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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de ensino à Distância – IED


Centro de Recurso de Nampula

Importância da Bioética na Actualidade.

Deolinda Muterua Idar. Código: 708213132

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia.


Disciplina: Introdução à Filosofia
Ano de Frequência: 2o Ano.
Turma: J
Docente: Luísa Soares dos Santos

Nampula, Agosto de 2022


Classificação
Categorias Indicadores Padrões

Pontuação Subtotal
Máxima Nota do tutor

0.5
 Capa

 Índice 0.5
Aspectos
Estrutura organizacionais
 Introdução 0.5

0.5
 Discussão

0.5
 Conclusão

0.5
 Bibliografia

1.0
 Contextualização(indicacao clara do
problema)

1.0
 Descrição dos objectivos
Introdução
Conteúdo 2.0
 Metodologia adequada ao objecto do
trabalho

2.0
 Articulação e dominio do discurso
academico(expressao escrita,
Análise e cuidada,coerencia)
discussão
2.0
 Revisão bibliográficas Nacional e
internacional relevantes no estudo

2.0
 Exploração dos dados

Conclusão 2.0
 Contributos Teoricos Praticos

Aspectos Gerais Formatação  Paginação, tipo e tamanho de 1.0


letra,paragrafo e espaçamento entre
linha,
Referencias Normas APA 6a 4.0
Bibliograficas edição em  Rigor e coerência das citações/
citações e Referências Bibliograficas.
Bibliografia
Folha de feedback

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Folha para Recomendação de Melhoria do Trabalho

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Sumário
Introdução.....................................................................................................................................5

Origem da bioética........................................................................................................................6

Objectivo da bioética....................................................................................................................7

Beneficência/não maleficência.....................................................................................................7

Autonomia....................................................................................................................................8

Justiça..........................................................................................................................................10

Engenharia genética....................................................................................................................11

Fertilização In vitro.....................................................................................................................11

Eutanásia/Distanásia...................................................................................................................12

Classificação em função da causa:..............................................................................................14

Classificação em função do estádio:...........................................................................................14

Classificação em função das complicações:...............................................................................14

Células tronco.............................................................................................................................15

Conclusão....................................................................................................................................15

Referências..................................................................................................................................16
Introdução
O presente trabalho tem como abordagem: Importância da Bioética na Actualidade.
A palavra “bioética” nasceu na América e se transformou profundamente, passando para o
vocabulário corrente. Inventada nos Estados Unidos por R. Potter, a bioética designa, neste
último, um projecto de utilização das ciências biológicas destinadas a melhorar a qualidade de
vida. Na nossa linguagem, a palavra “bioética” se inscreve desde o início dos anos oitenta, em
virtude dos progressos da biologia. Originalmente, a bioética se insere num plano com
perspectiva pragmática e técnica, bem mais que um sistema reflectido de valores: ela se liga,
primeiro, a um optimismo científico.
O tema tem como objectivo, A Bioética tem como objetivo facilitar o enfrentamento de questões
ético-bioéticas que surgirão na vida profissional. Sem esses conceitos básicos, dificilmente
alguém consegue enfrentar um dilema, um conflito, e se posicionar diante dele de maneira ética.
Assim, esses conceitos (e teorias) devem ficar bem claros para todos nós. Não se pretende impor
regras de comportamento (para isso, temos as leis), e sim dar subsídios para que as pessoas
possam refletir e saber como se comportar em relação às diversas situações da vida profissional
em que surgem os conflitos éticos.
O tema encontra-se estruturado da seguinte maneira: Origem da bioética. Objectivo, Princípios,
Engenharia genética, Fertilização In vitro, Aborto, Eutanásia/distanásia, Células-tronco.
A realização do trabalho foi possível através da revisão bibliográfica actualizada pela Faculdade.

