só 30 litros de Uca, para fechar a butuca
Desses nego beberrão,
Chocolate tu avise a crioula, que carregue na cebola
E no queijo parmesão

Quem samba fica


quem não samba vai embora

se é homem é meu senhor


se é mulher minha senhora
vou pra bahia vou ver
barco correr no mar
no mar, eh! eh!
no mar

valha-me nossa senhora


ai, ai, ai, são Benedito
veja só que bicho feio
pulando que nem cabrito
eh! eh! no mar

eu falei com um pai de santo


foi preciso me arrumar
já acendi as doze velas
e joguei flores no mar
eh! eh! no mar
19. Ê BAIANA
Ê baiana
Ê ê ê baiana, baianinha
Ê baiana
Ê ê ê baiana

Baiana boa
Gosta do samba
Gosta da roda
E diz que é bamba
Baiana boa
Gosta do samba
Gosta da roda
E diz que é bamba

Olha
Toca a viola
Que ela quer sambar
Ela gosta do samba
Ela quer rebolar
Toca a viola
Que ela quer sambar
Ela gosta do samba
Ela quer rebolar

20. KID CAVAQUINHO


Oi que foi só pegar no cavaquinho
Pra nego bater
Mas seu contar o que é que pode um cavaquinho
Os home não vai crer
Quando ele fere, fere firme
E dói que nem punhal
Quando ele invoca até parece
Um pega na geral
Quando ele fere, fere firme
E dói que nem punhal
Quando ele invoca até parece
Um pega na geral
Genésio!
A mulher do vizinho
Sustenta, aquele vagabundo
Veneno é com meu cavaquinho
Pois se eu to com ele
Encaro todo mundo
Se alguém pisa no meu calo
Puxo o cavaquinho
Pra cantar de galo

21. ZÉ DO CAROÇO
Lelelelê Leleleleleleleleiê
Lelelelê Leleleleleleleleiê

No serviço de auto-falante
Do morro do Pau da Bandeira
Quem avisa é o Zé do Caroço
Amanhã vai fazer alvoroço
Alertando a favela inteira

Como eu queria que fosse em Mangueira


Que existisse outro Zé do Caroço
Pra dizer duma vez pra esse moço
Carnaval não é esse colosso
Minha escola é raiz, é madeira

Mas é o Morro do Pau da Bandeira


De uma Vila Isabel verdadeira
Que o Zé do Caroço trabalha
Que o Zé do Caroço batalha
E que malha o preço da feira
E na hora que a televisão brasileira
Distrai toda gente com a sua novela
É que o Zé põe a boca no mundo
É que faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela

Está nascendo um novo líder


No morro do Pau da Bandeira
Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira

22. O CANTO DAS TRES RACAS


Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor

23. ESTRELA DE MADUREIRA


Brilhando
Num imenso cenário
Num turbilhão de luz, de luz
Surge a imagem daquela
Que o meu samba traduz
Ah...
Estrela vai brilhando
Mil paetês salpicando
O chão de poesia
A vedete principal
Do subúrbio da central foi a pioneira

E...
Um trem de luxo parte
Para exaltar a sua arte
Que encantou Madureira
Mesmo com o palco apagado
Apoteóse é o infinito
Continua estrela
Brilhando no céu
24. KIZOMBA
Valeu zumbi
O grito forte dos palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a abolição
Zumbi valeu
Hoje a vila é kizomba
É batuque, canto e dança
Jongo e maracatu

Vem, menininha, pra dançar o caxambu

Ô ô ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô ô ô clementina
O pagode é o partido popular

Sarcedote ergue a taça


Convocando toda a massa
Nesse evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção

Esta kizomba é nossa constituição

Que magia
Reza, ageum e orixá
Tem a força da cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais

Vem a lua de luanda


Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o apartheid se destrua

25. HISTORIA PARA NINAR GENTE GRANDE


Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasil que se faz um país de Lecis, Jamelões
São verde e rosa as multidões

Mangueira, tira a poeira dos porões


Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasil que se faz um país de Lecis, Jamelões
São verde e rosa as multidões

Brasil, meu nego


Deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontra

Brasil, meu dengo


A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500
Tem mais invasão do que descobrimento

Tem sangue retinto pisado


Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato

Brasil, o teu nome é Dandara


E a tua cara é de Cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati

Salve os caboclos de julho


Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês

Mangueira, tira a poeira dos porões


Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasil que se faz um país de Lecis, Jamelões
São verde e rosa as multidões

26. A VILA CANTA O BRASIL (CELEIRO DO MUNDO)


O galo cantou
com os passarinhos no esplendor da manhã
agradeço a deus por ver o dia raiar
o sino da igrejinha vem anunciar
preparo o café, pego a viola, parceira de fé
caminho da roça, e semear o grão...
saciar a fome com a plantação
é a lida...
arar e cultivar o solo
ver brotar o velho sonho
alimentar o mundo, bem viver
a emoção vai florescer

Ô muié, o cumpadi chegou


puxa o banco, vem prosear
bota água no feijão já tem lenha no fogão
faz um bolo de fubá

Pinga o suor na enxada


a terra é abençoada
preciso investir, conhecer
progredir, partilhar, proteger...
cai a tarde, acendo a luz do lampião
a lua se ajeita, enfeita a procissão
de noite, vai ter cantoria
e está chegando o povo do samba
é a Vila, chão da poesia, celeiro de bamba
Vila, chão da poesia, celeiro de bamba

Festa no arraiá,
é pra lá de bom
ao som do fole, eu e você
a Vila vem plantar
Felicidade no amanhecer

Festa no arraiá,
é pra lá de bom
ao som do fole, eu e você
a Vila vem colher
felicidade no amanhecer

27. PEDE CAJÚ QUE DOU

Oi pede caju que dou,


Oi pé de caju que dá
Plantei na Mocidade,
Todo mundo quer provar
É Brasileiro,
É aqui do meu quintal
Ao Sabor da Cajuína
Vou curtir meu carnaval
Dessa delícia eu como até o caroço
Sai pra lá seu moço
Deixa eu devorar
Na contra-mão
Invadiu seu mundo
Acertou bem fundo
O seu paladar
Eu sou ciencia
E trago a consciencia
Dos tremembés e tupinambás
Doce e trevoso como o meu país
O meu destino é te fazer feliz
O meu destino é te fazer feliz
Sou Rei, no Piranji, no Piauí
Pintei, na tropicalia colori
Deixa eu viajar
Foi num pé de cajueiro
Que uma estrela vi brilhar
Vem, amor vem cá
Sou seu cajú
Vem me provar
Vem, vem festejar
Cai na folia
E deixa o samba te levar
Minha bateria
Tras a inversao
Cajualizando o coração

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