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CAMPUS MONTENEGRO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Angélica Appel Leal

ANÁLISE DA ARRECADAÇÃO DE ICMS ANTES E DURANTE O PERÍODO


DA PANDEMIA DO COVID 19 DOS ESTADOS DA REGIÃO DO SUL E DO
ESTADO DA BAHIA

Montenegro
2022
1

Angélica Appel Leal

ANÁLISE DA ARRECADAÇÃO DE ICMS ANTES E DURANTE O PERÍODO


DA PANDEMIA DO COVID 19 DOS ESTADOS DA REGIÃO DO SUL E DO
ESTADO DA BAHIA

Trabalho de Curso apresentado ao curso de


Ciências Contábeis da Universidade de Santa
Cruz do Sul – Unisc, como requisito parcial
para obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Laércio Rogério Friedrich

Montenegro
2022
2

AGRADECIMENTOS

A Jesus, por te me levado tão longe, para um lugar onde eu jamais poderia ter
pensado em chegar e me mostrar que os planos dele são bem melhores que os meus.
A minha mãe, por me apoiar e incentivar a nunca desistir dos meus sonhos e projetos,
dando-me coragem e um exemplo de persistência, para que eu não deixasse “a
peteca cair”, tomando a frente para abrir o caminho para eu seguir os meus sonhos.
A minha dinda, por ser minha grande apoiadora; sem ela eu não conseguiria ter
chegado até aqui.
A minha filha, que é a minha razão de viver, e que tudo isso é para ela, que tudo que
faço hoje é para o bem dela e para que ela tenha um futuro com melhores
oportunidades.
Também ao meu marido, por ser meu ponto de equilíbrio, pelas muitas vezes que
escutou meus lamentos, mantendo-se firme ao meu lado, demonstrando o seu afeto
com palavras de estímulo e encorajamento.
A todos aqueles que estiveram ao meu lado nesta caminhada e torceram por mim,
entendendo o motivo da minha ausência.
Aos professores destes últimos cinco anos, pelo carinho, pelo aprendizado, pelos
momentos de tensão e também pelas alegrias. Por se dedicarem tanto mesmo sem a
garantia de um retorno integral a tudo que era feito, por terem escolhido estar conosco
nesta caminhada.
A todos vocês meu muito obrigada! Não restam dúvidas de que foi com o apoio de
todos que eu cheguei até aqui. Obrigada por tudo que fizeram e ainda fazem por mim
e por me aguentarem nos meus piores dias, amo vocês.
3

RESUMO

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) diz respeito ao tributo


de maior arrecadação no Brasil, à qual pode comprometida diante de uma crise como
a Pandemia da COVID-19. O problema de pesquisa foi: Qual a arrecadação e a
diferença de percentuais de ICMS, de anos anteriores à Pandemia da COVID-19
(2014-2019), e nos anos de pandemia (2020-2021), dos estados da Região Sul e do
estado da Bahia? Para isso foi estabelecido como objetivo geral: verificar a diferença
de percentuais na arrecadação de ICMS, de anos anteriores à pandemia da COVID-
19 (2014-2019), e nos anos de pandemia (2020-2021), dos estados da Região do Sul
e do estado da Bahia; e, como específicos: levantar a arrecadação de ICMS dos
estados da Região Sul e do estado da Bahia; calcular o percentual de diferença nessa
arrecadação; comparar a arrecadação de ICMS entre os estados pesquisados; e,
identificar se houve impacto no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sempre
considerado o período de 2014 a 2021. Trata-se de um estudo do tipo quantitativo,
exploratório, descritivo, documental e bibliográfico. A busca foi realizada no Conselho
Nacional de Política Fazendária (CONFAZ). A arrecadação de ICMS tanto estados da
Região Sul, quanto na Bahia aumentou ano a ano no período investigado. Contudo,
observa-se um menor crescimento nos anos de 2018, 2019 e 2020, voltando a crescer
de forma significativa no ano de 2021. Quando comparadas as arrecadações da
Região Sul e da Bahia, ficou evidenciado que embora se possa observar variações
diversas entre os estados num mesmo período, no Rio Grande do Sul e em Santa
Catarina, diferente dos demais estados, ocorreu um aumento na variação do segundo
período analisado (2015-2016). Já no período de 2016-2017, o Rio Grande do Sul foi
o único estado que apresentou queda na variação da arrecadação de ICMS,
comparado ao período anterior. Entre 2017 e 2018, houve um aumento na variação
nos estados do Rio Grande do Sul e da Bahia, enquanto que no Paraná ocorreu uma
queda na variação nesse período (de 13,13% para 2,09%). No período seguinte
(2018-2019), com exceção do Paraná em que se evidenciou um crescimento na
variação, nos demais estados ocorreram quedas nessas variações, com pior cenário
no Rio Grande do Sul (2,70%). Já no auge da pandemia (2019-2020), observa-se
quedas em todas as variações, cabendo o pior cenário ao Paraná, variação de apenas
0,05%. No período 2020-2021 foi observado aumento na variação de arrecadação de
ICMS em todos os estados. Na somatória das variações ocorridas entre 2014 e 2021,
o melhor cenário coube a Santa Catarina (acumulou uma variação de 65,31%), e o
pior cenário ao Paraná (acumulou uma variação de 57,90%). Quanto ao IDH, há cerca
de 30 anos, o IDH do Brasil era de 0,610, tendo se mantido num crescente ao longo
de 29 anos (1990-2019). Contudo, nos últimos dois anos (2020-2021), recuou de
0,766 para 0,758 e depois para 0,754.

Palavras-chave: Imposto de Circulação de Mercadorias. Índice de Desenvolvimento


Humano. COVID-19.
4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Evolução da arrecadação do ICMS do Rio Grande do Sul (2014-2021) .... 36


Figura 2- Evolução da arrecadação do ICMS de Santa Catarina (2014-2021) ......... 37
Figura 3- Evolução da arrecadação do ICMS do Paraná (2014-2021)...................... 38
Figura 4-Evolução da arrecadação do ICMS da Bahia (2014-2021) ......................... 39
Figura 5- Variação da arrecadação do ICMS (%) (2014-2021) ................................. 45
Figura 6- IDH no Brasil (1990-2021) ......................................................................... 46
Figura 7- IDH no mundo (1990-2021) ....................................................................... 47
5

LISTRA DE TABELAS

Tabela 1- Cenário econômico Pandemia COVID-19 ................................................. 27


Tabela 2-Arrecadação de ICMS do Rio Grande do Sul (2014-2021) ........................ 35
Tabela 3- Arrecadação de ICMS de Santa Catarina (2014-2021) ............................. 36
Tabela 4- Arrecadação do ICMS do Paraná (2014-2021) ......................................... 37
Tabela 5-Arrecadação do ICMS da Bahia (2014-2021) ............................................ 39
Tabela 6- Diferença na arrecadação de ICMS do estado do Rio Grande do Sul (2014
a 2021) ...................................................................................................................... 40
Tabela 7- Diferença na arrecadação de ICMS do estado de Santa Catarina (2014 a
2021) ......................................................................................................................... 41
Tabela 8- Diferença na arrecadação de ICMS do estado do Paraná (2014 a 2021) . 41
Tabela 9-Diferença na arrecadação de ICMS do estado da Bahia (2014 a 2021) .... 42
Tabela 10- Comparativo em percentual da diferença de arrecadação entre os
estados da Região Sul e da Bahia (2014-2021) ........................................................ 43
Tabela 11-Diferença na arrecadação de ICMS (2014-2019) e (2020-2021) ............. 44
Tabela 12- Arrecadação parcial 2022 (janeiro até agosto) ........................................ 45
6

LISTA DE SIGLAS

BA- Bahia
BNDES- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CNN- Cable News Network
CNPJ- Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
CNS- Conselho Nacional de Saúde
COFINS- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONFAZ- Conselho Nacional de Política Fazendária
CSLL- Contribuição social sobre o lucro líquido
CTN- Código Tributário Nacional
EC- Emenda Constitucional
FAO- Food and Agriculture Organization of the United Nations
FPE- Fundo de Participação dos Estados
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDH- Índice de Desenvolvimento Humano.
INSS- Instituto Nacional do Seguro Social
IOF-Imposto sobre Operações Financeiras
IPI- Imposto sobre Produtos Industrializados
IPTU- Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana
IPVA- Imposto sobre a propriedade de Veículos Automotores
IRPF- Imposto de Renda Pessoa Física
IRPJ- Imposto de Renda Pessoa Jurídica
ISS- Imposto sobre Serviços
ISSQN- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITCMD- Imposto de transmissão causa mortis e doação
IVC- Imposto de Vendas e Consignações
LC- Lei Complementar
LOA- Lei Orçamentária Anual
OIT- Organização Internacional do Trabalho
OMS- Organização Mundial da Saúde
ONU- Organização das Nações Unidas
PASEP- Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
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PEC- Proposta de Emenda Constitucional


PIB- Produto Interno Bruto
PIS- Programa de Integração Social
PNAD- Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNI- Programa Nacional de Imunização
PNUD- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PR- Paraná
RFB- Receita Federal do Brasil
RNB- Renda Nacional Bruta
RS- Rio Grande do Sul
SARS-CoV-2- Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2
SC- Santa Catarina
STN- Sistema Tributário Nacional
TBI- Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
1.1 Objetivos ......................................................................................................... 11
1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................ 11
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................... 11
1.2 Justificativa ..................................................................................................... 11
1.3 Metodologia ..................................................................................................... 13
1.3.1 Abordagem ..................................................................................................... 14
1.3.2 Objetivo ........................................................................................................... 14
1.3.3 Procedimentos técnicos ................................................................................ 14
1.3.4 Universo e interpretação dos dados da pesquisa ....................................... 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 17
2.1 Sistema tributário .............................................................................................. 17
2.2 Tributos .............................................................................................................. 18
2.2.1 Taxas ............................................................................................................... 20
2.2.2 Contribuições de melhoria ............................................................................ 20
2.2.3 Impostos ......................................................................................................... 21
2.2.3.1 Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços .................................. 21
2.2.3.2 Arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços ...... 23
2.3 Impacto econômico da pandemia da COVID-19 ............................................. 25
2.4 Índice de Desenvolvimento Humano ............................................................... 30
2.5 Políticas de auxílio fiscal .................................................................................. 32
3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 35
3.1 Arrecadação do ICMS dos estados da Região Sul (2014-2021) .................... 35
3.1.1 Arrecadação do ICMS do Rio Grande do Sul (2014-2021) .......................... 35
3.1.2 Arrecadação do ICMS de Santa Catarina (2014-2021) ................................. 36
3.1.3 Arrecadação do ICMS do Paraná (2014-2021).............................................. 37
3.2 Arrecadação do ICMS do estado do estado da Bahia (2014 a 2021) ............ 38
3.3 Cálculo da diferença na arrecadação de ICMS, ano a ano, dos estados da
Região Sul e do estado da Bahia (2014 a 2021) .................................................... 40
3.4 Comparativo da arrecadação de ICMS entre os estados da Região Sul e o
estado da Bahia, no período de 2014 a 2021 ........................................................ 42
3.5 Diferença na arrecadação de ICMS (2014-2019) e (2020-2021) ................... 43
9

3.6 Arrecadação parcial em 2022......................................................................... 45


3.7 Impacto da pandemia no Índice de Desenvolvimento Humano.................. 46
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 50
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 52
10

