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Geração de Energia Elétrica.

Técnico em Eletrotécnica.

1º Termo.

Professor: ________.
SUMÁRIO

1. SIMBOLOGIA ................................................................................................................2

2. DEFINIÇÃO ....................................................................................................................4

3. FUNÇÃO ..........................................................................................................................3

4. APLICAÇÃO ...................................................................................................................4

5. TERMINOLOGIA ........................................................................................................10

6. CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................12

7. CONSTITUIÇÃO ..........................................................................................................15

8. FUNCIONAMENTO ....................................................................................................21

9. ESPECIFICAÇÃO ........................................................................................................27

10. ENSAIOS........................................................................................................................35

11. INSTALAÇÃO ..............................................................................................................35

12. MANUTENÇÃO............................................................................................................38

13. NORMAS .......................................................................................................................39

14. PREÇOS .........................................................................................................................40

15. FONTES DE CONSULTA ...........................................................................................42

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1. SIMBOLOGIA
A simbologia para usinas geradoras possui representações para usinas de concessionária própria e usinas
compartilhadas, se dá de acordo com a norma técnica SB-112. Para cada tipo de fonte energética, há um
símbolo diferente, e todos são listados a seguir.
Tabela 1.1 – Simbologias de Usinas geradoras

Tipo da Usina Simbologia para Usina Simbologia para Usina


de concessionária compartilhada
própria

Hidrelétrica

Hidrelétrica (Forma
alternativa)

Termelétrica

Nuclear

Solar

Eólica

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Usina de produção
combinada de calor e
eletricidade

2. DEFINIÇÃO .
Usinas geradoras de energia podem ser definidas como um conjunto industrial de obras e equipamentos
que têm por finalidade a geração de energia elétrica, através de aproveitamento do potencial energético de
qualquer fonte energética. São também chamadas de estações geradoras.

3. FUNÇÃO.
Usinas geradoras de energia elétrica, como o próprio nome já diz, visam à geração de energia elétrica. O
que as usinas fazem para gerar a energia sob a forma elétrica, é a transformação de energias existentes em
outras formas, tais como a queima de combustíveis, transformando energia térmica em elétrica, ou a utilização
do potencial dos rios, nas hidrelétricas, que transforma energia mecânica em energia elétrica.

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É essencial conhecer os recursos naturais de cada região para determinar qual será o tipo de usina que
pode ser instalado para melhor aproveitar os potenciais energéticos daquela região.
A seguir, listamos os potenciais energéticos conhecidos que podem ser transformados em energia
elétrica, e tipo da usina que deve ser instalada para aproveitar este potencial.

Tabela 3.1 – Potenciais energéticos e tipo de usina relacionada

Potencial Energético Tipo de Usina Geradora

Água Fluvial Usina Hidrelétrica

Raios Solares Usina Solar

Vento Usina Eólica

Queima de combustíveis Usina Termelétrica


fósseis

Fissão e fusão nuclear Usina Nuclear

Nascentes Hidrotermais Usina Geotérmica

Gravitacional Usina Maremotriz

Queima de resíduos Usina de Biomassa

4. APLICAÇÃO
A aplicação de uma usina geradora de energia depende das condições geográficas e ambientais de
determinadas regiões. Primeiramente, é necessário verificar os possíveis potenciais energéticos da região, pois
cada ambiente possui potenciais diferentes em níveis diferentes. A partir disso, procura-se instalar o tipo de usina
que aproveite o potencial energético de maior qualidade que a região em questão possui. Em seguida, verificam-se
as condições geográficas e ambientais para a construção da usina. Cada usina necessita de condições especiais para
o seu funcionamento adequado. A seguir, descrevemos algumas dessas condições para tipos diferentes de usinas.

4.1. Usina Hidroelétrica ou Usina Hidrelétrica:

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Figura 4.1 – Usina Hidrelétrica de Tucuruí.

Usinas hidrelétricas devem ser construídas onde exista um grande potencial energético por meio de água
fluvial. Regiões onde existam rios largos e com desníveis consideráveis são regiões promissoras para a
instalação de uma usina hidrelétrica.
Geralmente onde regiões que atendem essas características são localizadas distantes dos centros
consumidores de energia.
Para a construção de uma usina deste tipo, é necessário muito espaço físico. Além do espaço físico é
preciso observar os impactos ambientas que a construção da mesma irá ocasionar, pois é necessária a instalação
de um reservatório extenso de água. Essa construção desse reservatório e o funcionamento em si da própria
usina pode causar os seguintes impactos ambientas

- Inundações em áreas extensas de produção de alimentos e florestas;


- Alterações fortes no ambiente e com isso prejudicar a fauna e a flora da região. Como exemplo,
podemos citar a interferência na migração e reprodução de peixes e devastação da mata ciliar;
- Alterar o funcionamento dos rios;
- Gerar resíduos nas atividades de manutenção dos equipamentos da usina;
Toda a construção e planejamento da usina devem ser feito em conjunto com engenheiros ambientais para não
prejudicar a flora e a fauna local. Os prejuízos do mal planejamento podem ser não somente para o meio
ambiente, mas como até mesmo, resíduos do ambiente atrapalhar o funcionamento das turbinas, comprometendo
assim a geração da energia.

4.2. Usina Solar:

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Figura 4.2 – Usina de Sempa, em Portugal.
A transformação da energia solar em energia elétrica é com certeza a melhor opção de geração
de energia no que diz respeito a impactos ambientais, pois esta não causa nenhum impacto ao meio
ambiente. O potencial energético via raios solares, é também o mais abundante, pois o Sol irradia
sobre a Terra anualmente algo equivalente a 10 mil vezes a energia consumida pela população
mundial no mesmo período.
O aproveitamento da energia solar tem ocorrido em baixa escala, pois o custo de produção dos
painéis é elevado. Futuramente, com o investimento adequado, as usinas solares poderão substituir
outros tipos de usinas que causam um alto impacto ambiental.
A instalação deste tipo de usina normalmente é feita em regiões com baixa taxa de
nebulosidade, onde na maior parte do ano, os dias são ensolarados. É interessante também fazer a
instalações em regiões com baixa umidade relativa do ar e clima mais seco, pois assim, não há
também um grande índice de pluviosidade, obtendo melhores resultados na geração.
A instalação consiste basicamente na instalação de painéis fotovoltaicos, por isso, regiões
planas e elevadas são preferenciais.
Ironicamente, regiões onde possivelmente ocorreria um melhor aproveitamento da energia
solar, que são as regiões próximas da linha do Equador, não há uma utilização abundante do
potencial da energia solar. Isso ocorre, pois o custo dos painéis fotovoltaicos são muito caros, e as
regiões localizadas nesta faixa do globo são, em sua grande maioria, regiões subdesenvolvidas, e
não possuem condições de implantarem este tipo de estação geradora.

