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e Alexandre Valença
• 1° caso: np = ne
Q = (np - ne) e ⇒ Q = 0 (o corpo está eletricamente neutro)
Os prótons e os nêutrons estão localizados no núcleo do • 2° caso: np > ne Q = (np - ne) e ⇒ Q > 0 ( o corpo está com
átomo. Os elétrons estão localizados numa região chamada falta de elétrons, eletricamente positivo)
eletrosfera onde giram ao redor do núcleo. A massa do próton é • 3° caso: np < ne ⇒ Q < 0 ( o corpo está com excesso de
aproximadamente 2000 vezes a massa do elétron, mais elétrons, eletricamente negativo).
possuem a mesma carga elétrica em módulo. Este valor em
módulo é chamado de carga elétrica elementar representada pôr No Sistema Internacional de Unidades (SI) a unidade de
e. carga elétrica é o Coulomb (símbolo C). Quando dizemos que o
Fatos experimentais mostram que prótons e elétrons têm corpo possui uma carga de 1C, significa que este corpo perdeu
comportamentos elétricos opostos. Então convencionou-se a ou ganhou 6,25x1018 elétrons. Então:
carga: 6,25x1018 elétrons → 1C
• Positiva - carga do próton. 1 elétron → e
• Negativa - carga do elétron.
⇒ e = 1,6 x 10-19C
Concluímos que:
Observe que a carga de um corpo é sempre um múltiplo
Carga elétrica do Próton (Qp)- Positiva inteiro da carga elementar. Dizemos que a carga elétrica é
quantizada.
Carga elétrica do Elétron ( Qe)- Negativa
Atenção: Geralmente em problemas quando nos referimos a
Carga elétrica do Nêutron- nula carga de um corpo, estamos nos referindo a sua carga líquida,
mas não quer dizer que se a carga líquida de um corpo for nula
|Qp| = |Qe| = e ele não possua carga elétrica. Ele possui sim, pois a carga
elétrica é uma propriedade inerente da matéria.
1
1.1 UMA BREVE ABORDAGEM DOS QUARKS Então podemos enunciar:
Até o início da década de 1970, os prótons e os nêutrons Partículas eletrizadas com cargas de mesmo
eram considerados partículas indivisíveis. sinal se repelem e com cargas de sinais opostos
Entretanto experiências realizadas em aceleradores de se atraem.
partículas – equipamentos em que prótons, por exemplo, são
acelerados até atingirem velocidades próximas da velocidade da
luz - , revelaram que os prótons e os nêutrons são constituídos
de partículas ainda menores, denominadas quarks. 2.2. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DAS CARGAS
Nessas experiências, foram provocadas violentas colisões
entre os constituintes do núcleo atômico, fragmentando-os, o Suponha que tenhamos três corpos A, B e C, eletrizados
que possibilitou conhecer suas estruturas internas. com cargas Qa, Qb e Qc, e admitirmos uma troca de cargas para
Dos seis tipos de quarks descobertos entre 1970 e 1995, Qa', Qb' e Qc', a carga elétrica total antes (ΣQ = Qa+ Qb+ Qc) é
apenas dois participam da composição dos prótons e dos igual à carga elétrica total (Σ Q = Qa'+ Qb'+ Qc') depois, sabendo-
nêutrons: o up e o down. se que o sistema é eletricamente isolado, isto é, não há troca de
Os querks up e down têm cargas elétricas respectivamente cargas elétricas com o meio externo.
2 1 Considere três corpos A, B e C carregados com cargas Qa =
iguais a + e e - e, em que e é a velha carga elementar.
3 3 4Q, Qb = Q e Qc = 3Q e isolados do meio externo :
down up
E devido a algum processo que admita uma troca de carga
up up down dows os corpos passaram da primeira situação inicial acima para uma
segunda situação:
Próton Nêutron A B C
Conhecendo as cargas dos dois quarks citados, vamos Qa ' Qb ' Qc'
conferir as cargas do próton e do nêutron:
Onde Qa'= 2Q, Qb'= 2Q, Qc'= 4Q.
2 2 1
Carga do próton = + e + + e + − e = +e Observe que a carga total no início =4Q + Q + 3Q = 8Q é
3 3 3 igual a carga total final = 2Q + 2Q + 4Q = 8Q. A carga total
1 1 2 sempre se conserva em um sistema eletricamente isolado.
Carga do nêutron = − e + − e + + e = 0
3 3 3
Note que encontramos os resultados esperados.
3. CONDUTORES E ISOLANTES
Condutor são os materiais onde existe uma grande
2. PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA liberdade dos portadores de carga.
Isolante são os materiais onde não existe uma grande
São dois os princípios fundamentais em que se baseia liberdade dos portadores de carga.
eletrostática: No metal, os portadores de carga são os elétrons livres
devido a fraca interação entre os elétrons e o núcleo. Em alguns
condutores, como os eletrólitos, tanto as cargas positivas como
2.1. PRINCÍPIO DA ATRAÇÃO E REPULSÃO as negativas possuem liberdade de movimento.
Em geral as cargas elétricas não se distribuem de maneira
Experimentos mostram que quando aproximam-se duas uniforme sobre a superfície externa do condutor.
partículas eletrizadas com cargas de mesmo sinal, ocorre a Experimentalmente, observa-se que a concentração de cargas
repulsão entre elas, mas se tiverem sinais opostos, ocorre a pôr unidade e área é maior nas regiões em que o corpo possui
atração. Observe: menor raio de curvatura, isto é, onde o corpo torna-se mais
pontiagudo.
2
(o que perdeu elétrons) ficará com carga positiva. Mas a carga
> Uma distribuição volumétrica de carga (densidade volumétrica de cada corpo dependerá do material de que é feito. Dependerá
de carga) - quantidade de carga por unidade de volume. da intensidade da ligação entre o núcleo e o elétron. Para isto
Q (carga) usamos uma tabela de alguns materiais chamada triboelétrica
ρ= que ordena os materiais da seguinte forma:
V (volume)
Regra Substância
> Uma distribuição superficial de carga (densidade superficial de
carga) quantidade de carga por unidade de área. Vidro
Q (carga) + Mica
σ=
A (área) Lã
Pele de gato
> Uma distribuição linear de carga (densidade linear de carga) Seda
quantidade de carga por unidade de comprimento. Algodão
Q (carga) Esbonite
λ= Cobre
L (comprimento) Enxofre
- Celulóide.
No caso do condutor, como a carga fica distribuída em sua
superfície, utilizamos a densidade superficial de carga para Quando dois materiais são atritados entre si, aquele que
descrever tal distribuição. ocupa a posição superior na série é o que perde elétrons,
eletrizando-se positivamente.
Supercondutividade - É uma propriedade importante que
está relacionada com a variação da resistência elétrica com a
temperatura. O físico holandês Kamerlingh Onnes, descobriu Conclusão: na eletrização por atrito os corpos se
este fato em 1911 e recebeu o Prêmio Nobel de física em 1913 eletrizam com mesma carga em módulo mas com sinais
por seus trabalhos. Ele observou que algumas substâncias , a contrários.
temperaturas muito baixas (próximas do zero absoluto),
apresentava resistência elétrica praticamente nula . Isto que
dizer que os elétrons livres da substância, podem se deslocar
livremente através de sua rede cristalina. Este fenômeno chama- 4.2. ELETRIZAÇÃO POR CONTATO
se supercondutividade. Quando o material se encontra nesta
situação (neste estado) é chamado de supercondutor. Se colocarmos em contato dois condutores, um eletrizado
e outro neutro, este se eletriza com carga de mesmo sinal que o
primeiro. Se o corpo tiver carga negativa temos:
4. PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO A B A B
As primeiras descobertas feitas na antigüidade que se tem - - - - -
notícia, relacionadas com fenômenos elétricos vem da Grécia - - -
Antiga, pelos gregos. O matemático e filósofo Thales, que vivia -e
neutro
na cidade de Mileto no século VI a.C., observou que um âmbar, - -
após ser atritado com uma pele de animal, adquiria a - - - -
propriedade de atrair corpos leves. Somente depois de Antes
aproximadamente 2000 anos é que começaram a fazer Durante
observações sistemáticas e cuidadosas de fenômenos elétricos.
A B
-
Obs: âmbar- é uma pedra amarelada, que tem origem na - - - -
fossilização de resinas provenientes de árvores de madeira - - -
macia.
Denomina-se eletrização o fenômeno através do qual um - - - -
corpo neutro passa a adquirir carga elétrica (carga líquida). - -
- - Depois
3
Desfazendo a ligação da terra e afastando o corpo B
+ A + B observamos que a carga se distribui na superfície do corpo A
+ + ++ que está eletrizado com carga oposta ao corpo B.
+ +
- -
+ Depois + A -
-
Note que a soma algébrica das cargas elétricas é a mesma -
-
antes, durante e depois. A proporção de cargas no final em cada -
condutor depende da forma, das dimensões e do meio em que
estão. Quando os condutores são idênticos, as cargas se
distribuem de tal forma que no final, as cargas são iguais em
cada condutor. OBSERVAÇÕES
A B A B 1ª Qualquer que seja o sinal da carga indutora, na região do
induzido, próxima do indutor, concentram-se cargas opostas
Carga neutro carga carga à da indutora.
Q Q/2 Q/2 2ª Quando se eletriza o induzido usando o fio terra, obtêm-se
neste cargas elétricas de sinal oposto ao das do indutor.
3ª A operação de desligar o fio terra deve ser feita sempre em
Carga carga carga carga presença do indutor. Se primeiro o afastarmos, o induzido se
Q1 Q2 (Q1+Q2)/2 (Q1+Q2)/2 neutralizará.
4ª Temos dito que o corpo neutro (B) a ser induzido deve ser
constituído de material condutor de eletricidade, pois
Caso B seja isolante (oferecendo resistência ao movimento somente assim ocorrerá a indução (separação de cargas).
das cargas), a carga não se espalha pela superfície do condutor, No entanto, se o corpo B for constituído de material isolante,
e sim fica em torno do ponto de contato. em alguns casos ocorrerá polarização de suas moléculas.
Tomemos como exemplo um indutor (A) eletrizado
Conclusão: no contato, se os corpos forem idênticos, positivamente e um corpo B, de isopor, inicialmente neutro.
ficarão eletrizados com cargas de mesmo módulo e mesmo Haverá polarização das moléculas de B, acarretando o
sinal. Se não forem idênticos, as cargas não serão de aparecimento de cargas superficiais excedentes: negativas à
mesmo módulo, mas os sinais serão os mesmos. esquerda e positivas à direita.
+ +
4.3. ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO A + +
+ +
Suponha dois condutores A e B, sendo A inicialmente + + -+-+-+
isolado e neutro, e B eletrizado com carga positiva (também -+-+-+
pode ser negativa). Aproximando-se os dois condutores, -+-+-+
ocorrerá que os elétrons livres do corpo A serão levados para a
região de A mais próxima de B. Haverá uma separação de indutor isopor bipolarizado
cargas. O corpo A é dito induzido e o corpo B é o indutor. Veja:
Ligando o corpo A à terra vemos que os elétrons da terra > Pêndulo elétrico- Consiste em uma esfera leve (madeira,
sobem para o corpo. cortiça, etc) suspensa por um fio leve, flexível e isolante preso
em uma haste.
- +
B + - A +
+ - + fio
+ Haste
e+ esfera
4
Estando a esfera neutra, aproximamos um corpo A
eletrizado da mesma e por indução, haverá uma atração até
entrar em contato ficando carregada com carga de mesmo sinal.
Aproximando da esfera um outro corpo B de sinal conhecido, 1 (UEL-PR) Um bastão isolante é atritado com tecido e ambos
observamos: se atrair, o corpo A tem sinal oposto ao B. Se ficam eletrizados. É correto afirmar que o bastão pode ter:
repelir, tem mesmo sinal. a) Ganhou prótons e o tecido ganhou elétrons.
b) Perdido elétrons e o tecido ganho prótons.
> De folhas- Quando encostamos um corpo em sua esfera, c) Perdido prótons e o tecido ganho elétrons.
se ele estiver eletrizado, por contato, a esfera, a barra condutora d) Perdido elétrons e o tecido ganho elétrons.
e as folhas ficarão com o mesmo sinal do copo e com isso as e) Perdido prótons e o tecido ganho prótons.
folhas vão se repelidas indicando a eletrização do corpo.
2 (AFA) Ao aproximarmos um condutor eletricamente neutro
de um condutor eletrizado positivamente, sem que haja
contato, observaremos que o neutro:
a) Fica com carga total positiva e é atraído pelo eletrizado.
b) Continua com carga total neutra e é atraído pelo
eletrizado.
c) Fica com carga total positiva e é repelido pelo eletrizado.
d) Não é nem atraído nem repelido pelo eletrizado.
Foram retirados 3 x 1014 elétrons. Observando tal experimento, podemos afirmar que:
a) A esfera A possui carga positiva.
2 Dispõe-se de três corpos (esferas) metálicas idênticas e b) A esfera B possui carga negativa.
isoladas. Duas delas (A e B) estão eletrizadas com cargas c) A esfera A não pode estar neutra
iguais a Q e Q/2 respectivamente e a terceira C está neutra. d) As cargas elétricas existentes em A e B têm sinais
Coloca-se em contato C com A e, a seguir, C com B. opostos.
Determine, nessas condições, a carga final de C. e) A esfera B pode estar neutra.
Solução:
5 (ITA) Um objeto metálico carregado positivamente com
C A C B carga +Q é aproximado de um eletroscópio de folhas, que foi
previamente carregado negativamente com carga igual Q.
1°contato 2°contato I. À medida que o objeto for se aproximando do
eletroscópio, as folhas vão se abrindo além do que já
0+Q Q estavam.
Após o 1°contato, a carga de C é: Qc1 = =
2 2 II. À medida que o objeto for se aproximando, as folhas
permanecem como estavam.
Após o segundo contato, a carga de C é: Qc2 = III. Se o objeto tocar o terminal externo do eletroscópio, as
Q/2 + Q/2 Q folhas devem necessariamente fechar-se.
