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Nome: Gervásio Da paz Anselmo Phiri

Email: gervasiophiri@gmail.Com
Tema: Análise Qualitativa

Análise qualitativa
Segundo VOGEL Análise qualitativa: utilizada para determinar a identidade das espécies
químicas presentes em uma amostra. Neste caso, não se está interessado na
quantidade de cada substância na amostra, mas apenas saber se certas
substâncias estão presentes ou ausentes. Seus resultados são expressos em
palavras e símbolos. Exemplo: cobre (Cu).

Classificação da análise qualitativa segundo a quantidade de substância a ser analisada


Segundo BACCAN, A análise qualitativa pode ser conduzida em várias escalas. De acordo com
a quantidade de substância que será analisada podemos distinguir os seguintes métodos de
análise qualitativa:

a) Microanálise: São usadas massas de 0,5 – 1,0 g ou 20 - 50 ml de solução.


As reações se efetuam em tubos de ensaio (10- 20 ml) ou beque de 100 ml.
Quando se faz alguma precipitação, o sólido (precipitado) deve ser separado
por filtração com funil através de papel de filtro

(a) (b)
Filtração com funil (a) e filtração a vácuo (b).
b) Microanálise: A quantidade de substância é aproximadamente 100 vezes
menores que a quantidade usada na microanálise. São usados reagentes de grande sensibilidade.
As reações são realizadas pelo método microcristaloscópico ou pelo método da gota.
b.1) Análise pelo método microcristaloscópico: As reações são realizadas sobre
uma lâmina de vidro, identificando-se o íon ou elemento a partir dos cristais
formados através de um microscópio.
b.2) Análise pelo método da gota (reações gota a gota). As reações são acompanhadas de uma
viragem da coloração da solução ou pela formação de precipitados corados. Estas reações podem
ser realizadas em uma placa de porcelana com cavidades (Figura 1.2) onde se depositam gota a
gota a solução em estudo e os reagentes. Como resultado da reação, aparece uma mancha corada
cuja cor permite comprovar a presença na solução do íon a identificar. Ao invés da placa de
porcelana com cavidades podem ser utilizados vidro de relógio, cápsula de procela, etc.

figura: Placa de porcelana com cavidades usada nas reações do método


da
gota.
c) Sem microanálise: São usadas quantidades 10 a 20 vezes menor do que a quantidade utilizada
na microanálise, isto é, cerca de 0,05 g (50 mg) ou 1,0 ml de solução. São usados tubos de ensaio
de 5 a 10 ml. As reações envolvendo precipitação, o sólido é separado da fase aquosa mediante
centrifugação. Figura: ou por microfiltração com pequenos funis.
Análise fracionada e análise sistemática
Segundo ALEXÉEV, V. -Na determinação de íons em análise qualitativa são usados dois tipos
de análise: fracionada e sistemática.
Na análise fracionada, os íons de interesse podem ser identificados diretamente na solução de
estudo sem se preocupar com os outros íons que estão presentes nesta solução. Neste caso, são
usadas as reações específicas. A ordem dos íons isolados não tem importância neste tipo de
análise. Quando as reações seletivas não são confiáveis e nem se pode aumentar a seletividade da
reação por meio de algum processo, a identificação dos íons de interesse tornasse impossível por
este tipo de análise.

