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ITI Curso Teológico Módulo V

Tipologia Bíblica 190


Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
ITI Curso Teológico Módulo V

Índice
Capitulo I: Família: Um Projeto de Deus

Capitulo II: A Família e o Aspecto Jurídico

Capitulo III: A Televisão e a Família


1. Televisão: Babá Eletrônica
2. Vinte e Sete Conselhos para ver televisão em Família

Capitulo IV: A Família e as Finanças


1. O dinheiro é de Deus ou do diabo?
2. O dinheiro é a raiz de todos os males?
3. Sete princípios bíblicos para uma boa administração do dinheiro
4. Sete passos para o sucesso
5. Orientação orçamentária

Capítulo V: O Perfil da Mulher segundo o Coração de Deus


1. O perfil da mulher cristã no Antigo Testamento
2. O perfil da mulher cristã no Novo Testamento
3. Escala de Prioridades da Mulher
4. Direitos Constitucionais da Mulher
5. Direitos garantidos pela Constituição Divina
6. Obrigações da Mulher como Esposa
7. Obrigações da Mulher como Mãe
8. Obrigações da Mulher como Profissional
9. Que tipo de mulher Você é?
10. O que todo Esposo espera de sua Esposa?

Capítulo VI: O Perfil do Homem segundo o coração de Deus


1. Escala de prioridades do Homem
2. Direitos do Homem garantidos pela Constituição Divina
3. Obrigações do Homem como Líder Espiritual
4. Obrigações do Homem como Esposo
5. Obrigações Homem como Pai
6. Obrigações do Homem como Profissional
7. Que Tipo de Esposo, Você é?
8. O que toda Esposa espera de seu Esposo?

Capítulo VII: Direitos e Obrigações dos Filhos segundo a Bíblia


1. Direitos dos Filhos
2. Obrigações dos Filhos
3. Dez Tipos de Filhos
4. Relacionamento na Vida Familiar
5. Lista de atitudes que afastam os Filhos dos Pais
6. Advertência
7. Disciplina
8. Como ter um Filho delinqüente

Capitulo VIII: Violência Domestica

Capitulo IX: Graça para um Relacionamento Sem Graça

Capitulo X: O que não pode faltar numa Família


Tipologia Bíblica 191
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
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Introdução

No mundo contemporâneo é assustador o rebaixamento dos padrões morais,


éticos e principalmente espirituais. Isto está de modo sutil, minando e demolindo
os alicerces da família, como célula básica da sociedade, a qual se tornou
permissiva, sem referenciais e limites.

O apóstolo Paulo, afirmou que nos últimos dias o inimigo promoveria uma
destruição em massa na família. Os sentimentos de ternura, amor e respeito,
desapareceriam do lar e com a ausência de tudo aquilo que faz parte da estrutura
familiar, surgiria pais desumanos, egoístas e filhos desobedientes, II Tm 3.1-3.

Como a família é o núcleo de toda a sociedade, ela se torna alvo fácil da destruição
em função da exploração, em outras palavras, cada vez que alguém quer
transformar a opinião do povo passa a introduzir conceitos distorcidos dentro dos
lares. São várias as maneiras de se distorcer a base de uma família, o que gera este
caos em a atual sociedade está inserido e que em tempos passados ocasionou o
julgamento implacável de Deus como nos dias de Noé e posteriormente em
Sodoma, Gomorra e cidades circunvizinhas.

Porém, quando uma família está bem estabelecida e alicerçada na Palavra de Deus,
a contaminação exterior não a atinge. É com profundo pesar que constamos que
muitas famílias cristã tem adotado o mesmo discurso e conceitos mundanos que
tem causado danos irreversíveis. Por exemplo, com relação a cultura do divórcio: a
sociedade parece tomada por uma epidemia de separações conjugais, doença que
deixa marcadas as almas de muitos casais maduros, como as de inúmeros jovens
que experimentam desde cedo a inconstância do amor e a experiência perversa das
rupturas do lar.

O número de divórcios está crescendo dramaticamente na sociedade, mostrando


que hoje muitos casais o consideram uma opção importante quando um casamento
não vai bem. No Brasil, um de cada quatro casamentos acaba em divórcio e nos
Estados Unidos o problema atinge quase metade dos casamentos.

Não admira que a atual geração demonstre um gélido pessimismo quanto à


possibilidade de viver um amor verdadeiro e realizador no casamento. Mas o que
impressiona mais é que estudos mostram que os cristãos são tão vulneráveis ao
divórcio quanto qualquer outra pessoa.

Todos os anos, milhares de cristãos decidem, por diversos motivos, terminar seu
casamento. Um estudo realizado pelo Barna Research Group revela que o índice de
divórcio entre os cristãos americanos está realmente um pouco mais elevado do
que entre os que não são cristãos. Entre os adultos que não são cristãos, 24 por
cento estão atualmente ou já estiveram divorciados. Em comparação, 27 por cento
dos crentes que acham que nasceram de novo estão nessa mesma situação. Essa
tendência prejudica o testemunho dos cristãos na sociedade. Há a informação de
que até os ateus estão, com alegria, utilizando o mesmo estudo para anunciar que
quem não crê em Deus tem o índice mais baixo de divórcio.
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Capitulo I

Família: Um Projeto de Deus

A sociedade conhece uma caricatura de família, onde não há compromisso


de palavra, de votos, de respeito, de solidariedade, de companheirismo; a
família tem se tornado um grupo de poucas pessoas que moram no mesmo
lugar, sem diálogo, sem misericórdia, sem tempo em comum, onde predomina
o individualismo - cada qual tem seus interesses pessoais, seus prazeres,
seus amigos. Enfim, são famílias sem amor e sem Deus! Esse não é o modelo
divino. O Projeto de Deus está descrito na Bíblia Sagrada da Família
segundo o coração de Deus.

Certa feita, num grande simpósio de arquitetura nos EUA, dentre muitos profissionais
reuniam-se ali as maiores autoridades e estudiosos da engenharia e arquitetura
mundial discutindo os projetos arquitetônicos da humanidade... Num certo momento
pede a palavra um renomado historiador, que convida todo auditório a lembrar e
elencar os maiores projetos da humanidade construídos até hoje. E assim foram
sendo destacados: As pirâmides do Egito, O Templo de Jerusalém, as Muralhas da
China, Coliseu, Estátua da Liberdade e até as grandes obras brasileiras foram
lembradas, como o Cristo Redentor e a nossa Usina de Itaipu.

Muito bem! disse o bom historiador a toda a platéia, essas são as grandes
maravilhas da humanidade. Mas, vocês sabem qual é o maior projeto de Deus?
Alguns minutos se passaram num total silêncio e infelizmente aqueles
doutores não souberam responder.

O maior projeto de Deus é a Família: Todos esses projetos acima citados e centenas
de outros são belos, mas, nada se compara a família. Pois, o maior projeto de Deus
é a instituição mais valiosa que possuímos, antes mesmo do Estado, da Igreja, a família
tem sua origem em Deus e por isso é a célula mater da sociedade e, isto é comprovado
na santíssima trindade, na pessoa do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. A eterna
comunhão familiar existe no seio de Deus. “Por esta causa, me ponho de joelhos
diante do Pai, de quem tomo o nome toda família tanto no céu como sobre a terra”.
Ef 3.14,15

No projeto original de Deus, sua percepção de que não era bom o homem estar só
levou-o a formar a mulher, com o propósito de que esta viesse a ser sua
companheira, sua ajudadora. Gn 2.18-25. Daí se originou os primeiros filhos. Estava
formado o primeiro núcleo familiar no mundo, dentro dos padrões de Deus.

A família que nasce em Deus é uma família voltada à satisfação do ser: "Não é bom
que o homem esteja só". Gn 2.18. Essa constatação, por si só, evidencia que Deus
estava interessado no bem-estar da sua criatura. Família surgiu para trazer
satisfação, complementação, ajuste, prazer, alegria, plenitude e todos os outros
sentimentos inerentes à própria condição de ser família. Ou seja, família é para ser
bênção segundo a intenção original de Deus.

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O Antigo Testamento se inicia quando a primeira família é criada por Deus (Gn 2.26-
27) e quando Deus dialoga com o primeiro casal (Gn 3.9-10) e termina chamando as
famílias para uma reconciliação. Ml 4.6: “E ele converterá o coração dos pais aos
filhos, e o coração dos filhos a seus pais...”.

O Novo Testamento se inicia com a história de uma família que aguarda um filho
que, pelas indicações dos acontecimentos, seria muito importante. Mt 1.18-25. O
filho nasce quando a família está em viagem e o único lugar que encontram para
acolher a criança é uma manjedoura. O Novo Testamento termina com a figura da
esposa e do esposo que se comunicam com a palavra de convite “Vem”. Apoc 22.17.

O termo grego oikos ocorre cerca de 110 vezes no Novo Testamento e significa
“casa”, “família”, “pertences”, “bens”, etc. Lendo e analisando alguns textos dos
Evangelhos, pode-se perceber que Jesus, de uma maneira ou outra, resgatou o
sentido de família. Jesus não falou de uma maneira clara e direta sobre ela, mas fica
claro que a família teve um papel importante na sua formação e para o seu
ministério. Jesus viveu cerca de 30 anos junto com sua família, enfrentando diversos tipos
de situações e experimentando o cotidiano da vida e das relações judaicas.

Nas cartas de Paulo há alusão às relações familiares. Ele destaca a família como
modelo de comportamento ideal para toda a igreja e exorta as comunidades cristãs
como uma família. Rm 12 e 14; I Co 12; Ef 5.21-26; Cl 3.18-21.

Assim, tanto o Antigo e o Novo Testamento testificam “a respeito da importância


da família na vida das pessoas e da sociedade. Seu papel vai além da função
meramente procriadora, sendo uma comunidade de apoio mútuo, amor,
comunhão, formação e serviço, atingindo assim funções educadoras, socializadoras
e integradoras das pessoas na sociedade”.

Portanto, a família faz parte do plano divino da criação. Deus tem um projeto para
a vida da família. Ao criar a família, Deus providenciou as condições para que o
homem e a mulher não estivessem sozinhos. Ao vínculo entre o homem e a mulher
Deus estabeleceu a comunhão. A garantia de felicidade no lar está em o casal
“buscar constantemente sintonia entre seu projeto fundamental de vida e o projeto
de Deus”. Qualquer constituição familiar que fuja a esse padrão divino é pecado,
pois contraria frontalmente a intenção de Deus, caracterizando-se como
desobediência aos seus ensinamentos. Todo servo de Deus deve primar por uma
família dentro dos padrões divinos.

Mulheres, em nome de Jesus não recebam ministrações de programas que só


inculcam na mente de vocês tudo aquilo que é contrário a Palavra de Deus.
Homens sejam colunas de suas casas. Sejam responsáveis com aquilo que Deus
colocou em suas mãos. Sua esposa e seus filhos são responsabilidade sua. Quanto
tempo você gasta curvado diante de Deus? Curve-se diante de Deus para que sua
família não fique curvada diante deste mundo. Ef 3.15.

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Capitulo II

A Família e o Aspecto Jurídico

"Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeita-a; dominai (...). Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom."
(Bíblia Sagrada, Livro do Gênesis, 1:27-28, cerca de 1.500 a.C.)

"Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou
religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. (...) A família é o núcleo
natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado."
(Declaração Universal dos Direitos Humanos - ONU - 1.948, art. XVI, "1" e "3")

"A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado."

(Constituição da República Federativa do Brasil, 1988, art. 226): "O casamento estabelece
comunhão plena de vida (...). O casamento se realiza no momento em que o homem e a
mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal e o juiz
os declara casados." (Código Civil Brasileiro, 2002, arts. 1.511 e 1.514).

A família natural é constituída pela união matrimonial do homem e da mulher e,


uma vez assim constituída, passa a ser instituição basilar e fundamental para a
existência de nossa sociedade. E mais: por assim ser, dada a sua importância e
indispensabilidade, goza de especial proteção do Estado.

Há nesses documentos históricos - de natureza cristã, científica e jurídica - a


atestação, contundente e peremptória, de que a família natural - aquela que pode
ser fecunda, conforme o mandamento bíblico - tem sido e é sim - em toda a história
da humanidade - o bem maior, a ratio essendi (isto é, a razão essencial) da
sociedade, como se houvesse - e de fato há - uma implicação lógica de causa e
efeito, qual seja: não há sociedade sem família, de modo tal que a família seria o
antecedente necessário do conseqüente lógico que é a sociedade. Não é por outra
razão que, entre os romanos, a máxima capacidade jurídica e social de uma pessoa
se realizava com a obtenção - em ordem e grau de plenitude jurídico-social - do
"status libertatis", depois do "status civitatis" e depois do "status familiae".
Traduzindo: a plenitude do ser humano e da condição social, para os romanos,
dava-se, em primeiro lugar, com a assunção do "estado de liberdade", depois com a
assunção da condição e "estado de cidadão" e, em terceiro lugar, como ápice e
razão de ser do romano, com a assunção de uma posição dentro de uma família
(familia communi iure), o que seria o seu "estado de família".

Nesse mesmo contexto histórico da antigüidade, a noção de "Família", como base


da sociedade, é ainda mais clara, porque, como não havia "Estado" - como
organização jurídica nos moldes em que temos hoje - era no seio dela - da "Família"
- que as relações políticas e jurídicas se iniciavam e se consolidavam, de modo que
a tradição jurídica e cultural de cada comunidade era transmitida, oralmente, dos
pais para os filhos.

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A preservação da comunidade e a continuidade dos seus valores e tradições ficava


a cargo das famílias. Percebamos, então, que papel essencial exercia,
historicamente, a instituição "Família", neste contexto. Os judeus, por exemplo, em
suas entidades familiares, conservavam as tradições e valores fundamentais da sua
comunidade através do "midrash" que era uma espécie de narrativa oral,
transmitida de pai para filho, cujo objetivo maior era interpretar e aplicar, mais
facilmente, na vida diária, os ensinamentos da Torá. Percebe-se, em tudo isso, que
as crianças e adolescentes tinham referenciais claros para serem seguidos. Havia
uma distinção mais nítida, perceptível e elucidativa entre o que é bem e mal, certo e
errado, belo e feio, verdade e mentira. Os pais eram os arquétipos e modelos a
serem seguidos pelos filhos. Era em casa, no lar, que as virtudes eram ensinadas e
exaltadas, do mesmo modo que os vícios eram reprovados e corrigidos. Havia
amor, respeito, ordem, disciplina, consideração, dignidade e honradez familiar.
Infelizmente, não mais tem sido assim. O que era a "Família"? O que é a "Família"?
E no que está se tornando a "Família" são questões que precisamos, urgentemente,
(re)discutir e (re)dimensionar.

Sob o prisma científico, resta, também, comprovado hoje que é no seio da "Família"
que atingimos a plenitude da nossa formação física, moral, cultural e intelectual. É
exatamente por isso que as chamadas Ciências Humanas - assim como também, as
Ciências Sociais e Aplicadas - olham, objectual e cognitivamente, a instituição
"Família" como uma forma de organização elementar dos indivíduos, cujas funções
- proteção psicossocial; socialização; geradora de afeição; proporcionadora de
segurança, aceitação pessoal, satisfação e de sentimento de utilidade; asseguradora
da continuidade das relações sociais; impositora de disciplina, autoridade e do
sentimento do que é correto - são essenciais para o desenvolvimento do ser
humano, do ser social e da sociedade.
A psicologia, neste sentido, afirma que é no seio da "Família" que se constitui o
sujeito e se estabelece os parâmetros comportamentais que vão dominar as relações
sociais (Freud, em "Totem e tabu", 1913). Não é por outra razão que este mesmo
Freud afirmou que, com a morte do pai, o sentimento que veio à tona nele é o de
que, apartir daquele momento da morte, ele estava sendo desenraizado (Carta a
Wilhelm, em 1895).
A sociologia e a antropologia atestam no mesmo sentido a importância vital da
"Família" para a sociedade porque esta é um tipo de instituição social que se
encontra em todos os agrupamentos humanos, mesmo que variem as estruturas e
funcionamento, de tal modo que podemos, sociológica e antropologicamente,
afirmar que a família é ínsita ao conceito de sociedade. É inelutável afirmar que não
existe sociedade sem famílias. A questão maior é indicar que tipo de "Família" é
essa que se tem constituído neste momento pós-moderno.
Todo esse entendimento cultural e científico sobre a "Família" foi incorporado no
nosso Sistema Jurídico, porque, como sabemos, este é consubstanciado nos valores
principiológicos e nos preceitos normativos que a sociedade adota. É a sociedade,
em sua maioria, quem decide sobre eles - os princípios e os preceitos jurídicos. Por
isso que o nosso legislador constitucional e infraconstitucional - assim como o
próprio Direito Internacional - reconhecem a "Família" como instituição mater e
basilar de uma sociedade. Foi o que vimos nos texto da epígrafe do presente ensaio.
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Capitulo III

A Televisão e a Família

Pesquisa, um tanto antiga, concluía que só em uma semana foram disparados 1.940
tiros nas telas de TVs; houve 886 explosões; 651 brigas; 1.145 cenas de nudez;
233 trombadas de carro e 188 referências a trejeitos homossexuais. Pesquisa
semelhante, nos Estados Unidos, mostrou que um telespectador de 18 anos terá
visto 3.200 cenas de homicídios e 250.000 atos violentos na TV.

O escritor J. N. Norton conta a história de Alípio, um teórico da música do quarto


século que procurava viver uma vida digna. Ele era sempre convidado por seus
vizinhos a assistir aos combates de gladiadores, mas se recusava terminantemente,
pois detestava a brutalidade desses programas bárbaros.

Um dia, no entanto, conseguiram coagi-lo a ir. Como Alípio estava determinado a


não assistir ao espetáculo sangrento, fechou bem os olhos e nada quis ver. Mas um
grito cortante o fez dar uma olhadinha na hora em que um dos lutadores estava
sendo ferido mortalmente. O que ocorreu com ele a partir daquele momento foi
emblemático. Com a sua sensibilidade embotada, Alípio juntou a sua voz aos gritos
e exclamações da multidão barulhenta que o cercava.

Daquele momento em diante, ele passou a ser um homem mudado – mas mudado
para pior; não apenas se tornou assíduo freqüentador desse esporte, mas passou
também a instar com outros a fazerem o mesmo. A lição que Norton destaca é que,
apesar de Alípio ter entrado na arena contra a sua vontade, a exposição ao mal
mostra o que pode acontecer com as melhores pessoas ao sentirem o gostinho pelo
prazer destrutivo. Antes de o perceberem, já estão escravizados a ele.

Se você geralmente passa algumas horas por dia diante da televisão, então isso
provavelmente já aconteceu com você. Embora não seja nenhuma novidade, o conteúdo
moral da televisão tem decaído constante e rapidamente nos últimos anos. A boa
notícia é que nós não temos que cair junto.

Tipologia Bíblica 197


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Hoje, 98% dos lares brasileiros têm televisão, enquanto 94% têm geladeira. Para se
ter uma idéia, o brasileiro, hoje, é o campeão mundial em tempo gasto na frente da
televisão. Ele assiste em média cinco horas e sete minutos por dia – só as crianças
assistem mais de quatro horas. A única coisa que a criança brasileira faz mais do
que assistir televisão, é dormir.

No século XVII, teve início a Era Industrial; no século XX, tivemos a Era Pós-
industrial, e o início da era da informação, que avança pelo século XXI. Os meios de
comunicação têm uma influência poderosa sobre a mente das pessoas, queiramos
ou não, aceitemos ou não. A Igreja de Cristo, em seu aspecto humano, sofre
diariamente essa tremenda influência. As famílias e as pessoas, individualmente,
são afetadas pelos veículos de comunicação. E o Diabo tem sabido fazer o mais
eficiente uso desses meios para a destruição de vidas. Como diz a Palavra de Deus,
ele tem usado a mídia para roubar, matar e destruir. Jo 10.10a.

O uso da televisão é sem dúvida alguma um tema que durante anos tem sido
motivo de bastante controvérsia no seio da igreja. Os benefícios e malefícios do seu
uso têm gerado calorosos debates, chegando ao extremo inclusive de ser motivo de
disciplina em algumas igrejas, onde seu uso é proibido e verazmente combatido.

Evidentemente, não podemos ignorar a baixa qualidade do conteúdo da televisão


brasileira e o prejuízo que ela tem trazido a família através de suas novelas, humor
nocivo e programas violentos. A violência continuada é a tônica dos programas dos
canais de TV e não há opção de escolha para o telespectador. "Uma pesquisa feita
por uma equipe, aqui no Brasil durante 200 horas de programação, revelou os
seguintes dados: 30 mortes cruéis, 1.018 lutas, 3.592 acidentes, 32 roubos, 616 cenas
de uso indevido de armas, 57 seqüestros, 819 desafios, 410 trapaças, 86 casos de
chantagem e 321 aparições de monstros e animais ferozes". (Cadernos de Comunicação,
93, 1978, Proal, p. 8).

A violência na TV pode ser vista nas novelas, filmes, propaganda, noticiários e


desenhos animados. É fato comprovado, que a maior audiência da programação da
Televisão envolve novelas e filmes, onde sexo e violência estão presentes em
grande escala. Diante deste quadro, pouca coisa sobra de útil na programação da
TV brasileira. E mais, quer gostemos ou não, o fato é que a Televisão usurpa um
tempo precioso de todos os membros da família. Tempo que poderia ser
positivamente investido na melhoria do relacionamento, compreensão e
comunicação entre eles, do devocional e descanso.

Televisão: Babá Eletrônica

Teremos que dar conta, diante de Deus, do tempo que nossos filhos tem
gasto inutilmente diante da TV.

Na Antigüidade, o povo judeu tinha cuidado especial com suas crianças. Os


meninos eram cuidados normalmente pela mãe até aos cinco anos, cabendo ao pai
a responsabilidade principal de ensinar ao filho as Escrituras Sagradas desde a
infância.

Tipologia Bíblica 198


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Assim, os pais eram responsáveis pela educação e treinamento de seus filhos,


sendo eles mesmos os instrutores e orientadores, tanto por palavra como por
exemplo, seguindo o conselho bíblico: " Tu inculcarás a Palavra de Deus aos teus
filhos assentados em tua casa, andando na rua, deitando e levantando-se...". Dt 6.7.

O programa de educação era dividido em sete pontos:

1. Ensinar a criança o temor de Deus


2. Ensinar a honrar pai e mãe
3. Ensinar a lei, os mandamentos e as verdades reveladas por Deus
4. Ensinar respeitar os mais velhos
5. Ensinar aos jovens a serem obedientes
6. Ensino: o pai ensinava a profissão ao filho, e a mãe o serviço doméstico a filha
7. Ensinar a criança a ler e escrever.

A responsabilidade de criar um filho começava no lar, conforme o padrão bíblico.


Hoje, inculcar a Palavra de Deus aos filhos significa ler a Bíblia com eles, colocar
louvores para eles ouvir, comprar literatura evangélica e oferecer programações na
televisão com valores cristãos que os ajude em seu crescimento espiritual e moral.
Isso é como deveria ser, mas, o que está acontecendo de fato?

Para que servem as programações televisivas assistidas pelo público infantil? A


televisão pode ser útil aos pais enquanto cuidam dos seus afazeres, largando os
pequeninos do Senhor Jesus frente à baba eletrônica? Os adultos falam de educação
por princípio, mas ligam a televisão para os filhos assistirem programações
contendo bruxaria, satanismo, pornografia, espiritismo, tornando-os, com o passar
do tempo, rebeldes e sedutores. Até as propagandas ensinam as crianças a matar,
beber, fumar e praticar sexo livre. A criança é um receptor ativo e atento, o que ele
ouve e vê é o que ele vai ser. A Bíblia alerta: "Ensina a criança no caminho que deve
andar quando ela crescer e se envelhecer não se desviará dele". Pv 22.6.

Sabemos que 58% da população brasileira está abaixo de 15 anos, e 3,5 bilhões da
população mundial é formada de crianças. As pessoas que aceitam a Jesus Cristo
como Senhor e Salvador de suas vidas, tem sua distribuição percentual da seguinte
forma:

Antes dos 5 anos - 1% aceita a Jesus;


Dos 5 aos 15 anos - 85%;
Dos 15 aos 30 anos - 10%;
Após os 30 anos - 4% aceitam a Jesus.

Satanás conhece também estes dados. Ele nunca vai tocar nas crianças na igreja, na
escola dominical, ou enquanto os pais estão orando com eles. Satanás vai tocá-los
na sala de sua própria casa, quando os pais ligam a televisão para eles. Mas por
que? Se ele destruir as crianças hoje, no futuro não haverá ministros, pastores,
cristãos e nem igreja. A especialidade do inimigo é esta - matar, roubar e destruir.
Jo 10.10. Se os pais não criarem seus filhos, podemos ter certeza de uma coisa:
alguém os criará A criança ainda é o alvo principal de Satanás, pois nela estão
contidas todas as possibilidades do futuro.
Tipologia Bíblica 199
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27 Conselhos para ver televisão em Família

Como tirar o melhor partido do uso da televisão? Especialistas em educação familiar


oferecem 27 úteis e práticos conselhos, para utilizar a televisão como um meio
eficaz para a educação dos filhos. A televisão, utilizada com critério, pode ser um
meio eficaz para a educação para os filhos. Ninguém mais quer o melhor para os
filhos do os pais. Portanto, estão obrigados a utilizar a televisão como um meio
mais, dos muitos que existem ao seu alcance, para educar as crianças nos valores
da vida.

1. Os filhos devem ser ensinados pelos pais tanto a ver programas televisivos
gratificantes e enriquecedores, como a não ver aqueles que os possam degradar na
sua dignidade humana. Se os pais não ensinarem os filhos a ver televisão, quem o
fará?

2. Ensinar aos filhos que não se deve ''ver televisão'', mas sim ver programas de
televisão. Assim podemos revelar a capacidade de seleção e discriminação, que nos
habilitará a ver aquilo que nos convém e a não ver aquilo que não nos convém ver.
Os pais devem perguntar aos seus filhos: ''Que querem ver? '', mas não: ''Querem
ver televisão?''.

3. Para criar um critério de seleção, devemos evitar estar presos à televisão quando
não estamos a ver um determinado programa.