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como temática a análise da arrecadação e da diferença


de percentuais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Foram considerados anos anteriores à Pandemia da COVID-19 (2014-2019), e anos
de Pandemia (2020-2021), dos estados da Região Sul e do estado da Bahia.
O ICMS é um tributo a ser pago aos cofres públicos, o qual incide sobre as
operações relacionadas à circulação de mercadorias, bem como sobre a prestação
de serviços de transportes, seja interestadual ou intermunicipal. O ICMS diz respeito
ao tributo de maior arrecadação dentro do cenário brasileiro (SANTOS; RIZZI; PETRI,
2021). Mesmo que as operações se iniciem fora do Brasil, é assegurada pela
Constituição Federal, no seu art. 155, II a “competência para instituir o imposto sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação” (BRASIL, 1988).
Cabe salientar que a arrecadação de impostos de um Estado pode ser
comprometida diante de uma crise como a Pandemia da COVID-19, que iniciou em
2020. No Brasil, a primeira contaminação pelo novo Coronavírus foi identificada em
fevereiro de 2020. Nesse cenário de crise, os governos adotaram inúmeras medidas
no sentido de prevenir a disseminação da COVID-19, entre elas, o distanciamento
controlado e a restrição de serviços não essenciais (MURY, 2021). Essas medidas de
restrição afetaram os municípios brasileiros nos mais diferentes segmentos
econômicos, entre eles, (i) nível de emprego formal; (ii) número de empresas locais;
(iii) arrecadação de ICMS no município e (iv) recolhimento do Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza (ISSQN) (MURY, 2021).
Diante disso, surge o problema de pesquisa do presente estudo: qual a
arrecadação e a diferença de percentuais de ICMS, de anos anteriores à Pandemia
da COVID-19 (2014-2019), e nos anos de pandemia (2020-2021), dos estados da
Região Sul e do estado da Bahia?
Estima-se que sejam encontradas diferenças percentuais na arrecadação de
ICMS, ano a ano, no período entre 2014-2021, entre os estados em estudo, bem como
uma redução nos valores arrecadados no período da pandemia da COVID-19 (2020-
2021).
Na sequência apresenta-se os objetivos que norteiam este estudo. Além disso,
sua justificativa e o método utilizado para alcançar os objetivos propostos.
11

1.1 Objetivos

Os objetivos do presente estudo delimitam a investigação a ser realizada e


apresentam os aspectos que serão analisados a partir do enunciado do problema de
pesquisa. Estão divididos em geral e específicos. O objetivo geral é mais abrangente
e apresenta a meta principal do estudo, de forma genérica. Os objetivos específicos
são as metas detalhadas da pesquisa, decorrentes do objetivo geral, exercendo uma
função operacional do estudo, com a finalidade de alcançar o objetivo geral. Assim
sendo, este capítulo trata de apresentar o objetivo geral e os objetivos específicos.

1.1.1 Objetivo geral

Verificar a diferença de percentuais na arrecadação de ICMS, de anos


anteriores à pandemia da COVID-19 (2014-2019), e nos anos de pandemia (2020-
2021), dos estados da Região do Sul e do estado da Bahia.

1.1.2 Objetivos específicos

a) Levantar a arrecadação de ICMS dos estados da Região Sul, no período de


2014 a 2021.

b) Levantar a arrecadação de ICMS do estado do estado da Bahia, no período


de 2014 a 2021.

c) Calcular o percentual de diferença na arrecadação de ICMS, ano a ano, dos


estados da Região Sul e do estado da Bahia, no período de 2014 a 2021.

d) Comparar a arrecadação de ICMS entre os estados da Região Sul e o estado


da Bahia, no período de 2014 a 2021.

e) Identificar se houve impacto da pandemia no Índice de Desenvolvimento


Humano (IDH).

1.2 Justificativa

A eficiência na arrecadação de ICMS impacta de forma significativa nas


políticas públicas voltadas a atender as necessidades da população brasileira. Isso se
dá pelo fato de esse imposto ser o de maior significado no que diz respeito a valores
arrecadados (SANTOS; RIZZI; PETRI, 2021). Sabe-se que a arrecadação desse
12

imposto pode sofrer impactos em situações de crise, como a vivenciada durante a


Pandemia da COVID-19, podendo ocasionar prejuízo na eficácia das políticas
públicas mantidas pelos valores arrecadados mediante o ICMS.
Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou
situação de Pandemia devido a gravidade da COVID-19 (HUANG; ZHAO, 2020).
Esse surto se constituiu como o mais alto nível de alerta, uma emergência de saúde
pública de importância internacional, de acordo com o que é preconizado no
Regulamento Sanitário Internacional (BROOKS; WEBSTER; SMITH; WOODLAND;
WESSELY; GREENBERG; RUBIN, 2020). Com o objetivo de reduzir os impactos da
Pandemia, diminuindo o pico de incidência e o número de mortes, alguns países
adotaram medidas tais quais isolamento de casos suspeitos, fechamento de escolas
e universidades, de serviços considerados não essenciais, distanciamento social, bem
como quarentena de toda a população (PORSSE; SOUZA; CARVALHO; VALE, 2020).
No Rio Grande do Sul, por exemplo, após o levante de uma frente de ações
capitaneadas pelos prefeitos gaúchos, no início de abril de 2020, o Governo Estadual
estabeleceu novas regras de funcionamento de comércio e serviços considerados não
essenciais e ao longo do mesmo mês apresentou seu plano de distanciamento
controlado para ser implantado a partir de maio de 2020 (RIO GRANDE DO SUL,
2020), o que ocasionou diversos problemas de ordem econômica (CARVALHO,
2022).
O distanciamento controlado gerou problemas tanto para pessoas quanto para
empresas, pois houve uma limitação, se não proibição, de exercerem suas atividades
(CARVALHO, 2022). Nesse cenário, conforme relatado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em julho de 2020 já se contabilizava o fechamento de
716.000 empresas, em que 40% afirmaram ser a Pandemia da COVID-19 a razão
para esse fechamento (IBGE, 2020a). Além disso, 33,5 % das empresas em
funcionamento reportaram que a Pandemia teve um efeito negativo sobre a empresa
(IBGE, 2020b). Ainda, houve acréscimo na taxa de desemprego no Brasil, que subiu
de11,2% no 4º trimestre de 2019 para 13,8% no 3º trimestre de 2020 (IBGE, 2020a),
o que pode ser explicado pelo fato de que 8,1 % das empresas em funcionamento
terem reduzido o número de funcionários entre março e agosto de 2020 (IBGE,
2020b).
No que diz respeito à arrecadação de impostos, por conta da redução do
número de empresas ativas e o acréscimo no número de pessoas desempregadas, a
13

tendência foi a diminuição da busca por produtos e serviços considerados como não
essenciais, e, consequentemente, uma menor arrecadação de impostos
(CARVALHO, 2022). De fato, foi percebida uma arrecadação a menor de 6,9% em
2020 quando comparada a igual período em 2019 (RECEITA FEDERAL DO BRASIL
[RFB], 2020).
Contudo, Kontsas e Kalogiannidis (2021) ao buscarem identificar o impacto
mundial da COVID-19 na economia, por meio da análise de diversos documentos
relacionados às oscilações causadas no mercado, na renda das pessoas, nas
indústrias entre outros, concluíram que nem todos os setores econômicos sofreram
impacto na mesma medida e que os efeitos da Pandemia variaram muito entre países
diferentes. Todavia, esses mesmos autores afirmam que o desenvolvimento
(excluindo a China), em 2024, deverá manter-se 5,5% abaixo da previsão pré-
Pandemia, resultando num revés para a melhoria da economia (KONTSAS;
KALOGIANNIDIS, 2021).
Sabe-se que a qualidade econômica está intimamente ligada à arrecadação de
impostos, principalmente de ICMS, imposto de maior arrecadação no cenário
brasileiro. Como dito anteriormente, a eficiência na arrecadação do ICMS impacta na
qualidade e eficiência das políticas públicas destinadas à população (AZEVEDO,
2020). Assim, evidencia-se a importância de que se analise a arrecadação desse
imposto antes e durante o período de Pandemia do COVID 19.

1.3 Metodologia

A seguir são apresentados os métodos de pesquisa utilizados no presente


estudo, que segundo a abordagem é do tipo quantitativo; quanto ao objetivo trata-se
uma pesquisa exploratória e descritiva; e, quanto aos procedimentos técnicos, um
estudo documental e bibliográfico. Os procedimentos técnicos do tipo documental
dizem respeito à análise de documentos, mais especificamente, documentos
referentes ao valor de ICMS arrecadado por cada estado, de acesso público em
órgãos governamentais. O passo a passo da metodologia está detalhado na
sequência.
14

1.3.1 Abordagem

O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa quantitativa. No caso de


estudos quantitativos podem ser usados questionários, escalas, inventários, entre
outros instrumentos que permitam quantificar determinado fenômeno (CRESWELL,
2010). Os resultados de estudo dessa abordagem são apresentados em dados
percentuais.

1.3.2 Objetivo

Quanto ao objetivo, este estudo respondeu aos propósitos mediante a


realização de pesquisa exploratória e descritiva, exemplificada a seguir, iniciando-se
pela pesquisa exploratória e, na sequência, a pesquisa descritiva.
Para Creswell (2010), o planejamento de uma pesquisa exploratória é bastante
flexível. Esse planejamento permite considerações de diversos aspectos do fato
explorado, porém, na maioria dos casos assume a forma de pesquisas bibliográficas,
através do levantamento bibliográfico ou estudo de caso, entrevista com pessoas que
tenham a experiência prática do problema pesquisado.
No presente estudo a pesquisa exploratória ocorreu por meio da busca de
literatura sobre a temática, tanto em livros como em artigos, teses e dissertações cujos
objetivos estavam voltados à arrecadação de ICMS. Desta forma foram compilados
inúmeros dados que puderam auxiliar a autora a compreender o universo pesquisado.
Quanto ao delineamento descritivo, Diehl e Tatim (2004) explicam que esse
tipo de delineamento tem como foco descrever as características de determinado
fenômeno. Por meio do delineamento descritivo pode-se, também, traçar relações
entre variáveis. Nesta pesquisa, as diferenças percentuais de arrecadação de ICMS
de anos anteriores à Pandemia da COVID-19 (2014-2019), e nos anos de Pandemia
(2020-2021), entre os estados da Região do Sul e o estado da Bahia são descritas ao
longo do trabalho.

1.3.3 Procedimentos técnicos

Para Gil (2010), no que diz respeito aos procedimentos técnicos, uma pesquisa
pode ser classificada de diversas formas. Entre elas, aquelas que serão utilizadas
nesta pesquisa: documentais e bibliográficas, detalhadas na sequência.
15

Conforme Gil (2010), a pesquisa documental é uma fonte rica e estável de


dados, com diversas vantagens como: não implicar custos elevados, de não exigir
contato direito com a amostra da pesquisa e permitir uma leitura aprofundada das
fontes. Semelhante a uma pesquisa bibliográfica, a documental se diferencia desta
pela natureza das fontes, por se tratar de uma pesquisa que, segundo Cervo e Bervian
(2002), é aquela que recorre a materiais que ainda não receberam tratamento
analítico, chamadas fontes primárias.
Na opinião de Pádua (1997, p. 62), pesquisa documental é aquela que parte de
“documentos contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente
autênticos (não fraudados)”. Esse tipo de pesquisa vem sendo amplamente aplicada
nas “ciências sociais, na investigação histórica, a fim de descrever/comparar fatos
sociais, estabelecendo suas características ou tendências”.
Neste estudo foram utilizados dados coletados por meio da busca e análise da
arrecadação de ICMS nos estados e nos anos delimitados no objetivo da pesquisa.
Assim, os dados referentes à arrecadação do ICMS de todos os estados em estudo
foram coletados no site do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ,
2022), do Ministério da Economia, na página Boletim de Arrecadação de Tributos
Estaduais. Essa página disponibiliza o valor total arrecado em tributos estaduais,
demonstrando em gráficos o percentual relativo a cada imposto, e em tabelas a
discriminação do valor arrecadado sobre cada imposto, incluindo o ICMS.
No que concerne à pesquisa bibliográfica, Gil (2010) explica que ela é
desenvolvida baseada em materiais já elaborados anteriormente, compostos
essencialmente de livros e artigos científicos. Uma das principais vantagens desse
tipo de pesquisa é que ela possibilita ao pesquisador uma enorme cobertura de
fenômenos bem mais abrangente do que aquela que se poderia conseguir de forma
direta. A pesquisa bibliográfica tem a finalidade de pôr o investigador no universo
daquilo que já foi produzido e registrado acerca de determinado tema.
Essa etapa da pesquisa foi realizada mediante consulta a sites confiáveis,
revistas indexadas e livros de autores renomados da área. Por meio da pesquisa
bibliográfica a pesquisadora pode apreender os conteúdos que embasam o presente
estudo.
16

1.3.4 Universo e interpretação dos dados da pesquisa

A pesquisa foi realizada junto ao CONFAZ, Ministério da Economia. Nesta


página estão armazenados os dados referentes a arrecadação de ICMS dos estados
e do período de interesse desta pesquisa (2014-2021). A partir da coleta, os dados
foram submetidos à análise qualitativa.
Neste capítulo apresentou-se a introdução, os objetivos, a justificativa e a
metodologia do estudo. Na sequência, apresenta-se o referencial teórico.
17

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo apresenta-se o referencial teórico que embasa o presente


estudo. Considerando o tema, o problema de pesquisa e os objetivos do estudo, ficou
evidenciada a relevância de se abordar os seguintes tópicos: Sistema tributário;
Tributos; Taxas; Contribuições de melhoria; Impostos; ICMS; Arrecadação do Imposto
de Circulação de Mercadorias e Serviços; Impacto Econômico da Pandemia da
COVID-19; IDH e, Políticas de Auxílio Fiscal.

