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Estudos de Stack Break em Pilhas de Estéril e Rejeito

PRO-040738, Rev.: 00-13/12/2022


Diretoria Emitente: Diretoria de Geociências Planejamento Longo Prazo e Uso Futuro
Responsável Técnico: Thiago Luiz Coelho Morandini, Matrícula: 81014267, Área: Gerência de Projetos Geotécnicos
Público-alvo: Engenheiros e Gestores de Projetos Geotécnicos
Necessidade de Treinamento: ( X )SIM ( )NÃO Tarefa Prioritária: ( )SIM ( X )NÃO

Resultados Esperados:

a
✓ Padronizar as análises de ruptura hipotética de taludes de pilhas de estéril, rejeito e estéril-rejeito;

✓ Estabelecer os tipos de análises para cada uma das fases do projeto (viabilidade, conceitual e

lad
básico);

✓ Definir a forma de apresentação dos resultados do estudo de ruptura hipotética contendo zonas de
risco e mapeamento de estruturas impactadas.

tro
on
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................2
2. OBJETIVOS............................................................................................................................................................2
oc

3. PÚBLICO-ALVO .....................................................................................................................................................2
4. APLICAÇÕES E RESTRIÇÕES ..................................................................................................................................3
5. GLOSSÁRIO ...........................................................................................................................................................3

6. METODOLOGIA DE ANÁLISE STACK BREAK ..........................................................................................................5


6.1. DISPOSIÇÕES GERAIS........................................................................................................................................5
6.2. MÉTODO PARAMÉTRICO (FEL1) .......................................................................................................................6
6.3. MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE ALCANCE POR EQUAÇÕES EMPÍRICAS (FEL 2).................................................6
ia

6.4. MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE ALCANCE POR SIMULAÇÕES NUMÉRICAS (FEL 3) ...........................................8


6.5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS .........................................................................9
p

6.5.1. Classificação das Estruturas Impactadas............................................................................................................9


6.5.2. Classificação de Dano Potencial .......................................................................................................................10


6.5.3. Plano de Mitigação/Eliminação do Risco .........................................................................................................11
7. FLUXOGRAMA DE CONSULTAS E TOMADA DE DECISÕES ..................................................................................13
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................................................14

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1. INTRODUÇÃO

O estudo de ruptura hipotética visa levantar os potenciais impactos ocasionados pela ruptura de uma
estrutura geotécnica. Envolve o conhecimento da estrutura geotécnica em estudo, da aplicabilidade do
método a ser empregado, da área à jusante, do levantamento de estruturas ou população impactada,
da mensuração do risco e do auxílio na tomada de decisões.

a
Este Procedimento Operacional (PRO) descreve os requisitos da Vale para a elaboração de análise de
ruptura hipotética de taludes de pilhas de estéril, rejeito e estéril-rejeito. Especificamente, este

lad
Procedimento Operacional descreve os métodos sugeridos para a análise de ruptura hipotética de pilhas
(Stack Break), a forma de apresentação dos resultados, assim como a forma de levantamento dos riscos
associados.

tro
Ressalta-se que o presente documento apresenta o estado da arte, as ferramentas e os métodos de
engenharia disponíveis na atualidade, devendo ser revisado à medida dos avanços científicos e
tecnológicos. Da mesma forma, ressalta-se que este documento tem caráter orientativo, e sendo de
responsabilidade do responsável técnico do projeto a escolha das ferramentas, dos métodos, e das
on
possíveis adaptações específicas do projeto analisado.
oc

2. OBJETIVOS

O principal objetivo deste PRO é estabelecer diretrizes orientativas para elaboração e apresentação
dos resultados da análise de ruptura hipotética de taludes de pilhas de estéril, rejeito e estéril-rejeito
(Stack Break). Como objetivos específicos têm-se:

• Definir uma metodologia de análise padrão para análise de ruptura hipotética de taludes de
pilhas de estéril, rejeito e estéril-rejeito;

• Definir o nível de detalhamento do estudo de ruptura hipotética para cada uma das fases dos
ia

projetos (viabilidade, conceitual e básico);


p

• Estabelecer a forma de apresentação dos resultados do estudo de ruptura hipotética contendo


zonas de risco e mapeamento de estruturas impactadas;

• Sugerir de forma orientativa alternativas de mitigação ou eliminação do risco para tomadas de


decisões pelo dono do risco ou dono do ativo.

