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Revisão: D. Marquezi
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LADY PRUNELLA ADOLPHUS, DUQUESA DE BEDWIN – membro fundador das
Senhoritas Peculiares e secretamente Miss Terry, autora de “A
História Sombria de um Duque Maldito”.
SRA. ALICE HUNT (NASCIDA DOWDING) – não mais tão tímida como
antes; casada recentemente com o notório Nathanial Hunt,
proprietário do exclusivo clube de apostas Hunters, e irmão de
Matilda.
LADY AASHINI CAVENDISH (LUCIA DE FERIA) – uma beldade estrangeira;
recentemente e escandalosamente casada e feliz com Silas Anson,
visconde Cavendish.
SRA. KITTY BAXTER (NASCIDA CONNOLLY) – quieta e vigilante, até que
não esteja. Recentemente fugiu com seu amor de infância, Sr. Luke
Baxter.
LADY HARRIET ST. CLAIR (NASCIDA STANHOPE) -Condessa St. Clair –
séria, estudiosa, inteligente, puritana e usa óculos. Finalmente
casada com o Conde St. Clair.
BONNIE CARDOGAN – ainda muito franca e sempre em apuros ao
lado de seu marido, Jerome Cadogan..
RUTH STONE
– herdeira e filha de um comerciante rico.
MINERVA BUTLER – prima de Prue; não é tão inútil e vazia quanto
parece; sonha com o amor.
JEMIMA FERNSIDE – bonita e sem um tostão.
LADY HELENA ADOLPHUS – vivaz, controladora, surpreendente.
MATILDA HUNT
– loira, linda, e arruinada por um escândalo do qual
não teve culpa.
1
Minha querida Kitty,
Mal sei por onde começar. Saí por apenas uma
hora, mas, nesse breve intervalo, todos parecem
ter enlouquecido.
Lembra-se do desafio de Ruth, ‘Dizer algo
totalmente ultrajante para um homem bonito’?
Bem, diria que ela se superou.
Querido papai,
Esperamos chegar ao Castelo Wildsyde amanhã à
tarde. A viagem foi longa e cansativa e, confesso,
que ficarei feliz em me assentar. A maior parte da
estrada está em mau estado de conservação e
sinto meus ossos ainda sacolejando e
chacoalhando, enquanto tento dormir à noite. O
tempo também não está totalmente bom, mas
tenho motivos para acreditar que amanhã será
melhor. Talvez verei o castelo pela primeira vez à
luz do sol. Escreverei mais e o descreverei em
detalhes, como o senhor me pediu, assim que me
instalar.
Querida Ruth,
Senti que deveria escrever e contar-lhe que
Bonnie e o Sr. Cadogan voltaram para Holbrooke
House e se casaram. Nunca em minha vida fiquei
tão aliviada. Acredito que eles serão felizes juntos,
certamente Bonnie está loucamente apaixonada
por ele. Se o Sr. Cadogan tiver algum bom senso,
logo perceberá a sorte que tem.
Agora, minha querida, minhas preocupações
estão todas voltadas para sua pessoa. Está
casada agora? Peço-lhe que me escreva e me
diga como as coisas estão. Que tipo de homem é
o Sr. Anderson? Ele a trata gentilmente?
Sra. Anderson.
Sra. Ruth Anderson.
Como esse nome soa estranho. Devo me
acostumar com isso? Devo lembrar que não
importa o nome que carrego, eu sou uma Stone.
Não serei manipulada e moldada à vontade de
outrem, nem ser colocada de lado e esquecida,
empurrada para um lugar escuro, fora do alcance
das pessoas.
Apenas tente me ignorar, Gordon Anderson.
Eu serei a pedra no seu sapato.
Querido Garrick,
Espero que esta carta encontre o senhor e os
criados bem. Espero também que meu pai não
esteja sendo muito exigente e que minha querida
mamãe... bem, suponho que há pouco sentido em
esperar algo sobre esse assunto.
Como estou ciente de que o senhor é, sem
dúvida, o mordomo mais excelente de toda a
Inglaterra - sim, estou melando-o com mel com
um propósito, receio - espero que o senhor possa
me ajudar em minha hora de necessidade. Eu
estou precisando de criados. Na verdade, estou
precisando de apenas uma pessoa, que tenha o
menor desejo de fazer a minha vontade e eu não
terei escrúpulo para dizer-lhe que estou
desesperada. Mande ajuda, Garrick, eu imploro.
