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Protocolos de Comunicação

10.08.2023 18:02:05 Prof. Murilo Parreira Leal, M.Sc.


Protocolos de Comunicação

❑ Um Sistema de Supervisão e Controle (SSC) recebe dados de


um concentrador remoto, seja um “gateway”, uma UTR, um
PLC ou mesmo um simples IED.
❑ Também pode ocorrer comunicação entre estações em uma
rede industrial (IEDs, CLPs, sensores inteligentes, etc)
❑ Essas comunicações obedecem “protocolos” que especificam
os procedimentos para transmissão e recepção de dados.
❑ Sendo assim, um mesmo Sistema de Automação pode ter
vários protocolos de comunicação diferentes entre os seus
dispositivos componentes.
❑ Muitas vezes esses protocolos exigem ainda “camada física”
específicas, sendo por isso denominadas “Redes Industriais”.

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Protocolos de Comunicação

10.08.2023 18:02:05 Prof. Murilo Parreira Leal, M.Sc.


Protocolos de Comunicação
❑ Podemos dizer que um protocolo de comunicação é,
basicamente, um conjunto de regras que devem ser atendidas
para que dois ou mais equipamentos “inteligentes” possam se
comunicar. Cada fabricante de CLP ou IED possui a sua “regra”,
ou seja, seu protocolo de comunicação.
❑ Esta incompatibilidade nos protocolos dos diversos fabricantes
dificulta a necessidade crescente de interconexão dos
equipamentos nos projetos de automação.
❑ Com o propósito de se criarem padrões, várias entidades e
organizações internacionais, tais como a ISO, IEC, IEEE, ANSI,
dentre outras, tem apresentado proposta/modelos de
padronização (“PROTOCOLOS ABERTOS”).
❑ Existem ainda, protocolos dedicados para “Sistemas em
Tempo Real”, que executam as tarefas em sincronismo com o
tempo presente

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❑ Existem três formas de transmissão de uma mensagem:
Simplex, Half-duplex e Duplex:
✓ Simplex: A transmissão dos dados não permite interatividade entre as partes
que estão enviando e recebendo a mensagem. Ex.: TV
✓ Half-duplex: Quando uma parte está enviando uma mensagem, a outra fica
quieta. Somente quando a primeira parte termina a transmissão, é que a
segunda poderá enviar sua mensagem. Ex.: walk-talk
✓ Duplex: A transmissão e recepção dos dados podem ocorrer ao mesmo
tempo. Ex.: telefone
✓ O modo de transmissão utilizado nas Redes Industriais é o “Half-duplex”, só
que ela não ocorre entre pessoas, mas sim entre os próprios dispositivos. A
transmissão é “Bidirecional” mas não há troca de mensagens ao mesmo
tempo
❑ Importante entender a diferença quanto ao interesse nos dados:
✓ Unicast: Os dados são enviados apenas para um dispositivo interessado
✓ Multicast: Os dados são enviados para mais de um dispositivo interessado
✓ Broadcast: Os dados são enviados a todos dispositivos (interessados ou não)

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❑ Existem modelos para troca de dados em Redes
Industriais):

1. “MASTER-SLAVE” (“MESTRE-ESCRAVO”): A estação mestre efetua


“POLLING” (“VARREDURA”) das estações escravas recebendo os dados
de leitura (entradas digitais e analógicas).

✓ Os comandos (saídas digitais ou analógicas) são enviados em


mensagens diretas fora do tempo de polling.

✓ O intervalo entre os momentos do “POLLING” (“VARREDURA”) é


configurável nesse modelo para troca de dados.

✓ Também é configurável o tempo máximo que a estação mestre deve


esperar após o envio de um “POLLING” (“VARREDURA”). Esse tempo é
chamado de “TIMEOUT”. Caso não ocorra a comunicação esperada, o
sistema indica ERRO DE COMUNICAÇÃO.

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2. CLIENTE/SERVIDOR: Dentro do protocolo de comunicação de cada


estação é incluído um conjunto de filas para receber e enviar arquivos.
o Quando uma estação X quer ler o valor registrado por um sensor de temperatura
(ligado a uma estação Y), ela insere uma mensagem de solicitação numa fila de
saída.
o Essa mensagem é lançada para a rede na próxima vez que a estação Y se
comunicar.
o A estação Y recebe a solicitação e a mantém numa fila de recepção.
o O sensor mede (ou calcula) o valor solicitado e retorna este valor para a estação Y.
o A estação Y recebe o valor da temperatura do sensor e insere o valor numa fila de
saída que será lançada para a rede na próxima vez que a estação X se comunicar.
o A estação X recebe o valor da temperatura.

✓ O tempo de espera nas filas representa o principal fator no tempo de


resposta do modelo. Uma estação com baixa performance refletirá na
performance do sistema inteiro.

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✓ Uma vez que o modelo Cliente/Servidor utiliza filas para prioridade de


comunicação, haverá atrasos no registro de data/hora. Mesmo que
uma estação seja incumbida de realizar acerto de data/hora, os dados
não estarão corretos após as primeiras comunicações.

