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Valerie Bowman
E eu escrevi.
Boa ideia.
Jovem, viúva, e sem dinheiro, Lily Andrews, a Condessa de Merrill, tem opiniões
decide entrar em ação. Ela não permitirá que outra infeliz garota fique presa a um homem,
um salafrário, que partiu o coração dela cinco anos atrás. Anonimamente ela escreve e
distribui um folheto intitulado «Segredos de uma Noite de Núpcias», sabendo que chegará
Devon Morgan, o Marquês de Colton, deseja uma boa esposa e mãe para o filho,
alguém completamente diferente de Lily Andrews, a beleza insensível que o levou cinco
anos atrás a persegui-la loucamente só para rejeitá-lo. Quando a nova noiva de Devon
chorou após ler um certo folheto escandaloso, ele jurou caçar o autor e fazê-lo pagar. Mas
quando ele descobre que é sua ex-noiva, Lily, ele lança um desafio: escreva uma retração
ou prepare-se para ser seduzida e descobrir quão maravilhosa uma noite de núpcias pode
ser…
Os golpes na porta ecoavam pelo foyer. Lily escutou tudo do estúdio, onde se
Lily deixou de rabiscar. Olhou para Leopold, o desprezível terrier marrom que
— Exige? Céus. —Ela balançou a cabeça. — Qual dos meus ditos admiradores está
aqui hoje?
— Quem saberia? Aparentemente, viúvas de vinte e dois anos são alvo de raiva esta
temporada. Quer dizer, as viúvas de vinte e dois anos segundo dizem valem uma pequena
fortuna.
Evans apareceu na entrada. Lily considerou o velho amigo com um suspiro cansado.
— Colton?
Leopold ganiu como se reconhecesse o nome. Evans deu para o cachorro uma
Lily esfregou a pena com a qual escrevia contra o nariz, as sobrancelhas se juntaram.
Ela agradeceu a Evans por estar acordado para atender a porta. O mordomo tinha
uma propensão infeliz de cair adormecido em horas inesperadas. Embora ela suspeitasse
Deixando a pena na mesa, ela ficou de pé e passou as palmas da mão na sua gasta
saia cinza.
— Diga a Lorde Colton que o verei num instante, Evans. — Ela assentiu,
Devon Morgan, Marquês de Colton, na casa dela. Bem. Claro que ela apreciava uma
distração das contas deprimentes da casa, mas havia algo mais. Ela apreciava a distração
dos imbecis, com sorriso dissimulado, que apareciam na porta dela cheirando a água-de-
colônia barata e desespero. Lorde Colton poderia ser um problema, mas não havia nada de
desesperado nele.
Ela bateu palmas e o companheiro canino seguiu atrás dela. Ela e Leo subiram a
escada. Lily silenciou o pequeno sorriso que apareceu em seus lábios. Oh, sim. Ela sabia
exatamente por que Lorde Colton estava sentado no salão dela. Embora não tivesse
***
Quinze minutos depois, Lily se dirigiu ao corredor principal, pisando nos tapetes
esfarrapados que ela não podia substituir. Tinha mudado o vestido cinza puído por um
Ela respirou fundo e empurrou as portas duplas do salão branco com ambas as
esterlina, e vasos antigos adoráveis cheios de flores frescas. A única sala da casa bem
Lily endireitou os ombros. O sorriso confiante que tinha colado no rosto desmentia
Lorde Colton sentado em uma cadeira estofada, diante da janela, de perfil para ela.
Tinha virado a cabeça ao som de sua entrada. O semblante dele era de raiva pouco
controlada. Mas anos de educação não podiam ser negados. Ele se levantou para
cumprimentá-la.
Lily segurou a respiração. Meu Deus, ela não via o Marquês de Colton há uma
eternidade. Ele sempre tinha sido formoso “como ela poderia esquecer?”, mas não se
Ele tinha facilmente mais de um metro e oitenta de altura, com cabelo ligeiramente
ondulado, preto feito corvo. As maçãs do rosto cinzeladas e uma boca perfeitamente
tais coisas que, decididamente, não era o caso de Lily. Mas o mais intrigante de tudo eram
os olhos. Profundos, escuros, e marrom café, eles brilhavam com uma inteligência
desconcertante e eram emoldurados por longos e abundantes cílios que tinham seu
próprio apelo.
Lily apertou os lábios. Oh, sim, o Marquês de Colton era alto, sombrio e bonito.
Ela olhou em direção a ele, encontrando seus olhos, e sua raiva pareceu diminuir
— Lorde Colton. — Ela fez uma reverência e suas saias escuras se acumularam ao
redor de seus tornozelos... — A que devo o prazer de sua visita? Eu não o vejo há…
Quando ele tocou seus pequenos dedos frios com os seus, fortes e quentes, um
arrepio de consciência subiu pela espinha de Lily. Ele se curvou. Houve aquela educação
novamente.
veremos, milady.
Sua voz parecia procurar algum lugar sensível ao longo de seus nervos e tocar uma
melodia emocionante. A voz de Lorde Colton era profunda, masculina e muito poderosa.
Afastando a mão de seu toque inquietante, Lily cruzou os braços sobre o peito e
tamborilou as pontas dos dedos ao longo dos cotovelos. Quatro anos? Já eram quase cinco
— Como me achou, milorde? Parece que a última vez que você deveria me fazer
— Foi bem simples, na verdade. Eu apenas segui o rastro de homens até a sua porta.
Há rumores de que seu mordomo teve que afastar seus pretendentes com um pedaço de
que não deveria esperar mais de você. Eu também tenho uma empregada que não
consegue lembrar o próprio nome de um momento para o outro. Nem todas as famílias
— Mas agora que penso nisso, é uma boa ideia, — continuou Lily. — Eu terei que
pedir a Evans para pegar uma vara. É uma pena que ele não tivesse uma antes de você
chegar.
cachorro que, de fato, não tinha nenhuma vara. Ele deitou novamente em sua almofada e
fechou os olhos.
— Missão? Meu Deus, parece terrível. Mas por favor, seja rápido sobre isso. Estou
Lily assentiu. Sem dúvida, ele se lembrou de como Annie, de treze anos, costumava
se esconder atrás do corrimão no alto da escada da casa dos pais e rir quando Colton
visitava Lily.
Ela balançou a cabeça. Isso foi tudo há muito tempo. Há muito tempo atrás.
— Annie não sabe os perigos que a esperam no mercado matrimonial, mas seu
coração permanece em um début e eu faria qualquer coisa para fazê-la feliz. — Lily acenou
com a mão no ar, dispensando o assunto. Ela chamou Evans. — Você gostaria de um
pouco de chá, milorde? — Ela perguntou com uma voz enganosamente doce.
dela. Eles pareciam oniscientes, como se soubesse seus segredos. Ele poderia dizer o
quanto ela estava aliviada por ele ter recusado o chá? Creme e açúcar eram tão preciosos
quanto ouro.
— Seu ponto?
Os músculos das bochechas de Lily doíam por manter o sorriso falso grudado em
seu rosto. Deixou o sorriso desaparecer e virou-se para o aparador, onde espirrou apenas
um pouco de conhaque num copo para Lorde Colton. O homem era exatamente como seu
— Vejo que além de seu renomado jogo e sua libertinagem, você também se virou
— E vejo que além de seus famosos flertes e sua inconstância, suas habilidades
Sorrindo com firmeza no lugar, ela entregou a contragosto a bebida a Lorde Colton.
se perguntar por que ficou tão quente no salão de repente. Alguma emoção sombria
Lily deu a Colton uma olhada de relance. Oh, não, eles não estavam mais falando
Ele esperou que ela se sentasse primeiro, é claro, antes de tomar seu lugar na
cadeira em frente a ela. Seu tamanho fazia a peça parecer um móvel de brinquedo. O olhar
dela viajou da ponta das Hessians negras até as longas pernas esticadas dele, envolto em
calças cor de biscoito. Seus olhos se demoraram em seus estreitos quadris e ombros largos,
Confuso isso. O homem parecia ainda melhor do que há cinco anos. Cinco longos
anos.
Lily sacudiu a cabeça para afastar esses pensamentos. Ela cruzou as mãos no colo.
— Diga-me por que você está aqui. — Ela repetiu. — E tentarei parecer que me
visita.
Ela se irritou com sua ênfase pouco sutil ao título dela. Se ele esperava por uma
reação à sua farpa velada, estava prestes a ficar desapontado. O título era dela. E pagou
Ela se recusou a deixá-lo ver que isso a incomodava. — É assim? Eu devo adivinhar
então? Me interrompa assim que eu estiver errada. — Ela respirou fundo, preparada para
Lily ficou com o rosto branco. Como por sugestão, o mordomo chegou com uma
— Obrigada, Evans.
— Hmm. «Segredos de uma Noite de Núpcias». Sim, eu ouvi rumores sobre esse
escandaloso panfleto.
Colton cruzou as longas pernas. Casual. Talvez casual demais. Ela também poderia
— Suponho que você também tenha ouvido, então, milady, que foi amplamente
Ela manteve os olhos baixos e deixou cair apenas um caro pedaço de açúcar em sua
xícara de chá. Ela se mexeu devagar, colocou a minúscula colher de prata de lado e
— Sim, todo mundo sabe que você e o visconde Medford são unha e carne. Ele é
Sua sobrancelha negra arqueou, seu olhar fixando-se nela de um modo que fez sua
xícara de chá tremer um pouco no prato. Ela rapidamente colocou a xícara na mesa e
— Você escreveu isso? — Ele retirou as palavras lentamente. Sua voz profunda
— Meu Deus, Lorde Colton. — Graças a Deus ela também aperfeiçoou o riso
tilintante. — Devo dizer que você é a primeira pessoa a falar nisso e me perguntar. —
— Você escreveu isso? — Ele repetiu, soando como um homem que estava
Lily pegou sua xícara de chá e tomou um gole. Ah sim. Esta foi uma das razões
pelas quais não deu certo entre os dois, uma das muitas razões.
— Esqueci que você era tão direto. Direto, dominador e acostumado a conseguir o
Ele colocou seu copo de lado e tirou as luvas de couro que ainda segurava na mão.
— Eu não vou perguntar uma terceira vez. — Ele respondeu com seu próprio tipo
de sorriso, um decididamente irritado, que Lily tinha certeza que ele havia aperfeiçoado.
— Porque minha noiva, a Srta. Templeton, chorou e de acordo com sua perturbada
Lily desviou os olhos. Uma sensação estranha mexeu com ela. Culpa? Não. Não é
possível. Ela bateu na colher ao lado da xícara de porcelana. Ping. Ping. Ping.
— Lamento muito ouvir isso. — Ela mentiu. — Embora eu não possa dizer que
culpo a Srta. Templeton. O casamento não é tudo o que dizem que é. Negócio horrível,
Lily levou a xícara aos lábios, escondendo sua expressão por trás, observando-o.
Ora, o idiota quase gritou com ela. Sem mencionar que praguejou. Ela escreveu o panfleto?
Claro que ela escreveu, e estava extremamente orgulhosa disso. Mas não poderia admitir
isso e ainda manter seu lugar na Sociedade. E ela precisava de seu lugar na sociedade, pelo
amor de Annie.
— Tsk, tsk. Tal linguagem, Lorde Colton. — Outro gole de chá. — Se eu escrevesse,
e não estou dizendo que sim, ficaria atrás de seu conteúdo. As moças devem saber
exatamente onde estão se metendo, afinal. Esse panfleto fornece um serviço muito
Ela baixou o olhar. Não adianta tentar fazê-lo entender. Ele nunca poderia saber o
susto de uma noite de núpcias, casado com um homem velho o suficiente para ser seu avô,
alguém que você não conhecia, que não amava. Tudo sem escolha no assunto. Foi o
suficiente para quebrar os sonhos de uma garota. Assim como Lorde Colton ajudou a
Ele apertou a mandíbula e se inclinou para ela, apoiando os antebraços nos joelhos.
couro de cavalo, um leve indício de colônia cara e algo indefinível. Provavelmente, essa
maldita confiança.
Sua voz era sedosa, mas ameaçadora, e tinha um tom promissor que fez com que
— Esse panfleto é um pacote de mentiras contadas por uma mulher que não foi
Ela ofegou. Deus do céu. Ela deveria dar um tapa nele e expulsá-lo de sua casa por
dizer algo tão indelicado. Em vez disso, suas palavras causaram uma onda de calor para
chamuscar seus nervos. Mas ela se recusou a ficar chocada com ele. Ela responderia tão
você não poderia ser tão arrogante, milorde. Ou eu lhe dou muito crédito?
O grunhido que se seguiu foi intimidador. Lily tinha certeza disso. Em vez disso,
serviu para encantar. Finalmente. Ela marcou um ponto em sua guerra de palavras.
para ela, sua boca apenas a centímetros da dela. Seus olhos se encontraram. — Eu sei
bruscamente, mas se recusou a desviar o olhar. Ele olhou para ela. — Além disso, eu te
acuso de escrever aquele pedaço de lixo injusto, e eu exijo que você o retrate.
Lily virou a cabeça para o lado e mordeu o lábio. Outro lampejo de culpa, ela agora
estava convencida de que era culpa, passou por ela. Ele queria uma retratação? É disso que
ele estava atrás? Ele não pode estar apaixonado pela garota. Pode? Ela apertou a mão
— O fato de sua noiva ter permitido que algum panfleto bobo a assustasse pode te
dizer algo que você não quer saber, Colton. Ou você nunca considerou isso? — Ela passou
totalmente inapropriada, milorde. Acho que seria melhor se você se despedisse agora.
A cabeça peluda de Leopold se ergueu e ele rosnou baixinho, observando sua dona
Lorde Colton olhou para o cachorro com um olhar desagradável e não fez nenhum
movimento para ir. Em vez disso, ele encarou Lily novamente, um músculo tremeu em
— Oh não, você não pode fazer isso. Você não pode destruir a vida das pessoas sem
ridícula. E ela sabia exatamente como fazer isso. — Eu percebo que você precisa se casar
com uma herdeira. Todo mundo sabe que seu pai deixou suas propriedades
completamente sem dinheiro, e seu próprio jogo descuidado não ajudou a situação, mas
parece que você só vai ter que encontrar outra jovem para seduzir com promessas vazias.
— Ela deu um sorriso falso e doce. — Talvez alguém que leia menos?
Colton bateu as luvas pretas contra sua coxa, seus olhos escuros brilhando. Leopold
— Eu quero que você escreva uma retratação. Eu quero que você diga a Srta.
Templeton que o que você escreveu é apenas a experiência de uma jovem dama.
cadeira de pau-rosado até que seus dedos doessem. — Você pode estar acostumado a
pedir aos seus criados e à sua tímida Srta. Templeton, mas certamente não me obrigará. Eu
já não recebo mais ordens de homens. — Ela saltou da cadeira. Leopold levantou-se e
Colton levantou-se. Ele apertou as luvas com tanta força que o branco de seus
dedos apareceu.
Ótimo.
Lily se esticou em toda a sua altura. Embora seu próprio tamanho diminuto de um
metro e sessenta não fosse páreo para ele, ela não permitiria que ele a intimidasse. Ela teve
para você. Sem dúvida, é um conceito estranho, mas que existe, asseguro-lhe.
— Eu vou? — Ela perguntou, indiferente, lutando para não o deixar ver o quão
forçar a fazer isso? — Ela cruzou os braços sobre o peito e bateu o chinelo preto no tapete,
Lorde Colton puxou uma luva e depois a outra. Ele se curvou para ela, embora a
— Eu pretendo provar a você que seu panfleto está errado. Pretendo mostrar a você
como um homem de verdade dá prazer a uma mulher. — Ele olhou-a diretamente nos
olhos.
O queixo de Lily caiu e, um segundo depois, ele a virou em seus braços. Ela tentou
se afastar, mas a boca dele se abaixou para capturar a dela. Suas mãos lutaram contra seus
ombros largos. O toque de seus lábios ousados a deixou tonta. Sua cabeça caiu para trás.
Ela parou de pensar. Sua língua quente e insistente invadiu sua boca, e o estômago de Lily
caiu de uma forma que não acontecia há… cinco anos. Desgraça. Ela choramingou. Suas
Lorde Colton afastou a boca da dela e deu um passo para trás. Sua respiração veio
em arquejos pesados. Seu cabelo perfeito estava ligeiramente despenteado. Algo parecido
com perplexidade brilhou nos seus olhos escuros. Se Lily não estivesse observando
atentamente, ela poderia ter perdido. Ela tocou as pontas dos dedos nos lábios ardentes.
— Considere isso um tiro de abertura em seu arco, minha querida. Você foi avisada.
Devon Morgan desceu os degraus de pedra da casa de Lily com passos largos.
Montou Sampson, seu cavalo castanho e puxou as rédeas para ir em direção ao parque.
Quem aquela mulher pensava que ela era? Lily, a condessa de Merrill. Bah. Ela
ganhou esse título depois de um mês de casamento. Ela tinha nervos. Ela o seduziu,
agindo como se não tivesse escrito aquele maldito panfleto, e, no fim, zombou dele.
Enfurecedor.
E para piorar as coisas, desde que ele a viu pela última vez, de alguma forma
conseguiu esquecer a beleza impressionante que ela era. Quando finalmente se dignou a
agraciá-lo com sua presença, ele foi surpreendido… muito bem, cativado, por seu cabelo
castanho escuro, olhos azuis violetas que se inclinaram ligeiramente para os cantos, suas
franjas escuras de cílios, pele de alabastro com um toque de rosa nas bochechas e lábios
que praticamente imploravam para serem beijados. Uma maldita beleza incomparável.
Não admira. As belezas muitas vezes se provavam mais problemas do que valiam.
por um campo cheio de margaridas, antes de parar em uma clareira que continha uma
Com os pés apoiados, Jordan estava a cerca de vinte metros de um grande alvo de
lona e segurava um arco e flecha em suas mãos. Com as mãos seguras, ele soltou o arco. A
flecha disparou pelo ar, atingindo o alvo com um baque. Tremeu perfeitamente no centro
— Aí está você, Colton. Eu pensei que estava perdido. — Jordan levou seu tempo
— Ah sim. Então, a pobre viúva estava tão charmosa quanto você esperava?
Devon bufou.
— Pobre viúva… Mais como uma víbora bem-vestida. Essa mulher é totalmente
louca.
O lacaio voltou com a flecha e, com o alvo limpo, Jordan atirou novamente. Seu
— Você não pode culpá-la inteiramente, Colton. Afinal, Merrill tinha que ser trinta
Devon puxou uma flecha de uma alijava apoiada contra uma árvore próxima e
— Francamente, eu teria pensado quarenta anos mais velho. — Ele olhou para o
alvo.
— E ela tinha o quê? Dezessete? Não é à toa que ela escreveu de maneira tão
centro do alvo.
— Ela escolheu Merrill. — Ele disse. — É difícil convencer uma jovem que ela não
será atacada e agredida, sem que a condessa louca encha sua cabeça com um monte de
besteiras.
Devon zombou.
— Não houve cortejar com Lily. Ela estava atrás de uma coisa e apenas uma coisa.
Dinheiro. Qualquer interesse que ela demonstrasse em outra pessoa era apenas uma forma
frente a ele, acenando como uma sereia do mar. Ele se apaixonou por ela. Difícil. E ela o
levou a uma alegre perseguição. Uma perseguição infrutífera. O tempo todo, ela estava
outra jovem para atrair com promessas vazias. — O que diabos ela quis dizer com isso?
Foi ela quem o atraiu com promessas vazias, droga. Ela torceu tudo. Como qualquer
mulher.
dia pensara que poderia salvá-lo desapareceram. Foi a jovem que aparecera para olhar
além dos pressupostos insensíveis da sociedade. E em seu lugar estava uma malvada
cansada. Uma viúva debochada com um florete como língua. Mas ele seria amaldiçoado
— Ela sempre foi uma beleza. Não é de admirar que você estivesse interessado.
Suas palavras sacudiram Devon de seu devaneio. Ele não era mais o jovem de vinte
e dois anos de idade que havia seguido Lily como se estivesse fora da sala de aula. Não,
ele era um homem agora e quando considerou o casamento desta vez, ele tomou a decisão
com a cabeça, não com o coração idiota. Ele olhou para o amigo com cuidado.
— Interessado? Sim. Sério? Não. Tudo o que eu quero daquela mulher agora é que
— Então, a viúva feliz não concordou em escrever uma retratação, não é? Por que
isso não me surpreende? Pense bem. Não é como se ela pudesse impedir o casamento para
sempre, embora Deus saiba que eu não objetaria se ela o fizesse. Uma questão hedionda,
Devon grunhiu.
— Sim. Bem. Eu não sou tão afortunado quanto você, Ashbourne. Eu não tenho
irmãos. Você é a coisa mais próxima de um irmão que eu já tive. Eu devo produzir um
herdeiro legítimo.
A verdade era que os dois tinham sido confundidos como irmãos. Ambos eram
altos com construções musculares semelhantes. O cabelo de Jordan era mais marrom
escuro, não preto como o de Devon, e os olhos de Jordan eram cinzentos, mas em mais de
— Eu agradeço aos meus irmãos por nascerem toda vez que os vejo. Mas quanto à
sua situação, por que você insiste em deixar todos na cidade pensarem que você é pobre
quando tem mais dinheiro que eu, pelo amor de Deus, isso me escapa. Você tem jogado
nos becos por anos e teve uma maldita sorte indecente fazendo isso, mas você age como se
nunca tivesse jogado um jogo de cartas em sua vida quando está nos clubes de St. James.
Jordan fez sinal para um segundo lacaio lhe servir uma bebida e o criado correu
para uma pequena mesa empoleirada na grama entre duas árvores. Ele serviu dois copos
Devon tomou seu primeiro gole e tentou não pensar no conhaque que tomara antes
ou quem o servira.
— Não darei a ninguém a satisfação de me julgar com base em quanto dinheiro eles
acham que tenho. Eu nunca vou esquecer como meu pai foi tratado quando estava sem
dinheiro. Todos têm o prazer de supor que eu vivo com uma quantidade indecente de
— Faça do seu jeito. Certamente a mãe da Srta. Templeton vai convencer a menina a
cair em si. No entanto, tenho certeza de que ela faria muito mais rapidamente se soubesse
que seu noivo era tão rico quanto Creso, além de ter um dos títulos mais estimados do país.
esposa obcecada com o tamanho dos meus bolsos. Eu quero uma esposa que queira se
casar comigo. Não posso esconder meu título, mas posso esconder minha fortuna.
— Bem. Qual é o seu próximo passo, agora que Lady Merrill se recusou a escrever
uma retratação?
— Ela vai escrever uma retratação, tudo bem. — Prometeu Devon. Ele passou a
mão pelo cabelo. Droga. Sua frustração não era nem sobre a Srta. Templeton, nem sobre a
retratação. Ele sabia disso desde o momento em que viu Lily de novo. Na verdade, ele não
ficou nada aliviado quando sua noiva se afastou. A família da Srta. Templeton era rica,
mas ele nunca teve certeza se ela não o queria apenas por seu título. E para acabar com
tudo, Lily estava certa. O fato da Srta. Templeton ter permitido que algum panfleto bobo a
Não, não era sobre a Srta. Templeton. Foi Lily que ele não pôde ter. Ela quase o
destruiu uma vez. Ele se recusava a permitir que ela fizesse isso de novo.
— O que você pretende fazer? Escrever a retratação e assinar o nome dela? — Ele
fez uma pausa, arqueando uma sobrancelha. — Sabe? Não é uma má ideia. — Ele tomou
outro gole.
— Quer dizer que você disse a ela que pretende se deitar com ela?
— Bem, bem, bem. Isso acaba de passar de interessante para fascinante. O que, por
favor diga, ela respondeu? — Jordan recostou-se contra a árvore, ainda embalando a
— Atrevo-me a dizer que este será o esporte mais divertido de toda Londres nesta
— Isso não é sobre esporte. Isso é sobre provar que a mulher está errada e impedi-la
— Eu diria que é mais do que pessoal se você pretende se deitar com ela. — Jordan
riu.
— E não vai ser fácil. — Continuou Jordan. — Parece que você fez uma aposta com
uma mulher que está sendo cortejada por quase todos os solteiros elegíveis da cidade.
Devon bufou. — Oh, eu sei muito bem como ela pode enrolar um homem. Eu fui
enganado por ela uma vez. Eu não vou cometer o mesmo erro novamente.
Mas outro pensamento ocorreu a ele. A ameaça de sedução pode ter sido impetuosa,
mas daria a Devon a oportunidade perfeita de finalmente buscar sua vingança contra Lily
Andrews. Ele iria envergonhá-la. Fazê-la desejá-lo e depois a descartar. Ela o rejeitou
cruelmente cinco anos atrás. Desta vez, ele seria o único a rejeitá-la.
sua libertinagem, enquanto Lady Merrill é conhecida por seu desdém pelos homens. O
jogo está em andamento e não poderia haver dois oponentes mais perfeitamente
compatíveis.
— Não é uma aposta. — Ele entregou o copo para o tímido lacaio, pegou o arco e
colocou-o no ombro. — Mas se fosse… não se engane sobre quem seria o vencedor.
Jordan se ergueu.
O Rookery. Devon soltou o arco e a flecha zumbiu no ar. Ele errou totalmente o
— Graças a Deus está quase acabado. Uma vez que essa maldita promessa tenha
Doces do visconde Barton, um poema de Sir Berry, e mais vasos cheios de lírios do
que se poderia facilmente contar, mas não tanto como um broto ou um doce do Marquês
de Colton. Lily passou pelos presentes reunidos na mesa perto da porta da frente. Leo
trotou perto de seus pés. Ela fez uma pausa para separar a bandeja de prata cheia de
Ela franziu o nariz. Não há dúvida de que o ladino não se incomodaria com flores
ou cartões de visitas. Ora, ela não ficaria surpresa se ele aparecesse sem camisa na varanda
da frente. Ela sorriu. Apesar do fato de que ela realmente gostaria disso, talvez fosse um
pouco ousado demais, mesmo para o desprezível Colton. Mas ainda assim irritou-a que
ele tivesse anunciado sua intenção de seduzi-la e não tivesse sequer enviado uma
bugiganga.
Ela agiu como uma completa e absoluta megera com ele, ela sabia. Mas algo sobre
sua confiança fria tirava o pior dela. Isso e o fato de que ela se recusava a mostrar fraqueza
— Ele não está fazendo um trabalho muito bom. — Uma voz jovem feminina saiu
Lily pulou. Agarrando seu peito, ela diminuiu sua respiração novamente e deu a
Annie saiu de trás da mesa, com um sorriso orgulhoso no bonito rosto de dezoito
— Bem, ele não está. — Annie insistiu com um aceno firme. Ela se inclinou para
Annie. Assim como Lily, a garota tinha um jeito com animais, sempre ajudando e
resgatando-os. Ao longo dos anos, a casa se transformou em uma espécie de zoológico dos
— Ora, Lorde Colton não está fazendo um bom trabalho em seduzir você. Essa é a
palavra, não é? — Annie sussurrou a última frase, seus olhos escuros ficando enormes.
— Shh! Não deixe ninguém te ouvir dizer tal coisa. — Lily olhou por cima do
ombro para ver se algum dos servos estava por perto. Felizmente, Evans estava dormindo
— Oh, Evans e Mary já ouviram coisas piores, tenho certeza. — Retrucou Annie. —
Annie estava certa. Os dois leais servos estavam com as irmãs desde que eram
crianças. Quando seus pais morreram sem um xelim, o primo de suas irmãs, Percy, havia
expulsado os empregados sem referências. Lily, que já era viúva na época, os tinhas
aceitados. Ela poderia não ter muito dinheiro, mas não podia permitir que seus amigos
sofressem.
apesar de sua propensão para cochilar, e Mary era uma empregada de Lady com um
fariam qualquer coisa para ajudar suas patroas. Sua lealdade era infalível.
— Eu nem sei o que «seduzir» significa. E quantas vezes devo pedir-lhe para me
chamar de Anne? Eu não sou mais a Annie. Estou crescida, prestes a ter minha temporada.
Idade suficiente para você me dizer o que «seduzir» significa. — Ela bateu os cílios para
Lily.
mais alta que Lily. Ela tinha o mesmo cabelo escuro, mas seus olhos eram escuros também,
a cor de olhos que sua mãe tinha. Lily herdou os violetas do pai.
Era verdade que seus pais sempre adulavam a beleza de Lily, mas Lily sempre fazia
questão de dizer a Annie como ela era bonita. E era muito bonita. Bonita e doce. Sem
dúvida, estaria em alta demanda quando fizesse seu début em questão de dias. Lily
suspirou. Então ela estaria ocupada mantendo os homens longe de sua irmãzinha. Hmm.
Talvez Evans devesse empregar aquele bastão que Colton havia mencionado depois de
tudo.
— Você ainda é jovem demais para essa palavra em particular. — Insistiu Lily. — E
— Você deve admitir que Lorde Colton não está fazendo um bom trabalho de atrair
sua atenção, no entanto. Esses senhores vêm lhe enviando flores, doces e poemas há anos e
você não demonstrou absolutamente nenhum interesse em nenhum deles. Lorde Colton
momentaneamente antes que ela colocasse sua mão atrás das costas novamente. — Eu não
poderia me importar menos se o Marquês de Colton alguma vez me desse algo além de
um cartão de visitas.
Annie pegou o vaso de lírios mais próximo e girou em círculos, as saias brancas
Lily soltou o fôlego. Finalmente, Annie estava fazendo algum sentido. Pensando
— Eu mal posso esperar para ter um bom e jovem namorado enviando-me flores.
— disse Annie. Ela girou de novo e fez uma pausa para reverenciar um pretendente
imaginário.
Grandes esperanças. Balançando a cabeça, Lily puxou sua irmã para o salão
próximo.
— Pense no que você está dizendo, Annie. E lembre-se, você não precisa se casar.
Eu vou encontrar uma maneira de cuidar de você. Uma saída não é tudo que você imagina
que seja.
— Mas eu quero meu début. Estou muito ansiosa por isso. — O ritmo de Annie
diminuiu quando ela entrou na sala. Seus ombros caíram. — Lily, você foi extremamente
gentil comigo, depois que minha mãe e meu pai morreram quatro anos atrás, mas eu
Annie disse a última palavra com tal reverência em sua voz que Lily não conseguiu
dizer a ela que não existia tal coisa. A felicidade de Annie era a coisa mais importante para
ela. E nunca iria conscientemente acabar com os sonhos de sua irmã. Lily se lembrou da
emoção de seu próprio début… vagamente. Annie estava ansiosa pelo questionável evento
Mas ela seria negligente se, pelo menos, não tentasse educar Annie. Lily guiou a
diferentes.
posso esperar para assistir ao meu primeiro baile. O Sr. Eggleston já pediu uma dança.
Annie se sentou no sofá, com uma perna debaixo dela, um sorriso encantador no
rosto.
Lily tirou a costura e arrumou a cesta perfeitamente ordenada para sua satisfação.
— Você não deve se reunir com solteiros até depois de seu début e você sabe disso.
—Eu não podia ser rude. Nós quase nos topamos. Eu deixei cair um dos meus
ou pedindo danças.
— Eu sei. Você ficaria feliz se eu nunca tivesse falado com qualquer homem. Mas,
Lily, você não se lembra? Você era da minha idade quando teve seu début. Você tinha a
— O Sr. Eggleston está bastante apaixonado por mim e tenho toda a intenção de
Lily soltou a respiração rapidamente e engoliu em seco. Ela enfiou uma agulha e
— Deus sabe que eu tenho medo disso, mas talvez seja a hora de você ler meu
panfleto.
A cabeça de Annie virou de volta. Seus olhos se arregalaram, ela puxou seus cachos.
— Não! Eu não quero ler isso. Tenho certeza de ter pesadelos por semanas depois.
— E é exatamente por isso que ainda não o dei a você, mas com toda a sua conversa
sobre namorado, imagino… — Ela puxou a agulha pelo quadrado de linho branco.
Annie caiu contra os travesseiros e colocou as costas da mão na testa. — Oh, por
favor, não fale mais sobre o panfleto. Vamos falar de outra coisa, como meu
sozinha. Mas eu estou tentando te dizer… Você romantizou tudo isso. É muito menos
Annie gemeu.
— Annie, me escute…
— Esse é o seu problema, Lily. Você é muito calma. Você não mostra emoção. Você
é sem coração. — A voz de Annie tremeu. — Quando foi a última vez que você se deixou
Lily empurrou a costura para o lado e pegou a irmã, mas Annie tirou as mãos.
— Não. Não, eu vou para o meu quarto. — Annie fugiu para o quarto, o lenço
Lily assistiu sua irmã sair em um redemoinho de branco. Ela fechou os olhos. Esse
era o problema de Annie. A garota era muito emocional, muito facilmente ferida. Sua irmã
se sairia muito melhor no mundo se ao menos ela fosse menos confiante, menos rápida em
Lily afundou na cadeira e Leo saiu do canto para se aconchegar a seus pés.
— Eu não me lembro da última vez que chorei. — Ela murmurou baixinho. Mas
isso era mentira. Ela lembrou a hora exata. E lugar. Uma manhã, quase cinco anos atrás,
quando esperava que Devon Morgan viesse buscá-la, levá-la a Gretna Green e casar-se
com ela. Foi uma viagem que nunca aconteceu. E tudo o que Lily recebeu foi um bilhete.
E depois que ela enxugou as lágrimas, prometeu a si mesma que nunca seria tão
fraca novamente.
estivera escutando.
— Você pode muito bem dizer o que está em sua cabeça, Mary. Eu sei que você
— Annie não entende. Eu mal posso comprar o tecido para os novos vestidos que
costurei para ela. Eu estou fazendo o meu melhor para dar a ela um début, mas
conhecedor.
Lily suspirou.
— Mas eu a estou protegendo. Por que ela não consegue ver isso? Eu fiquei à mercê
de nosso dissoluto pai e meu descuidado marido, mas Annie… Annie não tem que viver
Mary assentiu.
— Você quer dizer o fato de que estamos quase destituídos? E eu sento nesta casa,
dia após dia, lutando para pagar as contas enquanto a sociedade assume que eu estou
— Se eu pudesse resolver seus problemas para você, eu faria, milady. Mas eu nunca
— Sim. Eu vou encontrar uma maneira de cuidar de todos nós, e Annie terá seu
— Eu me lembro de uma outra jovem que foi também impetuosa uma vez.
— Eu sei que você está em uma situação terrível agora, milady. Mas eu tenho toda a
confiança em você. Você já passou por muita coisa. Seu marido morreu, então seus pais, e
então você assumiu a Srta. Annie e nós. Mas você tem sido teimosa desde que era uma
Lily sorriu para isso. Sim, ela era teimosa. Ela tinha que ser. E verdade, ela lidou
com todos os problemas que encontrou. Até a presente data. Mas esse problema em
dinheiro, não flores e doces e poemas. É o que tenho em mãos. Embora não — observou
— Lorde Medford não disse que o panfleto está vendendo bem? Certifique-se de
Lily assentiu.
— Sim. Esse panfleto pode nos salvar. E não é em má hora; o novo conde pode nos
jogar na rua a qualquer momento. Somos afortunadas que ele não tenha feito isso antes.
— Claro.
Os olhos de Mary se moveram para frente e para trás e sua voz era um sussurro
— Eu ainda tenho que ler seu panfleto. Qual foi o segredo da sua noite de núpcias?
coração de Lily. Ela mastigou a ponta da unha. Seria um grande alívio contar a alguém.
Para finalmente descarregar o fardo. Além disso, Mary esqueceria toda a conversa em
Mary sentou na poltrona mais próxima, os olhos arregalados, os nós dos dedos
Lily riu.
— Oh, não, não, não. Esse panfleto não contém o segredo. Não o verdadeiro, pelo
Isso quer dizer… Lorde Merrill e eu nunca… bem, nós nunca… realmente… consumamos
nosso casamento.
— A condessa está especialmente bem esta noite, Colton. — Jordan virou a taça de
— Que condessa? — Devon mal olhou para cima, mas droga, ele sabia exatamente
qual condessa, e a mulher parecia absolutamente deslumbrante. Ele a viu do outro lado do
salão de baile, seu cabelo escuro puxado para trás em um coque, seu vestido cinza-claro
acentuando sua figura perfeita, seus olhos azul-violeta brilhando. Diabos. Ele já estava
sendo atormentado por pensamentos indecentes. Todo esse plano de sedução seria muito
mais fácil se ele não ficasse meio louco só de olhar para ela.
contas. E era exatamente assim que ele pretendia prosseguir, com a mão mais alta
— E a Srta. Templeton também está aqui, entendo. Sem dúvida, sua mãe a forçou a
O olhar de Devon examinou o salão de baile. A Srta. Templeton era uma beleza, se
preferirmos loiras altas e esbeltas. E até recentemente, Devon preferia. Mas ultimamente,
Devon puxou sua manga com um movimento brusco. — Sem dúvida a Srta.
Templeton está com um medo desmedido, e pelo que eu ouvi sobre aquele maldito
panfleto, ela tem todo o direito de estar. É uma maravilha que Lady Merrill seja permitida
na Sociedade Polida.
Jordan riu.
— Você está brincando? Ninguém sabe ao certo se ela o escreveu. Sem mencionar o
Ousaria dizer que o príncipe regente está apaixonado por ela. Além disso, além de
assustar algumas senhoritas tolas que eventualmente perderão o juízo, o panfleto é mais
— Não, — respondeu Devon, — se você está tentando se casar com uma das tolas.
— Tudo o que qualquer um pode falar é esse panfleto. Eu ouvi que está ganhando
— Eu vou dançar com alguém esta noite, mas não será com a Srta. Templeton. —
Ele acabou com sua bebida, empurrou seu copo vazio para a mão de um lacaio que
passava, e se afastou.
***
rindo. A irritação o incomodava. Ele estreitou os olhos e caminhou em direção ao casal. Ele
não ia deixar Lily se divertir enquanto ele era forçado a suportar os olhares de meia
mais baixo.
ignorar a reação instantânea de seu corpo à sua suave proximidade. Ela cheirava a… lírios.
Claro que ela cheirava. Aquele cheiro o afetava há cinco anos agora. Uma bruxa inventou
— Por que você fez isso? — Ela assentiu com a cabeça para a figura às pressas de
Lorde Cox. — Você sabe perfeitamente que todo o salão de baile vai ficar agitado com a
Devon olhou para ela. Ele a surpreendeu. Bom. E ele ainda não a tinha
— Você não faz ideia do quão pouco eu me importo com o que o salão de baile
vibra.
— Você pode não se importar, mas minha irmã está prestes a fazer seu début.
— Vamos lá. Se você se importasse com fofocas, você não teria escrito seu precioso
panfleto, não é?
— Qualquer que seja a fofoca sobre mim e minha irmã, Lorde Colton, você
— Por que você insiste em usar as cores do luto? — Seu marido morreu de coração
dândi chorão. Não é de se admirar que você tenha escrito esse panfleto, se esse é o tipo de
Ela manteve sua perfeita boca rosa fechada. Seus olhos brilhavam como ametistas.
Ah, ela estava se preparando para responder a ele, e desta vez não seria nada original nem
charmosa.
— Eu não danço com homens que não me pedem. — Ela mordeu com os dentes
cerrados.
— Que pena para você, — ele mordeu de volta, — porque eu raramente peço às
Desta vez, ela puxou com toda a força, quase fazendo-o perder o equilíbrio. Nada
mal para uma mulher tão pequena. Mas dificilmente um adversário para ele. Ele manteve
Ela finalmente cedeu, relaxando os braços e dançando com ele como se não tivesse
ninguém no mundo.
— Eu pensei que você teria mais habilidade com as mulheres, Colton. Ser capaz de
mantê-las ao seu lado com astúcia e sutileza em vez de força bruta. Especialmente depois
Ah, agora havia a farpa que ele esperava. Não é ruim. Ele mal conseguiu manter
um sorriso.
— Você não vai questionar minha habilidade por muito tempo. — Ele prometeu,
girando-a de novo.
Lily outra vez respirou profundamente. Sem dúvida, ela recorria a recursos
consideráveis e anos de boas maneiras para manter o decoro diante de sua indelicadeza
exótica. Expelindo a respiração, ela colou um sorriso no rosto e fingiu gostar da dança.
Mas o observou com cuidado, e Devon sabia que, sem dúvida, estava sendo avaliado por
— Eu esqueci. Você gosta de fingir que está interessado em uma mulher e depois
E ele sempre se orgulhava de ser capaz de prever. Cartas, cavalos ou pessoas. Além
disso, que absurdo foi esse? Ela deixou bem claro em seu bilhete naquela fatídica manhã
anos atrás que seu pai aceitaria apenas um homem com muito dinheiro. Ela jogou isso na
cara dele. Ela escolheu aquele velho por isso. Porra, isso ainda o irritava. E agora ela estava
zombando dele por se recusar a fazer o diabo enquanto ele sabia que não tinha chance de
los embora.
Lily lutou contra o desejo de ranger os dentes. Houve essa confiança novamente.
mandíbula e deu um sorriso tenso para Colton. Como se atrevia a lançar acusações contra
ela quando foi ele quem a abandonou? Ela não tinha sido suficiente para ele.
E o fato de que ele realmente planejava se casar com aquela Amélia Templeton
provou quão obcecado ele estava com dinheiro. Ora, a família da garota era quase tão rica
quanto o rei. Não é de admirar que Colton tenha esperado cinco longos anos para se casar.
Ele estava esperando pelo maior dote que pudesse encontrar. E agora tinha a coragem de
sugerir que era ela quem brincava com as emoções das pessoas? Isso fez seu sangue ferver.
— Parece que sua noiva já abandonou você, Colton. Você pode tentar procurar uma
jovem que não tenha admiradores aduladores. É claro que o número de mulheres que são
ricas o suficiente para você não é particularmente grande, mas eu tenho certeza que você
vai se virar.
Se ela tinha atingido sua marca, não poderia dizer pelo olhar no rosto dele. Seu
— Esta é a segunda vez que você mencionou meu estado financeiro indigente. —
Ele respondeu. — Você parece um pouco preocupada com o assunto. Mas, novamente, o
Todos sabiam que ele não tinha condições financeiras para falar. E agora ele estava sendo
hipócrita. Ele tinha sido obcecado por dinheiro. Tanto que estava disposto a mentir para
ainda está tão desesperado para se casar com uma jovem rica prestes a fazer seu début.
— Dificilmente deveria ser do seu interesse, condessa, como você se casou com
alguém por sua riqueza. Você vendeu sua mão para adquirir a fortuna de Merrill, afinal. E
Isso doeu. O dinheiro não tinha nada a ver com o casamento dela, e ele de todas as
pessoas deveria saber disso. Ela mordeu o lábio para se distrair. Balançou a cabeça e uma
onda escura caiu parcialmente sobre os olhos. Ela teve o suficiente. Era hora de terminar
este joguinho.
— Pelo menos os homens que me cortejam sabem como tratar uma dama. Já faz
dias que você ameaçou me seduzir e eu não vi nenhuma flor, doce ou poema de você.
— Você realmente não espera que eu lhe envie essas bugigangas como todos os
— Não está funcionando para eles, não é? Por que você acha que eu faria o mesmo?
A primeira regra de ganhar nos jogos é não seguir a liderança do seu oponente.
Apesar de sua lembrança de seu amor pelo jogo, Lily não conseguiu controlar seu
arrepio.
— Não, eu lhe garanto, bajulando você. Conheço as mulheres bem o suficiente para
Ela tinha que se concentrar para evitar que a sombra de um sorriso tocasse em seus
lábios. Maldito seja Colton. Um minuto ele a irritava e no outro ele a fazia rir. Ele sempre
— Você acha que eu sou maluco? Não vou revelar meus segredos à oposição.
poderia estar mais disposta a seguir essa linha de questionamento. Do jeito que está, estou
ficando muito entediada com toda esta conversa. — Ela fez o melhor que pôde para fingir
um bocejo.
— Você nunca me respondeu. Por que você insiste em usar cores de luto?
Diabos. Sua tentativa de irritá-lo falhou. Ela encaixou a mandíbula. Por que ele
— Luto? Mesmo? Por um homem que você mal conhecia? Você ficou casada, o que,
um mês, dois?
— Ele pode não ter ficado comigo por muito tempo, mas ele era meu marido. —
Deus amaldiçoe sua alma arrependida. Ela só usava a maldita roupa de luto porque não
tinha condições de substituí-las, mas Colton certamente não precisava saber disso.
viuvez como uma desculpa para afastar seus muitos pretendentes. Eu suponho que não há
verdade nisso?