=
2 2
A carga final é Q/2.
5
- -
+ ++ - - 9 (ITA) Deseja-se carregar negativamente um condutor
+ - - metálico pelo processo de indução eletrostática.
+++ - - Nos esquemas I e II, o condutor foi fixado na haste isolante.
- - - - F é um fio condutor que nos permite fazer o contacto com a
- - - - Terra nos pontos A, B e C do condutor.
Devemos utilizar:
A B C F A B C F
Neste caso, pode-se afirmar que: + + --
a) Somente a afirmativa I é correta. + + condutor -- condutor
b) As afirmativas II e III são corretas.
c) As afirmativas I e III são corretas.
ISOLANTE ISOLANTE
d) Somente a afirmativa III é correta.
e) Nenhuma das afirmativas é correta. Terra Terra
ESQUEMA I ESQUEMA II
6 (UEL-PR) Uma partícula está eletrizada positivamente com a) o esquema I e ligar necessariamente F em C, pois as
uma carga elétrica de 4,0x10-15C. Como o módulo da carga cargas positivas aí induzidas atrairão elétrons da Terra,
do elétron é 1,6x10-19C, essa partícula: enquanto que se ligarmos em A os elétrons aí induzidos,
a) Ganhou 2,5 x 104 elétrons pela repulsão eletrostática, irão impedir a passagem de
b) Perdeu 2,5 x 104 elétrons elétrons para a região C.
c) Ganhou 4,0 x 104 elétrons b) o esquema II e ligar necessariamente F em A, pois as
d) Perdeu 6,4 x 104 elétrons cargas positivas aí induzidas atrairão elétrons da Terra,
e) Ganhou 6,4 x 104 elétrons enquanto que se ligarmos em C os elétrons aí induzidos,
pela repulsão eletrostática, irão impedir a passagem de
elétrons para a região A.
c) qualquer dos esquemas I ou II, desde que liguemos F
respectivamente em C, e em A.
d) o esquema I, onde a ligação de F com o condutor poderá
7 (AFA) Em relação a uma substância eletricamente neutra, é ser efetuada em qualquer ponto do condutor, pois os
incorreto afirmar que ela: elétrons fluirão da Terra ao condutor até que o mesmo
a) possui cargas elétricas positivas e negativas atinja o potencial da Terra.
b) pode ser eletrizada por atrito e) o esquema II, onde a ligação de F com o condutor
c) é atraída por uma outra positivamente carregada poderá ser efetuada em qualquer ponto do condutor,
d) pode ser eletrizada por indução pois os elétrons fluirão da Terra ao condutor, até que o
e) atrai eletricamente uma outra descarregada mesmo atinja o potencial da Terra.
8 (ITA) O eletroscópio da figura foi carregado positivamente. 10 (FUVEST) Quando se aproxima um bastão B, eletrizado
Aproxima-se então um corpo C carregado negativamente e positivamente, de uma esfera metálica, isolada e
liga-se a esfera do eletroscópio à terra, por alguns instantes, inicialmente descarregada, observa-se a distribuição de
mantendo-se o corpo C nas proximidades. Desfaz-se a cargas representada na figura 1.
ligação à terra e a seguir afasta-se C. Bastão B
+ + + + + ++ - - + ++
P - + S
+ + + + + + - +
-- +
-- +
+
- - R ++
isolante -
Fig 1
Mantendo o bastão na mesma posição, a esfera é
conectada à terra por um fio condutor que pode ser ligado a
um dos pontos P, R ou S da superfície da esfera. Indicando
No final, a carga no eletroscópio por (→) o sentido do fluxo transitório (φ) de elétrons (se
a) Permanece positiva. houver) e por (+), (-) ou (0) o sinal da carga final (Q) da
b) Fica nula, devido à ligação com a terra. esfera, o esquema que representa φ e Q é:
c) Torna-se negativa.
d) Terá sinal que vai depender da maior ou menor
aproximação de C.
e) Terá sinal que vai depender do valor da carga em C.
6
vezes menor. Em outros meios materiais, a redução dessa força
não é tão significativa. Uma conseqüência interessante desse
fato é analisada na figura.
ar
F F
11 Tem-se n esferas condutoras neutra e uma eletrizada com
carga elétrica q, todas de mesmo raio. Pede-se determinar a
carga final da esfera eletrizada, após contatá-la
sucessivamente com as n esferas neutras.
F
F ´=
80
O valor da constante K, da lei de comlomb, para a água, é
1. D 2. B 3. A 4. E
80 vezes menor que para o ar.
5. D 6. B
Esta constante é definida, no SI, por K=1/4πε, sendo ε a
permissividade absoluta do meio onde as cargas se encontram.
Geralmente, em nosso estudo, o meio considerado é o
vácuo. Nesse dielétrico (meio isolante) temos, no SI ε0 = 8,85 x
7. E 8. A 9. D 10. E 10-12 N-1 m-2 C2, onde encontramos K ≅ 9 x 109 Nm2 C-2.
É comum encontrar os termos permissividade relativa ou
11. Q = q 12. Q = q
constante dielétrica, denominações referentes a uma grandeza,
2n n n
2 2 + 1 definida pela relação:εr = ε / ε0. A permissividade relativa (εr) é o
2 quociente da permissividade absoluta desse meio pela
permissividade absoluta do vácuo.
5. LEI DE COULOMB O gráfico da força em função do deslocamento é a curva
mostrada na figura abaixo:
Considere duas cargas puntiformes q e Q separadas por
uma distância d. Vimos que cargas de mesmo sinal se repelem e F F
de sinais opostos se atraem. A intensidade desta força depende
da distância entre elas, das cargas q e Q e do meio em que se
encontra as cargas. A lei de Coulomb relaciona estes dados da
seguinte forma:
7
Atenção: Lembre que esta soma é uma soma vetorial. Então é distância entre seus centros é de 3cm. Qual a intensidade da
preciso, de um modo geral, para vetores formando um ângulo força entre as cargas?
entre si, utilizar a regra do paralelogramo. Considere duas forças Solução: Como as esferas são idênticas, a carga final de
F1 e F2 o módulo e direção da força resultante FR é representada cada uma delas será:
pela diagonal do paralelogramo formado pelas duas forças. Q1 + Q2 2 ⋅ 10 −8 + 4 ⋅ 10 −8
Q= = = 3 ⋅ 10 −8 C
2 2
2
C 3 ⋅ 10 −8
F = 9 ⋅ 10 9
= 9 ⋅ 10 −3 N
180º - α (3 ⋅10 )−2 2
A α D Resposta: 9 . 10-3N
8
c) A intensidade da força elétrica é da ordem de 1039 vezes aumentada para 12cm Qual é o novo valor da força de
maior que a intensidade da força de atração repulsão entre as cargas, em unidades de 10-5N?
gravitacional.
6 (UFPE) Considere o sistema formado por três cargas
elétricas pontuais, qA, qB e qC, que estão fixas ao longo de
uma linha horizontal, como indicado na figura abaixo. Se o
módulo da força entre as cargas qB e qC vale 24N, pode-se
1 (UNICAP) afirmar que, em Newtons, a intensidade da força de repulsão
0 0 Sempre que colocamos dois condutores eletrizados entre as cargas qA e qC vale:
em contato, ocorrerá transferência de cargas de um
para o outro.
1 1 Na eletrização por atrito, os corpos se eletrizam com
cargas de sinais opostos.
2 2 Os isolantes não podem ser eletrizados.
3 3 Na eletrização por indução, o induzido se eletriza com
carga de mesmo sinal do indutor. a) 9,5 b) 8,0 c) 7,3
4 4 o módulo da força entre duas cargas puntiformes é d) 5,2 e) 3,0
diretamente proporcional ao produto das cargas.
7 (UFPE) Duas partículas de mesma massa têm cargas Q e
2 (UFSC) Assinale a(s) afirmação(ões) correta(s). 3Q. Sabendo-se que a força gravitacional é desprezível em
0 0 Dois corpos eletrizados com cargas de mesmo comparação com a força elétrica, indique qual das figuras
módulo e mesmo sinal se atraem. melhor representa as acelerações vetoriais das partículas.
1 1 A lei de Coulomb afirma que a força de atração Q 3Q
eletrostática entre duas cargas de mesmo sinal é a)
diretamente proporcional ao inverso da distância de Q 3Q
separação entre as cargas. b)
2 2 Um corpo, inicialmente neutro, fica eletrizado com
Q 3Q
carga positiva quando, por algum processo, são c)
removidos elétrons do mesmo. Q 3Q
3 3 Um corpo, inicialmente neutro, fica eletrizado com d)
carga negativa quando, por algum processo, são Q 3Q
adicionados elétrons ao mesmo. e)
4 4 Um corpo está eletrizado positivamente quando tem ‘
falta de elétrons. 8 (UFPE) O gráfico abaixo representa a força F entre duas
5 5 O eletroscópio de folhas de ouro é um dispositivo cargas pontuais positivas de mesmo valor, separadas pela
destinado a indicar a presença de cargas elétricas em distância r. Determine o valor das cargas, em unidades de
corpos eletrizados. 10-9C. –8
F(10 N)
6 6 Qualquer eletroscópio, inclusive o de folhas de ouro,
é um dispositivo destinado a armazenar cargas
5,0
elétricas e neutralizá-las, por atrito, nas experiências
de eletrostática.
2,5
3 (UFPE) De um ponto de vista simplificado, um átomo de
hidrogênio consiste em um único elétron girando, sob a ação
da força colombiana, numa órbita circular em torno de um 0
próton, cuja massa é muito maior que a do elétron. 0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 r( m)
Determine a aceleração centrípeta do elétron, em unidades
de 1022 m/s2, considerando este modelo simplificado e que a) 1,0 b) 2,0 c) 3,0
as leis de Newton se apliquem também a sistemas com d) 4,0 e) 5,0
dimensões atômicas.
Dado: R = 5 . 10-11m 9 (UFPE) O gráfico abaixo mostra a intensidade da força
eletrostática entre duas esferas metálicas muito pequenas,
4 (UFPE) Duas cargas elétricas positivas, cujos módulos são em função da distância entre os centros das esferas. Se as
4,3C e 2,0C, estão separadas por 30cm. Qual o fator de esferas têm a mesma carga elétrica, qual o valor desta
aumento da força entre as cargas, se elas forem colocadas a carga?
5,0cm de distância entre si ?
9
F(µN) 15 Q
a) KQ2 /gd2 C
40
b) gk /(Qd)2
30 c) KQ /(gd)2
d) 3 Kq2 / gd2
20
e) 3 g2 K / Qd2 Q Q
10 A B
0
16 (ITA) Uma pequena esfera de massa m e carga 1, sob a
0 2,0 4,0 6,0 8,0 r(m)
influência da gravidade e da interação eletrostática,
encontra-se suspensas por duas cargas Q fixas, colocadas a
a) 0,86 µC b) 0,43 µC c) 0,26 µC uma distancia d no plano horizontal, como mostrado na
d) 0,13 µC e) 0,07 µC figura. Considere que a esfera e as duas cargas fixas
estejam no mesmo plano vertical, e que sejam iguais a α os
10 (AFA) Duas cargas pontuais positivas, q1 e q2 = 4q1, são respectivos ângulos entre a horizontal e cada reta passando
fixadas a uma distância d uma da outra. Uma terceira carga pelos centros das cargas fixas e da esfera. A massa da
negativa q3 é colocada no ponto P entre q1 e q2, a uma esfera é então:
distância x da carga q1, conforme mostra a figura. q, m
q1 q3 q 2 = 4q 1
P
α α
x Q Q
d
Para que as forças sobre a carga q3 sejam nulas, o valor de d
x é: a) [4/(4π ε0)] (q Q / d2) [(cos2 α)/g]
a)
d
b)
d
c)
d b) [4/(4π ε0)] (q Q / d2) [(sen2 α)/g]
2 3 4 c) [8/(4π ε0)] (q Q / d2) [(cos2 α)/g]
d d) [8/(4π ε0)] (q Q / d2) [(cos2 α senα)/g]
d)
6 e) [4/(4π ε0)] (q Q / d2) [(cos2 α sen2α)/g]
a a a 12. D 13. D
6. CAMPO ELÉTRICO
6.1 CONCEITO
12 (UPE) Três cargas elétricas idênticas iguais a Q estão Envolvendo a terra, existe um campo de força que é o
distribuídas nos vértices de um triângulo eqüilátero de lado d campo gravitacional. Para percebermos a sua existência,
posicionado no plano vertical, de acordo com a figura soltamos, por exemplo, uma pedra e vemos que ela é atraída
abaixo. As cargas em a e b estão fixas, enquanto que, em C pela terra. Da mesma forma que a terra cria o campo
está livre. Sendo k a constante eletrostática no vácuo e g a gravitacional, um corpo eletrizado cria um campo elétrico, e para
aceleração da gravidade, para que a carga colocada no perceber sua existência, aproximamos dele uma carga de prova
vértice C permaneça em equilíbrio e necessário que sua q. Ao fazer isto, a carga sofrerá a ação de uma força elétrica, de
massa seja igual a: atração ou repulsão, dependendo do sinal.
13
14
10
> Do meio (constante eletrostática do meio)
O gráfico do campo em função da distância está
+ Fb representado a baixo:
Fa
- E E
+
Fc
d 1/d2
6.2 VETOR CAMPO ELÉTRICO
Seja uma região do espaço, livre da ação de qualquer 6.3 CAMPO ELÉTRICO DEVIDO A DUAS OU MAIS CARGAS
carga elétrica. Então coloquemos uma carga elétrica Q nesta PUNTIFORMES
região. Sua presença cria nos pontos ao seu redor uma
propriedade física , que é o campo elétrico. Se colocarmos uma Imagine duas partículas eletrizadas no espaço Q1 e Q2 e
carga de prova q em algum ponto desta região, uma força atuará queremos determinar o campo elétrico criado num ponto
sobre q. O vetor campo elétrico criado pela carga Q no ponto qualquer P onde dista uma distancia d1 e d2 das partículas Q1 e
onde está q é definido por: Q2 respectivamente. O campo elétrico resultante em P é a soma
vetorial do campo (E1 e E2) devido as cargas Q1 e Q2
F respectivamente:
E=
q
E RES = E 1 + E 2 (2)
Q1
OBSERVAÇÃO:
Embora tenhamos conhecido a força eletrostática antes de E1 ER
conhecermos o campo elétrico, precisamos ressaltar que este é Q1 - d1
a causa da existência da força. Assim, num ponto P, o campo
α
elétrico E já está automaticamente associado a ele. Ao se E2
colocar uma carga puntiforme q em P, o campo elétrico d2
transmite-lhe uma força que terá ou não o sentido deste, Q2 +
dependendo do sinal dessa carga.
