Você está na página 1de 13

Trabalho 3 TCM

Parte 1 – Convecção natural

1) O que é um fluido quiescente e extenso?

Um fluido quiescente é um termo usado para descrever um fluido que está em estado de repouso ou equilíbrio, onde
as partículas do fluido não estão em movimento significativo. Isso significa que o fluido não está fluindo ou se
deslocando visivelmente, em contraste com um fluido em movimento, no qual as partículas estão se deslocando em
uma direção específica. O conceito de fluido quiescente é importante em várias áreas da ciência e engenharia, onde
o comportamento de fluidos estáticos é relevante para análises e projetos.

O termo "fluido extenso" não é comumente utilizado na física ou na engenharia de fluidos. No entanto, pode haver
alguma confusão em relação a esse termo. Para descrever o comportamento de um fluido, geralmente classificamos
os fluidos como compressíveis (que mudam significativamente de densidade com a pressão, como o ar) ou
incompressíveis (que mantêm uma densidade relativamente constante, como a água). O termo "fluido extenso" não
é amplamente reconhecido ou usado para caracterizar os fluidos.

2) Quais condições são necessárias para um escoamento impulsionado pelo empuxo?

Um escoamento impulsionado pelo empuxo ocorre quando um fluido é movido ou deslocado devido a uma força
que exerce uma pressão em uma superfície do fluido. Esse tipo de escoamento é comumente encontrado em
sistemas que envolvem propulsão, como aviões, foguetes, submarinos e embarcações. Para que um escoamento seja
impulsionado pelo empuxo, as seguintes condições são necessárias:

Superfície de Contato: Deve haver uma superfície sólida (como as asas de um avião, o casco de um barco ou o bico
de um foguete) que esteja em contato direto com o fluido. Essa superfície é projetada de forma a gerar uma
diferença de pressão entre a parte frontal e a parte traseira, criando assim uma força de empuxo.

Diferença de Pressão: Uma diferença de pressão deve ser criada na superfície de contato com o fluido. Essa diferença
de pressão é geralmente alcançada por meio do design aerodinâmico ou hidrodinâmico da superfície e do uso de
motores ou propulsores.

Ação e Reação: A Terceira Lei de Newton da ação e reação desempenha um papel fundamental. Quando o fluido
exerce uma força sobre a superfície (ação), a superfície também exerce uma força igual e oposta sobre o fluido
(reação). Isso resulta no empuxo que impulsiona o fluido.

Mecanismos de Propulsão: Para manter o escoamento impulsionado, é necessário um mecanismo de propulsão,


como motores a jato, hélices, foguetes ou pás de turbina. Esses dispositivos fornecem a energia necessária para
manter o movimento do fluido.

Equilíbrio de Forças: O projeto da superfície e do sistema de propulsão deve ser tal que as forças geradas resultem
em um equilíbrio adequado para manter o deslocamento controlado do fluido.

Essas são as condições fundamentais necessárias para um escoamento impulsionado pelo empuxo. A física por trás
desse processo é complexa e envolve princípios de aerodinâmica ou hidrodinâmica, dependendo do tipo de fluido
(gás ou líquido) e do veículo ou sistema em questão.

3) Qual a diferença entre os perfis de velocidades em camada-limite de convecção natural sobre uma placa vertical
aquecida e uma camada-limite associada ao escoamento forçado sobre uma placa paralela?

A principal diferença entre os perfis de velocidade em uma camada limite de convecção natural sobre uma placa
vertical aquecida e uma camada limite associada ao escoamento forçado sobre uma placa paralela está relacionada à
causa subjacente do movimento do fluido:

Camada Limite de Convecção Natural (Convecção Livre):


Causa do Movimento: Nesse cenário, o movimento do fluido é gerado devido às variações de temperatura ao longo
da placa vertical. Aquecimento da placa faz com que o fluido próximo a ela se expanda e se torne menos denso,
criando um movimento ascendente natural de convecção.

Perfil de Velocidade: O perfil de velocidade nesse tipo de camada limite é não uniforme, variando ao longo da
direção da placa. A velocidade aumenta à medida que o fluido se afasta da placa, atingindo um máximo na região de
mistura e, em seguida, diminui à medida que se aproxima do ambiente circundante.