Na Análise sistemática são elaborados uma sucessão de reações para identificação dos íons, ou
seja, são estabelecidas uma marcha sistemática de análise. Na marcha sistemática de análise, a
identificação de cada íon só é iniciada depois de terem sido identificados ou eliminados da
solução todos os outros íons que impedem a sua identificação, isto é, que reagem com o
reagente usado.
análise sistemática
segundo VOGEL, Os reagentes utilizados para a classificação dos catiões são o acido clorídrico
(HCl), o acido sulfídrico (H2S(g) em meio acido) o sulfeto de amónio (NH4S) e o carbonato de
amónio ((NH4)2CO3)
A classificação dos catiões em grupos analíticos proposta e baseada na divisão dos segues
grupos:
I. Grupo: Ag+, Hg22+, e Pb2+- precipitam como cloreto em agua
II. Grupo: Cu2+, Cd2+, Pb2+, Hg2+, As (3 e 5); Sb (3 e 5); Sn (2 e 4) - seus sulfetos são pouco
solúveis em meio acido e neutro.
III. Grupo: Ni2+; Co2+; Fe2+; Mn2+ e Zn2+, Al3+-precipitam como hidróxidos e sulfuretos em
meio neutro ou alcalino
IV. Grupo: Ba2+; Sr2+ e Ca2+-seus carbonatos são pouco solúveis e seus sulfetos são solúveis
em agua.
V. Grupo: Na+; K+; Mg2+ e NH4+- não precipitam com mesmo reagente
Marcha analítica para os catiões que serão estudados nesta disciplina
Análise qualitativa por via amida segundo BACCAN
I- Reações Recomendadas para Identificação dos Íons Potássio e Amônio
Potássio
a) Ácido perclórico com adição de álcool etílico (CUIDADO, não aquecer).
K+ + ClO4- KClO4(s)
b) Cobaltinitrito de Sódio (meio de ácido acético) ou hexanitritocobaltato (III) de
sódio (Na3[Co(NO2)6]).
3K+ + [Co(NO2)6] 3- ⇔ K3[Co(NO2)6](s)
Amônio
a) Papel indicador (tornassol azul e vermelho) testar o caráter ácido/base de
soluções de sais de amônio
NH4+ + H2O ⇔ NH4OH + H+ ou NH4 + + H2O ⇔ NH3 + H3O+
b) Ação de bases fortes sobre sais de amônio
NH4 + + OH- ⇔ NH4OH ⇔ NH3↑ + H2O ou NH4 + + OH- ⇔ NH3↑ + H2O
Procedimento: identificar o produto gasoso usando papel indicador e HCl concentrado.
c) Cobaltinitrito de sódio (meio HAc) ou hexanitritocobaltato (III) de sódio
(Na3[Co(NO2)6])
3NH4 + + [Co(NO2)6] 3- ⇔ (NH4)3[Co(NO2)6]↓
d) Reagente de Nessler
NH4 + + 2[HgI4]2- + 4OH- → HgO.Hg(NH2)I ↓ + 7I- + 3H2O
e) Hidrogeno tartarato de sódio
NH4 + + HC4H4O6 - ⇔ NH4HC4H4O6(s)

Cloreto
a) Ação de ácido sulfúrico concentrado. Teste um pouco de sal sólido contendo cloreto
com ácido sulfúrico concentrado. CUIDADO! NÃO AQUEÇA!
MCl (s) + H2SO4 → HCl + MHSO4
Procedimento: identificar o produto gasoso usando papel indicador e NH4OH
concentrado.
a) Adição de acido nítrico
Cl- + Ag+ ⇔ AgCl
Identificação
AgCl + 2NH4OH ⇔ [Ag(NH3)2]+ + 2H2O + Cl-
AgCl + 2S2O32- ⇔ [Ag(S2O3)2]3- + Cl-
Sulfato
a) íon bário
SO42- + Ba2+ ⇔ BaSO4(s)
b) íon chumbo
SO4 2- + Pb2+ ⇔ PbSO4
Carbonato
a) Ácidos diluídos
CO32- + 2H+ ⇔ H2CO3 ⇔ H2O + CO2↑
Mn+ + CO32- ⇔ M2 (CO3)n
b) Íon Ferro (III)
6CH3COO- + 3Fe3+ + 2H2O ⇔ [Fe3(CH3CO2)6(H2O)6]3+ + 2H+
[Fe3(OH)2(CH3COO)6]+ + 4H2O ↔ 3Fe(OH)2CH3COO↓ + 3CH3COOH + H+

