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G u i l h e r m e F r e i r e d e M e l o B arros

Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais


pela Universidade Federal do Rio de Janeiro —UFRJ (2005)
Ex-Defensor Público do Estado do Espírito Santo (2006-2008)
Procurador do Estado do Paraná (2008)
Pós-graduando em Direito Processual Civil pelo Instituto Romeu Bacellar

E-mail: barrosguilherme@yahooxom.br

DEFENSORIA PUBLICA
L e i c o m p le m e n ta r n °. 80/1994.
Dicas para realização de provas de concursos artigo por artigo

23 edição
Atualizada de acordo com a LC n£ 132/2009
2010
EDITORA.

4
ÍODtVM

EDITORA.
jusPODIVM
www.editorajuspodivm.com.br
Capa: Carlos Rio Branco Batalha
Diagram ação: Caetê Coelho
Caetel984@ gm ail.com

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Dedicatória

Dedico este livro a dois grandes de­


fensores públicos: ANTONIO FORTES DE
PADUA NETO, defensor público do estado
de São Paulo, meu grande amigo desde os
tempos da graduação, que persegue diaria­
mente a aplicação do princípio da isono-
mia entre ricos e pobres; e IARA FREIRE
DE MELO BARROS, defensora pública
do estado do Rio de Janeiro, minha mãe,
responsável direta por todas as conquistas
que tive na vida, pois sempre esteve ao meu
lado. Mãe, obrigado, te amo.
Homenagem

Faço deste livro uma homena­


gem a todas as Defensorias Públicas
do Brasil, em especial à Defensoria
Pública do Estado do Espírito Santo,
que me acolheu e me iniciou profis­
sionalmente. Que este livro seja uma
singela forma de demonstrar meu ca­
rinho e admiração por esta carreira
e esta Instituição, cujo trabalho é tão
nobre e, ao mesmo tempo, lamenta­
velmente tão pouco valorizado.
P ro po sta d a C oleção
L e is E s p e c ia is p a r a C o n c u r s o s

A coleção Leis Especiais para Concursos tem como objetivo prepa­


rar os candidatos para os principais certames do país.
Pela experiência adquirida ao longo dosanos, dando aulas nos prin­
cipais cursos preparatórios do país, percebi que a grande maioria dos
candidatos apenas lêem as leis especiais, deixando os manuais para as
matérias mais cobradas, como constitucional, administrativo, processo
civil, civil, etc.. Isso ocorre pela falta de tempo do candidato ou porque
falta no mercado livros específicos (para concursos) em relação a tais leis.
Nesse sentido, a Coleção Leis Especiais para Concursos tem a in­
tenção de suprir uma lacuna no mercado, preparando os candidatos para
questões relacionadas às leis específicas, que vêm sendo cada vez mais
contempladas nos editais.
Em vez de somente ler a lei seca, o candidato terá dicas específicas
de concursos em cada artigo (ou capítulo ou título da lei), questões
de concursos mostrando o que os examinadores estão exigindo sobre
cada tema e, sobretudo, os posicionamentos do STF, STJ e TST (prin­
cipalmente aqueles publicados nos informativos de jurisprudência). As
instituições que organizam os principais concursos, como o CESPE,
utilizam os informativos e notícias (publicados na página virtual de ca­
da tribunal) para elaborar as questões de concursos. Por isso, a necessi­
dade de se conhecer (e bem!) a jurisprudência dos tribunais superiores.
Assim, o que se pretende com a presente coleção é preparar o leitor,
de modo rápido, prático e objetivo, para enfrentar as questões de prova
envolvendo as leis específicas.
Boa sorte!
Leonardo de Medeiros Garcia
(C oordenad or da c o leç ã o )
leonardo@leonardogarcia. com. br
leomgarcia@yahoo. com. br
www. leonardogarcia. com. br
S u m á r io

Proposta da Coleção Leis Especiais para Concursos.......................... 9

Apresentação da 2a edição....................................................................... 13

Apresentação.............................................. .............................................. 15

Lei complementar n° 80, de 12 de janeiro de 1994.............................. 19

Anexo I
Informativos do STF relacionados à Defensoria Pública................... 203

Anexo II
Quadro Geral de artigos mais cobrados em concurso........................ 213

Anexo III
Entendimentos mais importantes do STJ e do STF............................ 227

Anexo IV
Questões específicas da Defensoria Pública de São Paulo.................. 231

Anexo V
Questões específicas das Defensorias Públicas dos Estados............... 247

Bibliografia................................................................................................ 265

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A p r e se n ta ç ã o d a 2a e d i ç ã o

Foi com grande satisfação que recebi o pedido de atualização deste


livro sobre a Defensoria Pública para lançamento da 2a edição, o que
significa que a receptividade do público tem sido boa.
Para esta segunda edição, a obra foi atualizada para se adequar à
promulgação da Lei Complementar n° 132, de 07 de outubro de 2009,
que alterou diversos dispositivos da Lei Orgânica Nacional da Defen­
soria Pública.
O livro foi ampliado através de novos comentários aos dispositivos,
inserção de novas questões de provas de concursos, bem como de infor­
mativos de jurisprudência.
Além disso, incluímos dois novos anexos. O primeiro compila os
entendimentos mais importantes do STF e do STJ sobre a Defenso­
ria Pública. O segundo contém questões de concursos de Defensorias
Públicas Estaduais que cobraram conhecimento de sua própria lei or­
gânica.
Gostaria de agradecer aos leitores, que fizeram possível esta segun­
da edição. Obrigado pela acolhida. Agradeço, em especial, àqueles que
me escreveram e-mails com dúvidas, comentários, sugestões, críticas.
Esse diálogo me ajuda a reestudar os conceitos doutrinários, ler acór­
dãos, buscar respostas, enfim, pensar sobre a Defensoria Pública. To­
mara que esta nova edição permita que cheguem ainda mais e-mails que
me ajudem a melhorar cada vez mais o livro.
Curitiba, janeiro de 2010.
G uilherm e Freire de M elo Barros
bairosguilherme@yahoo.com.br
A presen ta ç ã o

A proposta deste livro é analisar a Lei Complementar n° 80, de


1994, com os olhos voltados para sua cobrança e aplicação em concur­
sos públicos de ingresso nas carreiras da Defensoria Pública. Essa, ali­
ás, é a diretriz que orienta a Coleção Leis Especiais para Concursos. O
que quero proporcionar ao leitor/concursando é uma ferramenta prática,
de leitura rápida, clara e objetiva.
Para isso, faço alguns esclarecimentos.
A análise não é feita artigo por artigo, mas sim em blocos de artigos,
referentes ao mesmo assunto. Dessa forma, o texto fica menos repetiti­
vo e a análise dos institutos, mais sistemática.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tri­
bunal Federal está inserida dentro da análise do assunto, de modo que o
leitor poderá identificar a interpretação dos Tribunais Superiores acerca
de cada matéria.
De igual modo, as questões de concursos constam logo abaixo do
assunto tratado. O intuito é agilizar a leitura e a compreensão acerca do
modo de cobrança da matéria no concurso público.
Além disso, o livro conta com três anexos. O primeiro apresenta
entendimentos jurisprudenciais pretéritos, para possibilitar ao leitor a
verificação de entendimentos antigos dos tribunais. O segundo traz um
quadro com os dispositivos mais importantes para concursos públicos.
O terceiro elenca algumas questões da Defensoria Pública do Estado
de São Paulo que se referem a matérias específicas de sua lei orgânica.
Por fim, um desabafo.
A Defensoria Pública é Instituição cujo papel constitucional e social
é importantíssimo. Ela lida com aqueles que estão marginalizados, que
desconhecem seus direitos, que não tem o comer ou vestir, que não tem
dinheiro para voltar para sua casa após receber o atendimento (não há
defensor público no Brasil que nunca tenha dado dinheiro a um assisti­
do para pagar o ônibus, ao menos uma vez). A Defensoria Pública luta

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G u i l h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

diariamente, incansavelmente, incessantemente, para levar ao hipossu-


ficiente um pouco de cidadania, de dignidade. Mais do que seu papel
constitucional, essa é forma de a Defensoria Pública contribuir para um
Brasil melhor.
Apesar dessa nobre e relevante função, a verdade é que a Defenso­
ria Pública ainda é muito desvalorizada no país. Sequer todos os estados
da federação criaram e organizaram suas Defensorias Públicas. Muitos
o fizeram de forma tosca, para inglês ver.
A grande maioria das Defensorias Públicas passa por situação se­
melhante à de seus assistidos - penúria, falta de tudo um pouco: o nú­
mero de defensores públicos é pequeno; a estrutura física de trabalho
é ruim; não há atendimento na maioria das cidades do interior; faltam
equipamentos básicos (computador, impressora, máquina copiadora);
não há quadro de servidores administrativos e de apoio; a remuneração
do defensor público é muito inferior à de outras carreiras jurídicas.
A Defensoria Pública que não sofre com esses problemas, como a
do Rio de Janeiro, é não mais do que um oásis num deserto.
É preciso mudar radicalmente esse sinistro quadro. A Defensoria
Pública precisa ser devidamente reconhecida e valorizada. É trabalho
de anos, hercúleo, mas que precisa ser feito por todos aqueles que que­
rem ver uma Defensoria Pública forte, pujante, capaz de prestar ao ne­
cessitado um serviço jurídico de excelência.
E a valorização da Instituição Defensoria Pública começa pela pró­
pria grafia de seu nome. Incrível notar que inúmeras questões de con­
curso contêm o nome da Instituição grafado em minúsculo: defensoria
pública. Nenhuma, porém, apresenta o Ministério Público com grafia
em minúsculo: ministério público - de igual modo, Poder Judiciário
está sempre em maiúsculo. Com razão. Afinal, são nomes próprios de
Instituições da mais alta respeitabilidade no seio de nossa sociedade.
E motivo não há para que seja diferente com a Defensoria Pública -
menos ainda ao considerar uma prova de concurso para ingresso na
carreira da... Defensoria Pública!
Enfim, espero, torço e luto sinceramente para que a Defensoria Pú­
blica alcance seu devido e merecido reconhecimento. Através da união

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A pr esentação

de esforços de todos —defensores públicos de direito, de fato e de cora­


ção (eu) acredito que podemos mudar esse panorama e, quem sabe,
esse desabafo não se tome, em alguns (poucos) anos, obsoleto e ultra­
passado. Será uma grande alegria reescrever esta apresentação um dia
num futuro próximo e afirmar que aquele desabafo ficou pra trás, que
são águas passadas.
Curitiba, janeiro de 2008.
Guilherme Freire de Melo Barros

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L e i c o m p l e m e n t a r n ° 80,
d e 12 d e j a n e i r o d e 1994

-ív^Jí^^êfôSM
J- r í ^óli^^^^^BM
í - ^ i^^^É^SS&f^OT^^eímsiuméhto.
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do.regim edèm oeraticò/ fundam entalmente*-^ p ro-:


V^%mdção:iUqts?'díreitòs.;;h;ümàíiÔs-^-vã:;d^ e -
-extrajudicial, dòs direitos in ü iv id tia ia ^ integral e gra- ;
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-;;-5v^3]pfc^^^ ^ ^ *“HW^/vT?&tv>T: .•.

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.^■•^tlr^à D éfenspiia Púbiica do .Distntò Federal-e^os Tem . -. ’’
V^V-lir^ ás Dèferísorias Públicas dos Estados. . : V

Lei Complementar ne 80/1994: a Lei Complementar que vamos estudar in­


gressou em nosso ordenamento jurídico em 12 de janeiro de 1994, com o
objetivo de organizar a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e
dos Territórios, aiém de prescrever normas gerais para a organização das
Defensorias Públicas nos estados. Ao longo de seus mais de 15 anos de exis­
tência, a Lei Orgânica da Defensoria Pública passou por algumas alterações
legislativas, sendo a mais recente a LC n5 132, de 7 de outubro de 2009.

Defensoria Pública da União


Organiza -
Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios
LC 80/94'
Normas
gerais » Defensoria Pública dos Estados

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G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

2. Divisão de artigos e temas na LC n9 80/94: a Lei Complementar em exame


disciplina a Defensoria Pública como um todo. Para isso, traz disposições
gerais, aplicáveis a quaisquer das suas instituições, nos artigos l 9 a 42.
Em seguida, são apresentadas as normas pertinentes à Defensoria Pública
da União nos artigos 59 a 51. A Defensoria Pública do Distrito Federal e
Territórios é disciplinada nos artigos 52 a 96. Por fim, as normas gerais
para as Defensorias Públicas estaduais estão previstas nos artigos 97 a
135. Os artigos 136 a 149 se referem a disposições finais e transitórias.