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Origem da bioética
A palavra “bioética” nasceu na América e se transformou profundamente, passando para o
vocabulário corrente. Inventada nos Estados Unidos por R. Potter, a bioética designa, neste
último, um projecto de utilização das ciências biológicas destinadas a melhorar a qualidade de
vida. Na nossa linguagem, a palavra “bioética” se inscreve desde o início dos anos oitenta, em
virtude dos progressos da biologia. Originalmente, a bioética se insere num plano com
perspectiva pragmática e técnica, bem mais que um sistema reflectido de valores: ela se liga,
primeiro, a um optimismo científico.
Bioética, vem da palavra ética e de bios (vida, em grego). Pode designar, então, ou uma reflexão
sobre os valores subordinada a bios, a vida, ou então uma metamoral que se interessa pelos
desafios e as repercussões da Biologia e Medicina. Eis, pois algumas definições:
A bioética é a ciência normativa do comportamento humano aceitável no campo da vida e da
morte (Pierre Deschamps – jurista);
A bioética é o estudo interdisciplinar do conjunto das condições que uma gestão responsável da
vida humana (ou da pessoa humana) exige, no quadro dos progressos rápidos e complexos do
saber e das tecnologias bio-médicas (David Roy);
A bioética designa a investigação do conjunto das exigências do respeito e da promoção da vida
humana e da pessoa, no sector bio-médico (Guy Durand).
Essas diferentes definições, revelam que há uma dúpla óptica da bioética: de um lado, científica e
preocupada com a eficácia; de outro, centrada no debate ético, a responsabilidade e os valores.
A bioética é, pois a expressão da responsabilidade em face da humanidade futura e distante que
está confiada à nossa guarda, e a busca das formas de respeito devidas à pessoas , busca que se
efectua particularmente considerando o sector biológico e suas aplicações.
Objectivo da bioética
A Bioética tem como objetivo facilitar o enfrentamento de questões éticas/bioéticas que surgirão
na vida profissional. Sem esses conceitos básicos, dificilmente alguém consegue enfrentar um
dilema, um conflito, e se posicionar diante dele de maneira ética. Assim, esses conceitos (e
teorias) devem ficar bem claros para todos nós. Não se pretende impor regras de comportamento
(para isso, temos as leis), e sim dar subsídios para que as pessoas possam refletir e saber como se
comportar em relação às diversas situações da vida profissional em que surgem os conflitos
éticos.
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Os princípios da Bioética
Beneficência/não maleficência
O primeiro princípio que devemos considerar na nossa prática profissional é o de
beneficência/não maleficência (também conhecido como benefício/não malefício). O benefício (e
o não malefício) do paciente (e da sociedade) sempre foi a principal razão do exercício das
profissões que envolvem a saúde das pessoas (física ou psicológica).
Beneficência significa “fazer o bem”, e não maleficência significa “evitar o mal”. Desse modo,
sempre que o profissional propuser um tratamento a um paciente, ele deverá reconhecer a
dignidade do paciente e considerá-lo em sua totalidade (todas as dimensões do ser humano
devem ser consideradas: física, psicológica, social, espiritual), visando oferecer o melhor
tratamento ao seu paciente, tanto no que diz respeito à técnica quanto no que se refere ao
reconhecimento das necessidades físicas, psicológicas ou sociais do paciente. Um profissional
deve, acima de tudo, desejar o melhor para o seu paciente, para restabelecer sua saúde, para
prevenir um agravo, ou para promover sua saúde.
Autonomia
O segundo princípio que devemos utilizar como “ferramenta” para o enfrentamento de questões
éticas é o princípio da autonomia.Especialização em Saúde da Família.
De acordo com esse princípio, as pessoas têm “liberdade de decisão” sobre sua vida. A
autonomia é a capacidade de autodeterminação de uma pessoa, ou seja, o quanto ela pode
gerenciar sua própria vontade, livre da influência de outras pessoas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi adotada pela Assembleia Geral das
Nações Unidas (1948), manifesta logo no seu início que as pessoas são livres. Nos últimos anos,
tem sido frequente a busca pela liberdade (ou autonomia). Nos casos de atendimento clínico de
pacientes, podemos mencionar o Código de Defesa do Consumidor, o qual, em alguns de seus
artigos, garante proteção às pessoas que buscam serviços de saúde, por exemplo, no que diz
respeito ao direito de ser suficientemente informada sobre o procedimento que o profissional vai
adotar.
Para que o respeito pela autonomia das pessoas seja possível, duas condições são fundamentais: a
liberdade e a informação. Isso significa que, em um primeiro momento, a pessoa deve ser livre
para decidir. Para isso, ela deve estar livre de pressões externas, pois qualquer tipo de pressão ou
subordinação dificulta a expressão da autonomia.
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Em alguns momentos, as pessoas têm dificuldade de expressar sua liberdade. Nesses casos,
dizemos que ela tem sua autonomia limitada.
Vejamos o exemplo das crianças. Em razão de seu desenvolvimento psicomotor, a criança terá
dificuldade de decidir o que é melhor para a saúde dela. Ela terá, ao contrário, uma tendência em
fugir de todo tratamento que julgar desconfortável. Por essa razão, caberá aos responsáveis pela
criança decidir o que deverá ser feito, qual tratamento será mais adequado, porque o responsável
deseja que a saúde da criança se restabeleça e que o melhor tratamento seja feito.
Existem outras situações em que percebemos a limitação de autonomia de uma pessoa. Os
pacientes atendidos em clínicas de Instituições de Ensino podem manifestar essa limitação de seu
poder de decisão, principalmente quando existe fila de espera para o atendimento. Afinal, ele
poderá pensar que perderá a vaga (que ele demorou tanto para conseguir) se ele reclamar de
alguma coisa.
A correta informação das pessoas é que possibilita o estabelecimento de uma relação terapêutica
ou a realização de uma pesquisa.
A primeira etapa a ser seguida para minimizar essa limitação é reconhecer os indivíduos
vulneráveis (que têm limitação de autonomia) e incorporá-los ao processo de tomada de decisão
de maneira legítima. Assim, será possível estabelecer uma relação adequada com o paciente e
maximizar sua satisfação com o tratamento.
Para permitir o respeito da autonomia das pessoas, o profissional deverá explicar qual será a
proposta de tratamento. Mas atenção! Essa explicação não se esgota na primeira consulta! Em
todas as consultas o profissional deverá renovar as informações sobre o tratamento. Além disso, é
preciso ter certeza de que o paciente entendeu as informações que recebeu. Por isso,
consideramos que a informação não se encerra com as explicações do profissional, mas com a
compreensão, com a assimilação das informações pelos pacientes, desde que essas informações
sejam retomadas ao longo do tratamento.
A esse processo de informação e compreensão e posterior comprometimento com o tratamento
denominamos consentimento.
Entretanto, vamos imaginar a situação oposta: o exagero na expressão da autonomia de uma
pessoa. Se entendermos que o respeito pela autonomia de uma pessoa é o princípio que deve ser
considerado em primeiro lugar, cairemos em uma armadilha. Nem sempre o paciente tem