c) Esterificação (faça o teste usando dois tipos de álcool) e como catalisador ácido
sulfúrico concentrado
H3C-CO2H + R-OH ⇔ H3C-CO2-R + H2O
d) Amostras sólidas contendo acetato trituradas com KHSO4 sólido
MAc (s) + KHSO4(s) → MKSO4 (s) + CH3CO2H↑
.
III- Reações Recomendadas para Identificação dos Íons Magnésio, Bário, Cálcio e
Estrôncio (Grupo IV).
Obs. O Mg2+ faz parte do grupo V.
Magnésio
a) hidróxidos alcalinos
Mg2+ + 2OH- ⇔ Mg(OH)2
b) hidróxido de amônio
Mg2+ + 2NH3 + 2H2O ⇔ Mg(OH)2↓ + 2NH4

c) carbonato de sódio ou potássio


Mg2+ + CO32- + ⇔ MgCO3↓
d) carbonato de amônio
5Mg2+ + 6CO32- + 7H2O ⇔ 2MgCO3.Mg(OH)2.5H2O + 2HCO3-
e) Hidrogeno fosfato de dissódio
Mg2+ + NH3 + HPO42- ⇔ Mg(NH4)PO4↓

Bário
a) hidróxidos alcalinos
Ba2+ + 2OH- ⇔ Ba(OH)2-
b) Carbonatos: faça o teste usando: a) carbonato de sódio b) carbonato de amônio
Ba2+ + CO32- ⇔ BaCO3
c) Íons sulfato
Ba2+ + SO42- ⇔ BaSO4
c.1) Íon cromato
Ba2+ + CrO42- ⇔ BaCrO4
3c) Íon dicromato
2Ba2+ + Cr2O72- + H2O ⇔ 2BaCrO4 + 2H+
Estrôncio
a) Carbonato faça o teste usando: a) carbonato de sódio b) carbonato de amônio
Sr2+ + CO32- ⇔ SrCO3
b) Íon sulfato
Sr2+ + SO42- ⇔ SrSO4
c) Íon Oxalato
Sr2+ + C2O42- ⇔ SrC2O4
Cálcio
a) Carbonato faça o teste usando: a) carbonato de sódio b) carbonato de amônio
Ca2+ + CO32- ⇔ CaCO3
b) Íon sulfato: faça o teste usando solução quente de: a) sulfato de sódio b) sulfato de
amônio.
Ca2+ + SO42- ⇔ CaSO4
.c) Íon oxalato
Ca2+ + C2O42- ⇔ CaC2O4
Separação Dos Catiões Magnésio, Cálcio, Estrôncio E Bário
Em tubo de ensaio, faz-se uma mistura das soluções dos cloretos (ou nitrato)
desses 4 cátions (no máximo 10 gotas de cada solução). Aquece-se essa mistura com
cuidado (aproximadamente 60°C) e adiciona-se solução de cloreto de amônio e
carbonato de amônio até não haver mais formação de precipitado, mantendo-se a
temperatura a 60°C durante alguns minutos. Em seguida centrifuga-se durante 2-3
minutos. O precipitado deve ser lavado com duas pequenas porções de água quente
contendo carbonato de amônio. O sobrenadante e as águas de lavagens são reunidos em
um béquer e evaporados a cerca de 2 ml. Com parte dessa solução faz-se a identificação
do magnésio.
Com solução de onde foi separado o precipitado amarelo, repete-se o tratamento
com hidróxido e carbonato de amônio, nas condições já indicadas. Centrifuga-se e lavase
com água contendo carbonato de amônio, até o precipitado ficar branco. Dissolve-se
o precipitado com o menor volume possível de ácido acético diluído quente. Leva-se
essa solução à ebulição e adicionam-se cerca de 2 ml da solução de sulfato de amônio,
aquece-se, alcaliniza-se com hidróxido de amônio e centrifuga-se. Com o precipitado
branco faz-se a prova de coloração a chama a fim de confirmar a presença de estrôncio.
O sobrenadante, que deve ser acético, é tratado, à ebulição, com cerca de 1 ml de
solução de oxalato de amônio. Deixa-se esfriar e centrifuga-se. Com o precipitado
executa-se a prova de coloração a chama para confirmar a presença de cálcio.