3. PÚBLICO-ALVO

Este procedimento operacional tem abrangência da gerência de Projetos Geotécnicos, sendo destinado
exclusivamente aos profissionais que coordenam/fiscalizam projetos de pilhas de estéril, pilhas de
rejeito e pilhas de estéril/rejeito. O conteúdo deste procedimento poderá ser disponibilizado em forma
de diretrizes mínimas a serem atendidas para empresas responsáveis técnicas pela emissão dos
projetos de pilhas.

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A aplicação de procedimento operacional por profissionais de geotecnia distintas da gerência de
Projetos Geotécnicos será de responsabilidade da gerência do projeto em análise, cabendo a essa
gerência a avaliação de sua aplicabilidade ao projeto, assim como a definição do tratamento e
direcionamento do resultado obtido.

Ressalta-se que este procedimento estabelece diretrizes mínimas para elaboração e apresentação de
resultados de estudos de ruptura hipotética de pilhas, não eliminando a necessidade da avaliação

a
criteriosa de sua aplicabilidade por profissionais responsáveis técnicos pelos projetos específicos, que
devem estabelecer requisitos adicionais sempre que necessário para assegurar a integridade e

lad
segurança das pessoas, propriedades e meio ambiente.

4. APLICAÇÕES E RESTRIÇÕES

tro
Esse procedimento operacional é aplicável a estruturas geotécnicas caracterizadas como pilhas de
estéril, pilhas de rejeito e pilhas de estéril/rejeito.
on
Esse procedimento não se aplica aos seguintes projetos/estudos:

• Pilhas de estoques temporários ou pilhas pulmão que não atendem aos requisitos de aprovação
estabelecidos pela gerência de Projetos Geotécnicos;
oc

• Estudos de ruptura hipotética de barragens de rejeito, barragens de armazenamento de água ou


qualquer estrutura caracterizada como ruptura liquefeita como mecanismo de modo de falha;

• Taludes de cava de mineração;


• Taludes de escavações ou taludes de aterros de infraestrutura;

• Taludes de encostas naturais em áreas de mineração;


ia

• Taludes de ferrovias e rodovias.


p

A aplicação deste procedimento, em sua totalidade ou parcialmente, assim como os métodos


estabelecidos nele citados anteriormente como itens não aplicáveis serão de responsabilidade do da

gerência do projeto em questão.

5. GLOSSÁRIO

Ocorrência que resulta em dano de elevada magnitude


Acidente geralmente associada à saúde ou integridade física de
pessoas e/ou meio ambiente.

Prejuízo causado a pessoas, bens materiais, meio ambiente


Dano
ou patrimônio originada de um evento.

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Diretor Operacional da Vale que é o dono legal da estrutura


Dono do Ativo ou ativo e que responde pela gestão e governança das
normativas da empresa.

Gerente Executivo de geotecnia operacional responsável


Dono do Risco pela gestão da segurança das estruturas geotécnicas da
empresa.

a
Quaisquer estruturas (industriais, prediais, rodoviárias,

lad
geotécnicas, ambientais etc.) situadas dentro das zonas de
Estruturas Impactadas
risco que podem ser afetadas no caso de uma ruptura ou
movimento de massa.

tro
Profissional técnico qualificado da Vale o qual é conferido a
gestão do desempenho das estruturas geotécnicas a ele
atribuídas durante as fases de construção, operação e
Engenheiro Responsável descomissionamento. O Engenheiro Responsável é o
on
responsável por manter comunicações regulares com o
Dono do Risco e o por consequência com o Dono do Ativo,
levando a eles os assuntos que necessitam decisões.
oc

Qualquer ocorrência de natureza indesejável relacionada


Evento Indesejado direta ou indiretamente ao risco e que pode ser
caracterizado como incidente ou acidente.