Lily apertou a mão dele, desejando que ela pudesse dar um tapa no rosto.
recebo visitas. Estou prestes a apresentar minha irmã em alguns dias. O que mais a
Colton baixou a voz. Ele passou com ela pelos outros dançarinos.
Um suspiro escapou de sua garganta. Desta vez, ela considerou pisar forte em seu
pé.
Ele não deu tempo para ela responder. Em vez disso, se inclinou para mais perto e
sussurrou.
— Alguém não pensaria assim, não é? Quero dizer, o seu panfleto lhe dá uma
dúvida considerável, não é? Como se deve supor que Lorde Merrill e sua falta de
— Como você se atreve! — Era isso. Lily pisou no pé dele. Acidentalmente, claro.
— Como eu ouso? Parece-me que a questão mais apropriada é como você se atreve,
condessa? Eu não sou aquele que escreveu «Segredos de uma Noite de Núpcias», afinal.
Além disso, tenha cuidado. Você é a única interessada em proteger sua reputação, não é?
inalando lufadas de ar. Ela fez o que pôde para acalmar a reação visceral de seu corpo à
sua rudeza monumental. E olhou ao redor. Ele estava certo. Vários dos outros dançarinos
companhia dele. Ela não permitiria, não deixaria que ele a atingisse. Fez uma reverência
como se lhe agradecesse pela dança e contou até dez, preparando-se para a round final.
— É assim que você vai seduzir uma mulher, Colton? Insultando-a e irritando-a?
agora, mas não é realmente de admirar que você permaneça solteiro, não é?
A pele perto do olho dele se contraiu um pouco. Seu comentário havia atingido seu
alvo. Finalmente.
— Quem disse que eu ainda estou tentando te seduzir? Dada a sua língua de víbora
Uma pontada de decepção atravessou sua barriga. Lily não parou para pensar nisso.
Em vez disso, ela ergueu o queixo. Isso explicaria sua falta de habilidade, suponho. Ou
talvez não seja mais do que uma desculpa conveniente. Ela afastou as saias e afastou-se
A mão de Colton agarrou seu pulso. Ele a virou, de volta em seus braços. Lily
engasgou, seu olhar subiu para encontrar seus olhos escuros. Um sorriso conhecedor
descansou em seu rosto perfeito. — Deixe-me assegurar-lhe, milady, será em breve, muito
meio aos suspiros chocados em volta deles, ele a soltou e se afastou, deixando-a sozinha
sobre um pedaço de papel. Seus pequenos dedos ondulados seguravam uma pena,
observando os dois.
Ele estava na Colton House. Sua propriedade ancestral. A vasta área que ele agora
comandava. O lugar onde ele passou a infância. Sempre fazia Devon se sentir mais jovem
— Posso interromper?
A cabeça do garoto apareceu. Não pela primeira vez, Devon ficou surpreso com a
semelhança do garoto com ele, mesmo em sua tenra idade. Os olhos escuros, a mandíbula
espalhou pelo rosto do garoto. Ele pulou da mesa, jogou a pena de lado e correu para
— Milorde.
— Sim, mas devo falar com o Sr. Halifax por alguns minutos primeiro. Dê-nos
licença, sim?
fechando a porta. Ele se aproximou do Sr. Halifax. O tutor levantou-se para cumprimentá-
lo.
Agarrou uma cadeira de madeira, virou-a e a montou. Dobrando os braços por cima, ele
humorado. Seu grego e latim estão indo muito bem, e eu não preciso dizer que o dom dele
Halifax assentiu.
— Ele pode ser um pouco indisciplinado, desafiador às vezes, mas no geral sua
propensão para aprender me surpreende. Fui obrigado a acelerar minhas aulas em mais
cadeiras pequenas, a mesa, o banco, até o cheiro de suco de limão usado para limpar o
tempo. Ele se sentou no mesmo lugar que Justin estivera momentos atrás, recitando
números, números que pareciam palavras para ele, números que vinham mais facilmente
para ele do que qualquer outra coisa em seu mundo. Quando eles se encaixaram em seu
Devon se levantou e andou de um lado para o outro com as mãos cruzadas atrás
nas costas. Ele parou na frente de uma estante de livros e olhou para um livro de
aritmética. Ele correu os dedos ao longo da capa de couro gasto. Puxando o livro da
prateleira, abriu a primeira página. Lá estavam eles. DMSM suas iniciais. Devon Marcus
Sandridge Morgan. O quinto marquês de Colton. Ele esfregou o dedo indicador para
frente e para trás através das letras, a sombra de um sorriso em seus lábios. Lembrou-se do
dia em que os escreveu. Seu pai lhe dera o livro, feliz por seu filho ser um aluno tão
talentoso.
— Ele está apto para me ensinar, milorde. — O tutor de Devon havia informado seu
— Meu filho é impressionante. — Dizia ele a quem quisesse ouvir. Foi a maior
E Devon também estava orgulhoso… até que seu pai começou a levá-lo para os
infernos de jogos, usando o dom de seu filho para os números para ajudá-lo a ganhar nas
mesas.
volta na prateleira. Enfiando as mãos nos bolsos, virou-se para encarar o Sr. Halifax.
— Duas horas. — Devon disse em uma voz que não admitia mais discussões.
— Você vai ficar para o jantar, milorde? Talvez eu possa me juntar a você, e
ficar. Eu devo voltar a Londres. Tenho um compromisso hoje à noite. — Então, em voz
— Muito bem, milorde. Vou ajudar Mestre Justin a preparar tudo para a sua
excursão de pesca. Vai levar apenas alguns minutos. — Halifax saiu apressado do quarto,
Devon se virou para a sala de aula novamente. Ele soltou a respiração. Deus, se ele
não tivesse que voltar a Londres esta noite. O Rookery fazia seu estômago revirar. Mas ele
estaria lá. Mas já que devia retornar à cidade, poderia muito bem dar o próximo passo em
sua sedução a condessa. Não faz sentido desperdiçar uma oportunidade. Podia cumprir
suas obrigações e mostrar que pregava uma lição ao mesmo tempo. Ele já havia ordenado
Ele sorriu para si mesmo. Sim. Ele a fez esperar o tempo suficiente. Tempo
suficiente para fazê-la se perguntar se ele estava falando sério. Era hora de fazer o próximo
movimento.
Devon foi até as janelas. Com as mãos cruzadas atrás das costas, olhou para a vasta
em um ponto a muitos metros de distância, aninhados sob um bosque de árvores. Foi lá,
há mais de vinte anos, que seu pai mostrou pela primeira vez o anel de sinete dos Morgan
Devon lembrou-se do orgulho que havia surgido em seu peito de dez anos naquele
dia em que seu pai permitira que ele segurasse o anel, colocando-o no dedo mínimo. —
Este será seu um dia. — Informou seu pai. — E com isso vem uma grande
responsabilidade.
Devon apertou o queixo com a lembrança. Se apenas seu pai tivesse levado suas
Devon estava tão perdido em seus pensamentos, ele não conseguiu ouvir a porta se
— Disseram-me que você estava aqui, milorde. — A mulher mais velha disse
baixinho, tirando Devon de seu devaneio. Ele se virou para ela e um sorriso apareceu em
seu rosto.
— Sra. Appleby. É bom ver você. — Ele olhou para a mulher que tinha sido mais
como uma mãe para ele que uma criada. Ainda parecia estranho ouvi-la chamá-lo de
— Achei isso. Você sabe que ele te ama muito. Tem certeza que o mundo gira em
torno de ti.
— Shh — ela riu. — Não diga isso a ele. Você é o herói dele.
— O Sr. Halifax não lhe contou? Ele está aprendendo como um verdadeiro
Devon assentiu.
— E o resto da casa, Sra. Appleby? Eu confio que todos os servos estão indo bem.
— Certamente, milorde.
— Eu deveria sair daqui. Acredito que a última vez que deixei Justin sozinho por
— Isso ele fez. Assim como você, ele não é de esperar muito por nada.
A mão de Devon estava na maçaneta de latão fria quando a voz da Sra. Appleby o
deteve.
Lily estava escondida no escritório de novo, uma pena agarrada em seu punho.
Desta vez, ela estava escrevendo uma lista. Uma lista de alternativas se o panfleto não lhe
rendesse dinheiro suficiente para ficar na cidade. Sua prima Althea, em Northumberland,
poderia recebê-los. Althea tinha sete filhos, certamente poderia precisar de ajuda para
cuidar deles. Lily e Annie eram ambas adeptas da costura. Talvez elas pudessem encontrar
trabalho como costureiras. Mas alguém as contrataria? Duas ex-damas forçadas às ruas?
Lily molhou a pena no tinteiro novamente. Se ela não pudesse encontrar uma
maneira de ganhar dinheiro, teria que tomar medidas mais drásticas. Ela pegou a lista de
contas. Não compraria mais carne no mercado. Traçou uma linha na lista. Não compraria
mais açúcar ou creme. Mais duas linhas rápidas. Não compraria mais chá. Ela suspirou.
Ela bateu a ponta da pena contra o papel, lutando contra o pânico que sempre subia
em sua garganta quando examinava suas finanças. Annie, Evans e Mary sabiam que sua
pequena casa estava em terríveis circunstâncias financeiras, mas só Lily sabia a quão
alimentá-lo também não era pouca coisa, mesmo quando os restos de comida eram seu
jantar. Mas ela se recusou a deixar seu amado cachorro ir. Não, Leopold também era da
família, e ele não seria mais jogado nas ruas do que Annie. Mas Annie só teria que parar
de levar mais das ruas para casa, isso era tudo. Lily suspirou. Ela seria impotente de negar
a sua irmã quando ela chegasse em casa com um pequeno animal indefeso. Muito bem.
Agora que ela pensou nisso, o chá não era realmente necessário.
Uma batida suave atraiu a atenção de Lily para a porta. Ela olhou para cima para
— Peço-lhe perdão, milady, mas você vai querer ver isto. — A mulher mais velha
fez outra reverência rápida. — Espere. Eu já fiz isso, não é? — Ela perguntou timidamente.
— Venha e veja então. É uma visão impressionante, tenho certeza. — Mary puxou a
Inclinando a cabeça para o lado, Lily jogou a pena na triste lista de figuras e
Antes que Lily passasse pela porta, o cheiro chegou às suas narinas. Flores. Aquele
cheiro doce e adorável. Mas havia algo diferente sobre isso desta vez. Normalmente, o
perfume de lírios passava pela casa, mas desta vez eram rosas. Rosas, lilases e outra coisa.
pelo menos, ela pensava que tinha sido o foyer, parou, agarrando-se à parede.
— Oh, eu sei de quem são essas. Agora, isso é o que eu esperava. Frances disse que
sua irmã recebeu uma quantidade desconcertante de flores de Lorde Sitton, mas não tenho
Lily fechou a boca, ainda ocupada examinando a cena colorida. Havia rosas.
— Parece que ele arrancou um jardim inteiro. — disse Annie, girando ao redor. —
O que você acha, Lily? Você está suficientemente impressionada com Lorde Colton agora?
suficiente para administrar todo esse lar por um bom período de tempo, e não posso
tolerar…
frente. Limpando a garganta, ele entregou a Lily um cartão amarrado a um único caule de
Ela pegou o cartão dos dedos esticados de Evan. As palavras foram escritas em uma
— Ah, elas são adoráveis, milady. Elas devem ter custado uma pequena fortuna. —
Lily se virou para encará-la, suas saias cinzas girando em torno de seus tornozelos.
junte as flores. Mary, pegue os doces do armário. Evans, chame uma carruagem de aluguel.
Evans endireitou os ombros e assentiu. Ele marchou para fazer o pedido de sua
baixinho.
— Lily, o que exatamente você pretende fazer? — Sua voz continha uma nota de
aviso.
Annie colocou a mão sobre a boca e depois deixou cair lentamente. — Você não
pode estar falando sério! Você não pode vender as flores. Eles são presentes!
cabelo para dentro e apressadamente amarrou as fitas em um laço sob o queixo. Então
pegou dois dos vasos mais próximos. — Annie, me ajude com isso, por favor.
carruagem alugada que Evans conseguiu assegurar. Mary e Lily sentaram no meio do
jardim de flores, e Annie chamou pela janela. — Não deixe de fazer uma visita a Lorde
sentada nas flores, com um largo sorriso no rosto. Ela soltou longa e pausadamente o
fôlego, apreciando a sensação de alívio intenso que se derramava em suas veias. Seus
ombros relaxaram pela primeira vez em meses. Com o dinheiro das flores, ela seria capaz
Ela ajustou sua posição dentro das flores. Todos na sociedade conheciam os
rumores sobre as finanças de Colton. Como seu pai, Devon Morgan gostava de jogar.
Demais. Isso lhe custara sua fortuna e suas perspectivas. As flores, sem dúvida, foram
tinha para vender, então ela venderia as flores. A sorte tendia a ajudar aqueles que se
ajudavam.
— Agora você sabe. — De fato. As flores eram o próximo lance de Colton. Bem
jogado. Mas o homem obviamente não sabia com quem estava lidando. Ela mostraria a ele.
Certamente Colton estaria na noite dos Foxdowns. Ela também participaria. Ela não
pôde deixar de se sentir estranhamente grata a ele por ser seu salvador nesse caso
específico. Pior, não conseguia conter o desejo inexplicável de vê-lo. Era grata, de verdade.
Mas, se lhe agradecesse, sem dúvida, o canalha tomaria isso como um sinal de fraqueza.
Ele achava que a estava usando. Ela odiava ser rude, mas não podia fazer nada.
Ela deitou a cabeça no assento e fechou os olhos. Hmm. Ou talvez a gratidão fosse
exatamente o que esta situação pedia. Talvez permitir que ele pensasse que a estava
usando era exatamente o que era necessário. Ela sorriu para si mesma.
— Mary, assim que voltarmos para casa, devemos preparar meu cabelo e roupas
para a festa desta noite. Eu pretendo usar meu vestido de baile lavanda. — Lily colocou
um vaso no colo.
— Muito bem, Lorde Colton. — Sussurrou Lily para as pétalas. — Eu vou aceitar
— Soube que o panfleto fez Lady Underhill desmaiar. Desmaiar em seu próprio
enquanto ela falava com o marido, a menos de dois passos de distância de Lily no fundo
do salão de baile.
Lily sacou seu leque. Essa conversa em particular não era uma da qual ela gostaria
de fazer parte.
leque mais rapidamente. Ah, mas estava quente. E a discussão do panfleto não fez nada
Ela olhou ansiosamente para as portas duplas próximas que levavam à varanda dos
Para piorar a situação, Colton a observara a noite toda. Ele não fez nenhum
movimento para se aproximar dela, mas ela podia sentir seus olhos escuros nela como
pesos. Ela não sabia se ficava aliviada ou zangada. O homem havia lhe enviado uma
E por que ele tem que ser tão bonito? Tornaria a coisa toda muito mais simples se
ele não fosse. Em vez disso, ficou de pé no salão de baile, com um bando de beldades
girando em torno dele como borboletas em um jardim. Seu traje de noite escuro e
superfino perfeitamente moldado ao seu corpo requintado, sua altura o colocava de cabeça
e ombros acima de todos os outros homens na sala, exceto Medford. Seus dentes brancos
brilharam quando ele riu, seu cabelo escuro estava ligeiramente arrepiado, e seu olhar
Seus pensamentos continuavam voltando para a boa soma de dinheiro que ganhara
na Vauxhall naquela tarde. Desconcertada, ela tinha que agradecer por isso.
— E soube que outro panfleto está sendo escrito. Um que promete ser ainda mais
escandaloso — Lady Foxdown sussurrou para seu pequeno grupo enquanto lançava outro
Lily manteve o rosto cuidadosamente em branco. Ela não ousou olhar para
Medford novamente. Lady Foxdown pode interpretar isso como um sinal de culpa. E oh,
mas ela gostava de ser culpada por Medford. O visconde, seu muito bom amigo, era o
Somente um homem assim poderia fazer parte da sociedade e permanecer sócio de uma
gráfica. E só Medford podia se safar imprimindo aquele maldito panfleto, sem que
ninguém o depreciasse por isso. Não, o escândalo era reservado ao autor anônimo, não ao
Medford tinha talento para se divertir às custas da sociedade, sem que eles
percebessem. Essa era apenas uma das suas muitas qualidades agradáveis. Outra era seu
profundo senso de honra. Sempre podia se contar com ele, e não tinha nenhum dos ares
que alguém esperaria de um homem com sua riqueza, de uma família impecável. E tinha o
mesmo senso de humor que Lily. Quando Lady Foxdown falou sobre o panfleto, a mente
atrás. Quando a filha de seu anfitrião começou a cantar em uma voz que soava demais,
como se alguém estivesse matando uma porca, os dois não conseguiram conter o riso.
Tremendo, com lágrimas ameaçando cair dos olhos, ambos correram para a porta
quase ao mesmo tempo. Medford curvou-se educadamente para ela, permitiu que ela o
precedesse da sala, e conseguiu manter a cara séria enquanto a escoltava para fora. Eles
passaram o resto da noite na varanda, contentes pelo ar fresco e pela companhia ainda
mais refrescante.
Sim. Lorde Medford era perfeito em todos os aspectos, mas aqueles que o
conheciam bem, como Lily, sabiam o quão irreverente ele podia ser. Era bonito, inteligente
e rico, mas para Lily, Medford era apenas seu fiel companheiro. O único homem em quem
ela poderia confiar. Um com o qual ela poderia contar sempre. Seu querido amigo.
Lily suspirou. Era muito injusto que ela não sentisse atração romântica por Medford.
Ele era como o irmão que ela nunca teve. Tudo teria sido muito mais fácil se não fosse esse
o caso. Por que, se ela pudesse amar o visconde, e ele pudesse amá-la de volta, todos os
Mas ela não o amava. E nunca consideraria entrar em um casamento sem amor. De
novo não.
Lily olhou a prolixa Lady Foxdown. Aparentemente, ela e o marido não ouviram os
rumores de que Lily e Medford foram os responsáveis pelo primeiro panfleto. Ou talvez a
ficaria desapontada. Além disso, a fofoca era falsa. Lily não tinha intenção de escrever
outro panfleto. Ela assumiu um enorme risco à sua reputação escrevendo o primeiro.
Lily rapidamente se abanou. O calor não foi aliviado nem um pouco. Oh, por que
ela não era o tipo de idiota que poderia fingir um ataque? Seria a desculpa perfeita para se
retirar da insípida companhia de Lady Foxdown. Mas Lily não conseguiu fazer isso.
Uma vibração no braço dela chamou sua atenção, pouco antes de uma grande mão
quente e masculina deslizar através de suas costas. Arrepios espalhados ao longo de sua
— Três é uma multidão, Medford, ou você não ouviu? — Devon deu um sorriso
perverso, tomando Lily pelo braço. — Você sempre foi um estudioso em Cambridge,
Lily apertou seus lábios. Ela nunca ouviu tal desaprovação na voz de Lorde
Medford antes. — «Canalha» é um pouco duro, não acha? — Ela sussurrou de volta.
— Obrigada, Lorde Medford. Eu vou ficar bem. — Ela deu a ele um olhar
Devon sorriu para Medford e passou Lily pelo salão de baile na direção de um
conjunto de portas duplas. A mão dele na parte de baixo de suas costas fez a respiração de
A mão de Colton caiu quando eles passaram pela mesa de refrescos da qual ele
pegou duas taças de champanhe. Lily soltou o fôlego. Sem tocá-la, ela poderia respirar
normalmente de novo. Ele assentiu, conduzindo-a através das portas francesas abertas.
Lily se moveu para um lugar na varanda, longe dos outros casais do lado de fora, e
desaprovava. Oh, sim, Devon Morgan manipulava suas habilidades sociais como um
Lily se divertiu no ar frio da noite. Ah, era maravilhoso estar livre do sufocante
salão de baile. Ela respirou fundo e se virou para encarar Colton. Ele ficou de pé ao luar,
com o ombro encostado na parede de pedra da casa, com as pernas cruzadas. Como esse
Lily não pôde conter o sorriso. Ela engoliu a pontada de prazer que atingiu seu
— Não, obrigada.
— Não.
— Pena.
Ele colocou a taça na grade da varanda ao lado dela e deslizou a mão livre no bolso.
na balaustrada de pedra.
Administração de terras? O custo ímpio do chá? Medford não é conhecido por sua
inteligência e réplicas. Não faço ideia do porquê você insiste em passar tanto tempo na
companhia dele.
— Eu não sabia que você estava familiarizado com Lorde Medford, nem que estava
universidade.
Lily assentiu.
— Ah, entendo. E algo me diz que você não gostava dele naquela época também.
em mais atividades sociais, e Medford estava mais interessado nos seus estudos e suas
notas.
Lily riu.
— Diga a verdade. Ele não ficou mais interessante, não é? O que vocês estavam
um sorriso irônico.
— Ah, «Segredos de uma Noite de Núpcias», o assunto na boca de todos esses dias.
Eu devo confessar. Acho surpreendente que você pense que é tedioso, considerando que
Lily traçou um dedo enluvado ao redor da borda de sua bolsa que pendia de seu
— Ainda mantendo a pretensão de que você não teve nada a ver com isso, eu vejo.
Eu posso não estar lá para te resgatar da próxima vez. Você pode tentar fingir um desmaio.
— Eu considerei isso.
— Eu deveria saber que você tomaria o assunto em suas próprias mãos. — Ele
— Eu sempre o faço. — Ela piscou de volta. Oh, de onde veio esse tantinho de
impertinência?
Seus olhos ficaram quentes como chocolate derretido. Ele tirou a mão do bolso e
— Fico feliz em ver que você não está mais usando essas ridículas cores de luto.
— Eu decidi que você tinha razão. Talvez seja hora de eu parar de usar as cores do
luto. — Foi uma coisa boa que ele gostasse de lavanda. Ele certamente estaria vendo isso
com mais frequência. Era um dos poucos vestidos que ainda possuía que não tinham sido
Ele esfregou o polegar contra sua bochecha. Faíscas acenderam ao longo dos nervos
de Lily ao toque de sua mão. Ela agarrou a balaustrada como se fosse uma tábua de
Lily lutou com seu arrepio e desviou o olhar. Eles ficaram assim, confortavelmente
— Acho que é melhor eu voltar. Sem dúvida, Lorde Medford estará me procurando
em breve.
— Tenho certeza. — respondeu Colton. — Mas você não pode culpar Medford.
A cabeça de Lily se virou para encará-lo. Foram duas vezes que ele disse que ela era
— Você… você acha que eu sou bonita? — Sua voz falhou e ela imediatamente se
arrependeu da pergunta.
Seu peito se contraiu. Ela não conseguia respirar. Ficou suspensa no tempo. Era
como se cinco anos nunca tivessem acontecido. Ela estava de volta na varanda com ele em
outro baile, outra noite. E então, como agora, ela olhou nos olhos dele e abriu os lábios,
A respiração de Colton engatou e seu rosto se contraiu. Ele colocou seu copo vazio
na balaustrada, pegou a mão dela e puxou-a para baixo dos degraus de pedra e para a
noite. Antes que ela pudesse se virar, ele a puxou para uma área sombria e rasa, onde os
outros convidados não podiam vê-los. Seus lábios se abaixaram para capturar os dela.
A carícia de sua língua coagiu seus lábios separados. O deslizar de sua boca contra
a dela aqueceu o estômago de Lily. Sim, finalmente. Colton estava beijando-a, assim como
ela sempre quis. Ela afundou-se contra ele e gemeu profundamente em sua garganta.
Espere, não. O que ela estava fazendo? Não era assim que isso deveria acontecer.
Ela não deveria gostar disso, não deveria querer isso, mas seu corpo traidor estava lutando
Desesperada para recuperar o controle, ela levantou a mão para afastá-lo. Ele
agarrou seu punho e o puxou de volta para o lado dela, prendendo-a. Ele a içou contra seu
Sua exigência para que ele parasse nunca passou entre seus lábios. Em vez disso,
ela gemeu e apertou o punho de Devon. Como se sentisse sua rendição, ele soltou a mão
dela. Ela enfiou os dedos no peito dele e no cabelo, apertando-o contra ela. Ele rompeu o
O calor desceu pela espinha de Lily. Oh, Deus, ela já sabia… ela adorava quando ele
fazia isso. Uma tempestade de fogo acendeu em sua barriga, e cada nervo em seu corpo
formigou. Ela o cheirou. Um cheiro intoxicante. O toque mais básico de couro de cavalo
Isso era diferente de qualquer um dos beijos inocentes que Colton lhe dera anos
atrás. Naquela época, ela era jovem, acreditava insensatamente no amor. Seus beijos foram
beijos atenciosos, respeitáveis e castos. Mas não havia nada de respeitável ou casto neste
Ele era uma droga. Isso é o que era. Como ópio. Um prazer enlouquecedor e
doentio que deixou seus sentidos perturbados. Ela se odiava por não o afastar. Sua boca se
moveu para o lóbulo de sua orelha e sugou a pele sensível ali. Oh, se ela tivesse perdido
Sua boca quente e úmida estava em seu pescoço, sua clavícula, chovendo pequenos
beijos que queimavam sua pele como pequenas chamas. Ela inclinou a cabeça para trás,
Os lábios de Devon se moveram até a ponta do queixo e voltaram para a boca. Ele
beijou suas bochechas, seu nariz e, finalmente, seus olhos fechados, antes de puxar os
sentimentos que ele evocou nela. Ninguém sabia o que esse homem significava para ela,
Lily olhou para ele. Ela ficou desfeita. Esperava ver aquela autoconfiança arrogante
que a fez querer sacudi-lo. Em vez disso, viu a mesma incerteza que sentia. Devon Morgan
estremeceu também, e em seus olhos, ela reconheceu… era perigosa para ele também.
fazer a seguir?
Devon ergueu uma sobrancelha levemente, e o capricho de seus lábios firmes fez
— Bem, essa é uma pergunta interessante, não é? Mas eu nunca entrego minha mão.
ergueu novamente.
Decepção surgiu nela. Teria sido realmente um jogo para ele? Ele não sentiu nada
quando a beijou?
— Vamos, Colton, você deve estar pronto para derramar seus segredos.
querendo de novo. Mesmo sabendo que tudo era um jogo para ele, ela não podia deixar de
uma pantera perseguindo sua presa. Ele se elevou sobre ela, examinando-a. Confusão
guerreou com desejo em seu peito. Apenas Colton poderia fazê-la se sentir assim.
Deus sabia que o marido dela nunca conseguiu. Ela nunca sentiu essa aceleração de
seu pulso, esse aumento em sua respiração, esse formigamento em sua barriga.
minúsculos pelos do pescoço se levantaram quando o hálito quente dele murmurou. Ela
— Sim, nós estabelecemos isso. Me desculpe por insistir nisso. Você realmente
deveria tentar. Isso acalma a mente. Eleva a vantagem. — Ele se inclinou para perto e
Colton entrou na frente dela e empurrou um cacho longe de sua bochecha com o
dedo, que ele permitiu permanecesse perto de sua boca. Levantou o dedo e traçou ao
longo de sua bochecha. Seu polegar áspero arrastou ao longo de seu lábio inferior
Ela fechou os olhos dessa vez. Ele podia ver o arrepio que havia aparecido em seu
— Eu iria oferecer-lhe um assento. — Ele puxou a mão dela, levando-a junto com
ele em direção a um banco de pedra nas proximidades. Colton sentou primeiro e puxou
Lindas flores cor-de-rosa de abril caíam em cascata de uma caixa atrás dela e
— Então o quê? — Ela perguntou, seu coração batendo num ritmo inebriante em
Ela podia ouvir o sorriso dele. Aquele sorriso sensual e preguiçoso. Sua cabeça
estava atrás dela, sua voz deslizando roucamente em seu ouvido. Seus dedos se moveram
corajosamente sobre seu couro cabeludo. Outra onda desviada soltou-se de seu coque e
envolveu-o em torno de seu dedo. Lily fechou os olhos, deleitando-se com a sensação de
— Então eu diria a você — sua boca roçou seu ouvido — é hora de voltarmos para a
casa.
Por quê?
Ele se inclinou para perto de novo. A deliciosa sensação de seu hálito quente no
instante. Ela saltou do colo dele e se virou para encará-lo. Endireitando as saias, ela deu às
duas luvas de pelica um puxão cruel. Sua alça flutuou vertiginosamente de seu pulso.
— Nada poderia estar mais longe da verdade. Eu não estou te perseguindo. — Ela
empurrou o cacho traidor atrás de sua orelha e fechou os olhos, odiando-se por ser pega
em seu jogo. E isso é tudo para ele. Um jogo. Ela precisava de dinheiro, segurança, e
Colton não ofereceu nenhum dos dois. Ela não podia se permitir se apaixonar por um
Por um momento, Devon olhou como se ele pudesse alcançá-la novamente, mas ele
não o fez.
Lily se virou e andou de volta para a casa, sem olhar para trás.
Devon olhou para o homem astuto que estava sentado à mesa. Gilbert Winfrey. Um
nunca encontrou.
Ele tinha chegado na hora certa. Ele deixou a casa dos Foxdowns depois de seu interlúdio
estimulante com Lily, e chegou aqui com muito tempo para perder com Winfrey.
Devon balançou a cabeça, tentando limpar a mente dos pensamentos sobre Lily. O
que tinha sido esse negócio no jardim? Ele começou com seu objetivo de seduzi-la e se
permitiu ficar muito envolvido, quase esquecendo o que ela era, quase caindo naquele
— Meus cumprimentos em sua sutileza. — Ela disse. E agradecia a Deus por isso.
Só assim, ele lembrou que nada entre eles era real de fato. Nunca foi e nunca seria.
Ela fazia parte de um jogo que ele estava jogando. Como um jogo de cartas. Nada
mais. Ela não era diferente de um valete, uma dama ou qualquer uma das cartas que
estavam em um baralho, esperando para serem jogadas no exato momento. E assim como
quando ele estava jogando cartas, ele devia se lembrar de manter seu juízo sobre si
Colocando o relógio de volta no bolso, Devon examinou a sala sombria. Seu olhar
— É com você que eu estou preocupado, Winfrey. Você tem dinheiro para
Um silêncio caiu sobre a multidão. Devon olhou para o pedaço de papel que
Winfrey havia jogado na mesa de jogo. Os olhos dos outros homens estavam presos a ele.
Não estavam nos aposentos cavalheirescos de St. James, mas no remanso decadente do
propósito. Para o tipo de jogo que eles não podiam jogar na Sociedade Educada.
Devon já esteve aqui muitas vezes. Muitas vezes. E o fedor do lugar, os corpos sujos,
a comida podre, o lixo nas ruas, o cheiro dos pobres e dos desesperados, nunca pareciam
Pelo menos ele usaria bem seu tempo aqui. Empregando sua habilidade com
números, ele apostou o dinheiro que ganhara ao longo dos anos em investimentos que lhe
trouxeram mais riqueza do que ele poderia gastar em várias vidas. Ele possuía uma frota
Colton e comprou propriedades adicionais. Mas, ainda assim, essa riqueza e segurança
a memória é curta, parece. Ouvi dizer que você é o único que geralmente se afasta com
seus bolsos vazios ultimamente. Parece que a sorte acabou. Você pode cobrir ou não?
projetar confiança, um sorriso destinado a assustar o bastardo Winfrey a calar a boca por
Mil libras.
confrontado assim, ele podia fazer uma cena para evitar a aposta, ele podia acusar Devon
de trapacear, podia até mesmo puxar uma faca. Todas essas coisas, e piores até, haviam
acontecido antes neste lugar. A perna de Devon subiu e desceu no chão encardido. Ele
pelo casaco e puxou-o para baixo para sussurrar em seu ouvido. O homenzinho usava
roupas imundas, incluindo uma gravata cinza escura que Devon só podia imaginar que
uma vez tinha sido branca. O sorriso do homem menor revelou uma miscelânea de dentes
pretos e podres. Devon lutou contra o estremecimento. O homem correu para longe com
— Meu homem saiu para trazer uma garantia. — Winfrey anunciou com um olhar
você possa perder e acabar com tudo isso agora. — Ele olhou para a mão esquerda de
Devon estreitou os olhos. Sim, cavalheiros só vinham para esta parte da cidade com
um propósito. E o propósito de Devon sempre foi vencer. Mas ele estava ganhando tempo.
Ele normalmente jogava contra trapaceiros e viciados. O tipo de homem que apostava com
dinheiro de mendicância, roubo ou pior. E ele sempre venceu. Mas Winfrey era diferente.
Winfrey era o homem que roubou a fortuna de seu pai. Winfrey era pior que um ladrão ou
um farsante. O homem era realmente perigoso, e Devon não ia mostrar sua mão para
Devon não estava aqui por ele. Ou até mesmo seu maldito pai morto que deixou
nome da família. Não, ele não estava aqui para nenhum deles. Ele estava aqui por uma
razão e uma única razão. Justin. Ele faria qualquer coisa por Justin. Até isso.
O homenzinho logo retornou com um vale e Devon acenou com a cabeça uma vez
***
Duas horas depois, Devon mandou ordens ao seu cocheiro para tirar os dois de
Rookery. Ele relaxou em seu assento. Sim, aquele idiota de Winfrey era um patife
inveterado. E apenas muito disposto a anunciar sua sorte e habilidade em um jogo de azar.
Devon sacudiu a cabeça. Ele perdeu mil libras hoje, mas isso fazia parte do seu
plano. Ele estava muito mais perto de terminar todo o negócio detestável. Quase. Mas não
é bem assim. Havia mais um jogo que ele tinha que jogar. Um em que as apostas eram
muito maiores. Seria um jogo envolvendo todos os ladrões e trapaceiros na cidade. Cada
trapaceiro e vigarista rastejaria de seu buraco para este jogo em particular, e Devon estaria
lá com eles. O prêmio era cinco mil libras. Uma fortuna para esses canalhas. O dinheiro
não mataria um homem por ganhar seu dinheiro, ou por olhar para ele do jeito errado.
Mas ele tinha uma coisa a seu favor. Os números. Eles fluíam através de seu cérebro e se
escura fluía pelas calhas. Sim, ele era talentoso, mas se ele não fosse. Ele poderia não ter
primeiro lugar.
Devon soltou a respiração com força, tentando livrar seu nariz do fedor horrível.
Uma doce memória o atacou. Lírios. Seus pensamentos rebeldes se voltaram para a
Uma faísca de excitação cintilou em seu peito. Um desafio. Um que o obrigou mais
do que qualquer outro jogo de cartas conseguiria. Se a Srta. Templeton foi um jogo simples
de espadas, Lily era o jogo mais desafiador de faro. Beijá-la esta noite tinha sido uma
tortura profana. Uma que ele não esperava. Isso o sacudiu. A vingança era seu jogo, não
escadas e Devon desceu e correu até a casa. Esta noite, ele precisava dormir, mas voltaria
amanhã à noite. Ele devia dizer ao seu criado para preparar suas roupas de noite. Estava
se sentindo bastante sortudo de repente. Era hora de jogar a próxima carta do seu jogo
contra a Lily.
— Soube que ela escreveu o panfleto para espantar as moças dos solteiros mais
cobiçados. Para dar a sua irmã uma chance melhor no mercado de casamento — Lady
— Soube que ela está de olho no Lorde Medford. Não é de admirar que ela passe
seu tempo com ele. O homem pinga positivamente com dinheiro. — Lady Mountebank
uma cópia.
Lily se afastou do canto onde estava de pé. Felizmente, as outras senhoras não a
tinham notado. Ela escutava cada vez mais essa coisa desagradável. E que bobagem! Ela
escreveu o panfleto pelo bem cívico, a educação pública de mulheres jovens e desavisadas.
Nada mais ou nada menos. Ela estava tentando ajudar, pelo amor de Deus. E, claro, o
Ela fez um desvio longo delas, dando a ambas as mulheres um sorriso apertado.
Elas a olhavam como se soubessem. Devon estava certo. Toda a cidade suspeitava que ela
era a autora daquele panfleto. Mas, desde que não soubessem com certeza, ela e Annie
comprida. Ela olhou para os ocupantes da sala com cautela. Onde quer que ela fosse,
Era apenas uma questão de tempo. Isso a atormentava como se fosse a raposa e o cachorro.
Ela veio até os Hathaways esta noite pela refeição grátis, para sair de casa, e, ah…
muito bem, para ver Devon Morgan. Ali. Ela podia admitir para si mesma. Não foi tão
ruim. A verdade é que ela não conseguia parar de repetir aquele beijo em sua cabeça.
Vezes sem conta, isso a assombrava. Teria sido uma brincadeira da sua imaginação? Suas
lembranças dele compactuavam para fazê-la pensar que ela estava se apaixonando por ele
de novo? Certamente, era uma praga de gato e rato. E esta noite ela pretendia provar isso.
Ela queria outro beijo. Ela precisava de outro beijo, para provar a si mesma que o
primeiro não tinha sido nada mais que uma aberração. Mas desta vez, ela daria o beijo.
Seu olhar examinou a mesa de jantar. Diretamente em frente a ela estava um lugar
vazio. Pertencia — sua anfitriã a informou — ao marquês de Colton. Lily não conseguia
tirar os olhos da cadeira vazia. Ela olhou para ela, como se por pura força de vontade, ela
— Que clima agradável que estamos tendo este ano. — disse Lorde Tinsdale à sua
direita.
Lily virou-se para o homem idoso e permitiu que o fantasma de um sorriso tocasse
em seus lábios. Ela soltou um suspiro de alívio. Pelo menos Lorde Tinsdale não estava
— É uma maravilha não chover fogo e enxofre por toda a cidade, com este panfleto
Lily sorriu para ele e enfiou o garfo no peixe. Se mais uma pessoa fizesse uma
observação sobre aquele panfleto, ela arremessaria seus arenques empalhados na cabeça
curvando-se sobre a mão de Lady Hathaway. Aquela senhora riu e murmurou algo doce e
complacente. Quando ele se endireitou em toda a sua altura, os olhos castanhos de Colton
Alguns passos longos e ele estava em seu lugar, escoltado por Lady Hathaway. E
— Perdão? — Ela tropeçou em sua resposta a Lorde Tinsdale. — Oh, sim, sem
dúvida, tem feito mais frio nesta época em Bath este ano.
Colton sentou-se e a pele de Lily se arrepiou, cada nervo em seu corpo consciente
Ela se encolheu. Era insuportavelmente rude da parte dela dizer algo assim,
especialmente porque o homem mal havia se sentado. Nenhuma saudação foi trocada.
Mas ela não conseguiu evitar. Colton estava sentado lá, parecendo insuportavelmente
bonito como de costume, com uma contusão escura em sua mandíbula. Pensando nisso,
seu cabelo parecia desgrenhado e havia o que parecia ser manchas de sangue e manchas
os detalhes, mas basta dizer que me envolvi em uma briga infeliz no caminho até aqui. Eu
teria voltado para casa para trocar de roupa, mas estava relutante em perder sua
companhia por mais um momento, Lady Hathaway. — Ele voltou sua atenção para a
Lily revirou os olhos. Ah, agora ela entendeu. O homem não conseguia parar de
— Infeliz? Suponho que é uma maneira de dizer. Mas jogos dificilmente são as
instituições mais seguras, não é, Colton? — Ela sorriu para ele por trás de seu copo de
água.
Os olhos de Devon olhavam entediados para ela. Um lacaio correu para encher o
— Na verdade, eles não são, Lady Merrill, mas eu não consigo entender como você
Lily prendeu a respiração entre os dentes cerrados. Que grosseiro. Como ele ousa
Lady Hathaway olhou como se pudesse arrancar as mãos. Lorde Tinsdale deu a
— Você parece estar pior do que parece, milorde. Você não foi acusado de trapaça,
foi?
Pessoalmente, acho que trapacear é o forte das mulheres e homens pérfidos que são
conversa. Lily tomou outro gole de água. Mulheres pérfidas? O que diabos ele quis dizer
com isso? E todos sabiam que ele era um jogador horrível. Assim como seu pai, o homem
— Sim, bem, de fato, fico contente por ver que você não está mais machucado ainda,
Colton.
enquanto Lily fazia o possível para ignorá-lo. E pensar que ela estava realmente pensando
em beijá-lo esta noite. Não houve necessidade. O homem não passava de um jogador
melhores casas de Londres, mas ele não era mais do que uma torre comum no que dizia
respeito a ela.
Enquanto a noite avançava, Lily falou alegremente com Lorde Tinsdale e os outros
convidados o tempo todo, evitando cuidadosamente o olhar de Colton. Ela podia sentir
seus olhos escuros sobre ela, avaliando-a, observando-a, mas ela não retornou seu
Depois que a refeição acabou, ela rapidamente pediu licença para se juntar às
outras senhoras no salão. Ela jogou o guardanapo na cadeira e não olhou mais para Colton,
Lily entrou no salão sentindo-se vagamente insatisfeita com a noite toda. Esperava
que as coisas fossem tão diferentes, e então Colton teve que chegar com uma mandíbula
machucada, lembrando a ela que ele era um canalha. Ela se sentou em uma cadeira no
canto e apenas escutou a conversa flutuando ao seu redor. Isto é, até que a conversa se
— O quê? — Lady Hathaway sentou no sofá e Lily puxou sua cadeira um pouco
mais perto.
— Sim. McAllister acabou de chegar e disse que Lorde Colton impediu um roubo
— Oh, meu Deus. Colton estava sozinho? — Lady Hathaway perguntou, sua mão
O rosto de Lily caiu. Ela se sentiu vagamente nauseada. Colton não estava jogando
hoje à noite, afinal. E ela praticamente o acusou de trapacear. Em público. Ela foi
uma briga tentando salvar alguém. Ele poderia ter sido morto. Por que aquele homem teve
— Ele pode estar sem dinheiro, — riu Lady Mountebank, — mas eu certamente
— Oh, Louisa, você é tão má. — disse Lady Hathaway, batendo no braço de Lady
Mountebank.
Foi isso. A conversa de Colton deixou os nervos de Lily no limite. Ela tinha que
fugir e pensar claramente. Ela pulou da cadeira, deixou cair os braços ao longo do corpo e
saiu correndo da sala. Ela poderia parecer indesculpavelmente rude, mas no momento,
não se importava.
Ela correu pelo corredor e virou a esquina. Quando encontrou um pequeno salão,
olhou para dentro. Escuro e vazio, graças aos céus. Movendo-se silenciosamente para o
salão, ela fechou a porta atrás dela, recostou-se contra ela e fechou os olhos. Grata pela
Lily se abriram.
— Boa noite, milady. Ouso esperar que você estivesse procurando por mim?
Lily piscou, não acreditando muito. Uma vez que seus olhos se ajustaram à
escuridão, ela o viu. O marquês de Colton estava descansando no sofá. Um charuto pendia
fantasmagórico na escuridão. Da luz da única vela bruxuleante no canto, Lily podia ver
que ele tinha uma longa perna envolta em calças pretas superfinas cobrindo o sofá e a
outra estava dobrada no joelho. Uma mão descansou sob sua cabeça escura e a outra ainda
Lily se afastou da porta. Ele estava certo. Ela estava sendo rude, mais uma vez.
— Eu vou sair então. — Ela abriu a porta, com a intenção de fugir, quando sua voz
escritório, as mulheres no salão, e você e eu estamos aqui. A menos que você pretenda
Lily mordeu o lábio. As escolhas pareciam sombrias. Ela não conseguia mais
encarar as mulheres rindo e tagarelando, e é claro que não podia se juntar aos homens no
escritório.
Ela não deu um passo para fora da porta quando sua risada zombeteira chegou aos
seus ouvidos.
Assustada? Assustada? Ela não tinha medo de ninguém. Ela era uma mulher adulta,
Sem dizer uma palavra, ela voltou para o quarto e fechou a porta atrás dela. Ela foi
— Você não me assusta, Colton. Eu ficarei. Mas não fale comigo. Eu gostaria de paz
e tranquilidade.
Ela bufou e desabou no assento. Ela se inclinou para trás e fechou os olhos. Vários
segundos se passaram sem que nenhum dos dois dissesse uma palavra. Um silêncio
confortável, na verdade.
Um grunhido delicado. Pelo amor de Deus, ela precisava parar de ser tão má.
— Como conseguimos isso, Colton? Cinco anos na mesma cidade sem ver um ao
outro?
eventos. Consegui evita-lo com sucesso. No entanto, parece que a minha sorte está
decididamente no fim.
passada, fugindo de você e de Lorde Ashbourne quando vocês entraram no salão de baile.
— Não mesmo!
— Não, estou apenas brincando. Mas eu admito, eu fiz o máximo para evitar você.
— Claro que não! — Ela escondeu o sorriso atrás das pontas dos dedos.