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4.3. Usina Eólica:

Figura 4.3 – Usina Eólica da Prainha, Ceará.

A instalação deste tipo de usina requer estudos específicos sobre as condições climáticas. É necessário todo um
estudo sobre o deslocamento das massas de ar durante o ano devido ao posicionamento do sol, e estudos sobre o
relevo e a interferência que o mesmo cause na freqüência, velocidade e direção dos ventos.
É importante que esses ventos não possuam variações bruscas em velocidade e freqüência para não danificar
os equipamentos.
As regiões para realizar a instalação deste tipo de usina necessitam de muito espaço físico, e juntamente com a
alta taxa de ruído produzida pelas hélices, fazem com que a instalação seja feita em regiões deslocadas dos centros
consumidores.
Apesar de ser uma fonte de energia limpa, não é muito utilizada pois requer um investimento financeiro
imenso, pois o custo de um captador de vento é gigantesco. Para efeitos de comparação, para gerar a mesma
quantidade de energia que uma usina hidrelétrica, o custo é 65% maior para esta energia ser gerada em uma usina
eólica.

4.4. Usina Termoelétrica ou Termelétrica.

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Figura 4.4 – Usina termoelétrica Piratininga ou Fernando Gasparian.

Geralmente funciona com algum tipo de combustível fóssil como petróleo, gás natural ou carvão, por isso existe
uma grande preocupação ambiental quando é instalada uma usina deste tipo. Dentre os problemas ambientais
resultantes, podemos citar:

- Emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, tais como o dióxido de carbono;
- No caso das usinas térmicas a carvão e óleo, também há emissão de óxidos de enxofre e nitrogênio, que se
liberados na atmosfera podem ocasionar chuvas ácidas prejudiciais à agricultura e florestas.
- Geram resíduos nas atividades de manutenção de seus equipamentos.
- Poluição atmosférica em geral, o que indiretamente gera chuva ácida, problemas respiratórios em seres vivos,
entre outros.
É uma fonte nao renovável de energia, e muito cara, pois exige constante compra de matéria-prima (combustível)
para realizar a transformação em energia elétrica.
Porém, há a vantagem de poder ser instalada próximo aos centros consumidores, pois não é necessário muito
espaço físico e não há problemas de ruídos. Com isso, há uma economia no valor a ser gasto para realizar a

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transmissão da energia para o consumo, e a redução de até 16% nas perdas ao longo das linhas de transmissão,
pelo caminho até o centro consumidor ser mais curto.

4.5. Usina Nuclear

Figura 4.5 – Usina Nuclear de Kashiwazaki, no Japão.


Caracterizam-se pelo uso de materiais radioativos que através de uma reação nuclear produzem calor, que mais
tarde será transformado em energia elétrica. O fato de utilizar materiais radioativos, e com isso, sinônimo de
perigo para a saúde e constituição de todos os seres vivos, é necessário medidas de cautela.
É uma fonte de energia extremamente limpa, e ao contrário do que muitos pensam, é extremamente segura.
Dentro de uma usina nuclear, há um rígido controle sobre este material radioativo, além de é claro, de
equipamentos e técnologias muito avançadas para manter a segurança.
O único perigo que este tipo de usina representa é a falha durante alguma operação, ou no controle das reações
nucleares. Apesar de falhas serem extremamente raras, ao ocorrer, as consequências são desastrosas. Exemplos
claros dos danos causados por radiação de vazamentos por falta de controle em estação geradora de energia
nuclear, é o caso de Chernobyl.
As usinas nucleares podem ser instaladas próximo aos centros consumidores, e produzem uma grande
quantidade de energia. Os resíduos produzidos devem ser isolados em barris de chumbo e concreto para não
ocorrer vazamentos dos resíduos e da radiação.

5. TERMINOLOGIA

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Os termos técnicos listados foram encontrados na NBR 5460 – Sistemas Elétricos de Potência – Terminologia.
5.1 Ajustador do limite:
Dispositivo que permite variar os limites da faixa de regulação de carga especificada para a usina;

5.1 5.2Capacidade:
Quantidade de energia elétrica que pode ser gerado, num intervalo de tempo especificado e em condições
especificadas.

5.3 Casa de máquinas:


Edifício onde são instaladas as unidades geradoras de uma usina;

5.4 Controlador-mestre:
Dispositivo que, de uma posição central, determina as ações corretivas a serem executadas por uma ou mais
usinas, em reposta ao erro de controle de área;

5.5 Equipamento de operação conjunta (das unidades):


Equipamento que ajusta a potência ativa de todas as unidades geradoras de uma usina, ligadas em operação
conjunta;

5.6 Esquema mímico:


Esquema unifilar de um sistema ou parte de um sistema elétrico, desenhado em painel, constituído de símbolos
que, atuados manual ou automaticamente, mostram o estado atualizado em que se encontram as linhas e
equipamentos. Um esquema mímico pode incorporar chaves de comando, para acionar os dispositivos de
manobra das linhas e equipamentos;

5.7 Faixa de regulação:


Intervalo de variação de potencia, dentro do qual uma usina participa do controle suplementar;

5.8 Fiação:
Conjunto dos condutores e suas ligações que interliga e alimenta os dispositivos de controle, proteção e
supervisão de uma subestação ou usina.

5.9 Mesa de controle:

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Estrutura com uma face plana horizontal ou ligeiramente inclinada, na qual são instalados os dispositivos
necessários ao controle e/ou à supervisão de uma subestação ou usina. A mesa de controle é comumente
completada, na parte posterior, por uma superfície plana vertical, com a mesma finalidade anterior;

5.9 Motor primário:


Máquina motriz que aciona um gerador elétrico;

5.10 Operação conjunta das unidades:


Operação de uma usina como se fosse constituída por uma única unidade geradora;

5.11 Painel de controle:


Estrutura com uma face plana vertical, na qual são instalados os dispositivos necessários ao controle e/ou à
supervisão de uma subestação ou usina. O painel de controle é comumente associado a uma mesa de controle,
formando um conjunto unitário;

5.12 Participação da usina:


Parâmetro que define a porcentagem da contribuição de uma usina, para o controle suplementar da área;

5.13 Ponto-base de usina:


Valor de geração definido por um programa de despacho econômico, ou por algum outro critério operativo, e
correspondente a um determinado valor de geração total da área;

5.14 Potencia final:


Soma das potências instaladas de todo grupo de geradores da usina.

