Criado pelo Decreto Presidencial nº 132/17 de 19 de junho 1ª série nº 98
FUNDAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES - III
Eng.º Manuel Mbenza
manueldjuna@gmail.com
CAPÍTULO II. SISTEMAS MODERNOS DE
COMUNICAÇÃO SEM FIO
LOGO Uíge, 2022 - 2023 CONTEÚDO
1. Redes Celulares (1G, 2G, 3G, 4G e 5G)
2. Laço Local Sem Fio (WLL) e LMDS
3. Redes Local sem fio (WLANs)
4. Bluetooth e Redes Pessoais (PANs)
1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Introdução Um sistema móvel celular é definido como uma rede de comunicações por rádio que permite mobilidade contínua por meio de muitas células. A comunicação sem fio é formada por dois usuários, o transmissor e receptor. Seus componentes principais são: o microfone (que faz a conversão do sinal de voz de quem está transmitindo a informação em sinais elétricos), o alto-falante (que converte o sinal eléctrico em sinal de voz para o receptor ouvir a mensagem que fora transmitida), o transmissor responsável pelo envio dos sinais gerados pelo microfone para o receptor (que por sua vez recebe esses sinais e os envia para o alto-falante), e a antena, (que converte sinais elétricos em ondas de rádio enviando-os de um local a outro de maneira ágil e segura). 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Primeira Geração (1G) A Primeira Geração da telefonia celular, conhecida como 1G, foi um marco na história das telecomunicações, afinal surgia o primeiro telefone sem fio, em 1977. Seu sucesso foi devido ao facto de todos os sistemas precursores serem centralizados, com baixa capacidade de tráfego e custo elevado. A 1G possuía tecnologia AMPS (Advanced Mobile Phone System) – sistema analógico padrão com múltiplo acesso por divisão de frequência FDMA (Frequency Division Multiple Access). Utilizava modulação em frequência (Frequecy Modulation – FM) e operava na faixa UHF (Ultra High Frequency) de 800 MHz. 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Primeira Geração (1G) Pela falta de conhecimento acerca do sistema AMPS, houve certa dificuldade de aceitação do mercado e padronização entre países. Isso influenciou tanto na implantação de arquiteturas diferentes no mesmo país quanto no surgimento de outros padrões, como por exemplo o Nordic Mobile Telephone (NMT) na Noruega e outros países nórdicos e o Nippon Telephone and Telegraph (NTT) no Japão. Todos esses sistemas de Primeira Geração são baseados em FDMA. O FDMA é uma técnica onde a largura de banda é dividida em frequências. Cada telefone possuía um canal de voz e um par de frequências de rádio, um para recepção e outro para o envio de informações. 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Segunda Geração (2G) A partir da segunda geração de conexão móvel, chamada de 2G, todo o funcionamento é feito de forma digital. Dessa forma, permitem várias conversas ao mesmo tempo, sem interferência entre elas. Além da transição para a criptografia digital, o 2G contou com um padrão único, chamado de Global System for Mobile Communication (GSM), o que ajudou a ampliar a sua compatibilidade. O 2G, aplicado a partir de 1991, foi importante para distribuir serviços de voz e mensagens de texto. Havia, também, capacidade para transmissão de dados, mas de forma limitada: o pico de taxa de transferência de dados era de aproximadamente 97 Kbps. 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Segunda Geração (2G) Algumas melhorias ao padrão GSM facilitaram a transmissão de dados e o acesso à internet por celulares. As tecnologias General Packet Radio Service (GPRS) e Enhanced Data for Global Evolution (EDGE) foram fundamentais nesse processo, oferecendo maiores velocidades de transmissão – no caso do GPRS, o pico atingia uma taxa de aproximadamente 171 Kbps, enquanto o EDGE alcançava até 384 kbps. GPRS e EDGE trouxeram maior velocidade na transmissão de dados e permitiram o uso de internet por celulares, mas ainda operavam como avanços dentro da tecnologia 2G. Por isso, esses serviços foram frequentemente chamados de "2,5G", simbolizando a transição entre as gerações. 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Terceira Geração (3G) O 3G, lançado em 2001, corresponde à terceira geração de conexão móvel, que consolidou o acesso e a navegação pela internet por celulares. O enfoque dos novos padrões e tecnologias foi o uso diário de serviços de internet, como a navegação em sites, redes sociais, acesso a e-mails e troca de mensagens. O padrão utilizado foi o Universal Mobile Telecommunication System (UMTS), que auxiliou na migração do GSM para o 3G, e foi o primeiro a alcançar a marca de 2 Mbps na taxa de transmissão em dispositivos parados. A implantação do 3G, no entanto, foi um processo demorado em vários países devido ao uso de um espectro de frequência diferente do 2G. 