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Escola Secundária Geral de Quelimane

Unidade temática 7: Base citológica da hereditariedade

Conceito e Funções Vitais da célula


Um dos factos importantes e curioso é que todos os organismos vivos são formados por
células. A vida é contínua, pois na união de dois organismos (cópula) = com as mesmas
características.

A célula ocupa um lugar particular na hierarquia da


organização da vida, já que constitui a mais pequena
unidade estrutural e fundamental dos seres vivos. É nela
que se realizam todos os processos relativos a vida.

Todos os seres vivos são compostos por células. Por esta razão a célula constitui a
unidade básica da vida.
 É a menor unidade estrutural básica do ser vivo.
Célula é a unidade básica, estrutural e funcional de todos os seres vivos.
É descoberta pelo cientista inglês Robert Hooke, que observava uma cortiça (tecido
vegetal morto).

Funções vitais da célula (revisão)


As células apresentam (n) funções, a citar as principais:
 Irritabilidade (capacidade de reagir aos estímulos “Recepção, Condução e
Reacção”).
 Contractibilidade (capacidade de alterar a sua forma e manter o seu volume).
 Homeostase (capacidade de manter constante a sua composição interna “equilíbrio”
 Metabolismo Celular (conjunto de processos Bioquímicos).
 Heritabilidade (capacidade que as células tem de transmitir varias informações
genéticas).
 Divisão Celular (processo pelo qual a célula da origem duas células filhas.

Há dois tipos de células: Procariotas e Eucariotas

Alguns seres vivos são constituídos por uma só célula, capaz de realizar todas as
funções vitais (seres unicelulares). Outros podem apresentar milhares de células (seres
pluricelulares).
As células apresentam grandes diferenças morfológicas e funcionais. As células simples
são designadas células procarióticas, não tem núcleo, o material genético encontra-se
livre no citoplasma (Ex. Bactérias e as Cianobactérias). As células com uma estrutura
complexa denominam-se células eucarióticas, constituem a maioria dos seres vivos

Células Procarióticas
As células procarioticas são as primeiras e a mais simples forma de vida que apareceu
na Terra.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

As células procarióticas são geralmente mais pequenas, são constituídas por um número
limitado de organelos, não possuem o ADN incluído no núcleo pois são desprovidos de
membrana nuclear.
A sua principal característica é a ausência de cariomembrana.
São unicelulares mas muitos deles formam colónias de forma linear ou em pequenos
grupos.
Estas, são desprovidas de mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo
endoplasmático e sobretudo cariomembrana que faz com que o DNA fique disperso no
citoplasma.
A este grupo pertencem seres unicelulares ou coloniais:
Bactérias, Cianófitas (algas cianofíceas, algas azuis ou ainda Cyanobacteria)

Células Eucarióticas
As células eucarioticas, são muito mais complexas e fazem parte da constituição das
plantas e animais, incluindo os seres humanos. Nestas células, já é possível observar
estruturas especializadas como o núcleo que encontra-se envolvido por uma membrana
e é onde se encontra as informações genéticas.

Estas células estão divididas em duas zonas distintas, ou seja, o núcleo e o citoplasma

A célula eucariótica, obtém a sua designação do grego eu = verdadeiro + karyon =


núcleo. Estas células existem em quase todos os organismos vivos actuais, com
excepção dos Domínios Archea e Bactéria.
Uma das características é a presença de citosqueleto, que lhes fornece suporte e o
mecanismo de movimentação

Figuras. Célula Animal e célula Vegetal (Eucariótica)

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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Todas as células eucarióticas apresentam as mesmas características básicas:


 Membrana citoplasmática - envolve a célula e regula a entrada e saída de
materiais, separando-a do seu meio ambiente;
Nucleóide - região da célula onde se localiza o material hereditário (Ácido
Desoxirribonucléico “DNA’’ ), não rodeada por membrana
 Citoplasma - todo o interior da célula, com excepção do nucleóide. É composto por
duas partes, uma solução aquosa - citosol - com iões dissolvidos e biomoléculas e
partículas insolúveis como os ribossomas;
 Parede celular - localizada no exterior da membrana citoplasmática, tem uma
rigidez que dá suporte à célula e determina a sua forma.
Em algumas bactérias existe uma membrana externa, formada por uma camada de
fosfolipídeos rica em polissacáridos (não actua como barreira selectiva).
 Cápsula - localizada por fora da parede celular, nem sempre existe ela protege da
desidratação, é uma estrutura mucosa, composta principalmente por polissacáridos.
Este revestimento externo é uma das principais causas de resistência das bactérias.
Nb: Algumas bactérias são fotossintéticas (cianobactérias)

Núcleo: É um organelo celular que se localiza geralmente no centro da célula, apresenta


a forma esférica ou ovóide (oval).

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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Este foi descoberto em 1831 pelo cientista botânico Escocês Robert Brown
Constituição,
O núcleo é um organelo delimitado por duas membranas lipoproteicas, que constituem
a membrana ou invólucro nuclear. No seu interior encontram-se os nucléolos,
estrutura cuja constituição entram os ácidos nucleicos e proteínas, nucleoplasma e
cromatina)
Funções do núcleo
O núcleo é geralmente o maior organito da célula, funcionando como centro de
controlo, e como local onde decorrem a armazenagem da informação genética contida
nos cromossomas e replicação do DNA.

Em células metabolicamente activas é frequente observar um ou mais nucléolos, locais


onde se formam os ribossomas, a partir de proteínas específicas e RNA. O núcleo está
envolvido por uma dupla membrana designado invólucro nuclear.
Este invólucro é atravessado por númerosos poros com dimensões entre os 3 e os
100nm, que estabelecem a comunicação entre o nucleoplasma e o citosol.
Estes poros não são apenas buracos mas têm uma estrutura proteica complexa: cada
poro é rodeado por 8 proteínas em forma de grânulo.
A cromatina é um complexo de DNA e proteínas designadas histonas, organizadas em longos
filamentos durante a maior parte do ciclo celular. Apenas durante a divisão celular estes
filamentos se condensam, formando cromossomas, visíveis ao M.O.C.
A membrana citoplasmática é responsável pela integridade da célula, bem como pela
regulação da passagem de moléculas para o interior e/ou para o exterior ou seja de um meio
para o outro. É formada por uma bicamada fosfolípidica onde se encontram embebidas
proteícas e outras moléculas (colesterol, por exemplo, em células animais)

Tema: Base molecular da hereditariedade: ADN e ARN (estrutura, nucleótido,


bases azotadas, cadeias polinucleótidas)

Cada indivíduo possui um património genético que torna único. O seu DNA (ácido
desoxirribonucleico) em português designado de ADN, molécula biológica universal,
é o suporte molecular de informação genética que coordena todas as actividades
celulares e que é transmitida à gerações seguintes. O RNA (ácido ribonucleico) em
português designado de ARN, é o intermediário entre o DNA que se encontra no
núcleo e a síntese de proteínas que se realiza no citoplasma. Os ácidos nucleicos cuja
designação provem de facto de terem sido encontrados pela primeira vez no núcleo
das células, são moléculas constituídas por unidades básicas designadas por
nucleotideos.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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Fig. Diferença estrutural entre a ribose e desoxirribose.

Ácidos nucleicos são polímeros constituídos por um elevado número de nucleotídeo,


estes predominam nos cromossomas e constitui o principal componente do núcleo.
Nucleotídeo (unidade constituída pelos RNA (ácido ribonucleico) e DNA (ácido
desoxirribonucleico), formada por um açúcar, uma base nitrogenada e um grupo
fosfato). Além de participarem da estrutura dos ácidos nucleicos, os nucléicos, os
nucleótideos actuam também como componentes na estrutura de coenzimas importantes
no metabolismo oxidativo da célula, e como forma de energia química – ATP, por
exemplo. Actuam ainda como activadores e inibidores importantes intermediários da
célula.

Estrutura dos Nucleotideos são moléculas formadas por:


 Um grupo fosfato, que confere à molécula características ácidas (PO4-).;
 Uma pentose, um açúcar com cinco átomos de carbono, que no DNA é designado
desoxirribose e no RNA é ribose. Uma pentose (desoxirribose no DNA, e ribose
no RNA);
 Uma base azotada ou nitrogenada, que pode ser constituída por um anel simples
(base pirimídica), como a Timina (T), a Citosina (C) e Uracilo (U), ou por bases
com um anel duplo (base púrica), como a Adenina (A) e a Guanina (G).

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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As Bases Nitrogenadas
Pertencem a duas (2) famílias e compostos, e são cinco (5) no total:
 Bases Púricas, ou Purinas: Adenina e Guanina;
 Bases Pirimídicas, ou Pirimidinas: Citosina, Timina e Uracilo.

O conjunto formado pela pentose e pela base azotada é designado por nucleósido. A
principal diferença entre os dois tipos de ácidos nucleicos reside na pentose presente
nos seus nucleótitidos. Assim, enquanto a pentose presentes nos nucleótidos de RNA é
a ribose, no DNA encontra-se a desoxirribose.

Cada um dos ácidos nucleicos apresenta quatro tipos de bases azotadas do DNA/ADN.
(desoxiadenosina monofosfato (com Adenina), desoxiguanosina monofosfato (com
Guanina) e desoxicitidina monofosfato (com a Citosina) estão presentes tanto no DNA
como no RNA. desoxitimidina monofosfato (com Timina) surge apenas no DNA,
enquanto o Uracilo ocorre somente no RNA.

