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O DNA é geralmente composto por um único cromossoma circular. Também pode existir
DNA sob a forma de anéis, os plasmídeos.
A membrana citoplasmática é semelhante à dos eucariontes, mas o colesterol, geralmente
ausente, é substituído por uma molécula semelhante a um esteroide, um hopanóide. Pode
formar pregas e invaginações que aumentam muito a superfície, os mesossomas.
Sem organelos celulares ou vacúolos, o citoplasma é rico em proteínas e ribossomas do tipo
70s.
A parede celular estabiliza a forma característica da célula, protegendo-a de agressões
externas, nomeadamente de variações de pressão osmótica.
A cápsula de natureza polissacarídea, desempenha um papel importante na resistência à
ingestão e à digestão pelas células fagocitárias nos processos infeciosos e ainda na aderência
dos organismos entre si ou ao substrato. Quanto à forma organizam-se em:
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O invólucro nuclear, uma membrana de cama dupla, circunda o núcleo e separa o DNA do
citoplasma. O citoesqueleto dá à célula força mecânica e controlo da forma, além de guiar os
seus movimentos. Muitos dos organelos estão envolvidos em processos relacionados à digestão
e à secreção. Sem uma parede celular rígida, podem alterar rapidamente a sua forma e englobar
outas células e pequenos corpos por fagocitose.
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NUCLÉOLO (NO)
NÚCLEO (N)
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CROMATINA
REL E RER
Formado a partir da Membrana Plasmática (MP), é constituído por uma rede de túbulos e
vesículas achatadas e interconectados.
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O REL é formado por sistemas de túbulos cilíndricos e sem ribossomas associados à MP.
Participa principalmente na síntese de esteroides, fosfolípidos e outros lípidos. O REL tem,
como uma das duas principais funções, a desintoxicação do organismo, atuando na degradação
do etanol, medicamentos como antibióticos e barbitúricos.
Principalmente abundante nas células do fígado, gónadas e pâncreas. Armazena e liberta
Ca+ que controla várias atividades celulares.
MITOCÔNDRIAS
Extremamente
relevante na
respiração
celular. É abastecida
pela célula por
substâncias
orgânicas como a
glicose, as quais
processa e
converte em energia
sobre a foram
de ATP
que devolve à
célula para
gastar em reações
bioquímicas que
despendam energia.
Presente
abundantemente nas células do sistema nervoso (nas
extremidades dos axónios), do coração e do sistema muscular, uma vez que têm uma
necessidade maior de energia.
Apresenta duas membranas lipoproteicas, uma externa lisa e uma interna que se dobra
formando vilosidades, as cristas mitocondriais. A região limitada pela membrana interna é
conhecida como matriz mitocondrial, onde existem ribossomas, proteínas e DNA mitocondrial
de forma circular e que contém 37 genes codificadores de 13 proteínas, 2 rRNAs e 22 tRNAs.
Estes são necessários no processo de produção de ATP, ou seja, necessários para que a
respiração celular ocorra.
Loca da β-oxidação de ácidos gordos, Ciclo de Krebs e da Cadeia Respiratória.
A membrana exterior contém um grande número de proteínas integrais chamadas porinas.
Como esta é livremente permeável a moléculas pequenas, o espaço intermembranar tem
concentrações semelhantes de iões e açucares aos do citosol. Uma proteína localizada aqui é o
citocromo C. A membrana interna contém proteínas para 5 funções:
• As que realizam as reações redox de fosforilação oxidativa
• ATP Sintase, enzima que gera ATP na matriz
• Transportadoras especificas de proteínas que regulam a passagem de metabólitos para
dentro e para fora da matriz
• Maquinaria para importação de proteínas
• Fusão de mitocôndrias e fissão (divisão) de proteínas
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COMPLEXO DE GOLGI
A maior parte das vesículas transportadoras que saem do RE, principalmente do RER, são
transportadas até ao Golgi, onde são modificadas, ordenadas e enviadas na direção dos seus
destinos finais.
Encontram-se mais facilmente nas células de órgãos responsáveis pela secreção de certas
substâncias, tais como o pâncreas, a hipófise e a tiroide.
Formado por várias dobras de membranas interligadas formando estruturas conhecidas
como cisternas. Cada cisterna compreende um disco de membrana plana, fechada, que inclui
enzimas especiais que modificam ou ajudam a modificar proteínas que são transportadas
através do complexo.
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RIBOSSOMAS E POLIRRIBOSSOMAS
Constituídos por proteínas e ácido ribonucleico, estão presentes no citoplasma celular, nas
mitocôndrias, nos cloroplastos e na parte superficial do RER. Asseguram a síntese proteica
através da informação genética que lhes chega do DNA transcrito na forma de mRNA. Os
ribossomas reúnem as 20 moléculas específicas de aminoácidos para formar proteínas por
sequências de moléculas de RNA. Presentes em todas as células exceto nos espermatozóides.
A sua principal função é sintetizar cadeias de RNA complementares às já existentes e
produzir enzimas. As proteínas produzidas pelos polirribossomas, geralmente permanecem
dentro da célula, enquanto as enzimas produzidas pelos ribossomas da membrana do RER são
armazenadas em vesículas que são transportadas para o CG, onde são “empacotadas” e
enviadas para fora da célula.
O ribossoma é formado essencialmente pelo flagelo ribossomático e cerca de 50 tipos
diferentes de proteínas. Tem uma grande uma pequena unidade. A grande: 3 moléculas de rRNA
(1 de 28s + 1 de 5,8s + 1 de 5s) + 50 proteínas diferentes = RNP 60s e a pequena: 1 molécula de
rRNA de 18s + 33 proteínas diferentes = RNP 40s formando o RNP 80s nos eucariontes. Nos
procariontes a subunidade maior é a 50s e a menor é a 30s formando o 70s.