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condições de avaliar qual o melhor tratamento para ele (afinal ele é leigo, não tem o
conhecimento técnico necessário para isso).
Imaginemos um paciente que tem uma doença que exige a prescrição de medicamentos.
Poderá ocorrer de ele se recusar a tomar os remédios. Contudo, nesse caso, o profissional não
pode alegar que “o paciente é adulto, sua autonomia deve ser respeitada e por isso ele faz o que
ele quiser”. Ao contrário, o profissional (por ter o conhecimento técnico que diz que aquele
medicamento é necessário) deverá se esforçar ao máximo para explicar ao paciente a importância
do medicamento, afinal o princípio da beneficência (e não o da autonomia) deve ser respeitado
em primeiro lugar.
Em algumas situações, a liberdade (autonomia) de algumas pessoas não é respeitada para que se
respeite o benefício de outras. Por exemplo, a proibição de fumar em ambientes fechados. Se
pensarmos no respeito pela autonomia daqueles que desejam fumar, não seria ético proibir, mas
se pensarmos no benefício (ou não malefício) daqueles que não desejam fumar, a proibição se
justifica. Outro exemplo é a interdição de restaurantes ou clínicas pela vigilância sanitária quando
estes não apresentam condições satisfatórias para atender o público.
O fechamento desses locais fere a autonomia do dono da clínica ou do restaurante em benefício
da sociedade que os frequenta. Precisamos nos preparar (estudar e exercitar o que aprendemos)
para nos comportarmos de maneira ética.
Justiça
O terceiro princípio a ser considerado é o princípio de justiça. Este se refere à igualdade de
tratamento e à justa distribuição das verbas do Estado para a saúde, a pesquisa etc. Costumamos
acrescentar outro conceito ao de justiça: o conceito de equidade que representa dar a cada pessoa
o que lhe é devido segundo suas necessidades, ou seja, incorpora-se a ideia de que as pessoas são
diferentes e que, portanto, também são diferentes as suas necessidades.
De acordo com o princípio da justiça, é preciso respeitar com imparcialidade o direito de cada
um. Não seria ética uma decisão que levasse um dos personagens envolvidos (profissional ou
paciente) a se prejudicar. Especialização em Saúde da Família 21
É também a partir desse princípio que se fundamenta a chamada objeção de consciência, que
representa o direito de um profissional de se recusar a realizar um procedimento, aceito pelo
paciente ou mesmo legalizado.