Uma molécula de DNA é constituída por duas cadeias nucleotídicas unidas por pontes
de hidrogénio que formam uma dupla hélice. Uma molécula de RNA é uma cadeia
simples de nucleótidos.
As cadeias de DNA e de RNA formam-se pelas ligações entre os nucleótidos. Estas
ligações que se estabelecem entre o grupo fosfato de um dos nucleótidos e o carbono
3’ da pentose do nucleótido seguinte são chamadas ligações fosfodiéster. O processo
repete-se na direcção 5’ 3’. Ou vise versa

As bases que existem nestas moléculas são 5:

Adenina (A) H
Guanina (G)
Uracilo (U)
Timina (T) Citosina (C)

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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Quadro comparativo entre ADN e o ARN


Inerente as bases azotadas, esta presente o Uracilo (U) que substitui a Timina (T),
sendo as restantes bases as mesmas contidas na molécula do ADN
ADN ARN
Tipo de açúcares Desoxirribose Ribose
Bases azotadas A–T A–U
G-C G-C
Tipo de cadeia de nucleótideos Dupla Simples

Nb: A diferença entre a ribose e desoxirribose esta no grupo funcional: sabemos que a
ribose esta ligada ao carbono dois (C2) e um grupo hidroxila (OH), em quanto que a
desoxirribose esta ligada ao carbono dois (C2) e um átomo de hidrogénio (H).

Tema: Modelo de dupla hélice (estrutura)


Mecanismo de Síntese de Proteína

Fig. Diferentes formas de representação molécula de DNA. A. Representação plana, mostrando as duas
cadeias unidas por meio de suas bases nitrogenadas, em destaque a um nucleotidio. B. representação da
dupla hélice no espaço, mostrando as pontes de hidrogénio entre as bases nitrogenadas. C. Representação
dos átomos por esferas e sua disposição espacial.

Em 1953, dois cientistas James Watson e Francis Crik propuseram o modelo de dupla
hélice para o DNA. Segundo este modelo, a molécula de DNA e composta por duas
cadeias polinucleotídicas, enroladas enforma de dupla hélice, cuja configuração se
assemelha a uma escada.
A parte externa da dupla hélice é formada por duas moléculas de fosfato, ligadas a
moléculas de desoxirribose, enquanto na parte interna se encontram as bases azotadas
dispostas como “degraus”.
No modelo as bases azotadas definem dois pares:
A ligação entre as duas cadeias faz-se por pontes de hidrogénio que se estabelecem
entre as bases azotadas. A Adenina emparelha com a Timina por duas pontes de
hidrogénio (A = T), enquanto a Guanina se liga à Citosina por três pontes de
hidrogénio (G ≡ C). Por esta razão, diz-se que as bases A – T e G – C são
complementares.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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As cadeias polinucleotídicas do DNA desenvolvem-se em sentidos opostos. Cada uma


delas inicia por uma extremidade 5’ e termina noutra 3’ de uma cadeia corresponde à
extremidade 5’ da outra cadeia. Por este motivo chamam-se cadeias antiparalelas.
Nb: a separação das duas cadeias ocorre graças a acção das enzimas chamadas ADN-
polimerase e a outra ADN-ligase

Na célula, a informação para a síntese de cada proteína esta contida nos genes, que são
seguimentos de DNA. A sequência dos nucleótidos de um gene determina a sequência
dos aminoácidos numa dada proteína. O processo de síntese proteica, resume-se
basicamente na transformação da linguagem codificada do DNA (sequencia de
nucleótidos) para a linguagem das proteínas (sequência de aminoácidos).
Embora a sequência de bases no DNA determine a sequencia de aminoácidos na
proteína, as células não usam directamente a informação contida no DNA. É o RNA
que executa a transferência da informação. A célula utiliza moléculas de RNA
formados no núcleo que migram para o citoplasma, transportando a mensagem que
estava no DNA. Esse RNA funciona coo mensageiro entre o DNA nuclear e o local de
síntese de proteínas, o ribossómico.

Tipos de RNA
Existem três (3) tipos de RNA, cada um com características estruturais e funcionais
próprias: RNA Ribossómico ou RNAr; RNA de Transferência ou RNA
Transparente, ou ainda RNAt e RNA Mensageiro

Código Genético
O Código Genético resulta de uma sequência de nucleótidos e que esta sequência
tinha correspondência com sequência de aminoácidos.
Se cada nucleótido correspondesse um aminoácido, só seria possível codificar quatro
aminoácidos. Os nucleótidos são apenas quatro (4). Admitindo que 2 nucleótidos
codificam um aminoácido, mesmo assim só se conseguiria obter a codificação de 16
aminoácidos diferentes (42 = 16). No entanto, admitindo que fosse necessária uma
sequência de 3 nucleótidos para codificar um aminoácido, obtinham-se 64
combinações possíveis (43 = 64), mais do que as necessárias para os 20 aminoácidos
que surgem habitualmente nas proteínas. Os investigadores verificaram que sequência
de 3 nucleótidos formam o sistema de codificação mais simples utilizados pelas
células vivas. Três nucleótidos consecutivos de DNA constituem um tripleto, que
representa a mais pequena unidade de mensagem genética necessária a codificação de
aminoácido.
Por cada tripleto de DNA é formado, por complementaridade, um tripleto de
nucleótidos do RNA mensageiro, chamado códão, o qual codifica um determinado
aminoácido. O código genético é um quadro de correspondência entre 64 codões
possíveis e os vinte aminoácidos existentes nas proteínas. Nem todos os codões
codificam aminoácidos. Alguns determinam o início ou o fim da síntese de uma
proteína.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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Características do Código Genético


O código genético tem as seguintes características:
 Cada aminoácido é codificado por um tripleto designado por códão;
 O tripleto AUG tem uma dupla função: alem de codificar o aminoácido Metionina,
é o códão de iniciação da síntese proteica;
 O tripletos UAA, UGA e UAG são codões de finalização, isto é, quando surgem,
significa que a síntese de proteína deve terminar;
 O código genético é redundante, isto é, existem mais do que um códão para
codificar um aminoácido. Por exemplo, qualquer um dos codões GCU, GCC,
GCA ou GCG codificam o mesmo aminoácido – a Alanina;
 O código genético não é ambíguo, isto é, um determinado códão não codifica
dois aminoácidos diferentes;
 O terceiro nucleótido de cada códão não é tão específico como os dois primeiros.
Por exemplo, os codões CUU, CUC, CUA e CUG codificam o aminoácido
Leucina;
Regra geral, o código genético é universal, isto é, um determinado códão tem o
mesmo significado para a maioria dos organismos. Esta característica é um argumento
a favor da origem comum dos seres vivos.
Código Genético

Transcrição
A transcrição é o processo de formação de RNA a partir do DNA. A mensagem
contida no DNA é, assim transcrita para o RNA mensageiro.

transcrição tradução
DNA mRNA Proteínas

A transcrição é o processo que origina o RNA, produzido por um processo que copia a
sequência de nucleótidos do DNA.
Para que a transcrição tenha inicio, é necessário que um determinado seguimento de
dupla hélice de DNA se desenrole. Uma das cadeias de DNA exposta serve de molde
para a síntese de mRNA, que se faz a partir dos nucleótidos presentes no
nucleoplasma. Este processo é mediado pela enzima RNA polimerase, que promove a

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formação do RNA no sentido 5’ 3’.


A transcrição termina quando a RNA polimerase encontra uma região de finalização.
Nessa altura, a cadeia de RNA sintetizada desprende-se da molécula de DNA que
volta a emparelhar com a sua cadeia complementar, refazendo-se a dupla hélice.
Nas células procarióticas, a transcrição ocorre no citoplasma e nas células eucarióticas
ocorre no núcleo, pois é ai onde se encontra o ADN.
Tradução
Tradução é o processo de conversão de uma sequência nucleotídica de mRNA numa
molécula ou sequencia polipeptidica (Proteína). Neste processo estão envolvidos
diversos componentes celulares, tais como o RNA mensageiro, os ribossomas e o
RNA de transferências. O processo de tradução envolve três etapas:
i. Iniciação
A subunidade menor do ribossoma liga-se a extremidade 5’ do mRNA, deslizando ao
longo dela até encontrar o códão de iniciação (AUG); O tRNA que transporta o
aminoácido Metionina (Met) liga-se, por complementaridade ao códão de iniciação; A
subunidade maior liga-se a subunidade menor formando um ribossoma completo.
ii. Alongamento
Um segundo tRNA transporta um aminoácido específico, ligando-se ao códão
seguinte; estabelece-se uma ligação peptidica entre o aminoácido recém-chegado e a
Metionina; o ribossoma avança para as três bases seguintes do mRNA no sentido 5’
3’; o processo repetisse ao longo da molécula de mRNA, continuando a tradução dos
codões seguintes; os tRNA a medida que os aminoácidos são ligados aos codões
respectivos, vão se desprendendo sucessivamente.
iii. Finalização
O ribossoma encontra um códão de finalização (UAA, UAG ou UGA). Como a estes
codões não correspondem nenhum tRNA, o alongamento termina; o último tRNA
abandona o ribossoma; as subunidades do ribossoma separam-se, podendo ser
recicladas; a proteína é libertada.

Tema: Cromossomas
Estrutura do cromossoma

Cromossomas
Os cromossomas são elementos que contem a informação genética transmitida de
geração em geração, os genes. Cada um deles formado por sequência de nucleotidos. O
conjunto dos genes chama-se genoma. Os genes determinam todas as características dos

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seres vivos. Por exemplo o formato das orelhas, a cor dos olhos, cor da pele, cor e
comprimento do pelo dos animais, a cor das flores, dos frutos e mais.
Cada espécie tem número de cromossomas constante. O cariótipo (conjunto de
cromossomas ou constituição cromossómica de um individuo) do Homem é formado
por 46 cromossomas, dos quais 23 são herdados do pai e outros 23 herdados da mãe.
Cada indivíduo tem, 23 pares de cromossomas denominadas cromossomas homólogos.

As células somáticas (todas as células dor organismo, com excepção das que
desempenham funções reprodutivas) de cada indivíduo possuem 23 pares de
cromossomas homólogos. São células diplóides (2n). Os gâmetas, células reprodutoras
dos organismos que se reproduzem sexuadamente, são haplóides (n), porque possuem
apenas um cromossoma de cada par.

Estrutura e composição química dos cromossomas


Os cromossomas observam-se em indivíduos durante a mitose (divisão celular), quando
se encontram condensados, isto é, quando as moléculas de DNA, compridas e finas, já
se replicaram, tornando-se mais curtas e grossas.