Querida Ruth,
Faz tempo que não tenho notícias suas. Como
está se dando com o seu marido cabeça dura?
Querido papai,
Querida Matilda,
Querida
O que devo dizer-lhes? Que tipo de loucura me
possuiu? Sinto que sou duas pessoas totalmente
diferentes, contidas no mesmo corpo.
Acho que posso enlouquecer...
Querida Matilda,
Não acredito que estamos quase em dezembro.
Comecei a planejar as festividades e mal posso
esperar para decorar o castelo para o Natal. Estou
cheia de esperança, pois, finalmente, começou a
parecer um lar. Devo dizer que também sou capaz
de fazer milagres, pois fiz alguns pequenos
progressos com o pessoal teimoso do meu
marido. Acho que a atração de um novo fogão
Rumford pode até ser suficiente para suavizar o
coração negro da Sra. MacLeod, veremos...
Senhorita Butler,
Estou chocado e consternado...
Como se atreve...
Que tipo de jogo a senhorita está jogando, sua
garota diabólica...
Quer que eu a arruíne?
Oh, Deus, estou condenado.
Querida Ruth,
Tenho tanto para lhe dizer que mal sei por onde
começar, mas espero que tenha ouvido o que
aconteceu desde que nos deixou. Eu me sinto
terrível por não ter lhe escrito antes e espero que
me perdoe. Fui uma péssima amiga, mas foi tão
boa comigo, quando precisei de você. Minha vida
passou de sofrimento para uma felicidade imensa,
e, apesar de ser lembrada de como é perder, sei
que sou muito abençoada. Tenho um marido
maravilhoso, uma família que me acolheu de
braços abertos, e amigas que significam o mundo
para mim.
Sinto sua falta, Ruth, e penso em você todos os
dias. Por favor, minha querida, permita-me ser sua
amiga, assim como foi minha. Se há algo que eu
possa fazer para ajudá-la, só precisa me dizer.
Acredite, se quiser que eu corte o coração negro
do seu marido com uma colher, ficarei muito feliz
em fazê-lo.
Basta me pedir.
Querida Bonnie,
Como fiquei feliz em receber sua carta, embora
não tenha ideia do que tem que se desculpar.
Chorei por sua perda e desejo, mais do que
qualquer coisa, que eu possa ter sido um pouco
de conforto para você, mas vejo que está muito
bem cuidada e está feliz. Era óbvio que o Sr.
Cadogan a adorava e estou muito feliz por sua
felicidade.
Não há necessidade de se armar com uma colher,
minha querida amiga, nem qualquer outro
utensílio no momento, embora eu esteja tocada e
animada pelo sentimento. Admito que tive vontade
de pegar vários itens domésticos, tendo em mente
cometer violência nas últimas semanas e tenho
certeza de que não preciso explicar minha
motivação. Resisti - principalmente - e juro que
apenas um punhado sofreu o impacto do meu
temperamento, infelizmente nenhum deles
encontrou seu alvo. Ele é mais rápido do que se
pode imaginar de um homem tão grande, ou
talvez eu, simplesmente, precise de mais prática.
No entanto, apesar das rupturas, descobri um
segredo sobre Gordon Anderson que ele
escondeu muito bem de nós duas. Seu coração
não é tão amargo quanto ele quer que
acreditemos.
— Pode entrar.
A resposta concisa à sua batida confirmou que Gordy não
estava de bom humor, o que, dificilmente, seria uma surpresa. Não
tinha certeza se Gordy tinha um bom humor, embora permanecesse
teimosamente otimista.
Preparando-se para o que quer que estava por vir, Ruth abriu
a porta e encontrou o marido em sua mesa, olhando fixamente para
uma pilha de correspondência. Ele olhou para cima e ela registrou
um vislumbre de surpresa ao ser procurado.
— Bom dia, meu querido, — disse ela, favorecendo-o com
um sorriso caloroso. — espero que tenha dormido bem.
O olhar furioso de Gordy escureceu — Não dormi nada bem.
Você puxa os cobertores.
