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Citologia: Célula Eucariótica e Procariótica

Conteudista: Prof.ª M.ª Rossana Soares de Almeida


Revisão Textual: Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin

Objetivos da Unidade:

Compreender temas importantes dentro da citologia para o alinhamento das


Unidades subsequentes;

Estabelecer a conexão entre temas relacionados à célula e suas funções.

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
1 /3

ʪ Material Teórico

Introdução
Feche os olhos e imagine uma parede de tijolos, bem-organizada, de forma retilínea e sem
nenhum defeito aparente. Embora, quando pronta, a parede pareça impassível, se você parar e
analisar, qual é o bloco de construção básico para a formação dessa parede? Um único tijolo, é
claro. Como uma parede de tijolos, seu corpo também é composto por blocos de construção
básicos, e esses blocos de construção são as células.

Os tijolos que compõem essa estrutura são geralmente retangulares, todos iguais, o que difere
muito quando comparado à estrutura fisiológica do nosso corpo, nossas células podem variar de
formatos, podem migrar de lugar, e se você quebrar um tijolo no meio você encontrará apenas
mais tijolo. No entanto, se você dividir uma célula ao meio, você encontrará um intrincado e
lindo arranjo de estruturas especializadas, que ajudam a célula a desempenhar sua função. Sim,
células são como blocos de construção, mas elas são os blocos mais incríveis do mundo.

As células desempenham um grande número de diferentes funções dentro do seu corpo. Por
exemplo, células epiteliais protegem a superfície do seu corpo, fazendo parte da sua pele e da
cobertura dos órgãos e de suas cavidades. Células ósseas compõem os ossos, os quais sustentam
seu corpo. Células do sistema imune lutam contra bactérias invasoras. Sangue e células
sanguíneas levam nutrientes e oxigênio a todo o corpo, enquanto removem o dióxido de
carbono. Cada um desses tipos celulares têm um papel vital para o crescimento, o
desenvolvimento e a manutenção diária do organismo.

No entanto, apesar da grande variedade de tipos celulares presentes em todos os organismos,


mesmo aquelas células completamente diferentes – tais como a do ser humano, a de cebolas e
de bactérias, mostradas na Figura 1, da esquerda para direita, respectivamente, compartilham
algumas características fundamentais.

Figura 1 – Comparação entre diferentes tipos de células


Fonte: Adaptada de khanacademy.org

#ParaTodosVerem: Imagem. Descrição de três células diferentes, em rosa,


vermelho e lilás, Na primeira descrição, tons de azul, na segunda, azul escuro e
amarelo na terceira. Fim da descrição.

O nosso corpo é, na verdade, um ecossistema, formado por estruturas celulares denominadas


células. Os organismos vivos podem, na realidade, ser classificados como procariotos e
eucariotos, e essa classificação é baseada única e exclusivamente na estrutura e na formação das
células que compõem esse indivíduo. Todas as células se encontram em uma dessas duas
categorias. Apenas os organismos unicelulares dos domínios Bacteria e Archaea são
classificados como procariontes – pro significa “antes” e kary significa “núcleo”. Animais,
plantas, fungos e protistas são todos eucariontes – eu significa “verdadeiro”.

Células Procariotas
Existem alguns componentes-chave que uma célula precisa ter para ser classificada como
célula, independentemente de ela ser procarionte ou eucarionte. Todas as células compartilham
quatro componentes principais:
A membrana plasmática ou o revestimento externo, que separa
o interior da célula do ambiente ao seu redor;

O Citoplasma, que compõe o interior da célula, consiste de um


meio gelatinoso (chamado citosol) onde as estruturas celulares
são encontradas. Nos eucariontes, citoplasma significa
especificamente a região fora do núcleo, mas dentro da
membrana plasmática;

O DNA, que é o material genético da célula;

Os Ribossomos, que são os componentes que sintetizam as


proteínas.

Apesar das semelhanças, procariontes e eucariontes diferem de várias maneiras importantes.


Procariontes são organismos simples, unicelulares, que não apresentam o núcleo e as organelas
limitadas por membranas, mas que consistem de um único espaço interno aberto. Em resumo,
procariontes/procariote (origem do latim pro-primitivo e carionte – relativo à carioteca)
constituem um amplo grupo heterogêneo de organismos unicelulares que não têm núcleo e
nem mitocôndrias.

Assim, a maioria do DNA procarionte é encontrada na região central da célula, que é chamada de
nucleoide. O DNA, nesse caso, consiste de uma única alça grande chamada de cromossomo
circular. O nucleoide e algumas outras características frequentemente vistas nos procariontes.

As células procarióticas são constituídas obrigatoriamente por quatro componentes básicos,


sendo eles: membrana plasmática, citoplasma, material genético e ribossomos.
Figura 2 – Célula procariótica, estrutura
Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: Imagem. Apresentação da fisiologia de uma célula


procariótica, membranas em verde, amarelo e azul e citoplasma e DNA em
amarelo escuro e roxo. Fim da descrição.

A estrutura fisiológica dos indivíduos procariotos permite sua classificação em três grupos:

Archaea: fazem parte os organismos quimiotróficos que não


têm membrana nuclear. São extremófilos, organismos que são
capazes de viver em condições extremas ou locais
consideráveis inabitáveis pela maioria dos seres vivos, como
fontes termais e locais, ricos em enxofre, extremamente
quentes ou repletos de sal;
Bacteria: são unicelulares e procariontes que anteriormente
eram classificados como eubactérias. Compreende as bactérias
que causam doenças ao homem e podem viver em água e solo;

Eukarya: nesse domínio são encontrados apenas organismos


eucariontes, aqueles que têm núcleo delimitado por membrana
nuclear. São organismos unicelulares, como os protozoários,
ou multicelulares, como ocorre em animais, fungos e plantas.

Os procariotos são divididos em dois domínios, o domínio Archaea e o domínio Bacteria e têm
DNA não envolto por uma membrana, portanto, o material genético fica posicionado no
citoplasma. Os procariontes também não têm citoesqueleto, as células têm formato esférico ou
de bastões, e essa estrutura é sustentada pela parede extracelular, com características de rigidez
e função de proteção.

Tamanho Celular
Células procariontes típicas variam de 0,1 a 5,0 micrômetros (μm) de diâmetro e são
significativamente menores que as células eucariontes, que normalmente têm o diâmetro
variando entre 10 e 100 μm.
Figura 3 – Gráfico mostrando os tamanhos relativos (em
ordem) de átomos para proteínas, para vírus, para
bactérias, para células animais, para ovos de galinha e para
seres humanos
Fonte: Adaptada de khanacademy.org | Getty Images

#ParaTodosVerem: Imagem. Descrição diferentes figuras em tons de azul,


verde, amarelo e vermelho, que representam células e estruturas menores.
Corpo humano representado em marrom. Fim da descrição.

Para o tamanho da célula e sua relação com função e estrutura fisiológica, conforme as células
se tornam maiores, fica cada vez mais difícil a troca de nutrientes e resíduos com o ambiente
através da membrana, nas quantidades necessárias que garantem sua sobrevivência. Se cada
porção de membrana pode trocar apenas determinada quantidade de dada substância em dado
período de tempo, porque contém em sua estrutura um número limitado de canais, se a célula
cresce demais, sua membrana não terá capacidade de troca suficiente para suportar as taxas de
trocas requeridas por sua atividade metabólica.

As células eucariontes são maiores que as procariontes devido à sua organização interna e às
suas características estruturais e metabólicas. Células grandes são normalmente alongadas e
estreitas para diminuir os caminhos que devem ser percorridos pelos nutrientes e resíduos
durante as trocas realizadas entre o meio intracelular e extracelular através da membrana.
Células Eucariotas
O domínio taxonômico dos eucariontes pode ser referido como: Eukarya, Eukariota, Eukaria,
Eukaryota, também referenciado como eucariotas. Esse domínio abrange todos os seres vivos
com células de características eucarióticas, assim sendo, com um núcleo celular contornado por
uma membrana, dentro do qual há DNA compartimentado, ou seja, separado do citoplasma, e
com várias organelas. Esse núcleo contém o material genético (DNA ou ADN) em sua maior
parcela, enquanto uma parte menor está contida nas mitocôndrias. Portanto, pode-se afirmar
que os eucariotas são organismos vivos unicelulares ou pluricelulares constituídos por células
dotadas de núcleo, diferenciando-o dos procariontes, os quais têm células desprovidas de um
núcleo bem definido.

