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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de ensino à Distância – IED


Centro de Recurso de Nampula

Importância convivência política entre os Homens

Deolinda Muterua Idar. Código: 708213132

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia.


Disciplina: Introdução à Filosofia
Ano de Frequência: 2o Ano.
Turma: J
Docente: Luísa Soares dos Santos

Nampula

2022
Classificação
Categorias Indicadores Padrões

Pontuação Subtotal
Máxima Nota do tutor

0.5
 Capa

 Índice 0.5
Aspectos
Estrutura organizacionais
 Introdução 0.5

12.5
 Desenvolvimento

0.5
 Conclusão

0.5
 Bibliografia

Aspectos Gerais Formatação  Paginação, tipo e tamanho de 1.0


letra,paragrafo e espaçamento entre
linha,
Referencias Normas APA 6a 4.0
Bibliograficas edição em  Rigor e coerência das citações/
citações e Referências Bibliograficas.
Bibliografia
Folha de feedback

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Folha para Recomendação de Melhoria do Trabalho

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Índice
1. Introdução...........................................................................................................4
2. Relação entre Filosofia e Política.......................................................................5
3. História e o objectivo dos Direitos Humanos.....................................................6
4. Classificação dos Direitos Humanos..................................................................9
5. Estado de direito e suas funções.........................................................................9
6. Conceito de Estado democrático e sua aplicabilidade em Moçambique.........12
7. Conclusão..........................................................................................................13
8. Bibliografia..........................................................................................................13

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1. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da introdução à filosofia que tem como tema
“importância convivência política entre os Homens.”, tem como objectivo geral:
investigação filosófica que se ocupa da política e das relações humanas consideradas em
seu sentido colectivo, em termo do objectivo especifico descreve a história e a vida dos
autores. Para melhor compreensão do trabalho é num processo inteligível, motivador e
eficaz que está compilado num único trabalho “a história e o objectivo dos Direitos
Humanos, Classificação dos Direitos Humanos, Estado de Direito e suas funções,
Conceito de Estado democrático e sua aplicabilidade”

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2. Relação entre Filosofia e Política

Para compreendermos melhor a relação existente entre Filosofia e Política, vamos


primeiro sabermos o que a Filosofia política é uma vertente da filosofia cujo objetivo é
estudar as questões a respeito da convivência entre o ser humano e as relações de poder.
Também analisa temas a respeito da natureza do Estado, do governo, da justiça, da
liberdade e do pluralismo. A política, na filosofia, deve ser entendida num sentido
amplo, que envolve as relações entre os habitantes de uma comunidade e seus
governantes e não apenas como sinônimo de partidos políticos (CANOTILHO, 2003).

A relação que se encontra entre a Filosofia e a política está no facto de que, a filosofia
procura deter-se e abarcar nas condições de emergência da coisa pública no homem
como animal político e na tipologia dos regimes. A filosofia examina o nascimento das
instituições políticas e a sua maturidade; Ernesto Chambisse acrescenta ainda que, a
Filosofia vem iluminar os conceitos inerentes à Política, tais como: justiça, bem comum,
estado, tolerância, bem como a própria definição de política; questiona o grau de
liberdade consentâneo com a coesão social e o equilíbrio na divisão do poder. É a
filosofia que deve denunciar a absolutização da política e a redução à sua natureza
precária; deve criticar a política e todas as formas de dominação do homem pelo homem
(Luís).

Segundo a informação acima, politica é actividade inerente à organização das


instituições, os factos que dizem respeito à actividade política; tem a ver com os
processos e estratégias eleitorias, mecanismos para se alcançar o poder, composição de
partidos políticos, sindicatos, flutuação da opinião pública, as acções dos governantes e
a reação dos governados (CANOTILHO, 2003).