Um cromossoma é constituído por dois cromatídeos, ligados a um outro por um


centrómero, que se localiza, em cada cromossoma, num local determinado. Os
cromossomas podem ter tamanho e forma variáveis, mas são todos constituídos por
moléculas de DNA enroladas à volta de grupos de proteínas especiais, as histonas,
formando pequenas estruturas denominadas nucleossomas.

Tema: Ciclo celular

Ciclo Celular
Segundo a teoria celular, todas as células se originam de outras preexistentes, através da
divisão celular.

Estas células vão crescer e dividir-se, tornando-se célula - mãe de uma nova geração.
O Ciclo Celular é o processo que decorre, de forma cíclica e contínua, desde o
surgimento da uma célula até à sua própria divisão. O tempo de duração do ciclo celular
varia conforme os tipos de célula ou o seu estado fisiológico.

Fases e Subfases do Ciclo Celular


O Ciclo celular é composto por duas fases: Interfase e a Fase mitótica ou divisão celular.

Interfase
A interfase é um período longo que decorre desde o fim de uma divisão celular até ao
início da divisão seguinte. Durante esta fase a célula cresce e ocorre a Duplicação da

por: Sozinho Domingos Luciano


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informação genética que será transmitida as células – filhas.


A Interfase é constituída por três períodos ou intervalos sucessivos: Intervalo G 1;
Intervalo S;
Intervalo G2. A letra “G” deriva da palavra gap, que em inglês quer dizer “ intervalo”,
e a letra “S” deriva da palavra síntese. Os intervalos G1, S, G2 tem duração variável,
dependendo da espécie de célula.

Período ou intervalo G1 – decorre desde a formação da célula até ao período S. Este


intervalo é caracterizado por uma intensa actividade de síntese de proteínas, de enzimas
e de RNA, acompanhada pela formação de vários organelos celulares. A célula cresce
em tamanho e o número de constituintes aumenta para, mais tarde, serem divididos em
partes iguais pelas células – filhas. Algumas células não se dividem, como as células
nervosas. Estas permanecem no período G1 o qual passa a chamar – se G0.

Período ou intervalo S – neste período as moléculas de DNA duplicam-se por um


mecanismo de auto-replicação semiconservativo. As novas moléculas de DNA associam
- se a Histonas, formando os cromossomas, constituídos por dois cromatídios ligados
por um centrómero. A quantidade de DNA na célula passa, assim, a ser dobro, sendo
representada por 4n.
Período G2 ou intervalo G2- decorre entre o final das sínteses de DNA no intervalo S e
o inicio da divisão celular. Neste período, verifica-se a síntese de mais proteínas que vão
ser necessárias a divisão celular.

Tema: Fase Mitótica ou Divisão Celular


Fases da Mitose: Principais Acontecimentos

Fase Mitótica ou Divisão Celular


A fase mitótica é um período de pouca actividade metabólica, durante o qual o DNA é
repartido igualmente por duas células – filhas. Esta fase tem duas etapas: Mitose -
divisão do núcleo, também chamada cariocinese; Citocinese - divisão do citoplasma

Principais Acontecimentos

Prófase: Os fios de cromática enrolam-se sobre si mesmos, tornando-se mais curtos e


mais espessos, num processo chamado condensação; Cada cromossoma e constituído
por dois cromatídios unidos pelo centrómero denominados cromatídios irmãos; A volta
de cada centríolo surge fibras muito finas de proteína, formando o áster; Os centríolos
começam a afastar-se um do outro, alongando-se entre eles as fibras que vão constituir o
fuso acromático; A membrana nuclear desintegra-se; Os nucleólos desaparecem.

por: Sozinho Domingos Luciano


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É a fase mais longa da mitose; Ocorre aumento no volume do


núcleo;
Os filamentos de cromatina começam a se condensar; Os nucléolos
desaparecem;
Cada par de centríolos se dirigem para um dos pólos da célula;
Formam-se as fibras do fuso cromático; A carioteca fragmenta-se;
Os cromossomas prendem-se às fibras do fuso.

Metáfase: Os centríolos atingiram os pólos da célula; Os cromossomas estão altamente


condensados, tendo atingido o máximo encurtamento; Os cromossomas ligam-se as
fibras do fuso acromático através dos centrómeros e dispõem-se no equador da célula,
formando a placa equatorial; Na placa equatorial, os cromatídios de cada cromossoma
voltam-se para pólos opostos.
Os centríolos ocupam os pólos opostos da
célula;
Os cromossomas ocupam região mediana da
célula; As cromatídeos-irmãs voltam-se para
os pólos opostos.

Anáfase: Os centrómeros dividem-se e os cromatídios separam-se; Os cromatídios,


agora chamados cromossomas, são puxados em direcção aos pólos pelas fibras do fuso a
que estão ligados; No final desta fase existe em cada pólo da célula um conjunto de
cromossomas com a mesma quantidade de DNA existente na célula – mãe.

Divisão do centrómero
As cromatídeos-irmãos separam-se e são
levadas para os pólos opostos da célula.

Telófase: Forma-se uma membrana nuclear a volta de cada conjunto de cromossomas;


Desaparece o fuso acromático; Aparecem de novo os nucleólos; Os cromossomas
descondensam-se e deixar de ser visíveis ao microscópio óptico; A célula tem agora
dois núcleos.
Os cromossomas chegam aos pólos,
começam a se desenrolar e adquirem de
novo o aspecto de cromatina;
A carioteca e o nucléolo voltam à se
formar.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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A Citocinese – consiste na divisão do citoplasma em duas partes mais ou menos iguais.


Na zona da placa equatorial forma-se um anel de fibras de proteína que se contrai,
estrangulando o citoplasma até a separação das duas células filhas.

Importância da Biológica Mitose


Nos organismos unicelulares, a divisão celular por mitose constitui a própria
reprodução, já que a partir de um indivíduo uma célula – surge dois novos indivíduos
portadores da mesma informação genética.
O crescimento de um ser vivo a partir de uma célula - ovo, através da multiplicação
rápida das suas células; A renovação dos tecidos, por substituição das células mortas
por outras que se vão formando; A regeneração de partes do corpo em plantas e
animais por exemplo a estrela-do-mar, regenera um ou mais braços perdidos, ou pode
mesmo, a partir de um único braço constituir o animal completo.

Tema: Meiose
Fases da Meiose e os Principais acontecimentos.
Importância Biológica da Meiose

Ocorre apenas nas células das linhagens germinativas masculinas e feminina.


Uma célula dá origem a quatro novas células com a metade do numero de cromossomos
da célula inicial.

Meiose I: Principais acontecimentos

Prófase I: Fase muito longa e complexa; os cromossomas já estão duplicados mas ainda
são muito finos e compridos; no final da Prófase, os cromossomas apresentam-se muito
curtos e espessos, sendo possível vê-los nitidamente; os cromossomas homólogos
emparelham uns com os outros.

Sub-fases da prófase 1
 Leptóteno
 Zigóteno
 Paquíteno
 Diplóteno
 Diacinese
por: Sozinho Domingos Luciano
Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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Cada par é constituído por quatro cromatídeos, formado tétradas (grupo de quatro
elementos) ou bivalentes; durante o emparelhamento ocorrem quiasmas, pontos de
cruzamento entre dois cromatídeos de cromossomas homólogos; nos pontos de
quiasmas podem haver fracturas dos cromatídeos, troca de segmentos entre os
cromatídeos de dois cromossomas homólogos, passando assim os genes de um
cromatídio para o outro.
Este processo é chamado de crossing over; os cromossomas homólogos afastam-se um
do outro, continuando unidos pelos quiasmas; desintegra-se a membrana nuclear; nas
células que possuem centríolos, estes atingem os pólos da célula; termina a organização
do fuso acromático que se foi formando ao longo da prófase; desaparecem os nucléolos.

Metáfase I: Os cromossomas, ainda constituídos por dois cromatídeos, ligam-se ao fuso


acromático pelo centrómero, formando placa equatorial. Os cromossomas homólogos
colocam-se em posição simétrica, com pontos de quiasma no plano equatorial do fuso
acromático.

Anáfase I: Os cromossomas de cada par de homólogos, constituídos por dois


cromatídeos, ainda ligados pelo centrómero, separam-se indo cada um para pólos
opostos da célula; não há divisão do centrómero.

Telófase I: Os cromossomas atingem os respectivos pólos; os cromossomas


descondensam-se, tornando-se mais finos e compridos; o fuso acromático desaparece;
forma-se uma membrana nuclear à volta de cada conjunto e cromossomas; cada núcleo
tem metade dos cromossomas do núcleo da célula inicial; por vezes ocorre citocinese,
formando-se duas células haplóides.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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Intercinese
Intervalo entre a 1ª e a 2ª divisão da meiose. É muito curto e não ocorre outra
duplicação do DNA. Cada cromossoma duplicado se separa em dois cromossomas
simples.
Meiose II: Principais acontecimentos
Prófase II: Fase geralmente muito curta e simples; os cromossomas condensam-se;
começa a organizar-se o fuso acromático; a membrana nuclear fragmenta-se.

Metáfase II: Os cromossomas, curtos e grossos, ligam-se ao fuso acromático, com o


centrómero posicionado na região equatorial da célula; cada cromatídeo d um
cromossoma fica voltado para um dos pólos da célula.

Anáfase II: Os centrómeros dividem-se e os dois cromatídios de cada cromossoma


separam-se e dirigem-se para os pólos opostos da célula; os cromatídios passam a
chamar-se cromossomas, podendo conter informações genéticas diferentes, devido ao
crossing over ocorrido na prófase I.