— Suponho que é verdade. — Erguendo o queixo, ela agitou a mão no ar entre eles
— Sem mencionar que você sempre tinha Medford nos seus calcanhares.
— Ele me irrita.
Devon se virou para ela, com uma expressão atenta em seus olhos.
— Dizem que sua fortuna é o motivo de sua amizade. Há alguma verdade nisso?
— Agora quem está sendo rude? Eles dizem muitas coisas. Medford e eu somos
amigos há anos. Além disso, se o dinheiro fosse o principal fator determinante com quem
eu gasto meu tempo, como eles explicariam minha presença aqui com você?
— Bem jogado.
— A fofoca me preocupa muito pouco, Colton. Contanto que minha irmã não seja
— Obviamente, ou sem dúvida, você nunca teria escrito seu infame panfleto. É tudo
sobre o que qualquer um pode falar, ou é o que me dizem. É por isso que você deixou a
— Tente.
Ela cruzou os braços sobre o peito e olhou para ele com uma sobrancelha levantada.
— Que diabos está dizendo. — Seu sorriso branco brilhou na escuridão novamente.
— Bem, diga-me você, pelo menos. Você e seus atos heroicos foram o tópico da
Devon se levantou e foi até o aparador e serviu uma bebida. Quando ele voltou
— Eu não mudei.
— Tem certeza? Garanto que a discussão sobre mim será mais tolerável. Além de
lado dela.
— Quanto a isso, peço desculpas por presumir que estava jogando. E por ser tão
rude.
— Desculpas aceitas. — Ele se sentou de volta na ponta do sofá de frente para ela,
O peito de Lily se contraiu. Mil libras? Perdeu? E ela elogiando-o por seu ato
altruísta com um estranho, mas ela não tinha se enganado tanto apesar de tudo. Ele estava
jogando, como sempre, na noite passada, e perdendo somas exorbitantes de dinheiro. Oh,
o que ela não poderia fazer com mil libras! Graças a Deus, Colton acabara de lembrá-la de
como ele era um canalha. Ela faria bem em lembrar da próxima vez que esquecesse o tipo
— Você acha isso engraçado? Perder essa quantia de dinheiro em um jogo de azar?
— Não, eu acho que é uma pena. — Ele sorriu. — Mas espero me sair melhor da
próxima vez.
Lily fechou o punho e contou até dez. Não havia sentido em discutir com um
jogador. Ela tinha implorado ao pai com frequência suficiente para ter aprendido bem essa
lição.
Colton bufou.
— Não, você não vai. Você fará exatamente o que quiser. Mas por favor, pode parar
de me chamar de «Condessa»?
Lily esfregou as têmporas. Uma dor de cabeça começou a se formar por trás dos
olhos.
— Você não faz ideia do quanto foi realmente difícil, mas não suporto ouvi-lo dizer
isso.
me de «Devon».
Ela sorriu na escuridão. Ela esperava escárnio. Talvez ela esperasse que ele usasse o
título em duplo sentido, mas ele a surpreendeu. Devon. Sim. Ela o chamara de «Devon»
uma vez e parecia maravilhosamente familiar para ela. Muito bem. Ela o chamaria assim
de novo.
— Devon, o que exatamente aconteceu com você hoje à noite? Para te dar essa
contusão?
Ele apoiou os braços no sofá atrás dele e empurrou sua longa perna na frente de si
mesmo. Sua perna passou pelas dela e ela se contorceu. Oh, o homem era impróprio. Mas
— Pelo contrário, sempre tenho uma grande preocupação com minha própria
segurança.
Devon colocou dois dedos no queixo. — Oh. Parece que não parou de sangrar.
— Oh, não. — Ela se atrapalhou em seu bolso com o lenço e foi rapidamente até o
atentamente.
— Quem imaginaria que você era uma enfermeira tão dedicada? E o olhar de
preocupação em seu rosto pode me levar a acreditar em você, na verdade, ouso dizer,
preocupada?
— Não se iluda. Eu simplesmente não suporto ver alguém ou algo sofrendo. — Ela
baixou a cabeça para esconder seu rubor. — Suponho que é por isso que eu sou conhecida
Devon deslizou seus dedos quentes sob os dela e levantou a mão, pressionando o
— Por tudo que é sagrado, continue suas ministrações. Há anos que ninguém se
Lily manteve os olhos focados no queixo dele, recusando-se a olhá-lo nos olhos. Ela
limpou o sangue e olhou para o hematoma sombrio, tentando ignorar o quão bem ele
cheirava.
estudo cuidadoso. — Claro, não sei dizer exatamente devido à falta de luz nesta sala.
Deixe-me acender uma lâmpada. Ela tentou se levantar, mas a mão quente de Devon
— Por que — ela engoliu, tentando umedecer sua boca de repente seca — não?
— Você está bem… — Sua voz fraquejou e ela fechou os olhos, um tremor
— Mmm-hmmm.
Lily respirou fundo. Ela se virou para voltar para a cadeira, mas já era tarde demais.
A mão de Devon subiu para acariciar sua bochecha. O deslize áspero de seus dedos ao
longo de sua pele macia foi sua ruína. Isso e o cheiro inebriante de sua colônia e qualquer
outra coisa que fizesse dele um homem assim. Seus lábios se abriram por conta própria e
Devon não perdeu tempo. Ele inclinou a cabeça e abaixou a boca, provocando-a com sua
Suas mãos se moveram até as suas bochechas. Seus polegares ásperos roçaram as
maçãs do rosto dela. Seus lábios tentaram tocar os dele e o calor quente e úmido de sua
boca a fez estremecer. Um de seus braços alcançou as costas dela, e em uma manobra
rápida, ele a puxou para cima dele e se recostou no braço do sofá. Ela o cobriu, as saias
azul-claros se espalharam por suas pernas, seu peito arfando contra a sua camisa, sua boca
presa na dele.
Ela sabia que era errado e indecente e uma centena de outras coisas, mas não se
importava. É verdade que Lady Hathaway e Deus sabe quem mais podia pegá-los em tal
abraço. Nada de bom poderia vir disso, mas no momento tudo o que importava era sua
insistente boca, seu corpo duro como pedra e a promessa de mais. Oh, Deus, o que ele fez
***
Agora que Lily estava firmemente situada em cima dele, Devon deixou suas mãos
vagarem. Seus ombros, costas, quadris. Ele a puxou com força contra ele e se divertiu com
o pequeno gemido que escapou dos lábios rosados dela. Sua boca traçou a têmpora, a testa,
a bochecha, o pescoço. Finalmente seus lábios voltaram a se enredar com os dela. Suas
A resposta de Lily foi pegar sua camisa e puxá-lo para mais perto, sua boca nunca
deixando a dele. Devon não tinha certeza de quem exatamente a havia ensinado a beijar
daquele jeito, mas não poderia ter sido o marido ancião dela. Medford? Ele teria que matar
Medford.
A mulher precisava escrever um panfleto sobre como deixar um homem meio louco
Bom Deus, ela tinha o lóbulo da orelha dele na boca e estava lentamente deixando-o
louco. Ele não conseguia se lembrar da última vez que ficou tão louco por querer uma
levá-la para a cama para provar a ela que prazer poderia ter.
Lily gemeu contra a boca dele e Devon sabia que tinha que parar, antes que ele a
tomasse. Aqui. Bem aqui no sofá no meio do jantar dos Hathaways. Não que ele não
quisesse, porra, e não que ela não pudesse realmente se divertir. Mas ele não poderia. Ela
não merecia isso. Ele devia lembrar seu plano. Para fazê-la querê-lo, fazê-la sofrer com o
desejo por ele. Que morresse com a vontade de querê-lo. Ele a tinha exatamente onde
queria. E poderia fazê-la querer ainda mais. Não, agora não era nem o momento nem o
Com supremo esforço, Devon afastou sua boca e descansou sua testa contra a dela.
— Venha para a minha casa para jantar amanhã à noite, Lily. — Ele respirou.
— O que… o quê?
névoa do desejo.
— Eu não posso.
Lily empurrou o peito dele com toda a força dessa vez e se afastou. Uma vez que
— Inadequado como? Ninguém precisa saber. Meus servos são discretos, asseguro-
— Não, não, não. Dou crédito a você por uma tentativa muito valente de me
seduzir esta noite, milorde. Mas você fracassou, no entanto. — Ela endireitou os ombros e
passou as mãos pelo vestido, alisando a roupa de volta ao lugar. — Eu devo voltar para
Lady Hathaway e as outras senhoras agora. Tenho certeza de que eles estão procurando
por mim. Boa noite, Lorde Colton. — Sem lhe dar uma chance de dizer uma palavra, ela se
— Não. — Ela murmurou. Ela escorregou pela porta e a fechou atrás dela com um
baque retumbante.
Devon soltou o fôlego. Lily estava assustada. Assustada com ele. E abalada, sem
dúvida, por aquele beijo. E ela não gostava nem um pouco disso. Ele recostou-se
novamente no sofá, com as mãos sob a cabeça, e desejou que seu corpo superaquecido
esfriasse.
Ótimo.
Lily precisava desesperadamente ser chacoalhada. E ele não iria atrás dela.
Ainda não.
Lily pulou na carruagem alugada e rapidamente fechou a porta rangendo atrás dela.
Ela pressionou a mão contra o peito como se a pura força pudesse recuperar sua
respiração novamente.
Aquele beijo.
E para piorar as coisas, ela não conseguia parar de pensar no convite para o jantar
de Devon. Ela ficou tentada. Oh, sim, estava tentada a aceitar. Mas foi tudo uma farsa. Ele
pode parecer amigável e acessível, mas ele estava apenas tentando seduzi-la. Cada
momento que ela passou com ele esta noite tinha sido calculado.
Ele mesmo admitiu. Tinha acabado de perder mil libras. Uma fortuna. O homem
era completamente irresponsável. Ele era um jogador inveterado. Não admira que
estivesse tão desesperado para se casar por dinheiro. Ele queria sua noiva rica de volta.
Apenas isso. Se estava interessado em Lily, era porque ela era rica. Ou porque ele
realmente acreditava que seu esquema de sedução a forçaria a escrever uma retratação.
Ela balançou a cabeça. Foi loucura, tudo isso. Nada de bom poderia vir de passar
mais tempo com ele. Consorciar-se com aquele homem era como brincar com fogo. Ela
precisava encontrar uma maneira de garantir um futuro para ela e Annie sem sucumbir
Quando a carruagem parou na frente de sua casa, Lily correu para a rua e se
apressou a subir as escadas. Ela mal deu dois passos quando parou.
Annie estava lá, parada perto do final da escada. Ela estava debruçada sobre o
vinte e um anos.
cabeça. Seus olhos dispararam de um lado para o outro e ela mordeu o lábio.
— Lily, aí está você. Eu não achei que você chegaria da casa dos Hathaway até mais
tarde.
— Sim. — Lily correu e puxou Annie pelos degraus pelo braço. — Eu estou em casa
e você não deveria estar sozinha a esta hora da noite. O que você está pensando?
Annie continuou a morder seu lábio inferior, o olhar dela para o jovem.
Lily olhou para o jovem e deu-lhe uma encarada. Ele era alto, bonito e parecia
possuir um pouco de charme, como evidenciado pelo sorriso alegre no rosto. Tudo muito
perigoso para Annie. E para a paz de espírito de Lily. Ele se endireitou em toda a sua
Annie lançou lhe um olhar desesperado, mas obedeceu, olhando de volta com
desejo para Arthur, que lhe desejou um boa noite, fez uma reverência e olhou para ela.
Annie deu a Arthur um último olhar de desejo antes de subir os degraus e entrar na casa
da cidade.
Lily esperou a porta se fechar atrás da irmã antes de se virar para o jovem.
— Você deve saber que é totalmente inapropriado você falar com minha irmã no
— Bem, eu…
Com os braços ainda cruzados, Lily tamborilou as pontas dos dedos ao longo dos
cotovelos.
— Minha irmã me disse que você já pediu uma dança no seu début.
— Sim, bem, eu sei. Muito. Annie tem uma ideia muito diferente sobre seu début
do que eu e acho extremamente inadequado que você se dirija a ela e peça por danças
— Eu confio que você se comportará com mais discrição no futuro. Boa noite, Sr.
Eggleston. — Dando-lhe um aceno com desdém, Lily subiu as escadas, entrou na casa e
— Esse jovem tem sorte por eu não jogar Leopold em cima dele.
sentado em seu poleiro habitual, acordou, acenou com a cabeça brevemente para os outros
Depois de dar boa noite ao mordomo, Lily olhou para Annie e abriu a boca para
falar.
— Antes de me dar um sermão, sei algo que você vai querer ouvir.
— O Sr. Eggleston me disse que a mãe da Srta. Templeton está positivamente fora
Lily fechou a boca abruptamente. Pela primeira vez, a centelha de ciúmes a atingiu.
Devon estava tentando seduzi-la, mas ele também ainda estava cortejando a Srta.
Templeton? Tentando cortejá-la novamente? E o que ele viu na Srta. Templeton, afinal?
Lily piscou.
— E ela a convenceu?
— Não, mas ela disse estar no seu juízo final. Espera-se que seja apenas uma
questão de tempo até que ela convença a Srta. Templeton a ver a razão.
Lily balançou a cabeça, descartando o assunto. A Sra. Templeton poderia estar fora
de si por causa de sua filha loira, mas Lily tinha uma determinada morena de cabelos
encaracolados para lidar. Ela não podia permitir que Annie mudasse de assunto.
motivo para estar na escada da frente, especialmente no meio da noite. Que tipo de
reputação você acha que terá com um comportamento como esse? E seu début é daqui a
duas noites!
— Não foi nada mais que uma conversa inofensiva. O Sr. Eggleston estava do outro
Lily suspirou.
— Annie, isso dificilmente importa e você sabe disso. Jovens bem-educadas não
— Eu sou sua tutora, sua irmã. Eu devo cuidar de você, garantir que você não
— Essa é uma questão completamente diferente e você sabe disso. Eu fiz o que
tinha que fazer ao escrever esse panfleto, mas sua reputação é de extrema preocupação
para mim. O Sr. Eggleston não está se comportando adequadamente e eu não gosto disso.
— Oh, você nunca cometeu um erro como falar com um homem tarde da noite, não
é mesmo, Lily? Você é tão perfeita. Você nunca faria nada tão inesperado como se
apaixonar.
— Apaixonar? — Lily zombou. — Você não sabe do que está falando. Você mal
— Eu sabia que você diria isso quando conhecesse o Sr. Eggleston. Eu sabia. Você é
Os ombros de Lily caíram. Deixou cair as luvas, o leque e a bolsa na mesa perto da
porta e entrou no salão escuro. Ela desabou na beira do sofá e baixou a cabeça. Como esta
Previsível. Foi nisso que ela se tornou? Alguém que não surpreende? Nenhum
mistério? Bem, o que havia de errado com isso? Pessoas responsáveis eram estáveis.
Pessoas responsáveis eram previsíveis. E quem não era previsível? Bêbados, jogadores e
moças bobas que acreditavam no amor. Ser previsível não era tão ruim.
Lily apoiou o queixo em uma das mãos e com a outra acariciou Leopold, que pulou
O que ela deveria fazer? Ela já havia vendido tudo o que tinha, incluindo as joias da
mãe e a caixa de charutos do pai. Os únicos outros itens de valor a sua disposição faziam
parte da casa da cidade de Merrill e agora pertenciam ao novo conde. Ela preferia viver
nas ruas do que se desgraçar se transformando em ladra. Sim, as coisas estavam muito
complicadas ultimamente. Mas não podia fazer nada sobre isso. O début de Annie era sua
maior prioridade no momento. Por agora, ela tinha que encontrar uma maneira de passar
pelos próximos dois dias com o pouco dinheiro que tinha sobrado da venda das flores e
passeou pelo salão branco onde Lily estava sentada no centro do sofá.
— Como assim? — Lily mal prestou atenção no amigo. Ela estava calculando
Medford sorriu para ela, seus brilhantes olhos cor de avelã cintilando.
— Lembra quando você me disse que queria nunca ter escrito o panfleto? Se bem
— Como eu poderia esquecer? — Lily respondeu, tomando seu chá sem açúcar e
sem creme. Ela olhou para o amigo cautelosamente. O que ele fazia aqui esta manhã?
— Ah, mas eu me pergunto se você vai mudar de ideia quando vir isto.
— Da última vez que falamos, acredito que você me disse que o panfleto não lhe
Lily sussurrou.
— Precisamente.
— Exatamente. Sua parte das vendas de «Segredos de uma Noite de Núpcias» até o
momento.
cidade veio à gráfica pedindo uma cópia de seu panfleto para sua patroa. Elas vêm usando
chapéus drapeados e não permitem que suas carruagens permaneçam na rua por muito
tempo. É clandestino, minha cara, não se engane. Clandestino, mas imensamente popular.
Ela olhou para longe, mordendo o lábio. Lily lembrava bem daquele dia há alguns
meses. Medford chegou à casa dela para devolver uma visita e ele trouxe uma cópia do
Times.
Medford pigarreou.
Lily pegou o jornal dele com mãos frias e trêmulas. Ela sabia o que continha a
página cinco. A página continha anúncios de noivado. Seu estômago caiu e ela se afastou
Ela se virou para encarar Medford, seu sorriso provavelmente muito brilhante.
Medford deu um passo em direção a ela, mas Lily deu um passo para trás.
Medford, talvez sentindo que ela precisava fazer pouco caso, encolheu os ombros.
Lily jogou o jornal sobre a mesa, resistindo ao impulso de amassar a coisa em uma
— Estou falando sério. A Srta. Templeton não faz ideia. Ela está dando sua vida
para um homem. Dando seu controle para um homem. E a pobre garota nem sabe disso.
— As jovens fazendo seu début. Todos elas. Elas estão à disposição de seus pais,
homens que estão procurando os melhores interesses de outros homens. Quem está lá
— As mães delas?
— Dificilmente suas mães são parte do problema. Estão do lado dos homens.
Alguém precisa defender as moças. Ou, pelo menos, fornecer-lhes os fatos. Passei minha
noite de núpcias assustada até a morte. Eu gostaria de poder contar a elas. Eu gostaria de
— Os telhados podem não estar prontos para essa informação, milady, mas pode
haver outra maneira de divulgar sua mensagem. Acabei de conhecer um certo nobre que
Meus parceiros e eu publicamos alguns ensaios e estranhos panfletos até hoje, mas pense
Não haverá uma mulher solteira na cidade que não queira uma cópia. Por que, eu vou
começar o rumor de sua existência em uma escola de moças e nós estaremos esgotados até
o final da semana.
Medford deu-lhe um sorriso perverso, e poucas pessoas sabiam do que ele era
capaz.
— Vamos lá, Lily. Você mesmo disse, você faria um serviço público.
Medford assentiu.
mencionou a Medford que ela não tinha nada de indecente para escrever.
Lily estremeceu.
— Oh, sem dúvida. Mas não pode ser tão escandaloso quanto o panfleto de Paine
— Isso é um sim?
Agora, ela olhou para Medford, que estava olhando para o vale que ela segurava
— Eu vi os tapetes surrados. Eu percebi que você não está mais colocando açúcar
— Estou bem. Verdade. Além disso, você já está me fazendo um grande favor
— Eu já pedi a você uma dúzia de vezes para me chamar de James. Somos amigos,
Lily. — Os olhos castanhos da Medford não saíram do rosto dela. — Estou preocupado
com você.
— Você está me dizendo há meses que está bem, mas acaba de receber cinquenta
libras como se fosse a única coisa que a impedia de ser presa, e você passou muito tempo
Lily riu.
— Agora, eu vou concordar com você, meu amigo. Toda vez que passo na
companhia de Colton é demais. Mas sou perfeitamente capaz de lidar com Lorde Colton.
Medford pareceu suspeitar. Ele cruzou os braços sobre o peito e acenou com a
— E o dinheiro?
Lily permitiu que um sorriso lento se espalhasse pelo rosto dela. Cinquenta libras
era uma fortuna virtual. Mas duraria apenas algum tempo. Uma lição que aprendeu
Sim, pode ser indecente, o que ela estava pensando, e, sem dúvida, era arriscado.
Mas Lily não se importava mais. Por um lado, era anônimo, mesmo que as pessoas
suspeitassem dela e, por outro, como mulher, a sociedade não lhe deu outra escolha.
uma ordem.
Desta vez, Lily reconheceu os golpes na porta. O grande volume de pancadas tirou
sua pequena dúvida quanto à identidade de seu interlocutor. O que Colton queria com ela
agora? Ele já provou que poderia roubar a respiração dela com seus beijos. O que mais
queria? Ela precisava ficar longe dele. Ela tinha começado a pensar que ele realmente
poderia ter uma chance de fazer bem a ameaça dele em seduzi-la, se ele tivesse permissão
cobrador de contas. Acabara de entregar uma boa quantia do dinheiro que recebera de
Medford e estava fazendo o melhor possível para se livrar do visitante sem se separar do
restante. Sem mencionar que ela iria afundar no chão de vergonha se Devon fosse ver o
Ela olhou para o rosto careca do Sr. Hogsmeade quando ele informou que ela lhe
falecido marido, — o homem disse, — mas agora que você não conseguiu pagar…
atenção ao seu discurso desagradável e praticado, um discurso que ela ouvia tantas vezes
que podia recitar de cor. — Não há motivo para se preocupar. Eu recentemente adquiri
Ela acompanhou o homem até a porta lateral e soltou um suspiro de alívio quando
Evans indicou que Lorde Colton já estava no salão. Essa foi por pouco!
como se não tivesse nenhuma preocupação, Leopold correndo em torno de seus pés. —
Desconcertante. Por que ele tinha que parecer tão arrojado? Calções de couro de
gamo, uma camisa branca, roupas de lã chocolate e cabelos castigados pelo vento.
Ele se curvou sobre a mão que ela lhe apresentou. — Ah, mas você está enganada,
milady. Se eu tivesse a intenção de arrombar a porta, ela ainda não estaria de pé.
— A casa de doentes?
Ele esperou que ela se sentasse primeiro, é claro, mas em vez de se sentar na cadeira
que ela indicou, ele deslizou ao lado dela no sofá. Ela tentou não deixar que ele visse que
aquilo a afobava.
Ela perguntou no que esperava que fosse uma voz indiferente. Para seu desgosto,
sua voz falhou um pouco no final, mas, por outro lado, em boa forma.
— Um passeio?
— Sim.
— Pelo parque?
— Essa é o lugar habitual, não é? Agora, é claro que é previsível que você diga não,
mas me ouça…
Ela rapidamente se dirigiu para a porta, com a intenção de reunir sua capa, gorro e
luvas. Claro que um passeio no parque com Lorde Colton era uma má ideia. Uma ideia
muito ruim, de fato. Mas ela já recusou a oferta de jantar e se recusava a ser previsível.
Devon piscou algumas vezes, obviamente surpreso com a facilidade com que ela
Um novo fáeton esperava do lado de fora, um criado estava por perto, e dois
adoráveis corcéis puxavam a coisa. Lily quase assobiou enquanto descia os degraus em
direção a ele.
— Como assim? — ele perguntou, dando dois passos de cada vez para alcançá-la.
credores não tirarão isso de você enquanto estamos no parque, não é? Eu odiaria ter que
— Ah, Lily, é muito gentil de sua parte estar tão preocupada com as minhas
finanças, como de costume. Eu aprecio sua preocupação. Espero que você não tenha essas
— Por que você não gosta de Lorde Medford? — ela perguntou quando Devon a
ajudou no transporte.
Devon grunhiu.
— Nada específico. Ele é o tipo de cara que todo mundo adora. Ele é muito perfeito
para o meu gosto. Criação perfeita, fortuna perfeita, maneiras perfeitas, perfeitas… tudo.
Devon estreitou os olhos para ela, mas o sorriso que permaneceu em torno de seus
Ela se sentou no banco e arrumou suas saias. Algo se contorceu perto de seus
— O que é isso?
Ela timidamente se inclinou para dar uma olhada. Um cachorrinho pulou no colo
dela.
examinou-a. Uma abundância de cachos cinza escuros, com manchas brancas ao redor dos
Lily beijou o animalzinho enroscado no topo de sua cabeça. Claro que eu gosto.
Lily virou o filhote para inspecionar a cauda curtinha, que estava abanando tão
— Sim, definitivamente não é um rabo de guaxinim, mas, por outro lado, tenho
Devon acenou para o criado e disse a ele para ficar para trás. Então ele subiu ao
homens que eu… despachei, tinham esta pequena bola de pelo com eles. Eu não tenho
certeza de quais eram os planos deles, vendê-la, sem dúvida, mas eu não pude permitir
Devon deu a ela um olhar quase tímido que fez Lily sentir coisas que não queria
examinar.
Lily sorriu.
eu nunca mais deixaria de ouvir sobre isso. Mas eu não tinha ideia que você tinha um
Ah, ela só teria que arranjar dinheiro para alimentar essa pequenina em algum lugar.
— Você é mais gentil do que você quer que alguém pense que você é.
— Por favor. Não conte a ninguém. Isso arruinaria minha reputação negra.
Depois que passaram pelos portões do Hyde Park, Devon manobrou ao longo dos
contrafortes e vales. Então ele levou o fáeton para um pequeno caminho de terra que
— Ah, isso é mais do seu feitio. — Lily disse. — Embora eu deva admitir que esta é
— Meu feitio? Eu não sei do que você está falando. Eu apenas pensei que você
poderia apreciar a paisagem. Eu pensei que nós poderíamos levar Bandit, aqui, para um
passeio.
Com um braço, ela pegou o cachorrinho e permitiu que Devon a ajudasse a sair do
fáeton com o outro. Eles caminharam até um banco e Lily deixou Bandit no chão. O
pequeno cão pulou e rolou na grama, fazendo Lily rir e Devon sorrir.
— Onde está a Srta. Templeton esta tarde enquanto o noivo dela passeia comigo?
— Você sabe muito bem que eu não estou mais comprometido com a Srta.
escrever uma retratação, você está perdendo seu tempo. Se eu fosse a autora do panfleto,
não teria intenção de escrever uma retratação. Seu tempo seria muito melhor gasto
procurando outra jovem rica para se casar. Afinal, você precisa pagar por aquele seu
impressionante fáeton.
Devon se virou para encará-la, com os olhos tão intensos que ela pensou por um
instante que ele ia pegar o rosto dela nas mãos e beijá-la. E que Deus a ajudasse, ela queria
que ele a beijasse. Ela fechou os olhos. Ela se inclinou para frente.
— Peguei!
Os olhos de Lily se abriram assim que a mão de Devon se fechou em torno de algo
em seu ombro. Ele correu um pouco para a árvore mais próxima, ajoelhou-se e abriu a
mão.
— Uma aranha!
Lily virou em um frenesi, golpeando suas saias. Bandit latiu e pulou em torno de
seus tornozelos, claramente convencida de que sua nova dona estava brincando de algum
tropeçou em um galho de árvore, e teria voado se o braço de Devon não a tivesse rodeado
— Você está segura. Eu a tenho. — Devon disse, sua boca pairando pouco acima da
dela.
muito atrás.
Ela passou as mãos pelos braços e rosto e afastou a aranha invisível, se contorcendo
o tempo todo.
— Eu pensei que você tivesse me dito que você não suportaria ver nada sofrer.
Lily estremeceu.
— Armadilhas da morte! Para não mencionar, pulam! — Ela não parou de passar as
— Aqui agora. — Devon puxou as mãos dela. Ele puxou o chapéu, os braços e as
costas dela e levou-a para um banco de pedra onde estavam sentados, de alguma forma
— Eu acho que você pensa que eu sou uma completa idiota agora, mas você não
— Sim. Eu tenho.
Devon sorriu.
tinha visto isso. Alguém poderia pensar que um javali estava atrás de você.
Lily estremeceu.
— Ah, sim. Sempre foi uma falha minha, ter medo de aranhas, é claro. Eu acredito
que sou muito corajosa quando se trata de muitas coisas, mas as aranhas me assustam sem
sentido.
Lily endireitou os ombros e limpou a garganta. Ela deu um tapinha no topo de sua
cabeça conscientemente.
— De nada.
— Isso foi muito gentil da sua parte. — Ela admitiu. — Removê-lo sem me alertar
era um silêncio confortável. Nada que parecesse estranho, precisando ser preenchido
Lily se inclinou para assistir Bandit dormir. Então ela fechou os olhos e deixou o
vento da primavera soprar em suas bochechas. Ela respirou o ar que era sempre muito
melhor no parque e abriu os olhos para ver o fluxo de água sob a ponte. Devon parecia
A grama verde mexia com o vento. Lily observou o contorno do fáeton à distância. Ela
suspirou. Ah, como era maravilhoso estar sentada no sol quente ao lado de um homem
bonito. Se apenas o amor realmente existisse. Se ela não tivesse que se preocupar com
Ela balançou a cabeça. Mas não adiantava ter pensamentos tão inúteis. Em vez
— Então, você parou hoje apenas para me dar Bandit e me levar para passear no
parque, é isso?
seduzir.
Devon deslizou sua mão quente sobre a dela que estava fria no colo. Ele cobriu os
dedos dela com os dele e apertou. — Não se preocupe. Eu mal estou tentando atacar você
— E se eu te dissesse que ficaria desapontada se você não tentasse algo esta tarde?
empurrou um cacho sob a cabeça dela. O roçar de seu polegar contra sua pele fria enviou
— Desapontada, hein?
Ela assentiu. Sua boca se abriu e ela molhou o lábio inferior com a língua. Os olhos
Ela balançou a cabeça, sabendo que ela não deveria encorajá-lo. Mas agora ela
queria beijá-lo mais do que qualquer outra coisa no mundo. As consequências que se
danassem.
Sua boca desceu em direção a dela tão lentamente que Lily queria soluçar. Ela quase
gemeu quando seus lábios quentes finalmente tocaram os dela. O contato era quase
insuportável. Foi o beijo mais suave, delicado e menos agressivo que ele já tinha dado a ela.
Não exigia nada dela e a fazia se sentir melhor do que todos os outros beijos combinados.
Sua língua mal tocou em sua boca, seus lábios cobriram os dela sem qualquer força,
mas eles ainda eram fortes e maravilhosos. Ele manteve as mãos nos quadris dela, mas não
tentou puxá-la para ele ou fazer qualquer outro movimento. E isso deixou Lily insana
como ela nunca imaginou ser possível. Ela queria agarrá-lo, beijá-lo, deitar-se sobre ele
E então a atingiu. Devon estava desafiando-a com esse beijo. Mostrando a ela que
ele não tinha intenção de se impor a ela. Se eles continuassem, era uma escolha que ambos
estavam fazendo.
Sedução, ela pensou melancolicamente, era uma forma de arte depois de tudo. E ela
Quando os lábios de Devon deixaram os dela, Lily estava tremendo. O beijo não foi
Lily não abriu os olhos, mas continuou a descansar a testa contra a dele.
— Não.
Ele beijou o lado do lábio dela. Sua bochecha. Seus olhos fechados. A testa dela.
— É só jantar.
Outro beijo.
— Eu tenho toda a confiança que você pode resistir aos meus encantos, — Ele sorriu.
— Não é?
Lily exalou um suspiro trêmulo. Ela assentiu com a cabeça, mas não acreditava.
— Isso é um sim?
Lily suspirou. Devon havia lhe dado um cachorrinho adorável e ele a salvou de
uma aranha assassina. Ambas as coisas eram extremamente gentis da parte dele.
Muito bem. Ela ia dizer sim, por dois motivos. Primeiro, se ela recusasse a oferta,
havia todas as chances de que ele a chamasse de… previsível novamente. E segundo,
apesar de si mesma, ela ficou encantada com o lado mais gentil de Devon. O lado mais
lado compassivo.
— Eu irei.
surpreendê-lo.
— Eu esperarei você por volta das nove horas. Por tudo que é sagrado, me
surpreenda.
A cabeça de Jordan virou, mas ele se recuperou rapidamente e sorriu para o amigo.
Eles continuaram a se rodear. Os dois homens estavam boxeando no salão de baile da casa
da cidade de Jordan. Era um passatempo que ambos gostavam. Sendo iguais, eles se
— Receio que estou falando sério. — Jordan voltou, atacando a bochecha direita de
— Cinco a quatro da última vez que verifiquei. Você ficará satisfeito em saber que
— Eu posso ter mencionado isso. Está sangrando por aqui há meses. Este é apenas o
tipo de esporte que esta temporada precisa. O ancinho contra a rainha do gelo. É perfeito.
— Como posso explicar a Lily que ela é alvo de uma aposta no Brooks?
— Não apenas uma aposta, uma aposta escandalosa. Uma aposta que você vai
Atkinsons.
Jordan atacou Devon novamente. Desta vez, seu punho encontrou o rosto de seu
Jordan perguntou.
— Eu pensei que você ficaria encantado. Se você ganhar, você pode ganhar uma
terá muito mais facilidade em convencê-la a escrever uma retratação se tiver sucesso.
Esfregando o queixo recém-ferido, Devon saiu da área que eles designaram para a
luta. Ele pegou uma toalha que deixou em uma cadeira próxima e enxugou o rosto. Jordan
— Eu não gosto de toda a cidade estar no meu maldito negócio. Sem mencionar o
que a Lily vai fazer quando descobrir. A sedução é uma arte delicada. Se ela descobre que
há uma aposta ocorrendo, ela está fadada a entender errado, você não acha?
— Quem se importa? Essa mulher não lhe trouxe nada além de tristeza. Essa será a
vingança perfeita.
Ele estava contando com isso na verdade. Mas não por dinheiro. Nunca por dinheiro. A
— Se você ganhar o dinheiro da aposta, você não terá que jogar no torneio de
— O dinheiro não tem nada a ver com o meu jogo no torneio. Há mais do que isso.
— Você tem mais dinheiro que o príncipe. Por que você não compra outro anel?
— Ashbourne, você nunca entenderá. Você não tem respeito por títulos ou
linhagens de sangue.
— Eu não tenho respeito por regras desatualizadas e bugigangas que não valem a
pena. Mas se é tão importante para você, tudo bem. Jogue no torneio e ganhe a aposta. Se
músculos doloridos.
— Bom Deus, cara. O que há para entender? A mulher fez de você um tolo cinco
anos atrás. Ela se casou com um velho e atirou em você. Você mesmo disse que ela só se
importa com dinheiro. Quando ela souber que você é rico, sem dúvida mostrará interesse
novamente. E não vai ser doce quando você a rejeitar desta vez?
Devon esfregou a mão pelo cabelo molhado. Lily viria esta noite. Ele poderia ter
— O pensamento passou pela minha cabeça uma ou duas vezes. — Ele admitiu.
— Esse é o espírito!
— A mulher não tem chance. Eu não tenho dúvidas de que você encontrará a
Devon colocou a toalha em volta do pescoço e puxou com força as duas pontas.
Uma pontada de culpa passou por ele. Ele sacudiu e apertou a mandíbula. Jordan estava
Lily olhou para a fachada da casa do marquês e engoliu em seco. O gracioso edifício
de quatro andares ficava na Upper Brook Street, perto do parque, uma bela porta laqueada
Ela pressionou a mão enluvada na barriga para acalmar as borboletas. Ela ainda
não tinha certeza de como Devon conseguira convencê-la a ir jantar. O beijo, a intimidade,
o resgate da aranha, tudo foi demais para ela. E de qualquer forma, ela não estava agindo
como uma puritana? Não é como se um jantar fosse traduzido em uma noite de paixão
desenfreada nos braços um do outro. Embora o pensamento lhe roubasse o fôlego se ela
distância de um braço. Mas a verdade era que, quando Devon a tocava, beijava, tudo o que
Por que exatamente ela achava que isso era uma boa ideia? Olhando para a linda
casa de Devon, ela estava convencida de que não era. Ela se virou, prestes a dar o primeiro
— Lady Merrill?
— Sim.
grandioso vestíbulo. Ele pegou sua capa e Lily não pôde deixar de pensar que o homem
Ela examinou a cereja escuro e o mogno do foyer. Seu olhar pousou nos luxuosos
tapetes, no delicado papel de parede francês e nos brilhantes castiçais de prata. Um lar
imaculado. Uma casa elegante. Como era que Colton podia pagar coisas tão boas? Nada
parecia estar descuidado ou gasto aqui. O homem obviamente vivia com uma quantidade
absurda de crédito, sem dúvida dado a ele por mercadores idiotas que estavam ansiosos
As velas eram feitas de cera de abelha real, e eram longas velas, não os tocos
baratos que ela costumava ostentar em torno de sua própria casa. A mobília estava toda
elegantemente polida e nem um pouco do papel de parede descascava até onde ela podia
Ela estreitou os olhos. Seria possível que Colton não fosse o perdulário e malandro
que ela achava que ele era? Era possível que ele tivesse dinheiro afinal? Ela balançou a
cabeça. Não. Jogadores e bebedores eram todos iguais. Eles não paravam até machucar
todos ao seu redor, até gastarem tudo o que tinham, esgotarem seu crédito e acabarem
Lily foi escoltada para um salão encantador decorado em tons de azul. O mordomo
ofereceu-lhe uma bebida. Ela hesitou um momento antes de recusar. Esta noite, de todas
as noites, poderia apenas pedir um pouco de bebida. Mas não, ela não permitiria que
Colton a arrastasse para seu covil de iniquidade. Não inteiramente, pelo menos.
Ela esperou apenas alguns minutos antes das portas se abrirem e Colton entrar.
Parecendo relaxado, bonito e perigoso ao mesmo tempo. Ele se inclinou sobre a mão dela.
— Você é muito bem-vinda. — Ele se serviu de uma taça de vinho. — Tem certeza
— Eu posso ter medo de aranhas, milorde, mas eu não sou tão covarde quanto isso.
O ar estava frio. Lily tremeu um pouco. Devon se aproximou e, desta vez, ela
Devon pegou a mão de Lily e a levou para o terraço, onde uma linda refeição à luz
de velas foi preparada. Havia uma mesa repleta de toalhas de mesa brancas e redondas,
porcelana fina, taças de vinho, talheres de prata e minúsculas velas cintilantes por toda
parte. Ela deslizou para dentro da cadeira estofada de veludo azul-meia-noite que ele
puxou para ela, e tomou um gole trêmulo de seu copo de água, desejando pela primeira
A noite estava fresca e clara, uma noite perfeita para um jantar romântico no jardim.
Ela suspirou. Claro que era perfeito. Colton era um mestre da sedução.
Enquanto o primeiro prato era servido por dois lacaios de aparência elegante e
— Coisa minha.
Núpcias» não pode ser tão religiosa a ponto de recusar um copo de vinho.
— Religião não tem nada a ver com isso. E eu nunca admiti escrever «Segredos de
Ele sorriu.
Lily o encarou diretamente nos olhos. — Se você precisa saber, meu pai bebeu
demais. Ele não conseguia parar. Ele tomou muitas decisões ruins. Como resultado, eu
— Ah, então nós temos isso em comum. — Devon respondeu. — Pais bêbados. No
Devon ficou quieto por alguns momentos, olhando-a de um jeito que fez suas
— Quem foi aquele homem saindo de sua casa hoje de manhã quando cheguei?
— O homem que você acompanhou pela porta lateral. Eu o vi pela janela da frente.
Ela tomou outro gole de água. O que Devon diria se ela contasse a verdade?
sussurro. — O homem que você viu era credor. — Ela manteve os olhos treinados no rosto
dele. Foi sua imaginação ou caiu? Não, seu rosto não dava indícios de seus sentimentos.
Lily esperou. O garfo de Devon iria bater em seu prato a qualquer segundo agora.
— Todos na sociedade sabem que Merrill deixou uma grande fortuna. As chances
Merrill deixou uma grande fortuna com certeza, mas nada disso lhe ocorrera. Seu
casamento estipulavam que ela deveria receber um dote considerável, o sobrinho de seu
ex-marido lhe dava uma quantia não superior a dez libras por ano. Havia pouco que ela
pudesse fazer sobre isso. Sem um nobre para apoiá-la nos tribunais, ela tinha poucos
É claro que o novo conde percebeu que ela não poderia viver da pequena quantia
que ele tinha dado a ela. Ele disse em mais de uma ocasião que ela era jovem e bonita o
suficiente para se casar novamente e é o que ela deveria fazer. Foi somente graças às boas
graças do novo conde que ela permaneceu na casa da cidade em Londres por tanto tempo
quanto ela quisesse. O conde preferia muito o campo, graças a Deus. Mas ele escreveu
cartas a intimidando, que ele e sua esposa poderiam vir à cidade em breve. Era só uma
questão de tempo antes que Lily e sua pequena e maltrapilha família fossem colocados na
rua.
Lily manteve seu olhar treinado em seu prato. Ela tentou dizer a verdade a Devon.
— Ah, e aqui eu estava esperando que você tivesse pedido para ele me convidar.
— Toda a cidade está convidada, Devon. Eu quero que o début da minha irmã seja
Ela olhou para ele. — Você estará lá? — Ela se amaldiçoou por fazer a pergunta.
Ele deu de ombros e deu-lhe um sorriso malicioso. — Se toda a cidade estiver lá,
Ela suspirou e fez o possível para ignorar o surto de felicidade que lhe enchia o
— Annie está muito animada sobre amanhã à noite. E temo que serei forçada a
— Eu odeio perguntar o óbvio, mas você não a sentou na frente do seu… — Ele
— Você não acha que eu ofereci? — Lily resmungou. — A pior parte é que ela já
— Talvez você esteja aprendendo que não pode impedir a biologia, Lily.
— Eu só quero fazer Annie entender que o casamento não é tudo o que é suposto
ser.
mãos.
— Eu acho que você não bebe porque está muito acostumada a estar no controle. E
você não gosta nem um pouco quando não está. O panfleto, sua persona rainha do gelo, e
agora tentando impedir sua irmã de crescer. É mais sobre você do que ela.
Lily se encolheu como se ele tivesse batido nela. Ela abriu a boca para emitir a
negação que saltou para seus lábios, mas prontamente fechou-a novamente. A verdade era
que o homem era perceptivo. Muito perspicaz. E ela não gostou nem um pouco.
pretendia dizer.
— Você tem prazer perverso em sua reputação como jogador e bebedor. Você está
procurando o caminho mais fácil da vida e, em vez de ser responsável, planeja se casar
Devon endureceu. Ele drenou seu copo antes de encontrar seus olhos.
— Você nega que você bebe? Você nega que você joga? Você nega que estava
Lily deu de ombros, tentando dissipar uma vaga sensação de culpa por ser tão
direta. Ela não deveria julgá-lo assim. O homem nunca fingiu ser outra coisa senão o que
ele era. Bem, não recentemente pelo menos. Ela faria bem em lembrar em todos os
momentos quão infinitamente inadequado ele era. Ele jogou fora mil libras em um jogo de
azar como se isso não significasse nada. Ela não deveria ter sido tão acusatória, no entanto.
Era o dinheiro dele, o assunto dele., mas ainda assim, ele começou com seu comentário
— Vamos apenas concordar que somos ambos completamente opostos, você e eu.
como o mais novo membro da casa de Lily. Depois que o último prato foi servido e foram
— Eu quero te mostrar uma coisa lá dentro. —disse, cobrindo a mão dela com a
escada do homem. Devon começou a subir as escadas. Lily parou, recuando, ela estreitou
de Lily.
— Sim.
— Perto da pintura?
Ele agarrou a mão dela novamente, esfregando os nós dos dedos com o polegar.
servos trazerem a pintura para nós. — Ele gritou e em instantes dois lacaios apareceram
no vestíbulo. Devon deu instruções para eles trazerem a pintura para baixo, mas a mão de
envergonhada pela cena. — Seria tolice tê-los trazendo até aqui. — Além disso, ela estava
Devon acenou com a cabeça uma vez e, com um simples gesto, prontamente
— Por aqui. — Ele disse, pegando a mão dela novamente e levando-a para cima.
No patamar, eles se viraram para a direita e caminharam por uma longa fileira de
uma linda mulher de aparência régia. Seus cabelos escuros e olhos e nariz perfeito
alguém poderia pintar uma obra-prima com ela como tema algum dia. Não, decidiu. Ela
não seria a grande dama de uma grande casa, e mesmo se fosse, não era nem de longe tão
linda quanto a mulher cujos olhos cor de chocolate estavam olhando para ela agora.
— Eu pensei que você gostaria, — Devon disse — por causa dos cachorros.
Lily deu um passo para trás e olhou de novo. Ela piscou. Desta vez, ela os viu.
Havia cachorros no retrato. Quatro deles, na sua conta. Um se escondia debaixo dos pés da
da moça, e o quarto estava espiando pela lateral do retrato como se ele tivesse sido mal
— Sim. — Devon sorriu. — Suponho que posso dar crédito a ela com o meu desejo
Ele encolheu os ombros. — Eu não sei o quão bom eu sou, mas eu não sou um ogro.