Ocorrência que resulta em dano de baixa magnitude


Incidente geralmente associada onde não ocorre danos à saúde ou
integridade física de pessoas e/ou meio ambiente.

Estruturas geotécnicas destinadas ao armazenamento de


Pilhas
ia

estéril, rejeito ou ambos.

Um risco é caracterizado por um evento desconhecido ou


p

incerto que pode ocasionar um evento indesejado.


Geralmente, um risco é qualificado pela probabilidade da

Risco ocorrência e pela respectiva consequência que pode


causar. A análise de risco passa pelo levantamento de
causas, eventos e impactos e suas respectivas
probabilidades de ocorrência.

Estudo que permite determinar impactos de possível


ruptura de taludes de pilhas. Não indica possibilidade de
Stack Break (análise de ruptura
ocorrência e tampouco a probabilidade de ruptura, e sim
hipotética)
identifica áreas potencialmente impactadas no caso de
evento improvável de ruptura.

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Região geográfica com potencial de ser impactada em um


Zonas de Risco evento de ruptura devidamente demonstrada por meio de
análise de ruptura hipotética.

6. METODOLOGIA DE ANÁLISE STACK BREAK

a
6.1. DISPOSIÇÕES GERAIS

lad
Para as simulações, o projeto da pilha deverá ser setorizado, sendo considerado a respectiva altura e
análise de ruptura por equilíbrio limite para cada setor analisado. A Figura 1 mostra o exemplo de um
arranjo esquemático de setorização para os estudos na pilha.

tro
on
oc

Figura 1 – Exemplo de setorização da pilha


ia

Estruturas situadas em terreno natural em elevações superiores a elevação da metade da altura da


pilha poderão ser desconsideradas como interferências para efeitos de verificação de ruptura hipotética
p

no setor de avaliação. Entretanto, no caso de verificação de possível reação em cadeia que afete o
terreno natural de fundação dessa estrutura, a avaliação de impacto por ruptura hipotética deverá ser

considerada.

A estimativa de área impactada ou zona de risco, deverá ser realizada em todas as fases do projeto,
(FEL 1, FEL 2 e FEL 3), porém considerando métodos específicos com diferentes níveis de maturidade
relativos a cada fase, sendo:

• FEL 1 (análise de viabilidade): deverão ser levantadas estruturas potencialmente impactadas


considerando estimativa de alcance fundamentadas a partir de estudos anteriores que
consideram tipo de pilha e topografia à jusante semelhantes;

• FEL 2 (projeto conceitual): deverão ser adotados métodos de estimativa de alcance por
equações empíricas;

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• FEL 3 (projeto básico) deverão ser adotados métodos de estimativa de alcance por equações
empíricas, sendo que na identificação de estruturas potencialmente afetadas com riscos à vida
humanas transitórias ou permanentes, deverão ser adotados métodos de estimativa de alcance
por simulações numéricas para verificação e validação do método por equações empíricas.

6.2. MÉTODO PARAMÉTRICO (FEL1)

a
Os estudos de Stack Break realizados em projetos em FEL 1 deverão analisar parametricamente as

lad
possíveis áreas impactadas. Para essa análise, deverá ser tomado como referência projetos similares
em FEL 2 ou FEL 3 que já executaram estudos de Stack Break. O alcance calculado no projeto de
referência deverá ser tomado como um percentual da altura da pilha na seção analisada e replicado
para a pilha em estudo do FEL 1.

tro
Para a escolha dos projetos de referência deverão ser adotados os seguintes critérios:

• O tipo de estrutura (PDE, PDR ou PDER);


on
• Altura semelhante, preferencialmente entre 50% e 150% em relação a pilha que se deseja
replicar o alcance;
oc

• Terreno à jusante com inclinação semelhante, preferencialmente entre -10º e +10º em relação
a pilha que se deseja replicar o alcance.