Todo o domínio Eukariota é composto por 5 reinos, segundo o biólogo inglês Cavalier-Smith, os
Reinos sãos: Animalia, Plantae, Fungi, Protista e Chromista. Assim, como o objetivo, nesse
momento, é abordar os microrganismos eucariontes, os reinos Animalia e Plantae e
organismos de maior porte não serão tratados.

Os microrganismos eucariontes têm participação efetiva em inúmeras áreas da vida humana,


por meio de diferentes indivíduos. Alguns protozoários têm características parasitárias, e podem
atuar como patógenos para o ser humano e em outros animais vertebrados. Além de patógenos,
os protozoários podem atuar, também, como indicadores de qualidade da água, já que a poluição
da mesma é, por exemplo, muito prejudicial à manutenção de suas atividades. Já os fungos,
como as leveduras, fazem parte de processos orgânicos para obtenção de produtos de consumo,
como bebidas alcoólicas fermentadas. Algumas espécies de algas apresentam, também, além da
sua relevância ecológica uma grande importância como matéria-prima para a produção de
espessantes (substância que aumenta a viscosidade de um líquido sem substancialmente mudar
suas outras propriedades) utilizados em cosméticos, e produção de meios de cultura de fungos e
bactérias em laboratórios.
Características Comuns aos Eucariotos
O grupo dos organismos eucariontes tem grande variedade de indivíduos, já que é composto por
algas, plantas, animais, protozoários e fungos. Entretanto, apesar da grande diferença entre
esses grupos, existem características que são comuns a todos os organismos eucariontes. Em
relação à célula procarionte, as células eucariontes têm tamanho bem maior e maior
complexidade.

A característica que define o termo eucarioto e, portanto, compartilhada por todos os seres
assim classificados, é a presença de um núcleo organizado, diferentemente dos organismos
procariontes que tem seu material genético espalhado pelo citoplasma. Na célula eucarionte, o
material genético é envolto por duas membranas próprias que, juntas, são conhecidas como
envelope celular. A membrana interna, que interage com o nucleoplasma, e a membrana externa
interage com o citoplasma. Ambas as membranas são ligadas por poros que fazem o transporte
de substâncias que entram e saem do núcleo. No centro do núcleo, há o nucléolo, onde o RNA
ribossomal (RNAr) é sintetizado. O RNAr atua no ciclo de montagem dos ribossomos.
Figura 4 – Célula eucariótica
Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: Imagem. Representação de uma célula eucariótica, em cores


variadas. Em tons de roxo e rosa, estão os C. de Golgi, núcleo e RER. Em tons de
verde, as mitocôndrias, em tons de vermelho e amarelo, os lisossomos e os
centríolos. Fim da descrição.

Outras estruturas que estão presentes na maioria das células eucariotas são organelas
responsáveis pelo metabolismo celular. A primeira é chamada de mitocôndria e está presente
nas células eucariotas aeróbias, enquanto os organismos eucariontes anaeróbios utilizam uma
organela semelhante à mitocôndria, mas que está adaptada ao estilo de vida anaeróbio desses
seres, chamada de hidrogenossomo. Por fim, os cloroplastos estão presentes em eucariotos
fototróficos, no qual são as organelas que contêm a clorofila responsável pela fotossíntese.

Existem outras organelas que estão presentes em uma grande quantidade de eucariotos, como o
retículo endoplasmático rugoso, responsável pela produção de glicoproteínas, o retículo
endoplasmático liso, que atua na síntese de lipídeos, o aparelho de Golgi que modifica, secreta
ou armazena os produtos do retículo endoplasmático, os lisossomos que participam na digestão
celular e, por fim, algumas células eucariontes que utilizam flagelos e cílios para locomoção.

Existem três tipos de microrganismos eucariontes: as algas unicelulares, os fungos e os


protozoários.

Células Procarióticas x Eucarióticas


Diferentemente das células procarióticas, as células eucarióticas têm:

Um núcleo limitado por uma membrana, formando uma


cavidade centralizada que guarda o material genético da
célula;

Algumas organelas limitadas por membranas, formando


compartimentos flutuantes no hialoplasma, que têm funções
especializadas. (Organela significa "pequeno órgão" e indica
que, assim como os órgãos do corpo humano, as organelas têm
funções específicas e fazem parte de um sistema maior);

Vários cromossomos lineares, diferentemente do único


cromossomo circular de uma célula procarionte.

As células eucarióticas são muito mais complicadas do que as procarióticas. Elas têm variedade
de estruturas subcelulares, que desempenham papéis importantes no equilíbrio energético,
metabolismo e expressão gênica.
Figura 5 – Comparação entre células Eucarióticas e
Procarióticas
Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: Imagem. Caracterização de duas células. A procariótica, à


direita, em tons de amarelo e verde escuro e a eucariótica, à esquerda em tons de
amarelo, vermelho e roxo. Fim da descrição.

Vídeo
Células Eucariontes e Procariontes – Diferenças

É
CÉLULAS EUCARIONTES E PROCARIONTES - DIFERENÇAS | Biolo…

Composição Química da Célula


Todo tipo de matéria é feito de coparticipações de elementos, tais como, a menor partícula de um
elemento que ainda mantém suas propriedades químicas distintas é um átomo. Porém, as
características das substâncias dependerão da forma como os seus átomos estão coligados
entre si formando moléculas. Para entender como os organismos vivos são construídos a partir
de matéria inanimada, é crucial saber como todas as ligações químicas que mantêm os átomos
unidos nas moléculas são formadas. A estrutura da célula resulta da combinação de moléculas
organizadas em uma ordem muito precisa.

Os componentes químicos da célula são classificados em:

Inorgânicos (água e minerais);

Orgânicos (ácidos nucléicos, carboidratos, lípides e proteínas).


Desse total, 75 a 85% correspondem à água, 2 a 3% a sais inorgânicos e o restante são
compostos orgânicos, que representam as moléculas da vida. Uma grande parte das estruturas
celulares contêm lipídeos e moléculas de grande dimensão, denominadas macromoléculas ou
polímeros, constituídas a partir de monômeros ou unidades integradas (micromoléculas), que
se envolvem entre si por ligações covalentes.

Água

É um reagente essencial aos processos digestivos, em que as


moléculas maiores são degradadas em menores e faz parte de
várias reações de síntese nos organismos vivos;

A água é um dos compostos mais importantes, bem como o


mais abundante no planeta, sendo vital para os organismos
vivos. Fora da célula, os nutrientes estão dissolvidos em água,
o que facilita a passagem desses mesmos nutrientes através da
membrana celular;

A água é um a molécula polar, capaz de formar pontes de


hidrogênio com as diversas moléculas de água vizinhas e, por
isso, necessita de uma grande quantidade de calor caso a
separação dessas moléculas precise acontecer. As pontes de
hidrogênio relativamente fortes tornam essa molécula um
excelente tampão;

É um excelente meio de dissolução, e também é considerada


um solvente universal. A polaridade facilita a separação e a
recombinação dos íons de hidrogênio (H+) e íons hidróxido
(OH-).
Importância de Compostos Orgânicos no Celular

Os hidratos de carbono: fornecimento de energia para os processos celulares,


armazenamento de energia, apoio estrutural para as paredes celulares;

Lipídeos: armazenar grandes quantidades de energia durante longos períodos de


tempo, agir como uma fonte de energia e fonte de água metabólica, desempenham
papel importante na estrutura das membranas celulares: reduzir a perda de água por
evaporação;

Proteínas: necessárias para o crescimento, formação de enzimas que catalisam


reações químicas e de hormônios que controlam o crescimento e o metabolismo;

Os ácidos nucleicos: contêm a informação genética de células, desempenham papel


vital na síntese de proteínas;

Ácidos, bases e sais: as reações bioquímicas são extremamente sensíveis a


alterações na acidez ou na alcalinidade dos ambientes em que ocorrem. A
concentração de H+ é expressa por uma escala logarítmica de pH, que varia de 0 a 14
(esquema abaixo). Quando a solução contém mais H+ que OH-, têm um pH inferior
a 7. Se uma solução tem mais OH- que H+, o pH é maior que 7 e a solução é básica ou
alcalina. E quando os níveis são iguais, a solução é neutra.