4. Uma boa maneira de pôr em prática as idéias anteriores é não ter à mão o
controle remoto, o ''zapping'', ou o costume de mudar constantemente de canal,
dado que isto é contrario ao critério de seleção que devem criar os filhos para
verem televisão.

5. Os filhos não devem ter um aparelho de televisão no seu quarto. Este costume
incentiva o isolamento e provoca uma dependência da televisão que é contrária à
vida de família. Uma dependência desregrada da televisão impede o jogo dos
filhos, a sua criatividade e o convívio familiar.

6. É conveniente ter um horário pré-estabelecido para ver programas de televisão.


Como todas as coisas, a televisão tem de ter ''o seu lugar'' na vida familiar,
juntamente com outras atividades.

7. Não use a televisão como uma ''babá eletrônica'', dado que ela não cuida
verdadeiramente dos seus filhos, especialmente se os deixar ver ''o que está
passando''. Quando os pais trabalham, o critério é especialmente importante.

8. A capacidade de imitação que as crianças têm deve ser orientada para o


conhecimento de personalidades reais e exemplares (por exemplo: esportistas,
heróis da nossa história, poetas destacados, etc.), e não para ''heróis imaginários'' e
inexistentes.

9. Culpar à televisão é uma saída fácil. Os pais não devem abdicar da luta para que
em casa se veja boa televisão, tendo sempre presente que pertence a eles a grande
responsabilidade de formar os seus filhos.

Tipologia Bíblica 200


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10. Se for possível, é muito conveniente que os pais vejam televisão com os filhos.
De maneira a poderem conhecer diretamente os efeitos que os programas que
vêem produzem neles.

11. Nem todos os programas são igualmente vantajosos. Os pais devem preferir
que os seus filhos vejam aqueles que têm a ver com o revelar de valores familiares,
amor pela natureza, ocupação positiva dos tempos livres, estudo e
desenvolvimento da cultura do espírito, etc., e não aqueles programas superficiais e
sem fundamento.

12. Não é conveniente que a criança veja um programa que a iluda, tanto com a
cumplicidade dos pais como às escondidas deles. Não convém dar por assente que
todos os programas chamados infantis têm um conteúdo adequado. Os pais devem
orientar os seus filhos nesse sentido, o que nos obriga a informarmo-se
adequadamente a este respeito.

13. Os pais devem informar-se do conteúdo dos programas de televisão. Qualquer


programa que inclua erotismo, sexualidade, violência, maldade, promiscuidade,
delinqüência, racismo, etc., não é apto para crianças. E os pais devem sabê-lo, e
evitar que os filhos vejam. Para adquirirem esse conhecimento, podem consultar os
guias de qualificação da programação que se publicam ocasionalmente em diversos
organismos e revistas de critério.

14. Há que ter presente que os filhos devem aprender os valores morais antes de
mais nada no domínio da família e no convívio com os outros, e não com os
personagens e ações da televisão.

15. Os pais de família devem fazer esforços para procurar alternativas à televisão:
desporto, visitas a museus e parques naturais, sessões de teatro, projeções de
vídeos, fomentar conversas familiares, praticar ações solidárias a favor dos outros...

16. A “cultura da imagem’’ deve chegar às crianças por outros meios que não seja
exclusivamente a televisão, quer dizer por fotografias, exposições, mapas, leitura,
etc.”.

17. Inevitavelmente, e apesar dos esforços, haverá conteúdos televisivos contrários


aos valores familiares. É por esse motivo que os pais, devem fazer o necessário para
que os programas sejam analisados e discutidos em reuniões de família, por
exemplo, às refeições. Isto não só enriquece a comunicação familiar, mas também é
uma boa maneira de dar um apoio à educação dos seus filhos, evitando que se
enraízem neles maus conteúdos televisivos.

18. As famílias, a pouco e pouco, podem criar uma coleção de vídeos com filmes e
documentários de interesse para as crianças.

19. Os anúncios comerciais podem ser tão perigosos como os maus programas de
televisão. Os pais devem estar muito atentos para que a televisão não torne os seus
filhos pessoas superficiais ou consumidores de tudo o que se anuncia. Nunca se
deve fazer caso da publicidade de jogos que incitem à violência, erotismo, à
discriminação ou ao racismo.

Tipologia Bíblica 201


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20. Ver ou não ver televisão não deve constituir para as crianças uma questão de
prêmio ou castigo.

21. Os pais de família devem iniciar os seus filhos, segundo a sua idade e
desenvolvimento, numa prudente e positiva educação sexual, na qual se evite que
uma imagem distorcida da mulher e do sexo lhes seja transmitida, pouco a pouco,
por meio da televisão.

22. Os pais de família devem lutar para que qualquer programa de televisão
infantil, realizado sem ética, sem respeito pelos valores e pelos direitos das
crianças, seja qualificado como um delito pela legislação nacional. A má televisão
infantil, ou "programação-lixo" tem como origem o desprezo pelas crianças como
pessoas.

23. Os pais não devem deixar que os seus filhos vejam televisão-lixo. Se estes
programas de televisão forem vistos pelos seus filhos, farão com que confundam
realidade e ficção; desorientar-se-ão e ficarão equivocados na compreensão do
valor e do sentido da vida, e irão deformar a sua própria consciência. Transigir com
a má qualidade desses programas de televisão impróprios para crianças, deixando-
os ver, equivale a transigir e tornar-se cúmplice dessas pessoas que distorcem os
valores e os direitos da infância.

24. Os pais de família devem organizar-se para exigir uma boa televisão, em
horários infantis. As atitudes grosseiras, os hábitos e comportamentos anti-sociais,
as linguagens obscenas, a perda do sentido da autoridade, a vulgaridade e a
frivolidade, o direito a condutas menos corretas, qualquer desrespeito à vida
humana, etc., devem ser eliminados, especialmente dos programas que tenham as
crianças como destinatários.

25. Perante uma programação infantil com baixa, discutível e reprovada qualidade,
os pais têm o legítimo direito de pôr em marcha uma crítica construtiva. Assim,
devem incentivar uma boa televisão, destacando os bons programas.

26. Os pais de família e educadores devem fazer compreender aos seus filhos que a
televisão não é imprescindível nem é o único meio para ocuparem seu tempo livre.

27. O exemplo é uma terapia eficaz. Se os pais vêem muita televisão, e televisão de
má qualidade, com que critério vão evitar que os seus filhos vejam os programas
que são negativos para eles?

Portanto, muita coisa poderia mudar na vida da família se alguém, com um leve toque
de mão, desligasse a televisão. A televisão tem domínio sobre os lares, impondo as suas
leis e exigindo o cumprimento das mesmas. Muitas famílias estão sendo destruídas e
estão cada vez mais desunida, os valores estão sendo trocados e invertidos e a maioria
tem se acovardado diante desta situação.

Assim sendo, as crianças recebem pouca ou nenhuma atenção dos pais e os casais
vivem como estranhos dentro de sua própria casa. Em geral, a atenção é reservada para
os programas de televisão, que têm total primazia em todos os horários e em todos os
dias.

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Capitulo IV

A Família e as Finanças

O dinheiro é de Deus ou do diabo? Alguém certa vez afirmou: Dizem que dinheiro é coisa do
diabo; mas se alguém quer ver o diabo, ande sem dinheiro. Afinal como defini-lo
corretamente?

Alguns dizem que o dinheiro é a


raiz de todos os males. Outros
dizem que a falta de dinheiro é a
raiz de todos os males. Porém, a
Bíblia diz que o “amor” ao dinheiro
é a raiz de todos os males. I
Timóteo 6.10.

O consumismo desenfreado e a
busca incansável pelo dinheiro podem afastar o homem de Deus e tomar o lugar do
que realmente é importante na vida de um cristão. Mt 6.33. O capitalismo empurra
as pessoas para a necessidade de se ter e ostentar uma aparência independente da
condição financeira. Mas antes deste sistema ser imposto, a Bíblia já alertava
quanto a isto: "Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou
pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é
a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves
do céu; não semeiam, não colhem, nem ajuntam celeiros, e, contudo o vosso pai
celestial as alimenta. Não tende vós muito mais valor do que elas?. Mt 6.25,26.

I. Algumas razões dos problemas Financeiros

Preocupações com o dinheiro? Quem não as tem? Em realidade, muitos cristãos


não se preocupam com ele. Eles aprenderam a colocar em prática os princípios
bíblicos de administração das finanças, e com isso eliminaram virtualmente o
estresse financeiro. Eles crêem na providência de Deus, O qual estabeleceu
princípios administrativos que devem ser seguidos.

Durante meus anos de prática em aconselhamento financeiro, tenho encontrado


três razões primárias que contribuem para o descontrole das finanças. Farei uma
lista em ordem de ocorrência.

A primeira razão é a “Ignorância”. Muitas pessoas, mesmo com curso superior, são
financeiramente iletradas. Nunca estudaram os princípios bíblicos — e nem mesmo
os seculares — quanto à administração do dinheiro.

A segunda razão para o descontrole financeiro é a “Ganância e o Egoísmo”. Atraídos


pelas propagandas e desejos pessoais, muitas pessoas acabam gastando mais do
que ganham. Elas não desejam morar, dirigir ou vestir aquilo que realmente podem
possuir. Contudo, muitas delas também se consideram bastantes pobres para
devolver o dízimo. Dessa forma, vivem sem a manifestação das promessas quanto
à sabedoria e bênçãos de Deus. Prov. 3.5-10.

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Há esperança para essas pessoas também, mas isso requer uma mudança de
coração, ou seja, a capacidade de contentamento. O apóstolo Paulo exorta: “De fato,
grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido
para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir,
estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em
muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e
perdição”. I Tm 6.6-9.

A terceira razão é a ocorrência de alguma tragédia inesperada. Por exemplo, alguém


da família ter contraído uma enfermidade grave sem ter um seguro de saúde ou,
por outro lado, um membro dela perder o emprego. Outro exemplo é quando um
dos cônjuges esbanjadores abandona seu parceiro, deixando toda a dívida para ele.
Outro fator pode ser um desastre que dilapide suas posses. Ou eles podem ter
crescido em um lar extremamente pobre. Há esperança para essas pessoas também.

A despeito de seu caminho ser mais difícil, a pobreza pode ser superada. A
mudança pode ocorrer a partir do auxílio de amigos cristãos; o conselho e/ou
assistência de pessoas íntegras; um esforço dedicado somado a uma boa educação e
a bênção e providência de Deus, que podem reverter o quadro. Mas chega de
problemas! Falemos agora sobre as soluções para uma experiência financeira bem-sucedida.

II. Sete princípios bíblicos para uma boa administração do dinheiro

1. Deus é o dono de todas as coisas. Salmo 24.1; 50.12; I Crônicas 29.13,14. Como cristãos,
precisamos compreender que nada trouxemos a este mundo e nada levaremos dele.
Enquanto vivermos na Terra, somos apenas mordomos daquilo que Deus nos
confiou. Fidelidade é o mais importante.

2. Deus e Sua suprema sabedoria devem ter o primeiro lugar em nossa vida. Pv 3:5-9; Mt
6.33.Deus pode ver nossa vida desde o princípio até o fim. Ele sabe o que é melhor
para nós e deseja que prosperemos. Essa não é uma questão simplista do tipo: “O
que Jesus faria?”, mas antes devemos perguntar: “Qual é o Seu conselho para essa
esfera de minha vida?”.

3. Nosso propósito na vida é glorificar a Deus. Mateus 5.16; I Coríntios 10.31. Pessoas
secularizadas buscam a prosperidade para que possam acumular e gastar. Cristãos
buscam prosperar para que possam satisfazer suas necessidades, as necessidades
de outros e ajudar no avanço da causa de Deus. São embaixadores de Deus.

4. Prosperidade é ter aquilo que precisamos quando necessário. Fl 4.19; Is 26.3. Deus
não nos prometeu que, se nos tornássemos cristãos, seríamos ricos segundo os
padrões da sociedade. Mas Ele nos garantiu que se nós O servíssemos, Ele supriria
nossas necessidades, estaria conosco onde estivéssemos e nos daria paz interior.

5. A dívida é prejudicial. Pv 22.7; Rm 13.8; Sl 37.21. Reconhecer e seguir este único


princípio faria mais do que qualquer outra coisa para trazer paz às nossas famílias
e prosperidade à obra de Deus. A dívida produz contendas e estresse familiar e
individual.

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6. A contribuição espontânea. O requisito neotestamentário é por uma generosidade


magnânima, não-mercenária (Mt 5.40-42) não é cumprida por estrito e exato
cumprimento da lei. O dar cristão deve ser proporcional aos meios da pessoa. I Co
8.12-15. Deve ser pessoal e não somente eclesiástico. A generosidade, por outro
lado, é medida pelo que é deixado, antes que pelo montante dado. Mc 12.42-44.

7. Cada um deve prestar contas a Deus quanto à administração de seus recursos. Mt


Não há nada mais claro nas Escrituras do que o fato
25.19-29; II Co 5.10; Apoc 22.12.
de que todos nós devemos passar pelo juízo de Deus. A recompensa: Mt 25.21.
III. Sete passos para o sucesso

Uma vez que compreendamos os princípios bíblicos quanto à administração de recursos,


podemos aplicá-los em nosso dia-a-dia. Isso pode ser realizado dando-se os seguintes
passos:
1. Organize-se. Faça um orçamento e um planejamento.
2. Gaste menos do que ganha. Decida viver dentro de suas possibilidades.
3. Poupe uma parte de seu salário.
4. Evite despesas como você evita uma doença (juros são gastos que podemos evitar).
5. Seja um diligente trabalhador. Pv 22.29.
6. Seja fiel a Deus. (e Aquele que prometeu e fiel para cumprir cada promessa)
7. Não se esqueça: Este mundo não é nossa pátria real. Aqui somos peregrinos.

IV. Uma simples orientação orçamentária: Um orçamento familiar é um cálculo dos


rendimentos da família e das despesas que ela tem. A sua família precisa de um orçamento
para que você possa ser um bom despenseiro. Você tem um plano de administração?

A beleza dessa diretriz orçamentária é que ela pode ser adaptada às situações
pessoais. Por exemplo, se você precisa de 35% para despesas com a casa, pode
ajustar seu orçamento desde que deduza o percentual de outras categorias. Você
tem apenas 100% para gastar ou se tornará um devedor. Se você adicionar mais
uma categoria para as despesas educacionais, deverá subtrair o percentual
necessário de outras categorias. Essa é a razão pela qual estudantes e pais com
crianças na escola devem ter um estilo de vida bem econômico.
Os estrategistas financeiros geralmente incentivam as pessoas a olharem para sua
vida sob três segmentos: anos de acumulação, anos de preservação e anos de
distribuição. Da perspectiva cristã, podemos referir-nos a esse tripé como anos de
aprendizagem, anos de obtenção e anos de devolução. Quando somos jovens, não
temos preocupação quanto ao fato de nos tornarmos idosos. Entretanto, contrair
uma doença terminal, sofrer um acidente fatal ou experimentar envelhecimento
todos teremos de enfrentar um dia. Para a maioria das pessoas há um tempo na
vida que, em função de uma limitação física ou qualquer outro tipo de restrição,
serão forçados a abandonar seus empregos. Um planejamento e uma provisão
financeira devem ser efetuados para enfrentar esse período. Se nos aposentarmos
sem dívidas e com casa própria, essa quadra da vida será muito mais fácil e
prazerosa. Finalmente, todos sabem que algum dia, quer seja na morte ou na volta
de Jesus, todos deveremos livrar-nos das posses terrenas. Não poderemos levá-las
conosco. I Tm 6.7. Mas Jesus encorajou Seus seguidores a ajuntar tesouros no Céu.
Mt 6.20. Onde está ajuntando o seu tesouro maior?
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Capítulo V

O Perfil da Mulher segundo o Coração de Deus

Elizabete Elliot, uma escritora contemporânea, escreve o seguinte: “Nós fomos


criadas para sermos mulheres”. O fato de ser mulher, não me faz um tipo de cristã
diferente, mas o fato de ser cristã me faz uma mulher diferente.

O perfil da mulher cristã no Antigo Testamento: Em toda a história da Bíblia, apesar


de encontrarmos Mulheres insensatas, uma figura de Mulher de ânimo forte,
alentada fé e sábias decisões sempre se fez presente aos olhos de Deus. Este grupo
torna-se um espaço especial dedicado às Mulheres de Deus. É um tema muito
importante, porque a Mulher funciona como uma pedra fundamental na qual se
assenta toda a família. É através de sua participação que os ensinos da Bíblia
chegam ao marido, aos filhos e a todos quantos a cercam, influindo muitas vezes
até na comunidade em que vive.

Provérbios 31.10-31: Mulher virtuosa = mulher exemplar: A mulher descrita neste


trecho é exemplar, de “caráter nobre” – virtuosa. Ela está plenamente envolvida
com a sua família e é apresentada, na Palavra Inspirada, com grandes elogios por
sua operosidade e talentos.

Não encontramos, aqui, uma mulher frustrada por causa de suas obrigações e
deveres na família, mas alguém que alegremente se empenha em suas atividades
diárias. Não observamos o retrato de alguém impedida no desenvolvimento de
suas habilidades intelectuais, mas uma que rege muito bem cada espaço e esfera de
atividade que cai em suas mãos – e alguém que também está ativamente
procurando as oportunidades de desenvolvimento.

Uma cuidadosa leitura do trecho revela a descrição de uma mulher que é:

1. Valiosa. V.10
2. Confiável. V.11
3. Benevolente. V.12
4. Operosa, nos trabalhos manuais. V.13
5. Inteligente na busca dos melhores recursos para o lar. V.14
6. Madrugadora. V.15
7. Pronta a delegar. V.15

Uma mulher que é...

1. Conhecedora de atividades comerciais (vende, compra, investe). V.16


2. Forte e que prioriza o cuidado com o físico. V.17
3. Uma trabalhadora responsável. V.18
4. Tecnicamente habilidosa. V.19
5. Sensível às necessidades dos demais. V.20
6. Precavida. V.21
7. Elegante. V.22

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Uma mulher que é...

1. Uma fonte de respeito para a sua família, da parte de outros. V.23


2. Perspicaz, nas oportunidades de negócios. V.24
3. Confiante e Íntegra. V.25
4. Sábia e Educadora. V.26
5. Diligente. V.27
6. Reconhecida e respeitada por sua família. V.28
7. Singular – inigualável. V.29
8. Autêntica. V.30
9. E, finalmente, uma mulher que é... Reconhecida e respeitada pelos de fora. V.31.

O perfil da mulher cristã no NT: Os apóstolos Pedro e Paulo estabeleceram algumas


qualidades destinadas especificamente às mulheres. Estas virtudes servem como
critérios para avaliar a maturidade cristã e a verdadeira eterna beleza.

1. Respeitáveis. I Tm 3.11
2. Não maldizentes. Tito 2.3
3. Temperantes. I Tm 3.11
4. Fiéis em tudo. I Tm 3.11
5. Mestras do bem. Tt 2.3
6. Amam a seus maridos. Tt 2.3-4
7. Amam a seus filhos. Tt 2.3-4
8. Sensatas. Tt 2.3-5
9. Honestas. Tt 2.3-5
10. Boas donas de casa. Tt 2.3-5
11. Bondosas. Tt 2.4-5
12. Submissas. Tt 2.3-5
13. Espírito manso e tranqüilo. I Pe 3.3-4

I. Escala de Prioridades da Mulher

1. Deus
2. Esposo
3. Filhos
4. Trabalho

II. Direitos Constitucionais da Mulher (Lei N. 10.406 de 10/01/02 - Art. 240/255)

A Constituição reconhece, em seu art. 3º, que constitui objetivo da República Federativa do
Brasil promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação. Seu art. 5º, inciso I, determina que homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações, enquanto o art. 7º, inciso XVIII, garante à
mulher gestante trabalhadora, sem prejuízo do emprego e do salário, licença de 120 dias. O
inciso XX desse artigo ainda propõe a proteção do mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos específicos. O art. 226, § 5º, por seu turno, determina que os direitos
e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher.

Tipologia Bíblica 207


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Nos termos da Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que regula o § 7º do art. 226 da
Constituição Federal, o planejamento familiar é direito de todos, e o Sistema Único de
Saúde deve garantir, em sua rede de serviços, a assistência à concepção e contracepção; o
atendimento pré-natal; a assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato; o controle das
doenças sexualmente transmissíveis além do controle e da prevenção do câncer cérvico-
uterino e do câncer de mama. Essa lei ainda proíbe, no seu art. 13, a exigência de atestado
de esterilização ou de teste de gravidez para quaisquer fins, impondo a pena de um a dois
anos de reclusão e multa para quem o fizer.

Portanto a atual Constituição avançou no sentido da igualdade e isto traduz


expressamente que, “todos são iguais perante a lei”, independentemente de sexo, cor,
credo, condição social ou religião, donde se conclui ter a mulher direito de estar ao
lado do homem (não acima nem abaixo deste), em igualdade de condições, no que
concerne a sua vida ministerial, pessoal, familiar e profissional, não podendo ser a
mulher discriminada ou mesmo desvalorizada em qualquer segmento ou ramo de
atividade em sua jornada nesta terra.

III. Direitos garantidos pela Constituição Divina (Bíblia Sagrada)

1. Ser amada pelo seu esposo. Ef 5.25,28,29.


2. Ser respeitada. I Pe 3.7.
3. Ser reconhecido o seu trabalho, e ser agradada. Pv 31.28-30 e I Co 7.33.
4. Exigir fidelidade do seu marido. Mt 19.15 e I Co 6.16.
5. Ser honrada. I Pe 3.7.
6. Ter um marido carinhoso. Pv 5.18; Ecl 9.9; Gn 26.8.
7. Ter um marido paciente. Cl 3.19 parte b.
8. Não ser defraudada na sua vida intima. I Co 7.5.
9. Viver com o seu marido até que a morte os separe. I Co 7.39.

IV. Obrigações da Mulher segundo o Coração de Deus

1. Obrigações da Mulher como “Esposa”

Se os cônjuges prestassem mais atenção o que diz a


Bíblia sobre os deveres conjugais sem dúvida,
teríamos famílias mais felizes, unidas e abençoadas.
Deus estabeleceu “princípios de conduta” que jamais
serão revogados e todo casal, toda família que deseja
ser abençoada, terá que necessariamente observar
estes “princípios”. Devemos considerar também o fato
de que se o “relacionamento conjugal” não tiver como
base “princípios bíblicos” terá sérios problemas.
1. Transferir o domínio do seu corpo para o seu marido. I Co 7.4a.
2. Amar o seu marido. Tito 2.4
3. Ser fiel. I Co 7.2 parte b; Gn 3.16
4. Ensinar as recém casadas a amar os seus maridos e filhos. Tt 2.4
5. Honrar o seu marido. Et 1.20; Nm 5.21
6. Cuidar da vida do seu marido. I Sm 18.28; 19.11,12
7. Ser a coroa (não de espinhos do seu marido). Pv 12.14
Tipologia Bíblica 208
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8. Não se separar do seu marido. I Co 7.10; Rm 7.3


9. Deve ser virtuosa e auxiliadora. Pv 31.10-31
10. Respeitar, reverenciar o marido. Ef 5.33
11. Edificar o lar. Pv 14.1
12. Ser prudente. Tt 2.4
13. Ser moderada. Tt 2.5
14. Pura, casta. Tt 2.5
15. Boa dona-de-casa. Tt 2.5
16. Agradar ao marido. I Co 7.34
17. Abençoar o marido verbalmente. Mc 11.25
18. Ter espírito manso. I Pe 3.4
19. Falar com doçura. Ct 4.3; Pv 16.22
20. Guardar a sua vinha – família. Ct 1.6
21. Deve ser submissa ao seu marido. Ef 5.22; I Pe 3.1.
As feministas consideram a “submissão” da mulher ao marido, algo inconcebível,
porém é preciso compreender esta regulamentação divina, na ótica divina e não
humana. O que a Palavra de Deus nos ensina, está no significado da palavra
submissão. Compreendendo este princípio, partindo do significado literal da palavra
“submissão”. “Sub” - quer dizer debaixo - de. “Missão” - profissão ou vocação. Em
resumo: Submissão é exercer Missão de Apoio, missão de base, de auxilio.

Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, pois o


marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da
igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a
igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam “em tudo
sujeitas” a seus maridos. Efésios 5.22-24.

Diferença entre submissão e obediência total: é necessário fazermos uma distinção


entre submissão e obediência total. Obediência total nós devemos unicamente ao
Senhor Jesus Cristo, tanto na esfera da família, da igreja como da nação. Entretanto,
a Bíblia é clara em nos dizer que, como cristãos, devemos estar submissos às
autoridades constituídas, em todos os seguimentos. Portanto, é possível estar em
plena submissão a uma autoridade e não obedecê-la totalmente. Pois, submissão
está relacionada a governo e a autoridade, enquanto que obediência está
relacionada a atitudes. Mesmo que venhamos a não obedecer uma ordem, por estar
contra a palavra de Deus, não devemos usurpar o lugar da autoridade, não
devemos usar o erro de uma autoridade para nos rebelarmos contra o governo, isto
vale tanto para o lar, a igreja ou a nação.

Alguns exemplos podem nos ajudar a compreender melhor este aparente


paradoxo. Primeiramente, podemos ver Davi que, embora tenha sido totalmente
submisso a Saul, não o obedeceu em tudo, pois muitas vezes as ordens de Saul
eram contrárias à palavra de Deus, mas Davi nunca se aproveitou dos erros de Saul
para destroná-lo, ele compreendia que Deus era maior que Saul e que quando Deus
quisesse o eliminaria e lhe daria o trono.

Tipologia Bíblica 209


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Davi sempre dizia: "eu não ponho as mãos no ungido do Senhor". Outro exemplo
são os cristãos primitivos que, embora fossem submissos ao governo de Roma, não
o obedecia quando suas leis eram contrárias as leis de Deus. Eles sempre diziam:
"mais importa obedecer a Deus do que aos homens", mas nunca aproveitaram das
falhas do governo para se rebelarem contra as autoridades.

Por que submissão é tão importante? Porque toda autoridade é constituída por
Deus. Como cristãos cremos na soberania de Deus, que Ele é quem põe Rei e tira
Rei, e que toda autoridade é constituída por Ele. Portanto, a rebelião contra
autoridades, em última instância, é a rebelião contra Deus. A Bíblia sempre diz que
a rebelião é como pecado de feitiçaria, procede do inferno. Por isso sempre que o
Novo Testamento fala de submissão, quer seja na esfera da família, da igreja ou da
nação, sempre nos lembra que devemos submeter-nos a essas autoridades
constituídas "como ao Senhor".

