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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distancia

Evolução da Contabilidade e Seus Objectivos, e sua importância na


Administração Pública Moçambicana

Amélia Maera Ossiua-708220069

Curso: Licenciatura em administração pública

Disciplina: Contabilidade Geral

Ano de frequência:2° Ano

1° Trabalho

Quelimane Agosto de 2022


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Categorias Indicadores Padrões Classificação


Pontuação Nota Sobtotal
máxima do
tutor
Estrutura Aspectos Capa 0.5
organizacionais Índice 0.5
Introdução 0.5
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Conteúdo Introdução Contextualização 1.0
(Indicação clara do
problema)
Descrição dos 1,0
objectivos
Metodologia 2,0
adequada ao objecto
do trabalho
Análise e Articulação e 2.0
discussão domínio do discurso
académico
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Revisão 2.0
bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área
de estudo
Exploração dos 2.0
dados
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação Paginação, tipo de 1.0
gerais tamanho de letra,
paragrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA 6ª Rigor e coerência 4.0
bibliográficas edição em das
citações e citações/referências
bibliográficas bibliográficas
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Índice
1.0. Introdução...................................................................................................................4

1.1. Objectivo geral...........................................................................................................4

1.2. Objectivos específicos................................................................................................4

2.0. A origem e evolução da contabilidade.......................................................................5

3.0. Áreas de actuação.......................................................................................................6

3.1. Contabilidade Financeira............................................................................................6

4.0. Contabilidade Gerencial.............................................................................................7

4.1. Contabilidade de Custos.............................................................................................7

4.2. Contabilidade Social...................................................................................................7

5.0. Contabilidade Ambiental............................................................................................8

5.1. Objectivos da contabilidade.......................................................................................8

6.0. Importância da contabilidade na Administração Pública Moçambicana.................10

7.0. Conclusão.................................................................................................................11

8.0. Bibliografia...............................................................................................................12
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1.0. Introdução

A contabilidade, como ciência social aplicada, precisa acompanhar as evoluções sociais


e económicas para exercer uma das suas principais funções: fornecer informações
tempestivas, confiáveis e relevantes aos gestores e demais usuários. Para isso, faz-se
necessário desenvolver estudos científicos na área contábil, tornando-se indispensável
entender a origem da contabilidade, a sua evolução histórica e suas áreas de actuação.
Com a característica de uma ciência social aplicada, a contabilidade deve evoluir de
acordo com as necessidades de informações demandadas pelos seus usuários. Para
cumprir esta missão, ela deve buscar continuadamente ser um sistema de informações
que atenda as mais variadas necessidades e interesses de seus usuários.

1.1. Objectivo geral


 Fazer uma análise concisa acerca da Evolução da Contabilidade e Seus
Objectivos.

1.2. Objectivos específicos


 Descrever a importância da contabilidade na Administração Pública
Moçambicana;
 Identificar e descrever as diversas áreas da contabilidade e nodo de actuação.
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2.0. A origem e evolução da contabilidade


A contabilidade busca com apoio de embasamento teórico, criar, aprimorar e
desenvolver métodos e modelos de gestão. A disciplina de Teoria de a Contabilidade
objectiva desenvolver o senso crítico dos pesquisadores da área, embora tenha sido
discutida e estudada a muito tempo, somente a partir de 1994, passou a ser exigida e
integrada em todos os currículos dos cursos de ciências contábeis (IUDÍCIBUS;
MARION, 1999).

Iudícibus e Marion (1999, p. 19) explicam que “a introdução obrigatória dessa


disciplina veio, sem dúvida, trazer enorme contribuição para a formação dos estudantes
de graduação na área contábil”. Segundo os autores, isso ocorre pelo fato de que os
profissionais contábeis se atêm muito à aplicação prática e pouco à teoria. Muito tem
sido discutido a respeito de como ensinar a contabilidade, como forma de atender às
mais variadas necessidades e suprir, dessa forma, a crescente busca por profissionais
capacitados e qualificados para um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e
competitivo. Esses profissionais devem aprofundar os aspectos teórico-contábeis para
poder associar a teoria à prática, entendendo a contabilidade como uma ciência social
aplicada, buscando conhecer a sua base conceitual, a suas metodologias e origens
(HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999).

A contabilidade surgiu da necessidade do homem acompanhar e controlar a evolução de


seu património. Dessa forma, a contabilidade faz parte da evolução e do
desenvolvimento do próprio ser humano e da sociedade.

