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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A Génese da Filosofia e Concepção de Pessoa como Sujeito Moral

Sárdio dos Santos Ramalho, Código: 708220853

Curso de Licenciatura em ensino de Educação Física e


Desportos

Cadeira: Introdução à Filosofia

Ano de Frequência: 2°

Turma: C

Nampula, Abril 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A Génese da Filosofia e Concepção de Pessoa como Sujeito Moral

Trabalho de Carácter Avaliativo da Cadeira de


Introdução à Filosofia a ser entregue no Instituto de
Educação à Distância-Nampula

Tutor: M.s.C Pedro Adelino Lopes Alfredo

Sárdio dos Santos Ramalho, Código: 708220853

Nampula, Abril 2023


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Índice
1. Introdução............................................................................................................................1

1.1. Objectivos do Trabalho....................................................................................................2

1.1.1. Objectivo Geral............................................................................................................2

1.1.2. Objectivos Específicos.................................................................................................2

1.2. Metodologias....................................................................................................................2

2. Revisão de Literatura...........................................................................................................3

2.1. Conceito de Desenvolvimento Motor..............................................................................3

2.1.1. O Desenvolvimento Motor da Criança.........................................................................3

2.1.2. Fases do Desenvolvimento Motor da Criança..............................................................5

2.1.3. Estimulação Motora Precoce........................................................................................6

2.2. Coordenação Motora........................................................................................................7

2.2.1. Coordenação Motora Grossa/Global............................................................................8

2.2.2. Coordenação Motora Fina............................................................................................9

3. Considerações Finais.........................................................................................................10

4. Referências Bibliográficas.................................................................................................11

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1. Introdução

O ser humano não é biologicamente estático. Desde o momento da concepção


até a morte, é por demais conhecida a ocorrência de transformações quantitativas e
qualitativas, quer no sentido evolutivo quer no involutivo. Durante as duas primeiras
décadas de vida, a principal atividade do organismo humano é “crescer” e
“desenvolver-se”, fenômenos simultâneos e condicionados à maior ou à menor
velocidade do processo maturacional e de sua interação com indicadores do ambiente.

Neste prisma muitos são os autores e as abordagens a respeito dessa temática,


amplamente discutida nos meios educacionais e desportivos, e que causa inúmeros
conflitos de pensamento quando é tratada. Aqui, cabe destacar que o desenvolvimento
motor é um processo diferente, mas indissociável; embora não ocorra isoladamente, é
um fenómeno que nem sempre demonstra entre si uma correspondência directa
(Guedes & Guedes, 1997).

Para Gallahue e Ozmun (2003, p.7) o desenvolvimento motor sofre grande


influência, do meio social e biológico, podendo sofrer alterações durante seu processo.
Sabe-se que a escola é um dos locais de oferta de espaço adequado para o
desenvolvimento motor da criança, visto que o brincar significa o meio mais
importante para as aprendizagens dos pequenos.
O conhecimento das características motoras possibilita saber se as experiências
recebidas nos diversos contextos são as necessárias para garantirem bom
desenvolvimento da aprendizagem. O que se espera é que as crianças possam da
melhor maneira possível, apresentar em cada período de vida uma boa qualidade de
movimento. Para Eckert (1993) para que haja contribuições nas habilidades motoras
das crianças, é necessário um desenvolvimento adequado das mesmas sobre as
aprendizagens dos escolares.

iv
1.1. Objectivos do Trabalho

Para o alcance do resultado anunciado neste trabalho de pesquisa, foram


determinados os seguintes objectivos de carácter geral e específicos:

1.1.1. Objectivo Geral

 O objectivo geral do trabalho é conhecer o desenvolvimento motor, o


desenvolvimento na criança, fases do desenvolvimento da criança, estimulação motora
precoce, e a coordenação motora global e fina.

