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Montenegro
2022
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Montenegro
2022
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AGRADECIMENTOS
A Jesus, por te me levado tão longe, para um lugar onde eu jamais poderia ter
pensado em chegar e me mostrar que os planos dele são bem melhores que os meus.
A minha mãe, por me apoiar e incentivar a nunca desistir dos meus sonhos e projetos,
dando-me coragem e um exemplo de persistência, para que eu não deixasse “a
peteca cair”, tomando a frente para abrir o caminho para eu seguir os meus sonhos.
A minha dinda, por ser minha grande apoiadora; sem ela eu não conseguiria ter
chegado até aqui.
A minha filha, que é a minha razão de viver, e que tudo isso é para ela, que tudo que
faço hoje é para o bem dela e para que ela tenha um futuro com melhores
oportunidades.
Também ao meu marido, por ser meu ponto de equilíbrio, pelas muitas vezes que
escutou meus lamentos, mantendo-se firme ao meu lado, demonstrando o seu afeto
com palavras de estímulo e encorajamento.
A todos aqueles que estiveram ao meu lado nesta caminhada e torceram por mim,
entendendo o motivo da minha ausência.
Aos professores destes últimos cinco anos, pelo carinho, pelo aprendizado, pelos
momentos de tensão e também pelas alegrias. Por se dedicarem tanto mesmo sem a
garantia de um retorno integral a tudo que era feito, por terem escolhido estar conosco
nesta caminhada.
A todos vocês meu muito obrigada! Não restam dúvidas de que foi com o apoio de
todos que eu cheguei até aqui. Obrigada por tudo que fizeram e ainda fazem por mim
e por me aguentarem nos meus piores dias, amo vocês.
3
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
LISTRA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
BA- Bahia
BNDES- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CNN- Cable News Network
CNPJ- Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
CNS- Conselho Nacional de Saúde
COFINS- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONFAZ- Conselho Nacional de Política Fazendária
CSLL- Contribuição social sobre o lucro líquido
CTN- Código Tributário Nacional
EC- Emenda Constitucional
FAO- Food and Agriculture Organization of the United Nations
FPE- Fundo de Participação dos Estados
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDH- Índice de Desenvolvimento Humano.
INSS- Instituto Nacional do Seguro Social
IOF-Imposto sobre Operações Financeiras
IPI- Imposto sobre Produtos Industrializados
IPTU- Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana
IPVA- Imposto sobre a propriedade de Veículos Automotores
IRPF- Imposto de Renda Pessoa Física
IRPJ- Imposto de Renda Pessoa Jurídica
ISS- Imposto sobre Serviços
ISSQN- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITCMD- Imposto de transmissão causa mortis e doação
IVC- Imposto de Vendas e Consignações
LC- Lei Complementar
LOA- Lei Orçamentária Anual
OIT- Organização Internacional do Trabalho
OMS- Organização Mundial da Saúde
ONU- Organização das Nações Unidas
PASEP- Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
1.1 Objetivos ......................................................................................................... 11
1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................ 11
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................... 11
1.2 Justificativa ..................................................................................................... 11
1.3 Metodologia ..................................................................................................... 13
1.3.1 Abordagem ..................................................................................................... 14
1.3.2 Objetivo ........................................................................................................... 14
1.3.3 Procedimentos técnicos ................................................................................ 14
1.3.4 Universo e interpretação dos dados da pesquisa ....................................... 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 17
2.1 Sistema tributário .............................................................................................. 17
2.2 Tributos .............................................................................................................. 18
2.2.1 Taxas ............................................................................................................... 20
2.2.2 Contribuições de melhoria ............................................................................ 20
2.2.3 Impostos ......................................................................................................... 21
2.2.3.1 Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços .................................. 21
2.2.3.2 Arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços ...... 23
2.3 Impacto econômico da pandemia da COVID-19 ............................................. 25
2.4 Índice de Desenvolvimento Humano ............................................................... 30
2.5 Políticas de auxílio fiscal .................................................................................. 32
3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 35
3.1 Arrecadação do ICMS dos estados da Região Sul (2014-2021) .................... 35
3.1.1 Arrecadação do ICMS do Rio Grande do Sul (2014-2021) .......................... 35
3.1.2 Arrecadação do ICMS de Santa Catarina (2014-2021) ................................. 36
3.1.3 Arrecadação do ICMS do Paraná (2014-2021).............................................. 37
3.2 Arrecadação do ICMS do estado do estado da Bahia (2014 a 2021) ............ 38
3.3 Cálculo da diferença na arrecadação de ICMS, ano a ano, dos estados da
Região Sul e do estado da Bahia (2014 a 2021) .................................................... 40
3.4 Comparativo da arrecadação de ICMS entre os estados da Região Sul e o
estado da Bahia, no período de 2014 a 2021 ........................................................ 42
3.5 Diferença na arrecadação de ICMS (2014-2019) e (2020-2021) ................... 43
9
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
1.2 Justificativa
tendência foi a diminuição da busca por produtos e serviços considerados como não
essenciais, e, consequentemente, uma menor arrecadação de impostos
(CARVALHO, 2022). De fato, foi percebida uma arrecadação a menor de 6,9% em
2020 quando comparada a igual período em 2019 (RECEITA FEDERAL DO BRASIL
[RFB], 2020).
