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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Empreendedorismo Sustentável na Prática: Desafios, Oportunidades e Implicações


Éticas

Estudante: Mercia Manuel Chimene


Código: 708216171

Curso: Administração Pública


Disciplina: Empreendedorismo
Ano de frequência: 4º Ano I° Semestre
Turma: A e b
Sob a orientação da Docente: Ruben Daniel Ulaia

Quelimane, Maio, 2024

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Índice
Folha de Feedback .....................................................................................................................iii

Folha para recomendações: A ser preenchida pelo tutor ........................................................ 4

1. Introdução............................................................................................................................ 6

1.1. Objectivo geral ............................................................................................................. 6

1.2. Objectivos específicos ................................................................................................. 6

1.3. Problemática ................................................................................................................ 6

1.4. Metodologia ................................................................................................................. 6

2. Ética e comportamento ético no empreendedorismo .......................................................... 8

2.1. Ética para a sustentabilidade ........................................................................................ 8

3. Sustentabilidade na perspectiva empreendedora ................................................................. 9

4. Desafios e soluções -chave: Identificando desafios ambientais nos negócios ..................... 10

5. Integração de Responsabilidade Social no Modelo de Finanças .......................................... 11

6. Considerações finais ............................................................................................................. 13

7. Bibliografia ........................................................................................................................... 14

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1. Introdução

No contexto atual, o empreendedorismo sustentável emerge como uma resposta essencial aos
desafios ambientais, sociais e econômicos enfrentados pela sociedade global. Este campo de
estudo e prática busca não apenas criar negócios lucrativos, mas também promover ações que
contribuam para a preservação do meio ambiente, o desenvolvimento social e o bem-estar
humano a longo prazo. Nesta pesquisa, nosso objetivo geral é explorar os desafios,
oportunidades e implicações éticas associadas ao empreendedorismo sustentável na prática.

1.1.Objectivo geral

Analisar a implementação e impacto do empreendedorismo sustentável, destacando os desafios


enfrentados, oportunidades exploradas e as implicações éticas presentes nas práticas
empresariais

1.2.Objectivos específicos
✓ Entender como as empresas incorporam e promovem práticas éticas em
✓ suas operações diárias;
✓ Investigar como a inovação é aplicada para promover a sustentabilidade
✓ nos negócios;
✓ Identificar fontes inovadoras de ideias sustentáveis que impulsionaram a
✓ criação de negócios;
✓ Avaliar como os modelos de finanças influenciam a integração da

responsabilidade social nos negócios.

1.3.Problemática

O empreendedorismo sustentável enfrenta uma série de desafios que vão desde custos iniciais
elevados até a aceitação do mercado e questões regulatórias complexas. Como empreendedores
buscam criar e operar negócios que sejam economicamente viáveis, socialmente responsáveis
e ecologicamente sustentáveis, surgem questões éticas fundamentais sobre equidade,
transparência e integridade nos negócios. Compreender esses desafios e suas implicações é
essencial para informar estratégias eficazes e éticas no campo do empreendedorismo
sustentável.

1.4.Metodologia

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Para atingir nosso objetivo de explorar os desafios, oportunidades e implicações éticas do
empreendedorismo sustentável, adotaremos uma abordagem de pesquisa mista. Faremos uso de
métodos qualitativos, como estudos de caso e análise de conteúdo, para examinar
detalhadamente experiências de empreendedores sustentáveis e suas práticas comerciais. Além
disso, empregaremos métodos quantitativos, como pesquisas e análises estatísticas, para avaliar
tendências, percepções e impactos relacionados ao empreendedorismo sustentável em
diferentes contextos. Por meio dessa abordagem integrada, esperamos obter uma compreensão
abrangente e holística do tema, fornecendo insights valiosos para pesquisadores,
empreendedores e formuladores de políticas.

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2. Ética e comportamento ético no empreendedorismo

No mundo dos negócios, os dilemas éticos parecem complicados porque os benefícios da


conduta ética aparentam ser, num primeiro momento, pouco quantificáveis, mas é indiscutível
a importância da ética para as organizações nos relacionamentos com seus diversos públicos
(Coutinho e macedo-soares, 2002; Almeida, 2007). Além de importante sob o escopo moral de
ações individuais, a conduta ética nas organizações começa a ser exigida por meio de legislação
específica sendo aplicada de modo coletivo e sem distinção.

