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Prelúdio

“Bem, se você se render a mim agora, eu vou deixá-lo viver, a qual de dia estrelas não
brilham!”
O Conto.
Boa noite, sentem-se, fica à vontade, fico feliz recebê-los, aceitam algo para beber?
uma caneca de cerveja, rum, ou uma taça de vinho? Enfim, fiquem à vontade, hoje vou contar a
história de um jovem soberano e proeminente, meu nome é Alexios Trácios Meridius, nascido na
Trácia, província da terra natal da tribo trácia dos Maedi em 25 d.C., seu pai era um pescador
local, provendo grande parte do sustento de peixes da cidade, sua mãe uma dedicada dona de
casa que sempre tentou fazer de tudo para agradar o marido e criar os 7 filhos.
Boatos e Histórias.
Todas as noites ela os colocava para dormir e lhes contava histórias de todos os tipos,
sejam de bravos guerreiros em cruzadas ou lindas princesas que eram resgatadas por príncipes
montados em um cavalo branco, mas de todas as histórias de sua mãe, a que Alexios mais
gostava era na verdade uma lenda urbana local sobre um homem que se escondia nas trevas e
assombrava as vielas de tribo trácia dos Maedi, todos que cruzavam o caminho deste homem
eram consumidos em trevas e nunca mais eram vistos, dizem que ele aparecia todas as noites
na Colina da Viúva ou no Vale de Ossos Secos, mas Alexios nunca acreditou em tais
superstições, e em todas as luas cheias o garoto corria até os locais na esperança de encontrar
provas sobre essa história, mas sua mãe sempre o avisava para que não fosse em tais lugares,
existem inúmeras animais ou criaturas que se escondem nas trevas, mas ele não se importava
e seguia seu caminho.
Sons Inconsequente.
À medida que o tempo passava, sua mãe percebeu que o garoto e um de seus irmãos
possuíam dom para a música e vozes que se completavam, começou a ensiná-los a cantar,
então eles começaram a se apresentar nas tavernas locais como bardos e traziam uma pequena
renda do que conseguiam para casa. Ocorre que, quando estavam com sete e seis anos
respectivamente, em uma dessas apresentações, os garotos chamaram a atenção de um
homem muito rico e influente que estava de passagem pela cidade, o homem ficou
completamente em estado de êxtase pois nunca tinha visto crianças cantarem como viu naquela
noite, foi então que o homem foi até a casa dos infantes querendo lhes comprar, pagando 500
moeda romana para cada, os pais, mais que depressa recusaram a oferta, mas alguma coisa os
fez mudar de ideia e eles aquiesceram com a venda.
A Fuga sobre a Lenda.
Transcorre que os irmãos permaneceram com esse homem rico por aproximadamente
10 anos, este homem sempre lhes forneceu tudo do bom e do melhor, inclusive lhes ensinou a
ampliar seus sentidos, mas os tratava apenas como dois pássaros que serviam apenas para
cantar, e jamais podiam sair das muralhas do castelo. Alexios nunca entendeu porque seus pais
o haviam vendido, e a lenda do Homem das Trevas nunca saiu de sua cabeça, então em uma
noite, ele decide que não mais seria prisioneiro do seu senhor e foge, embarcando
clandestinamente em um navio que ia para sua terra natal, mas o que ele não sabia era que
aquele navio era de piratas, sua rota passava por Siracusa, mas seu real destino era a África,
pois haviam muitos mistérios e lendas sobre um misticismo abissal por aquelas regiões.
Senhor das Trevas.
Não demora muito e os marujos e encarregados descobrem o garoto, que já estava
com 17 anos, então decidem jogá-lo ao mar, mas o capitão Demétrius, que somente aparecia a
noite, “por estar sempre de ressaca, pela quantidade de rum que bebia”, os impedem dizendo
que se o garoto foi astuto e sorrateiro o suficiente para enganar os olhos atentos dos homens e
entrar no navio se escondendo nas sombras, ele poderia fazer parte da tripulação.