P E P E F1 F2 P E O módulo de E é dado por:
E = E1 + E2 + 2 E1 E2 cos α
2 2
q1 q2
figura(a) figura (b) figura (c)
a) campo elétrico E associado ao ponto P, não há carga no
ponto Obs: Caso as cargas fossem ambas positivas ou ambas
b) q1 > 0 negativas, somente mudaria a direção e o sentido do vetor ERES.
c) q2 < 0 Caso seja mais de uma partícula carregada, isto é, n partículas
carregadas, as positivas criarão um campo de afastamento e as
No caso em que o campo é criado por uma carga puntiforme negativas de aproximação. O campo resultante é a soma vetorial
ou uma partícula eletrizada temos seu módulo dado por: de todos os campos parciais devido a todas as cargas:
E R = E1 + E 2 + ... + E n
F Qq
E = mas F = K 2 então podemos expressar E como:
q d
Qq
K Q (1)
E= d2 = K Q E=K 6.4 DIPOLO ELÉTRICO
q d2 d2
1
A figura mostra duas cargas de módulo q e sinais opostos
Perceba que o campo não depende da carga de prova e colocadas a uma distância 2a, formando o que chamamos de
sim: dipolo elétrico. Qual é o valor do campo E produzido por essas
cargas num ponto P, a uma distância r, medida sobre a mediatriz
> Da distância da carga geradora ao ponto em questão. do segmento que une as cargas ? Supor r >> a.
> Da carga geradora.
11
distantes, mostra que a variação de E com r é também da forma
+q 1/r3, como na Eq (3).
θ O dipolo da figura é formado por duas cargas, iguais e de
a sinais opostos, colocadas próximas uma da outra, de modo que
seus campos quando somados em pontos distantes quase que
r P
(mas não completamente) se anulam. Sob esse ponto de vista, é
θ fácil compreender por que E(r) para um dipolo varia com 1/r3,
a E2 E1
E enquanto que para uma carga puntiforme E(r) descreve mais
θ lentamente, como 1/r2.
-q
QA QB P
0,8m
- - - - - + + + +
- - - - - + + + +
- - - - - + + + +
q q - - - - + + + +
0,6m 0,6m
14
b) Desenho em perspectiva mostrando τ = p x E.
6.7 APROFUNDAMENTO
Podemos considerar o momento de dipolo elétrico como um 6.7.2.1 FLUXO DO CAMPO ELÉTRICO
vetor P , de módulo p (que para um dipolo do tipo descrito
anteriormente é o produto do módulo da carga q, de qualquer
uma das partículas, pela distância 2a entre as mesmas, isto é, E
igual a 2aq). O sentido de P é orientado da carga negativa para
a positiva. A natureza vetorial do momento de dipolo elétrico nos
permite escrever várias expressões envolvendo dipolos elétricos θ
de uma maneira mais concisa.
A figura abaixo mostra um dipolo elétrico formado por duas
cargas, +q e -q, reparadas pela distância 2a. Esse dipolo é
S
colocado num campo elétrico externo uniforme, E , seu
momento de dipolo p fazendo um ângulo θ com esse campo.
Duas forças F e − F , de mesmo módulo e sentidos opostos,
atuam, como vemos na figura.
Dado um campo elétrico E cujo módulo é constante nos
Temos: pontos de uma superfície de área S, e tal que seja constante o
F = qE ângulo θ que E forma com a direção da norma à superfície em
cada ponto, o fluxo Φ do campo E através da superfície é
A força total é nula, mas existe um torque, em relação a um
definido pela expressão: Φ = E . S . cos θ.
eixo que passa por O, dado por
F
+q •
normal
2a P θ S
O θ = 90°
Fluxo nulo
-F -q E Se o vetor campo elétrico uniforme E for perpendicular a
uma superfície plana e, conseqüentemente, paralela à normal a
ela, θ = 0º, o fluxo de E através da superfície é máximo, já que
(a)
o maior valor do cos θ é igual a 1 e temos:
a) Um dipolo elétrico num campo externo uniforme.
P Φ = E . S . cos 0º = ES
θ E
E
normal
S E
θ = 0°
τ Fluxo máximo
(b)
15
Lei de Gauss - Relaciona o fluxo total φ de um campo
elétrico através de uma superfície fechada (uma superfície
gaussiana) e a sua carga líquida q que está envolvida por
essa superfície. Temos:
εoΦ = q
A superfície gaussiana é uma superfície imaginária fechada, A superfície gaussiana conveniente é um cilindro de altura
que envolve a carga e que contém o ponto no qual desejamos 2h e bases com área A; o fluxo através da superfície lateral do
obter a intensidade do campo elétrico. Para que essa superfície cilindro é zero (o campo é paralelo a superfície lateral). O fluxo
seja conveniente, deve ser constante em todos os pontos a através da base será:
intensidade do campo e o ângulo que o campo faz com à normal φ = EA + EA = 2EA
da superfície. As cargas externas à superfície não causam fluxo
q int ρA q
na mesma. φ= = pois ρ =
εo εo A
Daí:
6.7.2.2 A LEI DE GAUSS E A LEI DE COULOMB. ρA
2EA =
εo
Se a lei de Gauss e a lei de Coulomb são equivalentes,
devemos ser capazes de deduzir cada uma a partir da outra. ρ
E=
Neste ponto, deduzimos a lei de Coulomb a partir da lei Gauss e 2ε o
de algumas considerações de simetria.
R
r
Seja a superfície gaussiana centrada na carga puntiforme q,
como mostra a figura acima. Pela simetria da figura, sabe-se que •
o campo elétrico é radial e, portanto, perpendicular à superfície P
gaussiana em todos os pontos, além de ter módulo constante Superfície gaussiana
sobres a mesma. Dividindo a superfície em infinitos
quadradinhos, temos: Desejamos calcular o campo elétrico num ponto P interno à
uma esfera maciça carregada uniformemente. Seja uma
Φ= ∑EA cos θ superfície gaussiana esférica de raio r que passa pelo ponto P. A
carga Q` interior a essa superfície será proporcional ao seu
Φ = E cos 0 ⋅ ( A 1 + A 2 + A 3 + ... + A n )
volume (distribuição uniforme).
Φ =E ∑1⋅ 4πr 2
= E4πr 2 Q
=
Q`
Q INT q 4 3 4 3
Φ= = E ⋅ 4πr 2 ⇒ = E4πr 2 πR πr
εo εo 3 3
1 q
E= Pela simetria, o fluxo através da superfície gaussiana será:
4πε o r 2
Q`
φ = EA = com A = 4π r 2
εo
6.7.2.3 CAMPO ELÉTRICO GERADO POR UM PLANO DE
CARGAS INFINITO. (CHAPA NÃO CONDUTORA) de onde se obtém:
Graficamente temos:
16
Solução: F = ma, e F = Ee
Então:
ma = Ee ⇒ a = Ee/m
1
mas s = so + vot + at 2 onde
2
S = d, So = 0, Vo = 0
1 2 2d 2d 2dm
d= at ⇒ t = = Ee = Ee
Observe a linearidade do campo elétrico para pontos 2 a
interiores à esfera isolante. m
1/ 2
2dm
⇒d =
Exercícios Resolvidos Ee
1 Uma partícula de massa m e carga q é submetida
exclusivamente à ação de um campo elétrico de intensidade 4 Calcule o fluxo total através do cubo imerso num campo
E. A aceleração da partícula tem intensidade: →
.
é:
Solução: - Concluímos que o fluxo total através da superfície fechada é
Fe nulo.
g E
OBS: A grandeza fluxo conta quantas linhas de campo
+ entram na superfície fechada, mas não saem. Se houvesse
Fe = P apenas uma carga positiva +Q no interior do cubo, o fluxo
total seria positivo pois só haveriam linhas de campo saindo
10 ⋅ 1 0 através da superfície do cubo.
Eq = mg ⇒ m = Eq/g = = 1k g
10 ⋅ 1 0
3 (UFPE) Na região entre as placas A e B existe um campo 5 Uma partícula de massa m e carga q é abandonada em
elétrico uniforme E. A distância entre as placas é d. Um repouso num campo elétrico uniforme, movendo-se, então,
elétron de carga e e massa m é liberado da placa B com sob a ação desse campo. Descrever o seu movimento.
velocidade inicial nula, sendo acelerado no sentido da outra
placa. Qual o tempo necessário para que ele atinja a placa O movimento é semelhante ao de um corpo em queda livre
A, desprezando-se o efeito da aceleração da gravidade? no campo gravitacional da Terra. A aceleração (constante) é
dada por
E F qE
a= =
m m
A
. e
B
As equações do movimento uniformemente acelerado
podem, pois, ser aplicadas. Como v0 = 0, temos
v = ut =
qEt
,
m
d
17
1 2 qEt 2
y= at = ,
2 2m
2qE y
v2 = 2ay = .
m
P2
y
Uma carga move-se a partir do repouso num campo elétrico g
V E
uniforme produzido por duas placas metálicas P1 e P2, B
carregadas com cargas de sinais opostos.
2 (AFA) Uma gota de óleo de massa m e carga q é solta em
6 Deflexão de um feixe de elétrons. A figura mostra um elétron uma região de campo elétrico uniforme E, conforme mostra
de massa m, carga e e velocidade v0 que entrou a figura.
perpendicularmente num campo uniforme E. Descreva o seu
movimento.
O movimento é análogo ao de um projétil disparado
horizontalmente no campo gravitacional da Terra. Aplicam-
se, então, os resultados da seção 4-3: logo, os movimentos
ao longo da horizontal (x) e da vertical (y), são dados por
x = v0 t Mesmo sob o efeito da gravidade a gota move-se para cima
1 eE 2 com aceleração g. O módulo do campo elétrico é:
y = at2 = t .
2 2m 2mg 2mq 2qg
a) E = b) E = c) E =
q g m
Eliminando t, temos
2m
eE d) E =
y= 2
x2 qg
2mv 0
Ao sair da região entre as placas, o elétron move-se numa 3 (UNICAP) Uma esfera de peso 20 3 N, com carga de 2C,
linha reta (desprezando-se a ação da gravidade) tangente à está em repouso sobre um plano inclinado, liso, feito de um
parábola da eq. acima no ponto de saída. Podemos colocar uma material isolante, como mostra a figura. Determine, em N/C,
tela fluorescente S a uma certa distância das placas, de tal modo a intensidade do campo elétrico E.
que os elétrons ao colidirem com a tela produzam um ponto
luminoso no local do impacto. Este é o princípio do E
funcionamento do osciloscópio de raios catódicos de deflexão
eletrostática.
Exemplo: Trajetória de um elétron que entrou num campo 30°
elétrico uniforme
18
4 (UFPE) A figura mostra a posição de equilíbrio de uma
esfera de massa 0,1 kg, carregada positivamente,
pendurada por um fio isolante de massa desprezível, sob a
ação de um campo elétrico uniforme e constante (E =
5,0x104 V/m), cuja direção está indicada. Calcule o valor da
carga da esfera em C. a) ∅A = ∅B = ∅ C
b) ∅A > ∅B > ∅ C
c) ∅A < ∅B < ∅ C
E 45° d) ∅A / 2 = ∅B = ∅ C
e) ∅A = 2∅B = ∅C
19
7.2 TRABALHO DA FORÇA ELÉTRICA E CONCEITO DE
ENERGIA POTENCIAL NUM CAMPO ELÉTRICO
EP
V= ⇒ E P = qV
q Para isso, façamos a carga q passar por uma sucessão de
posições suficientemente próximas A1, A2, A3 ..., An, B, conforme
UNIDADE: indica a figura
No SI, a unidade de potencial elétrico recebeu o nome de
volt, cujo símbolo é V, em homenagem ao físico italiano
Alessandro Volta (1745-1827).
Como vimos:
E
V= P
q
Então:
joule
volt = O trabalho W será a soma dos trabalhos realizados pela
coulomb
força F para deslocar a carga q em cada um dos trechos
Um ponto de um campo elétrico tem potencial elétrico igual a elementares em que a trajetória total foi subdividida, assim:
1 volt, quando uma partícula hipoteticamente eletrizada com
carga de 1 coulomb, ao ser colocada nesse ponto, adquire uma WAB = WAA1 + WA1 A2 + ... + W An B
energia potencial igual a 1 joule. Se o potencial desse ponto for
igual a 100 volts, por exemplo, cada coulomb de carga lá
colocada adquirirá uma energia potencial igual a 100 joules. A intensidade da força F varia de posição para posição da
carga q. Entretanto, em cada um dos trechos AA1, A1 A2, ..., AnB,
É importante destacar que: podemos desprezar a sua variação já que cada um dos pontos
• Na verdade, a energia potencial é adquirida pelo sistema Q A, A1, A2, ..., An está bem próximo do seu sucessivo.
e q. Se ambas puderem se mover, as duas irão adquirir Como também é invariável o ângulo que a força F faz com
energia cinética a partir dessa energia potencial. Na maioria o deslocamento, em todos os trechos, o trabalho WAA1 realizado
das vezes, porém, a carga Q é fixa. Nesse caso, associamos no trecho AA1 é:
à carga de prova q toda a energia potencial. 1 qQ
• O potencial elétrico (grandeza escalar) e o campo elétrico W AA1 = F AA1 cos 0º = (r1 − r A )
4πε 0 r 2
(grandeza vetorial) são propriedades de cada ponto,
existindo nesse ponto, independentemente de lá estar uma
carga ou não. Estando A1 suficientemente próximo de A é válida a
aproximação:
• O vetor campo elétrico E e o potencial elétrico V são duas r2 ≅ r1 rA
maneiras de se descrever o campo elétrico existente em
uma região do espaço. Algumas vezes é mais conveniente Logo, o trabalho W AA1 fica:
usar o vetor E e, em outras, o potencial V.
