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Índice
1. Introdução............................................................................................................................6
1.3. Metodologia.................................................................................................................6
2. Governação local.................................................................................................................7
8. Conclusão..........................................................................................................................15
9. Bibliografia........................................................................................................................16
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1. Introdução
A boa governação local e a efetiva participação dos cidadãos são dois parâmetros orientadores
das democracias modernas. Nos últimos anos temos presenciado importantes modificações na
estrutura e funcionamento dos municípios, com reflexo no modelo de governação local. A
governação local, refere-se à gestão dos assuntos públicos com índices fortes de associação
dos cidadãos e das suas organizações, numa perspetiva mais abrangente de junção do Estado e
cidadãos. A participação dos cidadãos, quer individual ou coletiva, nos assuntos públicos,
circunscreve-se à condição de cidadania que assumirá maior ou menor dimensão, consoante
as regras de funcionamento do Estado ou das entidades que materializam as suas funções.
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2. Governação local
Governação Local é definida como a “formulação e a execução de uma ação coletiva a nível
local, englobando papéis diretos e indiretos de instituições formais de governo local e central,
assim como as funções de normas informais, redes e organizações comunitárias e associações
de bairro na prossecução da ação coletiva, definindo o quadro de interação entre os cidadãos e
este com o Estado na tomada de decisão e na prestação de serviços públicos”(Shah, 2006).
A discussão centra-se na ideia de uma cidade mais justa que, para lá das condições materiais e
imateriais que servem de recursos ao desenvolvimento urbano, requer uma governação que
integre ativamente os cidadãos na condução dos seus destinos e da sua gestão. A cidadania é
hoje reconhecida como um pressuposto das liberdades individuais e dos direitos
democráticos, como demonstram os discursos políticos e técnicos nas suas mais diversas
manifestações de intenções. Contudo, persiste um enorme hiato entre os discursos e a prática.
As cidades que encetam iniciativas e projetos para promover formas de cidadania e de
envolvimento público ativo não têm conseguido integrar, de forma efetiva, os cidadãos na sua
gestão. É, em larga medida, neste hiato que reside o fundamento essencial para a perpetuação
das injustiças e desigualdades urbanas e para o menor desenvolvimento das cidades,
particularmente tendo como referência as potencialidades do desenvolvimento local. Apesar
das esperanças depositadas no aumento da autonomia local como fator fundamental de
desenvolvimento, o atual modelo de governação mantém-se fortemente hierarquizado e
predominam práticas decorrentes do modelo representativo que revelam enormes limitações
no que diz respeito à efetiva participação e envolvimento dos cidadãos nas tomadas de
decisão relativas à vida pública. Através de uma reflexão teórica e analítica, com base na
literatura especializada que coloca a participação ativa dos cidadãos no centro das teorias de
planeamento das cidades e dos modelos políticos democráticos, o texto questiona os efeitos da
governação urbana na transformação da democracia, o potencial de emancipação social
através da cidadania e a forma como estes conceitos se materializam na gestão da cidade e na
vida dos cidadãos (Ruivo, 2008).
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Legitimidade democrática: A participação dos cidadãos nas decisões locais confere
legitimidade às políticas e programas implementados pelo governo local, uma vez que
refletem os interesses e necessidades reais da comunidade.
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Acresce que a estrutura representativa da democracia, assente na eleição com base em listas
partidárias fechadas (cuja constituição é frequentemente envolta em polémicas de pagamento
de quotas e de manipulação de estratos vulneráveis, como a de cidadãos na terceira idade ou
de cidadãos que vivem socialmente isolados, em espaços rurais e em condições
socioeconómicas frágeis), promove mandatos incondicionados e cerceia, durante a sua
vigência, a possibilidade de controlo dos eleitos, alimentando, por esta via, a perpetuação de
mandatos pelos mesmos presidentes. A vida política da comunidade é amplamente dominada
pela vida partidária que transfere para as autarquias “as preocupações e os afrontamentos
partidários” (Fernandes, 1992).
A organização das atividades da administração pública baseou-se, durante largas décadas, nos
princípios do modelo de organização weberiano cuja estrutura se baseia na divisão vertical do
trabalho e na distribuição da autoridade, concentrando no topo da organização a
responsabilidade por todas as ações. As características evidenciadas pelo modelo burocrático
enfatizam o controlo hierárquico, a continuidade e estabilidade, o sistema de carreira, os
regulamentos internos, a imparcialidade e a conformidade com as normas. Estas
características foram consideradas adequadas à natureza das atividades desenvolvidas pela
administração pública, motivo pelo qual os países ocidentais adotaram este modelo de
organização depois da Segunda Guerra Mundial, (Araújo, 2003).