A atitude crítica da filosofia perturba em alguns casos a ordem política, ou seja, os


filósofos chama para si o patrono da racionalidade. Por isso, Platão em sua obra A
República, não é alheio a ideia de que a racionalidade política consiste no rei tornar-se
filósofo ou vice-versa. E Lévy, acrescenta que o “filósofo fala e por isso mesmo
perturba a ordem do mundo, incluindo o próprio mundo da política”. E ainda “quem
quiser saber para onde nos encaminhamos deverá prestar atenção, não aos políticos, mas
aos filósofos: aquilo que os filósofos anunciam hoje será a crença do amanhã”

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A política tem como finalidade a vida justa e feliz, ou seja, a vida propriamente humana
digna de seres livres, que portanto é inseparável da ética.

Para os gregos, era inconcebível a ética fora da comunidade política, a pólis como
koinonia ou comunidade dos iguais, pois nela a natureza ou essência humana
encontrava sua realização mais alta (Luís).

Quando se fala em ética, Aristóteles distingue entre teoria e prática, e nesta, entre
fabricação e acção, isto é, diferencia entre poiesis de práxis. Ele reserva à práxis um
lugar mais alto do que a fabricação, definindo-a como a acção voluntária de um agente
racional em vista de um fim considerado bom. A práxis por excelência é a política.

Platão identifica a justiça no indivíduo e a justiça na pólis. Já Aristóteles, subordina o


bem do indivíduo ao Bem Supremo da pólis. Esse vínculo interno entre política e ética
significava que as qualidades das leis e do poder dependiam das qualidades morais dos
cidadão e vice-versa, isto é, das qualidades da cidade dependiam as virtudes dos
cidadãos. Somente na cidade boa e justa podem se encontrar bons e justos; e somente
homens bons e justos são capazes de instituir uma cidade boa e justa (CANOTILHO,
2003).

3. História e o objectivo dos Direitos Humanos.

Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos,


independentemente da sua raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer
outra condição. Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, liberdade de
opinião e expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre outros. Todos têm direito a
estes direitos, sem discriminação (Luís).

Um dos documentos mais antigos que se vinculam aos direitos humanos é o Cilindro de
Ciro, que contém uma declaração do rei persa Ciro II depois de sua conquista
da Babilônia em 539 a.C. Foi descoberto em 1879 e a Organização das Nações
Unidas o traduziu em 1971 a todos os seus idiomas oficiais. Pode ser resultado de
uma tradição mesopotâmica centrada na figura do "rei justo", cujo primeiro exemplo
conhecido é o rei Urukagina, de Lagash, que reinou durante o século XXIV a.C. Cabe
destacar, também, nessa tradição, Hamurabi da Babilônia e seu famoso Código de
Hamurabi, que data do século XVIII a.C. O Cilindro de Ciro apresentava características
inovadoras, especialmente em relação à religião. Nele, era declarada a liberdade de

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religião e a abolição da escravatura. Tem sido valorizado positivamente por seu
sentido humanista e inclusive foi descrito como a primeira declaração de direitos
humanos (BARROSO, 2001).

Na Roma antiga, havia o conceito jurídico da concessão da cidadania romana a todos os


romanos. O cristianismo, durante a Idade Média, foi a afirmação da defesa da igualdade
de todos os homens numa mesma dignidade. Foi também durante esta época que
os filósofos cristãos recolheram e desenvolveram a teoria do direito natural, em que o
indivíduo está no centro de uma ordem social e jurídica justa, mas a lei divina tem
prevalência sobre o direito laico tal como é definido pelo imperador, o rei ou o príncipe.
Logo, foram criadas muitas teorias no decorrer do tempo (BARROSO, 2001).

A questão dos direitos Humanos começou a ganhar relevância na reflexão dos filósofos
iluministas do século XVIII, Montesquieu (1689-1755), Voltaire (1691-1778) e
Rousseau (1712-1778) e, a partir de então, teve um desenvolvimento crescente e
começou a ser tida em consideração na elaboração dos programas dos governos e a
traduzir-se em declarações de direitos fundamentais comuns a todos os homens.

Após a II Guerra Mundial, em que a humanidade suportou sofrimentos e crueldades


gratuitas e constatou a violação sistemática dos mais elementares direitos da pessoa
humana, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas promulgou, em
Dezembro de 1948, a “Declaração Universal dos Direitos Do Homem”, que constitui,
ainda hoje, o conjunto dos princípios básicos que devem ser respeitados nas relações
internacionais; é por isso, o documento fundamental de referência no estabelecimento
da paz entre os povos e do consenso generalizados das nações (Luís).