É importante compreender que, biblicamente, submissão não significa


inferioridade, mas sim funções diferenciadas na ordem da criação de Deus. O
exemplo máximo que temos disto é a própria triunidade. Como funciona o
princípio de autoridade delegada? Na Trindade temos que o Pai é igual ao Filho,
que é igual ao Espírito Santo. Na essência os três são iguais, todavia, o Pai, o Filho e o
Espírito Santo, são diferentes nas funções.

1. O Pai enviou o Filho, Jo 4.34.


2. O Filho veio, Jo 16.28.
3. O Filho foi obediente ao Pai, Jo 8.29.
4. O Filho enviou o Espírito Santo, Jo 15,26;14.26.
5. O Espírito Santo veio, At 2.16-17.
6. O Espírito Santo é obediente ao Filho, Jo 16.12-15.

Deus delega autoridades em todas as áreas da vida:

1. Civil: Rm 13.1-3.
2. Trabalho: Ef 6.5-6; Tt 2.9-10; 1 Tm 6.1-2.
3. Igreja: I Co 12.28; Hb 13.7,17.
4. Família: Ef 5.22-24; 6.1-4.

Maria que, sendo a bem aventurada e teve a experiência singular de trazer dentro
de si, gerado em suas entranhas, o Senhor Jesus Cristo, também observamos este
princípio aplicado. É interessante perceber que, enquanto Maria estava solteira, o
Senhor falava diretamente a ela, dando-lhe a direção. Entretanto, depois que se
casou, o Espírito Santo revelava a José o caminho a seguir e Maria lhe era
submissa.

Submissão da Mulher ao Marido: A submissão feminina, biblicamente entendida, é o


reconhecimento da diferença de gênero. Homem e mulher são diferentes, logo têm
papéis diferentes, que devem ser valorizados. Ambos podem se destacar no mundo
dos negócios, da política, da educação e da ciência, mas há papéis, biologicamente
ou culturalmente dados, que cabem a cada um. No desenvolvimento desses papéis,
homem e mulher, marido e esposa, são complementares.
Tipologia Bíblica 210
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Tornou-se politicamente correto afirmar a igualdade absoluta entre masculino e


feminino, mas esta assertiva é equivocada se não incluir a dimensão da diferença,
sem superioridade, sem inferioridade.

A submissão feminina, biblicamente entendida, é a afirmação de que o relacionamento


entre marido e mulher deve ser exclusivo, no sentido de ser um para o outro: O amor e
o cuidado devem ser mútuos, com um servindo ao outro. Não é o homem nem a
mulher mais importante do que o outro aos olhos de Deus (Gálatas 3.28), pois Deus
os criou à sua imagem (Gênesis 1.27) e os tornou co-herdeiros do dom da graça da
vida manifestado em Cristo Jesus. I Pedro 3.7. Casados, gastem tempo juntos;
façam planos juntos; criem juntos seus filhos; ensinem-nos juntos sobre a bênção da
fé cristã. Quanto mais tempo gastarem juntos e quanto mais servirem um ao outro,
quanto mais se deixaram preencher por Deus e quanto mais crescerem na
semelhança de Cristo, mais terão do amor, da alegria e do poder do Espírito Santo
em suas vidas. O casamento é o espaço da cooperação.

A submissão feminina, biblicamente entendida, quer dizer que uma família precisa de
uma liderança: Nenhum organismo social vive sem uma liderança. Nem mesmo
uma família, que precisa de uma liderança para o planejamento do futuro e para a
tomada de decisões. Marido e mulher podem inclusive se especializar na liderança.
O casal pode combinar, por exemplo, que a gestão financeira poderá ficar sob a
responsabilidade daquele que for mais capaz (aquele que sabe gastar menos...).

Uma eventual especialização não altera o papel do homem na vida familiar. Muito
do que há de pior nas famílias advém da omissão masculina. Portanto, numa
situação ideal, em que o casal busca a plenitude do Espírito Santo, a liderança é
masculina. No entanto, vivemos num mundo decaído, presentes o abandono, a
infidelidade, a insanidade, a violência doméstica e a dependência química. Nessas
condições de exceção, a esposa deverá tomar a liderança do casal e da família, para
que a tragédia não seja maior.

Uma esposa abandonada não pode esperar que o marido ausente lidere a família;
esta tarefa tem que ser assumida por ela, se não quiser que a fome campeie e a
desagregação se estabeleça de modo definitivo. Uma esposa sabidamente traída
precisa assumir sua dignidade, não esperando que um marido adúltero diga a ela e
a seus filhos como devem agir. Um marido infiel está moralmente incapacitado
para liderar a família.

Uma esposa física ou emocionalmente agredida por seu marido está desobrigada
de aceitar a violência como decorrência da liderança masculina. A violência de um
homem contra sua esposa é uma demonstração de insanidade, que o desqualifica
como líder. A mulher tem o dever de preservar sua saúde física e emocional,
buscando uma delegacia, se for o caso, para denunciar seu cônjuge.

Uma família em que o marido/pai ficou enfermo mentalmente não deve esperar
que ele assuma seu papel de líder enquanto precisa de recuperação. Ele deve ser
respeitado, amado, querido, mas não pode ter sobre si mais este peso, que o
debilite ainda mais. A esposa precisa assumir a liderança da casa e até do
tratamento do esposo.
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Uma família em que o marido/pai se tornou dependente de drogas, seja o álcool ou


os tóxicos, não pode permitir que um homem com essa dependência lidere a casa,
sob pena de um naufrágio coletivo, uma vez que a dependência devasta a saúde
física, emocional e financeira de uma família. A esposa deve assumir a liderança e
investir na recuperação do esposo.

A submissão feminina, biblicamente entendida, tem o mesmo peso que o amor


masculino: Deve as esposas se submeter a seus maridos? Sim. Mas os maridos
devem amar as suas esposas. Amar é a forma masculina da submissão feminina.
A submissão feminina e o amor masculino devem ser no Senhor, o que quer dizer
que a submissão e o amor são dedicados primeiramente ao Senhor. Ambos são
para honrar ao Senhor. Não são os maridos os primeiros destinatários da
submissão e as mulheres os primeiros destinatários do amor, mas o Senhor;
maridos e mulheres são destinatários em segundo plano. É por isto que o
casamento é mais que um contrato entre duas pessoas; na verdade, é um espelho
entre Cristo e a igreja. Ele reflete Cristo e ela reflete a Igreja.

O ideal da submissão feminina e do amor masculino, no casamento, se aplica à questão


da liderança masculina. Paulo afirma que "o marido é o cabeça da mulher, como também
Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador". (V. 23).

Mais uma vez, estamos falando num plano espiritual, não natural. No plano
natural, a legislação brasileira não estabelece mais o marido como chefe da família.
Ao fazê-lo, a lei apenas reconheceu o que acontece em muitas comunidades: há
famílias sem maridos e pais, com as mulheres acumulando as duas funções; há
famílias com maridos presentes, mas ausentes nos seus compromissos e deveres.
Num documentário recente, na televisão, ouvi uma mulher dizer: "eu chegava,
punha a conta na mesa; se eu não pegasse, o papel ficaria velho; ele só queria
beber".

Numa família que procura viver sob o Espírito de Deus, o padrão é outro. Nela, o
marido assume o seu papel, amando a sua esposa, amando os seus filhos, sem se
impor com frases do tipo "aqui quem manda sou eu", próprias dos fracos.
Maridos, lamento dizer que a liderança tem um peso e não é sobre a mulher; é
sobre o marido, que deve se comportar com sua esposa como Cristo se comportou
em relação à Igreja. Jesus Cristo, "embora sendo Deus, não considerou que o ser
igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a
ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma
humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!".
Filipenses 2.6-8. Preciso ler mais algum texto?.

Submissão é uma atitude do coração, não um ato. Um casamento triunfará se for


entre iguais. Um casamento entre iguais vai além de papéis e fórmulas. Só o
casamento entre iguais permite a verdadeira intimidade. O casamento é o espaço
da comunhão entre iguais. Se for baseado na autoridade, o casamento fracassará,
mesmo que os dois continuem coabitando. O relacionamento no casamento não é
de hierarquia, com o marido no trono e a mulher no chão, mas de parceria.
Tipologia Bíblica 212
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Portanto, a submissão deve ser a mais forte demonstração de amor da mulher para
com o marido. Esta submissão não escraviza. É importante entender o que não é
submissão segundo a Bíblia. Submissão, não é ser empregada doméstica de luxo,
não é ser super-dependente, não é se auto-escravisar, não é se anular como pessoa.
(Pr. Josué Gonçalves).

2. Obrigações da Mulher como “Mãe”


A maternidade completa a mulher enquanto fêmea e enquanto ser, já que ter filhos é ver
perpetuado o ser em um outro indivíduo, é ver no outro nossos traços, algumas semelhanças
e alguns opostos do que somos. Gerar filhos é, pois, um grande privilégio da mulher. Os
filhos são bênçãos de Deus para os casais a fim de preenchê-los e complementá-los.

Mãe, só tem uma, como se costuma dizer. E nem precisa mais. Sua
figura é tão marcante na família que o próprio Senhor se fez carne
através de uma. Em qualquer cultura (e a cristã não é exceção), a
maternidade é encarada quase como um ministério, um sacerdócio.
Por isso mesmo, também é uma missão complexa, e mesmo a mais
consagrada das mulheres precisa do auxílio da Palavra de Deus
para cumpri-la bem. A figura da mãe pode ser sintetizada pelo
exemplo de Ana em I Samuel: uma mulher estéril que se torna fértil a partir de um
encontro terapêutico com Deus e, por isto, entrega este filho para servir ao Senhor.
É o exemplo de uma mulher que experimenta a superação de suas limitações por
ter "derramado a sua alma perante o Senhor".

Uma mulher que ama este filho, mas não de forma possessiva e egoísta. Ela se
dispõe a doá-lo para Deus para que ele possa cumprir a vocação para a qual Deus o
chamou. Ela continua expressando o seu amor, manifesto através da túnica que
tecia para ele ano após ano, e continua se doando sem cobrança nem controle.
Assim, as mães, são chamadas a abrir mão de suas expectativas pessoais para que
os filhos se sintam livres para desenvolver o potencial que Deus lhes deu, em vez
de atender os seus desejos.
3. Obrigações da Mulher como “Profissional”

Apesar da mulher contemporânea estar vivendo num contexto


totalmente diferente de todas as épocas; - o seu contexto hoje é
de uma mulher profissional, competitiva no mercado de trabalho,
etc. Porém, mesmo em meio à era da pós-modernidade (3º milênio),
ela não pode perder de vista o alvo estabelecido por Deus na Sua
Palavra para as mulheres.

Neste aspecto específico, que trata no papel da mulher como


profissional de respeito, vale lembrar que, à luz da Palavra de
Deus e ainda Constituição Federal e demais ordenamentos
jurídicos vigentes no país, em nenhum momento o Senhor
Deus proibiu o trabalho digno da mulher e sua ajuda
financeira inclusive, no sustento da família e filhos a serem educados
conjuntamente pelo casal cristão.

Tipologia Bíblica 213


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As vedações a tal trabalho decorrem de preconceitos e dogmas humanos, os quais


não visam edificar a casa ou mesmo a mulher cristã, mas tão somente discrimina-la
e mesmo impedir seu desenvolvimento pleno como pessoa e mulher bem sucedida,
também no âmbito profissional.

A própria Bíblia Sagrada, no livro de Provérbios de Salomão, capítulo 31, trata do


assunto por Deus, descrevendo as características da mulher sábia, a qual zela pelo
lar e com lã e linho fino tece os proventos de sua casa, através do espírito de
inteligência e sabedoria dados por Deus, o que afinal irá redundar em dupla honra
à sua pessoa.

Aliás, vale lembrar que, desde o início, pela leitura e interpretação das Sagradas
Escrituras, Deus aprova o trabalho da mulher, desde que digno e não provindo da
prostituição ou venda de seu corpo, a colocando como "adjutora" idônea a estar
agregando com o homem conhecimentos e técnicas de gestão do lar, filhos, família,
podendo pois querendo, exercer profissão remunerada.

Os avanços da mulher em tal mister, em nosso país, o qual na Constituição Federal


confere expressamente igualdade de direitos e obrigações para homens e mulheres,
foram grandes nos últimos tempos, podendo-se notar a presença e trabalho digno
da mulher em todas as profissões.

Temos mulheres atuando em todos os ramos de trabalho, tais como medicina,


odontologia, direito, arquitetura, engenharia, ramo empresarial, enfim, grande foi o
crescimento na mulher nos últimos tempos como profissional de sucesso, ainda em
outras profissões de respeito e credibilidade, como no magistério, ramo de criação
de crianças, empregada doméstica, faxineira.

Às mulheres é lícito atuarem em todos os ramos de trabalho, desde o menor até o


maior, sendo todos merecedores de respeito e credibilidade, inclusive a dona de
casa, que não tendo remuneração, colabora para a mantença da casa ao atuar
positivamente nos afazeres domésticos, sendo referido trabalho doméstico
inclusive amparado em lei, em casos de separação e partilha de bens na dissolução
da união estável, aonde tem a mulher direito à meação, desde que comprovado
haver trabalhado, em casa ou fora dela, durante a constância da sociedade conjugal
ou união estável, determinando em tal hipótese o juiz, a meação justa para a esposa
ou companheira fiel, em caso de configurada a união estável.

Reconhecemos que em muitos casos, o trabalho da mulher é uma necessidade para o


complemento e em muitos casos até para o sustento da família. Mas o que se vê
atualmente é uma preferência pela carreira que, a longo prazo, não realiza a mulher
tanto quanto a família. É profundamente lamentável que a sociedade moderna desdenhe
as mulheres que devotam tempo integral à criação dos filhos e ao cuidado do lar, e
exalte as mulheres que dão mais importância às suas carreiras profissionais.

Tipologia Bíblica 214


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V. Que tipo de mulher Você é?

1. Joquebede - Mulher que enfrentou o decreto real. Êx 1.22; 2.1,2


2. Mirian - Mulher ambiciosa. Nm 12.1,2
3. Débora - Mulher patriota. Jz 4.4
4. Rute - Mulher constante. Rt 1.16
5. Ana - Mulher ideal. I Sm 1.20 e 2.19
6. Abigail - Mulher capaz. I Sm 25.3,18,19
7. Ester - Mulher que se sacrificou a si mesma. Et 4.16
8. Maria Madalena - Mulher transformada. Mc 16.1,9
9. Isabel - Mulher humilde. Lc 1.43
10. Maria - Mulher escolhida por Deus. Lc 1.30-38
11. Maria de Betânia - Mulher imortalizada por Cristo. Mt 26.13
12. Marta - dona de casa preocupada. Lc 10.40
13. Dorcas - a costureira benevolente. At 9.36
14. Lídia - Mulher negociante. At 16.14,15
15. Raquel - Mulher amada. Gn 29.18
16. Léia - Mulher rejeitada. Gn 29.32,33
17. Hagar - Mulher desprezada. Gn 21.14-19
18. Maria - Mulher incompreendida. Mt 1.19
19. Ana - Mulher humilhada. I Sm 1.6
20. Noemi - Mulher amargurada. Rt 1.20
21. Eva - Mulher enganada. I Tm 2.14
22. ( ? ) - Mulher invisível.

A cura dos Traumas Emocionais: As mulheres por serem mais sensíveis, desde mais
tenra infância tem recebido ataques do inimigo para serem usadas como figuras de
sensualidade ficando escravizadas suas mentes e sentimentos, por amarras que são
difíceis de serem rompidas. Pelo poder de Cristo não existe enfermidade que não
tenha remédio, Ele é o remédio para toda a humanidade. Ainda que algumas
mulheres tenham sido marcadas na tenra infância até a fase adulta, há uma cura
específica para cada faixa etária, que quando se manifesta este milagre, romperão
numa desenvoltura e mostrarão uma capacidade na sua liderança e viverão
realizadas como pessoa, mulher, mãe e esposa; respondendo no nível sacerdotal
ministrando cura e libertação aos oprimidos e cativos do Diabo, trazendo as
revelações mais profundas. At 10.38.

VI. Que tipo de Mulher você é?

1. A sensível?
2. A ansiosa?
3. A exagerada?
4. A compulsiva?
5. A perfeccionista?
6. A romântica?
7. A ciumenta?
8. A parceira
9. A independente
10. A econômica
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11. A autoritária?
12. A obediente? Tt 2.5
13. A fiel. Pv 28.20
14. A discreta. Pv 11.22
15. A paciente. I Co 13.4
16. A cuidadosa? I Tm 5.8
17. A dona de casa? Tt 2.5
18. A sábia?Pv 14.1; 12.4; 31.10-12
19. A ajudadora? Gn 2.18; Pv 31.13-31

VII. O que todo Esposo espera de sua Esposa?

Se o esposo se vê dentro da casa como sacerdote, honra, esposa sábia, como amiga,
intimidade sexual, confiança, não praticar o mal, dignidade, com vontade e admiração.
Essa casa estará edificada sobre a Rocha. Os rios vão subir, os ventos vão soprar, mas
a casa não vai cair, pois ela está edificada sobre a Rocha.

Não importa se você está começando a vida conjugal agora ou se você já está
casado há mais tempo, o importante é saber que para um casamento dar certo, o
casal, marido e mulher, precisa aprender a tornar-se consciente das necessidades
um do outro e procurar satisfazê-las.

Suprir necessidades não significa que você deva sofrer e ranger os dentes para
fazer o melhor de algo que detesta. Significa preparar-se para atender as
necessidades que você pessoalmente não tem. Aprendendo a compreender que seu
cônjuge é uma pessoa totalmente diferente, você começa a se especializar em
atender a todas as necessidades emocionais dele (a), se você assim desejar. Deus
criou a mulher para completar o que faltava no homem, e vice-versa. O outro
termo, "idônea", literalmente significa "conforme o seu oposto". Em outras palavras,
a mulher corresponde ao homem, mas também completa o homem. Ela é o que ele
não é, faz o que ele não faz, supre o que ele não tem, e vice-versa. Assim como os
dedos de duas mãos se entrelaçam, homem e mulher juntos "fecham" as respectivas
falhas na vida de cada um.

Um dos segredos de um bom casamento não é que os dois eliminam as diferenças


entre si com o passar do tempo. A chave é saber trabalhar as diferenças. Um
exemplo da biologia ilustra este princípio. Dizem que quanto mais diversificados os
genes, mais forte se torna a espécie. Isso pelo fato de que quando dois animais com
genes semelhantes cruzam, tendem a reforçar as fraquezas na espécie. Mas a
diversidade genética enriquece e fortalece a cria, pois genes prejudiciais são
contrabalançados por genes bons. O relacionamento conjugal é assim também. O
casal inteligente sabe aproveitar as diferenças entre si para ministrar um para o
outro justamente nas áreas de fraqueza ou falha. O que um Marido espera de sua
Esposa?

Tipologia Bíblica 216


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1. Companheirismo: Mais do que qualquer outra coisa, seu marido precisa de uma
parceira e companheira por toda vida. É o que ele mais deseja para ter a
oportunidade de partilhar com você seus sonhos, frustrações, tristezas e alegrias.

2. Apoio: Casamento é uma fusão interessante, espiritual, de duas vidas distintas


em uma só carne. Como era o homem antes que a mulher fosse tirada de seu
corpo? Sozinho e necessitado de ajuda. Por isso, não deveria ser nenhuma surpresa
para você o fato de que a outra grande necessidade de seu marido no casamento
seja o apoio. Os homens expressam esta necessidade com palavras como: "mais
compreensão, apoio, estímulo, confiança, apreciação, respeito, afirmação, aceitação,
sentir-se importante". O que os maridos estão querendo dizer é : "Ajude-me aqui".
E "Eu preciso de incentivo".

3. Elogios e apreciação: É importante observar que os homens também necessitam


ser elogiados e apreciados. Portanto, você esposa deve observar os pontos fortes
em seu marido e mencioná-los, colocando-os em evidência. Ele precisa sentir que
você o admira.

4. Ter suas necessidades supridas: Ele não é precisamente igual a você e nem igual a
qualquer outra pessoa. Ele é um ser único, com necessidades e preferências, com
falhas e fraquezas, virtudes e poderes, ele é o somatório de características que o
fazem diferente e exatamente por isso, pode ser que a maneira como você tenta
agradá-lo, não esteja satisfazendo suas necessidades. Descubra as necessidades
pessoais e singulares de seu marido e tente satisfazê-las.

5. Evite criticá-lo e transmita-lhe afeto e carinho: Ninguém gosta de ser criticado,


pois a critica nem sempre é construtiva, no memento certo, da forma correta, onde
todas as conseqüências são devidamente medidas. Você não pode deixar de
considerar o fatos de que os homens respondem melhor a abordagem persuasiva.
Lembre-se que ele também necessita de afeto e carinho. Todo marido procura a
mesma coisa fundamental: Experimentar satisfação e alegria em sua vida. Ele pode
expressar isto de muitas formas - felicidade, sucesso, satisfação, realização, alegria,
prazer, gozo, deleite, significado, propósito e sentido.

No coração do o homem palpita um desejo intenso de viver uma vida mais


significativa. A necessidade mais íntima do homem é de ser significante de
encontrar sentido e propósito para a vida, fazer diferença, realizar alguma coisa
com sua vida. Portanto, as necessidades prioritárias masculinas são diferentes das
femininas, cada parceiro precisa dedicar-se a descobrir e entender o que é mais
importante para o outro, ou seja, qual é a necessidade com maior prioridade. São
mundos totalmente diferentes, mas que juntos se completam. Por exemplo:
Enquanto a mulher tem uma necessidade ínfima de ser amada, o homem necessita
muito mais ser admirado. Você já parou para pensar no por que seu marido não se
derrete quando você diz o quanto o ama? Mas ao invés, tente dizer que o admira
pelo físico, pela sua inteligência, pelo seu amor ao Senhor... e veja, então, o que
acontece!. E quando o marido diz a sua esposa que a ama apaixonadamente... e veja
então o que acontece!.

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Por isso é fundamental o conhecimento da mulher em relação ao universo


masculino, assim como é imprescindível o conhecimento do homem em relação ao
universo feminino. Observemos:

Necessidades da Mulher Necessidade do Homem

Afeto Realização sexual

Para a maioria das mulheres, afeto Quando um homem escolhe uma mulher
significa segurança, proteção, conforto e para ser sua esposa promete permanecer
aprovação. Coisas de vital importância aos fiel a ela por toda a sua vida. Isto significa
seus olhos. Quando o marido demonstra pensar que sua esposa será sua única
afeto por sua esposa, está enviando parceira sexual "até que a morte os
mensagens como: "Eu cuidarei de você e a separe". Ele assume este compromisso
protegerei. Você é importante para mim e porque acredita que sua esposa está
eu desejo que nada de mal lhe aconteça", sexualmente tão interessada nele quanto
"eu me preocupo com os problemas que ele nela. É importante que a mulher
você enfrenta e estou ao seu lado", "Você compreenda o quanto o sexo é especial
fez um bom trabalho, parabéns.". para o homem.

Diálogo Uma pessoa atraente

A mulher deseja estar com alguém que, no Pode parecer imaturo ou superficial, mais
seu entender, preocupa-se imensamente os homens apreciam uma esposa atraente.
com ela. Quando percebe esse tipo de Eles não apreciam uma mulher apenas por
atenção, ela se sente bem próxima da suas qualidades interiores. Para eles é
pessoa com quem está falando. Na psique muito importante a maneira como ela é
feminina a conversa mistura-se com fisicamente, e como se apresenta. Lembre-
afeto, o que a leva a se sentir unida à se que a atração física de uma esposa é
outra pessoa. Marido, lembre-se que freqüentemente um ingrediente vital para
parceiros atenciosos conversam de forma o sucesso de um casamento, e qualquer
atenciosa. Não esqueça que pequenos esposa que ignore esta verdade por
gestos, pequenos elogios, cavalheirismo, qualquer razão que seja, certamente
etc, fazem diferença. arrisca-se a enfrentar um desastre.

Marido e mulher que se comprometem em satisfazer as necessidades um do outro


estão lançando as bases de uma felicidade duradoura no seu casamento, que pode
ser mais intensa e prazerosa do que eles jamais sonharam ser possível. A regra
áurea para um bom relacionamento é: satisfaça as necessidades do seu cônjuge
como você deseja que seu cônjuge satisfaça as suas. "Os laços do matrimônio serão
inúteis se o interesse mútuo não for mantido". Portanto para que ela se torne
"aquele tipo de esposa que todo marido gostaria de ter" a mulher não tem que ser
simplesmente uma boa dona de casa, mas tenho que ser a rainha do lar e aceitar o
seu esposo como rei; não tem que ser simplesmente uma companheira sexual que
se submete aos desejos do esposo, mas tem que ser uma esposa romântica e
apaixonada; não tem que ser simplesmente babá dos filhos, mas tem que ser um
exemplo que os influencie a destacar-se e a progredir.
Tipologia Bíblica 218
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Capítulo VI

O Perfil do Homem segundo o coração de Deus

I. Escala de prioridades do Homem

1. Deus
2. Esposa
3. Filhos
4. Trabalho

II. Direitos do Homem garantidos pela Constituição Divina (Bíblia Sagrada)

1. Exercer a liderança como cabeça do lar. I Co 11.3


2. Ter domínio sobre o corpo da mulher. I Co 7.4
3. Ser amado. Tt 2.4
4. Exigir submissão da mulher. Ef 5.22,23
5. Exigir fidelidade. I Co 7.2 b
6. Não ser defraudado na sua vida íntima. I Co 7.5
7. Ser honrado. Et 1.20; Nm 5.20,21
8. Ter na sua esposa uma companheira. Gn 3.12; Gn 3.16

III. Obrigações do Homem segundo o Coração de Deus

1. Prover a liderança espiritual do Lar - o líder. Dt 6.6-9; Gn 3.16


2. Prover a vida social do Lar - o instrutor. Pv 4.1; 23.22; I Co 7.33
3. Prover a manutenção do Lar - o mantenedor. Gn 25.27; I Tm 3.4; 5:8

IV. Obrigações do Homem como “Líder Espiritual”

Há muitos homens que não está levando à vida espiritual a sério, deixando
de cumprir seu papel de guia espiritual de sua família, transferindo esta
responsabilidade a esposa. É preciso se posicionar. Há uma convocação
urgente para os homens abrirem os olhos espirituais e guardarem seus
lares.