Telófase II: Os cromossomas atingem os pólos da célula e descondensam-se, tornando-


se finos e compridos; desaparece o fuso acromático; organiza-se uma membrana nuclear
à volta de cada conjunto de cromossomas; o citoplasma divide-se e surgem duas células
- filhas haplóides, cada uma contendo cromossoma de cada par de homólogos;
reaparecem os núcleos.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

Significado biológico da
Prófase I meiose
Permite a formação de
células haplóides (n)

Contribui para a
variabilidade genética das
espécies
Contribui para a
variabilidade genética das
espécies

N° de combinações possíveis = 2n, onde n é o número de pares de cromossomas

Importância Biológica da Meiose

O processo de meiose reveste-se de grande significado no seio da biologia. Essa


importância Biológica deve-se:
 À formação de células haplóides, células sexuais ou gâmetas que transmitem a
informação genéticas diferente da inicial devido à troca de segmentos entre
cromatídeos e cromossomas homólogos durante a crossing over.
 À sua contribuição para a variabilidade genética dos seres vivos. Os pares de
cromossomas homólogos, cada um proveniente de um dos progenitores, separam-se
ao acaso durante a primeira divisão mitótica. Como resultado, os cromossomas
paternos e maternos são distribuídos, também ao acaso, pelas duas células – filhas.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

 À constância do número de cromossomas de cada espécie ao longo das gerações.


Durante a fecundação, o gâmeta masculino e o gâmeta feminino fecundam-se e
originam um zigoto diplóide que recuperou o número de cromossomas característico
da espécie.
O número de recombinação genética possíveis formada no processo de meiose é,
assim, muito elevado. Por isso, embora um indivíduo possa ser parecido com os pais e
com os irmãos, tem características que o diferenciam e tornam únicos. Por vezes, um
indivíduo é mais parecido com o primo do que com um irmão.

Unidade Temática 8: Genética


Tema: Introdução à Genética
Termos usados e Simbologia Usada na Genética

A genética é a ciência que estuda a hereditariedade, isto é, a transmissão da


informação biológica de pais para filhos, e de geração para geração.
Actualmente, a genética proporciona ferramentas importantes para a investigação; as
funções dos genes no interior do organismo; a informação genética que esta contida nos
cromossomas onde é representado na estrutura química na molécula de DNA.

Termos usados em Genética


 Genes: unidade básica da informação genética.
 Alelo: são genes que se unem para formar uma determinada característica e se
encontram no mesmo Lócus nos cromossomas homólogos. Por exemplo: a
característica semente amarela, em ervilhas, é codificada pelos alelos VV, se
homozigota e Vv, se heterozigota. Os alelos estarão sempre aos pares nos
cromossomas
 Genótipo: é a constituição genética de um organismo, ou seja, conjunto de todos os
genes. Geralmente representado através de letras para simbolizar os genes, e essas
letras são utilizadas quando realizamos cruzamentos. Exemplo: AA, Aa, aa…
 Fenótipo: é a interacção do genótipo com o meio ambiente. O fenótipo é a
características visíveis de um organismo. Por exemplo: cor dos cabelos, cor dos
olhos, cor da pele, comprimento, altura, e mais.
 Homozigotico: um indivíduo é chamado homozigoto ou puro, quando os alelos que
codificam uma determinada característica são iguais. Exemplo: AA, aa, BB, bb…
 Heterozigoto: é um indivíduo que possui os dois alelos diferentes para determinar
uma característica. São também chamados de híbridos. Exemplo: Aa, Bb…
 Carácter Dominante ou Dominante: o gene dominante é aquele que determina
uma característica, mesmo quando em dose simples nos genótipos, como é o caso do
heterozigotico. Exemplo: AA, BB, CC…
 Carácter Recessivo ou Recessivo: é aquele gene que só se expressa quando em
dose dupla, pois na presença de um dominante, ele se torna inactivo, como é o caso
do heterozigoto. Exemplo: aa, bb, cc…
 Lócus ou Loci Genético: é o lugar ocupado por um gene no cromossoma.
 Cromossoma: é a unidade da genética que tem um grande número de genes, sendo
constante para cada tipo de espécie.
 Autossomia ou Autossomico: são os cromossomas que não determinam o sexo do
indivíduo.

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Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

 Portador: indivíduos que embora não demonstrem no seu fenótipo, transportam


alelos recessivos ligado ao sexo mas que estão escondidos por outro gene podendo
mesmo assim ser transmitida a descendência.
 Linha Pura: quando os indivíduos pelo acto de fecundação dão origem
descendentes iguais os seus progenitores.
 Mono-Hibridismo: estudo de uma só característica hereditária.
 Di-Hibridismo: esto da transmissão de dois caracteres hereditários.
 Poli-Hibridismo: estudo da transmissão de várias características hereditárias.
 Cruzamento Parental: cruzamento entre indivíduos de linha pura com a
informação contrária para uma dada característica.
 Híbridos: descendentes do cruzamento de indivíduos com características diferentes
um dominante e outro recessivo.

Simbologia Usada na Genética


P – Geração dos País ou progenitores; X – Sinal de Cruzamento;
G – Gâmetas; F1 – Primeira Geração filial;
- Símbolo de Sexo Feminino; F2 – Segunda geração filial.

- Símbolo de Sexo Masculino;

Tema: Vida e experiência de Mendel


(fases, vantagens da escolha das ervilheiras)

Vida e experiência de Mendel

Gregor Mendel (1822-1884) nasceu na Morávia actual República Checa, originário de uma
família de camponeses. Foi professor de Matemática, Física e Ciências Naturais na Escola
Superior de Brunn, onde leccionou com sucesso entre 1843 e 1854.

No seu mosteiro, Mendel tratava de um pequeno jardim onde fazia suas experiências de
cruzamento entre várias plantas, utilizando especialmente as ervilheiras (Pisum sativum). Em
1865, Mendel publicou um resumo do seu trabalho, onde formulava os princípios básicos que
regulam a transmissão das características hereditárias. A sua investigação foi ignorada durante
mais de trinta anos.

Em 1900, três botânicos – Hugo de Vries, Correns e Tschermak, quando procuraram na


literatura, trabalhos relacionados com as investigações que realizavam, descobriram a
investigação de Mendel e citaram-no nas suas publicações. Cada um destes botânicos obteve,
independentemente, resultados que confirmam os resultados obtidos por Mendel e que serviram
de base para a ciência da genética moderna. Gregor Mendel plantou, assim, as sementes que
deram origem a esta ciência, sendo, por isso, considerado pai da genética.

As experiencias de Mendel
Mendel não foi o primeiro a investigar a hereditariedade, outros investigadores tinham realizado
estudos semelhantes. Mas, o sucesso de Mendel deveu-se a duas razões fundamentais:

 Escolha do material adequado ao trabalho;


 Metodologia científica utilizada.

O material de trabalho escolhido, a ervilheira da espécie Pisum sativum, é uma planta anual que
reúne condições propícias para o estudo da genética:

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Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

 Cultiva-se facilmente e tem período de crescimento curto, permitindo vaias gerações em


pouco tempo. Pode obter-se rapidamente uma descendência abundante;
 Apresenta características bem definidas bem definidas e contrastantes;
 As flores são hermafroditas e permitem, normalmente, polinização directa. A fecundação
artificial (polinização cruzada) é fácil de efectuar.

Metodologia usada por Mendel foi a seguinte:

 Estudou uma característica de cada espécie;


 Utilizou progenitores de uma linha pura, isto é, plantas que por auto fecundação originam
somente plantas iguais a si próprias;
 Para ter um bom número de dados, fez muitos cruzamentos idênticos, e associou todos os
resultados, como se as várias descendências fossem originadas pelos mesmos progenitores;
Aplicou as leis de estatística aos resultados numéricos que obteve nos seus cruzamentos.

Mono-hibridismo

Mendel iniciou seu trabalho realizando experiências de mono-hibridismo, isto é, cruzou entre
si indivíduos de linhas puras que apresentavam uma dada característica contrastante. Em todos
os cruzamentos de duas linhas puras com características contrastantes, Mendel obteve sempre o
mesmo resultado: a primeira geração filial (F 1) ou híbridos da 1ª geração era constituída por
indivíduos semelhantes entre si que apresentavam apenas características de um dos
progenitores.

Da análise destes resultados, Mendel concluiu o seguinte:


Todos os híbridos da geração F1 são semelhantes uns aos outros em relação ao carácter
em estudo, apresentando a características de um dos progenitores – princípio da
uniformidade dos híbridos da 1ª geração.

Mendel deixou que as plantas da F1 se autopolinizassem. Semeou as sementes obtidas e


verificou que as plantas originadas deram proveniência as plantas com características
dos progenitores da F1. Estas plantas constituem a 2ª geração (F2).

Da análise destes resultados, Mendel concluiu o seguinte:


Na 2ª geração surgiam ambas as características em estudo, numa proporção de 3
para 1 (3:1). É o princípio da pureza dos gâmetas ou da segregação factorial.

1ª lei de Mendel – lei da uniformidade dos híbridos da 1ª geração: todo os híbridos da F1 são
semelhantes uns aos outros e a um dos progenitores.

Di-Hibridismo
Mendel realizou também experiências de di-hibridismo, isto é, cruzou progenitores de
linhas puras que diferiam em duas características (cruzamentos di-híbridos) e analisou
os descendentes.
Começou por cruzar duas linhagens parentais puras, uma com sementes amarelas e
rugosas e outras com sementes verdes e lisas. Ele sabia que as características
dominantes eram amarelas e lisas. Os descendentes deste cruzamento, a geração F 1,
tinham todas sementes amarelas e lisas (di-híbridos). Este resultado estava de acordo
com os obtidos nos cruzamentos mono-híbridos. Mas quando a geração F 1 di-híbrida se
autofecundava para obter a geração F 2, obtinham-se quatro combinações diferentes, na
proporção 9:3:3:1. Esta era diferente da esperada e mais complexa do que as proporções

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

obtidas nos cruzamentos mono-híbridos.

Da análise destes resultados, Mendel concluiu o seguinte:


Nos cruzamentos di-híbridos, a disjunção (segregação) faz-se de modo
independente para os diferentes pares de factores – princípio da independência
dos caracteres.

2ª lei de Mendel – lei da disjunção factorial: existem diferentes tipos de indivíduos na F 1. Esta
diferença explica-se pela disjunção dos factores no momento da formação dos gâmetas.

