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Ela Cminha em Beleza, por Lord Byron.
Prólogo
Perto da costa da Cornualha, 25 de fevereiro de 1815.
Alex Sinclair, o quarto conde de Falmouth, cumprimentou seus
homens com satisfação. Tinha sido mais uma boa noite de trabalho
e, quando a última carga foi descarregada, puderam respirar
sossegados.
— Bem, Mousy, você está gostando de sua primeira travessia?
— indagou ao grande homem, enquanto carregava um barril enorme
do melhor conhaque francês no pequeno barco preso ao lado do
grande navio, o Bessie Ousada. Ele podia ser um conde, mas
estava com as mãos tão sujas quanto o resto dos homens.
— Tô gostano muito, milorde — respondeu Mousy com um
sorriso, estendendo a mão para pegar o barril de suas mãos. —
Especialmente porque me manteve fora do mau caminho por um ou
dois dia.
— Você não pode se esconder dela para sempre — disse Alex,
sem se preocupar em esconder seu sorriso. — Ela vai querer que
você faça o pedido quando retornar.
Mousy ficou quieto e pareceu um pouco enjoado. — Sim, bem...
acho que vô dá uma sumida por um ou dois dia. Até que ela se
esqueça.
Alex deu uma risadinha. A criada de sua cunhada, Annie, estava
de olho em Mousy, e não escondia o fato de que queria que eles se
casassem. Ela era uma mulher formidável e Alex duvidava muito da
probabilidade de a situação ser “esquecida”. Ela esperava que
Mousy voltasse com um anel e um pedido, e que os céus
ajudassem o pobre malandro se ele não o fizesse.
— Certo, esta belezinha aqui tá cheia, quanto falta?
Alex virou-se para observar a quantidade restante. Caixas de
chá e pedaços da melhor seda francesa, tudo embrulhados em
tecido oleado para protegê-los das intempéries e dos borrifos de sal,
e restavam mais de uma dúzia, ou seja, mais da metade das caixas
de conhaque. Alex podia ver a praia sob a luz do luar, uma intensa
atividade com talvez duzentos carregadores correndo para cima e
para baixo com barris em um arreio sobre seus ombros, carregando
os pôneis e esvaziando a costa o mais rápido possível. A tripulação
do antigo navio de seu irmão Lawrence, o Moça Malvada, havia
mudado de piratas para contrabandistas, mas faziam jus à
expressão “fazer com os pés nas costas” no momento em que
Lawrence abandonou seu estilo de vida perigoso.
As mãos extras que haviam surgido na direção de Alex
facilitavam o descarregamento. Mousy atuava como sentinela,
guiando o navio até sua localização, sinalizando em direção à praia
para um dos vários pontos de atracagem. Os mais obstinados e
implacáveis se voluntariaram como batedores e patrulhavam os
penhascos, de olho na Receita.
— Mais um e terminamos.
— Tá certo. — Mousy assentiu e, em seguida, olhou para cima,
franzindo a testa. — O que é...
Ele não teve tempo de terminar a frase, pois o estrondo de tiros
de canhão explodiu no alto e gritos ecoaram por toda a praia
quando os homens viram um barco se aproximando.
— Maldito inferno! — praguejou Alex, desamarrando a corda. —
A Receita está chegando, rapazes, mexam-se!
Todo o inferno explodiu quando ele empurrou com força o
pequeno barco com Mousy para longe de seu navio, o Bessie
Ousada. — Volte para a praia, leve todos para longe, em segurança
— gritou ele.
— Cê divia vir cumigo, milorde — exclamou Mousy, enquanto
Alex balançava a cabeça.
— Não, eu vou ficar no Bessie, vá... agora!
As velas se desenrolaram com um estalo, enquanto o vento
soprava o navio de mastro único, afastando-os da costa. Ao longe,
Alex pôde ver os homens correndo para cima e para baixo, mas a
Receita não estava na praia, pelo menos. A maior parte da carga
tinha sido descarregada, agora tudo o que importava era fugirem.
Ele olhou para os céus, franzindo a testa quando a lua sumiu.
Desaparecer no escuro não era uma coisa tão ruim com a Guarda
Marítima grudada no seu traseiro como um carrapato, mas a
tempestade que se aproximava não ajudaria em nada. Ele orou para
que conseguissem sair dali.
— E agora? — perguntou o seu homem no leme, e, em seguida,
jogou-se para o convés quando um tiro de canhão passou sobre sua
cabeça.
Alex se encolheu quando o tiro de canhão passou por um triz e
atingiu as ondas do outro lado, encharcando-o com água gelada. —
De volta a Roscoff — gritou ele, com o rosto sombrio enquanto um
trovão estalava acima. — E reze para que consigamos.
***
Céleste estendeu a mão e pegou outro pedaço de tronco de
madeira, mal sentindo a superfície lisa e desgastada entre seus
dedos dormentes. Merde, como estava frio. Mimi vagava atrás dela,
cantarolando uma pequena melodia que havia começado a irritá-la
há um tempo. Pouco mais de três notas, repetindo várias vezes.
Sua voz era surpreendentemente infantil, considerando sua
musculatura, e o rosto feio e enrugado. Mas Mimi era um gigante
gentil. Sua mente fora perdida em algum lugar no campo de batalha,
graças a uma bala perdida que quase tirou sua vida. Em vez disso,
deixou-o vivo e simplesmente pegou toda a maldade e pessimismo
que parecia prosperar em todos os outros homens, tornando-o doce,
mas estúpido. Ele tinha se tornado sua sombra, seu protetor, e ela
estava agradecida por isso. Ele a salvou mais de uma vez, e ela
ficaria feliz em suportar seus hábitos irritantes e canções bobas sem
fim em gratidão por isso.
Ela se endireitou enquanto Mimi grunhia e gesticulava mais
abaixo na praia. Céleste olhou para cima, piscando enquanto o
vento gelado fazia seus olhos lacrimejarem.
— Eu não sei? — respondeu ela, olhando para as grandes
formas escuras dispostas sobre os cascalhos. Eles se aproximaram
um pouco até que a imagem deu lugar a uma forma que sua mente
pôde reconhecer. — Mon Dieu! Há homens ali — gritou ela, e correu
em direção a eles.
Mimi parou, deixando cair os troncos de madeira no chão. Sua
mão grande agarrou seu braço e ele balançou a cabeça, com os
olhos ferozes.
— Solte-me — disse ela, com a voz firme. — Eu não vou deixar
os homens morrerem. Não se eu puder evitar — Ela tinha visto
morte suficiente em sua breve existência. Morte da guerra, da
violência, da pobreza, da sujeira, da doença, da fome e da velhice.
Não importava quantas vezes visse, era feia e devia ser combatida
a todo custo. Ela se soltou de seu aperto e correu até eles.