O ribossoma só é funcional quando as suas subunidades estão unidas. Após a síntese de
cada proteína, as subunidades desprendem-se da cadeia de mRNA e separam-se.
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PEROXISSOMAS
LISOSSOMAS
Degradam partículas vindas do meio extracelular, assim como reciclam outros organelos e
componentes celulares envelhecidos. Isto é conseguido através da digestão intracelular
controlada de macromoléculas, como por exemplo, proteínas, ácidos nucleicos, polissacarídeos
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e lípidos, catalisada por cerca de 50 enzimas hidrolíticas, entre as quais temos as proteases,
nucleases, glicosidases, lípases, fosfolipases, fosfatases e sulfatases. Todos estas enzimas têm
uma atividade ótima em pH≈5,0 e que é mantido com eficiência no interior do lisossoma.
Mantendo as enzimas digestivas isoladas do citosol, este é duplamente protegido contra
ataques do próprio sistema digestivo da célula, que mesmo em caso de vazamento, as enzimas
causarão pouco dano pelo pH citoplasmático ser de ≈ 7,2.
A passagem de substâncias é facilitada por apenas ter 1 membrana a envolver a estrutura.
Esta membrana possui bombas de H+, que, através da hidrolise de ATP, bombeiam iões H+ para
o lúmen, mantendo assim o pH ácido, ideal para a ação enzimática.
As enzimas são produzidas no ergastoplasma, transferidas para bolsas do CG e
armazenadas nos lisossomas primários que são vesículas membranosas.
Os lisossomas são também responsáveis pela autofagia, ou seja, a digestão gradual de
componentes da própria célula.
Tipos de lisossomas:
CENTRÍOLOS
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Um centrossoma é constituído por dois centríolos, cada um com uma estrutura em forma
de cilindro.
São constituídos por 9 túbulos triplos ligados entre si, formando uma espécie de cilindro.
Dois centríolos dispostos perpendicularmente formam um diplossomo. Têm origem comum
com os centrossomas que dão origem a flagelos e cílios que efetuam o movimento em certos
tipos de células e protistas.
O centríolo ajuda na separação de células, alongando-se no momento da divisão. Os
cromossomas rodeiam os tubos do centríolo e quando a divisão celular termina, os
cromossomas e os centríolos já estão nos seus devidos lugares. Exerce por isso uma função vital
na divisão celular.
Durante a mitose e meiose, feixes de microtúbulos e microfibrilas são sintetizadas, os
ásteres, no citoplasma e posicionados de modo a que uma das suas extremidades fique ligada
ao centríolo, enquanto a outra extremidade prende-se ao centrómero do cromossoma. Esta
polarização e os microtúbulos associados são conhecidos como fuso mitótico. É através da
tubulina que o fuso mitótico é destruído. O próprio centríolo é duplicado e cada novo centríolo
com os microtúbulos associados, migra para uma extremidade da célula, puxando para si cada
estrutura originada na reprodução celular. O centríolo age, portanto, como organizador das
estruturas celulares durante a sua reprodução.
São uma parte importante dos centrossomas, que estão envolvidos na organização de
microtúbulos no citoplasma. A posição do centríolo determina a posição do núcleo e
desempenha um papel crucial no arranjo espacial da célula.
Várias células produzem proteínas para secreção, entre elas, temos os fibroblastos e os
plasmócitos. As células envolvidas com os processos de produção e secreção têm um RER
bastante grande e um CG evidente e muito operante, além disso, predomina no núcleo
eucromatina, cromatina ativa e delgada, evidenciando a síntese proteica.
Todo o processo de secreção é unidirecional, e a célula secretora tem um padrão
polarizado. O processo inicia-se na região basal e termina na região apical da célula.
Este processo desenrola-se desde o RER, passando pelo CG e completa-se nos grânulos de
secreção. Estes migram para o ápice (vértice) da célula e ficam acumulados por um período de
tempo variável, até que o organismo necessite desse produto. Quando isto ocorre, a membrana
do grânulo funde-se com a membrana celular, libertando o produto para fora da célula.
É uma molécula proteica que está ligada de forma permanente à MP. As proteínas que
atravessam a membrana são rodeadas por lípidos.
Estas proteínas incluem transportadores, canais iónicos, recetores, enzimas, domínios
estruturais de ancoragem membranar, proteínas envolvidas na acumulação e transdução de
energia e proteínas responsáveis pela adesão celular.
PROTEÍNAS DO CITOSOL
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2. As Membranas Biológicas
2.1 Estrutura da Membrana
Apesar de suas funções distintas, todas as membranas biológicas possuem uma estrutura
geral comum: cada uma é uma fina película de moléculas de lípidos (gordura) e proteínas unidas
principalmente por interações não-covalentes. As membranas celulares são estruturas
dinâmicas, fluidas e a maioria de suas moléculas move-se no plano da membrana. As moléculas
lipídicas estão organizadas como uma camada dupla contínua, atuando como uma barreira
relativamente impermeável à passagem da maioria das moléculas solúveis em água, é, portanto,
anfipática.
As proteínas transmembranares medeiam quase todas as funções, transportando moléculas
específicas através da membrana ou catalisando reações associadas à mesma, como a síntese
de ATP. Outras, atuam como ligações estruturais que conectam o citoesqueleto através da
bicamada lipídica à matriz extracelular ou a uma célula adjacente enquanto outras atuam como
recetores para detetar e traduzir sinais químicos do meio celular.
Fluidez – traduz-se pelo marcado movimento lateral a que os fosfolípidos e as proteínas estão
sujeitos ao longo do plano de cada um dos folhetos da bicamada.