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Todos esses princípios (insistimos que eles devem ser nossas “ferramentas” de trabalho) devem
ser considerados na ordem em que foram apresentados, pois existe uma hierarquia entre eles. Isso
significa que, diante de um processo de decisão, devemos primeiro nos lembrar do nosso
fundamento (o reconhecimento do valor da pessoa); em seguida, devemos buscar fazer o bem
para aquela pessoa (e evitar um mal!); depois devemos respeitar suas escolhas (autonomia); e, por
fim, devemos ser justos.
Engenharia genética
O nome mais correto para definir a engenharia genética é tecnologia do DNA recombinante. Essa
técnica permite a manipulação do material genético por meio do corte e da recombinação da
molécula de DNA, além de realizar a duplicação desse material genético em grande quantidade.
As enzimas de restrição são enzimas produzidas normalmente por bactérias, que utilizam para
cortar o DNA em pequenos pedaços. (endonucleases).
Para entender como funciona as enzimas de restrição, imagine um sistema de processamento de
texto após a palavra “porque”. No fim teremos um grande número de fragmentos, de diferentes
tamanhos, terminando sempre com “porque”.
Fertilização In vitro
A fertilização in vitro é uma biotecnologia onde todos os processos fisiológicos: maturação
folicular, fertilização e desenvolvimento embrionário são obtidos em laboratório in vitro, fora do
útero animal, ao contrário da clássica transferência de embriões (TE), é a base de todas as
técnicas de reprodução assistida. Na primeira etapa, denominada estimulação ovariana
controlada, o animal recebe drogas indutoras da ovulação para aumentar a produção de óvulos.
Em seguida, com o auxílio de uma ultra-sonografia transvaginal, os óvulos são coletados e
levados ao laboratório.
Se a fertilização for bem sucedida, dará origem a pré-embriões, que serão transferidos para o
útero do animal dentro de 48 até 120 horas após a coleta dos óvulos. A técnica permite o uso de
uma única dose de sêmen para várias doadoras e não faz uso de hormônios (superovulação).
Alguns animais podem produzir mais embriões/punção e por conseqüências mais prenhes por
seção de punção. A cada dez embriões transferidos para as receptoras, 40% vão levar a gestação a
termo.
A fertilização in vitro, é a união do espermatozóide com o óvulo no laboratório, formando o
embrião que posteriormente será transferido para cavidade uterina. A FIV é uma biotecnologia
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onde todos os processos fisiológicos: maturação folicular, fertilização e desenvolvimento
embrionário são obtidos em laboratório in vitro, fora do útero animal, ao contrário da clássica
transferência de embriões (TE) (Martins, 2007), é a base de todas as técnicas de reprodução
assistida. Apesar de serem altamente eficazes, muitos animais necessitam de procedimentos
adicionais para aumentar as chances de sucesso do tratamento (Ramos, 2007).
O primeiro resultado positivo desta técnica nasceu em junho de 1981 nos EUA, realizada por
Bracckett et al. (1982). E a produção de embriões in vitro começou com a aspiração dos ovários
das doadoras para coleta de ovócitos (óvulos imaturos aspirados com auxilio do aparelho de
ultra-sonografia). A coleta pode ser feita em animais de diferentes idades: pré-púberes (10
meses), púberes, adultos e senis; e nas mais diversas condições reprodutivas tais como: animais
gestantes (até o 4° meses de gestação), animais com problemas reprodutivos adquiridos, fêmeas
que não respondem aos processos normais de superovulação, dentre outras causas. (Martins,
2007).
Paralelamente, os espermatozóides do paciente são preparados em laboratório de modo que, para
cada óvulo a ser fecundado, haja cerca de 50 a 100 mil espermatozóides móveis. Na etapa
seguinte, totalmente desenvolvida em laboratório, os óvulos e espermatozóides são colocados em
um meio especial de cultura para que ocorra a fecundação. Se a fertilização for bem sucedida,
dará origem a pré-embriões, que serão transferidos para o útero da paciente de 48 até 120 horas
após a coleta dos óvulos (Abdelmassih, 2008).
Segundo Martins (2007), esta técnica permite ainda a obtenção de um grande avanço genético,
através da coleta em animais pré-púberes, pela diminuição do intervalo entre gerações e ou pela
rapidez na produção de descendentes. De uma mesma doadora poderão ser coletados em média
dez ovócitos por seção, onde oito deles serão maturados, fertilizados e cultivados in vitro
atingindo assim, aos sete dias, o estágio próprio para a transferência. Neste momento ele é
transferido a uma receptora previamente sincronizada obtendo-se então uma prenhe, por vaca a
cada seção também confirmada com o ultra-som aos trinta e quarenta e cinco dias de gestação. As
seções de punção podem ser repetidas a cada quinze dias, sem causar dano algum à fêmea
doadora. A técnica permite o uso de uma única dose de sêmen para várias doadoras e não faz uso
de hormônios (superovulação). Alguns animais podem produzir mais embriões/punção e por
conseqüências mais prenhes por seção de punção. A cada dez embriões transferidos para as
receptoras (barriga de aluguel), 40% vão levar a gestação a termo (Martins, 2007).
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Eutanásia/Distanásia
Eutanásia (do grego- eu "bom", tanasia "morte") é a prática pela qual se abrevia a vida de um
enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista.
A eutanásia representa actualmente uma complicada questão de bioética e biodireito, pois
enquanto o Estado tem como princípio a protecção da vida dos seus cidadãos, existem aqueles
que, devido ao seu estado precário de saúde, desejam dar um fim ao seu sofrimento antecipando a
morte.
Independentemente da forma de Eutanásia praticada, seja ela legalizada ou não (tanto em
Portugal como no Brasil esta prática é considerada como ilegal), é considerada como um assunto
controverso, existindo sempre prós e contras – teorias eventualmente mutáveis com o tempo e a
evolução da sociedade, tendo sempre em conta o valor de uma vida humana. Sendo eutanásia um
conceito muito vasto, distinguem-se aqui os vários tipos e valores intrinsecamente associados:
eutanásia, distanásia, ortotanásia, a própria morte e a dignidade humana.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a eutanásia pode ser dividida em dois grupos: a
"eutanásia activa" e a "eutanásia passiva". Embora existam duas “classificações” possíveis, a
eutanásia em si consiste no acto de facultar a morte sem sofrimento a um indivíduo cujo estado
de doença é crónico e, portanto, incurável, normalmente associado a um imenso sofrimento físico
e psíquico. A eutanásia activa conta com o traçado de acções que têm por objectivo pôr término à
vida, na medida em que é planeada e negociada entre o doente e o profissional que vai levar e a
termo o acto.
A eutanásia passiva por sua vez, não provoca deliberadamente a morte, no entanto, com o passar
do tempo, conjuntamente com a interrupção de todos e quaisquer cuidados médicos,
farmacológicos ou outros, o doente acaba por falecer. São cessadas todas e quaisquer acções que
tenham por fim prolongar a vida. Não há por isso um acto que provoque a morte (tal como na
eutanásia activa), mas também não há nenhum que a impeça (como na distanásia).
É relevante distinguir eutanásia de "suicídio assistido", na medida em que na primeira é uma
terceira pessoa que executa, e no segundo é o próprio doente que provoca a sua morte, ainda que
para isso disponha da ajuda de terceiros.
Etimologicamente, distanásia é o oposto de eutanásia. A distanásia defende que devem ser
utilizadas todas as possibilidades para prolongar a vida de um ser humano, ainda que a cura não

