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Entre os séculos IX e VI antes de Cristo, o mundo grego passou por uma profunda
transformação. Ocorreu uma ampla mudança política, social, religiosa e cultural,
envolvendo múltiplos fatores que não são ainda totalmente compreendidos. Por um lado, o
contato comercial e cultural muito intenso com outros povos, nesse período, trouxe ao
mundo grego uma variedade de idéias que passaram a ser confrontadas com o
pensamento tradicional. Isso envolveu a entrada de novas concepções religiosas,
políticas, filosóficas, científicas. O aparecimento de uma classe econômica poderosa,
através do comércio, enfraqueceu a antiga aristocracia. Surgiram novos valores e uma
sociedade mais aberta, pessoas mais confiantes em seu próprio poder individual, com um
enfraquecimento de toda a tradição cultural e do respeito pelos mitos, pela religião e pela
autoridade antiga.
Dualismo Grego
O Gênio Grego
Divisão da História da Filosofia Grega
Primeiro Período
Escola Jônica
Tales de Mileto
Anaximandro de Mileto
Anaxímenes de Mileto
Dualismo Grego
O Gênio Grego
A característica do gênio filosófico grego pode-se compendiar em alguns traços
fundamentais: racionalismo, ou seja, a consciência do valor supremo do conhecimento
racional; esse racionalismo não é, porém, abstrato, absoluto, mas se integra na
experiência, no conhecimento sensível; o conhecimento, pois, não é fechado em si
mesmo, mas aberto para o ser, é apreensão (realismo); e esse realismo não se restringe
ao âmbito da experiência, mas a transpõe, a transcende para o absoluto, do mundo a
Deus, sem o qual o mundo não tem explicação; embora, para os gregos, o "conhecer" - a
contemplação, o teorético, o intelecto - tenham a primazia sobre o "operar" - a ação, o
prático, a vontade - o segundo elemento todavia, não é anulado pelo primeiro, mas está a
ele subordinado; e o otimismo grego, conseqüência lógica do seu próprio racionalismo,
cederá lugar ao pessimismo, quando se manifestar toda a irracionalidade da realidade,
quando o realismo impuser tal concepção. Todos esses elementos vêm sendo, ainda,
organizados numa síntese insuperável, numa unidade harmônica, realizada por meio de
um desenvolvimento também harmônico, aperfeiçoado mediante uma crítica profunda.
Entre as raças gregas, a cultura, a filosofia são devidas, sobretudo, aos jônios, sendo
jônios também os atenienses.
Consoante a ordem cronológica e a marcha evolutiva das idéias pode dividir-se a história
da filosofia grega em três períodos:
III. Período pós-socrático (séc. IV a.C. - VI p.C.) - Problemas morais. Período Ético: em
que o interesse filosófico é voltado para os problemas morais, decaindo entretanto a
metafísica;
IV. Período Religioso: assim chamado pela importância dada à religião, para resolver o
problema da vida, que a razão não resolve integralmente. O primeiro período é de
formação, o segundo de apogeu, o terceiro de decadência.
Primeiro Período
Escola Jônica
A Escola Jônica, assim chamada por ter florescido nas colônias jônicas da Ásia Menor,
compreende os jônios antigos e os jônios posteriores ou juniores. A escola jônica, é
também a primeira do período naturalista, preocupando-se os seus expoentes com achar
a substância única, a causa, o princípio do mundo natural vário, múltiplo e mutável. Essa
escola floresceu precisamente em Mileto, colônia grega do litoral da Ásia Menor, durante
todo o VI século, até a destruição da cidade pelos persas no ano de 494 a.C.,
prolongando-se porém ainda pelo V século. Os jônicos julgaram encontrar a substância
última das coisas em uma matéria única; e pensaram que nessa matéria fosse imanente
uma força ativa, de cuja ação derivariam precisamente a variedade, a multiplicidade, a
sucessão dos fenômenos na matéria una. Daí ser chamada esta doutrina hilozoísmo
(matéria animada). Os jônios antigos consideram o Universo do ponto de vista estático,
procurando determinar o elemento primordial, a matéria primitiva de que são compostos
todos os seres. Os mais conhecidos são: Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto,
Anaxímenes de Mileto. Os jônios posteriores distinguem-se dos antigos não só por virem
cronologicamente depois, senão principalmente por imprimirem outra orientação aos
estudos cosmológicos, encarando o Universo no seu aspecto dinâmico, e procurando
resolver o problema do movimento e da transformação dos corpos. Os mais conhecidos
são: Heráclito de Éfeso, Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômenas.
"O contraído e condensado da matéria ele diz que é frio, e o ralo e o frouxo (é assim que
ele expressa) é quente. " Com nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos,
assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém. (Aécio).
OBS: Parte desse texto foi tirado do estudo feito por Rosana Madjarof.
OBRAS UTILIZADAS:
DURANT, Will, História da Filosofia - A Vida e as Idéias dos Grandes Filósofos, São Paulo,
Editora Nacional, 1.ª edição, 1926.
FRANCA S. J., Padre Leonel, Noções de História da Filosofia.
PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís, História da Filosofia, Edições
Melhoramentos, São Paulo, 10.ª edição, 1974.
VERGEZ, André e HUISMAN, Denis, História da Filosofia Ilustrada pelos Textos, Freitas
Bastos, Rio de Janeiro, 4.ª edição, 1980.
Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos, Abril Cultural, São Paulo, 1.ª edição, vol.I,
agosto 1973