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Ser preso tão cedo, não estava nos meus planos, são momentos como esse que me

pergunto se a maré do destino está ventando ao meu favor. Parece que foi ontem que a
minha liberdade de uma diplomacia hostil tinha se concretizado. Meus familiares não tão
afetuosos e tão pouco felizes com um casamento arranjado, destruiram a única coisa que
criaram juntos “EU”. Falta de amor paternal preenchido com muita disciplina e punição, e
em seu rosto dava pra ver uma ponta de felicidade no que fazia. Já a minha grandiosa mãe,
dona de grandes negócios em nossa comunidade, nem sequer olhou em meus olhos, o
máximo que tinha de seu afeto, era o desdém de uma criança “impura” que havia gerado,
mas o pior que não era só ela, mas a cidade gerava murmúrios sobre.
Em meio a esse mundo fui sendo forjado para algo que nunca me perguntaram se
eu queria, me ensinaram manejar uma espada como a velejar em mar aberto para que
mercadorias valiosas fossem levados com segurança e zelo, exemplar de quem tinha poder
de um alto escalão, dias assim em um determinado nau, contendo vários adornos elegantes
e sua proa cheirava como novo, encontrei um lugar escondido e talhei meu nome nele
dizendo a mim mesmo que um dia ele seria meu. indo até a proa, sentindo o cheiro do mar
me dava a liberdade que eu nunca tive, mas o almejo de viver por ele só aumentava.
Chegando proximo dos meus 20 anos aguentando tal tortura e sofrimento, tantas
chibatas e cortes em meu corpo, finalmente tive o prazer de retaliar um braço do meu
agressor em um treinamento, não contente o amaldiçoei que voltaria para finalizar o que
começará naquele momento. Peguei alguns objetos de valor daquele lugar e taquei fogo em
todo lugar, deixando assim a casa em brasas. Causando um tumulto e alvoroço, aproveitei a
oportunidade de levar aquele barco, seguindo minha vida em liberdade, Senti que o pai de
todos naquele dia olhará para mim e que não deixaria um dos seus filhos viver daquele
jeito.
Velejando em marés clandestinas, cheguei em um local onde bucaneiros
frequentavam. Tavernas lotadas de sangue e murros. Em meio tempo, achando alguns
tripulantes de pouca valia e bem peculiares, como um contramestre que tinha uma perna de
pau, um anão forte que tinha medo de altura e outro um com mão cortada mas subia em
qualquer lugar como ninguém e vários outros, não eram muito promissores, porém, sabiam
o que faziam. Após algum tempo em alto mar, aportamos em um bar de uma cidade pacata,
“Bafo de Dragão”, um lugar não muito bem cuidado, porém, continha o que todo mundo
queria. RUM, com poucos recursos decidimos pegar “emprestado” para que nossas
cantigas não soassem tão ruins com aqueles cantores horríveis.
Assim minha jornada com a “Fúria de Aegir” começará. Saqueando aqueles que
estavam ao relento dos 7 mares. Trazendo a sua tripulação para o meu comando ou jogado
aos tubarões. Em meio a saqueios, fomos emboscados pelo comodoro Hering. Cheiro de
pólvora no ar, e um único comando deixava o lugar em fúria. Canhões retumbando os
nossos tímpanos, os meus homens gritando “Capitão, acertaram a vela”, sabia que poderia
estar por fio, mas meu inimigo também estava tendo problemas em seu navio, então disse
“Peguem esses canhões!!! NOSSO INIMIGO CAI PERANTE A FÚRIA DE AEGIR”.
deixando o barco deles em frangalhos, saqueamos tudo que tinha e seus tripulantes foram
beneficiados com um requinte do capitão Bjorn, dizendo para que voltasse com a
mensagem “aqueles que passassem em seu caminho teriam pior destino que a morte”.
voltaram assim para seu nau e zarparam com o rabo entre as pernas.
Com o Fúria avariado, paramos em uma cidade próxima de Aesir para os seus
devidos reparos e melhoria, além do que mantimentos para o navio se manter por vários
dias, isso os deixariam fora de terra firme por um tempo. Quando atracamos, fomos aos
bordéis para a diversão minha e de meus homens, belas damas passavam diante de nós
para o nosso conforto. No dia seguinte, após uma ótima noite, fui surpreendido com os
guardas batendo na porta. Saindo de dentro levando a força, percebi que a dona do bordel
estava contando um punhado de dinheiro e sorrindo, aí então caiu a ficha que “Margo” tinha
me delatado, também percebi que meu barco já não estava mas lá, as coisas só iam de mal
a pior, imagino que aqueles paspalhos deviam ter levado quando tiveram chance.
Agora cá estou, esperando um infortúnio destino para a morte, mas não me darei
por vencido, se você está lendo esse papel rasgado e sujo de sangue deixado em um
crânio na cela, jamais deixará que esse nome seja levado pelas marés, e que continuem
soando mesmo após meu tempo.

Ass: BJORN e seu FURIA DE AEGIR.

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