✓ O modelo Cliente/Servidor tem agilidade reduzida em função do


número de estações ligadas no sistema.

✓ Modelo típico utilizado em redes de computadores (LAN).

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3. PRODUTOR/CONSUMIDOR: Utiliza “buffers” (memórias) para


comunicação:
o Cada buffer corresponde a uma variável da aplicação.
o Cada buffer é identificado especificamente dentro do grupo de aplicação por rótulo
lógico.
o Cada buffer mantém o valor instantâneo de uma variável da aplicação, esperando
para ser enviado via rede ou ser usado pela aplicação.

✓ Processos principais:
o Produtor: deposita o novo valor em um buffer de transmissão.
o Rede: copia o conteúdo do buffer de transmissão do produtor para um buffer de
recepção do consumidor.
o Consumidor: captura o valor contido no seu buffer de recepção.

✓ Sistemas deste tipo são fáceis de configurar, especialmente onde é


requerido a operação cíclica. O modelo produtor/consumidor é limitado
ao gerenciamento de eventos e transmissão de grande quantidade de
informação.

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✓ Pode ser utilizado para MULTICAST:(exemplo)


o Uma pessoa informa o horário (produtor) a todos os presentes (20, por exemplo)
o Todas as 20 pessoas recebem a informação simultaneamente
o Algumas pessoas podem optar por “consumir” os dados (reconhecer a recepção por
um gesto, ajustar seus relógios, etc..)
o Outros podem optar por não “consumir” a informação.

✓ Altamente eficiente (os dados são produzidos apenas uma vez, não são
necessários ajustes adicionais para produtores e/ou consumidores)

✓ Altamente determinístico (tempo de transmissão não muda se mais


pessoas entrarem ou saírem da sala)

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❑ Em sistemas com elevado número de estações escravas a
técnica de controle “mestre-escravo” implica em:
✓ Não há facilidade para estabelecer prioridade entre as estações
escravas. A estação mestre efetua sua varredura seguindo uma
lista pré-definida.
✓ Uma estação escrava com uma informação essencial terá que
esperar a sua vez na seqüência do “polling” retardando a
transferência da informação para a estação mestre.
❑ A estação mestre do SCADA pode regularmente sincronizar
os relógios das estações escravas considerando inclusive os
tempos de transmissão do comando de sincronismo
para aumentar a precisão.
✓ As estações escravas remotas também podem ter seu relógio
sincronizado por GPS.
✓ Eventos: horário do IED ou estação escrava
✓ Alarmes: horário da estação mestre

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❑ Em alguns protocolos: Cada mensagem transmitida


recebe um “TIMESTAMP” ou “TIMETAG” (Estampa de
Tempo), que é a informação de data, hora, minuto e
segundo (algumas vezes milissegundo) do registro do
evento pela estação escrava. A etiqueta de tempo permite:
✓ Plotagem precisa de dados (mesmo nos não coletados
periodicamente).
✓ Análise de duração do funcionamento (e da vida útil) de
equipamentos.
✓ Uso otimizado de meios de comunicação não contínuos.
✓ Análise comparativa de eventos de diferentes estações escravas.
✓ Alguns registros não precisam de etiqueta de tempo.

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❑ Em alguns protocolos: O “Ponto Duplo” pode ser configurado
utilizando duas entradas digitais contíguas:
✓ Existem pontos binários críticos, cuja má interpretação de um "0"
ou "1" pode gerar graves consequências. Um determinado
dispositivo, por exemplo, pode indicar "Desligado" por apresentar
"0" quando na verdade ocorreu uma falha no circuito de
alimentação (sem tensão = 0 V)

✓ Para evitar esse problema, são usados dois pontos binários para
indicações críticas como um disjuntor, por exemplo:
▪ 00 : “INDETERMINADO 0” – Pode ser falta de tensão
▪ 11 : “INDETERMINADO 1” – Pode ser defeito ou curto na fiação
▪ 01 : “Disjuntor Aberto” (por exemplo)
▪ 10: “Disjuntor Fechado” (por exemplo)

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❑ Em alguns protocolos: As saídas digitais (comandos)


podem ser configuradas com as opções:
✓ “Associação com entrada digital (ou FEEDBACK)”: Permite
que o sistema identifique o sucesso (ou não) de um comando a
partir da alteração de uma entrada digital associada a ele. O
ponto de saída digital deve ter a opção de configuração do
tempo máximo de espera para receber a confirmação da
alteração do estado associado.

✓ “Verificação do TIMESTAMP”: Os comandos só são


executados se o TIMESTAMP do mesmo estiver muito próximo
ao horário atual registrado no escravo. Isso evita a execução de
comandos repetidos enviados e não recebidos pelo escravo.