Assimetria – expressa-se pela diferente composição molecular observada nas duas metades
da membrana: os fosfolípidos e as proteínas não se encontram distribuídos de forma
equivalente nos dois folhetos da membrana, estando os glicolípidos presentes apenas no folheto
exoplasmático da bicamada fosfolipídica.
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apoiar. Os lipídeos mais abundantes das membranas são os fosfolipídeos. Estes possuem um
grupamento polar e duas caudas de hidrocarbonos hidrofóbicas.
2.3.1 Lípidos
Mobilidade - O movimento lateral dos lípidos faz-se dentro de cada um dos folhetos da
bicamada, sendo raras as permutas destas moléculas entre os dois folhetos (flip-flop) devido à
barreira hidrofóbica que os separa, o que requer
ação enzimática e consumo de energia.
A fluidez da bicamada depende da natureza
química dos seus lípidos. Assim, um incremento
de moléculas de colesterol diminui a fluidez da
bicamada fosfolipídica, devido à interação destas
moléculas com as regiões polares dos fosfolípidos.
De igual modo, a maior concentração de
fosfolípidos saturados é encontrada no folheto
externo da membrana torna este folheto menos
fluido do que o
folheto interno.
Assimetria – A desigual composição química dos fosfolípidos nos dois folhetos da bicamada
implica a natureza assimétrica da membrana. Os dois folhetos fosfolipídicos apresentam
diferenças também de carga elétrica, sendo o folheto citoplasmático o de maior carga negativa.
As proteínas citosólicas ligam-se a determinados grupos polares das moléculas lipídicas, através
de cinases, e os grupos polares das moléculas lipídicas sofrem modificação através da fosfolipase
C (fosfatidilinositol). No entanto, a assimetria não é regra universal para todas as moléculas da
membrana, já que as moléculas de colesterol se encontram na maioria das células dos
mamíferos, em número semelhante nos dois folhetos da membrana.
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2.3.2 Fosfolípidos
2.3.3 Fluidez
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2.4 Colesterol
Nas membranas da maioria das
células eucarióticas, o colesterol é, a
seguir aos fosfolípidos, a molécula
lipídica que se apresenta em maior
abundância. Em particular
nas membranas de
células que estão sujeitas
a alterações marcadas da sua forma,
a presença de moléculas de
colesterol é essencial para que não
ocorram roturas na
bicamada fosfolipídica.
As moléculas de colesterol têm
também maior facilidade de saltarem entre os dois folhetos da membrana (movimento de flip-
flop) do que os fosfolípidos. A sua presença reforça a impermeabilidade da bicamada à água,
diminui a fluidez da membrana e também a temperatura a que se regista a transição de fase. As
membranas de células procarióticas são totalmente desprovidas de moléculas de colesterol.
2.5 Glicolípidos
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Micelas
As moléculas lipídicas
agregam-se espontaneamente
mergulhando suas caudas hidrofóbicas de
hidrocarbonos no interior e expondo suas
cabeças hidrofílicas na água. Dependendo
de sua forma, elas podem fazer isso de
duas maneiras: podem formar micelas
esféricas com as caudas para dentro ou
formar folhas de camadas
duplas, ou bicamada, com as caudas hidrofóbicas para o interior entre as cabeças
hidrofílicas.
É importante o conhecimento destas micelas pois é o que ocorre no nosso organismo
quando absorvemos os lipídos. Depois de ingeridos, eles são "quebrados" em moléculas
menores e mais fáceis de serem absorvidos (isso ocorre no estômago e intestino). Depois de
serem absorvidos, eles caem na corrente sanguínea em forma de micelas para atuarem na
síntese de hormônios, proteção da termorregulação, etc. As micelas não são solúveis em água,
por isso, não se solubilizam no sangue favorecendo assim o seu transporte dentro do nosso
corpo.
Lipossomas
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Membranas Negras
Bicamadas planares, formadas no espaço que divide dois compartimentos aquosos.
2.7 Proteínas
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TRANSMEMBRANARES
Banda 3
§ Proteína transmembranar que atravessa várias vezes a membrana;
§ Proteína glicosilada, mais negativa que a glicoforina;
§ Proteína transportadora, responsável pela deslocação do CO2 nos pulmões.
§ É um canal iónico que permite o transporte de CO2 sob a forma de HCO3- que tem carga
negativa. Por isso, este é trocado pelo ião Cl- carregado negativamente, para que a
célula não fique eletricamente neutra.
§ Surge associada à anquirina.
Glicoforina
§ Não tem função cientificamente definida;
§ Proteína que atravessa uma única vez a membrana;
§ Proteína altamente glicosilada;
§ Apresenta um peso molecular semelhante ao da Banda 3.
PERIFÉRICAS
Espectrina
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Actina
§ Responsável pela ligação à membrana.
2.7.2 Funções
células: a) Transporte
Podemos encontrar proteínas
transportadoras nas membranas
plasmáticas e intracelulares de todos os
organismos. Transportam substâncias
como glicose, aminoácidos, etc.
através das membranas celulares.
Também estão presentes no
plasma sanguíneo, transportando iões ou
moléculas específicas de um órgão para
outro. A hemoglobina presente nos
glóbulos vermelhos transporta O2
para os tecidos. O LDL e o HDL
também são proteínas
transportadoras.
b) Atividade Enzimática
As enzimas são catalisadores
biológicos com alta especificidade. É o grupo mais variado de proteínas. Praticamente todas as
reações do organismo são catalisadas por enzimas.
c) Proteínas estruturais
As proteínas participam da arquitetura celular, conferindo formas, suporte e resistência,
como é o caso da cartilagem e dos tendões, que possuem a proteína colágeno.
