CARLOS LEONARDO DOS SANTOS

O URSINHO
PREGUIÇOSO

A bicharada sempre foi muito

responsável com seus deveres
com a floresta, seus amigos e
suas famílias. Mas nem tudo são
flores, nem todos são legais. Pelo
menos era assim que pensavam
alguns animais sobre o ursinho
Fred, o preguiçoso.

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O Ursinho Preguiçoso

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 Carlos Leonardo dos Santos

A bicharada sempre foi muito responsável com seus deveres com a floresta, seus
amigos e suas famílias. Sempre se ajudavam muito, não deixavam lixo jogado na
floresta, juntavam tudo o que podiam e deixavam na beira da estrada para que os
humanos pudessem recolher. Eles trabalhavam muito pelo bem da floresta.

Mas nem todos eram assim, pelo menos era desse jeito que pensavam alguns animais
sobre o ursinho Fred, o preguiçoso.

O velho Coelho e o Sr. Castor estavam tagarelando pela mata e viram o ursinho de
longe.

– Olha lá, é o Fred, o Preguiçoso. Como pode ele andar por aí tão sorridente e não
fazer nada para ajudar ninguém? – Disse o velho coelho com suas costas doloridas.

– Semana passada eu vi essa bola de pelos pegando mel das abelhas. Elas não fizeram
nada. – Comentou o Sr. Castor, ainda com gravetos entre os dentes.

O Sr. Castor se engasgou com um graveto que engoliu sem querer – Cof! Cof! Bem,
deixe eu ir, preciso terminar de reforçar a represa. Tchau, Coelho! – Assim, sem mais
nem menos, partiu correndo o Sr. Castor em direção a sua casa que ficava no rio. O
coelho ranzinza não demorou muito e logo andou para agitar sua vida também.

Ninguém sabia, mas Fred trabalhava ajudando a colmeia das abelhas. Trabalhava todos
os dias e em troca ganhava um pouquinho de mel e ficava feliz da vida.

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O ursinho Fred não tinha percebido o Castor e o Coelho que estavam por ali, ele sempre
foi muito distraído. Naquela hora o ursinho estava chegando na colmeia das abelhas que
ficava ali perto.

– Oi abelhinha, tudo bem? – Disse o animado ursinho.

A pequena abelha se assustou com a surpresa.

– Fred, que susto! Estou bem, como tem passado, meu querido amigo? – Falou a
pequena abelha.

– Eu estou bem. Na verdade, estou com fome, está chegando a hora de tirar aquela
longa soneca e preciso comer muito, senão minha barriga ronca de tanta fome que não
consigo dormir. – Fred estava com um sorriso de orelha a orelha. – Então, posso ajudar
sua colmeia em troca de comida?

A abelha, com sua fina voz, disse: – Você chegou na hora certa, todos estávamos
esperando por você. Agora vamos! – Ela voava em ziguezague para perto das outras
abelhas.

Chegando na colmeia todos pararam o que estavam fazendo para receber o pequeno
urso. A abelha rainha apareceu e disse. – Fred, hoje não temos trabalho porque você
tem trabalhado todos esses meses, colhendo e plantando flores perto da colmeia para
facilitar o serviço das abelhas. E ainda cavou um poço e encheu de água fresca para
todos. Graças a você a produção de mel aumentou 10 vezes e, como recompensa,
vamos dar a você o melhor mel que temos.

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As abelhas aplaudiram Fred e gritavam seu nome. O ursinho ficou mudo de tão
emocionado, ele não sabia como agradecer de tão sem graça que ficou.

Naquele momento a colmeia inteira entrou em festa e todos começaram a dançar. Fred
rodopiava todo desajeitado, rodava de um lado para o outro, beliscava o delicioso mel
que ganhou e voltava a dançar. Todos estavam muito felizes.

De longe, o velho coelho rabugento passou e viu a festa que faziam. Aquela cena o
deixou abobalhado, pois achou que Fred estava louco. Ele não enxergava bem porque já
era velho e por isso pensou que a colmeia estava sendo atacada quando viu as abelhas
girando no ar.