5.15 Produtividade:
É a soma de toda produção gerada pelo grupo de geradores.

5.16 Sala de controle:


Sala na qual são instalados as mesas e os painéis de controle de uma subestação ou usina;

5.17 Sala de relés:


Sala na qual são instalados, de maneira centralizada, os equipamentos de proteção e de automatização de uma
subestação ou usina

5.18 Sistema de geração:

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Conjunto dos meios de geração de energia elétrica de um sistema. Podem ser considerados subconjuntos definidos
dentro do sistema, por exemplo, "sistema de geração térmica";

5.19 Transformador de serviços auxiliares:


Transformador destinado a alimentar os circuitos auxiliares de uma subestação ou usina;

5.20 Unidade geradora:


Associação de máquinas girantes destinada a converter energia mecânica ou térmica em energia elétrica.

5.21 Unidade hidrelétrica:


Unidade geradora constituída por uma turbina hidráulica, acoplada mecanicamente a um gerador elétrico.

5.22 Unidade termelétrica:


Unidade geradora constituída por maquina motriz térmica, acoplada mecanicamente a um gerador elétrico.

6. CLASSIFICAÇÃO
Normalmente as usinas são classificadas de acordo com o tipo de energia que é
transformada em energia elétrica.

6.1 Energia Potencial Gravitacional.


São as estações geradoras que aproveitam à energia potencial gravitacional da água convertendo essa energia
em energia elétrica, quando a água é represada, a energia potencial dela aumenta, pois a altura que a água está
armazenada aumenta. Também por esses motivos que elas são instaladas em quedas da água.

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Figura 6.1 – Esquema da energia potencial gravitacional da água.

6.2 Energia Solar.

São usinas que aproveitam a radiação do Sol para gerar energia elétrica, esse aproveitamento pode ser através
do calor, no caso das usinas termo solares, ou através do efeito fotoelétrico da luz, no caso das usinas
fotovoltaicas.

Figura 6.2 – Usina Solar PS10, na Espanha.

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6.3 Energia Eólica.
São usinas geradoras que utiliza a energia mecânica dos ventos para movimentar suas hélices.

Figura 6.3 – Hélices movimentadas pela ação do vento, energia eólica.


6.4 Energia Térmica.
São usinas que utilizam do calor para gerar energia elétrica, esse calor é, normalmente, proveniente da queima
de combustíveis fosseis.

6.5 Energia Nuclear.


São estações geradoras que aproveitam a energia da fissão de núcleos de elementos radioativos, normalmente
urânio, para gerar energia elétrica.

6.6 Energia Geotérmica.


São usinas que geram energia elétrica aproveitando as altas temperaturas das camadas inferiores à crosta
terrestre.

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Figura 6.6 – Os gêiseres, exemplo de energia geotérmica aproveitada pelas usinas.
6.7 Energia Maremotriz.
São usinas que aproveitam a energia do movimento das águas do mar devido ao fenômeno das marés.

6.8 Energia da Biomassa.


São usinas geradoras que aproveitam do gás metano para gerar energia, esse gás metano é proveniente da
decomposição de matéria orgânica.

7. CONSTITUIÇÃO

Como citado anteriormente, os potenciais energéticos são aproveitados com métodos


específicos por tipos de usinas específicas. Para aproveitar adequadamente o potencial
energético de maior qualidade que uma região oferece, são necessários diferentes
equipamentos e métodos. Com isso, a constituição de cada tipo de estação geradora é
diferente. Fato que nos leva a abordar separadamente a constituição de cada uma delas.

7.1. Usina Hidrelétrica.


As usinas hidrelétricas são basicamente constituídas de um reservatório, barragem, uma porta de controle,
conduto forçado, vertedouro, turbina e gerador.
- Reservatório: é o lugar onde a água fica represada, forma-se uma lagoa antes da barragem.
- Barragem: grande estrutura construída para acumular a água que chega do rio, normalmente é construída
com alvenaria ou concreto.
- Porta de controle: equipamento responsável pelo controle do volume da água que passa pelo conduto e vai
para a turbina.
- Conduto forçado: são canalizações onde a água escoa sob pressão diferente da atmosférica.
- Vertedouro: faz o controle do nível da água na barragem, para evitar excesso de água no reservatório durante
as cheias do rio. Pode ter ou não comporta.
- Turbina: transforma a energia da água em energia mecânica, ou seja, a turbina gira quando a água passa por
suas pás.
- Gerador: equipamento que transforma a energia mecânica da turbina em energia elétrica.
Nas hidrelétricas existem também as casa de máquinas onde abriga as turbinas, os geradores e outros
equipamentos.

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Figura 7.1 – Alguns componentes de uma usina hidrelétrica.

7.2. Usina Solar.

7.2.1. Usina Termo Solar.


As usinas termo solares são basicamente constituídas de um sistema de espelhos, um receptor, tubos,
reservatório, turbina e gerador.
- Sistema de espelhos: são vários espelhos organizados parabolicamente, com a intenção de direcionar os raios
solares para o receptor.
- Receptor: localizado no foco do sistema de espelhos, recebe a radiação solar refletida, responsável por aquecer
o óleo ou o sal liquefeito.
- Tubos: tipo de receptor que conduz o óleo ou o sal liquefeito.
- Reservatório: armazena água responsável por esfriar o óleo ou o sal liquefeito.
- Turbina: aproveita a energia mecânica do vapor que sai do fluido aquecido pela usina.
- Gerador: transforma a energia mecânica adquirida pela turbina em energia elétrica.

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Figura 7.2.1 – Esquema ilustrativo de espelhos refletores e o receptor tipo tubo.

7.2.2. Usina Fotovoltaica.


São usinas basicamente constituídas por painéis fotovoltaicos, baterias, inversor de corrente.
- Painéis fotovoltaicos: captam a energia luminosa do Sol e transforma-a em energia elétrica.
- Baterias: armazenam a energia elétrica captada, para abastecer as instalações em períodos noturnos ou de
baixa intensidade luminosa.
- Inversor de corrente: transforma a corrente contínua produzida pelos painéis ou proveniente da bateria em
corrente alternada.

Figura 7.2.2 – Painel fotovoltaico.

7.3. Usina Eólica.


São constituídas por equipamentos denominados aerogeradores, que são constituídos por hélices, gerador,
freio a disco, sistema de engrenagens, torre de sustentação, sistema de controle e sistema de armazenamento.
- Hélices: formada por um rotor e, normalmente, duas ou três pás, constituídas de fibras de vidro e de carbono,
é responsável por captar a energia do vento, que a faz girar em torno de seu próprio eixo.