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2.7.2 Mobilidade
Como a maioria dos lipídeos de membrana, as proteínas de membrana não saltam (flip-flop)
através da bicamada lipídica, mas giram sobre um eixo perpendicular ao plano da bicamada
(difusão rotacional). Além disso, muitas proteínas de membrana são capazes de se mover
lateralmente dentro da membrana (difusão lateral).
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Ora as
proteínas que
estão associadas
ou sintetizadas no
retículo vão ser
transportadas para o
complexo de Golgi através de
vesículas e deste vão ser
transportadas para a
membrana ou para o exterior
da célula, por vesículas.
A vesícula funde-se com a membrana e o seu conteúdo passa para o exterior. Para além disto,
os açúcares da
membrana encontram-se no lado não citosólico da membrana, constituindo o glicocálice. Na
sua maior parte, estes açúcares são importantes no reconhecimento celular, como por exemplo
quando os leucócitos atravessam os vasos sanguíneos porque existem células que expressam
determinados açúcares que vão ser reconhecidos por proteínas na outra célula e vão permitir
que as células comuniquem e atravessem a parede do capilar.
2.9 Criofratura
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3. Transporte Membranar
Mecanismos homeostáticos – a
composição do liquido extracelular e
intracelular são diferentes e são
mantidas num estado de equilíbrio
através de uma série de processos
reguladores.
Liquido Extracelular (LE) –
plasma sanguíneo e liquido
intersticial
A composição é mantida através
dos sistemas: cardiovascular,
pulmonar, renal, gastrointestinal, endócrino e nervo que atuam de modo coordenado.
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3.2.1 Osmose
Em situações normais a água difunde-se através da membrana em ambos os sentidos de
forma equitativa de forme que não ocorre alteração do volume celular.
Em determinadas circunstâncias pode ocorrer difusão de água dependente de um
gradiente de concentração que se designa Osmose. O grau de pressão necessário para
interromper completamente a osmose é a Pressão Osmótica.
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Bombas energéticas de ATP – proteínas que transportam a molécula contra o gradiente, com
gasto de energia (transporte activo) – GTPases.
Proteínas canais – conforme o canal está aberto ou fechado, necessita de um estímulo para
permitir a passagem das moléculas, são de dois tipos: 61
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compensar a hipertonia causada pelos solutos orgânicos que tendem a reter a água no interior
da célula.
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O transporte transcelular
de glicose através de uma
célula epitelial intestinal
depende da distribuição não-
uniforme das proteínas de
transporte na membrana
plasmática celular. O processo
mostrado aqui resulta no
transporte de glicose do
lúmen intestinal para o fluido
extracelular (a partir de onde
passa para o sangue). A glicose
é bombeada para a célula
através do domínio apical da
membrana por um sim porte
de glicose movido por Na+. A
glicose sai da célula (a favor de
seu gradiente de
concentração) por transporte
passivo mediado por uma
proteína diferente transportadora de glicose nos
domínios basal e lateral da membrana. O gradiente de Na+ que dirige o simporte de glicose é
mantido por uma bomba de Na+ nos domínios basal e lateral da membrana plasmática, a qual
mantém a concentração interna de Na + baixa. As células adjacentes são conectadas por junções
aderentes impermeáveis que possuem uma dupla função no processo de transporte ilustrado:
elas impedem a passagem de solutos pelo epitélio entre as células, permitindo a manutenção
de um gradiente de concentração de glicose através da camada de células, e também servem
como barreiras de difusão dentro da membrana plasmática, auxiliando a confinar as várias
proteínas transportadoras aos seus respetivos domínios na membrana.
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3.3.4.1 Endocitose
É o processo pelo qual as células vivas ativamente absorvem material (moléculas,
pedaços de detritos ou outras células) através da membrana celular. Em outras palavras, é a
entrada de substâncias em uma célula por englobamento das partículas pela membrana
celular. Existem três formas principais de endocitose:
• Fagocitose, Processo pelo qual certas células englobam partículas relativamente grandes,
com o auxílio de pseudópodes.
• Pinocitose, Processo pelo qual a célula engloba gotículas líquidas ou pequenas partículas,
através dos canalículos que se aprofundam na célula.
• Endocitose-mediada-por-um-recetor, que consiste na ligação de uma molécula extracelular
a um recetor na membrana celular. Estes recetores, igualmente constituintes da membrana,
estão muitas vezes associados à proteína do citoplasma denominada clatrina que forma uma
depressão na membrana; quando um recetor se liga a uma molécula, a depressão aumenta
até se transformar num vacúolo rodeado de clatrina, que entra na célula.
3.3.4.2 Fagocitose
A fagocitose é uma forma especial da endocitose onde partículas de grandes dimensões,
como
microrganismos, são
ingeridos através de
grandes vesículas
fagocíticas, os
fagossomas. Existem
dois tipos de células
que realizam a
fagocitose: os
macrófagos e os
neutrófilos. Estes
dois tipos de células
desenvolvem-se a
partir de uma mesma
célula precursora e
defendem o nosso
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3.3.4.3 Pinocitose
Na pinocitose ocorre a formação de vesículas revestidas por clatrina nos coated pits. Uma
partícula de LDL (low-density lipoprotein) é uma esfera com aproximadamente 25 nm de
diâmetro, apresenta um fosfolípido externo que contém uma única molécula de uma proteína
designada apoB100. A maior parte das células produz recetores para a superfície da célula, que
se ligam especificamente à proteína apoB-100 e englobam a LDL através da endocitose mediada
por esses recetores. Depois da endocitose, as partículas de LDL são transportadas para os
lisossomas através de um percurso endocítico e depois são degradadas por hidrólases
lisossómicas. Os recetores de LDL, que se dissociam dos seus ligandos no endossoma tardio, vão
ser reciclados para a membrana celular. Tendo por base que o endossoma tardio tem pH = 5.0
no seu interior, vai então fundir-se com o lisossoma e as proteínas e lípidos da partícula livre de
LDL são distribuídas para as suas partes constituintes, por enzimas no lisossoma, formando uma
vesícula que contém ácidos gordos,
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aminoácidos e colesterol. Por fim, o material não digerido nos lisossomas é eliminado por
exocitose e formam-se cavéolas em que não há formação de vesículas revestidas, mas sim a
formação de cavéolas em rafts lipídicos através da caveolina.
