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Nome: Alicia Siegrune

Idade: 21 anos
Raça: Humana
Classe: Fighter/Rogue
Alinhamento: Caótico e Neutro
Crenças: Teme Aegir e tem respeito por Njord, porém se mantêm à
parte em relação aos deuses, não entregando suas esperanças a eles.

História:

O nome Capitão Kaj era conhecido nas cidades portuárias e vilas de


pescadores que margeavam o mar entre Grenphyr e Helsingborg. Sua frota de
piratas despertava fúria de governantes, admiração de outros piratas e medo de
muitos outros na terra e no mar. O Tridente de Pérola, navio liderado pelo pirata,
realizava ataques sangrentos e impiedosos contra mercadores e barcos militares,
sua tática era respeitada e quase nunca falhava, e nunca deixava sobreviventes.
Kajnne Siegrune era seu nome, seu passado havia sido esquecido por ele mesmo
e diziam que nascera no mar, realizava friamente sacrifícios a Aegir e adquirira
certo poder realizando tratos com outros piratas que o temiam ou até mesmo com
governantes de pequenas vilas onde conseguia suprimentos em tempos que o
comércio marítimo diminuía, em troca de imunidade contra seus ataques ou
proteção contra outros piratas. Seu poder aumentava gradualmente e seus
marujos consideravam donos do mar entre os dois continentes, só não contavam
que o duro e sanguinário Capitão Kaj fosse sofrer uma derrota em terra firme que
mudaria sua vida.
Ania era uma jovem pobre e sem família que vivia em Mauarhyans. Vendia
seu corpo para sobreviver e a vida dura que levava a fizera amadurecer rápido
demais, sobrevivia apenas. Foi em mais uma noite de trabalho que foi atacada por
três homens bêbados, pareciam marujos da cidade e a agarraram em um dos
becos da cidade, a jovem lutou mas nada podia fazer contra os homens bem mais
fortes que ela. O destino pareceu sorrir a ela aquela noite, pois Capitão Kaj e
alguns de seus homens estavam em terra e passavam pelas ruas de Mauarhyans
naquele momento, geralmente Kaj não daria muita importância ao fato e por isso
mesmo seus homens se espantaram quando ele ordenou que ajudassem a jovem
prostituta, havia algo estranho no capitão, algo em seus olhos que demonstravam
compaixão e que os assustava pela estranheza. Os atacantes foram mortos
rapidamente, quase sem tempo para reagir, Ania, ainda muito assustada, ficou
totalmente a mercê do puxão que Kaj lhe deu a levantando e perguntando como
estava, para surpresa dos marujos ele a levou a taverna e conversaram por um
tempo, primeiramente sobre o ataque, depois sobre banalidades da cidade,
quando os marujos foram dispensados para aproveitarem a noite em terra, os dois
ficaram juntos na taverna.
Kaj acabou se apaixonando por Ania, passaram dias juntos sem que ela
soubesse quem ele era realmente, e sem ele se importar com o que ela fazia para
viver. Os dias se tornaram semanas e a impaciência da tripulação apontava para
um motim. A verdade era que Kaj estava cansado de sangue, anos no comando
do Tridente de Pérola haviam o endurecido, mas também deixaram seqüelas em
seu interior e ele estava exausto. Prevendo um motim ele retorna ao navio e
simplesmente o entrega a um de seus subordinados, dizendo que não voltaria ao
mar com eles, nunca mais. A maioria da tripulação não gosta da decisão, o
consideravam um grande capitão, mas outra parte o condena por jogar fora tudo
por uma prostituta que conhecera a poucas semanas. No dia seguinte o Tridente
parte com novo capitão. Kaj fica com boa parte do ouro e passa a viver em
Mauarhyans com Ania, que larga seu trabalho e passa apenas a cuidar de uma
pequena casa longe do porto. Desse amor improvável nasce a única filha do
casal, Alicia.
Desde pequena Alicia sempre foi muito agitada. Passava seus dias
aprontando e correndo com um grupo de crianças nas ruas de Mauarhyans,
parecia um moleque diziam os que a viam, cabelos curtos sempre liderando um
bando de garotos pelas ruas e por vezes arrumando briga com os mesmos, e
levando a pior quase sempre por sua falta de força e excesso de coragem. As
broncas que a mãe lhe davam eram constantes quando chegava em casa
machucada ou quando reclamavam do que ela aprontava na cidade, dizia que
deveria se portar mais como uma moça, porém o pai ficava orgulhoso de ver sua
menina se virando sozinha e não tendo medo de nada. A vida era tranqüila para a
pequena Alicia e seus pais, Kaj encontrara redenção de sua vida no mar, agora de
conhecimento de Ania e a filha; Ania encontrara o amor e uma família; e Alicia
vivia como qualquer criança na cidade, adorava as histórias que o pai contava do
mar e até as broncas da mãe, pois sabia que era porque ela a amava e queria a
ver bem, até que Ania adoeceu.
A doença veio avassaladora, curandeiros não sabiam do que se tratava, Kaj
chegou a levá-la a um sacerdote que orou por ela por um tempo, até dizer que
provavelmente ela não viveria muito mais tempo. Kaj estava arrasado como se lhe
tirassem tudo quando ela se foi, Alicia, com seus 11 anos completos, ficou muda
simplesmente, a morte da mãe teve uma conseqüência estranha na menina, que
chorou pouco, e não disse mais uma palavra por um longo tempo. Para Kaj a casa
não parecia mais seu lar sem ela, amava a filha, mas sem Ania era como estar
sozinho, se sentiu perdido como nunca antes, e sentiu saudades do mar.