— Puxo? — Ruth perguntou, desejando não estar tão
propensa a corar, enquanto suas bochechas esquentavam —
Perdoe-me. Preciso de mais prática em compartilhar —
acrescentou, determinada a não o deixar ter a vantagem.
Ele bufou com isso e voltou sua atenção para os papéis em
sua mesa.
Ruth lançou um olhar desconfortável sobre o cômodo.
Honestamente, tinha esquecido o quão terrível era. Quase se sentiu
culpada por isso. Quase.
— Admirando o seu trabalho?
— Eu estou. — disse, lançando um sorriso brilhante — É
inspirador, não acha?
— Sim, está quase me inspirando a abrir uma veia. — ele
retrucou, olhando para as paredes e estremecendo — Não consigo
me livrar da sensação de estar sendo observado.
Embora ela tenha tentado o seu melhor para segurar, Ruth riu
e cobriu a boca com a mão — Peço perdão! — disse novamente,
não significando nada.
Gordy se recostou na cadeira e cruzou os braços — Ria disso
— disse ele, estreitando os olhos para ela. — Deveria desfrutar de
sua vitória, suponho. Eu não tinha noção de que minha esposa era
tão vingativa.
— Ah, isso não é nada! — respondeu Ruth, segurando o
olhar e falando sério.
— Isso é uma ameaça? — ele exigiu.
Deu de ombros, movendo-se para endireitar a fita caída nos
chifres de um veado de olhos vítreos — Talvez.
Ele olhou para ela, parecendo realmente alarmado, não que
ela o culpasse, só estava na sala há alguns minutos e isso já a
estava deixando enjoada. Todos aqueles olhos contra a chocante
parede rosa realmente eram perturbadores.
— O que você quer?
— O que quero? — repetiu, toda inocente, afastando-se do
cervo com alívio — O que quer dizer?
— Sabe muito bem. Veio até a boca do leão, não veio?
Ruth lançou um olhar penetrante para as paredes cor-de-rosa
e mordeu o lábio.
— Sim, e não tenho dúvida de que teria colocado uma
cabeça de leão nas paredes, se tivesse encontrado uma, maldita.
Foi necessária uma concentração considerável para não rir,
mas ela segurou o olhar dele, tentando parecer arrependida e foi
presa por algo que poderia ter sido admiração em seus olhos.
— Receio ter sido uma provação terrível para você. — disse
suavemente — Sinto muito, Gordy. Vou mudar de novo para que
possa relaxar. O que quiser, prometo.
Ele bufou com isso — Ora, justo é justo. Não posso ser o que
quer em um marido.
Ela sorriu então, incapaz de manter a ternura de sua voz — É
aí que está enganado, mas não vou envergonhá-lo, tentando dizer
coisas que não deseja ouvir.
Dificilmente era uma surpresa que ele desviasse o olhar dela,
mas ela se sentia despojada. Ele embaralhou os papéis em uma
pilha limpa e os colocou na gaveta da mesa.
— O trabalho parece estar indo em ritmo acelerado. — disse
ela, esperando não o ter afugentado tão rapidamente. Deveria saber
que não deve dizer tais coisas a ele — Está satisfeito com tudo o
que conseguiu?
— Sim. — disse ele, a resposta resmungando quando se
levantou.
— Os barcos de pesca foram um sucesso? A captura foi tão
abundante quanto esperava?
— Sim.
— E em Freswick? Os reparos em que tem trabalhado estão
completos agora?
— Não.
Ruth respirou fundo, segurando seu temperamento, ciente de
que ele estava tentando frustrá-la de propósito — Ainda há muito
trabalho a fazer?
— Sim.
Ela tomou um rumo diferente — O que acha de violeta, meu
querido raio de lua?
Gordy franziu a testa para ela, um brilho desconfortável em
seus olhos — Violeta?
— Sim, doçura, violeta. Como a cor. — deu um sorriso
ofuscante, que o fez parecer vagamente horrorizado.
— Você é uma diaba desprezível e calculista! — ele rosnou,
embora ela pensasse que talvez aquele vislumbre de admiração
fosse visível mais uma vez.
— Sim, meu coração, mas eu sou sua desprezível e
calculista diaba.