W ê Wê ê í
. - Tema : Artigos
Disposições gerais l s a 42
Defensoria Pública da União 52 a 51
Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios 52 a 96
Defensorias Públicas dos Estados 97 a 135
Disposições finais e transitórias 136 a 149

3. Defensoria Pública na Constituição da República: a Constituição da Repú­


blica de 1988 apresenta um extenso rol de direitos e garantias fundamen­
tais em seu artigo 5o, com destaque para o inciso LXX1V, que estabelece
o dever do Estado de prestar "assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos." Para atender a esse direito
fundamental, a Constituição da República de 1988 previu expressamente
a instituição da Defensoria Pública, outorgando-lhe a missão de prestar
serviços jurídicos aos necessitados. Prevê o artigo 134 o seguinte: "A De­
fensoria Pública é instituição essencial à função jurísdicional do Estado>
incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos
necessitados na forma do art. S g, LXXIV
A redação do dispositivo constitucional traz importantes características
acerca da Instituição. Primeiro, trata-se de instituição essencial à função
jurisdicional, o que significa que sua criação e manutenção não são me­
ras faculdades ou opções políticas dos governantes, que poderiam criar
ou extinguir a Defensoria Pública, por conveniência e oportunidade. Pelo
contrário, a criação da Defensoria Pública é dever, é imposição constitu­
cional, de modo que o chefe do executivo que não cria, nem a equipa
adequadamente, está violando a Constituição da República.
O § l 9 do artigo 134 determina que cabe à Lei Complementar organizar a
Defensoria Pública da União e do Distrito Federal, bem como estabelecer

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L ei c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

normas gerais para as Defensorias Públicas dos Estados. Trata-se preci­


samente da LC ns 80/1994, objeto de nosso estudo. Ao lado das normas
gerais trazidas pela Lei Orgânica nacional, os Estados devem criar suas le­
gislações próprias para regera carreira,
Com relação ao ingresso na carreira, o dispositivo constitucional exige a
aprovação em concurso público de provas e títulos.
Ainda no § l 9 do artigo 134, foi estabelecida uma garantia e uma vedação.
O defensor público tem garantida constitucionalmente sua inamovibiíida-
de, o que se significa que não pode ser removido de seu posto de trabalho
- ressalvadas hipóteses excepcionais. Além disso, foi vedado o exercício
de advocacia fora das atribuições institucionais.
A disciplina constitucional da Defensoria Pública segue com o § 29 do arti­
go 134, inserido pela Emenda Constitucional n9 45/2004, que promoveu a
chamada Reforma do Judiciário. O § 22 garantiu às Defensorias Públicas dos
Estados autonomia funcional e administrativa, bem como a iniciativa de sua
proposta orçamentária ~as Defensorias Públicas da União e do Distrito Fede­
ral não foram contempladas com tais autonomias. Por sua vez, o artigo 168
determina que "os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos ór­
gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defenso­
ria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos".
A inserção desse dispositivo na Constituição significou conquista impor­
tante para a Defensoria Pública, pois lhe garante independência para atu­
ar somente com os olhos voltados a seu objetivo constitucional, que é a
prestação de serviços jurídicos aos necessitados.
K CARACTERÍSTICAS PÁ DEFEMSORtÁ PÚ BU ^lsiQ PU N Ò ÇÓNST1TÚÇIONÁL
Função essencial à Jurisdição.______________________________________________________________
Incumbida da orientação jurídica e defesa, em todos os graus, dos necessitados (art.
5S, LXXiV).___________________________________________________________________________________
LC organiza Defensoria Pública da União e Distrito Federa! e estabelece normas ge-
rais para as Defensorias Públicas dos Estados.____________________________________________
ingresso na carreira mediante aprovação em concurso público de provas e títulos.
Garantia da inamovibilidade._______________________________________________________________
Vedação de advocacia fora das atribuições institucionais._______________________________
Autonomia funcional e administrativa e iniciativa de sua proposta orçamentária
(apenas para as Defensorias Públicas dos Estados, não para União e Distrito Federal),
devendo seus recursos ser repassados até o dia 20 de cada mês em duodécimos.

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G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

-> Aplicação em concurso:


• DP/MS - 2008 - VUNESP
Tendo em vista o que disciplina a Constituição Federal a respeito da Defenso­
ria Pública, analise as afirmativas a seguir.
I. A Defensoria Pública é instituição- auxiliar à função jurisdicionaí do Estado,
incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa dos necessitados, na forma
da lei.
II. Lei complementar organizará a Defensoria Púbiica dos Estados, assegurada a
seus integrantes a garantia da inamovibilidade e da vitaliciedade e vedado o
exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
III. Às Defensorias Públicas da União e dos Estados são asseguradas autonomia
funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro
dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
IV. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, excluídos os crédi­
tos suplementares e especiais, destinados aos órgãos da Defensoria Púbiica,
ser-lhe-ão entregues, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês.
Pode-se afirmar que
A) apenas III está correta.
B) apenas IV está correta.
C) apenas I e il estão corretas.
D) nenhuma afirmativa está correta.
Gabarito: letra D.
3.1. Previsão constitucional da Defensoria Pública em doutrina: "Ren­
te ao que foi desenvolvido no n. 14 do Capítulo 1, supra, a respeito do
incentivo que a Constituição Federal de 1988 empresta para o hípossufi-
ciente para tutelar-se juridicamente - noção mais ampla do que judicial­
mente - , o art. 134 daquela Carta criou, inovando, no particuiar, com as
Constituições anteriores, as Defensorias Públicas. [...] Trata-se de passo
fundamental que foi dado pela Constituição Federai em prol da constru­
ção e aperfeiçoamento de um novo Estado Democrático de Direito para
o país. Antes do art. 134, a tutela jurídica do hipossuficiente era não só
incipiente mas, também, feita quase que casuisticamente pelos diver­
sos membros da Federação. O dispositivo da Constituição Federal, neste
sentido, teve o grande mérito de impor a necessária institucionalização
daquela função, permitindo, assim, uma maior racionalização na ativi­
dade de conscientização e de tutela jurídica da população carente, pro­
vidência inafastável para o engrandecimento de um verdadeiro Estado
e do fortalecimento de suas próprias instituições, inclusive as que mais

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importam para o desenvolvimento deste Curso, as relativas à "Justiça".


[...] O ideal, em termos de realização dos valores constitucionalmente
assegurados, seria a Defensoria Pública poder se estruturar e se orga­
nizar com total independência dos demais Poderes e funções públicas
como meio, até mesmo, de bem alcançar seus objetivos" (BUENO, Cas-
sio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: teoria ge­
rai do direito processual civil, vol. I, 2- edição. São Paulo: Saraiva, 2008,
pp. 236-237 ~ grifos do original)
4. Defensoria Pública - conceito e características: a norma prevista no art.
12 foi alterada pela LC n9 132/2009. A redação antiga era repetição da nor­
ma constitucional, que prevê no artigo 134 o seguinte: "A Defensoria Pú­
blica é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados,
na forma do art. 59, LXXIV."
Já a nova redação do artigo l 9 é: "A Defensoria Pública é instituição per­
manente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe,
como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmen­
te, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em
todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos,
de forma integrai e gratuita, aos necessitados, assim considerados na for­
ma do inciso LXXIV do art. 5e da Constituição Federal
O novo artigo l 9 é mais extenso e traz uma série de características impor­
tantes sobre a Defensoria Pública. Já se tinha claro, anteriormente, que se
trata de instituição essencial à função jurisdicional, à qual incumbe a pres­
tação de serviços jurídicos aos necessitados. Da nova redação, extraem-se
também três novos pontos que merecem destaque: expressão e instru­
mento do regime democrático; promoção dos direitos humanos; e defesa
dos direitos individuais e coletivos.
Regime democrático é aquele que permite a ampla participação da po­
pulação nas decisões políticas do país, seja de forma direta (plebisci­
to, referendo) ou indireta (eleições), mediante mecanismos de escolha
transparentes, honestos e livres. A construção de uma sociedade demo­
crática passa necessariamente pela constante vigilância social de nossos
governantes, através do controle de seus atos, de suas opções políticas.
A busca por fazer valer um direito é, um última análise, uma forma de
efetivar e reafirmar a Constituição da República e nossas instituições de­
mocráticas. Nesse ponto, o trabalho da Defensoria Pública é bastante

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G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

significativo, porque, na medida em que presta a tutela dos direitos dos


necessitados, leva democracia e cidadania aos marginalizados, àqueles
que constantemente estão alijados dos processos decisórios - sendo
lembrados, lamentavelmente, quase sempre, apenas em época de elei­
ções.
De igual modo, foi expressamente incluído no dispositivo a missão da
Defensoria de promover os direitos humanos. Essa alteração faz parte de
um movimento político-legislativo já bastante claro de priorização da tu­
tela dos direitos humanos. A aprovação da EC n9 45/2004 acrescentou o
§ 39 ao artigo 5 2 da Constituição para prever que: "Os tratados e conven­
ções internacionais sobre direitos humanos que foram aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacionalem dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitu­
cionais." Além desse dispositivo, foi criado o incidente de deslocamento
de competência da Justiça Estadual para a Federal em caso de violação
dos direitos humanos (art. 109, V-A e § 59). Mais uma vez, assim como
na consolidação do regime democrático, a Defensoria Pública tem papei
relevante na promoção dos direitos humanos, pois é a Instituição que
lida diariamente com aqueles que mais sofrem com a violação de seus
direitos.
No que se refere aos direitos individuais e coletivos, a alteração consagra
definitivamente a questão da legitimação da Defensoria Pública,para a
tutela coletiva. A Lei n9 11.448/2007 já havia efetivado a alteração na Lei
de Ação Civil Pública. Agora a questão passa a figurar expressamente da
Lei Orgânica da Defensoria Pública.
Ainda com o objetivo de consolidar a Defensoria Pública como único
ente com atribuição constitucional e legal para prestar assistência ju­
rídica ao necessitado, a LC n9 132/2009 inseriu o § 5S ao artigo 45, que
prevê o seguinte: "A assistência jurídica integral e gratuita custeada ou
fornecida pelo Estado será exercida pela Defensoria Pública "
Aplicação em concurso.
• DP/MG - 2004 - Fundep.
Entre as normas da Constituição Federal sobre a Defensoria Pública, NÃO se
inclui:
E) Trata-se de instituição essencial à função jurisdicional do Estado.
O item está correto. Por isso, nao deve ser assinalado.

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* DP/ES - 2009 - CESPE.


"A defensoria pública, na-atual CF, é considerada como instituição permanen­
te e essencial à função jurisdicional do Estado"
O item está correto.

* DP/SP - 2009 ~ FCC. -


"O direito fundamental àassistência jurídica integral e gratuita, previsto
constitucionalmente e instrumentalizado peia Defensoria Pública, compre­
ende a: ~ •
A) atuação processual do Défensòr Público do.Estadó até o segundo grau de
jurisdição" , .
O item está incorreto; por isso, não deve ser assinalado.