Virando o primeiro, seu coração ficou pesado. Certamente
mortos, afogados ontem à noite, e pelo silêncio dos outros três,
estavam todos mortos. Ela olhou em volta e viu outras formas entre
os cadáveres. Barris e caixas embrulhadas em tecido oleado. Um
naufrágio. Eles deviam ter fugido da tempestade de ontem à noite,
os pobres coitados. Contrabandistas, muito provavelmente. Os
ingleses estavam sempre ali, abastecendo seus barcos com
conhaque, gin, chá, seda e renda. Tudo isso para evitar pagar os
pesados impostos que o Príncipe Regente inglês cobrava. Bem,
agora não adiantava de nada, mas... tinha sido uma tragédia.
— Mimi, vê todas as caixas e barris?
Mimi assentiu com a cabeça, seus olhos lentos escaneando a
praia.
— Eles são nossos agora, nosso segredo. Temos que escondê-
los o mais rápido possível. Você consegue fazer isso? Consegue ser
inteligente e rápido, mon brave?
Mimi sorriu para ela e assentiu.
— Alors, pode ir agora.
Com um coração pesado, mas tentando ser prática, Céleste
começou a vasculhar cada um dos corpos, verificando nos bolsos
algum sinal de dinheiro ou ouro. Ela deixou todas as coisas
pessoais, mas pegou o que tudo pôde e que poderia manter o frio
longe e sua barriga cheia por um pouco mais de tempo. Suas botas
e qualquer outra coisa seriam roubadas em breve quando os
saqueadores os encontrassem. Ela teve a sorte de chegar aqui
primeiro.
Ela foi metódica, verificando cada corpo, sucessivamente, com
dedos rápidos. O mais distante ficava a uma boa distância da praia
e ela correu, os pés escorregando nas pedras, ciente de que
poderiam ser descobertos a qualquer momento e seu saque lhes
seria tirado. Virando-se, ela notou com satisfação que Mimi havia se
saído bem recolhendo a carga na praia e disfarçando-a sob o casco
de um barco em ruínas. Seria suficiente, por enquanto. Eles teriam
que voltar quando estivesse escuro e encontrar um esconderijo
melhor até que tudo pudesse ser vendido.
Voltando sua atenção para o último corpo, ela lutou para virá-lo.
Ele tinha sido um homem enorme, de ombros largos e pesados, e
pernas bem, bem longas – ele era bem mais alto que ela. Ela
arquejou quando finalmente conseguiu virá-lo de costas, e olhou
com tristeza para o rosto imóvel. Nossa, ele era bonito, ela apostava
que ele deve ter sido um canalha com as mulheres quando vivo,
com um rosto daqueles. Cuidadosamente, ela retirou o espesso
cabelo escuro de seu rosto e pulou para trás com um gritinho
enquanto ele murmurava e suas pálpebras tremiam.
— Mon Dieu — sussurrou ela. — Você tem a sorte do diabo,
contrabandista. — Ela olhou para cima ao ver Mimi andando de
volta em sua direção e gesticulou para ele se apressar. — Ele está
vivo! — disse ela. — Rápido, precisamos levá-lo para dentro de
casa, para longe do frio, antes que morra congelado.
Era mais fácil falar do que fazer. Grande daquele jeito, Mimi
lutava com o peso morto, arrastando-o aos poucos, e foi uma
bênção quando o homem acordou, embora parecesse não saber o
que havia acontecido.
— Bessie? — murmurou ele, quando Céleste deu um tapinha
em sua mão.
— Non, não Bessie — disse ela, cuidadosamente. Seu inglês
era excelente, ou assim ela acreditava, mas ela não praticava desde
que sua mãe tinha morrido. — Eu sou Céleste e você é muito
pesado. Por favor, você prrecisa nos ajudar, e andar.
O homem fez o possível para atender ao seu pedido e se apoiou
em Mimi, colocando um pé na frente do outro com esforço até
chegarem à porta do Madame Maxime. Pelo menos as prostitutas
estariam todas na cama àquela hora da manhã. Eles poderiam
chegar ao sótão se tomassem cuidado. Ela se virou para o homem e
viu que seus olhos se abriram, tentando se concentrar nela. Cinza-
escuro, eles falavam de uma alma determinada e por isso ela estava
feliz. Ainda meio afogado e congelado, seus dentes batiam
ferozmente agora. Seria uma batalha e tanto para recuperar sua
força.
— Você deve ficar quieto. Silence — sussurrou ela, levando o
dedo aos lábios.
Ele assentiu e eles começaram a árdua jornada escada acima,
até o sótão apertado onde ela dormia.
Mimi tinha acabado de empurrá-lo pela porta de seu quarto
quando a própria madame Maxime enfiou a cabeça para fora da
porta no andar de baixo.
— Que diabos você está fazendo, sua garota estúpida?
Algumas de nós trabalharam a noite toda. Você acendeu as
lareiras?
— Oui, madame, acendi. Desculpe tê-la incomodado. Eu
tropecei na escada.
Ela fechou a porta sem dizer mais nada, e Céleste deu um
suspiro de alívio. Acordada a noite toda trabalhando, até parece, ela
pensou consigo mesma, carrancuda. As outras garotas talvez
estivessem trabalhando; trabalhavam com o que parecia ser alguns
dos sujeitos mais nojentos que passavam pela porta de Maxime.
Mas a própria madame simplesmente fazia os arranjos e bebia
conhaque suficiente para manter seu temperamento azedo
adocicado, para o benefício de seus clientes.
Céleste subiu correndo a escada estreita e curva até seu quarto
no sótão, onde Mimi havia colocado o contrabandista em sua cama
de palete. Tudo parecia ainda mais apertado do que o normal com
os dois homens grandes ocupando todo o espaço disponível, e ela
se espremeu passando por Mimi, desviando das vigas enquanto se
movia para o colchão fino de palha que servia como sua cama.
— Temos que tirar essas roupas molhadas dele — disse ela,
estendendo a mão para começar, e gritando quando Mimi deu um
tapa em sua mão. — Merde! — exclamou ela, esfregando seus
dedos doloridos, e então começou a rir do olhar rebelde no rosto de
Mimi. — Oh, Mimi. — disse ela, dando uma risadinha. — Eu vivo em
um bordel há seis meses. Eu prometo que ele não tem nada que eu
não tenha visto antes.
No entanto, ela começou a repensar essa afirmação em
particular uma vez que Mimi cedeu e começaram a retirar suas
roupas encharcadas. Ela tinha visto muitos homens e mulheres, em
vários estados de nudez, e uma desconcertante variedade de
posições, e algumas lhe pareciam indignas. Era difícil não ver tais
coisas em uma casa como aquela, não importa o quanto ela
tentasse, pelo menos. A essa altura, ela acreditava que era imune a
choques; não havia mais nada no mundo que pudesse surpreendê-
la. E, ainda assim, sua curiosidade foi despertada quando as
camadas foram retiradas para revelar um corpo duro e musculoso,
bem diferente daqueles que tinha visto até aquele ponto.
Seu corpo robusto no colchão estremeceu, sua pele se arrepiou
e ela pegou o pedaço de linho áspero que servia como toalha.
— Alors, saia, Mimi — disse ela, esfregando o linho com força
sobre o braço pesado do homem, tanto para secá-lo quanto para
aquecê-lo. — Você precisa buscar pão na boulangerie e colocar um
pouco de água para ferver. Se elas não tomarem o café da manhã,
esse lugar se tornará um inferno. Você precisa me cobrir.