Ele grunhiu com isso, balançando a cabeça e deu um suspiro
pesado — Muito bem. — foi falado com a resignação e com o
queixo apertado. — Estou otimista com os barcos, embora seja a
estação certa para contar com qualquer certeza. Mas deu trabalho
aos homens, e as mulheres estão ocupadas, salgando o peixe e
levando-o para Wick. Não saberei ao certo, até que o cardume
comece em julho, mas se for tão bem-sucedido quanto espero,
comprarei mais barcos. Tenho todas as expectativas de que será um
empreendimento lucrativo. As casas de campo em Freswick
estavam em pior reparo do que eu esperava, mas o trabalho está
bem encaminhado, e tenho mais habitações planejadas, assim que
as reformas forem feitas, pois o sucesso dos barcos trará mais
inquilinos para mim.
— Estou tão orgulhosa de você, Gordy. — disse, não
tentando esconder a pegada em sua voz — Verdade, está fazendo
muito bem.
Para seu espanto, ele corou, e ela viu a confusão em seus
olhos, antes que ele se afastasse novamente. Ficou olhando pela
janela, de costas para ela — Você é a mulher mais controversa que
eu já conheci.
Ela riu disso — Eu não duvido disso.
Ele olhou por cima do ombro, franzindo a testa, obviamente
sem saber o que fazer com ela.
— Gostaria de ver meu novo projeto, Gordy?
Sua expressão ficou cautelosa mais uma vez.
— Isso vai me dar pesadelos? — ele perguntou, seu olhar se
desviando para os olhos sem visão que os observavam de todos os
cantos do escritório.
Ela hesitou, e ele fez um som de angústia — Santo Deus, o
que fez agora?
— Ah, não. — disse ela, balançando a cabeça, mas incapaz
de esconder sua inquietação — Não é nada parecido... assim, mas,
bem... Não faço ideia de como se sentirá sobre isso. Quero dizer,
sei o que vai dizer, mas suspeito que o que diz e o que realmente
sente não são a mesma coisa.
Olhou para ela — Você fala em enigmas.
— Não, não falo. — disse, segurando o olhar dele — Você
me entende bem o suficiente. Venha, quero ouvir a sua opinião.
Ruth estendeu a mão para ele que se adiantou, mas não a
pegou, abrindo a porta para ela e gesticulando para que liderasse o
caminho. Ela não se ofendeu, ciente de que ele estava permitindo
aquilo, sabendo que ela não poderia pressioná-lo muito
rapidamente.
Levou-o de volta às escadas, imaginando se estava
cometendo um grande erro, mas agora era tarde demais. Não havia
muito para ver, quando chegaram ao quarto. Fora despojado e
limpo, a chaminé e o vidro da janela reparados e as paredes de
pedra recém rebocadas. Ruth prendeu a respiração, quando os
olhos de Gordy, imediatamente, encontraram o item que ela o
trouxera aqui para ver, simbólico de tudo o que ela estava tentando
dizer a ele. Ruth fechou a porta atrás deles, observando-o
atentamente, seu coração batendo forte.
Sua cabeça estalou, olhando para ela — Você está...
— Oh, não! — disse ela rapidamente, muito rapidamente,
percebendo o que ele havia assumido — Ainda não.
Ela pensou que, talvez, sua postura relaxasse uma fração,
mas era impossível ter certeza.
— É um quarto adorável, não acha? Bonito e alegre. Gostaria
de saber se talvez... talvez gostaria de me ajudar a escolher
algumas coisas para mobiliá-lo? O berço foi um presente da minha
tia. — acrescentou com um sorriso triste.
Ele ficou em silêncio, enquanto atravessava a sala e olhava
para o berço. Era feito de jacarandá e projetado para combinar com
pedra. A cabeceira foi esculpida com cestas cheias de flores. Gordy
cutucou com um dedo e ele balançou, para frente e para trás.
Parecia fazer algo incrivelmente pequeno, quando visto contra a
figura imponente de seu marido. Quando ele finalmente falou, as
palavras não foram uma surpresa.
— Você não vai ficar, moça. Não muda nada! — havia uma
finalidade na afirmação de que ela teria sido tola em não prestar
atenção, mas Ruth ergueu o queixo.
— Eu vou ficar. Nunca me disse que me faria ir embora assim
que eu estivesse grávida e eu quero ficar. Quero ficar com você.