5. Conceito de necessitado: outro ponto de destaque trazido pela LC ns


132/2009 é a modificação da parte firia! do artigo l 9. Antes constava
que a Defensoria Pública prestava assistência jurídica aos "necessitados,
assim considerados na forma da lei." O paradigma agora é constitucio­
nal/pois o dispositivo remete ao-inciso LXXIV do art. 5q da Constitui­
ção, que prescreve: "o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos." A insuficiên­
cia de recursos deve ser analisada com base no princípio da dignidade
da pessoa humana, de asserito constitucional {art. 12, lll). A atuação da
Defensoria Pública é voltada para a prestação de assistência jurídica ao
necessitado, assim entendido aquele que não tem condições que ar­
car com as despesas inerentes aos serviços jurídicos de que necessita
{contratação de advogado e despesas processuais) sem prejuízo de sua
subsistência.
A Lei n9 1.060/50, no parágrafo único do artigo 2®, apresenta um concei­
to legal de necessitado: "Considera-se necessitado> para os fins legais,
todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas
do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento pró­
prio ou da família/' Esse dispositivo contém conceitos jurídicos abertos,
que permitem sua adequação a diversas-situações concretas. Do mesmo
modo, a LC ns 80/1994 não traz um critério objetivo de caracterização de
necessitado.. '
Entretanto, é comupi verificar na legislação estadual que trata da Defen­
soria Pública a fixação de .parâmetros objetivos para caracterização da
hipossuficiência. É o caso dá Defensoria Pública do Espírito Santo, cuja

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G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Lei Complementar n9 55/94 estabelece, em seu artigo 25, § 1$, o seguin­


te: "A insuficiência de recursos ou hipossuficiência, que coloca a pessoa
física em situação de vulnerabilidade e, em relação à parte contrária, é as­
sim considerada desde que o interessado: a) Tenha renda pessoal mensal
inferior a três salários mínimos; b) Pertença a entidade familiar cuja média
de renda per capita ou mensal não ultrapasse a metade do valor referido
na alínea anterior."
Essa disposição não está em consonância com a Constituição da Repú­
blica, nem tampouco com a Lei Complementar ns 80/94. Afinal, é plena­
mente possível que uma pessoa receba mais de três salários mínimos e,
ainda assim, necessite dos serviços da Defensoria Pública. Basta pensar
em pessoa com doença grave, cujas despesas médicas sejam altas, ou
aquele que sustenta família de muitos membros. Nesses casos, a pessoa
faz jus ao atendimento da Defensoria Pública. Qualquer fixação, a priori,
de parâmetro objetivo para caracterização da hipossuficiência não aten­
de a Constituição da República. A avaliação da hipossuficiência deve ser
feita no caso concreto, sendo possível ao defensor público recusar o pa­
trocínio.
Por fim, deve-se ter presente que esse entendimento é válido e pertinen­
te para uma prova discursiva em que o candidato possa demonstrar sua
linha de raciocínio. Em prova objetiva, vale a previsão legal. Se a legislação
estadual possuir previsão de parâmetro objetivo, como a percepção de
salário mínimo, e a questão fizer referência a esse assunto, o candidato
deve pautar sua resposta pela disposição legal.
Ainda sobre o necessitado, atualmente há entendimentos que alargam o
conteúdo do conceito para abarcar não só o carente financeiramente, mas
também o juridicamente vulnerável. É o que se entende por necessitado
jurídico, pessoa que está em situação inferior de vulnerabilidade frente à
outra parte no processo.
-> Aplicação em concurso:
«> DP-ES ~ 2009 - CESPE.
"O critério objetivo de definição da hipossuficiência nas legislações com-
plementares federal e estadual, para fins de assistência jurídica pela defen­
soria pública, é divergente. Justifica-se a utilização de parâmetros distintos
porque os hipossuficientes, no âmbito federal, têm perfil socioeconômico
diferente dos necessitados na circunscrição do estado. No âmbito estadual,
considera-se como insuficiente de recursos aqueie que tenha renda pesso-

26
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

ai mensai inferior a três salários mínimos, ou pertença a entidade familiar


cuja média de renda per capita ou mensal não ultrapasse a metade do valor
referido."
O item está incorreto.

6. Justiça gratuita X assistência judiciária X assistência jurídica: esses três


conceitos não são sinônimos. A justiça gratuita se refere à isenção do pa­
gamento das custas, taxas, emolumentos e despesas processuais. Por sua
vez, a assistência judiciária engloba o patrocínio da causa por advogado
e pode ser prestada por um órgão estatal ou por entidades não estatais,
como os escritórios modelos das faculdades de Direito ou de ONG's. Esse
conceito se limita à defesa dos direitos dos necessitados na esfera judicial.
Por fim, o conceito mais amplo é o de assistência jurídica, que envolve
não somente o patrocínio de demandas perante o Judiciário, mas também
toda a assessoria fora do processo judicial - o que engloba desde pro­
cedimentos administrativos, até consultas pessoais do necessitado sobre
contratos (locação, financiamento, consumo).
A atuação da Defensoria Pública não se limita à assistência judiciária. A
previsão constitucional do inciso LXXIV, do art. 59, estabelece a assistência
jurídica, e não judiciária: "o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos". O conceito de
assistência jurídica é mais amplo do que assistência judiciária, pois com­
preende a assessoria dentro e fora do Poder Judiciário. Atualmente, a
atuação da Defensoria Pública inegavelmente transborda os limites dos
processos judiciais, o que se justifica pelo aumento da utilização de ins­
trumentos não-judicias de tutela de direitos. Pretensões que antes eram
levadas ao Judiciário agora recebem outro tipo de tratamento e solução.
É o que ocorre com o inventário e a partilha, bem como a separação e
o divórcio consensuais, que podem ser realizados por escritura pública
(respectivamente, artigos 982 e 1.124-A do CPC, com redação da Lei n^
11.441/2007). De igual modo, meios alternativos de solução de controvér­
sias têm aplicação cada vez mais difundida, como a mediação e a arbitra­
gem. Sendo a Defensoria Púbiica a instituição responsável pela prestação
da assistência jurídica ao necessitado e sendo o conceito de assistência
jurídica amplo, a conclusão é a de que a atuação da Defensoria Pública na
tutela dos direitos deve ser a mais ampla possível.
Inclusive, de forma expressa, o artigo 42, inciso II, estabelece como fun­
ção institucional a solução prioritariamente extrajudicial dos litígios.

27
G u i l h e r m e F r e ír e d e M e l o B a r r o s

Confira-se o seguinte gráfico.

Assistência
Jurídica

6.1. Justiça gratuita em doutrina: "A justiça gratuita pode, então, ser
conceituada como instituição jurídica de acesso à Justiça que se consiste
na concessão, pelo poder público, do benefício da isenção das custas,
taxas, emolumentos e despesas processuais, bem como de honorários
de advogado e perito, à pessoa que declarar seu estado de necessida­
de, na forma da le i" {CORGOSINHO, Gustavo. Defensoria Pública: prin­
cípios institucionais e regime jurídico. Belo Horizonte: Dictum, 2009, p.
41).
6.2. Assistência judiciária em doutrina: "[...] devemos compreender
o conceito de assistência judiciária, além do órgão oficial, estatal, todo
agente que tenha por finalidade principal essa prestação de serviço, seja
por determinação judicial, seja por convênio com o Poder Público. Nesse
caso, incluem-se os escritórios de advocacia que freqüentemente prestam
assistência judiciária, como escritórios modeios das faculdades de Direito,
as fundações(PIM ENTA, Marília Gonçalves. Acesso à Justiça em preto e
branco: retratos institucionais da Defensoria Pública. Rio de Janeiro: Lú-
men Juris, 2004, p. 102)
6.3. Assistência jurídica em doutrina: "De forma mais ampla se conceitua
a assistência jurídica, que engloba a assistência judiciária, além de outros
serviços jurídicos não relacionados ao processo, tais como orientar escla­
recimentos de dúvidas e prestando orientação e auxílio à comunidade no
que diz respeito à formalização de escrituras, obtenção de certidões, re­
gistros de imóveis/' (PIMENTA, Marília Gonçalves. Acesso à Justiça em pre­
to e branco: retratos institucionais da Defensoria Pública. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2004, p. 103, grifo do original)
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

Aplicação em concurso:
• DP/MG ~ 2006 - Fundep.
"Sobre a assistência jurídica, analise as seguintes afirmativas: III - A atribui­
ção dos defensores públicos não se estende à defesa dos necessitados em
processos administrativos"
O item está incorreto.

• DPU —2004 —CESPE.


"Considere a seguinte situação hipotética. Ronaldo, cidadão brasileiro po­
bre, necessita de assistência jurídica extrajudicial. Nessa situação, a DPU não
pode prestar a referida assistência, porque os órgãos que compõem essa ins­
tituição voltam-se exclusivamente à prestação de assistência judicial."
O item está incorreto.

® DP/AC -2 0 0 6 -CESPE.
"Não faz parte das atribuições dos defensores públicos a defesa dos necessi­
tados em processos administrativos"
O item está incorreto.

• D P/M A- 2009 -FC C.


"Em virtude de a Defensoria Pública ser instituição essencial à função jurisdi-
clonal do Estado, é da sua incumbência prestar às pessoas necessitadas, de
forma integral e gratuita:
A} assistência judicial.
B) assistência judiciária.
C) assistência jurídica, judicial e extrajudicial.
D) assistência jurisdicíonal.
E) assistência institucional."
Gabarito: letra C.

6.4. Gratuidade de Justiça —abrangência: a gratuidade de justiça pode


ser concedida a nacionais ou estrangeiros residentes no Brasil, que deia
necessitem para ingressar na justiça penal, civil, militar e do trabalho (art.
22). O artigo 39 da Lei 1.060/50 elenca uma série de verbas que a parte fica
dispensada de pagar, com destaque para as seguintes:
- taxas judiciárias e emolumentos;
- despesas com as publicações indispensáveis no Diário Oficial (não in­
clui órgãos de imprensa particulares;

29
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

- indenizações devidas às testemunhas;


- honorários advocatícios e periciais;
- exame de DNA.
Aplicação em concurso:
* DP/RN -2006.
A Defensoria Pública tem assegurada a gratuidade de publicação de editais
nos órgãos de imprensa públicos e particulares."

O item está incorreto.

6.5.Gratuidade de Justiça - forma de concessão: para concessão do be­


nefício, basta a afirmação da parte no corpo da própria petição inicial de
que não tem condições de pagar custas processuais e honorários advoca-
ticios sem prejuízo de seu sustento ou do de sua família (art. 4-}. Disso de­
corre uma presunção relativa, juris tantum, que pode ser ilidida pela parte
contrária através de impugnação (art. 49, §§ l 9 e 29). Além disso, o juiz, de
ofício, pode revogar o benefício se perceber que a parte tem condições de
custear as despesas (art. 89).
Se a parte puder custear parte das despesas, o juiz mandará pagar as cus­
tas, que serão rateadas entre os que tiverem direito ao seu recebimento
(art. 13).
-> Aplicação em concurso:
• CEAJUR (DP/DF) - 2006 - CESPE.
"Para obtenção do benefício da justiça gratuita, não basta declaração de pró­
prio punho, ainda que sob as penas da lei, como comprovação de hipossu-
ficiência. Diante da inexistência de presunção para tanto, faz-se necessário
trazer ao juízo provas materiais de que o pagamento das custas e despesas
processuais ensejará prejuízo do sustento próprio e da família do requerente."
O item está incorreto.

® DP/MS - 2008 - VUNESP


Assinale a alternativa que está de acordo com o disposto na Lei ne 1.060/50.
A) Gozarão dos benefícios dessa Lei os nacionais ou estrangeiros, residentes no
país, que necessitarem recorrer à Justiça penai, civil ou do trabalho, excluída
a Justiça Militar.
B) A parte que pretender gozar os benefícios da assistência judiciária requererá
ao Juiz competente lhes conceda, mencionando, na petição, o rendimento
ou vencimento que percebe e os encargos próprios e os da família.

30
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

C) A impugnação do direito à assistência judiciária não suspende o curso do


processo e será feita nos mesmos autos do processo principat.
D) Se o assistido puder atender, em parte, as despesas do processo, o Juiz man­
dará pagar as custas que serão rateadas entre os que tiverem direito ao seu
recebimento.
Gabarito: letra D.

• DP/AL- 2 0 0 9 -CESPE.
"Se a parte requerente deixar de juntar provas de que não possui condições
de pagar as custas do processo e os honorários de advogado sem prejuízo
próprio ou de sua família, o juiz indeferirá o pedido de assistência judiciária."
O item está incorreto.

• DP/AL- 2 0 0 9 -CESPE.
"Considere que Paulo tenha seu pedido e assistência judiciária gratuita de­
ferido pelo juiz no curso de um processo contra Ricardo. Nesse caso, Ricardo
poderá pedir a revogação dos benefícios concedidos a Paulo, se comprovar
que inexistem os motivos que ensejaram o deferimento, mas não será lícito
ao juiz decretar a revogação dos benefícios de ofício "
O item está incorreto.

» DP/AL -2 0 0 9 -CESPE.
"Caso o assistido possa atender, em parte, às despesas do processo, o juiz
mandará pagar as custas, que serão rateadas entre os que tiverem direito ao
seu recebimento/'
O item está correto.

6.6. Recurso cabível contra o indeferimento da gratuidade de justiça: o


recurso cabível contra a decisão que indefere a gratuidade de justiça é
a apelação, conforme disposição expressa do artigo 17 da Lei 1.060/50:
"Caberá apelação das decisões proferidas em conseqüência da aplicação
desta Lei; a apelação será recebida somente no efeito devolutivo, quando
a sentença conceder o pedido" A contrário sensu, quando o benefício for
indeferido, a apelação terá duplo efeito, suspensivo e devolutivo.
Aplicação em concurso:
• DP/AL-2 0 0 9 -CESPE.
"Indeferindo o juiz os benefícios da assistência judiciária, de tal decisão cabe­
rá apelação, a qual será recebida em ambos os efeitos "
O item está correto.