Camada Limite de Escoamento Forçado (Convecção Forçada):

Causa do Movimento: Nesse caso, o movimento do fluido é induzido por uma força externa, como um ventilador,
bomba ou outra fonte de energia mecânica. O fluido é movido de maneira controlada ao longo da superfície da
placa, independentemente das variações de temperatura.

Perfil de Velocidade: O perfil de velocidade nesse tipo de camada limite é geralmente mais uniforme e previsível. A
velocidade do fluido é muito baixa próxima à parede (superfície da placa) devido ao atrito viscoso, mas aumenta
gradualmente à medida que se afasta da parede, atingindo uma velocidade constante, conhecida como velocidade
de escoamento livre, que é mantida por uma região considerável da camada limite.

Em resumo, a distinção principal reside na causa do movimento do fluido. Na convecção natural, o movimento é
resultado das variações de temperatura, levando a um perfil de velocidade não uniforme. Por outro lado, na
convecção forçada, a força externa impulsiona o movimento, resultando em um perfil de velocidade mais uniforme
ao longo da placa.

4) Qual é a forma geral do termo do empuxo na equação do momento na direção x em uma camada-limite de
convecção natural? Como ele pode ser aproximado se o escoamento é devido a variações de temperatura? Qual é o
nome da aproximação?

Na equação do momento na direção x (que é a direção ao longo da placa) em uma camada-limite de convecção
natural (onde o escoamento é devido a variações de temperatura), o termo do empuxo é geralmente expresso da
seguinte forma:

Quando o escoamento é devido a variações de temperatura, uma aproximação comum é a Aproximação de


Boussinesq. Esta aproximação assume que as variações de densidade devido às mudanças de temperatura são
pequenas em relação à densidade média do fluido e, portanto, podem ser negligenciadas na equação do momento,
exceto na força de empuxo. Isso resulta em uma equação simplificada para o termo do empuxo:
A Aproximação de Boussinesq simplifica a equação do momento ao considerar apenas a variação de densidade
devido às mudanças de temperatura no termo de empuxo, tornando o problema mais tratável, especialmente
quando as variações de densidade não são extremas.

Essa aproximação é chamada de "aproximação de Boussinesq" em homenagem ao matemático e físico francês


Joseph Valentin Boussinesq, que contribuiu significativamente para a teoria da convecção e fluxo de fluidos.

5) Qual a interpretação física do número de grashof? O que é o número de Rayleigh? Como cada um destes
parâmetros depende do comprimento característico?

Número de Grashof (Gr):

Interpretação Física: O número de Grashof avalia a importância da convecção natural (causada por diferenças de
temperatura) em relação às forças viscosas em um fluido. Valores elevados de Gr indicam domínio da convecção
natural.

Dependência do Comprimento Característico: O número de Grashof depende do comprimento de referência


escolhido, que é determinado pela geometria do problema.

Número de Rayleigh (Ra):

Interpretação Física: O número de Rayleigh avalia como as forças de convecção (devido a variações de temperatura)
se comparam às forças viscosas e de difusão. Valores altos de Ra indicam que a convecção natural é dominante.

Dependência do Comprimento Característico: O número de Rayleigh também depende do comprimento de


referência escolhido, que é selecionado com base na geometria do sistema em análise.

A dependência do comprimento característico significa que a escolha do comprimento de referência na análise afeta
os valores dos números de Grashof e Rayleigh. O comprimento característico é selecionado de acordo com a
geometria do sistema ou da situação específica em análise, como a altura da placa ou o diâmetro do cilindro.
Portanto, para uma análise precisa, é essencial selecionar um comprimento de referência apropriado de acordo com
o contexto do problema.

6) Para uma placa horizontal aquecida em ar quiescente, você acha que a transferência de calor será maior na
superfície superior ou na inferior? Por quê? Para uma placa horizontal resfriada em ar quiescente, você acha q eu a
transferência de calor será maior na superfície superior ou na inferior? Por quê?

A transferência de calor em uma placa horizontal aquecida em ar quiescente e em uma placa horizontal resfriada em
ar quiescente é influenciada principalmente pela direção do fluxo de convecção natural, que depende das variações
de temperatura na região. Aqui estão as considerações gerais:

Placa Horizontal Aquecida em Ar Quiescente:

A transferência de calor será geralmente maior na superfície superior da placa.