Dominância incompleta

Ao fazer cruzamentos com outras plantas, Mendel encontrou resultados que não se
ajustavam aos obtidos com as ervilheiras.

Por exemplo: utilizando plantas chamadas vulgarmente boas-noites, ele verificou que a
F1 obtida do cruzamento de plantas de linhagem pura, uma com flores vermelhas e outra
com flores brancas, era toda de plantas que produziam flores cor-de-rosa.

Neste caso, o alelo para a cor vermelha não se expressa totalmente sobre o alelo para a
cor branca, surgindo um fenótipo intermédio cor-de-rosa, considerando-se, por isso,
uma situação de dominância incompleta. Os indivíduos heterozigóticos distinguem-se
imediatamente dos indivíduos de linha pura, por serem diferentes dos homozigóticos,
não sendo necessário efectuar o cruzamento-teste para descobrir o seu genótipo.

Numa experiência com gado bovino, faz-se um cruzamento entre touros vermelhos e
vacas brancas. A geração F1 apresentou uma mistura de pêlos vermelhos e pêlos
brancos. A coloração resultante foi designada por Ruão. Nesta situação, cada um dos
alelos expressou-se de forma independente no fenótipo. Ambos os alelos têm igual peso
na determinação do fenótipo. É um caso de codominância.

3ª lei de Mendel – lei da indepência dos caracteres: os fenótipos observados demostram que a
disjunção se faz de modo independente para os diferentes pares de factores.

Xadrez mendeliano (exercícios)

Tema: Genealogia
Representação em Diagrama
Hereditariedade Autonómica

Árvore Genealógica ou Genealogia ou ainda Heredograma é a representação gráfica


das relações de parentesco entre os indivíduos de uma família, permitindo acompanhar a
transmissão de uma determinada característica em uma geração.

Regras para a construção de uma árvore genealógica


A montagem de uma árvore genealógica obedece alguns critérios que são:
 Em cada casal, o homem deve ser colocado a esquerda e a mulher a direita sempre
que possível;
 Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda para a direita;

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

 Cada geração que se segue é indicada por algarismos romanos (I, II, III, IV…);
 Dentro de cada geração, os indivíduos são indicados por algarismos árabes, da
esquerda para a direita (1, 2, 3, 4, …) ou indicam-se todos os indivíduos de uma
árvore genealógica por algarismos árabes começando pelo primeiro da esquerda da
primeira geração.

I: I:

II: II:

III:
Símbolos Usados na Construção da Árvore Genealógica

Hereditariedade Autonómica
Sendo os cromossomas o suporte celular da informação genética, a sua transmissão
assegura a propagação da mensagem genética através de gerações.

Critérios que permitem a identificação da transmissão de um alelo autossómico


recessivo
 Os indivíduos de ambos sexos são igualmente afectados;
 Os indivíduos portadores (Heterozigoticos) têm um fenótipo normal;
 Maior parte dos indivíduos que manifestam a doença provém de pais normais;
 Se os dois progenitores manifestarem a doença todos os seus descendentes serão
afectados (Miopia e Albinismo);

Miopia – é uma anomalia hereditária que impede o individuo de ver bem de longe. É causada
por um alelo autóssomico recessivo em relação ao alelo que condiciona a visão normal.

Albinismo – é uma anomalia hereditária caracterizada pela incapacidade de síntese de um


pigmento chamado melanina. Esta anomalia traduz-se pela ausência completa de pigmento na
pele. O alelo responsável por esta característica localiza-se no cromossoma autossómico, que é
recessivo em relação ao que determina a pigmentação normal da pele.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

Tema: Grupos Sanguíneos

Sistema ABO, Determinação Genética dos Tipos de Grupos Sanguíneos do Sistema


ABO

Existem diversos grupos sanguíneos que foram classificados em grupo ABO


constituindo o sistema ABO. Os tipos sanguíneos do sistema ABO relacionam-se coma
presença ou ausência dos dois tipos de substâncias uma delas se localiza nas hemácias e
é chamada aglutinogénios. E a outra se localiza no plasma sanguíneo que é chamada
aglutinina.

Grupos sanguíneos do sistema ABO


Tipo de Grupo Sanguíneo Aglutinogénio (nas Aglutininas (no plasma)
hemácias)
A A Anti-B
B B Anti-A
AB AB Nenhum
O Nenhum Anti-A e Anti-B

O portador do sangue do tipo AB não possui aglutininas no sistema ABO, o que


significa que podem receber, por transfusão, sangue de qualquer tipo. Já o portador do
tipo O são dadores universais porque nas suas hemacias não possui aglutinogénios.

Representação esquemática da compatibilidade sanguínea entre os grupos sanguíneos:

AB

A B

Determinação Genética dos Tipos de Grupos Sanguíneos do Sistema ABO

A presença ou ausência de aglutinogénio no sangue das pessoas é determinada pelos


genes IA, IB e i. Os genes IA e IB são dominantes sobre o gene i. Para simplificar, é usual
representar os alelos IA, IB e i, respectivamente por A, B e O.

Genótipo Fenótipo
AA ou AO (IA IA ou IA i) A
BB ou BO (IB IB ou IB i) B
AB (IA IB) AB
OO (i i) O

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

Exercício de aplicação

1. Porque é que se diz que Mendel é o pai da Genética?


2. Porque não tiveram sucesso naquela época as conclusões obtidas por Mendel?
3. O que significa cruzamento mono-hibrido? Que princípio retirou Mendel da análise
dos resultados obtidos no cruzamento mono e di-híbrido?
4. Observe a Árvore Genealógica abaixo:

a) Represente o genótipo para cada um dos membros (M – normal e


m - Miope)
b) Qual é a probabilidade do individuo 10 ter um filho Miope?
Justifique com o quadro de PUNET

5. Considere a Árvore Genealógica da Família do Sr. Emílio, abaixo representada.


B A AB a) Como se explica que o casal 5-6 tenha filho do
AB
grupo sanguíneo O e AB?
b) Qual os genótipos prováveis do avô materno e da
B A
avó paterno?
c) Considerando que a filha do casal 5-6 tem um
filho do grupo sanguíneo AB, qual será o
B O A AB genótipo e fonótipo prováveis do pai da criança?
Justifica com o Xadrez mendeliano.

6. Uma mulher contou o seguinte: “O meu marido é daltónico, mas eu não sou. Temos
quatro filhos normais, duas raparigas e dois rapazes. A minha Xiluva casou cm um
homem normal e tem quatro filhos deste casamento. Destes, duas raparigas e um
rapaz são normais, mas o outro filho rapaz é daltónico, como o meu marido”
a) Constrói a árvore genealógica desta família, utilizando uma cor diferente para os
membros daltónicos da família.
b) Com base nos dados da árvore genealógica, explique porque se considera o
Daltonismo um carácter recessivo.
c) Refere o genótipo do Marido e da mulher que contou os factos.

Unidade Temática 9: Evolução


Tema: Evolução
Teoria científica sobre a origem da vida
Teorias sobre a origem e evolução dos seres vivos
Teoria evolucionista

Evolução
A ideia de evolução não surgiu espontaneamente. Ela resultou de um lento processo do
qual muitos cientistas perceberam que a vida tem uma história contínua.

Teoria científica sobre a origem da vida

Como terá surgido a vida no nosso planeta?

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

Ao longo dos séculos, o homem sempre tentou responder a esta pergunta quer através
da fé quer por meio de uma hipótese científica. Dados obtidos a partir de diversos
campos da ciência permitiram que em 1929 os cientistas Alexandr Oparin (Russo)
John Haldane (Inglês) formulassem uma hipótese que tentava explicar a origem da
vida na terra. Esta hipótese sugeria o seguinte processo:
 A atmosfera primitiva continha, para além de outros gases, metano, amoníaco,
hidrogénio e vapor de água. Esta mistura era continuamente atingida por
relâmpagos e atravessada por raios ultravioletas do sol, o que originava a quebra de
algumas moléculas e a síntese de determinados compostos orgânicos.
 Durante os violentos temporais que se abatiam sobre a terra, estes compostos
formados na atmosfera primitiva eram levados pela água da chuva para os oceanos
primitivos, onde se acumularam, formando um caldo de substâncias orgânicas, a
“sopa primitiva” que constitui o ponto de partida para origem da vida.
 Um processo de evolução química conduziu à formação de moléculas orgânicas
mais complexas, que se teriam agregado, constituindo estruturas pré-celulares, os
coacervados, isoladas do meio por “membranas” rudimentares e capazes de
manter a sua organização durante algum tempo.
 Estes agregados pré-celulares poderiam evoluir, crescendo e reproduzindo-se dentro
da água dos oceanos, dando origem as primeiras células. Com pequenas alterações,
esta hipótese é utilizada até agora pelos cientistas para explicar a origem da vida na
terra.
Oparin Haldane
Composição da atmosfera Sem oxigénio. Com Sem Oxigénio. Com gás
primitiva. metano, gás amónio, carbono, gás amónio e
hidrogénio e vapor de água. vapor de água.
Fonte de carbono para as Metano Gás carbónico
moléculas orgânicas.
-Local de síntese pré- Atmosfera e depois Atmosfera e depois
biótica da matéria orgânica. oceanos. oceanos.
Mecanismos Aparecimento espontâneo Síntese de substâncias
de coacervados seguidos da orgânicas cada vez mais
evolução das células. complexas na presença de
radiação ultravioleta

Como se alimentavam os primeiros seres vivos na terra?

Os primeiros seres vivos que seriam muito simples, obtinham o alimento a partir das
substâncias orgânicas do caldo onde se encontravam. Eram por isso heterotróficos,
devendo usar um processo de obtenção de energia semelhante a fermentação, sem
precisar de oxigénio. Mas, à medida que a quantidade dessas substâncias diminuíam a
competição aumentava e a vida poderia extinguir-se.