20
r −r r r O trabalho da força é medido pela variação da energia
W AA1 = kqQ 1 A = kqQ 1 − A potencial entre os pontos A e B:
r1 rA r1r A r1r A
1 1 WAB = - ∆Ep
W AA1 = kqQ − WAB = - ( E EB − E p A )
r A r1
De modo análogo, podemos escrever: WAB = E p A − E pB
1 1
W A1A2 = kqQ − Onde E p A = qV A
r1 r2
1 1 E pB = qVB
W A1A3 = kqQ −
r2 r 3
Então
1 1 WAB = qVA - qVB
W An A = kqQ −
r n rB WAB = q (VA – VB)
21
O gráfico que representa o potencial em função da distância
⇒ WAB = q (V A − VB )
VA - VB =
WAB é uma curva chamada Hipérbole Equilátera:
q
EPA - EPB = q VA - q VB
d
EPA = q VA V V
EPB = q VB 0
Q>0 Q<0
Podemos representar U como sendo a diferença de
potencial:
U = VA - VB
0 d
As unidades no SI (Sistema internacional) são:
Trabalho Joule (J) Se considerarmos não apenas uma partícula eletrizada, mas
Carga Coulomb (C) sim, n partículas eletrizadas no espaço. O potencial elétrico num
Diferença de potencial Volt (V) = J/C ponto P desta região é a soma algébrica de todos os potenciais
devido a todas as n partículas eletrizadas.
Obs: A unidade de intensidade do campo pode ser fornecida a
partir da definição de diferença de potencial: E = (VA - VB)/d = VP = V1 + V2 + V3 + . . . + Vn
volt/metro = V/m.
22
b) a energia cinética com que uma carga de 0,1C atinge a
placa negativa, tendo partido do repouso da placa
positiva.
1 (UFPE) A figura abaixo mostra duas cargas iguais q = 7 (U. Uberaba-MG) Em uma região de campo elétrico uniforme
1,0x10-11C, colocadas em dois vértices de um triângulo de intensidade E = 20000N/C, uma carga q = 4 x 10-8C é
equilátero de lado igual a 1cm. Qual o valor, em volts, do levada de um ponto A, onde VA = 200V, para um ponto B,
potencial elétrico no terceiro vértice do triângulo (ponto P)? onde VB = 80V. O trabalho realizado pela força elétrica no
deslocamento da carga entre A e B e a distância entre os
q pontos A e B são, respectivamente, iguais a:
a) 4,8 x 10-6N e 6 x 10-3m.
P b) 4,8 x 10-6J e 6 x 10-3m.
c) 2,4 x 10-5J e 8 x 10-3m.
d) 2,4 x 10-5N e 6 x 10-3m.
q e) 0 e 8 x 10-3m.
2 (UFPE) Determine o potencial elétrico no ponto P, em volts, 8 (UFPE) O campo elétrico uniforme entre as placas planas e
devido às duas cargas iguais e de sinais opostos indicadas paralelas de um capacitor, separadas de 0,75 mm, vale E =
na figura. 6,40 x 104 N/C. Qual a diferença de potencial, ?V, em volts,
necessária para criar este campo?
Determine:
a) a diferença de potencial entre as placas; 12 (E. Naval-RJ) Uma partícula eletrizada, possuindo carga
elétrica positiva igual a +2,0x10-9C e massa igual a 1,0 x
10-10 kg, é abandonada do repouso num ponto P de um
23
campo elétrico uniforme, horizontal e de módulo igual a
400V/m. Desprezando-se a ação gravitacional, a perda de 17 (UFPE) Uma partícula de massa igual a 10g e carga q =
energia potencial no deslocamento de 4,0m até um outro 10-3C está a 1m de uma partícula fixa e carga Q = 10-2C.
ponto Q é: Determine a velocidade da partícula livre quando ele
a) 32 x 10-7J b) 16 x 10-7J c) 8 x 10-7J encontra-se a 2m da partícula fixa, em Km/s
d) 32 x 10-9J e) 16 x 10-6J
18 (UFPE) Duas partículas idênticas, cada uma com carga
elétrica de 1,0µC e massa 0,1g são inicialmente colocadas a
10cm de distância e soltas a partir do repouso desta
posição. Qual o módulo da velocidade da partícula, em m/s
13 (AFA) Duas cargas de valor q estão separadas de um ponto quando elas se encontram infinitamente separadas?
A pela distância d. A que distância do ponto A deve ser Despreze a atração gravitacional entre as partículas.
colocada uma carga -q para que o potencial em A seja nulo?
a) d/2 b) d c) 2d 19 (UFPE) O campo elétrico entre duas placas condutoras
d) 4d carregadas, paralelas entre si e separadas de 4,0cm, vale
2,5 x 103 V/m e é nulo na região externa. Um elétron
14 (ITA) Entre a armadura de um capacitor plano com as movendo-se, inicialmente paralelo às placas penetra na
placas horizontais, existe uma diferença de potencial V. A região do campo a 1,0cm da placa negativa. De quanto
separação entre as armaduras é d. Coloca-se uma aumenta a energia cinética do elétron em eV, do instante em
pequena carga Q, de massa m entre as armaduras e esta que esta penetra na região do campo elétrico até o instante
fica em equilíbrio. A aceleração da gravidade é g. Qual é o em que ele atinge uma das placas?
valor da carga Q? ++++++++++++
a) Q = m2gd-1/V b) Q = Vd/m c) Q = mgd/V
d) Q = Vgd/m e) Q = gd/(Vm) 1 cm
d/2 v0
d
2
qV
a) < 15 mg
d
2
qV
b) < 4 (mg)2 Sendo U a diferença de potencial entre as placas, para que
d
intensidade de v 0 o elétron se chocará com alguma delas?
2
qV
c) < 15 (mg)2
d
2
qV
d) < 16 (mg)2 1. 18 V 2. 90V 3. C 4. q3 = -2.10-5C
d
2
5. A 6. a) 60V; b) 6j 7. B
qV 8. 48V 9. D 10. E 11. A
e) > 15 mg
d 12. A
E
Observe que os pontos A e B estão na mesma superfície + -
equipotencial. Eles estão à mesma distância da carga geradora + -
e estão no mesmo meio (o K é constante) então possuem o + -
mesmo potencial. + -
Para um campo elétrico uniforme, as equipotenciais são
retas (se estiver no plano) ou superfícies planares (se estiver no Lembre sempre que as linhas de força vão sempre do maior
espaço) perpendiculares à direção das linhas de força. para o menor potencial. Então imagine que uma placa positiva e
uma placa negativa nos extremos onde as linhas de campo
E
saem da positiva para a negativa. Abandonando uma partícula
eletrizada positivamente neste campo com certeza, ela será
atraída pela placa (imaginária) negativa. Então ela vai se
deslocar no sentido das linhas de força se dirigindo para pontos
de menor potencial. Como a partícula tem carga positiva e a ddp
também é positiva., conseqüentemente o trabalho é positivo (W
= qU). Teria que ser pois a força tem o mesmo sentido do
deslocamento.
25
0 r d
+
+
+
Q + +
+
+
+
d . P
F .. própria definição.
b) O trabalho para movimentar uma partícula eletrizada
.
D sobre ela é nulo, por a força elétrica sobre ela é normal à
trajetória.
G c) As linhas de força são sempre perpendiculares à
superfície equipotencial.
d) Duas superfícies equipotenciais de potenciais diferentes
se interceptam em um único ponto do espaço.
e) Uma carga puntiforme isolada tem superfícies esféricas
0,2m 0,4,m concêntricas à carga que as gera.
Solução:
a) U = Ed 3 (FCMSC SP) As linhas de força de um campo elétrico são:
100 - 80 = Ex 0,2 a) Perpendiculares às superfícies equipotenciais e dirigidas
20 200 dos pontos de menor para os de maior potencial.
E= = = 100V / m b) Perpendiculares às superfícies equipotenciais e dirigidas
0,2 2 dos pontos de maior para os de menor potencial.
b) 80 - VG = 100 x 0,4 c) Inclinadas em relação às superfícies equipotenciais.
27
d) Tangentes às superfícies equipotenciais.
e) Necessariamente retilíneas e suas direções nada têm a b) A diferença de potencial VA – VC entre os pontos A e C.
ver com as superfícies equipotenciais.
1cm
. A
a)
b)
c)
d)
nulo e nulo
9,0 . 104 e 9,0 . 103
nulo e 9,0 . 103
9,0 . 104 e 3,0 . 103
e) nulo e 3,0 . 103
28
infinito, o potencial elétrico de um ponto P, que está a 8,0cm
do centro do condutor, vale em volts:
a) 3,6 x 105
b) 9,0 x 104
c) 4,5 x 104
d) 3,6 x 104
e) 4,5 x 103 16 (UFPE) Uma camada esférica isolante, cujos raios interno e
externo valem respectivamente, R1 = 10 cm e R2 = 20 cm é
13 (UFPB) Uma partícula carregada positivamente é colocada carregada com cargas Q1 = 2,4 x 10-3C e Q2 = 0,2 x 10-3C,
em repouso num ponto cujo potencial elétrico é V0, de uma cada uma homogeneamente distribuída em uma de suas
região onde há apenas um campo elétrico não-nulo. A F
superfícies (ver figura). Quanto vale 1 ?
respeito desta situação, pode-se afirmar que a partícula: F2
a) se deslocará para pontos de potencial V > V0. Q1
b) se deslocará para pontos de potencial V = V0.
c) se deslocará para pontos de potencial V < V0.
d) permanecerá em repouso.
e) se deslocará para pontos de potencial V maior ou menor
que V0, dependendo de V0 ser positivo ou negativo.
R1
R2 r
. q
Q2
A B
R 2R
Podemos afirmar que:
a) Não há campo dentro da cavidade. 18 (AFA) Três esferas condutoras de raio R, 3R e 5R e
b) As linhas de força dentro da cavidade são retas radiais eletrizadas, respectivamente, com quantidade de cargas
em relação à esfera, como na figura. iguais a − 10 µ C , − 30 µ C e + 13 µ C estão muito
c) A carga na superfície interna do condutor oco é –Q e as afastadas entre si. As esferas são, então, interligadas por
linhas de força são perpendiculares a essa superfície. fios metálicos de capacitância desprezível até que o sistema
d) A carga na superfície interna do condutor oco é –Q e as atinja completo equilíbrio. Nessa situação, o valor da
linhas de forças tangenciam essa superfície. quantidade de carga, em microcoulombs, da esfera de raio
e) Não haverá diferença de potencial entre os dois 3R é:
condutores se a carga do condutor oco também for igual a) –9 b) –3 c) 3
a Q. d) 9
15 (UFPE) O gráfico abaixo representa a variação do potencial 19 (ITA) Duas esferas metálicas A e B, de raio R e 3R
elétrico de uma distribuição esférica de carga com a respectivamente, são postas em contato. Inicialmente A
distância r a seu centro. Sabendo-se que o valor de Vo é 60 possui carga positiva - Q e B carga + 2Q. Após atingir o
Volts, e que o valor em Coulombs da carga total da esfera equilíbrio eletrostático, as novas cargas de A e B passam a
pode ser escrito como q x 10- 9, determine o valor de q. ser, respectivamente:
a) Q/2, Q/2 b) 3Q/4, Q/4 c) 3Q/2, Q/2
d) Q/4, 3Q/4 e) 4 Q/3, -Q/3
1. A 2. D 3. B 4. E
5. A 6. A 7. 06 8.
9. 28V/m 10. E 11. D 12. A
13. C
29
Q
O
14. C 15. 20 16. 12 17. 84 Q
18. D0 19. D ∆q -
Sabemos que a variação de V com Q é uma reta, pois a
8. CAPACITÂNCIA razão entre Q e V, em cada instante, é a constante denominada
de capacitância do condutor, isto é, Q = CV.
Considere um condutor isolado e inicialmente neutro. Se nós Vejamos o que ocorre quando uma porção elementar de
o eletrizarmos com carga Q, ele adquire um potencial V. Se carga ∆q é transferida a um condutor. Sabemos que, nesta
dobrarmos a carga, o potencial também dobra. Podemos situação, haverá um aumento em seu potencial. O produto de
perceber que a carga é diretamente proporcional ao potencial. ∆q pelo potencial do condutor antes de haver recebido esse
Desta forma, a razão entre a carga recebida e o potencial acréscimo de carga é igual à área do retângulo hachurado no
adquirido é constante e denominada capacitância: diagrama.
Imaginando que a eletrização do condutor se dá através da
Q transferência de ínfimas porções de carga ∆q, teremos em
C= nosso diagrama uma sucessão de retângulos justapostos, cujas
V
áreas serão aproximadamente equivalentes aos trabalhos
elementares realizados em cada uma dessas transferências.
A capacitância C mede a capacidade que um condutor
Agora, supondo que essas parcelas de carga ∆q sejam
possui de armazenar cargas elétricas. A capacitância de um
suficientemente pequenas, a soma das áreas de todos os
condutor depende das características geométricas deste
retângulos pode ser considerada igual à área do triângulo do
condutor e do meio em que se encontra.
diagrama e nos dará o trabalho total realizado para eletrizar o
> Unidades- No sistema internacional de unidades (SI) a
condutor, desde o instante inicial em que ele estava neutro até o
unidade de capacitância é o farad (F).
final do processo quando ele adquire carga q.
coulomb
1 farad = 1
volt E como Q = CV, podemos escrever também que:
É mais freqüente o uso de submúltiplos do Farad: mF, mF, 1 1 Q2
nF e pF EP = W = C V2 =
2 2 C
8.1 CAPACITÂNCIA DE UM CONDUTOR ESFÉRICO
Para um condutor esférico de raio R isolado e no vácuo 8.3 EQUILÍBRIO ELETROSTÁTICO DE CONDUTORES
temos:
Q
e C=
Q Q R R Considere vários condutores eletrizados e isolados com
V =K ⇒C= = Q⋅ =
R V Q KQ QK capacitâncias C1, C2, C3, ..., Cn, com cargas Q1, Q2, Q3, ..., Qn e
K com potenciais V1, V2, V3, .., Vn. Agora ligamos eles através de
R
R um fio de capacitância desprezível.