(A) O receptor de
LDL está localizado na
membrana plasmática
apresenta um local de
ligação para o LDL e um
terminal na parte
inferior que permite o
emparelhamento com
o coated-pit revestido
por clatrina. Depois de
ocorrer esta ligação, os
LDL vão ligar-se aos receptores que se encontram no coated-pit.
(B) O receptor de LDL é diferente do anterior porque não apresenta o terminal de ligação
para o coated-pit revestido por clatrina. Assim, as partículas de LDL ligam-se aos receptores que
permanecem nos locais originais da membrana e o coated-pit fica vazio.
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A endocitose mediada por receptor é semelhante à fagocitose, mas, neste caso, a partícula
a ser endocitada liga-se a proteínas receptoras específicas concentradas em determinados locais
da membrana plasmática. Estes locais formam uma pequena depressão na membrana
plasmática que está coberta por uma proteína fibrosa. a clatrina.
Quando uma das proteínas recetoras se liga a uma determinada macromolécula para qual
é específica, a depressão envagina e forma uma vesícula. A clatrina confere estabilidade à
vesícula que é transportada para o interior da célula. Já no citoplasma a vesícula perde a sua
cobertura de clatrina e pode fundir-se com lisossomas para se processar a digestão das
partículas. Dada especificidade das proteínas recetoras para determinadas macromoléculas,
este tipo de endocitose mediada tende a ser mais rápido e eficiente para o transporte de
substâncias mais raras.
A endocitose de colesterol na maioria das células de mamíferos é um bom exemplo de
endocitose mediada por recetor. O colesterol insolúvel em água é sintetizado no fígado e
transportado na corrente sanguínea associado a uma proteína, formando uma lipoproteína, a
LDL. A LDL liga-se a uma proteína recetora específica, formando uma vesícula que se fundirá
com um lisossoma já no interior da célula. A digestão da LDL permitirá a utilização do colesterol
resultante pela célula.
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3.3.5 Exocitose
Exocitose é o processo biológico pelo qual uma célula eucariótica viva libera substâncias
para o fluido extracelular, seja o fluido que envolve as células de um tecido, nos organismos
multicelulares, seja para o ambiente aquático, por modificação da membrana celular, isto é, sem
ser por difusão. É o oposto de endocitose; entretanto, ambas precisam de energia metabólica
(ATP).
Este transporte ocorre com o gasto de energia metabólica (ATP), existindo a formação de
vesículas que englobam a substância a secretar, no interior do citoplasma, e vão para a
membrana celular, fundindo-se com esta e libertando o seu conteúdo para o exterior. As
substâncias a serem libertadas pela célula podem ser produtos de secreções, tais como toxinas
ou hormônios, ou neurotransmissores (nas sinapses dos nervos).[2]
Neste processo, uma vesícula com as substâncias a serem libertadas funde-se com a membrana
celular e, a seguir, realizam-se três ações:
1. A superfície total da membrana celular aumenta, uma vez que agrega a si a membrana
da vesícula. Esta é uma das formas de crescimento das células;
2. As substâncias que se encontravam dentro da vesícula são libertadas para o exterior.
3. As proteínas da membrana vesicular encontram-se agora do lado de fora da membrana
celular, proporcionando um mecanismo de regulação dos receptores e transportadores
transmembrana.
3.3.6 Transcitose
4. Especializações da Membrana
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nos
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a
moléculas, sais e mesmo iões. As
partículas intramembranares são de natureza proteica – proteínas integrais – e estão presentes
em cada uma das membranas das células adjacentes. Entre as mais importantes proteínas
destacam-se as claudinas, essenciais para a formação e função das junções, e as ocludinas (que
apresentam função desconhecida ou menos importante).
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Acredita-se que as claudinas formem poros paracelulares, canais seletivos que permitem
que iões específicos cruzem a barreira das junções compactas de um espaço extracelular para
outro. Possuem quatro domínios transmembranares, com os terminais amina e carboxilo no
citoplasma. Atravessam a membrana citoplasmática 4 vezes, com ambos os terminais, amina e
carboxilo, localizados no citoplasma e dois loops extracelulares. O primeiro loop extracelular
tem, em média, 53 aminoácidos e o
segundo, ligeiramente mais
pequeno,
24 aminoácidos. O terminal amina
é habitualmente muito
curto (4-10
aminoácidos). O terminal
carboxilo varia entre 21 e
63 aminoácidos e é necessário
para a localização destas
proteínas nas junções
oclusivas.
Uma claudina
específica encontrada nas
células epiteliais renais,
por exemplo, precisa deixar passar
iões Mg2+ entre as células dessa
camada de modo que o íon possa ser reabsorvido da urina para o sangue. Uma mutação no
gene que codifica esta claudina resulta na perda excessiva de Mg2+ na urina.
As junções de aderência estão localizadas abaixo das junções ocludentes nos tecidos
epiteliais. Rodeiam completamente as células, constituindo como que um cinto à volta destas.