Micromoléculas
São moléculas de peso molecular entre 100 e 1000 e contém até trinta ou mais átomos de
carbono. Normalmente, são encontradas livres em solução, em que algumas delas formam um
conjunto de intermediárias a partir das quais as macromoléculas são formadas. As quatro
micromoléculas principais são: os açúcares simples, os ácidos graxos, os aminoácidos e os
nucleotídeos.

Açúcares
São as mais abundantes moléculas orgânicas na natureza e são primariamente moléculas que
reservam energias na maioria dos organismos vivos.

Os açúcares mais simples são chamados de monossacarídeos, tais como, ribose, glicose,
frutose, que são formados com uma molécula de açúcar e têm fórmula molecular mais simples e
menor. Os dissacarídeos são formados por dois açúcares, ligados covalentemente por ligações
glicosídicas, por exemplo, a maltose (açúcar da cana) e a lactose (açúcar do leite).

Os polissacarídeos são grandes moléculas formadas por unidades de monossacarídeos. E os


oligossacarídeos, que estão ligados a lipídeos e proteínas, formando glicolipídeos e
glicoproteínas.

Ácidos Graxos
São as gorduras, os óleos, os fosfolipídios, a cutina, a suberina, as ceras e os esteroides. É um
composto que tem um ácido carboxílico ligado a uma longa cadeia de hidrocarbonetos. São
fontes valiosas de alimento, vez que eles podem ser quebrados para produzir o dobro de energia
utilizável. Eles são estocados no citoplasma de muitas células na forma de gotas de moléculas de
triglicérides (gorduras animais conhecidas da experiência diária). A função mais importante dos
ácidos graxos está na construção das membranas celulares, que envolvem as células e suas
organelas, que são compostas de fosfolipídios.

Nucleotídeos
São moléculas complexas, constituídas por um grupo fosfato, uma base nitrogenada e um
açúcar de cinco átomos de carbono pentose. Eles são blocos constitutivos dos ácidos nucleicos,
o ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA), que transmitem e traduzem a
informação genética. Os nucleotídeos podem atuar como moléculas carregadoras de energia
química, como, por exemplo, o éster trifosfato e adenina (ATP), que participa das transferências
de energia em centenas de reações celulares individuais.
Macromoléculas
Apresentam peso molecular entre 10.000 e 1 milhão. São construídas a partir de subunidades de
baixo peso molecular (micromoléculas), que são repetidamente adicionadas para formar um
longo polímero em cadeia, como, por exemplo, os aminoácidos ligados a outros aminoácidos
para formar as proteínas.

A sua formação é mantida por ligações covalentes, que são fortes o suficiente para preservar a
sequência de subunidades por longos períodos de tempo. Para realizar a sua função, as
macromoléculas dependem de ligação não covalente, muito mais fraca, que se formam entre as
partes distintas da mesma e entre diferentes macromoléculas.

Proteínas
É um polímero linear de aminoácidos unidos por ligações peptídicas. Sua estrutura é formada
por uma variedade de 20 aminoácidos diferentes, chamados de essenciais, que permitem à
proteína uma variedade de formas e funções. A função da proteína é determinada por sua
estrutura tridimensional e da capacidade de ligarem-se covalentemente a outras moléculas
(ligantes).

Enzimas
São proteínas catalisadoras que permitem a aceleração das reações celulares aumentando a sua
velocidade. São altamente específicas para seus substratos, em que eles se ligam ao sítio ativo,
ocorre a catálise formando um complexo enzima-substrato.

Componentes da Célula Eucariótica

Membrana Plasmática
É uma película delgada de 6 a 10nm de espessura, lipoproteica (bicamada de fosfolipídios e
proteínas).
Funções: controla a entrada e a saída de substâncias do
interior do citosol (é dita semipermeável), coordena a síntese e
a montagem da parede celular, dá suporte físico para a célula e
traduz sinais do ambiente.

Figura 6 – Membrana plasmática e componentes


Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: Imagem. Representação dos lipídeos da membrana celular


em amarelo, e das proteínas incrustadas na membrana em tons de roxo e verde.
Fim da descrição.

Composição da Membrana – Modelo Mosaico Fluído


De acordo com esse modelo, a membrana plasmática é um mosaico de componentes –
principalmente de fosfolipídios, colesterol e proteínas – que se movem livremente e com fluidez
no plano da membrana, ou seja, um diagrama da membrana (como o do abaixo) é apenas um
instantâneo de um processo dinâmico em que os fosfolipídios e as proteínas estão
continuamente deslizando uns entre os outros.
A entrada e a saída de substâncias dependem, basicamente, da estrutura da membrana,
espessura de seus poros e o tipo de substância que será absorvida (Figura 7).

Figura 7 – Absorção de substâncias pela membrana


plasmática

#ParaTodosVerem: Imagem. As setas em azul e verde demonstram a passagem


pela membrana de substâncias descritas nos balões verde e azul. A seta em
vermelho mostra as substâncias que não serão absorvidas e que estão no balão
vermelho. Fim da descrição.

Os principais componentes da membrana plasmática são os lipídios (fosfolipídios e colesterol),


as proteínas e os grupos de carboidratos que estão anexados a alguns lipídios e proteínas.

Um fosfolipídio é um lipídio composto por glicerol, duas


caudas de ácido graxo e uma cabeça com um grupo de cadeias
de fosfato. Membranas biológicas, normalmente, envolvem
duas camadas de fosfolipídios com suas caudas apontando
para dentro, uma estrutura chamada de camada dupla de
fosfolipídio;

O colesterol, outro lipídio composto por quatro anéis de


carbono interligados, é encontrado ao lado dos fosfolipídios no
núcleo da membrana;

As proteínas das membranas podem se estender parcialmente


pela membrana plasmática, cruzar a membrana
completamente, ou ficar livremente anexadas às superfícies de
dentro ou de fora;

Grupos de carboidrato estão presentes apenas na superfície


externa da membrana plasmática e estão anexados a proteínas,
formando glicoproteínas, ou lipídios, formando glicolipídios.

As proporções de proteínas, lipídios e carboidratos na membrana plasmática variam entre tipos


de células diferentes. Contudo, para uma célula humana normal, as proteínas são responsáveis
por cerca de 50 por cento da composição da massa, os lipídios (de todos os tipos) são
responsáveis por 40 por cento, e os 10 por cento restantes vêm dos carboidratos.
Figura 8 – Composição fosfolipídica da membrana
plasmática
Fonte: Reprodução

#ParaTodosVerem: Imagem. A primeira imagem, acima, em tons de cinza e


amarelo, representa, de forma geral, a estrutura celular, a segunda imagem
representa os fosfolipídeos em vermelho e amarelo e as proteínas em meio a
esses lipídeos, em tons de azul e verde. A terceira e a quarta imagens apresentam
os fosfolipídeos (em amarelo) formadores da membrana celular (em vermelho)
. Fim da descrição.

Tipos de Transporte Através da Membrana


A membrana plasmática é a fronteira entre o interior e o exterior de uma célula. Assim, controla
a passagem de várias moléculas – incluindo açúcares, aminoácidos, íons e água – para dentro e
para fora da célula. A facilidade de as moléculas cruzarem a membrana depende de seu tamanho
e polaridade. Algumas moléculas pequenas, apolares, como oxigênio, podem passar diretamente
pela porção fosfolipídica da membrana. Moléculas maiores e mais polares, hidrofílicas, como
aminoácidos, devem cruzar a membrana por canais proteicos, um processo que geralmente é
regulado pela célula.
Podemos classificar o transporte através da membrana, analisando o gasto de energia que uma
célula apresenta ao transportar uma substância (Figura 9). Aquele transporte em que não há
gasto de energia é chamado de passivo, e aquele que apresenta gasto de energia é chamado de
ativo.

Transporte Passivo

Difusão simples: as partículas movem-se de um local mais


concentrado para outro menos concentrado. Dizemos, nesse
caso, que o movimento acontece a favor do gradiente de
concentração. A substância atravessa a membrana através da
própria membrana ou através de canais. Entre as substâncias
que podem ser transportadas desse modo, podemos citar o
oxigênio e o gás carbônico;

Difusão facilitada: uma substância é transportada por meio da


participação de proteínas presentes na membrana. Essas
proteínas são conhecidas como proteínas carregadoras e
facilitam o movimento espontâneo das moléculas sem que haja
nenhum gasto de energia pela célula. Substâncias como
aminoácidos e açúcares podem ser transportadas dessa forma
para o interior da célula;

Osmose: é um tipo especial de difusão e, nesse caso, a


substância que se difunde pela célula é a água. Nas células, a
água difunde-se do meio menos concentrado para o mais
concentrado. Se uma célula é colocada, por exemplo, em um
meio em que a concentração de soluto (substância dissolvida) é
muito maior que a do interior da célula, a tendência da célula é
perder água por osmose. Se o contrário ocorre, a célula enche-
se de água.