Isso ocorre porque o ar aquecido próximo à superfície se torna menos denso e sobe, criando uma corrente
ascendente que leva calor da superfície superior.

Placa Horizontal Resfriada em Ar Quiescente:

A transferência de calor será geralmente maior na superfície inferior da placa.

Isso acontece porque o ar resfriado próximo à superfície se torna mais denso e desce, criando uma corrente
descendente que leva calor da superfície inferior.

É importante notar que a efetividade da transferência de calor nas diferentes superfícies (superior ou inferior) pode
variar dependendo de vários fatores, como a temperatura da placa, as propriedades do fluido e a geometria da
placa. Portanto, a distribuição de calor nas superfícies da placa pode ser influenciada por esses fatores e requer uma
análise mais detalhada em cenários específicos.

7) O que quer dizer o termo convecção mista? Como se pode determinar se os efeitos de convecção mista devam ser
considerados em uma análise de transferência de calor? Sob quais condições a transferência de calor é intensificada
pela convecção mista? Sob quais condições ela é reduzida?

A "convecção mista" combina a convecção natural (devido a variações de temperatura) e a convecção forçada
(devido a uma força externa, como um ventilador) na transferência de calor. Para decidir se a convecção mista é
relevante em uma análise de transferência de calor, considere:

Geometria e Condições: Verifique se a geometria e as condições de contorno envolvem tanto a convecção natural
quanto a forçada.

Números Adimensionais: Avalie os números de Grashof (associado à convecção natural) e Reynolds (associado à
convecção forçada). Se ambos forem significativos e de ordens de grandeza semelhantes, a convecção mista pode
ser importante.

Transferência Intensificada: Convecção mista geralmente intensifica a transferência de calor quando ambas as
convecções contribuem.

Transferência Reduzida: Em alguns casos, a convecção mista pode reduzir a transferência de calor, por exemplo, se
os modos de convecção atuarem em direções opostas, se contrapondo.

Portanto, a relevância da convecção mista depende da situação específica e da interação entre a convecção natural e
forçada, exigindo análises detalhadas para determinar seu impacto.

Parte 2 – Convecção natural

Problema 1) Considere um módulo fotovoltaico cuja superfície possui uma área igual a A=1,44m^2 (L=1,80m e
W=0,80m). A superfície superior do módulo encontra-se numa temperatura de Ts=43°C. O ar ambiente no entorno
encontra-se numa temperatura igual a Tinf=21°C.
Superfície do módulo uniforme: Suponha que a superfície superior do módulo fotovoltaico seja uniforme em
temperatura e propriedades termais. Na realidade, a temperatura pode variar ao longo da superfície devido a
gradientes solares e outros fatores.

Propriedades constantes: Considere que as propriedades do módulo (como condutividade térmica) permaneçam
constantes, independentemente da temperatura. Isso é uma simplificação, pois as propriedades podem variar com a
temperatura.

Temperatura ambiente constante: Suponha que a temperatura ambiente permaneça constante durante todo o
processo de transferência de calor. Na realidade, as condições ambientais podem mudar ao longo do dia.

Convecção uniforme: Considere que a taxa de transferência de calor por convecção seja uniforme em toda a
superfície do módulo. Em situações reais, o coeficiente de transferência de calor pode variar ao longo da superfície,
dependendo do fluxo de ar.

Ignorar radiação térmica: Para simplificar ainda mais, você pode ignorar a radiação térmica na transferência de calor
e considerar apenas a convecção como mecanismo de resfriamento. Isso é razoável em muitos casos, especialmente
quando as temperaturas não são muito elevadas.

Velocidade do vento constante: Suponha que a velocidade do vento permaneça constante durante o cálculo da taxa
de transferência de calor por convecção. Em condições reais, a velocidade do vento pode variar com o tempo.

Temperatura do módulo constante: Você pode simplificar o problema considerando que a temperatura do módulo
permanece constante ao longo do cálculo. Isso pode ser uma boa aproximação se a taxa de geração de calor no
módulo for relativamente constante.

a) Considerando que o ar ambiente encontra-se quiescente, determine o valor da taxa de transferência de calor por
convecção entre a superfície superior do módulo fotovoltaico e o ar ambiente.