Iudícibus (2000, p. 29) descreve que a contabilidade é tão antiga quanto a origem do
homem pensante. Historiadores remontam os primeiros sinais da existência de contas
aproximadamente a 4000 anos a.c. Entretanto, talvez antes disto o homem primitivo, ao
inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus
rebanhos, ao contar suas ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar
de contabilidade.

Percebe-se que desde as épocas mais antigas os homens buscam se organizar para
controlar seus pertences. Nesse sentido, praticavam atos de comércio através da troca de
bens e mercadorias, onde até hoje existe a preocupação em controlar o património das
pessoas e das empresas.
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A origem da contabilidade está relacionada à necessidade de registos do comércio, pois


à medida que o homem começava a possuir maior quantidade de seus bens e valores,
precisava saber quanto isso poderia render e quais as formas para aumentar a sua
situação patrimonial. Como tais informações eram cada vez mais numerosas e de difícil
memorização, surgiu a necessidade dos registos, gerando os primeiros esboços para os
estudos voltados para a contabilidade.

3.0. Áreas de actuação

3.1. Contabilidade Financeira


Esta é a área de origem da contabilidade desde os primórdios da sua criação, e constitui
sua base de desenvolvimento e a fonte principal dos seus dados.

Mallo e Jiménez (1997) afirmam que a contabilidade financeira foi a primeira a


aparecer, tendo como atribuição registar, classificar e analisar os fatos contábeis
oriundos das transacções que se produzem entre o ambiente externo e a empresa.
Expressa a situação periódica do património e os resultados obtidos pela empresa em
sua actividade económica. Apresenta a situação patrimonial e de carácter histórico para
os diversos usuários externos que a desejam conhecer e ter garantia da capacidade
empresarial em gerar resultados futuros.

Assim, verifica-se como sua principal função, gerar informações que possibilitem aos
seus usuários, tanto internos quanto externos à entidade, conhecer a realidade financeira
dessa unidade económica e, com essa base, estarem capacitados a tomar decisões (OTT,
2004).

Para o autor, a contabilidade financeira é elaborada com base nos Princípios


Fundamentais de Contabilidade, na legislação vigente e cumprindo normas emitidas
pelos órgãos de controlo como, por exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), tendo como objetivo gerar informações dirigidas principalmente aos
interessados externos.

Segundo Marion (1998, p. 29), “é a contabilidade geral, necessária a todas as empresas.


Fornece informações básicas aos seus usuários e é obrigatória para fins fiscais”. De
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acordo com a área de actuação da organização, objecto da contabilidade, pode ser


denominada como agrícola, bancária, pública, comercial, hospitalar entre outras.

4.0. Contabilidade Gerencial


Ott (2004) destaca que a contabilidade gerencial representa uma evolução qualitativa e
quantitativa da contabilidade de custos e tem seu foco na tomada de decisões tácticas e
operacionais dos gestores (usuários internos). Deriva de estudos realizados,
especialmente, nos Estados Unidos nos anos 1980, devido às críticas e a necessidade de
evolução dos sistemas de informação até então utilizados e que não atendiam a demanda
das empresas para se manterem competitivas em um ambiente instável, incerto, com
uma evolução tecnológica constante e com as novas técnicas revolucionárias de gestão.

A contabilidade gerencial é definida por Adelegan (2001) como o processo de


identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e
comunicação de informação para a tomada de decisão dos gestores, visando o
planejamento, avaliação e controle do uso dos recursos organizacionais e
responsabilização dos gestores por suas decisões. É uma actividade executada de forma
interligada ao processo gerencial da organização, focada no uso dos recursos pelas
pessoas de forma dinâmica e competitiva para a criação de valor.

4.1. Contabilidade de Custos


A Contabilidade de Custos teve sua origem na era Mercantilista, no século XVIII, e
utiliza como principal fonte de dados a Contabilidade Geral ou Financeira. No início,
teve como objectivo primário apenas a mensuração dos estoques e do resultado e não a
gestão empresarial (SILVA e MOTA 2003).

Para tais autores, a Contabilidade de Custos inclui a Contabilidade Gerencial, mas


focaliza também certos elementos da Contabilidade Financeira que estão intimamente
relacionados com “a medição e o registo de custos”, que precisam ser encaminhados a
entidades externas reguladoras.