Transporte Ativo
Nesse tipo de transporte, ocorre um gasto de energia, que é fornecida para a célula pelo processo
de respiração celular. Diferentemente dos outros processos, uma substância corre contra o
gradiente de concentração. Como substâncias que podem ser transportadas dessa forma,
destacam-se os íons sódio e potássio, que garantem o impulso nervoso.

Figura 9 – Tipo de transporte pela membrana

#ParaTodosVerem: Imagem. O balão em azul, ao centro, mostra os transportes


celulares, à esquerda , no canto superior, em balões de tons de azul mais escuro,
as proteínas de canal; no canto inferior em lilás, o transporte ativo. À direita,
acima e em laranja, as proteínas carreadoras, abaixo e em verde, o transporte
passivo. Fim da descrição.
Vídeo
Membrana Plasmática

Membrana Plasmática - Brasil Escola

A área de superfície da membrana plasmática limita a troca de materiais entre a célula e seu
ambiente. Algumas células são especializadas na troca de resíduos ou nutrientes e têm
modificações para aumentar a área da membrana plasmática. Por exemplo, as membranas de
algumas células de absorção de nutrientes são dobradas em projeções parecidas com dedos
chamadas de microvilosidade no singular e microvilosidades (Figura 10) no plural. Células com
microvilosidades cobrem a superfície interior do intestino delgado, o órgão que absorve
nutrientes de alimentos digeridos. As microvilosidades ajudam as células intestinais a
maximizar sua absorção de nutrientes da comida por aumentar a área de superfície da
membrana plasmática.

Figura 10 – Microvilosidades de membrana


Fonte: Adaptada de khanacademy.org

#ParaTodosVerem: Imagem. A primeira imagem descreve, em tons de cinza,


uma foto representativa da fisiologia de uma membrana. Na foto da direita, em
tons de amarelo, a membrana formadora do intestino delgado e, em roxo, O
núcleo celular e suas estruturas. Fim da descrição.

Leitura
Difusão Simples e Facilitada

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ACESSE
O Citoplasma
A parte da célula chamada de citoplasma é um pouco diferente em eucariontes e procariontes.
Em células eucarióticas, que têm um núcleo, o citoplasma é tudo entre a membrana plasmática e
o envelope nuclear. Em procariontes, que não têm núcleo, o citoplasma significa simplesmente
tudo que é encontrado dentro da membrana plasmática.

Um componente principal do citoplasma, tanto em procariontes quanto em eucariontes, é o


citosol gelatinoso, uma solução à base de água que contém íons, pequenas moléculas e
macromoléculas. Nos eucariontes, o citoplasma inclui organelas envoltas por membranas,
suspensas no citosol. O citoesqueleto, uma rede de fibras que sustentam a célula e dão sua
forma, também é parte do citoplasma e ajuda a organizar os componentes da célula.

Apesar de o citosol ser em grande parte água, tem uma consistência quase sólida, como gel, por
conta das várias proteínas nele suspensas. O citosol contém um rico caldo de macromoléculas e
pequenas moléculas orgânicas, incluindo glicose e outros açúcares simples, polissacarídeos,
aminoácidos, ácidos nucleicos e ácidos graxos. Íons de sódio, potássio, cálcio e outros
elementos também são encontrados no citosol. Muitas reações metabólicas, incluindo a síntese
proteica, acontecem nessa parte da célula.

Composição do Núcleo Interfásico


O DNA eucariótico jamais abandona o núcleo. Em vez disso, ele é transcrito (copiado) em
moléculas de RNA, que podem, então, viajar para fora do núcleo. No citosol, alguns RNAs
associam-se a estruturas chamadas ribossomos, de onde dirigem a síntese proteica (outros
RNAs desempenham papéis funcionais na célula, servindo como componentes estruturais dos
ribossomos ou regulando a atividade dos genes). O núcleo é delimitado pelo envoltório nuclear
ou carioteca, que consiste em uma dupla membrana concêntrica oriunda de um domínio
especializado do retículo endoplasmático (Figura 11).
Figura 11 – Esquema geral do núcleo interfásico
evidenciando o envoltório nuclear com os complexos poro
nucleares, a lâmina nuclear e demais estruturas
Fonte: Adaptada de ALBERTS et al., 2006

O núcleo encontra-se associado a elementos do


citoesqueleto citoplasmático, principalmente a filamentos
intermediários.

#ParaTodosVerem: Imagem. Representação das organelas celulares, DNA em


laranja, RER em amarelo, centrossomos e núcleo em tons de vermelho. Fim da
descrição.

Em sua face externa, são encontrados ribossomos associados à membrana, assim como a
porção granular do retículo endoplasmático, sendo, portanto, responsável por uma parcela da
produção proteica da célula. Sua face interna é revestida por uma rede de proteínas formada por
uma classe de filamentos intermediários (presentes, em geral, no citoesqueleto citoplasmático)
denominada lâmina nuclear.
Essa estrutura dá suporte ao envoltório nuclear e interage com os cromossomos que estão no
interior do núcleo, determinando, assim, seu posicionamento. A comunicação entre o interior
do núcleo e o citoplasma ocorre por intermédio dos chamados complexos poro nucleares
(Figura 12).

Leitura
Morfologia Nuclear (Cromatina, Envoltório Nuclear – Carioteca,
Lâmina Nuclear, Complexo do Poro Nuclear, Nucléolo)

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ACESSE
Figura 12 – Esquema mostrando um detalhe da face interna
do envoltório nuclear
Fonte: Adaptada de ALBERTS et al., 2006

Note a presença da lâmina nuclear que interage com a


cromatina. A micrografia eletrônica à direita exibe uma
visão frontal da disposição dos filamentos intermediários
que compõem a lâmina nuclear.

#ParaTodosVerem: Imagem. Caracterização em colorido. Citosol em verde, poro


em roxo, lâmina em amarelo, núcleo e cromatina em azul. A segunda imagem
demonstra a mesma estrutura, em uma foto em preto e branco. Fim da
descrição.

Essa estrutura dá suporte ao envoltório nuclear e interage com os cromossomos que estão no
interior do núcleo, determinando, assim, seu posicionamento. A comunicação entre o interior
do núcleo e o citoplasma ocorre por intermédio dos chamados complexos poro nucleares
(Figura 13).
Figura 13 – Visão geral esquemática de um envoltório
nuclear (A) e detalhe da arquitetura dos complexos poro
nucleares (B). Imagem de microscopia eletrônica da região
dos complexos poro nucleares (C)
Fonte: Adaptada de ALBERTS et al., 2006

#ParaTodosVerem: Imagem. Imagem A – Em vermelho, o RER, em verde, o


núcleo. Imagem B – Em amarelo e verde, as subunidades dos poros nucleares e
em azul o citosol. Imagem C em preto os poros nucleares. Fim da descrição.

Tais complexos são formados por diversas subunidades e filamentos proteicos que garantem
controle rígido de entrada e saída de macromoléculas do núcleo. Moléculas solúveis e de
pequeno porte são capazes de passar livremente pelo canal do complexo. Contudo, moléculas de
grande porte, como as várias formas de RNAs, dos quais falaremos mais adiante, têm seu
transporte mediado a partir de sinais específicos encontrados na própria molécula a ser
transportada e que são reconhecidos pelo complexo.

Uma vez reconhecidos esses sinais, ocorre uma alteração estrutural no canal do complexo que
resulta no aumento do seu diâmetro permitindo, assim, a passagem de moléculas de grande
porte entre o núcleo e o citoplasma, incluindo, por exemplo, a exportação das subunidades
ribossômicas.

Cromossomos e DNA
A maior parte do DNA de um organismo encontra-se organizada em um ou mais cromossomos,
cada um sendo uma longa fita ou um laço circular de DNA. Um único cromossomo pode carregar
muitos genes diferentes.

Nos procariontes, o DNA é tipicamente organizado em um único cromossomo circular (anel).


Nos eucariontes, por outro lado, os cromossomos são estruturas lineares (fitas). Toda espécie
eucariótica tem um número específico de cromossomos no núcleo de suas células somáticas.
Por exemplo, uma célula típica do corpo humano tem 46 cromossomos, enquanto uma célula de
uma mosca-da-fruta tem 8.