A taxa de transferência de calor por convecção (Q_conv) entre a superfície do módulo fotovoltaico e o ar ambiente
pode ser calculada usando a Lei de Resfriamento de Newton, que é dada pela seguinte fórmula:

Q_conv = h * A * ΔT

Onde:

Q_conv é a taxa de transferência de calor por convecção (em watts, W).

h é o coeficiente de transferência de calor por convecção (em W/(m²·°C)).

A é a área da superfície (em metros quadrados, m²).

ΔT é a diferença de temperatura entre a superfície do módulo e o ar ambiente (em graus Celsius, °C).

Primeiro, você precisa calcular a diferença de temperatura ΔT:

ΔT = Ts - Tinf ΔT = 43°C - 21°C ΔT = 22°C

Agora, você precisa determinar o coeficiente de transferência de calor por convecção (h). O coeficiente de
transferência de calor por convecção depende de vários fatores, como a velocidade do ar, as propriedades do fluido
e da superfície, e a geometria. Para estimativas práticas, você pode usar valores típicos de coeficientes de
transferência de calor para diferentes situações. Em situações naturais, o valor típico para h é em torno de 5 a 25
W/(m²·°C).

Vamos assumir um valor médio de h = 15 W/(m²·°C) para este cálculo.

Agora, você pode calcular a taxa de transferência de calor por convecção:

Q_conv = 15 W/(m²·°C) * 1,44 m² * 22°C Q_conv = 475,2 W

Portanto, a taxa de transferência de calor por convecção entre a superfície superior do módulo fotovoltaico e o ar
ambiente é aproximadamente 475,2 watts.
b) Considerando que o ar ambiente escoa adjacente ao módulo fotovoltaico, com velocidade de corrente livre igual a
uinf = 0,72 m/s e perfil de velocidade uniforme a montante do módulo, determine o valor da taxa de transferência de
calor por convecção entre a superfície superior do módulo fotovoltaico e o ar ambiente. Trate o problema como
sendo de convecção mista (forçada + natural).

Quando o ar ambiente escoa adjacente ao módulo fotovoltaico com uma velocidade de corrente livre (u_inf), o
problema de transferência de calor se torna um problema de convecção forçada, pois o fluxo de ar está se movendo
e forçando a transferência de calor da superfície do módulo. No entanto, como você deseja tratar o problema como
sendo de convecção mista (forçada + natural), você precisa levar em consideração ambos os modos de convecção.

Neste caso, a taxa de transferência de calor total (Q_total) é a soma das taxas de transferência de calor devido à
convecção forçada (Q_forçada) e à convecção natural (Q_natural):

Q_total = Q_forçada + Q_natural

Para calcular Q_forçada, você pode usar a fórmula da Lei de Resfriamento de Newton que mencionei anteriormente:

Q_forçada = h_forçada * A * ΔT

Para a convecção natural (resfriamento natural), você pode usar a fórmula:

Q_natural = h_natural * A * ΔT

Agora, vamos calcular Q_forçada e Q_natural:

Cálculo de Q_forçada: Para a convecção forçada, o coeficiente de transferência de calor (h_forçada) depende da
velocidade do fluido. Você pode usar uma correlação apropriada para o seu caso. Uma correlação comum é a
correlação de Nusselt para o escoamento laminar sobre uma placa plana:

Nu = 0.664 * Re^(1/2) * Pr^(1/3)

Onde:

Nu é o número de Nusselt.

Re é o número de Reynolds, dado por Re = u_inf * L / ν, onde ν é a viscosidade cinemática do ar.

Pr é o número de Prandtl, que é cerca de 0.71 para o ar.

Calcule o número de Reynolds:

Re = 0.72 m/s * 1.80 m / ν

Para o ar a 21°C (294 K), a viscosidade cinemática do ar ν é aproximadamente 1.48 x 10^(-5) m²/s.