— Eu acredito que as pessoas que são gentis com os animais mostram sua
— Minha avó tinha um broche parecido com um desses cães. — Ele disse. — Eu
— Um broche?
ficaria feliz em mostrar para você, se você quiser. Vou até prometer manter as mãos nos
Ela riu.
— Hmm. Eu não tinha pensado nisso. Muito bem. Eu vou manter minhas mãos nos
bolsos até recuperar o broche, então vou colocá-las de volta. Eu prometo. Ou eu posso
trazer isso…
imediatamente. De alguma forma, ela sabia instintivamente que tinha aberto a porta
correta.
Seu quarto era surpreendente. Essa foi a única palavra que lhe veio à mente. Deve
ter ocupado toda a metade de trás da casa. Havia uma área de estar com livros e uma
Erguida em um estrado, ocupava a metade de trás do grande quarto. Deus do céu. Devon
poderia lhe dar algumas dicas sobre viver uma vida bem além de suas posses. Ela estava
Lily parou a cerca de três passos na frente da cama, olhando para ela. Ela não podia
deixar de se perguntar que tipo de prazeres outras mulheres tinham nos braços de Devon.
Esse pensamento a deixou melancólica, mas o fato dela estar aqui com ele agora a fez
estremecer.
Devon desapareceu em uma antecâmara. Lily foi até a mesinha de cabeceira, onde
uma carta estava meio dobrada. Ela pegou. «Relatório de Progresso de Mestre Justin», o
Devon fez um barulho na antecâmara e Lily deixou cair o papel. Ela não deveria ter
olhado para isso. Não conseguia nem decidir exatamente por que ela tinha. Ela mordeu o
lábio; o desejo de perguntar a Devon quem era Justin a estava quase subjugando, mas
então ele saberia que ela estava olhando para a correspondência dele. E não era da sua
conta, é claro.
Devon se arrastou por mais alguns momentos antes de reaparecer e se juntar a ela
esquerda.
— Sempre achei impraticável. — Devon admitiu. — Mas, pelo que sei, meu bisavô
peça.
— Tenho certeza que ela valorizava isso. — Lily entregou o broche de volta para ele
e quase pulou com a faísca que acendeu ao longo de seus nervos ao toque de sua mão.
***
O olhar de Devon deslizou da cama, onde ele não pôde deixar de se imaginar
fazendo todo tipo de coisa com a linda mulher ao lado dele. O cabelo perfumado de
jasmim de Lily estava deixando-o louco e ela estava tão doce e bonita esta noite. Ele sofria
por ela. Fazia muito tempo… muito tempo… desde que esteve com uma mulher. Mas Lily
de pé aqui, em seu quarto de dormir, tão perto, torturantemente perto, de sua cama, o
fazia sentir cada dia de seu celibato auto imposto. Ele engoliu em seco.
Algo sobre ela confiar nele, ela entrando em seu quarto de dormir. Ele não podia
trair a confiança dela e seduzi-la. Assim não. Não esta noite. Ele tinha que tirá-la daqui. E
rapidamente.
Quando Devon saiu do outro quarto, se dirigiu para a porta. Ele parou de repente,
sua boca ficou seca imediatamente. Lily se sentou na cama, as saias dela se espalharam ao
— Eu poderia usar essa palavra. — Ele deu dois passos em direção a ela, depois
parou.
— Não me diga que eu te deixei sem palavras, milorde. — Ela disse com uma
— Nem você deveria. — Ela respirou. — Esta não é uma noite para pensar. Qual é o
— Lily, eu…
— Foi gentil da sua parte oferecer-se para me encontrar no corredor. Verdade que
foi. Mas totalmente desnecessário. Ocorre-me que estou sozinha com você em seu quarto
de dormir e que essa oportunidade provavelmente não se apresentará novamente tão cedo.
— Mas Lily…
realmente fazer amor hoje à noite, Devon. Eu não sou tão corajosa, mas posso te beijar
novamente. Deixo você me beijar e passar uma noite… de coisas… aqui nesta cama.
A dama fazia sentido. Desta vez, Devon não parou. Ele queria fazer amor com ela, é
claro, e o pensamento de fazer qualquer coisa menos o deixava louco. Mas ter um pouco
de Lily era melhor que nada dela. Ele não cruzaria a linha com ela, mesmo que isso o
matasse.
Ele foi até a beira da cama, onde se sentou, virou-se e puxou-a para seus braços.
Deixou sua boca capturar a dela. Parou brevemente para tirar as botas, depois voltou para
ela. Sem deixar sua boca, ele empurrou-a de volta para a cama, puxando-a para os
travesseiros e deitou em cima dela. O doce peso de pressionar contra ela o fez gemer. Seu
gemido de resposta, com os dedos passando pelo seu cabelo, o deixou louco.
— Só para ficar claro. — Ela disse através de beijos, sorrindo contra sua boca. —
Devon sorriu. Ele a tinha agora. Ele a faria se sentir como se tivesse caído nas
nuvens.
O quarto estava escuro exceto por algumas velas. Uma delas brilhava no alto da
lareira, uma estava na mesa de cabeceira e outra piscava na área de estar. Havia luz
arriscar assustá-la.
parte de trás de seu vestido. Ele a soltou rapidamente, nunca tão feliz por ser um
— Isso vai ser divertido, não é, Devon? — Lily perguntou com uma voz tímida, mas
decididamente animada.
Devon assentiu.
— Certamente.
O vestido dela estava descido até a cintura em pouco tempo e suas roupas íntima
foram totalmente removidas. Lily mordeu o lábio. Ele sempre gostava quando ela fazia
isso. Cativante.
Devon piscou. O que ela quis dizer com isso? Ela foi casada. Obviamente viu um
Ele rapidamente tirou sua gravata com uma mão e arrancou sua camisa. Ele
pressionou o peito contra os seios, fazendo-o doer. Ele se abaixou e segurou um deles e ela
gemeu.
— Deus, Lily, você é linda. — Ele beijou seus lábios inchados novamente. — Tão
Ela colocou os braços ao redor dos ombros largos dele e beijou-o com cada
pedacinho de si mesma.
— Então é você. — Ela sussurrou contra sua boca, ajustando seu peito mais de perto
em sua mão e colocando-a sobre a dele para manter sua mão ali. — Não pare. — Ela
parecia assustada? Dado o provável conteúdo de seu maldito panfleto, ele esperava que
ela estivesse meio que tremendo de medo quando um homem a beijasse. Em vez disso, ela
A perfeição ímpia do peito redondo e apertado de Lily em sua mão fez seu pênis
pulsar. Ele pressionou contra a perna dela e mordeu o lábio para não gritar.
Ele beijou seus lábios macios novamente e deixou sua boca rastrear até o lóbulo da
orelha dela. Ele chupou e mordeu. Ele gemeu novamente quando ela se contorceu e se
moveu contra ele, sua mão roçando a ponta de seu pênis. Mais doce êxtase. Ele deixou sua
boca rastrear até o pescoço dela, onde ele sugou e mordiscou. Lily contorceu com as boas-
vindas.
Seus lábios se moveram para o vale entre seus seios. Ele segurou os dois em suas
mãos e apertou levemente. Esfregou os polegares contra os mamilos dela e ela mordeu o
lábio. Uma de suas mãos subiu para puxar os grampos de seus cabelos e a maré varreu
deleitou com o doce aroma ao redor dele. Sua mão continuou a provocar seu mamilo.
A cabeça de Lily caiu no travesseiro e ela apertou as pernas com força, gemendo.
Ele não deixaria sua boca sair dela, não importava o quanto ela se contorcia. Ela segurou
sua cabeça escura em seu peito, permitindo-lhe fazer qualquer coisa e tudo o que ele
queria com isso. Ela estava silenciosamente implorando para ele não parar?
Quando ele esperava que ela não aguentasse mais, ele moveu os lábios para o outro
seio e sugou. Ele mordeu suavemente, raspando os dentes contra o centro sensível. Desta
vez, suas pernas se separaram e ele se moveu para se deitar em cima dela. Ela deu boas-
Ele sugou seu seio e levou a mão aos lábios. Ela levou o polegar em sua boca e
chupou. Devon gemeu. O peso entre suas pernas estava ficando mais pesado e mais difícil
dele era uma tortura profana. Quando ela levou o polegar para sua boca doce e pequena,
ele quase perdeu o controle, imaginando-a fazendo a mesma coisa, mas com outro
apêndice.
Seus beijos afrouxaram em seus seios e ele deu a cada um, um último beijo,
voltando para a boca e beijando-a ferozmente. Seu cabelo escuro caiu contra o travesseiro.
Ele passou os dedos por ele. — Você não faz ideia de quanto tempo eu queria tocar você
assim, Lily.
— Deus, sim.
— Eu também.
***
Ele a beijou novamente. Lily ficou triste de repente, pensando que o tempo que
passavam juntos estava chegando ao fim. Ele fez coisas em seus seios que ela nunca
Ele beijou as pálpebras e a testa, e quando ela pensou que ele ia parar e ajudá-la a se
vestir, a mão dele moveu-se lentamente pelo corpo, passando pela caixa torácica e
Seu coração parou. O tempo parou. Ela não conseguia respirar. Nunca em sua vida
— Devon, eu…
— Shh. — Ele sussurrou contra os lábios dela. — Eu não vou te machucar, Lily. Por
favor.
Foi o «por favor» que foi sua ruína. Ela nunca tinha visto Devon Morgan tão
humilde. Ele geralmente era tão controlado, mas agora ele estava se humilhando. Pedindo
a ela para deixá-lo tocar nela, e de alguma forma ela sabia que ele não iria mais longe do
que ela permitisse. E se o que ele fez com os seios era alguma indicação, ela estava prestes
com ela. Apenas uma coisa importava. Ela queria desesperadamente descobrir.
Ela não conseguia fazer seus lábios formarem a palavra «sim» então ela apenas
balançou a cabeça, depois enterrou o rosto no lado do travesseiro, atordoada demais para
Devon deslizou o vestido por seus quadris e o jogou no chão. Lily estremeceu ao
sentir suas mãos quentes em sua pele superaquecida. Ele puxou a manta sobre eles em
deferência à sua modéstia. Lily gostou disso. Sem dúvida ela estava corando.
Quando suas calcinhas saíram de seus tornozelos, ela respirou fundo. Então, Devon
estava tocando nela. Seus dedos se inclinaram contra a pele úmida e quente entre suas
pernas, seus dedos fazendo uma magia que Lily tinha certeza que a mandaria direto para
o inferno, mas no momento ela não se importava. Um dedo entrou nela, tão devagar. A
doçura disso a fez chorar. E então ele o moveu dentro dela, devagar, com cuidado,
fazendo-a doer e querer coisas que ela nem sabia que existiam. Ela torceu os quadris
lugar tão sensível, tão perfeito, que ela queria chorar. Seu dedo molhado e seguro fez seus
quadris se contorcerem. Suas mãos emaranhadas sob o cobertor em seu cabelo escuro. Ela
queria puxá-lo, beijá-lo, mas também não queria interromper. Onde quer que isso
Ela colocou as costas de uma mão no lábio e mordeu, tentando não gritar. E então, o
tempo deixou de existir. Devon desceu seu corpo. Sua boca quente e perfeita substituiu
seus dedos. Sua língua a rodeava agora e suas grandes mãos seguravam seus quadris,
segurando-a contra seus lábios, forçando-a a entrar em contato com ele, dando-lhe algo
que ela não sabia até hoje que ela sempre quis… não, precisava.
impotente sob a boca. Ele a lambeu, em seus lábios perfeitos, beijou-a profundamente,
laterais do travesseiro com tanta força quanto podia. — Por favor. — E quando ele não
respondeu, ela sabia que ele daria a ela exatamente o que estava pedindo.
de sentimentos que ela nunca sonhara ser possível. Foi uma viagem ao topo de um lugar
que ela nunca quis sair. E quando Devon combinou sua língua insistente com o dedo
deslizando nela mais uma vez, ela alcançou o pináculo, gritando contra o travesseiro. Ela
céu.
sacudidas que atravessaram seu corpo, fazendo-a estremecer. Seus braços envolveram os
ombros de Devon. Ele se afastou dela, mas permaneceu abraçando seus quadris,
permitindo que ela aproveitasse os momentos finais de seu clímax. Nenhuma palavra foi
— Eu te assustei?
Ela sorriu. — Não, não. Não houve absolutamente nada de assustador nisso.
O que quer que tenha acabado de acontecer, ela não seria a mesma. E esse
pensamento a assustou mais do que ela poderia dizer. Mas não foi isso que Devon quis
dizer, e ainda havia o único segredo de sua noite de núpcias que ela nunca lhe contaria.
Eles se deitaram nos braços um do outro por mais algum tempo até que Devon
disse a ela que iria buscar lhe um copo com água. Ela não precisava de água. Ele estava
saindo para lhe dar privacidade para se vestir. Lily gostou disso. Ela recostou-se nos
travesseiros e sorriu e suspirou. Deus do céu. O homem era perfeito em todas as coisas
***
Devon deixou a porta do seu quarto fechar-se atrás dele e só então soltou sua
respiração reprimida. Bom Deus, o que acabara de acontecer? Ele deu prazer a Lily, ele
sabia, mas quase fez uma bagunça de si mesmo também, e isso não acontecia desde que
Deus, ele a queria. E poderia tê-la. Ele sabia disso. Apenas algumas palavras e
garantias sussurradas. Ela teria sido sua para ser tomada. Nada do que fez em sua vida foi
Ela não sabia sobre a aposta no clube. Ele não podia fazer amor com ela sem contar
O primeiro dever de Devon era com Justin. E enquanto Devon sentiu alguma faísca
de emoção adormecida enquanto estava tocando Lily, ele precisava de uma mulher que o
amasse e confiasse nele, que o ajudaria a criar seu filho. Lily foi colocada contra ele como
seu oponente agora. E, claro, havia a pequena questão sobre o que aconteceu entre eles
cinco anos atrás. Como ele poderia esquecer? Não, Devon não tinha o direito de sentir
O que exatamente ele sentiu, afinal? Teve sua chance de envergonhá-la. Ela estava
disposta e flexível em seus braços. Ele poderia facilmente tê-la deixado insatisfeita. A
mandado embora querendo mais. Ela estaria fora de sua vida para o bem dele, se ele
Em vez de chamar um criado, Devon dirigiu-se à cozinha para pegar o copo com
água. Ele queria dar-lhe tempo suficiente para se vestir. Ele queria se dar tempo suficiente
para pensar.
dolorosamente linda. Colocou o cabelo para trás, mas tinha uma espécie de qualidade
despenteada que o deixou duro novamente. Ela havia vestido sua roupa, mas ficou com o
vestido aberto nas costas, esperando que ele a ajudasse com suas fitas e todos os botões.
Fez um gesto para trás e ele rapidamente atravessou o tapete grosso. Entregou a ela a água.
Ela tomou um gole hesitante, enquanto Devon atava e abotoava o vestido. Ele inspirou seu
cheiro também, e fechou os olhos, grato por ela não poder ver sua reação.
Devon esperou até terminar com seus botões antes de falar. Ele inclinou a cabeça
atrás dela. Ela tinha que saber sobre a aposta e ouviria isso dele. — Lily, tem algo que eu
devo te dizer.
Lily respirou fundo. Ela virou-se rapidamente e colocou a ponta do dedo nos lábios
dele.
— Não, não mais. Não importa. Por favor, me leve para a casa.
Ele abriu a boca para tentar novamente, mas o olhar nos olhos dela o deteve.
Parecia… dor.
Droga.
***
Devon a acompanhou até em casa. Eles seguiram em silêncio enquanto Lily traçava
pingos de chuva no vidro da carruagem. Ela fechou os olhos, desejando que, se não o
tivesse impedido, Devon teria dito tudo o que ela queria ouvir. No entanto, tinha certeza
de que ele diria algo doloroso. Doloroso demais. Algo sobre cinco anos atrás e as razões
O casamento estava fora de questão. Claro, Colton seria uma pessoa perfeita para se
casar, se ele tivesse um xelim em seu nome, se ela pudesse confiar nele, se tivesse a
intenção de se casar de novo. Mas ele não tinha. E ela não podia e não queria. Ele era um
jogador, como seu pai tinha sido. E isso fez seu coração doer ao saber disso. Ele disse a ela
pai. E, no entanto, Devon era exatamente isso. Obviamente, os anos em que se separaram o
gritar também.
Mas por que, oh por que, seu coração traidor tinha que querê-lo tanto?
E Annie estava lá entre eles, finalmente experimentando seu tão esperado début.
Seu cabelo escuro estava preso em um coque no alto da cabeça. Cachos perdidos
caíam suavemente em suas bochechas. Seu melhor vestido branco, aquele que Lily havia
cuidadosamente costurado para ela, acentuava sua figura em bom estado. Annie parecia
Não havia nada que pudesse faltar nesse momento, exceto a mãe delas. Oh, Lily
tinha pouco uso para o pai delas. O homem sempre foi dominador. Dinheiro e bebidas
eram as únicas coisas importantes para ele. Exigiu que Lily se casasse com o conde de
Merrill, e como uma boa filha, ela casou. Mas a mãe delas sempre foi gentil e feliz com as
meninas, entendendo. Sua mãe pode ter sido governada pelos caprichos de seu marido e
devastada por seu jogo constante, mas ela amava as filhas. E quando o pai foi tirado delas,
quatro anos atrás, depois de um inverno particularmente longo e severo, quando teve uma
tosse desagradável, tinha sido triste, mas ainda mais angustiante foi a mãe ficar com febre
por causa dos pulmões poucos dias depois do pai falecer e se foi apenas semanas depois.
Lily suspirou. Se ela aprendeu uma coisa em seus vinte e dois anos, foi que a vida
simplesmente se recusava a ser justa. E assim era. Ela sempre confiaria em si mesma e
Sim, Annie pode não saber que tipo de problemas ela poderia encontrar em um
baile de début, mas, pelo menos, poderia ter uma noite de fantasia mágica.
O début de Lily também foi assim, e ela desejou isso para sua irmã mais nova.
Cinco anos atrás, Lily tinha ficado à margem do baile dos Wilmingtons e esperado por seu
próprio début, as borboletas em seu estômago levantando voo. Tinha sido como um sonho,
naquela noite, e ela nunca esqueceria isso. Como uma heroína em um romance romântico,
o primeiro homem que ela colocou os olhos foi o herói de sua história.
Devon Morgan.
Jovem, arrojado e oh, tão bonito, ele saiu do nada e reivindicou a mão dela para a
primeira dança. Inicialmente, ela tinha se convencido de que suas amigas a haviam
ajudado, pois certamente um solteiro tão charmoso não se interessaria por ela. E ele era o
único filho de um marquês, não menos. Ele a girou em seus braços como se tivesse
perfeito demais.
As coisas eram muito diferentes agora. Ela não se permitiu insistir muito sobre o
que aconteceu entre eles na casa de Devon na noite passada. Foi um interlúdio agradável,
com certeza, mas o envolvimento deles um com o outro devia terminar aí. Certamente,
Devon percebeu isso também. Certamente, ele desistiria de sua intenção de seduzi-la e
apenas silenciosamente trataria de encontrar uma nova noiva. Havia muitas outras moças
ricas para casar. Certamente, ele poderia encontrar alguém que não estivesse assustada
A melhor amiga de Annie, Frances, estava ao lado dela, usando um vestido de baile
— Sem dúvida, vocês dois estarão envolvidos no final do mês. — Frances disse,
— Você não sabe se Lorde Ashbourne estará aqui hoje à noite, não é? — Frances
Lily riu.
Frances suspirou.
— Quem se importa com quantos anos ele tem? Ele é lindo. Aqueles olhos
estremeceu. — Oh, eu sei que ele nunca olharia duas vezes para mim, é claro, mas isso não
me impede de ter um vislumbre dele sempre que possível. — Ela piscou para as irmãs.
Lily sacudiu a cabeça e as duas garotas mais novas sumiram rindo juntas.
Lily examinou o salão de festas lotado. Ela viu Medford apenas brevemente quando
chegou. Ela mal teve a chance de agradecê-lo novamente por sua gentileza antes de ser
chamada para executar uma infinidade de tarefas como anfitriã. Ela não o viu desde então.
Seu olhar caiu no Sr. Eggleston. Ele estava do outro lado da sala, com os olhos fixos
em Annie, que ainda estava rindo no canto com Frances. O riso de sua irmã a fez sorrir.
Ela procurou a multidão novamente antes de perceber que estava procurando por
Devon. Ele não estava lá. Ela suspirou. Talvez depois de ontem à noite, tenha decidido não
vir depois de tudo. Ele e Medford não eram amigos. É lógico que Devon pularia esse
evento em particular.
Ela fez o melhor que pôde para afastar a sensação estranha de melancolia que o
apenas alguns momentos antes que deveriam seguir caminhos separados? Não fazia
A música começou momentos depois e, com ela, a dança. Lily procurou na pista de
dança, esperando ver Annie e Arthur Eggleston juntos. Frances passou voando nos braços
de um lindo jovem fanfarrão. Mas Annie não estava lá. Em vez disso, uma breve leitura da
sala revelou Eggleston parado à margem, aparentemente em uma conversa profunda com
outro jovem.
Lily se virou para encontrar sua irmã. Talvez outro jovem tenha pegado o cartão de
Annie ou a tenha persuadido a dançar. Lily localizou sua irmã a poucos metros de
— Não consigo imaginar por que ele não vem. — disse Annie, suas bochechas
Uma pontada de raiva passou por Lily em nome de sua irmã. Como se atreve
Eggleston a levar Annie a acreditar que ele lhe pediria para dançar e depois ignorá-la
Ela olhou ao redor e percebeu que a maioria do salão de baile estava assistindo
Um fogo lento começou no peito de Lily. Ela cerrou os punhos e olhou para Arthur
Eggleston.
Annie fez o melhor que pôde para manter uma fachada corajosa. Ela foi até a mesa
de refrescos, bebeu ponche e riu com algumas das outras garotas encalhadas e suas
— Pelos meus nervos. — Lily fez o melhor que pôde para manter a voz baixa, mas
— Ele está indo embora. — Sussurrou Annie, tocando a luva branca nos lábios.
Lily apertou a mão da irmã. — Por favor, querida, não pense nada disso. Você
certamente terá uma dúzia de novos pretendentes. Não dê ao Sr. Eggleston um segundo
pensamento.
Annie piscou de volta as lágrimas. Lily podia vê-las, não derramadas, nos olhos de
sua irmã mais nova e a dor rasgada em seu próprio coração. Ela tinha vontade de seguir
As tensões de uma valsa estavam começando e Lily olhou em volta, chocada. Ela
faria isso direito. Casais estavam emparelhados ao redor dela e ainda assim Annie ficou ali
parada como se estivesse congelada em seu lugar; nenhum jovem veio em sua direção.
Impensável. Annie era a garota mais bonita do salão de baile. Era absolutamente ridículo
As lágrimas não derramadas nos olhos de Annie doíam mais que qualquer birra
podia.
— Não, não, Lily, por favor, não peça a ele. — Ela sussurrou em voz baixa. — Eu
não aguentaria.
Annie se virou. Ela lentamente caminhou até a parede e sentou-se em uma das
cadeiras que a cobriam. Lily a observou ir, dividida entre a vontade de abraçar e consolar
sua irmã e a vontade de perseguir Arthur Eggleston e arrancar seu coração pulsante de
lotado, mas Lorde Medford não estava em lugar algum. Droga. Ele estava ocupado como
anfitrião. Ele poderia estar em qualquer lugar. Fora vendo o tráfego, nas cozinhas vendo
as concessões, ou lidando com qualquer número de itens que surgem quando se oferece
Ela mal tinha voltado para o lado de sua irmã quando uma voz profunda soou por
trás de ambas.
— Com licença, Srta. Andrews, mas você me daria a grande honra de me permitir
essa dança?
Lily se virou. Seu coração pulou em seu peito. Sua mão voou para sua garganta.
Lá estava ele.
Devon Morgan ficou lá, parecendo alto, moreno e ainda mais bonito do que o
normal. Ele inclinou a cintura para Annie e ofereceu sua longa e fina mão.
Annie corou de orelha a orelha e deu-lhe o sorriso mais bonito que Lily já vira. Lily
sorriu para si mesma, seu coração se aquecendo enquanto observava sua irmã colocar a
mão na maior e mais larga de Devon e permitir que ele a levasse para a pista de dança.
O sorriso que Annie deu a Devon não poderia tê-lo pintado como herói.
— Eu nunca pensei em dizer isso, — sussurrou Lily para si mesma — mas agradeço
Ela os assistiu dançar, admirando a maneira como sua irmã combinava com ele.
Colton era um excelente dançarino, e o fato de Annie combinar com ele falou muito da
— Não. Não. Está tudo bem. Annie está dançando com Colton. — Ela apontou para
o casal.
Os olhos cor de avelã de Medford se voltaram para a pista de dança. — Então, eu vi.
— Eu também. E é melhor ele rezar para que eu não o encontre antes da minha
irmã. Eu juro que nunca vou saber porque Eggleston não pediu para ela dançar com ele.
— Eu acho que sei porque. Embora eu confesse que estou hesitante em lhe contar.
Seu olhar voou para o dele. Ela agarrou a manga de seu casaco.
— Tem havido um boato de que Annie não tem dote. Eu mesmo ouvi isso. Não é
exatamente o tipo de coisa que alguém precisa quando se está fazendo seu début.
— É por isso que Eggleston não pediu para ela dançar, não é?
Não havia como dizer quem teria começado tal boato, mas porque era inteiramente
verdade, Lily não podia negar isso. Ela sempre achou que a falta de dote de Annie salvaria
sua pobre irmã de um casamento horrível e sem amor, mas Lily não esperava que a notícia
viajasse tão rápido antes do début de Annie e estragasse a noite mais cobiçada da irmã.
— Eu vejo que Colton não ouviu o boato. — Medford zombou. — Aquele canalha
iria a qualquer lugar que ele sentisse o cheiro de dinheiro. Até para sua irmã. Apenas
— Ele está dançando com Annie porque ela precisou de um parceiro. — Lily
— Sim. Bem. Você deve saber que há um boato circulando esta noite sobre Colton
também.
— Mesmo?
— Sim. Ainda estou para ouvir os detalhes, mas pretendo descobrir. Agora, se você
me der licença. — Medford curvou-se para ela e se misturou de volta à multidão. Lily
deixou ele ir mal percebendo sua partida. Em vez disso, assistiu Annie dançar com um
sorriso no rosto.
As tensões da valsa logo chegaram ao fim, e Devon guiou Annie de volta para Lily.
Annie olhou para ele como um filhote de cachorro apaixonado e deu uma risadinha
— Obrigada pela dança, Srta. Andrews. — disse, curvando-se para ela novamente.
— Não, eu que agradeço a Lorde Colton. — disse Annie, com uma reverência. — Eu
não sei o que eu teria feito sem você. Você veio em meu socorro.
— O prazer foi todo meu, asseguro-lhe. — Ele se curvou sobre a mão de Lily e uma
corrente de fogo subiu por seu braço. Ela ansiava por levá-lo a um dos salões e beijá-lo até
Annie colocou a mão na manga de Devon e olhou para ele com seus grandes olhos
castanhos.
— Ah, e quase me esqueci. Muito obrigada por resgatar Bandit também. Tenho
Annie entrou na multidão, onde uma fila de jovens se reuniu rapidamente em torno
de suas saias quando a terceira dança da noite começou. Arthur Eggleston passou pelos
Annie olhou por um minuto como se pudesse dar o esmagador soco que o garoto
obviamente merecia, mas para desgosto de Lily, Annie se virou e ofereceu a mão a ele.
— Sim, Sr. Eggleston. Eu lembro. — Ela permitiu que ele a acompanhasse até a
pista de dança.
— Não pense muito no jovem Sr. Eggleston. Às vezes, esses bobos não reconhecem
as mais bonitas e as melhores sem alguém um pouco mais velho e mais experiente,
Devon assentiu.
— Parece. E eu posso lembrar apenas uma outra jovem com tanta beleza e graça. —
Lily concordou. Eles dançaram. E, por um tempo, ela foi catapultada de volta ao
esplendor e excitação de seu próprio début. Quando havia apenas Devon. Sim, ela deve ter
dançado com o conde de Merrill naquela noite também, embora não se lembrasse disso.
Mas suas danças com Devon, especialmente a que estava sozinha com ele no jardim,
— Não se sinta mal por sua incapacidade de me seduzir, Colton. Você não é o
Seu sorriso iluminou o ambiente. Ele se inclinou e seu hálito quente sussurrou em
seu ouvido.
passada.
Uma onda de excitação passou pelas entranhas de Lily. O homem tinha um ponto.
Um ponto delicioso. Ela fechou os olhos e deixou Devon deslizá-la ao redor. A dança
eliminou tudo o mais em sua mente. Ela teria esse momento para se lembrar para sempre
e garantindo que sua irmã descansasse adequadamente e recebesse bastante refresco entre
suas várias idas à pista de dança. Foi uma tarefa difícil, ser uma acompanhante. Sem
dúvida, sua mãe estava com as mãos ocupadas na estreia de Lily. Mas ela não poderia ter
desejado uma noite mais perfeita para Annie. Foi um sucesso estrondoso, graças a Devon
Morgan. Lily não pôde deixar de sorrir com esse pensamento. O homem continuou a
De repente, a ideia de permitir que ele a seduzisse completamente não parecia tão
perigosa, afinal. Oh, talvez ela o seduzisse! Ela estremeceu com esse pensamento. Bem,
talvez isso fosse um pouco demais, mas certamente agradeceria a ele. Isso era certo.
refrescos foram removidos, Lily conduziu a irmã até o vestíbulo, onde esperaram que um
lacaio lhes trouxesse as capas. Ela agradeceu lindamente ao mordomo de Medford e até
piscou para Devon Morgan quando ele ergueu o copo em uma saudação silenciosa ao
sucesso da irmã. Lily tentou ignorar o bando de mulheres que esvoaçavam sobre ele, mas
O mordomo conduziu Lily e Annie para fora e elas foram até a carruagem de
Medford. Ele colocou o veículo à disposição para a noite. Assim que elas estavam prestes a
— Medford, aí está você. Eu me perguntei para onde tinha ido. Eu procurei por
você para dizer adeus e agradecer novamente. — Lily permitiu que sua irmã entrasse na
— Eu descobri os detalhes do boato sobre Colton, Lily. — Ele pressionou uma carta
na mão dela. — Eu insisto que você leia isso o mais cedo possível. Vou visitar você
amanhã.
Uma carranca se formou entre as sobrancelhas de Lily. Ela esqueceu que Medford
tinha sequer mencionado um boato sobre Devon e agora ele estava entregando-lhe uma
Lily olhou pela janela para ver Medford voltando para a casa.
— Não tenho certeza, na verdade. Agora me diga, querida, qual foi sua parte
favorita da noite?
Lily viu Annie aconchegar-se confortavelmente antes de se retirar para seu próprio
quarto de dormir.
— Foi uma noite maravilhosa, graças a você e ao Lorde Medford e, claro, Lorde Colton.
— Fico feliz que tenha te deixado feliz, Annie, de verdade. Mamãe teria ficado tão
orgulhosa. — Ela viu sua irmã mergulhar em um sono tranquilo antes de sair do quarto
Era verdade que ela não necessariamente queria que Annie debutasse, mas agora
que tinha e foi um grande sucesso, Lily sorriu para si mesma, cantarolando uma das valsas
que tinha ouvido antes. Entrou no quarto e depois no quarto de vestir. Só Deus sabia o que
o futuro traria para as duas, mas esta noite Annie dormiria profundamente com os sonhos
Lily se esticou e olhou pela janela escura. Seus pensamentos se voltaram para
Devon Morgan. Seus pensamentos tendiam a fazer isso ultimamente. Ela sorriu para si
mesma. Ele certamente a surpreendeu. Ela mordeu a boca para evitar um sorriso completo.
Independentemente do que aconteceu entre eles anos atrás, Devon era um cavalheiro. E
ela nunca, nunca seria capaz de recompensá-lo por sua bondade para com Annie esta noite.
Ela sempre estaria em dívida com ele. Lily suspirou. Era realmente muito ruim que Colton
fosse totalmente inadequado. Mas oh meu Deus, ele era bonito, seus ombros largos, seu
cabelo escuro, seu sorriso irresistível, seus profundos olhos escuros. E o jeito que ele olhou
para ela esta noite. Ora, quase cintilou os cílios para pensar nisso.
Mary para ajudá-la com suas roupas quando viu o pedaço de papel espetado no bolso da
Lamento informar que aprendi sobre uma aposta no Brooks. A aposta, feita pelo
Marquês de Colton, envolve você mesma. A aposta é intitulada Como Seduzir a Mulher
Eu sou seu servo e vou visitá-la em sua primeira conveniência amanhã para
discutir como você gostaria que eu lidasse com essa notícia angustiante. Minhas
desculpas por ser o portador do que, com certeza, será uma informação tão desagradável.
Seu,
L. Medford”
Lily releu as palavras rapidamente. Elas não faziam sentido no começo. Pergunta
após pergunta surgiu em sua mente como fogos de artifício medonhos. Houve uma aposta?
No clube? Entre ela e Colton? E ela não sabia disso? Como isso foi possível?
colocou a mão sobre a boca, com medo de vomitar. Oh Deus. Ele ainda era o mesmo
jogador terrível que sempre foi. Seu plano de sedução sempre esteve em vigor. E isso é
tudo que tinha sido para ele. Uma aposta. Ele não tinha sentimentos, realmente não se
Oh, Deus, isso foi mortificante. Ela deixou que ele fizesse coisas para ela, coisas tão
íntimas, quando se tratava de dinheiro. Tudo o que ele planejava fazer era atraí-la para a
cama e, enganando-a, ela quase permitira! Estremeceu. Esteve tão perto de sucumbir a ele,
até pensou em seduzi-lo! Ela se dobrou, descrença e nojo passando por ela.
Oh, aquele idiota a tinha enganado, mas droga, ela não iria, não seria motivo de
Lily cerrou os punhos. Ela estava certa sobre Devon Morgan depois de tudo. E
nunca deixaria outro homem machucá-la novamente. Se fosse a última coisa que ela
fizesse, encontraria uma maneira de garantir que Colton nunca tivesse visto um centavo
***
seguinte, Lily sentou-se com as costas retas e um sorriso apertado no rosto. Não havia
mais chá. Até as folhas reutilizadas tinham acabado. Ela tomou um gole de água quente e
Lily deixou a xícara de lado antes de prender Medford com seu olhar mais sério. —
Eu gostaria que você me contasse os detalhes. Quando exatamente esta aposta deveria ser
— Por quê? O que isso importa, Lily? É uma aposta totalmente inapropriada. Eu
deveria ir para o canalha. Estou totalmente preparado para defender sua honra.
Lily deslizou a mão pelo espaço entre eles e descansou na manga de Medford.
— Você sabe que não pode fazer isso sem revelar minha identidade. Conceda-me,
Medford sorriu.
— Você tem um ponto. Muito bem. A aposta era para ele, aham, seduzi-la até o
final da festa na próxima semana. Pode-se apenas presumir que ele espera que vocês dois
estejam lá.
Lily assentiu.
— Sim, e qual foi exatamente a aposta? Quanto dinheiro Colton tem para ganhar?
— Ela pegou um pedaço de papel e uma pena da mesa ao lado dela e segurou o
— Muito bem. — Ele suspirou pesadamente. — Duzentas libras, uma vez que todas
— Temo que sim. Infelizmente, parece que toda a população masculina da cidade
entrou nesta aposta em particular. Está completamente fora de controle. Nojento se você
me perguntar.
panfleto.
Lily sorriu.
— Ah, mas essa é a melhor parte. Meu próximo panfleto será intitulado «Segredos
como identificar os sinais indicadores de um ladino e evitar cair nas mentiras dele. Ainda
outro serviço público. E é por isso que eu estarei na festa da casa dos Atkinson.
Medford abriu a boca como se argumentasse com ela, mas rapidamente fechou a
Lily sorriu. — Sim. Eu vou ganhar dinheiro e Colton vai perder dinheiro. É perfeito!
Medford gargalhou. — Você sabe, milady, acho que você pode estar certa.
escrivaninha na sala de café da manhã. Além das contas usuais, duas correspondências
chegaram. O primeiro foi o convite para a festa da casa dos Atkinson. A segunda foi uma
Lily deixou a xícara de chá cheia de água quente bater no disco. Ela abriu a carta,
caiu. O sobrinho de seu falecido marido, o conde atual, estava vindo a Londres para a
temporada. Ele e sua nova esposa pretendiam recuperar sua casa na cidade e esperavam
Lily fechou os olhos com força. Ela sabia que era apenas uma questão de tempo
antes de receber esta carta, mas por que tinha que vir logo agora? Ela não tinha outro lugar
para ir.
Ela balançou a cabeça e tirou a pena do tinteiro. Primeiro, escreveu de volta para
Lady Atkinson. Sim, ela e sua irmã mais nova, Annie, não faltariam ao evento. Ambas se
sentiriam honradas em participar da festa nos Atkinson. A segunda carta foi para sua
prima Althea em Northumberland. Se sua prima não as recebesse, elas estariam na rua em
Ela terminou as cartas, jogou um pouco de areia sobre a tinta e pingou cera no
papel. Ela convocou Evans e pediu-lhe para ter certeza de colocar as duas cartas no
próximo correio. Então, relaxou de volta em sua cadeira e pegou sua xícara novamente.
Tudo daria certo. Não daria? Se a prima Althea concordasse em recebê-las, Lily e
Annie poderiam partir para Northumberland diretamente da festa nos Atkinson. Nesse
meio tempo, Lily perguntaria a Medford se Evans e os dois cachorros poderiam ficar em
em segurança em Northumberland, Lily escreveria seu novo panfleto da casa de sua prima
Annie passou pela porta e Lily chamou-a. Sua irmã enfiou a cabeça na sala. — Sim?
— Annie, peça a Mary para te ajudar a arrumar suas coisas. Nós vamos participar
Lily riu.
brilhante no rosto.
Lily assentiu.
— Eu não sei do que você está falando. — Ela saiu do quarto, cantarolando para si
Uma pontada de culpa passou por Lily. Ela eventualmente precisaria contar a
Annie sobre seus planos de ir para Northumberland. A pobre Annie não gostaria disso.
Nem um pouco.
***
Na noite anterior à ida a festa nos Atkinson, Medford insistiu em levar Lily ao
teatro. Ela passou o trajeto inteiro contando mentalmente o dinheiro que ganharia com seu
novo panfleto. Se ela ganhasse o suficiente, talvez, algum dia, ela e Annie poderiam alugar
uma casinha no campo, onde os preços não eram tão exorbitantes. Sua pequena família
— Depois que a festa nos Atkinson e essa ridícula aposta foram atendidas, há algo
que você e eu precisamos discutir. — Medford disse a ela quando a ajudou a descer da
Medford parecia sério. Lily mordeu o lábio. Ela não gostava quando Medford
parecia sério.
— Haverá muito tempo para coisas assim, Medford. — Ela respondeu com uma
Lily assentiu devagar. Ela não podia chamá-lo de James, pelo mesmo motivo que
ela não podia chamar Annie de Anne. — Essas pessoas, essas pessoas importantes em sua
vida, não podiam mudar do jeito que ela precisava que fossem. Ela teve mudanças
suficientes em sua vida. — Obrigada de novo. — Ela disse. — Por permitir que Evans e os
filhotes fiquem em sua propriedade. Eu me sinto tão mal pedindo esse favor, mas…
— Não mencione isso. Você sabe que eu te ajudaria de qualquer maneira que
pudesse.
— Você deve tirar sua parte dos meus ganhos no próximo panfleto. Eu insisto nisso.
Lily o olhou com cuidado. Ela suspeitava que ele alegaria que ela tinha feito mais
que ela ficasse em Londres sob seus cuidados também. Mas seria inadequado usá-lo tão
Medford levou Lily para seu camarote perto da frente do palco. Ah, se ela sentisse
uma pequena faísca para Medford. Um pouco de amor ou mesmo luxúria. Medford era o
melhor tipo de sujeito. O que havia de errado com ela que não estava loucamente
apaixonada por ele? Não que ele estivesse loucamente apaixonado por ela. Mas não
ver os sonhos de Colton azedando, assim como ele havia azedado os dela cinco anos atrás.
Os sonhos que ela só começou a se permitir sonhar novamente recentemente, ele também
Antes do início da performance, Lily pediu licença para visitar a sala das mulheres.
Logo, a música começou, e Lily voltou para o seu lugar. Enquanto ela corria pelo
saguão, ela não viu o homem nas sombras encostado casualmente na parede com os
tornozelos cruzados até que fosse tarde demais. Ela quase tropeçou em seus pés.
— A culpa é toda minha. — Ele disse com sua habitual voz confiante e profunda e
Ele agarrou o ombro dela e girou-a suavemente. — Estou surpreso em ver você
aqui.
— Eu disse que sentia muito, Lily. Certamente você não acha que eu quis causar
sua queda.
— Desculpas não é o suficiente para o que você fez. — Ela se afastou do toque dele.
— A última vez que te vi, condessa, você estava me agradecendo por ajudar sua
Lily franziu o rosto em uma carranca. Ela olhou por cima dos ombros para se
certificar de que eles não seriam ouvidos. Felizmente, o saguão estava quase vazio.
Ela empurrou Devon de volta para o canto, cutucando o dedo contra o peito dele o
— Dois dias atrás, eu não sabia que você tinha uma aposta detestável sobre mim no
seu clube. Dois dias atrás, eu não sabia que você estava me usando como um peão em
outro de seus jogos repreensíveis. Dois dias atrás, eu não sabia que você estava planejando
Lily recuou.
— Eu entendi errado? Então me diga. Você tem uma aposta ou não sobre você
conseguir me seduzir? — Ela sussurrou as últimas palavras, olhando por cima do ombro
novamente.
A voz de Lily fervia. Suas palavras vieram através dos dentes cerrados.
— Lily, você deve acreditar em mim. Não fui eu que fiz a aposta e não…
— Mas você certamente se beneficiaria se vencesse, não é? Eu sabia que você era
baixo, Colton, mas se eu tivesse alguma ideia de que você iria se rebaixar a isso, porque
eu… eu não consigo nem imaginar o quão longe você caiu. — Sua voz caiu para um
sussurro irritado e ela engoliu, lágrimas indesejáveis enchendo seus olhos. — Se eu tivesse
tido alguma ideia quando você apareceu na minha porta naquela tarde e ameaçou me
seduzir, que você estava planejando ganhar dinheiro com essa perspectiva, eu pegaria a
Devon a alcançou em dois longos passos. Ele a girou para encará-lo novamente.
— Droga, Lily. Você vai me ouvir? Eu nunca pretendi lucrar com isso. Você tem
dinheiro acima de tudo? Que tipo de tola você me acha? — Ela estreitou os olhos para ele.
— Eu pensei que estávamos brincando antes, você e eu, e eu me permiti ser engabelada
por você, mas agora eu reconheço quem você realmente é. Eu não vou cometer o mesmo
Devon estendeu a mão para ela, mas ela estapeou as mãos dele.
— Você fez uma inimiga, milorde, uma inimiga mais poderosa do que você pode
imaginar. E isto é um aviso para você. O lance é entre você e eu. Eu vou te ver na festa dos
***
Devon a observou ir, um sentimento doentio em seu intestino. Puta merda. Ele
realmente fez isso dessa vez, não foi? E a pior parte foi que ele passou os últimos dois dias
vingança, a maldita aposta, ou qualquer outra coisa. Ele nunca quis que ela descobrisse
sobre isso, muito menos assim. Na verdade, ele queria que aquela aposta idiota fosse
esquecida. Pareceu como se ela nunca o perdoaria. Ele não poderia culpá-la se não o
perdoasse.
Droga. Cinco anos depois, ele estava se apaixonando pela mesma morena peculiar
novamente. O pensamento não o consolou, mas era verdade, no entanto. E agora ela o
odiava por causa de uma aposta que ele nunca tinha feito para começar. Devon cerrou o
punho até os nós dos dedos estalarem. Por Deus, Jordan Holloway deveria se cuidar
melhor. A próxima vez que ele visse seu velho amigo, eles boxeariam novamente, mas não
por esporte.