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Terceira Geração (3G) Assim como na geração anterior, o 3G recebeu melhorias ao longo dos anos, aumentando a velocidade e a capacidade de transmitir dados móveis. A introdução da tecnologia High Speed Packet Access (HSPA) elevou o pico de downloads a 14 Mbps, enquanto a HSPA+ permitiu taxa de até 42 Mbps. É notável a presença dessas tecnologias com o "H" ou "H+" exibidos nas telas dos celulares. Por isso, esses serviços foram frequentemente chamados de “3,5G", simbolizando a transição entre as gerações. 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Quarta Geração (4G) O 4G representa a quarta grande fase de tecnologias para a conexão móvel, com avanços significativos na transmissão de dados. Através do padrão Long Term Evolution (LTE), foi anunciada em 2010 e ampliou a velocidade, a capacidade de tráfego e a estabilidade do uso de internet em celulares. O 4G possibilitou usar dados móveis para realizar serviços que, até então, eram limitados à conexão por banda larga fixa. O 4G permitiu, por exemplo, reproduzir vídeos em alta definição, jogar online e realizar de videoconferências com velocidade e estabilidade que não eram disponibilizadas no 3G. A quarta geração trouxe uma taxa de transmissão que podia atingir até 300 Mbps e é uma rede baseada em protocolo IP, o que aumenta a capacidade de usuários simultâneos. 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Quarta Geração (4G) As atualizações e melhorias na rede incluíram o LTE Advanced e o LTE Advanced-Pro, que elevaram a velocidade de conexão, construindo uma transição para a próxima geração. Essas inovações trouxeram tecnologias como o carrier aggregation, atribuindo o uso de mais de um bloco de frequência para a navegação, ampliando as taxas de transmissão. Por isso, esses serviços foram frequentemente chamados de “4,5G", simbolizando a transição entre as gerações. 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Quinta Geração (5G) A quinta geração lançada em 2020, procura trazer mais do que aumentar a velocidade: marcará, também, a conexão sem fio para outros aparelhos. Os resultados são previstos para uso doméstico, com a ampliação do conceito de casas conectadas; e em serviços industriais, com novas possibilidades de automação e Internet das Coisas (IoT). O 5G utiliza um padrão chamado de NR. As tecnologias de CDMA, OFDM, Acesso Múltiplo por Divisão de Código de Operadoras (MC-CDMA), Ultra WideBand (UWB), Local Multipoint Distribution Service (LMDS) e Internet Protocol version 6 (IPv6) são integradas e possuem suporte entre si, permitindo alta capacidade de transmissão de dados e volumes de chamadas ilimitadas. 1. REDES CELULARES (2G, 3G, 4G E 5G) Redes Celulares de Quinta Geração (5G) Em termos de velocidade, estima-se que a marca dos Gigabits por segundo seja alcançada. Além disso, o 5G terá grande redução da latência, o que pode permitir atividades à distância em tempo real.
O facto do 5G entrar no mercado não significa que os
formatos 4G e 4.5G ficarão automaticamente obsoletos. Muito pelo contrário, essas tecnologias ainda atendem à demanda de dados atual com um ótimo desempenho. CONTEÚDO
1. Redes Celulares (1G, 2G, 3G, 4G e 5G)
2. Laço Local Sem Fio (WLL) e LMDS
3. Redes Local sem fio (WLANs)
4. Bluetooth e Redes Pessoais (PANs)
2. LAÇO LOCAL SEM FIO (WLL) E LMDS Os enlaces sem fio de micro-ondas podem ser usados para criar um laço local sem fio (WLL) como o mostrado na Figura abaixo. 2. LAÇO LOCAL SEM FIO (WLL) E LMDS
O laço local pode ser considerado a “última milha” da
rede de telecomunicações que reside entre o escritório central (CO) e os lares e empresas individuais nas proximidades do escritório central. Na maioria dos países desenvolvidos, um cabo de cobre ou fibra óptica já foi instalado até residências e empresas. Porém, em muitas nações em desenvolvimento, o cabo é muito caro ou pode levar meses - ou mesmo anos - para ser instalado. 2. LAÇO LOCAL SEM FIO (WLL) E LMDS
O equipamento sem fio no entanto, pode ser Implantado
normalmente, em apenas algumas horas. Um benefício adicional da tecnologia WLL é que, quando o equipamento sem fio é pago, não existem custos adicionais para o transporte entre o CO e o equipamento nas instalações do cliente (CPE), enquanto os cabos enterrados devem, em geral, ser pagos mensalmente a um provedor de serviço ou companhia pública.