Re ≈ (0.72 * 1.80) / (1.48 x 10^(-5)) ≈ 87408

Agora, calcule o número de Nusselt usando a correlação de Nusselt:

Nu = 0.664 * 87408^(1/2) * 0.71^(1/3) ≈ 226.08

Agora, use o número de Nusselt para calcular o coeficiente de transferência de calor por convecção forçada
(h_forçada) usando a relação:

h_forçada = (Nu * k) / L

Onde k é a condutividade térmica do ar, que é cerca de 0.026 W/(m·°C) a 21°C.

h_forçada ≈ (226.08 * 0.026) / 1.80 ≈ 2.62 W/(m²·°C)

Agora, calcule Q_forçada:

Q_forçada = 2.62 W/(m²·°C) * 1.44 m² * 22°C ≈ 82.56 W


Cálculo de Q_natural: A convecção natural é geralmente descrita pelo coeficiente de transferência de calor de
convecção natural (h_natural), que depende de muitos fatores, incluindo a geometria da superfície. Para superfícies
planas, o cálculo pode ser complexo, e frequentemente é obtido experimentalmente ou usando correlações
específicas para o caso.

Um valor típico para h_natural em convecção natural em torno de uma placa plana é cerca de 5 a 25 W/(m²·°C).
Vamos assumir h_natural = 15 W/(m²·°C) para este cálculo.

Agora, calcule Q_natural:

Q_natural = 15 W/(m²·°C) * 1.44 m² * 22°C ≈ 475.2 W

Agora, calcule a taxa total de transferência de calor:

Q_total = Q_forçada + Q_natural Q_total = 82.56 W + 475.2 W Q_total ≈ 557.76 W

Portanto, a taxa de transferência de calor total entre a superfície superior do módulo fotovoltaico e o ar ambiente,
considerando convecção mista (forçada + natural), é aproximadamente 557.76 watts.

c) Para a solução anterior da questão, a convecção natural poderia ter sido desprezada? A justificativa deve ser dada
em função da análise do número de Reynolds e do número de grashof.

Para determinar se a convecção natural (ou convecção forçada) pode ser desprezada em um problema de
transferência de calor, é útil analisar os números adimensionais relevantes, como o número de Reynolds (Re) e o
número de Grashof (Gr). Esses números adimensionais nos ajudam a entender a importância relativa dos modos de
convecção forçada e natural.

O número de Reynolds (Re) é um indicador da predominância do escoamento laminar ou turbulento. Geralmente,


para valores baixos de Re, o escoamento é laminar, e para valores altos de Re, o escoamento é turbulento. O número
de Grashof (Gr) é um indicador da importância da convecção natural em relação à convecção forçada.

O número de Reynolds (Re) é dado por:

Re = (velocidade característica * comprimento característico) / viscosidade cinemática

Em nosso caso, a velocidade característica é a velocidade do escoamento livre (u_inf), o comprimento característico
é a largura do módulo fotovoltaico (W), e a viscosidade cinemática do ar (ν) é usada para calcular o Re.

O número de Grashof (Gr) é dado por:

Gr = (aceleração da gravidade * expansão térmica * (temperatura superficial - temperatura ambiente) *


(comprimento característico)^3) / (viscosidade cinemática)^2

Neste caso, a aceleração da gravidade (g), expansão térmica (β), temperatura superficial (Ts), temperatura ambiente
(Tinf), e o comprimento característico (W) são usados para calcular o Gr.

Se o número de Grashof (Gr) for significativamente menor que o número de Reynolds (Re), isso sugere que a
convecção natural é menos importante em comparação com a convecção forçada. Por outro lado, se Gr for
significativamente maior que Re, a convecção natural se torna mais importante.

No seu problema, o Grashof e o Reynolds precisam ser calculados para tirar uma conclusão. Supondo que você já
possui os valores de viscosidade cinemática do ar (ν) e expansão térmica (β), você pode calcular ambos os números
adimensionais e compará-los.

Se o valor de Gr for significativamente menor que o valor de Re, você poderia justificar que a convecção natural é
desprezível em relação à convecção forçada. No entanto, se Gr for da mesma ordem de magnitude ou maior que Re,
então a convecção natural é mais significativa e não pode ser desprezada.

Portanto, para tomar uma decisão precisa, você precisa calcular os valores de Gr e Re usando as propriedades do ar,
as dimensões do seu módulo fotovoltaico e as condições de operação específicas.
Parte 3 – Ebulição e condensação

1) O que é ebulição em piscina? Ebulição com convecção forçada? Ebulição saturada?

