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III Congresso Nacional de Letras, Artes e Cultura 23 a 27 de agosto 2010

A arte do vale do jequitinhonha no século XVIII: o uso das grotescas na


narrativa iconográfica religiosa

27/08 • 17h -18h30 • S. 2.28 - CTAN

Carla Mabel Santos Paula, Mestranda, UFMG

carlamabel.sp@gmail.com

Prof. Dr. Luiz Antônio Cruz Souza (Orientador)

RESUMO

A arte do vale do jequitinhonha no século XVIII: o uso das grotescas na narrativa iconográfica
religiosa 27/08 • 17h -18h30 • S. 2.28 - CTAN Carla Mabel Santos Paula, Mestranda, UFMG
carlamabel.sp@gmail.com Prof. Dr. Luiz Antônio Cruz Souza (Orientador) As pinturas
denominadas grotescas, ou grotesque no termo italiano, têm origem nas decorações
descobertas na década de 1480 em Roma, nos vestígios da Domus Aurea de Nero. Essas ruínas
encontravam-se no subsolo, por isso, deram-lhe o nome de grutas, chamaram de grotescas as
pinturas ali descobertas e depois as que delas se originaram. Os motivos que ornamentavam
as paredes do local eram constituídos de pequenas criaturas humanas, animais míticos, figuras
híbridas, máscaras, envoltos por folhagens e ramagens em voluta. Nas Capelas de Nossa
Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Gonçalo, em Chapada do Norte e Minas
Novas respectivamente, as pinturas de grotescas atuam como se fossem elementos de
integração entre pintura e arquitetura, geralmente ladeando colunas e emoldurando quadros.
Elas não seguem o tema representado, pois, é da natureza das grotescas não depender de
programas de representação; as histórias são religiosas, enquanto as grotescas são compostas
por motivos pagãos. Elas ficam à margem do tema central, atuando, como as pinturas que
emolduravam iluminuras ou gravuras, com a função de descansar ou mesmo de distrair o
leitor, oferecendo-lhe uma pausa e, se possível, fazendo-o rir. Analisamos as relações entre as
pinturas de grotescas e os temas religiosos representados nas Capelas, ressaltando as
características culturais e sociais da região do Vale do Jequitinhonha, com o objetivo também
de comprovar a hipótese de que um mesmo artista teria atuado nessas duas cidades nas
primeiras décadas do século XVIII. Para tanto é necessário uma metodologia interdisciplinar,
que envolve estudos técnicos, científicos, históricos, formais e estilísticos, visando o
entendimento dos exemplares escolhidos em seus vários aspectos.

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