Os cromossomos são visíveis como estruturas distintas apenas quando a célula está se
preparando para a divisão celular. Fora isso, quando a célula está nas fases de crescimento ou
manutenção de seu ciclo de vida, os cromossomos assemelham-se a um monte de fios
frouxamente emaranhados. Nessa forma, o DNA fica acessível às enzimas que o transcrevem em
RNA, permitindo que a informação genética seja utilizada (expressa).

Tanto em sua forma afrouxada ou compactada, as fitas de DNA dos cromossomos estão ligadas
a proteínas estruturais, incluindo uma família de proteínas chamadas de histonas (veja a Figura
a seguir). Essas proteínas associadas ao DNA organizam-no e o auxiliam a se acomodar dentro
do núcleo, e também têm importância na determinação de quais genes estão ativos ou inativos.
O complexo formado pelo DNA e suas proteínas de suporte é conhecido como cromatina.
Leitura
Cromossomos
Você pode aprender mais sobre o DNA, cromatina, e cromossomos no
artigo a seguir.

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ACESSE

Figura 14
Fonte: Adaptada de khanacademy.org

A primeira imagem mostra como o cromossomo é feito de


DNA enrolado em torno das histonas e então organizado em
espirais e outras estruturas altamente organizadas. A
segunda imagem apresenta a micrografia dos cromossomos
coloridos artificialmente e reorganizados.

#ParaTodosVerem: Imagem. Na imagem à esquerda, em roxo, DNA, cromatina e


histonas e, em azul, as proteínas associadas. Imagem à direita. Os pares
cromossômicos em verde, azul, amarelo, laranja e roxo. Fim da descrição.

Para ter uma noção da importância da compactação do DNA, considere que o DNA de uma célula
humana típica teria aproximadamente 222 metros de comprimento se fosse estendido em uma
linha reta. Todos os 2 metros daquele DNA estão compactados em um pequeno núcleo com um
diâmetro de apenas 006 mm. É uma façanha “geometricamente equivalente a colocar 40 km (24
milhas) de uma linha extremamente fina em uma bola de tênis”.

Ribossomos
Os ribossomos são as máquinas moleculares responsáveis pela síntese proteica. Um ribossomo
é feito de RNA e proteínas, e cada ribossomo consiste de dois conjuntos de RNA-proteína
distintos, conhecidos como as subunidades menor e maior. A subunidade maior fica em cima da
subunidade menor, com uma molécula de RNA mensageiro entre elas, formando um
“sanduíche”. (Um ribossomo se parece um pouco com um hambúrguer, com um pão
arredondado em cima e um “recheio” de RNA espalhado).

Nos eucariontes, os ribossomos recebem suas instruções do núcleo para a síntese proteica, em
que pedaços de DNA (genes) são transcritos para fazer RNAs mensageiros (RNAms). Um RNAm
viaja até o ribossomo, que utiliza a informação que ele contém para construir uma proteína com
uma sequência específica de aminoácidos. Esse processo é chamado de tradução. Os
procariontes não têm núcleo e, assim, seus RNAms são transcritos no citoplasma e podem ser
traduzidos pelos ribossomos imediatamente.
Figura 15 – Imagem de um ribossomo com as subunidades
maior e menor, com um RNAm ligado e uma cadeia
polipeptídica sendo formada
Fonte: Adaptada de pt.khanacademy.org

Uma molécula de RNAt é mostrada fazendo ligação com o


RNAm e trazendo o aminoácido adequado para a posição
certa para que ele seja acrescentado à cadeia.

#ParaTodosVerem: Imagem. Descrição de aminoácidos em azul, RNAt em verde,


ribossomos, unidade maior em laranja e menor em azul claro. Em roxo, o RNAm.
Fim da descrição.

Os ribossomos eucarióticos podem estar livres, flutuando no citoplasma, ou ligados ao retículo


endoplasmático ou ao exterior do envelope nuclear (no primeiro diagrama, os pontos vermelhos
representam os ribossomos ligados. O retículo endoplasmático com ribossomos ligados é
conhecido como retículo endoplasmático rugoso).
Como a síntese proteica é uma função essencial de todas as células, os ribossomos são
encontrados em praticamente todos os tipos de células dos organismos multicelulares, assim
como nos procariontes, tais como as bactérias. No entanto, as células eucarióticas que se
especializam em produzir proteínas têm um número particularmente grande de ribossomos. Por
exemplo, o pâncreas é responsável pela produção e pela secreção de grandes quantidades de
enzimas digestivas. Assim, as células pancreáticas que fazem essas enzimas têm um número de
ribossomos descomunalmente elevado.

Saiba Mais
Como um testemunho da importância do ribossomo, o Prêmio Nobel
de Química de 2009 foi entregue a três pesquisadores que mapearam
sua estrutura e movimentos até o nível atômico, usando uma técnica
conhecida como cristalografia de raios X.

Mais Algumas Organelas

Mitocôndria: tem a função principal de respiração celular, de


produzir energia (ATP) para aquela célula funcionar e exercer
suas atividades. Tem seu próprio DNA e seus próprios
ribossomos;
Lisossomos: têm função de digestão celular, são “bolsinhas”
que contém enzimas que vão realizar a degradação de
substâncias dentro da célula. Eles podem digerir substâncias
que vêm de fora (heterofagia), ou pode digerir substâncias que
já estão ali dentro (autofagia);

Retículo endoplasmático: conjunto de bolsas e tubos que têm


função principal de transportar algumas substâncias. E quais
substâncias eles vão transportar, depende de qual retículo
endoplasmático nós estamos falando. Existem dois tipos,
Rugoso ou Granuloso (RER) e Liso ou Agranuloso (REL). O
granuloso tem esse nome por conter vários ribossomos
grudadinhos nele. Aí, a sua função será a síntese de proteínas.
A diferença é que ele vai sintetizar proteínas que serão
utilizadas fora da célula. Os ribossomos que ficam soltos pela
célula irão sintetizar proteínas que são utilizadas pelas
células.O retículo endoplasmático liso tem a função de
sintetizar lipídeos. Ele vai desintoxicar a célula e vai degradar
as substâncias tóxicas que estão ali dentro.

Complexo de Golgi: formado também por bolsas, um pouco


mais achatadas, como se fossem cisternas, tem a função de
secreção celular, isto é, de levar o que está dentro da célula
para fora dela. Também tem a função de sintetizar
carboidratos do tipo polissacarídeos;

Centríolos: são formados por microtúbulos que vão ajudar os


cromossomos a se separarem na hora da divisão celular. Estão
presentes também em cílios e flagelos, auxiliando na
locomoção de algumas células;
Peroxissomos: tem a função de quebrar a água-oxigenada. Isso
mesmo! Essas substâncias podem estar presentes dentro das
células devido a alguns processos, e dentro dessas bolsinhas
têm uma enzima chamada catalase, que vai quebrar a água-
oxigenada, que é uma substância tóxica para a célula;

Citoesqueleto: é o que dá sustentação e forma àquela célula,


formado por um conjunto de estruturas proteicas que ficam no
citoplasma e ajudam nessa sustentação.

As Divisões Celulares
Mitose e meiose fazem parte dos processos de reprodução celular que ocorrem nos seres vivos.
Elas criam células que servirão para os mais diferentes objetivos biológicos. Na mitose, as
células são idênticas à sua célula mãe. Já na meiose, quatro células-filhas são criadas com
metade do material genético vindo da célula-mãe.

A divisão celular faz parte do ciclo celular. Consiste num processo responsável pela reprodução
das células e pela manutenção da vida. A maioria dos tecidos está em constante renovação para a
substituição das células que morrem, com exceção de poucas células, como os neurônios e o
miocárdio.

Na mitose, as células filhas têm a mesma quantidade de cromossomos que a célula mãe. É
responsável pelo crescimento e pela regeneração de tecidos, cicatrização e divisões que ocorrem
no zigoto durante seu desenvolvimento embrionário até a completa formação fetal.

A meiose é a principal responsável pela manutenção da espécie, vez que é por meio desse
processo que os gametas serão formados.