Como Sacerdote da Casa: A Bíblia ensina que Jesus Cristo nos comprou com seu
sangue para fazer de nós reis e sacerdotes (Apoc 5.9,10), o que nos faz compreender
a visão do sacerdócio universal do crente. Diferente da idéia pintada pela igreja em
séculos anteriores, não temos duas categorias distintas na igreja: o clero e os leigos.

Todos são sacerdotes e deveriam funcionar como tal. A Bíblia distingue posições de
governo dentro da Igreja Local, mas não limita o sacerdócio a uns poucos cristãos.
Todo crente deve funcionar em seu lugar no Corpo de Cristo, e todos têm a
responsabilidade de ministrar ao Senhor, bem como aos homens, em nome d´Ele.
Esta visão tem sido resgatada em nossos dias, e somos gratos a Deus por isso.

Tipologia Bíblica 219


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Contudo, mesmo para aqueles cujo coração já se encontra aberto a esta verdade,
ainda vemos muitos com uma dificuldade: a de não enxergarem o sacerdócio do lar
como algo fundamental.

O Sacerdócio Começa em Casa: Antes de ser sacerdote na igreja, o homem tem que ser
sacerdote na sua própria casa: "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível,
esposo de uma só mulher... e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob
disciplina, com todo o respeito, pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como
governará a Igreja de Deus?", I Tm 3.2,4,5.

Não é porque vai governar a igreja que o bispo tem que ter um bom lar, mas
justamente o contrário. O homem tem que ser o pastor do seu lar; isto é requisito
não só para quem ingressa no ministério de tempo integral, mas é um exemplo de
vida cristã. E se a pessoa não cumpre um requisito básico da vida cristã, então não
tem autoridade para ser um ministro à frente da Igreja.

Portanto, o mandamento de ser sacerdote no lar é para todo cristão. E isto envolve
uma excelente conduta familiar, que depois será cobrada do líder como exemplo
para o restante do rebanho: "Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesse em
ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísse presbíteros,
conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher,
que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são
insubordinados", Tt 1.5,6.

O homem, além de ser fiel à sua esposa, deve conduzir seus filhos no caminho do
Senhor e numa vida de santidade, o que exigirá dele não só conselhos casuais, mas
todo um acompanhamento, investimento e ministração na vida espiritual de seus
familiares. O posicionamento de um homem de Deus sempre deve envolver sua
casa. Este foi o exemplo dado por Josué: "Mas se vos parece mal servir ao Senhor,
escolhei hoje a quem sirvais, se aos deuses a quem serviram vossos pais, que
estavam dalém do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém
eu e a minha casa serviremos ao Senhor", Js 24.15.

O texto acima reflete a responsabilidade de Josué de não apenas buscar ao Senhor,


mas servi-lo com toda a sua família. Quando se trata de família, não existe a
história de "cada um por si". Embora a responsabilidade de cada um diante de
Deus seja individual, precisamos aprender a lutar por nossos familiares,
especialmente aqueles que possuem a incumbência de exercer o sacerdócio do lar.

O plano de Deus não é apenas para o homem sozinho, mas para toda a sua
família. Quando o Senhor decidiu julgar e destruir a humanidade nos dias de
Noé, não proveu salvação para ele sozinho, mas para toda a sua família. Gn 6.18.

Vemos também que Deus prometeu a Abraão que nele seriam abençoadas todas as
famílias da Terra. Gn 12.3. Ao tirar Ló de Sodoma, o anjo do Senhor fez com que ele
saísse com toda a família. Gn 19.12. No Novo Testamento encontramos um anjo
visitando Cornélio e dizendo que deveria chamar a Pedro, "o qual te dirá palavras
Tipologia Bíblica 220
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mediante as quais será salvo, tu e toda a tua casa". At 11.14. E além de todas estas
porções bíblicas, encontramos a clássica declaração do apóstolo Paulo ao carcereiro
de Filipos: "Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e toda a tua casa", At 16.31.

Deus tem um plano para toda a família. Não quer dizer que porque um se
converteu, todos irão converter-se por causa deste texto. Não creio que ele seja uma
promessa a todo crente, mas sim que revele uma intenção de Deus quanto às
famílias de uma forma geral.

Vale lembrar que Paulo declarou isto ao carcereiro num momento em que este
homem ia se matar. Paulo não podia vê-lo, pois além de estar dentro de sua cela, a
Bíblia diz que eles estavam no escuro. O apóstolo Paulo teve uma revelação do
Espírito Santo para uma pessoa específica, num momento específico. Não posso
dizer: - "Ei, Deus! Você prometeu que se eu cresse iria salvar todo mundo lá em
casa!". Mas posso muito bem orar pelos meus familiares crendo que há um plano
divino para a família.

Cada familiar meu tem o direito de escolha, se dirão sim ou não a Jesus Cristo, é
responsabilidade pessoal de cada um deles. Mas farei de tudo para convencê-los,
ensina-los, cobri-los de oração intercessória e tudo o mais que for possível. No caso
deste carcereiro filipense, o Senhor mostrou de antemão toda a família salva. Mas
para cada um de nós, mesmo se não diga de antemão o que irá acontecer, Deus já
revelou seu plano em sua Palavra para toda a família. E o sacerdote do lar tem uma
grande responsabilidade de afetar o destino dos seus entes queridos.

O Cabeça é o Responsável: Na condição de cabeça do lar, o homem é o responsável


de quem Deus cobrará o exercício do sacerdócio. É óbvio que a mulher deve
participar exercendo o sacerdócio juntamente com seu marido, mas a
responsabilidade maior não está sobre seus ombros. Muitos maridos se acomodam
por ver sua esposa fazendo bem o seu papel, mas não deveriam agir assim. Por
melhor que seja a ajuda da mulher, o homem tem que fazer a sua parte!

No caso da mulher cujo marido não é convertido, entendemos que ela deve
assumir a posição de sacerdotisa sobre os filhos, porém não sobre seu marido.
Parece-nos ter sido exatamente o que aconteceu na casa de Timóteo, discípulo do
apóstolo Paulo. A Bíblia menciona apenas a mãe dele como sendo convertida:
"Chegou também a Derbe e a Listra. Havia ali um discípulo chamado Timóteo,
filho de uma judia crente, mas de pai grego; dele davam bom testemunho os
irmãos em Listra e Icônio", At 16.1,2.

E além da Bíblia nada falar sobre o pai de Timóteo sendo convertido, ainda mostra
que a cadeia de ensino e discipulado foi sendo transmitida por meio da avó e
depois da mãe dele: "Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para
que eu transborde de alegria pela recordação de tua fé sem fingimento, a mesma
que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo
de que também, em ti", I Tm 1.4,5.

Tipologia Bíblica 221


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Portanto, na falta do homem como sacerdote, ou na incapacidade dele de exercê-lo


por não ser convertido, por exemplo – a mãe assume este papel, porém sempre em
relação aos filhos, nunca em relação ao marido: "E não permito que a mulher
ensine, nem exerça autoridade sobre o marido", I Tm 2.12.

Os pais cristãos devem entender a sua responsabilidade de suprir não só as


necessidades materiais e emocionais de seus filhos, mas também as espirituais. A
Palavra de Deus declara que "Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre,
seu galardão". Sl 127.3. Os filhos não nos pertencem, são propriedade de Deus. Ele
apenas nos confiou seus cuidados, e um dia teremos que responder perante Ele por
isso. Daremos conta da forma como criamos nossos filhos, e isto deve trazer temor
ao nosso coração, especialmente no que diz respeito à formação espiritual deles.

Não podemos brincar com isto!

Deus está chamando os pais a assumirem um compromisso maior com Ele de


ministrar a vida espiritual de seus filhos. É preciso ministrar-lhes o coração. Desde
os dias da Velha Aliança o Senhor já esperava isto: "Não te esqueças do dia em que
estiveste perante o Senhor, teu Deus, em Horebe, quando o Senhor me disse: Reúne
este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a fim de que aprenda a temer-me
todos os dias que na terra viver e as ensinará aos seus filhos", Deuteronômio 4.10

No versículo anterior a este, Deus já havia dito: “... e as farás saber aos teus filhos e
aos filhos de teus filhos". Dt 4.9. Precisamos ministrar a Palavra de Deus aos nossos
filhos! Nosso ensino – ou a falta dele – tem o poder de afetar o resto da vida de
nossos filhos; foi Deus mesmo quem declarou isto: "Ensina a criança no caminho
em que deve andar, a ainda quando for velho, não se desviará dele", Pv 22.6.

Não se trata apenas de dar uma boa educação, mas sim a verdadeira educação.
Ensinar-lhes a andar nas veredas da justiça, nos caminhos bíblicos. Isto também é
um mandamento claro e expresso da Nova Aliança: "E vós, pais, não provoqueis
vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor", Efésios 6.4.

Cobertura de Oração: Também vemos na Bíblia que o sacerdote do lar deve cobrir os
seus com oração. A Palavra de Deus nos mostra que Isaque orava a Deus para que
abrisse a madre de Rebeca, sua mulher. E Deus ouviu suas orações. Gn 25.21.

As Escrituras ainda nos falam acerca de Jó, que periodicamente chamava seus
filhos para um culto e sacrificava ao Senhor em favor deles, com medo de terem
pecado contra Deus. Jó 1.5.

O homem e mulher de Deus precisam ter um coração e uma vida de oração


voltados para cobrir e proteger a sua família. Vemos este exemplo na vida de
Esdras: "Então, apregoei ali um jejum junto ao Rio Aava, para nos humilharmos
perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos,
e para tudo o que era nosso", Esdras 8.21.

Tipologia Bíblica 222


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Em I Samuel 30 lemos acerca de Davi e seus homens saindo para a batalha e


deixando suas mulheres e crianças desprotegidas em Ziclague. Enquanto eles
estavam fora, os amalequitas incendiaram a cidade e levaram suas mulheres e
filhos em cativeiro. Três dias depois, eles chegaram e se desesperaram pelo
ocorrido. Finalmente, se fortaleceram no Senhor e foram atrás dos seus,
conseguindo resgata-los.

Aprendemos duas lições aqui. Primeiro que precisamos proteger os nossos


familiares, cobrindo-os em oração e não permanecendo distantes deles. Segundo,
que algumas vezes nos tornamos descuidados, e o inimigo pode se aproveitar de
nosso descuido. Mas também aprendemos junto que Deus é fiel, e mesmo quando
falhamos, sua misericórdia ainda pode nos ajudar a consertar aquilo em que
erramos.

O Sacerdócio envolve proteção. Deus nos mostrou isto em sua Palavra desde o
início, com o que ordenou a Adão, no Jardim do Éden: "Tomou, pois, o Senhor
Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar", Gn 2.15.

Note que além de cultivar o jardim, o homem deveria também guarda-lo, protege-
lo. Mas guardar de quem, se nem mesmo Eva ainda havia sido criada? Penso que
Deus já estava indicando a Adão que Satanás, o inimigo de nossas almas, tentaria
destruir o que o Senhor estava colocando nas mãos do homem. Se Adão tivesse
protegido a Eva, em vigilância, bem como ministrando-lhe sobre a importância da
obediência ao Senhor, provavelmente aquilo não teria acontecido. Também nós
precisamos guardar e proteger nossas famílias, e isto envolve oração e vigilância,
bem como a ministração da Palavra de Deus em nossos lares.

Muita gente fala da forma maravilhosa como Deus visitou a casa de Cornélio (Atos 10)
com salvação e enchimento do Espírito Santo. Mas isto não aconteceu de graça. Este
homem orava continuamente a Deus. E onde há uma semeadura de oração, sempre
haverá uma colheita da manifestação do poder de Deus! Se cobrirmos nossa casa de
oração, veremos feitos grandiosos acontecendo em nosso favor, pois o Senhor sempre
age num ambiente de muitas orações.

Orando Juntos: Penso que além de cobrir os


familiares com oração, o sacerdote do lar deve
proporcionar um ambiente de oração onde os seus
não só recebam oração em seu favor, mas também
aprendam a orar. Orar juntos, em família, como
muitas vezes acontecia também com os irmãos da
igreja em seu início: "Passados aqueles dias, tendo-nos retirado, prosseguimos
viagem, acompanhados por todos, cada um com sua mulher e filhos, até fora da
cidade; ajoelhados na praia, oramos", Atos 21.5. Exercer o sacerdócio não é só
declarar a Palavra de Deus dentro de casa, mas primeiramente vive-la. Porém, além
de se dispor a ministrar os filhos, e também um ao outro, o casal cristão deve
aprender a prática de orar junto. Não quero dizer orar junto o tempo todo, mas isto
deve também acontecer em suas vidas.

Tipologia Bíblica 223


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Quando o casal ora junto, goza de princípios operando em seu favor que orando
sozinho não se experimentaria. "Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra
concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu
Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí
estou eu no meio deles", Mateus 18.19,20.

Ao orar junto, o casal aumenta seu "poder de fogo" contra o inimigo, pois no reino
de Deus, quando dois se unem, o efeito não é de soma, mas de multiplicação. É
sinérgico! Moisés cantou acerca deste princípio ao mencionar o que Deus fizera
acerca do exército de Israel: "Como poderia um só perseguir mil, e dois fazer fugir
dez mil, se a sua Rocha lhos não vendera, e o Senhor não lhos entregara"?, Dt 32.30.

A Bíblia mostra que deve haver sintonia natural e espiritual entre o casal.
Desentendimentos vão roubar deles o poder de unidade nas orações, que por sua
vez serão impedidas: "Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento,
dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras
convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações", I
Pedro 3.7.

A "correria" é um dos maiores inimigos deste tempo de oração que o casal deve ter
junto. E cada um deve aprender a "driblar" suas dificuldades e conseguir praticar
este princípio de alguma forma. Não deve haver vergonha ou críticas quanto à
forma de cada um orar. A intimidade no que diz respeito à vida espiritual precisa
ser desenvolvida da mesma forma que a física e emocional.

O Culto Doméstico: Exercer o sacerdócio no lar não requer um horário específico ou


dia marcado, é atividade a ser exercida sempre, em diferentes situações. Mas a
prática de um culto em família auxilia muito. Devemos desenvolver o hábito de
cultuar a Deus em família, o que envolve o ir juntos à Casa do Senhor, como vemos
acontecendo desde os dias do Velho Testamento:

"Todo o Judá estava em pé diante do Senhor, como também as suas crianças, as suas
mulheres e os seus filhos", II Crônicas 20.13. "No mesmo dia, ofereceram grandes
sacrifícios e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres
e os meninos se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe",
Números 12.43.

Elcana subia com toda a sua família para adorar ao Senhor. I Sm 1.1-5. Acredito que
pais cristãos devem levar seus filhos à igreja. Mesmo que ela não seja perfeita (e
não é, porque não existe igreja perfeita!), é melhor que eles cresçam num ambiente
que exalta ao Senhor e sua Palavra do que num ambiente mundano que exalta o
pecado e os prazeres da carne.

Lemos no Evangelho de Lucas que os pais de Jesus o levaram ao templo para


consagrarem-no ao Senhor (Lc 2.22-24), depois há registros de que o fizeram por
ocasião da Festa da Páscoa quando ele estava com 12 anos (Lc 2.41-43), mas a maior
evidência de que Jesus cresceu exposto ao ensino da Lei na Sinagoga era o
conhecimento que ele trazia (como homem) das Escrituras.
Tipologia Bíblica 224
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Cultuar ao Senhor em família não envolve somente o ir à igreja, mas também pode
abranger um culto familiar na própria casa. Foi exatamente isto que aconteceu na
casa de Cornélio. Atos 10.33. A reunião familiar também não precisa acontecer
apenas dentro de casa. Além dos cultos na igreja, podemos nos reunir em algum
outro lugar (e até mesmo com outras famílias) para buscar ao Senhor. Atos 21.5.

A negligência no exercício sacerdotal trará Conseqüências: Quais as conseqüências de


se negligenciar o sacerdócio em casa? Juízo divino para o sacerdote, além da
evidente rebeldia vida dos filhos. A primeira palavra profética que Samuel proferiu
foi contra alguém que ele certamente amava: o sacerdote Eli, que o criava no
templo. E o que Deus disse envolvia a casa dele e sua negligência no sacerdócio
familiar:

"Naquele dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado com respeito à sua casa;
começarei e o cumprirei. Porque já lhe disse que julgarei sua casa para sempre, pela
iniqüidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele não os
repreendeu", I Samuel 3.13.

O Senhor trouxe advertências anteriores, mas Eli não deu ouvidos. Deus está
falando de negligência, aqui. Diz que embora conhecesse bem o pecado dos filhos,
Eli não os repreendeu. Toda omissão no sacerdócio do lar sempre trará
conseqüências sérias. Davi teve problemas com vários de seus filhos, e se você
estudar com calma a história dele, perceberá o quanto ele era negligente em relação
a seus filhos. Adonias, assim como Absalão, se exaltou, querendo usurpar o trono.
Mas por trás desta atitude de rebelião, a Bíblia mostra a negligência de Davi como
sacerdote em sua casa: Jamais seu pai o contrariou, dizendo: Por que procedes assim?,
I Rs 1.6.

Se não queremos sérios problemas futuros com nossos filhos, muito menos a
qualidade do relacionamento deles com Deus comprometidos, então precisamos
ser sacerdotes dedicados em ministrar e cobrir suas vidas.

V. Obrigações do Homem como “Esposo”

Se os cônjuges prestassem mais atenção o que diz a


Bíblia sobre os deveres conjugais sem dúvida,
teríamos famílias mais felizes, unidas e abençoadas.
Deus estabeleceu “princípios de conduta” que jamais
serão revogados e todo casal, toda família que deseja
ser abençoada, terá que necessariamente observar
estes “princípios”. Devemos considerar também o fato
de que se o “relacionamento conjugal” não tiver como
base “princípios bíblicos” terá sérios problemas.

1. O marido deve escutar e dar ouvidos aos conselhos sábios de sua esposa:
1.1. Conselho da esposa de Abraão. Gn 21.12
1.2. Conselho da esposa de Manoá. Jz 13.19-23
Tipologia Bíblica 225
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1.3. Conselho da mulher sulamita a seu marido. II Reis 4.8-10


1.4. Conselho da mulher de Pilatos. Mt 27.19
2. Coabitar com ela com entendimento. I Pe 3.7
3. Reconhecer o seu trabalho. Pv 31.28-30
4. Ser carinhoso. Pv 5.18; Ecl 9.9; Gn 26.8
5. Viver com ela toda a vida. Mt 19.3-9
6. Agradar a sua esposa. I Co 7.33
7. Respeitar a sua esposa. I Pe 3.7
8. Honrar sua esposa. I Pe 3.7
9. Amar a sua esposa. Cl 3.19
9.1. Amar, como ama a si mesmo. Ef 5.28,29
9.2. Amar, como Cristo amou a igreja. Ef 5.25
9.2.1. Como Ele a amou? Com amor eterno, Jo 17.23, Jr 31.3
9.2.2. Como Ele a amou? Sem ser amado, Lc 19.41
9.2.3. Como Ele a amou? Sacrificialmente, Jo 18.12; 19.1,16-18
9.2.4. Como Ele a amou? Profundamente, Jo 15.13
9.2.5. Como Ele a amou? Voluntariamente, Gn 2.20.
10. Despedir-se sempre com um gesto de ternura. Pode ser a última despedida.
11. Cuidar de sua esposa, como a si próprio. Ef 5.28-30; I Tm 5.8
12. Tomar cuidado com as palavras. Gn 31.32, 35; 35.19
13. Estar juntos sempre que possível. Gn 2.18; Mc 10.8
14. Dar lazer a esposa. Jo 10.23; Ct 7,11,12.
15. Colaborar nas tarefas do lar. Is 41.6
16. Ter tempo para a esposa. Ec 3.1
17. Falar sempre a verdade. Cl 3.9
18. Abençoar sua casa. II Sm 6.20
19. Dar felicidade. Dt 24.5
20. Orar juntos. Mt 18.19
13. Elogiar. Pv 31.28,29

VI. Obrigações Homem como “Pai”

A tarde da sexta-feira, o corpo do comerciante


aposentado Amador Cortellini foi sepultado no
cemitério Chora Menino, em São Paulo. Amador
morreu devastado pela culpa. Vinte e seis dias antes
ele desferiu o primeiro tiro do revólver com cabo de
madrepérola que tinha comprado havia 40 anos. A
bala foi disparada de cima para baixo - e atingiu o
coração de seu filho caçula, Rodrigo, de 26 anos. O
rapaz morreu na hora. Depois do crime, Amador
passou duas noites preso. Com a saúde em frangalhos, foi mandado para casa. Entrou
em depressão. Como carregava uma prótese no lugar de uma das válvulas cardíacas,
Amador Cortellini passou a tomar nove comprimidos por dia, na tentativa de estabilizar
a pressão. Ficava o tempo inteiro na cama, não saía do quarto. Estava lúcido, mas
chorava sem parar, abraçado às visitas. 'O tiro que atingiu Rodrigo pegou a mim
também', repetia.
Tipologia Bíblica 226
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Quando um parente tentava tirá-lo deste tormento, pedia: 'O único desejo que eu
tenho é ser enterrado ao lado do meu filho'. A depressão e a fraqueza geral foram
seguidas por uma quebra na resistência e a chegada de uma infecção. Na Páscoa,
Amador teve um derrame cerebral e entrou em coma. Morreu na quinta-feira. Foi
sepultado à direita do túmulo de Rodrigo. O inimigo é o maior interessado em destruir o
relacionamento entre pais e filhos.

O primeiro entendimento que os pais devem ter é o de que a missão de ser Pai e
Mãe é para toda vida. Ela não termina quando os filhos saem de casa ou tornam-se
adultos. Em I Timóteo 5, 8 o autor chega a dizer que: “quem se descuida dos seus, e
principalmente dos de sua própria família, é um renegado, pior que um infiel”.

As estatísticas revelam que 70% dos jovens em reformatórios do governo vêm de


lares sem os dois pais presentes. Crianças numa família com uma mulher como a
cabeça têm duas vezes mais probabilidade de receber serviços de saúde mental do
que crianças em famílias com ambos os pais presentes. Meninas em famílias de um
só pai estão em maior risco de sexualidade e casamento precoces, gravidez fora do
casamento e divórcio do que as meninas de famílias com dois pais.

Uma das maiores necessidades hoje é ensinar os homens a exercerem


satisfatoriamente o papel de pai. Muitos ainda não perceberam os estragos que
podem ser causados à formação da personalidade ou caráter de uma criança pela
ausência, seja física ou emocional, dessa figura tão importante. Nada pior na
família do que a omissão. Muitos homens estão distante daquilo que Deus projetou
para eles na família.

Existem diversos Tipos de Pai:

1. Pai herói
2. Pai coruja
3. Pai que é uma mãe
4. Pai bravo
5. Pai amigo
6. Não importa o tipo, a raça ou a crença, pai é sempre pai.
7. Tem pai que Ama. Tem pai que esquece do Amor.
8. Tem pai que não sabe que é Pai. Tem filho que não sabe do Pai.
9. Tem pai que dá Amor. Tem pai que dá Presente.
10. Tem pai que se preocupa com os problemas do Filho,
11. Tem pai que não sabe dos problemas do Filho...
12. Tem pai que Ensina. Tem pai que não tem Tempo.
13. Tem pai que Afaga. Tem pai que só pensa em Negócios.
14. Tem pai que Acaricia. Tem pai que não percebe que o filho precisa de Carinho.
15. Tem pai de todo jeito. E você? Que tipo de pai você é?
15.1. Pai permissivo?
15.2. Pai indiferente?
15.3. Pai cobrador?
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15.4. Pai carrasco?


15.5. Pai ausente?
15.6. Pai radical?
15.7. Pai policial?
15.8. Pai patrão?
15.9. Pai ideal?.

O Pai e a relação com o Filho Criança

Nos estudos mais recentes da personalidade


humana nota-se uma reavaliação da figura
paterna e sua função na estruturação da
personalidade. Até a algum tempo, a
psicologia do desenvolvimento era quase
omissa em relação ao pai, enquanto uma
importância marcada às relações mãe-criança, modelo inicial sobre o qual se
apoiaria todo o desenvolvimento posterior. Só que as teorias mais recentes
admitem a deste terceiro elemento que é representado e atuado pelo pai. Entretanto
a Bíblia nunca excluiu a figura do pai em todo processo de desenvolvimento e fases
posteriores, haja vista, que a figura paternal é fundamental e insubstituível.

O pai, como primeira imagem de autoridade que a criança tem na vida, para
educar bem o filho para vir a ser cidadão consciente e responsável, precisa ter
atitudes educativas firmes, mas com um coração amoroso. Agindo assim para com
seu filho, o pai poderá formar um ser humano mais equilibrado e que, certamente,
saberá, quando adulto, agir com harmonia no contato com os outros, contribuindo
com seu comportamento para que a sociedade venha a ser melhor. O pai é, para a
criança, a primeira imagem de autoridade em sua vida e a interiorização dessa
imagem (e das imposições sociais, culturais, morais, religiosas). O tipo de
relacionamento que a criança tiver com seu pai, certamente irá influenciar como ela
enfrentará as regras e os limites normais que encontrará no convívio com as outras
pessoas. Os tipos de relacionamento utilizado por pais são variados, mas há três
mais marcantes, apresentados a seguir.

Primeiro Tipo: Há pai que utiliza no relacionamento com seu filho, o "estilo
autoritário" que era muito utilizado algumas gerações passadas: ele educa de modo
rígido, severo, dogmático, inflexível, rigoroso, repressivo, ríspido, exigente, dá
ordens e direções, valoriza obediência cega às regras e valores estabelecidos,
reprimindo quaisquer outros comportamentos. Quando o filho comete alguma
falta, lhe dá castigos físicos ou outros corretivos disciplinares, como punição.
O filho reconhece e obedece integralmente a autoridade do pai, sem nenhum
questionamento e nesse ambiente de autoritarismo, não tem outra escolha a não ser
agir de modo resignado, obediente, submisso, dependente, silencioso, com medo,
ansioso, frustrado, etc., o que poderá provocar nele inibição da sociabilidade, baixa
auto-estima, frustrações, agressividade reprimida, sentimento de inferioridade, etc.