É possível que os sistemas WLL possam competir com as
tecnologias de Linha Digital de Assinante (Digital Subscriber Line (DSL)) baseadas em fios de cobre que estão se proliferando rapidamente. 2. LAÇO LOCAL SEM FIO (WLL) E LMDS
Uma vasta gama de novos serviços e aplicações foi proposta
e está nos estágios iniciais de comercialização. Esses serviços incluem o conceito de Sistema de Distribuição Local Multiponto (Local Multipoint Distribution Service (LMDS)), que oferece acesso a telecomunicações de banda larga na central local. Uma das aplicações mais promissoras para o LMDS está na rede da Operadora Local do Sistema de Telecomunicações (Local Exchange Carrier (LEC)). A LEC possui uma conexão com um backbone ATM (Asynchronous Transfer Mode) ou SONET (Synchronous Optical Network), e com uma largura de banda muito grande capaz de conectar centenas de megabits por segundo de tráfego à Internet, à PSTN ou à sua própria rede privada. 2. LAÇO LOCAL SEM FIO (WLL) E LMDS Desde que exista um caminho LOS (Line of Sight), o LMDS permitirá que LECs utilizem equipamento sem fio nas instalações dos clientes para obter uma rápida conectividade de banda larga sem que para isso seja necessário alugar ou instalar cabos até os clientes. 2. LAÇO LOCAL SEM FIO (WLL) E LMDS Cada célula que usa a tecnologia LMDS é composta por uma Estação Rádio Base (ERB) ou Base Station, e por diversas Estações Remotas (ER) ou Customer Premisses Equipment (CPE). As ERBs podem ser de 2 tipos: omnidirecionais, com uma única antena para cobertura geométrica de 360º, ou setorizadas, com antenas específicas para cada setor. CONTEÚDO
1. Redes Celulares (1G, 2G, 3G, 4G e 5G)
2. Laço Local Sem Fio (WLL) e LMDS
3. Redes Local sem fio (WLANs)
4. Bluetooth e Redes Pessoais (PANs)
3. REDES LOCAL SEM FIO (WLANs) IEEE 802.11 – Wi-Fi Nos últimos tempos têm-se massificado várias soluções de telecomunicações baseada em ligações sem fios. Para além das redes móveis, GSM, GPRS e UMTS, emergiu uma tecnologia conhecida como Wi-Fi, WLAN, Wireless LAN ou IEEE 802.11.