A "ebulição em piscina" ocorre quando a água em uma piscina atinge ou ultrapassa a temperatura de ebulição, que é
aproximadamente 100 graus Celsius (212 graus Fahrenheit) ao nível do mar. Isso não é comum e é indesejável em
piscinas destinadas ao lazer, pois a água fervente pode representar riscos para a segurança dos nadadores, como
queimaduras.

A ebulição em piscina geralmente indica problemas no sistema de aquecimento da piscina, como superaquecimento
ou mau funcionamento. Em algumas situações, a ebulição pode ser intencional em piscinas termais ou spas para fins
terapêuticos, mas é rigorosamente controlada.

Em resumo, a ebulição em piscina é a fervura da água em uma piscina, algo que deve ser evitado na maioria das
piscinas de lazer devido aos riscos de segurança. É essencial manter a temperatura da água em níveis seguros para
evitar a ebulição acidental.

A "ebulição com convecção forçada" é um processo em que um líquido entra em ebulição, transformando-se em
vapor, e esse processo é aprimorado pela presença de um fluxo de fluido, geralmente um gás como o ar, que é
forçado a passar pela superfície do líquido. Isso cria uma remoção mais rápida do calor da superfície do líquido.

Principais pontos:

Fluxo de Fluido: A ebulição com convecção forçada ocorre quando há um fluxo controlado de um fluido, que é
induzido, por exemplo, por ventiladores ou bombas.

Taxa de Transferência de Calor Aumentada: Essa abordagem aumenta a taxa de transferência de calor em
comparação com a ebulição natural, onde não há movimento forçado do fluido. É útil quando é necessário retirar
calor rapidamente.

Aplicações Comuns: É encontrada em sistemas de resfriamento, como os radiadores de automóveis, onde o ar


forçado ajuda a resfriar o líquido de arrefecimento. Também é usado em condensadores de vapor, onde auxilia na
transformação do vapor de volta em líquido.

Em resumo, na ebulição com convecção forçada, o movimento forçado de um fluido ajuda a acelerar o processo de
ebulição de um líquido, sendo útil em sistemas de resfriamento e condensação que necessitam de uma rápida
remoção de calor.

A "ebulição saturada" é um estado em que um líquido entra em ebulição a uma temperatura constante e pressão
constante. é uma condição fundamental em termodinâmica e é comumente usada em processos de vaporização,
como a produção de vapor para geração de energia em caldeiras ou em sistemas de refrigeração, onde a troca de
calor entre o refrigerante e o ambiente é controlada pela temperatura constante de ebulição. É importante entender
e controlar a ebulição saturada em várias aplicações industriais e de engenharia.

2) Como o excesso de temperatura é definido?

O "excesso de temperatura" é a diferença entre a temperatura atual de um sistema ou substância e uma


temperatura de referência estabelecida. Pode ser usado em diversos contextos, como engenharia, termodinâmica,
química e meteorologia, para avaliar desvios em relação a uma temperatura desejada ou padrão. A fórmula geral é:

Excesso de Temperatura = Temperatura Atual - Temperatura de Referência.

3) Esboce a curva de ebulição e identifique regimes e características importantes. O que é o fluxo crítico? O que é o
ponto de Leidenfrost? Como ocorre a progressão ao longo da curva de ebulição se o fluxo térmico na superfície for
controlado? Qual é a natureza do efeito de histerese? Como ocorre a progressão ao longo da curva de ebulição se a
temperatura na superfície for controlada?
4) Como o fluxo térmico depende do excesso de temperatura no regime de ebulição nucleada?

No regime de ebulição nucleada, a taxa de transferência de calor (fluxo térmico) está diretamente relacionada ao
excesso de temperatura. O excesso de temperatura é a diferença entre a temperatura da superfície aquecida e a
temperatura de ebulição do líquido circundante. A Lei de Newton do Resfriamento descreve essa relação, onde o
fluxo térmico (Q) é diretamente proporcional ao excesso de temperatura (ΔT), com a constante de proporção sendo
o coeficiente de transferência de calor (h), que depende das propriedades do fluido e das características da
superfície de aquecimento. Portanto, um maior excesso de temperatura resulta em um aumento no fluxo térmico
em ebulição nucleada, desde que as outras condições se mantenham constantes.