Mimi encarou a figura inconsciente e Céleste bufou. — Oh, seja
razoável, ele não está em posição de me fazer nenhum mal agora,
está?
Mimi foi embora, embora claramente insatisfeito com isso, e
Céleste voltou ao trabalho, aliviada por poder olhar sua plenitude
sem uma plateia. Ela secou um braço musculoso antes de passar
para o peito. Sua pele era lisa, mas marcada em alguns lugares com
cicatrizes que falavam de uma vida violenta. Uma delas talvez fosse
devido a um ferimento de bala, no alto do ombro esquerdo. Ela
parou por um momento para colocar a mão em seu peito, sentindo a
batida tranquilizadora de seu coração, forte e firme sob os músculos
pesados e pelos grossos. Forçando sua atenção de volta para o
trabalho em questão, moveu-se para seus pés e secou-se,
esfregando-os com vigor para fazer o sangue circular e subir pelas
suas pernas.
Ela parou quando se deparou com a roupa íntima encharcada
que se agarrava ao corpo maciço dele. Ela teria que tirá-la. Com
dificuldade e muito xingamento, finalmente conseguiu se livrar da
maldita coisa, e, depois, engoliu em seco quando se virou e olhou
para o homem nu, esparramado em sua cama.
— Mon Dieu — sussurrou ela.
Ele era a perfeição em sua forma masculina, e ela não pôde
deixar de admirá-lo por um momento, por causa de seu cabelo
escuro e grosso, mandíbula quadrada, boca carnuda e a leve
covinha em seu queixo. Seu olhar desceu mais um pouco. Ela
observou a impressionante largura do peito e ombros, a barriga
esculpida e o intrigante rastro de pelos escuros que levava à sua
masculinidade. Ela continuou com interesse, pois tinha sido sincera
em suas palavras a Mimi, mas nunca teve a oportunidade de ver um
homem em repouso, e tão de perto. Ela mordeu o lábio,
considerando as coisas que tinha visto as prostitutas fazer, e se ele
era desse tamanho antes de ser provocado...
Ele estremeceu de novo, e ela repreendeu-se enfaticamente, o
pobre diabo morreria de frio enquanto ela ficava ali olhando para ele
como uma tola. Humilhada, cobriu-o o melhor que pôde com seu
único cobertor e empilhou cada pedaço de roupa que possuía em
cima dele. Então, acendeu o fogão minúsculo com o que restou da
lenha. Maxime dava-lhe o quarto e um escasso suprimento de
comida em troca de trabalhar seus dedos até os ossos aparecerem
desde o amanhecer até tarde da noite. Mas ela tinha que ir atrás de
seu próprio combustível e, portanto, coletar lenha na praia era
sempre uma tarefa matinal se ela não quisesse tremer de frio a noite
toda.
Ela tossiu quando o pequeno espaço se encheu de fumaça até
que o fogo pegou e a pequena chaminé se acendeu. Com um último
olhar em direção ao belo contrabandista, enviou uma oração para
qualquer Deus cruel que parecesse desprezá-la e implorou que Ele
deixasse o homem viver. Ela trabalharia duas vezes mais, seria
muito, muito obediente, se ele vivesse.
Capítulo 2
“No qual os anjos aparecem aos que estão próximos do outro lado.”
Foi com receio que Céleste viu a carruagem preta brilhante ser
puxada no lado de fora da estalagem. Alex se levantou em um
instante, correndo para fora para cumprimentar o condutor e receber
notícias, pois aparentemente essa era a carruagem de seu irmão.
Ela olhou para quatro cavalos castanhos perfeitamente combinados,
brincando enquanto suas cabeças se agitavam com um ar
imperioso. Era como se eles conhecessem seu próprio valor e o fato
de que eram muito superiores à miséria de seu entorno atual. De
fato, combinado com a qualidade da carruagem e o uniforme
intocado do postilhão e do condutor, ficou claro que o irmão de Alex
devia ser incrivelmente rico.
Céleste tentou manter as mãos entrelaçadas em seu colo, mas
não conseguia evitar torcê-las, mesmo tentando mantê-las imóveis.
O que um homem como esse pensaria de Alex aparecendo
acompanhado de criança abandonada e histórias improváveis de
uma condessa empobrecida? Ele exigiria que Alex a expulsasse?
Alex consideraria tal coisa? Claro que não, ela se repreendeu. Alex
nunca voltaria atrás em sua palavra, ela sabia disso, confiava nele;
mas temia ser a causa de qualquer animosidade entre ele e seu
irmão. Ela já tinha lhe causado problemas suficientes.
Alex voltou para a pousada e sorriu para ela.
— Bem, então, nossa conta foi paga integralmente, e eu
finalmente tenho algum dinheiro para nos sustentar — disse ele,
com óbvio alívio. Ela assentiu, tentando sorrir, mas ciente de que
suas noites juntos iriam terminar mais cedo do que ela havia
considerado. É claro que ele tinha o dinheiro de seu irmão para
financiá-los agora. Ele obviamente pagaria por outro quarto. Ela
tinha sido estúpida em não considerar isso.
Ela permitiu que ele a conduzisse até a carruagem e se
acomodou no seu lugar. Olhando de volta para a pousada, ela
sentiu uma pontada de tristeza. As coisas mudariam agora e talvez
de alguma forma para melhor. Alex não precisava se preocupar em
economizar dinheiro, e ela tinha certeza de que a casa de seu irmão
seria confortável e mais luxuosa do que qualquer coisa que ela já
tivesse conhecido, e, ainda assim, ela viraria as costas, de bom
grado, para tudo isso se pudesse manter Alex perto dela. Mas sua
intimidade seria vista como inapropriada na frente de sua família e
ela não faria nada para envergonhá-lo. Então, a partir de agora, ela
teria que ter cuidado com a forma como agia, a menos que
estivessem sozinhos juntos, por medo de traí-lo de alguma forma.
A jornada restante para a casa de seu irmão passou com
crescente tensão. Como ela esperava, a mudança de
circunstâncias, os quartos separados, tudo serviu para trazer uma
formalidade entre eles, uma distância que parecia crescer quanto
mais se aproximava de seu destino. Por sua vez, Céleste suportou-a
da melhor forma que pôde. Ela tentou sentir prazer com seu
entorno, mas a crescente qualidade das acomodações fez com que
ela se sentisse cada vez mais deslocada e, mais de uma vez, ouviu
os funcionários das pousadas cochichando sobre eles.
Seu bonnet roto, roupas velhas e botas extremamente
desgastadas, pareciam mais maltrapilhas que nunca a cada parada,
enquanto senhoras e cavalheiros inteligentes lançavam olhares
consideráveis em sua direção e falavam por trás de suas mãos. Ela
disse a si mesma que não se importava. Deixe-os pensar o que
quiserem. Mas doía considerar que talvez Alex estivesse
começando a sentir vergonha dela.