2.1 Sistema tributário

A partir da emenda constitucional n. 18 (BRASIL, 1965), de leis


complementares e devido à resolução do Senado Federal, foi criado, mediante a lei
n. 5.172 de 1966 (BRASIL, 1966), o Sistema Tributário Nacional (STN). Tratou-se de
uma medida de expressiva relevância com o compromisso de resolver questões
referentes à estrutura tributária e as lacunas existentes na Constituição de 1946
(SILVA; SOUZA; PASSADOR, 2021).
Reza o art. 1º do STN,
Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de
1º de dezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com
fundamento no artigo 5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal, as
normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação
complementar, supletiva ou regulamentar (BRASIL, 1966).
Ainda, nos artigos seguintes se encontra definido que a tributação passa a ser
subdividida em imposto, taxas e contribuições de melhoria, consolidando-se num
sistema uno e nacional (BRASIL, 1966).
Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda
Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares,
em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas
competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em
leis municipais.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato
gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - A denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - A destinação legal do produto da sua arrecadação.
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria

Portanto, o STN diz respeito a um conjunto de normativas responsáveis por


regular a instituição, a cobrança, a arrecadação e a partilha de tributos, ou seja,
18

engloba tudo aquilo que seja referente às exigências fiscais, dentro do ordenamento
jurídico pátrio (SARTORI, 2017). Conforme Silva, Souza e Passador (2021), o STN é
o meio pelo qual as entidades públicas são legitimadas a instituir, arrecadar e
administrar tributos, desde que respeitada a competência tributária determinada na
Constituição Federal vigente. Crepaldi (2012, p. 25) esclarece que “um sistema
tributário é essencialmente um conjunto de tributos cuja principal função é arrecadar
recursos para que o Estado possa custear atividades que lhe são inerentes, como
educação, saúde, segurança, moradia, saneamento, entre outras”.
É por meio da arrecadação de tributos que a União, em caráter de uma
sociedade organizada, consegue garantir o funcionamento da máquina pública, em
que os tributos arrecadados alicerçam a sobrevivência econômica dos Municípios, dos
Estados e da própria União. Assim, de forma resumida, os tributos cobrados da
população em geral são a fonte de renda que o Estado possui para assegurar uma
sociedade civilizada, pois por meio dessa verba o Governo poderá dar o suporte
necessário à sobrevivência dos cidadãos. Contudo, não se pode esquecer que, sob a
ótica dos consumidores e empresários, o pagamento de tributos sobrecarrega as
atividades mercantis (SARTORI, 2017), elevando os preços dos serviços e
mercadorias sem que, necessariamente, ao contribuinte seja assegurado o retorno
em forma de benefícios.

2.2 Tributos

Como visto anteriormente, o STN em seu artigo 3º assim define: “Tributo é toda
a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada” (BRASIL, 1966). Sobre isso, Crepaldi (2012, p.
15) assevera que
O tributo é a receita derivada, compulsoriamente lançada e arrecadada pelo
Estado, na forma da lei, em moeda corrente ou valor que por ela se possa
exprimir, sem contraprestação diretamente equivalente, cujo o montante e
aplicado na execução das finalidades que lhe são próprias. Caracteriza-se
pela compulsoriedade, pelo pagamento em dinheiro ou valor equivalente,
pelo seu caráter não punitivo, pela previsão legal e pela sua cobrança
vinculada, sem margem de discricionariedade.

Para Lemgruber (2004, p. 29), “tributo é uma contribuição compulsória que, em


uma ampla definição econômica, pode ser paga em bens, serviços forçados ou
19

dinheiro, os quais devem ser entregues pelos indivíduos a seus governos, sem direta
contraprestação em termos de benefícios recebidos.”
O Brasil é um país com as mais altas cargas tributárias do mundo (SILVA;
SOUZA; PASSADOR, 2021). Estudo realizado por Lima e Rezende (2019, p. 241)
apontou que “a carga tributária brasileira saltou de 7,00% em 1920, para 38,95% em
2005. De 1920 a 1958, a carga tributária acumulou aumento de mais de 170%
passando de 7% para 19% do PIB”. Atualmente, a carga tributária brasileira chega a
33% do Produto Interno Bruto (PIB), o que acaba por elevar os custos de produtos e
serviços (SILVA; SOUZA; PASSADOR, 2021). O PIB per capita/mês de cada
brasileiro, em 2005, foi de R$ 866,00 (oitocentos e sessenta e seis reais) dos quais,
R$ 327,00 (trezentos e vinte sete reais) seriam tributos (SILVA; SOUZA; PASSADOR,
2021).
Reichert (2021) explica que, nas bases de incidência, há dois tipos de tributos:
os diretos e os indiretos. Os tributos diretos dizem respeito àqueles que incidem de
forma direta sobre os rendimentos ou riquezas. Em outras palavras, recaem sobre a
renda e o patrimônio, e não podem ser repassados a terceiros. Como exemplo de
tributos diretos temos o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e o Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ). Em contrapartida, os tributos indiretos são referentes a bens
e serviços que atendem às necessidades dos indivíduos, sendo que estes com
possibilidade de ser transferidos para terceiros. Exemplo de tributo indireto é o ICMS
(GIAMBIAGI; ALÉM, 2011). Além disso, em termos de competências, os tributos
podem ser federais, estaduais e municipais.
Como tributos de competência Federal, pode-se citar: Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto
de Renda Pessoa Física (IRPF); Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ);
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Programa de
Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS
e PASEP); Contribuição social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS). Na esfera estadual: Impostos sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS); Imposto sobre a Propriedade de Veiculos Automotores (IPVA);
Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) (CARVALHO, 2022). Na
esfera municipal, existem o Imposto sobre Serviços (ISS); O Imposto sobre
Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU); e, o Imposto de Transmissão de Bens
Imóveis (TBI) (SANTOS; RIZZI; PETRI, 2021).
20

Ressalta-se que o propósito dos tributos é manter ativa a máquina pública, e


que eles recaem sobre três bases: o consumo, a renda e o patrimônio dos cidadãos e
das empresas (SILVA; SOUZA; PASSADOR, 2021). Está positivado no art. 145 da
Constituição Federal (BRASIL, 1988) que os tributos são especificados em impostos,
taxas e contribuições de melhoria, detalhados na sequência.

2.2.1 Taxas

As taxas foram criadas em virtude do “exercício do poder de polícia ou pela


utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados
ao contribuinte ou postos a sua disposição” (BRASIL, 1988, art. 145, II). Arruda (2021,
p. 5) salienta que a taxa diz respeito a um tributo cuja fonte geradora é a atividade
estatal “designadamente relacionado ao contribuinte” alicerçado no “poder de polícia
(taxa de polícia) ou na prestação de um serviço público exclusivo e divisível (taxa de
serviço), essencialmente utilizados pelo contribuinte”.
No texto do Código Tributário Nacional (CTN) (BRASIL, 1966) está definido que
a taxa tem
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou utilização efetiva
ou potencial de serviço público, específico e divisível, prestado ou colocado
à disposição do contribuinte (art. 77). Poder de polícia é a atividade da
administração pública que limita e disciplina direito, interesse ou liberdade em
razão do interesse público, concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção, do mercado, à tranquilidade pública ou
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos (art. 78).

Assim, a taxa é um tributo pago, por exemplo, por um serviço oferecido pela
máquina pública, quando da inspeção das condições de um local em que existe a
ideia de instalação de um fábrica, buscando a autorização do funcionamento da
referida fábrica (ARRUDA, 2021).

2.2.2 Contribuições de melhoria

Já as contribuições de melhoria, estão positivadas no art. 145, III, sendo melhor


explicadas no art. 81 do CTN (BRASIL, 1966), como aquela
[...] cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo
como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
21

De acordo com Fabretti (2005), somente pode ser exigido o pagamento de


contribuições de melhoria, se em razão de obras realizadas pela Administração
Pública for comprovada a valorização do imóvel do contribuinte. O fator gerador das
Contribuições de Melhoria é a valorização do imóvel do contribuinte, resultante de
obra realizada pela máquina pública (MACHADO, 2011), “fazendo retornar ao tesouro
público o valor despendido com a realização de obras públicas, na medida em que
destas decorra valorização dos imóveis” (ARRUDA, 2021, p. 8).

2.2.3 Impostos

Os impostos são considerados como a maior carga de arrecadação entre os


tributos, cobrado de forma que o contribuinte não tenha poder de escolha, como define
o CTN em seu art. 16º: “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte” (BRASIL,1966). Silva, Souza e Passador (2021) esclarecem que os
impostos são cobrados sem qualquer atividade específica do estado diante do
indivíduo, o que reforça sua independência do desejo do pagador. Via de regra, a
arrecadação de impostos se destina à sustentação dos serviços públicos, a exemplo
da saúde e da educação.
Em suma, um tributo pode ser dividido em imposto, taxa ou contribuição, com
base no seu fator gerador. No caso de se ter como fator gerador o fornecimento de
mercadorias com prestação de serviço, surge a obrigação, assegurada em Lei, do
pagamento do ICMS (COSTA; SANTOS; SILVA, 2021).
A seguir são apresentadas algumas considerações relevantes sobre o ICMS.