Esquema de separação
Classificação dos Ânions em Grupos Analíticos
Segundo BACCAN. Os métodos utilizados para a deteção de ânions não são tão sistemáticos
como os descritos para os catiões no item anterior. Não existe realmente um esquema satisfatório
que permita a separação dos ânions comuns em grupos principais, e a subsequente separação
inequívoca, em cada grupo, de seus componentes independentes. Eles podem ser separados de
acordo com as solubilidades dos seus sais de prata, de cálcio ou de bário e dos sais de zinco; mas
estes grupos podem ser considerados úteis apenas para dar indicação das limitações do método e
confirmação dos resultados obtidos por processos mais simples. Sabe-se ainda que na prática,
alguns ânions podem pertencer a mais de uma das subdivisões, já que não se têm bases teóricas.
Estudaremos, então, a classificação adotada por Arthur Vogel, que é satisfatória na prática. Ele
divide os ânions em dois grupos:
Grupo I ou Classe A: os que envolvem a identificação por produtos voláteis obtidos por
tratamento comácidos.
Esse grupo se subdivide em:
I- Gases desprendidos com ácido clorídrico ou ácido sulfúrico diluídos: carbonato (CO32-),
hidrogenocarbonato (bicarbonato) (HCO3-), sulfito (SO32-), tiossulfato (S2O32-), sulfeto (S2-),
nitrito(NO2-), hipoclorito (OCl-), cianeto (CN-) e cianato (OCN-).
II- Gases ou vapores desprendidos por tratamento com ácido sulfúrico concentrado. Incluem os
de I e mais os seguintes: fluoreto (F-), hexafluorsilicato ([SiF6]2-), cloreto (Cl-), brometo (Br-),
iodeto (I-),nitrato (NO3-), clorato (ClO3-), perclorato (ClO4-), permanganato (MnO4-), bromato
(BrO3-), borato(BO33-), hexacianoferrato (II) ([Fe(CN)6]4-), hexacianoferrato (III)
([Fe(CN)6]3-), tiocianato (SCN-),formiato (HCOO-), acetato (CH3COO-), oxalato ((COO)22-),
tartarato (C4H4O62-) e citrato (C6H5O73-).
Grupo II ou Classe B: os que dependem de reações em solução.
Esse grupo se subdivide em:
I- Reações de precipitação: sulfato (SO42-), persulfato (S2O82-), fosfato (PO43-), fosfito
(HPO32-), hipofosfito (H2PO2-), arseniato (AsO43-), arsenito (AsO33-), cromato (CrO42-),
dicromato (Cr2O72-), silicato (SiO32-), hexafluorsilicato ([SiF6]2-), salicilato (C6H4(OH)COO
), benzoato (C6H5COO-) e succinato (C4H4O4-).
II- Oxidação e redução em solução: Manganato, permanganato (MnO4-), cromato (CrO42-) e
dicromato (Cr2O72-).

Os acetatos, formiatos, salicilatos, benzoatos e succinatos formam também um outro grupo, pois
todos dão uma coloração característica, ou precipitado, por adição de solução de cloreto de ferro
(III) à solução praticamente neutra.

Assim como foi feito no estudo dos cátions, nosso estudo se restringirá apenas aos ânions que
ocorrem com mais freqüência nas amostras comuns. Como alguns ânions podem pertencer a
mais de umadas subdivisões, serão estudadas apenas as reações mais importantes de um número
limitado de ânions.
Bibliografia
BARD, A. J. - Equilíbrio Químico, Pacheco, J. R.; Rico, J. D. (tradutores),
Ed. Castillo S.A., Madrid, 1970.
2. VOGEL, A. I. - Química Analítica Qualitativa, 5ª ed, Gimeno, A.
(tradutor), Ed. Mestre Jou, São Paulo, 1981.
3. BACCAN, N.; GODINHO, O. E. S.; ALEIXO, L. M.; STEIN, E. -
Introdução à Semimicroanálise Qualitativa, 6ª ed., Ed. UNICAMP, Campinas, 1995.
4. ALEXÉEV, V. - Semimicroanalisis Químico Qualitativo, Mendoza, U. V.
(tradutor), Mir Publishers, 1975.

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