Não que ele alguma vez a tenha traído, ele era cavalheiro
demais para fazer isso, e de fato ele exigia respeito por ela. Embora
ela desejasse que ele não o fizesse, pois isso só fazia com que ela
se sentisse pior, como se estivesse tentando dar ares de possuir
algo que ela não tinha o direito de possuir.
E logo estariam em Longueville, que aparentemente era o nome
da casa de seu irmão. Alex estava apontando lugares para ela
quando eles começaram a viajar por uma paisagem que ele parecia
conhecer bem, e ela ficou surpresa ao descobrir que ele havia
passado muito tempo ali quando menino. Mas, apesar de seu
entusiasmo e de seu desejo óbvio de que ela ficasse satisfeita, ela
sentiu seu coração afundar ainda mais e a depressão se
estabelecer sobre ela como uma um dia de inverno.
Pois ela tinha certeza agora de que seu irmão não iria querer
que Alex mantivesse Céleste por perto; já que inevitavelmente
causaria fofoca e escândalo. Não que Céleste se importasse com o
que as pessoas diziam sobre dela, mas para famílias como essa
isso importaria. Eles não suportariam os cochichos e os ofensas
murmurados como os que ela havia ouvido na jornada até aqui. E,
assim, ela seria mandada embora, para algum lugar que não
poderia causar nenhum constrangimento, e provavelmente nunca
mais veria Alex novamente.
***
Alex viu Céleste se afastar cada vez mais dele e se perguntou o
que diabos ele deveria fazer. Ela estava claramente aterrorizada
com a ideia de conhecer seu irmão e havia colocado várias
questões pontuais sobre o fato de quão rica era sua família. O fato
de ele ainda não ter dito a ela que era de longe mais rico do que seu
irmão consumia sua consciência, sem contar que ela não tinha ideia
de que ele era um conde.
Sempre que ele tentava dizer-lhe quem ele realmente era, ele se
lembrava de suas palavras mordazes sobre o barão de merde e sua
avaliação geral da nobreza como um todo. Ele não queria que ela o
considerasse sob a mesma luz, que acreditasse que ele pensava e
se comportava como eles, não importando se talvez houvesse
verdade nisso.
Ele se esforçou para se convencer de que seria melhor para
todos os envolvidos se ela pensasse nele assim. Se ela se sentisse
tão distante dele, melhor, isso tornaria sua despedida muito mais
fácil em todos os aspectos, já que deviam seguir caminhos
diferentes. Ele deveria dizer-lhe quem ele era, deixar dinheiro
suficiente com ela para se certificar de que estava bem provida e
enviá-la para viver com algum ramo distante de sua família. Ela
ficaria com raiva dele por mentir para ela, desapontada por ele não
ser o homem que ela passou a acreditar que era, porque por alguma
razão estranha ela achou a ideia dele como um contrabandista
desesperadamente romântica.
Era a coisa certa a fazer, tirar as sombras de dúvida de seus
olhos e fazê-la ver a verdade, e, ainda assim... e, ainda assim... ele
não conseguia.
Apesar do fato de que ela saberia em qualquer caso assim que
colocasse os pés em Longueville, apesar do fato de que era para o
melhor, apesar de todas as suas promessas e boas intenções, ele
não podia suportar a ideia de perder a adoração que brilhava em
seus olhos quando ela olhava para ele. Era egoísta, cruel e covarde,
mas lá estava, e ele não sabia o que fazer.
A carta que ele enviara a seu irmão tinha sido breve e apenas
aludia vagamente à verdade do que havia acontecido. Ele não podia
arriscar explicar tudo, caso a carta caísse nas mãos erradas. Assim,
Lawrence só sabia que Alex havia sofrido alguma dificuldade em
suas viagens e tinha estado doente. De qualquer forma, Lawrence
bem saberia que tipo de dificuldades provavelmente o afligiram,
estando bem familiarizado com a própria Receita.
Ele também havia escrito sobre esbarrar com uma jovem de
bom caráter em circunstâncias infelizes, e, por alguma razão, ele
tinha sido incapaz de escrever de forma convincente uma
explicação sobre o porquê tinha metido em sua cabeça que se
tornaria o guardião da garota. Mas era a coisa certa a fazer. Ele
tinha certeza de que isso se tornaria seu mantra em breve. Alex
podia muito bem imaginar que tipo de ideias estavam rondando pela
mente de seu irmão e só podia esperar que o tolo não ousasse
expressá-las, pois ele iria se arrepender disso.
Inevitavelmente, a carruagem se aproximou do lado de fora de
Longueville, e ele viu os olhos de Céleste crescerem de surpresa.
Se por um lado, o castelo que pertencia à sua família era uma bela
ruína, por outro, Longueville era bela e elegante, expressando
riqueza e conforto. Pelo choque em seus olhos, ele só podia ser
grato por estar amansando-a suavemente, pois se ele a tivesse
levado direto para sua casa em Tregothnan, ela teria ficado
realmente chocada.
— É... magnifique, Alex — murmurou ela, e ele viu o esforço que
ela fez para tentar sorrir para ele, embora seu pavor fosse óbvio.
Embora ele devesse ser mais esperto, inclinou-se para a frente
e pegou a mão dela na dele, apertando-a suavemente.
— Não tenha medo, ma mie — disse ele, esperando que ela
continuasse a confiar nele, quando ela estava prestes a descobrir
que muito do que ele havia dito era uma mentira. — Não há nada
nem ninguém aqui que irá machucá-la.
Ela hesitou e ele pôde ver a ansiedade em seus olhos. — M-
mas seu irmão... — começou ela, mas foi cortada por uma voz
familiar gritando com ele do lado de fora da carruagem.
— Alex? — Ele olhou para fora para ver Lawrence caminhando
em direção a eles e deu-lhe o que ele esperava ser um sorriso
reconfortante antes de sair e cumprimentar seu irmão.
— Lawrence — respondeu ele, sorrindo para seu irmão, cuja
mandíbula bateu no chão ao vê-lo. É claro que ele havia decidido
não mandar buscar seus próprios pertences, ciente de que suas
roupas normais os teriam denunciado em sua jornada. No entanto,
ele havia esquecido o quão desonroso ele deveria parecer, embora
as sobrancelhas levantadas de algumas pessoas das pousadas em
que ficaram devessem tê-lo alertado. Agora, no entanto, sua
aparência era obviamente chocante, como refletido no olhar de seu
irmão mais novo.
— Bom Deus — exclamou Lawrence, apertando sua mão e
olhando-o com espanto. — Que inferno aconteceu com você? Você
parece um dos meus tripulantes.
Alex bufou e balançou a cabeça. — É uma história bastante
longa, mas eu vou entretê-lo com isso mais tarde. — Ele se virou de
volta para a carruagem para ver Céleste observando Lawrence com
uma carranca. Ele lhe deu uma mão e viu os olhos de seu irmão se
arregalarem ainda mais enquanto ele colocava os olhos em Céleste.
Pois mesmo vestida com as roupas surradas que compunham tudo
o que ela possuía no mundo, estava claro que ela era um diamante
vestido de trapos. Ele sentiu um orgulho em apresentá-la, mesmo
não tendo o direito de possuí-la, e Lawrence ficou boquiaberto, sem
palavras.