Oliveira (2010) identifica que a “ética provém do vocábulo grego ethos que significa costume”.
Complementando este conceito, Dornelles (2006, p.22) de forma sucinta estabelece que “ética
é postura coletiva e explica o porquê da ação”. Em um sentido mais amplo, a mesma autora
conceitua Ética como disciplina da filosofia tendo por objeto a conduta humana e de forma mais
simples delimita o tema como a busca do bem moral, ou seja, adesão a práticas que estejam de
acordo com o que é moralmente aceito pelos indivíduos.

A necessidade de se adotar o comportamento ético nas organizações em função da crescente


pressão social pelo tema e da premissa de que nas organizações estabelecem-se condutas
baseadas nos valores morais que aceitamos enquanto indivíduos é cada vez maior. Não se
pretende, cobrando postura ética dos gestores nas empresas, dizer que não haverá mazelas após
adoção de comportamento ético organizacional, pois não são as empresas as únicas
responsáveis pelo atual momento sócio econômico vivido mundialmente. Com a incorporação
de comportamentos eticamente aceitos as empresas adquirem medidas em suas ações dentro de
sua realidade de livre arbítrio uma vez que estão sob constante vigilância de consumidores cada
vez mais exigentes que não poupam esforços para boicotar determinada atitude caso esta seja
interpretada como abusiva ou fora dos padrões aceitáveis de conduta podendo gerar assim
grande ônus para a organização (SROUR, 2000).

2.1.Ética para a sustentabilidade

Percebe-se que existe uma necessidade urgente de mudança de vida porque já está comprovado
que o meio ambiente é finito e que a vida no planeta resta ameaçada. Assim, a dimensão ética
trata de uma questão existencial, pois é algo que busca garantir a vida, não estando
simplesmente relacionado à natureza, mas a toda uma relação entre o indivíduo e o ambiente a
sua volta. A ética precisa nascer da essência do humano, é preciso que exista um sentimento de
felicidade humana; “sentir-se em casa”. O homem com consciência, inteligência, vontade e

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amor é cuidador da terra. Essa ideia está muito ligada aos dizeres da Carta da Terra feita pela
UNESCO no ano de 2000: “Esta situação nos obriga a viver um sentido de responsabilidade
universal, identificando nos com toda a comunidade de vida terrestre bem como com a nossa
comunidade local”. A ética, portanto, estuda as relações entre o indivíduo e o contexto em que
está situado. Ou seja, entre o individualizado e o mundo a sua volta. Procura enunciar e explicar
as regras, normas, leis e princípios que regem os fenômenos éticos. São fenômenos éticos todos
os acontecimentos que ocorrem nas relações entre o indivíduo e o seu contexto. A efetividade
da ética está na sua utilização/prática. Pode-se saber muito de ética, mas o verdadeiro valor da
ética não está nesses conhecimentos acumulados, mas no uso aplicado sobre atos e
comportamentos que deles se possa fazer.

3. Sustentabilidade na perspectiva empreendedora

A sustentabilidade se destacou como um dos temas em evolução e consolidação na academia e


no atual ambiente de negócios, constituindo-se um importante instrumento que tem permitido
às organizações a implementação de estratégias que englobam preocupações de grande
relevância para a sociedade como um todo, tais como, as questões de ordem social e ambiental,
que ultrapassam a dimensão econômica-financeira. A inclusão da lógica da gestão sustentável
tem exigido das organizações a ampliação dos propósitos corporativos e a necessidade de
abarcar um conjunto ampliado de interesses que passa a considerar aspectos ligados aos
relacionamentos entre as organizações, ao meio ambiente, à responsabilidade social e às
demandas da sociedade em que vivemos.

Neste sentido, a busca de sustentabilidade é um processo que implica em obter,


simultaneamente, melhores condições de vida para a população e conservação do meio
ambiente. Para Jacobi (1994), isto envolve um conjunto de questões, como: crescimento
econômico, exploração dos recursos naturais, pobreza e distribuição de renda. Segundo o
mesmo autor, a noção sobre sustentabilidade implica, ainda, uma necessária inter-relação entre
justiça social, qualidade de vida, equilíbrio ambiental e a necessidade de desenvolvimento com
capacidade de suporte.