A consciência dos Direitos, conduziu a uma lista de documentos emanados da ONU,


que se ocupam e consagram internacionalmente os direitos de minorias ou de grupos
mais desfavorecidos. Assim, foram sendo proclamadas, entre outras:

A Convenção Européia dos Direitos do Homem: 1950;

A Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher: 1952;

Convenção para a Prevenção e Repressão do Genocídio: 1958;

A Declaração dos direitos da Criança: 1959;

Declaração sobre a concessão da Independência aos Países e Povos Colonizados: 1960;

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Declaração sobre a Eliminação de todas as Formas de Descriminação Racial: 1963.

Na generalidade de todos os países, os textos constitucionais estabelecem de forma


geral, as protecções mínimas que permitem ao indivíduo viver uma vida digna. Assim,
são estabelecidos:

O direito à satisfação das necessidades vitais, tais como a alimentação, habitação,


assistência na doença e educação;

O direito de usufruir de liberdades políticas e civis, como a liberdade de pensamento,


religião e associação;

O respeito pela integridade da pessoa individual;

A igualdade de todos perante a lei; etc.

Em relação ao objetivo dos Direitos Humanos, está a proteção que vai além do amparo
individual das pessoas, abrangendo toda a coletividade. Por esta razão, inclusive, foi
inserida, na Constituição Federal de 1988, a proteção ao meio ambiente (direitos
humanos de terceira geração).

Os direitos humanos são uma importante ferramenta de proteção a qualquer cidadão no


mundo. Ainda assim, existem diversos casos de desrespeito a esses direitos, colocando
pessoas em situações de abuso, intolerância, discriminação e opressão.

Os Direitos Humanos servem para garantir que toda pessoa humana terá sua vida e suas
escolhas respeitadas. Igualmente, assegura um tratamento igualitário para todos os seres
humanos.

Estes princípios de igualdade foram expressos em 30 artigos na Declaração Universal


dos Direitos Humanos, lançados em 10 de dezembro de 1948, pela Organização das
Nações Unidas (ONU).

Os Direitos Humanos são o reconhecimento que toda pessoa é livre para fazer suas
escolhas. Desta forma, garantem que um ser humano possa eleger sua religião,
ideologia, local de residência, sem a interferência de um poder maior ou da sociedade.

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O reconhecimento universal da igualdade, contudo, nem sempre foi entendido assim.
Nas sociedades escravistas, as pessoas escravizadas eram vistas como mercadoria e
inferiores aqueles que eram livres (BARROSO, 2001).

4. Classificação dos Direitos Humanos

Em 1979, em uma conferência do Instituto Internacional de Direitos Humanos, Karel


Vasak propôs uma classificação dos direitos humanos em gerações, inspirado no lema
da Revolução Francesa (liberdade, igualdade, fraternidade)

As Declarações dos direitos Humanos estão divididos em duas partes:

a. Direitos políticos ou direitos de cidadania: referem-se à definição da qualidade de


cidadão nacional e suas prerrogativas, aquisição e perda de nacionalidade, formação do
corpo eleitoral, capacidade eleitoral activa e passiva, acesso aos cargos públicos, etc.
Estes direitos, variam no espaço e no tempo, segundo a ordem política e jurídica de cada
Estado.

b. Direitos fundamentais propriamente ditos: referem-se aos atributos naturais da


pessoa humana, invariáveis no espaço e no tempo, segundo a ordem natural estabelecida
pelo Criador do mundo e, partindo-se do princípio de que todos os homens nascem
livres e iguais em direitos. Entendem-se à todos os homens, sem distinção de
nacionalidade, raça, sexo, ideologia, crenças, condições econômicas ou quaisquer outras
discriminações. São os direitos concernentes à vida, à liberdade, à segurança individual,
à propriedade, etc. Além dos direitos fundamentais definidos nas declarações clássicas,
novos direitos de personalidade vêm se configurando nos horizontes sociais conturbados
pela crescente hipertrofia do poder estatal, assumindo configurações mais nítidas no
mundo jurídico actual, os seguintes: a) direito à própria imagem; b) direito à intimidade
pessoal; e c) direito à informação.

