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ESTADO DO AMAPÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTANA


SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS PÚBLICAS E SERVIÇOS URBANOS
SUBSECRETARIA DE PROJETOS E OBRAS ESTRATÉGICAS

RELATÓRIO DE
INSPEÇÃO PREDIAL
-
RAMPA DO AÇAÍ

SANTANA, 14 DE JULHO DE 2023.

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1. INTRODUÇÃO
A inspeção predial é um recurso intrínseco da engenharia para aferir e
determinar a vida útil de uma edificação, apresentando as características funcionais e
de segurança de forma sensorial para a construção de conhecimento técnico que irá
substanciar as decisões em relação ao futuro da edificação.
Como base para a construção desse relatório, foi utilizado a Norma De
Inspeção Predial – 2021 do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia
de São Paulo (IBAPE/SP), o qual compila diversas normas técnicas – ABNTs – para
a confecção de um manual conciso no quesito da inspeção predial.
Provido de tais ferramentas, foi realizado a inspeção predial da Estrutura
Identificada como Rampa do Açaí que devido a apresentar problemas visíveis, gerou
reclamações que vieram a ser escutadas por parte da administração da Prefeitura
Municipal de Santana.
2. IDENTIFICAÇÃO DE SOLICITANTE
A solicitação que incitou a realização da inspeção da estrutura partiu do
Subsecretario de Projetos e Obras Estratégicas, Leonardo de Oliveira Lima, que foi
instigado pelas solicitações de funcionários e gestores da prefeitura Municipal de
Santana que foram acionados por populares que utilizam a estrutura.
Descrição do empreendimento:
A Rampa do Açaí, fica localizada Rodovia AP-010 conhecida anteriormente
como Rodovia Juscelino Kubitschek (Rodovia JK), atualmente chamada de Rodovia
Josmar Chaves Pinto, SN, Bairro Igarapé da Fortaleza, Santana – AP. Sendo uma
edificação de dois pavimentos de concreto armado, sem vedação externa e interna.
O terreno no qual se encontra a Estrutura apresenta área de 2166,55 m² (dois
mil cento e sessenta e seis metros quadrados) segundo a planta de localização da
obra apresentada em 2019. A área construída da edificação contempla rampa de
acesso, escada de acesso e depósito para açaí.
Tendo como principais funções a de acessibilidade de embarcações para
embarque e desembarque de passageiros e mercadorias do comércio como açaí,
peixe e demais especiarias da comunidade ribeirinha que faz uso da estrutura, com
venda de peixes, mandioca e frutas.
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3. INFORMAÇÕES DA VISTORIA
A vistoria ocorreu em dois períodos distintos, o primeiro ocorreu no dia 13 de
agosto de 2023, composto da equipe de funcionários da Prefeitura Municipal de
Santana (PMS) do Setor de Projetos e Obras Estratégicas (SPOE) Jonathan de
Oliveira Lima e Silva (Assessor Técnico de Projetos) e Leonardo de Oliveira Lima
(Subsecretário de Projetos e Obras Estratégicas), ambos Engenheiros Civis, A
segunda visita ocorreu no dia 21 de setembro de 2023 composto da equipe de
funcionários da Prefeitura Municipal de Santana (PMS) do Setor de Projetos e Obras
Estratégicas (SPOE) Jonathan de Oliveira Lima e Silva (Assessor Técnico de
Projetos) e Juliana Amanajás Marinho, Engenheiro Civil e Arquiteto e Urbanista
respectivamente.
4. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DA INSPEÇÃO PREDIAL
A metodologia seguida para realização da Inspeção Predial foi a recomendada
pelo IBAPE/SP, tendo sido iniciado pela solicitação do projeto estrutural e
arquitetônico, assim como o orçamento da construção.
Foi realizando também a anamnese com usuários da estrutura para a coleta do
histórico do edifício e principais problemas enfrentados na utilização funcional do
mesmo.
A etapa final foi a de vistoria em loco no qual foram realizadas fotografias de
partes comprometidas da edificação e avaliação das mesmas, tendo como foco
somente as anomalias visíveis devida as condições ofertadas para a inspeção predial.
5. DOCUMENTAÇÃO SOLICITADA E DISPONIBILIZADA
Como informado anteriormente foi solicitado uma relação de projetos referentes
a construção da edificação, tendo foco principalmente no projeto estrutural para
conseguir verificar o processo construtivo da edificação, assim como o orçamento da
construção para saber se foi contemplado todos os itens do projeto estrutural.
Foi disponibilizado dois acervos de documentações relacionadas ao local, o
primeiro foi referente ao mês de Maio de 2016, o qual apresentava um orçamento
simplificado, arquitetônico e especificação técnica referente a reforma da antiga
estrutura de madeira que era utilizada anteriormente, os demais arquivos
disponibilizados são referentes ao mês de Abril do ano de 2019, no qual são
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disponibilizados os projetos estruturais e arquitetônico da estrutura hoje existente no