Contudo, Kontsas e Kalogiannidis (2021) ao buscarem identificar o impacto
mundial da COVID-19 na economia, por meio da análise de diversos documentos
relacionados às oscilações causadas no mercado, na renda das pessoas, nas
indústrias entre outros, concluíram que nem todos os setores econômicos sofreram
impacto na mesma medida e que os efeitos da Pandemia variaram muito entre países
diferentes. Todavia, esses mesmos autores afirmam que o desenvolvimento
(excluindo a China), em 2024, deverá manter-se 5,5% abaixo da previsão pré-
Pandemia, resultando num revés para a melhoria da economia (KONTSAS;
KALOGIANNIDIS, 2021).
Sabe-se que a qualidade econômica está intimamente ligada à arrecadação de
impostos, principalmente de ICMS, imposto de maior arrecadação no cenário
brasileiro. Como dito anteriormente, a eficiência na arrecadação do ICMS impacta na
qualidade e eficiência das políticas públicas destinadas à população (AZEVEDO,
2020). Assim, evidencia-se a importância de que se analise a arrecadação desse
imposto antes e durante o período de Pandemia do COVID 19.
1.3 Metodologia
1.3.1 Abordagem
1.3.2 Objetivo
Para Gil (2010), no que diz respeito aos procedimentos técnicos, uma pesquisa
pode ser classificada de diversas formas. Entre elas, aquelas que serão utilizadas
nesta pesquisa: documentais e bibliográficas, detalhadas na sequência.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
engloba tudo aquilo que seja referente às exigências fiscais, dentro do ordenamento
jurídico pátrio (SARTORI, 2017). Conforme Silva, Souza e Passador (2021), o STN é
o meio pelo qual as entidades públicas são legitimadas a instituir, arrecadar e
administrar tributos, desde que respeitada a competência tributária determinada na
Constituição Federal vigente. Crepaldi (2012, p. 25) esclarece que “um sistema
tributário é essencialmente um conjunto de tributos cuja principal função é arrecadar
recursos para que o Estado possa custear atividades que lhe são inerentes, como
educação, saúde, segurança, moradia, saneamento, entre outras”.
É por meio da arrecadação de tributos que a União, em caráter de uma
sociedade organizada, consegue garantir o funcionamento da máquina pública, em
que os tributos arrecadados alicerçam a sobrevivência econômica dos Municípios, dos
Estados e da própria União. Assim, de forma resumida, os tributos cobrados da
população em geral são a fonte de renda que o Estado possui para assegurar uma
sociedade civilizada, pois por meio dessa verba o Governo poderá dar o suporte
necessário à sobrevivência dos cidadãos. Contudo, não se pode esquecer que, sob a
ótica dos consumidores e empresários, o pagamento de tributos sobrecarrega as
atividades mercantis (SARTORI, 2017), elevando os preços dos serviços e
mercadorias sem que, necessariamente, ao contribuinte seja assegurado o retorno
em forma de benefícios.