As junções de aderência são uma complexa estrutura formada pelas membranas das células
adjacentes, em que as proteínas integrais pertencem à família das caderinas (glicoproteína de
adesão celular dependentes de Ca2+). As extremidades das caderinas de cada membrana
interpenetram-se no espaço intracelular, constituindo a porção aderente da estrutura. A outra
extremidade das caderinas liga-se em cada uma das células adjacentes a proteínas do grupo das
cateninas α e β. Existem dois tipos de adesões célula-célula:
• As Junções de Adesão (zona contínua) - sítios de ancoragem para os filamentos de actina.
• Desmossomas (zona descontínua, pontual) - sítios de ancoragem para os filamentos
intermédios.
Constituindo, portanto, locais de ancoragem ao citoesqueleto, promovem a formação de
uma rede transcelular constituída pelo citoesqueleto de cada célula.
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4.2.2 Hemidesmossomas
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corrente elétrica, pelo que também são conhecidas por sinapses elétricas. Um poro/canal
contém:
• 2 conexões
• Cada conexão é constituído por 6 proteínas – conexinas – com 4 α hélices
transmembranares.
4.4 Plasmodemos
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4.7 Estereocílios
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4.8 Cílios
Os cílios são especializações celulares, comumente mais longas e de maior calibre que as
microvilosidades, com ocorrência entre vertebrados, invertebrados e protozoários. Para os
protozoários, o batimento rítmico e contínuo dos cílios da sua superfície celular auxiliam na
captura do alimento e permite ao organismo deslocar-se no meio fluido. Nos vertebrados e
invertebrados os cílios surgem como projeções da superfície apical de epitélios com ocorrência
em quase todos os sistemas destes organismos.
Estas projeções apicais são estáveis, sendo preenchidas e sustentadas por um complexo
arranjo de microtúbulos (MT) e várias proteínas associadas, formando o chamado axonema do
cílio. Este pode ser descrito pela fórmula 9+2, onde se interpreta que o axonema é composto
por nove pares de MT formando um cilindro periférico, aderido à membrana plasmática que
reveste o cílio, acrescido de um par de MT no centro deste cilindro. A interação e deslizamento
entre os pares de MT do cilindro externo e o par central, em presença de ATP, causa torção e
flexão do axonema, produzindo o batimento ciliar.
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4.8.1 Flagelos
O flagelo tem ocorrência
restrita nos vertebrados, sendo
uma projeção típica dos gametas
masculinos. É, freqüentemente,
também nominado cauda
do espermatozóide.
O axonema flagelar
nos mamíferos tem a
mesma estrutura, e portanto a
mesma fórmula 9+2,
daquela encontrada no cílio, sendo
também formado pelo
alongamento dos microtúbulos do
centríolo alojado na base da
projeção,
denominado corpúsculo basal ou quinetossomo.
4.8.2 Proteínas associadas aos microtúbulos do axonema
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Estrutura contrátil dos flagelos e cílios, formada por nove pares de microtúbulos dispostos
em cora que se prolongam do corpo basal e um par central, além de proteínas associadas .Cada
par é composto por um microtúbulo A, com 13 protofilamentos, e um microtúbulo B, composto
por 10 protofilamentos. No caso dos cílios motores, existem 9+2 pares de microtúbulos; no caso
dos cílios primários existem 9+0 pares de microtúbulos. Por esses microtúbulos, ocorre o
transporte intraflagelar, que é bidirecional, podendo ser anterógrado ou retrógrado. No caso do
movimento anterógrado, a proteína motora mais atuante é a cinesina, com movimento de
vesícula do corpo basal para o ápice do cílio. No caso do movimento retrógrado, a proteína
motora mais atuante é a dineína, com movimento de vesícula do ápice do cílio para o corpo
basal. A movimentação das proteínas dos microtúbulos proporciona a movimentação dos cílios
e flagelos.
5. Citoesqueleto
Estabelece, modifica e mantém a forma das células. É responsável também pelos
movimentos celulares como contração, formação de pseudópodes e deslocamentos
intracelulares de organelas, cromossomos, vesículas e grânulos diversos. Os principais
elementos do citoesqueleto são os microtúbulos, filamentos de actina e filamentos intermédios.
Os microtúbulos e os microfilamentos de actina, com a cooperação das proteínas motoras,
participam dos movimentos celulares e dos deslocamentos de partículas dentro das células.
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asocaidas
•
• Filamentos
axonemas
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Os microtúbulos e
os protofilamentos
que os constituem
são estruturas
polarizadas cujas extremidades
têm propriedades
diferentes, exibindo
polaridade estrutural e
funcional. À extremidade a que
se associam
preferencialmente
novas subunidades dá-se
a designação de
extremidade mais (+) à
oposta de
extremidade menos (-). A primeira é capaz de crescimento mais rápido que a segunda,
tendendo esta até a perder subunidades caso não seja estabilizada.
Na célula em interfase, os microtúbulos estão organizados de modo polarizado, sendo que
as extremidades (+) apontam para a periferia celular e as extremidades (-) partem de uma região
que as estabiliza. Esta região, denominada centro organizador de microtúbulos (MTOC) na maior
parte das células animais em ciclo celular, corresponde ao centrossoma.
Estão localizados num dos lados do invólucro nuclear. Embebido nos centrossomas, está um
par de centríolos, constituído por nove grupos de 3 microtúbulos. A matriz pericentriolar é
constituída por proteínas (tubulina γ), parte do centrossoma responsável pela nucleação dos
microtúbulos. Devido ao fato de os microtúbulos crescerem a partir do centrossoma, este é,
então, considerado um dos centros organizadores dos microtúbulos.
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• Ligam-se por uma das extremidades ao microtúbulo e pela outra à estrutura que se
movimenta.