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- Gerador: equipamento acoplado ao sistema de hélices que transforma a energia mecânica em energia elétrica.
- Freio a disco: responsável por manter a velocidade da hélice baixa quando os ventos ultrapassam certa
velocidade.
- Sistema de engrenagens: conhecido por multiplicador, serve para multiplicar a velocidade que o rotor transmite
ao gerador.
- Torre de sustentação: estrutura que sustenta os cata-ventos em elevadas altitudes.
- Sistema de controle: responsável pelo controle de giro, pelo sensor de vento e outros fatores.
- Sistema de armazenamento: baterias que armazenam a energia elétrica gerada e inversores que transforma a
corrente das baterias.

Figura 7.3 – Componentes de um aerogerador.

7.4. Usina Termelétrica.


São basicamente constituídas por uma caldeira, chaminé, turbina, condensador, gerador e bombas de água.

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- Caldeira: responsável pelo aquecimento da água, normalmente a água é aquecida pela queima de combustíveis
fosseis.
- Chaminé: libera os gases produzidos pela queima dos combustíveis.
- Turbina: aproveita a energia do vapor da água que gira suas pás, recebendo energia mecânica.
- Condensador: responsável por condensar o vapor da água que movimentou a turbina, fazendo-o voltar ao seu
estado inicial.
- Gerador: transforma a energia mecânica da turbina em energia elétrica.
- Bombas de água: responsáveis pela movimentação da água por todo o sistema gerador.

Figura 7.4 – Componentes de uma termoelétrica.

7.5. Usina Nuclear.


São constituídas por reator, condensador, turbina a vapor, gerador e vaso de contenção.
- Reator: local onde ocorre a reação nuclear no elemento.
- Condensador: condensa o vapor depois de mover a turbina.
- Turbina a vapor: equipamento que recebe energia mecânica do vapor.
- Gerador: transforma a energia mecânica da turbina em energia elétrica.
- Vaso de Contenção: abriga o reator, normalmente feito de aço.

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Figura 7.5 – Componentes de uma usina nuclear.

7.6. Usina Geotérmica.


São basicamente constituídas por um furo de reinjeção, furo de produção, vaporizador, turbina, refrigerador e
o gerador ou alternador.
- Furo de reinjeção: espaço no qual a água é injetada no sistema gerador.
- Furo de produção: espaço aonde a água é devolvida para a terra.
- Vaporizador: lugar onde o vapor da água passa e a água quente entra em contato com a água refrigerada.
- Turbina: aproveita a energia mecânica do vapor da água.
- Refrigerador: refrigera a água quente, devolvendo essa água mais fria ao sistema.
- Alternador ou gerador: aproveita a energia da turbina e transforma em energia elétrica.

7.7. Usina Maremotriz.


Constituída principalmente por turbina e gerador, às vezes por uma barragem e um reservatório.
- Turbina: movimentada pela energia da água.
- Gerador: transforma a energia mecânica da turbina em energia elétrica.

8. FUNCIONAMENTO:
A seguir, é explicado o funcionamento de cada um dos tipos de usinas geradoras:

8.1. Usina Hidrelétrica.

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Para ocorrer a transformação da energia mecânica da água, que irá movimentar as turbinas, em energia
elétrica é necessário existir um desnível hidráulico natural ou criado por uma barragem, para captação e
condução da água à turbina, situada sempre em nível tão baixo quanto possível em relação a captação.
Uma usina hidrelétrica é composta de reservatório, da casa de força e da subestação elevadora. O
reservatório é formado pelo represamento das águas do rio, por meio da construção de uma barragem.
Na barragem é construído o vertedor da usina, por onde sai o excesso de água do reservatório na época das
chuvas. A casa de força é o local onde são instalados os equipamentos que vão produzir a energia. Na
subestação elevadora são instalados os transformadores elevadores onde a energia elétrica tem suas
características transformadas para melhor transportá-la através das linhas de transmissão. A produção de
energia elétrica ocorre em várias etapas.
Primeiramente, capta-se água em um reservatório. Então, ela é conduzida sob pressão por tubulações
forçadas até a casa de máquinas, onde estão instaladas as turbinas e os geradores. A turbina, sucessora das
antigas rodas d’água, é formada por um rotor ligado a um eixo. A pressão da água sobre as pás do rotor da
turbina produz um movimento giratório do eixo da turbina, transformando a energia hidráulica em um trabalho
mecânico, que por sua vez aciona o gerador. O gerador é um equipamento composto por um eletroímã e por um
fio bobinado. O movimento do eixo da turbina produz um campo eletromagnético dentro do gerador,
provocando o aparecimento de uma corrente elétrica.

Figura 8.1 – Represa Grand Coulee, no estado americano Washington.

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8.2. Usina Solar:
Existem dois tipos de usinas solares, as fotovoltaicas e as termo solares. A seguir, o funcionamento de
cada uma delas:

8.2.1 Usina Solar Fotovoltaica.


Para ocorrer a transformação da energia solar em energia elétrica, é necessário a utilização de um
equipamento chamado Painel Fotovoltaico. Os raios do sol, ao atingirem o este painel produzem eletricidade,
sob a forma de corrente contínua, similar às das pilhas e baterias automotivas. Esta energia pode ser acumulada
em baterias e utilizada à noite ou em longos períodos de mau tempo. Inversores são necessários para converter
essa energia elétrica de corrente contínua em corrente alternada, possibilitando a utilização direta em uma
residência.

8.2.2 Usina Solar Termoelétrica.

O principio de funcionamento dessas usinas é o aquecimento de água a partir da reflexão da luz solar em
canos ocos com fluidos circulando em seu interior, provocando o aquecimento da mesma. Baseia-se na
utilização dos coletores de focalização central ou linear. Esses coletores são dispositivos com formato
cilíndrico e superfície com seção parabólica. Têm por objetivo refletir sobre uma superfície tubular
chamada absorvedor, situada ao longo da linha focal da parábola, toda a radiação solar incidente.

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Essa radiação concentrada sobre o absorvedor provoca um grande aumento da temperatura em um
fluido contido no interior desse tubo, sendo esse calor, então, usado em um ciclo termodinâmico.
Este fluido é bombeado em um circuito fechado, e após ser aquecido pela radiação solar refletidas
pelos espelhos, é direcionado a um trocador de calor no qual contém água. Após a troca de calor, o fluido
térmico retorna para o ciclo de aquecimento. Na troca de calor é gerado vapor e esse é responsável por
movimentar uma turbina, que está acoplada no eixo de um gerador, responsável pela transformação da
energia mecânica em elétrica.