No início o Alexios começou apenas limpando o convés, em questão de meses ele se
tornou o mais novo amante de rum entre os marujos, além de ficar encarregado de trazer
mulheres para o capitão sempre que atracavam em algum porto, então Demétrius começou a
ver perspicácia, coragem e obstinação no rapaz e então o promoveu a imediato do seu navio,
sendo o segundo no comando e em sua ausência Alexios seria o responsável pelo Portador das
Trevas (nome do navio), então durante o dia era o rapaz quem cuidava e guiava a tripulação do
navio.
O Laço de Sangue.
Uma das coisas que Demétrius fazia era sempre dar um pouco de seu sangue para
Alexios, os anos foram passando e o rapaz foi se tornando um dos mais ardis e perversos piratas
daquela tripulação, então 8 anos após ter embarcado no navio, com seus 25 anos, tendo se
tornado um dos mais temíveis piratas da época, tendo aprendido a lutar magnificamente,
Demétrius chama Alexios e lhe pergunta se ele ainda acreditava que existem criaturas que se
escondem nas trevas, quase que instantaneamente o rapaz diz que sim, então o capitão anda
calmamente até estar de costas ao rapaz e sussurra em seu ouvido:
“Não se preocupe, apenas me siga em todos os lugares que eu for, seja o cume da
montanha mais alta ou o vazio do abismo mais profundo, eu te darei tudo que você sempre
sonhou, tudo o que desejou em ouro, eu sou a história mágica que lhe contaram, sempre fui eu
quem estive escondido nas sombras, e agora você está sob o meu controle.”
O Abraço.
Neste momento Demétrius abraçou Alexios, quando ele acordou novamente,
Demétrius disse que ele não mais atenderia por Alexios, a partir daquele momento, ele seria
chamado Salazar Carmesim, então mentor explicou ao mentoreado que todos estes anos ele
estava em busca do portal para o abismo, mas nunca o havia encontrado.
Oito anos se passam e Salazar havia aprendido tudo o que Demétrius sabia,
principalmente sobre o misticismo abissal, mas nunca revelou o que aprenderá com seu antigo
senhor. Ocorre que uma noite quando atracamos no porto de (NOME DA CIDADE DA
CAMPANHA) a tripulação começou a ficar desconfiada do porquê Salazar não se juntava a eles
mais durante o dia, assim como o capitão, e então acabaram descobrindo o real motivo da
ressaca do rum, desesperados, crendo em lendas antigas, ao entardecer, amarraram Demétrius
no mastro enquanto dormia e então este foi completamente carbonizado pela luz do crepúsculo,
os gritos do mentor acordaram o mentoreado que foi em seu auxílio mas já era tarde, o que o
resto da tripulação não contava com o pôr do sol, então eu fui tomado pelo ódio (“Frenesi”) e
destruí cada membro daquele navio.
As Noites Oportunas.
Após a morte de meu mentor decidi que eu não mais seguiria minha vida como um
pirata, com todo o ouro que juntei nestes anos, passei então a ser o dono da maior frota marítima
em todo o Mediterrâneo, eu os controlava da terra, enquanto eles desbravavam o continente,
além disso, há um ano, abri alguns bordéis de luxo que me rendem muito mais do que minhas
expedições marítimas, e assim corro um menor risco de mais uma tripulação querendo me fazer
virar cinzas.
Os demais recentemente descobri que meu irmão se tornou a cria daquele nosso
antigo senhor e, assim como eu, ele se tornou uma criança da noite, mas quando tentei fazer
contato com ele, me respondeu dizendo que apenas me desprezava, e que nosso antigo senhor
queria ver minha cabeça em uma estaca.
Não obstante, com algumas embarcações menores de minha frota marítima, passei a
financiar inúmeras expedições da (RELIGIÃO DOMINANTE), para que esta pudesse colonizar
novos povos, mas por que estou lhes contando isso? Bom, é porque vocês não mais sairão
daqui...

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