1.1.2. Objectivos Específicos

Como objectivos específicos cabem destacar cinco principais a serem tratados


no presente trabalho de pesquisa:

 Explicar o desenvolvimento motor;


 Caracterizar o desenvolvimento motor na fase da criança;
 Identificar as fases do desenvolvimento da criança;
 Caracterizar a estimulação precoce; e,
 Dizer acerca da coordenação motora grossa ou global e fina.
1.2. Metodologias

Define-se metodologia como o tipo de processo seguido para a elaboração e


um maior aprofundamento sobre um assunto específico, procurando sempre solucionar
o problema mencionado no assunto de forma clara e objectiva, como também,
alcançar os objectivos estipulados.

A metodologia empregada no decorrer da elaboração do trabalho terá como


base as pesquisas bibliográficas realizadas em livros, revistas e artigos científicos, que
tenham por conteúdo a desenvolvimento motor, ciências naturais e relacionamento
corporativo (Marconi, 2000, p.253).

A pesquisa bibliográfica tem como objectivo conhecer e analisar as principais


contribuições teóricas existentes a partir de um determinado tema ou problema,
procurando expor a realidade estudada, suas características e princípios vinculados
(Gil, 1991, p.63).
v
2. Revisão de Literatura
2.1. Conceito de Desenvolvimento Motor

A partir dos anos 80 houve um maior interesse pelo estudo do desenvolvimento


motor, porque até então, a área desenvolvia-se de uma forma muito lenta. Hoje em dia,
o investigador para além de estudar a área de desenvolvimento, o que está implícito ao
mesmo também é importante ser estudado (Gallahuen & Ozmun, 2003).

O desenvolvimento motor é um processo contínuo de mudanças que se inicia


na concepção e só termina após a morte. A continuidade das mudanças resulta da
integração de processos que possibilitam o surgimento de comportamentos motores
capazes de atender às demandas ambientais e de atingir novos objetivos em qualquer
fase da vida (Meinel, 1977).

Ao longo do desenvolvimento, passamos a realizar acções motoras cada vez


mais complexas e com alto nível de proficiência. Neste contexto de acordo com
Haywood e Getchell (2004) o desenvolvimento motor é um processo sequencial e
contínuo relacionado à idade, em que o indivíduo progride de um movimento simples,
não organizado e não habilidoso, evolui para uma habilidade motora complexa e
altamente organizada e, em seguida, ajusta-se às necessidades que acompanham o
envelhecimento.

Neste prisma muitas vezes pensa-se que o desenvolvimento motor está


relacionado somente com crianças. Este equívoco acontece porque, ao longo dos
primeiros anos de vida, as mudanças no comportamento motor são muito grandes e
acontecem num ritmo muito acelerado. De acordo com Gallahue (2005, p. 6) “o
desenvolvimento é relacionado à idade, mas não depende dela”. Isto significa que as
idades são apenas uma referência para olharmos o processo de desenvolvimento e não
uma forma de explicá-lo.

2.1.1. O Desenvolvimento Motor da Criança

O desenvolvimento humano é composto por uma complexidade de factores


biológicos, genéticos e o ambiente onde a criança está inserida. As primeiras etapas de
evolução são cruciais nos mecanismos sensoriais, percetivas e motoras, não
vi
esquecendo a variedade de problemas do exterior. Nos primeiros anos de vida a
criança adquire várias aquisições de autonomia do corpo, como é o caso do controlo
postural, locomoção (corpo se movimenta no espaço) e manipulação de objectos
(Neto,1995).

Diante disto o desenvolvimento motor é um sistema de transformações no


comportamento do indivíduo durante toda a vida. O indivíduo adapta-se muito bem as
suas mudanças, que segundo Lopes (1992, p. 11) “ O desenvolvimento motor da
criança está entre os processos mais plásticos que podem ser observados na Natureza”.