C= 1 2 ... n
K V1 V2 Vn
A capacitância do capacitor esférico é diretamente Q1 Q2 Qn
proporcional ao seu raio.
30
Então C1V1 + C2V2+...+ CnVn = C1V + C2V+...+ CnV
C1V1 + C2V2 +...+ CnVn = V (C1 + C2 +...+ Cn)
C 1V1 + C 2 V2 + ... + C n v n
V=
C 1 + C 2 + ... + C n
D
Ligando-se um gerador de tensão contínua ao capacitor
8.4 CAPACITOR através de seus terminais, há corrente no gerador apenas
durante o rápido processo de carga do capacitor. Em seguida a
O capacitor ou condensador é um bipolo elétrico cuja a corrente cessa e temos, então as placas já eletrizadas,
função básica é armazenar energia potencial elétrica num passando a existir entre elas um campo elétrico
circuito através do armazenamento de cargas elétricas. Existem
aproximadamente uniforme E .
vários tios de capacitores- os eletrolíticos, cerâmicos, etc- e com
σ
vários formatos geométricos. A representação gráfica de um Pode-se demonstrar que o módulo de E é: E =
capacitor em um circuito é como mostra a figura: ε
Mas como σ = Q / A
Q
Temos: E =
Dependendo da sua geometria geralmente os capacitores Aε
são classificados em planos, esféricos e cilíndricos dependendo Lembrando que ainda no campo elétrico uniforme U = Ed,
do formato da suas armaduras. A grandeza que mede a obtemos:
capacidade de armazenamento das cargas elétricas é a sua
capacitância. Em qualquer capacitor sabendo a ddp (U) entre U = Ed = Qd / Aε então a capacitância vale:
seus terminais e sua carga Q, podemos calcular sua
capacitância C como sendo: Q Q A
C= = ⇒C =ε
U Qd / Aε d
+Q -Q
C=
Q
V
Observe que a capacitância de um capacitor plano depende
da permissividade absoluta do meio, da área A e da distância
U
entre as placas, isto é, da sua geometria e do dielétrico.
Durante o intervalo de tempo de carga do capacitor verifica-
O dielétrico é um isolante e, como tal, não apresenta cargas
se que, em cada instante, a carga armazenada é diretamente
livres. Entretanto, quando submetido a um campo elétrico,
proporcional à respectiva tenção instantânea, pois a capacidade
apresenta-se eletricamente polarizado. Então com a presença
C é sempre constante. A lei que rege em função da ddp no
do dielétrico, o campo resultante entre as placas é devido ao
decorrer do tempo é:
campo elétrico criado pela carga das placas e o campo devido à
Q = CU
carga de polarização do dielétrico. Observe a figura:
Podemos expressar a carga Q em função da ddp U no
gráfico a seguir:
Carga
d
Ed Ed = Campo devido ao
Q
+ - + - Dielétrico
+ -
+ - + -
0 U ddp
+ - Eq = Campo devido às
Como vimos o capacitor armazena energia potencial elétrica.
+ - + - cargas das placas
Essa energia é numericamente igual a área hachurada obtida no
gráfico. 2 2
E P = Área do triângulo = UQ = UCU = CU = Q
como já havíamos dito. 2 2 2 2C
ER ER = Campo elétrico
Resultante.
8.5 CAPACITOR PLANO
Eq
A permissividade mede a intensidade da polarização do
É um capacitor onde suas armaduras são placas planas,
dielétrico. Então quanto maior for o campo elétrico devido ao
paralelas e iguais. As placas tem área A e a distância que as
dileno, mais significativa será esta polarização.
separa é d. Entre as placas existe um meio dielétrico de
Quando nós mudamos o dielétrico entre as placas do
permissividade absoluta.
capacitor, Michael Faraday percebeu em suas experiências que,
A
A
e ε = Kε0 que então C = Kε0 .
d
31
Onde ε0 o é a permissividade absoluta do vácuo. A Substituindo na expressão de definição da capacitância C, o
constante k é a constante dielétrica e cada dielétrico tem um valor que obtivemos para VAB, ficamos com:
valo diferente. q q
C= =
V AB q 1 1
−
4πε 0 R
A R B
Resultando:
Obs: para o vácuo e para o ar é praticamente um: k = 1 e como RA RB
C = 4πε0
k ≥ 1, a capacitância sempre aumenta com a introdução de um RB − RA
dielétrico entre as placas do capacitor no vácuo. Os valores de capacitância requeridos na prática tornam
desaconselhável o uso de capacitores esférico, pois eles seriam
muito onerosos em função das grandes dimensões que iriam ter.
8.6 CAPACITOR ESFÉRICO São, porém, utilizados para se determinar a permitividade de um
meio qualquer colocado entre as suas armaduras.
Sejam RA e RB os respectivos raios internos e externo das
esferas concêntricas que tem como isolante de separação o ar.
Seja q a carga armazenada pelo capacitor quando ligado a uma 8.7 FORÇA DE ATRAÇÃO DAS PLACAS PLANAS E
pilha, como mostra a figura. R
- PARALELAS DE UM CAPACITOR
A
+ -
+ + RB Quando ligamos aos terminais de uma pilha um capacitor de
+ + placas planas e paralelas, existe uma força de atração mútua entre
+ + as placas, uma vez que cada uma delas estará eletrizada com
- + -
- cargas de sinais opostos aos das cargas da outra placa.
Vamos agora obter a expressão que nos dá a intensidade
- dessa força de atração entre as placas. Para isso vamos considerar
Vimos que o potencial de uma+ esfera condutora de raio R, um capacitor de placas planas e paralelas de áreas S, isoladas pelo
isolada e eletrizada com carga q é: ar e a uma distância d um da outra, imaginando-o ligado aos
1q terminais de uma pilha.
V=
4πε 0 R
Nesse caso, as esferas condutoras constituintes do capacitor
não estão isoladas, pois uma está em presença da outra. O
potencial da esfera interna A é devido à sua carga (+q) e à carga (-
q) da esfera B. Portanto, é o resultado da soma algébrica dos
potenciais relativos a cada uma das cargas. A parcela do potencial
1 q A intensidade do campo nos pontos de uma das placas é
da esfera A devido à sua carga é e a parcela resultante
4πε 0 R A aquela dada pela expressão do campo nas proximidades de uma
película plana e infinita, eletrizada com carga q. Isto porque a
da presença da carga (-q) na esfera externa B, lembrando que os
distância que separa as placas é muito pequena em relação às suas
pontos de A são internos aos da esfera condutora B, é
dimensões e conseqüentemente podemos tratá-las como se fossem
1 ( −q ) infinitas. E ainda, como as cargas das placas se localizam nas faces
.
4πε 0 R B que se defrontam, devido à atração mútua entre elas, cada placa
Assim temos: pode ser considerada como uma película. Nessas condições, a
intensidade do campo em uma das placas devido às cargas da
1 q 1 ( −q ) q 1 1
VA = + = − outra é, como já vimos:
4πε 0 R A 4πε 0 R B 4πε R
A R B σ q q
Ep = = pois σ =
2ε 0 2ε 0 A A
Do mesmo modo, o potencial da esfera B é devido à sua carga
(-q) e à carga (+q) da esfera A, igual, portanto, ao resultado da Como o módulo da carga de cada placa é q, e sendo a
soma das duas contribuições. A parcela de VB devido à sua carga é intensidade da força F em uma delas devida à carga total da outra,
1 (-q) 1 q q2
e a parcela devido à carga de A é dada por F = q E p =
4πε 0 R B 4πε 0 R B 2ε 0 A
(lembrando que os pontos da esfera B são externos aos da esfera
A).
1 (-q) 1 q
VB = + =0
4πε 0 R B 4πε 0 R B
Exercícios Resolvidos
Assim, a ddp VAB entre as armaduras é:
q 1 1
VAB = VA = − 1 Dois condutores A e B, de capacitâncias CA = 2,0nF e CB =
4πε 0 R A RB 8,0nF . Eles estão eletrizados com cargas QA = 12C e QB = 8C.
32
Coloca-se um em contato com o outro e logo após, os separa. 4 (UFPE) Um capacitor de placas paralelas é carregado e
Pede-se: mantido ligado a uma bateria. A carga no capacitor é então 50 x
a) O potencial, antes do contato de cada condutor. 10-10C. Duplica-se em seguida a separação entre as placas sem
b) O potencial comum aos dois condutores após o contato. desligar a bateria e com isto muda-se a carga no capacitor.
c) As cargas existentes em cada condutor, logo depois do Qual o valor da carga final em unidades de 10-10C?
contato.
Solução:
a) Q = CV 5 (UFPE) Uma nuvem eletrizada está situada a 1000m de altura,
−6 paralelamente à superfície da terra, formando com esta um
12 ⋅10
VA = = 6,0 ⋅10 3 V capacitor plano de 15nF. Quando o campo elétrico no ar (entre
2 ⋅10 − 9 a nuvem e a terra) atinge o valor de 3,0 x 106 N/C, ocorre um
relâmpago. Calcule a carga elétrica, em C, que se encontrava
8 ⋅ 10 −6 armazenada na nuvem, no instante da descarga elétrica.
VB = = 1,0 ⋅10 3 V
8 ⋅10 − 9
6 (AFA) Sejam dois condutores isolados A e B cujas
Q A + Q B (12 + 8)10 −6 capacitâncias e tensões são C = 6µF . C = 4µF . V = 80V e V =
V = = = 2 ⋅10 3 V
C A + C B (2 + 8)10 −9
b) 30V. Quando colocados em contato o potencial comum em volts
é:
a) 30 b) 40 c) 60
−9 −6
c) Q A ' = C AV = 2 ⋅ 10 ⋅ 2 ⋅10 = 4 ⋅10 C = 4µC
3
d) 90
Q B = C BV = 8 ⋅10 −9 ⋅ 2 ⋅10 3 = 16 ⋅10 −6 C = 16µC
7 (UFPB) Um capacitor de 1µF está inicialmente carregado com
2 Considere um capacitor plano a vácuo. As armaduras do carga de 4 µC e um capacitor de 3 µF está descarregado.
capacitor possuem área A = 0,4m2 e estão situadas a uma Em seguida, liga-se a placa positiva do capacitor carregado a
distância d = 4,0cm. Esse capacitor é carregado sob ddp uma das placas do capacitor descarregado e a placa negativa
(tensão) de 2000V. Determine a capacitância e a sua carga do capacitor carregado à outra placa do capacitor
elétrica total. descarregado.
Solução: Durante um determinado intervalo de tempo, as cargas se
C A ε0 = 8,8 x 10-12F/m redistribuem até que seja novamente atingida uma situação de
= ε0 equilíbrio eletrostático.
d 0,4
C = 8,8 ⋅10 −12 = 8,8 ⋅10 −11 F a) Determine a energia potencial armazenada pelo capacitor
4 ⋅10 − 2 na situação inicial.
Q = CV b) Qual a condição para que seja atingido o equilíbrio
eletrostático?
Q = 8,8 ⋅10 −11 ⋅ 2000 = 17,6 ⋅10 −11 C c) Determine a energia potencial armazenada pelo sistema de
capacitores na situação de equilíbrio final.
33
9.1 CORRENTE REAL E CONVENCIONAL
- -
- - 9.2 INTENSIDADE DA CORRENTE ELÉTRICA
i
J=
A
34
1 coulomb
A velocidade de arrastamento vd dos portadores de carga 1 ampère =
1 segundo
pode ser calculada em função da densidade de corrente j. A
figura abaixo mostra os elétrons de condução de um fio
movendo-se da esquerda para a direita com uma velocidade de
arrastamento constante vd. Podemos considerar o número de
elétrons desse fio como sendo igual a nAl, onde n é o número
de elétrons de condução por unidade de volume e Al é o
volume do fio. Notemos, então, que no tempo
atravessa a extremidade do lado direito do fio. Daí, obtemos o Em um condutor, a intensidade de corrente elétrica é
valor da corrente i: sempre a mesma em qualquer seção do condutor mesmo que
q nAle ele tenha seções transversais variáveis.
i= = = nAev d
t l/ v d i1 i 2
Tirando o valor de vd e lembrando que j = i/A obtemos, por
fim:
i j
vd = =
nAe ne
i =i
1 2
∆q
iins = lim 9.3 EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA
∆t → 0 ∆t
Os principais efeitos causados pela passagem de uma
Se a corrente elétrica for constante, a intensidade média é corrente elétrica são:
igual a intensidade instantânea: Efeito magnético: toda corrente elétrica cria ao seu redor
um campo magnético. Isto pode ser verificado
∆q experimentalmente aproximando-se uma bússola de um
im = iins = condutor sendo percorrido por corrente: a agulha sofre
∆t deflexão.
No SI a unidade de corrente elétrica é o ampère (A) em Efeito térmico ou efeito joule: consiste no aquecimento
homenagem ao cientista francês Ampère. Esta unidade é dos condutores devido à passagem de corrente elétrica.
definida por meio do eletromagnetismo como veremos mais Significa energia elétrica transformando-se em energia
tarde. Contudo, é verdade afirmar que em uma corrente térmica. Chuveiro elétrico, ferro elétrico, dispositivos de
constante de 1 ampère (1 A) , a cada segundo passa por uma aquecimento elétricos são aplicações desse efeito.
seção transversal considerada, 1 coulomb (1 C) de carga
elétrica em módulo. Efeito químico: basicamente são as transformações
químicas provocadas pela passagem da corrente elétrica
35
em soluções eletrolíticas. Exemplo: a decomposição da i
máx
água em oxigênio e hidrogênio, pela passagem de uma
corrente elétrica através de uma solução ácida.
i
mín
Efeito fisiológico: a passagem da corrente elétrica em um
organismo vivo provoca contrações musculares pois age
diretamente no sistema nervoso. Exemplo: o choque 1 t
elétrico.