local.
6. ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA
Como a estrutura de referência aos documentos do ano de 2016 já não se
fazem presentes, o foco foi somente nas documentações de referência ao ano de
2019, sobretudo no projeto estrutura.
Tendo como referência aos projetos, a estrutura segue com 3 pavimentos, dois
operacionais e um de cobertura, tendo como identificação na ordem ascendente
pavimento identificado como plataforma, laje e cobertura, como pode ser identificado
na Imagem 01. A rampa de acesso é vinculada a plataforma, que segue com
inclinação decrescente em toda sua extensão até o comprimento de 15 metros.

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Foram identificados vícios no projeto da estrutura, tendo como principais pontos


que poderiam provocar problemas, a esbeltez da estrutura como um todo, podendo
ocasionar problemas principalmente voltados para com o Estado Limite de Serviço,
devido a seções transversais das vigas adotadas seguirem com dimensões
transversais reduzidas, podendo gerar um excesso de vibração e de flecha
(deformações da viga) que são sentidas pelos utilizadores da estrutura, podendo
inviabilizar e ou trazer o sentimento de insegurança para os usuários da estrutura.
Mediante a ausência de tempo hábil para avaliar de forma minuciosa toda a
estrutura devido ao risco de ocorrência de sinistros que venham a ocasionar prejuízos
financeiros e riscos de vida, foi recriado o modelo estrutural conformas as informações
apresentadas no projeto e foram avaliadas as vigas V2 do pavimento Plataforma e V2
do Pavimento Laje, sabendo que cada dimensionamento segue uma logica específica
do projetista que o fez, foram avaliados utilizando uma carga de projeto de 5kN/m²
conforme orientação da NBR 6120(2029) - Ações para o cálculo de estruturas de
edificações, que são recomendados para cargas de plataformas de portos (Imagem
2), porém poderia ser utilizado a carga de 7,5kN/m² também recomendadas para
estruturas com armazenamento de mercadorias (Imagem 3), como as ações poderiam
ser majoradas ao ponto de gerar problemas e erros superiores, foi usado a menor
carga na análise.

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Como o dimensionamento estrutural apresenta uma série de informações que


não são o foco da análise em questão, será apresentado apenas os problemas
identificados para as vigas analisadas.
6.1. VIGA V2 – PAVIMENTO PLATAFORMA
Viga dimensionada no domínio 2, com problemas no dimensionamento
relacionado solicitação da força normal causada pelo momento fletor de cálculo para
a estrutura, não atendendo os artigos 11.3.3.4.3, 15.8 e 17 da NBR 6118:2014, assim
como ruptura por excesso de esforço cortante não atendendo os artigos 17.4.1.1,
17.4.2.2 e 18.3.3.2 da NBR 6118:2014, Como pode ser identificado no Anexo 1
Imagem 1 – Posição da Viga V2- Pavimento plataforma na estrutura

Fonte: Do Autor(2023)

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Imagem 2 – Viga V2 – Pavimento plataforma – Projeto estrutural Original

Fonte: Projeto Estrutural Folha 08/12 (2019)

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Imagem 3 - Viga V2 – Pavimento plataforma – Projeto estrutural Construído para análise

Fonte: Do Autor(2023)

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6.2. VIGA V2 – PAVIMENTO LAJE