Com efeito, as crianças terão todas as capacidades para desenvolver as suas


habilidades motoras, nos períodos entre os 3 e 9/10 anos, pois a partir daqui todas as
aprendizagens já não são novidades para elas (Pangrazi, Chmokos & Massoney,
citados por Neto,1999). De facto é nesses períodos sensíveis que há um grande
desenvolvimento humano, a nível físico, afectivo e social. Então para que isto
aconteça tem que existir exercícios físicos, jogos, movimentos, entre outros.

Os períodos sensíveis ou fases sensíveis como chama Deméter (citado por


Carvalho, 1983) terão uma relação próxima com a idade e situações do indivíduo,
tendo pouco a relacionar com o ambiente. Quando surge uma fase de desenvolvimento
rápida depois aparece uma fase lenta, ou seja no final de cada período a criança
atingirá uma fase de maturação morfológica e funcional.

Assim Hollywood e Getchell (2004) através do modelo de Newell explicam


que a criança está em constante mudança física, cognitiva e intelectual. Esse
crescimento modifica a interacção com o ambiente e com a tarefa e, consequentemente
o movimento que surge com esta interação também se altera.

Assim, conforme Neto (sd2), advoga que o desenvolvimento motor da criança


estará condicionado por várias atividades de ações informais, voluntárias de rua, no
recreio, com os pais, de tempos livres.

Hoje em dia o que acontece é que a criança deixou de brincar na rua, o tempo
da aventura, do espontâneo foi substituído por atividades organizadas e planeadas. A
autonomia das crianças no espaço urbano reduziu, devido a principalmente a dois
factores cruciais, a não existirem espaços, e há consequente insegurança e

vii
preocupação dos pais, o que não permite à criança sair à rua para brincar com os
amigos de forma livre (Neto, sd1). Isto será um dos vários exemplos de como a nossa
sociedade actual se encontra e talvez algumas respostas para os problemas que antes
não se encontravam e que agora cada vez são mais visíveis e incontornáveis.

De acordo com Gallahuen e Ozmun (2003) cada criança terá o seu próprio
ritmo, e cada uma é genuína, mas também será necessário estimular tarefas motoras
que trarão consequências progressistas na obtenção de habilidades motoras iniciais.

2.1.2. Fases do Desenvolvimento Motor da Criança

Para Fonseca (1999) o desenvolvimento motor da criança é o substracto do


desenvolvimento intelectual e é um elemento imprescindível para o acesso aos
processos superiores de pensamento.

Olhando para as palavras acima supracitados pode-se constatar que o


desenvolvimento motor atravessa quatro etapas: inteligência neuro motora, onde
predominam as condutas inatas e a organização motora é emocional; a inteligência
senso motora, é a aquisição das habilidades motoras básicas de locomoção, pressão e
suspensão; a inteligência percetiva motora trabalha a noção do corpo, os conceitos de
lateralidade e a orientação corpo no espaço e por último, inteligência psicomotora,
permite a ação da criança no mundo.

Este autor refere um particular interesse no desenvolvimento motor infantil,


apresentando as fases do desenvolvimento motor: fase do movimento, esta fase vai
desde o nascimento até ao 1º ano de vida, é uma altura de exploração sensório-motor
(agarra, vê, sente, mexe e morde objetos), é também uma fase de estimulação das
modalidades sensoriais e de aquisição de perceção visual. Nesta fase, o bebé adquire
uma imagem de si próprio e do seu corpo.

Fase da linguagem, vai desde os 2 anos até aos 4 anos, é a fase da comunicação
é nesta altura que a criança começa a reconhecer sons familiares e começa a
experiência pré-verbal, de mímica facial e mais tarde verbal. Ainda nesta fase existe os
jogos de imitação social.

Fase preceptiva motora, vai desde os 4 anos até aos 7 anos de idade, nesta
altura há uma experiência e compreensão prática do mundo. Há um desenvolvimento e
viii
aumento do léxico, começam a perceber formas, tamanhos e direções, a relação
causa/efeito e a relação espaço/temporal.