— Lawrence, esta é Célestine de Lavelle, La Comtesse de
Valrey. Céleste, eu lhe apresento o meu irmão, o senhor Lawrence
Sinclair.
Para seu alívio, Lawrence não questionou a introdução; ele nem
piscou, mas curvou-se com grande deferência e beijou a mão dela.
— Estou honrado em conhecê-la, comtesse — disse ele, com
um sorriso de boas-vindas, e Alex sentiu uma onda de gratidão e
carinho por seu irmão, por aceitar Céleste tão imediatamente e sem
questionar.
— A honrra é minha, monsieur — respondeu Céleste, embora
seu olhar se voltasse dele para Alex, e ele pudesse ver as muitas
perguntas em seus olhos.
— Por favor, não temos formalidade aqui em Longueville e acho
que talvez as circunstâncias permitam que eu peça que me chame
de Lawrence — disse seu irmão.
— E então, você deve me chamar de Céleste.
— Com prazer — disse Lawrence, sorrindo para ela, e Alex ficou
aliviado que seu irmão sempre poderia ser invocado para quebrar o
gelo em situações sociais embaraçosas. — Peço-lhes perdão —
acrescentou Lawrence. — Mas minha esposa estará conosco em
apenas um momento, ela estava se sentindo um pouco indisposta
esta tarde e... foi deitar-se.
Alex chamou a atenção de seu irmão e levantou uma
sobrancelha, e Lawrence sorriu um pouco, mas Céleste estava
aparentemente perdida demais em pensamentos para notar. Ela se
virou para Alex.
— Lawrence é seu irmão? — esclareceu ela, claramente
intrigada.
Ele assentiu, sabendo que ela teria assumido que seu irmão rico
era mais velho, que a riqueza da família havia sido passada para
ele, deixando Alex para fazer seu próprio caminho, mas agora...
— Sim, embora eu tenha certeza de que ele prefira me renegar
— comentou Lawrence, com sua habitual alegria e atitude franca. —
Receio que eu seja um fardo terrível e sem fim de problemas para o
quarto conde de Falmouth.
Alex endureceu e olhou de volta para Céleste, que parecia que
poderia fazer algo terrivelmente desproporcional e desmaiar; já que
toda a cor havia deixado suas bochechas e ela estava olhando para
Alex com horror.
— C'est vrai? Você... você é...
— Essa não — disse Lawrence, parecendo horrorizado. — Eu
disse algo que não devia, não é?
Alex suspirou. — Sim, Lawrence, mas é inteiramente culpa
minha, garanto-lhe. Talvez...
Lawrence não precisou de outra palavra e estendeu as mãos.
— Eu vou deixá-los à sós, por favor, entrem assim que
desejarem. — E com isso, bateu em retirada apressado.
Alex estendeu a mão, sentindo a ansiedade rastejando por sua
coluna diante o horror em sua expressão. — Céleste, você gostaria
de caminhar comigo, por favor?
Ela estava apenas olhando para ele, aparentemente chocada
demais para responder, então ele pegou a mão dela e colocou-a
cuidadosamente em seu braço antes de levá-la para o jardim. Eles
caminharam por alguns minutos até que chegaram a um banco em
um canto isolado, onde podiam falar sem medo de interrupção.
— Você está com raiva de mim, mignonne? — perguntou ele,
mal se atrevendo a ouvir a resposta.
Aqueles olhos azuis largos piscaram, olhando-o com
perplexidade.
— Eu não sei — disse ela, parecendo tão perdida que Alex
queria puxá-la para seus braços e tranquilizá-la de que ela não tinha
nada a temer, mas ele sabia que não poderia fazer isso. — Você é
realmente...
Ele assentiu. — Eu sou Alexander Sinclair, o conde de
Falmouth.
Ela assentiu e, para seu horror, seus olhos se encheram de
lágrimas. — E... você vai me mandar embora agora? — perguntou
ela, a verdade de suas palavras aparentemente uma conclusão
inevitável do tom fatalista com que haviam sido proferidas.
— O quê? — exclamou ele, horrorizado, mesmo que isso fosse
exatamente o que ele precisasse fazer, o que tinha planejado fazer.
— Não! — disse ele, desesperado para apagar a tristeza de seus
olhos. — Claro que não vou mandá-la embora.
As palavras foram ditas antes que pudesse detê-las, se ele
tivesse pensado apenas por um momento, ele as teria expressado
de tal forma que a faria entender que teria que viver em outro lugar
eventualmente. Não era apropriado para uma jovem viver com um
homem solteiro. Mas ele tinha falado de coração porque não
suportava a ideia de deixá-la ir embora. Mas agora o dano estava
feito, suas bochechas coradas de prazer e o brilho retornou aos
seus olhos.
— Oh — soprou ela, e o alívio era muito claro. — Eu estava tão
assustada.
Alex sentiu seu peito ficar apertado. Ele sabia que não tinha feito
nenhum bem à garota, pois, embora ela estivesse tranquilizada no
momento, em algum momento teria que ver a verdade. Ele só
esperava que pudesse fazê-la entender. Mas, por enquanto, pelo
menos, ela estava feliz, e ele estava muito satisfeito em se deleitar
com o brilho de seu prazer, enquanto durasse.
— Você não está muito zangada comigo, então? — indagou-a,
ainda se perguntando se ele tinha perdido um pouco do brilho que
ela tinha pintado sobre ele como seu contrebandier.
Ela encolheu os ombros e olhou para ele enquanto seus lábios
franziam. — Estou um pouco zangada — disse ela eventualmente,
com um suspiro. — Eu gostarria que você tivesse me dito a
verdade, mas... eu não te disse que era uma comtesse
imediatamente, então... eu entendo.
Foi a vez de Alex soltar o ar que não tinha percebido que estava
prendendo.
— E no fim das contas... — acrescentou ela. — Você também é
um contrebandier, não é? — Sua expressão era de tal seriedade
que ele não pôde deixar de rir.
— Sim, ma mie, eu também sou um contrebandier, e tão infame
quanto você supunha.
Ela sorriu para ele, encantada; e ele sentiu seu coração se
acalmar ao ver que ele havia sido acomodado mais uma vez no
pedestal em que tão obviamente o colocara. — Bon — disse ela. —
Bem, então, não é tão ruim, hein?
***
Lawrence e Henrietta estavam esperando por eles quando
entraram no hall de entrada e Alex pôde ver que Henri estava doida
para descobrir o que estava acontecendo.
— Henri, você está tão adorável como sempre — disse ele,
sinceramente, cumprimentando a bela esposa de seu irmão com
prazer genuíno. Ele gostava muito de Henri e sabia que ela
colocaria Céleste sob sua asa, na verdade, ela parecia que mal
podia esperar para colocar as mãos na pobre garota. Alex fez as
introduções e Lawrence levantou uma sobrancelha para ele,
aludindo claramente ao choque de Céleste descobrir que ele era de
fato um conde.