A B
0 t + -
Como a intensidade é sempre constante, a intensidade de U
corrente média é igual a da corrente instantânea. Por exemplo,
as pilhas são fontes que fornecem corrente contínua.
Quando uma carga elétrica ∆q atravessa o aparelho
deslocando-se de A para B, as forças elétricas realizam sobre
∆q ela um trabalho dado por:
im = iinsta =
∆t
WAB = ∆q (VA – VB)
9.4.2 CORRENTES CONTÍNUA PULSANTES
Este trabalho corresponde à energia elétrica que o aparelho
São correntes que variam sua intensidade em máximos e troca (cede ou recebe) com o resto do circuito e seu módulo é:
mínimos com sentido constante. Uma possível representação
gráfica de uma corrente pulsante é mostrada na figura abaixo: |WAB| = |∆q| . U onde U = (VA - VB)
i
36
Dividindo o módulo desse trabalho pelo intervalo de tempo ∆q ne ne
∆t durante o qual ele foi realizado, obtemos a potência elétrica i= = ⇒ ∆t =
∆t ∆t i
média trocada pelo aparelho. Assim:
∆s ∆s
mas v = ⇒ ∆t = então temos:
W AB ∆q U ∆q ∆q ∆t v
Pm = = , mas i = ⇒ ∆t = ∆s ne ∆s . i
∆t ∆t ∆t i = ⇒n= =
v i ev
0,5 . 2 . 10 -3
= = 78125000 elétrons
1,6 . 10 -19 . 8 . 10 7
Então:
∆q U 2 Dado o gráfico da intensidade de corrente em função do
Pm = . i ⇒ Pm = U . i onde U = V – V
∆q A B tempo, calcule a carga total que passa pela seção
transversal de um fio condutor durante 20s.
i(A)
No SI a unidade de potência é:
Potência = potencial . corrente = 1V (volt) . 1A (ampère) = 1W
10
(watt)
Também é muito utilizada a unidade múltipla do watt
denominada
4 quilowatt (kW). A relação é:
0 15 20 t(s)
1 kW = 103 W
Solução:
Nos aparelhos elétricos costuma-se registrar a potência ∆q = i∆t = área
elétrica consumida por eles e a d.d.p. sob a qual devem ser (20 + 15) . 10
ligados para que funcionem em condições normais. Assim um ∆q = = 35 . 5 = 175C
2
dispositivo com a inscrição (200W – 220V) consome a potência
de 200W se for ligado a uma d.d.p. de 220V.
A energia elétrica ∆E pode ser expressa em função da 3 Um aparelho elétrico quando ligado a uma diferença de
potência P desenvolvida num dado intervalo de tempo pela potencial de 220V, fica sujeito a uma corrente elétrica de
relação: 0,8A. Qual a potência deste aparelho.
|∆E| = P . ∆t Solução:
P = Ui = 220x0,8 = 176W
37
corrente, em unidades de 10-8 Ampères/mm2, no fio mais 220V. Em quantos segundos o motor da bomba consome
grosso? uma energia de 35,2kJ, se por ele circula uma corrente
elétrica de 2A?
38
que a tensão do bipolo da figura, por exemplo, é 30V, estamos
4 (UNICAP) Um chuveiro elétrico, de potência 4,0kW, tem dizendo que a diferença de potencial entre seus terminais é de
uma vasão de 8L/min. A água fria entra a 16,5°C. 30V, isto significa que o potencial do ponto A é +30V em
Determine, em °C, a temperatura da água quente que sai relação ao ponto B (o potencial de A é 30V e o de B é 0V) e ou
do chuveiro. o potencial é –30V em relação ao ponto A ( o potencial de B é –
30V e o de A é 0V). Nos dois casos a diferença de potencial
entre os pontos A e B é 30V.
CURVA CARACTERÍSTICA
Em um bipolo, a relação matemática entre tensão e
1. 08 2. 18 3. C 4. corrente é dada pela equação característica do bipolo. Os
bipolos podem ser lineares ou não, de acordo com a sua
equação característica. Se a equação é do tipo U = K1. l + K2,
10. BIPOLO ELÉTRICO onde K1 e K2 são constantes, o bipolo é dito linear. São
exemplos de bipolos lineares, resistores e pilhas.
Denomina-se bipolo elétrico qualquer dispositivo que Se a equação característica é do tipo
apresenta dois terminais elétricos que podem ser ligados a um
circuito elétrico. Quando o bipolo está presente nos circuito U = K1 + K2. l + K3. l2 + K4. l3 + ...
usuais, a corrente elétrica sempre “entra” por um dado terminal
e “sai” pelo outro terminal. Um bipolo elétrico quando presente o bipolo é dito não linear. São exemplos de bipolos não lineares
em um circuito qualquer, ou está consumindo energia ou diodos, válvulas.
cedendo energia a este circuito. Alguns exemplos são:
U U U
resistores, capacitores, geradores de um modo geral, etc.
I I I
i
A (+) B (-) Linear Não Linear
39
energia cinética fornecida pelo campo elétrico aos elétrons
transferida à estrutura de íons do condutor. Esta energia
perdida pelos elétrons é convertida em energia térmica que se
observa no aquecimento do condutor. Essa conservação de
energia que é responsável pelo aquecimento do condutor na
passagem de uma corrente elétrica é chamada de Efeito Joule.
10.1.2 ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Dizemos que dois ou mais bipolos elétricos estão 10.3 RESISTÊNCIA ELÉTRICA
associados em paralelo quando todos os seus terminais de
entrada estão ligados em um ponto, e os terminais de saída Suponha um condutor AB ligado a uma bateria, como
estão ligados a outro. Observe: mostra a figura: i
i1
A B
i2
A B
i - +
i3
Bateria
Os pontos A e B são chamados de Nós (ponto de ligação
de dois ou mais condutores). Como vimos, a soma das Sabemos que uma bateria estabelece uma diferença de
correntes i , i e i é igual a corrente i: potencial UAB nas extremidades do condutor,
1 2 3
conseqüentemente uma corrente i passará através dele. A
i=i+i +i oposição devido as colisões internas das cargas móveis com os
1 2 3 átomos ou moléculas do condutor poderá ser maior ou menor,
dependendo da natureza do condutor. Claro que a corrente
Características: elétrica será maior ou menor dependendo desta oposição. Para
• Todos os elementos associados em paralelo estão caracterizar esta oposição que um condutor oferece à
submetidos à mesma diferença de potencial (U ). passagem de corrente elétrica através dele, define-se uma nova
AB
grandeza, chamada resistência elétrica R, do condutor da
• A soma das correntes que chegam em um nó é igual à
seguinte maneira:
soma das correntes que saem do nó.
U
R = AB
i
10.2 EFEITO DE JOULE
Unidades – No Sistema Internacional (SI) temos:
Num fio condutor, por exemplo o cobre, os elétrons livres 1 volt (V)
movem-se aleatoriamente com velocidade média da 106m/s, [R] = = 1 ohm (Ω)
1 ampères (A)
devido a agitação térmica. Neste movimento ocorre diversos
choques dos elétrons com os átomos do condutor. Quando o
condutor é submetido a um campo elétrico, rapidamente no Observe que um condutor não precisa ter o quociente
condutor teremos um movimento ordenado lento. acima constante, ou seja, sua resistência pode variar com a
corrente, temperatura, etc. É o caso, por exemplo do condutor
8 cuja a representação gráfica de U em função de i é:
U (V)
20
10
0 5 20 i (mA)
O campo acelera os elétrons em um sentido preferencial,
adquirindo velocidade , e com isso, energia cinética. Mesmo
que submetido ao campo elétrico, sua velocidade de Observe que a resistência desse condutor diminui quando a
deslocamento não cresce indefinidamente, devido aos corrente aumenta.
constantes choques com a rede metálica do condutor, que Da mesma forma que temos a resistência elétrica, temos
passa a vibrar com amplitude constante. Quanto maior for o também a condutância elétrica de um condutor, representada
número destes choques, maio é a oposição que a estrutura por G, que é o inverso da resistência:
oferece ao “arrastamento” dos elétrons e com isto, maior é a
40
1 Considere um resistor mantido a uma temperatura constante
G=
R (ρ= constante). Estabelecendo uma diferença de potencial U em
seus terminais, uma corrente i circulará no resistor:
No sistema internacional (SI), a condutância elétrica é
medida em siemens (S). i R
1 A (+) B(-)
Condutância = = 1S
resistência (Ω)
U
Definimos o resistor como sendo um bipolo elétrico cuja sua
função é exclusivamente converter a energia elétrica em Como vimos a potência elétrica recebida e liberada por
qualquer bipolo elétrico, e em particular o resistor é dada por:
energia térmica (efeito joule). O resistor é representado pelo
símbolo abaixo:
R P=U.i
Mas no resistor, sabemos que U = Ri, então:
P = U . i = R . i . i = R . i2
10.5 LEI DE OHM. ou
U U2
O cientista alemão Georg Ohm, no século passado, P=U.i=U. =P=
R R
realizou uma série de experiências medindo a d.d.p. aplicada a
São as equações que fornecem a potência dissipada num
um condutor e a corrente que nele era estabelecida. Ele
resistor.
percebeu que ao variar a d.d.p. a corrente também variava e
A quantidade de energia que o resistor consegue liberar é
observou que para certos materiais, principalmente os metais, a
função da área livre do resistor, que normalmente ficar em
relação entre a voltagem e a corrente era constante, isto é:
contato com o ar. Observe que, se o resistor for muito pequeno,
U1 U 2 U 3 U
= = = ... , Ou seja, = constante a quantidade de energia liberada será também pequena e vice-
i1 i2 i3 i versa. Os resistores são construídos com diferentes potências.
Mas U/i é o valor da resistência elétrica R do condutor. Ohm Os tamanhos mais comumente fabricados são 1/8W, 1/4W,
concluiu que aqueles condutores tinham o R = constante. Os 1/2W, 1W e 2W.
condutores que obedecem a esta lei são chamados de
condutores ôhmicos.
Exercícios Resolvidos
ATENÇÃO: Não podemos esquecer que existem materiais que 1 Um resistor tem uma resistência de 100π, sob uma d.d.p. U
não obedecem a lei de Ohm, isto é, quando modificamos a = 80V. Calcule a intensidade de corrente que atravessa o
voltagem, modifica-se o valor da resistência do condutor, pois a resistor.
resistividade do material é alterada pela modificação na Solução:
Usando a lei de Ohm temos U = Ri
voltagem. Claro que U = Ri é válida quer o condutor seja ôhmico
U 80
ou não. Se o condutor for ôhmico, o valor de R é constante, i= = = 0.8A
enquanto que para um condutor não ôhmico, o valor de R R 100
variará com a voltagem.
2 Um resistor tem uma resistência elétrica de 40π e é
percorrido por uma corrente elétrica de 2,0A. Sabendo disto,
Para condutores ôhmicos, o gráfico da voltagem em função determine:
da corrente está representado abaixo: a) A potência elétrica consumida pelo resistor durante um
U intervalo de tempo qualquer;
b) A energia elétrica consumida pelo resistor no intervalo
U de tempo de 40s.
2
Solução:
U
1 a) R = 40Ω, i = 2,0A P = Ui = Ri2 = 40x22 = 160W.
E
b) P = ⇒ E = P . ∆t = 160 . 40 = 6400J
0 i
1
i
2
i ∆t
41
4 4 A resistência de um condutor independe da corrente
que o percorre.
20
1. A 2. B 3. VVVFF 4. D
5. 6. E 7. D 8. 24C 1. A 2. 25 3. E 4. 320s
9. 48 10. 11. D 12. D 5. D
13. C
1 (Unifor- CE) Um fio metálico, de comprimento L e resistência Como o valor da resistência de um resistor é padronizado,
elétrica R, é estirado de forma que seu novo comprimento nem sempre é possível obter certos valores de resistência.
passa a ser 2L. Considere que a densidade e a resistividade Associando-se convenientemente resistores entre si, podemos
do material permaneçam invariáveis. À mesma temperatura, obter o valor que quisermos.
sua nova resistência elétrica será: Chama-se de resistor equivalente a um resistor que pode
a) 4R. b) 2R c) R. substituir uma associação de resistores, sem que o resto do
d) R/2. e) R/4. circuito note diferença. Uma outra aplicação para a associação
de resistores é uma divisão de uma tensão, ou a divisão de uma
2 (UFPR) A área de uma seção transversal do filamento de corrente
uma lâmpada de 40W/200V é de 2,8 x 10 - 4 mm2, e seu .
comprimento igual a 20cm. A resistividade do filamento
depende da temperatura. Na temperatura ambiente 10.6.1 ASSOCIAÇÃO SÉRIE
(lâmpada desligada) ela vale 5,6 x 10- 8 Wm, e a resistência
do filamento é R1. Quando a lâmpada está ligada, a Resistores estão em série quando a corrente que passa por
temperatura aumenta muito, e a resistência do filamento é um for a mesma que passa pelo outros. A figura (a) mostra uma
R 2. Calcule a razão R2 /R1. associação série e a figura (b) a resistência equivalente.
43
IT = I1 + I2 + I3 (Eq 3.6)
como
UT U U
I1 = , I2 = T , I3 = T
R1 R1 R3
UT UT UT 1 1 1
IT = + + =UT + + (Eq 3.7)
R1 R 2 R 3 R1 R 2 R 3
Da figura tiramos que
No equivalente
UT 1
UT = U1 + U2 + U3 (Eq 3.1) IT = = UT ⋅ (Eq 3.8)
a soma das tensões nos resistores da associação é igual à RE RE
tensão total. Podemos verificar que uma associação série divide
uma tensão. Essa conclusão que chegamos é intuitiva, mas Comparando as equações 3.7 e 3.8 resulta:
como veremos mais adiante esta é uma das leis de Kirchhoff
(2ª). 1 1 1 1
Da figura temos ainda que: = + + (Eq 3.9)
RE R1 R 2 R 3
I1 = I2 = I3 = IT (Eq. 3.2)
Conclusão: em uma associação paralela, o inverso do resistor
Em cada resistor da associação, usando a 1ª Lei Ohm, equivalente é igual à soma dos inversos dos resistores da
teremos: associação.