Tipologia Bíblica 228


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Segundo Tipo: Já um outro tipo de pai adota um "estilo educativo permissivo"


(conhecido como laissez-faire), excessivamente liberal, inconseqüente, com fraqueza
de controle e sem colocação de limites ao filho. Esse pai permite tudo, não proíbe
nada, deixa o filho fazer o que bem entender que seja feito, dá o menor número de
orientações, abstendo-se de avaliar, quer seja no sentido positivo ou no negativo.

Certamente esse tipo de pai foi influenciado com a publicação das experiências da
Escola inglesa de Summerhill, que dava liberdade total aos seus alunos e pelas
mudanças na juventude da década de 60, com o comportamento "hippie" e com a
influência da explosão libertária dos jovens universitários franceses ocorrida em 22
de março de 1968, iniciando a Revolução Cultural na França que espalhou as suas
idéias pelo resto do mundo. Em pleno século XXI é encontrado pai que age com esse
"estilo permissivo", por sentir culpa ao pensar em impor quaisquer limites ao filho.

Esse pai acredita na idéia, sem fundamento, que o filho ficará frustrado se lhe
forem estabelecidos limites e regras. Essa idéia é crendice popular, idéia distorcida
e sem fundamento bíblico e científico, já que nenhuma teoria recomenda aos pais
que não ensinem limites às crianças e não exerçam a natural autoridade, educando
os seus filhos. Esse tipo de pai, além de errar na interpretação das teorias
psicológicas, e por ter, ele próprio, ficado frustrado e desiludido com a educação
repressora e punitiva que teve na infância, quer dar ao seu filho uma educação
diferente da que teve e também, porque não quer que seu filho o veja como
autoritário, repressor e inibidor, mas o veja como "bom" pai.

E assim, esse tipo de pai dá liberdade total para o filho ter quaisquer tipos de
comportamentos inadequados, para ter ataques emocionais de raiva, choro, birra,
agressividade verbal (xingamentos, palavrões, etc) ou física (bater em outras pessoas)
tolerando até as grosserias, a falta de respeito do filho e os abusos que ele comete.
Agindo desse modo com o filho, o pai sofrerá as conseqüências de ter criado filho
que é um verdadeiro "tirano" exigente que manda e desmanda sobre os membros
da família, sem ter aprendido regras de convívio, limites, bons comportamentos e
disciplina.

Terceiro Tipo: O Pai equilibrado, que procura aplicar o procedimento estabelecido


nas Escrituras. Ele sabe utilizar sua autoridade de pai, sem haver rigidez. Uma
mudança sutil, mas muito importante para educar o filho com equilíbrio e assim,
este tipo de pai procura ter autoridade firme e clara sobre o filho, uma autoridade
conquistada e construída no dia-a-dia, com um estilo de convivência onde existe
respeito recíproco aos direitos e deveres de cada um, diálogo, companheirismo,
sensibilidade, solidariedade, tudo isso sintetizado em "relações afetivas mais
profundas e positivas" entre o pai e o filho. Há atitudes firmes de autoridade, mas
com um coração enorme.

Com esse tipo de convivência e orientação positiva sobre os limites, regras e o que é
permitido ou não, certamente haverá melhores condições de desenvolvimento da
cidadania do filho com obtenção de melhores resultados, e se a maioria dos pais
agirem assim poderá existir uma melhor sociedade humana, com seres humanos

Tipologia Bíblica 229


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com características mais saudáveis e equilibradas. Pai lembre-se: "A criança


assemelha-se a uma árvore nova que está exposta ao vento e à tempestade. O jardineiro
coloca uma estaca para evitar que ela entorte ou quebre com a força do vento, e para que
cresça na direção certa. Quando já estiver bem crescida e o tronco bastante forte, a
estaca não será mais necessária".

O Pai e o Filho Adolescente

“A tarefa principal dos adolescentes em nossa cultura é emancipar-se psicologicamente


de seus pais deixando de lado a dependência que tinha quando criança. Antes de poder
desenvolver uma relação adulta com seus pais, o adolescente primeiro deve distanciar-
se da forma como se relacionava com eles no passado. É normal que este processo seja
caracterizado por uma certa dose de rebeldia, desafio, insatisfação, confusão,
inquietude e ambivalência. As emoções geralmente estão exaltadas. As flutuações
amplas do estado de humor são comuns. Na melhor das hipóteses, esta rebeldia do
adolescente continuará por aproximadamente 2 anos; não é raro que persista durante 4
a 6 anos.”

A palavra adolescência vem do latim "adolescere", que significa "crescer". Há


muitas tentativas de se definir adolescência, embora nem todas as sociedades
possuam este conceito. Cada cultura possui um conceito de adolescência,
baseando-se sempre nas diferentes idades para definir este período.

No Brasil segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente Lei No 8.069, de 13 de


Julho de 1990. Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 12 anos
de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade.
Podemos também dividi-la em três períodos:
1. Pré-adolescência (09 aos 13 anos);
2. Adolescência (14 aos 16 anos);
3. Adolescência final ou juventude (17 aos 20 anos).

O Adolescente e seus Encontros e Desencontros

No período inicial da adolescência, ocorre


uma explosão de mudanças biológicas,
tais como, alteração das proporções do
corpo, mudança de estatura, crescimento
acelerado dos órgãos sexuais e dos pêlos,
mudança na voz, crescente atividade das
glândulas sudoríparas, aparecimento de
cravos e espinhas, menstruação e polução
noturna, etc. Todas estas mudanças físicas
acarretam efeitos sociais e psicológicos.

O adolescente passa por períodos em que se sente embaraçado, mas está consciente
das mudanças que lhe ocorrem. O corpo desafia o próprio tempo e torna-se uma
loucura conviver com tal instabilidade. O olhar-se no espelho causa espanto.
Descobre sua sexualidade. Há uma dificuldade em controlar seus impulsos sexuais

Tipologia Bíblica 230


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que tornam-se cada vez mais intensos. Para desabafar, o adolescente procura seu
grupo, colegas da mesma idade, com os mesmos sonhos, problemas e carências; tal
experiência oferece-lhes senso de realização.

Existe um forte desejo de ser aceito, uma busca de identificação com os demais
através dos costumes, maneira de vestir, linguagem e formas de diversão. Sonhar
acordado torna-se comum e longas horas são gastas, conversando com amigos ao
telefone.

O espírito de independência dos pais e dos valores por eles estabelecidos é muito
comum nesta fase. A família passa para o segundo plano. Ela já não satisfaz seus
anseios, não há mais novidade. Por isso negam-se a acompanhar os pais em
viagens, festas e passeios. Querem ser e agir como adultos. Buscam explicações
racionais para tudo.

Questionam ou não aceitam mais as explicações recebidas na infância. Às vezes são


até agressivos e atrevidos na maneira de se expressar. Paradoxalmente, ao mesmo
tempo em que sentem adultos e donos de si, revelam insegurança afetiva, como
crianças que precisam sentir-se queridas e protegidas. A adolescência é a época da
vida que substitui os pontos de exclamação por pontos de interrogação. Eles
passam a indagar sobre questões básicas: Quem sou eu? É a luta com sua
identidade. Quando criança, a vida é simples. Eles são o que os pais são e fazem o
que eles determinam. Agora, descobrem que outros vivem e agem de forma
diferente. Geralmente, sentem medo e insegurança enquanto buscam sua
identidade.

Muitos, inconscientemente, querem voltar ao ventre da mãe. Que atitudes devo


tomar? É uma verdadeira luta ser responsável. É a escolha entre o certo ou errado.
Procuram definir suas atitudes, idéias e opiniões sobre todas as áreas da vida. Que
autoridades respeitar? Há uma carência de bons exemplos que sirva de parâmetro
para os adolescentes formarem seu conceito de autoridade. Questionam a
autoridade dos pais, devido à crise familiar que enfrentamos. O mesmo se dá a
nível governamental, uma vez que o país enfrenta uma época de desconfiança e
instabilidade. E as autoridades da igreja? Foi feita a seguinte pergunta numa
pesquisa entre a juventude evangélica: "A quem você pede ajuda quando surge um
problema?" Entre oito alternativas apresentadas, o pastor foi escolhido em último
lugar. Este é um aspecto a ser repensado pelos líderes da igreja.

Qual será meu estilo de vida? Os adolescentes estão cercados por diferentes
padrões de vida impostos pela sociedade. Conhecem os estilos de vida de seus
pais, irmãos mais velhos, parentes e líderes, mas questionam seus padrões por,
muitas vezes, enxergarem incoerências na vida de tais pessoas. Não quero esse
estilo de vida para mim no futuro. Diante de tantas mudanças e desafios
enfrentados na adolescência, torna-se imprescindível que pais e filhos mostrem
paciência e disposição para ceder. Os filhos devem compreender que os pais são
colocados por Deus como porta-vozes de Sua vontade em suas vidas.

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Os pais devem encarar os filhos como seres pensantes e também respeitar suas
opiniões, ponderando-as antes de tomarem decisões contrárias. Compreendendo
tal processo, poderão passar por esse período sem grandes conflitos, curtindo
emoções e momentos, pois cada um deles possui seu encanto.

O Adolescente e as Amizades

É na adolescência que os jovens passam a se desligar um pouco dos pais e a


construir vínculos com colegas da mesma idade. Ficam horas no telefone
conversando com os amigos, marcam de sair juntos, e participar de diversas
atividades. Tudo isso é normal e faz parte do amadurecimento do adolescente. As
coisas complicam um pouco quando os pais não gostam destes novos amigos e as
consideram más companhias. Eles vivem em bandos pra cima e pra baixo. Punks,
skinheads, mauricinhos, skatistas, clubbers, góticos, surfistas, ou seja, lá como são
chamadas, essas pessoas formam o que muitos sociólogos denominam de tribos
urbanas, que têm um modo de vestir, falar, agir e pensar bastante peculiar, muitas
vezes ininteligíveis para o restante da população.

Esses adolescentes, na opinião da psicóloga Karina Brodski, têm a necessidade de


se identificar, repensando e reavaliando os valores que receberam de seus pais e da
sociedade, o que faz com que andem sempre em grupo. Para a terapeuta de família
Maria Tereza Maldonado, essa é uma nova etapa na formação da identidade da
pessoa. “A criança gosta de se identificar com os familiares, colocar as roupas da
mãe ou imitar gestos do pai. Com o passar dos anos, tudo muda e os filhos
procuram se diferenciar da família para se sentirem mais eles mesmos”, explica a
psicóloga.

Muitos, inclusive, se recusam a andar acompanhados dos pais e se sentem


envergonhados quando realmente precisam sair com a família. Autor de “Infância,
Adolescência y Família” (editora Granica), o psiquiatra e professor da Unicamp
Maurício Knobel enfatiza que nesse período de desenvolvimento se entrelaçam
dois lutos principais: o da perda do corpo infantil e o da perda dos pais
idealizados. Segundo o médico, essas situações de perdas e o seqüente estado de
luto levam os adolescentes a um "velório" prolongado, que procura conforto e
identidade nas situações grupais vividas entre seus pares.

Os jovens, na opinião de Maria Tereza Maldonado, começam também a


experimentar uma fase de ampliação de contatos e relacionamentos. “O grupo
externo à família passa a ser o principal ponto de referência”, diz. O sentimento de
"pertencer" dá a segurança de ser aceito e valorizado. Eles se sentem, então, mais
fortalecidos e apoiados quando se identificam na maneira de vestir, no ‘dialeto’
próprio e nas condutas valorizadas pelos colegas. Por isso mesmo acabam
adotando um tipo de comportamento uniforme.

Por isso, segundo Maria Tereza Maldonado, é importante que os pais conheçam os
amigos dos filhos e tenham noção clara das características dos grupos que eles
pertencem. O maior risco, na opinião da terapeuta, é que muitos se submetem às
regras do grupo a ponto de fazerem coisas que não ousariam fazer sozinhos, tudo
para serem merecedores dessa inclusão.
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“Eles são capazes de atos anti-sociais como riscar carros, depredar orelhões, fazer
bagunça nas portas das boates, passar trotes ou cometer pequenos furtos”, alerta.

Quem não se lembra do índio Galdino, o Pataxó covardemente queimado vivo por quatro
jovens de classe média, filhos de funcionários públicos em Brasília? A agressividade,
para a psicóloga Karina Brodski, geralmente tem a ver com o crescimento físico,
que nem sempre acompanha o emocional. Eles não têm noção da força física que
possuem e não entendem que devem usar a inteligência ao invés do corpo e da
ação.

Como são mais imaturos, os adolescentes não têm muita idéia das conseqüências de seus
atos. São mais impulsivos e têm aquele sentimento de invencibilidade, do tipo “nada vai me
acontecer”, explica a psicóloga. Os pais precisam orientar e impor limites desde cedo.
É importante também não passar a mão na cabeça e fingir que nada aconteceu com
o filho. Léa Gonçalves, por exemplo, não pestanejou e castigou seu filho quando
soube que ele passou a tarde inteira aprontando com quatro colegas em sua casa.
“Sem mais nada o que inventar, os cinco tiveram a brilhante idéia de passar trotes
ameaçadores para alguns colegas de turma. Deu a maior confusão porque duas das
‘vítimas’ tinham bina. Fui até chamada pela coordenação do colégio”, lembra a mãe
que proibiu, como punição, que seu filho fosse a uma festa e cortou o acesso à
Internet por uma semana. Para quem está de fora, não é fácil ver alguns
adolescentes querendo quebrar a cabeça pelas esquinas da vida. Aos pais e
educadores, resta impor limites, sanções e, sempre dialogar, com muito afeto.

O Adolescente e a Depressão

Durante muitos anos acreditou-se que os


adolescentes, assim como as crianças, não
eram afetadas pela Depressão, já que,
supostamente, esse grupo etário não tinha
problemas vivenciais. Como se acreditava
que a Depressão era exclusivamente uma
resposta emocional à problemática
existencial, então quem não tinha problemas
não deveria ter depressão.

Atualmente sabemos que os adolescentes são tão suscetíveis à depressão quanto os


adultos e ela é um distúrbio que deve ser encarado seriamente em todas as faixas
etárias. A depressão pode interferir de maneira significativa na vida diária, nas
relações sociais e no bem-estar geral do adolescente, podendo até levar ao suicídio.

Quase todas as pessoas, sejam jovens ou idosas, experimentam sentimentos


temporários de tristeza em algum momento de suas vidas. Estes sentimentos fazem
parte da vida e tendem a desaparecer sem tratamento. Isso não é depressão.
Quando falamos de "depressão", estamos falando de uma doença com sintomas
específicos, com duração e gravidade suficiente para comprometer seriamente a
capacidade de uma pessoa levar uma vida normal.

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Não devemos, nem por brincadeira, julgar as pessoas deprimidas como se elas
estivessem ficando loucas, nem tampouco devemos achar que há motivos para o
deprimido se envergonhar. A depressão afeta pessoas de todas as idades, de todas
as nacionalidades, em todas as fases da vida. Estima-se que cerca de 5% da
população mundial sofra de depressão (incidência) e que cerca de 10% a 25% das
pessoas possam apresentar um episódio depressivo em algum momento de sua
vida (prevalência).

Entre aqueles que já sofreram um episódio depressivo, há maior probabilidade de


terem mais outros episódios depressivos ao longo de suas vidas, embora esta
probabilidade varie muito de pessoa para pessoa. Muitas pessoas apresentam uma
primeira crise de Depressão durante a adolescência, apesar de nem sempre essa
crise ser reconhecida. Segundo os especialistas, a Depressão comumente aparece
pela primeira vez em pessoas com idade entre 15 e 19 anos.

De fato, observou-se nas duas últimas décadas um aumento muito grande do


número de casos de depressão com início na adolescência e na infância. Algumas
pesquisas também mostram que cerca de 20% dos estudantes do 2º grau sentem-se
profundamente infelizes ou têm algum tipo de problema emocional. Talvez seja
porque o mundo moderno esteja se tornando cada vez mais complexo,
competitivo, exigente, e muitos adolescentes têm dificuldades para lidar com as
necessidades de adaptação que se deparam diariamente.

De modo geral os adolescentes se deparam com várias situações novas e pressões


sociais, favorecendo condições próprias para que apresentem flutuações do humor
e mudanças expressivas no comportamento. Alguns, entretanto, mais sensíveis e
sentimentais, podem desenvolver quadros francamente depressivos com notáveis
sintomas de descontentamento, confusão, solidão, incompreensão e atitudes de
rebeldia. Esse quadro pode indicar depressão, ainda que os sentimentos de tristeza
não sejam os mais evidentes.

Os traços afetivos da personalidade talvez sejam as condições capazes de explicar a


razão pela qual alguns adolescentes se tornam deprimidos enquanto outros não. Como
ocorre com qualquer outra doença, algumas pessoas são mais suscetíveis que outras,
além disso. Embora as tensões da vida cotidiana do adolescente sejam importantes
fatores para o aparecimento da Depressão muitos jovens passam por
acontecimentos desagradáveis sem desenvolver depressão. A tristeza, comum nos
momentos de reflexão da adolescência, é uma experiência normal que geralmente
não progride para Depressão se a pessoa não tiver outros requisitos emocionais
propícios ao desenvolvimento do transtorno afetivo.

O Adolescente e a Violência

Hoje o problema da violência vem despertando grande preocupação entre pais e


educadores. As estatísticas mostram um aumento da turbulência entre os
adolescentes e de problemas na infância, demonstrando uma queda nos níveis de
competência emocional.
Tipologia Bíblica 234
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Entre todos os problemas que o chamado analfabetismo emocional pode acarretar,


alguns estão intimamente relacionados com a questão da violência. Constatamos na
observação de crianças e adolescentes, a presença de comportamentos impulsivos,
grande dificuldade em lidar com a frustração, desobediência em casa e na Escola,
mentiras e trapaças, envolvimentos constantes em encrencas e discussões,
provocações, demonstrações de “pavio curto”, destruição de propriedade alheia,
além de abuso de drogas lícitas e ilícitas.

Os resultados das pesquisas são alarmantes e demonstram a necessidade urgente


de focarmos nossa atenção para o preparo emocional de nossas crianças e
adolescente. Sabemos que o desenvolvimento emocional depende de muitos
fatores e sofrem influência marcante da relação estabelecida com nossos pais,
principalmente nos primeiros anos de nossa vida, vivências que deixam marcas
profundas.

Se analisarmos a realidade atual da sociedade, encontramos famílias passando por


sérias dificuldades de ordem econômica e emocional, interferindo muito na criação
de filhos saudáveis no que diz respeito à inteligência emocional. Nós, pais e
educadores, influenciamos nossos jovens de maneira direta, através do trabalho
educativo e indireta, no momento em que servimos de modelo de identificação.

A Escola pode ajudar muito, desenvolvendo Projetos de Orientação Familiar,


possibilitando aos pais um espaço de aprendizado, troca de informações e
experiências sobre a difícil arte de educarmos nossos filhos. Devemos ter em mente
que educar não dá direito a férias, é um trabalho de horário integral e muita
dedicação. Os pais devem estar atentos ao comportamento apresentado pelos
filhos, acompanhando e caminhando lado a lado. Os conflitos devem ser encarados
e não negligenciados, pois todo sintoma merece um diagnóstico e um
encaminhamento pertinente.

Adolescente e os Desafios dos Pais: Toda família enfrenta dificuldades para educar
seus filhos. A temida adolescência não tem necessariamente que ser uma
experiência ruim para pais e filhos. Há alguns passos que os pais podem dar para
fazer desses anos uma aventura boa para todos. Os pais necessitam de: Joelhos
Calejados; Ouvidos de Elefante; Olhos Perspicazes; Exercite Equilíbrio; Seja Modelo e
Seja Acessível e Gaste tempo com seu filho.

Como Amar o seu Adolescente: Criar os seus filhos nos anos de adolescência pode
ser um desafio e geralmente uma aventura perigosa. O fundamento segura para
um sólido relacionamento com seus adolescentes é o amor incondicional. Só
quando este fundamento é construído você pode ficar seguro sobre a educação que
foi dada. De outra forma educar torna-se algo confuso e bastante frustrante.
Esse amor atua como uma luz que guia, para saber onde você está com seu filho. Amor
incondicional, para o seu adolescente significa:

1. Não importa como ele age;


2. Não importa o que eles pareçam;
3. Não importam quaisquer que sejam suas qualidades ou deficiências.

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Os Pais Precisam se Lembrar de que:

1. Adolescentes está numa fase de transição;


2. Adolescentes geralmente irão agir como adolescentes;
3. Muito do comportamento do adolescente é desagradável.

Se você amar o seu adolescente só quando ele lhe agradar (amor condicional) e
comunicar o seu amor apenas nestes momentos, ele não se sentirá genuinamente
amado. Isso fará com que ele se sinta inseguro, com sua auto-imagem prejudicada,
e de fato o impossibilitará de desenvolver um comportamento mais maduro. Se
você ama o seu adolescente incondicionalmente, ele se sentirá bem com ele mesmo.
Será capaz de controlar sua ansiedade, e por sua vez seu comportamento ao tornar-
se um adulto.

Adolescentes estão sempre perguntando "Você me ama?" Esta pergunta é


primariamente feita através do comportamento, e através de palavras. Sua resposta
a esta pergunta é importante. Se sua resposta for não, seu filho não irá ser e nem irá
fazer o seu melhor. Poucos pais respondem sim porque não sabem como. Adultos
falam com palavras, enquanto adolescentes, como criancinhas pequenas, se
expressam através do comportamento e não através das palavras que são ditas.
Você precisa amá-los através do que você faz e não através do que você diz.

Adolescentes normalmente respondem ao amor, mas eles não tomam a iniciativa.


Se for dado a eles amor, eles correspondem. Se nada lhes é dado, eles também não
dão nenhum retorno. Adolescentes estão sempre voltando atrás. Não importa o
quanto eles digam que não gostam dos pais, eles precisam do seu apoio emocional
para ir adiante.

Eles precisam desesperadamente de encher o tanque emocional para obterem a


segurança e a autoconfiança necessária para lidar com a pressão do grupo e outras
demandas da sociedade adolescente. Sem essa confiança, os adolescentes tendem a
sucumbir à pressão do grupo dominador de influência e a seguir experimentam
dificuldades para manter os valores éticos saudáveis.

Seu adolescente vai lhe testar. Geralmente isto se dará através do comportamento
impróprio na busca por independência. Não reaja no momento de raiva. Isto não
significa aprovar o mau comportamento. Você precisa expressar os seus
sentimentos honestamente, mas de maneira apropriada, sem ira, gritarias,
linguagem torpe, atacando o adolescente verbalmente, ou ficando fora de si.

Portanto a adolescência, é um período de transição entre a infância e a idade


adulta. Vai dos 10 aos 20 anos. Período de crises e desequilíbrios, busca de si
mesmo, redefinição como pessoa, numa transição da identidade infantil para a
adulta. Início de vida introspectiva. A inteligência passa ao tipo hipotético-
dedutivo. É normal um certo retraimento ou isolamento social, atitudes
reveladoras de astúcia e ousadia contrastando com a timidez, sentimento de
urgência, dificuldade para coordenar diferentes ações e opções, desinteresse e
Tipologia Bíblica 236
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apatia que podem repercutir nas adaptações familiares, sociais, escolares e


profissionais; conflitos afetivos, crises religiosas, intelectualizações, postulações
filosóficas, atitudes contemplativas.

O Pai e o relacionamento com o Filho Adulto

Thiago pegou as chaves do carro e virou-se para abrir a porta da casa. Deparou com
uma placa afixada com fita adesiva.

Não tenho maior alegria do que esta a de ouvir que meus filhos andam na verdade. III Jo 4.
– Mãe, foi Pai que colocou isto aqui?”
– Foi. A gente ficou sabendo mais dos problemas de uns amigos antigos. Seu filho mais
velho é viciado em drogas. Agora, a filha de 22 avisou que está grávida e disse-lhes que
nem sabe de quem é. Seu pai ficou muito impressionado. Comentou como devemos dar
graças a Deus pelos filhos que temos. Sentou-se no computador e o resultado está aí.
– Então, não é bronca?
– Não, não é. É elogio, louvor, encorajamento, gratidão…
– Que bom, mãe. Mas poderíamos entender isto um pouquinho como alerta também, não?
– Talvez.
Quando o pai retornou naquela noite, havia uma outra placa ao lado da primeira. Quatro
figuras estilizadas proclamavam Pai, nós te amamos também!—e debaixo estava a
assinatura dos quatro filhos do casal.
Um ano depois, aquelas declarações ainda permanecem no mesmo local—assimiladas
inconscientemente por todos que por ali passam diariamente—símbolo da família ideal,
do relacionamento pacífico almejado tanto pelos pais quanto por seus filhos.
Um pouco adiante, na parede, há uma foto desta família—dois filhos adultos, dois
adolescentes, pai e mãe. As roupas alinhadas e combinadas, a perspectiva simétrica e
os sorrisos descontraídos transmitem harmonia e alegria. Parece uma família ajustada
e unida. E realmente, há momentos em que os de fora olham para eles com certa inveja
e perguntam como foi que eles “conseguiram”. – De joelhos, um dia de cada vez,
responde a mãe.
Isabel lembra as lágrimas derramadas, as noites mal dormidas… Recorda
desentendimentos, angústias, brigas, acusações, mágoas e as conseqüências de atitudes
pecaminosas, algumas duradouras. Mas se regozija porque, aos poucos, eles
descobriram e assimilaram princípios bíblicos que facilitaram o relacionamento e
fizeram com que houvesse—não a perfeição, mas sim—a possibilidade de conciliação,
harmonia e satisfação.
Em alguns países, é muito natural os pais cristãos incentivarem seus filhos a criar
asas e iniciar vida independente quando chegam ao término da adolescência.
Consideram cumprida a sua missão na criação e reassumem a vida a dois com
liberdade para gastar seu dinheiro e servir em outras áreas. No Brasil, entretanto,
esta não é uma prática freqüente. Encontramos muitos lares em que pais e filhos
adultos permanecem juntos por tempo indefinido. Nem sempre o convívio é fácil
ou pacífico. Em tantos lares, até dentro da igreja, pais e jovens se sentem como
verdadeiros reféns de situações que fugiram do seu controle há muito tempo.
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Em alguns casos, a convivência é opção de ambas as partes. Em outros, os pais não


permitem que partam. Na maioria das vezes, são os filhos que se acomodam na
casa dos pais. Existem filhos que nunca saíram e aqueles que voltaram ao lar
paterno depois de servirem no exército, de estudarem fora ou de tentarem a vida a
sós por um período. Às vezes, chegam depois de um relacionamento fracassado,
com ou sem filhos a tiracolo.