Alex sorriu. — Está tudo bem, Lawrence, eu disse a verdade e
expliquei a Céleste que eu não sou apenas um contrabandista como
ela acreditava. Ela está bastante desapontada, eu temo, mas tem
sido bastante gentil a ponto de me perdoar. — Lawrence parecia
totalmente desnorteado e sem palavras, o que era um evento de tal
raridade que era bastante divertido, então Alex continuou: — Não é
tão ruim, afinal, é, mignonne? — A palavra carinhosa escorregou
muito facilmente de seus lábios e revelou um pouco mais do que ele
esperava na frente de sua família.
Céleste revirou os olhos para ele. — Bah! — disse ela.
Todos riram, mas havia um ar de especulação nos olhos de seu
irmão e Henri que ele não apreciava.
Capítulo 12
“No qual os entes queridos conspiram para o melhor, e o pior dos
resultados.”
Quando Alex voltou para casa, estava exausto. A fúria por lidar
com uma mulher que sempre admirou o deixou esgotado e com os
nervos em frangalhos. A criatura vil provou ser vingativa e rancorosa
e, além do tumulto de emoções que haviam golpeado seu coração e
seu corpo no início da noite, estava abalado e cansado. Ele entrou
em casa com uma inquietação silenciosa e foi direto para o
escritório, esperando tolamente que Céleste o estivesse esperando.
Claro que ela não teria feito isso. Se alguém a tivesse descoberto,
ela teria ficado mortificada. Mas agora ele encontrava-se em um
dilema.
Ele estava desesperado para vê-la, para explicar por que Lydia
tinha vindo até sua casa e dizer-lhe que ela estava completamente
errada. Ele não faria e nunca teve a menor intenção de mantê-la
como sua amante. Longe disso. Ele queria cair de joelhos e implorar
que ela se casasse com ele. Suplicar-lhe que ignorasse todo o
escândalo, que resistisse aos boatos que sempre a perseguiriam,
que corresse o risco de se casar com um homem que um dia
poderia ser velho e monótono demais para interessá-la, e fazê-lo o
homem mais feliz do mundo. Pois ele sabia agora que sem ela
nunca mais saberia o que aquela emoção significava.
Ele hesitou fora de sua porta e deu uma batida suave.
— Céleste? — Ele esperou com o coração batendo forte no
peito e, então, bateu mais uma vez. Para sua frustração, não houve
resposta. Provavelmente ela estava dormindo agora, ele imaginou,
pelo menos esperava que fosse isso e não que ela estivesse
zangada com ele. A maldita Morris tinha feito uma cena infernal e
ele precisava explicar tudo para ela. Mas teria que esperar até de
manhã. Ele suspirou e depois sorriu quando uma ideia lhe ocorreu.
Alex escreveu uma breve missiva para seu mordomo, instruindo-
o que, ao se levantar, deveria ir imediatamente ao proprietário do
Rundell and Bridge, o joalheiro em Thirty-Two Ludgate Hill e instruí-
lo que o conde de Falmouth faria uma visita às sete da manhã em
ponto. O mordomo também deveria deixar claro que o senhor
Rundell seria bem compensado pela hora inconveniente de sua
visita. Satisfeito por ter algo para aplacar Céleste, foi para a cama.
Ansiedade e mal-estar ainda permaneciam em seu coração, e rezou
para que sua oferta não encontrasse objeções, uma vez que ela
entendesse que suas intenções eram tão honrosas quanto ele
poderia controlar.
***
A elegante fachada em estilo palladiano de Rundell e Bridge,
joalheiros da coroa, era acentuada por uma grande entrada, ladeada
por colunas jônicas. O interior, no entanto, era esparso, embora
elegante, e servia como pano de fundo simples para exibir algumas
das joias mais suntuosas e impressionantes já feitas.
O senhor Rundell cumprimentou Alex com prazer e não perdeu
tempo em apresentar-lhe o melhor de seus produtos.
— Eu quero algo com safiras — disse Alex, lançando um olhar
atento sobre as caixas forradas de seda e sua coleção de tesouros
deslumbrantes.
— Ah! — exclamou o Sr. Rundell, com ar de aprovação,
desaparecendo nos fundos da loja com um passo apressado. — Eu
tenho algo perfeito. — Ele voltou um momento depois trazendo uma
ampla caixa de couro azul-escura. — Uma peça muito elegante —
disse o homem, com entusiasmo, abrindo-a para revelar um colar
requintado, aninhado em uma caixa cor de marfim. — Você vê o
design flexível em forma de guirlanda? Ela é cravejada com onze
safiras com lapidação cushion pesando aproximadamente vinte e
oito quilates, espaçadas por elos em espiral, cravejadas com
diamantes antigos e lapidação rosa, também pesando
aproximadamente vinte e oito quilates, e emoldurada em prata e
ouro.
Alex assentiu. — Sim, senhor Rundell, concordo, é uma peça
realmente muito bela. Vou levá-la imediatamente. Você também
teria três pentes para cabelo e uma pulseira com o mesmo modelo,
por favor. Eu gostaria que fossem entregues a mim o mais cedo
possível.
— É claro, milorde! Felicito-lhe pelo bom gosto. Tenho certeza
de que a destinatária de seu presente ficará bastante emocionada.
Alex sorriu e tocou com o dedo na pedra brilhante que o
lembrava fortemente de um par de grandes olhos azuis. — Assim
espero — disse ele, suavemente.
***
Voltando para casa por volta das dez e meia, Alex ficou
desapontado ao descobrir que Céleste aparentemente ainda estava
na cama, tendo deixado um bilhete para sua criada dizendo que não
deveria ser incomodada antes das onze. As onze passou. Embora
não fosse incomum ela dormir até tarde depois de uma noite fora,
Alex mandou que a criada fosse perguntar se ela talvez não
estivesse se sentindo bem.
Uma sensação inquietante de mal-estar começou a deslizar sob
sua pele e formigar sua nuca. Esperava que ela não tivesse ido para
a cama num acesso de raiva pelo que acontecera na noite anterior,
embora tivesse de admitir que ela estaria no direito de ficar furiosa
com ele e com a senhora Morris. Sentado na luminosa sala de estar,
passou a mão sobre a elegante caixa azul e suspirou. Ele rezou
para pudesse convencê-la da natureza profunda e sincera de seu
pedido de desculpas e de seus sentimentos ardentes por ela.
Um grito vindo do andar de cima fez o terror correr por suas
veias e pulou da cadeira, subindo três degraus de cada vez até
parar na porta do quarto de Céleste.
— O que foi? — perguntou ele, olhando para a criada, pálida e
trêmula, e Henri segurando uma carta na mão com um olhar de
devastação.
— Ela se foi — sussurrou Henri, como se mal ousasse acreditar
em suas próprias palavras.
— O quê? — Alex sentiu uma onda de frio derramando sobre
ele como água fria quando o medo tomou conta dele. Ele
atravessou o quarto e pegou uma segunda carta endereçada a ele
que Henri estendeu-lhe com dedos trêmulos.
Prezado Alex,
Por favor, perdoe minha maneira de deixá-lo, mas sei que se eu
ficasse, ambos terminaríamos nossos dias infelizes. É melhor que
eu vá. Lamento ter fugido, mas parece que talvez eu seja tão jovem
e infantil quanto pensa, mas não posso ser uma entre muitas, Alex.
