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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

AULA 10 – TEÓRICA

IHM / HMI (INTERFACE HOMEM-MÁQUINA/ HUMAN MACHINE INTERFACE)

Interface homem-máquina (HMI) e Controle de supervisão e aquisição de dados (SCADA) são


dois conceitos no campo da automação industrial que são frequentemente usados de forma
intercambiável. Em muitas aplicações, muitas vezes há confusão em torno da fronteira entre os
dois componentes. Isto é parcialmente causado pela interação dos usuários com esses sistemas de
maneira muito semelhante. Muitas semelhanças entre HMI e SCADA acrescentam muitos
fatores à confusão.

Uma IHM é um dispositivo de hardware que executa software que possibilita a interação humana
com uma máquina. Esta característica torna as IHMs elementos cruciais para a operação e
manutenção dos equipamentos. A maioria dos sistemas automatizados modernos está equipada
com pelo menos uma IHM.

Uma HMI/SCADA é uma categoria de arquitetura de sistema de controle baseada em software


que usa dados em rede para fornecer aos operadores uma interface gráfica de usuário que lhes
permite monitorar o desempenho de muitos equipamentos e emitir comandos e configurações de
processo. Isso pode ser feito a partir de uma tela dedicada, de um dispositivo móvel ou de
qualquer PC conectado à rede de controle por meio de um navegador da web.

Como funciona a IHM/SCADA?

HMI/SCADA coleta dados de RTUs (unidades terminais remotas), PLCs (controladores lógicos
programáveis) e outros dispositivos de controle, como medidores de vazão e controladores de
temperatura. Esses dados são apresentados a um operador usando uma Interface Homem-
Máquina (HMI). A IHM permite que o operador veja o que está acontecendo na planta em tempo
real, incluindo exibições mímicas personalizadas, alarmes, tendências, etc., para tomar decisões
para ajustar quaisquer controles ou configurações da máquina.

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Antigamente a melhor integração do homem com o processo industrial era constituída por um
grande painel sinótico que utilizava com freqüência anunciadores de alarmes, sinaleiros, chaves
seletoras e botoeiras que permitiam comandar ou visualizar estados definidos como ligado ou
desligado, alto ou baixo, temperatura elevada ou normal.

Com o desenvolvimento tecnológico para atender a essa demanda, surgiram os displays e as


chaves digitais. Os displays permitiam visualizar os valores das variáveis do processo e as
chaves mudarem parâmetros predefinidos, como, por exemplo, valores temporizados ou
contadores.

No entanto, esse tipo de interface trazia dois problemas claros: o primeiro era a dimensão da
superfície do painel, que muitas vezes necessitava ser ampliada somente para alojar tantos botões
ou informações que eram necessárias, e o segundo toda a complexa fiação para interligar os
sensores e atuadores aos displays e chaves digitais.

O desenvolvimento das interfaces homem--máquina, com visores alfanuméricos, teclados de


funções e comunicação serial, trouxe consigo os seguintes benefícios:
 Economia de fiação e acessórios, pois a comunicação com o Controlador Programável se
baseia em uma transmissão serial com um ou dois pares de fio trançados, economizando
vários pontos de entrada ou saída e a fiação deste com os sinaleiros e botões;
 Redução da mão-de-obra para montagem, pois em vez de vários dispositivos apenas a
IHM é montada;
 Eliminação física do painel sinótico;
 Aumento da capacidade de comando e controle, pois a IHM pode auxiliar o CLP em
algumas funções, como, por exemplo, massa de memória para armazenar dados etc;
 Maior flexibilidade frente a alterações necessárias no campo;
 Operação amigável; • fácil programação e manutenção.

Uma IHM é um hardware industrial composto normalmente por uma tela de cristal líquido e um
conjunto de teclas para navegação ou inserção de dados que utiliza um software próprio para a
sua programação.
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Há várias aplicações e utilizações para uma IHM:
 Visualização de alarmes gerados por alguma condição anormal do sistema;
 Visualização de dados dos motores e/ ou equipamentos de uma linha de produção;
 Visualização de dados de processo da máquina;
 Alteração de parâmetros do processo;
 Operação em modo manual de componentes da máquina;
 Alteração de configurações de equipamentos.

COMUNICAÇÃO E PROTOCOLOS
Para que um servo motor realize um movimento específico ou mesmo para que um robô atenda a
certas necessidades, é preciso emitir um comando. Isso é possível por meio de parâmetros e da
programação em que a informação é transportada e devolvida, criando um fluxo.

Os protocolos de comunicação são, exatamente, essa “ponte” que liga os parâmetros às ações dos
equipamentos de automação. São eles que permitem que os sistemas realizem os movimentos
desejados e que garantem uma análise completa do desempenho.

OS SISTEMAS SCADAs UTILIZAM DOIS MODOS DE COMUNICAÇÃO:

Comunicação por Consulta (polling)

Neste modo de comunicação designado por mestre/escravo a estação central (Master) tem o
controle absoluto das comunicações, efetuando seqüencialmente a leitura dos dados de cada
estação remota (Slave), que apenas responde à estação central após a recepção de um pedido, ou
seja, em half--duplex.

Cada estação remota é identificada por um endereço único. Caso uma estação remota não
responda durante um período de tempo predeterminado às solicitações que lhe são dirigidas pela
estação central, novas tentativas de polling serão realizadas antes de se declarar time-out e se
avançar para a próxima estação.

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Vantagens

 Simplicidade no processo de aquisição de dados.

 Inexistência de colisões no tráfego da rede.

 Permite, devido ao seu caráter determinístico, calcular a largura de banda utilizada pelas
comunicações e garantir tempos de resposta.

 Facilidade na detecção de falhas de ligação; permite o uso de estações remotas não--


inteli-- gentes.

Desvantagens

 Incapacidade, por parte das estações remotas, de comunicar situações que requeiram
trata-- mento imediato por parte da estação central.

 O aumento do número de estações remotas tem impactos negativos no tempo de espera.

 A comunicação entre estações remotas tem obrigatoriamente que passar pela estação
centra

Comunicação por interrupção (Report by Exception).

Neste modo de comunicação, a estação remota monitora os seus valores de entrada e, quando
detecta alterações significativas ou valores que ultrapassem os limites definidos, inicia a
comunicação com a estação central e a conseqüente transferência de dados. O sistema é
implementado de modo a permitir a detecção de erros e a recuperação de colisões.

Antes de iniciar a transmissão, a estação remota verifica se o meio está ocupado por outra esta-
ção, aguardando um tempo programado antes de efetuar nova tentativa de transmissão. Em caso
de colisões excessivas, em que o sistema é gravemente afetado, a estação remota cancela a

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transmissão, aguardando que a estação central proceda à leitura dos seus valores através de
polling.

Vantagens

 Evita a transferência de informação desnecessária, diminuindo o tráfego na rede.

 Permite uma rápida detecção de informação urgente.

 Permite comunicação entre estações remotas, escravo para escravo.

Desvantagens

 A estação central apenas consegue detectar falhas na ligação após um determinado


período de tempo, ou seja, quando efetua polling no sistema.

 E necessária a existência de ação por parte do operador para obter os valores atualizados.

PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO MAIS COMUNS

 Modbus

 CANopen

 Devicenet

 Hart.

 OPC

 EtherCAT

 AS-Interface

 EtherNet/IP
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 Profinet

 Profibus

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