8.3. Usina Eólica.


Para ocorrer a geração de energia elétrica, é utilizado nessas usinas equipamentos que realizam a conversão da
energia cinética dos ventos em energia elétrica. A incidência dos ventos nos rotores, ou hélices, provoca rotação
nas pás do aero gerador, que converte a energia cinética dos ventos em potência mecânica rotacional no eixo do
rotor. Essa potência mecânica é então transmitida ao gerador, que através de um processo de conversão eletro-
mecânica, produz uma potência elétrica de saída.
As pás dos aerogeradores são dispositivos aerodinâmicos com perfis especialmente desenvolvidos, e seu
formato equivale às asas dos aviões, e que funcionam pelo princípio físico da sustentação.
A potência mecânica extraída do vento pela turbina eólica depende de vários fatores. Mas tratando-se de
estudos elétricos o modelo geralmente apresentado nas literaturas é simplificado pelas equações a seguir:

Onde: cp – coeficiente de potência da turbina eólica;

λ – razão entre a velocidade tangencial da ponta da pá e a velocidade do vento incidente (tip


speed ratio);
ωwt – velocidade angular da turbina eólica (rad/s);
R – raio da turbina eólica (m);
ρ – densidade do ar (Kg/m3);
A – área varrida pelo rotor da turbina eólica (m2);
vw – velocidade do vento incidente na turbina eólica (m/s);
8.4. Usina Termelétrica.

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Geralmente funciona com algum tipo de combustível fóssil como petróleo, gás natural ou carvão, que é
queimado na câmara de combustão juntamente com o ar que aumenta sua pressão, pressão esta aumentada
através de um compressor axial anteposto a camara. Com grande pressão, temos maior temperatura. Essa união
é transportada à turbina, sendo transformada em potência de eixo, realizando torque na turbina. Os gases
provenientes da turbina, ou seja, os gases de exaustão, são direcionados a uma caldeira de recuperação de calor
que pode ser aquatubular ou flamotubular.
Em se tratando da aquatubular: a água passa por dentro das serpentinas da caldeira. passando por vários
estágios:
- Evaporador
- Economizador
- Superaquecedor
Em todos os estágios, há uma troca de calor com os gases de exaustão, criando assim uma grande massa
de vapor que então será direcionada a uma turbina à vapor. Essa água pode provir de um rio, lago ou mar,
dependendo da localização da usina.
O vapor movimentará as pás de uma turbina e cada turbina é conectada a um gerador de eletricidade. O
vapor é resfriado em um condensador, a partir de um circuito de água de refrigeração, e não entra em contato
direto com o vapor que será convertido outra vez em água, que volta aos tubos da caldeira, dando início a um
novo ciclo.

8.5. Usina Nuclear.

Nas usinas nucleares, é utilizado o que chamamos de fissão nuclear para produzir energia térmica em
elementos químicos, geralmente o urânio. O urânio usado em usinas nucleares não é o natural, sendo obtido a
partir dele pelo processo de enriquecimento. Na natureza existem vários tipos de urânio, chamados isótopos,
que diferem apenas pelo número de nêutrons existentes no núcleo. O urânio mais comum na natureza é o
urânio-238. O processo de enriquecimento consiste em adicionar urânio-235, obtendo-se uma mistura dos dois
isótopos, cuja proporção depende da aplicação.
Isto é feito porque o urânio-235 (U-235) é altamente fissionável, enquanto o urânio-238 (U-238) é bem
mais estável, o que permite controlar a energia produzida na reação em cadeia através da proporção entre eles.
Usinas nucleares usam uma proporção de 3% de U-235 e 97% de U-238.
O núcleo de um reator consiste de um conjunto de vários tubos longos com pastilhas de dióxido de urânio,
substância que contém átomos de urânio. No urânio ocorre uma reação em cadeia causada pelas fissões do
urânio-235 dentro dos reatores. O que acontece dentro dos reatores é o bombardeamento dos átomos de urânio
com nêutrons, transformando assim o urânio-235 em urânio-236, que instável. Ele então divide-se, liberando
energia, que é absorvida pelo material do reator na forma de calor.

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A energia nuclear contida nos núcleos atômicos é transformada em energia térmica. Água é usada para
refrigerar o reator nuclear que chegam a 320 ºC.
Como em qualquer usina termoelétrica, o calor é usado para vaporizar água. O vapor é forçado a passar
pelas pás de uma turbina e a girá-la - a energia térmica é transformada em energia mecânica de rotação. O eixo
da turbina comunica-se com um gerador, que transforma a energia mecânica em energia elétrica.

8.6. Usina Geotérmica.


O funcionamento de uma usina geotérmica consiste em injetar água até uma camada profunda da crosta
terrestre, fazendo o líquido voltar aquecido em velocidade suficiente para mover turbinas. Também são
aproveitados gêiseres naturais que brotam na superfície ou são feitas perfurações até as "caldeiras naturais"
subterrâneas.

Há 3 tipos de fontes energéticas que podem ser aproveitadas por esse tipo de estação geradora. São elas:
- Rocha seca quente
É quando são perfurados dois poços vizinhos de modo que eles alcancem uma camada de rocha quente. Em
um dos poços é injetada água, ela se aquece na rocha e é expelida pelo outro poço, onde há uma usina
geotérmica instalada.
- Rocha úmida quente
Também é possível perfurar um poço para que ele alcance uma "caldeira" naturalmente formada, ou seja, um
depósito de água aquecido pelo calor terrestre. A partir daí, energia elétrica é gerada como em todos os outros
casos.
- Vapor seco
Em casos raríssimos pode ser encontrado o que os cientistas chamam de fonte de "vapor seco", em que a
pressão é alta o suficiente para movimentar as turbinas da usina com excepcional força, sendo assim uma fonte
eficiente na geração de eletricidade.

8.7 Usina Maremotriz.


Em qualquer lugar do planeta, a superfície do oceano oscila entre pontos altos e baixo, chamados marés. Isso
ocorre a cada 12h e 25min. As marés são originadas pela atração gravitacional exercida pela lua, por isso é
denominado potencial energético gravitacional o potencial energético das ondas marítimicas. Essas marés
representam uma tentadora fonte energética. Em conjunto, a temperatura dos oceanos, as ondas e as marés
poderiam proporcionar muito mais energia do que a humanidade seria capaz de gastar, mas seria necessário um
investimento tecnológico muito grande para tal.
A energia das marés é obtida de modo semelhante ao da energia hidrelétrica. Constrói-se uma
barragem, formando-se um reservatório junto ao mar. Quando a maré é alta, a água enche o reservatório,
passando através da turbina hidráulica, tipo bulbo, e produzindo energia elétrica. Na maré baixa, o reservatório

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é esvaziado e a água que sai do reservatório passa novamente através da turbina, em sentido contrário,
produzindo a energia elétrica.