Eu não posso e não vou. Achei que talvez pudesse suportar se não
soubesse quem eram ou visse seus rostos. Mas ouvi a senhora
Morris falando com você ontem à noite e lamento que o
entretenimento de que ela falou sejam sofisticados demais para uma
rata do campo como eu. Não posso dividir você, e nunca de maneira
tão íntima.
Você tem e sempre terá meu coração por inteiro e, por isso,
nunca poderia pensar em me casar com outra pessoa. Por favor,
não fique com raiva de mim e dê meus cumprimentos a todos.
Sentirei falta de todos e nunca esquecerei tudo o que fizeram por
mim. Mas é claro que sentirei sua falta acima de tudo, mon
contrebandier.
Atenciosamente,
Mignonne.
PS: Receio ter tirado quinhentas libras de você, mas prometo
que pagarei assim que puder.
Alex soltou um grito, um som cru semelhante ao de uma criatura
ferida, e de fato ele se sentiu ferido, tão gravemente ferido e com
dor que meio que esperava ver sangue saindo de algum ferimento
fatal.
— Oh, Alex, pobre criança! Para onde ela iria?
Ele balançou a cabeça, tentando pensar além do choque. —
Não há nenhuma pista em sua carta?
— Não, nada — disse ela, limpando os olhos. — Ela apenas diz
para perdoá-la e, por favor, para não a considerar ingrata. — Ela
cobriu sua boca e soluçou. — Oh, Alex, temos que encontrá-la!
— Onde está Lawrence? — questionou ele.
— E-ele... — gaguejou ela. — Ele levou as tias para visitar
Aubrey.
— Encontre-o — disse ele, tentando desesperadamente
controlar o pânico e pensar com clareza. Só havia uma saída viável
de Londres, através da estrada Great North. Era mais provável que
ela tivesse pegado uma carruagem de correio. — Precisamos
verificar todas as estalagens, ver se ela reservou uma passagem e
para onde, e descobrir se Aubrey sabe de alguma coisa.
Henri assentiu, fungando. — Eu irei imediatamente e instruirei
todos os criados a segurarem suas línguas. Não que eles fossem
falar. Todos a amam, todos a amam tanto — disse ela, com a voz
embargada. — Será que ela não sabia disso? Ah, e haverá um
grande escândalo se isso for divulgado.
— Não haverá — disse Alex, com certeza em sua voz. — Ela
estará de volta aqui antes que alguém saiba que se foi.
— Sim. — Henri estendeu a mão e agarrou seu braço. — Sim,
você vai trazê-la para casa, eu sei que vai, mas... mas por que ela
foi embora, Alex?
Essa pergunta atingiu seu coração e a dor foi tão intensa que
não sabia se poderia formular uma resposta. — Eu descobri ontem
à noite que ela acreditava que eu só pretendia tomá-la como minha
amante — disse ele, as palavras amargas em sua boca. — Antes
que eu pudesse dizer-lhe que não pretendia tal coisa, que a amo e
queria me casar com ela... a senhora Morris... — Ele não pôde dizer
mais nada e realmente precisava sair dali. Não podia perder mais
tempo enquanto sua tola e doce Céleste estava sabe-se Deus onde.
E na companhia de quem? Ele se virou e saiu do quarto enquanto
as palavras de Henri o seguiam porta afora.
— Oh, Alex, sinto muito.
Ele desceu as escadas correndo, vociferando ordens para seu
mordomo e gritando para que seu cavalo fosse preparado
imediatamente. Ele a encontraria, jurou a si mesmo. Alex a
encontraria segura e bem, antes do cair da noite, pois se não o
fizesse, nunca se perdoaria.
***
Céleste fechou os olhos e suportou os solavancos intermináveis
da carruagem do correio. Ela permitiu que sua mente a levasse de
volta para outra viagem de carruagem, com Alex sentado ao lado
dela na diligência apertada quando eles deixaram Madame Maxime,
indo para a casa de seu irmão em Bordeaux. Tanta coisa aconteceu
desde então, ela refletiu. Sua vida havia mudado de maneiras que
ela nunca poderia ter concebido e, no entanto, o tempo todo ela se
apegava aos sonhos. Um sonho que foi adorável e terrivelmente
belo, mas tão insubstancial quanto uma teia de aranha, pois quando
ela tentou segurá-lo, descobriu que era frágil e fraco, delicado
demais para sobreviver em um mundo que sabia muito bem ser
impiedoso e cruel.
E, assim, ela voltaria para o lugar de onde veio. Lá, pelo menos,
ela conhecia o lugar e as pessoas, mas ninguém sabia de suas
aspirações fracassadas. Ela sabia o que esperar de uma vida muito
mais despretensiosa e simples, e esperava que com o dinheiro que
havia pegado emprestado, pudesse encontrar uma maneira de
arranjar um lugar para si. Tinha o suficiente para comprar uma casa
e viver prudentemente por um tempo considerável se ela fosse
cuidadosa, mas depois precisaria pensar em como ganhar a vida.
Ela decidiu encontrar Mimi e oferecer-lhe um lugar para morar, caso
ele aceitasse. Pelo menos, assim, ela teria um rosto amigo e alguém
para desencorajar os inevitáveis visitantes do sexo masculino que
apareceriam se soubessem que havia uma mulher solteira morando
sozinha e sem proteção.
Ela não se permitiria chorar. Ela já havia atraído a atenção
escandalizada do casal de meia-idade no assento oposto. A mulher
apenas fungou para ela com desgosto e virou a cabeça quando
percebeu que estava viajando desacompanhada, mas o olhar do
homem tinha sido bem mais consistente e desagradavelmente
previsível.
Quando a carruagem parou na pousada O Leão Vermelho, em
Dorset, ela estava dolorida, cansada e com o coração doendo. Ela
se perguntava o que estava acontecendo em casa. Alex sabia que
ela tinha ido embora? Ela se perguntou se ele viria atrás dela, e
sabia que sim. Ele era muito honrado para deixá-la fugir dessa
maneira e não fazer nada a respeito. A ideia fez seu peito se apertar
de ansiedade. Ela não podia deixar que ele a encontrasse. Se a
encontrasse, sem dúvida a persuadiria a voltar para casa.
Se ela não fosse sua amante, ele encontraria um marido
adequado para ela, como havia prometido primeiramente. Mas ela
não iria tolerar isso. Ela não deixaria um homem que não amava
opinar em sua vida, e ela não poderia viver na Inglaterra com a
possibilidade sempre existente, mesmo que pequena, de um dia
tropeçar no caminho de Alex novamente e fazer um papel de tola.
Era melhor uma separação por completo. Ela não se entregaria a
ninguém e seguiria seu próprio caminho da melhor maneira
possível.