Em cada circunstância, ocorrem problemas bem diferentes. Fora disso, alguns


absorvem, muitas vezes sem querer, os valores do mundo pós-moderno que exalta
os direitos individuais às custas das responsabilidades e questiona as normas e os
limites tradicionais ou bíblicos. Isso sem falar dos efeitos, nos hábitos familiares, da
informática, do culto ao lazer, da globalização e da mídia de comunicação. Num
mundo que corre a mil por hora e em que todos são bombardeados com
informações desencontradas de toda a parte, muitos acabam confusos e
desorientados.

Uma Família Feliz, Sonhos ou Realidade?

Quais as normas que devem ser seguidas quando jovens continuam no lar paterno
depois de se tornarem adultos? Afinal, não há na Bíblia qualquer orientação
dirigida especificamente a esta situação. Será possível alguém olhar para a nossa
família e enxergar nela pelo menos um vislumbre da felicidade, intimidade,
fraternidade e união familiar que a Bíblia tanto nos incentiva a imitar? (Sl 133.1; I
Co 1.3,10; Hb 13.1) Sim, é possível aproximar-se deste ideal. Há esperança! Existem
sábios princípios, que são bíblicos, que se aplicam e que, se forem seguidos,
possibilitarão amenizar e evitar muitos dos problemas que têm surgido entre filhos
adultos e seus pais e irmãos quando convivem sob o mesmo teto.

Quem é que Manda?

A primeira coisa que devemos estabelecer, antes de mais nada, é que a casa é dos
pais e que quem deve mandar nela são eles. Foram eles que investiram suas
energias, seus recursos e seu tempo no intuito de construir um abrigo confortável e
sossegado para se refugiar das agruras do mundo externo. Nenhum filho tem o
direito de diminuir ou tirar o bem-estar, tranqüilidade ou alegria paterna ou
materna neste local criado por eles.

O lar, portanto, não é uma democracia onde pais e seus filhos crescidos devem ter
voz igual, como alguns sugerem. Quando Paulo instrui Timóteo sobre quais os
homens aptos a liderar a igreja (a “família de Deus”), ele diz que eles têm que ser
pessoas conhecidas por governar bem a sua própria casa e pergunta: Se alguém não
sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus? Ef 2.19; I Tm 3.4,5,12.

O governar a que Paulo se refere significa administrar, estabelecer regras e limites,


exercer autoridade, reger…E já que o homem e a sua esposa são um e ela é a sua
ajudadora—este controle é compartilhado pela mãe da família e os dois devem ser
“honrados” pelos filhos—que é o primeiro mandamento com promessa. Gn 2.20,24; Êx
20.12; Ef 6.2,3.

Tipologia Bíblica 238


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Os Jovens devem “agir” como “Adultos”

Quando chegam à idade em que tenham identidade independente — tendo


autonomia legal, podendo votar, trabalhar e dirigir — os jovens se consideram
adultos. Mas é difícil, muitas vezes, eles enxergarem as responsabilidades que se
escondem por trás dos privilégios. Paulo descreve o seu próprio crescimento,
dizendo que falava, sentia e pensava como menino quando era menino. Entretanto,
quando ele se tornou homem, ele desistiu das coisas próprias de meninos. I Co
13.11. Isto significa mudanças radicais no comportamento, dentro do lar também, e
tudo no contexto do amor — afinal, I Coríntios 13 é o capítulo do amor. A lista de
exortações aqui (e em muitos outros lugares), sobre a maneira de ser e o trato com
outras pessoas, se aplica a jovens igualmente e eles tem de lembrar que terão que
dar contas de si mesmo a Deus. Rm 14.12.

Em qualquer convívio, tem que haver respeito e cortesia. Pessoas civilizadas se


saúdam, se despedem, comunicam seus planos e as mudanças nestes, como
também possíveis atrasos, com as pessoas com quem interagem, especialmente se
existem vínculos familiares e o andamento da vida destas pode ser afetado. Isto
vale para os jovens e também para seus pais, para que não haja ocasião para
surpresas ou preocupações desnecessárias ou ocorram desencontros desagradáveis.

Os Jovens devem ser “tratados” como “Adulto”

Vimos que os pais são responsáveis, diante de Deus, pelo andamento e o


testemunho da casa — tanto pelas atividades que permitem e promovem quanto
pelas que proíbem lá — tudo conforme princípios claramente expressos na Bíblia.

Mas isto não significa, de jeito nenhum, que os pais têm mandato divino para
manter controle sobre todos os aspectos da vida dos filhos adultos enquanto eles
moram na mesma casa. O alvo paterno deve ser de progredir da fase de
regulamentação geral (criança pequena) para o estágio de liberdade condicional
(adolescência) até a etapa de independência total de decisão e ação (adulto). Não
pretendemos advogar aqui a tendência dos pais de outros países de desalojar os
filhos. Mas eles devem procurar se relacionar com seus filhos, desde a sua
adolescência, com o amadurecimento e eventual emancipação em mente,
preparando-os de tal modo que a sua partida para o mundo fora do lar nem seja
excessivamente traumática nem por demais libertadora.

É preciso deixar os filhos adultos tomarem suas próprias decisões e deixá-los


arcarem com as conseqüências ou resultados. À primeira vista, isto pode parecer
contraditório ao princípio de que os pais devem mandar no seu lar. Mas não é,
especialmente quando se trata do filho ou da filha que já se sustenta. O processo de
criação terminou. A fase de disciplinar acabou. Fica muito feio um filho crescido
ser dominado por seus pais. Ele não poderá agir como adulto, e muito menos se
tornar um líder, se for sempre tratado como criança.

Tipologia Bíblica 239


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Pais, é bom reavaliar a situação nos nossos lares à luz de Efésios 6.4, Pais, não
provoqueis vossos filhos à ira. Como nosso filho (ou nossa filha) descreveria o seu
relacionamento conosco? Sente-se sufocado? Manipulado? Fiscalizado? Vigiado?
Controlado?

Por demais protegido? Respeitamos o seu gosto e a sua individualidade ou ficamos


insistindo que bons filhos devem ser clones dos seus pais? Damos palpites em
tudo, ainda quando eles não pedem? Ficamos ressentidos e transmitimos as nossas
mágoas toda vez que ele ou ela toma uma decisão ou faz algo com que
discordamos? Conseguimos engolir as palavras “Eu não lhe disse…?” ou “Se tivesse
me perguntado…” Ficamos plantados, emburrados, na sala até que todos cheguem
em casa, não importa a hora? Estamos afirmando, encorajando e elogiando mais de
que censurando, admoestando e criticando?…
Parceria Responsável ou Pensão com Cama, Comida e Roupa Lavada?

Dona Valdete hesitou e depois entrou, decidida, no quarto do neto. Alisou a cabeça dele.
Era tão bonito, parecia um anjo dormindo. Mas era um anjo muito descuidado e precisava de
uma bronca.
–Acorde, Thiago.
–Que é, Vó?
–Acorde e olhe para mim! Thiago se virou e dobrou o travesseiro debaixo da cabeça.
–Que foi? Aconteceu alguma coisa?
–Ainda não, mas vai acontecer se você não parar de ser preguiçoso.
–Que história, Vó! Eu trabalho todo dia.
–É, e sua mãe não?! Ela acaba de me dizer a lista de coisas que tem que ser feitas hoje.
Olhe, sua mãe está com apenas dois meses de operada. Seu pai teve que ir ao trabalho.
–Ela não me falou nada. Como eu vou saber?
–E você perguntou, por acaso? Eu mesma ouvi você avisando ontem que ia aproveitar o
sábado para colocar o sono em dia. Você acha que seus pais vão lhe pedir alguma coisa
depois de uma declaração daquelas? Onde já se viu? Um marmanjo deste tamanho na cama
enquanto a mãe coloca o lixo na rua. Se fosse apenas um volume, ainda vai lá, mas são quinze
sacos bem pesados porque ontem o jardineiro teve aí. Eu a proibi terminantemente! Depois
ela está querendo levar o carro para o mecânico e para o borracheiro. Agora me diga, com
quem foi que o pisca-pisca quebrou? E com quem o pneu furou?
–Comigo, Vó.
–Então! E pode desmanchar essa cara de espantado! Estou achando que Deus me mandou
para cá para dar uma basta nessa exploração! Tem quatro de vocês e ninguém faz nada para
ajudar nesta casa nos sábados. Fica todo mundo na cama até meio-dia e depois cada um tem
seus programas. Se vocês dividissem as tarefas, seus pais poderiam dormir umas horas a
mais também. Bem que eles precisam. E aí, vai sair desta cama, ou não?!
Quando o pai (Neto) chegou algumas horas mais tarde, ficou espantado. Thiago havia saído
para cuidar do carro (com ordens para comprar ração e passar na farmácia e na locadora).
Seu caçula estava dando banho na cachorra enquanto a avó estava preparando o material
para ensinar-lhe como lavar três pares de tênis. O outro filho estava cortando a grama do
quintal. Na cozinha, a filha estava assando o bolo que ela havia prometido para a reunião da
mocidade daquela noite e já sabia que quem iria passar sua blusa a ferro seria ela mesma.

Tipologia Bíblica 240


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Sr. Neto chamou a esposa de lado e perguntou a ela que “milagre” era aquele.
–Olhe, sua mãe resolveu que nossos filhos são um bando de preguiçosos e acordou a
cambada toda. Mas eu também já recebi uma bronca bem grande. Duvido que você escape!
Mais tarde, Vovó Valdete reuniu a família.
—Como vocês notaram hoje de manhã, apesar de achar vocês a família mais linda do mundo,
estou preocupada com algumas coisas que tenho observado nas três semanas que passei
aqui. Já conversei com seus pais e agora vou falar com vocês novamente. E aí ela continuou
falando, com a Bíblia na mão….

Pais sacrificados, Filhos acomodados

Uma das queixas mais freqüentes dos pais é que os jovens vivem como se a casa
em que moram fosse uma espécie de hotel onde necessidades e caprichos de filhos-
hóspedes têm que ser satisfeitos exatamente por pais-empregados. Para eles, amor
de pai e mãe implica em sacrifício e canseira. Amor de filho, entretanto, tem pouco
a ver com este conceito. Basta dizer “eu te amo” de vez em quando, comprar uns
presentinhos no dia deles e no Natal e pronto.

Vemos que a culpa pelos desentendimentos nesta área é de ambas as partes. É dos
pais que não exigem participação nos gastos e desgastes físicos que a manutenção e
conservação do lar requerem. É dos filhos que não percebem que, por serem
adultos, já podem e devem começar a aliviar os pais das suas tarefas e despesas
com o andamento domiciliar. Paulo ensinou a Timóteo que os filhos e netos devem
aprender a exercer piedade para com a sua própria casa, e a recompensar os seus
progenitores; pois isto é aceitável diante de Deus. I Tm 5.4. Em outra epístola, Paulo
falou da importância de evitar comer pão, de graça, à custa de outros, mas de trabalhar,
em labor e fadiga, de noite e de dia, a fim de não ser pesado a ninguém. Ele continua
afirmando, Se alguém não quer trabalhar, também não coma. II Ts 3.8,10.

No lar ideal, os pais criam os filhos e, em seguida, lutam ao lado deles por um
tempo enquanto se estabilizam na sua emancipação. Depois, tanto os filhos como
os pais devem ser livres. A mãe também tem direito a este estágio de liberdade,
retomando ou desenvolvendo novos talentos e atividades na sua comunidade. As
suas obrigações e tarefas com os cuidados dos seus filhos terminam quando esses
se tornam adultos exceto, quando de comum acordo, pais e filhos decidem
continuar com a convivência ou dependência financeira.

Pode ser no intuito de ajudar o filho ou a filha a se preparar melhor para uma
próxima fase nas suas vidas. Este apoio é voluntário e temporário e pode ser
retirado ou diminuído se os pais notarem que seus filhos estão lhes explorando ou
tirando proveito indevido do sacrifício paterno.

Chega o momento em que os pais vêem que seus mimos estão atrasando o
amadurecimento dos filhos. Agora, quem deve se sacrificar mais, fora e também
dentro do lar (o labor e fadiga, noite e dia acima) é o jovem. Um filho crente se esforça
não apenas para não ser um peso, mas também para aliviar a carga dos pais,
começando a recompensá-los, assumindo tarefas domésticas, compras, consertos…
O seu amor se concretiza—passa de meras palavras para ações visíveis.
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VII. Obrigações do Homem como “Profissional”

É certo que hoje vivemos uma época em que as mulheres trabalham fora e
ajudam nas despesas de casa, porém há muitos maridos que se aproveitam
dessa participação e transferem suas responsabilidades de provedor do lar
colocando uma grande sobrecarga na esposa causando cansaço, desilusão, e
até desinteresse dela pelo seu companheiro. Um homem de Deus, no
exercício da Mordomia da Família procura por todas as formas dar o
melhor possível à sua mulher e filhos, suprindo suas necessidades
materiais.

É fundamental o homem estabelecer as prioridades corretas,


para evitar trazer prejuízos irreversíveis. Definitivamente
estamos vivendo dias muito difíceis com relação ao nosso
ambiente de trabalho. Embora o discurso vigente seja a
favor das pessoas (funcionários), a prática (infelizmente)
tem demonstrado o contrário: a cada dia que passa está mais difícil
trabalhar, a pressão vai aumentada! Pressão por novos cortes de custos,
pressão por maiores resultados, pressão para adquirir novos
conhecimentos. Resumindo: pressão, pressão e mais pressão. Algumas
empresas resolveram sugar os seus funcionários. Doze, treze, quatorze
horas de trabalho diário, sábados, domingos. Dedicação quase exclusiva
aos interesses da empresa. Conheço um determinado banco que nos seus
treinamentos para gerente tem a prática de fazer a seguinte questão
para os participantes: Para você, quem vem em primeiro lugar, o banco ou
a sua família? As prioridades do marido cristão:

1. Ser presente no lar


2. Filhos antes dos amigos
3. Amar pessoas antes de coisas
4. Esposa antes de si mesmo
5. O lar antes da profissão
6. Coisas espirituais antes de coisas materiais
7. A esposa antes dos filhos
8. A esposa antes da mãe. Gn 2.24
9. Família antes da igreja.

VIII. Que Tipo de Esposo, Você é?

1. Silencioso: governa sem que haja qualquer tipo de comunicação; silêncio total.
2. Hipócrita: fala bem da mulher só na frente dos outros, em casa a maltrata.
3. Desequilibrado: ora negligente, ora ditador (vive nos extremos).
4. Bomba Relógio: a família nunca sabe quando vai explodir.
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5. Indeciso: não toma decisão, se a esposa toma se aborrece.


6. Crítico: só acha motivo para criticar; elogiar nunca.
7. Negligente: é gastador, não leva a família a sério.
8. Teimoso: é perfeito, nunca admite quando erra.
9. Insensível: indiferente, mau, torturador.
10. Ditador: cruel, tirano, é quem manda.
11. Ciumento: desconfiado, inseguro.
12. Esposo trabalhador?
13. Esposo inconstante?
14. Esposo preguiçoso?
15. Esposo cavalheiro?
16. Esposo provedor?
17. Esposo prudente?
18. Esposo amoroso?
19. Esposo indeciso?
20. Esposo protetor?
21. Esposo piedoso?
22. Esposo ausente?
23. Esposo egoísta?
24. Esposo crítico?
25. Esposo gentil?
26. Esposo ideal?
27. Esposo fiel?

IX. O que toda Esposa espera de seu Esposo?

Desde que Eva foi criada, muita coisa tem mudado na vida das mulheres, mas as coisas
mais importantes, aquelas que nos trazem felicidade e realização, permanecem
inalteradas por fazerem parte da essência da nossa feminilidade. Se todas as esposas
virem em seus maridos amor, atenção, bondade, fidelidade, proteção, cobertura
espiritual, valorização, intimidade sexual. Essa casa estará edificada sobre a Rocha. Os
rios vão subir, os ventos vão soprar, mas a casa não vai cair, pois ela está edificada
sobre a Rocha. O que toda Esposa espera de seu Esposo?

1. Convivência: O marido deve procurar passar tempo com a esposa, para aprender a
conhecê-la como a pessoa especial que é. Conhecer profundamente todas as
sutilezas e nuances de temperamento, para poder fazer uso desse conhecimento em
benefício da própria esposa. Através da convivência, o esposo poderá descobrir
quais são as necessidades básicas de sua esposa e satisfazê-las dentro do possível.

2. Exemplo: Uma liderança eficaz requer que o líder dê o exemplo, não exigindo dos
seus nada que ele mesmo não esteja disposto a fazer. O marido que já tiver
demonstrado amar a esposa, sabe que poderá contar com ela para fazer por ele o
que tenha feito por ela. Se ele a servir, será servido; se ele a amar, será amado; se
ele coloca os interesses dela antes dos seus, verá que ela fará o mesmo por ele.

Tipologia Bíblica 243


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3. Comunicação: O marido deve separar tempo para comunicar-se com a esposa,


para expor a ela as coisas íntimas que vão em seu coração, seus sonhos, seus
anseios para si mesmo e para a família. Para tanto, é preciso que tenha metas, saiba
o que quer para os seus, compartilhe tudo isso com a esposa, para que esta possa
ajudá-lo a definir e a levar a cabo a sua parte neste ideal. Lembre-se de que a
comunicação é uma via de mão dupla.

4. Divisão de Responsabilidades: O marido atencioso é aquele que procura dar a


oportunidade a esposa para que ela se desenvolva como pessoa, para benefício dela
e seu próprio, pois feliz será o marido de uma esposa realizada e capaz. A boa
liderança consiste exatamente no reconhecimento da potencialidade de cada um
dos liderados, na utilização máxima desse potencial. Com isto, todos se beneficiam,
e o lar é enriquecido.

5. Transmita Segurança e Amor: A segurança é algo extremamente essencial na vida


de uma esposa, para que ela possa ser feliz e tenha condições de transmitir
felicidade aos seus. Portanto, ela precisa sentir que tem um esposo comprometido
com o casamento, com os filhos, com a família, enfim, esposo comprometido com o
ninho. A esposa precisa sentir que tem ao seu lado um esposo que a ame e que
transmita amor. Passos práticos que o ajudarão a demonstrar amor:

Expresse constantemente e audivelmente o amor que sente por ela: Muitas vezes o
marido acha difícil entender a necessidade que a esposa tem de ouvi-lo confirmar
com palavras o sentimento que tem no coração. Expresse, através de ações, o
cuidado que merecem as necessidades dela: Uma massagem no pescoço cansado e
dolorido, uma mãozinha inesperada com alguma tarefa dela, podem falar mais alto
que mil palavras. Mas não se esqueça que as palavras dão aquele toque especial e
indispensável.

Procure demonstrar de maneira prática que ela é o ser humano que ocupa o primeiro
lugar em sua vida: Mostre-lhe que suas opiniões são respeitadas, mesmo quando não
forem aceitas. Nos conflitos, ela deverá poder contar com seu apoio, pois você
deixou até pai e mãe para unir-se a ela. Trate-a com cortesia e com ternura: Ela será
o reflexo do modo como a tratar. Se quiser ter uma rainha por esposa, terá que
tratá-la como tal. Expresse freqüente e generosamente sua apreciação e admiração:
São tantas as coisas que ela faz por você e por sua família, que esta dedicação não
pode ser passada em branco. Se realmente ela representa algo em sua vida, então,
expresse. Jamais use comparações para tentar mudá-la: Especialmente no caso de
compará-la a outras mulheres, isso pode produzir uma terrível mágoa e
sentimentos de falta de valor próprio. Lembre-se de que sua esposa é uma pessoa
especial e diferente das outras pessoas e mulheres. Ela será uma pessoa muito
melhor se, ao invés de criticar seus pontos fracos, você encorajá-la a desenvolver
suas qualidades.

Não a critique na frente de outras pessoas: Se houver algo que ela precisa corrigir,
espere pelo momento certo, quando vocês estiverem a sós, e então, diga-lhe o que
tens para dizer, mas com brandura e amor.

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Capítulo VII

Direitos e Obrigações dos Filhos segundo a Bíblia

Formar filhos saudáveis e felizes é o maior empreendimento e a tarefa mais trabalhosa a


exercer como seres humanos. Filhos trazem alegria e realização, mas necessitam de
disciplina e dedicação, cobram atenção e carinho, e merecem respeito e amor. Criar filhos
é, portanto, uma arte que envolve o repensar sobre si mesmo, a projeção de nossos desejos
e perspectivas futuras, a utilização de ferramentas cognitivas acertadas, e a parceria com
Deus visando sabedoria e frutos.

De acordo com o art. 1566 do Código Civil, são deveres de ambos os cônjuges, entre outros,
mútua assistência, sustento, guarda e educação dos filhos. O art. 1568 determina que os
cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do
trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime
patrimonial.

I. Direitos e Obrigações dos Filhos

1. Direitos dos Filhos

1.2. Ser amado, Tt 2.4


1.3. Ser conduzido a Cristo, Mt 19.13-14
1.4. Ser corrigido corretamente, Prov 13.24
1.5. Não ser provocado pelos pais, Ef 6.4 Parte a
1.6. Ser criado na doutrina bíblica, Ef 6.4 Parte b
1.7. Ser abençoado pelos pais, Gn 48.15, 49.1-33, Hb 11.20-21

2. Obrigações dos Filhos

2.1. Honrar os pais, Êxodo 20.12


2.2. Submissão e respeito, I Rs 2.19
2.3. Ouvir as instruções, Dt 4.9, 11.19 e 6.7
2.4. Não maldizer sua mãe ou seu pai, Mc 7.10
2.5. Obedecer aos pais, Ef 6.1, em tudo, Cl 3.20
2.6. Ser uma benção, Pv 10.1, Gn 33.5, 48.9 e Pv 17.6

3. Dez Tipos de Filhos

3.1. Filho ideal.


3.2. Filho mimado, I Rs 1.6
3.3. Filho carnal, I Sm 8.1-5
3.4. Filho pródigo, Lc 15.11-32
3.5. Filho insensato, Oséias 13.13
3.6. Filho sábio, Pv 10.1, 13.1, 15.20
3.7. Filho problemático, II Sm caps. 15 ao 18
3.8. Filho cobrador, (tudo o que sabe é cobrar...cobrar)
3.9. Filho crítico, (sabe tudo, os pais são ultrapassados)
3.10. Filho ingrato, (nunca reconhecem o que os pais fazem)

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4. Relacionamento na Vida Familiar

4.1. Dar e cobrar na medida certa.


4.2. Orem por seus filhos e com eles.
4.3. Ensinar o valor da oração aos filhos.
4.4. Não provocar a ira aos filhos. Ef 6.4.
4.5. Ser afetivo com os filhos. I Pe 3.8;4.8.
4.6. Realizar o culto doméstico. Gn 12.5-7.
4.7. Preparar os filhos para a vida. Lc 2.52.
4.8. Ensinar o valor da Igreja. Hb 12.23; Ap 21.9.
4.9. Cuidar dos filhos, dando tempo para eles. I Tm 5.8.
4.10. Ensinar a Palavra de Deus aos filhos no lar. Dt 11.18-21.
4.11. Procurar entender as falhas de seus filhos; quem não falha?.
4.12. Diga que os amam: Eu amo você. São palavras que produzem efeito.
4.13. Evitar gritar com seus filhos. Isso pode ser um mau exemplo para eles.
4.14. Peça perdão aos seus filhos, quando verificaram que erraram com eles.
4.15. Aceitar seus filhos como eles são, com alegria, vendo-os como bênçãos.
4.16. Dar liberdade aos filhos com limites de acordo com a idade de cada um.
4.17. Demonstrar amor, sem mimá-los muito, para que não fiquem inseguros.
4.18. Cultivar o respeito aos filhos: falar a verdade; cumprir as promessas; etc.
4.19. Dedicar tempo para seus filhos. Tempo para conversar, ouvi-los, passear.
4.20. Procurar ser amigos íntimos de seus filhos, tornando-se seus confidentes.
4.21. Procurar entender seus filhos, entender as razões de suas ações e reações.

5. Lista de atitudes que afastam os filhos dos pais

5.1. Ausência do pai


5.2. Criticas constantes
5.3. Estar ocupado demais, quando eles o procuram
5.3. Fazer promessas que não podem cumprir
5.4. Trair confidências
5.5. Sarcasmo e Zombarias

6. Advertência

6.1. O primeiro pastor de uma criança, é o pai cristão


6.2. O primeiro templo de uma criança, são os braços de sua mãe
6.3. O primeiro altar, os joelhos da mãe
6.4. A cartilha da criança é o exemplo dos pais
6.5. Quando a criança chegar na encruzilhada da vida, é bom que o pai
esteja ali dirigindo o trânsito.

7. Disciplina

7.1. Pais permissivos demais


7.2. Pais rígidos demais
7.3. Pais equilibrados
7.4. Que tipo de pai você é?

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Em algum lugar do caminho Eli, Samuel e Davi esqueceram da importância da disciplina


no lar. Eles foram totalmente dedicados à causa do Senhor, mas falharam como pais.
Eli pode gemer um "não" aos seus rapazes e não fazer nada sobre seus crimes vis. Você
supõe que ele fez o mesmo quando eles tinham dois anos de idade? Samuel pode ter
feito tudo para educar filhos devotos, mas então, de novo, ele pode não ter tido tempo
para brincar de pega-pega com eles por causa da sua carga de trabalho. Davi soube o
que fazer com outros que pecaram (o amalequita relatando a morte de Saul; os
assassinos de Isbosete) mas revelou uma estranha paralisia quando se tratou de
membros da família que pecaram (Joabe e o assassinato de Abner; Amom estuprando
Tamar; o assassinato de Amom por Absalão e sua traição). "Ser pais não é para os
covardes" (James Dobson), e os pais que se recusam a usar a vara da correção não são
dignos de serem chamados "pais".