Kaj sentia que Ania era a única coisa que o prendera à terra, que sem ela
não havia mais lugar para ele, que seu lar era o mar, não sentia falta da pirataria,
nem do sangue, mas sim do próprio mar. Mas acima de tudo amava a filha, a
única lembrança de sua amada, a única coisa que o mantinha são e vivo, não
poderia deixá-la. Alicia sempre pedira para navegar com o pai, quando ainda
falava e era uma menina feliz, diferente de como estava agora, calada e triste. E
ele tomou a decisão que mudou sua vida novamente, iria navegar até Thoregar e
procurar notícias sobre o Tridente, sem muitas esperanças pelos quase doze anos
em que deixara de ser o capitão, talvez a frota nem existisse mais.
Não passou uma semana entre a declaração de sua decisão à Alicia e a
partida, pegou o ouro que lhe sobrava, embrulhou-se e a sua filha em capas
pesadas e partiram em um navio para Helsingborg. A menina havia voltado a falar,
mas bem pouco e não contrariou a decisão do pai. Em Thoregar viveram em uma
taverna por quase um ano sem notícias do Tridente, até que ele o viu aportar,
como se o destino lhe jogasse de volta no passado. Não lembrava muito o
Tridente de antigamente, estava velho, gasto e mal cuidado. Não via mais marujos
felizes e confiantes descerem do navio, mas sim homens cansados e com
expressão derrotada no rosto. Poucos de seus conhecidos ainda estavam a bordo
do Tridente tanto que não reconheceram quando ele se aproximou da tripulação
que acabara de desembarcar.
Ele havia mudado muito, não só os anos marcados em sua aparência, mas
a vida em terra havia o revigorado e depois lhe destruído, mas depois de um
tempo um de seus subordinados o reconheceu. Foram a uma taverna próxima, ele
e alguns homens que estranharam bastante, e o felicitaram também, a pequena
Alicia, conversaram horas sobre os anos no mar depois que ele os deixara, a
tripulação havia entrado em conflito e no primeiro ano sem Kaj o capitão foi morto
e a tropa separada. Muitos navios da frota foram destruídos por rivais que se
aproveitaram do momento de fraqueza e agora o Tridente agia sozinho,
perseguido ainda por antigos companheiros e rivais, além de frotas das cidades.
As coisas não iam nada bem.
Foi com alegria que a tripulação soube que Kaj tencionava voltar a ser
capitão, porém os que conheciam apenas sua fama, e o atual capitão, não
concordaram com a idéia e, para evitar a divisão da tripulação, o capitão propôs
que Kaj lutasse pelo cargo em um duelo contra ele, era anos mais novo que o
velho Kaj e o subestimou. Foi a primeira vez que Alicia viu seu pai matar alguém,
já ouvira as histórias que o pai contava mas ver aquilo foi terrível, e os gritos da
tripulação em seguida comemorando, ela não entendia bem.
O outro empecilho que surgiu para Kaj foi a própria filha, um navio pirata
não era lugar para uma menina que mal contava 13 anos de vida, a menina
começava a virar mulher e isso também seria um problema entre a tripulação. Mas
ele foi impassível na decisão e Alicia se juntou a tripulação, vivendo na cabine do
pai e sendo evitada por muitos no começo, por medo e respeito que tinham pelo
Capitão Kaj.
Conforme ela crescia entre assaltos a outros barcos, quase sempre em
defesa, pois eram muitos os que queriam destruir o Tridente, começou a se
acostumar ao sangue e as mortes, vivendo e aprendendo com homens que eram
considerados escória, aprendeu a lutar e se defender, despertou interesse de
muitos pois acabou se tornando uma bela mulher nos anos que passou no navio,
sempre sendo bem cuidada e protegida pelo pai. A vida perigosa que levava agora
começava a se tornar rotina e a morte andava ao seu lado a todo momento,
começou a não se preocupar tanto com ela, até que atingiu a única pessoa que
realmente amava, aquele que lhe ensinara tudo, e que lhe protegera e amara
sempre, Capitão Kaj foi morto em um ataque que o Tridente sofreu de um antigo
marujo que agora possuía uma pequena frota. O Tridente saiu vitorioso, porém
não houve comemoração, Kaj ainda viveu alguns dias convalescendo de uma
flecha envenenada que não pode ser removida, Alicia ficou ao seu lado a todo
momento e o clima de luto no navio era constante. Não houve um tripulante que
não chorou sua morte quando ele se foi.
Alicia, agora com 19 anos, era respeitada pela tripulação à um bom tempo,
sabia de tudo que um pirata precisa saber e lutava muito bem, mas não aceitou
quando lhe nomearam capitã, logo após sepultarem Kaj no mar. Não havia
passado um mês da morte do pai e ela deixou o Tridente de Pérola quando
aportaram em Thoregar, não se despediu dos companheiros que fez lá, apenas
partiu sem rumo e não chegou a ver o navio partir de volta ao mar dias depois,
quando a esperança da tripulação de que ela retornasse se foi. Passou a vagar
por um tempo pelas terras frias de Helsingborg sem rumo, se virando nas ruas de
Thoregar nos próximos dois anos para conseguir comida, pois nem ouro levou
consigo, aprendeu muita coisa também nas ruas e conseguiu sobreviver sem
recorrer ao assassinato ou a prostituição, usando a lábia e as mãos leves para
conseguir moedas para sobreviver ela busca um novo sentido para viver,
geralmente tentando mascarar a vida triste e sofrida que teve com uma imagem
falsa da felicidade que tinha quando criança.

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