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seja uma possibilidade e o sofrimento se torne demasiadamente penoso.
Aborto
O aborto consiste na expulsão ou extracção de um feto pesando menos de mil gramas, ou com
uma idade gestacional inferior a vinte e oito semanas completas.
Esta definição é geralmente utilizada nos países menos desenvolvidos, nos quais é rara a
sobrevivência de fetos pesando menos.
Nos países mais desenvolvidos, em que os fetos pesando quinhentos a mil gramas muitas vezes
sobrevivem, utiliza-se a definição recomendada pela Organização Mundial da Saúde: “a
extracção ou expulsão de um feto pesando menos de quinhentas gramas ( o que equivale
aproximadamente a 22 semanas completas de gestação. Os tipos e graus de aborto forma já
classificados de muitas maneiras.
Classificação em função da causa:
Aborto espontâneo e induzido;
Induzido profissionalmente;
Induzido não profissionalmente.
Classificação em função do estádio:
Ameaça de abordo;
Aborto inevitável;
Aborto incompleto;
Aborto completo.
Classificação em função das complicações:
Aborto séptico e retido.
Aborto espontâneo é aquele que ocorre sem intervenção humana deliberada. As causas são: má
nutrição, infecções, anomalias de desenvolvimento do embrião, perturbações metabólicas (por
exemplo: diabetes, hipertiroidismo), alterações da parede uterinas (por exemplo: malformações,
miomas).
Aborto induzido é aquele que resulta de intervenção humana deliberada.
Aborto profissional é induzido por trabalhadores de saúde qualificados, utilizando métodos
modernos, legal ou ilegalmente.