• São dependentes dos microtúbulos os movimentos, em ambos os sentidos, que se
observam entre o corpo celular e aqueles prolongamentos.
Existem, então, dois tipos de proteínas motoras associadas aos microtúbulos:
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5.3.1 Estrutura
5.3.2 Funções
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6. Ciclo Celular
A noção de ciclo celular, tempo compreendido entre a mitose de uma célula e a mitose
seguinte de uma ou duas células filhas, trouxe uma nova dimensão ao estudo da proliferação e
da diferenciação das células. A capacidade de reprodução ou proliferação é uma característica
fundamental das células indiferenciadas. A proliferação celular normal é regulada de forma a
que a produção de novas células compense, exatamente, a perda de células pelos tecidos.
A maioria dos tecidos de um organismo adulto, com exceção do tecido muscular e do tecido
nervoso, possui um compartimento de células indiferenciadas suscetíveis de se dividirem,
originando, por mitose, células filhas com as mesmas características morfológicas, fisiológicas e
genéticas da célula que lhes deu origem. Tornou-se aparente, depois da descoberta do ciclo
celular, que todas as células, quer in vitro quer in vivo duplicam o seu DNA antes da divisão
mitótica. A fase de síntese do DNA (fase S) e a mitose (fase M), ambas distintas, permitem
estabelecer um pequeno intervalo (gap) entre o fim da mitose e o início da fase da síntese – fase
G1 – e um segundo intervalo entre o fim da fase de síntese e o começo da mitose – fase G2.
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6.1.1 Interfase
A vida de uma célula começa, no momento em que a divisão celular que a originou acaba e
o momento em que ela mesma se divide ou morre, ou seja, toda a atividade celular cessa. A
interfase corresponde ao período entre o final de uma divisão celular e o início da segunda.
Geralmente, a célula encontra-se nesta fase a maior parte da sua vida (cerca de 90%) e
durante esta fase, o DNA não é visível ao microscópio ótico. A interfase é constituída por três
fases: G1, S e G2. No entanto, existe um estado estacionário ou fase G0, onde a célula pode
permanecer durante meses ou anos, quando têm carência de nutrientes, inibidores da síntese
proteica ou uma população supersaturada de células junto a si.
6.1.1.1 Fase G1
A fase G1 é um período da interfase que se localiza antes da fase S. Para várias células, esta
fase inclui o maior período de crescimento e diferenciação celular durante o seu período de vida.
Durante esta fase, muitos dos organelos celulares são sintetizados, fazendo com que a célula
precise de enzimas e de proteínas estruturais, que também vão contribuir para uma grande
síntese proteica.
No final desta fase, ocorre a separação dos centríolos e para a célula completar a fase G1
tem de passar o ponto de restrição antes do início da fase S.
6.1.1.2 Fase S
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A fase S, ou fase de síntese, é um período do ciclo celular durante a interfase, entre as fases
G1 e G2. Depois da fase G1, a célula entra na fase S onde ocorre a síntese e a replicação do DNA.
No início da fase S, cada cromossoma é constituído por uma molécula de DNA de dupla hélice,
ou seja, por um cromatídeo. Por sua vez, no final da fase, cada cromossoma vai apresentar duas
moléculas de DNA com dupla hélice e, portanto, dois cromatídeos-irmãos. Para além disso, o
centrossoma também é duplicado, e estes dois eventos apesar de independentes, requerem
vários fatores comuns para se processarem.
O resultado final é a presença de material genético duplicado na célula, que eventualmente
será dividido em duas partes. Por fim, nesta fase, há a síntese de histonas. Os danos do DNA
podem, frequentemente, ocorrer nesta fase, sendo que a sua reparação é iniciada
imediatamente depois da replicação.
O centrossoma atua como centro organizador de microtúbulos, sendo formado por
material amorfo e um par de centríolos. O áster é um conjunto radial de microtúbulos, que saem
de um polo do fuso mitótico ou do centrossoma.
O ciclo centrossómico
inclui a separação do par
de centríolos na fase G1 e
a duplicação do
centrossoma na fase S,
visto este ser necessário
para a formação dos polos
do fuso. Na mitose, cada
par de centríolos faz parte
de um centro organizar
microtubular que
inicia a formação
dos microtúbulos
formando um
áster. Para esta duplicação do centrossoma, intervém ainda a CDK G1/S.
6.1.1.3 Fase G2
A fase G2 é a terceira e final subfase da interfase do ciclo celular. Segue a completação da
síntese do DNA e a replicação dos cromossomas da fase S, e ocorre durante um período de
tempo bem determinado que compreende cerca de 4 a 5 horas. Nesta fase da interfase, o núcleo
fica bem definido, recoberto pelo envelope nuclear e contém pelo menos um nucléolo.
Ainda que os cromossomas tenham sido replicados, eles ainda não podem ser distinguidos
individualmente pois ainda se assemelham a pequenos agrupamentos de cromatina
condensada. Esta fase prepara a célula para a mitose (fase M) depois de verificar a replicação
do DNA, a presença de mutações no DNA e de ativar o MPF (complexo proteico com capacidade
de induzir a condensação dos cromossomas, a alteração do citoesqueleto, e a alteração do
invólucro nuclear).
6.1.2 Mitose
A mitose é um fenómeno celular que ocorre em diversos tipos de células, nas quais, por
um complicado processo de divisão nuclear e citoplasmática, uma célula origina duas células
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filhas. Estas são geneticamente iguais à célula-mãe que lhe deu origem, mantendo-se
inalterável o número de cromossomas específicos (2n à 2n). É um processo de divisão celular
em que a perpetuação do genoma celular se mantém inalterável ao longo das diferentes
gerações pós-mitóticas.