Surgiam assim alguns seres vivos que tinham a capacidade de sintetizar os próprios
alimentos, utilizando a luz solar como fonte de energia – os seres vivos autotróficos.
Com o aparecimento da fotossíntese, o oxigénio livre começou a ser produzido em

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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grande quantidade o que provocou a modificação na atmosfera da Terra, possibilitando:


 Surgimento de seres aeróbios, que poderiam obter maior quantidade de energia a
parir d respiração celular.
 A formação da acamada de ozono (O 3) que protege a Terra, filtrando as radiações
ultravioleta. A vida assim pode sair do mar e ter conquistado a Terra.

Teorias sobre a origem e evolução dos seres vivos

A explicação da origem e da diversidade dos seres vivos é um assunto muito complexo.


Não existem dados suficientes do passado para a que se possa recorrer, limitando a
pesquisa experimental. Em termos gerais, podem considerar-se duas hipóteses para
justificar a origem dos seres vivos:
 Hipótese fixista ou fixismo: as espécies são imutáveis;
 Hipótese evolucionista ou evolucionismo: as espécies actuais são o resultado de
lentas modificações que ocorrem nos seres vivos e se foram acumulando ao longo
do tempo.

Fixismo

Segundo esta hipótese, as espécies surgiram tal como se conhecem no presente e


mantiveram-se imutáveis ao longo do tempo, sem originarem novas espécies.

Mas como teriam surgido os seres vivos?

Alguns fixistas acreditavam no criacionismo, enquanto outros defendiam a geração


espontânea.

Fixismo (as espécies diferentes, uma vez surgidas, mantinham-se inalteradas ao longo
dos tempos)

 Seres vivos são imutáveis;


 Espécies originadas tal e qual como são na actualidade (ver: Gen. 1:24 velho
testamento);
 Espécies permanentes, perfeitas e não sofrem evolução

Criacionismo (Criação especial e Imutabilidade das espécies) → seres vivos originados


por criação divina → perfeição e estabilidade. Segundo o criacionismo:
 Todas as espécies foram criadas ao mesmo tempo por um Ser infinito;
 Quando foram criadas, as espécies tinham as mesmas características que apresentam
actualmente.

O aparecimento de restos fossilizados de novas espécies, em estratos de rochas de


diferentes idades, abalou os seguidores do criacionismo. Na tentativa de conciliar os
dados revelados pelo estudo dos fosseis com as ideias fixistas, George Cuvier propôs,
no final do século XVIII, a teoria do catastrofismo.

Esta teoria defendia que uma sucessão de cataclismos tinha atingido a Terra, destruindo
todos ou quase todos os seres vivos existentes. Por acção de um Criador, a terra teria
sido repovoada, após cada cataclismo com formas de vidas diferentes das existentes
anteriormente. Desta forma o catastrofismo explicava o surgimento de determinadas

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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formas de fosseis em alguns estratos mais antigos das rochas e a sua ausência em
estratos mais recentes.

Geração espontânea [A partir da matéria sem vida → partículas de matéria com um


“princípio activo” (Aristóteles)

Ex. Da roupa suja surge o Rato, da Matéria Podre surgem os Microrganismos


O filósofo grego Aristóteles (384 a. C) acreditava que, em certas condições, a vida
podia surgir espontaneamente a partir de uma matéria sem vida, hipótese da abiogénese.
Esta explicação da origem dos seres vivos perdurou durante vários séculos.

Evolucionismo (a diversidade das espécies actuais são resultado de lentas e sucessivas


transformações sofridas por espécies do passado) Espécies pré - existententes mais
simples → lentas e sucessivas transformações ao longo dos tempos → diversidade das
espécies → adaptação contínua e dinâmica ao meio ambiente
Teorias evolucionistas
 Lamarckismo
 Darwinismo
 Neodarwinismo
A crença na geração espontânea continuou mas, muitos cientistas discordavam dela. Um
deles foi o Francesco Redi (1626-1697), biólogo italiano, que tentou demonstrar
experimentalmente que essa ideia era falsa e que a vida só se origina a partir de outra
vida preexistente.

Experiência de Redi
Redi colocou carne em estado de putrefação em frascos de boca larga; alguns destes
frascos ficaram abertos e outros fechados. Redi observou que as moscas se juntavam à
volta dos frascos, entrando livremente nos que estavam abertos. Ao fim de algum
tempo, verificou que na carne destes frascos tinham surgido muitas larvas, enquanto nos
frascos tapados, onde as moscas não conseguiam entrar, não apareceu nenhuma larva.

Como esta experiencia, Redi demonstrou que os seres vivos observados na carne eram
provenientes de outros seres vivos. Este facto era a favor da teoria da biogénese, que
defendia que a vida se originava somente de outra vida preexistente.

Experiência de Pasteur

No século XIX, a teoria da biogénese foi reforçada com o resultado da experiência do


cientista francês Louis Pasteur (1822-1895). Ele preparou quatro balões de vidro,
contendo caldo de carne, excelente meio de cultura para micróbios. Esticou os gargalos
dos balões, curvando-os de modo a que tomassem a forma de “pescoço de cisne”. A
seguir, ferveu os caldos até que saísse vapor pela extremidade do gargalo longo e curvo.

Enquanto os balões arrefeciam, o ar do exterior penetrava pelos gargalos e era até


possível ver partículas em suspensão no ar ficarem retidas nas paredes do pescoço longo
e curvo, que funcionava assim como uma espécie de filtro do ar.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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Apesar de estarem em contacto com o ar, que os defensores da abiogénese diziam ser
necessário para a geração espontânea de vida, nenhum dos caldos preparados por
Pasteur se contaminou. Pasteur quebrou o gargalo de um dos balões, deixando o caldo
exposto ao ar. Rapidamente se observou a presença de micróbios no caldo de carne.

Com esta experiência, Pasteur provou que, nas condições da Terra actual, não ocorre
geração espontânea e qualquer forma de vida provem de outra vida preexistente, pondo
fim à hipótese da geração espontânea.

Transformismo

A partir do século XVIII os cientistas percebiam que o fixismo não justificava a grande
diversidade dos seres vivos e tentaram encontrar outra explicação. Assim surgiu o
transformismo, segundo o qual:

 Os primeiros seres vivos eram mais simples e teriam sofrido modificações ao longo
do tempo.
Deixava assim de se considerar que as espécies são fixas e imutáveis, sendo possível a
substituição gradual de espécies por meio de adaptações a ambientes em contínuo
processo de mudanças e algumas podendo mesmo desaparecer. Por isso, as espécies
actuais não são, em regra as mesmas que existiam no passado. A teoria evolucionista é
hoje aceite pela maioria dos biólogos, pela grande variedade de testemunhos que a
apoiam.

Teoria evolucionista: Teoria de Lamarck/Lamarckismo

Jean Baptiste de Monet Lamarck (1744-1829), grande taxonomista francês, apresentou a


primeira teoria fundamentada na evolução dos seres vivos. Foi muito criticada, pois suas
ideias não conseguiram derrotar o fixismo.
A teoria de Lamarck para a explicar a existência da evolução pode resumir-se em dois
princípios fundamentais:
 Lei do uso e desuso;
 Lei da herança dos caracteres adquiridos.

Lei do uso e desuso – Lamarck considerava que o ambiente condicionava a evolução,


levando ao aparecimento de características que permitem que os indivíduos se adaptem
às condições que vivem. De acordo com esta lei, a necessidade de usar um órgão em
determinado ambiente acaba por provocar modificações nesse mesmo órgão. Isto é, se
um órgão é muito utilizado, desenvolve-se tornando-se mais forte ou de maior tamanho,
mas se, pelo contrário, esse órgão não se usa, degenera e atrofia-se.

Segundo tal lei, quanto mais uma parte ou órgão do corpo é usada, mais se desenvolve;
contrariamente as partes que não são usadas enfraquecem, atrofiam chegando até a
desaparecer.
Lei da herança dos caracteres adquiridos – as modificações que se produzem nos
indivíduos como consequência do uso ou desuso dos órgãos são hereditários,
transmitindo-se à descendência.

Segundo Lamarck qualquer animal poderia transmitir aos seus descendentes aquelas
características que se atrofiavam pelo desuso ou se desenvolveram pelo uso.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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As leis de Lamarck foram contestadas relativamente aos seguintes aspectos:


 A lei do uso e desuso, embora válida para alguns órgãos, como os músculos, não
explica todas modificações;
 A lei da herança dos caracteres adquiridos não se verifica experimentalmente. As
modificações dos órgãos, adquirida durante a vida de um ser vivo, não são
transmitidas à descendência.

Para verificar esta ideia, Weismann, em 1880, utilizou grupo de ratinhos aos quais
cortou as caudas. Os descendentes destes ratinhos apresentaram a cauda com
comprimento normal. A experiência foi repetida por 22 gerações e o resultado foi
sempre o mesmo.

Actualmente embora se reconheça que o uso e desuso de um órgão altera o seu


desenvolvimento, sabe-se que essas características afectam apenas a parte somática do
indivíduo, não passando para o material genético. Só as alterações do DNA presentes
nos cromossomas transportados pelos gâmetas só transmitidas à descendência.

Teoria de Darwin/Darwinismo
Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês que defendeu as ideias evolucionistas,
apresentou uma teoria que explicava os mecanismos da evolução.

Selecção artificial
Ao longo do tempo, o ser humano tem procurado obter plantas e animais com
características desejáveis, a partir de cruzamentos entre indivíduos que apresentam estas
características. Ao fim de algumas gerações, as características seleccionadas acumulam-
se nas populações, sendo os indivíduos que as formam diferentes dos seus antepassados.
Este processo chama-se selecção artificial e com ele o ser humano obteve uma grande
diversidade de seres vivos.