Para se dividir, uma célula deve completar várias tarefas importantes: ela precisa crescer, copiar
seu material genético (DNA) e se dividir fisicamente em duas células-filhas. As células realizam
essas tarefas em uma série de etapas previsíveis e organizadas, que constituem o ciclo celular. O
ciclo celular é um ciclo e não um caminho linear, porque, ao final de cada um, as duas células-
filhas podem começar novamente mesmo processo, a partir do início.

Em células eucarióticas, ou células com núcleo, os estágios do ciclo celular são divididos em
duas fases principais: interfase e a fase mitótica (M).

Durante a interfase, a célula cresce e faz uma cópia de seu


DNA;

Durante a fase mitótica (M), a célula separa seu DNA em dois


conjuntos e divide seu citoplasma, formando duas novas
células.

Interfase
Vamos entrar no ciclo celular assim que uma célula se forma, pela divisão de sua célula-mãe. O
que esta célula recém-nascida deve fazer, em seguida, para crescer e se dividir? A preparação
para a divisão acontece em três etapas:

Fase G1: também chamada de primeira fase de intervalo. A


célula cresce e se torna fisicamente maior, copia organelas e
fabrica os componentes moleculares de que precisará nas
etapas posteriores;

Fase S: na fase S, a célula sintetiza uma cópia completa do DNA


em seu núcleo. Ela também duplica uma estrutura
organizadora de microtúbulos chamada de centrossomo. Os
centrossomos ajudam a separar o DNA durante a fase M;

Fase G2: durante a segunda fase de intervalo, ou fase G2, a


célula cresce mais, produz proteínas e organelas, e começa a
reorganizar seu conteúdo em preparação para a mitose. A fase
G2, termina com o início da mitose.

As fases G2, juntas, são chamadas de interfase. O prefixo inter significa entre, refletindo que a
interfase ocorre entre uma fase mitótica (M) e a próxima.

Fase M
Durante a fase mitótica (M), a célula divide seu DNA duplicado e o citoplasma para formar duas
novas células. A fase M envolve dois processos distintos relacionados à divisão: mitose e
citocinesis.

Na mitose, o DNA nuclear da célula se condensa em cromossomos visíveis e é separado pelo


fuso mitótico, uma estrutura especializada formada por microtúbulos. A mitose acontece em
quatro etapas: prófase (algumas vezes dividida em prófase inicial e prometafase), metáfase,
anáfase e telófase. Na citocinese, o citoplasma da célula é dividido em dois, formando duas
novas células. A citocinese, normalmente, começa assim que a mitose termina, com alguma
sobreposição. É importante notar que a citocinese ocorre de formas diferentes em células
animais e vegetais.

Mitose
Mitose é um tipo de divisão celular em que uma célula (a célula-mãe) se divide para produzir
duas novas células (as filhas) que são geneticamente idênticas a ela. No contexto do ciclo
celular, a mitose é a parte do processo de divisão em que o DNA do núcleo das células é dividido
em dois conjuntos iguais de cromossomos.

A grande maioria das divisões celulares que ocorrem no nosso corpo envolvem a mitose.
Durante o desenvolvimento e o crescimento, a mitose preenche o corpo do organismo com
células e, ao longo da vida de um organismo, substitui células velhas e desgastadas por novas.
Para eucariontes unicelulares como a levedura, as divisões mitóticas são, na verdade, a sua
forma de reprodução, adicionando novos indivíduos à população.
Em todos esses casos, o “objetivo” da mitose é assegurar que cada célula-filha receba um
conjunto inteiro e perfeito de cromossomos. Células com quantidade excessiva ou insuficiente
de cromossomos não costumam funcionar direito e podem, inclusive, não sobreviver ou até
mesmo causar câncer. Então, quando as células sofrem mitose, elas não dividem seu DNA
aleatoriamente e jogam-no em pilhas para as células-filhas. Em vez disso, elas separam seus
cromossomos duplicados em uma série de etapas cuidadosamente organizadas.

Vale ressaltar que o processo da divisão celular mitótica é contínuo, mas convencionou sua
divisão em 4 etapas para fins didáticos: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Ao fim de cada
etapa, ocorre a verificação de vários pontos para evitar que erros divisionais ocorram e causem
mutações.

Fases da Mitose
Vamos começar observando uma célula um pouco antes de ela começar a mitose. Essa célula
está na interfase (fase G2) e já copiou o seu DNA, de modo que cada cromossomo no núcleo
consiste em duas cópias conectadas, chamadas cromátides irmãs. Você não consegue ver os
cromossomos muito claramente nesse ponto porque eles ainda estão em sua forma longa,
fibrosa e descondensada.

Essa célula animal também fez uma cópia de seus centrômeros, uma organela que irá
desempenhar um papel chave em orquestrar a mitose, então há dois centrômeros (as células
das plantas geralmente não têm centrossomos com centríolos, mas têm um tipo diferente de
centro organizador de microtúbulos que tem um papel similar).

Figura 16 – Fases da mitose


Fonte: Adaptada de khanacademy.org
#ParaTodosVerem: Imagem. Os palavras mostram as fases da mitose, descritas
em letras pretas no início da imagem; a citocinese está acima das outras e faz
parte da fase final do mesmo processo. Fim da descrição.

A mitose é um processo que dá origem a duas células-filhas com o mesmo número de


cromossomos observado na célula-mãe. Esse processo é dividido didaticamente em quatro
etapas básicas:

Prófase: nesta etapa, que é a mais longa da mitose, observa-se


a condensação do DNA que foi duplicado no período da
interfase. A membrana que envolve o núcleo desorganiza-se e
forma vesículas que ficam no citoplasma até o final da mitose,
momento em que o envoltório nuclear é reconstruído. Um par
de centríolos migra para cada polo da célula e microtúbulos
surgem entre eles, dando início à formação do fuso mitótico.
Nessa etapa, o nucléolo também se desintegra;

Metáfase: nesta etapa da mitose, os cromossomos migram


para o plano equatorial da célula. Cada cromossomo tem duas
cromátides, as quais se prendem ao microtúbulo por meio de
uma região denominada cinetocoro. Nessa etapa, os
cromossomos atingem seu maior grau de compactação;

Anáfase: os cromossomos separam-se, e cada cromátide segue


em direção ao polo da célula. Essa migração ocorre em virtude
do encurtamento das fibras do fuso;

Telófase: ocorre reconstrução dos envoltórios nucleares,


descondensação dos cromossomos e a reconstrução do
nucléolo.
No final da anáfase até o fim da telófase, observa-se o processo de citocinese. Esse processo
consiste na divisão do citoplasma e na formação de duas células-filhas.

Figura 17 – Visualização centrômero e cromátides


Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons

#ParaTodosVerem: Imagem. Descrição em tons de cinza e preto, com o


centrômero e as cromátides. Fim da descrição.

Figura 18 – Fases da Mitose


Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: Imagem. Em azul, núcleo e estruturas que participarão da


divisão. Em laranja, os cromossomos e, em amarelo, os centríolos. Fim da
descrição.
Meiose
A Meiose (do grego meios, diminuição) é um processo que somente as células gaméticas
realizam. É dividido em duas etapas, com características bem distintas – a Meiose I (reducional)
e a Meiose II (equacional), que é semelhante a uma Mitose.

A Meiose I é a etapa mais longa e mais complexa. É precedida de uma Interfase I completa, ou
seja, com um período S, no qual o material genético interfásico (2n2C), com cada molécula de
DNA formada por uma fita dupla de nucleotídeos, é duplicado sem a separação das cópias,
denominadas cromátides-irmãs, que se preservam unidas pela região do centrômero. Assim, ao
se concluir a fase S, o genoma é melhor definido por 2n4C.

Meiose I

Figura 19 – Crossing-over entre cromossomos homólogos


Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: Imagem. Em amarelo, os cromossomos homólogos e, em


azul, o 2º par de homólogos. Fim da descrição.
A Prófase Meiótica I é subdividida em cinco (5) fases – Leptóteno, Zigóteno, Paquíteno,
Diplóteno e Diacinese. Novamente, aqui, é importante lembrar-se de que tal subdivisão é
meramente didática e algumas características, a seguir mencionadas na caracterização de cada
fase, podem ser situadas de forma distinta.