Ele observou a saída de Lily até que ela desapareceu na escuridão. Ela o estava
encarando como um oponente. Não é algo que ele gostava muito. Puta merda. Como ele
Ele precisava pensar em algo, rapidamente. Uma aposta no clube não era algo que
Devon respirou fundo. Ele decidiu viajar para Colton House para visitar Justin
novamente no caminho, mas então ele e Lily estariam na festa da casa dos Atkinson no fim
— Deus sabe que assumiria ser a autora de «Segredos de uma Noite de Núpcias» se
isso significasse que eu acabaria na cama de Colton. — Lady Eversly riu para um grupo de
Lily continuou andando. Era o primeiro dia da festa na casa dos Atkinsons e toda a
lista de convidados falava dos rumores sobre a sedução planejada por Colton da autora do
panfleto.
Ela queria gritar. Só se sentiu ligeiramente melhor que nem todos soubessem ou
suspeitassem que ela fosse a dama em questão. Mas o que a deixou mais irritada foi que a
maioria dos comentários se referia ao que Lady Eversly acabara de dizer. Todas as
mulheres estavam sonhando com isso. Querendo ser ela, se você pudesse acreditar em tal
absurdo!
Lily subiu a escada e voltou para o quarto dela. Ela fechou a porta e se inclinou
contra ela. Como conseguiria sobreviver a essa festa? Ela abriu os olhos e espiou a irmã,
— Lily, aí está você. Passei a manhã em uma sala de estar, costurando com as
— O que ouviu?
— Parece que a conversa sobre o panfleto ganhou a atenção de uma Srta. Amélia
Templeton.
— Ninguém roubou o noivo de ninguém. É ridículo. Não foi ela quem chorou? Isso
— Não tenho certeza do que isso significa, mas devo admitir que houve muitos
— Não, mas você poderia ter defendido a autora. — Ela fungou. — Em vez disso,
— Não, claro que não. — Annie respondeu, passando o dedo pela borda do livro.
— Eu disse a eles que eu achava que a autora era uma megera fria que não tinha nada
melhor para fazer do que assustar as pobres solteiras, e Lorde Colton não deveria
— Não. — Annie deu uma risadinha. — Eu apenas disse que nunca li «Segredos de
uma Noite de Núpcias» e nunca pretendi lê-lo. — Ela assentiu resolutamente. — O que é
verdade.
Annie assentiu.
— Eu receio que é muito provável. Sua mãe já estava falando como esperava que
Lorde Colton pedisse a Srta. Templeton para dançar no baile esta noite e que eles
— Lamento contar a você, Lily, mas a conjetura geral entre as mulheres é que
Lily bateu a mão na bochecha e olhou para a irmã com os olhos arregalados.
— Annie Andrews! Eu não posso acreditar que estou ouvindo esse lixo vindo da
sua boca. Você deveria estar agradecida por você ser velha demais para eu lavar sua boca
com sabão.
— Eu não sou mais uma criança, Lily, e você mesma queria que eu lesse aquele
panfleto horrível e assustador. Quer dizer, eu tenho alguma ideia do que acontece em
particular entre um homem e uma mulher. O Marquês de Colton é lindo. Eu tenho tido
Annie saltou da cama e, sonhadoramente, varreu a sala com as saias na mão, como
se estivesse dançando uma valsa imaginária, sem dúvida com o marquês de Colton.
— Você deveria tirar um cochilo antes do baile esta noite, e eu tenho que voltar lá
embaixo, me sentar com as matronas e fazer bordados enquanto eles bajulam o canalha do
Colton.
— Se você diz, mas eu não me sinto nem um pouco cansada. — Annie deu de
ombros e gesticulou para o livro. — E se essa Hannah More não me colocar para dormir,
silenciosamente no salão que havia deixado minutos antes. Aparentemente, Lady Eversly
tinha acabado com as fofocas no corredor, porque aquela senhora estava sentada no meio
— E você, Lady Merrill? — Lady Eversly perguntou quando Lily voltou para o seu
lugar. — Quem você acha que escreveu «Segredos de uma Noite de Núpcias»?
— Ainda estamos falando sobre essa bobagem? Ora, pensei que isso era uma notícia
velha. — Ela riu, esperançosa o suficiente para parecer que realmente achou divertido.
— Talvez Lady Merrill tenha escrito o panfleto. — Lady Mountebank espiou por
As mãos de Lily ficaram pegajosas. Ela procurou em sua mente por algo espirituoso
— Sim, bem, todas nós sabemos que deve ter sido uma de nossas casadas. Uma
mulher com experiência suficiente para saber sobre o que ela estava escrevendo. — Lady
— Oh, pense no que você está dizendo. — disse Lady Harris. A mulher era uma
viúva idosa. — A pobre Lady Merrill é viúva. Seu marido morreu logo após o casamento.
Tenho certeza de que ela não sonharia em difamar o bom nome de Merrill com essa
bobagem.
— Sim, bem, eu li «Segredos de uma Noite de Núpcias», e não está nem perto da
— Há outra razão pela qual Lady Merrill não poderia ter escrito isso. —
Acrescentou Lady Weston. Lady Weston era uma ruiva voluptuosa que era casada com
interessada.
— Ora, todo mundo sabe que, segundo rumores, Lady Merrill estava se associando
com Lorde Colton antes do casamento dela com Merrill… e se esse homem tivesse alguma
coisa a ver com a educação dela, — Lady Weston deu uma risadinha — sei em primeira
mão que ela não teria escrito nada tão condenatório sobre o ato.
Lily ficou temporariamente feliz por ter sido salva das recriminações e por outras questões
sobre se ela realmente havia sido autora do panfleto, mas foi atingida por duas emoções
muito diferentes. Primeiro, ela não gostou de seu nome estar ligado ao de Devon Morgan.
As pessoas achavam que tinham sido íntimos todos esses anos? Se sim, como ela não sabia
disso? E, em segundo lugar, Lady Weston estava obviamente sugerindo que ela mesma
fora «educada» por Lorde Colton. E esse pensamento deixou Lily infeliz e muito
enciumada.
Surpreendeu-a, com certeza, encontrar-se com ciúmes por causa de Devon, mas o
fato permaneceu. Devon levara Lady Weston para a cama? Em caso afirmativo, e Lady
Weston achava que o panfleto era uma piada, isso deveria significar que Devon era
particularmente hábil nessa área. Algo que Lily já sabia por um pouco de experiência
pessoal. O pensamento de Devon tocando Emma Weston do jeito que ele a tocou a deixou
positivamente verde.
As palavras de Devon na primeira tarde em que ele chegou em sua casa na cidade
voltaram para assombrá-la. — Eu pretendo provar a você que seu panfleto está errado. Eu
pretendo mostrar a você como um homem de verdade dá prazer a uma mulher. Eu pretendo te
seduzir, condessa.
Lily ficou com calor e frio. Ela se abanou rapidamente e se levantou. — Preciso
Ela foi até seu quarto. O quarto estava escuro e silencioso. Annie dormia
profundamente na sala contígua. Aparentemente, Hannah More tinha feito o seu trabalho.
Lily deslizou entre os lençóis frios e soltou o fôlego. Ela abraçou o travesseiro,
fechou os olhos e tentou erradicar da memória os beijos de Devon de sua mente traidora.
Mas tudo o que conseguia lembrar eram as mãos dele nela, seus lábios em sua garganta,
Oh, Deus… ela estava errada todos esses anos. Uma noite de núpcias não era tão
Sua mente voltou para Devon. Ela se lembrava de como tinha sido há cinco anos
beijá-lo. A lembrança mais simples de realmente ansiar por sua noite de núpcias voltou
para ela. Se tivesse sido ele… maldição, como deveria ter sido… as coisas poderiam ter
sido completamente diferentes. Se tivesse sido ele… como deveria ter sido… a vida dela
Ela pensou em Devon com sua aparência sombria e todas as coisas boas que ele fez
por ela. Ele fazia seu estômago pular quando entrava em uma sala. Certamente uma noite
com ele seria exatamente como Lady Eversly descrevera. Nada além de prazeroso. Se ele a
fizesse se sentir do jeito que a fazia se sentir quando a beijava… e quando ele tinha feito
aquelas outras coisas com ela… ela estava certa de que seria divertido.
Lily tirou os lençóis das pernas. Oh, quem ela estava enganando? Ela não conseguia
tirar uma soneca agora. Não, ela iria até os estábulos e encontraria uma montaria para
Com cuidado para não acordar Annie, ela recrutou Mary para ajudá-la em sua
roupa de montar castanho chocolate. Uma vez que estava devidamente vestida, foi para os
estábulos.
Lily reuniu o melhor sorriso que pôde. Ela tinha pouca escolha a não ser se juntar à
mulher. Com a ajuda de um dos cavalariços, ela montou uma égua e seguiu Lady Eversly
dos estábulos.
pensaria em sua falta de dinheiro, seu confronto com Devon e seu futuro em
Northumberland mais tarde. Por enquanto, tudo o que ela queria fazer era montar e andar
e cavalgar.
Lily assentiu.
Catherine manobrou seu cavalo ao lado de Lily. Elas passearam em um ritmo lento.
me, apenas entre nós duas, você escreveu «Segredos de uma Noite de Núpcias»?
por isso.
— Você sabe que é exatamente o que eu disse às outras senhoras esta tarde. Todo
mundo sabe que você é tão boa que nem bebe champanhe. Você não poderia ter escrito
«Segredos de uma Noite de Núpcias». — Mas havia um brilho nos olhos dela que disse a
rédeas até que seus dedos doeram, seus olhos se estreitaram nas costas de Lady Eversly.
Elas chegaram a uma clareira entre as árvores momentos depois e Lily apertou,
figuras. Vozes foram levantadas, garrafas foram passadas e apostas estavam sendo feitas.
— Você pode conseguir, Colton! Meu dinheiro está em você! — um homem disse.
A cabeça de Lily se levantou. Colton estava lá. Mas o que ele estava fazendo? Ela
— Bem, bem, bem. No que tropeçamos aqui? — Lady Eversly balançou as rédeas e
Lily tentou chamar Catherine e dizer não, mas a moça já estava na metade do pasto.
Desconcertante! Ela teria que continuar. Lily seguiu Lady Eversly, ainda semicerrando os
— Bata nele com a direita, Ashbourne. — Outra voz masculina soou quando as
mulheres se aproximaram. — Não me deixe ir para casa com meu isqueiro de bolso.
Quando elas galoparam perto o suficiente, foi óbvio. Lorde Colton e Lorde
Sem as camisas.
— Não leve a mal, Lady Merrill, mas sugiro que você pense muito menos e se
— Todas as melhores coisas são completamente impróprias. Isso, você pode dizer.
— Lady Eversly piscou para ela e partiu em um galope que Lily rapidamente replicou.
O olhar de Lily voltou para os homens. Ela engoliu e levantou o queixo. Lady
Eversly estava inteiramente certa. Pode não ser apropriado estar com a pele arrepiada do
disse a Lily que ela queria dar uma olhada mais de perto.
Eles trotaram uns vinte passos do grupo antes que um dos homens olhasse para
cima e as notasse.
— Lady E, você sabe que não deveria estar aqui. — O homem disse com um sorriso
irônico no rosto que fez Lily pensar que ele estava realmente feliz em ver Catherine.
Ellerbee deu um largo sorriso cheio de dentes perfeitamente brancos. — Você está
A maioria dos outros homens ainda estava envolvida no esporte e mal olhou
Com o canto do olho, Lily viu a cabeça de Devon se voltar para a atenção. Ele parou
a luta.
Lily assentiu e retornou a saudação, mas cada um de seus nervos estava totalmente
Lorde Ashbourne olhou para cima quando a luta parou e olhou por cima do ombro
nu para Lily, obviamente se perguntando o que atraíra tanto a atenção do oponente. Ele
— Exatamente o que eu estava dizendo para a minha amiga Lady Merrill agora. —
Lily nunca ligou muito para isso, mas mesmo para ela, a discussão entre Lady
Eversly e Lorde Ashbourne parecia excessivamente familiar. A casualidade com que Lady
Eversly se dirigiu aos homens era totalmente inadequada. Lily não deveria estar aqui. Ela
Isto é, até que ela permitiu que seus olhos se fixassem no peito nu, musculoso e
suado de Devon.
Devon limpou o suor de sua testa e Lily notou com um sentimento engraçado entre
as pernas que seu cabelo estava desgrenhado e seu peito era perfeito. O brilho de suor que
brilhava sobre ele a fez imaginar todo tipo de coisa, especificamente, seu corpo duro como
pedra brilhando em cima dela, seus músculos ondulando enquanto ele pairava sobre ela
na cama.
— Tudo bem, Colton. — Ela disse em uma voz que Lily achou amigável demais. —
— Você não acha que Eversly gostaria de saber onde o dinheiro dele foi parar?
— Ele está. — disse Lorde Ashbourne, inclinando a cabeça para Devon. — Mas a
menos que eu erre o meu palpite, o cara está prestes a perder esta luta em particular.
Lady Eversly riu. — Você não pode culpá-lo, Ashbourne. Todo mundo sabe o boato
de que ele está aqui no fim de semana para seduzir a escritora de «Segredos de uma Noite
Nem Devon nem Lily pronunciaram uma palavra. Seus olhos se encontraram. O
— Não me diga que você é a autora, Catherine. — disse ele, colocando a mão sobre
o coração em sinal de dor. — E eu sempre tive uma boa opinião sobre o Eversly.
— Dificilmente — Lady Eversly bufou. — Eu nunca fui muito boa para escrever,
mas se você está dando aulas em algum momento, Ashbourne, faça-me uma visita.
— Pena. — Lady Eversly disse com um sorriso felino preso ao rosto. — Porque do
que eu posso dizer da reação da minha amiga ao ver você sem camisa, você estava prestes
a vencer.
— Sim, bem…
— Diga-me, Lady Merrill, quem você acha que vai ganhar a aposta?
Lily olhou para o grupo. O tempo parou. Ela queria varrer o olhar presunçoso do
Lily estava cansada. Cansada de ser preconcebida por todos. Devon, Annie e agora
uma completa estranha. Ela era previsível. Ela não bebia. Ela não poderia ser a autora de
Lily cerrou os dentes. Seu olhar deslizou para Devon. Ele era lindo. Não havia como
A ideia que tinha começado a se formar em sua cabeça desde que ela o encontrou
Inesquecível.
Ela nunca mais se casaria. Ela poderia também descobrir como era passar uma noite
de paixão desenfreada nos braços de um homem bonito que sabia exatamente o que estava
fazendo. A vingança não tinha nada a ver com isso. Ela poderia aproveitar os prazeres na
cama de Colton e ainda se vingar. Na verdade, podia ser a maneira perfeita de fazer isso.
Segredos de uma noite clandestina. Isso é o que ela escreveria. E esse panfleto
venderia, explosivamente!
— Meu dinheiro está em Colton. — Lily jogou por cima do ombro. Então ela tocou
Lily sorriu. Ah, os olhares de choque que todos devem ter emplacado em seus
rostos.
Lily entrou no salão usando seu vestido lavanda. Aquele que fazia seus olhos
brilharem como ametistas. Ela o trouxe com ela para a festa da casa dos Atkinsons e
passou uma quantidade considerável de tempo no final da tarde removendo algumas das
bugigangas e rendas que a marcavam como uma peça de roupa que estava na moda há
cinco anos. Ela acrescentou um pouco de renda discreta que fez com que parecesse na
moda de agora. E para um pouco mais de diversão, ela passou o resto da tarde refazendo
o padrão do decote para garantir que fosse mais baixo do que nunca. O resultado foi uma
Annie estava ao lado dela com o vestido branco que Lily havia costurado para ela.
Juntas, entraram na sala, cabelos escuros presos, cachos emoldurando seus rostos. Annie
com o ar de inocência nela, e Lily, sem dúvida, o ar cansado de alguém que tinha visto
muito.
Lily prontamente se dirigiu para um lacaio que lhe deu uma taça longa de
champanhe. Ela não era mais Lady Merrill, a viúva adequada. Ela era Lily, a futura autora
de «Segredos de uma Noite de Núpcias». E ela começaria com uma bebida… ou três.
Annie pegou uma taça de champanhe. Lily gentilmente empurrou a mão de Annie e
Levando o copo aos lábios, Lily tomou um gole de champanhe. Doce e delicado. Ah,
champanhe era adorável, na verdade. Ela deveria ter bebido mais antes.
— Seja cuidadosa. — Annie avisou, afastando-se de Lily. — Esse vestido pode ser
— Você está tão linda como sempre. — A voz masculina soou atrás da orelha de
Lily e por um momento Lily prendeu a respiração, esperando que fosse Devon. Mas ela se
virou, em vez disso, viu Lorde Medford ao seu lado. Medford estava vestido com o seu
melhor azul-escuro, o cabelo castanho cortado e os olhos brilhantes. Ele era bonito, com
Lily sorriu para isso. Bom. O vestido funcionaria depois de tudo. Embora no
momento parecesse funcionar no homem errado. Ela rapidamente bebeu metade da taça
serviria.
Templeton. A jovem estava encostada na parede oposta, uma coisa alta, loira e esbelta,
com muitos cachos saltando sobre a cabeça. — Ela parece positivamente insana. — Lily
champanhe da bandeja de prata de um lacaio e entregou uma a Lily. — Eu vejo que você
— O que acha que ele vê nela? — Ela levou a nova taça aos lábios.
a taça de seus dedos enluvados. Batendo o chinelo de prata no chão, ela olhou para a Srta.
— Aquela garota terrível Templeton. O que você acha que Colton poderia ver nela?
— Talvez seja melhor mudar de assunto. Posso ter essa dança, milady? —
perguntou Medford.
Lily se virou para dizer a Medford que ela não estava com vontade de dançar.
A apenas alguns passos de distância, suas costas contra uma coluna, seus olhos
Devon.
Ela recuperou o fôlego. O tempo parou. Ele andou em direção a ela, seus olhos
nunca deixando os dela, e ela disse uma pequena oração de agradecimento por seu decote
ousado. Ele tinha um corte no lado do lábio, um resultado, sem dúvida, de sua luta
Ela queria flutuar até ele. Não, ela queria que ele fosse até ela. Ela queria que ele a
tomasse em seus braços e exigisse a próxima dança. De repente, ela sentiu vontade de
raivoso. Aquela Srta. Templeton com cabelo encaracolado estava ali, batendo o pé
— Você tem me evitado, sem dúvida, depois de arruinar minha vida. — Srta.
Templeton guinchou.
Lily lhe deu seu famoso olhar inocente. — Arruinei sua vida? O que você quer dizer?
— Você sabe exatamente o que quero dizer. — Os olhos azuis da Srta. Templeton se
estreitaram. Ora a menina podia bicar Lily até a morte se ela permitisse que ela chegasse
perto o suficiente.
— Não, na verdade não. — Ela respondeu com uma voz firme. Este passarinho
precisava voar para longe. — Srta. Templeton, permita-me avisá-la. Você não poderia ter
escolhido uma noite pior para ter essa conversa comigo. Eu tenho toda a intenção de beber
demais por tempo demais e tenho certeza absoluta de que você não vai gostar de nada que
eu tenha a dizer para você. Agora, sugiro que você tome alguns sais aromáticos ou
qualquer coisa que as donzelas em perigo façam quando superam suas emoções. E
enquanto você está nisso, você pode ver o seu cabelo. — Lily olhou para a configuração
A Srta. Templeton se sacudiu tanto que Lily temia que seus cachos caíssem. Suas
— Panfleto?
entregue em minha casa há algumas semanas. Você nega que você enviou?
— Agora, Srta. Templeton, ouvi dizer que ninguém sabe ao certo quem escreveu
«Segredos de uma Noite de Núpcias», mas acredite em mim quando digo que qualquer
um que lhe enviou uma cópia deve ter apenas seus melhores interesses no coração.
— Tenho certeza disso. E além disso, dificilmente vejo como isso poderia ter
arruinado sua vida. Isso é um pouco dramático, querida, não acha? — Lily terminou em
um sussurro conspiratório.
Medford estava ao lado delas olhando para um lado e outro entre as duas mulheres
como se ele pudesse ser chamado para interromper uma briga física.
Lily deu de ombros e tomou outro longo gole de champanhe. — Eu mal vejo como
A mãe da Srta. Templeton, obviamente foi alertada para a explosão da filha por
Felizmente, a Sra. Templeton afastou a jovem incoerente antes que uma cena maior
acontecesse, mas não antes de lançar a Lily um olhar decididamente desagradável. Lily
suspirou aliviada ao vê-las partir, mas uma inesperada pontada de culpa passou por ela.
Lily pulou. Ela não tinha esquecido que ele estava lá exatamente, mas não esperava
estreitaram.
Medford olhou para Devon novamente, claramente relutante em sair. Lily colocou a
— Eu te vejo amanhã de manhã. Depois a gente conversa. — Ele se virou e saiu sem
Lily o observou ir antes de se virar para encarar Devon. Eles se entreolharam com
cuidado.
parquet.
— Por esse desempenho, claro. Você não mentiu para a Srta. Templeton, não é?
— Eu não sei o que você quer dizer. — Ela olhou ao redor. Felizmente, os outros
convidados voltaram a dançar, beber e conversar. Eles não estavam mais olhando para ela.
— Sim, sim, embora você nunca admita isso. Eu devo dizer, eu mesmo subestimei
você. Eu sempre desconfiei que você havia escrito o panfleto, mas nunca imaginei que
As bochechas de Lily queimaram. Droga. Desgraçado, ele ouviu tudo. Ela levantou
o queixo.
— Por favor. Não estrague seu desempenho de não mentir. Eu não aguentaria.
Vamos ambos fingir que é um mistério como a Srta. Templeton passou a ter posse da
literatura.
— Eu vejo que você está bebendo esta noite… e usando o tipo de vestido que eu
nunca vi antes, devo acrescentar. Embora eu deva admitir, não posso deixar de admirá-lo.
— Dance comigo. — Ele comandou. — Não deixe que esse belo vestido seja
Lily não respondeu. Ela simplesmente colocou a mão na dele e permitiu que a
pegou sua mão, deixando a outra mão descansar em sua cintura. Lily estreitou os olhos
como um gato e o observou. Este era um jogo, esta noite, entre os dois. Um jogo com as
maiores apostas.
Devon sorriu.
— Sempre. — Sua voz profunda e suave enviou arrepios através de suas entranhas.
quando, sabe?
Ele levantou uma sobrancelha. — Eu pensei que você estava com raiva de mim.
Devon deixou seus olhos devorarem o decote de Lily. A mulher parecia um sonho.
Sua cintura minúscula envolta em cetim cintilante, seus amplos seios erguidos para que
seus olhos se banqueteassem, sua pele branca e cremosa exposta ao seu olhar apreciativo.
Ele estremeceu. Ela poderia sentir o quanto ele a queria agora? Sempre a quisera?
— Por que você não dança com Medford? Eu confundi meu palpite ou ele te
— Você zomba desse nome da mesma maneira que eu pronunciei o seu título. —
— Você está fugindo da minha pergunta. A Srta. Templeton está obviamente mais
— O que você me disse uma vez? Ah, sim, as almas do Hades querem um pouco de
água.
— Não é surpresa. — Devon disse, seus dentes puxando seu lábio inferior.
arrogante, entendo. — Lily girou em torno dele, suas saias acariciando as pernas dele.
Com um sorriso malicioso, Devon puxou Lily junto a ele. Ele pegou duas taças de
champanhe do lacaio mais próximo ao sair. Devon abriu as portas francesas com as costas.
Eles se fecharam atrás dos dois. Se virou para Lily, entregando-lhe um dos copos. Ela
ansiosamente pegou e bebeu. Felizmente, eles estavam sozinhos na noite. Nenhum outro
— Sem dúvida, somos o escândalo do salão de baile. — Ela disse, rindo e olhando
através das janelas. Ela girou em um círculo. — E com você me tirando de lá assim, Deus
Lily riu alto disso. Riu e bebeu mais champanhe. Ela se sentiu bastante imprudente
— Conte-me. No que você estava certo? — Ela girou de novo como Annie
costumava fazer.
Devon sorriu e o luar brilhou em seus dentes brancos. Ele piscou para ela.
— O segredo para pegar uma mulher é fazê-la pensar que ela está perseguindo
deliciosamente despreocupada.
— Você admite que quer a Srta. Templeton perseguindo você? — Ela avançou sobre
ele, esperando que seu decote ainda estivesse fazendo a magia que deveria.
— Eu não admito isso. — A mão livre dele passou pela cintura da Lily. Ela bebeu
mais champanhe. — A única mulher que eu tenho tentado pegar só agora está em meus
braços.
Lily não pôde evitar. Ela fechou os olhos e quase se derreteu contra ele. Tudo bem,
ela deveria ter ficado ofendida. Deveria ter ficado chocada, indignada ou qualquer outro
número de termos em excesso que surgisse, mas em vez disso ela estava… satisfeita. Sim,
era isso. Nada além de satisfeita. Ela se virou em seus braços. Ele a envolveu em seu
abraço. Se alguém entrasse na sacada naquele momento, ela estaria totalmente arruinada,
Ele estremeceu.
— Agora, isso machuca. — Ele correu os dedos pelos lados de seus braços até o
mergulho em seu corpete, seu dedo indicador se alinhava ao longo do acabamento que
totalmente falso.
Ela se virou em seus braços, envolveu seus braços ao redor de seu pescoço e
— Nunca.
Devon pigarreou.
— Mesmo?
— Não, nós superamos isso. Além disso, ele deveria estar no salão de baile agora,
Lily riu. Ela deixou os braços caírem dos ombros de Devon e foi até as portas
francesas, onde olhou para o salão de baile. Lá estavam eles, Annie e Jordan Holloway,
— Bem, parece que Lorde Ashbourne conseguiu distraí-la de Arthur Eggleston por
cinco minutos. Mesmo com aquele olho negro dele. Muito impressionante.
perdoou.
— É verdade?
— Tudo mudou.
— Sedução? Deixe-me pensar. — Ela bateu com o dedo na testa. — Vamos ver. Há
Todo mundo sabe. Todo mundo sabe sobre sedução. Todos menos eu.
— Talvez as cartas tenham mudado. Talvez eu não esteja mais esperando por você
Ele olhou para ela como se temesse que ela tivesse perdido a cabeça.
braços ao redor de seu pescoço e puxou sua boca para baixo apenas um suspiro dela. Ela
— Sim. Eu sei.
champanhe ou o luar?
***
O que aconteceu com Lily? A última vez que ele conversou com ela sozinho, ela
estava jogando acusações contra ele no teatro, então seu comportamento estranho esta
tarde na luta de boxe, e agora ela estava dizendo a ele que pretendia seduzi-lo. Foi o
Ele a observou, avançando em direção a ele, parecendo uma sereia que acabara de
emergir do mar. Sua mente remontava a uma noite, cinco anos antes, outro baile, outra
O début de Lily. Devon veio naquela noite porque seu pai o forçou a fazê-lo.
Quando ele dava a mínima para o que seu pai queria. Tudo tinha sido uma farsa, na
verdade. Devon poderia ter tido um título ilustre, mas era bem conhecido, mesmo assim,
que os cofres de Colton estavam completamente vazios. Um título sem uma fortuna
poderia ser atraente para uma herdeira ou para aqueles que cheiravam a loja, mas uma
garota inglesa de boa família, educada gentilmente, preferiria muito mais um título e uma
fortuna se tivesse a escolha. É verdade que ele teve uma variedade de flertes e um número
indecente de ofertas para passar a noite nas camas das mulheres casadas mais bonitas da
sociedade, mas os pais e as acompanhantes das moças fizeram questão de manter suas
inocentes protegidas longe dele. Um marquês destituído não era a primeira escolha de
Ele esteve lá naquela noite, tentando convencer Ashbourne de sua obsessão por
uma loira chamada Georgiana, e contando as horas antes que ele pudesse sair e ir para seu
Ele olhou duas vezes. Algo que raramente fazia. Ele quase gemeu quando percebeu
que seu vestido branco e sua mãe a marcavam como uma inocente. Mas ele não foi capaz
de resistir e pediu-lhe para dançar, ignorando a carranca no rosto de sua mãe. E não se
Lily era tão envolvente quanto bonita, outra coisa que ele não esperava. Ele dançou
com ela duas vezes, incapaz de não o fazer, mas depois a deixou sozinha. Uma terceira
dança não faria nada por sua reputação e ele não poderia ter tal inocente. Mesmo que ele
tivesse perdido a cabeça e proposto o casamento, sua mãe não teria gostado nada disso, o
Mais tarde naquela noite, ele estava fumando um charuto no jardim quando uma
Ele imediatamente saiu do charuto e se virou para ela, com um largo sorriso no
rosto.
dançar.
Ela assentiu com naturalidade, e Devon sufocou seu sorriso. Havia algo tão direto
Ela suspirou.
— Eu tenho medo que nenhum deles seja um dançarino tão habilidoso quanto você.
— Ah, minha mãe ficaria feliz em ouvir isso. Ela me forçou a ter aulas de dança por
Lily riu então e o som tilintando encheu a mente de Devon. Ele nunca quis estar
— Sendo você tão habilidoso, não vai voltar e dançar comigo mais uma vez,
milorde?
— Não.
Devon respirou fundo. Isso não seria agradável, mas era necessário. Ele não podia
permitir que uma inocente desinformada continuasse seu flerte. Porra, ele detestou seu pai
— O fato é, Srta. Andrews, que sua mãe não quer você aqui comigo.
— Comigo é.
— Por quê? Você fez algo horrível, Lorde Colton? — Ela sorriu para ele, um sorriso
Ele assentiu.
— Sim.
— O quê?
— No que diz respeito à sociedade, fiz a coisa mais horrível que existe.
— Sim.
— Então, o que você poderia ter feito para cair em desgraça com a sociedade?
Devon estremeceu.
— Lamento informar, Srta. Andrews, que sou pobre. Não apenas pobre, indigente.
Meu pai e eu vivemos a crédito e pouco mais. Esse é o pecado pelo qual a sociedade nunca
pode me perdoar.
— Isso é tudo? Eu pensei que você tivesse feito algo verdadeiramente horrível
Ele engoliu o riso. A garota era irreverente. Ele gostou disso nela. Ele gostou muito.
Amor. A palavra o pegara de surpresa. Ele havia puxado pela sua consciência e seu
coração.
— Amor?
— Sim, quando eu me apaixono, não tem nada a ver com dinheiro. — Ela assegurou
Ela disse as palavras tão facilmente e Devon sabia, sem dúvida, que ela queria dizer
isso. Ele tinha sido atraído para ela antes, sua beleza, sua risada, sua faísca. Mas aqui
estava uma verdadeira joia, uma linda jovem sem as noções preconcebidas de sua família
Ela sorriu para ele, um sorriso travesso, e Devon não conseguiu evitar sorrir de
volta.
E dançaram de novo, ali nos jardins, com os acordes de uma valsa à deriva pelas
portas francesas. E foi aí que Devon se apaixonou por ela. Ela era tudo que ele esperava e
Sim, ela o fez acreditar de novo. Acreditar em tudo, inclusive… amor. Isto é, até
Mas tudo isso tinha sido há cinco anos. Uma eternidade. E agora, aqui estava ela,
— Lily, pelo amor de Deus, do que você está falando? — Sua voz tremia de desejo.
Ela se virou para ele, seus olhos brilhando e avançou sobre ele novamente.
— Eu não tenho ideia do que você vai dizer de um minuto para o outro esta noite.
— Ótimo. Você precisa continuar adivinhando. A Srta. Templeton nunca faria você
adivinhar.
— É hora de alguma honestidade. — Lily deslizou a mão pelo peito dele. — Entre
você e eu.
— Hmm. Com esse olhar em seus olhos, talvez seja melhor dar-lhe algum espaço.
— Eu estava apaixonada por você há cinco anos. Eu estava apaixonada por você,
louca, idiotamente apaixonada por você, e meu coração estava partido quando você partiu
para o campo. Na verdade… — ela tropeçou um pouco, seu chinelo prendeu em uma das
Devon estendeu a mão para ela garantindo que não caísse. Ele procurou seu rosto,
observando-a com cuidado, alerta. Seus olhos estavam arregalados, sua respiração pesada.
— Eu arrumei minhas malas para fugir com você. É esse tipo de tola que eu era! —
Ela deu uma gargalhada alta, mas foi totalmente sem humor.
Ela empurrou as mãos dele e se virou novamente, outro tropeço. Seus olhos
brilharam com uma grande violência que o assustou. Deus, ela estava embriagada. Tão
carta naquela noite, dizendo que decidira se casar com Merrill. Devon estendeu a mão
Ele recuou.
Ela riu, uma risada abafada, sacudindo toda a seriedade e devaneio. Ela avançou
— Eu decidi que você me deve uma noite de núpcias, milorde. E pretendo tê-la. Eu
vou te ver no seu quarto no andar de cima. — Ela sussurrou contra sua boca. — Em uma
hora.
Lily deslizou de volta pelas portas francesas que levavam ao salão de baile. Ela
quase tropeçou em Annie, que estava lá com um olhar surpreso no rosto. Lily sorriu
rosto.
Os olhos de Annie quase saltaram de seu crânio. — Agora eu sei que você está
— O que você tem? — Annie olhou para ela, parecendo nada se não desconfiada. —
maravilhoso. — Lily tirou outra taça da bandeja de um lacaio que passava. — E essa festa
maravilhosa.
Lily engoliu seu riso quando sua irmã usou seu o nome de solteira e tomou um gole
não posso acreditar que vivi para ver o dia em que você abusou do álcool.
Lily olhou em volta para se certificar de que elas não estavam sendo ouvidas e
puxou a irmã para um canto. Elas se esconderam atrás de um vaso de palma. — Annie,
olhe. Nós podemos partir para Northumberland amanhã. Esta é a nossa última noite para
se divertir. Muito divertido. Agora saia e dance com Jordan Holloway ou seu jovem Sr.
— Northumberland?
— Sim. Sim. Eu ia contar tudo sobre isso no caminho. Mas o fato é que somos
olhos arregalados.
não deveria ter contado isso para Annie esta noite. Especialmente quando ela ainda não
tinha ouvido falar de sua prima. Culpa do champanhe. Lily queria que sua irmã
— Não temos escolha, Annie. Você deve saber que estamos lutando há algum
tempo agora. É cada vez mais difícil para eu pagar as contas. O novo conde escreveu que
Uma campainha de aviso soou no cérebro de Lily, quando a irmã usou o primeiro
— Fale baixo. — Lily insistiu, dando um tapinha na mão de Annie. — Você pode
também. Mas não há mais nada para fazermos. Depois que eu vender um segundo
panfleto, talvez…
— Eu suponho que você esteja certa, Lily. Eu deveria ir me divertir. Por uma última
noite. — Piscando para conter as lágrimas, Annie tirou a mão do aperto de Lily e foi
embora.
Lily estremeceu. Culpa a arranhou. A última coisa que ela queria era machucar
Annie, desapontá-la. Mas era hora de Annie crescer. Sua irmã queria ser tratada como
uma adulta, bem, ela só teria que aceitar informações adultas, responsabilidades adultas. E
o fato era que elas não tinham dinheiro. Nenhum lugar para ir.
Ela observou a figura de Annie recuar até que ela a viu dançando com Eggleston,
Lily suspirou. Ela lidou com esse episódio mal. Sabia disso. O champanhe era o
culpado. Ela compensaria Annie pela manhã. Explicaria tudo mais claramente. Esta noite,
Lily olhou para as portas francesas. Colton foi embora. Teria ele reentrado na casa
por outro conjunto de portas? Ou ele estava se escondendo dela? Bem, ela lançou o desafio.
Ela devia interpretar este pequeno drama, seja ele comédia ou tragédia. Ela correu
escada acima para pedir a Mary que a ajudasse a tirar suas roupas. Ela sabia por
experiência própria que Devon Morgan era bastante perito em tais coisas, mas ainda seria
preferível usar roupas mais facilmente acessíveis se uma intenção de sedução fosse sua.
Ela correu para o quarto e chamou Mary. A criada tirou a cabeça da sala adjacente.
coisa boa em ter uma criada que não se lembrava de nada. Mary não a julgaria por sua
Mary ajudou Lily a tirar o vestido lavanda e logo Lily estava usando a camisola
Lily examinou o corredor escurecido com cuidado. Ela devia esperar o momento certo
Lily parou do lado de fora do quarto de Devon, seu corpo inteiro tremendo. E se ele
não estivesse dentro? E se ele trancasse a porta? A rejeitasse novamente? Ela respirou
fundo. Não podia arriscar ficar no corredor em sua camisola, torcendo as mãos e
mordendo o lábio. Este era o caminho que ela escolhera e ela o seguiria.
Soltando a respiração, ela abriu a porta e entrou, sua camisola balançando nos seus
tornozelos. Ela fechou a porta e recostou-se contra ela, fechando os olhos. Seu coração
Ela endireitou os ombros. Devon estava ao lado da cama. O olhar em seu rosto
disse a ela que ele fez sua escolha. Ele a queria. Ele ainda usava calças pretas e camisa
branca, mas tinha tirado as botas. Ele andou descalço em direção a ela. Sua gravata
também tinha sumido, e sua camisa branca estava aberta no pescoço para revelar uma
Lily apertou as mãos para evitar que elas tremessem. Oh, meu homem era bonito.
Naquele momento, ela não se importava mais com a aposta, o dinheiro ou mesmo com os
nervos. Tudo o que importava no momento eram o metro e noventa de puro macho
indutor de luxúria que se dirigia para ela, os olhos escuros a perfurando como se
pudessem ler seus pensamentos, o cabelo escuro que seus dedos doíam para tocar.
Ele pegou a mão dela gentilmente e levou-a para a cama. Lily andou com ele em
— Você tem certeza disso, Lily? — ele sussurrou contra o cabelo dela, seus braços
fortes a envolvendo.
— Por favor, me diga que você não está pensando na aposta agora.
Ela virou a cabeça para o lado e apertou contra o peito duro dele.
— Eu não estou.
— Ótimo. Você sabe que eu nunca teria feito essa aposta e eu não dou a mínima
para isso.
Então Devon sorriu para ela, e a curva sensual de seus lábios baniu toda a dúvida
da mente de Lily. Tudo o que ela conseguia pensar era onde os lábios dele tinham estado a
última vez que eles estavam sozinhos juntos em um quarto de dormir. Seu rosto aqueceu.
E Devon facilitou tanto para ela com suas palavras suaves de amor e suas carícias
preguiçosas. Não havia medo aqui, nem um pouco, apenas antecipação, sentando-se como
tremer.
— Você é linda, Lily. — Devon sussurrou contra sua boca, e então ele a afastou,
puxando-a para o lado e, obviamente, apreciando a visão de seu corpo sombrio sob o
— Tão bonita. — Ele sussurrou. Ele parecia saber que ela se sentiria mais à vontade
Seus ombros flexionaram quando os braços dobraram, suas costas inteiras eram
rígidas, musculosas e… perfeitas. Ela não aguentou. Ah, ela queria ver mais. A luz da vela
Foi luxúria. Isso é o que era. Pura, luxúria não adulterada. E isso foi… poderoso.
Mágico.
Lily concordou. Só que ela queria que ele fosse devagar por outro motivo. Não
Mmm-hmm. — Ela respondeu com um aceno medido. — Devon, posso tomar uma
bebida?
Um meio sorriso brincou em torno de seus lábios sensuais. — Não tenho certeza se
— Muito bem. — Ele atravessou o tapete grosso com os pés descalços perfeitos e
tirou uma garrafa de vinho do alto do aparador. Ele pegou duas taças de vinho limpas e
cruzou de volta para ela. Seus olhos fixaram-se em sua alma. Suas profundezas marrons
escuras hipnotizavam-na. Seu coração pulou uma batida. A agitação em seu peito a
— Você faz isso para todas as senhoras que vêm ao seu quarto? — perguntou Lily.
você deve lembrar que você me notificou de sua intenção de me fazer uma visita esta noite.
queimados encheu a sala. Lily observou com os olhos arregalados quando Devon tirou a
Lily fechou os olhos e sugou o líquido doce. O gosto era delicioso. Sua força
fortificante era exatamente o que ela precisava. O champanhe de antes já estava acabando.
O vinho era uma delícia, mas ela sabia, sem dúvida, que queria fazer amor com Devon e
não tinha nada a ver com vinho. Ela tomou outro gole e voltou para a cama com ele.
Ele pegou o copo da mão dela e ela hesitou, inclinando-o para trás e engolindo todo
o seu conteúdo antes de entregá-lo. Ele levantou uma sobrancelha e ela deu-lhe um sorriso
tímido.
Devon jogou seu próprio vinho no fundo da garganta e colocou a taça vazia na
mesa de cabeceira ao lado de Lily. Então pegou a mão dela e puxou para a cama. Ele ainda
O deslizamento suave dos lençóis contra suas costas fez Lily relaxar. Ela olhou para
cima e viu Devon pairando sobre ela, seu cabelo escuro e levemente encaracolado
despenteado, o sorriso mais sensual que ela já tinha visto em seus lábios firmemente
moldados. Mas havia algo mais lá, nos olhos dele. Algo indefinível. Algo que dizia que ele
estava cuidando dela, preocupado com ela, querendo tornar isso especial. Ela sentiu isso
Eles deitaram de lado na cama. Devon beijou sua boca primeiro. Tão gentilmente
que ela quase podia chorar. Seus lábios tocaram os dela e eles eram firmes e maravilhosos.
Eles sondaram sua boca, perguntando o quanto ela estava disposta a dar. Lily colocou os
Sua mão desceu para brincar com o peito através do vestido. Ele segurou seu seio e
esfregou o polegar de um lado para o outro em seu mamilo, deixando-a louca. Ela se
acomodou mais perto dele para forçá-lo a tocá-la mais, e foi sua vez de gemer baixinho
Lily queria mais, mais, mais. Ela pressionou sua boca contra a dele e deixou a língua
sondar seus lábios. Sua língua encontrou a dela e depois foi mais longe, movendo-se em
sua boca e a devastando, tornando-a sua. E naquele momento, Lily sabia que, sem dúvida,
isso era o que ela queria. O que ela sempre quis. O passado não importava. O futuro não
importava. Tudo o que importava era esse homem enigmático e bonito a quem ela amava
desde que se lembrava, de fazer amor com ela esta noite. E isso seria maravilhoso.
A mão de Devon se moveu para baixo, puxando sua camisola. Tão devagar. Lily
sabia que ele estava se certificando de não a assustar. E ela gostou muito disso. Sua mão
mergulhou até o joelho e ele mal levantou o tecido acima dela. Os dedos esfregaram o
joelho, reclamando sua afirmação, dizendo a ela sem palavras que ele iria se certificar de
que ela estava bem com cada toque antes de ir mais longe. Ela estremeceu. Ele estava
levemente lá. Um arrepio subiu por sua espinha. Quem imaginaria que um simples toque
Ele brincou com a bainha de sua camisola e isso deixou Lily louca. Ela queria
arrancá-la sozinha. Queria mover a mão pela coxa. Colocá-las entre as pernas exatamente
Se ele ia torturá-la assim, ela precisava de outra bebida. Ela virou-se para a mesinha
de cabeceira e pegou a garrafa de vinho que Devon havia colocado ali. Ela levou-a aos
lábios e deixou o líquido fluir no fundo de sua garganta. Então deu a ele um olhar
— Nossa. Se vamos ter um bacanal esta noite, vamos beber direto da garrafa.
O vinho ajudou, mas, ainda assim, Lily tremeu. E se Devon descobrisse seu segredo?
Oh, Deus, ele descobriria seu segredo. Não podia fazer nada. Talvez se ele ficasse bêbado
Devon levou-o à boca e tomou um longo gole. Lily observou a garganta dele se
flexionar, o pomo de Adão balançando quando engoliu. Ela queria se jogar no peito dele e
lambê-lo todo. Uma gota de vinho desceu pela bochecha dele. Ela aproveitou ao máximo.
Aproximou-se e lambeu a mandíbula dele, mas não foi rápida o suficiente. A gota correu
Obrigada Deus.
Seus lábios se arrastaram para baixo, traçando o caminho do vinho tinto ao longo
de seu pescoço. Ela o sorveu. Ele cheirava a tempero e pele e apenas… homem. Oh Deus.
A ponta da língua dela traçou ao longo da clavícula em seu pescoço forte e grosso. Ele
respirou fundo.
Excelente.
Ela puxou a garrafa de seus dedos, e inclinou-a em direção ao recuo em seu pescoço
logo acima da clavícula, deixando um pouco de vinho espirrar no local. Devon ofegou.
— O que você está fazendo? — ele perguntou com uma voz rouca que a fez ficar
molhada.
— Shh. — Desta vez, ela derramou o vinho no peito dele e ele ofegou mais alto. Ela
colocou a garrafa de volta na mesa. E sorriu. — Esta pequena bagunça vai precisar de um
pouco de limpeza.