Viga dimensionada no domínio 2, com problemas no dimensionamento
relacionado solicitação da força normal causada pelo momento fletor de cálculo
para a estrutura, não atendendo os artigos 11.3.3.4.3, 15.8 e 17 da NBR 6118:2014,
assim como ruptura por excesso de esforço cortante não atendendo os artigos
17.4.1.1, 17.4.2.2 e 18.3.3.2 da NBR 6118:2014, como pode ser identificado no
anexo 2.
Imagem 4 - Posição da Viga V2- Pavimento plataforma na estrutura

Fonte: Do Autor(2023)

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Imagem 5 Posição da Viga V2- Pavimento Laje na estrutura

Fonte: Projeto Estrutural Folha 10/12 (2019)

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Imagem 6 - Viga V2 – Pavimento plataforma – Projeto estrutural Construído para análise

Fonte: Do Autor (2023)

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6.3. PROBLEMAS DIVERSOS


Foram identificados outros problemas diversos relacionados a estrutura,
como o excesso de aço apresentado em algumas peças da estrutura como na viga
1 do pavimento Plataforma que apresenta uma fileira de 7 ferros com bitola de
10mm, ocasionando problemas relacionados a passagem do concreto, não
atendendo o solicitado na NBR 6118:2014, Artigos 13.2.2 e 18.3.2.2.
Imagem 7 – Viga V1- Pavimento Plataforma na estrutura

Fonte: Projeto Estrutural Folha 08/12 (2019)

A disposição de armaduras também apresentam problemas relacionados a


forma como são indicadas no projeto, onde diversas vezes é apresentado barras
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de aço dispostas em camadas internas da viga com mais de duas barras na camada
sem dispor de estribo para sustentação das mesmas, podendo causar ainda mais
problemas relacionados a passagem do concreto devido a essas barras cederem
com o peso do concreto lançado e ficando próximas das camadas externas e
impedindo a passagem do concreto, como pode ser visto na Imagem 11, onde a
parte superior da viga apresenta barras de aço na primeira, segunda e terceira
camada, mas não apresenta estribo para suporta-las, e repetindo a ação na parte
inferior da viga com barras na primeira e segunda camada, ficando submetido ao
mesmo erro.
Imagem 8 – Seção transversal da Viga V1- Pavimento Plataforma na estrutura

Fonte Projeto Estrutural Folha 08/12 (2019)

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Entre os problemas visualizados e que prejudicam bastante a estrutura estão


relacionados a arquitetura e ao projeto estrutural, principalmente nos pilares mais
externos da estrutura, mais próximos do eixo do rio, os quais recebem o impacto
de embarcações, que não contam com sistema de defensas marítimas, como
apresentado na Imagem 12, para absorver e reduzir o impacto direto dessas
embarcações.
Imagem 9 – Defensa cilíndricas radiais

Fonte: https://www.copaboinfra.com.br/produtos/defensas-cilindrica-radial/

Mediante ao diâmetro da seção transversal apresentada pelos pilares da


estrutura, foi suposto que não foram dimensionados para o impacto horizontal junto
da carga cinética da água pelas embarcações que ancoram na estrutura.
7. SISTEMAS INSPECIONADOS E NÃO INSPECIONADOS
Mediante a situação da estrutura, o foco da inspeção foi avaliar a vida útil da
mesma identificando os problemas e possíveis soluções para suas correções, com
foco no sistema estrutural.
Tendo em vista que a estrutura não apresenta sistema sanitário e hidráulico,
contemplando apenas um sistema elétrico simples, esses demais sistemas não
foram levados em conta na análise.
8. DESCRIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PRIORIDADE DE AÇÃO DAS
ANOMALIAS
A descrição apresentada é a patologia na forma que se apresenta a anomalia
na imagem retratada, apresentando sua causa aparente.

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As anomalias serão classificadas segundo sua origem, sendo utilizada as


respectivas nomenclaturas para realizar a sua classificação:
a) Anomalia endógena ou construtiva: quando há perda de desempenho
precoce, associada às etapas de projeto ou execução;

b) Anomalia exógena: quando há perda de desempenho precoce,


associada a fatores externos à edificação (provocados por terceiros);

c) Anomalia funcional: quando há perda de desempenho, associada ao


envelhecimento natural, decrepitude, obsolescência e consequente término da vida
útil;

d) Falha de uso na operação e na manutenção: quando há perda de


desempenho precoce, associada à etapa de uso, operação e manutenção.