O primeiro tende a desvencilhar o homem de seu condicionamento pelos estereótipos


dos chamados mass-media. O direito à intimidade pessoal dirige-se à preservação da
vida íntima do indivíduo, ameaçada pelo emprego de dispositivos modernos de visão,
audição e outros meios de controle à distância. O direito à informação se contrapõe, em
nome da soberania nacional da sociedade de consumo e aos exageros dos chamados
“motivos de segurança nacional” (Luís).

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5. Estado de direito e suas funções

Estado de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um


é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência pública. O
Estado de direito é assim ligado ao respeito da hierarquia das normas, da separação dos
poderes e dos direitos fundamentais. Também é visto como um conceito formal de
acordo com o qual os sistemas jurídicos podem ser mensurados, não a partir de um
ponto de vista substantivo, como a justiça ou a liberdade, mas por sua funcionalidade.

Da mesma forma, o poder judiciário permite fazer contrapeso à certas decisões


governamentais (especialmente, no Canadá, com o poder que a Carta dos Direitos e
Liberdades da pessoa confere aos magistrados). O Estado de direito se opõe assim às
monarquias absolutas de direito divino (o rei no antigo regime pensava ter recebido seu
poder de Deus e, assim, não admitia qualquer limitação à ele: "O Estado, sou eu", como
afirmava Luís XIV) e às ditaduras, na qual a autoridade age frequentemente em violação
aos direitos fundamentais. O Estado de direito não exige que todo o direito seja escrito.
A Constituição da GrãBretanha, por exemplo, é fundada unicamente no costume: ele
não dispõem de disposições escritas. Num tal sistema de direito, os mandatários
políticos devem respeitar o direito baseado no costume com a mesma consideração que
num sistema de direito escrito (CANOTILHO, 2003).

O Estado de direito é aquele em que vigora o chamado "império da lei". Este termo
engloba alguns significados: Primeiro que, neste tipo de Estado, as leis são criadas pelo
próprio Estado, através de seus representantes politicamente constituidos; o segundo
aspecto é que, uma vez que o Estado criou as leis e estas passam a ser eficazes (isto é,
aplicáveis), o próprio Estado fica adstrito ao cumprimento das regras e dos limites por
ele mesmo impostos; o terceiro aspecto, que se liga directamente ao segundo, é a
característica de que, no Estado de direito, o poder estatal é limitado pela lei, não sendo
absoluto, e o controle desta limitação se dá através do acesso de todos ao Poder
Judiciário, que deve possuir autoridade e autonomia para garantir que as leis existentes
cumpram o seu papel de impor regras e limites ao exercício do poder estatal
(BARROSO, 2001).

Outro aspecto do termo "de direito" refere-se a que tipo de direito exercerá o papel de
limitar o exercício do poder estatal. No Estado democrático de direito, apenas o direito
positivo (isto é, aquele que foi codificado e aprovado pelos órgãos estatais competentes,

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como o Poder Legislativo) poderá limitar a acção estatal, e somente ele poderá ser
invocado nos tribunais para garantir o chamado "império da lei". Todas as outras fontes
de direito, como o Direito Canônico ou o Direito natural, ficam excluídas, a não ser que
o direito positivo lhes atribua esta eficácia, e apenas nos limites estabelecidos pelo
último.

A principal função do sistema jurídico é servir de guia seguro para a ação humana. Essa
é a primeira razão pela qual as concepções formalistas do Estado de Direito,
semelhantes à formulada por Raz recebem amplo apoio de diferentes perspectivas
políticas. É extremamente importante para os governos em geral contarem com um
eficiente instrumento para guiar o comportamento humano. Contudo, servir de
ferramenta para distintas perspectivas políticas não significa que mesmo a concepção
formalista de Estado de Direito seja compatível com todos os tipos de regimes políticos.
Por favorecer a previsibilidade, a transparência, a generalidade, a imparcialidade e por
dar integridade à implementação do Direito, a ideia do Estado de Direito se torna a
antítese do poder arbitrário (BARROSO, 2001).