2.2 Tributos
Como visto anteriormente, o STN em seu artigo 3º assim define: “Tributo é toda
a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada” (BRASIL, 1966). Sobre isso, Crepaldi (2012, p.
15) assevera que
O tributo é a receita derivada, compulsoriamente lançada e arrecadada pelo
Estado, na forma da lei, em moeda corrente ou valor que por ela se possa
exprimir, sem contraprestação diretamente equivalente, cujo o montante e
aplicado na execução das finalidades que lhe são próprias. Caracteriza-se
pela compulsoriedade, pelo pagamento em dinheiro ou valor equivalente,
pelo seu caráter não punitivo, pela previsão legal e pela sua cobrança
vinculada, sem margem de discricionariedade.
dinheiro, os quais devem ser entregues pelos indivíduos a seus governos, sem direta
contraprestação em termos de benefícios recebidos.”
O Brasil é um país com as mais altas cargas tributárias do mundo (SILVA;
SOUZA; PASSADOR, 2021). Estudo realizado por Lima e Rezende (2019, p. 241)
apontou que “a carga tributária brasileira saltou de 7,00% em 1920, para 38,95% em
2005. De 1920 a 1958, a carga tributária acumulou aumento de mais de 170%
passando de 7% para 19% do PIB”. Atualmente, a carga tributária brasileira chega a
33% do Produto Interno Bruto (PIB), o que acaba por elevar os custos de produtos e
serviços (SILVA; SOUZA; PASSADOR, 2021). O PIB per capita/mês de cada
brasileiro, em 2005, foi de R$ 866,00 (oitocentos e sessenta e seis reais) dos quais,
R$ 327,00 (trezentos e vinte sete reais) seriam tributos (SILVA; SOUZA; PASSADOR,
2021).
Reichert (2021) explica que, nas bases de incidência, há dois tipos de tributos:
os diretos e os indiretos. Os tributos diretos dizem respeito àqueles que incidem de
forma direta sobre os rendimentos ou riquezas. Em outras palavras, recaem sobre a
renda e o patrimônio, e não podem ser repassados a terceiros. Como exemplo de
tributos diretos temos o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e o Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ). Em contrapartida, os tributos indiretos são referentes a bens
e serviços que atendem às necessidades dos indivíduos, sendo que estes com
possibilidade de ser transferidos para terceiros. Exemplo de tributo indireto é o ICMS
(GIAMBIAGI; ALÉM, 2011). Além disso, em termos de competências, os tributos
podem ser federais, estaduais e municipais.
Como tributos de competência Federal, pode-se citar: Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto
de Renda Pessoa Física (IRPF); Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ);
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Programa de
Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS
e PASEP); Contribuição social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS). Na esfera estadual: Impostos sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS); Imposto sobre a Propriedade de Veiculos Automotores (IPVA);
Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) (CARVALHO, 2022). Na
esfera municipal, existem o Imposto sobre Serviços (ISS); O Imposto sobre
Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU); e, o Imposto de Transmissão de Bens
Imóveis (TBI) (SANTOS; RIZZI; PETRI, 2021).
20
2.2.1 Taxas
Assim, a taxa é um tributo pago, por exemplo, por um serviço oferecido pela
máquina pública, quando da inspeção das condições de um local em que existe a
ideia de instalação de um fábrica, buscando a autorização do funcionamento da
referida fábrica (ARRUDA, 2021).
2.2.3 Impostos
O ICMS diz respeito a uma forma de tributação a ser paga aos cofres públicos,
o qual recai sobre operações relacionada à circulação de mercadorias, bem como
sobre a prestação de serviços de transportes seja interestadual ou intermunicipal
(SANTOS; RIZZI; PETRI, 2021). É a maior forma de arrecadação no contexto
nacional. Mesmo que as operações se iniciem fora do Brasil, é assegurada pela
Constituição Federal, no seu art. 155, II a “competência para instituir o imposto sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação” (BRASIL, 1988).
22
No que diz respeito à divisão dos valores arrecadados por meio do ICMS, o art.