Leptóteno (do grego, leptos = delgado): nesta fase, ocorre o


ancoramento das extremidades das moléculas de DNA à
lâmina nuclear, o que contribuirá para os movimentos de
aproximação e a formação dos pares homólogos
(materno/paterno). Cada molécula de DNA inicia sua
condensação em fibra de 300nm, auxiliada por um eixo
proteico não histônico, e passa a ser definida como um
cromossomo, formado por suas duas cópias unidas pelo
centrômero, denominadas cromátides-irmãs;

Zigóteno (do grego, zygón = par ou parelha): inicia-se a


sinapse ou pareamento dos cromossomos homólogos. Esse
pareamento é proporcionado pelo complexo sinaptonêmico.
Esse complexo é composto pelos eixos proteicos já associados a
cada homólogo em sua condensação, agora denominados
elementos laterais do complexo, e mais dois eixos ao centro do
par, formando o elemento central. Dele, partem componentes
fibrosos para ambos os lados, em direção aos elementos
laterais, formando um arranjo em forma de degraus de escada
que costuram progressivamente o par homólogo à semelhança
de um fechamento de zíper. Nessa etapa, os cromossomos já
podem ser vistos como fios mais espessos;

Paquíteno (do grego, pachys = grosso): tem início quando


todos os cromossomos homólogos do genoma estiverem
pareados em sinapse pelos seus complexos sinaptonêmicos.
Esses pares são denominados bivalentes, já que cada
cromossomo do par é formado por duas cromátides-irmãs. Ao
longo dessa fase da Prófase I, surgem nódulos de recombinação
gênica no meio dos complexos sinaptonêmicos. Tais nódulos
de recombinação são formados por complexos de proteínas
enzimáticas responsáveis pela permuta de material genético
entre as cromátides homólogas, evento definido como
recombinação genética ou crossing-over;

Diplóteno (do grego, diplóos = duplo): ocorre a desinapse dos


homólogos com o desmonte da escada central do complexo
sinaptonêmico (não envolvendo os eixos proteicos não
histônicos que contribuem na condensação de cada
cromossomo). Com o final da desinapse, os cromossomos
homólogos tentam se afastar, no entanto, são mantidos
próximos devido aos quiasmas (do grego, chiasma, cruz),
pontos nos quais ocorreu a recombinação gênica entre as
cromátides homólogas, e que os mantêm ainda unidos. Na
gametogênese feminina, em humanos, a fase de diplóteno pode
se estender por anos. Os ovócitos I estacionam nessa fase ao
sétimo mês do desenvolvimento fetal e podem assim
permanecer até a puberdade. Em peixes, anfíbios, répteis e
aves é no Diplóteno que várias regiões dos cromossomos se
descondensam para realizar transcrição intensa, permitindo a
síntese de substâncias que serão armazenadas no citoplasma
do ovócito em maturação. Essa descondensação é tão
expressiva que os pares bivalentes podem ser chamados de
cromossomos plumosos ou em escova;
Diacinese (do grego dia = através): é a fase final de preparação
para a metáfase. Os cromossomos homólogos desprendem-se
do envoltório nuclear, retomam o processo de condensação
para fibras de 700nm encurtando progressivamente. Isso
facilita a visualização das cromátides na composição de cada
homólogo. Os quiasmas são mantidos, apenas tornando-se
mais visíveis, e assegurando a correta organização dos
cromossomos do par bivalente na placa equatorial durante a
Metáfase I. A visualização do nucléolo somente será possível
até que ocorra a condensação dos organizadores nucleolares,
levando ao desmonte da estrutura. No citoplasma, com a
duplicação do centro celular e a migração de cada um em
direção aos polos opostos da célula-mãe, tem início a
polimerização dos microtúbulos do fuso. Ao se comparar a fase
de Diacinese da Prófase I da Meiose com a Prometáfase da
Mitose, observa-se a existência de eventos comuns,
excetuando-se o fato de o material genético na Meiose I haver
sofrido recombinação. As fases da Prófase I também podem ser
referidas como Leptonema, Zigonema, Paquinema, Diplonema
e Diacinese.

Com a conclusão da Prófase I, a célula passa ao período da Prometáfase I, em que a condensação


cromossômica chega ao seu máximo, implicando o desaparecimento do nucléolo. O envoltório
nuclear é desorganizado e rompido pela fosforilação das lâminas que integram a lâmina nuclear,
expondo os bivalentes ao citoplasma. Surgem as placas cinetocóricas, ou cinetócoros, regiões
organizadoras de microtúbulos associadas aos centrômeros de cada cromátide nos pares
bivalentes. Com o crescimento das fibras polares do fuso, os microtúbulos alcançam os
cinetócoros dos bivalentes, sendo que, aqui, as cromátides-irmãs apresentam seus cinetócoros
voltados para o mesmo polo, fazendo com que o alinhamento dos bivalentes no plano equatorial
posicione cada cromossomo do par voltado para polos distintos da célula-mãe. A Prometáfase I
se conclui com a finalização do alinhamento dos bivalentes no plano equatorial da célula-mãe,
em que todos ainda exibem seus quiasmas.

A Metáfase I corresponde ao momento em que todos os cromossomos homólogos, cada um


formado por duas cromátides-irmãs unidas, têm seus cinetócoros ancorados ao fuso divisional
e estão perfeitamente alinhados por seus centrômeros na placa metafásica ou equatorial.

A Anáfase I é iniciada com a despolimerização progressiva das fibras polares do fuso que, ao
encurtarem, iniciam a tração de cada cromossomo homólogo do par bivalente para polos
distintos, deslizando lentamente os quiasmas que os mantinham unidos para as extremidades
das cromátides homólogas até sua total separação. Ao final da Anáfase I, diz-se que ocorreu uma
redução cromossômica, pois cada conjunto de moléculas de DNA que migrou para os polos da
célula-mãe, levou consigo apenas metade do número de moléculas do genoma original. Embora
ainda estejam duplicadas e recombinadas, suas cópias formam conjuntos haploides definidos
por 1n2C, e por essa característica, a Meiose I é definida como reducional.

Na Telófase I da Meiose I, os eventos são distintos entre as espécies e os sexos. A reconstituição


da carioteca em torno dos conjuntos haploides dos núcleos-filhos pode ser completa ou
incompleta, quando alguns cromossomos preservam sua ligação às fibras do fuso, de seu centro
celular. Normalmente, não há descondensação completa do material genético. A citocinese pode
ser completa e desigual, como nas fêmeas humanas, em que uma das células-filhas,
denominada ovócito II, é viável e seguirá em Meiose II, enquanto a outra preserva pouco
citoplasma e por isso é denominada corpúsculo polar I, sendo rapidamente absorvida no ovário.
Já na gametogênese masculina, a citocinese pode ser incompleta e igualitária, gerando dois
espermatócitos II viáveis, mas não sendo incomum a preservação de pontes citoplasmáticas
entre essas células-filhas resultantes, provavelmente facilitando a sincronização das divisões
que ocorrem em cada segmento do epitélio germinativo dos túbulos seminíferos.

Segue-se uma Interfase II incompleta, em que não há um período S, portanto, não ocorre
duplicação do material genético, que se preserva 1n2C. As poucas regiões das cromátides-irmãs
que mostram descondensação respondem pela transcrição destinada à síntese de novos
componentes do citoplasma, como organelas e citoesqueleto. Com a retomada da transcrição de
RNA pela descondensação dos organizadores nucleolares, os nucléolos voltam a ser visualizados
Meiose II

A Meiose II é bem mais rápida e lembra os passos identificados


para uma Mitose;

A Prófase II é breve o suficiente para permitir a


repolimerização dos microtúbulos do fuso divisional e a
retomada da condensação dos cromossomos, o que levará ao
desaparecimento dos nucléolos;

A Prometáfase II resulta na desintegração da carioteca e


ancoragem dos cromossomos, pelos cinetócoros, às fibras do
fuso, iniciando sua migração ao plano equatorial da célula-
mãe;

Na Metáfase II estarão alinhados não mais os pares bivalentes,


separados na Anáfase II, mas apenas cromossomos
independentes, com suas cópias ainda unidas por seus
centrômeros, denominadas cromátides-irmãs. Essas
cromátides-irmãs são diferentes daquelas observadas em uma
Mitose, pois foram transcritas na fase S da Interfase I, e
sofreram recombinação no Paquíteno da Prófase I, sendo,
portanto, cromátides-irmãs distintas. Na Metáfase II, os
cinetócoros são posicionados um de cada lado do cromossomo,
associados aos centrômeros de cada cromátide-irmã,
portanto, cada cromátide-irmã é ancorada às fibras polares
originadas de polos opostos da célula-mãe. Nas mulheres, os
ovócitos I estacionados, desde o período fetal, no Diplóteno da
Prófase I, quando estimulados pelos hormônios sexuais
produzidos a partir da puberdade, progridem até a Metáfase II
e, nesse estádio, são ovulados, como ovócitos II, concluindo a
Meiose II somente se forem fertilizados;