6.3. MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE ALCANCE POR EQUAÇÕES EMPÍRICAS (FEL 2)

Para os métodos de estimativa de alcance por equações empíricas devem ser consideradas, dentre
outras alternativas que a responsável técnica julgar, as soluções de Corominas (1996) ou Hunter and
Fell (2003).
ia

No método de Corominas (1996) devem ser considerados critérios geométricos, onde o volume de
p

material a ser mobilizado (V) deve ser estimado a partir da cunha de ruptura obtida na análise de
estabilidade (cunha de ruptura global com o menor FS) e superfície em planta semicircular.

O Método de Corominas (1996) considera quatro formas de ruptura, a saber:

• Queda de blocos: no qual ao menos parte do trajeto da “massa rompida” ocorre em queda livre;

• Rupturas translacionais: na qual a massa rompida é deslocada principalmente sobre uma


superfície de ruptura, enquanto os materiais rompidos e transladados mantêm a ordem de sua
estratigrafia com pequena interrupção;

• Escorregamento de terra: no qual a superfície do material rompido é abaloada e os materiais


rompidos são compostos por materiais coesivos ou altamente fraturados. O mecanismo do
movimento envolve fluxo e/ou múltiplas rupturas;

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• Fluxo de detritos: no qual materiais fragmentados e/ou sem coesão flui através de um canal ou
em uma camada de pequena espessura, ou por um terreno à jusante com elevada inclinação.

Para os casos de análises de ruptura hipotética de pilhas devem ser consideradas as opções de rupturas
translacionais e escorregamento de terra sempre que não for possível caracterizar previamente a cunha
de ruptura. Neste caso, deve-se adotar de forma conservadora o resultado de maior magnitude. Além
disso, no caso de terrenos à jusante com grandes inclinações, deve ser considerada também a opção

a
de fluxo de detritos.

lad
A seguir são apresentadas as correlações propostas por Corominas (1996) em função do tipo de ruptura
analisada (equações 1 a 4):

• Queda de blocos: log(𝐻/𝐿) = ―0,109 𝑥log(𝑉) ―0,210 (1)

tro
• Rupturas translacionais: log(𝐻/𝐿) = ―0,068 𝑥log(𝑉) ―0,159 (2)

• Escorregamento de terra: log(𝐻/𝐿) = ―0,070 𝑥log(𝑉) ―0,214 (3)


on
• Fluxo de detritos: log(𝐻/𝐿) = ―0,105 𝑥log(𝑉) ―0,012 (4)

Onde (H) é a altura do talude na zona de seção, (L) o alcance da massa rompida a partir do pé do talude
e (V) o volume mobilizado na ruptura.
oc

Conforme abordado por Hunter and Fell (2003), observa-se que é notado uma diferença entre o alcance
calculado e o observado. Essa diferença se deve a diversos fatores, tais como tipo do material e nível
de saturação, inclinação, rugosidade e presença de vegetação do terreno à jusante, dentre outros.

Porém, apesar de uma grande dispersão de dados, é verificado uma faixa de variação entre 0,4 L e 1,2
L entre os alcances calculados e observados, conforme mostra a Figura 2.
p ia

Figura 2 – Alcance estimado versus alcance observado

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Neste contexto, seguindo a ideia de Hunter and Fell (2003) de correção do alcance calculado, para
cálculo em pilhas, propõe-se um fator de correção do alcance entre 0,4 e 1,2 em função do tipo de pilha
e do terreno à jusante. Para tal, propõe-se a correção do alcance pela equação 5, onde L’ é o alcance
corrigido e FC é o fator de correção obtida na matriz da Figura 3.

𝐿′ = 𝐿 𝑥 𝐹𝐶 (5)

a
lad
Inclinação do terreno à Jusante

< -30º -10º a -30º 10º a -10º 10º a 30º > 30º

PDR 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2

tro
Tipo de Estrutura

PDER
(<40%E)
0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

PDER
on
(40-60%E)
0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

PDER
(>60%E)
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
oc

PDE 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8

Figura 3 – Matriz de fator de correção de alcance


6.4. MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE ALCANCE POR SIMULAÇÕES NUMÉRICAS (FEL 3)

Para os métodos de estimativa de alcance por simulações numéricas devem ser consideradas, a critério
da responsável técnica pelo projeto, métodos de elementos finitos (MEF), métodos de elementos
discretos (MED) ou métodos de pontos materiais (MPM), assim como métodos derivados destes grupos,
ia

desde que o método proposto tenha devida comprovação de assertividade com dados observados.