158, Inciso IV institui que 75% ficam para o Estado e os 25% restantes serão
destinados aos municípios. A parcela concernente aos municípios será creditada de
acordo com alguns parâmetros:
I - 65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, na proporção do valor
adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
II - Até 35% (trinta e cinco por cento), de acordo com o que dispuser lei
estadual, observada, obrigatoriamente, a distribuição de, no mínimo, 10 (dez)
pontos percentuais com base em indicadores de melhoria nos resultados de
aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível
socioeconômico dos educandos (BRASIL, 1988, art. 158).
Existe uma variação entre os Estados brasileiros quanto às alíquotas, que são
fixadas de forma independente pelos Estados e Distrito Federal. Conforme referem
Santos, Rizzi e Petri (2021), sobre as operações interestaduais que destinarem
mercadorias ou serviços a contribuintes dos Estados como a regiões Centro-Oeste,
Norte e Nordeste e para Espírito Santo deve ser infligida alíquota de 7%, enquanto
que para as regiões e Sudeste a alíquota deverá ser de 12%. As operações de
importações apresentam uma alíquota que varia de 17% a 18% (SANTOS, RIZZI;
PETRI, 2021).
Nas situações de cobrança do ICMS sobre operações e prestações
interestaduais, a arrecadação neste caso é dívida entre os Estados que o bem é
24
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
I - Será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o
montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal (BRASIL, 1988).
1 A estagflação na economia corresponde a uma situação de recessão, com diminuição das atividades
económicas e do nível de emprego. No estagflação regista-se uma ausência de instrumentos
institucionais que regulem a economia.
2 As projeções foram elaboradas a partir de um modelo inter-regional dinâmico de equilíbrio geral
strategies for mitigation and suppression in low-and middle-income countries. Science, v. 369, n. 6502,
p. 413-422, 2020.
27
principalmente no setor de serviços, por conta do isolamento social. Por fim, a terceira
via incorpora os efeitos de medidas governamentais de teor fiscal que estão sendo
providenciadas para minimizar os efeitos econômicos deletérios da doença. As
projeções são divididas em dois cenários, conforme sumariza-se na Tabela 1.
que se tem percebido que a instabilidade nos sistemas supracitados está ligada a
crescente taxa de desemprego mesmo anteriormente à pandemia, é recomendado
que se respeite o uso de parâmetros para aferir o Desenvolvimento Humano no Brasil
durante a pandemia, período de maior fragilidade (PEREIRA; RODRIGUES, 2021).
aprovado na Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2021 foi de R$ 131,2 bilhões,
enquanto o país sufoca, tendo atingido a marca de meio milhão de mortes em 19 de
junho de 2021.
Neste capítulo foram apresentados os conceitos que embasam teoricamente
este estudo. Para além da apresentação dos conceitos como Sistema tributário;
tributos; taxas; contribuições de melhoria; impostos; ICMS; arrecadação do imposto
de circulação de mercadorias e serviços, foram apresentadas questões relativas ao
impacto da pandemia da COVID-19 tanto na economia quanto no IDH, além de
políticas de auxílio fiscal das quais o governo teve que dispor para evitar o colapso da
economia. Na sequência, apresenta-se os resultados.
35
Com base na Tabela 2 foi elaborado um gráfico (Figura 1) para que se possa
visualizar a evolução da arrecadação do ICMS do Rio Grande do Sul.
36
45.000.000.000,00
40.000.000.000,00
35.000.000.000,00
30.000.000.000,00
25.000.000.000,00
20.000.000.000,00
15.000.000.000,00
10.000.000.000,00
5.000.000.000,00
0,00
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: elaborada pela autora (2022).
Com base na Tabela 3, foi elaborado um gráfico (Figura 2) para que se possa
visualizar a evolução da arrecadação do ICMS de Santa Catarina.
37
30.000.000.000,00
25.000.000.000,00
20.000.000.000,00
15.000.000.000,00
10.000.000.000,00
5.000.000.000,00
0,00
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: elaborada pela autora (2022).