2.2.3.1 Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços

O ICMS diz respeito a uma forma de tributação a ser paga aos cofres públicos,
o qual recai sobre operações relacionada à circulação de mercadorias, bem como
sobre a prestação de serviços de transportes seja interestadual ou intermunicipal
(SANTOS; RIZZI; PETRI, 2021). É a maior forma de arrecadação no contexto
nacional. Mesmo que as operações se iniciem fora do Brasil, é assegurada pela
Constituição Federal, no seu art. 155, II a “competência para instituir o imposto sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação” (BRASIL, 1988).
22

O ICMS veio para suceder o antigo Imposto de Vendas e Consignações (IVC),


sendo instituído arbitrariamente (SABBAG, 2014; SANTOS; RIZZI; PETRI, 2021) por
intermédio da reforma tributária da emenda constitucional n. 18 de 1 de dezembro de
1965 (BRASIL, 1965), à qual foi incorporada à Constituição de 1967 (BRASIL, 1967).
O IVC possuía natureza mercantil, com gerador distinto para cada venda. Era
considerado um imposto com efeito cascata, pois recaía sobre as fases da circulação
da mercadoria, até por fim chegar no consumidor final, tendo sobre o preço da
mercadoria cálculo repetido, portanto, num sistema de cumulatividade (ARAÚJO;
OLIVEIRA; LIMA; LIMA, 2019).
Desde a data de sua criação, o ICMS possuía duas características essenciais,
“sendo a primeira caracterizada como um imposto nacional com alíquotas que são
interesse estaduais e passam a ser fixadas pelo senado Federal, e a segunda é que
ele é um imposto sobre o produto com a presunção da neutralidade fiscal” (COSTA;
SANTOS; SILVA 2021, p. 3). Esse tipo de imposto envolve uma variedade de
contribuintes, tanto pequenos, quanto médios ou grandes empresários, e fiscalizar
cada um desses segmentos se torna oneroso. O ICMS trouxe como inovação a
retirada da cumulatividade. Seu pagamento era feito sobre o valor agregado, ou seja,
a diferença maior entre valor da operação tributada e o da operação anterior
(CAVALCANTE; HAMMOND, 2019).
A partir da reforma tributária apresentada pela Carta Magna (BRASIL, 1988),
os Estados receberam maior autonomia no que diz respeito à atribuição de alíquotas,
contudo, ao mesmo tempo foram impostas restrições quanto ao que se emprega os
recursos obtidos (SANTOS; RIZZI; PETRI, 2021). Silva (2018) explica que, para
otimizar o processo de fiscalização e de arrecadação de ICMS, a União criou um
regime de tributação denominado substituição tributária.
O artigo 2 º da Lei Complementar n. 87, de 13 de setembro de 1996 (BRASIL,
1996), detalha a incidência do ICMS:
O imposto incide sobre: I - operações relativas à circulação de mercadorias,
inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e
estabelecimentos similares; II - prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens,
mercadorias ou valores; III - prestações onerosas de serviços de
comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção,
a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação
de qualquer natureza; IV - fornecimento de mercadorias com prestação de
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; V -
fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto
sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar
aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.
23

O ICMS se caracteriza como um imposto indireto, seletivo e não cumulativo,


com formato que permite o pagamento do imposto sobre o valor agregado (MELLO;
ARMANGE, 2014). Em outras palavras, o ICMS atua dentro de uma sistemática que
compensa créditos e débitos, minimizando, dessa maneira, o peso desse imposto na
cadeia produtiva. Ainda, possui alíquotas diferenciadas em função da essencialidade
dos serviços (MELLO; ARMANGE, 2014).
Para além, Fabretti (2005) esclarece que os impostos indiretos, como o ICMS,
são aqueles incidentes na formação do preço, logo transferem o ônus tributário para
o consumidor, embutindo-o no preço da venda. Os indiretos contam com uma cadeia
econômica com no mínimo duas etapas, é o exemplo de uma empresa varejista, que
ao vender um produto que tem a incidência de um imposto indireto como é o caso do
ICMS que estará embutido no preço.

2.2.3.2 Arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços

No que diz respeito à divisão dos valores arrecadados por meio do ICMS, o art.
158, Inciso IV institui que 75% ficam para o Estado e os 25% restantes serão
destinados aos municípios. A parcela concernente aos municípios será creditada de
acordo com alguns parâmetros:
I - 65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, na proporção do valor
adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
II - Até 35% (trinta e cinco por cento), de acordo com o que dispuser lei
estadual, observada, obrigatoriamente, a distribuição de, no mínimo, 10 (dez)
pontos percentuais com base em indicadores de melhoria nos resultados de
aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível
socioeconômico dos educandos (BRASIL, 1988, art. 158).

Existe uma variação entre os Estados brasileiros quanto às alíquotas, que são
fixadas de forma independente pelos Estados e Distrito Federal. Conforme referem
Santos, Rizzi e Petri (2021), sobre as operações interestaduais que destinarem
mercadorias ou serviços a contribuintes dos Estados como a regiões Centro-Oeste,
Norte e Nordeste e para Espírito Santo deve ser infligida alíquota de 7%, enquanto
que para as regiões e Sudeste a alíquota deverá ser de 12%. As operações de
importações apresentam uma alíquota que varia de 17% a 18% (SANTOS, RIZZI;
PETRI, 2021).
Nas situações de cobrança do ICMS sobre operações e prestações
interestaduais, a arrecadação neste caso é dívida entre os Estados que o bem é
24

produzido e comercializado. Porém, são apresentadas exceções a esta aplicação,


sendo elas, para o petróleo, combustível e energia elétrica. Nesta ocasião a
arrecadação do ICMS ficara para o Estado produtor (ARAÚJO et al., 2019;
CAVALCANTE; HAMMOND, 2019).
Cabe salientar que, a arrecadação do ICMS se alicerça no princípio da
seletividade e não cumulatividade. O princípio da seletividade está contido no art.
155, § 2.º, III, da Constituição de 1988 (BRASIL, 1988) na qual foi oportunizado que o
ICMS fosse ampliado. Em outras palavras, o legislador estadual pode optar pela
aplicação da seletividade, devendo as alíquotas serem fixadas de acordo com a
essencialidade da mercadoria, menores para os de maior essencialidade e maiores
para aqueles considerados supérfluos (ALEXANDRE, 2017; CAVALCANTE;
HAMMOND, 2019; CHIESA; MOSELE, 2018). Isso se deu como uma forma de
trazer-se justiça tributária à ordem econômica, pois, aos de menor
capacidade contributiva, que consomem em grande parte apenas os produtos
de maior essencialidade, haverá menor tributação, e para aqueles que
consomem mercadorias consideradas supérfluas, consumidas, em sua
grande maioria, por classes mais abastadas, haverá tributação maior
(CAVALCANTE; HAMMOND, 2019, p. 285).

Já no que diz respeito ao princípio da não cumulatividade, como explicitado


anteriormente, criado para evitar os efeitos de cascata dos tributos que precederam o
ICMS, tem fulcro no art. 155, § 2.º, I, da Constituição Federal.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
I - Será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o
montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal (BRASIL, 1988).

Assim, a não cumulatividade dentro das Ciências Contábeis, significa que


direitos e bens são escriturados como débitos e obrigações como créditos
(ALEXANDRE, 2017; CAVALCANTE; HAMMOND, 2019).
Por se tratar do imposto de maior arrecadação dos Estados, a Constituição
Federal, permitiu, por meio do §2º, inciso XII, alínea g, do artigo 155, que os mesmos
estabelecessem Convênios, “para a concessão, por exemplo, de benefícios fiscais,
como atrativo de investimentos, o que na prática seria um instrumento utilizado para
minimizar a diferença na arrecadação” que Estados de menor porte industrial e
comercial possuem, em detrimento dos Estados com maior concentração (CHIESA;
25

MOSELE, 2018, p. 38). Políticas de incentivo fiscal concedidas no âmbito do ICMS


são instrumentos corriqueiramente utilizados para atração de investimentos pelos
Estados (MELLO; ARMANGE, 2014).
Essas estratégias têm sido utilizadas na expectativa de elevação da economia,
postos de trabalho e renda para as regiões (MELLO; ARMANGE, 2014).
Diferentemente dos demais tributos, os Estados não possuem prerrogativa para a
instituição de isenções, incentivos e benefícios fiscais unilateralmente, podendo fazê-
lo apenas mediante deliberação entre Governadores. Estabelecidos, então, os
interesses comuns, firmam convênios para a consecução de benefícios tributários
que, de maneira uniforme, entre os Estados conveniados, também favorece o
contribuinte do imposto (CHIESA; MOSELE, 2018).

2.3 Impacto econômico da pandemia da COVID-19

Maital e Barzani (2020) alertaram que a Pandemia da COVID-19 poderia afetar


a economia global diretamente a produção, criando a cadeia de suprimentos e a
interrupção do mercado e seu impacto financeiro sobre empresas e mercados
(principalmente, demanda). O impacto primário inicial do COVID-19 está no lado da
oferta. Fechamentos de fábricas na China e em outros países levam a uma contração
na oferta macroeconômica de bens e serviços, movendo a economia global do ponto
'a' para o ponto 'b' – produção mais baixa, preços mais altos. Dessa forma, o impacto
no segundo turno de uma epidemia global resultará em contrações moderadas a
grandes na demanda (GAMA NETO, 2020).
À medida que as interrupções do lado da oferta fecham fábricas e locais de
trabalho, os consumidores reduzirão seus gastos, mudando as curvas de demanda,
reduzindo o PIB, aumentando o desemprego e moderando os aumentos dos preços.
Parte dessa demanda perdida será temporária, e quando a epidemia recuar, os
consumidores vão retomar alguns dos seus gastos, como com férias, por exemplo.
Mas parte da demanda será perdida permanentemente, reduzindo assim o
crescimento econômico global de longo prazo (MAITAL; BARZANI, 2020).
Ainda em termos internacionais, pesquisa realizada por Dietrich, Kuester,
Müller e Schoenle (2022) entre consumidores norte-americanos, contabilizou em torno
de 60.000 respostas. Dessa pesquisa, os autores ressaltam quatro observações
fundamentais para o entendimento do impacto econômico da COVID-19:
26

1) as expectativas dos consumidores respondem de forma rápida e forte à Pandemia.


Em termos de magnitude, a perda de renda que os consumidores esperam é
consistente com o que as previsões profissionais naquele momento implicam: uma
queda de 7% na produção ao longo de 12 meses. As expectativas dos consumidores
superam o impacto;
2) a incerteza sobre a perda de produção refletida nas respostas dos consumidores é
muito grande. Excede por uma ordem de magnitude a incerteza implícita pela
discordância entre os prognósticos profissionais;
3) os entrevistados esperam que a Pandemia seja inflacionária. Nos 12 meses
seguintes ao choque, a resposta média vê a inflação subir cerca de 5 pontos
percentuais. Essa visão estagflacionária1 da recessão emerge também quando
consideradas respostas para a produção e a inflação no nível individual. De fato, a
maioria dos entrevistados espera que a Pandemia eleve os preços enquanto reduz o
PIB. Neste, as visões inflacionárias dos consumidores contrastam fortemente com as
opiniões dos profissionais e,
4) a pandemia eleva fortemente a incerteza dos consumidores sobre a inflação futura.
Mais uma vez, o impacto na incerteza é muito mais acentuado para os consumidores
do que para os prognósticos profissionais.
Porsse et al. (2020) apresentam simulações2 realizadas em que foram
avaliadas três vias de transmissão dos efeitos econômicos ligados à doença. A
primeira via considera um choque de oferta de trabalho em consequência das taxas
de morbidade (aquelas pessoas infectadas pelo vírus, temporariamente incapacitadas
para o trabalho seja por estarem doentes ou em isolamento, ou afastadas do trabalho)
e de mortalidade (pessoas que virão a óbito devido à COVID-19). Esses mesmos
autores esclarecem que a dimensão dessa crise é definida tendo como base os dados
dos cenários epidemiológicos da COVID-19 projetados no estudo elaborado pelo
Imperial College London COVID-19 Response Team3. A segunda via leva em
consideração a paralisação temporária das atividades econômicas não essenciais,

1 A estagflação na economia corresponde a uma situação de recessão, com diminuição das atividades
económicas e do nível de emprego. No estagflação regista-se uma ausência de instrumentos
institucionais que regulem a economia.
2 As projeções foram elaboradas a partir de um modelo inter-regional dinâmico de equilíbrio geral

computável desenvolvido para a economia brasileira pelo Núcleo de Estudos em Desenvolvimento


Urbano e Regional da Universidade Federal do Paraná (NEDUR-UFPR).
3 Este estudo foi realizado por Walker et al. 2020. WALKER et al. The impact of COVID-19 and

strategies for mitigation and suppression in low-and middle-income countries. Science, v. 369, n. 6502,
p. 413-422, 2020.
27

principalmente no setor de serviços, por conta do isolamento social. Por fim, a terceira
via incorpora os efeitos de medidas governamentais de teor fiscal que estão sendo
providenciadas para minimizar os efeitos econômicos deletérios da doença. As
projeções são divididas em dois cenários, conforme sumariza-se na Tabela 1.

Tabela 1- Cenário econômico Pandemia COVID-19


Cenário Projeção
Cenário 1 1. Choque de oferta na força de trabalho decorrente das taxas de
morbidade e mortalidade esperadas devido à COVID-19;
Choque de redução de atividade em diversos setores econômicos
devido aos efeitos do isolamento social.
Cenário 2 Choques avaliados no Cenário 1 acrescidos de medidas
governamentais de estímulos fiscal previstas até o momento no âmbito
do Governo Federal
Fonte: Porsse et al. (2020).