— Você acabou de me dar o visual mais atraente que eu já vi. — Devon disse antes
que Lily abaixasse a cabeça para lamber o vinho de seu peito musculoso. Felizmente, parte
vermelhas com a língua. E o gosto era bom. Doce e maravilhoso. Ela ficou um pouco
surpresa com sua ousadia, mas essa era a beleza do vinho. Ela não ia deixar este momento,
esta noite, passar sem apreciá-lo. Esta era sua segunda noite de núpcias, afinal de contas.
Então, nenhum casamento aconteceu. Não importava. Ela teria a noite que ela sempre
A língua de Lily seguiu pelos músculos peitorais de Devon e levemente roçou seus
mamilos. A cabeça dele mexeu quando seus dentes passaram ali. Ele respirou fundo
novamente. Ele deve ter gostado disso. Era possível que ele gostasse da boca dela em seus
mamilos tanto quanto ela? Devon fez um movimento para puxá-la por baixo dele, mas ela
— Por que você está me torturando? — Seus olhos estavam encobertos, cheios de
luxúria.
Ouvir o nome dela em seus lábios a fez pressionar as pernas juntas em uma luxúria
abjeta. Ela empurrou uma ponta do dedo cônico para os lábios dele.
— Oh, Deus, você já conseguiu. — Ele gemeu novamente. E então ele não teve mais
destacaram em grande relevo, todos eles. Lily estremeceu. O homem era perfeito. Seu
corpo parecia que havia sido esculpido por Michelangelo. E aqui ela estava lambendo-o.
Que prazer.
Sua boca mergulhou em seu umbigo e sugou o vinho que havia ali. Ela continuou
sua descida e moveu-se ainda mais para baixo até que foi confrontada com os botões em
muito ver onde isso levava. Suas mãos encontraram os botões e ela os soltou avidamente.
As mãos dele encontraram as dela e ele gentilmente a empurrou de volta para a cama.
— Não. Não. — Ele disse em uma voz que enviou reverberações através de seu
corpo.
Ele estava em cima dela agora, empurrando contra seu lugar mais privado. Lily
gemeu. Ela queria tirar as calças mais ainda agora. Mas sabia que Devon havia lhe
Suas mãos empurraram as mechas escuras de seu cabelo para embalar seu rosto
contra o dela. Para mantê-lo lá e não o deixar ir. — Eu não tenho gosto tão bom quanto
você.
Seus dedos se entrelaçaram nos dela e ele pressionou as mãos de volta no colchão.
A cabeça escura de Devon se inclinou quando ele empurrou o rosto entre os seios,
debaixo da camisola. Quando seus lábios deslizaram para o mamilo, ela ofegou
novamente. Sua boca estava lá, sugando, enlouquecendo-a. Ela agarrou a cabeça dele,
de prazer. Sua mão grande e quente estava do lado de fora de sua coxa. Ela queria soluçar.
Ela poderia ter chorado. É claro que ela não estava com medo, mas era atencioso da
parte dele estar preocupado com ela. Ela só teria que mostrar a ele como estava bem. A
mão dela desceu para encontrar a dele. Ela puxou-a e a colocou entre as pernas. Ela estava
único dedo escorregou dentro dela. Lily gemeu. Ele o moveu, para frente e para trás. Ela
— Deus, Devon.
Seus olhos estavam fechados, os dentes cerrados como se ele estivesse em uma
batalha feroz para se controlar. Ele puxou o dedo para fora, tão devagar, devagar demais.
Seu dedo encontrou o ponto entre as pernas dela, então. O que a fez soluçar e não
querer nada mais que ele a tocar e nunca mais parar. Ele fez círculos minúsculos e
Ela mordeu o lábio. O que quer que ele estivesse fazendo, ela não queria que ele
parasse.
Suas coxas se apertaram, o suor se acumulou entre os seios. Ela tentou mover seus
quadris para estar mais perto, mais perto dele. Seus olhos se abriram. Devon estava
apoiado sobre ela, um olhar intenso em seu rosto. Ele estava olhando em sua alma.
respiração de Lily engatar em sua garganta. Ela ofegou em surtos intermitentes. Suas mãos
rosto em seu pescoço, ainda respirando pesadamente e soluçando. Ela puxou seus quadris.
Sim, ela tinha acabado de encontrar a liberação, mas ela queria mais. Precisava mais.
Ela tinha que o sentir dentro dela. Tinha que ser dele. Eles deviam fazer isso esta noite. Era
o sonho dela.
— Não.
Tremendo, Devon soltou um suspiro trêmulo. Ele pareceu aliviado ao ouvir aquelas
de suas calças. Ele os puxou rapidamente e Lily olhou para baixo para ver seu corpo
perfeito, magro e musculoso. Ele era o David de Michelangelo. Em carne e osso. E que
Ele recuou sobre ela e se apoiou acima dela. Lily teve a visão de seus suaves e
intensos olhos castanhos antes de sentir seu calor sondando-a, movendo-se contra suas
Lily estremeceu com a dor. Ela torceu a cabeça para o lado, pressionando a
bochecha contra o travesseiro embaixo dela. O olhar em seu rosto denunciou seu segredo?
Devon saberia? Ele não se mexeu. Ela ousou olhar para ele. Na luz bruxuleante da vela, ela
observou o rosto dele. Mas o que ele estava sentindo? Raiva? Surpresa? Oh, Deus, por
Ela colocou as palmas das mãos nas bochechas dele. — Devon, você faria algo por
Ele beijou as mãos dela, as bochechas, e então ele fechou os olhos e começou a se
mexer. O mundo parou de girar. O breve lampejo de dor foi embora agora, substituído
apenas pelo calor e força dele. A perfeição de seu corpo se movendo dentro dela. Ela
colocou os braços ao redor dos ombros largos e deixou a intensa alegria do momento
dominá-la. Não houve dor nem tristeza. Foi perfeito, do jeito que ela sempre imaginou. E
sabia que isso estava certo. Não importa o que acontecesse amanhã. Ou no dia seguinte.
Não importava se ela passasse o resto de seus dias em Northumberland, ela sempre teria
Bem assim.
Ela queria chorar contra o pescoço dele. Mas em vez disso o beijou. Seu ouvido, sua boca,
Devon gemeu novamente e enterrou a boca na dela. Ele empurrou para dentro dela
de novo e de novo, suor acumulando nas costas, os dentes bem apertados. Ela se partiu
novamente, em mais de mil pedaços, pouco antes de Devon gemer e estremecer, depois
cair contra ela. Sua respiração veio em suspiros instáveis e ele beijou sua têmpora. Forte.
Ele rolou para longe dela, aliviando-a de seu peso, mas ele manteve as costas da
Incrível. Ela deixou a palavra rolar em seu cérebro. Sim, foi incrível. Mas era algo
que Devon dizia para todas as mulheres que ele levava para a cama? Foi sempre incrível?
Oh, ela se recusou a pensar sobre isso. Não essa noite. Além disso, o vinho estava
lado dele.
— Você sabe que isso significa que você vai ganhar essa maldita aposta. — Lily
Ele apertou a mão dela. Sua voz tremeu quando ele respondeu.
Ele passou os braços em volta dela. Seus olhos se fecharam e ela suspirou.
Ah, o que isso importa mais? Tudo o que importava era a paz em seu coração, seu
corpo satisfeito, e o fato de que ela podia fingir que tudo isso era real, pelo menos por mais
algumas horas.
***
Devon a observou dormir. Ele tirou um cacho escuro de sua bochecha e traçou o
dedo ao longo de sua testa lisa. Deus, mas ela era linda.
apaixonada por você há cinco anos. Louca, idiotamente apaixonada, e meu coração se
— Do que diabos ela estava falando? E ela quis dizer isso? Ela realmente tinha
vinho entre os lençóis amarrotados e sorriu. Bom Deus, o que eles fizeram com aquela
garrafa de vinho. Só de pensar nisso o deixou duro de novo. Ele não conseguia se lembrar
da última vez que gostou de um copo… bem, vinho, muito bem. Ele empurrou a garrafa
Devon soltou sua respiração reprimida. A culpa rasgou seu peito como uma força
Graças a Deus ela pediu para ele não parar. Sim, ele era o maior canalha por isso,
mas a essa altura, as legiões do inferno provavelmente não poderiam tê-lo impedido.
Ele olhou distraidamente para a luz bruxuleante das velas. O quarto cheirava a
lírios. Assim como o perfume dela. Ele a olhou. Sua mão macia descansou no travesseiro
ao lado de seus lábios manchados de vinho. O que diabos ele deveria fazer agora? O que
ele poderia fazer? Não era como se ele a tivesse arruinado. A senhora era viúva, pelo amor
de Deus. O navio proverbial tinha navegado. Mas por quê? Por que ela era virgem? E
como?
Devon fechou os olhos e respirou seu perfume inebriante. Haveria tempo para
perguntar a ela essas coisas amanhã. Hora de perguntar todas essas coisas e decidir o que
fazer. Mas esta noite, esta noite ele dormiria na sombra de sua beleza, no conforto de seus
braços.
Ele rolou e colocou um braço sobre sua cintura e puxou-a para perto. Sua pequena
respiração saiu em lances rápidos, indicando que ela ainda estava dormindo.
— Eu tenho um segredo para te contar, Lily. — Ele sussurrou para ela adormecida.
— Não que isso importe agora… mas eu também estava apaixonado por você cinco anos
Voltar ao seu próprio quarto foi menos difícil do que Lily imaginou. Ela fez isso
enquanto Devon ainda estava dormindo. Seu cabelo escuro desgrenhado caiu sobre a testa
de um jeito que o fez parecer positivamente infantil. Ela olhou ansiosamente para ele
Tudo estava manchado de vinho agora que ela pensava nisso. O céu sabia o que as
empregadas dos Atkinson pensariam quando vissem a bagunça. Embora dada a reputação
Ela parou ao lado da cama tempo suficiente para arrastar uma unha sobre sua
bochecha. Haveria tempo para arrependimentos depois. Por enquanto, ela devia retornar
Ela abriu a porta e espiou para fora. Ninguém. Ela se aventurou pelo corredor e
quase voou pelo até o outro lado do andar onde estava seu próprio quarto de dormir. Ela
pulou na porta do quarto e entrou. Nenhum barulho veio do quarto adjacente de Annie.
Obrigados céus. Lily fechou os olhos e fez uma breve oração de agradecimento pelo
Sua cabeça doía um pouco pelo excesso de vinho, mas ela se aconchegou sob os
lençóis com um sorriso no rosto, lembrando as mãos grandes e fortes de Colton em seu
Lily pressionou as mãos contra os olhos. Ela não podia escrever um panfleto sobre o
que aconteceu entre eles na noite passada. Ela sabia disso agora, mas finalmente tinha tido
a noite de núpcias. O que ela deveria ter tido o tempo todo. E minha, minha, minha, ela
não estava errada sobre tudo isso? Uma noite de núpcias, longe de ser um pesadelo
assustador, era mais um sonho realizado com o «noivo» certo. Devon Morgan disse que
em algumas das coisas que ele fez para ela. Ah, sim, aquela noite de núpcias valeria o que
acontecesse a seguir. E além disso, as repercussões poderiam esperar até a manhã. Bem,
***
Lily acordou várias horas depois com Mary puxando as cortinas de seu quarto.
— A carta que você estava esperando chegou pelo mensageiro. O anúncio de Evans
Lily endireitou-se.
— Cadê?
— Eu tenho usado esta corda em volta do meu dedo a manhã toda, assim não
esqueceria de te entregar.
Oh, Mary, é uma boa notícia. A prima Althea diz que todos nós podemos ir. Ela
escreve que está esperando o oitavo filho e ter-nos lá para ajudá-la seria adorável. Vamos
Lily assentiu.
— Não foi vista a manhã toda. Ela deve ter se levantado com o galo. Espero que ela
Lily suspirou. Sem dúvida, Annie contara a Mary exatamente para onde estava
indo e a pobre mulher se esquecera de novo. Mas a costura era boa. Isso manteria sua irmã
longe de problemas.
Lily se espreguiçou.
Não havia razão para que Lily e Annie não pudessem aproveitar a manhã antes de
saírem para a casa da prima. Depois do café da manhã, ela escreveria para Evans e ele e os
cachorros os encontrariam em Northumberland. Ela teria que enviar seu último dinheiro
para ajudá-lo em sua jornada. Mas tudo ficaria bem depois de tudo. Com um sorriso no
***
— Por que, Medford, estou surpresa em ver você. Eu pensei que estaria na caça com
os outros homens.
Algo sobre o olhar sério no rosto dele deixou a Lily inquieta. — Apenas deixe-me pegar
Medford sorriu quando ela o encontrou no terraço dos fundos. Ele pegou a mão
dela e levou-a pelos degraus de pedra. Eles seguiram um caminho que circulava ao longo
Lily respirou a brisa fresca do campo e o cheiro dos narcisos balançando. Tão
— Você está se divertindo aqui, Lily? — ele perguntou, sua voz estranhamente
solene.
Lily engoliu em seco. Ela estava se divertindo na verdade. Muito. Ontem à noite em
particular. Mas ela não conseguia nem olhar para Medford e pensar nisso.
— Sim. — Ela disse simplesmente. Ela prestou muita atenção nas pedras ao longo
do caminho, colocando os pés no centro um de cada vez. — Como você está passando a
festa, Medford?
Medford parou e pegou a mão dela. Ele a girou para encará-lo. — Eu não estou
Por um momento terrível, Lily pensou que Medford sabia o que ela havia feito na
— Por que não? — Ela olhou para longe dele, desviando os olhos.
— Onde você vai morar agora que foi expulsa de sua casa? O que você vai fazer?
por sua hospitalidade com Evans e os cães e me emprestar sua carruagem. Mas eu tenho
— Northumberland! Você deve estar brincando. Ora, são horas de distância e muito
frio.
— Oh, Medford, você é adorável por oferecer, mas você não está apaixonado por
mim.
— O que o amor tem a ver com o casamento? Eu poderia listar uma série de
casamentos que foram construídos baseados em menos do que nós temos. Olha, eu sei que
você precisa de dinheiro. Eu tenho muito disso. Vou precisar de um herdeiro algum dia.
Lily envolveu o xale com mais força em volta dos ombros e colocou a mão no
coração. O tempo pareceu parar. Ali estava este homem, esse homem simpático, seu amigo,
pedindo-lhe para casar-se com toda a sinceridade. E seria tão fácil dizer sim. Medford
tinha dinheiro. Ele era bonito e titulado e respeitável. Ela não podia pedir uma perspectiva
melhor. E havia outra coisa a considerar. Ela tinha cedido aos seus instintos básicos na
noite passada e feito amor com Devon. Certamente era possível que ela estivesse grávida.
Ela olhou nos olhos de Medford e apertou as mãos dele. Mas seria egoísmo casar-se
com Medford por essas razões. James merecia alguém que o amava e se dedicava a ele.
Não, ela não podia aceitar a proposta de Medford. Ela abriu a boca para dizer isso a
ele.
— Eu…
jardim.
— Continuaremos esta discussão mais tarde. — disse ele, antes de se virar para
encarar Mary, que havia parado a alguns passos de distância. A empregada respirava
pesadamente e seu rosto estava bem vermelho. — Você deve voltar para a casa
imediatamente.
Lily piscou para Mary, que acabara de dar uma notícia tão terrível com uma voz
quase histérica.
— Não, não, isso não é verdade. — Lily insistiu, correndo para acalmar a
empregada. — Você disse que Annie foi para a sala de costura esta manhã. — Ela apertou
— Não, milady, ela não estava na sala de costura, eu fui procurar por ela. Parece
— Ela deve estar no nosso quarto. — Ela sussurrou mais para si mesma do que
qualquer outra pessoa, tentando se convencer de que deveria ser assim. — Eu vou
encontrá-la. — Lily levantou as saias e correu de volta para a casa, Medford e Mary nos
seus calcanhares.
— Eu vou dar uma olhada no resto da casa. — Ele deixou as duas mulheres para
Lily correu pela sala de café da manhã, pelo corredor, pelo vestíbulo e subiu a
escada em espiral até o segundo andar. Quando ela chegou ao seu quarto, respirando
O quarto estava vazio. Ela correu pelo quarto ao lado, o coração na garganta.
Também vazio. Ela voltou ao seu quarto para ver Mary entrar, ofegante.
— O olhar no rosto da empregada disse a Lily o que ela não queria saber.
— Eu sinto muito, milady. Eu devo ter visto este bilhete esta manhã e esquecido
sobre isso. — Mary sacudiu a cabeça e entregou o bilhete para Lily. Lily correu para
“Querida Lily,
Por favor não me odeie. Arthur e eu vamos para Gretna Green. Estamos
profundamente apaixonados. Nós devemos ficar juntos. Eu espero que você entenda…
algum dia.
Anne”
— Oh, Annie, não! — Lily esmagou a carta em seu punho. — Gretna Green? O que
patroa andar de um lado para o outro na sala como se estivesse assistindo a um jogo de
luta e peteca.
— Não, claro que não. Eu não disse a ninguém. A Srta. Conner veio procurar por
Annie mais cedo e eu disse que ela não estava aqui. Isso foi tudo.
— Ótimo. Ótimo. — Ela esfregou as têmporas para dissipar a tensão que havia ali
Gretna.
— Ah, milady?
— Persigui-los antes que eles atravessem a fronteira escocesa. Mary, faça as malas.
Devemos partir imediatamente e não contar a ninguém sobre essa carta. Você entendeu?
na cabeça.
Lily se virou. Devon Morgan estava ali, com um olhar determinado no rosto. Lily
ignorou a primavera de felicidade em seu peito. Ele parecia tão bonito e totalmente
renovado, sem bolsas sob os olhos, ou qualquer sinal de fadiga. Os flashes do que
aconteceu entre eles na noite passada saltaram em sua mente. Suas bochechas aqueceram.
Sim, ele parecia perfeito como de costume. Ficou mais difícil enfrentá-lo depois de
Lily correu para frente para fechar a porta atrás de Devon. Ela olhou para o
Mary olhou para os dois, ergueu as sobrancelhas e correu para a outra sala para
fazer as malas.
Devon deu dois passos à frente. Ele estava tão perto de Lily que podia sentir o
cheiro de couro de cavalo e colônia. Por que ele tem que cheirar tão bem?
— Eu vi Medford no andar de baixo. Ele me disse que você estava procurando por
Annie. Vi Annie e Eggleston juntos ontem à noite, sussurrando. Eu não pensei muito nisso.
Até agora.
Lily se virou para encarar a porta e mordeu o lábio. Quanto menos pessoas
Devon agarrou Lily pelos ombros e a girou. Seus olhos escuros procuraram seu
rosto. — Escute-me. A viagem a Gretna é longa e dura, para não mencionar perigosa. Não
Lily fechou os olhos com força. Como esse dia se transformou em um pesadelo?
— Mais uma razão para permitir que eu te ajude. Eu prometo recuperá-la o mais
discretamente possível. Vou circular a história que Annie partiu para Londres esta manhã
porque ela não estava se sentindo bem. Eu posso atrelar meus cavalos e posso encontrar a
carruagem pela entrada lateral em dez minutos. Você e sua empregada podem pegar a
Os ombros de Lily caíram. Ela deveria viajar para Northumberland hoje, não
perseguir Annie até Gretna Green. E aqui estava Devon, ajudando-a e tornando tudo tão
fácil. E seria fácil, tão simples, permitir que ele se encarregasse de tudo. Ela estava no
— Antes de eu sair, vou dizer a alguns seletos que estou voltando para Londres.
— É verdade. Eu não sei nada de como sobre viajar para a Escócia. — Sem
mencionar que ela não tinha fundos para essa jornada. A pequena quantia de dinheiro que
O tom gentil de sua voz era mais do que ela podia suportar. Ela precisava de ajuda,
quer ela quisesse admitir ou não. Ela e Mary dificilmente estavam preparadas para viajar
atrás de Eggleston e Annie sozinhas, e quanto mais cedo alguém estivesse a caminho,
melhor. Por tudo o que ela sabia, eles tinham ido embora durante a noite.
— Confie em mim. — Ele disse. Lily apertou as duas mãos em punhos impotentes.
— Muito bem. — Ela respondeu. — Mas se eu aceitar sua ajuda, há uma coisa em
— Diga.
Para seu crédito, Devon Morgan não lutou. Lily esperava isso, claro. Uma renúncia
masculina ao pedido dela. Uma insistência ditatorial de que seu plano era superior. Em
vez disso, ele simplesmente inclinou a cabeça de uma maneira tão atraente e curvou-se
Alívio derrubou a espinha de Lily. Isso foi mais fácil do que o esperado.
— Mary, volte para Londres imediatamente. Diga a todos que você acha que a Srta.
— Eu arrumei uma bolsa menor para você, milady. — Ela disse, empurrando uma
Enquanto Devon saía, Lily rabiscou um bilhete para a anfitriã. Ela escreveu que
estava voltando para Londres com sua irmã, que de repente adoeceu.
Fiel à sua palavra, Devon voltou dez minutos depois. Lily olhou para ele,
mordendo o lábio.
— George. — Ele retrucou ao cocheiro. — Nós estamos indo para Gretna Green.
Os olhos de George se arregalaram, mas ele não disse uma palavra. Ele apenas
Devon ajudou Lily a entrar na carruagem. Ele enfiou a cabeça na porta para vê-la
estabelecida.
— Oh Deus. Agora George acha que nós dois estamos em busca de um rápido
casamento escocês.
— George vai pensar no que eu digo a ele. Espere aqui. Volto em cinco minutos. —
Ele desapareceu de volta na casa antes que Lily pudesse dizer uma palavra.
***
— Por favor, me diga que você não veio me desafiar para um duelo agora. — Ele
Parece que ela só tem olhos para o rapaz Eggleston. Devo admitir que foi um pequeno
— Parece que eles correram para Gretna. Estou saindo agora para rastreá-los. Eu
espero que eles tenham tomado a estrada através de Leicester, mas eu preciso que você
— Eu vou imediatamente.
— Eu presumo que eles não viajarão a noite toda. Dado que eles provavelmente
partiram cedo esta manhã, se partirmos agora, com os nossos cavalos mais rápidos, é mais
provável que os alcancemos no Grey Horse Inn. Se você vier e nos encontrar lá amanhã à
Devon se virou para sair. Ele e Jordan poderiam ter suas diferenças de vez em
quando, mas ele podia contar com ele totalmente. Isso, ele nunca duvidou.
Devon voltou para a carruagem, entrou e ordenou que George começasse a jornada
— Por que eu acho que vou me arrepender de não trazer Mary conosco?
Lily suspirou.
— Você sabe que ela não vai se lembrar de uma palavra que você disse a ela. Eu não
queria que a coitada tivesse que suportar as condições traiçoeiras no caminho para Gretna
— Será mais rápido só nós dois. Agora, você deveria dormir um pouco. Vai ser uma
Lily desviou o olhar para sua implicação óbvia de que ela precisava dormir porque
não tinha conseguido muito na noite anterior. Suas bochechas queimaram. A lembrança de
sua noite juntos era um espectro na carruagem com eles. Ela deveria estar envergonhada?
A verdade era que ela queria desesperadamente repeti-lo. Memórias assaltaram sua
mente. Imagens da pele tensa de Devon, seu cheiro almiscarado, seus largos e suaves
ombros sob seus dedos. Sim, ela deveria estar envergonhada. Ou talvez arrependida. Mas
ela não podia invocar nenhuma emoção. A única coisa que sentiu foi um brilho suave e
quente. Deus, sim, ela queria repetir. Mais uma vez. Completamente sóbria. Para ver se
propriedade.
Ela tirou as luvas e as jogou no assento ao lado dela. Agora que tinha tempo de
olhar para o interior da carruagem, ela percebeu como era boa. Almofadas profundas de
Ela se atreveu a olhar para Devon. Se eles cavalgassem juntos tão perto de Gretna,
ela teria que encontrar uma maneira de tornar as coisas menos difíceis entre eles.
— Eu não consigo dormir. Estou tão preocupada com a Annie. — Ela puxou as
É ridículo. Loucura. — Oh Deus. Era a mesma loucura que ela teve anos atrás quando
queria fugir para Gretna com Devon, só que Devon nunca veio.
Devon relaxou de volta contra o assento. Ele empurrou as longas pernas e as cruzou
nos tornozelos. Ele estava se lembrando dos dois cinco anos atrás também? Lily
Devon pigarreou.
— Sim.
— Ela disse alguma coisa? Você tem algum motivo para suspeitar?
— Não. Nada. — Lily colocou um dedo nos lábios dela. — Embora eu tenha dito a
ela que iríamos para Northumberland hoje. Claro, agora esse plano está arruinado.
— Northumberland?
Lily deixou a cabeça cair para trás contra o assento. Ela gemeu.
Lily sentiu que ele estava prestes a dizer algo mais, mas mudou de ideia. Ele
obviamente não gostou do pensamento dela indo para Northumberland, mas felizmente
deixou cair esse assunto, talvez porque ele sentiu que ela não poderia ter essa discussão
em particular no momento. Tudo o que ela podia se preocupar agora era Annie.
— Eu sabia que ela estava chateada comigo ontem à noite, mas eu… eu subestimei
o quanto ela queria ficar em Londres. E tudo por aquele terrível garoto Eggleston.
— Com a memória de Mary como é, Annie pode ter ido embora à noite. Por quê?
— Precisamos determinar o tamanho da liderança que eles têm sobre nós. Se eles
tiverem ido embora desde o começo da manhã, provavelmente estarão em Leicester agora.
Lily fechou os olhos. Uma visão terrível brilhou em sua mente. Uma de Annie,
parada em frente ao ferreiro em Gretna Green, trocando votos com Arthur Eggleston.
— Depende de quanto dinheiro eles têm e que recursos podem encontrar ao longo
do caminho. Eles são jovens e inexperientes, no entanto. Meu palpite é que eles vão parar
Devon se inclinou para frente e pegou sua mão gelada em sua mão quente. Faíscas
voaram pelo braço de Lily. Ela não podia olhá-lo nos olhos. Ainda não. Não depois da
noite que passaram juntos. Mas ele estava consolando-a. E ela gostou muito disso.
— Como você sabe tanto sobre o caminho para Gretna? — Assim que as palavras
Ela não respondeu. Em vez disso, ela fechou os olhos e engoliu em seco. Então ela
***
Devon estava certo. A viagem para o norte, para a Escócia, foi difícil e
desconfortável. No ritmo que eles definiram para si mesmos, eles foram forçados a parar
para trocar os cavalos com mais frequência do que gostavam. Ao cair da noite, eles não
Lily acordou de um curto cochilo e se viu totalmente entretida por Devon. Ele a
manteve rindo com brincadeiras e histórias de suas várias façanhas. Ela se divertia, e sabia,
— Acho que eles podem estar no Grey Horse Inn. — Devon explicou depois de
voltar para a carruagem da última parada. — Pelo que entendi, esse é um destino popular.
— Lily olhou pela janela da carruagem através de olhos turvos e privados de sono.
Lily assentiu.
— Sim. Sim, claro. — Ela fez um movimento para se sentar, mas Devon se moveu
para sentar ao lado dela. Ele gentilmente colocou a cabeça dela em seu colo e acariciou
Foi uma impropriedade, mas Lily não conseguiu evitar. Ela estava cansada. Exausta,
na verdade. Foi tão bom descansar a cabeça no colo quente de Devon. Além disso, depois
pontas dos dedos em sua têmpora a fizeram dormir e logo ela estava cochilando. Um sono
doce e feliz.
***
Quando Lily acordou, muito refrescada, ainda estava escuro e a carruagem ainda
estava sacolejando. Sua cabeça permaneceu no colo de Devon. De repente, tímida, ela
enrolando em uma bola no canto. Ela estremeceu. Devon tinha puxado um cobertor
Devon pegou o relógio de prata do colete. A pequena vela acesa na lanterna dentro
da carruagem o iluminou para ele.
Lily deixou seus ombros relaxarem. Ela esperava desesperadamente que Devon
estivesse certo e que Annie e Eggleston tivessem parado na estalagem durante a noite. O
que ela faria se não tivessem? Ela estremeceu novamente. Ela não conseguia pensar nisso
agora.
— Annie não entende. — Lily suspirou. — Ela acha que estou tentando arruinar a
vida dela, mas estou tentando salvá-la da ruína. Por que os jovens são tão tolos?
— Ah, agora isso é uma questão para as idades, não é? Alguns argumentam que
não sabem nada melhor. Eles são governados por suas emoções. Os tolos correm, como
disse Pope.
— Sim, mas se ela não se casar, ela nunca terá que ouvir um homem. Seja em seus
— Você foi casada apenas por um mês. Foi tão horrível assim?
— Antes disso, tive que responder ao meu pai. E tudo o que ele se importava era
dinheiro. Annie tem a oportunidade de escapar de tudo isso. Ela não estaria à mercê de
ninguém.
— Ninguém está a mercê de ninguém. E me perdoe por indicá-lo, mas você parece
entendeu. O dinheiro não era nada para ele. Mas Lily entendia a importância do dinheiro.
— Embora seja lamentável você não concordar com as minhas decisões, não está
nem aqui nem perto de mim. Assim que encontrarmos Annie, ela e eu iremos direto para
Northumberland. Nossa prima concordou em nos receber. Nós devemos estar perto. Vou
O coração de Lily se agitou. Foi um arrependimento que ela ouviu em sua voz? Ele
conde nos pediu para deixar a casa da cidade e não temos mais para onde ir.
— Não é como se eu não tivesse ofertas. Pouco antes de descobrir que Annie estava
Devon.
mandíbula.
— Ele pediu?
Ela assentiu.
— Você seria uma tola se não aceitasse. Medford é rico, titulado. Sem mencionar
Você seria uma tola se não aceitasse. Isso doeu. Mais do que ela esperava. Mas ela
seria esfolada viva antes de deixar Devon saber disso. Ela cruzou os braços sobre o peito.
— Quando você coloca dessa maneira, suponho que foi uma oferta e tanto.
Devon olhou pela janela para a escuridão dessa vez. O músculo continuou a pulsar
em sua mandíbula.
Lily traçou o desenho das almofadas de veludo com a ponta do dedo. Sua voz
estava quieta.
Annie desaparecera.
Devon apertou os lábios até ficarem brancos, mas não disse mais nada sobre o
assunto.
— Não há tempo para você ir para Northumberland agora. Só deve levar um dia ou
dois para voltarmos a Londres, se os encontrarmos esta noite. Preciso chegar lá no sábado
à noite.
— Outra jovem viúva para seduzir? — ela estremeceu. Isso soou duro, mas ela não
pôde evitar depois que ele praticamente disse a ela que seria uma idiota se não se casasse
com Medford.
Devon passou a mão pelo cabelo, fazendo com que parecesse mais despenteado e
irresistível. Lily desviou o olhar. Ele não respondeu, mas isso não importava. Ela estava
grata por sua ajuda com sua irmã, mas ainda tinha seu plano para realizar. Ela não
— Isso importa?
— Conte-me.
— Muito bem, Lily. Desde que você está cheia de perguntas esta noite, eu tenho
minha própria pergunta para você. — Ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos
nos dois joelhos. Ele a olhou diretamente nos olhos. — Como diabos você era virgem até a
noite passada?
Ele sabia.
Claro que ele sabia. Ele não era idiota. Ela esperava que ele percebesse e se
admirasse. Ela não esperava que ele saísse perguntando isso a ela.
Ela precisava de tempo para inventar uma resposta. Ela limpou a garganta.
— Não me faça repetir a pergunta. Você sabe exatamente o que quero dizer.
Lily se virou para descansar a testa no vidro frio da janela da carruagem. Ela
— Meu marido era muito velho e muito… — Sua voz sumiu. Ela podia sentir os
— Como você conseguiu escrever «Segredos de uma Noite de Núpcias» quando era
intocada?
Era óbvio que não se podia morrer de vergonha, porque se isso fosse possível, Lily
tinha certeza de que já teria sumido. Era inútil continuar a fingir que ela não escreveu o
tentou, bem… isto é… nós tentamos. — Ela estremeceu. — Basta dizer que nada aconteceu.
Ele não podia… e foi minha culpa. Ele disse isso. Ele disse que nunca teve tal problema
mas ele morreu logo depois que nos casamos… isso simplesmente… nunca aconteceu. —
Ela abriu os olhos novamente para ver Devon procurando seu rosto intensamente. Oh,
Deus, suas bochechas eram escarlate ou vinho? — Então você vê, eu tenho bastante experiência
— Ouça-me, Lily. Não foi você. Merrill era um homem velho. É muito comum que
homens idosos sejam incapazes de realizar. Não tinha nada a ver com você.
— Verdade?
Obrigada.
Devon apertou a mão dela mais uma vez antes de se inclinar para trás.
— Mas como você conseguiu suas informações para o panfleto se nada aconteceu
— Fez isso?
— Eu usei minha imaginação. E pedaços de conversas que ouvi ao longo dos anos.
muito sobre o assunto. Eu simplesmente não fiz nada para alertá-los. Qual seria o ponto?
— Por que não? — Mas seu terceiro encolher de ombros continha mais dor do que
— Eu pensei que o panfleto descrevesse um ato físico. Eu pensei que era detalhado.
— Você leu?
— Não. Eu apenas ouvi dizer que era tão horrível que jovens estavam chorando por
isso. Eu sabia que isso era verdade por causa da reação da Srta. Templeton.
quanto eu estava com medo e como queria morrer. Eu expliquei o quão horrível todo o
episódio foi.
— Eu não poderia sair e dizer a todos que meu casamento não foi consumado, não
é? Mesmo que eles não soubessem, eu escrevi esse panfleto. E se eu descrevesse o ato em
detalhes, o panfleto seria absolutamente indecente. E eu não sou esse tipo de mulher.
Devon riu agora. Uma risada completa e saudável. Ele jogou a cabeça para trás e
deu uma risada, enquanto Lily o observava com uma ira mal disfarçada.
— Não, não, claro que não. — Sua risada finalmente acabou e ele pareceu sério
novamente. — Mas você não me respondeu. Por que eu? Por que ontem à noite?
Lily desviou o olhar. Lágrimas surgiram em seus olhos. Lágrimas de horror. Ela não
sentia a picada das lágrimas desde… Devon tinha voltado para sua vida. Ela balançou a
cabeça e virou o rosto para a janela para que ele não visse.
— Não me faça responder isso, Devon. — Ela sussurrou. — Além disso, você nunca
sábado.
***
— Eu vou primeiro e faço perguntas. Ver se eles estão aqui. — Devon calçou as
Lily não discutiu com ele. Argumentar gastaria energia. Energia que ela não tinha.
Em vez disso, esperou até que Devon partisse, contou lentamente cem e seguiu-o
furtivamente. Na carruagem, ela foi embalada por ele, momentaneamente embalada, por
sua gentileza e cuidado. Mas seu lembrete de que um torneio de cartas estava em seu
futuro era tudo o que Lily precisava para lembrar suas objeções ao homem. Foi
extremamente gentil da parte dele ajudá-la a encontrar sua irmã, mas ela não estava
Lily chegou dentro da estalagem para ver Devon dando seu sorriso mais
riram como se tivessem contando piadas. Lily se aproximou com os braços cruzados sobre
Devon se virou para olhá-la, com uma expressão parcialmente surpresa no rosto.
— Lily, eu estava apenas perguntando a essa jovem simpática se ela tinha visto um
casal.
Os olhos da garota se arregalaram e Lily poderia jurar que ela bateu os cílios para
Devon.
— Porque sim. Agora que você mencionou, eu me lembro de ter visto um jovem
rapaz. Homem bem-apessoado, devo acrescentar. E com uma jovem noiva linda e nova. —
Ela gargalhou. — Claro que por estas bandas, todo mundo já é casado, sabe? — A
empregada cutucou Devon com o cotovelo e riu de sua própria piada. — Ninguém está a
Devon assentiu.
Os dentes tortos reapareceram em seu sorriso torto. A garota apontou o dedo para a
— Obrigado. — Devon disse com uma piscadela antes de agarrar Lily pela mão e
— Vamos.
Quando chegaram ao topo da escada, ele colocou um dedo nos lábios. Ele fez sinal
para que Lily permanecesse em silêncio. Ela esperou nas sombras ao lado de uma mesa de
rudemente alguém.
Devon bateu duas vezes na porta. Sem resposta. Eles esperaram em silêncio pelo
que pareceram minutos antes de ele bater de novo. Desta vez, uma voz masculina abafada
O coração de Lily virou. Era a voz de um jovem. Inglês. Aristocrático. Ela segurou a
respiração.
Devon agarrou o garoto pela garganta e empurrou-o de volta para o quarto. Lily
correu pela porta, esperando que ela não encontrasse sua irmã nua em um emaranhado de
lençóis de cama.
Devon acendeu um fósforo e uma luminária brilhou suave no canto da sala. Annie
se sentou na cama, bem-vestida em uma camisola que cobria cada pedaço dela da cabeça
— Graças a Deus. — Ela correu para a cama, agarrou Annie pelos ombros e
abraçou-a ferozmente. Então, com a mesma rapidez, disse. — O que você estava pensando,
sua boba?
Eggleston conseguira se livrar das garras de Devon e ele estava encolhido no canto,
— Você sabe o que essa escapada poderia fazer com sua reputação se alguma vez
soubessem?
— Nós sabemos, Lady Merrill, mas com todo o respeito, é sua culpa. Se você não
tivesse ameaçado Anne com o exílio, não teríamos que colocar sua reputação em risco.
Devon rosnou e atacou o garoto, mas Lily chegou primeiro e deslizou entre os dois.
— Como ousa me acusar! Você não sabe nada da situação de Annie. Eu sou sua
guardiã e estou fazendo o melhor que posso por ela. Ouso dizer que morar em
Northumberland é uma visão mais respeitável do que fugir para Gretna Green. Além
disso, achei que você ouviu um boato de que Annie não tem dote. Você não parecia
tem um dote. Anne quer uma família. E eu também estou apaixonado. Nós planejamos
Eggleston.
— Por favor, Lily, não culpe Arthur. Ele só estava fazendo o que eu pedi a ele. Eu
— Bem, você não vai para Gretna. Lorde Colton e eu viemos para te levar para casa.
— Mas Lily, eu não quero ir para casa. O lar não está mais em casa.
— Oh, Annie, você deve acreditar que eu só quero o melhor para você.
— Eu sei que você pensa, Lily. — Annie soluçou. — Eu acredito. Mas só porque
casamento e família não eram o que você queria, não significa que não é o que eu quero.
Eu tenho medo que você nunca entenderá. Eu tive que te mostrar o quanto é importante
para mim.
Annie se afastou para olhar para Lily e Arthur correu para oferecer um lenço.
— Eu sei disso agora. — disse Annie. — Mas eu não achei… Não, eu sabia que você
não escutaria de outra maneira. Eu tive que fazer isto. Sou muito grata por você cuidar de
Lily caiu na cama. O Sr. Eggleston estava certo de alguma forma. Ela havia
empurrado sua irmã para isso. Annie se desesperou o suficiente para fugir no meio da
noite sem qualquer consideração por sua reputação. E Annie pensou que Lily nunca
quisera marido e família. Ela quis as duas coisas uma vez, muito.
Sim, Arthur estava certo. Foi culpa da Lily. Foi ela quem se embriagou e disse a
Annie que partiriam para Northumberland. Foi ela quem tomou todas as decisões e emitiu
os decretos. Mas ela era a irmã mais velha. Ela era a única com a responsabilidade. E ela
Lily endireitou os ombros. Ela deve corrigir essa bagunça terrível. Ela tirou a capa
— Nós vamos consertar tudo, Annie. De alguma forma. Mas não assim. Venha
***
Devon olhou para Eggleston. Com os braços cruzados sobre o peito, ele observou o
— Estou qu… desculpe, Lorde Colton. Por favor acredite, eu não quis fazer-lhe mal.
Devon lhe ofereceu seu olhar mais fulminante. O rapaz parecia assustado.
Ótimo.
— Pelo contrário, Eggleston, você deve acreditar que se você realmente tivesse
causado algum dano, nós não estaríamos tendo essa discussão altamente civilizada no
momento.
— Você? — Devon atirou de volta. Ele andou de um lado para o outro, as mãos
cruzadas atrás das costas. — Você entende a enormidade do que você fez? Você pode ter
Lágrimas não derramadas brilhavam nos olhos de Arthur, mas ele ergueu o queixo.
***
Devon informou Eggleston de seus planos e partiu para permitir que o jovem se
parede no corredor. Soltando o fôlego, ele escorregou para o chão e se sentou com os
joelhos para cima, seus pulsos descansando sobre eles. Pela primeira vez nos últimos dois
A vida era irônica. Ele estava a meio caminho de Gretna Green com Lily Andrews.
Ele poderia continuar. Ele balançou sua cabeça. Pensamentos como esse eram sem
um rapaz impetuoso a fazer a mesma coisa que ele queria fazer uma vez, e tentar impedir
Por quê?
Como ele tinha ido de tentar convencer aquela mulher a escrever uma retratação de
seu panfleto bobo, para acabar sendo seduzido por ela na festa da casa dos Atkinson? Suas
Ela se virou para ele, seu vestido lavanda fazendo-a parecer uma deusa vindo à
vida. Depois de dizer que ela estava apaixonada por ele há cinco anos, ela disse. Meu
Não fazia o menor sentido. Seu pai lhe dissera que Lily estava noiva de Lorde
Merrill e Devon havia escrito para ela, mandou um lacaio sair no meio da noite para
alcançá-la. E ele recebeu sua resposta. Uma carta informando que ela estava, de fato,
comprometida com o conde, e ela devia terminar seu flerte com Devon. Devon tinha
Mas Lily estava dizendo a verdade na varanda. Ele sabia disso. Ela estava
Ele esfregou as mãos no rosto. Lily não poderia se casar com Medford. O homem a
levaria à loucura com sua constante perfeição. Diabos. Por que Devon deveria se importar
se ela se casasse com ele? Medford era a melhor escolha para ela. O pilar da sociedade.
Além disso, Devon precisava de uma mãe para Justin. E Lily nem sabia sobre o
garoto. Como ele poderia contar a ela sobre ele e as circunstâncias que cercam seu
nascimento? Droga. O que isso importava? Lily não tinha sido para ele há cinco anos e ela
Bem. Devon sentiu algo por ela na noite passada. Muita coisa, e ele se lembrava
porque ele sentia tanto por ela anos atrás. Mas o fato permaneceu, Lily o abandonou. Ela
isso.
Mas, Deus, ontem à noite. Foi inimaginável. Diferente de qualquer coisa que ele
tenha experimentado antes. Isso o mudou. Para melhor. Depois da noite passada, como ela
pôde sentar-se na frente dele na carruagem no dia anterior, tentando-o além de tudo que
era sagrado com seu nariz empinado e belos lábios, e disse que tinha uma oferta de
Devon recostou a cabeça contra a parede. Ela estava fugindo da vida. Isso era tudo.
Ela pensou que estaria segura, ela e sua irmã, se elas escapassem da cidade e de todos os
homens. Mas se ela estava tão decidida a manter os homens fora de sua vida, por que
diabos ela subiu em sua cama na noite passada? O que ela estava tentando fazer, deixá-lo
E o que ela estava fazendo, fingindo não levar a oferta de Medford mais a sério?
Uma vida em Northumberland não era boa para ela. Ela não reconhecia isso? Devon
sacudiu a cabeça. Não importava. O que quer que Lily tenha decidido fazer com sua vida
daqui em diante era com ela. Ele tinha uma promessa a cumprir, um torneio para ganhar,
uma criança para criar. Ele passou tempo suficiente com suas malditas memórias.
Devon levantou-se, uma explosão de energia fluindo em suas veias. Ele realizou o
que pretendia fazer, salvar a irmã de Lily. Agora, ele devia se concentrar em suas próprias
Ele desceu as escadas de dois em dois degraus e abriu caminho pela porta da frente
da estalagem para encontrar Lily e a irmã ao lado da carruagem. Jordan Holloway estava a
alguns passos de distância, encostado a uma parede de pedra baixa. Suas pernas estavam
cruzadas nos tornozelos e ele tinha um olhar decididamente irritado em seu rosto.
— Obrigada pela sua ajuda, Lorde Ashbourne. — disse Lily. — Esperamos que você
— Meu prazer, Lady Merrill. E, no que me diz respeito, não houve nenhum
— Ah, eu vejo que você está tão feliz em me ver hoje como na outra noite na festa
quando eu pedi para você dançar, Srta. Andrews. — Ele jogou a cabeça para trás e riu. —
Vocês irmãs não são fáceis de agradar, eu lhe digo. De modo algum.