U1 = R1.IT, U2 = R2.IT, U3 = R3.IT
Racionando com condutância a expressão 3.9 resulta:
que substituindo na equação 3.1 resulta:
GE = G1 + G2 + G3
UT = R1.IT + R2.IT + R3.IT = (R1 + R2 + R3).IT (Eq 3.3)
Da mesma forma que na associação série, a potência
No resistor equivalente: dissipada no equivalente é igual á soma das potências
UT = RE.I (Eq 3.4) dissipadas nos resistores da associação.
U1 = U2 = U3 = UT (Eq 3.5)
e
44
Característica do resistor equivalente à associação paralela
Exercícios Resolvidos
10.6.3 CURTO- CIRCUITO
1 Qual a resistência equivalente da associação abaixo:
Considere dois resistores R1 e R2 ligados em série e ligue entre
os pontos A e B um fio de resistência desprezível como mostra a
figura: A 1Ω 2Ω
A R1 R2 B 6Ω 2Ω
1
=
1
+
A
1
R eq R 3 R 4
R4 B
R .R R .0
⇒ R eq = 4 3 = 4
R4 +R3 R4 + 0
=0
R=2+2+2
R = 6Ω
. B 1Ω 2Ω
Req = 0
Podemos concluir que o fio ligado entre A e B serviu para A 1Ω
anular as participações das resistências R1 e R2 no circuito. Agora os resistores
Dizemos que se estabeleceu um curto- circuito entre os pontos A Enlaçados estão em 6Ω
e B. Fisicamente podemos tentar compreender se pensarmos paralelo. 6Ω
que a corrente elétrica terá preferência em percorrer um 1 1 1 2
caminho que não haja nenhum tipo de obstrução. A corrente = + = ⇒ R = 3Ω B
R 6 6 6
elétrica passará livremente pelo fio não sendo afetada pelas
resistências de forma que, é como se não existisse nenhuma
resistência elétrica entre os pontos A e B. Então os pontos A e B
são chamados de coincidentes, possuem o mesmo potencial (VA
= VB).
Observe que agora
A . 1Ω
1Ω
3Ω
10.6.6 FUSÍVEL
R f i1 R3
.
Dados:
45
1 1 1 5 12 5 (UFPE) No circuito abaixo, o valor de cada resistência é R
= + = ⇒ R BC = Ω então temos: = 2,0 Ω, e a diferença de potencial da bateria é 12 V. Qual o
R BC 6 4 12 5
. . .
A R1 B RBC C
valor da corrente elétrica que passa através da bateria?
a)
b)
1,0 A
2,0 A
R
c) 3,0 A
VAC = RAC i1 12V R R
d) 4,0 A
200 e) 5,0 A
5 1000
200 = (20+12/5)i1 ⇒ i 1 = 112 = 200 . = A
5 112 112 6 (UFPE) Determine a corrente no resistor de 60 Ω do circuito
abaixo, em ampères.
b) VBC = RBC i1=
12 1000 12 . 200 2400
. = = V ε
5 112 112 112
2400 400
c) VBC = R2 i2 ⇒ = 6 . i2 ⇒ i2 = A
112 112
6A 40 Ω 60 Ω
VBC = R3 i3 ⇒
2400
= 4 . i3 ⇒ i3 =
600
A
17
112 112
12 Ω
7 (UFPE) A figura abaixo representa um trecho de um circuito
elétrico. A diferença de potencial entre os pontos A e B é
20V. Qual é o valor da resistência R, em ohms?
1 (AFA) Nove fios de cobre, cada um de comprimento L e
diâmetro d, e resistência R, são ligados em série, formando a) 0,5 8i 0,5 Ω
um único condutor, com resistência total Rt. O diâmetro D de b) 1,5
um único fio de cobre, de comprimento também L, para se c) 2,5
obter a mesma resistência total deve ser: d) 3,5 A B
d d d R 0,5 Ω
a) b) c) e) 4,5
2 3 4
d i
d)
5 8 (UFPE) No circuito abaixo, qual a diferença de potencial, em
volts, entre os pontos E e S?
2 (UFPE) As lâmpadas de natal estão ligadas de forma que,
6,0 Ω
mesmo que uma queime, todas as outras continuam acesas.
Podemos afirmar com certeza que: 9,0 Ω
a) Todas as lâmpadas têm resistências diferentes.
b) As lâmpadas têm resistências diferentes. E S
c) Todas as lâmpadas estão ligadas em paralelo. 8,0 A 6,0 Ω 8,0 A
d) Todas as lâmpadas estão ligadas em série.
e) Metade das lâmpadas estão em série e metade em
paralelo. 12,0 Ω
46
R i1 a) apenas D1
b) apenas D1, e D2
c) apenas D1, D2 e D3
d) todos os dispositivos
i R R i2 e) nenhum dispositivo
R
15 (UFPB) Para o circuito ao lado, determine em volts, a
R i3
diferença de potencial entre as extremidades do resistor de
2Ω .
a) I1 = I2 = I3 b) I1 =2I2 = 2I3 c) I1 =2I2 = 4I3
d) I2 =2I1 = 4I3 e) I3 =2I1 = 4I2
io .a
2R
.b
io
3R
A 20
AMPERÍMETRO 0
0 20 40 60 80 100 T (OC)
A B
14 (UFPB) A figura ao abaixo representa a ligação de quatro
dispositivos D1, D2, D3 e D4 de mesmas resistências e que C
suportam, sem se danificarem, correntes elétricas máximas 220 V
47
19 (UPE) Três resistores, de mesma resistência R devem ser
associados de maneira que, quando ligarmos a uma pilha 10.7 CAPACITORES
ideal, dissipem o máximo de potência. Para isso, devemos
associá-los: Na apostila 1 de capacitores vimos os tipos de capacitores,
a) Em série seus componentes e sua utilidade. Vamos ver agora como eles
b) Em paralelo podem ser associados.
c) Dois paralelos e estes em série com o terceiro
d) De qualquer maneira, pois a potência independe do 10.7.1 ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES.
arranjo.
e) Dois em série e estes em paralelo com o terceiro. Da mesma forma que os resistores, os capacitores podem
ser associados em série, em paralelo e em mista.
20 (AFA) Duas lâmpadas, uma L1 de resistência R1 e outra L2 de
resistência R2, sendo R1 > R2, são ligadas em paralelo e em Associação em série- Nesta associação a armadura
série. Respectivamente, para cada ligação,a lâmpada mais negativa de um capacitor está ligada na armadura positiva do
brilhante será: seguinte:
a) L1 e L2
d) L1 e L1
b) L2 e L1 c) L2 e L2
U
1. B 2. C 3. 4. B
5. D 6.04 7. D 8. 48 Lembre que
9. 32 10. E 11. 12 12. 64
13. 67 14. C 15. 16V 16. a) 10W Q = CU então Q = CeqU
b) 20Ω Q = C1U1
17. E 18. 4 19. B Q = C2U2
Q = C3U3
48
capacitores. Perceba que a equação para a capacitância do Perceba que a equação da capacitância do capacitor
capacitor equivalente em série é igual à resistência equivalente equivalente em paralelo é igual à resistência equivalente em
em paralelo. série.
Associação em paralelo- Nesta associação as armaduras
com cargas positivas estão ligadas entre si, apresentando o Associação mista- Da mesma forma que em resistores, a
mesmo potencial, e as armaduras com cargas negativas estão mista é uma associação que contém as duas associações que já
ligadas também entre si com o mesmo potencial diferente do sabemos (série e paralelo). Para calcular a capacitância
primeiro. Observe a figura: equivalente, precisamos identificar os capacitores que estão em
série e em paralelo e calcular parte por parte.
+ Q1 - Q1 C2
C1
+ - C1
+ -
+ - C3
A
+
. Q Q2 +
+
+
+
- Q2
- C2
-
-
.B
- Exercícios Resolvidos
1 Considere três capacitores como mostra a figura:
Q3 +
+
+
+
- Q3
- C3
-
-
. . . .
A C1 B C2 C C3
. .
+ - UAD = = = 1V
+ - C3 4 . 10 - 6
+ -
+ - UAD = 5+2+1=8V pois estão em série
Ceq 1 1 1 1 1 1 1 5 + 2 +1 8
= + + = + + = =
C eq C 1 C 2 C 3 4 10 20 20 20
U
20 10 5
Ceq = = = = 2,5
Substituindo a definição de capacitância em (II), temos: 8 4 2
49
21
6 (UFPE) No circuito abaixo os capacitores de placas paralelas
C1 e C2 têm placas de mesma área separadas pelas
distâncias d1 e d2, respectivamente. Muito tempo após a
1 (UFPB) A capacitância equivalente à associação de
chave S ter sido fechada, as cargas nas placas desses
capacitores iguais de capacitância C, descrita pela figura ao
capacitores já atingiram seus valores máximos, Q1 e Q2
lado, é
respectivamente. Se d2 = 2d1, determine o valor da razão
Q1 / Q2 .
a) C/2 b) C c) 3C/2
d) 2C e) 3C C1 d2 S
d1 C2
2 A capacidade do condensador equivalente à associação
mostrada na figura é:
a) 2C/3
b) C/3
c) 3C/2 C/2
d) 2C
e) 3C
C 1. C 2. B 3. A 4. A
5. D 6. 2
C C C/2
C/2
3 (UFPE) Quando dois capacitores, de capacitância C1 e C2, 1 (ITA) Um catálogo de fábrica de capacitores descreve um
capacitor de 25V de tensão de trabalho e de capacitância
são ligados a uma bateria, como mostrado na figura abaixo,
22000µF. Se a energia armazenada neste capacitor se
adquirem cargas Q1 e Q2, respectivamente. Sabendo que
descarrega num motor sem atrito arranjando para levantar
C1>C2, assinale a alternativa correta. um tijolo de 0,5Kg de massa, a altura alcançada pelo tijolo é:
a) Q1 > Q2 a) 1Km b) 10cm c) 1,4m
b) Q2 =2Q1 C1 d) 20m e) 2mm
c) Q2 > Q1
d) Q1 < 2Q2
e) Q1 = Q2 .. C2
bateria
2 (UFPE) Aplicando-se uma diferença de potencial de 30V
entre os pontos A e B do circuito abaixo, qual o valor da
soma das cargas armazenadas nos dois capacitores, em
microcoulmbs?
A
C1 = 2,0µF
4 (AFA) Aplica-se uma d.d.p de 10V em uma associação em
série de três capacitores. Sabendo-se que C1 = 2µF, C2 =
2µF e C3 = 4µF, a energia armazenada em µJ, na C2 = 3,0µF
associação e a d.d.p., em volts no capacitor C2 são
B
respectivamente:
a) 40 e 4 b) 60 e 4 c) 40 e 8 3 (UFPE) No circuito abaixo, as capacitâncias valem C1 =
d) 60 e 8
1,0µF e C2 = 3,0µF. Calcule a diferença de potencial, em
5 (AFA ) Um capacitor C1 de 1µF é ligado a uma bateria de 12 volts, entre os pontos A e B.
V para ser carregado. Após a carga, a bateria é desligada, e C1 C2
outro capacitor C2 de 3µF, inicialmente descarregado é
A
ligado em paralelo com C1. A soma das novas cargas dos
capacitores em C será:
a) 3 x 10 b) 6 x 10 c) 9 x 10 100V
d) 12 x 10
B
50
⋅ i, ela é nula quando a d.d.p. nos terminais do gerador é nula (U
4 (ITA) No arranjo de capacitores abaixo, onde todos eles têm = 0; curto-circuito) ou quando a intensidade de corrente é nula (i
1,0µF de capacitância e os pontos A e D estão ligados a um = 0; tensão em aberto).
gerador de 10,0V pergunta-se: qual é a diferença de Na relação acima, fazendo PF = 0, obtemos como raízes da
potencial entre os pontos B e C ? E
equação iI = 0 (tensão em aberto) e i2 = icc = (curto-circuito).
r
Representando graficamente a potência elétrica fornecida ao
circuito externo em função da intensidade de corrente, obtém-se
o gráfico da figura abaixo, uma parábola de concavidade voltada
para baixo, que intercepta o eixo das abscissas (potência
fornecida nula) na origem (i = 0; tensão em aberto) e na corrente
de curto-circuito.
PF = E ⋅ i - Ri ⋅ i2
51
Observações:
1. Se o circuito externo for constituído por um único resistor (c)
de resistência R (figura), a d.d.p. U será dada por U = R ⋅ i.
E E
Substituindo os valores U = e i = , vem:
2 2r
E E
=R⋅ R=i
2 2r
Da associação, tiramos:
UT = U1 + U2 + U3
52
(c) Se multiplicarmos por 1, ambos os membros da equação
característica, obteremos:
U . I = E' . I + Ri . L2
53
6 I(A)
Pf =Ui mas Pd = r’i2 a) 2 b) 6 c) 18
d) 72
400 = 50i 200 = r’64
i = 8A r’ = 200/64=25/8W 4 (AFA) O gráfico representa o comportamento de um
receptor. O valor da resistência interna do receptor, em ohm,
Pf = Pu + Pd mas Pu = e’i e a diferença de potencial, em volts, em seus terminais,
400 = Pu + 200 200 = e’8 quando a corrente for 3 A, são, respectivamente.