A primeira via do Cenário 1 aufere que as sequelas de morbidade e mortalidade


da COVID-19 devem provocar um choque de oferta de trabalho na economia, causado
tanto por conta do tempo necessário para o tratamento e recuperação das pessoas
infectadas como devido aos óbitos decorrentes da doença. Em contrapartida, a
segunda via desse mesmo Cenário refere-se aos resultados de uma menor atividade
econômica associada ao isolamento social. Foi considerado que o isolamento da
população iria paralisar diversas atividades na economia por cerca de dois meses.
Mesmo que algumas atividades continuassem via home office, foi hipotetizado que
durante esses meses, atividades como comércio, transportes, alojamento,
alimentação, outras atividades administrativas, atividades artísticas, organizações
associativas e outros serviços pessoais e domésticos seriam totalmente ou
parcialmente paralisadas (PORSSE et al., 2020).
Para os subsetores cuja atividade tem um caráter de aglomerar pessoas como
shoppings, atividades artísticas e culturais, foi assumido a ocorrência de uma redução
de 100% da força de trabalho, enquanto para os subsetores de caráter não
aglomerativo foi assumido uma redução de 50% da força de trabalho, ambos para
cerca de dois meses ao longo do ano (PORSSE et al., 2020). O dimensionamento da
força de trabalho em cada setor foi obtido a partir dos dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua (IBGE, 2020c).
Já o Cenário 2 envolve os mesmos choques identificados no Cenário 1 com o
acréscimo das medidas de estímulo fiscal formuladas pelo Governo Federal, para
contrabalançar os efeitos de contração econômica da COVID-19 no Brasil (PORSSE
28

et al., 2020). O dimensionamento desses choques se alicerçou nos impactos das


inúmeras medidas do governo sobre o resultado primário do governo em 2020, que
constam do relatório do Observatório de Política Fiscal (BORGES, 2020). Nesse
cenário, foi considerado um conjunto variado de medidas governamentais, dentre as
quais se destacam as antecipações de despesas, o adiamento de receitas, as
desonerações, o remanejamento de despesas, a criação de novas despesas, a
expansão do crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e ações de auxílio aos governos estaduais e municipais (PORSSE et al.,
2020).
Salienta-se que, para fins de simulação, Porsse et al. (2020) consideraram que
o auxílio emergencial a pessoas de baixa renda, com estimativa de impacto
orçamentário de R$60 bilhões, deveria representar um aumento no consumo das
famílias. Foi estimado um impacto potencial no consumo das famílias de 1,13%, a
partir do número de domicílios potencialmente beneficiados por essa medida a partir
de informações da PNAD Contínua, calculando-se o impacto líquido na renda das
famílias a partir do diferencial entre os valores das remunerações perdidas e do auxílio
concedido. Válido assinalar que o montante de R$ 60 bilhões associado a essa
medida não foi incorporado no choque de consumo do governo para evitar dupla
contagem (PORSSE et al., 2020).
Os resultados das simulações apontam que, no Cenário 1, o PIB brasileiro
apresentaria uma redução de 1,87% no ano de 2020. Com as medidas de estímulo
adotadas pelo Governo (Cenário 2), a redução seria um pouco menor, de 1,21%. A
previsão do Banco Central para o crescimento da economia em 2020 antes da COVID-
19 era de 2,20%. Os efeitos demostram que a redução na oferta de trabalho e a
paralisação das atividades afetam não apenas os setores não essenciais, mas
indiretamente todos os demais setores da economia brasileira no Cenário 1. No
Cenário 2, por sua vez, apenas os setores que concentram os gastos públicos
apresentam desvio positivo em relação ao cenário base, enquanto os demais têm
suas quedas ligeiramente atenuadas por efeitos indiretos e induzidos da política fiscal
(PORSSE et al., 2020).
A Pandemia da COVID-19 causou efeitos extremamente sérios para economia
brasileira, essencialmente nas áreas de comércio, de agricultura e, de indústria e
serviço. O governo no início da Pandemia já antevia expressivos impactos como a
redução das exportações, o agravamento nas condições financeiras, a redução no
29

preço das comodities, a cessão da cadeia produtiva e a redução na movimentação de


pessoas e mercadorias. (JESUS; COSTA; AMARAL, 2020; SILVA; SILVA, 2020).
Em estudo realizado por Santos, Rizzi e Petri (2021) ficou evidenciado que o
impacto da Pandemia na arrecadação do ICMS na região sul do Brasil ocorreu apenas
em seu início, quando as restrições e as medidas de enfretamento ao contágio do
vírus foram maiores. Mesmo que os Estados estivessem atuando unicamente com
serviços essenciais, a arrecadação foi crescendo gradativamente durante os meses.
Nessa mesma pesquisa, os Estados da região sul do Brasil apresentaram um
impacto na arrecadação em março, marcado pelo início da Pandemia no Brasil,
entretanto, o Estado do Rio Grande do Sul apresentou uma recuperação antecipada
comparada com os outros Estados da pesquisa, em que essa recuperação ocorreu
no mês de julho, juntamente com sua superação de arrecadação, levando em
consideração a comparação dos mesmos meses de 2019. Já no Estado de Santa
Catarina ficou evidenciada uma recuperação mais lenta comparando Paraná e Rio
Grande do Sul, pois ela se deu em agosto, enquanto sua superação na arrecadação
aconteceu no mesmo mês. E por fim, o Estado do Paraná apresentou sua recuperação
no mês de julho, contudo, sua superação na arrecadação ocorreu apenas no mês de
setembro (SANTOS; RIZZI; PETRI, 2021).
Fonseca, Costa Almeida e Silva (2022) referem que o impacto aconteceu
somente no início com as restrições mais intensas e o fechamento integral dos
comércios (fundamental fonte geradora do ICMS). Fonseca, Costa Almeida e Silva
(2022) afirmam que o fechamento das empresas promoveu uma redução 30% desse
imposto, no primeiro semestre de 2020.Contudo, os supermercados puderam atuar,
sem impactar no consumo. Além disso, com o passar dos meses as restrições
sofreram alterações, em que as atividades puderam retornar de forma gradual com as
devidas medidas de segurança (FONSECA; COSTA ALMEIDA; SILVA, 2022).
Não só os cidadãos foram atingidos economicamente, mas, as empresas
também, às quais apresentaram uma redução de suas receitas, para suportar essas
perdas tiveram que demitir funcionários, encerrar atividades temporária e até
definitivamente. Com isso a movimentação econômica do país foi desestruturada,
assim os entes públicos, Estados, Municípios e o Distrito federal, que têm como
principal fonte de receita a arrecadação de tributos e repasses do Governo Federal
sentiram também o impacto econômico causado pela Pandemia (FLORÊNCIO FILHO;
ZANON, 2020; FONSECA; COSTA ALMEIDA; SILVA, 2022).
30

Outro ponto, é que a situação do emprego mundial sofreu expressiva


deterioração. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) demonstrou mediante
cálculos que, no mundo, a renda do trabalho caiu 10,7%, ou US$ 3,5 trilhões (5,5%
do PIB mundial), nos três primeiros trimestres de 2020, na comparação com igual
período de 2019 (OIT, 2020), excetuando aquela originada em programas
governamentais. A queda na renda é acompanhada mais pelo aumento da inatividade
até do que pelo desemprego. A OIT (2020) estima também que as perdas de horas
trabalhadas devem fechar o ano com queda de 8,6% (o equivalente a menos 245
milhões de empregos de tempo integral), ante igual trimestre de 2019. Outros choques
sociais severos devem ser experienciados, ocasionando retrocesso no
desenvolvimento social e um aumento da pobreza e da desigualdade, conforme
estimativas de órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) (COSTA LIMA,
2021).
É esperado um aumento da pobreza de mais de 96 milhões de pessoas, com
impacto maior sobre mulheres, que são prejudicadas também pela perda em setores
com maior participação feminina, que, a priori, já oferecem piores condições de
trabalho e salários, além do aumento da carga de trabalho doméstico (ONU Mulheres,
2020). Ademais, segundo a Food and Agriculture Organization of the United Nations
(FAO) e outras instituições (FAO, 2020), entre 83 e 132 milhões devem passar forme
em 2020. Esse alarme acontece no contexto de lento aumento da fome no mundo
desde 2014. Adicionalmente, segundo o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD, 2020), os efeitos violentos na renda, na saúde e na
educação pelo mundo devem acarretar uma redução do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) - pela primeira vez desde 1990, ano em que foi introduzido. Uma
queda mais acentuada é esperada nos países em desenvolvimento menos capazes
de gerenciar as sequelas econômicos e sociais da Pandemia.

2.4 Índice de Desenvolvimento Humano

O Desenvolvimento Humano diz respeito a um conceito essencial para a


compreensão e a mensuração do crescimento econômico de determinada população
(PNUD, 2013). Esse conceito ancora a “capacidade de compreensão que as
melhorias na qualidade de vida de uma população vão além das melhorias
econômicas, mas também sociais, culturais e políticas que influenciam a vida humana”
(LOPES; PEREIRA, 2021, p. 2).
31

Mendes, Magalhães, Mendes, Silva e Rodrigues (2018) explicam que a


abordagem do Desenvolvimento Humano se tornou popular com a criação e adoção
do IDH Global, exposto em 1990, por meio do PNUD, com o propósito de ofertar um
contraponto de análise ao PIB per capita, uma vez que o PIB só leva em conta em
sua análise de desenvolvimento dos países, a dimensão econômica (PEREIRA;
RODRIGUES, 2021). O IDH repercutiu mundialmente por sua simplicidade, facilidade
de compreensão e forma mais integrada e abrangente de medir o desenvolvimento
(LOPES; PEREIRA, 2021). O IDH foi concebido pelo economista paquistanês Mahbub
ul Haq, com o auxílio do economista indiano Amartya Sem (BARRETO, 2015).
Nessa seara, o IDH relaciona índices de países nos elementos de
alfabetização, educação, riqueza e expectativa de vida, com objetivo de avaliar o nível
de desenvolvimento dos países (PNUD, 2013). Realizado e divulgado pelo PNUD, o
índice oscila entre zero e um. Nesse escopo, de acordo com o PNUD (2013), países
com IDH até 0,499 são considerados de desenvolvimento muito baixo, com índices
de 0,50 a 0,599 são considerados de desenvolvimento baixo; de 0,600 a 0,699 de
desenvolvimento médio; de 0,700 a 0,799 de desenvolvimento alto; e, acima de 0,80
são considerados de desenvolvimento alto.
Conforme o PNUD (2020), os pilares do IDH são a saúde, a educação e a
renda, e são medidos da seguinte maneira:
1) a saúde (vida longa e saudável) é mensurada pela expectativa de vida;
2) a educação (acesso ao conhecimento) é mensurada por:
a) média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de
educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; e,
b) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida
escolar (que é o número total de anos de escolaridade que uma criança na idade de
iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de
matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança;
e,
3) a renda (padrão de vida) é mensurada pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita
expressa em poder de paridade de compra.
A desigualdade no Brasil é histórica e segue expressiva, com tendência a
aumentar durante situações de crise como a Pandemia da COVID-19. É estimado que
essa pandemia deixe sequelas sérias nos sistemas de educação, de saúde e de renda
no Brasil, período em que se tem observado estagnação econômica e social. Uma vez
32

que se tem percebido que a instabilidade nos sistemas supracitados está ligada a
crescente taxa de desemprego mesmo anteriormente à pandemia, é recomendado
que se respeite o uso de parâmetros para aferir o Desenvolvimento Humano no Brasil
durante a pandemia, período de maior fragilidade (PEREIRA; RODRIGUES, 2021).