31
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

6.7. Momento para concessão da gratuidade de justiça - posição do STJ:


o benefício da gratuidade de justiça pode ser concedido a-qualquer tem­
po, desde que comprovada a impossibilidade de pagamento das custas
processuais. Se a matéria já foi apreciada nos tribunais inferiores e restou
indeferida, não poderá ser reexaminada em sede de recurso especial, por
demandar análise de provas. Nada impede, porém, que a gratuidade ve­
nha a ser requerida e concedida apenas em sede de recursos aos Tribunais
Superiores.
AGRAVO REGIMENTAL PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
IRRETROATIVIDADE DOS EFEITOS DO DEFERIMENTO.
I - A gratuidade da justiça pode ser concedida em qualquer fase do pro­
cesso, dada a imprevisibilídade dos infortúnios financeiros que podem
atingir as partes, impossibílitando-as de suportar as custas da demanda.
II - [...] (STJ - AgRg no Ag 979.812-SP - 3â Turma, rei. Min. Sidnei Benetti
- j . e m 21/10/2008, DJ em 05/11/2008}

-> Aplicação em concurso:


• DP/SE - 2005 - CESPE.
"A assistência gratuita pode ser concedida em quaiquer fase do processo,
inclusive em sede de julgamento do recurso especíaí. No entanto, se o pedi­
do for indeferido na instância ordinária, o tribunal de instância especial não
poderá apreciá-lo, por tratar-se de reexame de provas "
O item está correto.

• DP/AL- 2 0 0 9 -CESPE.
"O pedido de assistência judiciária deve ser feito na petição iniciai, de forma
que, depois de estabilizada a reiação processual, não será lícito a quaiquer
das partes requerê-lo ao juiz"
O item está incorreto.

6.8. Falecimento do beneficiário da gratuidade e concessão aos herdei­


ros: os benefícios da gratuidade de justiça são concedidos àquele que afir­
ma sua condição de pobreza. Diante de seu falecimento, o benefício cessa,
mas nada impede que seus sucessores também venham a requerer a con­
cessão da gratuidade de justiça. É o que prevê o artigo 10 da Lei 1.060/50:
"São individuais e concedidos em cada caso ocorrente os benefícios de
assistência judiciária, que não se transmitem ao cessionário de direito e
se extinguem pela morte do beneficiário, podendo, entretanto, ser conce­
didos aos herdeiros que continuarem a demanda, e que necessitarem de
tais favores na forma estabelecida nesta Lei."

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L ei c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

Aplicação em concurso:
« DP/AL - 2009 - CESPE.
"Os benefícios da assistência judiciária são concedidos individualmente em
cada caso concreto e se extinguem com a morte do beneficiário. No entanto,
tal benefício pode ser concedido aos herdeiros que continuarem na demanda."
O item está correto.

6.9. Beneficiário da gratuidade de justiça e condenação em ônus sucum-


benciais: aquele que sai vencido em uma demanda é condenado ao paga­
mento de custas processuais e dos honorários advocatícios (CPC, art. 20).
A situação não se altera quando o vencido é beneficiário da gratuidade de
justiça, ou seja, a sentença deve impor a condenação também em ônus
sucumbenciais. Como a Lei ne 1.060/50 estabelece que a gratuidade al­
cança taxas judiciárias e honorários de advogados (art. 3e, incisos I e V,
respectivamente), a parte vencedora não pode executar a vencida para
buscar ressarcimento desses valores, salvo se sua situação de hipossufici­
ência financeira se alterar no prazo prescricional de 5 anos (art. 12).
Aplicação em concurso:
« CEAJUR (DP/DF) - 2006 - CESPE.
"O beneficiário da justiça gratuita, quando vencido na ação, não é isento de
condenação nos ônus da sucumbência, devendo ser condenado ao pagamen­
to da verba honorária. Entretanto, essa obrigação fica suspensa pelo período
de até cinco anos, caso persista o estado de miserabilidade, extinguindo-se
após findo esse prazo."
O item está correto.

7. Defensoria Púbiica - composição: o artigo 2^ estabelece que a Defensoria


Pública é uma instituição composta de três elementos: a Defensoria Públi­
ca da União, a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios e a
Defensoria Pública dos Estados.
r
Defensoria Pública da União
DEFENSORIA
Defensoria Púbiica do Distrito Federai e dos Territórios
PÚBLICA
Defensoria Pública dos Estados

8. Competência legislativa: compete ao Congresso Nacional organizar a


Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios, assim
como estabelecer normas gerais a serem seguidas pelos estados membros

33
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

em suas Defensorias, conforme previsão do art. 134, § 1- da Constituição


da República. Assim, em relação às Defensorias Públicas estaduais, a com­
petência legislativa é concorrente (CR, art. 134, § 12). Quanto à Defensoria
Pública da União e do Distrito Federal e Territórios, a competência é priva­
tiva (CR, art. 22, XVII).
Aplicação em concurso:
® DP/MG - 2004 - Fundep. Entre as normas da Constituição Federal sobre a
Defensoria Pública, NÃO se inclui:
A) compete ao Congresso Nacional mediante lei complementar, organizar a De­
fensoria Pública da União, do Distrito Federa) e dos Territórios.
B) compete ao Congresso Nacional, mediante lei complementar, prescrever as
normas gerais a serem observadas pelos Estados na organização de suas De­
fensorias.
Os itens estão de acordo com a Constituição e, por isso, não devem ser
assinalados.

® DP/MG - 2006 —Fundep.


"Quanto à organização e à estrutura da Defensoria Pública do Estado, assina­
le a afirmativa INCORRETA, e) São definidas em virtude do exercício de com­
petência legislativa concorrente, na medida em que a União cabe a edição
de norma geral, o que não exclui a competência legislativa suplementar do
Estado de Minas Gerais na matéria.
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado.

« DP/AM - 2003 - CESPE.


"A competência para legislar acerca da defensoria pública é concorrente
e, portanto, no tocante à organização da defensoria pública nos estados, a
União tem apenas competência para estabelecer regras gerais."
O item está correto.

Art* 3o São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a ;;


indivisibilidade e a independência funcional. .■ • : ;V- ' . • ' ’ .• / ;
Parágrafo único. (VETADO) o • ■r; . : ;
Art. 3°-A. São objetivos da Defensoria Pública: (Incluído pela Lei ..Gora-,
plementar n° 132, de 2009). ' - ' - .V\-'
■ I - a primazia da dignidade da pessoa humana é a redução das desigual- .
dades sociais; (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
II — a afirmação do Estado Democrático de Direito;. (Incluído pela L e i.
■ •Complementar n° 132, de 2009). . ; ' ..

34
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

■Lei C o m p le m e h ^ li9 ^32,:fte:í2 Ò Ó í^ )f^ ^ •;.■ ' •


.. IV - a garãirôà;4<H$ira^ ê do çòn-
• ;flraditpriòvf0nduídò:^|ff^|?f

1. Princípios institucionais: o artigo 3e elenca os três princípios fundamen­


tais da Defensoria Púbiica: unidade, indiyisibiijdade e independência fun­
cionai. Dentro do constítucionaiismo moderno, entende-se que as normas
se subdividem em regras e princípios. Regras são dotadas de menor grau
de abstração e têm sua aplicação integral a uma situação concreta. Princí­
pios, por sua vez, são normas deveras abstratas, cuja aplicação a um caso
concreto pode-se dar em maior ou menor grau.
Ao analisar um determinado caso concreto, o intérprete pode analisar
mais de uma regra para regular a situação. No momento de aplicá-la, po­
rém, apenas uma há de incidir, sendo a outra descartada. Entre princípios,
é possível a ponderação de sua aplicação, e um caso concreto pode sofrer
a incidência de mais de um princípio.
1.1. Regras e princípios em doutrina: "É importante assinalar, logo de iní­
cio, que já se encontra superada a distinção que outrora se fazia entre
norma e princípio. A dogmática moderna avaliza o entendimento de que
as normas jurídicas, em geral, e as normas constitucionais, em particular,
podem ser enquadradas em duas categorias diversas: as normas-princípio
e as normas-disposição. As normas-disposição, também referidas como
regras, têm eficácia restrita às situações específicas às quais se dirigem.
Já as normas-princípio, ou simplesmente princípio, têm, normalmente,
maior teor de abstração e uma finalidade mais destacada dentro do siste­
ma." {BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição.
5^ edição. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 151).
1.2. Unidade em doutrina: entende-se que a Defensoria Pública
corresponde a um todo orgânico, sob uma mesma direção, mesmos fun­
damentos e mesmas finalidades. Permite aos membros da Defensoria Pú­
blica substituírem-se uns aos outros. Cada um deles é parte de um todo,
sob a mesma direção, atuando pelos mesmos fundamentos e com as mes­
mas finalidades" (PIMENTA, Marília Gonçalves. Acesso à Justiça em preto
e branco: retratos institucionais da Defensoria Pública. Rio de Janeiro: Lu-
men Juris, 2004, pp. 112-113)

35
G u il h e r m e F r e ir e d é M e l o B a r r o s

13. Indivisibilidade em doutrina:


- "A Defensoria Pública atua como um todo orgânico, não está sujeita
a rupturas e fracionamentos." (PIMENTA, Marília Gonçalves. Acesso à
Justiça em preto e branco: retratos institucionais da Defensoria Públi­
ca. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004, p. 103)
- "Uma vez deflagrada a atuação do Defensor Público, deve a assistência
jurídica ser prestada até atingir o seu objetivo, mesmo nos casos de
impedimento, férias, afastamento e licenças, pois, nesses casos, a lei
prevê a possibilidade de substituição ou designação de outro Defensor
Público, (GALLIEZ, Paulo Cesar Ribeiro. Princípios institucionais da
Defensoria Pública. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 34)
1.4. Independência funcional em doutrina: "A independência funcional
assegura a plena liberdade de ação do defensor público perante todos os
órgãos da administração pública, especialmente o judiciário. O princípio
em destaque elimina qualquer possibilidade de hierarquia diante dos de­
mais agente políticos do Estado, incluindo os magistrados, promotores
de justiça, parlamentares, secretários de estado e delegados de polícia."
(GALLIEZ, Paulo Cesar Ribeiro. Princípios institucionais da Defensoria Pú­
blica. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 41)
Aplicação em concurso:
® DP/MG —2006 - Fundep.
"Sobre a legislação que disciplina a Defensoria Pública de Minas Gerais, é
incorreto afirmar que:
B) A unidade, a indivisibilidade e a independência funcional são princípios insti­
tucionais da Defensoria Pública."
O item está correto; por isso, nõo deve ser assinalado. Embora a questão se
refira à legislação da Defensoria Publica de Minas Gerais, o conhecimento
da LC 80/94 é suficiente para encontrar a resposta correta.

• DP/AC-2 0 0 6 -CESPE.
"São princípios institucionais da defensoria pública a unidade, a indivisibili­
dade e a independência funcional."
O item está correto.

* DP/MT-2006.
"Acerca das disposições preliminares da instituição Defensoria Pública, bem
como das normas gerais para organização das Defensorias dos Estados, en-
contradiças na Lei Complementar Federal n. 80, de 12 de janeiro de 1994,
assinale a afirmativa correta:

36
L ei c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

D) São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilida­


de e a independência funcional."
O item está correto.

• DP/MG - 2009 - FUMÂRC.


"Sobre os aspectos prindpiológicos afetos à Defensoria Pública, assinale a
alternativa INCORRETA:
B) Os princípios da unidade e indivisibilidade podem ser conceituados com a
idéia de ser a Defensoria Pública um todo orgânico, que não admite rupturas
nem fracionamentos, sendo que seus membros devem estar sob a mesma
chefia Institucional, e, também, que podem se substituir uns aos outros sem
prejuízo para atuação institucional.
C) Entende-se o princípio da independência funciona), como uma garantia a res­
paldar o defensor público no exercício de suas funções, ficando ele isento de
pressão individual ou coletiva que possa comprometer a sua atuação impar­
cial e isenta de subjetivismo."
Os itens estão corretos; por isso, não devem ser assinalados.