Quero que sejamos uma família, a família que nunca teve. Sei que
nós dois estamos fazendo uma bagunça. Sei que eu estou
bagunçando as coisas, mas nunca fiz isso antes, Gordy. Preciso da
sua ajuda. Preciso de você! — prendeu a respiração, sabendo que
havia falado demais, mas sabendo que precisava. Se estivesse com
muito medo de dizer o que pensava, ele nunca entenderia o que
estava sentindo. Ele não disse nada, não se virou para olhar para
ela e ela tentou novamente, desejando que ele cedesse apenas um
pouco — Esta é a minha casa e você é meu marido. Não vou deixá-
lo, quer haja ou não uma criança.
Ele endureceu com as palavras dela, a tensão correndo por
seu corpo perfeitamente visível agora, enquanto ele ficava muito
imóvel. Houve um silêncio tenso antes que ele olhasse para ela —
Claro que vai.
Havia amargura ali, tão óbvia que seu coração doía por ele.
Ela o observou se virar para sair, mas Ruth correu para a
porta, de pé na frente dele, impedindo sua partida.
— Não pode me fazer ir embora.
Houve um bufo desdenhoso com essa ideia.
— Pode me forçar a entrar em uma carruagem, — disse, tão
teimosa quanto ele — mas não pode me impedir de voltar. O que vai
fazer? Barricar o castelo, me fazer dormir no chão frio, do lado de
fora dos portões? Eu vou, você sabe.
— Não está certa, moça. — disse ele, olhando-a com pena.
— Você não me assusta, seu grande palerma! — Ruth deu-
lhe um empurrão, que era tão inútil quanto empurrar as paredes do
castelo.
— Então é mais tola do que eu supus. — ele rosnou, olhando
para ela.
Ela bufou, achando o olhar dele tão intransigente quanto o
dela — Você late, mas não morde. Rosna como um cão com um
osso, e depois vem para minha cama e faz amor comigo, e desfaz
todo o seu bom trabalho.
Ele riu da declaração — Não deve confundir o desejo de um
homem de desfrutar dos prazeres da cama, com carinho, moça.
Nunca me importei com uma amante relutante e, se eu quiser ter um
filho com você, não adianta lutar comigo.
— É mais do que isso! — ela insistiu, embora a dúvida a
picasse de qualquer maneira — Sei que sente algo por mim.
— Sim, sinto que você é um maldito aborrecimento, e vou me
livrar de você, assim que estiver se reproduzindo, vou me livrar de
você. Talvez eu a mantenha comprometida, até que o bebê nasça,
para me certificar de que você não retorne quando não é bem-vinda.
Foi cruel, intencionalmente assim, e Ruth piscou as lágrimas.
Ele está fazendo de propósito, ela se lembrou. Não confia em você;
acha que o deixará, como todo mundo o deixou. No entanto, era
uma coisa difícil de lembrar, diante de palavras tão dolorosas.
— Você me prenderia por amá-lo? — ela perguntou, sua voz
quieta, e, ainda assim, as palavras pareciam ecoar pela sala como
um tiro. Ele olhou para ela, sua inspiração aguda revelando tudo o
que sua expressão, cuidadosamente neutra, mantinha escondida
dela.
— Não me ama. — disse, desdenhoso agora, embora ela
visse aquele lampejo de confusão, de vulnerabilidade, antes que ele
pudesse escondê-lo — E a novidade de viver na natureza com seu
brutal Highlander vai diminuir em breve, mas tenha coragem, vou te
dar histórias suficientes para trocar com suas amigas. Devo tomá-la
aqui, contra a parede? Ou talvez devesse arrastá-la para os
estábulos pelos seus cabelos e me aproveitar de você sobre o feno?
Gostaria disso?
Apesar de saber o que ele estava fazendo, reduzindo seus
sentimentos por ele a nada mais do que luxúria, não podia lutar
contra o rubor que traía seu desejo.
Ele riu baixinho e ela odiava o som disso, a maneira como
dizia a ela que suas suspeitas haviam sido confirmadas.
— Eu quero você. — disse ela, reconhecendo suas palavras,
segurando seu olhar, embora fosse a coisa mais difícil de fazer —
Sem dúvida, isso me torna menos uma dama, mas nunca fui uma
dama, Gordy, de verdade. Sempre estive do lado de fora, não era
boa o suficiente para casar, não tinha boa educação, não era
feminina o suficiente. Falta-me sangue azul, nasci do comércio.