A prioridade de ação é relacionada a gravidade da anomalia em relação a


uma medida de controle e ou solução da mesma, seguindo os seguintes patamares:
a) Prioridade 1: ações necessárias quando a perda do desempenho
compromete a saúde dos usuários, segurança, funcionalidade com risco de
paralisações, perda de vida útil ou durabilidade, aumento expressivo de custo de
manutenção e de recuperação ou quando a perda de desempenho, real ou
potencial, possa gerar riscos ao meio ambiente;

b) Prioridade 2: ações necessárias quando a perda de desempenho, real


ou potencial compromete parcialmente a funcionalidade, sem prejuízo à operação
e sem comprometimento de saúde dos usuários e segurança;

c) Prioridade 3: ações necessárias quando a perda de desempenho, real


ou potencial, pode ser objeto de ações planejadas e programadas sem
comprometimento de vida útil ou durabilidade.

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Descrição: Broca causada pelo excesso de armadura e ou má execução da construção, com ausência
de vibração para infiltração do concreto. Ocasionando a passivação da armadura no
concreto
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

Descrição: Ausência de arrasamento de cabeça de estaca para a concretagem do bloco de fundação


ocasionando a má transmissão de carga do bloco e fragilizando a estaca.
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

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Descrição: Excentricidade das estacas nos blocos, ocasionando cargas extras de momento
nos blocos que não foram previstas em projeto.
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

Descrição: Estaca com rompimento do pescoço do bloco de fundação, com excentricidade


do bloco com a estaca e pilar - Possível rompimento por impacto de embarcação
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x x x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

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Descrição: Bloco com excêntricidade elevada de estaca e pilar, no qual foi tentado realizar
um reforço, porém ineficaz devido a não ter o contato do reforço com o bloco
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

Descrição: Excentricidade das estacas nos blocos, ocasionando cargas extras de momento
nos blocos que não foram previstas em projeto.
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

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Descrição: Escada sem recobrimento adequado, ocassionando na passivação do aço e por


consequencia possível enfraquecimento do mesmo.
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

Descrição: Excentricidade das estacas nos blocos, ocasionando cargas extras de momento
nos blocos que não foram previstas em projeto.
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

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Descrição: Broca causada pelo excesso de armadura e ou má execução da construção, com ausência de
vibração para infiltração do concreto. Ocasionando a passivação da armadura no concreto

Endogena Exogena Funcional Operação


Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

Descrição: Flecha elevada na viga, ocasionado pelo excesso de carga aplicado a viga sem
dispor de momento de inercia suficiente para reduzir os deslocamentos.
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

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Descrição: Flecha elevada na viga, ocasionado pelo excesso de carga aplicado a viga sem
dispor de momento de inercia suficiente para reduzir os deslocamentos.
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

Descrição: Posicionamento das estacas divergem do posicionamento em planta, causando


uma série de esforços não previstos para a estrutura
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

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Descrição: Excentricidade do encontro do pilar com as vigas, fazendo com que ocorra um efeito de 1ª
ordem superior ao previsto em cálculo, prejudicando a segurança da estrutura
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

Descrição: Armadura exposta de pilares devido a brocas de concretagem no mesmo, fragilizando a


resistência dos pilares pela redução da seção transversal e passivação da armadura.
Endogena Exogena Funcional Operação
Anomalia:
x
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3
Prioridade:
x