* D P /S P -2009-FC C.
"Sobre a unidade e a indivisibilidade, princípios institucionais da Defensoria
Pública do Estado, é correto afirmar:
A) conferem ao Defensor Público a garantia de agir segundo suas próprias con­
vicções e a partir de seus conhecimentos técnicos.
B) asseguram aos destinatários do serviço a impossibilidade de alteração do De­
fensor Público no curso do processo.
C) fixam as atribuições do Defensor Público, que não podem ser alteradas pos­
teriormente.
D) impedem a criação de Defensorias Públicas Municipais.
E) permitem aos Defensores Públicos substituírem-se uns aos outros, sem pre­
juízo para a atuação institucional ou para a regularidade processual."
Gabarito: letra E.

2. Autonomia administrativa e funcional - vetada: no projeto de lei que deu


origem à Lei Complementar 80/94, constava no parágrafo único do art. 3^
que a Defensoria Pública gozava de autonomia administrativa e funcional,
com a seguinte redação: "À Defensoria Pública é assegurada autonomia
administrativa e funcional". O projeto restou assim aprovado, mas rece­
beu veto presidencial, aos argumentos de que (í) a Constituição da Repú­
blica concedeu autonomia apenas a dois entes, administrativa e financei­
ra ao Poder Judiciário (art. 99) e administrativa e funcional ao Ministério
Público (art. 127, § 29); e (N) a Defensoria Pública não pode ter autonomia

37
G u il h e r m e F r e ir e d é M e l o B a r r o s

administrativa e funcionai, na medida em que se trata de órgão que deve


estar sob o comando do Chefe do Poder Executivo.
Posteriormente, dentro da Reforma do Poder judiciário levada a efeito
pela Emenda Constitucional 45/2004, foi acrescentado o § 2e ao artigo
134, que concedeu expressamente às Defensorias Públicas Estaduais au­
tonomia funcional e administrativa. Em relação à Defensoria Pública da
União, porém, subsiste o entendimento de que não goza de autonomia
administrativa e funcional.
Por sua vez, a LC n^ 132/2009, normatizou a autonomia prevista na Cons­
tituição, através dos artigos 97-A e 97-B da LC n^ 80/1994.
Aplicação em concurso:
• DP/CE - 2007/2008 - CESPE.
"A Defensoria Pública da União tem autonomia funcional e administrativa "
O item está incorreto.

• DP/ES - 2009 - CESPE.


"A autonomia funcionai e administrativa e a iniciativa da própria proposta
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen­
tárias são asseguradas às defensorias públicas estaduais e afiançam a legi­
timidade destas para iniciativa de projeto de lei para criação e extinção de
seus cargos e serviços auxiliares, política remuneratória e piano de carreira"
O item está correto.

3. Iniciativa de proposta orçamentária: o parágrafo segundo do artigo


134 da Constituição da República, incluída pela Emenda Constitucional
45/2004, estabeleceu que à Defensoria Pública compete a iniciativa de
sua proposta orçamentária: "§ 2g Às Defensorias Públicas Estaduais sõo
asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 29." Logicamente,
sua proposta deve atender aos parâmetros fixados pela Lei de Responsa­
bilidade Fiscal.
Aplicação em concurso:
• DP/SP - 2006 - FCC
"A Defensoria Púbiica possui:
B) iniciativa de sua proposta orçamentária."
O item está correto.

38
L e í COMPLEMENTAR N ° 8 0 , DE 1 2 d e j a n e i r o d e 1 9 9 4

• DP/ES - 2009 ~ CESPE.


"No exercício da autonomia funcional, administrativa e orçamentária, as de­
fensorias públicas submetem-se ao íimite de gastos com pessoa! estabeleci­
dos pela Lei de Responsabilidade Fiscal."
O item está correto.
4. Objetivos da Defensoria Pública: como destacado anteriormente, a LC n9
132/2009 alterou o artigo l 5 da LC n- 80/1994 para destacar o papel da
Defensoria Pública na democracia e na promoção dos direitos humanos.
Nessa linha de princípio, foi incluído o artigo 35~A, que aponta objetivos da
instituição:
r
primazia da dignidade da pessoa humana e redução
das desigualdades sociais;
OBJETIVOS
afirmação do Estado Democrático de Direito;
DA DEFENSORIA *
PÚBLICA prevalência e efetividade dos direitos humanos;
garantia dos princípios constitucionais da ampla de­
fesa e do contraditório.

S. Defesa dos direitos humanos: o artigo 39-A, inserido pela LC n5 132/2009,


estabelece, como objetivo da atuação da Defensoria Pública, a prevalência e
a efetividade dos direitos humanos. Trata-se da normatização de algo que já
era compreendido no seio acadêmico. É inegável que os casos mais flagran­
tes e recorrentes de violação dos direitos humanos ocorrem nos bolsões de
pobreza de nosso País. Exemplos emblemáticos são as chacinas em favelas
de grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, e a situação caótica
do sistema penitenciário. São os marginalizados aqueles que mais têm seus
direitos violados. Como a Defensoria Pública tem a missão constitucional de
tutelar os direitos dos necessitados, intuitivamente se conclui que o exercí­
cio de suas atribuições Inclui a tutela dos direitos humanos.
Aplicação em concurso:
« DP/MG - 2009 - FUMARC:
"Sobre os aspectos prindpiológicos afetos à Defensoria Pública, assinale a
alternativa INCORRETA:
A) A Defensoria Pública é uma instituição de promoção, proteção, defesa e re­
paração dos direitos humanos, pois desempenha função constitucionalmen­
te prevista: o acesso à justiça, que é um dos requisitos da dignidade da pes­
soa humana "
O item está correto, por isso não deve ser assinalado.

39
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

5.1. Direitos humanos em doutrina: "Dessa forma, direitos hümanos são


direitos fundamentais da pessoa humana. São aqueles direitos mínimos
para que o homem viva em sociedade, f...] Os direitos humanos são aque­
las cláusulas básicas, superiores e supremas que todo o indivíduo deve
possuir em face da sociedade em que está inserido. São oriundos das
reivindicações morais e políticas que todo ser humano almeja perante a
sociedade e o governo. Nesse prisma, esses direitos dão ensejo aos deno­
minados direitos subjetivos públicos, sendo em especial o conjunto de di­
reitos subjetivos que em cada momento histórico concretiza as exigências
da dignidade, igualdade e liberdade humanas. Essa categoria especial de
direito subjetivo público (direitos humanos) é reconhecida positivamente
pelos sistemas jurídicos nos planos nacional e internacional" (SIQUEIRA
JUNIOR, Paulo Hamilton; OLIVEIRA, Miguel Augusto Machado de. Direitos
humanos e cidadania. 2§ ed. São Paulo: RT, 2009, p. 22)

. . Art. 4o São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:


• I - prestar orientação, jurídica e exercer a defesa dos necessjtados^em .
todos os graus; (Redação dada pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
II - promover, prioritariamente, a solução extrajudicial dos litígios, v i­
sando à composição entre as pessoas em conflito de interesses, por meio :
. de mediação, conciliação, arbitragem e demais técnicas de composição
• e administração de conflitos; (Redação dada pela Lei Complementár n° .'
. 132, de 2009). ■ , : : :
.. III —promover a difusão e a conscientização dos direitos Humanos, da
■ ' cidadania e do ordenamento jurídico; (Redação dada pela Lei Comple­
mentar n? 132, de 2009). ..
. IV — prestar atendimento interdisciplinar, por meio de órgãos ou de ser­
vidores de suas Carreiras de apoio para o exercício de suas atribuições; .
(Redação dada pela Lei Complementar n° 132, de 2009). •
V - exercer, mediante o recebimento dos autos com vista, a ampla defesa
e o contraditório em favor de pessoas naturais e jurídicas, em processos
administrativos e judiciais, perante todos os órgãos e em todas as instân- .
cias, ordinárias ou extraordinárias, utilizando todas as medidas capazes :
de propiciar a adequada, e efetiva defesa de seus interesses; (Redação
dada pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
VI - representar aos sistemas internacionais de proteção dos direitos hu- : .
... manos, postulando perante seus órgãos; (Redação dada pela Lei Comple- .
mentar n° 132, de 2009). M : ■:

40
Lei c o m p l e m e n t a r n° 8 0 , d e 1 2 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

.■VII - promover ação civil pública e todas ás espécies de açõès capazes de 0


propiciar a adequada tutelá dos direitos'difusos,-coletivos oii individuais
homogêneos quando' p. resultado da demanda puder beheficiar grupo de
. pessoas'hípossuficientes; (Redaç^^ dada pela L e ^ n° 132,

VIII ^.exercer a defesa.dos direitos é mteresses'individuais, difusos, co­


letivos e individuais homogêneos é dos'.direitoá do' consüimdor, na forma
.- do inciso LXXIV do art. 5° da Constituição F.ed^ral;:.(Rèdaçãó:^ pela
Lei Complementar n? 132,:de 2Ò09Xw::;-y '
• IX v impetrar :habeas corpus, maiidadò ide:.iiyu^^ e man­
dado. de segurança ou qualquer outra ação é m /d e í ^ institu- v.
çionais e prerrogativas de seus órgãos dé è x e ç ü ç ã ^ dada pela .
i:;Lèi;Cpmplemetóár tiM '
X ™ promover á mais'ampla défèsá 'dos;:dúreitó§rfiíridámehtais dos ne- -
; cessitados, abrangendo seus direitos individüàis,\cÒletivós'j sociais, eco­
nômicos, culturais e ambientais- sendo admissíveis todas a.’s espécies de
ações capazes de propiciar, sua adequada e efetiva tutela; (Redação dada
pela.Lei Complementar n9 132, de 2009)1V ; : ' :;Í:y:v•
XI - exercer a defesa dos. interesses individuais e coletivos da criança e
do adolescente, do idoso, da pesso.a-portadora-de necessidades especiais, ..
da mulher vítima, de .violência doméstica e familiar e de outros.grupos
sociais vulneráveis que mereçam'proteção :especial do .Estado; (Redação
dada pela Lei Complementar n° 132, de:2009). .'i; ;. v . /.■; ■-v V-....
XII - (VETADO); . V : ; • :V ^ ; .. • . •
XIII - (VETADO); ^
. XIV - acompanhar inquérito policial, inclusive com a comunicação ime­
diata da prisão em flagrante pela autoridade policial, quando o preso não
constituir advogado; (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
X V - patrocinar ação penal privada e a subsidiáriá da pública; (Incluído
pela Lei Complementar n° 132, de 2009). -z;:-:-7 v:/
XVI - exercer a curadoria especial nos casos previstos em lei; (Incluído :
pela Lei Complementar n° 132,. de 2009). . •••••. .'
XVII -• atuar nos estabelecimentos policiais, penitenciários e de intema-
; ção de adolescentes, visando a assegurar às pessoas, sob quaisquer cir- .;
cunstâncias, o exercício pleno de seus direitos e'garantias fundamentais;
. (Incluído pela Lei Comp]ementar n° 132, de 2009). . .•
X V III- atuar na preservação e reparação dos direitos de pessoas vítimas de y
tortura, abusos sexuais, discriminação ou qualquer outra forma de. opressão
ou violência, propiciando ó acompanhamento e o atendimento interdisci-
piinar das vítimas; (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2009).

41
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

XIX - atuar nos Juizados Especiais; (Incluído pela Lei Complementar n°.
132, de 2009).
X X - participar, quando tiver assento, dos' conselhos federais; estaduais
e municipais afetos' às funções institucionais da Defensoria Pública, res­
peitadas, as atribuições de seus ramos; (Incluído pela Lei Complementar
n° 132, de 2009).
XXI - executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua
atuação, inclusive quando devidas por'quaisquer entes públicos, desti­
nando-as a fundos geridos pela Defensoria Pública e destinados, exclusi­
vamente, ao aparelhamen.to dá Defensoria Pública e à capacitação profis­
sional de, seus membros e :servidores; (Incluído pela Lei Complementar
n° 132, de 2009).
XXII - convocar audiências públicas para discutir’matérias relacionadas
às suas funções institucionais. (Incluído pela Lei Complementar n° 132,
de 2009).
§ Io (VETADO). -
§ 2o A s funções institucionais da'Defensoria-Pública, serão exercidas in­
clusive contra as Pessoas Jurídicas de Direito Público.
§ 3o (VETADO).
§ 4° O instrumento :de transação, mediação ou conciliação referendado
pelo Defensor Público valerá com o título executivo extrajudicial, inclu­
sive quando celebrado com a pessoa jurídica de direito publico.,(Incluído
pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
§ 5o A assistência jurídica integral e gratuita custeada ou fornecida pelo
Estado será exercida pela Defensoria Pública... (Incluído pela Lei Com-:
plementarn0 132, de 2009).
§ 6o A capacidade postulatória do Defensor Público decorre, exclusiva-.
mente; de sua nomeação e posse no cargo público. (Incluído pela Lei
Complementar n° 132, de 2009).
§ T . Aos membros da Defensoria Pública é garantido sentar-se no mesmo
plano do Ministério P úblico..(Incluído pela Lei Complementar n° 132,
de 2009).
§ 8o Se o Defensor Público entender inexistir hipótese de atuação institu­
cional, dará imediata ciência ao Defensor Público-Geral, que. decidirá a
controvérsia, indicando, se for o caso; outro Defensor Público para: atuar.
(Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
§ 9o O exercício do càrgo de Defensor Público é comprovado mediante
apresentação de carteira funcional expedida pela. respectiva .Defensoria
Pública, conforme m odelo previsto nesta Lei Complementar, -a qual va­
lerá como documento de identidade e terá fé pública em todo o território
nacional. (Incluído pela Lei Complementar n° .132-, de: 2009).'.'