Apesar de o método dos elementos finitos ser muito empregado na modelagem geotécnica, ele
p

apresenta limitações em problemas envolvendo grandes deformações devido às distorções na malha


(tipicamente com abordagem Lagrangeana). Esta deformação da malha pode gerar imprecisões

numéricas e não conversão para solução válida. Desta forma, no atual estado da arte, poderá ser
adotado quaisquer métodos numéricos desde que sua calibração tenha fundamentação teórica, assim
como a verificação dos resultados tenham comprovação de aderência por metodologia empírica
consagrada.

De forma geral, citam-se alguns métodos acoplados ou derivados do método de ponto material que
podem ser empregados para estimativa de alcance por simulações numéricas:

• Material Point Method - MPM

• Generalized material point method– GIMP

• Finite-Element Method (acoplado) - FEM

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• Finite-Difference Method (acoplado) - FDM

• Arbitrary Lagrangian Eulerian - ALE

• Coupled Eulerian - Lagrangian - CEL

• Smooth Particle Hydrodynamics - SPH

a
• Particle Finite-Element Method - PFEM

lad
• FEM with Lagrangian Integration Points - FEMLIP

• Element-Free Galerkin - EFG

tro
Em função do método empregado, existe uma grande variabilidade dos parâmetros de entrada nas
análises. Desta forma, deve-se verificar se o método numérico empregado considera o teor de umidade
ou graus de saturação do material, assim como a condição do terreno à jusante. Caso o método
numérico empregado não considere esses parâmetros, deverá ser empregado o fator de correção do
on
alcance (equação 5) e a respectiva tabela de referência.

Ressalta-se ainda que, devido ao atual estado da arte e às limitações observadas nas simulações
numéricas de rupturas hipotéticas, os resultados por meio de métodos numéricos devem sempre ser
oc

comparados aos resultados dos cálculos por equações empíricas. Nesse sentido, se houver uma grande
divergência entre os resultados pelos diferentes métodos, deve-se priorizar o resultado obtido por
equações empíricas, utilizando esses resultados para calibração dos métodos numéricos.

6.5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS

6.5.1. Classificação das Estruturas Impactadas


ia

Considera-se como estruturas impactadas aquelas cujos mapas de zonas de risco calculados pelas
simulações de ruptura hipotética se sobrepõem às áreas das estruturas. As estruturas impactadas
p

devem ser classificadas e tipificadas como infraestrutura (prediais; rodoviárias; ferroviárias; industriais;
etc.), geotécnicas (barragens; diques; sumps; etc.) ou ambientais (bacias de classe especial; áreas de

compensação; terras indígenas; cavidades; parques; etc.).

Além da classificação da estrutura supracitada, as estruturas mapeadas devem ser especificadas


quanto ao uso e a característica de ocupação. Quanto ao uso, sugere-se, dentre outras não listadas, as
seguintes tipologias:

• Residencial;
• Comercial;
• Serviço de hospedagem;
• Serviço de saúde;
• Serviço educacional;

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• Industrial;
• Local de reunião pública;
• Transporte e logística;
• Serviço de segurança pública;
• Geração de energia;

a
• Sítios arqueológicos e espeleológicos;

lad
• Patrimônio cultural, artístico ou histórico;
• Pontos de recreação ou ecoturismo.

Já quanto a característica de ocupação, a estrutura mapeada deve ser classificada segundo a

tro
frequência de vidas humanas, sendo:

• Permanente;
• Temporário;
on
• Eventual;
• Tráfego baixo;
oc

• Tráfego médio;
• Tráfego alto;
• Não aplicável.