De fato, na Anáfase II, há uma simples distribuição das cópias


recombinadas dos cromossomos, uma para cada polo da
célula-mãe, por isso, a Meiose II é definida como equacional;

Ao final da Telófase II, e com a citocinese concluída, surgem


células-filhas 1n1C, ainda haploides, portanto, mas com
características genéticas distintas da célula-mãe, devido à
recombinação ocorrida entre os cromossomos parentais, com
troca de material genético entre suas cromátides homólogas.
Esse evento é de importância evolutiva, pois, no sucesso da
perpetuação das espécies, seria vantajosa a variabilidade
genética permitindo maior probabilidade de adaptação dos
indivíduos às variáveis do meio ambiente. Nos humanos, na
gametogênese feminina, novamente, a citocinese é desigual,
gerando uma única célula-filha viável e um segundo
corpúsculo polar, igualmente reabsorvido. Na gametogênese
masculina, as quatro células-filhas geradas, denominadas
espermátides, são viáveis. Duas originadas de cada
espermatócito II, surgido ao final da Meiose I, e sua formação
dá conclusão ao processo definido por espermatogênese. No
processo seguinte, denominado de espermiogênese, cada
espermátide seguirá um processo de diferenciação para sua
transformação em espermatozoides, e seu desprendimento do
corpo das células de Sertoli para a luz do túbulo seminífero é o
processo definido por espermiação.
Figura 20 – Fases da meiose
Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: Imagem. Descrição das fases da meiose, em amarelo, o


citoplasma, em tons de azul, o núcleo e os cromossomos, e alguns
cromossomos em laranja, para diferenciação dos homólogos. Fim da descrição.

Vídeo
Mitose e Meiose – Diferenças

MITOSE E MEIOSE - Diferenças | Biologia com Samuel Cunha


Figura 21 – Comparação entre as fases da mitose e meiose
Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: Imagem. Descrição das fases da meiose e da mitose. Em


amarelo, o citoplasma, em tons de azul, núcleo e cromossomos, e alguns
cromossomos em vermelho, para diferenciação dos homólogos. Fim da
descrição.
Leitura
Mitose e Meiose

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Em Síntese
As células procariontes se distinguem das eucariontes por sua estrutura. Enquanto as células
eucariontes têm estruturas complexas, formadas por membranas internas, citoesqueleto e um
núcleo, as células procariontes não contém núcleo e outras organelas ligadas à membrana.

As células procariontes, ou procarióticas, são organismos sem um núcleo de célula ou qualquer


outra organela ligada à membrana. Seu material genético fica disperso no citoplasma, e a
maioria dos seres procariontes é unicelular, apesar de alguns procariotas serem multicelulares.

As células eucariontes, ou eucariotas, são organizadas em estruturas complexas por membranas


internas e um citoesqueleto. A estrutura mais característica da membrana é o núcleo.
As células procarióticas são menos complexas que as células eucarióticas. Elas não têm núcleo
verdadeiro, pois o DNA não está contido dentro de uma membrana ou separado do resto da
célula, e sim disperso em uma região do citoplasma chamada nucleoide.

As seguintes estruturas e organelas podem ser encontradas em células procarióticas:

Cápsula: cobertura externa adicional que protege a célula, que


impede a desidratação e favorece a adesão às superfícies;

Parede celular: cobertura externa que protege a célula


bacteriana e dá a sua forma;

Citoplasma: é uma substância semelhante a um gel. Seu papel é


dar estrutura e manter a forma da célula;

Plasmídeo: são moléculas duplas de DNA que armazenam


material genético;

Membrana celular: é responsável por envolver o citoplasma da


célula e regula o fluxo de substâncias dentro e fora dela;

Flagelo e cílio: ajudam na locomoção da célula;

Ribossomo: são estruturas celulares responsáveis pela


produção de proteínas;

Nucleoide: área do citoplasma que contém a molécula de DNA.

As seguintes estruturas e organelas podem ser encontradas em células eucarióticas:


Núcleo: é a maior e mais visível organela em uma célula
eucariótica. Ele contém o DNA da célula;

Retículo Endoplasmático: tem como função produzir e enviar


proteínas e lipídios;

Complexo de Golgi: é responsável por modificar as moléculas


celulares e enviar materiais para fora da célula. É também a
única organela que pode gerar lisossomos;

Lisossomos: desempenham importante função na digestão


celular;

Peroxissomas: são estruturas que têm enzimas que


transformam átomos de hidrogênio em oxigênio;

Nucléolos: estão localizadas no interior do núcleo, em que


acontece a síntese de ribossomos;

Mitocôndrias: responsáveis por liberar energia das moléculas


de glicose e dos ácidos graxos;

Vacúolos: estruturas que armazenam substâncias relacionadas


à digestão ou à nutrição celular;

Plastos: presentes apenas em células eucarióticas vegetais.


Responsáveis pela fotossíntese e pelo armazenamento de
substâncias. São de três tipos: cloroplastos, cromoplastos e
leucoplastos.
Leitura
Célula Animal e Célula Vegetal

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ACESSE

Em se tratando de multiplicação e, consequentemente, de divisões celulares, os processos que


permeiam esses métodos são a mitose e a meiose, tipos de divisões celulares que formarão
células diferentes com funções diferentes.

Mitose, também conhecida como cariocinese e cariomitose, é um conceito relacionado à


Biologia, que representa o processo de divisão celular indireta pela diferenciação dos
cromossomos e sua distribuição em duas partes iguais. É o processo normal de divisão do
núcleo celular em dois, que precede a divisão celular.

Decorre, geralmente, como forma de uma divisão celular homeotípica, que tem a função de
transmitir às células filhas a informação genética dos cromossomos do núcleo, sem qualquer
alteração quantitativa ou qualitativa, no que se diferencia da meiose.

A mitose e a meiose são processos agregados ao ciclo celular, ou ciclo de divisão celular, que
engloba fases importantes e decisivas dentro de cada divisão.

Na interfase, o período entre duas divisões nucleares, tem lugar a duplicação dos cromossomos
e a replicação idêntica do DNA. A mitose pode se efetuar em poucos minutos ou levar várias
horas.

Normalmente, uma divisão celular é seguida por outra divisão celular. Pode aparecer uma
multiplicação do número de cromossomos quando tem lugar uma divisão longitudinal, repetida
nos cromossomos, sem que no seguimento se efetue uma distribuição de cromossomos filhos e
uma formação de núcleos filhos (endomitose). Esse tipo de núcleo com cromossomos múltiplos
se chama poliploides.
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ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros

Biologia Celular e Molecular


O livro faz uma descrição celular e molecular dos sistemas, relacionando suas funções e
características primordiais à sua utilização.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.

Tratado de Histologia em Cores


O livro define, sob a forma de atlas, as relações entre a histologia e a
embriologia, levando o aluno a um mundo totalmente colorido e
versátil.
GARTNER, L. P. Tratado de histologia em cores. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 576p.
Leitura

We Are Our Bacteria


Descrição interessante sobre as diferenças entre as estruturas celulares.

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ACESSE

Pili in Gram-positive Pathogens


Diferenciação entre os tipos de bactéria por coloração Tipo Gram.

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ACESSE

A Modelização em Genética e Biologia Molecular: Ensino de


Mitose com Massa de Modelar
Uma caracterização das fases da divisão celular.

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ACESSE
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ʪ Referências

ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

ALBERTS, B. et al. Fundamentos da biologia celular. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

ALBERTS, B. et al. Biology of the Cell. 5. ed. New York: Garland, 2008.

CESTARO, D. C. Embriologia e histologia humana: uma abordagem facilitadora. Curitiba:


InterSaberes, 2020.

GODEFROID, R. S.; SANTOS, V. L. P. Fundamentos em embriologia e histologia. São Paulo:


InterSaberes, 2021.

KUNZLER, A. et al. Citologia, histologia e genética. São Paulo: Sagah Educação, 2018.

PAPINI, S.; FRANÇA, M. H. S. Manual de citologia e histologia para o estudante da área da saúde.
São Paulo: Atheneu, 2003.

ROSS, M. H. et al. Atlas de histologia descritiva. Porto Alegre: Artmed, 2012.

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