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Protocolos de Comunicação

❑ Em alguns protocolos: Os dados são classificados de


acordo com a sua prioridade para transmissão (Classe).
✓ Os dados classificados como Classe 0 são os chamados dados
estáticos, contemplando todos os valores instantâneos ou últimos
valores das variáveis, sendo tipicamente lidos por uma varredura
de integridade (GI). Normalmente ao reestabelecer a comunicação
com o SSC é feita uma varredura de integridade (GI).
✓ Os dados classificados como Classe 1 são os de mais alta
prioridade, sendo tipicamente enviados ao Mestre por mensagens
não solicitadas. Possuem sempre etiqueta de tempo.
✓ Os dados classificados como Classe 2 são os de prioridade média,
sendo tipicamente enviados ao Mestre por varredura.
✓ Os dados classificados como Classe 3 são os de prioridade baixa,
sendo tipicamente enviados apenas por varredura.

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❑ Em alguns protocolos: Em intervalos de tempo pré-


determinados é enviada uma “GENERAL INTERROGATION”
ou “GI” (“INTERROGAÇÃO GERAL”), quando a estação
escrava (IEDs ou dispositivos remotos) responde enviando
blocos de informação, tantos quantos forem necessários para
informar o estado atual de TODOS pontos configurados.

❑ Em alguns protocolos: A estação mestre verifica a situação


do sistema de comunicação com as estações escravas (IEDs
ou dispositivos remotos) através de “TEST COMMAND”
(“COMANDO DE TESTE” ou pequenas mensagens enviadas
esperando resposta com bit invertido). Ou seja, pode haver
tráfego de mensagens mesmo que o escravo não tenha
alterações a reportar ou haja ocorrência de GI.

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Protocolos de Comunicação
❑ Em alguns protocolos: Existem “REPORT BY EXCEPTION”
ou RBE (“INFORMES POR EXCEÇÃO”), que são mensagens
de resposta otimizadas com apenas os dados que sofreram
variação deste a última varredura, diminuindo os tempos de
transmissão e o tráfego de dados ao receber.
❑ Em alguns protocolos: Existem “UNSOLICITED
MESSAGES”, que são “Mensagens Não Solicitadas”, ferramenta
importante para que as IEDs sejam capazes de informar dados
ao SCADA sem esperar pelo “polling”, permitindo uma rápida
detecção de eventos pelo operador.
✓ Deve haver preocupação com a possibilidade de que dois ou
mais escravos tentem enviar seus dados ao mesmo tempo
❑ Importante ressaltar que “report by exception” é uma
resposta otimizada a uma varredura, enquanto a “unsolicited
message” é uma iniciativa do escravo.
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❑ Alguns protocolos de comunicação utilizados em sistemas
de automação:
✓ Modbus RTU, Modbus ASCII, Modbus TCP, Modbus Plus
✓ AS-i
✓ DeviceNet
✓ Profibus DP, Profibus PA e Profinet
✓ Foundation Fieldbus
✓ Ethernet/IP
✓ DNP 3.0
✓ IEC 60870-5-101
✓ IEC 60870-5-103
✓ IEC 60870-5-104
✓ IEC 61850

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❑ DNP3 ou Distributed Network Protocol Versão 3.3 é um


padrão de telecomunicações para sistemas SCADA que
define a comunicação entre Estações Mestre e IEDs. Foi
criado como um protocolo proprietário pela divisão Harris
Controls da GE para ser usado em concessionárias de
energia elétrica. Em 1993 o protocolo foi disponibilizado
para terceiros através da criação do DNP3 User Group, com
aplicações em concessionárias de óleo e gás, água,
saneamento e segurança. É predominante no mercado
americano.
❑ IEC 60870-5 refere-se a uma coleção de padrões abertos
produzidos pela Comissão Internacional de Eletrotécnica, ou
IEC, com descrições funcionais detalhadas para telecontrole
de equipamentos e sistemas em processos espalhados
geograficamente, em outras palavras, sistemas SCADA. É
predominante no mercado europeu.

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Protocolos de Comunicação
❑ UCA é um conjunto de padrões para dispositivos de
monitoração e controle para interoperar com aplicações
típicas de concessionárias, não somente SCADA, em um
ambiente de múltiplos fornecedores. É mais que um
protocolo de comunicação, pois define quais são os dados
relevantes de cada dispositivo que devem ser
automaticamente transferidos aos sistemas SCADA da
concessionária. Foi desenvolvido na década de 90 pelo
EPRI (Electric Power Research Institute).
❑ IEC 61850 foi criado a partir do UCA 2.0 com uma visão
da automação como um conjunto de funções que podem
interoperar em forma distribuída alocadas em diferentes
dispositivos físicos, geograficamente distribuídos e
conectados em rede. Ele define três mecanismos para a
elaboração da automação de um sistema elétrico: modelos
de objetos, serviços de comunicação, linguagem SCL,
mensagens GOOSE.
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Protocolos de Comunicação

❑ O DNP3.0 e o IEC 60870-5 são protocolos estruturados em


camadas, mas não seguem o modelo OSI de 7 camadas, mas um
modelo simplificado de 3 camadas, proposto pelo IEC
(International Eletrotechnical Comission) chamado de EPA
(Enhanced Performance Architeture).
❑ O DNP3.0 ainda adicionou uma quarta camada, chamada
Pseudo-Transporte, que permite a segmentação de mensagens.
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