A bela cidade de Shaftesbury tinha uma vista para o Vale
Blackmore e, em outras circunstâncias, Céleste teria se encantado
com a bela paisagem. Hoje, porém, ela não via nada e não falou
com ninguém, evitando os olhares das pessoas enquanto descia da
carruagem e se dirigia para O Leão Vermelho. Era um prédio
elegante e, obviamente, aproveitava-se muito bem do fato de estar
em uma movimentada rota. Dessa forma, estava previsivelmente
apinhada com funcionários apressados correndo de um lado para o
outro com bandejas carregadas, os aromas sedutores fazendo o
estômago da Céleste revirar. Embora ela estivesse realmente fraca
de fome, não tendo comido desde a noite anterior, achou improvável
que fosse capaz de engolir qualquer coisa. Haveria uma curta
parada de quarenta minutos para uma leve refeição, embora antes
da próxima etapa da viagem começar sabia que tinha que fazer um
esforço ou enfrentaria a vergonha de desmaiar em público.
Ao vasculhar o restaurante lotado, no entanto, descobriu, para
sua consternação, que não havia mesas livres. Ela estremeceu,
assustada por um toque suave de uma mão sobre a dela, e olhou
para baixo para ver uma senhora de rosto doce olhando para ela.
Com brilhantes olhos cor de mel e bochechas que lembravam
maçãs maduras, a mulher tinha o tipo de rosto que deveria
pertencer a uma fada madrinha.
— Venha sentar-se conosco, querida. O senhor Harrison não se
importa, não é, senhor Harrison? — A senhora dirigiu-se a seu
marido, um sujeito calvo e corpulento com um bigode inacreditável.
O senhor Harrison ergueu os olhos de sua torta de bife,
murmurou algo que soou que estava de acordo através das cerdas
grossas de seu lábio superior e, então, concentrou-se novamente
em sua refeição.
A senhora mais velha abriu espaço no banco, levando seu
próprio prato junto e, praticamente, puxou Céleste para sentar-se ao
seu lado.
— Que criança linda — suspirou ela, olhando maravilhada para
Céleste. — Eu disse isso assim que entrou pela porta, não disse,
senhor Harrison? Eu disse, que bela jovem. — Ela assentiu com a
cabeça para si mesma, aparentemente não precisando de mais
comentários de seu marido, o que era bom. — Oh, à propósito, eu
sou a senhora Harrison e esse é meu marido, o senhor Harrison. E
que multidão terrível aqui, não é mesmo? Pobre de mim. Bem,
agora temos de lhe arranjar alguma coisa para comer, parece que
está acabada, coitadinha.
Meio aturdida e sob o domínio da força da natureza que era a
senhora Harrison, Céleste recebeu comida e um copo de cerveja, e
ouviu sua nova companheira tagarelando enquanto comia.
Felizmente a senhora Harrison não parecia necessitar que ela
participasse da conversa nesse ponto, fazendo sua parte e a de
Céleste admiravelmente também. Ela tagarelava bem-humorada
sobre seu filho mais velho e suas três filhas, todas casadas, querida,
e sua recente viagem para ficar com sua filha mais nova em
Wiltshire.
Só depois de terminar de comer é que aqueles brilhantes olhos
castanhos se fixaram em Céleste de uma maneira que a fez
acreditar que a senhora não era tão estúpida como aparentava. Ela
estendeu a mão e segurou a de Céleste com ar maternal.
— Pois bem, criança, para onde você vai?
— Para Plymouth, madame — respondeu Céleste, sentindo-se
um pouco constrangida sob o olhar conhecedor da mulher.
— Você vai voltar para a França?
Céleste assentiu e evitou seu olhar.
— Você tem família lá, eu suponho?
— Oui, madame — disse ela, olhando para seu prato caso a
mulher detectasse a mentira.
A senhora Harrison resmungou, balançando a cabeça
consternada. — Ora essa, realmente não é seguro para você viajar
sozinha, sabe disso, não é, minha querida? — disse ela, seu tom
grave e cheio de preocupação.
Céleste engoliu em seco e olhou para cima, mas não encontrou
nada além de compaixão nos olhos da mulher. Ela sorriu e encolheu
os ombros. — Eu sei, mas... mas... — Sua voz tremeu e ela ficou
em silêncio.
— Oh, minha querida — disse a mulher, com tanta compreensão
na voz que Céleste teve muito medo de que começasse a chorar no
meio de um local público. — Calma, calma, criança. Então, para
onde você está viajando exatamente?
— Roscoff — murmurou Céleste, fungando.
— Muito bem, então! — exclamou a senhora Harrison, sorrindo
para ela com satisfação. — Você pode chegar a Roscoff com a
mesma facilidade por Weymouth, e é exatamente para onde
estamos indo. Nós moramos lá, sabe. Dessa forma, você deve vir
conosco em nossa carruagem. O senhor Harrison não vai se
importar, não é mesmo, senhor Harrison? — Sem esperar por uma
resposta de seu marido, que parecia pouco inclinado a dar uma, de
qualquer maneira, talvez sentindo que não havia sentido, a mulher
sorriu para ela. — Muito bem, agora está tudo resolvido. Muito
melhor do que chacoalhar naquela carruagem do correio nojenta
cheia de gente estranha. Venha conosco e a levaremos em
segurança até o porto de Weymouth.
— Oh, madame, quanta bondade sua — respondeu Céleste,
com lágrimas nos olhos, comovida além da conta.
A senhora Harrison começou a fungar e piscar rapidamente
diante de tais palavras, e acenou com a mão. — Ora essa! Querida
criança, pare ou você fará com que nós dois ajamos como dois
regadores.
E, assim, com tudo muito bem arranjado entre eles, Céleste foi
acompanhada pelo senhor e senhora Harrison, com destino a
Weymouth.
Capítulo 31
“No qual nosso herói destrói o mundo.”
Sebastian Grenville, o duque de Sindalton, conhecido como Sin
na alta sociedade, teve sua boa dose de escândalo. O envolvimento
de seu pai no que ficou conhecido como “o escândalo do século”
colocou-o no centro das atenções na tenra idade de doze anos, e,
assim, permanece, desde então. Encorajado por seu melhor amigo,
Beau – o marquês de Beaumont – sua vida é de desperdício e
comodidade. Mas todo duque precisa de um herdeiro, e todos
sabem que Sindalton está à procura de uma esposa.
Os dois homens, cansados de frequentarem bailes e de mães
casamenteiras, hospedam-se na casa de caça de um amigo na
Cornualha, onde Sindalton é apanhado por uma tempestade e
procura abrigo. Buscando refúgio em uma caverna, o duque fica
encantado quando se depara com a senhorita Georgiana Bomford,
sobrinha do médico local. Mas a beldade e vigorosa ruiva não se
impressiona com sua tentativa de seduzi-la. Sindalton, por outro
lado, sente-se cativado e decide conquistá-la, torna-a alvo de seu
charme irresistível. Mas Georgiana não é quem ele pensa que é, e
quando se reencontram em Londres, o passado escandaloso corre
o risco de se repetir.
A Filha do Escândalo
Onde o verdadeiro Amor queima,
o Desejo é a chama pura do Amor;
É o reflexo de nossa moldura terrestre,
Que retira seu significado da parte mais nobre,
E, nos traduz a linguagem do coração.
Desejo, por Samuel Coleridge
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