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Os modelos de gestão pública influenciam a abordagem que o governo utiliza para organizar
os recursos e transformá-los em serviços públicos. Os resultados das políticas públicas
dependem, em boa medida, do modelo de gestão adotado e da forma como ele funciona.
Naturalmente que as contingências que estão presentes no ambiente também influenciam a
implementação das políticas públicas e, em última análise, os resultados.
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estabelecendo um sistema de livre concorrência. Além disso, a constituição introduziu várias
reformas no caráter centralizador da administração pública de então, com a descentralização
para os governos provinciais e distritais de maiores poderes decisórios e competências
próprias para a implementação das políticas públicas.
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Vale destacar que, no âmbito das transformações políticas e institucionais verificadas nesse
período, foi aprovada a Lei n° 2/1997, de 18 de fevereiro, por meio da qual foram criados no
país os primeiros 33 municípios, e desde 1998 são eleitos periodicamente os respectivos
governos municipais. Atualmente existem em Moçambique 53 municípios. Na organização
administrativa do país, os municípios correspondem às circunscrições dos territórios das
cidades e vilas.
Especificamente os OPL têm como objetivos organizar a participação dos cidadãos na solução
dos problemas próprios da sua comunidade e promover o desenvolvimento local. Eles buscam
ampliar a cidadania e conscientizar a sociedade para tomar parte nos assuntos políticos que se
sucedem nesse nível. Portanto, o processo de participação pública visa colocar o cidadão
como um ator indispensável na tomada de decisões acerca dos assuntos que são considerados
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serem de seu interesse e permitir uma maior interdependência e articulação entre os diferentes
atores sociais, de tal modo que seja garantida uma maior democratização da administração
pública.
O estabelecimento dos CLs está amparado no dispositivo normativo citado acima, e a escolha
dos seus representantes segue regras específicas para cada grupo de atores ou segmento
representado. Contudo, alguns atores importantes, como as autoridades tradicionais e os
dirigentes das várias unidades territoriais administrativas do município, já estão previamente
inseridos (por determinação da legislação) na composição dos conselhos que são constituídos.
Participam também como membros do conselho o autarca (o prefeito), que é ao mesmo tempo
o presidente do órgão e os 4 representantes do poder público municipal oriundos dos postos
administrativos que integram o CL na qualidade de dirigentes dessas unidades territoriais.
Integram igualmente o conselho 2 autoridades comunitárias, que são escolhidas e legitimadas
pela população de acordo com os costumes da organização social e política tradicional da
comunidade e formalmente reconhecidas pelo poder público. As restantes 2 personalidades
que completam a composição do conselho são indicadas pelo executivo municipal.
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Portanto, de acordo com essa disposição, 34% são representantes da população que exercem
autoridade sobre as respectivas comunidades (os secretários de bairro); 4% são
individualidades que exercem poder no âmbito das instituições políticas tradicionais nas
comunidades (autoridades comunitárias, reconhecidas pelo governo municipal); 44% são
representantes de associações de comerciantes, agricultores, pecuaristas e de transportes
coletivos (sociedade civil); 6% são individualidades que exercem liderança religiosa na cidade
(autoridades religiosas) e, por fim, 12% são representantes designados pelo executivo
municipal (chefes de postos administrativos, diretores que exercem cargos governamentais e o
autarca).
O conselho é constituído por 64% de homens e 36% de mulheres, o que mostra uma
organização que respeita a cota de 30% estabelecida pela legislação que regulamenta a criação
das arenas de participação pública, como o mínimo a ser observado para a integração do
gênero nos CLs.
De acordo com os dados da pesquisa disponibilizados nas atas referentes ao ano de 2009
(período da constituição do conselho e inicio do 1° mandato), constatamos que a escolha dos
representantes do CLs decorreu em reuniões públicas e por indicação das autoridades
municipais. Nesse período, participaram na escolha dos membros dos CLs 1.784 cidadãos
munícipes, considerando as quatro reuniões constitutivas realizadas ao nível dos quatro postos
administrativos existentes. Consta que houve divulgação da realização dos encontros, não
sendo possível, no entanto, avaliar o grau, o alcance e os canais de publicização utilizados
para o efeito. Vale destacar que o número de participantes na escolha dos membros do
conselho é de um universo populacional de 124.216 habitantes da cidade.
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8. Conclusão
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9. Bibliografia
Araújo Joaquim Filipe Ferraz Esteves (2003). “ A governação local e os novos desafios”.
Universidade do Minho.
Ruivo, Fernando (1990). “ Local e política em Portugal: o poder local na mediação entre o
centro e periferia”.
Shah, Anwar. (2006). Local Governance in developing countries. Washington, DC: World
Bank Publications.
Speer, J. (2012). Participatory governance reform: A good strategy for increasing government
responsiveness and improving public services?. World Development.
Stoker, Gerry. (1998). Governance as theory: five propositions. International Social Science
Journal
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