42
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

§ 10 O exercício do cargo de Defensor Público, é indelegável e privati- •


■■ vo de membro da Carreira. (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de

§ 11. Os estabelecimentos a que se refere o incisò X y iI do caput reserva- ..


. rão instalações adequadas ao atendínierito jurídico "dos ;presos e internos:
:■. por.párte dos Defensores Públicos, bem'como a.esses fornecerão apoio
administrativo, prestarão as informações solicitadas e assegurarão acesso ■
à documentação dos presos e intejnaos, aos quais é assegurado o direito de
entrevista com os Defensores Públicos. (Incíüído péía Lei Complementar
n °I3 2 ,d e 2 0 0 9 X • • ':

Funções institucionais: o artigo 42 apresenta um rol de incisos com atri­


buições que competem à Defensoria Púbiica. Primeiramente, é preciso
dizer que o roi é exemplifica ti vo, numerus opertus. Outras tarefas ligadas
à prestação da assistência jurídica ao necessitado, embora não elencadas
no dispositivo, também competem à Defensoria Pública. Como exempio, o
necessitado pode precisar de auxílio para análise de um contrato de con­
cessão de crédito ou de aluguel. E naturalmente é a Defensoria Pública
que tem de atendê-lo, afinal, sua função constitucional é prestar assistên­
cia jurídica, e não meramente judicial.
A seguir, vamos analisar alguns dos incisos referentes às atribuições da
Defensoria Pública, notadamente aqueles que já foram objeto de questio­
namento em concurso ou matéria de informativos de jurisprudência.
Destacamos também alterações relevantes no rol das funções institucio­
nais, que foi substancialmente modificado pela LC n2 132/2009.
Amplitude do rol de assistidos: o inciso 1 do artigo 42 estabelece que a
Defensoria Pública deve prestar assistência jurídica aos necessitados, em
todos os graus. O conceito de necessitado para fins de atuação da Defen­
soria Pública é o amplo, incluindo pessoas naturais e jurídicas, nacionais e
estrangeiras, bem como índios.
2.1 Patrocínio de pessoa jurídica pela Defensoria Pública: a função ins­
titucional da Defensoria Pública é prestar assistência jurídica aos neces­
sitados, nos termos do art. 134 da Constituição da República. A norma
constitucional não limitou a atuação da instituição à pessoa natural. Por
sua vez, o inciso V do artigo 4e, ao se referir à ampla defesa e ao contradi­
tório, expressamente declara a atuação da Defensoria em favor de pesso­
as naturais e jurídicas.

43
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Assim, é possível o patrocínio de demandas de pessoas jurídicas, desde


que se comprove a situação de carência de recursos. Ém relação a entida­
des sem fins lucrativos, essa situação é presumida; quanto a pessoas jurí­
dicas constituídas com fins lucrativos, há necessidade de demonstração da
impossibilidade do custeio das despesas processuais.
Aplicação em concurso:
• DP/MG - 2006 - Fundep.
"Sobre a assistência jurídica, anaiise as seguintes afirmativas. I! - A concessão
de assistência judiciária a pessoa jurídica constituída com intuito de lucro deve
ser precedida de demonstração de qualidade de necessitado, que a impossibi­
lite de arcar com as despesas do processo. IV - Serão assistidas pela Defensoria
Pública somente as pessoas naturais que comprovarem estado de carência."
O item II está correto; o item IV, falso.

• DP/SE - 2005 - CESPE


"Conforme orientação do STJ, a concessão de assistência gratuita a pessoas
jurídicas constituídas com o intuito de lucro deve ser precedida de demons­
tração da qualidade de necessitado, que as impossibilite de arcar com as’des­
pesas do processo "
O item está correto.

o DP/AC - 2006 - CESPE.


"A pessoa jurídica cuja atividade vise iucro pode litigar sob o manto da gra­
tuidade de justiça ou ser defendida pela defensoria pública."
O item está correto.

• Ceajur (DP/DF) - 2006 - CESPE.


"Não é possível à pessoa jurídica desfrutar do benefício da assistência judici­
ária gratuita realizada pela Defensoria Pública, pois esta apenas pode aten­
der pessoas físicas hipossufidentes
O item está incorreto.

• DP/AL -2 0 0 9 -CESPE.
"A assistência judiciária gratuita é benefício que pode ser concedido tanto
às pessoas jurídicas sem fins lucrativos como às pessoas jurídicas com fins
lucrativos"
O item está correto.

2.2 Patrocínio de estrangeiro pela Defensoria Pública: o raciocínio é o


mesmo do item anterior. O requisito para a atuação da Defensoria Pública

44
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

é ser necessitado, hipossuficiente. Não importa se a pessoa é cidadã bra­


sileira ou estrangeira.
-£■ Aplicação em concurso:
• DP/MG - 2006 - Fundep.
"Sobre a assistência jurídica, analise as seguintes afirmativas. I - O direito à
assistência jurídica gratuita é assegurado apenas a pessoa jurídica e a cida­
dãos brasileiros."
O item está incorreto.

® DP/SE ~ 2005 - CESPE.


"O direito à assistência jurídica gratuita, nos termos da lei, é garantido ape­
nas a pessoas jurídicas e aos cidadãos brasileiros "
O item está incorreto.

♦ DP/AL-2 0 0 9 -CESPE.
"Considere que Pabio, chileno residente no Brasil, tenha procurado a DP para
ajuizar ação visando ser ressarcido de danos morais que lhe foram causados
por Rodrigo. Nesse caso, é defeso à DP promover a ação pretendida por Pa­
bio, já que, por disposição legal expressa, os benefícios da assistência judici­
ária têm como destinatários os brasileiros"
O item está incorreto.

2.3 Assistência jurídica ao índío: a Constituição traz previsão expressa


acerca dos direitos dos índios nos artigos 231 e 232. Bem assim, é da
competência da Justiça Federal o julgamento de causas sobre direitos
indígenas. A esse respeito, o STJ faz distinção entre ações que envolvem
direitos indígenas, de suas terras e de suas comunidades, e direitos in­
dividuais, pessoais, particulares de um índio. No primeiro caso, a com­
petência é da Justiça Federal, com participação obrigatória do Ministério
Público, ao passo em que na segunda hipótese, a competência é da Jus­
tiça estadual.
Em ambas as situações, nada obsta que o patrocínio da demanda seja fei­
to pela Defensoria Pública. Se a comunidade indígena ou o índio for ne­
cessitado, é dever constitucional da Defensoria a tutela de seus interesses.
Entretanto, não há obrigatoriedade, constitucional ou legal, de que haja
membro permanente da Defensoria designado para a prestação de assis­
tência jurídica a esse grupo.

45
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Aplicação em concurso:
® DP-ES - 2009 - CESPE.
"A CEES [Constituição do Estado do Espírito Santo], da mesma forma que o
previsto expressamente peia CF com relação ao assunto, assegura a neces­
sidade de designação de membro permanente da defensoria púbiica para
prestar assistência integrai e gratuita aos índios do estado, a suas comunida­
des e organizações."
O item está incorreto.
3. Prioridade pela solução extrajudicial dos litígios: peía redação original
do artigo 42, inciso I, uma das funções institucionais da Defensoria Públi­
ca era promover extrajudicialmente a conciliação entre as partes. Com as
modificações trazidas pela LC 132/2009, a norma correspondente é a do
inciso II do artigo 45, que impõe ao defensor público a busca, prioritária,
de solução extrajudicial dos litígios, a fim de compor as partes, o que pode
ser alcançado "por meio de mediação, conciliação, arbitragem e demais
técnicas de composição e administração de conflitos". Para atender ao
comando da lei orgânica, seria interessante que as Defensorias Públicas
criassem núcleos de composição extrajudicial de conflitos, de modo que,
antes da propositura de ações, fossem buscadas soluções alternativas, in­
clusive, para dar maior impulso a essas modalidades alternativas de so­
lução de conflitos, foi inserido o § 4- no artigo 49 para determinar que o
instrumento de transação, mediação ou conciliação referendado pelo De­
fensor Público vale como título executivo extrajudicial, inclusive quando
celebrado com a pessoa jurídica de direito público.
-> Aplicação em concurso.
• DP/MG - 2006 - Fundep.
"Sobre as disposições da Lei Complementar n. 80, de 12 de janeiro de 1994,
é INCORRETO afirmar:
A) que incumbe ao Defensor Público buscar a condüação antes da propositura
da ação cabível."
O item está correto; por isso, nao deve ser assinalado. Observação: a ques­
tão é anterior às alterações trazidas peia LC ng 132/2009, mas a afirmação
continua válida, ou seja, a conciliação é prioritária e deve ser tentada antes
da propositura da demanda.
• DP/RN -2006.
“A Defensoria Pública não possui a função de promover a conciliação extraju­
dicial das partes em litígios."
O item está incorreto. Observação: a questão é anterior às alterações trazi­
das pela LC n9 132/2009, mas a afirmação continua válida, ou seja, a con­
ciliação é prioritária e deve ser tentada antes da propositura da demanda.

46
L ei c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

o DP/AL -2 0 0 9 -CESPE.
"Caria entrou em contato com Marta visando obter indenização por danos
materiais que esta causou em seu veículo, além dos danos morais que en­
tendia cabíveis. Marta, entendendo que os danos morais exigidos por Carla
eram absurdos, procurou a DPE/AL Nessa situação, pode a DP promover,
extrajudicialmente, a conciliação entre Caria e Marta."
O item está correto.

4. Direitos humanos, cidadania e ordenamento jurídico: o novo Inciso iü


do artigo (redação dada peia LC n5 132/2009) determina que compete
à Defensoria Pública promover a difusão e a conscientização dos direitos
humanos, da cidadania e do ordenamento jurídico. Denota-se aqui a pre­
ocupação do legislador reformista com a atuação da Defensoria no âmbito
dos direitos humanos e da cidadania. Por ter como função constitucional
a assistência jurídica do hipossuficiente, a Defensoria Pública está sempre
em contato direto com o marginalizado, o pobre, o favelado, o carente, o
analfabeto. A Defensoria Pública é a instituição com melhores condições
de perceber as violações dos direitos humanos e da cidadania, devendo
íutar para tutelar esses direitos dos assistidos. Nessa linha de raciocínio,
o inciso VI do artigo estabelece, como função da Defensoria Pública, o
dever de representar aos sistemas internacionais de proteção dos direitos
humanos.
O trabalho de promover a difusão e a conscientização dos direitos huma­
nos e da cidadania pela Defensoria Pública deve ser levado a cabo em duas
frentes distintas. Primeiro, junto aos necessitados, com campanhas infor­
mativas acerca de seus direitos, dirigidas às comunidades carentes, à po­
pulação carcerária e ao público hipossuficiente em geral. Paralelamente, a
atuação da Defensoria deve ser dirigida aos órgãos públicos e instituições
privadas que lidam ou prestam serviços ao hipossuficiente, no sentido de
conscientizar as entidades que o desfavorecido deve ser tratado com dig­
nidade e respeito.
5. Recebimento dos autos com vista: o inciso V do artigo 4e estabelece
como função da Defensoria Pública o exercício da ampla defesa e do con­
traditório em favor das pessoas naturais e jurídicas. Importante alteração
diz respeito ao recebimento dos autos com vista. Trata-se de medida que
facilita muito o trabalho do defensor público e lhe permite uma atuação
mais eficiente na tutela dos interesses dos assistidos. Isso porque, com os
autos em mãos, o defensor público pode realizar minuciosa análise dos
documentos que instruem o processo e tomar providências mais rápidas.