Também sou muito grande, muito franca, muito bem-sucedida. Por
que, diabos, acha que eu ainda estava solteira, apesar daquele
vasto dote, que você estava tão feliz em colocar as mãos? — Ruth
piscou com força, desejando afastar as lágrimas, lutando para
manter a voz firme — Sei que sou difícil e temperamental e prometo
me esforçar mais, Gordy, se me encontrar no meio do caminho.
Não tenho ilusões. Sei que nunca sentirá o mesmo por mim. Devo
estar muito longe da bela esposa que queria, mas eu entendo de
lealdade. Sei o que é ser fiel a uma promessa, e não importa o que
acredite dos meus sentimentos por você, lhe fiz uma promessa
diante de Deus e pretendo cumpri-la. Não vou deixá-lo, Gordy.
Nunca vou deixá-lo. Então, fale comigo com crueldade, se isso o faz
se sentir melhor, mas não vou a lugar nenhum.
Não ficou para ver o efeito que suas palavras tiveram nele.
Seus olhos estavam embaçados de lágrimas e sua compostura
estava muito perto de se quebrar, então se virou, tateou cegamente
pela maçaneta da porta e fugiu.
17
Querida Minerva,
Espero que tenha gostado do baile de ontem.
Estava adorável naquele vestido amarelo. É uma
pena que o Sr. de Beauvoir não o tenha visto.
Ficaria chocado, certamente.
Lembra-se da conversa que tivemos
recentemente, sobre ele e sobre M, aquele
cavalheiro que você acreditava ter capturado
minha atenção? Minerva, venha me visitar.
Preciso urgentemente de uma confidente. Acho
que fiz algo incrivelmente estúpido.
Querida Ruth,
Como vão as coisas? Já faz algum tempo, desde
sua última carta. Aquele maldito homem está mais
perto de perceber a sorte que tem? Devo
empacotar a minha colher?
Uma atração que ela não pode ignorar...
Minerva Butler está cansada da ambição de sua mãe, de vê-
la casada com um duque, seguindo os passos de sua inteligente
prima Prue. Linda, loira e com um dote admirável, graças à
generosidade de sua prima, parece que Minerva pode, finalmente,
escolher entre os cavalheiros elegíveis da ton. Então, naturalmente,
é este o momento em que ela fica apaixonada pelo brilhante e pobre
filósofo natural, Inigo de Beauvoir.
Uma mulher que ameaça sua paz de espírito...
Inigo de Beauvoir é um homem motivado, consumido por seu
trabalho, em detrimento de todo o resto, até mesmo da sua própria
saúde, até que uma bela dama da alta sociedade começa uma
guerra sedutora contra sua crença de que o amor não é nada mais
do que luxúria com um anel em seu dedo.
Uma ligação perigosa...
Aparentemente, a Srta. Butler é a única que tem tudo a
perder, mas Inigo logo percebe que experimentar o desejo
representará uma ameaça real para seu coração.
Continue lendo para uma espiada no próximo livro da série
Damas Ousadas...
.
1
Prometi a mim mesma que não escreveria
novamente, mas parece que não tenho
autocontrole, no que diz respeito ao senhor. Por
que não respondeu à minha última carta? O
senhor tem alguma ideia de como é enfadonho
ficar esperando por uma resposta que nunca
vem?
Estive em bailes, jantares e festas, fiz
intermináveis visitas sociais e estou entediada.
Usei o mais glorioso vestido amarelo na outra
noite e todos me disseram que eu estava muito
bonita, não me importei nem um pouco, porque o
senhor não estava lá. Seus elogios não
significaram nada para mim. Prefiro ouvi-lo
repreender minha maldade por beijá-lo, do que
suportar outro poema dedicado aos meus olhos. O
senhor não irá, ao menos, responder e me dizer
que aborrecimento miserável sou?
Emma V. Leech
9786588382103
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Table of Contents
Folha Rosto
Direitos Autorais
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21
Epílogo
Próximo na Série
Mais Damas Ousadas
A Chave para Erebus
Agradecimentos
Sobre a Autora
Informações Leabhar