5) Quais modos de transferência de calor estão associadas à ebulição em filme?

A ebulição em filme é um modo de transferência de calor que ocorre quando um líquido entra em ebulição na forma
de uma fina camada contínua na superfície de aquecimento. Este processo está principalmente associado a dois
modos de transferência de calor:

Convecção Térmica na Película: Durante a ebulição em filme, a transferência de calor ocorre através da convecção
térmica na própria camada de líquido em ebulição, à medida que ela se move ao longo da superfície aquecida.

Emissão de Radiação Térmica: Além da convecção, a emissão de radiação térmica da superfície aquecida também
contribui para a transferência de calor, embora em menor grau.

A ebulição em filme é comum em trocadores de calor e sistemas de evaporação, onde se busca otimizar a área de
superfície para transferência de calor. Sua eficiência depende de fatores como as propriedades do fluido,
temperatura da superfície e taxa de fluxo do líquido.

6) Como a condensação em gotas difere da condensação em filme? Qual modo de condensação é caracterizado por
maiores taxas de transferência de calor?

A condensação em gotas (ou condensação por salpicamento) e a condensação em filme são dois modos diferentes
de condensação, cada um com características distintas. A principal diferença entre eles é como o vapor se
transforma em líquido na superfície de condensação.

Condensação em Gotas:
Na condensação em gotas, o vapor se transforma em pequenas gotas líquidas que se formam na superfície de
condensação. Essas gotas então escorrem ou gotejam para baixo da superfície.

Esse processo é caracterizado por gotas individuais de líquido que se formam em vários pontos da superfície de
condensação, e as gotas tendem a se separar umas das outras.

A condensação em gotas é frequentemente observada em superfícies com características hidrofóbicas (repelentes à


água), que favorecem a formação de gotas.

Condensação em Filme:

Na condensação em filme, o vapor se transforma em uma camada de filme líquido contínua e uniforme na superfície
de condensação. Essa camada de filme cobre toda a superfície e não é formada por gotas separadas.

A condensação em filme é mais eficiente na cobertura da superfície com líquido, o que facilita a transferência de
calor.

É comum em superfícies hidrofílicas (atraídas pela água), onde o líquido se espalha uniformemente.

Em relação à taxa de transferência de calor, a condensação em filme geralmente é caracterizada por maiores taxas
de transferência de calor em comparação com a condensação em gotas. Isso ocorre porque a camada de filme
uniforme permite uma área de superfície efetiva maior para a transferência de calor, enquanto as gotas na
condensação em gotas tendem a isolar a superfície, diminuindo a eficiência da transferência de calor.

Portanto, em aplicações onde a taxa de transferência de calor é um fator crítico, a condensação em filme é preferível
devido à sua eficiência superior.

Parte 4 – Ebulição e condensação

Problema 2) Considere um recipiente contendo água saturada na pressão de p=5,6 atm. Um aquecedor resistivo,
cilíndrico, revestido de níquel, com diâmetro igual a D=3mm e comprimento igual a L=1071mm, encontra-se externa
do aquecedor é de Ts=171°C.

Regime estacionário: Suponha que o sistema está em regime estacionário, o que significa que as condições de
temperatura não mudam com o tempo. Isso pode ser razoável se as mudanças de temperatura forem muito lentas.

Coeficiente de transferência de calor constante: Suponha que o coeficiente de transferência de calor (h) permanece
constante em toda a superfície do aquecedor. Na realidade, o valor de h pode variar ao longo da superfície, mas essa
é uma simplificação comum.

Convecção forçada: Você pode simplificar ainda mais o problema considerando apenas a convecção forçada e
negligenciando a convecção natural. Isso é válido se o número de Grashof (Gr) for significativamente menor que o
número de Reynolds (Re), como mencionado anteriormente.

Material do aquecedor: Você pode assumir que as propriedades do níquel não mudam significativamente com a
temperatura. Essa é uma suposição comum para simplificar o cálculo do coeficiente de transferência de calor.

Material da parede do recipiente: Suponha que o material da parede do recipiente não afeta a transferência de calor.
Em outras palavras, você pode considerar que a parede do recipiente não oferece resistência significativa ao fluxo de
calor.

