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IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO DE UM SISTEMA DE CONTROLE,

SUPERVISÃO E AQUISIÇÃO DE DADOS NOS MEIOS NAVAIS

A tecnologia está tão presente no dia a dia da humanidade que é quase


imperceptível o quanto estamos envolvidos com a automação. Sistemas automáticos são
criados para facilitar nossas vidas. A automação busca reduzir o esforço e a
interferência humana sobre um processo, com objetivos de aperfeiçoar, padronizar e
aumentar a produção, tornando-a mais eficiente, econômica, segura e de qualidade.
Visando o aprimoramento de seus meios, a Marinha do Brasil implementou projetos tais
quais as modificações das Fragatas classe Niterói (MODFRAG) consolidando
metodologias de controle, os sistemas supervisórios de controle e aquisição de dados
(SCADA), que permitem que os parâmetros de um processo sejam acompanhados,
analisados e controlados em tempo real.
A implementação do SCMPA (Sistema de Controle e Monitoração da
Propulsão e Auxiliares) para as fragatas classe Niterói visa fornecer as informações
necessárias à operação normal do sistema (a qual o capítulo 1 do Guia de estudo
SCMPA trata), através de suas estações de operação e, em caso de operação degradada
(na presença de falhas, a qual o capítulo 2 do Guia de estudo SCMPA trata), através de
suas unidades remotas (de controle do passo e/ou dos motores diesel). Fornece ainda
informações resumidas de manutenção para serem usadas na detecção e pesquisa de
avarias a partir das estações de operação e como usar as facilidades de ajuda on-line que
o sistema possui. As estações de trabalho são em número de quatro, sendo que uma se
localiza no passadiço e as outras três estão no Centro de Controle de Máquinas (CCM).
As estações de trabalho são divididas em Estações SCADA, que são em número de
duas, estações de Bombordo e de Boreste, que além de suportarem a IHM (Interface
Homem-Máquina), hospedam o subsistema supervisório e têm a capacidade de
comunicação com as unidades remotas, desta forma, além da operação, elas permitem a
obtenção de informações sobre a planta do navio, alteração de parâmetros, execução de
comandos, etc. E Estações VISTA que também em número de duas (Passadiço e a
Central do CCM), permitem a mesma funcionalidade das estações SCADA sem,
entretanto, possuir o recurso de comunicação com as remotas e hospedarem as
funcionalidades de supervisão, estas utilizam as estações SCADA para ter acesso as
informações das unidades remotas.
Em operação normal, o SCMPA é capaz de coletar dados provindos
de um terminal remoto que por sua vez, coletam dados de sensores e atuadores de
campo. Os dados são enviados a central de controle, responsável por manipulá-los e
exibir informações, permitindo que o operador execute as tarefas de controle
remotamente, garantindo maior eficiência, confiabilidade e segurança ao processo, o
que resulta em menor custo de operação em comparação aos sistemas não
automatizados. Incorporaram diversas funcionalidades como a conexão com banco de
dados, informações de diagnóstico, procedimentos de manutenção agendados, entre
outras. Têm as seguintes funções básicas: Aquisição de dados; Exibição de informações;
Supervisão e controle (Comandos de Emergência, Comandos de Propulsão como
Partida e Parada de motores e turbinas remotamente, Seleção e troca de Máquinas,
Solicitação e comando de DESSI – Velocidade desejada do Eixo, Monitoração e partida
e parada das auxiliares: Sistema de óleo lubrificante (BB/ BE), Sistema de óleo
combustível, Sistema hidráulico do H.P.C, Rede de incêndio, Aguada, Grupos de
Osmose Reversa e Ar Condicionado, Agouti, Ar comprimido, Diesel geradores e
Sistema vapor); Processamento de alarmes; Armazenamento de informações e
relatórios; Aquisição seqüencial de eventos; Controle de terminais e unidades remotas.
A inserção de dados e comandos é realizada através dos teclados funcional (que aloca
funções específicas como Comandos de Propulsão, Emergência e Telégrafos de
Manobra), e Teclado Padrão (semelhante a um teclado comum de Computador) com
TrackBall.
A aquisição de dados é uma função do SCMPA. Os dados são
adquiridos de forma periódica e armazenados, o que diferencia o SCADA da VISTA,
que só é capaz de exibir a informação atual, sem manter um histórico da variável. A
aquisição de dados deve acontecer de forma periódica e geralmente se dá entre SCADA
e Remotas. Na comunicação entres esses elementos, o SCADA é responsável por enviar
um sinal a Remota para indicar a requisição de dados. Dependendo de uma
configuração prévia ou até mesmo de padrões construtivos. A Remota pode responder
de formas diferentes. A Remota pode enviar o valor real lido ou o estado atual, enviar
apenas os pontos no qual houve uma mudança de estado/valor ou informar apenas