Os pais que decidirem utilizar a forma


bíblica para disciplinar seus filhos
devem conhecer os argumentos e os
contra-argumentos desse polêmico
tema. Disciplina de filhos,
principalmente a forma como ministrá-
la, é uma das áreas mais polêmica dos
meus seminários. Existe, atualmente
em nossa sociedade, uma forte corrente
que pretende banir o uso da vara do
relacionamento pais & filhos. Não tenho dúvidas de que grande parte desse
sentimento parta de uma sincera preocupação com o bem-estar da criança. Sei que
há pais que não disciplinam, mas espancam seus filhos. O abuso infantil sempre foi
e continua sendo uma triste realidade. Seguindo esse raciocínio há vários
argumentos utilizados contra o uso da vara.

Disciplina segundo a Bíblia: Os pais têm o dever de passar aos


filhos a noção das fronteiras a serem respeitadas. Nas últimas
décadas, proliferaram teorias de orientação para pais.
Tivemos um período da nossa história marcado por uma
educação autoritária e rígida. Na segunda metade do século
passado, acompanhamos outro período extremamente liberal,
influenciado pelo movimento hippie. Atualmente, vivemos
uma era onde muitos pais encontram-se confusos e perdidos.
Psicólogos e educadores têm se empenhado em oferecer
ajuda às famílias, que, embora preocupadas em educar da melhor forma possível,
sentem-se inseguras em qual caminho seguir. Creio que a grande dificuldade esteja
no posicionamento dos pais quanto à colocação de limites. E o problema agrava-se
atualmente porque os pais, já inseguros, temem deixar de ser amados por seus
filhos.

Este fato os torna vulneráveis e frágeis para a tarefa de educar, e eles não impõem
as regras necessárias para que os filhos desenvolvam-se com maturidade. Se a
criança disser “não gosto de você”, eles levam tão a sério que se mostram
totalmente ameaçados na relação.
Tipologia Bíblica 247
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Outros problemas surgem porque muitos pais se sentem culpados por estar
ausentes a maior parte do dia e, assim, assumem posturas permissivas. Têm
dificuldade de frustrá-los com repreensões, imposições ou castigo físico. Temem
ser considerados “chatos”, e não repreendem suficientemente os filhos. O pior desta
dinâmica é que a criança percebe tal fragilidade e abusa, tornando-se cada vez mais
exigente. Muitas vezes, exige novamente uma exceção ou concessão que lhe foi
dada em determinado dia, e enfrenta os pais com arrogância: “Mas você deixou
naquele dia. Por que não vai deixar hoje? Eu quero!”. A birra das crianças é um
exemplo clássico de disputa de poder em relação aos pais.

A criança grita e tenta obter o que deseja envergonhando os pais em público. Se


conseguir, fica satisfeita, mas entende que tem pais que se submetem. Esta birra
também pode ser entendida como um grito: “Preciso de pais fortes; preciso de
limites, com urgência!”. Pais que tiveram uma educação rígida buscam oferecer
uma educação oposta, baseada na democracia. Mas os filhos acabam ditando as
regras, e então não aprendem a obedecer. Há quem se orgulhe de ser confrontado
pelo filho, dizendo que isto é um sinal da força da personalidade da criança.

Nesta falsa democracia, a família torna-se uma anarquia: sofás arrebentados de


tanto as crianças pularem, gritos ao invés de conversas, ferramentas do pai
espalhadas pela casa quando querem consertar sua bicicleta, objetos quebrados por
jogarem bola na sala etc. “Ah, mas as crianças estão felizes”, diriam os mais liberais.
Pais excessivamente democráticos criam filhos tiranos. Filhos precisam de firmeza.
A felicidade não está na anarquia, mas na liberdade com responsabilidade, que se
consegue mantendo o respeito próprio e ao outro.

Fronteira: Adolescentes também testam os limites para sentir os quantos são


importantes e o quanto os pais se interessam por eles. Reclamam das regras
impostas, mas gostam que alguém se importe com eles. Garantido o afeto entre
pais e filhos, é importante que os limites sejam negociados e que ambos
estabeleçam uma relação de mútua confiança. Reconsiderar uma regra não é sinal
de fraqueza dos pais, mas sinal de ponderação e liberdade de comunicação. Os pais
precisam aprender a suportar a cara feia do filho sem temer que o amor da relação
fique abalado. Carrasco é o pai que não ajuda o filho a formar sua identidade; que
deixa a porteira aberta e o joga no mundo, sem repará-lo. Pais carrascos são aqueles
que não oferecem limites, cuidados e afetos aos filhos. Vamos imaginar potrinhos
soltos dentro de um espaço delimitado por uma cerca. Esta cerca é a fronteira ou
limite entre o seu mundo particular e o mundo externo. Esta fronteira é a garantia
de que nenhum lobo virá comê-los, ou que não se perderão por onde ainda não
sabem caminhar.

A fronteira (limite) oferece proteção: No campo psicológico, a fronteira é a


delimitação entre o espaço eu e o não eu, isto é, o que é meu e o que é do outro.
Esta delimitação é o que dá a noção de quem sou, qual espaço ocupo e quem é
esta outra pessoa diferente de mim. Assim sendo, a disciplina e a imposição de
limites correspondem à formação desta fronteira de contato que aponta o que o
filho pode fazer e o que não pode.

Tipologia Bíblica 248


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É, ao mesmo tempo, o que lhe garante proteção e a confiança de que está sendo
cuidado por alguém que sabe o que é melhor para ele. Portanto, o limite tem
duas funções: a educativa, que dá a noção de respeito ao outro, e a função
psicológica, de segurança, proteção e a noção de quem eu sou. Quando a atmosfera
de confiança é mantida e reconhecida e há afeto na relação, a comunicação eficaz
acontece. A educação que Deus nos dá é assim! Temos liberdade para agir e ser
aquilo que escolhemos, considerando o outro ao nosso redor e ainda
amadurecendo na plena vontade do nosso Pai. Qual é a vontade do Pai? Filhos
maduros, carinhosos, íntegros, responsáveis e, principalmente, que reconheçam o
investimento e o afeto que o Pai nos dedicou, Deuteronômio 6.7.

Filhos precisam de firmeza: A felicidade não está na anarquia, mas na liberdade


com responsabilidade, que se consegue mantendo o respeito próprio e ao outro.
Carrasco é o pai que não mostra como o filho tem que se comportar diante dos seus
familiares, amigos e estranhos. Carrasco é aquele que não ensina o filho a se manter
dentro da sua fronteira. Carrasco é o pai que não ajuda o filho a formar sua
identidade; que deixa a porteira aberta, sem orientá-lo, e o joga no mundo, sem
prepará-lo. Carrasco é aquele que abandona o filho aos lobos, sem instruí-lo.
Conceitos com relação à disciplina:
a. Com Conselho, Pv 19.25 (para moldar, fortalecer e aperfeiçoar)
b. Com Vara, (surra), Pv 22.15; 13.24 (mas não agredir ou não espancar)
c. Com Castigo, Pv 19.18; 29.17 (quando ficar caracterizado a falta intencional)
d. A disciplina deve aplicada para corrigir maus hábitos. Pv 15.5
e. A disciplina deve aplicada para formar bons hábitos. Pv 15.10
f. A disciplina deve aplicada para estabelecer a pratica da obediência
g. A disciplina deve aplicada para desenvolver o senso e o respeito da autoridade.
8. Como ter um Filho delinqüente
A Delegacia de Houston, Estado do Texas, nos Estados Unidos, elaborou as seguintes
regras para formar um filho delinqüente. São um alerta aos pais.
1. Desde pequeno, dê tudo o que o filho pedir. Desta forma, ele crescerá pensando
que sempre terá tudo o que quiser. (O certo é não dá tudo o que o filho pedir).
2. Quando ele disser palavras imorais, ria com ele. Isto fará pensar que é
engraçadinho e o encorajará a aprender frases mais "engraçadinhas" ainda, que,
mais tarde, vão lhe deixar completamente sem jeito. (O certo é repreender o filho
quando disser palavras torpes e imorais, e não achar engraçado).
3. Nunca lhe dê treinamento espiritual algum. Espere até que ele complete 21 anos,
e deixe-o decidir por si mesmo; (O certo é dar o ensino espiritual desde cedo, como
manda a Bíblia).
4. Evite o uso da palavra "errado". Pode desenvolver nele um complexo de culpa.
Isto condicionará seu filho a acreditar, mais tarde, quando for preso por roubar um
carro, que a sociedade está contra ele e que está sendo perseguido; (O certo: se
precisar, deve-se mostrar o erro ao filho).

Tipologia Bíblica 249


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5. Apanhe tudo o que seu filho deixar espalhado: livros, sapatos e roupas. Faça
tudo por ele e, assim, ele se acostumará a jogar todas as responsabilidades em cima
dos outros. (O certo: não fazer tudo pelo filho; ensiná-lo a ter responsabilidade,
cuidando de suas coisas, desde criança).
6. Deixe-o ler tudo que lhe caia nas mãos. Cuide sempre que as vasilhas, pratos,
talheres e copos sejam esterilizados, mas deixe que sua mente se alimente de lixo;
(O certo: examinar o que o filho ler, não permitindo literatura imoral no lar).

7. Brigue com sua esposa (ou com seu marido) frequentemente na presença dos
filhos; deste modo, eles não ficarão chocados mais tarde, quando o lar se desfizer;
(O certo: jamais brigar com a esposa, muito menos em frente dos filhos).

8. Dê-lhe todo o dinheiro quiser. Não permita que ele trabalhe para ganhar
dinheiro. Porque ele teria que adquirir as coisas com as mesmas dificuldades que
você? (O certo: se puder, dar a mesada aos filhos, orientando-lhes para o valor do
dinheiro, sem gastar além do que recebe).
9. Satisfaça qualquer desejo de comida, bebida e conforto que ele queira. Veja que
todos os seus desejos sensuais sejam gratificados. A inibição de desejo pode dar
origem a uma perniciosa frustração; (O certo: só satisfazer aquilo que é lícito e
conveniente para os filhos).
10. Tome partido dele contra vizinhos, professores e policiais. Todos eles estão de
prevenção contra seu filho. (O certo: se ele errar, nunca ficar de seu lado; ajudá-lo a
corrigir as falhas, com amor e compreensão).
11. E, quando ele estiver seriamente envolvido em dificuldades, desculpe-se a si
mesmo, dizendo: "Nunca consegui fazer nada com ele"; (Procurar ajudar nas
dificuldades, visando a correção e resolução dos problemas).
12. Prepara-se para uma vida de tristezas e sofrimentos. Você está fazendo tudo
para tê-la. (O certo: usando a Palavra de Deus, preparar a família para uma vida de
amor, obediência e dedicação a Deus).
Pontos Positivos

■ Não dê à criança tudo quanto ela queira.


■ Aponte os erros que seu filho comete.
■ Nos momentos de perplexidade, esclareça sua dúvida.
■ Ensine e ajude seu filho a escolher entre o certo e o errado, entre o bem e o mal.
■ Ajude-o a seguir o caminho do bem abraçando sempre a verdade.
■ Dê a seu filho uma educação espiritual.
■ Quando seu filho deixar tudo espalhado pelo chão roupas, faça-o apanhá-los.
■ Com gritos nunca se educa uma criança. Educa-se com energia, amor e bondade.
■ Não brigue nem discuta na presença do filho.
■ Quem não se contenta com pouco, nem o muito o satisfará jamais.
■ O filho deve aprender quanto custa ganhar dinheiro.
■ Não satisfaça todos os desejos e caprichos do seu filho.
■ Ninguém é perfeito; seu filho também está dentro desta regra.
■ Seja justo e dê razão a quem tem de fato.

Tipologia Bíblica 250


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Capítulo VIII

Violência Domestica

A violência doméstica atinge não apenas a mulher, mas toda a sociedade.


Temos hoje, na Presidência dos
Estados Unidos, um filho que viu
sua mãe ser espancada e abusada
em casa. Devido ao costume da
época, essa mãe não pôde proteger-
se, nem denunciar. O espancamento
só cessou quando Bill confrontou o
padrasto." O contido depoimento
da então primeira-dama americana,
Hillary Clinton, no salão nobre do
Banco Interamericano de
Desenvolvimento, BID, em Washington, por ocasião da Conferência sobre Violência
Doméstica na América Latina e Caribe, pegou a platéia de surpresa. Não cabia, naquele
plenário, detalhar as agressões domésticas que marcaram a infância do presidente Bill
Clinton, mas tampouco cabe, nos dias de hoje, varrê-las de sua biografia. "A solidão é parte
da vergonha, que é parte do silêncio", alertou Hillary. "Não acreditamos que a violência
doméstica seja uma questão cultural. Acreditamos que seja um ato criminoso, ponto."
Infelizmente, as duas coisas não são excludentes. "Por enquanto", pondera Martha
Mesquita da Rocha, titular de uma das seis Delegacias Especiais de Atendimento à
Mulher, Deam, do Rio de Janeiro.

O ponto de partida todo mundo conhece:

O lugar mais perigoso para a mulher é em casa.

Segundo dados mundiais, o risco de uma mulher ser agredida em sua própria casa,
pelo pai de seus filhos, ex-marido ou atual companheiro, é nove vezes maior do
que o de sofrer alguma violência na rua, fora do âmbito familiar. Aquelas que
deveriam ser as paredes protetoras do lar atuam como muros do medo. A vítima
não vê saída, mesmo que tenha a chave da porta. Isso porque, em sua essência, a
violência doméstica é a manifestação da distribuição desigual de poder. Poder
físico, econômico, psicológico, social e, sobretudo, emocional do homem. Aí está o
nó da questão.

Para que a sociedade possa produzir respostas institucionais de prevenção e


combate à violência doméstica, estatísticas são, de fato, essenciais. Mas, para
retratar o real estrago de uma vida espancada, elas não servem. Para isso, mais vale
fazer ponto numa das quase 260 Delegacias da Mulher espalhadas pelo Brasil e
observar o silencioso desfile de mulheres que vão chegando. Há a que vem de
celular na mão, há a que traz uma fitinha de Nosso Senhor do Bonfim amarrada na
sacola de plástico. Há a que esconde a marca da brutalidade sofrida na véspera;
outra estampa o medo da violência que não deixa impressão digital. Todas
parecem ter uma mesma expressão no olhar. É um olhar vazio, perplexo e
derrotado.
Tipologia Bíblica 251
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Pentecostalismo
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Ele espelha o caminho que cada uma percorreu até a delegacia, para expor as
feridas mais íntimas de sua vida. Muitas desistem à última hora e dão meia-volta
antes de entrar. Outras — quase 30% — retornam nos dias seguintes para retirar a
queixa. "Quero que a violência cesse", diz a delegada Martha Rocha, "mas tenho a
humildade de não impor a essa mulher os meus princípios. Não tenho a pretensão
de mudá-la". Segundo dados levantados pela pesquisadora carioca Bárbara Soares,
do Instituto Superior de Estudos da Religião, Iser, 52% das mulheres que sofreram
agressões anteriores preferiram não fazer registro. Ainda assim, foram quase
220.000 os boletins de ocorrência registrados nas Delegacias da Mulher em 1997.

Em todo o país, a procura mais


intensa de ajuda ocorre às segundas-
feiras, logo que acaba o fim de
semana de agressões em que a vítima
tem poucas possibilidades de escape,
pois o agressor está dentro de casa. É
nas manhãs de segunda-feira, depois
de encaminhar os filhos para a escola
e certificar-se de que o marido saiu
para o trabalho, que a mulher agredida se põe em marcha. No caso da Delegacia da
Mulher mais movimentada do Rio, situada numa contramão da zona portuária da
cidade, o caminho é hostil.

A delegacia está escondida numa área que causa estranhamento, entre armazéns
desativados e prédios surrados que abrigam órgãos policiais. É preciso
determinação e anestesia emocional para chegar até ali, subir os três lances de
escada descascada e alcançar o corredor que deságua na área de atendimento. Para
fazer o relato de suas cicatrizes, a vítima não tem a mínima privacidade, nem
cadeira para sentar. A seu lado, ombro a ombro, outra mulher estará relatando uma
rotina de murros e abusos semelhantes. Nessa primeira saleta não há janelas. Os
depoimentos são dados por cima de um balcão de vinil azul para plantonistas que
ao mesmo tempo precisam atender às chamadas telefônicas, igualmente urgentes.

"O meu ex-noivo, coronel reformado do Exército, está com uma calibre 12, uma
espingarda e uma pistola 45 em casa", inquieta-se uma voz feminina que conseguiu
ligar cedinho. "Ele bateu na minha filha, que teve afundamento no rosto, e a
mantém presa em casa", denuncia outro fiapo de voz. O plantonista ouve, orienta e
dá o endereço da delegacia. Enquanto isso, desconcertada com as interrupções, a
vítima que está tentando contar seus horrores ao vivo, de pé no balcão, se sente um
nada.

"Os publicitários que criam peças institucionais belíssimas, completamente irreais,


deveriam é vir até aqui", sugere a investigadora Isa da Silva Barros, 49 anos. "Eles
colocam artistas famosos como Tony Ramos e Milton Gonçalves para falar das
Delegacias da Mulher, criam expectativas de atendimento com solução para tudo, e
acabam induzindo quem nos procura a decepções fortes. Por falta de estrutura, a
gente acaba ficando mal." Um colega de plantão de Isa, Oswaldo de Assis, 41 anos
de idade e seis meses no posto, pisa mais fundo.

Tipologia Bíblica 252


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"Proteção para a mulher agredida só existe no seriado Dama de Ouro, em que a


delegada americana Katy Mahoney resolvia tudo. A Delegacia de Mulheres, da TV
Globo, também glamourizou demais, com aquela coisa de cafezinho e tapinha no
ombro. Na prática não é nada disso." Não é mesmo. A começar pela imagem que a
própria corporação tem do policial alocado em uma Delegacia da Mulher. "Quando
informei meus colegas que eu vinha para cá", lembra Assis, "foi como se eu dissesse
que tinha caído na vida. 'Tá lá de castigo?', perguntam até hoje. Troquei o poder da
truculência por isso aqui, onde o marginal é um pai de família."
Numa segunda-feira recente, uma das primeiras a chegar na Deam mais
movimentada do Rio foi a dona de casa Rosamaria, acompanhada de seu
companheiro-agressor. Aflita, veio retirar a queixa que fizera dias antes. "Ele não
merece ficar com o nome sujo, trabalha em repartição pública há quarenta anos. Ele
nunca tinha me batido antes, foi a primeira vez, não matou ninguém. A gente tem é
de resolver as coisas em casa, entre a gente mesmo. Eu é que fiz besteira e agora
vou tentar consertar."
A escrivã Márcia Bezerra Mendonça, 35 anos e oito meses de Deam, ouve o casal.
"O que queremos, aqui, é que haja um entendimento, quando possível", explica a
policial. "Num primeiro momento, a mulher agredida se sente traída, aviltada.
Vem e faz o registro. Numa segunda fase, ela começa a mensurar as conseqüências
da denúncia, como fica o sustento dos filhos se o marido for preso, o tamanho da
vergonha. Por isso ela volta e retira a queixa. No fundo, a mulher nos procura não
tanto para denunciar um crime, mas para ver se a polícia consegue modificar o
temperamento violento do parceiro." É aí que reside o perigo.
Para Déborah Menezes, delegada titular da Deam de Brasília, ameaças devem ser
levadas a sério. "A própria mulher não acredita que um dia a ameaça possa tornar-
se realidade. De tanto ouvir: 'Vou te matar, vou fazer picadinho de você', aquilo já
virou feijão-com-arroz. No fundo, nem a policial acredita. Mas um dia entorna."
Segundo tese de mestrado do pesquisador Renato Sérgio de Lima, do Seade, 40%
dos homicídios de autoria conhecida cometidos contra mulheres, no município de
São Paulo, são intrafamiliares. A média nacional é pior ainda: 66%, segundo dados
divulgados na semana passada pelo Movimento Nacional dos Direitos Humanos
no livro Retratos dos Homicídios Femininos no Brasil.

Aquelas que deveriam ser as paredes


protetoras do lar atuam como muros do
medo. A vítima não vê saída, mesmo que tenha
a chave da porta.
Quem não vive uma situação de violência em casa tem dificuldade em entender
sua lógica, a desproporção abissal entre a miudeza da causa e a devastação do
efeito. Em situações de relacionamento-limite, basta uma camisa mal passada, o
sumiço de um objeto, a recusa de um contato físico, o atraso na volta das compras,
para desencadear o pior.
Tipologia Bíblica 253
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E o pior, quando se fala em violência doméstica, é simplesmente inimaginável: uma


senhora de meia-idade talhada com facão e o ânus incendiado por uma garrafa de
álcool. A mulher de um policial encaminhada para a seção de politraumatismos —
seu rosto é uma massa amorfa de cores arroxeadas. Mais adiante, um torso e
ombros com queimaduras que lembram os efeitos do napalm. Outra tem a cabeça e
o corpo enfaixados como múmia, restando apenas o olhar vazio. Uma jovem que já
foi linda, com pontos cirúrgicos ainda frescos ziguezagueando o seu rosto, pescoço
e corpo. Uma pré-adolescente com as costas lanhadas.

Segundo uma teoria desenvolvida pela psiquiatra americana Lenore Walker, que
estuda a cumplicidade da mulher espancada com seu agressor, a violência
doméstica segue três ciclos distintos. A primeira fase é a escalada da tensão, uma
tensão insuportável, que costuma moer emocionalmente a mulher, e durante a qual
ela se anulará ao extremo para tentar apaziguar o parceiro. Como Julia Roberts, no
filme Dormindo com o Inimigo. Jamais dá certo. Segue-se a brutalidade anunciada,
que dura, em média, de duas a 24 horas. Durante a sessão de violência, a mulher
não tem mais o que temer — o pior já está ocorrendo. É a catarse, para os dois.
Passada a explosão, começa a fase da tranqüilidade doentia, em que a vitimização
da mulher se completa: o parceiro faz juras e promessas, e ela, por não ter
condições psicológicas de não acreditar, finge que acredita. Não é raro que uma
mulher submetida a anos de abuso acelere a fase da pancadaria para chegar logo à
fase da lua-de-mel. Somente quando a agredida se sente completamente sem saída,
pode ocorrer-lhe matar o companheiro agressor. Nesse momento, com medo de si
mesmas, muitas procuram ajuda.

"Senhora, pare de falar um pouquinho, senão não entendo nada", pede a policial
Ana Regina Soares, 42 anos, que dá plantão de 24 horas a cada três dias, enquanto
tenta transformar o relato fluvial de uma vítima numa ocorrência policial em cinco
vias. "Você fica sentada aqui dia e noite, escutando situações dramáticas que não
pode resolver com um 38. Só pode colocar no papel. Quando entra uma nova
vítima por essa porta, mudam apenas o nome e o endereço. A gente já sabe o
enredo do samba: agressão, estupro ou ameaça porque o arroz queimou. Naquela
manhã de segunda-feira, ao lado da figura miúda, com olhar de passarinho, que
trazia um bebê no ventre, outro no colo, e deixara os seis filhos maiores em casa
"para buscar meus direitos" (fora espancada pelo marido por se recusar a manter
relações sexuais), estava uma senhora de classe média alta, acompanhada da filha
universitária de 20 anos, vinda de Jacarepaguá. Tinha um braço engessado e o olho
direito macerado. Na véspera, domingo à noite, o marido com quem está casada há
22 anos, executivo de uma grande cervejaria, cobriu-a de socos, chutes, tapas e
pauladas, bateu-lhe o rosto na parede e a arrastou da sala até o quarto. Motivo: o
sumiço de uma carteira.

A próxima da fila é uma figura em desalinho, que mal alcança o topo do balcão,
agarrada a uma sacola em que guarda o que conseguiu pegar antes de fugir do seu
apartamento de Copacabana: um chinelo, um pacote de biscoito água e sal,
algumas peças de roupa. Está fora de casa há quatro dias, amparada por uma
vizinha. Ele sempre aumentava o som da televisão na sala ou no quarto antes de me bater.
Eu apanhei por dezessete anos.

Tipologia Bíblica 254


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Mas dessa vez me deu terror quando ele botou um lençol na minha garganta para
eu não gritar. Acho que levei muito soco, não lembro bem. Depois ele me atacou
com unhadas que destruíram minhas partes íntimas. Foi horrível..." O investigador
Assis coloca o formulário da ocorrência na caquética Olivetti e começa a batucar.
"Zero sete, barra, zero cinco, barra, 98..." "E o que mais?", pergunta Assis,
protocolarmente. Sempre tem mais. "Ele falou que se eu aparecer vai me matar...
ele é policial militar reformado." A depoente está com a vida à deriva. Existem, no
Brasil, sete casas-abrigo para onde são encaminhados os casos de maior risco. Mas
é difícil avaliar onde mora o perigo, e mais difícil ainda, para a mulher, romper
com tudo e com todos e ir esconder-se da vida.

Diálogo entre o investigador Peninha, chefe do setor de estupros na Deam de


Brasília, e um suspeito:
— O senhor já foi preso alguma vez?
— Só três vezes.
— Por quê?
— Porque furei minha esposa.
— Furou como?
— Esfaqueei, as três vezes.

Nos países mais desenvolvidos, faz-se todo tipo de cruzamento de dados para
determinar o berço em que nasce a violência doméstica. Desde características
individuais do agressor (biológicas, idade, abuso na infância, educação, profissão) até
as familiares (densidade habitacional, renda familiar) e da comunidade (violência do
bairro, índice de criminalidade do país). Disso resultam algumas conclusões
genéricas: 1) quanto mais tempo de casado, maior a chance de haver violência; o
direito ao abuso parece consolidar-se; 2) quando a mulher tem um trabalho
remunerado, a violência física mais bruta despenca substancialmente; a violência
psicológica, porém, permanece a mesma; 3) o agressor costuma estar na idade
máxima de produção (entre 25 e 40 anos) e recorre à violência quando acha que não
está conseguindo cumprir o mandato social de ser o provedor, a autoridade; 4)
alcoolismo, pobreza e desemprego, freqüentemente citados como causa, são
coadjuvantes, não atores principais; 5) a teoria do agressor descontrolado, sob
stress intenso, não se sustenta: quanto mais ele brutaliza a mulher, mais diminui
seu batimento cardíaco; ele focaliza com frieza a agressão. Ademais, se as tensões
no trabalho fossem a causa, por que não começar espancando o patrão?; 6) classe
social não altera o comportamento-padrão da vítima e do agressor.