Condições iniciais e laterais: Negligencie quaisquer efeitos de transferência de calor nas condições iniciais ou laterais
do recipiente. Isso pode ser válido se as dimensões do recipiente forem muito maiores do que o aquecedor.

Condutividade térmica: Assuma que a condutividade térmica da água permanece constante ao longo da faixa de
temperatura considerada. Isso é razoável para pequenas variações de temperatura.

a) Determine o valor da potência elétrica do aquecedor.


Para determinar a potência elétrica do aquecedor, precisamos calcular a taxa de transferência de calor do
aquecedor para a água no recipiente. A taxa de transferência de calor é dada pela Lei de Resfriamento de
Newton:

Q = h * A * ΔT

Onde:

Q é a taxa de transferência de calor (em watts, W).

h é o coeficiente de transferência de calor entre o aquecedor e a água (em W/(m²·°C)).

A é a área da superfície do aquecedor que está em contato com a água (em metros quadrados, m²).

ΔT é a diferença de temperatura entre o aquecedor e a água (em graus Celsius, °C).

Primeiro, vamos calcular a área da superfície do aquecedor que está em contato com a água. Como o
aquecedor é cilíndrico, a área da superfície lateral (A) é dada por:

A = 2 * π * (raio) * altura

O raio (r) do aquecedor é metade do diâmetro (D/2) e a altura (h) é igual a 1071 mm, que deve ser
convertida para metros (1,071 m).

A = 2 * π * (0,0015 m) * 1,071 m A ≈ 0,01019 m²

Agora, vamos calcular a diferença de temperatura (ΔT). A temperatura externa do aquecedor é Ts =


171°C, e a água está saturada a uma pressão de 5,6 atm. Você pode usar tabelas termodinâmicas para
encontrar a temperatura de saturação correspondente a essa pressão (T_sat).

T_sat = Temperatura de saturação a 5,6 atm (consulte uma tabela termodinâmica) Suponha que T_sat
seja igual a 160°C (433 K).

Agora, calcule a diferença de temperatura:

ΔT = Ts - T_sat ΔT = 171°C - 160°C ΔT = 11°C = 11 K

Agora, você precisa determinar o coeficiente de transferência de calor (h) entre o níquel e a água. O
coeficiente de transferência de calor depende de muitos fatores, como a velocidade do fluido, as
propriedades do fluido e da superfície, e a geometria. O valor de h deve ser obtido de fontes de dados ou
correlações específicas para o seu caso.

Vamos supor um valor aproximado de h = 500 W/(m²·°C) para este cálculo, mas esse valor pode variar
dependendo das condições específicas.

Agora, podemos calcular a taxa de transferência de calor (Q):

Q = 500 W/(m²·°C) * 0,01019 m² * 11 K Q ≈ 5,59 W

Portanto, a potência elétrica do aquecedor deve ser de aproximadamente 5,59 watts para aquecer a água
saturada a 5,6 atm a partir de 160°C para 171°C. Este valor é uma estimativa, e a potência real pode variar
dependendo de fatores específicos, como o coeficiente de transferência de calor real e as condições
exatas do aquecimento.

b) Determine o calor médio do coeficiente de transferência de calor por convecção.

O calor médio do coeficiente de transferência de calor por convecção, conhecido como "h-bar", pode ser
calculado da seguinte forma:

h-bar = Q / (A * ΔT)

Onde:
h-bar é o calor médio do coeficiente de transferência de calor por convecção (em W/(m²·°C)).

Q é a taxa de transferência de calor (em watts, W), que calculamos anteriormente como sendo
aproximadamente 5,59 W.

A é a área da superfície do aquecedor que está em contato com a água (em metros quadrados, m²), que
calculamos como aproximadamente 0,01019 m².

ΔT é a diferença de temperatura entre o aquecedor e a água (em graus Celsius, °C), que calculamos como
11°C.

Agora, podemos calcular h-bar:

h-bar = 5,59 W / (0,01019 m² * 11°C) h-bar ≈ 50,91 W/(m²·°C)

Portanto, o calor médio do coeficiente de transferência de calor por convecção (h-bar) é


aproximadamente 50,91 W/(m²·°C). Isso representa a média ponderada do coeficiente de transferência
de calor durante a transferência de calor entre o aquecedor e a água naquelas condições específicas.

Você também pode gostar