Durante a mitose, ocorre, como mais adiante está pormenorizado, um conjunto complexo
de fenómenos biológicos que se desenvolvem sucessivamente ao longo do processo. Enquanto
que uns ocorrem simultaneamente, outros ocorrem interligados e dependentes de ocorrências
anteriores onde atuam múltiplos fatores reguladores do processo.
A quantidade de células que, no mesmo tecido, se encontram simultaneamente em mitose
é calculada sob a forma percentual e chama-se índice mitótico. O índice mitótico apresenta uma
percentagem muito elevada nos ápices vegetativos da raiz e do caule das plantas, bem como no
testículo e no ovário dos animais, locais onde se produzem, por mitoses, respetivamente, as
várias gerações de espermatogónias e oogónias.
O centrómero é o ponto de união dos cromatídeos-irmãos e contém uma sequência de DNA
específica necessária para a separação dos cromatídeos-irmãos. Por sua vez, o cinetocoro é uma
estrutura proteica adjacente ao centrómero onde se ligam os microtúbulos cinetocorianos.
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6.1.2.2 Profase
O início da profase torna-se visível com
o aumento de volume nuclear e
aparecimento de cromatina organizada sob
a forma de longos e finos filamentos –
cromossomas – depois de se
condensar através das condensinas. Os
cromossomas profásicos são
dicromatídicos, isto é, cada cromossoma é
constituído por duas moléculas de DNA rigorosamente iguais. O nucléolo ou nucléolos
iniciam a sua dissipação e, gradualmente, vão desaparecendo no nucleoplasma. Com isto,
os microtúbulos citoplasmáticos também se dissociam progressivamente, e o centrossoma
separa-se para os polos do fuso.
6.2.2.3 Metafase
6.2.2.4 Anafase
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6.2.2.5 Telofase
• Reorganização do
invólucro nuclear, rodeando
os cromossomas que gradualmente
se despiralizam e se descondensam
tornando-se menos
visíveis.
• Ocorre a nucleocinese, isto é,
a formação dos núcleos-filhos.
• O centrossoma de cada uma
das futuras células-filhas fica localizado na região citoplasmática perinuclear junto ao invólucro
nuclear recém-formado.
• A maior parte dos microtúbulos do fuso despolimeriza durante o início da telofase, e só
se podem observar numa zona entre os dois núcleos telofásicos. Durante o período inicial da
telofase, o citoesqueleto das células-filhas, baseado nos filamentos intermédios, será alterado,
conduzindo uma alteração significativa da morfologia celular. Conjuntamente, começa a haver
a redistribuição equitativa dos organelos celulares pelas células-filhas. Assim, o nucléolo
reaparece e formam-se células diploides (DNA = 2n).
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QUADRO RESUMO
7. Meiose
A meiose é um processo de divisão celular através do qual uma célula vê o seu número de
cromossomas reduzido a metade. Por este processo são formados gâmetas.
Nos organismos de reprodução sexuada, a formação dos seus gâmetas ocorre por meio desse
tipo de divisão celular. Quando ocorre fecundação, pela fusão de dois dessas gâmetas, ressurge
uma célula diploide, que passará por numerosas mitoses comuns até formar um novo indivíduo,
cujas células serão, também, diploides.
A meiose permite a recombinação génica, de tal forma que cada célula diploide é capaz de
formar quatro células haploides geneticamente diferentes entre si, explicando a grande
variabilidade das espécies com reprodução sexuada.
Os principais acontecimentos meióticos são:
• Duas divisões de DNA replicado originam quatro células haploides;
• Número de cromossomas das células-filhas é metade do número de cromossomas da
célula-mãe;
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7.1 Divisão I
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7.1.1 Interfase
7.1.2 Profase I
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7.1.4 Telofase I
7.2 Divisão II
A segunda divisão meiótica, nas suas linhas gerais, segue os traços de uma divisão mitótica
ordinária.
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QUADROS RESUMO
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A maneira específica pela qual a célula reage ao seu ambiente é variável. Ela varia de acordo
com o conjunto de proteínas receptoras que a célula possui, o que determina o subgrupo
particular de sinais ao qual ela pode responder, o que, por sua vez, varia de acordo com a
maquinaria intracelular, por meio da qual a célula integra e interpreta os sinais que recebe.
8.3.1 Checkpoints
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Na fase G1, existem dois pontos de controlo. O primeiro é o ponto de restrição ou start, em
que as células caso tenham os nutrientes necessários, podem continuar, senão ficam
interrompidas na fase G0. Depois de passar o ponto de restrição para a fase S, a célula tem de
apresentar tamanho suficiente e um ambiente favorável para se dar a síntese de todas as
moléculas de DNA, para que mais tarde já na fase S ocorra a replicação do DNA e a passagem da
célula para a fase G2.
Para passar à fase M, a molécula de DNA tem de estar completamente replicada
(maquinaria de replicação do DNA) e para além disso, têm de existir condições ambientais
favoráveis (proteínas e fatores de crescimento) e a célula tem de ter crescido o suficiente para
ocorrer a síntese de proteínas. Caso todos estes requisitos sejam completos, a célula pode
passar à mitose.
Checkpoints:
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• Checkpoint 3 – Restrição da
replicação de DNA a uma por Ciclo
– Fase G2
• Checkpoints 1, 2 e 3
O DNA danificado:
§ Para a célula em G2
§ Retarda a progressão da célula em S
§ Para o ciclo em G1
Papel do p53 em G1
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FIM
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Esta sebenta foi elaborada em tempo recorde com informação de vários sítios. Não está
livre de repetições, incorreções e falta de informação para o teste de BCH. Cada um é
responsável pelo estudo através da mesma.
HELDER PEREIRA
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