8.8 Usina Biomassa.


O princípio de funcionamento é praticamente o mesmo de uma usina termelétrica. A biomassa (casca de
arroz, cavaco de madeira, produtos e resíduos agrícolas, resíduos florestais, resíduos pecuários, lixo) é
queimada na caldeira, aumentando a temperatura da água até a formação de vapor que, conduzido até a turbina,
a faz girar. A turbina a vapor está acoplada a um alternador que, girando seu rotor imerso, gera um campo
magnético que, por sua vez, gera corrente elétrica.

9. ESPECIFICAÇÃO:
As especificações devem ser feitas de acordo com o tipo dos equipamentos e construções que serão
utilizados na geração de energia. São estes: Barragem, Turbinas, Reatores e Geradores.

9.1 Barragem
Barragem é uma barreira artificial, feita em cursos de água para a retenção de grandes quantidades de
água.

Tipos de Barragem:

- Barragem de betão.
As barragens de betão feitas em vales abertas pois a resistência do betão tem algumas limitações
relativamente ao comprimento da barragem. Apesar de muito resistentes, estas barragens são também muito
vulneráveis a certos tipos de situações. Se houver algum erro de projeção e a barragem fender pode ter
consequências catastróficas. Já numa situação de galgamento pela água da albufeira não é tão prejudicial.
Podemos definir dois tipos de barragem de betão tendo a forma como são construídas:
-Barragem de gravidade .
-Barragem em arco.

- Barragem de aterro.
Uma barragem de aterro é, como o próprio nome indica, um aterro, ou seja, é uma barreira de terra e/ou
rocha que funciona de modo a reter a água. Ao contrário de uma barragem de betão, uma barragem de aterro

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não suporta bem o galgamento pela água e pode mesmo ter efeitos catastróficos. Já no caso de fendilhação, a
barragem de aterro fica mais estável que uma de betão.
Podemos definir três grandes grupos de barragens de aterro tendo em conta o material de que são feitas:
-Barragem de terra
-Barragem de enrocamento
-Barragem de terra-enrocamento
9.2 Turbina.
Turbina é um equipamento construído para captar e converter energia mecânica e térmica contida em
um fluido, em trabalho de eixo. Os principais tipos encontrados são:

Tipos de Turbina:

9.2.1 Turbina Hidráulica.


As turbinas hidráulicas são projetadas para transformar a energia hidráulica (a energia de pressão e a
energia cinética) de um fluxo de água, em energia mecânica. Atualmente são mais encontradas em usinas
hidrelétricas. São dividas em:

- Turbina Pelton.
São adequadas para operar entre quedas de 350 m até 1100 m, sendo por isto muito mais comuns em países
montanhosos.
Este modelo de turbina opera com velocidades de rotação maiores que os outros, e tem o rotor de
característica bastante distintas. Um dos maiores problemas destas turbinas, devido à alta velocidade com que a
água se choca com o rotor, é a erosão provocada pelo efeito abrasivo da areia misturada com a água, comum em
rios de montanhas. As turbinas pelton, devido a possibilidade de acionamento independente nos diferentes
bocais, tem uma curva geral de eficiência plana, que lhe garante boa performance em diversas condições de
operação.

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Figura 9.2.1.1 – Turbina hidráulica Pelton.

- Turbina Francis.
São adequadas para operar entre quedas de 40 m até 400 m. A Usina hidrelétrica de Itaipu assim como a
Usina hidrelétrica de Tucuruí, Furnas e outras no Brasil funcionam com turbinas tipo Francis com cerca de 100
m de queda d' água.

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Figura 9.2.1.2 – Turbina Francis.

- Turbina Kaplan.
São adequadas para operar entre quedas até 60 m. A única diferença entre as turbinas Kaplan e a Francis é o
rotor. Este assemelha-se a um propulsor de navio (similar a uma hélice). Um servomotor montado normalmente
dentro do cubo do rotor, é responsável pela variação do ângulo de inclinação das pás. O óleo é injetado por um
sistema de bombeamento localizado fora da turbina, e conduzido até o rotor por um conjunto de tubulações
rotativas que passam por dentro do eixo.
As Kaplans também apresentam uma curva de rendimento "plana" garantindo bom rendimento em uma
ampla faixa de operação. A usina hidroelétrica de Três Marias funciona com turbina Kaplan.

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Turbina Bulbo.

Operam em quedas abaixo de 20 m.

Basicamente trata-se de uma unidade geradora composta de uma turbina Kaplan e um gerador envolto por
uma cápsula. A cápsula por sua vez fica imersa no fluxo d'água (imerso na água), isto acarreta em um
equipamento que exige uma vedação mais precisa o que impacta em um espaço menor para acesso de
manutenção.

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9.2.2 Turbina à Vapor.
É um equipamento transforma potencial energético sob a forma de calor energia mecânica. Essa energia
mecânica pode ser utilizada para mover equipamentos e quando acoplado um gerador a turbina à vapor, se
obtêm a transformação da energia mecânica em energia elétrica.
Pode ser dividida em 3 tipos com relação à sua construção:
-Turbinas de ação
-Turbinas de reação
-Turbinas de ação e reação

9.2.3 Turbina Eólica.


Equipamento que possui a função de canalizar a energia potencial dos ventos e transformâ-la em energia
mecânica, mais tarde transformada em energia elétrica. São também chamados aerogeradores.
Os aerogeradores podem ser divididos segundo o tipo de rotor:

- Rotores de eixo vertical


Os rotores de eixo vertical são geralmente mais baratos que os de eixo horizontal, pois o gerador não gira
seguindo a direção do vento, apenas o rotor gira enquanto o gerador fica fixo. No entanto os rotores verticais
são menos eficientes que os horizontais.

- Rotores de eixo horizontal


Os rotores de eixo horizontal são os mais conhecidos e os mais utilizados por ter uma eficiência maior a dos
rotores de eixo vertical. O seu maior custo é compensado pela sua eficiência fazendo destes os mais utilizados
para geração de energia em larga escala.

9.2.4 Turbina a gás.


O termo Turbina a gás é usualmente empregado em referência a um conjunto de três equipamentos:
compressor, câmara de combustão e turbina .Dedicadas à geração de energia elétrica, também são chamadas de
turbogeradores.
A palavra gás não se refere à queima de gases combustíveis, mas, sim ao fluido de trabalho da turbina,
que é neste caso a mistura de gases resultante da combustão. O combustível em si pode ser gasoso, como gás
natural, gás liquefeito de petróleo (GLP), gás de síntese ou líquido, como querosene, óleo diesel e até mesmo
óleos mais pesados.