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Aborto não profissional é induzido por meios alheios aos métodos médicos modernos. Os
métodos e os seus efeitos são vários: substâncias de medicina tradicional, medicamentos
modernos, instrumentação uterina, cáusticos intravaginais e massagem uterina.
A partir das definições e os tipos de aborto acima apresentados, podemos concluir que há varias
formas de fazer o aborto, seja de forma legal ou de forma ilegal. Porém, não deixa de ser aborto.
Especialistas da bioéticas e diferentes camadas da sociedade questionam se é lícito fazer ou não o
aborto, já que se trata de matar uma vida em formação, particularmente o aborto provocado. É
correcto fazer o aborto? Existem países como a Holanda, que a lei aprovou a permissão do
aborto. Mas o Brasil e outros países consideram o aborto como um crime. Qual desses países está
agindo moralmente em relação ao aborto? É ou não é permitido fazer o aborto? São questões a
ser deflectidas, debatidas sobre o certo e o errado, tendo em conta que a expulsão do fecto
corresponde a morte de uma vida do ser humano em formação. A prática do aborto é eutanásia e
proibida em qualquer sociedade.
Células tronco
No início da formação do embrião, o zigoto se divide em células denominadas blastômeros. Essas
células são denominadas células-tronco, pois tem o potencial para se diferenciar em qualquer
tecido do organismo.
As células tronco podem ser encontradas no cordão umbilical, pele, medula óssea, córnea e
retina, polpa dentária, órgãos, etc. podem ser utilizada para substituir órgãos lesados, curar
doenças entre outras coisas.
Segundo Gargett et al. as células-tronco são células primitivas e indiferenciadas, sem distinção do
aspecto morfológico. Elas estão presentes durante cada estágio do desenvolvimento embrionário
e também são encontradas em muitos tecidos no adulto. São definidas por suas propriedades
funcionais, em particular, a habilidade de auto-renovação ou de produzir células filhas idênticas,
e, ao mesmo tempo, elas têm a capacidade de se diferenciar em múltiplos tipos celulares do
corpo.
Largeault, ainda relata que elas podem, se desdiferenciar para se re-diferenciar em outra via.
Comprovando assim a afirmação de que foi demonstrado em laboratório que células
hematopoiéticas de ratos que normalmente engendram células sanguíneas, podem, sob certas
condições, produzir células de fígado, de músculo ou de pulmão.