Devon inclinou a cabeça. Se ele fosse ter essa discussão, ele poderia muito bem ser
convincente.
— Se você não voltar a Londres, toda a cidade vai te esfolar viva. Os rumores vão
sobre Annie... Ela deve voltar a Londres para ser vista novamente. Caso contrário, só Deus
próprio lenço.
— Muito bem. Eu me recuso a discutir com todos vocês. Nós vamos para Londres.
Podemos ficar na propriedade de Medford. Mas assim que estiver tudo bem, partiremos
estalajadeiro, providenciando que os cavalos fossem trocados. Era a coisa certa, Lily trazer
sua irmã de volta para a cidade. Ele poderia não se importar mais com o futuro dela, mas
Ela era uma jovem simpática. Ele só teria que ignorar o fato de que Lily ficaria com
Medford.
— Estamos quase prontos para sair, mas primeiro deixe-me esclarecer. Não é
preciso dizer, Eggleston, que você não mencionará uma palavra dessa jornada imprudente
a ninguém.
Eggleston assentiu.
— Eu pretendo divulgar a história de que você estava indo para Bath por alguns
dias, e quando voltar, é exatamente o que você dirá às pessoas. Você foi visitar amigos,
ficou terrivelmente mal à sua chegada e passou os últimos dias na cama, onde ninguém o
visitou. Ninguém. É por isso que você não é visto há dias. Eu me fiz claro?
— Muito bom. E se eu ouvir que você circulou alguma outra história, você não
— Eu entendo, milorde.
— Lorde Ashbourne, eu não sabia que você estava aqui. Sim. Sim. Você não precisa
se preocupar comigo.
para Londres do jeito que eu vim e fazer minha parte no controle de danos.
— Sim, vejo você de volta à cidade, Ashbourne. Você tem meus agradecimentos.
— Prazer em vê-las novamente, Srta. Andrews, Lady Merrill. — E então ele se foi,
— Você vai na outra carruagem. — Ele acenou para o espaço do outro lado do pátio,
— Eggleston deve chegar de uma direção diferente e não pode ser visto conosco.
aparentemente com medo de sua segurança, caso desobedecesse Devon, correu em direção
Arthur começou a se virar para dizer algo a Annie, mas os olhares coletivos de
reprovação de Lily e Devon devem tê-lo feito mudar de ideia. Em vez disso, ele se curvou
— Bom dia.
Devon subiu na carruagem com as irmãs. Ele relaxou de volta no assento em frente
— Pronto?
movimento.
***
intermitentemente. Lily tentou pegar Devon dormindo, mas era como se o homem não
A jornada para Londres foi um pouco mais lenta do que a viagem para impedir que
Annie arruinasse sua vida. Devon manteve as duas irmãs rindo com suas histórias sobre a
Finalmente, eles pararam em uma pousada para uma refeição do meio-dia. Arthur
sentou-se com eles, e Lily engasgou quando ela olhou e viu Annie e Arthur de mãos dadas.
— Pare com isso. — Ela insistiu, puxando Annie para mais perto dela.
Annie lançou um olhar desafiador para Lily, antes de tirar a mão de Arthur.
— Não é justo que Arthur tenha que voltar sozinho. — Insistiu Annie.
— Discordo. Eu acho que é mais que justo depois do que ele fez.
— Sim você sabe. Você está me dando a impressão de que está desapontada comigo
a manhã toda.
— Eu estou desapontada com você. Você tem muito pouca ideia do que fez. Nós só
podemos esperar que a sociedade acredite na história que você não estava se sentindo bem
depois da festa. Deus sabe que se alguém disser algo, sua reputação será destruída.
— Mas você dificilmente pode me culpar, Lily. Eu fiz o que achei que tinha que
fazer. Eu segui meu coração e nunca vou me arrepender disso. Além disso, onde você acha
— Eu ouvi você dizer a Lorde Colton que você esperou por ele, você planejou fugir
— Graças a Deus, Lorde Colton não veio para mim naquele dia. — Lily respirou.
Mas mesmo quando ela disse as palavras, lágrimas inesperadas entupiram o fundo de sua
garganta. Ela olhou para longe, fechando a boca. — Você não deveria ter escutado. — Ela
sussurrou.
— Você não entende, Lily. Nunca entende! Não importa que isso não tenha
acontecido. O que importa é que você tentou. Você queria. Estava em seu coração, assim
como no meu, e acredite em mim, eu não acreditava até então que você tinha um coração!
— Annie, você não entende? Eu quero impedir você de cometer os mesmos erros
que cometi. Estou mais velha, mais sábia. Eu sei melhor agora e quero que você tenha o
benefício da minha experiência. Tudo o que eu já fiz foi o que acho melhor para você.
Annie se virou.
— Eu escolto você, Srta. Andrews. — Arthur disse, dando uma última mordida,
Com o cotovelo apoiado na mesa, Lily baixou a testa na palma da mão. Uma
mistura de surpresa e medo atou em sua barriga. Devon tinha ouvido todo o episódio
embaraçoso. Sem mencionar Arthur Eggleston. Sim, Devon tinha ouvido isso antes, a
primeira vez que ela disse a ele, mas ela estava misericordiosamente bêbada naquela noite.
Ela se virou para olhá-lo. Ele balançou a cabeça e deu-lhe um sorriso suave. Ele
— Ela tem um ponto. — Ele disse com um sorriso de lado que fez o coração de Lily
— Você não acha que eu sei disso? — respondeu Lily, desejando estar em outro
lugar. — Eu nunca teria dito tudo isso se achasse que Annie estava ouvindo.
— Culpa. Você está se sentindo culpada porque você pode ter sido parte da razão
pela qual Annie fugiu. Se a reputação dela for destruída, você se culpará.
— Você está certo. — Foi bom admitir, não brigar mais com ele.
Devon colocou a mão no ombro dela e puxou-a contra o peito e Lily permitiu. Fazia
tanto tempo, desde que ela tinha alguém para se apoiar. E inclinando-se em Devon se
Estava na ponta da língua para perguntar como ele entendia. Como ele pode?
Devon apertou seus ombros e ela sacudiu. O momento se foi. Ela se afastou dele e fez um
— Devemos voltar à carruagem. — Ele disse. — Deus sabe, sua irmã pode ter
Devon resolveu a conta com o proprietário e colocou a mão na parte de baixo das
Ela olhou para as moedas que Devon havia jogado na mesa de madeira.
— Eu não deveria deixar você pagar por tudo isso. — Ela disse, mordendo o lábio.
Lily balançou a cabeça tristemente. Ela não podia pagar, mesmo se ele estivesse
inclinado a permitir. Cavalheiro ou não, ela não tinha um xelim no nome dela.
Lily olhou para ele, quase como se o visse pela primeira vez. O sol do meio-dia
brilhava em seus cabelos negros e o sorriso em seu rosto o fez parecer positivamente
infantil. Era verdade que quando eles começaram essa jornada, Lily não tinha certeza se
poderia confiar nele. Mas agora ela percebeu que Devon a ajudou, realmente ajudou
Medford! Ela esqueceu de dizer a ele que eles haviam saído. E isso depois que ele
propôs casamento a ela. Oh, Deus, ele a odiaria? Ela esperava que não. Ela só teria que
Ela olhou para Devon novamente. Sim, Medford era um bom homem, não havia
dúvida, mas o homem ao lado dela agora era Devon Morgan. Como Medford, ela podia
confiar nele.
Mas ao contrário de Medford, Devon a fez sentir coisas, coisas profundas que ela
Ela balançou a cabeça e seguiu Devon até o pátio. Uma nuvem de poeira foi
Lily olhou ao redor da praça, com o coração na garganta. George gritou para eles.
— Aqueles dois disseram que vocês estariam logo atrás e não se preocupariam.
Devon amaldiçoou em voz baixa. Ele se virou para ajudar Lily a entrar na
carruagem.
Lily abriu a boca para replicar, mas Devon colocou a mão no braço dela e balançou
a cabeça.
Eggleston não podem ter ido longe. Eles estão indo direto para o sul. Mesmo eles não
Lily permitiu que Devon a ajudasse. Os dois se instalaram. Lily esfregou as têmporas.
Devon estava certo. Sem dúvida, Annie queria apenas mais algumas horas roubadas com
Arthur Eggleston.
— Eu suspeito que foi na época que você começou a dizer o que ela podia e não
podia fazer.
— Concordo que devemos alcançá-los e ficar de olho neles, mas que mal faz para
— Uma realista.
— Oh, suponho que você esteja certo. Não é como se eles estivessem fazendo amor
apaixonado dentro de uma carruagem, pelo amor de Deus. É muito apertado aqui. — Ela
sorriu, mas seu rosto se aqueceu ao mesmo tempo. — Estamos pegando Annie na nossa
— O que é isso?
— Deve ter entrado uma lasca da mesa da estalagem. — Ela apertou o polegar e
Devon se moveu do assento para se sentar ao lado dela. Sua coxa forte deslizou ao
longo da dela, esfregando contra seu vestido. Lily engoliu em seco. Ela deveria ter
— Eu posso ver isso. — Ele apertou o polegar entre os dois dedos indicadores. —
boca.
— Aqui. Não faça isso. — Devon gentilmente pegou o polegar e levou-o até a boca.
O calor de sua língua e lábios fez Lily agarrar a parede. De repente, o ar estava
espesso e quente na carruagem. A boca de Devon em sua pele era seu único pensamento.
— Não, não. — Ela sussurrou, mas ela não conseguia se segurar para afastar o
polegar.
novamente. Ele tirou uma pequena faca da bota e, antes que Lily tivesse a chance de
— Saiu. — Ele anunciou. Ele estendeu a palma da mão, exibindo o pequeno pau.
Devon jogou a lasca para fora da janela enquanto Lily arrumava suas saias. Ela
assumiu que Devon voltaria para seu próprio lugar a qualquer momento. Ela hesitante
olhou para ele quando ele não saiu. Ele parecia totalmente relaxado e contente onde estava.
— Sobre o que deveríamos falar? — perguntou Lily, ainda mexendo nas saias. Ela
estava tão consciente do corpo de Devon perto do dela que mal conseguia respirar.
mão subiu pela coxa. Sua boca reivindicou a dela, uma marca quente.
Lily rasgou sua gravata com dedos gananciosos enquanto ele levantava as saias. Ele
atrapalharam com os botões de seus calções. A mão forte de Devon subiu pela parte
Lily não conseguia respirar. Não queria respirar. Sua boca tomou a dela, brincou
com ela, provocou-a, sua língua se moveu insistentemente para dentro. Ela empurrou as
— Deus, Lily. Eu queria você desde que você veio ao meu quarto.
— Eu quero você também. — Ela respirou contra a orelha dele, passando os dedos
Ele gemeu, puxando para trás e empurrando dentro dela novamente, deixando os
dois loucos. Lily gritou de novo e de novo até que ele moveu o dedo para baixo para
brincar com seu núcleo sensível e então ela parou de pensar em tudo.
Ele esfregou-a em pequenos círculos, parando apenas para se mover dentro dela e a
— Eu sei o que você quer. — Ele respirou contra sua bochecha. — Tome, Lily.
cronometrados e Lily finalmente gritou, seus quadris arqueando contra sua mão. Então
Devon empurrou nela, de novo e de novo, suando em sua testa. Gemendo, beijando-a.
Devon agarrou seus quadris e empurrou nela mais uma vez. Ele explodiu desta vez,
um gemido áspero arrancado de seu peito. Sua respiração veio em jorros e ele respirou seu
Ele virou, levando-a com ele então. Ela estava deitada em cima dele e os dois
— Magia.
— Eu não tinha intenção de fazer isso de novo. — Isso foi uma mentira.
— Bom.
Alguns minutos depois, Lily sentou-se devagar e foi até o canto do assento para
arrumar suas roupas. Ela arrumou o cabelo, sorrindo para si mesma. Ela ficou tentada a
simplesmente maravilhosa.
Sim, era verdade que ela não tinha exatamente a intenção de fazer isso com Devon
Morgan hoje, mas oh, aquele homem a fez se sentir bem. Ela não conseguia manter as
mãos longe dele. Não havia nenhum mal nisso, não é? Logo ela iria para Northumberland
para uma vida chata e aborrecida. Ela poderia muito bem se divertir um pouco.
Devon estava arrumando suas próprias roupas e sorriu de volta para ela.
— Temos que conversar com o outro cocheiro imediatamente! — ela chorou. Ela
pulou para a porta que os separava do cocheiro e bateu com força nele. — George. George.
— Sim, milady. — George respondeu, batendo nos cavalos. Eles decolaram a galope
A risada profunda de Devon retumbou contra o interior aveludado. Então ele parou,
seu pomo de Adão balançando rapidamente quando ele engoliu. Ele cambaleou pelo
volta a Londres há apenas dois dias quando notou mais sussurros enquanto ela e Annie
andavam no parque, mais admiradores viravam os rostos enquanto ela saía de vários
estabelecimentos pela cidade. A conversa sobre ela ser a autora de «Segredos de uma
semana.
Lily escreveu uma carta para a prima Althea informando que ela e Annie chegariam
um pouco depois do esperado. Ela ainda não tinha tido a oportunidade de falar com
Medford, mas ele escreveu, dizendo que ela e sua companhia eram mais do que bem-
vindas para ficar na casa da cidade que ele tinha fornecido para Evans, enquanto eles
precisassem. Lily estava agradecida pelo alívio. A próxima vez que ela visse Medford, eles
teriam que discutir sua proposta de casamento. Toda vez que ela pensava sobre isso, um
— Não importa sobre a fofoca. — Lily disse para Annie enquanto eles caminhavam
pela Bond Street uma tarde, fingindo comprar. — Contanto que os rumores não sejam
— Eles parecem um pouco desagradáveis. — Annie virou-se para olhar para uma
mulher dando-lhes um olhar decididamente desagradável. — O que você acha que eles
estão dizendo?
mundo queria saber se ela ou Devon tinham ganhado a maldita aposta. A verdade é que
saberia.
Ele pode ser um jogador, mas ele prometeu que não lucraria com a aposta, e ela
acreditou nele.
Ela pegou Annie pela mão e conduziu-a pela rua, com a cabeça erguida.
***
olhares e sussurros interessados durariam. Ela usava um lindo vestido de baile dourado,
um que ela costurou recentemente usando material de um vestido mais velho. Ela
planejava usá-lo em uma das noites de début de Annie. Agora ela se sentia como se fosse
um farol brilhante no salão de baile, atraindo todos os olhos para ela. Ela decidira
Lily rapidamente virou a nota fechada. Ela mordeu o lábio. O que Devon estava
fazendo aqui e por que ele iria querer encontrá-la no salão? Quando eles chegaram em
Londres, eles concordaram que deveriam ficar longe um do outro pelo restante do tempo
que passavam lá. O que ele queria com ela? Outro encontro? Borboletas se espalharam em
seu estômago. Hmm. Foi tentador. Ela não podia permitir outro encontro, é claro, mas de
alguma forma ela também não resistiu em ver o que ele queria.
Ela se moveu pelo salão de baile lentamente, consciente dos muitos pares de olhos
da sala, Lily se moveu. Ela saiu silenciosamente pelas portas e entrou no corredor. Alguns
transeuntes acenaram para ela. Ela simplesmente sorriu e continuou andando. Ela desceu
a escada até a frente da casa. Quando alcançou a porta do salão rosa, fez uma pausa e
respirou fundo. Ela alisou o cabelo, tirou as luvas, apertou-lhe as bochechas e entrou no
meu, o homem parecia bem. Como sempre. Talvez um encontro não tenha sido uma má
ideia, afinal.
— Devon, o que você está fazendo aqui? E o que você está pensando, pedindo para
me encontrar assim?
— O que é isso? Por que você me chamou? — Ela tentou devolver o sorriso dele.
— Eu odeio ser portador de más notícias, Lily, mas achei que você deveria saber.
Existem rumores…
— Sim. Sim. Eu sei tudo sobre os rumores. Não é nada de verdade. Você não
— O que poderia ser um escândalo maior do que você fazer uma aposta sensacional
sobre mim. — Ela riu. — Nós dois concordamos em como lidaríamos com isso. Eu não
disse uma palavra, você disse? — Uma pontada de apreensão se desdobrou em sua
— Então estamos perfeitamente bem. — Ela se virou para a porta. Ela precisava sair.
Agora. Antes que se jogasse em seus braços e implorasse para que ele fizesse amor com ela
— Droga, Lily, vai me ouvir? — Sua voz continha uma nota séria que fez com que a
Ela fez uma pausa, a mão na maçaneta da porta e olhou para ele.
— O boato — Devon disse, seus olhos escuros fixos nos dela. — Não é sobre a
— Como isso aconteceu? — Lily sentou-se com força na beira do sofá e olhou para
as pontas dos chinelos como se o delicado calçado fosse responsável por seus problemas
atuais.
Devon andava de um lado para o outro pelo tapete à sua frente. Ele esfregou a mão
pelo cabelo.
— Um dos cocheiros deve ter dito algo. Eles podem ser comprados por algumas
libras. Mas acredite, se eu descobrir que foi George, vou ter o pescoço dele.
— Sim. Você sabe como é a fofoca. Alguns dias e tudo isso vai acabar. — Ela se
levantou e sacudiu as saias. — Agora estou voltando para o salão de baile. Deus sabe que
todos eles provavelmente estão se perguntando para onde eu fui. Se eles descobrirem que
eu estive aqui com você, isso ficará muito pior. — Endireitando os ombros e respirando
Devon a encontrou lá e colocou a mão no ombro dela. O olhar calmo em seu rosto,
— Lily, se você negar, se você disser que não fomos, isso servirá apenas para
colocar Annie em uma luz mais questionável. A reputação da sua irmã está em risco.
palavra.
Lily voltou para o corredor e subiu a grande escadaria. Felizmente, ninguém estava
por perto. O que Devon estava pensando, convocando-a para um salão escuro para ficar
sozinha com ele quando os rumores já estavam rodando sobre os dois? Deus do céu. Isso
Ela parou do lado de fora das portas do salão de baile, alisou as saias e respirou
profundamente. Ela não devia ficar nervosa. Ela devia permanecer calma, como se tivesse
Ela deslizou pelas portas de volta para a festa e engoliu em seco quando percebeu
quantos olhos estavam sobre ela. Lady Eversly foi a primeira a se aproximar dela.
— Aí está minha querida Lady Merrill. Eu estive procurando por você a noite toda.
depois. — Ela tentou passar pela mulher, mas Lady Eversly a deteve com uma das mãos
na manga de Lily.
— Você deve me dizer querida, é verdade? — Sua voz era um sussurro voraz.
— O que é verdade?
— Por que você se casou com o desonesto Colton? A cidade inteira está agitada com
Lily respirou fundo. Deixou Catherine fazer essa pergunta. E ela atraiu uma
o suficiente dos foliões tinha bebido até o ponto onde eles não estavam satisfeitos em vê-la,
resposta que não colocaria aspersões em Annie. Mas não podia fazer nada sobre isso. Lily
não podia permitir que a sociedade acreditasse que ela e Devon haviam realmente fugido.
— Eu tenho minhas fontes, minha querida Lady Merrill, nunca duvide disso. O
rumor é que o cocheiro de Colton deixou a festa na casa dos Atkinsons rumo ao norte para
Gretna. Você e sua irmã foram embora na mesma época, não foi?
— Por que no mundo dois adultos fugiriam para Gretna? Não é como se
— Por que, posso pensar em uma série de razões. Paixão incontrolável… — ela
piscou para a Lily — me ocorre imediatamente. Não podia esperar pelos proclamas, não é?
para entrar novamente no salão de baile. Perfeito! Ele não poderia ter esperado mais cinco
minutos? Lily fechou os olhos com força. Quando os reabriu, o olhar de curiosidade no
— Vejo que vocês dois têm seus segredos. — Perversamente sussurrou um pouco
alto demais. — Eu diria que se você não tivesse seu pitaco de escândalo sobre aquele
panfleto… — a voz dela falhou na última palavra — você seria uma pária, mas entre você
e Colton, isso, sem dúvida, vai te deixar mais popular do que nunca.
— Não, não, não. — Lily balançou a cabeça e se afastou da mulher. — Você está
enganada.
Lily recuou até que ela bateu em uma parede, uma parede que acabou por ser o
Catherine.
Obviamente Catherine também não era imune a sua aparência sombria. A sugestão
de um rubor manchou suas bochechas. — Vocês dois fugiram para Gretna Green?
os melhores desejos. Tudo isso. Ele plantou a mão firmemente nas costas dela e a
escoltasse Annie para casa quando ela estivesse pronta, e então apressou-se a levá-la a sua
carruagem.
Uma vez que estavam seguramente abrigados na carruagem, Lily baixou a cabeça
entre as mãos.
ombros.
— Afirmar que somos casados? — A voz de Lily continha uma ponta histérica.
Ele sorriu.
enterrando o rosto nas mãos novamente. Desta vez, ela descansou-os contra os joelhos.
— Você está sentado aí, sorrindo para mim como se fosse um verdadeiro amante e
— Não, não, não. Isso é loucura. Isso não pode estar acontecendo.
— Ouça-me, Lily. Não é uma ideia tão horrível. Você perceberia isso, se você se
— Pense nisso. A notícia é que minha carruagem viajou para Gretna. Graças a Deus,
todos acham que foi você e eu. Se negarmos, a conclusão óbvia será que foi Annie. Você
quer isso?
— Como você pode tentar entender essa loucura? É ridículo, é isso. — Ela caiu de
— Eu levarei isso para o lado pessoal. — Ele disse com uma risada.
— Você deve.
Lily olhou para ele com uma expressão dolorosamente vulnerável no rosto.
***
Devon a olhou. Ele não conseguia tirar o sorriso do rosto. Era verdade que quando
tudo isso tinha começado, ele tinha a intenção de se vingar, mas muito havia acontecido
entre eles nos últimos dias, ele não conseguia nem lembrar agora por que estava tão
empenhado nisso em primeiro lugar. E por algum motivo não conseguiu deixá-la ir para
Northumberland. O pensamento dela se casar com Medford encheu-o de raiva, uma raiva
nascida do ciúme. Ele disse a Lily uma vez que nunca ficou com ciúmes. Mas nos últimos
dias percebeu que não era verdade. Não, ele não podia deixar ela casar com Medford. Não
poderia viver com isso se isso acontecesse. E se ela apenas visse a razão, perceberia que
essa não era uma ideia tão ruim, afinal de contas. Dessa forma, ela e Annie poderiam ficar
Quando a carruagem parou em frente à casa da cidade onde ela estava, Devon
levou Lily até a porta. Ela se deixou entrar e se virou para encará-lo. Devon se inclinou e
— Não se preocupe com nada. — Ele disse. — Eu farei todos os arranjos. Ninguém
vai saber. Nós vamos manter o segredo do casamento, sem servos. Todos pensarão que
***
Ela subiu as escadas para seu quarto, seus pés parecendo muito pesados. Ela não se
incomodou em convocar Mary. Lily precisava ficar sozinha… para pensar. Ela se enrolou
Estava angustiada. Serviria a Devon se casar com ela e descobrir que ela era pobre.
Ela não podia deixar que ele se prendesse a ela por toda a eternidade sem saber disso.
Pelo menos, Lily sabia que se ela se casasse com ele, o futuro deles no quarto não
Ela balançou a cabeça. Havia mais a considerar. E o futuro de Annie? Por mais que
Lily esteja disposta a se casar com Devon, independentemente de sua própria falta de
dinheiro, o fato é que eles seriam forçados a viver de seus ganhos inconsistentes no jogo.
Ela estremeceu. Ela não podia fazer isso com sua irmã. Mas a alternativa era permitir que
Lily puxou o roupão mais apertado em volta de si e olhou pela janela para a
escuridão. Ela estremeceu. O que ela faria? O que ela poderia fazer?
***
Lily esperou na sala de visitas bem equipada de Lorde Medford, com o estômago
Ela não dormiu na noite passada. Ou hoje também. Sem dúvida, os círculos sob os
olhos dela eram prova disso. Ela passou a noite toda virando na cama, tentando chegar a
uma decisão que fizesse mais sentido para todos. Passou o dia andando de um lado para o
A porta se abriu e Lily respirou fundo. Lorde Medford entrou, seu semblante
agora?
Lily estremeceu. Ele ouviu os rumores. Claro que ele ouviu os rumores. E sob sua
Lily se apertou. Ele estava sendo tão gentil. Gentil e civilizado. Assim como sempre foi.
Ela se sentou com relutância. Virando o rosto para ele, ela mordeu o lábio.
— Comprometida?
— É por isso que estou aqui. Preciso responder à minha primeira oferta de
Ela olhou para as mãos dobradas em seu colo tão serenamente, desmentindo
completamente sua agitação interna.
— Essa é a primeira vez que você me chama de James. Você sabia disso?
— Por favor, acredite que eu nunca teria machucado você propositalmente. Mas
nós não nos amamos. Você sabe disso. Eu já aproveitei muito sua amizade. Eu não posso
— Eu lhe devo uma explicação. Eu deveria ter respondido a sua proposta naquele
— É complicado. Eu não posso explicar para você porque… — Ela mordeu o lábio.
— Tem mais alguma coisa. — Lily fechou os olhos brevemente. — James, eu… não
A pele ao redor dos olhos dele se enrugou. Ele estendeu a mão e apertou a mão dela.
— Eu sei, Lily. Eu soube no momento em que ouvi o boato de que você se casou com ele.
— Eu sinto muito.
Medford levantou-se e afastou-se dela, com os braços cruzados atrás das costas.
—Estou preocupado com você, Lily. Você não o conhece como pensa. Existem
Medford se virou para encará-la, com uma expressão atenta nos olhos.
— Ele vai participar de um torneio esta noite. Um grande torneio ilegal no Rookery.
está esfregando os cotovelos com os vermes das ruas. Este é o homem com quem você está
pensando se casar.
— Esse é o tipo de vida que você deseja para si mesma? O tipo de marido que você
— Minhas desculpas por incomodar você, Lily. É só que… — ele respirou fundo. —
Há outra coisa.
Uma pontada de medo apertou seu peito. Ela olhou para ele.
— O quê?
Lily segurou o braço da cadeira. Um ilegítimo? Uma criança de cinco anos de idade?
— Seu peito estava em um giro. — Não. Isso não pode ser verdade. Quem te disse
uma coisa dessas? — Mas o nome Justin conjurou uma lembrança. Mestre Justin, da carta
Medford baixou as mãos para os lados. Ele se moveu para onde ela se sentou e se
— Os rumores têm sido desenfreados desde a sua suposta fuga. Tudo o que alguém
pode falar é sobre você e Colton. — Ele zombou da última palavra. — Lily, estou com
medo por você. Se você for se casar com ele, pode ficar viúva novamente mais cedo do que
pensa. Eles dizem que Gilbert Winfrey é o favorito para ganhar, mas o homem nunca joga
limpo. Se Devon vencer, ele pode acabar do lado errado de uma faca. Não se case com ele,
Lily.
passaria por seus lábios secos. O jogo era horrível o suficiente, mas agora ela devia temer
pela vida de Devon? Que outros segredos ele estava escondendo dela? Ela podia
Lily chegou à casa da cidade de Devon quinze minutos depois. Ela saltou pelos
degraus da carruagem e correu para a casa. Respirando fundo, ela subiu as escadas para o
Devon ainda estava lá. Ele não saiu para o torneio ainda. Ela fechou os olhos
brevemente e soltou sua respiração reprimida. Ele estava seguro. Por ora.
Ela se mudou para o quarto, observando-o. Ele estava dando os últimos retoques
em sua gravata. Ele inclinou a cabeça para ela quando ela apareceu atrás dele no espelho.
— Quem é Justin?
— Lorde Medford me contou. Justin é seu ilegítimo, não é? De cinco anos atrás? É
— Minha ex-amante.
Ela fechou os olhos, disposta a fazer as perguntas das quais não queria saber as
respostas.
— Você a amava?
Ele se virou para encará-la de frente. Ele deu dois passos na direção dela, estendeu
— Eu posso entender que você esteja chateada, Lily, e eu vou te contar tudo o que
— Você deve confiar em mim, só por esta noite. Eu prometo que vou explicar tudo
amanhã.
Lily se afastou dele. Ela andou de um lado para o outro, os braços cruzados sobre si
novamente.
— Se você for se casar com ele, você pode ser viúva novamente mais cedo do que pensa. Ele
Ela se virou para Devon, sua voz tremendo, sabendo que todo o seu futuro seria
— Devon, eu não posso casar com você a menos que você prometa nunca mais
jogar de novo. Prometa-me que você não jogará no torneio esta noite.
Devon soltou o fôlego. Movendo-se para ela, ele estendeu a mão e traçou o polegar
— Lily. — Ele sussurrou baixinho. — Essa é a única promessa que não posso fazer.
Ela fechou os olhos e os apertou. Oh, Deus, ela não aguentaria. Ela o amava. Ela
sabia. E ela não suportava a ideia de algo acontecer a ele… mas também não suportaria se
casar com ele e depois perdê-lo. Não. Ela não podia amar esse homem e manter seu
— Vá se for preciso. — Ela sussurrou em voz baixa. — Mas eu não estarei aqui
A voz de Devon era uniforme, medida, mas o fogo brilhava em seus olhos escuros.
— Depois de tudo o que aconteceu, por que você não confia em mim?
— Você manteve seu filho em segredo de mim todo esse tempo. Que outros
segredos você tem, Devon? Eu não posso ser a esposa de um jogador sem dinheiro.
Ele endureceu e foi para trás dela. Seu sussurro áspero caiu em seu pescoço e a fez
querer e fez com que ela se odiasse por o querer. Sua voz era dura.
— O dinheiro é tão importante para você? Então parece que nós dois devemos fazer
olhos.
Ela viveu toda a sua vida controlada por homens. Não podia mais fazer isso. Devia
tomar conta de seu próprio destino e se isso significava viver separada dele, que assim
fosse.
Não. Dinheiro não era a única coisa que importava no mundo, mas sem isso, como
eles poderiam se alimentar? Como poderiam manter Annie segura? O crédito de Devon
acabaria eventualmente. Lily passou a infância preocupada com a sorte de sua família em
meio às dívidas de seu pai. Como poderia Devon entender o quanto a assustava estar ao
sabor de um vício?
Ela apertou os braços ao redor de si e tentou evitar que sua voz tremesse.
— Adeus, Devon.
Devon passou por ela em direção à porta e Lily esperou até que não pudesse mais
ouvir o clipe de suas botas nas escadas antes de cair no chão. Ela não podia, não permitiria
que um homem destruísse suas emoções novamente. Se ela se casasse com Devon, daria a
ele as chaves de seu coração sem garantias. Ela tinha que sair. Ela devia ir.
pensou que teria o que sempre quis. Agora ela sabia que não teria nada.
Rookery. Jordan Holloway sentou-se em frente a ele. Fosse qual fosse a loucura temporária
que tenha dado em Devon quando ele pensou que poderia se casar, Lily já tinha acabado.
Graças a Deus.
Lily deu-lhe um ultimato. Ultimatos nunca sentaram bem com ele. Derrotar
Winfrey, recuperar seu anel de sinete, essas eram duas coisas que ele prometeu ao pai e
não quebraria essa promessa. Se ele o fizesse, seria como seu maldito pai.
Sim, ele poderia ter explicado tudo a Lily, dizer a ela porque tinha que ir, mas ela
imediatamente pensou o pior dele. Ela não confiava nele. E confiança era algo que ele
— Estou pronto para acabar com isso, isso sim. — Ele calçou as luvas.
Jordan assentiu.
— Fico feliz por estar com você. Certamente haverá problemas. Como seu pai
— Bem simples. Meu pai nunca ganhou. Enquanto ele desse dinheiro a Winfrey e
— Mas seu pai esperava que você vencesse eventualmente. Ele deve ter sabido que
— Não se engane. Meu pai nunca colocou as pessoas à frente do dinheiro nem por
Quando a carruagem parou em frente a uma loja podre no Rookery, Devon esticou
porta quebradiça e desordenada. Os moleques de rua corriam até eles e puxavam seus
casacos.
— Por favor, chefe, por favor. Você pode me dar um xelim? — um garotinho
implorou.
Devon olhou para as crianças e engoliu em seco. Eles estavam todos desgrenhados
e desleixados. Sem mencionar que pareciam meio famintos. Ele considerou suas
escuros. Parecia não ter mais que a idade de Justin. Devon engoliu em seco novamente. Foi
apenas uma sorte que Justin tenha tido um pai que o acolheu, deu-lhe uma educação, na
verdade o reivindicou. Algumas dessas crianças eram, sem dúvida, produtos de casos com
amantes, como Justin era. Devon tirou um punhado de moedas do bolso e jogou uma libra
que Jordan havia tirado dinheiro de sua própria capa e jogou-o para as crianças, mesmo
Os dois homens continuaram passando pelos ouriços e abriram caminho pela porta
que mal se agarrava à estrutura, sustentada apenas por dobradiças enferrujadas. O cheiro
que o atingiu oprimiu Devon. Ele pressionou as costas da mão no nariz. Havia comida
apodrecida espalhada no chão, homens bêbados urinavam nos cantos e o fedor de corpos
sujos o envolvia.
arrojada de vagabundos já habitava a maioria das cadeiras frágeis que cercavam a mesa.
Gilbert Winfrey estava sentado à cabeceira, um rei imundo inspecionando seu reino sujo.
Devon estremeceu. Como seu pai conseguiu aguentar isso? Manter esta companhia?
Fazer parte disso? O jogo não apenas era um hábito nojento que arruinava vidas e famílias,
como também tornava falsos amigos nos mais improváveis compatriotas. Apenas provou
a doença que seu pai tinha, o vício total do jogo que tomou conta de sua vida e arrancou
— Ah, Colton, você está aqui. — disse Winfrey. Ele estendeu a mão e ofereceu a
Devon um lugar no lado oposto da mesa. Devon observou os homens com os olhos
apertados. Havia o grupo habitual de suspeitos, uma variedade de homens que também
permitiam ao jogo roubá-los de tudo. Era trágico, na verdade. O coração falhou. Mas esses
homens estavam fazendo isso para si mesmos e não tinham mais ninguém para culpar.
Devon pensou em suas esposas e filhos em casa, as pessoas dependendo desses homens
Seus pensamentos se voltaram para Lily. Ela pensou que seria uma delas se eles
tivessem se casado. Ela tinha tão pouca fé nele que se recusou a esperar e ouvir sua
Devon sentou-se à mesa e Jordan se sentou vários passos atrás dele ao longo da
— Eu acredito que estamos todos aqui agora. — Anunciou Winfrey. — Deixe o jogo
começar. — Ele sorriu com seu sorriso de dentes tortos. — A primeira aposta é de
— O jogo é faro1, rapazes. — disse Winfrey para a mesa como um todo. — e McGee
é a banca. Somos todos apostadores esta noite. Incluindo Sua Senhoria aqui.
homem de aparência questionável, com um bigode ainda mais questionável. Devon olhou
para McGee com cuidado. Então seu olhar deslizou para as cartas. Sujas e rasgadas, elas
— Cuidado, Senhoria, você não quer acabar com uma faca na barriga por me
chamar de trapaceiro.
Devon assistiu o acordo com cuidado. Seus anos de jogo lhe ensinaram muito e ele
sabia quando estava sendo enganado, quando o truque de uma mão puxava uma carta do
fundo da manga. Se Winfrey arriscaria trair o primeiro acordo ou se ele planejava acalmar
suas vítimas com uma sensação de segurança, Devon não sabia, mas as cartas na banca
pareciam ter sido embaralhadas de forma justa. Desta vez, pelo menos.
— Quer uma bebida, Senhoria? — Winfrey perguntou, olhando para Devon com
cuidado.
— Não. — Devon cortou. — Algo me diz que manter o meu juízo sobre mim será
Winfrey rosnou novamente, mas acenou para um criado para trazer bebidas para a
mesa inteira. Logo, canecas de cerveja foram colocadas na frente de cada jogador. Devon
ignorou a dele.
experimentar qualquer coisa servida neste estabelecimento. Por mais charmoso que seja,
Winfrey grunhiu com a resposta de Jordan e voltou para o jogo. Ele jogou alguns
vales na mesa. Os outros homens os observaram com cuidado e fizeram suas apostas.
banca.
Devon observou o homem sentado à direita de Monty. Ele era o dono da caixa e
garantiria que a banca não estivesse manipulando as cartas. Mas Devon não tinha esse
problema. Sua mente mantinha os números na cabeça em perfeita ordem, e para cada duas
E ele venceria.
***
Cinco horas depois, Devon olhou para Winfrey do outro lado da sala coberta de
fuligem e fumaça. Todos os outros homens haviam perdido há muito tempo todos os
xelins com os quais vieram. O próprio Devon havia perdido milhares. Os dois únicos
jogadores que ainda estavam no jogo eram Devon e Winfrey. O olhar de Devon deslizou
pela mesa até a mão de Winfrey. Um anel de granada e ouro piscou para ele através da
— Devon disse calmamente. — Dê-me mais uma mão para tentar recuperar meu
dinheiro.
— Assim como um maldito Colton. Nem sei quando você foi superado. Você só tem
Devon assentiu.
— Ah, por que não? Será para mim um prazer tomar os últimos dez anos de você,
Winfrey se endireitou.
— Como assim? Eu nunca tive medo de um Colton. Seu pai ainda estaria me
pagando, se não estivesse seis pés abaixo do chão agora. — Ele riu um riso doentio.
Devon apertou a toalha com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
— Parece que você está com medo de mim. Caso contrário, você apostaria tudo o
— Por que eu deveria me incomodar? Nós dois sabemos quem está saindo daqui
— Então você não se importaria de me dar uma chance de recuperar meu dinheiro.
de dinheiro para frente. — Aposto tudo. Cinco mil libras. O pote inteiro.
— Bem? — Winfrey cuspiu no chão sujo ao lado dele. — O que você diz, Sua
Senhoria?
Devon descartou duas cartas. Winfrey descartou duas. Mais quatro foram
distribuídas.
Devon manteve o jogo se movendo rapidamente. Quanto mais rápido o jogo, maior
a vantagem que ele teria. Mais duas cartas descartadas, mais duas aceitas. Winfrey limpou
o suor da testa.
Uma.
murmurando uma série de palavrões que chamuscavam o pelo das orelhas de um bêbado.
— Diabos. Como você fez isso? — Ele deu ao crupiê um olhar maligno. O crupiê
Sem dizer uma palavra, Devon botou o dinheiro em sua bolsa e levantou-se para
sair.
— Ao diabo, Colton. — gritou Winfrey. — Eu não sei que magia sombria você usou,
mas você tem que me dar uma chance de ganhar o dinheiro de volta agora.
— O prazer é meu. — Ele fez uma pausa. — Você tem dez libras?
Winfrey rosnou.
— Muito bem. Mais uma vez, foi meu prazer. — Devon se virou para sair e Jordan
puxou o anel de ouro e granada de seu dedo. — Eu vou usar isso como vale.
Winfrey jogou o anel na mesa. Ele rolou pela madeira manchada e parou na frente
quando menino e sonhava em possuir um dia. O valor da peça, seu ouro e granada,
poderia valer quinhentas libras ou muito mais, mas Devon nunca se importou com seu
valor monetário. A peça fora um símbolo de sua ancestralidade. Era para ficar na família,
ser amado, protegido e dado a… seu próprio filho um dia. Não para ser jogado em uma
— Como sei que essa quinquilharia vale alguma coisa? — Devon conseguiu dizer
uniformemente.
***
Meia hora depois, Devon se levantou para sair de novo. Ele puxou todo o pote de
dinheiro de volta para sua bolsa. Olhou para Winfrey com um desgosto excruciante.
Os olhos de Winfrey quase saltaram das órbitas e a boca tinha um brilho de espuma
— Você trapaceou quando jogou com meu pai e todo mundo sabe disso. Você
manipulou as cartas, tinha cartas marcadas. Eu diria que você nunca jogou uma mão
Todos os outros homens ao redor da mesa se viraram para olhá-lo com olhos
— Não pode ser novidade para todos vocês que esse homem é um trapaceiro.
Houve um raspar afiado de uma cadeira contra o chão e Jordan levantou-se, com o
— Ouvir isso em voz alta e diretamente no rosto do homem é chocante para esses
senhores, sem dúvida. — Ele disse. — Eu me arrisco a adivinhar que nenhum deles jamais
— E você, Colton? — Winfrey zombou. — Você nega me enganar esta noite? Você
ganhasse as poucas vezes que nos enfrentamos antes. Fiz você pensar que era melhor do
que realmente é. — Ele sorriu para o canalha e viu quando o rosto marcado de Winfrey
caiu.
— Como você ousa! — Winfrey gritou, seu rosto ainda mais seco. — Como ousa…
Devon se aproximou dele. Ele cuspiu suas palavras com os dentes cerrados.
— Meu pai nunca foi particularmente bom com números, mas eu sou. Você tem
Winfrey espumava pela boca e dava a impressão de que o vapor podia sair de suas
orelhas.
Devon riu.
— Antes de dizer qualquer coisa que você possa se arrepender, eu vou pegar o
resto dos meus ganhos. — Ele pegou o anel de ouro da mesa suja, jogou no ar e pegou na
— Isto é pelo meu pai. — Ele sussurrou para Winfrey. — Suas mãos imundas nunca
— Não posso dizer que foi um prazer. — Jordan olhou a multidão e o lugar. — Suas
— Eu já tenho o que vim pegar. — Devon disse, esfregando o anel com o polegar.
homem tropeçou caindo no chão embolorado. Jordan pisou nas costas do homem e
Com as mãos levantadas, os outros homens recuaram devagar. Dois deles saíram
correndo da sala.
O homem gigante e careca no canto olhou para Devon e Jordan com uma
os pés volumosos.
— Agora não, Monty. — disse ele com os dentes cerrados. — Veremos Lorde
Colton e Lorde Ashbourne novamente em breve. — Ele estalou os próprios nós dos dedos
Devon e Jordan rapidamente saíram pela porta quebrada e foram para as ruas onde
os moleques ainda se amontoavam e imploravam. Devon jogou uma pequena bolsa para
A carruagem partiu a bom ritmo e Devon bateu com os nós dos dedos ao longo do
assento.
— Só havia uma coisa que eu queria. — Devon estendeu a mão e olhou para o anel.
E eu tenho isso.
Mas mesmo quando disse as palavras, Devon sabia que elas não eram verdadeiras.
A única coisa que ele realmente queria provavelmente acabara de fazer as malas.
Lily se olhou no espelho. Ela ainda parecia cansada. As bolsas sob os olhos não
Fazia uma semana. Uma semana desde que ela e Annie apareceram na porta da
prima Althea e ainda sentia como se seu coração tivesse sido arrancado do peito.
Ela suspirou. Isso meramente exigia tempo. Chegar a Northumberland foi a coisa
certa a fazer. Não foi? Ela mordeu o lábio. As últimas palavras que Devon pronunciou
repetiram-se repetidamente em sua mente. Parece que nós dois devemos fazer o que é preciso
fazer.
E isso é exatamente o que ela fez. Muito bem. Era verdade que Lily estava
apaixonada por Devon, mas o homem não podia dar a ela a única coisa que a faria se
sentir segura. Sua promessa de parar de jogar. E se ele não pudesse fazer uma coisa tão
simples assim, ela nunca poderia amá-lo completamente. Abrir o coração para ele
completamente.
Mas ela não conseguia parar de pensar nele também. Ele e toda a situação confusa.
Sem dúvida, até agora, Devon havia dito a toda cidade que eles não eram realmente
casados. Ela lamentou que ele tivesse que lidar com as consequências. Mas era apenas
Que assim seja. Ela não podia viver com seus segredos e vícios. Ele tinha um filho,
uma criança que ela nunca conhecera. Não, ela não poderia viver com seus segredos. Mas
Os muitos filhos de sua prima eram charmosos e inteligentes. Ela gostava de passar
tempo com eles. Ela podia ver-se vivendo uma vida aqui entre eles, observando-os crescer.
sempre que tinha um momento para si mesma. Nunca teria seus próprios filhos. Ela não
conseguia se impedir de imaginar como Justin era. Ele tinha o cabelo escuro do pai? Os
olhos dele?
— Prontos para a nossa caminhada? — Lily perguntou com sua falsa voz de alegria.
alcançou Lily.
— Você está parecendo pior e pior. — disse Annie, levantando as saias para
— Isso é muito gentil de sua parte. — Lily passou o braço pelo da irmã. Ela não
— Eu teria pensado que o ar do campo faria maravilhas para você, mas você está
tão melancólica, alguém pensaria que você anseia por seu amor perdido ou algo assim. —
Lily observou as pequenas cabeças loiras das crianças balançando pelos salgueiros.