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9. VÍCIOS DA CONSTRUÇÃO
Pelas informações apresentadas anteriormente, foi identificado inúmeros
vícios presentes na construção que vão desde a concepção do projeto até a
construção da estrutura atual.
Foi relatado pelos usuários que devido a forma como foi posicionado a
estrutura e devido a profundidade do leito do rio, em certos momentos de maré
baixa, não é possível subir na estrutura devido ao desnível elevado, ocasionando
momentos de ineficácia da finalidade da estrutura.
Existe a dificuldade de atender os requisitos da estrutura que viria ser
utilizada como porto no qual ocorre a atracação de embarcações para carga e
descarga de materiais, onde caso não viesse a ser possível tais atividades, deveria
ser indicado de forma intensa para que fosse respeitado e como consequência do
posicionamento da estrutura invadindo o rio, as estruturas mais externas (pilares e
vigas mais próximos do eixo do rio) da construção deveriam ser mais robustas e
contar com defensas marítimas para aliviar o impacto horizontal das embarcações
que trafegam no rio.
O excesso de armadura apresentado no dimensionamento estrutural poderia
ter sido reduzido ao adotar seções para as vigas com maior altura e evitando os
problemas relacionados a passagem do concreto que vieram intensificar os
problemas de brocas presentes na estrutura e também garantiria melhor conforto
para os usuários devido à redução de vibrações e flechas presentes na estrutura.
Foi identificado também que o posicionamento de todos os blocos de
fundação diverge do indicado no projeto, ocasionando excentricidade elevadas
para a estrutura e fragilizando-a, onde já foi tentado realizar a correção através de
encamisamento das estacas para aliviar a excentricidade presente, porém esse
reforço foi realizado de forma incorreta, no qual o mesmo não chega até o bloco de
fundação, ocorrendo somente o enrijecimento de parte da estaca.
Da mesma forma que as estacas, vários pilares apresentam excentricidades
no seu posicionamento no bloco de fundação, gerando momentos inadequados
para o bloco.
Através da análise de cálculo para a carga de 5kN/m², inferior a carga que
poderia ser utilizada de 7,5kN/m², foi identificado uma série de erros relacionados

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a ruptura por excesso de carga cortante e carga normal, nas vigas apresentadas,
como pode ser visto nos Anexos 1 e 2, tendo em vista que foi reconstruído conforme
apresentado nos projetos somente as vigas V2 do pavimento Plataforma e Laje,
podendo ocorrer outros erros nos demais elementos da estrutura.
Através da esbeltez dos pilares e estacas, fica evidente que não foi
considerado as cargas horizontais necessárias para resistir ao impacto das
embarcações que trafegam na região, gerando uma insegurança para a vida das
pessoas que fazem uso da estrutura.
10. RECOMENDAÇÕES
Conforme as informações levantadas e as analisadas in loco, a estrutura já
apresenta colapso parcial na estaca do pilar P13, onde o contato da estaca com o
bloco já ocorreu um rompimento ocasionado possivelmente por um choque
horizontal somado a falta de alinhamento do conjunto bloco, pilar e estaca não se
encontrarem alinhados, logo, já se estavam previamente fragilizados.
Como todas as demais estacas e blocos se encontram na mesma situação,
com essas excentricidades causando prejuízos a resistência da estrutura por não
coincidirem com o centro de gravidade das peças, assim como as demais
características da estrutura de ficar exposta a possíveis impactos horizontais, além
das sobrecargas atuantes naturalmente na estrutura, seria necessário a realização
do reforço de toda a estrutura, com o recobrimento obrigatório de vigas, pilares e
fundação, onde para realizar o recobrimento das vigas seria necessário a
perfuração das lajes para o correto preenchimento das formas.
Devido ao reforço estrutural demandar o reparo da fundação, que é um dos
pontos mais críticos da estrutura, não haveria como realizar de forma simples sem
um excesso de gastos devido ao pouco tempo de trabalho disponível diariamente
devido ao fluxo da maré e a impossibilidade de realizar a cravação de estacas
auxiliares para a correção do posicionamento dos eixos de gravidade dos blocos
de fundação com os pilares, quase que impossibilitando o reforço da fundação da
estrutura.
Recomenda-se a reconstrução de uma estrutura que venha dispor da
mesma finalidade da estrutura hoje localizada no local, sendo sua construção
sugerida ao ponto anterior a plataforma, sobre o solo de terra firme, no qual se

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encontra uma cobertura de madeira, podendo a região que se encontra a estrutura


atual ceder seu espaço para um porto flutuante para ancoragem de embarcações
e desembarque de materiais.
De imediato fica a sugestão de interdição célere da estrutura para qualquer
finalidade, devido as chances de sinistros que a estrutura hoje se encontra, para
evitar riscos a vida das pessoas que fazem uso do local.
11. ENCERRAMENTO
Este laudo técnico é composto por 25 folhas numeradas na parte inferior de
cada lauda, foi composto pelo engenheiro Jonathan de Oliveira Lima e Silva, no dia
26 de setembro de 2023.

Jonathan de Oliveira Lima e Silva


Engenheiro Civil
CREA – AP N° 031922636-0

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