Caso a estrutura impactada possua a classificação de presença de vidas humanas permanentes, deverá
ser elaborado levantamento específico para estimativa de número de pessoas e frequência de
permanência (ex.: passagem de 20 pessoas por dia; presença permanente de 60 pessoas). No caso de
identificação de estruturas impactadas se tratar de residências, deverá ser adotado o número de
ia

pessoas por núcleos familiares do IBGE.


p

6.5.2. Classificação de Dano Potencial


Entende-se como dano potencial a possibilidade de um evento de ruptura hipotética causar prejuízo a
vidas ou bens materiais à jusante. Assim, de forma a orientar tomadas de decisão, a Tabela 1 apresenta
os critérios para classificação de dano potencial associado.

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Tabela 1 – Critérios de classificação do dano potencial associado
Potencial de
Baixo Médio Alto Muito Alto
impacto
Não existem pessoas Existem locais de ocupação Existem edificações3 Existem edificações3
permanentes/ residentes temporárias, rodovia/ferrovia, ocupadas ocupadas
ou temporárias na área estradas e acessos de uso permanentemente/ permanentemente/
diretamente afetada pela local2, mas não existem residentes ou residentes ou
ruptura da pilha, exceto pessoas ocupando temporárias na área temporárias na área
Pessoas1 aquelas indispensáveis à permanentemente/residentes diretamente afetada diretamente afetada,
operação. na área diretamente afetada somente em zonas incluindo zonas

a
pela ruptura da pilha, além rurais. urbanas.
daquelas indispensáveis à

lad
operação.

Áreas diretamente Áreas diretamente afetadas Áreas diretamente Área diretamente


afetadas encontram-se não constitui área de afetadas constitui afetada inclui área de
ambientalmente interesse ambiental protegida área de proteção de proteção integral6; ou
degradadas; ou os em legislação específica, uso sustentável6; ou os corpos hídricos

tro
corpos hídricos exceto APPs; ou os corpos os corpos hídricos impactados tem
impactados, caso ocorra, hídricos impactados, caso impactados tem Classe Especial4; ou
Meio Ambiente1
tem Classe 24 ou ocorra, tem Classe 24 ou Classe 14; ou a a estrutura armazena
superior; ou a estrutura superior; ou a estrutura estrutura armazena rejeitos ou
armazena apenas armazena apenas rejeitos ou apenas rejeitos ou sedimentos de
on
rejeitos ou sedimentos de sedimentos de Classe II5, ou sedimentos de Classe I5, ou seja,
Classe II5, ou seja, não seja, não perigosos. Classe II5, ou seja, perigosos.
perigosos. não perigosos.
Com possibilidade de Com possibilidade de afetar Com possibilidade de Com possiblidade de
afetar somente área somente áreas não afetar área afetar serviços
oc

rural, sem nenhum urbanizadas de cidades ou urbanizada ou essenciais8.


aglomerado rural7. vila7 ou aglomerado rural7. distrito7, ou
descontinuar, pelo
menos, uma
atividade de grande
Socioeconômico1
impacto econômico
regional, ou atinge

patrimônios
históricos ou sítios
arqueológicos, ou
terras indígenas ou
quilombolas.
Notas:
ia

1 Área diretamente afetada compreende a região que pode ser impactada pela ruptura da pilha, obtida por meio de um estudo
de ruptura hipotético.
2 Não inclui a estrada ou acesso que possa haver na estrutura do empreendimento.
p

3 Não devem ser consideradas as edificações ou ocupações indispensáveis à operação da pilha, podendo ser definido pelo
fiscalizador.

4 Resolução CONAMA 357 (BRASIL, 2005), Resolução CONAMA 410 (BRASIL, 2010), Resolução CONAMA 430 (BRASIL,
2011).
5 NBR 10.004 (ABNT, 2004).
6 LF 9.985 (BRASIL, 2000).
7 Conforme definição do glossário do IBGE
8 Por serviço público essencial competem os que se referem ao provimento de energia, água, saúde, comunicação e educação.
Obs: Na hipótese de impacto em outras estruturas geotécnicas, como barragens, a consequência adotada deve ser a maior
dentre a da pilha analisa e da estrutura afetada.