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São divididas em duas principais categorias:
- Pesadas
Desenvolvidas especificamente para a geração de energia elétrica ou propulsão naval.
- Aeroderivativas
Desenvolvidas a partir de projetos anteriores dedicados a aplicações aeronáuticas.

9.3 Tipos de Reatores.

- AGRCR
é a sigla para Advanced Gas Cooled Reactor.Ou seja, trata-se de reator nuclear avançado resfriado a gás.

- BWR
é a sigla para "Boiling Water Reactor". Traduzindo é a sigla de Reator de água fervente. É um tipo de
reator nuclear que usa a água que ferve, para impulsionar diretamente a turbina e gerar eletricidade.

- Magnox

é um reator nuclear que começou a gerar eletricidade comercialmente, na Inglaterra nos anos 1950. Este
tipo de reator usa grafite como moderador, gás carbônico (CO2) como refrigerante e urânio natural, como
combustível nuclear. Por ser simples e barato de construir, este reator foi copiado pela Coréia do Norte, em seu
programa de produção de energia.

- PWR
A sigla significa: "Pressurized Water Reactor". Além de ser o mais usado reator para usinas atômicas no
mundo, este tipo de reator é também o mais usado em navios e submarinos nucleares.
O princípio de funcionamento deste reator é baseado no fato da água sob altas pressões, mantém-se
líquida. O combustível nuclear fica nesta água quentíssima e sob alta pressão. Através de um trocador de calor,
ocorre a transmissão de calor para a água que vai para uma turbina, onde produz eletricidade.

- RBMK
O nome significa Reactor Bolshoy Moshchnosty Kanalny (reator high-power de canaleta) e é um reator
pressurizado da água com canaletas individuais de combustível e usa a água ordinária como seu refrigerador e
grafite como seu moderator.

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Nucleo de um Reator Nuclear.

9.4 Tipos de Geradores.


Gerador é um dispositivo utilizado para a conversão da energia mecânica, química ou outra forma de
energia em energia elétrica.

Tipos de geradores que convertem energia mecânica em elétrica:

-Gerador Síncrono
Geradores síncronos são utilizados em todas as usinas hidrelétricas e termelétricas.
O nome Síncrono se deve ao fato de esta máquina operar com uma velocidade de rotação constante
sincronizada com a freqüência da tensão elétrica alternada aplicada nos terminais da mesma.
-Gerador Assíncrono
Este tipo de motor quando acionado por uma turbina e operando com uma rotação acima da síncrona pode
gerar potencia ativa e entrega-la ao sistema onde está conectado.
-Gerador de Corrente contínua
Energia mecânica é fornecida ao eixo, e então armazenada no campo magnético da máquina para ser
transmitida para alimentar alguma carga conectada à máquina.

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Tipo de gerador que converte energia química em elétrica:

-Célula de Combustível.
Basicamente uma bateria em que é consumido um combustível e é liberada energia.

-Pilhas.
É um dispositivo que utiliza reações de óxido-redução para converter energia química em energia elétrica. A
reação química utilizada será sempre espontânea.

Tipo de gerador que converte diretamente a energia luminosa do Sol em elétrica:

-Geradores fotovoltáicos.
São tambem chamados de painéis fotovoltaicos.

10. ENSAIOS
Não existem ensaios normatizados específicos para usinas geradoras de energia elétrica. O que pode ser
realizado com relação a ensaios em uma estação geradora seria realizar separadamente em cada um de seus
componentes dentro da usina, como geradores e turbinas, os ensaios correspondentes a cada um desses
equipamentos.

11. INSTALAÇÃO
A instalação de grandes usinas é muito complexa e trabalhosa, por isso pode demorar anos desde o
começo da instalação até a sua conclusão. Vários fatores devem ser analisados para que a instalação seja
possível, como a localidade, o impacto ambiental, a distancia da usina até o consumidor, a viabilidade
econômica e outros fatores.
Para ser permitida a instalação de uma usina elétrica é preciso da aprovação de algumas entidades, para
que o impacto ambiental não seja desastroso a região onde a usina vai ser implantada. Na atualidade o fator
impacto ambiental vem sendo muito valorizado também por causa das mudanças que estão ocorrendo no
mundo devido à poluição, por isso a busca da geração de energia elétrica por fontes renováveis vem
aumentando.

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Figura 11.1 – Trabalhadores na construção de Itaipu.

Um exemplo de impacto ambiental foi o encobrimento das Sete Quedas na cidade de Foz do Iguaçu, no
Paraná, devido à instalação da usina hidrelétrica de Itaipu.
A instalação da Itaipu começou em 1974, logo no início das obras, foram construídas moradias para
abrigar os trabalhadores, o que se transformou mais tarde na cidade de Foz do Iguaçu, que chegou a ter cerca de
100 mil habitantes dez anos. Essa instalação passou por várias fases, primeiro a escolha do local a ser
implantada a usina, mais foi escavado um desvio temporário para o rio Paraná correr durante as obras, depois
foi construída a imensa barragem, após a concretagem da barragem, foi preciso transportar as peças dos
fabricantes até a usina e depois sua instalação, depois foi preciso de uma operação para salvar toda a fauna que
vivia na região que ia ser alagada por causa da barragem, e finalmente em 1982 foi concluída a instalação da
Itaipu. Portanto a instalação da usina hidrelétrica de Itaipu demorou 8 anos e chegou a empregar 100 mil
trabalhadores direta ou indiretamente.

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Figura 11.2 – Transporte de peças inteiras da usina de Itaipu.

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Figura 11.3 – Etapas da instalação de aerogeradores no Parque eólico de Osório, no Rio Grande do Sul.

12. MANUTENÇÃO

Da mesma forma que os ensaios, não há manutenção para a usina geradora como um todo, mas sim para os
equipamentos constituintes da mesma.
Em uma usina hidrelétrica, por exemplo, a manutenção pode ser realizada nas turbinas. Por estarem
recebendo uma força gigantesca devido à queda constante e violenta da água, ocorre um desgaste erosivo muito
grande da mesma. A manutenção ali realizada por ser feita anexando materiais novos às pás da turbina, visando
devolver o formato original da mesma, corrigindo buracos e rachaduras.
Em usinas nucleares, pode ser realizada uma manutenção nos reatores, pois os mesmos estão sujeitos a
reações nucleares que liberam uma grande quantidade de calor, podendo danificar a integridade do mesmo,
evitando assim acidentes. Com equipamentos sofisticados, são realizados testes de estanqueidade nas paredes
dos reatores para garantir que não haja possíveis vazamentos.
Outro exemplo de manutenção, seria nas usinas solares. A manutenção é realizada nos componentes como
painéis solares, onde é feita uma vistoria visual nos mesmos, verificando se os mesmos não estão cobertos por
impurezas, o que reduziria a capacidade de absorção da luz solar.