O coelho exclamou! – Meu Deus! Fred está atacando a colmeia e as abelhas estão
girando sem saber o que fazer... preciso avisar os outros. – E correu para dentro da
floresta.

Não demorou muito e alguns animais da floresta logo estavam ali. Alguns tinham
tochas e outros levantavam placas com os dizeres “Fora urso preguiçoso!”.

Sem saber que aquilo era uma festa os animais chegaram e acabaram com animação de
todos. O Sr. Castor foi o primeiro a falar.

– Ei, Fred, estamos cansados de você! Você sempre vem aqui, pega o mel dessas
abelhas desengonçadas e vai embora. – Gritou o Castor ainda mastigando gravetos.

O velho coelho resmungão completou: – E depois disso as abelhas têm que trabalhar
duro para refazer o que você pegou. Coitadinha delas!

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Em questão de segundos todos gritavam. – Fora Fred! Fora Fred! Fora Fred!

O ursinho Fred não entendeu nada. Ficou tão confuso e assustado com tudo aquilo que
acabou fugindo para sua caverna no alto da floresta.

As abelhas e os animais começaram a discutir e, em meio a toda aquela gritaria, o velho

coelho soltou um grito de dor que acabou chamando a atenção dos demais.

– Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Mas o que é isso! Mas o que é isso! – Gritava o velho

coelho.

Quando ele espremeu os olhos percebeu que tinha sido picado por uma pequenina
abelha.

– Como ousa me causar tanta dor depois do que fiz por vocês? Somos os seus
salvadores! – Esbravejou.

A abelha rainha saiu em defesa do ursinho e contou toda história. Todos ficaram
impressionados e também envergonhados, pois perceberam a injustiça que cometeram.

– Fred é o verdadeiro salvador. Ele tem nos ajudado todo esse tempo e olha o que
vocês fizeram a ele. – Disse triste a pequena abelhinha.

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Todos estavam muito tristes por se deixarem levar pelos boatos e maltratarem o pobre
ursinho.

– Não posso deixar que isso fique assim! - Disse o velho coelho. – Tive uma ótima
ideia. E juntou todos a sua volta.

No fundo de sua caverna o ursinho se escondeu e cobriu a cabeça. Tudo o que queria era
esquecer aquela confusão. Minutos depois ele ouviu um zumbido familiar. Era uma
abelhinha que estava perto do seu ouvido.

A abelhinha estava cansada de tanta voar, ela retomou o fôlego e disse: – Fred,
queremos falar com você. O que aconteceu foi um terrível engano. Você precisa ir lá
fora, temos algo para te contar. – A abelhinha ziguezagueava para fora da caverna
acompanhada pelo ursinho que ainda estava com medo.

Chegando lá fora, Fred não podia acreditar.

– Comida! Muita comida! – Sussurrou Fred, enquanto admirava o tanto de comida que
haviam colocado na entrada de sua caverna.

Havia melões, goiabas, carambolas, pêssegos e diversas outras frutas. Fred nunca havia
visto tanta comida juntas de uma vez só. No meio dos abacaxis, maçãs, peras e uvas o
velho e arrependido coelho, ainda sem graça, andou na direção do ursinho.

– Queremos nos desculpar pelo que fizemos. Você trabalhava tanto e nós achávamos
que era apenas um preguiçoso. Por favor, nos perdoe. – Disse o coelho arrependido.

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O ursinho Fred deu um inesperado abraço no velho coelho. – Mas é claro que eu
perdoo! – O abraço foi tão apertado que acabou aliviando as costas do velho coelho.

Todos ficaram muito surpresos com a atitude do ursinho e com isso finalmente
perceberam que ele tinha um bom coração.

Naquele dia a festa continuou até o dia seguinte. Animais de todas as partes da floresta
traziam comida e enchiam o lugar de alegria. No final, Fred, o ursinho trabalhador, pôde
tirar sua longa soneca feliz e de barriga cheia.

FIM

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