Selecção natural
À semelhança da diversidade de animais e plantas que ocorre na selecção artificial,
também na Natureza este processo, denominado selecção natural, provocada pelos
factores ambientais. Darwin lançou a ideia de que a evolução dos seres vivos era
dirigida pela selecção natural, apoiado em várias observações:
 Os seres vivos, mesmo os da mesma espécie, diferem entre si quanto a diversas
características, incluindo aquelas que têm influência na capacidade de explorar com
sucesso os recursos naturais e de deixar descendência.
 As populações de todas as espécies tendem a crescer rapidamente. No entanto, o
número de descendentes de uma espécie geralmente não se altera muito de uma
geração para a geração seguinte.
 Em cada geração morre um grande número de indivíduos, devido à competição pelo
alimento, pelo abrigo, pelo espaço e pela capacidade de fugir aos predadores – luta
pela sobrevivência. Muitos deles não deixam descendentes.
 Os indivíduos que sobrevivem e se reproduzem são os mais bem adaptados às
condições ambientais. Os menos adaptados são eliminados progressivamente. Existe
assim uma selecção natural ou sobrevivência dos mais aptos.
 Os indivíduos mais bem adaptados vivem mais tempo e originam maior número de
descendentes, aos quais transmitem as suas características.

A acumulação das pequenas variações leva, a longo prazo, à transformação e


aparecimento de novas espécies.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

Comparando Darwin Com Lamarck

Lamarck foi o precursor e Darwin o enunciador da teoria que realmente explica a


evolução.
São muito comuns as comparações entre ambos e, por isso, vejamos a mais comum
delas: o porque do longo pescoço das girafas.
Segundo Lamarck
A necessidade de esticar o pescoço para alcançar alimento (folhas de árvores) aumentou
o tamanho do pescoço da girafa, ao longo das gerações.

Segundo Darwin
Os ancestrais das girafas já apresentavam pequenas variações no tamanho do pescoço.
As de pescoço maior levaram vantagem na luta pela sobrevivência, quando os alimentos
no solo escassearam. Com o tempo, apenas os indivíduos de pescoço longo
sobreviveram.

Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução


A teoria da evolução por selecção natural enunciada por Darwin só foi bem
compreendida depois da descoberta das leis da hereditariedade que explicam os
mecanismos responsáveis pelas variações verificadas nas diferentes espécies e o modo
como essas variações se transmitem de geração em geração.

No início do século XX, surgiu a teoria sintética da evolução ou neodarwinismo,


resultante da combinação das ideias de Darwin e com os novos conhecimentos da
genética. Esta teoria engloba duas ideias fundamentais: variabilidade genética e
selecção natural. Segundo esta teoria, a selecção natural actua sobre a diversidade dos
seres vivos.
É a teoria actualmente aceita para explicar a evolução.
A teoria emprega os conceitos de mutação, variedade genética, selecção natural e
isolamento geográfico e reprodutivo, entre outros.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
Escola Secundária Geral de Quelimane

Tema: Factores da Evolução


Provas da Evolução

Factores da Evolução
Os principais factores da evolução que contribuem para a diversidade dos seres vivos
são:
 As mutações;
 A recombinação génica (recombinação genética).

Mutação
As mutações são produzidas por genes alterados e tem muitas vezes efeitos desastrosos.
Os indivíduos que as possuem tendem a ser eliminados. No entanto, elas podem
produzir características favoráveis, conferindo alguma vantagem aos seus portadores,
que neste caso serão preservados pela selecção natural.

A mutação é uma alteração na sequência de bases do DNA. Ela ocorre


espontaneamente ou provocada por agentes ambientais. Somente as mutações que
ocorrem nas células reprodutoras têm importância evolutiva.

A mutação só terá, valor evolutivo se não provocar a morte do indivíduo mutante e se


ocorrer nas células reprodutoras, podendo assim ser transmitida à descendência do seu
portador. As novas mutações introduzem novos genes numa população – são o principal
factor da variabilidade genética.

Recombinação génica
A recombinação génica acontece durante a reprodução sexuada. Provoca grande
variabilidade na descendência, devido ao elevado número de recombinações genéticas
que se verificam:
 Na meiose, durante crossing-over;
 Na fecundação, originada pela união dos gâmetas, feita ao acaso.

As mutações introduzem novos genes nas populações e a recombinação génica mistura


os novos genes com os genes já existentes. Cria-se, assim, uma enorme variabilidade
genética na população.

A selecção natural actua, por sua vez, obre os indivíduos portadores das combinações
genéticas mais vantajosas num determinado ambiente, favorecendo a sua sobrevivência
e aumentando a sua descendência. Quanto maior for a diversidade, maior será a
capacidade de uma população para se adaptar às alterações do meio, pois há maior
probabilidade de existirem conjuntos de genes favoráveis à sobrevivência da população.
No entanto, se as características do meio ambiente se alterem, os genes que eram
favoráveis podem tornar-se desvantajosos e os seus portadores serem agora eliminados
pela selecção natura.
A selecção natural impõe uma ordem ao processo evolutivo, privilegiando os
indivíduos mais adaptados e eliminando os menos adaptados. Os indivíduos mais
adaptados tendem a deixar mais descendentes capazes de atingir a época reprodutiva.
Com isso, as espécies tornam-se mais adaptadas ao ambiente em que vivem.

Provas da Evolução. A teoria da evolução diz que as espécies actuais surgiram a partir
de outras que existiram no passado. Para explicar a evolução é necessário por isso
conhecer este passado, estudando, a partir de várias áreas de conhecimento, dados

por: Sozinho Domingos Luciano


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actuais que possam ser observados directamente. As provas que apoiam a evolução são
variadas, podendo apresentar-se sob forma de argumentos a favor do evolucionismo:

 Argumentos de anatomia comparada;


 Argumentos paleontológicos;
 Argumentos embriológicos;
 Outros argumentos a favor da evolução.

Os Argumentos da Anatomia Comparada


Os argumentos de anatomia comparada, baseados na semelhança das características
morfológicas dos indivíduos, são principalmente:

 Estruturas homólogas;
 Estruturas análogas;
 Estruturas vestigiais.

Estruturas ou órgãos homólogos

Os órgãos homólogos são órgãos estruturalmente semelhantes mas que desempenham


funções diferentes. São exemplos de órgãos homólogos:

 Os membros superiores do Homem e os membros anteriores das baleias, dos


morcegos, das aves, os cavalos, das toupeiras e das salamandras: são órgãos cm a
mesma origem embriológica, constituídos por órgãos correspondentes, mas que
desempenham funções diferentes.
 A armadura bucal dos insectos: é constituída pelas mesmas partes, cada uma
adaptada a um regime alimentar.

Os órgãos homólogos são resultados da adaptação dos seres vivos a ambientes


diferentes, num processo chamado evolução divergente.

Indivíduos com o mesmo ancestral que migram para ambientes diversos são sujeitos a
evoluções diferentes. Em cada ambiente são seleccionados os indivíduos mais aptos,
originando-se gradualmente formas com grandes diferenças da inicial.

Estruturas ou Órgãos Análogos

Os órgãos análogos são órgãos estruturalmente diferentes, mas que desempenham


funções semelhantes:

 Os rizóides do musgo e as raízes de uma planta: tem uma estrutura diferente, mas
desempenham a mesma função – absorção de água e sais minerais.
 As asas dos insectos e das aves e a membrana alar dos morcegos: tem estruturas
anatomicamente diferentes, mas todos têm a mesma função de permitir a deslocação
no ar.
 Os tubarões e os golfinhos pertencem a famílias diferentes, mas tem a mesma forma
do corpo e barbatanas que facilitam a sua deslocação dentro da água.

Os órgãos análogos resultam da acção do mesmo ambiente sobre os organismos de


grupos diferentes. São características favoráveis que tornam os indivíduos portadores
mais aptos, portanto, favorecidos pela evolução. Este tipo de evolução é chamado
evolução convergente.

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Escola Secundária Geral de Quelimane

Estruturas ou Órgãos Vestigiais

Estruturas ou órgãos vestigiais são órgãos atrofiados sem função evidente e sem
significado biológico que existe em alguns grupos. Segundo a teoria evolucionista,
devem ter sido úteis nos antepassados dos seus portadores, tornando-se menos
importantes até se transformarem em estruturas rudimentares.

O Homem possui cerca de 100 órgãos vestigiais, entre as quais as vértebras do cóccix,
correspondente à cauda de seus antepassados, os músculos para mover as orelhas, os
dentes do siso, o mamilo dos machos, e mais.

Argumentos Paleontológicos

Quando morre um organismo, a maior parte do seu corpo desaparece, comido por outros
seres vivos ou destruído pelos decompositores. Mas, por vezes, o organismo pode ficar
conservado, total ou parcialmente, ou deixar vestígios nas rochas. Estes vestígios são
chamados de fosseis.

O estudo dos fósseis, indica que ao longo do tempo, a Terra foi sendo habitada por seres
vivos mais evoluídos. Os fosseis mais importantes para o estudo da evolução são fósseis
sintéticos, também chamados fósseis de transição, por apresentarem características de
dois grupos actuais diferentes.

Fósseis são restos de seres vivos de épocas passadas ou quaisquer vestígios deixados
por estes seres. A idade relativa de um fóssil pode ser dada pela profundidade do
terreno.
A idade absoluta pode ser estimada com auxílio de átomos radioactivos como o 238U e
o 14C. O estudo dos fósseis é importante para esclarecer a história evolutiva de uma
espécie.

São fósseis sintéticos:


 Archeopteryx: animal com dentes e cauda comprida com vértebras, característica de
grupo de répteis, mas que apresentava também asas e penas, como o grupo das aves.
 Pteridospérmicas: plantas que possuem folhas semelhantes às do grupo dos fetos
actuais, mas que também produziam sementes, como a do grupo de
gimnospermicas.
 Ichthyostega: animal que possuía características dos peixes e dos anfíbios actuais.

Argumentos Embriológicos

A comparação dos embriões de Vertebrados, nas primeiras etapas de desenvolvimento,


permite observar as suas semelhanças.