— Eu me pergunto por que você parece tão feliz aqui. — Ela disse para Annie. —
Não era você que se recusava a vir para Northumberland, não importava pelo quê?
— Ah, que diferença faz alguns dias. Arthur não estava agindo como eu esperava, e
achei que a atitude dele poderia se beneficiar da minha ausência por um tempo.
— Bem. Atrevo-me a dizer que você está se tornando mais experiente, Srta. Anne?
— Você mencionou alguns dias. Mas percebe que ficaremos aqui indefinidamente,
— Houve outra razão pela qual vim, Lily. Eu pensei que a jornada aqui seria boa
para você. Você foi tão insistente em sair de Londres. Pensei que finalmente perceberia o
erro que estava cometendo ao tentar deixar seus problemas para trás.
Lily parou de andar e se virou para a irmã. Ela soltou a respiração em um suspiro
longo e cansado.
— Se eu estava tentando deixar meus problemas para trás, não funcionou. Não
— Eu sei. Você está loucamente apaixonada por Lorde Colton, minha querida irmã,
novamente.
— Não. — Sussurrou.
— Você vê? E é óbvio para qualquer um que viu vocês dois juntos que Lorde
— Ele simplesmente não consegue tirar os olhos de você. Você o tem totalmente
— Eu não enlouqueci. Qualquer um pode ver isso. Você não pode vê-lo porque está
ocupada demais tentando puni-lo pelo que ele lhe fez há cinco anos. Você nem está
Lily se inclinou e arrancou uma margarida do chão. Ela girou a flor branca ao redor
em seus dedos.
eu sou rica.
marquês. Ele poderia escolher qualquer moça rica. E acredite em mim, há muitas que
dariam seus olhos para se casar com ele, mesmo depois de lerem seu panfleto assustador.
Lily gemeu.
— E daí? — Annie puxou a margarida dos dedos moles de sua irmã e apertou-a
contra o nariz.
— Annie, do que você está falando? Você está falando em enigmas e não faz sentido.
Lily. Mas onde isso te levou? Desamparada e infeliz, é onde está. Você é obcecada em
controlar tudo, mas o que isso te resultou? Uma irmã desafiadora e um coração partido.
Você já vem fazendo isso há algum tempo. Posso sugerir tentar do meu jeito, por uma vez?
Lily franziu a testa, as palavras de sua irmã não se formando coerentemente em seu
cérebro ainda.
— Seguir seu coração, é claro. Você ama Lorde Colton desesperadamente e todo
mundo sabe disso, menos você. Vá até ele. Diga-lhe que sente muito. Deixe-o explicar.
Você preferiria ter uma vida preenchida com o conhecimento de que estava certa, ou uma
vida vivida com o amor da sua vida? Lily, você vai ficar bem. Mas você deve aprender a
deixar se levar.
Soltar-se. As palavras ecoaram pela mente de Lily. Lágrimas brotaram nos olhos
dela. Annie estava certa. Sua irmã, sua irmãzinha, que sempre achara tola e precisava de
orientação, era a que apontava o óbvio e fazia tudo parecer tão simples. Lily amava Devon.
palmas.
— Por que, prima Lily? — uma das garotas falou de volta do outro lado do campo.
até usar essa palavra, mas tem sido uma maldita semana, e temo ter que pendurá-lo em
Eles estavam sentados no Brooks's, e Jordan rolou a cabeça para trás e para frente
— Você é mais que livre para ir embora, Ashbourne. — A voz de Devon foi cortada.
— Não. Eu pretendo vigiar você nessa bebedeira horrível. Juro que não te vejo
assim desde que seu pai morreu. Na verdade, eu diria que desta vez é uma visão pior. Sua
Devon rosnou.
— Justin está seguro. Eu nunca permiti que ele me visse em tal estado.
Jordan assentiu.
— Bem, eu não vou discutir com a parte do tolo, mas você pode começar
Devon levou a garrafa aos lábios. Ele tinha dado ao lacaio um guiné para trazer a garrafa
desde… bom Deus, provavelmente a última vez que fiz isso. — Ele sorriu ironicamente.
lugar me aborrece. Eu tenho melhor conhaque em casa. Meu casaco, por favor. — Ele
— Tome cuidado, Colton. — Jordan avisou com um suspiro. — Nesse ritmo, você
Devon e Jordan foram até a porta da frente do clube e abriram a porta, tropeçando
— Maldito menino. Você deve pegar sua moeda de volta. A carruagem ainda não
O som de cascos batendo contra a terra batida da rua penetrou na névoa bêbada de
Devon. A noite estava estranhamente quieta, exceto pelo barulho feito pelo cavaleiro
solitário se aproximando. O ar estava frio. Imagens desfocadas diante dos olhos de Devon.
O brilho de seu anel de sinete chamou sua atenção. Ele puxou-o de seu terceiro
— Você valeu a pena? — ele perguntou ao objeto inanimado. — Você valeu? — Ele
Quando soltou, sua mão escorregou e o anel caiu no degrau em frente a ele. O som
Nele.
cavaleiro que caiu em uma pilha na rua. Jordan virou-se, seu manto esvoaçando atrás dele
como um espectro vindo à vida. Ele gritou por socorro e o som ecoou no prédio.
Jordan correu até ele, pegou-o pelos ombros e o puxou para cima. A cabeça de
Devon caiu. Um brilho chamou sua atenção. A frente da camisa estava manchada de
vermelho.
saias, ela subiu os degraus de dois em dois. Ela passou pela porta do quarto de Devon e só
parou quando o viu, descansando calmamente na cama. Seus olhos estavam fechados, seu
cabelo escuro caía sobre os olhos, o peito subia e descia em paz. Ele dormia. Ela apoiou a
mão contra o coração, fechou os olhos e soltou a respiração reprimida que carregava por
mais de um dia desde que recebera a notícia de que Devon estava ferido. Ela ouviu os
Londres estivera na mesma estalagem com uma cópia do Times na mão. Aparentemente, a
cidade inteira estava ansiosa com a notícia de que o marquês de Colton quase fora
assassinado.
sombrio da sala.
— Você veio.
Lily correu para frente e pegou a mão de Devon. Esfregou as pontas dos dedos ao
— Eu não achei que você se importasse, Lady Merrill. Você o deixou, não foi?
Lily se virou para ele, seus cabelos soltos balançando por cima do ombro.
— Eu só saí porque, porque… eu estava tão preocupada com ele. E eu estava certa
Ela apertou a mão de Devon. Estava morna. Era tão bom. Um pouco áspera e tão
familiar. Agarrando-o, ela esfregou as costas da mão dele contra sua bochecha.
— Recuso-me a dignificar isso com uma resposta. — Ela manteve os olhos treinados
no rosto de Devon.
— Sra. Merrill, a verdade é que sempre soube que você se importava com ele. Eu vi
o jeito que você costumava segui-lo como uma colegial apaixonada quando tinha
novo respeito pelo amigo mais próximo de Devon. — Por que você duvida que eu me
importo?
— Porque eu nunca fui chamado de tolo por alguém tão amável antes.
— Oh, sem dúvida. — Ele se curvou para ela. — Agora, vou deixar você sozinha
com ele.
— Por favor, me chame de Jordan. — Ele apontou para Devon na cama. — Ele está
muito melhor. Mas não o deixe te enganar. A bala passou direto pelo ombro. Se ele não
— A propósito. — Ele disse com um tom muito mais claro em sua voz. — Como
está essa sua irmã espirituosa? Você a trouxe com você ou ela está causando estragos em
— Annie está aqui e bem. E agradeço novamente por sua ajuda no caminho para
Gretna.
— Foi meu inteiro prazer. — Jordan piscou para ela novamente antes de sair do
quarto.
Lily arrastou uma cadeira até a beira da cama e sentou-se esfregando a mão de
Devon pelo que pareceu uma hora. Finalmente, seus longos cílios escuros se abriram e ele
— Não, não. Não se mexa. Você não deve se esforçar. Eu falei com o médico. Ele
disse que quanto menos ativo for, mais rápido vai se curar.
Ele grunhiu.
— Devon, você foi baleado. Você não será o mesmo por um tempo. Você precisa
descansar. — Ela parou por um momento e olhou para as mãos. — Eu ouvi que Winfrey
foi morto.
— Sim. Ao contrário do que pensei, veio ele mesmo. Eu tinha certeza que enviaria
um lacaio para fazer o trabalho sujo. Ele deve ter sido consumido pela vingança para
Lily estremeceu.
— Bem, é verdade, mas ele pagou por isso com sua própria vida. Jordan é um bom
atirador. Mira incrível, realmente. Estava escuro como o pecado naquela noite. — Ele
respirou fundo. Sua voz era dura. — Lily, por que você está realmente aqui?
— Eu sinto muito, Devon. — Ela se esforçou para dizer cada palavra. — Eu nunca
— Não. Você não precisa. Por que você está realmente aqui?
— Devon, eu não me importo com o jogo, o dinheiro. Nós podemos conviver com
isso, com Justin, tudo. Quando você se machucou, ficou ainda mais claro para mim. Eu te
amo.
— Droga, Lily, eu não sou um jogador e nunca fui. Foi tudo uma farsa, tudo… —
Ele parou, estreitando os olhos no rosto dela. — Nada disso importa agora.
— Você nunca esteve disposta a confiar em mim. Você me abandonou duas vezes.
— Não. — Ela sussurrou. — Não diga isso. Você não pode pensar isso.
— Sim. Eu penso.
— Não é verdade. Por favor, Devon. Você deve nos dar outra chance.
— Não.
— Não podemos tentar? Começar de novo? Fingir que os últimos cinco anos nunca
aconteceram?
— Impossível.
— Mas não precisa ser. Você me pediu para confiar em você, Devon. Ouvir. Eu
Devon virou a cabeça para longe dela no travesseiro. Sua voz era solene.
Um peso esmagou o peito de Lily. Ela não conseguia respirar. Ela fechou os olhos.
Lily chegou à porta do Lorde Medford com sua irmã, dois criados e dois cachorros
indecisos a tiracolo.
— Eu não tenho outro lugar para ir. — Ela disse, com a cabeça baixa. Em questão de
horas, Medford tinha toda a sua pequena casa organizada na casa da cidade que eles
ocuparam anteriormente.
— Eu não sei como posso recompensá-lo pela sua gentileza, James. — disse Lily
naquela tarde quando se sentaram para tomar chá. Ela acabara de contar a ele toda a
sórdida história de sua tentativa de voltar com Devon. E seu subsequente humilhante
fracasso.
das minhas autoras mais famosas definhar nas ruas, posso? Além disso, eu não tenho
nenhuma dúvida de que quando Colton finalmente recuperar o juízo e perceber o que
perdeu, ele será grato a mim pela gentileza que eu mostrei com você.
— Eu acredito em muitas coisas, James, mas você fazer isso como um favor para
— Estou fazendo isso por você, Lily, e só você, mas a verdade é que eu descobri
— Eu não tenho certeza se quero ouvir isso. A última vez que você tinha notícias
— Na verdade, tudo que descobri desta vez fez o sujeito parecer positivamente um
santo.
Lily tomou um gole de chá. Ah, creme e açúcar. Velhos amigos. Ela sentia falta deles.
— Parece que ele está escondendo sua riqueza da alta sociedade há vários anos. Ele
fez uma fortuna usando sua propensão para números enquanto jogava e, em seguida,
em outros lugares ele não faz nada além de vencer. Ele fez uma série de investimentos
Parece que o passatempo de Colton é se tornar rico sem ninguém saber. Ele nunca
— Então, por que ele precisava participar? Isso não faz sentido.
— O quê?
— Órfãos?
— Recentemente. Ele deixou uma quantia muito grande de dinheiro para ajudar a
estabelecer uma casa onde crianças indesejadas possam morar. Eu suspeito que sejam as
juntas.
— Acredite, eu não gosto de pintar Colton como um santo, especialmente aos seus
— Não. — Medford riu. — Não que eu saiba. Mas ele fez outra coisa.
Medford suspirou.
soubesse que você estava em tal situação, eu mesma teria feito isso.
— Bom Deus. Como ele sabia? E mais importante, por que faria uma coisa dessas?
Lily suspirou.
— Meu palpite? Ele não queria que você o quisesse pelo dinheiro. Colton se deu ao
queixo na mão.
— Tenho certeza. — Ela assentiu devagar. — Eu não posso evitar. Acredite em mim,
eu faria se pudesse.
Medford assentiu.
— Muito bem. Eu tenho uma última revelação e você pode se preparar para essa.
— Parece que ele nunca negou sua fuga. Colton não disse a uma alma… que eu
— Aqui é um clube. O que mais devemos fazer aqui se você se recusar a jogar cartas?
Nós não podemos ir atirar no parque até que você tire essa tipoia do seu braço. E o Senhor
— Meu Deus, homem, você não tem sido absolutamente divertido desde que foi
baleado. — Jordan jogou as mãos no ar. — Apenas diga a Lily que você é indecentemente
— Eu não tenho intenção de fazer isso. — Devon abriu o papel na frente do rosto.
— Por que diabos não? — Jordan pediu outra bebida ao lacaio que passava.
— Precisamente.
— Ela não me deu uma chance para explicar. Ela fugiu. Dizer a ela que sou rico é
exatamente o oposto do que devo fazer. Se ela não me quer por mim, não vou tentar atraí-
la com dinheiro.
— Muito bem. Diga-me você. O que exatamente você acha de dizer a ela que eu sou
rico?
superestimado?
— Lily tinha que confiar em mim em seus próprios termos. Ela não confiou. Eu me
— Até que você tenha que estar na companhia dela algum dia. Como hoje à noite
— Eu não vou aos Stanhopes. Eu vou a Colton House para ver Justin.
— Não, mas tenho medo de ficar em pé o dia todo, esperando pelo convite.
— Você está certo. — Devon deu-lhe um sorriso fino. — Muito bem. Fora com isso.
— Você vai direto ao ponto, não é, Colton? Eu odeio dizer isso, mas sempre gostei
dessa qualidade sua. Muito bem. Eu não vou gastar seu tempo. Lily está hospedada em
— Eu suponho que ela voltou correndo para você depois que eu a mandei embora.
— Como você pretende fazer isso quando toda a sociedade pensa que você já é
casado?
— Você é ingênuo, Medford. Você sabe que tudo pode ser controlado quando
sussurrado para a fofoqueira certa com a quantidade certa de confiança. Eu vou rir disso.
— Mesmo. E o que é?
Jordan fez um movimento em direção a Medford, mas Devon parou seu amigo com
— Sinta-se à vontade para nos dizer por que você está aqui antes que o príncipe
— Você é um tolo, Colton, porque teve o amor da mulher mais perfeita do mundo e
jogou fora. Lily não está comigo. Ela nunca esteve. Ela não aceitou minha oferta. Na
Devon estreitou os olhos em Medford, mas ele não disse uma palavra.
— Ela quer você. — Medford continuou com um suspiro. — Embora Deus saiba
que nunca vou entender o porquê. Ela quer você e sempre quis. Lily estava pronta para se
casar com você, mesmo depois que se recusou a parar de jogar, mesmo quando acreditava
que você estava destituído. — Ele riu uma risada sem humor. — Eu sou mais rico que o
maldito papa, muito mais rico do que você jamais poderia ser. Se Lily estivesse atrás de
verdade, ela pretende voltar para a casa da prima e viver na pobreza. Você é um tolo,
O peito de Devon se apertou. Cada palavra que Medford dizia era verdade. Ele
sabia disso. Ele só não tinha percebido o quanto iria doer. E ele queria matar Lorde
sorriso apertado.
— Não se preocupe, Colton. Eu ficarei ao lado dela até que ela supere você.
Devon tirou o cabelo de Justin dos olhos e puxou o cobertor sobre o menino
perto da janela, e um diário cheio de números estava aberto, uma longa sequência de
Devon ainda usava uma tipoia no braço direito. Com a esquerda, ele tomou um
gole da garrafa que estava carregando e foi até a mesa. Pousando a garrafa
momentaneamente, ele correu o dedo pela fileira de números. Corrigiu. Tudo certo. Justin
Justin rolou em seu sono e Devon levantou o dedo para silenciar a governanta. Ela
assentiu e ele se dirigiu para a porta, a garrafa ainda pendurada na ponta dos dedos. Uma
vez que ambos estavam no corredor, a Sra. Appleby fechou a porta atrás deles.
— Devo dizer que estou surpresa em ver você aqui, milorde. — Ela disse. — Eu
pensei que não voltaria até o aniversário do Mestre Justin. Você trouxe sua noiva com você?
— Sim, bem, o destino tem a maneira mais inesperada de mudar os planos às vezes.
sobre o peito.
— Se você precisa saber, estou indo direto para a biblioteca e à próxima garrafa de
Seus passos foram longos, mas a Sra. Appleby conseguiu manter o ritmo. Ela
— Se você não se importa de eu dizer, milorde, você parece cansado. Seus olhos
Devon gemeu.
— Parecem semanas, na verdade, e sim, eu me importo com o que você diz. — Ele
empurrou a porta da biblioteca com o ombro bom e marchou para dentro. Várias velas já
estavam acesas. Elas piscaram pela brisa causada pela porta se abrindo. Devon foi direto
para o aparador.
A Sra. Appleby enrubesceu com sua repreensão, mas ela atravessou o tapete em
direção a ele com um olhar determinado em seus normalmente suaves olhos azuis e
— Não pode ser bom para sua recuperação beber assim. — ela disse.
— Mestre Devon. — Ela sussurrou baixinho, com carinho em sua voz. — O que
— Você não me chama de Mestre Devon desde que eu usava shorts, Sra. Appleby.
Ela assentiu.
— Eu não precisei.
— É um dos meus muitos deveres, milorde, e você sabe que eu me orgulho do meu
Ela deu um tapinha no assento da cadeira almofadada ao lado dela e esperou que Devon
se juntasse a ela.
— Não é nada.
— Astuta, eu te digo.
— Não é nenhum mistério, quando eu soube que você se casou e apareceu aqui,
Devon suspirou.
— É mais complicado que isso. Pedi-lhe para casar comigo e depois mandei-a
embora.
Devon rosnou.
— Suponho que Medford é um cavalheiro, mas é mais complicado que isso ainda.
Eu nunca contei a ela sobre Justin ou minha promessa ao meu pai. Era com ela que eu
planejava casar há cinco anos antes de tudo isso… Ah, eu não sei porque eu me importo.
Ela se ergueu do assento, foi até o aparador e serviu dois copos de conhaque.
Devon a observou com um meio sorriso no rosto. Ela retornou, entregou-lhe o copo e
Ela sorriu um sorriso sem humor e descansou o copo na barriga sobre o avental.
— Eu preciso de uma bebida para te contar essa história. Prometi a seu pai que
— Veja, eu lembro daquela noite quase cinco anos atrás, quando você veio correndo
Devon assentiu.
— E você veio, assim como sempre fez. Você sempre foi um menino tão leal. — Ela
sorriu para ele, antes de continuar. — Appleby, seu pai disse, não se atreva a dizer uma
palavra do que você sabe para Devon quando ele chegar aqui. E Deus sabe que eu me preocupei
— Mestre Devon. A verdade é que sua amante, Celine, veio ao seu pai meses antes
de Justin nascer. Você estava fora do país na época. Ela disse a ele que estava carregando
— Continue.
— Seu pai a mandou embora. Ele disse que não tinha intenção de pagar pelo seu
bastardo. Muito ruim para Celine, ela nem percebeu que seu pai não tinha dinheiro. E é
— Se esse era o caso, como Justin veio para cá e por que meu pai me convocou?
— Essa foi a pior parte, milorde. Seu pai não queria nada com Justin. Ele disse a
Celine que ela e o bebê poderiam viver nas ruas… até o conde de Merrill lhe fazer uma
visita.
— Ele ainda não era o marido de Lily. Na verdade, é por isso que ele veio. Veja, ele
estava cortejando Lily na época. Parece que ele sabia que você competia com ele e não
gostou. Nem um pouco. Ele disse ao seu pai para te chamar ao lar. Para afastar você de
— Isso não faz sentido. Por que Merrill pediria ao meu pai uma coisa dessas? E por
— Você não entende? — Sra. Appleby continuou. — Seu pai devia dinheiro ao
conde de Merrill, muito pelo que entendo. Então seu pai lhe pagou com um favor. Merrill
queria você longe de Lily e, em troca, ele perdoou a dívida de seu pai.
— Agora isso soa como meu pai. Mas o que Justin tem a ver com isso?
— Seu pai passou dias tentando pensar no que atrairia você e não conseguia pensar
em nada. Finalmente, ele percebeu que seu filho era a coisa perfeita. Ele encontraria o bebê
— Ela não desistiu. Seu pai contratou um homem em Londres para encontrá-los.
Até o momento ele não sabia o que tinha acontecido com Celine, ela tinha morrido no
parto no dia anterior. As outras mulheres no abrigo onde ela estava hospedada cuidavam
do bebê.
Devon baixou a cabeça entre as mãos. Sua voz era um sussurro áspero.
— Meu pai sabia que eu tinha um filho neste mundo, mas não tinha intenção de me
dizer até que fosse adequado aos seus propósitos. Ele permitiu que Celine morresse
sozinha. Ele teria permitido que Justin fosse criado na sarjeta. — Devon olhou para a Sra.
— Ele me fez prometer. Ele me fez prometer em seu leito de morte… Ele fingiu se
— Mestre Devon, seu pai sempre soube que você era mais cheio de honra do que
ele jamais foi. Ele sabia que você não abandonaria o menino nas ruas que você não
recusaria nada pelo seu filho. Ficou claro que você não se importava com dinheiro para si
mesmo, mas ele sempre quis que você usasse sua habilidade com números para restaurar
seus cofres. E ele finalmente encontrou o plano perfeito. Ele usou você, Mestre Devon.
— É por isso que não consegui localizar Celine todos esses anos.
— Isso foi minha culpa, milorde. Eu te enganei nisso também. Todas as cartas que
você escreveu para ela… tentando encontrá-la, garantir que ela estava bem. Eu nunca as
enviei. Eu sabia que não havia lugar para elas irem. Me desculpe, milorde. Eu não culpo se
você me dispensar sem uma referência pelo que eu fiz. Eu sei que não é desculpa, mas é
por isso que eu não contei por muito tempo. Estava preocupada com a minha posição. Eu
sei que foi errado de minha parte. — Ela baixou a cabeça. — Muito errado.
Devon ficou de pé e andou pela sala. Virou seu estômago pensar em quão perto
Justin tinha chegado de uma vida nas ruas. Justin, que era tão inocente quanto Devon no
— Você não deveria ter mantido tais segredos, Sra. Appleby, mas eu posso
entender por que você fez. Meu pai não era alguém a quem desafiar.
o propósito que serviria e fiquei com medo… por mim. — Ela empurrou o lenço para os
— Eu não poderia mais te deixar nas ruas do que eu poderia deixar minha própria
mãe.
— Ninguém. Ninguém. Estou certa disso. Eu estava aqui no dia em que o bebê
chegou e nunca falei sobre isso com os outros criados. Seu pai não permitiria a fofoca.
— Veja por que você continuará mantendo esse segredo. — Devon ordenou. —
Justin já terá uma vida bastante difícil sem que os detalhes de seu nascimento sejam
conhecidos.
— Sim, milorde, claro. O que você quiser. — Ela balançou a cabeça. — Me desculpe.
— Você não precisa pedir desculpas, Sra. Appleby. Meu pai era um infeliz.
— Sim, milorde. — Ela assentiu solenemente. — Devo preparar seu quarto, mestre
Devon empurrou seu copo meio vazio para longe. Ele pressionou a palma da mão
na testa, a frieza do anel de sinete dos Colton deslizou contra sua têmpora. Ele tirou o anel
do dedo e olhou para ele até que seus olhos ficaram desfocados.
O maldito anel. Jordan lhe perguntou uma vez por que ele não comprou outro para
substituí-lo. Se tivesse sido assim tão simples. Não, esse anel havia sido ganho com cada
Ele cerrou o punho, apertou-o até a palma da mão doer. O que ele tinha desistido
em troca deste anel e pelas promessas que fez a um homem que não tinha honra?
Lily.
Ela era exatamente quem ele achava que era há cinco anos. Verdadeira. Original.
Ela teve que lutar por si mesma todos esses anos e nada tinha sido fácil. Ela viveu no
inferno. E conseguiu como só ela podia, com uma força nascida da necessidade.
Ele a amava há cinco anos porque ela ignorou todos os rumores. Ela o viu e só a ele.
Ele não se importava mais com a maldita carta que ela havia escrito. Ela teria se casado
com ele se ele viesse por ela naquela manhã. Ele sabia disso. Ele leu a verdade em seus
Sim, Lily sempre o viu. E agora ele a viu. Exatamente como ela era. Amorosa, forte
e voluntariosa.
Devon fechou os olhos e virou a cabeça para o teto. É irônico que ele se considere
tão bom em jogos de azar. Ele sempre foi tão habilidoso em cartas. As cartas eram como
pessoas, previsíveis, fáceis de adivinhar. Mas não Lily. Ela era completamente
Devon abriu os olhos e olhou para o anel novamente. Medford estava certo. Ele era
— Não, Sra. Appleby, não vou ficar esta noite. Estou voltando para Londres.
— Você não fez nada além de ficar lamentando-se nessa casa na última quinzena.
— Eu não estou deprimida. — Lily acariciava Leo, que estava enrolado em uma
— Sim você está. — A voz de Mary flutuou para fora do quarto de vestir ao lado.
A empregada colocou a cabeça para fora da porta e Lily mostrou a língua para ela.
— Muito bem. O que, exatamente, vocês duas acham que devo fazer sobre isso? —
perguntou Lily.
— Estou tão feliz por você ter perguntado. Nós temos pensado nisso, Mary e eu, e
— Não, claro que você não gosta, mas deixe tudo por nossa conta.
Anne olhou para Mary e de volta para Lily novamente e deu uma risadinha.
— Sim, Lorde Colton prometeu seduzi-la uma vez, não foi? Agora é sua vez.
— Algo me diz que você aprendeu o que significa a palavra seduzir. — Ela
— Você gosta da ideia ou não? O baile dos Stanhopes é hoje à noite e Lorde Colton
certamente estará presente. Parece que você tem duas escolhas. Você pode sentar aqui e
— Ainda não.
Lily contemplou o assunto por um momento. Ela pulou da cama e foi até o espelho.
Ela olhou seu reflexo. Tirou um lenço do corpete, enxugou os olhos cansados e assoou o
Não era um jogo. Ela amava Devon, diabos, amava-o e queria casar com ele. E
enquanto seu primeiro casamento poderia ter sido uma farsa, seu segundo seria um
sucesso, não importa o que ela tivesse que fazer para que isso acontecesse.
Ela beliscou a cor de volta em suas bochechas e sorriu, já se sentindo melhor. Ela
não era de desistir. Ela não era uma perdedora. Não importava o que tinha acontecido
cinco anos atrás. O que importava era o que ela tinha encontrado nos braços de Devon
recentemente. Devon disse a ela que não era um jogador. Ela acreditou nele. Ele a amava.
dois.
Lily se levantou e empurrou um cacho rebelde atrás da orelha. Ela era linda, não é?
Ou então as pessoas diziam isso. E Devon a queria. Ou, pelo menos, ele tinha mostrado
isso. Sim, havia uma maneira de recuperá-lo que não poderia falhar. Devon poderia ter
sido o único a seduzi-la pela primeira vez e ele tinha manipulado sua habilidade como um
mestre. Bem, desta vez ela seria a única a exercer sua habilidade.
— Mas, milady, esse está cortado tão baixo, eu preciso refazê-lo para você.
— Precisamente. — Lily respondeu com um brilho nos olhos. — Por isso eu quero
usá-lo.
Mary corou, mas acenou com a cabeça e voltou para o camarim para recuperar a
roupa escandalosa.
Lily flutuou até a penteadeira e tirou um pote de rouge, um pote que nunca havia
usado antes.
— Sim. Eu pretendo me divertir muito esta noite. Eu pretendo seduzir meu futuro
marido.
— Eu juro que não sei porque permito que você me envolva nessas coisas sórdidas.
— Não finja por um momento que você não me pediu para acompanhá-la esta noite
— De forma enlouquecedora. Eu quero que ele fique tão enciumado que não possa
enxergar direito.
Medford riu.
— Feliz por ajudar. Poucas coisas me dão mais prazer do que deixar Colton com
raiva. — Ele enfiou a mão debaixo do braço e levou-a mais para dentro da sala.
Lily olhou em volta. Todos os olhos estavam sobre eles. Ela engoliu em seco.
com a visão de você nesse vestido… — ele permitiu que seus olhos mergulhassem
adoração de você.
deles.
A cabeça de Lily se levantou para olhar. Sim, lá estava ele. Ela apertou a mão
enluvada contra a barriga. Ela não esperava estar tão ansiosa. Seu olhar seguiu-o.
Devon se moveu pelo salão de baile. Apesar da tipoia que ele usava em um braço,
parecia devastadoramente bonito em seu traje noturno preto perfeitamente adaptado. Ele
parou em uma coluna a poucos passos de distância e apoiou o ombro bom contra ela. Lily
observou-o. Seu estômago torceu em nós, enquanto lindas damas se aproximavam dele
rechonchuda que riu de tudo que ele disse e tocou seu braço com demasiada frequência.
Lady Weston.
— Dance comigo, Medford. — Ela disse, sem tirar os olhos de Devon e Emma, Lady
dançaram. E o tempo todo, Lily garantiu que seu sorriso mais radiante estivesse em seu
rosto. E ela cuidadosamente se assegurou de nunca, jamais, olhar para o lado de Devon.
***
uma maneira de ficar com Lily sozinho a noite toda, mas aquele incômodo, Medford,
O olhar de Devon passou pelo salão de baile. Lily estava em um grupo de pessoas
Devon rosnou baixinho. Ele enfiou a mão boa no bolso e estreitou os olhos nela. Ela
estava usando aquele vestido lavanda, aquele com o decote que ele não podia ignorar. Era
isso. Ele tentou o jeito educado por tempo suficiente, agora era a hora da ação.
Ele caminhou até o grupo, sua determinação se fortalecendo a cada passo. Ele
agarrou Lily pela cintura com o braço bom, levantou-a e jogou-a facilmente sobre o ombro
não ferido.
Lily engasgou.
uma desculpa.
empurrou o outro homem, Lily esmurrando suas costas, e saiu do salão de baile. Ele não
parou até que abriu as portas de madeira da biblioteca do Stanhopes. Deu dois passos para
dentro da sala e jogou Lily sem cerimônia no sofá antes de voltar rapidamente para as
portas e trancá-las.
violetas para ele. Ela levantou do sofá. Sua respiração veio em baforadas violentas, seus
adoráveis seios subiram e desceram em seu ousado decote com cada inalação. Seu corpo
inteiro tremeu.
A maçaneta tremeu.
— Diga a ele para ir embora. Diga a ele, ou por Deus, vou matá-lo. Eu juro.
***
O peito de Lily ainda está sobressaltado. Só Deus sabia o que havia acontecido com
Devon. Ela sabia que ele não iria machucá-la nem a Lorde Medford também, mas não fazia
— Estou bem, James. — Ela disse, fazendo o melhor possível para fazer sua voz
soar confiante.
— James?
— Tem certeza, Lily? — A voz de Medford penetrou nas pesadas portas. — Apenas
— Não, James, de verdade. Eu estou bem. Por favor, apenas nos dê alguns minutos.
— Vai acabar eventualmente. Além disso, eles acham que somos casados. Até onde
Lily pressionou a mão contra o peito, desejando que seu batimento cardíaco
— Tudo bem então, Lorde Colton, sobre o que você queria conversar?
— Isso é surpreendente. Você parece ter feito muito isso com Lady Weston esta
Suas costas atingiram a parede mais distante, impedindo-a e Devon avançou. Ele
ficou na frente dela, pairando sobre ela, colocando-a no canto, com o braço bom apoiado
contra a parede do lado do rosto. Sua respiração cheia de conhaque estava quente em seu
pescoço.
— Você não pode acreditar que eu tenha cobiçado Lady Weston quando a tive em
minha visão periférica a noite toda como uma deusa descendo do céu.
Sua boca se abaixou para capturar seus lábios e Lily deixou de pensar. Sua boca
reivindicou a dela, devastou. Seus lábios forçaram os dela separados e sua língua entrou
pesadamente.
Odiar você? Dificilmente. Droga, Lily, eu passei a última quinzena tentando, mas não
posso.
— Isso não é romântico? — Ela virou a cabeça e deu um passo para passar por ele,
— Não.
— O quê?
— Quando você acena com a mão no ar assim, você está tentando ser irreverente.
Mas eu sei que isso significa que você se importa mais do que pode dizer.
Ela engoliu em seco. Eles estavam tão perto que ela podia distinguir a íris escuras
de seus olhos.
— Por que você não disse a alguém que não somos casados?
Lily virou a cabeça para o lado. Lágrimas surgiram em seus olhos. Lágrimas.
Lágrimas reais. Deslizaram, sem serem convidadas, por suas bochechas. Ela cerrou os
— Devon, não…
Ela enxugou as lágrimas com as pontas dos dedos. Ela se virou para ele então, e a
— Eu não odeio. — Ela balançou a cabeça. — Eu nunca odiei. Eu tinha tanta certeza
— Eu nunca quis te machucar da primeira vez. Mas você escolheu se casar com
Lorde Merrill.
— Eu só concordei em casar com o conde depois que recebi sua carta naquela
manhã, dizendo que você tinha mudado de ideia e deveria se casar com uma garota com
um dote maior.
— Eu nunca escrevi uma carta. — Lily respirou. — Eu… — Lily se deu conta,
entendendo finalmente tudo. Ela apertou o lenço. — Oh Deus. Foi minha mãe. Eu sei disso.
Eu sempre me perguntei como ela veio a mim tão rapidamente naquela manhã. Era como
se ela soubesse que eu estava esperando. Ela foi tão rápida em me dizer que eu estava
errada sobre você, para me consolar, para sugerir que eu me casasse com Lorde Merrill.
Devon cerrou o punho com tanta força que seus dedos estalaram.
— E meu pai não estaria acima de tal coisa como forjar uma nota minha também.
— Nós culpamos um ao outro todos esses anos, quando nossos pais foram culpados.
— Mas essa não foi a única coisa que nos separou. — Ela respirou profundamente e
se virou para encará-lo. — Devon, por que você jogou de novo se você detestava? Por que
— Você tem que entender, Lily. Eu fiz uma promessa para um moribundo… meu
Devon soltou o fôlego. — A história que circulamos na cidade foi que Justin era
época que Justin nasceu. Foi durante o inverno e nós simplesmente dissemos a todos que
ela morreu no parto. A maioria dos servos nem sabia de nada. Apenas a Sra. Appleby, a
Devon puxou-a num abraço. Lily descansou a cabeça contra o peito dele. Seus
lábios roçaram o topo de sua cabeça. Lágrimas deslizaram por suas bochechas e Devon
— Eu quero que você saiba por que foi tão difícil confiar em você. Eu estava com
tanto medo. Meu pai estava sempre jogando e eu nunca me senti segura. Não era sobre
dinheiro. Nunca foi sobre dinheiro. Foi sobre segurança. Eu nunca me importei que você
— Porque você disse que nunca poderíamos voltar. Muita coisa aconteceu.
O coração de Lily parou. Ela sabia disso. Ainda era tarde demais.
Devon puxou-a para baixo ao lado dele no assento da janela próxima. Suas
— Nós nunca poderíamos voltar, Lily. — Ele repetiu. — Mas podemos avançar
juntos e construir algo melhor, algo mais forte que o passado. Eu perdi você duas vezes.
Uma vez por causa dos esquemas de nossos pais e novamente devido ao meu próprio
orgulho e tolice. Eu não posso te perder de novo. Eu não vou te perder novamente.
Ele beijou seus lábios. Tão suavemente, tão docemente. Lily queria chorar mais. Ela
— Tem mais uma coisa que devo te contar, Lily. — Havia um sorriso em sua voz. —
Eu sei que você tem coragem de se casar com um cara pobre que não tem nenhum tipo de
renda além de seus ganhos de apostas, mas a verdade é que sou muito rico.
Ela sorriu contra o peito dele. — Medford me contou. — Ela admitiu. — Mas você
— Alguns dias atrás. Ele também me disse que você pagou todos os meus credores.
— Ela olhou para as mãos. — Quando você descobriu que eu era pobre?
— Quando vi o Sr. Hogsmeade saindo de sua casa naquele dia que fui com o Bandit.
Eu o reconheci das muitas visitas que ele fez ao meu pai ao longo dos anos. Depois disso,
Lily suspirou.
— Tem sido uma luta há muito tempo. Mas eu ainda não entendi. Por que você
— Você aprende rapidamente quem são seus amigos verdadeiros em tal situação.
Lily assentiu.
— Incluindo eu?
— Deus, Lily. A razão pela qual eu me tornei rico, a razão pela qual eu trabalhei tão
duro nisso, foi por você. Eu acreditava que você recusou a minha oferta por causa da
minha falta de dinheiro e isso me deixou louco. Sim, eu fiz isso por Justin e meu pai, mas
também fiz isso por você. Eu ganhei o anel de sinete dos Colton de volta. Mas o tanto que
eu quase desisti por esse maldito anel. A maldita promessa que fiz ao meu pai indigno era
mais importante para mim do que o que poderíamos ter tido. Eu te afastei para me
proteger. Eu percebo isso agora. Esperava o pior de você. Em vez disso, mostrei o pior de
— Eu também te amo, Lily. Eu te amei desde que dançamos nos jardins em seu
— Não, mas sou parcialmente culpado. — Ele caiu de joelhos no chão ao lado do
assento da janela. Apertou a mão dela. — Lily, eu te amo e nunca vou te deixar esquecer.
Estou pedindo pela terceira vez, pela última vez. Você quer se casar comigo?
— Sim, Lorde Colton. Pela terceira vez, a última vez, aceito casar com você.
Devon piscou para sua nova esposa enquanto caminhavam de braços dados pelo terreno
de Colton House. Eles passaram o dia inteiro comemorando com seus amigos e familiares
— Sem dúvida. — Lily sorriu e apertou o braço de Devon. Justin correu até eles, um
— Justin é um menino tão maravilhoso e ama o filhote que você deu a ele como
presente de aniversário.
caminho a pé.
— Sem dúvida, você terá todo o grupo desorganizado de cachorros daqui a pouco.
Jordan Holloway os alcançou, um sorriso torto no rosto enquanto lhes dava uma
saudação alegre.
— Parabéns, Lorde e Lady Colton. — Ele balançou sua cabeça. — Devo dizer que
vocês dois demoraram para ficarem juntos, mesmo depois de todas as minhas
maquinações.
— Do que você está falando, Ashbourne? Você quer dizer que tentou nos casar?
=— Eu pareço lembrar que você me deu um discurso sobre como Lily tinha me
— Perfeito. Não foi? Começar os rumores e a aposta no clube foi apenas a primeira
parte do meu plano. Tão dedicado, eu estava mesmo disposto a levar uma surra por isso.
— Agora eu sei que você enlouqueceu. Você tem sido firmemente contra o
casamento há anos.
— Um fato que não posso negar. — respondeu Jordan. — Mas você estava tão
determinado a ficar preso a uma perna, eu não poderia permitir que você o fizesse com a
Lily riu.
— Obrigar esse homem a perceber que ele não poderia viver sem você, minha
— Não nos deixe impedir você, Ashbourne. Ouvi dizer que Lorde Hawkins está
trabalhando com a coragem para propor em breve. Talvez você devesse salvá-lo dessa
terrível instituição.
— Talvez eu devesse. — Ele apontou o chapéu para eles e saiu pelo gramado.
— Devon, olha, Anne parece estar se divertindo muito, não é? — Lily apontou para
suspirou. — Eu espero que Anne encontre o tipo de amor que temos. O Sr. Eggleston não é
remotamente certo para ela, é claro, mas estou esperando que Anne perceba isso em seu
próprio tempo.
— Ela é uma jovem forte, muito parecida com a irmã dela. Tenho certeza de que
tomará a decisão certa. — Ele parou e virou Lily. — Agora, Lady Colton, tenho uma
pergunta a fazer.
— Admita. Você enviou aquela cópia dos «Segredos de uma Noite de Núpcias»
— Bem, a verdade é que… eu, ah… mandei entregar uma cópia pessoalmente à Srta.
Templeton.
Em vez da raiva que ela esperava, Devon deu uma risada, os olhos brilhando com
diversão.
— Como eu suspeitava. — Ele respondeu. — Mas por que você fez isso?
— Li o seu anúncio de noivado no Times. Eu não podia deixar você se casar. Não
quando eu te amava tão desesperadamente… e especialmente não com uma tola como
— Ah, minha querida, nunca mude. — Ele recuou. — Já que você confessou, eu
— Sim?
— Fui eu quem começou os rumores sobre nós fugirmos para Gretna Green.
0— Devon Marcus Sandridge Colton. Como você ousa? — Mas o sorriso dela
— Você está certo. Eu deveria ter assumido que era você desde o começo.
— O que é isso?
— Abra.
Ela abriu a tampa e gritou. Deitada em uma almofadinha de veludo azul escuro
felicidade com você, Devon. Eu suponho que eu cometi uma grave injustiça com as jovens
da alta sociedade escrevendo «Segredos de uma Noite de Núpcias». Mas não se preocupe.
Eu farei a coisa certa. — Ela assentiu. — Vou escrever uma retratação rapidamente.
Valerie Bowman é uma autora vencedora de vários prêmios, que escreve romances
O romance de estreia de Valerie foi publicado em 2012. Desde então, seus livros
receberam resenhas estreladas da Publisher’s Weekly, Booklist e Kirkus. Ela foi indicada
Romance Histórico Amor e Riso. Dois de seus livros foram nomeados para o Prêmio
Kirkus de ficção.
Valerie cresceu em Illinois com seis irmãs (ela é a número sete) e uma grande
College, mudou-se para a Flórida na primeira oportunidade que teve. Valerie agora vive
em Jacksonville com sua família, incluindo seus cães patifes. Quando ela não está
escrevendo, ela fica ocupada lendo, viajando ou vacilando entre assistir TV de realidade
maluca e PBS.
Mas sua mãe está decidida a ver a filha casada antes do final da temporada. Amélia
cumprirá seu dever. Desta vez, ela tem uma lista dos homens mais velhos e mais titulados
na cidade que estão procurando por uma esposa. Ela vai se casar com um deles. Mas antes
Ela pede a ajuda do Sr. Thaddeus Hammond, um mero senhor que está cheio de
escândalos, mas pior, é o melhor amigo de seu irmão morto. Thad nunca contou a história
do que aconteceu na noite em que o irmão de Amélia morreu, mas ele fez uma promessa.
A emoção da fuga
A Srta. Anne Andrews está finalmente livre para se casar com o homem que ama.
Com sua irmã superprotetora fora do país em sua lua de mel, nada pode impedir seu voo
para Gretna Green – nada, a não ser, um sequestro pelo cavalheiro errado.
seu melhor amigo, ele não percebeu que ela seria tão difícil. Mas quando ele a manda para
a casa de campo dele, para evitar sua fuga, descobre que a beleza tentadora sabe como
lutar. Para piorar a situação, ele está preso no papel de protetor honrado… quando o que
melhor amiga, Annie, tiveram uma ideia brilhante. Elas organizariam um leilão de
solteiros para a caridade. O dinheiro arrecadado seria destinado à Real Sociedade para
temporada pelo seu solteiro escolhido. Quando Frances faz uma oferta por Charlie, a
Um crime notório
mais deliciosa que a sociedade ouviu em anos. Mas para Kate Townsende, a mulher em
questão, poderia ser uma questão de vida ou morte. E quando um nobre astuto e bonito se
oferece para publicar seu lado da história enquanto organiza para um advogado pegar seu
Um desejo chocante
viúva acusada dizer a verdade? No início, James não tem certeza de nada além de seu
Quando Oliver Townsende escapa para a casa de um amigo para uma festa de
Natal, ele pretende evitar as hordas de pessoas, dispostas a perseguir seus passos em
Londres desde que ele herdou um ducado. Ele logo percebe que um pouco da paz e
quietude natalina é demais para ele. Quando encontra a Srta. Cerian Blake, que está se
esquivando de seus indesejados admiradores, os dois decidem unir forças e fingir uma
paixão para manter seus pretendentes afastados. Mas quando um ramo de visco se
envolve, suas brincadeiras no Natal se tornarão um amor para durar todas as temporadas?