Por fim, a fase do pensamento, é a fase da pré-adolescência, onde já recorrem


mais aos processos cognitivos para se relacionarem com o mundo e o compreenderem.
Nesta fase o pensamento também começa a ser mais abstrato, questionando o
pensando na Epigénese da vida e na sua identidade.

Conforme grandes ilustres na área dos estudos de desenvolvimento motor,


Gallahue e Ozmun (2003) apresentam um grande modelo teórico do desenvolvimento
motor. O desenvolvimento motor atravessa uma série de fases, que correspondem
cronologicamente a momentos da vida, destacando a existência de diversos estágios
em cada um das fases.

Existem cinco fases: a fase dos movimentos reflexos, inicia-se desde o pré-
natal até ao 1º ano de vida. Divide-se em dois estágios, o da captação de informação, e
a do processamento. A fase dos movimentos rudimentares, inicia-se desde o
nascimento até aos 2 anos de idade.

Divide-se em dois estágios, o de inibição reflexa e o do pré-controlo motor. A


fase das habilidades motoras básicas, inicia-se desde os 2 anos até aos 7 e divide-se
em três estágios, o inicial, o elementar e o maduro. A fase das habilidades motoras
específicas, vai desde os 7 aos 13 anos que se divide em dois estágios, o transicional e
o específico. Por fim a fase das habilidades motoras especializadas, esta fase conhece-
se como especializada, a partir dos 14 anos.

Ainda o Gallahue e Ozmun (2003) completam o seu pensamento teórico,


salientando um série de pontos caraterísticos da sua teoria que são: a utilização das
fases no desenvolvimento motor parte de uma metodologia dedutiva no estudo do
desenvolvimento; a constatação de que o ser humano progride a nível motor do
simples para o complexo e do geral para o específico; cada sujeito deve de suportar
cada fase para poder optar a conduta motora mais complexa; os seres humanos podem
encontrar-se em diferentes fases em tarefas diferentes.

Pode-se concluir este titulo através de Fonseca (1999) que define o


desenvolvimento motor da criança por etapas e fases e afirma que está ligado ao

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desenvolvimento intelectual, é um elemento fundamental para o acesso aos processos
superiores do pensamento e produz-se num sujeito que está dentro de um contexto
sociocultural determinado.

2.1.3. Estimulação Motora Precoce

Conhece-se por estímulos qualquer acção do meio ou do agente estimulador


que resulta numa resposta pela criança ao exteriorizar sensações agradáveis e de bem-
estar. Os estímulos devem actuar simultaneamente em todas as áreas, atingindo os
problemas que a criança apresentar, propiciando e favorecendo o desenvolvimento de
suas potencialidades gerais (Millan, 1981, p.7).

De início, a Estimulação Precoce, conforme Oliveira (1981) é uma acção


educacional que visa prevenir ou remediar os distúrbios do desenvolvimento infantil.
Por se tratar de processo educacional tem uma ação globalizada sobre o indivíduo e
suas necessidades, visando o seu desenvolvimento total. Chama-se precoce por atingir
a criança em etapas críticas do seu desenvolvimento psicomotor, isto quer dizer,
etapas onde a criança mais precisa de estímulos, mais ou menos de 0 a 5 anos de
idade, para um completo desenvolvimento físico e mental das suas capacidades gerais
e específicas já comentado anteriormente.

Já Lefèvre (1981) comenta que o emprego muito frequente da expressão


Estimulação Precoce, pretende dar ênfase ao treinamento que deve ser iniciado o mais
cedo possível nas crianças com atrasos no desenvolvimento. Esta ressalta ainda que a
expressão parece incorreta e não traduz bem o espírito do programa. Precoce,
prematuro, antecipado. Não se deseja proceder a vim treinamento prematuro, mas sim,
estimular, a custo de numerosos expedientes, o desenvolvimento de estruturas
cerebrais que responderão pelas atividades psicomotoras cada vez mais complexas.