2.5 Políticas de auxílio fiscal

Diante de todas as questões supracitadas, o Governo Federal teve que dispor


de políticas de auxílio fiscal para evitar o colapso da economia, pois o Brasil não ficou
imune aos impactos atrelados às restrições às atividades econômicas, sociais e
educacionais ante à Pandemia e a necessidade de isolamento na tentativa de conter
à COVID-19 (GARRIDO; GARRIDO, 2020). Para atender os brasileiros que se
encontravam em situação de vulnerabilidade social, o governo federal criou
programas assistenciais, como o auxílio emergencial, como a Lei n. 13.982, de 2 de
abril de 2020 (BRASIL, 2020a), para prover ajuda financeira para cidadãos que
sofreram perdas econômicas durante a Pandemia
Na tentativa de amenizar o impacto social, o Governo Federal proveu repasses
financeiros através da Lei Complementar n. 176/2019 (BRASIL, 2019) para Estados,
Distrito Federal e Municípios, para compensar a perda de arrecadação do ICMS e o
IPTU (CARVALHO, 2020; FLORÊNCIO FILHO; ZANON, 2020). Outra fonte de
receitas é o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Distrito Federal, sendo
uma transferência da União aos Estados e ao Distrito Federal, cujo objetivo é equalizar
a capacidade fiscal das unidades federativas. Transfere-se aos Estados 21,5% da
arrecadação de IR e Imposto sobre IPI (LOUZANO; ABRANTES; ALMEIDA;
OLIVEIRA; ROCHA, 2020).
Carvalho (2020) explica que, diante da redução da arrecadação do ICMS e dos
repasses Governamentais do FPE, as arrecadações foram reduzidas pela
recessão econômica eclodida por todo o país provenientes da redução do
consumo e da circulação de pessoas, comprometendo os orçamentos dos
Estados e Municípios no Brasil. Em julho de 2020 foi editada a medida provisória n.
938/2020 (BRASIL, 2020b) que estabeleceu, repasses aos Municípios, Estados e
Distrito federal, motivada pela Pandemia da COVID-19, depois, transformada na
LC n. 14.041/2020 (BRASIL, 2020c). Da mesma forma editou-se a Lei Complementar
n. 176/2020 para compensar perdas da LC n. 87/1996, ‘Lei Kandir’ (BRASIL, 1996).
33

Salvador (2020) refere que no, Brasil, os efeitos da COVID-19 foram


praticamente ignorados pelo governo e acabaram agravados pelas medidas de ajuste
fiscal permanente e sua face mais recente de austeridade fiscal. Justifica esse autor
que, mesmo que o Congresso Nacional tenha aprovado, em maio de 2020, a EC 106,
que institui Regime Extraordinário Fiscal, Financeiro e de Contratações para
enfrentamento de calamidade pública nacional decorrente de Pandemia relativa à
COVID-19, os recursos orçamentários têm sido aquém do necessário para fazer frente
à calamidade sanitária, social e econômica que o país atravessa. A EC 106,
decorrente da “PEC do Orçamento de Guerra”, institui regime extraordinário fiscal,
financeiro e de contratações para enfrentamento da calamidade pública nacional
decorrente da Pandemia da COVID-19 (BRASIL, 2020d).
Devido à natureza da crise atual, vários governos estão apostando no aumento
de gastos públicos. Mesmo instituições notadamente ortodoxas, como o Banco
Mundial, recomendam que os países ampliem gastos sociais e adotem medidas de
apoio para os mais vulneráveis, o que reduzirá os efeitos da crise, mas não a
estancará (FREIRE; DOMINGUES; MAGALHÃES; SIMONATO; MIYAJIMA, 2021). A
despeito disso, no Brasil, as políticas de austeridade têm sido ampliadas e afetado
fortemente tanto os serviços públicos de saúde como também os segmentos de
pesquisa, desenvolvimento e inovação que tiveram seus orçamentos reduzidos
drasticamente. O que, no âmbito da Pandemia, deixou o Brasil numa situação
bastante fragilizada. A compra, o desenvolvimento e a produção de vacinas é um caso
emblemático da dependência tecnológica externa associada à má gestão da
Pandemia. Fruto do desmonte das políticas para a autonomia nacional na produção
de produtos para a saúde, da desarticulação do Programa Nacional de Imunização
(PNI) e do subfinanciamento da saúde e das políticas de ciência & tecnologia e
inovação (CT&I) (FREIRE et al., 2021).
Para Mazzucato (2021), a falta de planejamento do orçamento do Ministério da
Saúde para o enfrentamento ao vírus SARS-CoV-2 em 2021 implicou a não previsão
de recursos específicos para a Pandemia em sua versão inicial enviada ao Congresso,
além dos recursos não executados em 2020 para compra de vacinas no valor de R$
21,6 bilhões decorrentes de créditos extraordinários, reabertos em 2021 para esse
fim. O Conselho Nacional de Saúde (CNS) coletou quase 600 mil assinaturas em
defesa de pelo menos R$ 168,7 bilhões em 2021, excluídos os R$ 20 bilhões para
vacinas. No entanto, o valor das despesas com ações e serviços públicos de saúde
34

aprovado na Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2021 foi de R$ 131,2 bilhões,
enquanto o país sufoca, tendo atingido a marca de meio milhão de mortes em 19 de
junho de 2021.
Neste capítulo foram apresentados os conceitos que embasam teoricamente
este estudo. Para além da apresentação dos conceitos como Sistema tributário;
tributos; taxas; contribuições de melhoria; impostos; ICMS; arrecadação do imposto
de circulação de mercadorias e serviços, foram apresentadas questões relativas ao
impacto da pandemia da COVID-19 tanto na economia quanto no IDH, além de
políticas de auxílio fiscal das quais o governo teve que dispor para evitar o colapso da
economia. Na sequência, apresenta-se os resultados.
35

3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados desta pesquisa,


respeitando a ordem dos objetivos estabelecidos para o estudo. Assim, inicialmente,
apresenta-se os dados referentes à arrecadação do ICMS dos estados da Região Sul
(2014-2021), seguido dos dados referentes à arrecadação do ICMS do estado da
Bahia, no mesmo período. Depois são traçados comparativos entre as variações
ocorridas na arrecadação de ICMS nos estados da Região Sul e no estado da Bahia.

3.1 Arrecadação do ICMS dos estados da Região Sul (2014-2021)

Nesta seção apresenta-se os resultados referente à arrecadação do ICMS dos


estados da Região Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, primeiro objetivo
específico estabelecido. Os achados são apresentados em tabelas (Tabela 2, Tabela
3 e Tabela 4) e em gráficos (Figura 1, Figura 2, Figura 3).

3.1.1 Arrecadação do ICMS do Rio Grande do Sul (2014-2021)

Os dados sobre a arrecadação do ICMS do Estado do Rio Grande do Sul foram


coletados no dia 28 de agosto de 2022. Na Tabela 2, apresenta-se o valor arrecadado
no Rio Grande do Sul, ano a ano, de 2014 até 2021.

Tabela 2-Arrecadação de ICMS do Rio Grande do Sul (2014-2021)

Ano Valor arrecadado (R$)


2014 25.854.212.588,00
2015 27.125.892.801,00
2016 30.385.773.360,00
2017 31.933.423.344,00
2018 34.804.646.266,00
2019 35.742.812.900,00
2020 36.207.896.916,00
2021 45.737.554.037,00
Fonte: elaborado pela autora (2022).

Com base na Tabela 2 foi elaborado um gráfico (Figura 1) para que se possa
visualizar a evolução da arrecadação do ICMS do Rio Grande do Sul.
36

Figura 1- Evolução da arrecadação do ICMS do Rio Grande do Sul (2014-2021)


50.000.000.000,00

45.000.000.000,00

40.000.000.000,00

35.000.000.000,00

30.000.000.000,00

25.000.000.000,00

20.000.000.000,00

15.000.000.000,00

10.000.000.000,00

5.000.000.000,00

0,00
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: elaborada pela autora (2022).

3.1.2 Arrecadação do ICMS de Santa Catarina (2014-2021)

Na Tabela 3, apresenta-se o valor arrecadado em Santa Catarina, ano a ano,


de 2014 até 2021.

Tabela 3- Arrecadação de ICMS de Santa Catarina (2014-2021)


Ano Valor arrecadado (R$)
2014 15.769.833.512,00
2015 16.071.048.478,00
2016 16.927.387.654,00
2017 19.380.959.976,00
2018 21.390.582.475,00
2019 23.289.325.054,00
2020 23.907.599.837,00
2021 29.090.262.454,00
Fonte: elaborada pela autora (2022).

Com base na Tabela 3, foi elaborado um gráfico (Figura 2) para que se possa
visualizar a evolução da arrecadação do ICMS de Santa Catarina.
37

Figura 2- Evolução da arrecadação do ICMS de Santa Catarina (2014-2021)


35.000.000.000,00

30.000.000.000,00

25.000.000.000,00

20.000.000.000,00

15.000.000.000,00

10.000.000.000,00

5.000.000.000,00

0,00
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: elaborada pela autora (2022).

3.1.3 Arrecadação do ICMS do Paraná (2014-2021)

Na Tabela 4, apresenta-se o valor arrecadado no Paraná, ano a ano, de 2014


até 2021.

Tabela 4- Arrecadação do ICMS do Paraná (2014-2021)

Ano Valor arrecadado (R$)


2014 22.815.805.020,00
2015 24.941.842.377,00
2016 26.152.177.631,00
2017 29.586.341.151,00
2018 30.205.169.056,00
2019 31.502.726.803,00
2020 31.518.256.974,00
2021 39.133.009.134,00
Fonte: elaborada pela autora (2022).

Com base na Tabela 4, foi elaborado um gráfico (Figura 3) para que se possa
visualizar a evolução da arrecadação do ICMS do Paraná.
38

Figura 3- Evolução da arrecadação do ICMS do Paraná (2014-2021)


45.000.000.000,00

40.000.000.000,00

35.000.000.000,00

30.000.000.000,00

25.000.000.000,00

20.000.000.000,00

15.000.000.000,00

10.000.000.000,00

5.000.000.000,00

0,00
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: elaborada pela autora (2022).

Nesta seção foram apresentados os resultados referentes ao primeiro objetivo


específico estabelecido para esta pesquisa, a saber, levantar a arrecadação de ICMS
dos estados da Região Sul, no período de 2014 a 2021. Pode-se observar tanto pelo
que está exposto nas Tabelas 2, 3 e 4, e seus respectivos gráficos (1,2 e 3) que a
arrecadação de ICMS nos estados da Região Sul aumentou ano a ano no período
investigado. Contudo, observa-se um menor crescimento nos anos de 2018, 2019 e
2020, voltando a crescer de forma significativa no ano de 2021.

3.2 Arrecadação do ICMS do estado do estado da Bahia (2014 a 2021)

Nesta seção apresenta-se os dados referentes à arrecadação do ICMS do


estado da Bahia no período de 2014-2021, conforme segundo objetivo específico
estabelecido para esta pesquisa (Tabela 5).
39

Tabela 5- Arrecadação do ICMS da Bahia (2014-2021)

Ano Valor arrecadado (R$)


2014 17.575.936.132,00
2015 18.634.858.077,00
2016 19.507.768.962,00
2017 21.208.497.104,00
2018 23.568.159.537,00
2019 24.717.852.212,00
2020 24.978.684.972,00
2021 31.273.800.021,00
Fonte: elaborada pela autora (2022).

Com base na Tabela 5, foi elaborado um gráfico (Figura 4) para que se possa
visualizar a evolução da arrecadação do ICMS do Bahia.

Figura 4-Evolução da arrecadação do ICMS da Bahia (2014-2021)


35.000.000.000,00

30.000.000.000,00

25.000.000.000,00

20.000.000.000,00

15.000.000.000,00

10.000.000.000,00

5.000.000.000,00

0,00
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: elaborada pela autora (2022).