 Dessa maneira, as perspectivas políticas distintas que apoiam o Estado de Direito têm
em comum uma aversão ao uso arbitrário do poder; essa é uma outra explicação sobre
por que o Estado de Direito é defendido por democratas, liberais igualitários, neoliberais
e ativistas de direitos humanos. Apesar de suas diferenças, eles são todos a favor de
conter a arbitrariedade. Em uma sociedade aberta e pluralista, que ofereça espaço para
ideais concorrentes acerca do bem público, a noção de Estado de Direito se torna uma
proteção comum contra o poder arbitrário (Luís).

Existe, no entanto, uma explicação menos nobre para o apoio amplo ao Estado de
Direito que deve ser mencionada. Tendo em vista que o Estado de Direito é um conceito
multifacetado, se usarmos cada um de seus elementos constitutivos separadamente, eles
serão extremamente valiosos na promoção de valores ou interesses diferentes e muitas
vezes concorrentes, como eficiência de mercado, igualdade, dignidade humana e
liberdade. Para aqueles que defendem reformas de mercado, a ideia de um sistema
jurídico que proporcione previsibilidade e estabilidade é de extrema importância. Para
os democratas, a generalidade, a imparcialidade e a transparência são essenciais e, para
os defensores de direitos humanos, a igualdade de tratamento e a integridade das
instâncias de aplicação da lei são indispensáveis

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Nesse contexto, destaca-se o papel exercido pela Constituição. Nela delineiam-se os
limites e as regras para o exercício do poder estatal (onde se inscrevem as chamadas
"garantias fundamentais"), e, a partir dela, e sempre tendo-a como baliza, redige-se o
restante do chamado "ordenamento jurídico", isto é, o conjunto de leis que regem uma
sociedade. O Estado democrático de direito não pode prescindir da existência de uma
Constituição (BARROSO, 2001).

6. Conceito de Estado democrático e sua aplicabilidade em Moçambique

Em  Moçambique, o Estado nasce em 1975, com a Independência do país e existência


de um texto legal escrito, ou seja, a Constituição da República Popular de Moçambique
(CRPM). É, no entanto, na Constituição da República de 1990 que se introduz o Estado
de Direito Democrático, pela inclusão clara no texto fundamental dos direitos,
liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos.

Estado democrático de direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica
a garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e
pelas liberdades fundamentais, através do estabelecimento de uma protecção jurídica.
Em um Estado de Direito, as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito da
regra de direito. Se trata de um termo complexo que define certos aspectos do
funcionamento de um ente político soberano, o Estado.

O termo "Estado democrático de direito" conjuga dois conceitos distintos que, juntos,
definem a forma de funcionamento tipicamente assumido pelo Estado de inspiração
ocidental. Cada um destes termos possui sua própria definição técnica, mas, neste
contexto, referem-se especificamente a parâmetros de funcionamento do Estado
Ocidental moderno.

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7. Conclusão

Pelo primeiro, podem ser designados por direitos fundamentais todos os direitos e
garantias nomeados e especificados no instrumento constitucional.
Pelo segundo, tão formal quanto o primeiro, os direitos fundamentais são aqueles que
receberam da Constituição um grau mais elevado de garantia ou de segurança ou são
imutáveis (Unabaenderliche) ou pelo menos de mudança dificultada (Erschwert), a
saber, direitos unicamente alteráveis mediante lei de emenda à Constituição.

8. Bibliografia

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BARROSO, L. R. (2001). O direito constitucional e a efetividade de suas normas –
limites e possibilidades da constituição brasileira. Rio de Janeiro: 5. ed.

CANOTILHO, J. G. (2003). Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra:


Almedina .

Luís, R. A. (s.d.). Introdução à Filosofia . Beira.

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