47
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Sem a entrega dos autos ao defensor, é necessário obter cópias, o que


torna a tutefa menos ágil.
Na verdade, o recebimento dos autos com vista é uma prerrogativa do de­
fensor público, que visa a possibilitar a adequada prestação dos serviços
jurídicos aos assistidos. Â LC 132 alterou também os incisos que tratam
da intimação pessoal para incluir o recebimento dos autos com vista (arti­
gos 44, I, 89, I e 128,1).
6. Legitimidade para ações coletivas - histórico: no projeto de lei que deu
origem à Lei Complementar 80/94, o inciso XII do art. 42 previa a legiti­
midade da Defensoria Púbiica para patrocínio de Ação Civil Pública nos
seguintes termos: "XII - patrocinar ação civil pública, em favor das asso­
ciações que incluam entre suas finalidades estatutárias a defesa do meio
ambiente e a proteção de outros interesses difusos e coletivos."
O inciso foi aprovado no Congresso Nacional, mas acabou vetado pela pre­
sidência da República, ao argumento de desvio de finalidade das funções
da Defensoria Pública, na medida em que uma associação não é necessa­
riamente um ente necessitado. Durante anos, a Defensoria Pública bata-
lhou para conseguir ver consagrado seu direito de legitimação para ações
coletivas.
O Superior Tribunal de Justiça aceitava a legitimação da Defensoria Pública
para ações coletivas quando atuava através de seus núcleos, conforme se
verifica do informativo a seguir:
Informativo 295
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE. DEFENSORIA PÚBLICA. INTERESSE.
CONSUMIDORES.
A Turma, por maioria, entendeu que a defensoria púbüca tem legi­
timidade para propor ação civil pública na defesa do interesse de
consumidores. Na espécie, o Nudecon, órgão vinculado à defensoria
pública do Estado do Rio de Janeiro, por ser órgão especializado que
compõe a administração púbiica direta do Estado, perfaz a condição
expressa no art. 82, III, do CDC. Precedente citado: REsp 181.580-SP,
DJ 22/3/2004. REsp 555.111-RJ, Rei. Min. Castro Filho, julgado em 5/9/
2006.

Finalmente, foi promulgada a Lei 11.448/2007, que alterou a redação do


inciso II do art. 59 da Lei 7.347/1985, para inserir a Defensoria Pública no
rol de legitimados para a propositura de ações coletivas. Acerca do tema,
o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou da seguinte maneira:

48
L ei c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

informativo 346
LEGITIMIDADE. DEFENSORIA PÚBLICA. AÇÃO COLETIVA.
A Turma, ao prosseguir o julgamento, entendeu que a Defensoria Pú­
blica tem legitimidade para ajuizar ação civil coletiva em benefício dos
consumidores de energia elétrica, conforme dispõe o art. 52, II, da Lei
n. 7.347/1985, com redação dada pela'Lei n. 11.448/2007. Precedente
citado: REsp 555.111-RJ, DJ 18/12/2006. REsp 912.849-RS, Rei. Mín. José
Deigado, julgado em 26/2/2008. . ..

Com as alterações promovidas pela LC n° 132/2009, a Lei Orgânica da


Defensoria Pública passou a prever expressamente sua legitimidade
para propositura.de demandas coletivas lato sensu. O artigo l 9 já desta­
ca que a Defensoria está incumbida da "defeso, em todos os graus, judi­
cial e extrajudicialdos direitos individuais e coletivos, deforma integral
e gratuita, aos necessitados". A atuação da Defensoria Pública em maté­
ria de direitos metaindividuais deve se pautar pela defesa dos interesses
de seu público alvo, o necessitado. Não importa que o direito em exame
se caracterize como difuso, coletivo em sentido estrito ou individual ho­
mogêneo. O norte para atuação do defensor público é a tutela do direito
de seus assistidos.
Aplicação em concurso:
* D P/SP- 2009-FC C .
“O direito fundamental à assistência jurídica integral e gratuita, previsto cons­
titucionalmente e instrumentalizado pela Defensoria Pública, cbmpreende a:
E) tutela dos interesses metaindividuais, ressalvados os interesses difusos."
O item está incorreto; por isso, não deve ser assinalado.

• DP/PÍ - 2009 - CESPE.


"A legitimação da DP para promover ação civil para reparação de danos,
ocorre somente nos casos de tutela dos direitos individuais, demonstrado,
de plano com a petição inicial, o prejuízo sofrido."
O item está incorreto.

7. Defesa das funções institucionais e prerrogativas: o inciso IX do artigo


com redação dada pela LC n9 132/2009, estabelece que a Defensoria
Pública deve fazer valer suas funções institucionais e suas prerrogativas
através de habeas corpus, mandado de injunção, habeas data, mandado
de segurança ou qualquer outra ação. A Defensoria Pública é instituição
independente, autônoma, com papel constitucional próprio e bem defi­
nido. Por isso, não está subordinada, nem deve obediência hierárquica a

49
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

outros entes, como o Ministério Público, o Poder Judiciário e o Executivo.


Quaisquer atitudes de entidades públicas ou privadas que tentem inter­
ferir indevidamente ná Defensoria, ou lhe tolher as garantias, devem ser
combatidas e repelidas.
8. Legitimidade em ação civil para tutela de direito individual - posições do
STF e do STJ: o art. 49, inciso X estabelece como atribuição da Defensoria
Pública a mais ampla defesa dos direitos fundamentais dos necessitados,
abrangendo seus direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, cul­
turais e ambientais, sendo admissíveis todas as espécies de ações capazes
de propiciar sua adequada e efetiva tutela. A tutela do direito do necessi­
tado, seja do ponto de vista individual ou coletivo, é função institucional
da Defensoria Pública, e não do Ministério Público.
O Supremo Tribunal Federal se manifestou sobre o assunto nos seguintes
termos:
Informativo ns 515
Internação de Alcoólatra e Legitimidade do Ministério Público
RE-496718
O Ministério Público não possui legitimidade para propor ação civil pú­
blica com o fim de obter internação compulsória, para tratamento de
saúde, de portador de alcoolismo. Tendo em conta as peculiaridades do
caso, entendeu-se que, nos termos do art. 127, caput, da CF, a situação
dos autos não estaria incluída na competência do parquet, haja vista não
se tratar de interesse social indisponível, de defesa da ordem pública ou
do regime democrático. Enfatizou-se, ainda, a existência de defensoria
pública na localidade, a qual competiria a tutela desse interesse. Vencido
o Min. Marco Aurélio, relator, que, por reputar presente a proteção de di­
reito individual indisponível, assentava a legitimação do órgão do Minis­
tério Público para a ação intentada. RE 496718/RS, rei. órig. Min. Marco
Aurélio, rei. p/ o acórdão Min. Menezes Direito,12.8.2008. (RE-496718)

Por sua vez, o Superior Tribunal de Justiça segue a mesma linha de racio­
cínio, no sentido de que a tutela de direito individual de necessitado é
atribuição institucional da Defensoria Pública, e não do Ministério Público:
Informativo 251
LEGITIMIDADE. MP. AÇÃO CÍVIL PÚBLICA. MENOR CARENTE.
Cuida-se de pieito peio fornecimento de medicamentos a determinado
menor carente. Esse específico interesse individual deve ser postula­
do pela Defensoria Pública (art. 59, LXXIV, da CF/1988), não pelo Mi­
nistério Público em ação civil pública, ente sem legitimidade para tal.
Precedentes citados: REsp 102.039-MG, DJ 30/3/1998; REsp 120.118-

50
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

PR, DJ ia/3/1999; REsp 682.823-RS, DJ 18/4/2005, e REsp 466.861-SP,


DJ 29/11/2004. REsp 704.979-RS, Rei. Min. Castro Meira, julgado em
16/6/2005.

9. Ação Civil ex deficto —LC 80/94 X CPP - posições do STF e do STJ: o art.
4e, inciso X da LC 80/94 prevê como função institucional da Defensoria
Pública o patrocínio da ação civil - dentro da qual se inclui a ação civil em
decorrência de dano causado por crime.
Por sua vez, o art. 68 do Código de Processo Penal estabelece: "Quando
o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ e 2^), a
execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art 64) será
promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público." Apesar do apa­
rente conflito de normas, não houve revogação do dispositivo do CPP pela
LC 80/94, pois a Defensoria Pública ainda não conta com uma estrutura
condizente com sua importância - sequer está devidamente estabelecida
em todos os estados da federação ~ de modo que a revogação imediata
do artigo da lei processual implicaria em prejuízo para o necessitado, ob­
jeto de proteção da norma. Por isso, subsiste a legitimidade do Ministério
Público para propositura de ação em defesa de direitos do hipossuficiente.
Somente nos estados em que a Defensoria Pública está devidamente ins­
talada e em funcionamento é que o Ministério Público não terá a legitimi­
dade que lhe outorgou o Código de Processo Penal. Inclusive, é possível
ocorrer o patrocínio da Defensoria Pública em ambos os pólos da deman­
da, naturalmente com defensores distintos para cada parte.
O Supremo Tribuna! Federa! já se manifestou sobre a questão da legitimi­
dade do Ministério Público quando a Defensoria Pública está instalada:
INFORMATIVO N9 219
Ação Cívíl Ex-delicto e Legitimidade do MP
RE -196857
O Ministério Público continua parte legítima para promover, em juízo, a
reparação do dano de que trata o art. 68 do CPP ["Quando o titular do
direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ lâ e 29), a execução da
sentença condenatória (art. 63} ou a ação civü {art. 64) será promovida,
a seu requerimento, pelo Ministério Público"], até que se viabilize, em
cada Estado, a implementação da Defensoria Pública, nos termos do art.
134, parágrafo único, da CF. Com esse entendimento, a Turma negou
provimento a agravo regimentai interposto pelo Estado de São Paulo, no
qual se pretendia o reconhecimento da competência da Procuradoria
de Assistência Judiciária da Procuradoria-Gera! do Estado de São Paulo

51
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

para prestar os serviços da Defensoria Pública do mencionado Estado.


Precedentes citados: REED 147.776-SP (DJU de 28.5.99) e RE 135.328-
SP (juígado em 26.9.94, acórdão pendente de publicação). RE (AgRg)
196.857-SP, rei. Ministra Elien Grade, 6.3.2001.(RE-196857)

O tema é recorrente em nossa jurisprudência. Vejam-se informativos do


Superior Tribunal de Justiça acerca da matéria.
Informativo 193
AÇÃO CIVIL EX DELICTO. LEGiTIMIDADE. MP.
A jurisprudência já se assentou no sentido de que, apesar de a CF/1988
ter afastado das atribuições do Ministério Público a defesa dos hipos-
suficientes, pois a incumbiu às Defensorias Públicas, há apenas incons-
titucionalidade progressiva do art. 68 do CPP enquanto não criada e
organizada a Defensoria no respectivo Estado. Assim, o MP detém legi­
timidade para promover, como substituto processual de necessitados, a
ação civil por danos resultantes de crime, isso no Estado de São Paulo,
pois iá ainda não foi implementada a Defensoria Pública. Precedente
Citado: EREsp 232.279-SP, DJ 4/8/2003. REsp 475.010-SP, Rel. Min. Fran-
ciuili Netto, julgado em 25/11/2003.

Informativo 301
INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ESTADO. SUICÍDIO. PRESO.
Trata-se de ação de reparação de danos ajuizada pelo MP, pleiteando in~
denização por danos morais e materiais, bem como pensão aos depen­
dentes de preso que se suicidou no presídio, fato devidamente comprova­
do pela perícia. A Turma, por maioria, deu parcial provimento ao recurso,
reconhecendo a responsabilidade objetiva do Estado, fixando em 65 anos
o limite temporal para o pagamento da pensão mensal estabelecida no
Tribunal a quo. Outrossim, destacou o Min. Relator já estar pacificado,
neste Superior Tribunal, o entendimento de que o MP tem legitimidade
extraordinária para propor ação civil ex delicto em prol de vítima carente,
enquanto não instalada a Defensoria Pública do Estado, permanecendo
em vigor o art. 68 do CPP. Para o Min. Teori Albino Zavascki, o nexo causai
que se deve estabelecer é entre o fato de estar o preso sob a custódia do
Estado e não ter sido protegido, e não o fato de ele ter sido preso, pois é
dever do Estado proteger seus detentos, inclusive contra si mesmo. REsp
847.687-GO, Rel. Min. José Delgado, julgado em 17/10/2006.