Para Almeida (2002), a empresa que busca ser sustentável deve incluir em seus objetivos o
cuidado com o meio ambiente, a preocupação com o bem-estar do stakeholder e a constante
melhoria de sua reputação. Este mesmo autor acentua que a empresa não deve se descuidar da
realidade econômica e de mercado, no entanto, seus líderes devem pensar em termos de valor

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ambiental e social sob uma perspectiva futura e seus procedimentos devem estimular a busca
de ganhos de eficiência e investimentos em inovação tecnológica e gestão.

4. Desafios e soluções -chave: Identificando desafios ambientais nos negócios


1. Recursos limitados: Um dos principais desafios ambientais que as empresas enfrentam é a
disponibilidade limitada de recursos. À medida que a demanda por produtos e serviços continua
a crescer, as empresas devem encontrar maneiras sustentáveis de usar recursos sem esgotá -los.
Por exemplo, um fabricante de roupas pode implementar programas de reciclagem para reduzir
a quantidade de resíduos de tecido gerados durante o processo de produção, (Jacobi 1994).

2. Poluição e desperdício: Outro desafio ambiental significativo é a poluição e a geração de


resíduos. As empresas geralmente contribuem para a poluição do ar, água e solo por meio de
seus processos de fabricação, atividades de transporte e descarte de resíduos. Para enfrentar
esse desafio, as empresas podem investir em tecnologias ecológicas, como a instalação de
sistemas de filtragem de ar ou a adoção de fontes de energia renováveis. Por exemplo, uma
empresa de processamento de alimentos pode instalar digestores anaeróbicos para converter o
desperdício de alimentos em biogás, reduzindo as emissões de resíduos de aterros sanitários e
gases de efeito estufa.

3. Mudança climática: as mudanças climáticas apresentam um desafio complexo para as


empresas, pois representa riscos para fornecer cadeias, operações e sustentabilidade geral dos
negócios. As empresas precisam avaliar sua pegada de carbono e desenvolver estratégias para
reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Por exemplo, uma companhia aérea pode investir
em aeronaves mais eficientes em termos de combustível e participar de programas de
compensação de carbono para mitigar seu impacto ambiental.

4. Perda de biodiversidade: a perda da biodiversidade é uma questão ambiental premente que


as empresas não podem se dar ao luxo de ignorar. Muitas indústrias dependem de recursos
naturais, como florestas ou ecossistemas marinhos, para suas operações. As empresas podem
enfrentar esse desafio implementando práticas de fornecimento sustentável, como o uso de
madeira sustentável certificada ou apoiar a pesca com métodos de pesca responsáveis. Por
exemplo, uma marca de cosméticos pode obter ingredientes de fazendas sustentáveis que
promovem a conservação da biodiversidade.

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5. Conformidade regulatória: as empresas devem cumprir os regulamentos e padrões ambientais
estabelecidos por governos e órgãos internacionais. O não cumprimento pode resultar em
multas, ações legais e danos à reputação. Para garantir a conformidade, as empresas precisam
manter -se atualizadas com as mudanças de regulamentos, conduzir auditorias ambientais
regulares e investir em programas de treinamento para os funcionários. Por exemplo, uma
empresa manufatura pode estabelecer um sistema de gestão ambiental para monitorar e
controlar seu impacto ambiental.

5. Integração de Responsabilidade Social no Modelo de Finanças


Para Jacobi (1994) os modelos de finanças desempenham um papel crucial na integração da
responsabilidade social nos negócios, pois afetam diretamente as decisões de investimento,
alocação de recursos e avaliação de desempenho das empresas. Aqui estão algumas maneiras
pelas quais os modelos de finanças influenciam a integração da responsabilidade social nos
negócios:

1. Avaliação de desempenho financeiro e não financeiro: Os modelos tradicionais de finanças


tendem a se concentrar principalmente em indicadores financeiros, como lucro líquido e retorno
sobre o investimento. No entanto, há uma crescente conscientização de que o desempenho
financeiro deve ser complementado por métricas não financeiras, incluindo questões
ambientais, sociais e de governança (ESG). Modelos financeiros mais avançados estão
começando a incorporar essas métricas ESG na avaliação do desempenho das empresas,
incentivando a integração da responsabilidade social nos negócios.