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13. NORMAS
Por serem estruturas normalmente de grande porte e formadas por um sistema de vários equipamentos, as
usinas possuem uma série de normas em relação aos seus equipamentos, seu projeto civil, arquitetônico,
mecânico, elétrico entre outros. Por isso foi listado apenas algumas normas que dizem respeito à parte elétrica e
enérgica envolvida nos diferentes tipos de usinas, são elas:

NBR10280 - Determinação de parâmetros básicos de turbinas hidráulicas para pequenas centrais hidrelétricas
(PCH).
NBR9969 - Turbinas hidráulicas para pequenas centrais hidrelétricas.
NBR10840 - Máquinas elétricas girantes - Turbomáquinas síncronas.
NBR5457 – Máquinas girantes.
NM120 - Tubos de aço-carbono e aço-carbono manganês soldados por resistência elétrica para caldeiras.
NBR6412 - Turbinas hidráulicas - Recepção de modelos.
NBR6445 - Turbinas hidráulicas, turbinas-bombas e bombas de acumulação.
NBR5456 – Eletricidade geral.
NBR14801 - Medição de vazão de gás em condutos fechados - Medidores tipo turbina - Classificação e
ensaios complementares.
CB159 - Mancais de deslizamento para turbinas hidráulicas, turbinas-bombas e bombas de acumulação.
NBR10131 - Bombas hidráulicas de fluxo.
NBR10344 - Sistemas de manuseio e armazenamento de elementos combustíveis em instalações nucleares.
NBR10556 - Monitoração de efluentes líquidos radioativos provenientes de centrais nucleoelétricas.
NBR9309 - Sistema de registros de garantia da qualidade para usinas nucleoelétricas.
NBRISO16528-1 - Caldeiras e vasos de pressão Parte 1: Requisitos de desempenho.
NBR5458 – Transformador de potencia.
NBRISO16528-2 - Caldeiras e vasos de pressão Parte 2: Procedimentos para atendimento integral da ABNT
NBR ISO 16528-1.
NBR227 - Caldeiras estacionarias - código para projeto e construção.
NBR9331 – Eletrônica de potencia.
NBR11704 - Sistemas fotovoltaicos – Classificação.
NBR11879 - Dispositivos fotovoltaicos - Simulador solar - Requisitos de desempenho.
NBR12137 - Módulos fotovoltaicos - Ensaios mecânicos e ambientais.
NBR14298 - Sistemas fotovoltaicos - Banco de baterias – Dimensionamento.
NBR10185 - Reservatórios térmicos para líquidos destinados a sistemas de energia solar - Determinação de
desempenho térmico.

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14. PREÇOS

Os preços das usinas variam de acordo com o tipo de usina, potencia gerada, materiais e equipamentos
utilizados, a mão de obra empregada, a localização da usina e uma série de outros fatores.

No caso da usina hidrelétrica de Itaipu que gera aproximadamente 14 MWh foi gasto cerca de 16
bilhões de dólares, ou seja, são quase mil dólares por megawatt hora gerado. Esse investimento se deu por
conta, em grande parte, do Brasil, com uma ajuda do Paraguai, por ser uma usina Binacional, que como não
tinha dinheiro na época, assinou um acordo para pagar a dívida com a energia gerada ao longo do tempo.

Figura 14.1 – Usina hidrelétrica de Itaipu.

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Quanto a usina eólica o Parque Eólico de Osório também localizado no Brasil, no estado do Rio Grande
do Sul, é composto por 75 torres de aerogeradores, o parque tem capacidade instalada estimada em 150 MW e
esse empreendimento envolveu um aporte de setecentos e setenta milhões de reais.

Figura 14.2 – Parque eólico de Osório.

Uma usina elétrica com técnica fotovoltaica localizada na Alemanha, em Hemau, na Baviera tem total
de 32.740 coletores solares, compostos de células fotovoltaicas, somando a capacidade de produção de
eletricidade em cerca de 0,5 MWh. O projeto custou um total de 18,4 milhões de euros. Um fato interessante é
que a Lei das Energias Renováveis obriga empresas distribuidoras de energia elétrica a comprar essa energia
gerada em Hemau por um preço fixo de 45,7 centavos de euro por quilowatt hora num período de 20 anos.

Uma grande vantagem das usinas nucleares é o preço da energia que ela gera, pois são valores próximos
ao preço da energia gerada em usinas térmicas que é considerado um dos mais baixos, entre 3,5 a 4 centavos o
KWh. Quanto à construção das usinas nucleares, temos no Brasil duas usinas prontas e uma em fase de
instalação, que são usinas Angra 1, 2 e 3, as três localizadas em Angra do Reis.

No caso da Angra 1 ela está ativada desde 1985 e tem capacidade de gerar 350 MW, foram gastos 1,3
bilhões de reais na sua instalação. A usina Angra 2 está em funcionamento desde 2001 e tem capacidade de
gerar 1.350 MW, o seu custo é de aproximadamente 5 bilhões de reais e a usina Angra 3 tem sua conclusão

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prevista para 2011 e também terá a capacidade de gerar 1.350 MW, mas o seu custo é de 8,8 bilhões de reais,
superior a Angra 2 devido as várias exigências feitas pelo IBAMA para a licença ser feita.

Figura 14.3 – Usinas nucleares Angra 1 (cilíndrica) e Angra 2 (meia-lua).

15. FONTES DE CONSULTA


SITES:
http://ciencia.hsw.uol.com.br/geradores-van-de-graaff2.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gerador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_hidrel%C3%A9trica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_maremotriz
http://www.mundovestibular.com.br/articles/701/1/USINA-HIDRELETRICA/Paacutegina1.html
http://www.ebanataw.com.br/roberto/energia/ener12.htm
http://www.avimach.com.br/diesel/aplicacoes3.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_solar
http://www.cepa.if.usp.br/energia/energia2000/turmaA/grupo6/usina_solar.htm
http://pt.shvoong.com/humanities/1797855-usina-termo-solar-ser%C3%A1-maior/
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./energia/index.html&conteudo=./energia/termeletrica.
html
www.abntnet.com.br

41
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010115021114
http://www.brasilescola.com/geografia/energia-nuclear.htm
http://www.brasilescola.com/fisica/fissao-nuclear.htm
http://www.biodieselbr.com/energia/nuclear/fissao-nuclear.htm
NORMAS:
NBR 5460 – Sistemas Elétricos de Potência – Terminologia.

Profº: Alípio do Espírito Santo.

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