As WLAN (wireless LAN) apareceram no início dos anos
1990, sobretudo como uma solução de extensão das redes de cabos. Em 1991 foi formada a comissão 802.11 do IEEE com a finalidade de normalizar esta área. Até à data produziu várias normas baseada em rádio e infravermelhos. 3. REDES LOCAL SEM FIO (WLANs) IEEE 802.11 – Wi-Fi • Modos de funcionamento As redes IEEE 802.11 têm dois modos básicos de funcionamento: Ad-hoc – dois ou mais equipamentos (computadores) comunicam entre si. As placas de acesso sem fios têm de estar devidamente configuradas. Neste caso não existe ligação entre esta “ilha” e a rede. 3. REDES LOCAL SEM FIO (WLANs) IEEE 802.11 – Wi-Fi • Modos de funcionamento Infra-estrutura – nesta segunda hipótese, de longe a mais comum, os equipamentos terminais comunicam directamente com um AP (Access Point). O AP permite a ligação entre os equipamentos que lhe acedem e a rede a que está ligado, tipicamente um acesso à Internet. Quando existem vários AP com áreas de influência sobrepostas, é possível o handover entre eles. 3. REDES LOCAL SEM FIO (WLANs) IEEE 802.11 – Wi-Fi • Equipamentos e utilizações Os AP podem assumir configurações de bridges e routers. No primeiro caso, estendem a zona de influência duma LAN Ethernet até aos equipamentos sem fios. No segundo caso, possuem igualmente capacidade de encaminhamento de pacotes IP, com funcionalidades adicionais como tradução de endereços. 3. REDES LOCAL SEM FIO (WLANs) IEEE 802.11 – Wi-Fi • Equipamentos e utilizações Qualquer equipamento que entre na zona de influência dum AP pode imediatamente ligar-se à rede a não ser que existam mecanismos de segurança activos. Um deles é conhecido por WEP (Wired Equivalency Privacy) que será suficiente em aplicações domésticas. 3. REDES LOCAL SEM FIO (WLANs) IEEE 802.11 – Wi-Fi • Hot spots Wi-Fi Uma zona com acesso Wi-Fi é conhecida, normalmente, por hot spot e é constituída por vários AP interligados através dum AZR (Access Zone Router) que tem como funções: • Encaminhamento de pacotes IP; • Acesso à ligação WAN (ligação até ao núcleo da rede IP do operador); • Gestão de endereços IP do hot spot; • Detecção de utilizadores não activos. Os hot spots ligam-se à rede de núcleo do operador através dum acesso de banda larga. CONTEÚDO
1. Redes Celulares (1G, 2G, 3G, 4G e 5G)
2. Laço Local Sem Fio (WLL) e LMDS
3. Redes Local sem fio (WLANs)
4. Bluetooth e Redes Pessoais (PANs)
4. BLUETOOTH E REDES PESSOAIS (PANs)
Bluetooth é m padrão que oferece uma técnica específica que
permite que vários dispositivos se comuniquem um com o outro dentro de uma faixa nominal de dez metros. Derivado do nome do rei Harald Bluetooth, um viking do século X que uniu a Dinamarca e a Noruega, o padrão Bluetooth visa a unificar as tarefas de conectividade dos aparelhos dentro do espaço de trabalho pessoal de um individuo. Bluetooth opera na banca ISM de 2,4 GHz (2.400 - 2.483,5 MHz) e usa um esquema de salto de frequência TDD para cada canal de radio. Cada canal de rádio Bluetooth tem uma largura de banda de 1 MHz e saltos a uma taxa de aproximadamente 1.600 saltos por segundo. As transmissões são realizadas em slots de 625 microssegundos com um único pacote transmitido em um único slot. 4. BLUETOOTH E REDES PESSOAIS (PANs)
Para longas transmissões de dados, usuários em particular
podem ocupar múltiplos slots usando a mesma frequência de transmissão, reduzindo assim a taxa de salto instantâneo para menos de 1.600 saltos por segundo. O esquema de salto de frequência de cada usuário Bluetooth é determinado a partir de um código cíclico de tamanho 227 − 1, e cada usuário tem uma taxa de sinalização de canal de 1 Mbps usando a modulação GFSK. O padrão foi projectado para dar suporte à operação em níveis de interferência muito altos e conta com uma série de esquemas de codificação de Controle de Erro Direto (Forward Error Control (FEC)) e de Repetição Automática de Requisição (Automatic Repeat Request (ARQ)) para dar suporte a uma taxa de erro de bit por canal de aproximadamente 10−3 . 4. BLUETOOTH E REDES PESSOAIS (PANs)
Diferentes países alocaram diversos canais para operação
Bluetooth. Nos Estados Unidos e na maioria da Europa, a banda ISM FHSS de 2,4 GHz está disponível para uso do Bluetooth. Uma lista detalhada dos estados é definida no padrão Bluetooth para dar suporte a uma grande gama de aplicações, aparelhos e usos em potencial da Rede Pessoal. Áudio, texto, dados e até mesmo vídeo são contemplados no padrão Bluetooth”. 4. BLUETOOTH E REDES PESSOAIS (PANs) INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO PRIVADO DO UÍGE Criado pelo Decreto Presidencial nº 132/17 de 19 de junho 1ª série nº 98