Um bem-nascido empresário de Brasília, freqüentador assíduo das colunas sociais,


e que foi denunciado pela quarta vez por lesões corporais, em nada se distingue do
espancador de salário mínimo. Segundo os registros policiais feitos por sua jovem e
bela ex-mulher, o que começou com xingamentos e empurrões evoluiu para socos,
chutes no rosto, espancamento generalizado e humilhação inenarrável em frente
dos empregados. O ciclo terminou numa sala do Instituto Médico Legal, para o
exame de corpo de delito. Terminou cedo, após apenas cinco anos de casamento.

Tipologia Bíblica 255


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Segundo um exemplo apresentado na conferência do BID em outubro passado,


37% das mulheres argentinas espancadas em casa sofrem o abuso há mais de vinte
anos. Significativamente, o agressor doméstico da mulher, quando chamado a
depor, costuma ostentar sua violência também em público. Nesse sentido, está na
ponta oposta à do pai, padrasto, avô ou aparentado que pratica um dos capítulos
mais desconcertantes de violência doméstica, o abuso sexual de crianças em casa. O
abusador é reservado, chega dócil à delegacia e não raro se declara crente. Já houve
quem pedisse uma Bíblia para se ajoelhar. "O adulto incestuoso sabe o erro dele, e
não existe ordem de comando mais forte do que a consciência. Ele sabe que não
tem amparo de ninguém, nem na prisão", observa uma das psicólogas da Deam de
Brasília. "Em contrapartida, o homem agressor se sente imbuído do que considera
seus direitos e chega aqui cheio das razões." Alguns ficam tão exaltados com o fato
de estar numa Delegacia da Mulher, onde, pela primeira vez em sua vida, a
autoridade homem-mulher se apresenta invertida, que às vezes é necessário
algemá-los. "Numa Delegacia da Mulher, mesmo que o policial seja homem, não
haverá solidariedade com o agressor, e isso é desconcertante, é uma enorme
novidade", observa a delegada Martha Rocha.
O problema é que, fora dali, a licença social dada ao homem para agredir sua
mulher ainda é ampla. Mundo afora, todo um elenco de agentes sociais que
poderiam atuar na prevenção da violência doméstica — professores, profissionais
de saúde, lideranças religiosas, legisladores — continua omisso. Uma das
aberrações mais gritantes desse quadro vigorava no Peru, onde, pela legislação
abolida somente no ano passado, todo estuprador que aceitasse casar com a mulher
que violentara estava liberado de qualquer pena. No fundo, enquanto a mulher
agredida continuar excluída das políticas de defesa dos direitos humanos, como se
fossem vasos não comunicantes, pouco se avançará.
Tantos séculos depois que a Inglaterra codificou o tamanho da vara com a qual um
marido podia espancar sua mulher (um polegar), a violência doméstica se mantém
encruada na família, como um furúnculo que de vez em quando estoura. Enquanto
o médico não denunciar ferimentos suspeitos, a professora não observar sinais de
alerta numa criança, o pastor não condenar regularmente a violência doméstica, e a
sociedade, como um todo, não reconhecer que o problema é dela, não há Delegacia
da Mulher que resolva. Ao contrário do que sugere Hillary Clinton, quem acaba
com a brutalidade em casa não é a polícia. Somos nós.

Estatística

Em algum momento de suas vidas, metade das latino-americanas é vítima


de alguma violência. (Fonte: Unifem, 1999).

De acordo com a Organização de Saúde, de 85 a 115 milhões de meninas e


mulheres são submetidas a alguma forma de mutilação genital por ano, em várias
partes do mundo. (ONU, 1999).
Estima-se que pelo menos uma vez ao ano, 50% das mulheres árabes casadas são
espancadas por seus maridos e 25%, uma vez a cada 6 meses. (Control Ciudadano,
Instituto Del Tercer Mundo, 1999).

Tipologia Bíblica 256


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Em 1993 o Banco Mundial diagnosticou que a pratica de estupro e de violência


doméstica são causas significativas de incapacidade e morte de mulheres na idade
produtiva, tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento.

No Brasil a cada 4 (quatro) minutos uma mulher é agredida em seu próprio lar,
por uma pessoa com quem mantém uma relação de afeto.

O Banco Mundial estima que uma em cinco mulheres no mundo já foram


atacadas física ou sexualmente.

Nos Estados Unidos, um terço das internações de mulheres em unidades de


emergência é conseqüência de agressões sofridas em casa; em algumas cidades,
elas são mais do que as de vítimas de acidentes de carro, assaltos e câncer somadas.

23% das mulheres brasileiras estão sujeitas à violência doméstica, segundo


levantamento da Sociedade Mundial de Vitimologia, sediada na Holanda, entre
138.000 mulheres de 54 países.

41% dos homens que espancam suas parceiras também são violentos com as
crianças da casa. Um terço dessas crianças tende a perpetuar a agressividade
quando crescer.

No Rio de Janeiro, registram-se 5.098 ocorrências de violência doméstica por mês,


ou 170 por dia. Isso significa que a cada hora há sete mulheres em situação de
violência, segundo levantamento do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher,
Cedim.

Portanto, a violência contra a mulher é um dos fatos sociais mais absurdos e


monstruosos que existe. Trata-se de um meio que é usado para se obter poder e
domínio sobre a mulher. A violência física é uma das expressões extremas das
contradições de gênero, que revela a crueza e profundidade do problema. Como
vimos acima, é no espaço doméstico que ela é mais freqüente e apresenta suas mais
variadas formas. Contrariando o senso comum, as pesquisas indicam que o lugar
menos seguro para a mulher é a sua própria casa. Segundo dados mundiais, o risco
de uma mulher ser agredida em casa, pelo marido, ex-marido ou atual companheiro, é
nove vezes maior do que o de sofrer alguma violência na rua.

Acobertada pela cumplicidade da sociedade e pela impunidade, a violência contra


a mulher ainda é um fenômeno pouco visível. Os casos que chegam às delegacias
são apenas a ponta do iceberg. Cabe destacar que os boletins de ocorrência das
delegacias revelam um número significativo de registros provenientes das classes
A e B, contrariando a tese de que a violência contra a mulher é resultado de uma
cultura da pobreza ou da baixa escolaridade.
A violência conjugal tem forte impacto sobre a saúde física e mental das mulheres.
Os atos ou ameaças de violência infundem medo e insegurança. As mulheres têm
medo por causa do poder dos homens, em particular dos maridos, e este próprio
medo serve à justificativa do poder.

Tipologia Bíblica 257


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Dentre as conseqüências psicológicas da violência, podemos destacar as seguintes:


terror que paralisa, agitação e ansiedade próximas do pânico, ameaça constante de
ataque, impotência e incapacidade de atuar, desespero, sensação de abandono e
desvalorização pessoal, indolência extrema e constante depressão.

Evidentemente, uma das violências praticadas contra a mulher e que vem com um
alto poder de destruição é a “violência psicológica”. Conceitualmente, a violência
emocional é toda ação ou omissão destinada a produzir dano psicológico ou
sofrimento moral a outra pessoa como sentimentos de ansiedade, insegurança,
frustração, medo, humilhação e perda da auto-estima e acontece quando:
a. A mulher é ofendida moralmente e também sua família;
b. A mulher é ameaçada de ficar sem os filhos;
c. A mulher é acusada de ter amante;
d. A mulher é impedida de trabalhar, estudar, ter amizades ou sair; não recebe
carinho; é rejeitada pelo seu corpo; é ameaçada de espancamento.

A violência psíquica, praticada por palavras ameaçadoras ou depressivas, vem


carregadas de veneno mortífero e na maioria das vezes machucam lá no fundo da
alma. Este tipo de violência, não deixa hematomas no corpo, mas, produzem
conseqüências piores, pois os hematomas com o tempo desaparecem, porém, as
palavras fazem cicatrizes na alma, lá no fundo do coração e que durante anos não
se fecham e acabam muitas vezes causando a própria destruição do casamento.

Acontecimentos

Sem Fachadas

Alaíze chegou sozinha ao 2º andar do


99º DP de São Paulo, no bairro de
Santo Amaro, onde funciona a
Delegacia da Mulher mais
movimentada da capital. O marido
com quem está casada há vinte anos,
fiscal da Secretaria da Fazenda, não
suspeita que a mulher em quem bate
há pelo menos dez anos esteja ali,
“Não quero que minha filha tenha medo aguardando a vez, para denunciá-lo.
de ser mulher quando crescer"
Naquela manhã de sexta feira, Alaíze trazia, na boca inchada, o carimbo da
agressão mais recente. Ela está com 43 anos, tem uma filha de 7, casa confortável e
carro, freqüenta clube de classe média. Esta é a fachada de sua vida.

Só que naquela sala de espera não sobra lugar para fachadas. Quem chega até ali se
esgueira até os bancos de madeira em forma de L e fica quieto. Ninguém olha para
os lados nem puxa conversa. Não precisa. Num canto está a moreninha Cineide,
com um imenso curativo cobrindo o olho estourado por uma seqüência de murros
do ex-marido. É só o pedaço mais visível do seu estado de decomposição interior.

Tipologia Bíblica 258


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A cabeça lateja, ela tenta disfarçar a tontura. Cineide acaba de ser informada de
que para registrar queixa ela precisa lembrar do nome completo dos pais do ex-
marido agressor. "Deus meu, me ajude. Como é que eu vou saber esses nomes
numa hora dessas? Eu nem os conheci, morreram cedo. Acho que era Ana e
Albertino."
Sentado num canto mais afastado, um evangélico aguarda a vez de apresentar
queixa de adultério contra a esposa. Numa outra ponta, uma senhora de meia-
idade não larga a mão da filha. É a mais encolhida. Na véspera, pressentindo novo
surto de violência em casa, foi até um orelhão chamar a polícia, pelo 190. Quando
voltou, o marido saiu nu do banho e começou a chutar e arrebentar o que via pela
frente. "Quero ver essa polícia chegar! Duvido. Daqui a gente só sai morto, eu e
você." A policia jamais veio. Foi uma noite de terror.
Enquanto aguarda sua vez, a miúda Alaíze procura se convencer de que está
fazendo a coisa certa. "Que coisa horrível, vir até aqui e denunciar a pessoa com
quem vivi a vida toda, que é pai da minha filha, que me conhece melhor que os
meus próprios pais. Mas não posso completar mais um ano apanhando. Acho que
os abusos e o desrespeito começaram quando eu me tornei dependente dele até
para comprar um pente. Eu já tive emprego — fui secretária bilíngüe durante mais
de dez anos —, mas me deixei convencer a parar de trabalhar. Me tornei a office-
girl de luxo do meu marido, sem nenhuma vontade própria. Até para mudar um
sofá de lugar eu tinha de perguntar antes.
Depois vieram as bofetadas. Na hora, não dói, você não pensa em nada, só em ficar
quieta, em não reagir. Os hematomas, os zumbidos na cabeça, as feridas aparecem
depois. É ficar quieta e ganhar aquele murro, ou ele quebra a casa inteira. As
agressões são sempre à noite, e me convenci de que se eu não gritar minha filha
não vai notar nada. Já não vivemos maritalmente, mas o controle continua total. É
doentio. Fui aceitando porque não queria perder o que tenho, não queria piorar as
coisas ainda mais.
De uns tempos para cá, ando com mais medo. Avisei uma vizinha para pedir ajuda
se algum dia me ouvisse gritar. Também coloquei uma escada de pedreiro do lado
de fora da janela do meu quarto e tenho dormido com uma pochete na cintura. Mas
isso é jeito de dormir? Na pochete eu guardo os documentos da minha filha e os
meus. Também escondo 50 reais para poder pegar um táxi, numa emergência. Nem
sei como vim até aqui — me sinto como se eu estivesse engatinhando. Estou com
medo de fazer a denúncia, mas não quero que minha filha tenha medo de ser
mulher quando crescer."
Alaíze sai da delegacia mais insegura do que entrou. Uma folha de papel que
recebeu da policial lhe queima as mãos: trata-se da intimação que deverá entregar
ao marido, com data marcada para seu comparecimento perante um juiz. Por que a
intimação não é enviada pelo Correio? Por que não é entregue por um policial? Por
que tem de ser logo por ela, que já gastou toda sua coragem indo até a delegacia?
"Falta de meios", denuncia a própria coordenadora das 124 Deams de São Paulo,
Maria Inês Valente. Quem lida com violência doméstica sabe que há agressores que
obrigam as companheiras a literalmente engolir as intimações. Alaíze também sabe.
Por isso talvez não a entregue.
Tipologia Bíblica 259
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Última Parada

Em todo o Brasil existem apenas sete refúgios públicos e seguros para mulheres
que atingem o grau máximo do medo e correm perigo de vida em casa. Em São
Paulo, Porto Alegre, Campinas, Rio, Brasília, Fortaleza e Belo Horizonte. São
espaços em que a integridade física da mulher, e a de seus filhos menores, estará
resguardada pelo poder público por um máximo de noventa ou 120 dias, e onde ela
tentará reestruturar-se emocionalmente. Cavalo de batalha das organizações
feministas, as Casas Abrigo representam um grande avanço no envolvimento do
Estado com as conseqüências da violência doméstica. Apenas o Canadá tem
instrumentos semelhantes.

A localização desses refúgios é mantida em sigilo absoluto, e as mulheres para lá


encaminhadas ficam proibidas de revelar onde estão até mesmo para seus
familiares mais chegados. O regimento é severo, pois as tentativas de rastreamento
por parte dos agressores mais violentos costumam ser doentias. Pouco tempo atrás,
uma refugiada em abrigo do Rio deixou vazar para a família em que bairro ela
estava protegida. Pouco depois, seu marido foi liberado do presídio de Campos e,
com o auxílio da rede de marginais da região, localizou o esconderijo.

Externamente, as Casas Abrigo não têm nada de singular, nenhuma placa,


nenhuma movimentação que possa chamar a atenção dos vizinhos. Um pouco
como os "aparelhos" que abrigavam os militantes de esquerda durante os anos da
ditadura. Do lado de dentro a história é outra.

A Casa Abrigo do Rio de Janeiro é uma das mais bem estruturadas. Tem psicóloga,
agente de saúde, educadoras sociais, professoras para as crianças de até 6 anos e
segurança. É provável que nenhuma das 71 mulheres e 133 crianças que ali
aportaram entre janeiro e abril deste ano tenha recebido tanta atenção em toda a
sua vida. Ainda assim, o rompimento da mulher agredida com seu mundo é
duríssimo, e nem todas agüentam.

Algumas trazem em si a síndrome da violência adquirida em casa. "Não tendo em


que descarregar, elas agridem os próprios filhos, deixando a mamadeira azedar,
não trocando as fraldas, não dando o peito para mamar", observa a psicóloga
Lourdes Lira, que dirige o abrigo com duas coordenadoras também psicólogas,
Denise Brasil e Eliane Motta. O depoimento de Cristina, de 34 anos, ilustra como é
duro largar todas as amarras, perder todas as referências e não quebrar.

Tipologia Bíblica 260


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Vítimas da agressividade, muitas Mulheres sofrem em Silêncio

Não sei mais quem sou. Mas sei que estou


viva: Foi no dia 8 de março, Dia
Internacional da Mulher. Eu voltava
com meu marido de um churrasquinho
na Ilha do Governador. Dezoito anos de
casados, três filhos. Quieto e sem dizer
palavra, ele trancou a porta e me
arrebentou toda. Quando meu filho
mais velho conseguiu entrar, tinha
sangue nas paredes e pedaços dos meus
dentes no chão. Não foi a primeira vez,
foi a mais violenta. Nas 48 horas
seguintes, ele parecia um animal, me
manteve presa em casa. Depois de
alguns dias, fui à Delegacia da Mulher e
registrei a ocorrência. Também fui ao
Fórum para entrar na Defensoria com registro de agressão e lesão corporal, mas o
advogado me disse para agüentar 'só mais um pouquinho', para eu voltar em
quinze dias.

Quinze dias? Esperar 'só um pouquinho'? Como é que alguém pode dizer um
absurdo desses? Entrei em pânico, peguei um ônibus e fui direto ao Conselho
Estadual dos Direitos da Mulher, Cedim, que me deu o endereço sigiloso dessa
casa do subúrbio do Rio. Aceitei me esconder porque meu marido poderia me
matar se descobrisse que o denunciei, ou eu poderia matá-lo, de medo. Foi como
sair de uma vida inteira, não apenas de uma casa. Saí fugida, apavorada de que ele
chegasse enquanto eu pegava duas calcinhas, um jeans, chinelo, escova e creme
dental.

Consegui achar o Abrigo por milagre, no meio da noite. Vim sozinha. Não me senti
no direito de arrastar meus filhos menores, pois só eu sei por que estou aqui. Acho
que fiz bem. Aqui é duro. Quando acordo, percebo que não estou na minha cama,
que este não é meu travesseiro, que não sei onde estou. Sinto apenas que estou
onde jamais deveria estar. É uma dor muito grande. Eu tinha uma casa, uma
família, e hoje divido o quarto com mulheres feridas e desesperadas. Minha vizinha
de beliche não está agüentando, todo dia ela diz que vai sair daqui.

É fácil cair na depressão, ela vai te consumindo. Não gosto de ver novelas, como as
outras daqui — afinal, o clima da minha vida não está para novela, com gente se
beijando e eu nesta depressão. Dói mais ainda. Quero fazer coisas normais, coisas
comuns, como ir a um supermercado. Quero de volta essa vida que tem aí fora.
Para mim, voltar à lucidez está sendo difícil. Não sei mais quem sou. Mas sei que
estou viva.

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Capitulo IX

GRAÇA para um Relacionamento SEM GRAÇA

Durante muitos anos pairou em minha mente uma dúvida que me assombrava. Eu
me indagava se não faltava algum ponto vital no ensino bíblico a respeito do
casamento. Já ouvi muitas palestras, li muitos livros e artigos que falavam sobre os
alicerces adequados para a construção de um casamento sólido; ensinei em muitos
seminários sobre liderança, submissão, papel do marido e da esposa, como resolver
conflitos, etc.

No entanto, para mim parecia que o elemento que seria a base para todos os outros
ainda estava faltando. Descobri que esse elemento é a graça.
Casamento é a união de dois indivíduos imperfeitos. Cada um traz para o
relacionamento uma série de hábitos, fracassos, preconceitos e idiossincrasias.
Não importa a quantidade de boas intenções, não importa a qualidade da paixão e
do romantismo, o fato é que existem forças que minam o casamento ameaçando
enfraquecê-lo e até destruí-lo.

É necessário um elemento poderoso para unir o homem e a mulher quando suas


imperfeições os distanciam e isolam. É absolutamente indispensável que o casal
entenda as implicações do seu compromisso de amor. A graça é o elo vital que
providencia a coesão que mantém duas pessoas juntas. Ela permite que o amor se
desenvolva.

O compromisso diz: Eu ficarei com você até que a morte nos separe. A graça diz:
Eu o aceito e o tratarei com dignidade mesmo se você falhar comigo. Graça é a
qualidade espiritual que proporciona a base para todos os relacionamentos
saudáveis.

"Graça é demonstrar bondade a quem não merece. Seria mais ou menos o quadro
de uma rainha, com todas as suas roupas finas e caríssimas jóias, abaixando-se para
ajudar um mendigo imundo, malcheiroso, cheio de feridas e, para completar,
criminoso. Falamos muito sobre o amor de Deus. Graça, no entanto, é a forma de
expressão do amor para enfrentar a imperfeição, o fracasso ou o pecado".

Os cristãos deveriam ser especialistas quando o assunto é graça. Nós já deveríamos


ter descoberto mais profundamente o Deus gracioso que temos. O apóstolo Paulo
escreveu em Efésios 2.4,5: "Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande
amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos
mortos em transgressões - pela graça vocês são salvos". Deus foi bondoso conosco
quando nós não O conhecíamos. Mesmo após ter conhecido Deus e Sua graça
através de Jesus Cristo, reconhecemos penosamente que somos incapazes de viver
vidas dignas diante Dele.

O comportamento do casal e sua própria comunicação sofrem um processo de


modificação.
Tipologia Bíblica 262
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A graça diz: Nunca te condenarei. Quando falamos através da graça, nos


preocupamos em edificar nosso cônjuge. Exaltamos seus pontos fortes. Nossas
palavras são impregnadas de paciência, perdão e compaixão. Comprometemo-nos
a nunca rebaixar ou destruir nosso marido ou esposa. Não usamos palavras duras
de crítica ou que ridicularizam ou atacam.

A graça diz: No nosso casamento, você está livre de minhas regras, exigências e leis.
Existe certa manipulação entre cônjuges. Cada um tenta estabelecer o controle do
relacionamento aspirando egoisticamente seu próprio ganho. Às vezes a pessoa
tenta manipular a outra crendo realmente que sabe o que é melhor para ela. No
entanto, pouco a pouco isso torna a relação restrita e destrutiva.

Num casamento baseado na graça, ambos ficam livres da necessidade de esforço e


performance para obterem amor, aceitação e compreensão. Isso propicia um
ambiente de liberdade e crescimento mútuo. Não existe receio, desconfiança e, em
conseqüência, nenhuma postura defensiva de autoproteção.

A graça diz: Eu o aceito como alguém igual a mim. "Sois juntamente herdeiros da mesma
graça de vida". I Pe 3.7. Quando o Espírito da graça reina no casamento, estamos
livres da obsessão de "ser o senhor sobre o outro". Tornamo-nos cônjuges genuínos
na nossa busca de Deus pela vida. Não temos necessidade de hierarquias
socialmente impostas. Ambos seguros, vivendo sob a liderança do Senhor, não se
sentindo ameaçado pelo outro.

A graça diz: Eu o convido a compartilhar comigo suas mais profundas feridas e


medos, tanto forem seus sonhos e desejos. Não tenha medo! Eu nunca ridicularizei
o que está no íntimo do seu coração".

- Graça é um sorriso caloroso e convidativo.


- Graça é dar liberdade para o outro fazer do jeito dele e não do meu.
- Graça diz: "Eu fico admirado como você consegue me amar, apesar de tudo".
- Graça é não permitir que minhas contrariedades estraguem um momento especial
- Graça é constatar paciência diante da irritação.
- Graça é contar ao outro os seus pontos fortes e não superestimar seus pontos fracos
O relacionamento fundamentado na graça abre as portas da cumplicidade no
compartilhar. Que base maravilhosa para desenvolver um relacionamento
saudável! Um casamento baseado na graça de Deus. O Senhor nos capacita a
compreender e mostrar graça, porque Ele a tem demonstrado em todas as suas
ações para conosco. Infelizmente, muitos não compreendem a natureza graciosa do
Senhor. Eles ainda O encaram como um severo senhor feudal exigente e
intransigente. Portanto, essas pessoas nunca conseguirão interagir em seus
casamentos com liberdade, generosidade e amor maturo. Pode ser que você esteja
passando por sérios problemas conjugais. A graça da qual me refiro é sua maior
necessidade nesse momento. Essa graça o alcançará através do reconhecimento de
que Deus enviou ao mundo Jesus Cristo, Seu Filho cheio de graça e verdade, para
oferecer a vida Dele em troca da sua. Que cada um de nós, nascidos de novo, possamos
continuar a crescer cada vez mais na graça de Jesus Cristo e a aprender no dia-a-dia a
sermos melhores despenseiros dessa maravilhosa graça.

Tipologia Bíblica 263


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Capitulo X

O que não pode faltar numa Família

1. Amor
2. Perdão
3. Diálogo
4. Tolerância
5. Solidariedade
6. Cumplicidade
7. Respeito
8. Alegria
9. Bom Humor
10. Sinceridade
11. Base sólida
12. Segurança
13. Carinho
14. harmonia
15. Equilíbrio
16. Justiça
17. Pureza
18. Sonhos
19. Projetos
20. Longaminidade
21. Nobres sentimentos
22. Luz
23. Verdade
24. Princípios cristãos
25. Amor a esposa
26. Amor ao esposo
27. Amor aos filhos
28. Perseverança
29. Espírito de equipe
30. Simplicidade
31. Paz
32. Oração
33. Culto doméstico
34. Ordem
35. Santidade
36. Bons costumes
37. Flexibilidade
38. A graça de Deus
39. Capacidade de superação
40. Jesus

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QUESTIONARIO

Uma Pergunta para cada Capitulo

1. Qual a principal finalidade da existência da família como projeto de Deus?


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2. Porque a família desfruta de especial proteção do Estado?


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3. Quais as vantagens e desvantagens da televisão?


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4. Como a família deve administrar as suas finanças?


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5. Descreva o perfil de uma mulher segundo o coração de Deus


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6. Descreva o perfil do homem segundo o coração de Deus


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7. Descreva o perfil do filho segundo o coração de Deus


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8. Quais as principais razões para tanta violência domestica?


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9. Qual a importância da Graça num Relacionamento Sem Graça?


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10. Cite 7 coisas que não pode faltar numa Família?


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Bibliografia

Pr. Kemp
Revista Veja
Helio Coutinho
Luciano Subirá
G. Edward Reid
Iara Vasconcellos
Antonio de Andrade
Pr. José Antônio Corrêa
Sanders, J.O. Liderança
Luís Eduardo Machado
Elizabeth Zekveld Portela
AD “Autores Desconhecidos”
Dusikek, N.G. Liderança cristã
Enciclopédia Britannica, 1969, p. 298
Uziel Santana – Advogado e Professor
Psiquiatria. Barcelona: Toray, 1970, p.31
Lahaye, T. Temperamentos transformados
Revista Palavra Viva: O Lar Segundo Deus
Ministério Cristo Vai Voltar – Cleando Viana
Autor desconhecido. Extraído do livro Ela Precisa Ele Deseja - Willard F. Harley, Jr
Allport, Gordon W. Personalidade. São Paulo: Herder, 1969, p. 191. Horney, Karen. Novos Rumos da
Psicanálise. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1966, p. 169-189. Spoerri, TH. Compendio de
Livro do Ano Barsa. Anuário Ilustrado dos Principais Acontecimentos de 1968. Rio de Janeiro/São Paulo:

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