Nesta seção foram apresentados os resultados referentes ao segundo objetivo


específico estabelecido para esta pesquisa, a saber, levantar a arrecadação de ICMS
do estado da Bahia no período de 2014 a 2021. Pode-se observar tanto pelo que está
exposto na Tabela 5, e no seu respectivo gráfico (Figura 4) que a arrecadação de
ICMS no estado da Bahia, da mesma forma como ocorreu nos estados da Região Sul,
aumentou ano a ano no período investigado. Contudo, observa-se um menor
crescimento nos anos de 2018, 2019 e 2020, voltando a crescer de forma significativa
no ano de 2021.
40

3.3 Cálculo da diferença na arrecadação de ICMS, ano a ano, dos estados da


Região Sul e do estado da Bahia (2014 a 2021)

Nesta seção apresenta-se as tabelas com as diferenças em reais e em


percentual da arrecadação de ICMS, ano a ano, dos estados do Rio Grande do Sul
(Tabela 6), de Santa Catarina (Tabela 7) e do Paraná (Tabela 8). Já na Tabela 9
apresenta as mesmas informações, porém referentes ao estado da Bahia. Dessa
forma, espera-se atender ao terceiro objetivo específico estabelecido neste trabalho,
a saber, calcular o percentual de diferença na arrecadação de ICMS, ano a ano, dos
estados da Região Sul e do estado da Bahia, no período de 2014 a 2021.

Tabela 6- Diferença na arrecadação de ICMS do estado do Rio Grande do Sul


(2014 a 2021)
Ano/período Rio Grande do Sul
Diferença em R$ %
2014/2015 1.271.680.213,00 4,92%
2015/2016 3.259.880.559,00 12,02%
2016/2017 1.547.649.984,00 5,09%
2017/2018 2.871.222.922,00 8,99%
2018/2019 938.166.634,00 2,70%
2019/2020 465.084.016,00 1,30%
2020/2021 9.529.657.121,00 26,32%
Fonte: elaborada pela autora (2022).

A Tabela 6 expõe a variação ano a ano da arrecadação de ICMS no Rio Grande


do Sul. Pode-se observar que as variações foram heterogêneas, em que no primeiro
período (2014-2015) ocorreu uma variação de 4,92%, enquanto que entre 2015 e
2016 ocorreu uma variação maior (12,02%), voltando a cair no período seguinte 2016-
2017 (5,09%). Uma queda maior na variação foi constatada entre o período de 2018
e 2019 (2,70%), e o pior período foi entre 2019 e 2020, em que se evidenciou uma
variação bem menor (1,30%), justamente no auge da pandemia. Após esse período,
entre 2020 e 2021 observa-se um crescimento significativo na variação (26,32%)
momento em que o país busca se reorganizar, mesmo dentro de um quadro
pandêmico.
41

Tabela 7- Diferença na arrecadação de ICMS do estado de Santa Catarina (2014


a 2021)

Ano/período Santa Catarina


Diferença em R$ %
2014/2015 301.214.966,00 1,91%
2015/2016 856.339.176,00 5,33%
2016/2017 2.453.572.322,00 14,49%
2017/2018 2.009.622.499,00 10,37%
2018/2019 1.898.742.579,00 8,88%
2019/2020 618.274.783,00 2,65%
2020/2021 5.182.662.617,00 21,68%
Fonte: elaborada pela autora (2022).
Enquanto isso, em Santa Catarina (Tabela 7), o período 2014-2015 evidenciou
uma variação de 1,91% na arrecadação, subindo para 5,33% e 14,49% nos dois
períodos seguintes, respectivamente. Contudo, entre 2017 e 2018 ocorreu uma
variação menor 10,37%, continuando em queda entre 2018 e 2019 (8,88%), com pior
variação entre 2019 e 2020 (2,65%), similarmente ao ocorrido no Rio Grande do Sul.
No período de 2020-2021 ocorreu a maior variação do período em estudo (2014-2021)
com uma variação de 21,68%.

Tabela 8- Diferença na arrecadação de ICMS do estado do Paraná (2014 a 2021)


Ano/período Paraná
Diferença em R$ %
2014/2015 2.126.037.357,00 9,32%
2015/2016 1.210.335.254,00 4,85%
2016/2017 3.434.163.520,00 13,13%
2017/2018 618.827.905,00 2,09%
2018/2019 1.297.557.747,00 4,30%
2019/2020 15.530.171,00 0,05%
2020/2021 7.614.752.160,00 24,16%
Fonte: elaborada pela autora (2022).
No estado do Paraná (Tabela 8) o cenário que se evidencia apresentou
algumas diferenças quando comparado aos dois estados anteriores. Por exemplo,
ocorreu uma variação maior entre 2014 e 2015 (9,32%), com queda entre 2015 e 2016
(4,85%) e um aumento na variação no período seguinte (2016-2017). Contudo, no
período de 2017-2018 se evidenciou uma queda expressiva na variação da
arrecadação (2,09%), com leve aumento no período seguinte (2018-2019; 4,30%) e
em queda novamente no ano pandêmico (2019-2020), no qual ocorreu a pior variação
dos estados da Região Sul (0,05%). Entretanto, como ocorreu nos demais estados
42

do sul, no período de 2020-2021 ocorreu um aumento expressivo na variação da


arrecadação de ICMS (24,16%).
Tabela 9-Diferença na arrecadação de ICMS do estado da Bahia (2014 a 2021)

Ano/período Bahia
Diferença em R$ %
2014/2015 1.058.921.945,00 6,02%
2015/2016 872.910.885,00 4,68%
2016/2017 1.700.728.142,00 8,72%
2017/2018 2.359.662.433,00 11,13%
2018/2019 1.149.692.675,00 4,88%
2019/2020 260.832.760,00 1,06%
2020/2021 6.295.115.049,00 25,20%
Fonte: elaborada pela autora (2022).
Finalizando, no estado da Bahia (Tabela 9) ocorreu uma variação de 6,02% no
período inicial (2014-2015), com queda na variação no período seguinte (4,68%), com
elevação nos períodos seguintes (8,72% e 11,13%, respectivamente). Já no período
de 2018-2019 ocorreu uma queda na variação (4,88%), com pior cenário em termos
de variação de arrecadação de ICMS no período de 2019-2020 (1,06%), da mesma
forma como ocorreu nos estados da Região Sul. Em contrapartida, entre 2020-2021
ocorreu um aumento na arrecadação de ICMS (25,20%), similar aos estados da
Região Sul.

3.4 Comparativo da arrecadação de ICMS entre os estados da Região Sul e o


estado da Bahia, no período de 2014 a 2021

Na Tabela 10 apresenta-se a diferença, em percentual, da arrecadação de


ICMS entre os estados em estudo neste trabalho, considerando-se ano a ano e o total
do período considerado para esta pesquisa (2014-2021). Dessa forma, espera-se
atender ao quarto objetivo específico estabelecido neste estudo: comparar a
arrecadação de ICMS entre os estados da Região Sul e o estado da Bahia, no período
de 2014 a 2021.
43

Tabela 10- Comparativo em percentual da diferença de arrecadação entre os


estados da Região Sul e da Bahia (2014-2021)
Ano/período RS SC PR BA
2014/2015 4,92% 1,91% 9,32% 6,02%
2015/2016 12,02% 5,33% 4,85% 4,68%
2016/2017 5,09% 14,49% 13,13% 8,72%
2017/2018 8,99% 10,37% 2,09% 11,13%
2018/2019 2,70% 8,88% 4,30% 4,88%
2019/2020 1,30% 2,65% 0,05% 1,06%
2020/2021 26,32% 21,68% 24,16% 25,20%
Total 61,34% 65,31% 57,90% 61,69%
RS: Rio Grande do Sul; SC: Santa Catarina; PR: Paraná; BA: Bahia.
Fonte: elaborada pela autora (2022).

Embora se possa observar variações diversas entre os estados num mesmo


período, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, diferente dos demais estados,
ocorreu um aumento na variação do segundo período analisado (2015-2016). Já no
período de 2016-2017, o Rio Grande do Sul foi o único estado que apresentou queda
na variação da arrecadação de ICMS, comparado ao período anterior. Entre 2017 e
2018, houve um aumento na variação nos estados do Rio Grande do Sul e da Bahia,
enquanto que no Paraná ocorreu uma queda na variação nesse período (de 13,13%
para 2,09%). No período seguinte (2018-2019), com exceção do Paraná em que se
evidenciou um crescimento na variação, nos demais estados ocorreram quedas
nessas variações, com pior cenário no Rio Grande do Sul (2,70%). Já no auge da
pandemia (2019-2020), observa-se quedas em todas as variações, cabendo o pior
cenário ao Paraná, variação de apenas 0,05%. No período 2020-2021 foi observado
aumento na variação de arrecadação de ICMS em todos os estados. Na somatória
das variações ocorridas entre 2014 e 2021, o melhor cenário coube a Santa Catarina
(acumulou uma variação de 65,31%), e o pior cenário ao Paraná (acumulou uma
variação de 57,90%).

3.5 Diferença na arrecadação de ICMS (2014-2019) e (2020-2021)

Nesta seção pretende-se responder ao objetivo geral do estudo: verificar a


diferença de percentuais na arrecadação de ICMS, de anos anteriores à pandemia da
COVID-19 (2014-2019), e nos anos de pandemia (2020-2021), dos estados da Região
do Sul e do estado da Bahia. Para tal, foi realizada uma soma das variações (em
percentuais) que ocorreram entre 2014 e 2019 e nos anos seguintes (2020-2021),
com posterior cálculo da média.
44

Tabela 11-Diferença na arrecadação de ICMS (2014-2019) e (2020-2021)


Período Ano/período RS SC PR BA Média
nacional
Pré-pandemia 2014/2015 4,92% 1,91% 9,32% 6,02% 3,40%
2015/2016 12,02% 5,33% 4,85% 4,68% 3,63%
2016/2017 5,09% 14,49% 13,13% 8,72% 7,17%
2017/2018 8,99% 10,37% 2,09% 11,13% 7,23%
2018/2019 2,70% 8,88% 4,30% 4,88% 6,24%
Total 33,73% 40,98% 33,69% 35,43 27,67%
Média/ano 6,75% 8,20% 6,74% 7,09% 5,53%
Pandemia 2019/2020 1,30% 2,65% 0,05% 1,06% 2,43%
2020/2021 26,32% 21,68% 24,16% 25,20% 25,45%
Total 27,62% 24,33% 24,21% 26,26% 27,88%
Média/ano 13,81% 12,16% 12,10% 13,13% 13,94%
Fonte: elaborada pela autora (2022).

Conforme exposto na Tabela 11, a média na variação (percentual) da


arrecadação de ICMS no período pré-pandemia (2014-2019) foi menor do que a média
da variação da arrecadação de ICMS no período de pandemia. Com isso, pode-se
dizer que a variação que ocorreu ao final de 2021 foi a mais expressiva de todo o
período estudado, o que demonstra um movimento dos estados para se recuperarem
do período auge da pandemia que foi o ano de 2020.
Com base na Tabela 11, foi elaborado um gráfico (Figura 5) para que se possa
visualizar a evolução da arrecadação do ICMS nos estados em estudo comparado à
média nacional.
45

Figura 5- Variação da arrecadação do ICMS (%) (2014-2021)

30,00%

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%
2014/2015 2015/2016 2016/2017 2017/2018 2018/2019 2019/2020 2020/2021

RS SC PR BA Média Nacional
Fonte: elaborado pela autora (2022).

Ao se comparar a variação da média nacional (27,67%) pode-se observar que


os estados em estudo apresentaram um crescimento no percentual de arrecadação
maior que a média nacional no período pré-pandemia (2014-2019), enquanto que no
período de pandemia (2020-2021), a variação foi menor em todos os estados em
estudo, quando comparados à média nacional (Tabela 11; Figura 5).

3.6 Arrecadação parcial em 2022

Nesta seção apresenta-se os dados sobre a arrecadação de ICMS nos estados


da Região Sul e na Bahia, a fim de traçar comparativos com a arrecadação dos anos
anteriores (Tabela 12).
Tabela 12- Arrecadação parcial 2022 (janeiro até agosto)
Ano/período RS SC PR BA
2022 29.537.278.779,00 26.463.531.820,00 29.110.243.669,00 22.890.823.472,00
Total
Fonte: elaborado pela autora.