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Conclusão
A Bioética pretende contribuir para que as pessoas estabeleçam “uma ponte” entre o
conhecimento científico e o conhecimento humanístico, a fim de evitar os impactos negativos que
a tecnologia pode ter sobre a vida (afinal, nem tudo o que é cientificamente possível é eticamente
aceitável).
Em razão da influência histórica, cultural e social que sofremos, devemos estar muito atentos;
caso contrário, corremos o risco de perder os parâmetros que devem nos nortear na nossa
atividade profissional para que nossas atitudes sejam éticas.
A fertilização in vitro é um método de reprodução animal eficaz e rápido de certa forma, pois
podem ser reproduzidos vários animais, fêmeas e machos ambos de boa qualidade sem ter a mão
de obra do cruzamento tradicional, atualmente os materiais e os métodos utilizados pelos
profissionais são de ótima qualidade.
A possibilidade de realizar tratamentos médicos em enfermidades diversas de difícil manejo na
prática clínica, como: diabetes mellitos, esclerose múltipla, mal de Parkinson, cardiomiopatias,
enfermidades hepáticas e distrofias musculares. Assim como, uma série de lesões agudas:
queimaduras, lesões na medula espinhal, acidentes vasculares cerebrais e infarto do miocárdio,
utilizando uma única fonte de células, pareciam ser extraído do “Mundo Feliz” de Aldous
Huxley: um questionado e visionário livro de ficção científica. No entanto, publicações recentes
acerca da obtenção de células-mãe de origem embrionária e a sua posterior derivação em
diferentes tecidos nos colocam dentro de uma nova realidade no séc XXI.
Essa realidade permite o uso de células-tronco para o reparo de órgãos e tecidos lesados e abre
as portas para uma nova era, rica em possibilidades, batizada de medicina regenerativa, a qual,
segundo alguns pesquisadores, apresenta um potencial revolucionário comparável ao advento da
penicilina. Apesar do entusiasmo dos cientistas e das esperanças depositadas, por uma parcela
considerável da população, que poderá um dia beneficiar-se do conhecimento gerado nessa área,
são necessárias muitas pesquisas, financiamentos e disposições políticas, éticas e morais para
compor o cenário ideal ao pleno desenvolvimento dessa área terapêutica.

Referências

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Abdelmassih, Clínica e Centro de Pesquisa em Reprodução Humana Roger. Bebê de proveta,
2008. Disponível em: < http://www.invitrofertilizacao.com.br/> Acesso em: 25 de ago. 2022
Gargett CE. (2004). Stem cells in gynaecology. Australian and Zealand Journal of Obstetrics and
Gynaecology; 44: 380-386.
Leone, S.; Privitera, S.; Cunha, J.T. (Coords.). (2001). Dicionário de Bioética. Aparecida:
Editorial Perpétuo Socorro/Santuário.
Largeault AF. Embriões, células-tronco e terapias celulares: questões filosóficas e
antropológicas.
Ramos, D.L.P. Bioética: pessoa e vida. São Caetano do Sul: Difusão, 2009. 374p.
______; Junqueira, C. R. (2007). “Bioética: conceito, contexto cultural, fundamento e
princípios”. In: Ramos, D.L.P. Bioética e ética profissional. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan,
p. 22-34.

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