quando o valor excedeu um limite predefinido.
O SCMPA exibe informações em tempo real combinada com
dados fixos do banco de dados. A exibição pode se dar de forma gráfica, numérica ou
até mesmo em animações, como por exemplo quando a variável indica o movimento de
um equipamento. As informações são apresentadas em uma interface e devem conter a
indicação da unidade, ponto de operação, estado atual e identificação do equipamento.
Algumas técnicas podem ser usadas como a seleção com teclas dedicadas e até
ilustração da planta/processo, o que garante acesso rápido a informações
freqüentemente utilizadas ou que necessitam de atenção.
O processo de supervisão e controle, considerado também como
uma das funções mais importantes, permite que o sistema atue de forma remota e
automática. O SCMPA utiliza valores e comandos preestabelecidos, de forma a
controlar o processo, operando dentro de limites não críticos. Essa função é importante
para garantir o correto funcionamento, a segurança da planta e dos trabalhadores, além
de garantir uma maior eficiência do processo.
O processamento de alarmes confere uma maior confiabilidade e
garante ao processo um maior nível de segurança. Ele é responsável por alertar o
operador a respeito de eventos não programados e ou informações sobre sensores bem
como variáveis acima do valor de segurança. Há diversas formas e categorias de
alarmes que podem coexistir em um mesmo sistema. Pode haver alarmes universais, que
são aqueles enviados para diversos usuários, como por exemplo: sirenes para avisar
todos os operadores que atuam próximo a um determinado processo. Pode haver
alarmes visuais apenas para o operador do supervisório. Em suma, a variação dos tipos e
abrangências dos alarmes ocorre conforme necessidade do processo para o qual o
SCADA foi projetado bem como o nível de criticidade do alarme.
A função de armazenamento e impressão de relatórios é uma parte
muito importante. Registros precisos são necessários para satisfazer e comprovar
requisitos, como também atestar sobre o funcionamento do sistema, por exemplo, para
fins de suporte e planejamento. Dados pré-selecionados são freqüentemente capturados
e armazenados por período limitado, onde a periodicidade de captura e prazo de
armazenamento dependem da necessidade do processo.
O sistema ainda possibilita a operação no modo degradado, onde
uma falha de estação ou de remota significa que a estação ou remota em questão deixa
de estar em operação. Uma estação ou remota está em estado de falha tanto se houver
uma falha em algum componente (por exemplo, CPU) de modo que esta estação ou
remota não possa mais operar, quanto se ela perder comunicação com as outras (falha
na rede). Uma das formas de se detectar falha de estação ou remota é através do recurso
chamado de Auto-diagnóstico. Em cada momento uma das estações SCADA é
responsável por reportar o estado de todas as estações restantes periodicamente, tanto
via rede ethernet quanto rede de memória refletiva. A verificação de falhas é feita pela
estação SCADA ativa, que estabelece sinais indicando se as estações estão em
funcionamento ou não. Esses sinais são verificados pela outra estação SCADA. Caso o
SCADA inativo reconheça indicação de falha na estação SCADA ativa, o SCADA
inativo passa para o estado ativo.
O sistema possui realocação automática de funções. Ao final de
cada ciclo de auto-diagnóstico, as funções alocadas a cada estação são automaticamente
realocadas, se necessário. Assim, por exemplo, se o telegrafo dos comandos de
Bombordo estiver associado a uma estação que for detectada como em falha, o sistema
deve automaticamente realocar esta função para outra estação ativa. O principio da
realocação é o seguinte: caso uma das estações (Bombordo ou Boreste) sejam
declaradas em falha, as funções originalmente alocadas a ela são transferidas para a
estação central; caso a estação Central do CCM não esteja funcionando, suas funções
são transferidas para a estação de Boreste; caso 2 estações do CCM não estejam
funcionado, todas as funções serão transferidas para a estação restante; se as estações
em falha forem as de Bombordo e Boreste, o sistema passa a ser inoperante devido a
falta dos SCADAS, precisando assim ser realizada operação local dos equipamentos, até
que os problemas que causaram as falhas sejam solucionados.

ACI1-102 JAIR SEVERINO DE OLIVEIRA FILHO

Referencias Bibliográficas:
- Guia de Estudo Sistema de Controle e Monitoração da Propulsão de Fragatas e
Corvetas 3ª Revisão – 2020, CIAA (Centro de Instrução Almirante Alexandrino).
- AGUIRRE, L. A. Introdução à identificação de sistemas–Técnicas lineares e não-
lineares aplicadas a sistemas reais. [S.l.]: Editora UFMG, 2004. 26.

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