Conforme Formigheri (1983) a Estimulação Motora Precoce tem como


objectivo principal, fazer com que as idades cronológica, mental e motriz corram
juntas o mais perto possível, e pressupõe a adaptação do aluno ao professor, do meio
ambiente e ao material que irá trabalhar, bem como actividade que incluam exercícios
fundamentais de: locomoção, conhecimento do próprio corpo, noções de espaço e
tempo, adequação e percepção espacial e temporal.

x
2.2. Coordenação Motora

Conceituar coordenação motora torna-se difícil, dado que, na abordagem dessa


temática, existem vários termos que podem induzir a uma indefinição conceptual.
Entre eles, encontram-se: coordenação, coordenação neuromuscular, psicomotricidade
(Vianna et al.,1990).

Essas diferenças conceptuais advêm das múltiplas áreas científicas que se têm
delineado sobre o estudo e pela evolução que o próprio conceito tem sofrido, à medida
que os novos contributos teóricos vão surgindo (Veiga, 1987, p.9). O conceito de
coordenação motora é abordado em diferentes âmbitos, contextos e áreas científicas,
entre os quais, controlo motor, aprendizagem motora, desenvolvimento motor,
biomecânico e fisiológico. Por exemplo:

“Kiphard e Schilling (1970, citado em Lopes et al., 2003) definem coordenação


motora como a integração económica e harmoniosa do sistema músculo-esquelético,
sistema nervoso e sistema sensorial, visando à produção de acções motoras precisas e
equilibradas, bem como reações rápidas e adaptadas. Essas reações demandam a
medida de força determinante da amplitude e velocidade do movimento, a adequada
seleção dos músculos influenciadores da orientação do movimento e a capacidade de
mudar rapidamente de tensão para relaxamento musculares”.

Por outro lado, a coordenação motora pode ser analisada segundo três pontos
de vista (Ballastero, 2008):

“Biomecânico - Relacionado à ordenação dos impulsos de formar acções


motoras e à ordenação de acontecimentos em relação a dois ou mais eixos
perpendiculares. Fisiológico - Ligado às leis que regulam os processos de
contrações musculares. Pedagógica - Relativa à ligação ordenada das fases
de um movimento ou acções parciais e aprendizagem de novas habilidades”.

2.2.1. Coordenação Motora Grossa/Global

Segundo Costa citado por Silva e Giannichi (1995, p.19) a motricidade global
tem como objectivo a realização e a automação dos movimentos globais complexos,
que se desenrolam num certo período de tempo e que exigem a atividade conjunta de
vários grupos musculares. A motricidade global envolve movimentos que envolvem
grandes grupos musculares em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos
voluntários mais ou menos complexos.
xi
Dessa forma, as capacidades motoras globais são caracterizadas por envolver a
grande musculatura como base principal de movimento. No desempenho de
habilidades motoras globais, a precisão do movimento não é tão importante para a
execução da habilidade, como nos casos das habilidades motoras finas. Embora a
precisão não seja um componente importante nesta tarefa, a coordenação perfeita na
realização deste movimento é imprescindível ao desenvolvimento hábil desta tarefa
(Tubino citado por Silva & Giannichi, 1995).
A coordenação global e as experimentações feitas pela criança levam a adquirir
a dissociação do movimento, levando-a a ter condições de realizar diversos
movimentos simultaneamente, sendo que cada um destes movimentos pode ser
realizado com membros diferentes sem perder a unidade do gesto (Meinel citado por
Silva & Giannichi, 1995).
A conduta motora, de coordenação motora global é concretizada através da
maturação, motora e neurológica da criança. Para isto ocorrer haverá um refinamento
das sensações e percepções, visual, auditiva, sinestésica, tátil e principalmente
propriocetiva, através da solicitação motora que as atividades infantis requerem
(Weineck 1989).