Pode-se observar que o estado que mais arrecadou no ano de 2022 (até
agosto), foi o estado do Rio Grande do Sul, seguido pelo estado do Paraná (Tabela
12), cabendo à Santa Catarina e à Bahia o terceiro e quarto lugar, respectivamente,
em termos de arrecadação de ICMS. No entanto, nas tabelas anteriores (2, 3, 4 e 5),
quando se avalia a arrecadação em 2021, nota-se que os mesmos estados (RS e PR)
46

foram os que mais arrecadaram, tendo ocorrido uma mudança nos estados que
ficaram em terceiro e quarto lugar em termos de arrecadação de ICMS. (Bahia e Santa
Catarina: terceiro e quarto lugar, respectivamente).

3.7 Impacto da pandemia no Índice de Desenvolvimento Humano

O quinto objetivo especifico deste estudo foi identificar o impacto da pandemia


no IDH do Brasil. Para isso, inicialmente, apresenta-se a série histórica do IDH do
Brasil, desde 1990 (Figura 6).
Figura 6- IDH no Brasil (1990-2021)

0,753 0,764 0,766 0,758 0,754


0,723
0,679
0,61

1990 2000 2010 2015 2018 2019 2020 2021


IDH do Brasil
Fonte: elaborado pela autora (2022) com base em PNDU (2022, p. 278).

A Figura 6 mostra que o IDH no Brasil. Há cerca de 30 anos, o IDH do Brasil


era de 0,610, tendo se mantido num crescente ao longo de 29 anos (1990-2019).
Contudo, nos últimos dois anos (2020-2021), recuou de 0,766 para 0,758 e depois
para 0,754.
47

Figura 7- IDH no mundo (1990-2021)

0,724 0,739 0,732


0,697
0,645
0,601

1990 2000 2010 2015 2019 2021


IDH do Mundo
Fonte: elaborado pela autora (2022), com base em Alves (2022).

Em 1990 IDH do Brasil estava em 0,610 (Figura 6), enquanto que no mundo
está em 0,601 (Figura 7). Nos 25 anos posteriores, a diferença entre o IDH brasileiro
e o global cresceu a favor do Brasil que, em 2015, apresentava um IDH de 0,753,
enquanto que o mundo apresentava uma média de 0,724. Contudo, diante de um
processo de estagnação no cenário brasileiro, o IDH de 2021 é semelhante ao IDH de
2015. Com a pandemia da COVID-19 e a recessão econômica de 2020, o Brasil
recuou seis anos. A média global também apresentou queda entre 2019 e 2021,
contudo, o IDH global de 0,732 em 2021 é maior do que o IDH global de 2015 (0,724).
Neste capítulo foram apresentados os resultados do presente estudo. Diante
desses resultados, cabe que sejam realizadas algumas considerações.
Sabe-se que o mundo, incluindo o Brasil, está passando por uma importante
crise sanitária desde 2020, o que tem acarretado consequências danosas para a
economia dos países. Desde o início da pandemia da COVID-19, os países lutaram
para a contenção da doença, adotando medidas de restrição e até de isolamento
social, como forma de proteger a população do contágio (PORSSE et al., 2020). No
cenário brasileiro, a depressão na atividade econômica potencializou um cenário fiscal
que já se apresentava crítico antes da pandemia, uma vez que as medidas de restrição
repercutiram em quedas expressivas no valor da arrecadação do ICMS, que é a
principal fonte de receita dos estados brasileiros (PONTE; BENEGAS, 2021).
48

Conforme dados do IBGE (2020a), até julho de 2020 716.000 empresas haviam
encerrado suas atividades devido à pandemia.
Pode-se observar pelo exposto na Tabela 11 que a menor variação na
arrecadação de ICMS ocorreu entre 2019 e 2020, o que corrobora o exposto pelos
autores sobre os efeitos econômicos danosos da pandemia da COVID-19.
Contudo, a arrecadação dos estados brasileiros com o ICMS bateu o recorde e
alcançou a faixa de 652 bilhões de reais, em 2021, segundo dados do CONFAZ, uma
variação de 25,45% com relação ao ano de 2020. Dessa forma, observa-se uma luta
do setor econômico para recuperar os prejuízos causados pela Pandemia.
Diversos fatores podem ter contribuído para esse aumento na arrecadação do
ICMS. Segundo a Cable News Network (CNN) Brasil (2022), o aumento no preço dos
combustíveis e da energia elétrica alavancaram a arrecadação dos governos
estaduais em 2021, além da retomada das empresas às atividades normais, após o
período de medidas restritivas.
Conforme posto por Jacintho (2022), entre julho e setembro de 2021 tanto a
região Sul quanto a região Sudeste do Brasil, lideraram o ranking de novos negócios,
alcançando um crescimento de 7,8% quando comparado aos meses de abril, maio e
junho do mesmo ano. No mês de agosto foram abertas 382.766 empresas, elevando
a um patamar de mais de 1 milhão de novos Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica
(CNPJs) entre julho e setembro de 2021. Se a comparação for em relação a 2019, o
crescimento é ainda maior (33%).
Mendes inovação tributária (2022) afirma que com alta inflacionária, alguns
estados brasileiros têm buscando alternativas para driblar os prejuízos na
arrecadação, entre elas, o aumento do ICMS. Por exemplo, no Rio Grande do Sul e
na Bahia a alíquota de ICMS passou de 17% para 18%, enquanto que no Paraná,
alíquota de ICMS de 12% para 18% ou 25%, gasolina e álcool era 25% foi para 29%.
Sobre o IDH, o PNDU (2022) publicou recente um relatório em que deixa claro
que se vive atualmente num mundo de preocupação, pois, a pandemia da COVID-19
impulsionou recuos no desenvolvimento humano em quase todos os países, ainda em
ação. Além da pandemia, a guerra na Ucrânia e em outros locais está gerando maior
sofrimento humano. O relatório fala que temperaturas recordes, incêndios,
tempestades e inundações soam o alarme dos sistemas planetários cada vez mais
fora de controle. Juntos, eles estão alimentando uma crise de custo de vida sentida
ao redor do mundo, pintando um quadro de tempos incertos e vidas inquietas. Este
49

novo complexo de incertezas e cada nova crise que gera estão impedindo o
desenvolvimento humano e vidas inquietantes em todo o mundo. Na esteira da
pandemia e, pela primeira vez na história, o valor global do IDH recuou por dois anos
seguidos. Muitos países sofreram declínios contínuos no IDH em 2021. Mesmo antes
da pandemia, sentimento de insegurança estavam aumentando em quase todos os
lugares. Muitas pessoas se sentem alienadas de seus sistemas políticos, e em outra
reversão, o retrocesso democrático piorou (PNDU, 2022).
Alves (2022) esclarece que a vantagem do Brasil se estreitou em relação ao
IDH mundial. O Brasil caiu três posições entre 2019 e 2021 e encontra-se em 87º lugar
no ranking global. Em 2014 o Brasil estava em 75º lugar.
Neste capítulo foram apresentados os resultados do estudo. Pelo exposto ficou
não se pode afirmar que houve uma variação no IDH no período avaliado nem atribuir
um impacto direto no que se refere arrecadação de ICMS. O próximo capítulo
apresenta a conclusão com a síntese dos principais resultados.

.
50

4 CONCLUSÃO

O objetivo geral deste estudo foi verificar a diferença de percentuais na


arrecadação de ICMS, de anos anteriores à pandemia da COVID-19 (2014-2019), e
nos anos de pandemia (2020-2021), dos estados da Região do Sul e do estado da
Bahia. Os achados evidenciaram que a média na variação (percentual) da
arrecadação de ICMS no período pré-pandemia (2014-2019) foi menor do que a média
da variação da arrecadação de ICMS no período de pandemia. Com isso, pode-se
dizer que a variação que ocorreu ao final de 2021 foi a mais expressiva de todo o
período estudado, o que demonstra um movimento dos estados para se recuperarem
do período auge da pandemia que foi o ano de 2020.
Sobre a arrecadação de ICMS dos estados da Região Sul, no período de 2014
a 2021, ficou evidenciado que a arrecadação de ICMS nos estados da Região Sul
aumentou ano a ano no período investigado. Contudo, observou-se um menor
crescimento nos anos de 2018, 2019 e 2020, voltando a crescer de forma significativa
no ano de 2021. No que diz respeito à arrecadação de ICMS do estado da Bahia no
período de 2014 a 2021. Pode-se observar que a arrecadação de ICMS no estado da
Bahia, da mesma forma como ocorreu nos estados da Região Sul, aumentou ano a
ano no período investigado. Contudo, observou-se um menor crescimento nos anos
de 2018, 2019 e 2020, voltando a crescer de forma significativa no ano de 2021.
Quando comparada a arrecadação de ICMS entre os estados da Região Sul e
o estado da Bahia, no período de 2014 a 2021, embora se pudesse observar variações
diversas entre os estados num mesmo período, no Rio Grande do Sul e em Santa
Catarina, diferente dos demais estados, ocorreu um aumento na variação do segundo
período analisado (2015-2016). Já no período de 2016-2017, o Rio Grande do Sul foi
o único estado que apresentou queda na variação da arrecadação de ICMS,
comparado ao período anterior. Entre 2017 e 2018, houve um aumento na variação
nos estados do Rio Grande do Sul e da Bahia, enquanto que no Paraná ocorreu uma
queda na variação nesse período. No período seguinte (2018-2019), com exceção do
Paraná em que se evidenciou um crescimento na variação, nos demais estados
ocorreram quedas nessas variações, com pior cenário no Rio Grande do Sul. Já no
auge da pandemia (2019-2020), observa-se quedas em todas as variações, cabendo
o pior cenário ao Paraná. No período 2020-2021 foi observado aumento na variação
51

de arrecadação de ICMS em todos os estados. Na somatória das variações ocorridas


entre 2014 e 2021, o melhor cenário coube a Santa Catarina e o pior cenário ao
Paraná.
Com relação ao impacto no IDH, em 1990 IDH do Brasil estava em 0,610,
enquanto que no mundo está em 0,601. Nos 25 anos posteriores, a diferença entre o
IDH brasileiro e o global cresceu a favor do Brasil que, em 2015, apresentava um IDH
de 0,753, enquanto que o mundo apresentava uma média de 0,724. Contudo, diante
de um processo de estagnação no cenário brasileiro, o IDH de 2021 é semelhante ao
IDH de 2015. Com a pandemia da COVID-19 e a recessão econômica de 2020, o
Brasil recuou seis anos. A média global também apresentou queda entre 2019 e 2021,
contudo, o IDH global de 0,732 em 2021 é maior do que o IDH global de 2015 (0,724).
Contudo, apesar da pandemia da COVID-19 e todas as suas restrições, os estados
brasileiros alcançaram patamares recordes de arrecadação de ICMS, o que
demonstra todo o esforço que está sendo canalizado para a lidar com os prejuízos
econômicos do período de pandemia. Diversos aspectos contribuíram para esse
quadro, como o aumento no preço dos combustíveis e da energia elétrica, a retomada
das empresas às atividades normais após o período de medidas restritivas, a criação
de novos negócios, liderados pela região Sul e Sudeste e, o aumento da alíquota de
ICMS.
Salienta-se que a eficiência na arrecadação de ICMS impacta de forma
significativa nas políticas públicas voltadas a atender às necessidades da população
brasileira. Isso se dá pelo fato de esse imposto ser o de maior significado no que diz
respeito a valores arrecadados. Portanto, pesquisas que tratem dessa temática são
relevantes e devem ser estimuladas tanto no meio acadêmico quanto no setor
profissional.
52

REFERÊNCIAS

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dezembro de 1993, para dispor sobre parâmetros adicionais de caracterização da
situação de vulnerabilidade social para fins de elegibilidade ao benefício de
prestação continuada (BPC), e estabelece medidas excepcionais de proteção social
a serem adotadas durante o período de enfrentamento da emergência de saúde
pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19)
responsável pelo surto de 2019, a que se refere a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de
2020, 2020a. Disponível em: L13982 (planalto.gov.br). Acesso em: 20 abr. 2022.
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financeiro pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios com o
objetivo de mitigar as dificuldades financeiras decorrentes do estado de calamidade
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