2. Acesso ao capital e custo de capital: Empresas com práticas sólidas de responsabilidade social
podem atrair investidores e financiamento com mais facilidade. Modelos de finanças que levam
em consideração os riscos ESG podem resultar em uma percepção mais favorável por parte dos
investidores, reduzindo o custo de capital para as empresas que demonstram um compromisso
com a responsabilidade social.

3. Avaliação de riscos: Os modelos de finanças também desempenham um papel na avaliação


e gestão de riscos associados a questões ambientais, sociais e de governança. Empresas que não
consideram adequadamente esses riscos podem enfrentar consequências financeiras
significativas, como multas regulatórias, litígios ou danos à reputação. Portanto, modelos de
finanças que integram a responsabilidade social ajudam as empresas a identificar e mitigar esses
riscos de forma mais eficaz.

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4. Alocação de capital sustentável: Modelos de finanças que valorizam a responsabilidade social
podem incentivar uma alocação mais sustentável de capital, direcionando investimentos para
empresas e projetos que contribuam para o bem-estar social, a proteção ambiental e a
governança corporativa responsável. Isso pode impulsionar a inovação em áreas como energia
limpa, saúde, educação e desenvolvimento comunitário.

Em resumo, os modelos de finanças têm um impacto significativo na integração da


responsabilidade social nos negócios, influenciando desde a avaliação de desempenho até a
alocação de capital. À medida que os investidores, reguladores e consumidores exigem cada
vez mais que as empresas considerem os impactos sociais e ambientais de suas atividades,
espera-se que os modelos de finanças evoluam para refletir essa nova realidade, incentivando
práticas empresariais mais responsáveis e sustentáveis.

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6. Considerações finais
No presente trabalho conclui que discussão de questões emergentes no contexto
socioeconômico no empreendedorismo atual envolvendo diferentes visões acerca de temas
como ética, sustentabilidade, além de buscar a aplicabilidade dos temas no dia a dia
organizacional. Sustentabilidade, portanto, visa trazer um equilíbrio entre o ambiente, o social,
o econômico, o tecnológico e a ética. Nesse artigo o enfoque principal foi quanto à dimensão
ética da sustentabilidade com o empreendedorismo. A prática ética deve representar a
conjugação de atitudes permanentes de vida, em que se construam, interior e exteriormente,
atitudes gerenciadas pela razão e administradas perante os princípios e as virtudes éticas. É
evidente a relação de interdependência entre empresa e sociedade, bem como a orientação
estritamente econômica do ambiente empresarial. Neste contexto, o comportamento ético pode
ser entendido como um valor da sociedade baseado em seus princípios morais. Parece correto
afirmar que não há prejuízo à imagem institucional e tampouco seja fator determinante para a
diminuição dos lucros da empresa o fato desta adotar postura social e ambientalmente
responsável, bem como incorporar comportamento ético.

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7. Bibliografia
Almeida, F. (2002). O bom negócio da sustentabilidade. Nova Fronteira;

Almeida, F. J. R. de. (2007). Ética e desempenho social nas organizações: um modelo teórico
de análise de fatores culturais e contextuais. Revista de Administração Contemporânea;

Coutinho, R. B. G., & Macedo-Soares, T. D. L. V. A. (2002). Gestão estratégica com


responsabilidade social: arcabouço analítico para auxiliar sua implementação em empresas no
Brasil;

Dornelles, G. de S. (2006). Metagestão: a arte do diálogo nas organizações. Saraiva.

Jacobi, P. (1994). O complexo desafio da sustentabilidade: desenvolvimento e meio ambiente.

Oliveira, M. A. (2010). Comportamento organizacional para a gestão de pessoas: como agem


as empresas e seus gestores. Saraiva;

Srour, R. H. (2000). Ética empresarial: posturas responsáveis nos negócios, na política e nas
relações pessoais. Campus.

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