4.2. Contabilidade Social


Inicialmente, cabe esclarecer, que a contabilidade social aqui apresentada não é aquela
utilizada para demonstração da produção e distribuição da riqueza nacional, ou seja,
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para a prestação de contas da Renda Nacional, denominada por alguns autores, dentre
eles Arnosti (2000), como a Contabilidade Social do Estado.

Sá (1999, p. 1) afirma que “diversos historiadores elegem a Alemanha como o local


onde teria iniciado, na década de 20, o esforço para a apresentação de um tipo especial
de informação que tomou o nome de Balanço Social”, porém, na sequência já ressalva
que “o forte movimento trabalhista, decorrente de filosofias específicas, empreendido na
Europa, naquela ocasião, parece ter sido o responsável por esse aparecimento”.

OTT (2006) ressalta que o surgimento da noção de Responsabilidade Social da empresa


deu-se por volta dos anos 60, quando grupos civis que eram contrários ao engajamento
dos EUA na Guerra do Vietnam, iniciaram um grande movimento de contestação e
boicote à aquisição de bens e, até mesmo, das ações das companhias abertas que
estavam contribuindo de alguma forma para o conflito. Por este motivo, as empresas
atingidas começaram sistematicamente a divulgar e publicar todas as suas actividades
sociais.

5.0. Contabilidade Ambiental


A mais recente missão atribuída à contabilidade é registar e evidenciar os actos e fatos
empresariais atinentes a protecção e conservação ambiental.

Donaire (1999) afirma que foi somente no decorrer de 1950 que houve uma análise e
reavaliação dos resultados do crescimento económico e uma co-relação com as questões
ambientais, mas só na década de 1970 a economia se debruça de forma significativa
sobre essas relações.

Santos et al (2001, p.91) definem que a contabilidade ambiental é o estudo do


património ambiental (bens, direitos e obrigações ambientais) das entidades. Tem como
objectivo fornecer aos seus usuários informações sobre os eventos ambientais que
causam modificações na situação patrimonial, realizando a sua identificação,
mensuração e evidenciação.

5.1. Objectivos da contabilidade


Primeiramente, a contabilidade preocupava-se basicamente com as informações
financeiras, visando o atendimento das obrigações fiscais e legais. Com a evolução
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tecnológica e a ampliação das necessidades sociais, como um todo, houve também a


ampliação do leque de usuários potenciais da contabilidade, criando-se a necessidade da
empresa evidenciar suas realizações para a sociedade, contrariamente ao que acontecia
antigamente, quando a contabilidade tinha por objectivo informar apenas ao dono qual o
lucro obtido pela empresa em determinado período.

Com o surgimento do mercado globalizado que acirrou a concorrência, a informação


contábil tornou-se imprescindível e estratégica para a subsistência e criação de
vantagem competitiva para possibilitar que as empresas locais competissem com as
grandes corporações transnacionais, e para que estas dispusessem das informações
necessárias para poder avançar e expandir mundialmente.

Neste ambiente competitivo, Araújo e Assaf Neto (2003) também apresentam uma nova
finalidade para a contabilidade: além da divulgação das informações financeiras usuais,
a divulgação de informações económicas destinadas a diversos níveis de usuários (tanto
internos como externos).

Os autores constatam que tais informações devem caracterizar-se pela utilidade e


confiabilidade, e atender a diversificados interesses dos seus usuários, não apenas a
financeira, mas sim, as várias abordagens, inclusive a económica, que não são
excludentes, mas complementares em termos informacionais. A contabilidade, sendo
um instrumento de informação gerencial, deverá informar ao seu usuário principal os
dados que retratem, além do lucro e da rentabilidade, o valor económico gerado por suas
actividades.

Esse novo objectivo da contabilidade também é destacado por Padoveze (1999), que a
contabilidade gerencial moderna deve estar inclusa no processo de gestão para
investigar de forma continua a efectividade da utilização dos recursos organizacionais
para a criação de valor para os accionistas, clientes e credores.

Nesta nova realidade concorrencial, a contabilidade precisa evoluir e fornecer


instrumentos decisivos para o crescimento económico da organização como, por
exemplo, a contabilidade estratégica de custos que criou métodos capazes de apurar o
custo do concorrente, dos elos de uma cadeia de valor, da qualidade etc. Portanto, o
modelo contábil antigo não atende mais as necessidades dos gestores, que agora
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demandam informações gerenciais dinâmicas e ágeis, tanto dos aspectos relativos à


própria empresa, como do ambiente em que ela está inserida.