Pu = 200W e’ = 200/8 = 25V U(V)
27
2 Observando a curva característica de um motor elétrico
calcule a fcem e a resistência elétrica interna desse motor. 20
U (V)
200 10
100
0 20 i (A)
0 5 i(A)
Solução: a) 2 e 16 b) 4 e 18 c) 5 e 20
d) 6 e 10
U = e’+r’i
Observa-se diretamente que e’=100V. Substituindo na 6 (AFA-00) Ligando-se um resistor de 0,10Ω a uma bateria
equação temos com f.e.m de 1,5 V, tem-se uma potência, dissipada no
resistor, de 10W. A diferença de potencial, em Volts, e a
200 = 100 + r’20 resistência interna da bateria em Ω, são, respectivamente:
r’ = 100/20 = 5W a) 1 e 0,05 b) 1 e 0,005 c) 10 e 0,05
d) 10 e 0,005
2 (Mack-SP) Um gerador de tensão continua, de resistência 9 (UPE) É dada uma associação em série de 3 elementos de
interna 1W, tem rendimento de 80% quando por ele passa pilha cada um com 1,5 volts de fem e 0,9Ω de resistência
uma corrente de 5 A. A f.e.m. desse gerador é: que, em seguida, é conectada a um resistor de 6,3Ω.
a) 5 V b) 10 V c) 15 V A corrente que percorre o circuito é, em ampères:
d) 20 V e) 25 V a) 0,50 b) 1,58 c) 2,70
d) 4,50 e) 10,00
3 (AFA) Um resistor R é ligado a um gerador representado no
gráfico abaixo. Se a corrente que circula em R é 3 A, a 10 (AFA) Tomemos o circuito abaixo, onde todos os geradores
potência dissipada, em watts, vale: têm a mesma força eletromotriz e a mesma resistência
interna. O valor da intensidade da corrente I que percorre o
U(V) resistor R, é dado por:
r E
12
r E r E
i
r E
0
54
I1 = I2 = I’ e I4 = I3 = I
r
como equilíbrio IG = 0, o ponto B tem mesmo potencial que o
a) 4E/(4r + R) ponto C, isto é,
4
b) 4E / r + R U1 = R1 . I’ = U4 = R4 . I e
3 U2 = R2 . I’ = U3 = R3 . I
4
c) 2E / r + R
3 dividindo membro a membro as igualdades acima,
d) 2E/(4r + R)
R1 . I' R4 . I R1 R 4
= → = ou R1 . R 3 = R 2 . R 4
R 2 . I' R3 . I R2 R3
12 (UFPE) O circuito abaixo representa uma bateria de 7,5 V e
resistência interna de 0,3Ω , alimentando dois motores com
resistências internas de 2Ω e 3Ω. Qual a corrente em
Ampères que circula no motor de 2Ω ?
55
Observe que a d.d.p. entre os terminais do gerador
UAB = ε - ri é a mesma do resistor UAB = Ri. Relacionando as
duas equações temos:
ε - r . i = R . i ⇒ ε = (R + r) i
ε
i= Lei de Ohm- Pouillet.
R+r
Rx . R4 = R1 . R3 ε r
ρ . L3 ρ . L4
R3 = e R4 =
S S
portanto Rer
ρ . L4 ρ . L3 ε
Rx . =R1 . ii=
S S R eq + r
resultando:
ε
A
+
. A ε - ri = ε’ + r’i
ε - ε’ = ( r + r’)i
ε − ε'
i=
ε– R r + r'
B . B
gerador- receptor.
56
A lei dos nós como nós já vimos diz que, em um nó, a soma
das intensidades de corrente que chegam é numericamente
igual a soma das intensidades de corrente que saem:
11.3 CIRCUITO EM SÉRIE GERADOR- RESISTOR- RECEPTOR.
i3 = i1 + i2
Considere um circuito simples constituído por um gerador,
resistor e um receptor: Lei das malhas- Considere o circuito:
ε .
B
R
C
. r1
. F R1 E
r2
. R2
+ ε3
D
.
ε’
-
+ +
r
.
A . D
r’
ε1 -
A R3
ε2 -
B
. r3
C
.
I Os trechos de um circuito entre dois nós consecutivos são
denominados ramos. A malha é qualquer conjunto de ramos
Observe que UAB = UBC + UCD (I) e que : formando um circuito fechado. A lei das malhas diz que
UAB = d.d.p. do gerador = ε – ri percorrendo-se uma malha em um certo sentido
preferencial, partindo-se e chegando-se ao mesmo ponto do
UBC = d.d.p. do resistor = Ri
circuito, a soma algébrica das diferenças de potencial de
UCD = d.d.p. do gerador = ε’ + r’i todos os elementos do circuito encontrados no caminho, é
nula.
Substituindo em (I) temos:
ε - ri = Ri + ε’ + r’i Para a aplicação da lei das malhas temos que ter cuidado
ε - ε’ = (R + r + r’)i com as tensões. Observe que no resistor a d.d.p. pode ser U =
Ri. Quando a malha é percorrida no sentido da corrente a d.d.p.
ε − ε' é positiva (+) e quando é percorrida no sentido contrário da
i= corrente a d.d.p. é negativa (-).
R + r + r'
R B
..
VA>VB , U = VB – VA<0, negativo.
33
simples, (possui várias malhas) para a determinação de todas as
correntes recorremos às leis de Kirchhoff: A lei dos nós e a lei
das malhas. Sentido
Lei dos nós- Numa rede elétrica, denomina-se nó o ponto Percorrido
onde a corrente elétrica se divide.
No caso de geradores ou receptores o sinal da fem e da
fcem é o mesmo do sinal de entrada no sentido do percurso
i2
i1 . A
i3
adotado:
57
.
A ε
.
B
Observe que neste caso nós não temos um circuito simples,
mas usando as leis de Kirchhoff podemos calcular
tranqüilamente as correntes i, i1 e i2.
Sentido
Percorrido
VA<VB
U = VA - VB < 0= -ε
.
A i B C
.A . B
ε
r
a
ε’
i1
b
i2
R
Sentido
Percorrido a
VA<VB
U = VB – VA >0 = + ε
E D
sentido do percurso horário, aplicando a lei das malhas temos: i = i1 +i2 (I)
r1
.
F R1
i2
E
r2
. R2
i3
D
ε3
. Na malha a começando no ponto A temos:
ε’ + r’i1 + ri - ε = 0 (II)
A
R3
ε2
B
. C
r3
. encontrar as correntes i, i1 e i2.
ε
.
Considere o circuito:
i
ε1
i2
58
.
A ε r
.
B
2,0
0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 i (A)
1 (UFPE) No circuito abaixo, as resistências R1 e R2 valem,
respectivamente, 20Ω e 10Ω. Determine o valor em volts da 4 (UPE) No circuito elétrico abaixo, admita que o amperímetro
força eletromotriz e, sabendo-se que, quando um voltímetro e o voltímetro são ideais. Coloca-se entre os pontos A e B
ideal V é ligado pontos a e b, acusa uma leitura de 5 volts. um gerador de f.e.m. de 10 V e resistência interna de 1Ω.
. ε r
. .. C
resistores iguais de 20Ω cada, como mostra o esquema
abaixo. Qual é a intensidade da corrente que passa pelo
gerador, em Ampéres?
A
V
20Ω 20Ω
3 (UFPE) Uma bateria foi ligada a um resistor X de resistência
ajustável, como indicado na figura. Para diferentes valores G
da resistência, os valores medidos para a diferença de C
potencial VAB, entre os pontos A e B, e para a corrente i no 20Ω
circuito, são indicados no gráfico abaixo. Determine o valor
da resistência interna r da bateria, em Ω. 20Ω 20Ω
B D
59
7 Qual a intensidade de corrente elétrica, em A, que será 220V 1,0Ω
indicada pelo medidor do circuito abaixo?
7Ω 4Ω
10V 2Ω 9,0Ω
3Ω 5Ω A 12,0V 0,4Ω
Afirma-se que:
I. O amperímetro ideal A registra 2 A.
9 (UFPE) No circuito abaixo ε1 = 2,0 volts, ε2 = 4,0 volts, r1 = II. O potencial no ponto P é 10 V.
1,0 ohm, r2 = 2,0 ohm e R = 5,0 ohms. O valor da intensidade III. A potência dissipada no resistor de 4 Ω é 4 W.
de corrente no circuito é:
São verdadeiras
a) Apenas I e II b) Apenas I e III c) Apenas II e III
d) I, II e III.
r1 ε1 r2 ε2
13 A maioria dos circuitos elétricos tem um ou mais de seus
pontos ligados à Terra. Considere o circuito abaixo ligado à
Terra no ponto b. Atribuindo à Terra o potencial de 0 volts,
determine em volts, o potencial elétrico do ponto A.
R 12V 12V
a) 0,25 A b) 0,50 A c) 0,75 A
d) 0,85 A e) 1,0 A
80V 3,0Ω
A
. . B
A
2Ω
.
B
2Ω
-
1,0Ω 20V
60
i
10Ω 20Ω
a V b
10Ω 10Ω
No circuito acima, determine:
a) o sentido da corrente elétrica;
b) a intensidade da corrente elétrica;
c) os potenciais elétricos nos pontos B, C e D;
d) a ddp UDB = √D - √B. 5 (ITA) A ponte de resistores da figura abaixo apresenta na
temperatura ambiente, uma tensão Va – Vb = 2,5V entre seus
2 No circuito a seguir, as baterias são supostas ideais. Os terminais a e b. Considerando que a resistência R está
pontos A e C são mantidos em aberto. imersa em um meio que se aquece a uma taxa de 10 graus
centígrados por minuto, determine o tempo que leva para
que a tensão entre os terminais a e b da ponte se anule.
Considere para a variação da resistência com a temperatura
um coeficiente de resistividade de 4,1 x 10-3 K-1.
zero?
R1
.
que a corrente através da fonte de tensão ε2 seja igual a
R3 R2
61
ε
. a A
R C
I1 i2 i3 VB - VA r
0,20A
-0,18A
0,20A
-0,50A
-0,40A
0,33A
0,40A
0,75A
0,20A
0,15A
0,60A
0,25A
2,0V
-1,5V
6,0V
-2,5V
.b
Das afirmativas mencionadas, é (são) correta(s):
0,18A 0,33A 0,51A 5,1V a) Apenas I
b) Apenas I e II
8 (UFPE) No circuito da figura, calcule a carga armazenada no c) Apenas I e IV
capacitor de 4,5µF, em unidades de 10-6C. d) Apenas II e III
1,0Ω e) Apenas II e IV
a) Qc = 14µmC, Pd = 0,1 W
Indicando por Q a carga elétrica nas placas do capacitor C; b) Qc = 28µmC, Pd = 0,2 W
por U a energia eletrostática armazenada no capacitor C;
c) Qc = 28µmC, Pd = 10 W
Por P a potência dissipada por efeito Joule, então:
d) Qc = 32µmC, Pd = 0,1 W
Q(C) U(J) P(J/s)
a) -2 x 10-5 64 18 e) Qc = 32µmC, Pd = 0,2 W
b) +2 x 10-5 64 64
c) 0 0 32 12 (MACK-SP) O gerador do circuito tem resistência internade
d) 2 x 10-5 1,0 x 10-4 32 1,0Ω e o condensador de capacidade 15µF está carregado
e) 1,1 x 10-6 6,3 x 10-6 18 com 90µC. A f.e.m. do gerador é:
e
10 (ITA) No circuito mostrado na figura abaixo, a força
eletromotriz da bateria é ε = 10 V e a sua resistência interna 20,0Ω 1,0Ω
é r = 1,0Ω. Sabendo que R = 4,0Ω e C = 2,0µF, e que o
capacitor já se encontra totalmente carregado, considere as
seguintes afirmações:
I. A indicação no amperímetro é de 0 A.
II. A carga armazenada no capacitor é 16µC. C = 15µF
III. A tensão entre os pontos a e b é 2,0 V.
IV. A corrente na resistência R é de 2,5 A. a) 7,5 V b) 6,3 V c) 5,7 V
d) 2,9 V e) 0,6 V
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13 (MACK-SP) No circuito, a carga armazenada no capacitor de
1mF é:
2Ω
1µF
3µF
12V 2µF 2Ω
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Ligado a uma fonte de corrente alternada, que é um fluxo E e B permite o aparecimento de outra corrente elétrica entre E e C.
oscilante de elétrons, o diodo só permite o movimento de elétrons Veja a figura:
num único sentido. A corrente, embora em pulsos, passa a ter um
único sentido.
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Circuito integrado 2 Considere o circuito abaixo:
A compreensão do funcionamento desses dispositivos permite
uma visão introdutória da eletrônica, tecnologia que permeia todos
os setores de nossa vida. É importante que você perceba que a
eletrônica se origina da compreensão da estrutura elementar da
matéria, que a física moderna possibilitou. A eletrônica não é uma
ciência, mas a aplicação tecnológica de uma ciência – a física.
Ex e r c íc i o s
a) Obtenha as resistências do diodo para U = +5V e U = -
5V.
1 Os semicondutores são materiais que possuem resistividade b) Determine os valores lidos no voltímetro e no
de valor intermediário entre a do condutor e a do isolante. O amperímetro para U = +5V e U = -5V.
germânio é um material semicondutor que tem quatro
elétrons de valência. Se um cristal de germânio contiver 3 (IME-RJ) O elemento passivo k, cuja potência máxima de
pequena quantidade de arsênico, que apresenta cinco utilização é de 30 watts, tem a característica tensão-corrente
elétrons de valência, sobrará um elétron na estrutura. Esse dada pelo gráfico a seguir:
material é chamado de semicondutor tipo n e diz-se que o
germânio está dopado com o arsênico. Se, ao invés do
arsênico, o gálio for usado na dopagem (três elétrons de
valência) faltará um elétron na estrutura (um buraco). Agora,
tem-se um semicondutor tipo p. A junção desses dois tipos
(diodo) vai produzir um efeito de difusão de elétrons e
buracos, e o resultado será uma alteração de estado, de tal
modo que o material oferecerá grande resistência se
tentarmos fazer uma corrente elétrica atravessá-lo no
sentido n p (polarização inversa). Já no sentido p n a
corrente elétrica passará com facilidade (polarização direta).
Considere essas informações para analisar as figuras.
a) 1A b) 2 A c) 4A
d) 5A e) 10 A
1. FFVFV 2. a) 4A 3. V = 135V
b) 8A
1
c) r Ω
3
I II
0 0 O circuito A está correto.
1 1 O circuito B está correto.
2 2 O circuito C está correto.
3 3 O circuito D está correto.
4 4 O circuito E está correto.
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