6.5.3. Plano de Mitigação/Eliminação do Risco

Para o plano de mitigação/eliminação do risco deverá ser apresentada uma matriz de gestão de risco
(Tabela 2) de modo a especificar quais estruturas impactadas devem ser levadas para tomada de
decisão pelo dono do risco.

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Tabela 2 – Matriz de gestão de risco
Potencial de Dano Potencial Associado
impacto Baixo Médio Alto Muito Alto

Pessoas B A A A

Meio Ambiente B B A A

a
Socioeconômico B B A A
Figura 4 - Matriz de gestão de risco

lad
A escolha da alternativa de mitigação ou eliminação do risco de estruturas classificadas como tipo “A”
na matriz de gestão de risco será de responsabilidade do dono do controle / dono do risco, conforme
apresentado no fluxograma do item 7 desse procedimento. Já para as estruturas classificadas como

tro
tipo “B” na matriz de gestão de risco deverá ser elaborado o plano de mitigação/eliminação do risco no
âmbito do projeto, com a ciência do dono do controle / dono do risco.

Como alternativas de mitigação ou eliminação do risco, devem ser consideradas as seguintes


on
alternativas, seguindo a ordem de prioridade:

(i) Plano de eliminação do risco, naqueles projetos dos quais seja possível eliminar o risco, sendo:
oc

a. Relocação da estrutura impactada;


b. Estudo relocação/substituição da pilha por outra técnica, econômica, social e
ambientalmente semelhante;
c. Estudo de alteração da geometria da pilha de modo que a alterar a área potencialmente

impactada;
(ii) Plano de mitigação de risco, naqueles projetos dos quais não seja possível eliminar o risco,
sendo:
ia

a. Implantação de reforço no setor da pilha;


b. Implantação de barreira defletora à jusante;
p

c. Alteração na geometria da pilha de modo a obter um fator de segurança maior ao requerido


por norma;
d. Aumento no controle executivo e operacional da pilha;
e. Aumento no rigor do controle de instrumentação e manutenção da pilha.

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7. FLUXOGRAMA DE CONSULTAS E TOMADA DE DECISÕES

As Figura 4 e 5 apresentam respectivamente os fluxogramas para consulta e decisões para os projetos


em Fel 1 e Fel 2 / Fel 3.

a
lad
tro
on
oc

Figura 4 – Fluxograma de consulta e decisões de estudos em Fel 1


p ia

Figura 5 – Fluxograma de consulta e decisões de estudos em Fel 2 e Fel 3

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As diretrizes descritas neste Procedimento Operacional se destinam exclusivamente à elaboração de


análise de ruptura hipotética de taludes de pilhas de estéril, rejeito e estéril-rejeito elaborados pela
gerência de projetos geotécnicos.

a
O documento estabelece a metodologia a ser adotada, o nível de detalhamento do estudo de ruptura
hipotética para cada uma das fases dos projetos, a forma de apresentação dos resultados e alternativas

lad
de mitigação ou eliminação do risco para tomadas de decisões pelo dono do risco ou dono do ativo.

Este procedimento deve ser empregado apenas para as estruturas geotécnicas anteriormente citadas.
A aplicação em estoques temporários, barragens de rejeito, barragens de armazenamento de água,

tro
taludes em geral não é indicada.

Por fim, casos omissos ou não abordados neste documento devem ser analisados no âmbito específico
de cada projeto. Da mesma forma, ressalta-se que as diretrizes estabelecidas neste documento têm
on
caráter orientativo, recomendando-se uma análise criteriosa dos resultados dos de stack break
considerando a especificidade de cada projeto.
oc

REFERÊNCIAS

• PNR 000174. Requisitos para Análise de Fluxo em Taludes e Pilhas de Resíduos de Mina. Diretoria
de Geotecnia, Vale, Rev.:00 – 08/04/2022.

• Corominas, J., 1996. The angle of reach as a mobility index for small and large landslides. Canadian
Geotechnical Journal, 33, pp.260–271.

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