2.2.2. Coordenação Motora Fina

A Motricidade Fina “é uma actividade de movimento espacialmente pequena,


que requer um emprego de força mínima, mas grande precisão ou velocidade ou
ambos, sendo executada principalmente pelas mãos e dedos, às vezes também pelos
pés” (Meinel citado por Silva & Giannichi, 1995).
A coordenação fina diz respeito à habilidade e destreza manual ou pedal
constituindo-se como um aspecto particular na coordenação global. Habilidades
motoras finas requerem a capacidade de controlar os músculos pequenos do corpo, a
fim de atingir a execução bem-sucedida da habilidade (Weineck 1991, p.236).
Sobretudo Weineck (1991) advoga que a motricidade fina envolve a
coordenação óculo-manual e requerem um alto grau de precisão no movimento para o
desempenho da habilidade específica, num grande nível de realização. Podemos citar
exemplo da necessidade desta habilidade que seria na realização de tarefas como
escrever, tocar piano, trabalhar em relógios etc.

xii
A coordenação viso manual representa a atividade mais frequente utilizada
pelo homem, pois atua para inúmeras atividades como pegar ou lançar objetos,
escrever, desenhar, pintar, etc. (Pellegrini et al.,2005). Para Lopes e outros (2003)
destacam que “a interacção com pequenos objectos exigem da criança os movimentos
de preensão e pinça que representam a base para o desenvolvimento da coordenação
motora fina”.

3. Considerações Finais

Para a consecução deste trabalho foram percorridas várias etapas e todas elas
se mostraram de importância vital para o enriquecimento deste trabalho. Por tanto,
chegou-se nas seguintes considerações finais:

No que tange ao desenvolvimento motor, conclui-se que o desenvolvimento


motor é um processo contínuo de mudanças que se inicia na concepção e só termina
após a morte. As mudanças no nível de funcionamento do ser humano, ao longo do
tempo, típicas do desenvolvimento, são a expressão da integração entre os factores
hereditário e ambiental.

No que concerne ao desenvolvimento motor na criança, conclui-se também


nas seguintes argumentações que há uma relação directa entre crescimento físico,
maturação biológica e desenvolvimento motor, isto é, as atividades a serem dadas
deverão respeitar estes três factores, visto que há uma sequência ordenada e sequencial
de movimentos que dependem destes factores e que a sequência de movimentos é a
mesma para todas as crianças apenas a velocidade de progressão vária. A ordem em
que as atividades são dominadas depende do facto maturacional, o grau e a velocidade
em que acontece e domínio depende mais das experiências e diferenças individuais.

No âmbito da estimulação motora precoce, determina-se que a estimulação


motora precoce trabalhada conscientemente, com os conhecimentos do
desenvolvimento motor e juntamente com a educação física, permite detectar algumas
deficiências na criança que, sendo coniventemente orientada, superá-las-á ainda o
mais cedo possível, o que lhe facilitará um desenvolvimento orgânico, motor,
intelectual e social normal, não acarretando prejuízos de aprendizagem e retraimento,
xiii
muito comuns entre crianças de 0 a 5 anos de idade, sendo claro que, a Estimulação
Precoce poderá ser aplicada como meio de reabilitação motora para crianças que
apresentam problemas no seu desenvolvimento motor.

Por fim na coordenação motora, conclui-se que é a capacidade de usar de


forma mais eficiente os músculos esqueléticos, resultando numa ação mais controlada,
plástica e eficiente. Ela permite ao indivíduo dominar seu próprio corpo no espaço
possibilitando-o controlar seus movimentos. Movimentos como andar, pular, correr,
arremessar, driblar, ou realizar tarefas que exijam maior habilidade, como pegar em
um lápis, desenhar, recortar, tudo isso exige coordenação motora. A coordenação
motora nos possibilita realizar os mais diversos movimentos coordenados.

4. Referências Bibliográficas

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