Com base na Tabela 4, foi elaborado um gráfico (Figura 3) para que se possa
visualizar a evolução da arrecadação do ICMS do Paraná.
38
40.000.000.000,00
35.000.000.000,00
30.000.000.000,00
25.000.000.000,00
20.000.000.000,00
15.000.000.000,00
10.000.000.000,00
5.000.000.000,00
0,00
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: elaborada pela autora (2022).
Com base na Tabela 5, foi elaborado um gráfico (Figura 4) para que se possa
visualizar a evolução da arrecadação do ICMS do Bahia.
30.000.000.000,00
25.000.000.000,00
20.000.000.000,00
15.000.000.000,00
10.000.000.000,00
5.000.000.000,00
0,00
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: elaborada pela autora (2022).
Ano/período Bahia
Diferença em R$ %
2014/2015 1.058.921.945,00 6,02%
2015/2016 872.910.885,00 4,68%
2016/2017 1.700.728.142,00 8,72%
2017/2018 2.359.662.433,00 11,13%
2018/2019 1.149.692.675,00 4,88%
2019/2020 260.832.760,00 1,06%
2020/2021 6.295.115.049,00 25,20%
Fonte: elaborada pela autora (2022).
Finalizando, no estado da Bahia (Tabela 9) ocorreu uma variação de 6,02% no
período inicial (2014-2015), com queda na variação no período seguinte (4,68%), com
elevação nos períodos seguintes (8,72% e 11,13%, respectivamente). Já no período
de 2018-2019 ocorreu uma queda na variação (4,88%), com pior cenário em termos
de variação de arrecadação de ICMS no período de 2019-2020 (1,06%), da mesma
forma como ocorreu nos estados da Região Sul. Em contrapartida, entre 2020-2021
ocorreu um aumento na arrecadação de ICMS (25,20%), similar aos estados da
Região Sul.
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
2014/2015 2015/2016 2016/2017 2017/2018 2018/2019 2019/2020 2020/2021
RS SC PR BA Média Nacional
Fonte: elaborado pela autora (2022).
Pode-se observar que o estado que mais arrecadou no ano de 2022 (até
agosto), foi o estado do Rio Grande do Sul, seguido pelo estado do Paraná (Tabela
12), cabendo à Santa Catarina e à Bahia o terceiro e quarto lugar, respectivamente,
em termos de arrecadação de ICMS. No entanto, nas tabelas anteriores (2, 3, 4 e 5),
quando se avalia a arrecadação em 2021, nota-se que os mesmos estados (RS e PR)
46
foram os que mais arrecadaram, tendo ocorrido uma mudança nos estados que
ficaram em terceiro e quarto lugar em termos de arrecadação de ICMS. (Bahia e Santa
Catarina: terceiro e quarto lugar, respectivamente).
Em 1990 IDH do Brasil estava em 0,610 (Figura 6), enquanto que no mundo
está em 0,601 (Figura 7). Nos 25 anos posteriores, a diferença entre o IDH brasileiro
e o global cresceu a favor do Brasil que, em 2015, apresentava um IDH de 0,753,
enquanto que o mundo apresentava uma média de 0,724. Contudo, diante de um
processo de estagnação no cenário brasileiro, o IDH de 2021 é semelhante ao IDH de
2015. Com a pandemia da COVID-19 e a recessão econômica de 2020, o Brasil
recuou seis anos. A média global também apresentou queda entre 2019 e 2021,
contudo, o IDH global de 0,732 em 2021 é maior do que o IDH global de 2015 (0,724).
Neste capítulo foram apresentados os resultados do presente estudo. Diante
desses resultados, cabe que sejam realizadas algumas considerações.
Sabe-se que o mundo, incluindo o Brasil, está passando por uma importante
crise sanitária desde 2020, o que tem acarretado consequências danosas para a
economia dos países. Desde o início da pandemia da COVID-19, os países lutaram
para a contenção da doença, adotando medidas de restrição e até de isolamento
social, como forma de proteger a população do contágio (PORSSE et al., 2020). No
cenário brasileiro, a depressão na atividade econômica potencializou um cenário fiscal
que já se apresentava crítico antes da pandemia, uma vez que as medidas de restrição
repercutiram em quedas expressivas no valor da arrecadação do ICMS, que é a
principal fonte de receita dos estados brasileiros (PONTE; BENEGAS, 2021).