Todos os embriões dos seres vivos representados na figura, possuem fendas branquiais
externas na região da faringe, sacos branquiais, coração tubular e músculos e músculos
segmentados. À medida que os embriões se vão desenvolvendo, a semelhança entre eles
vai sendo cada vez mais reduzida, até se diferenciarem nos vários grupos. Este facto
sugere que os Vertebrados têm um ancestral comum, tendo-se separado uns dos outros
ao longo do seu processo de evolução.
A anatomia e a embriologia comparadas são fundamentais na determinação do grau de
parentesco entre os seres vivos. A embriologia comparada permite que se descubra

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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parentesco entre espécies que na fase adulta são muito diferentes, pois os embriões são
sempre mais semelhantes entre si do que os adultos.

Outros Argumentos a Favor da Evolução

Para além dos argumentos descritos, existem ainda outros que também são muito
importantes para o estudo das relações de parentesco entre os seres vivos:
 Argumentos biogeográficos: baseado na análise da distribuição geográfica dos
seres vivos;
 Argumentos citológicos: que revelam a mesma constituição celular para todos os
organismos vivos;
Argumentos bioquímicos: a partir do estudo comparativo das proteínas e dos ácidos
nucleicos, que permitem estabelecer relações de parentesco entre indivíduos.

Teoria da Evolução Química e da Evolução Molecular


Huxley (1825-1895) e Alexander Oparin (1894-1980). A vida é resultado de um
processo de evolução química em que os compostos inorgânicos se combinaram,
originando moléculas orgânicas simples (aminoácidos, açúcares, ácidos graxos etc.)
que, deram origem a estruturas com capacidade de auto-replicação.
As condições na Terra primitiva
 Temperaturas altas a ponto de fundir as rochas;
 Bombardeada por asteróides;
 A maior parte da água e do carbono chegou com os asteróides;
 A água vinda com os asteróides evaporava e se condensava;
 Acredita-se que, na Terra de pouco mais de 500 milhões de anos de idade,
tempestades torrenciais caíram sem intervalos, durante dezenas de milhões de
anos;
 A Terra esfriou e a água se acumulou nas partes mais baixas da crosta, formando
imensas áreas alagadas precursoras dos oceanos;
Nesse cenário, deve ter surgido os primeiros seres vivos.
Os primeiros vestígios de vida na Terra
 Vestígios de vida presentes em rochas de 2,7 bilhões de anos;
Antes de 3,5 bilhões de anos atrás a Terra já apresentava os requisitos básicos para a
formação de seres vivos.
Origem pré-biótica de compostos orgânicos
Experimentos de Miller
 Construiu um aparelho que simulava condições supostamente existentes na
Terra primitiva;
 Mistura: gás metano (CH4), amônia (NH3), hidrogênio (H2) e vapor d’água
(H2O);
 Descargas elétricas;
 Condensador (simulava as chuvas);
 Aquecedor

Após uma semana: aminoácidos (alanina e glicina), outras substâncias orgânicas


simples.
 Hoje sabemos que a Terra primitiva tinha composição química diferente: 80%
de gás carbônico (CO2), 10% de metano (CH4), 5% de monóxido de carbono
(CO), e 5% de gás nitrogênio (N);
A importância de Miller foram os experimentos que continuam sendo reproduzidos.

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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 Uma etapa fundamental na origem da vida na Terra foi o aparecimento da


membrana;
 Alexander Oparin sugeriu qual poderia ter sido o primeiro passo rumo à
formação de sistemas isolados;
 Lagos transformados em “sopas orgânicas”;
Coacervados: aglomerados de proteínas que se formam espontaneamente em soluções
aquosas com certo grau de acidez e salinidade.
Recentemente, pesquisadores dissolveram em água material orgânico extraído de
meteoritos e obtiveram coacervados.
Microsferas (Sidney Fox em 1957): bolsas delimitadas por membranas de proteínas que
se formaram pela união dos aminoácidos durante o aquecimento a seco.
 Coacervados e microsferas não são seres vivos;
 A capacidade de se reproduzir foi o passo crucial para a origem dos seres vivos;
 O “mundo do RNA”: período que precedeu a origem da vida na Terra;
 RNA podem ser produzidos em condições abióticas;
 RNA podem se replicar e controlar a união dos aminoácidos

Tema: Origem e evolução do Homem


Factores da antropogénese
Hominização

Origem e evolução do Homem

Semelhança entre o Homem e outros animais


O Homem é resultado da evolução natural que se iniciou há vários milhões de anos.
Pela sua semelhança com os macacos, os chimpanzés, os gorilas e os orangotangos,
comprovada pelo estudo da anatomia comparada e da embriologia, o Homem pertence à
ordem Primata que inclui este animal. Pensava-se que o gorila estava mais próximo do
homem, mas estudos comparativos mostram que o DNA destas espécies revelou que o
Chimpanzé tem 98.76% de sequencia de DNA iguais à do Homem. Pode-se, assim dizer
que o Homem teve origens nestes animais, tendo sucedido, ao longo de milhões de anos
várias espécies de homens, das quais descende o Homem actual.

Evolução humana ou antropogênese: é a origem e a evolução do Homo sapiens como


espécie distinta de outros hominídeos, dos grandes macacos e mamíferos placentários.

Breve Historial

Em plena era dos dinossauros, surgiu na Terra um primata que caminhava com as
quatro patas e era antepassado comum dos actuais macacos e dos homens. Depois
apareceu um novo hominídeo, que já era capaz de erguer-se na posição vertical. Tinha o
cérebro mais desenvolvido e utilizava os membros superiores para colher ramos e
pedras e, numa etapa evolutiva posterior, para fabricar seus próprios utensílios. O
género Homo se afastou dos Australopitecos há cerca de 2,3 e 2,4 milhões de anos na
África.

Factores da antropogénese

A antropogénese é o estudo da origem e evolução da espécie humana a partir de um


ancestral comum como os primatas superiores. A descoberta dos grandes fósseis mostra
que os hominídeos e os grandes macacos, também chamados de macacos antropóides,

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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tinham ancestral comum e, evoluíram em direcções diferentes.

Os principais factores da antropogénese são:


 Desenvolvimento gradual do volume do cérebro.
Posição bípede que permitiu a utilização das mãos para realizar outras actividades.

Hominização
A hominização foi um processo evolutivo, tanto físico como intelectual, que passou por
diferentes estádios de desenvolvimento, desde os primeiros hominídeos até ao homem
actual.

Australopithecus (4 M. a)
O hominídeo mais antigo que se conhece é o Australopithecus, cujos restos foram
encontrados na África do Sul. Tinha crânio pequeno e postura erecta, embora se
desloca-se curvado. Já não apresentava as presas (dentes caninos) existindo nos
antropóides. Conhecem-se três (3) espécies de Australopithecus: A. aferenses, o mais
antigo, A. africanus e A. robustos.

Homo habilis (2.5 M. a)


O Homo habilis viveu ao mesmo tempo com o australopiteco, mas pertencia ao género
diferente – género Homo. A capacidade do crânio era um pouco maior, já se alimentava
de carne e caminhava mais erecto. Expressava-se por sons e gestos. Este antepassado do
Homem actual tinha a capacidade de fabricar utensílios de pedra que utilizava para
quebrar as casacas das sementes, cavar a terra à procura de raízes ou dividir a carne dos
animais. Por isso foi chamado de Homo habilis.

Homo erectus (1.5 M. a)


O Homo habilis, viveu apenas em África, deu origem a uma nova espécie, Homo
erectus, que se espalhou pela Ásia e pela Europa. O Homo erectus tinha um esqueleto
muito parecido com o do homem actual e a altura semelhante. Mostrava uma grande
evolução no fabrico e uso de utensílios de pedra (facas, machados, raspadores) e deve
ter iniciado a linguagem articulada. Começou a abrigar-se em cavernas e a usar o fogo.
Cobria-se com pele dos animais que caçava. Foi o primeiro hominídeo a sair de África.
A provocar a sua dispersão, muitos fosseis desta espécie foram descobertos em vários

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho
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locais do mundo. Todos receberam o nome da região onde foram localizados: Homem
de Java, Homem de Pequim e Homem de Heidelberg.

Homo sapiens
Todos os Homens posteriores ao Homo erectus pertencem à espécie Homo sapiens. O
fóssil mais antigo desta espécie foi descoberto em 1856, no vale do rio Neander, na
Alemanha, e por isso chamado Homem de Neanderthal. Recebeu o nome científico de
Homo sapiens neanderthalensis.

Homo sapiens neanderthalensis (entre 130000 e 35 000 anos)


Homem de Neanderthal era baixo e forte. Tinha o crânio grande e o cérebro era mais
desenvolvido. Este Homem primitivo já possuía linguagem e abrigava-se em grutas e
cavernas. Caçava grandes herbívoros em grupo, utilizando lanças de madeiras com
pontas de pedras. Construía grande variedade de objectos de ferramentas. Tinha vida
espiritual e praticava rituais funerários. Os mortos eram sepultados juntamente com
instrumentos e alimentos.
Não há registo fóssil dos neandertalenses com menos de 35 000 anos.

Homo sapiens sapiens (40 000 anos)


Os primeiros fósseis do Homo sapiens sapiens foram encontrados no sul da França.
Eram mais altos e tinham traços fisionómicos mais delicados do que os neandertalenses.
Não se distinguem facilmente do homem actual. Vivem de caça, da pesca e colhiam
sementes e frutos selvagens. Tinham grande desenvolvimento mental, sendo capaz de
produzir estatuetas, gravuras, desenhos e pinturas rupestres. O Homo sapiens sapiens
espalhou-se pela Terra e deu origem a todos s seres humanos actuais, que continuam a

evoluir.
Esquema da evolução humana

Exercício de Aplicação

1. Qual é a grande diferença entre o fixismo e o evolucionismo?


2. Mencione 2 autores que defendem o fixismo e 2 evolucionistas.
3. Qual foi o fracasso de Lamarck?
4. Mencione os factores da evolução e explique cada um deles.
5. Descreva pelo menos duas provas da evolução por ti estudadas.
6. Onde e como surgiu o grupo dos Australopithecus?
7. Quais são os principais factores da Antropogénese?

por: Sozinho Domingos Luciano


Revisado por: Emílio de Almeida Candrinho

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