Araújo e Assaf Neto (2003) afirmam que os métodos utilizados pelos gestores para a
sua gestão financeira da empresa mudaram, pois está sendo adoptado como objectivo
organizacional a maximização da riqueza dos accionistas. Assim, os gestores necessitam
de informações que permitam aos accionistas verificar se os seus fins estão sendo
alcançados e, para isso, cabe à contabilidade apresentar tais subsídios.

6.0. Importância da contabilidade na Administração Pública Moçambicana


A contabilidade pública opera como um sistema integrador dos registos orçamentários,
económicos, financeiros e patrimoniais, com o objectivo de evidenciar todas as
movimentações com vistas à prestação de contas que todo o agente público deve
apresentar, pelo menos, ao final de cada exercício. Para isso aplica os princípios de
contabilidade geralmente aceitos e as normas específicas para as organizações públicas
em Moçambique.

Contabilidade Pública é o ramo da Contabilidade que colecta, regista e controla os actos


e fatos relacionados ao património público e suas variações, bem como acompanha a
execução do orçamento. Também é responsável por registar a arrecadação de receitas e
a execução das despesas públicas, de forma a controlar os actos e fatos relacionados ao
património e ao orçamento público (ALMEIDA, 1994).

O principal objectivo da contabilidade pública é o de proporcionar à administração


informações actualizadas e exactas que possam ser expressas em termos monetários,
sendo possível informar os reflexos das transacções realizadas de modo a possibilitar as
tomadas de decisões, para o cumprimento da legislação vigente, e ainda, demonstrar a
situação económico-financeira da entidade em um determinado momento. (COELHO;
COSTA; SOUZA, 2018).

A importância da contabilidade em Moçambique é o património; assim, o património


público constitui o campo de aplicação da Contabilidade Pública e, por isso, torna-se
responsável por registar todos os fatos administrativos decorrentes da execução dos
serviços públicos, tais como: previsão e arrecadação de receitas, autorização e
realização de despesas, conservação de bens, apuração de resultados, levantamentos de
balanços, etc. (REIS; SANTOS, 2005).
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7.0. Conclusão
No presente trabalho conclui que a origem da contabilidade é tão antiga quanto o
homem primitivo, e sua evolução está directamente relacionada com o progresso
económico da sociedade. Ao se tratar de pesquisas, torna-se imprescindível conhecer as
origens e a evolução da teoria da contabilidade, pois para proliferar avanços, faz-se
necessário um estudo ou uma pesquisa relacionada com uma ideologia que precisa ser
interpretada para poder criar e desenvolver novos estudos científicos, com base na
metodologia e nos enfoques da ciência contábil. Uma das características elementares da
administração pública é controlar as contas administrativas, entre o deficit orçamentário
e a dívida pública, bem como obter informações económica, financeira e patrimonial
que permitam aos participantes da administração, determinarem as acções condizentes
para que o erário seja devidamente destinado, ou seja, atenda aos serviços básicos, com
dignidade aos cidadãos de determinada região.
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8.0. Bibliografia
ALMEIDA, Lauro Brito; PARISI Cláudio; PEREIRA, Carlos Alberto. Controladoria.

ADELEGAN, Olatundun Janet. Managment Accounting Practices in Nigerian

Companies.

ARAÚJO, Adriana Maria Procópio de; ASSAF NETO, Alexandre. A Contabilidade

Tradicional e a Contabilidade Baseada em Valor.

COELHO, Jaqueline K. V; COSTA, Helder Rodrigues C; SOUSA, Marta Alves. A

importância da contabilidade pública como instrumento de controle na


administração pública. 2018.

COSTA, Marcelo Luis da. Orçamento público: o instrumento da gestão. Trabalho de

Conclusão de Curso.

HENDRIKSEN, Eldon S. e VAN BREDA, Michael. Teoria da Contabilidade. 5ª ed.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade.

São Paulo: Atlas, 1999.

MALLO, Carlos; JIMÉNEZ, María Ângela. Contabilidad de Costes. Madrid : Ediciones


Pirámide, 1997.

OTT, Ermani. Responsabilidade Social, Balanço Social e Demonstração do Valor

Adicionado. Caderno de estudos da disciplina Teoria da Contabilidade. UNISINOS,


2006.

SANTOS, Mauren Correa dos; CASTRO, Roberta G. Vivian. O papel da contabilidade

aplicada ao setor público na tomada de decisões.

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