48
Conforme dados do IBGE (2020a), até julho de 2020 716.000 empresas haviam
encerrado suas atividades devido à pandemia.
Pode-se observar pelo exposto na Tabela 11 que a menor variação na
arrecadação de ICMS ocorreu entre 2019 e 2020, o que corrobora o exposto pelos
autores sobre os efeitos econômicos danosos da pandemia da COVID-19.
Contudo, a arrecadação dos estados brasileiros com o ICMS bateu o recorde e
alcançou a faixa de 652 bilhões de reais, em 2021, segundo dados do CONFAZ, uma
variação de 25,45% com relação ao ano de 2020. Dessa forma, observa-se uma luta
do setor econômico para recuperar os prejuízos causados pela Pandemia.
Diversos fatores podem ter contribuído para esse aumento na arrecadação do
ICMS. Segundo a Cable News Network (CNN) Brasil (2022), o aumento no preço dos
combustíveis e da energia elétrica alavancaram a arrecadação dos governos
estaduais em 2021, além da retomada das empresas às atividades normais, após o
período de medidas restritivas.
Conforme posto por Jacintho (2022), entre julho e setembro de 2021 tanto a
região Sul quanto a região Sudeste do Brasil, lideraram o ranking de novos negócios,
alcançando um crescimento de 7,8% quando comparado aos meses de abril, maio e
junho do mesmo ano. No mês de agosto foram abertas 382.766 empresas, elevando
a um patamar de mais de 1 milhão de novos Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica
(CNPJs) entre julho e setembro de 2021. Se a comparação for em relação a 2019, o
crescimento é ainda maior (33%).
Mendes inovação tributária (2022) afirma que com alta inflacionária, alguns
estados brasileiros têm buscando alternativas para driblar os prejuízos na
arrecadação, entre elas, o aumento do ICMS. Por exemplo, no Rio Grande do Sul e
na Bahia a alíquota de ICMS passou de 17% para 18%, enquanto que no Paraná,
alíquota de ICMS de 12% para 18% ou 25%, gasolina e álcool era 25% foi para 29%.
Sobre o IDH, o PNDU (2022) publicou recente um relatório em que deixa claro
que se vive atualmente num mundo de preocupação, pois, a pandemia da COVID-19
impulsionou recuos no desenvolvimento humano em quase todos os países, ainda em
ação. Além da pandemia, a guerra na Ucrânia e em outros locais está gerando maior
sofrimento humano. O relatório fala que temperaturas recordes, incêndios,
tempestades e inundações soam o alarme dos sistemas planetários cada vez mais
fora de controle. Juntos, eles estão alimentando uma crise de custo de vida sentida
ao redor do mundo, pintando um quadro de tempos incertos e vidas inquietas. Este
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novo complexo de incertezas e cada nova crise que gera estão impedindo o
desenvolvimento humano e vidas inquietantes em todo o mundo. Na esteira da
pandemia e, pela primeira vez na história, o valor global do IDH recuou por dois anos
seguidos. Muitos países sofreram declínios contínuos no IDH em 2021. Mesmo antes
da pandemia, sentimento de insegurança estavam aumentando em quase todos os
lugares. Muitas pessoas se sentem alienadas de seus sistemas políticos, e em outra
reversão, o retrocesso democrático piorou (PNDU, 2022).
Alves (2022) esclarece que a vantagem do Brasil se estreitou em relação ao
IDH mundial. O Brasil caiu três posições entre 2019 e 2021 e encontra-se em 87º lugar
no ranking global. Em 2014 o Brasil estava em 75º lugar.
Neste capítulo foram apresentados os resultados do estudo. Pelo exposto ficou
não se pode afirmar que houve uma variação no IDH no período avaliado nem atribuir
um impacto direto no que se refere arrecadação de ICMS. O próximo capítulo
apresenta a conclusão com a síntese dos principais resultados.
.
50
4 CONCLUSÃO
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