Aplicação em concurso:
° DP/MG ~ 2006 ~ Fundep.
"Sobre a assistência jurídica, analise as seguintes afirmativas: V - O art. 68
do Código de Processo Penal, que confere ao Ministério Público legitimidade
para a execução de sentença condenatória e para a ação civil visando à repa-

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L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

ração do dano decorrente de crime quando o titular do direito à indenização


for pobre, ficou revogado com o advento das Leis Complementares (Federal
n. 8 0 /9 4 e do Estado de Minas Gerais n. 65/03), que permitiram a organiza­
ção, de direito e de fato, da Defensoria Púbiica do Estado de Minas Gerais."
O item é incorreto.
• DP/AC - 2006 - CESPE,
"Para o STF, a ação civil de ressarcimento de dano, em face de crime, quando
o tituiar do direito for pobre, poderá ser promovida pelo Ministério Público,
mesmo quando a defensoria pública competente estiver devidamente insta­
lada e em pleno funcionamento."
O item está incorreto.
® DP/MG - 2009 - FUMARC: “São funções institucionais da Defensoria Pública,
EXCETO:
A) Promover, extrajudiciaimente, a conciliação entre as partes em conflito de
interesses.
B) Assegurar aos seus assistidos, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em gerai, o contraditório e a ampla defesa, com recursos e meios a
ela inerentes.
C) Patrocinar ação civil, inclusive contra as pessoas jurídicas de direito público.
D) Exercer a promoção e a defesa dos direitos humanos.
E) Patrocinar a ação pena! de iniciativa privada, a subsidiária da púbiica, bem
como a ação civil "ex deiicto", não podendo, nesses casos, a Defensoria Pú­
blica atuar no pólo passivo.
Gabarito: letra E.

10. Acompanhamento de inquérito policiai: o inciso XIV do artigo prevê


que cabe à Defensoria Púbiica o acompanhamento de inquérito policial
quando o preso não constituir advogado, caso em que a comunicação
do flagrante deve ser encaminhada à Instituição. O dispositivo está em
consonância com o § l 9 do artigo 306 do Código de Processo Penal, que
prescreve: "Dentro em 24h (vinte e quatro horas) depois da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante acompa­
nhado de todas as oitivas colhidas e, caso o autuado não informe o nome
de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública." A redação do
Código de Processo Penal é melhor do que a da LC 80/1994, pois determi­
na expressamente que deve ser encaminhada à Defensoria Pública cópia
integral do auto de prisão em flagrante, o que inclui não só a nota de
culpa, mas também o relatório da ocorrência e os depoimentos colhidos
pela autoridade policiai. Infelizmente, há casos em que, em desrespeito ao

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G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

dispositivo do CPP, a Defensoria Púbiica recebe apenas a nota de culpa ou


o relatório do auto de prisão em flagrante, o que dificulta sobremaneira a
análise da legalidade daquela prisão, bem como a adoção de medidas em
favor do autuado. Para contornar isso, os defensores públicos devem-se
valer de ações que garantam a defesa de suas funções institucionais e suas
prerrogativas {art. 4^, inc. IX).
11. Ação penai privada c subsidiária da pública: o artigo 42, inciso XV esta­
belece como função da Defensoria Pública a propositura da ação penal
privada e da privada subsidiária da pública. Como já destacado, a atuação
da Defensoria é ampla, tanto no plano extrajudicial, quanto no judicial. A
prestação dos serviços jurídicos da Instituição deve alcançar a defesa dos
direitos do necessitado em qualquer circunstância. Exemplificando, um hi-
possuficiente que tem sua honra subjetiva ou objetiva violada, foi vítima
de crime contra honra, cuja persecução é obtida através de ação penal pri­
vada {Código Penal, artigos 138 a 145). Nesse caso, ele pode buscar junto
à Defensoria Pública a propositura da queixa-crime.
-> Aplicação em concurso:
• DP/SP - 2009 - FCC.
"O direito fundamental à assistência jurídica integral e gratuita, previsto
constitucionalmente e instrumentalizado pela Defensoria Pública, compre­
ende a:
C) função institucional da Defensoria Pública para propositura de ação penai
privada."
O item está correto; por isso, deve ser assinalado.

12. Crimes contra a liberdade sexual e legitimidade da Defensoria Pública


- posição do STF: ainda sobre a função institucional da Defensoria de pro­
positura de ação penal privada e subsidiária da pública (art. 49, inciso XV),
cumpre analisar a questão dos crimes contra a liberdade sexual.
O caput artigo 225 do Código Penal estabelece que, nos crimes contra a
liberdade sexual (notadamente, estupro, art. 213, e atentado violento ao
pudor, art. 214), somente se procede mediante queixa, ou seja, compete
à vítima buscar um advogado, se tiver condições financeiras, ou a Defen­
soria Pública para propor demanda em face do acusado. Os parágrafos l e
e 2q do artigo 225 trazem exceções à propositura de ação privada, pois
elencam situações em que a legitimidade é do Ministério Público, com
destaque para o inciso I do § 12, que se refere à vítima hipossuficiente.

54
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

Nos Tribunais de Justiça dos estados que possuem Defensorias Púbiicas


bem instaiadas e aparelhadas, é recorrente a discussão acerca da consti-
tucionaiidade desses dispositivos, pois a Constituição da República esta­
belece que compete à Defensoria Púbiica a assistência jurídica dos neces­
sitados (art. 134).
O tema chegou ao Supremo Tribunal Federa!; que fixou entendimento no
sentido de que subsiste a legitimidade do Ministério Público para propo-
situra de ações nos casos de crime contra a liberdade sexual, ainda que a
vítima seja pobre e que a Defensoria Pública do estado-membro esteja de­
vidamente instalada e aparelhada para prestar seu papel constitucional.
Informativo n9 464
Ação Penal Pública Condicionada e Ilegitimidade da Defensoria Pública
RHC —88143
A Turma negou provimento a recurso ordinário em habeas corpus em
que a Defensoria Púbiica do Estado do Rio de Janeiro alegava a ilegitimi­
dade do Ministério Púbiico para propor ação penal pública condiciona­
da à representação pela suposta prática dos delitos de estupro (CP, art.
213} e atentado violento ao pudor (CP, art. 214) quando, não obstante a
pobreza da vítima, o ente da federação possui Defensoria Pública devi­
damente aparelhada. Rejeitou-se o argumento de ínconstitucionalidade
do art. 225, §§ is e 22, do CP pelo simples fato de o Estado-membro
ser provido de Defensoria Pública estruturada. Asseverou-se, no ponto,
ser distinto o dever de o Estado prestar assistência judiciária às pessoas
menos favorecidas e as condições estabelecidas no Código Penal para a
propositura da ação penal. Desse modo, considerou-se despropositada
a construção da recorrente no sentido de invocar, para a espécie, a nor­
ma do art. 68 do CPP e a jurisprudência fixada pela Corte quanto a esse
dispositivo —até que viabilizada, em cada Estado, a implementação da
Defensoria Pública, o parquet deteria iegitimidade para o ajuizamento
de ação civil ex delicto, quando o titular do direito à reparação do dano
for pobre - a fim de converter a ação penal pública condicionada em
ação penal privada, que passaria a ter como parte legitimada ativa a De­
fensoria Pública. Aduziu-se que a opção do legislador pela convivência
entre os artigos 32 do CPP (autoriza o juiz, comprovada a pobreza da
parte, a nomear advogado para a promoção da ação penal privada) e
225 do CP (concede titularidade ao Ministério Público para a propositu­
ra de ação penal pública condicionada) tem como conseqüência impedir
que, na hipótese do art. 225, § 12,1, do CP (vítima pobre), depois de for­
malizada a representação, possa haver concessão de perdão ou abando­
no da causa. Por fim, entendeu-se que tal eleição não fora alterada com
a criação e instalação das defensorias públicas nos Estados, pois a norma
visa impedir que, nas hipóteses de pobreza declarada da ofendida, após

55
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

a representação formalizada, não haja disposição de conteúdo mate­


rial do processo. RHC 88143/RJ, rei. Min. Joaquim Barbosa, 24.4.2007.
(RHC-88143)

13. Assistente de acusação - posição do STJ: a atuação da Defensoria Pública


como assistente de acusação está incluída dentro do conceito de patrocí­
nio de ação penal privada e subsidiária da púbiica (inciso XV). Acerca do
tema, o Superior Tribunal de Justiça se manifestou da seguinte maneira.
informativo 180
DEFENSORIA PÚBLICA. ASSISTÊNCIA DE ACUSAÇÃO. PRAZO EM DOBRO.
É função institucional da Defensoria Pública patrocinar tanto a ação
penal privada quanto a subsidiária da pública, não havendo nenhuma
incompatibilidade com a função acusatória, mais precisamente a de as­
sistência da acusação. O disposto no § 5e do art. 52 da Lei n. 1.060/1950,
com a redação dada pela Lei n. 7.871/1989, apiica-se a todo e quaiquer
processo em que atuar a Defensoria Pública. HC 24.079-PB, Rei. Min.
Felix Fischer, julgado em 19/8/2003.

14. Curador especial - posição do STJ: o art. 49, inciso XVI determina a atu­
ação da Defensoria Pública como curador especial. Por sua vez, o art. 95
do Código de Processo Civil estabelece as hipóteses em que será dado
curador especial: (i) ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os
interesses deste colidirem com os daquele; (ii) ao réu preso, bem como ao
revel citado por edital ou com hora certa. O exercício da curadoria especial
não está relacionado ao fator hipossuficiência. Assim, não é por que a par­
te está patrocinada pela Defensoria Pública, na qualidade de curador es­
pecial, que decorre automaticamente o benefício da gratuidade de justiça.
Informativo 306
DEVEDOR. DEFENSORIA PÚBLICA. REVELIA.
Inicialmente, ressaltou o Min. Relator que o devedor é assistido pela De­
fensoria Pública, porque, devidamente citado por edital, não apresen­
tou defesa, considerado, pois, revel. Por isso, foi-lhe nomeado curador
especial. Para a concessão do benefício da Justiça gratuita é suficiente
simples afirmação da parte de que não tem condições de arcar com as
custas e demais despesas processuais (art. 4^ da Lei n. 1.060/1950).
Mas, no caso, o devedor é assistido pela Defensoria Púbiica, que atua,
neste feito, como curador especial. A razão de sua atuação não é a hi­
possuficiência da parte, mas sua revelia. Assim, como o devedor sequer
veio aos autos afirmar sua incapacidade de arcar com os ônus desucum-
bência, não há como concluir ou presumir sua hipossuficiência. A Turma
negou provimento ao agravo. AgRg no REsp 846.478-MS, Rei. Min Aldir
Passarinho Junior, julgado em 28/11/2006.

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L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

15. Atendimento junto ao sistema carcerário: o inciso XVli determina que


a Defensoria Pública deve atuar junto aos estabelecimentos policiais,
penitenciário e de internação de adolescentes, para assegurar às pesso­
as o exercício de seus direitos e garantias fundamentais. Antes da LC n9
132/2009, o artigo 49 já previa como função institucional a atuação em
estabelecimentos policiais e penitencia rios ..(antigo inciso VUI). A novidade
é a inclusão expressa dos estabelecimentos de internação de adolescentes.
Além disso, foi incluído o § 11 ao artigo 40 para determinar que esses es­
tabelecimentos devem possuir instalações adequadas para o atendimento
jurídico dos presos e dos adolescentes internados, bem como prestar to­
das as informações e documentações sobre a situação daquelas pessoas.
O objetivo de normatizar essa matéria é garantir ao defensor público as
ferramentas necessárias para atender adequadamente seus assistidos.
Vale lembrar a preocupação do legislador com a promoção dos direitos hu­
manos, e o sistema carcerário é foco constante de violação desses direitos.
16. Atuação junto a vítimas: o inciso XVIII é novo e estabelece o dever da
Defensoria Pública na preservação e reparação dos direitos das vítimas de
tortura, abusos sexuais, discriminação, opressão e violência, através de
acompanhamento e atendimento interdisciplinar. Para atender a essa fun­
ção, a Defensoria Pública precisa dispor de profissionais de outras áreas
profissionais, como médicos e psicólogos, que prestem auxílio às vítimas.
Diante da autonomia funcional e administrativa e de iniciativa de proposta
orçamentária, compete à própria Defensoria Pública organizar seus qua­
dros profissionais, que devem contemplar equipe de apoio para prestação
dessa função.
Aplicação em concurso:
» DP/PI - 2009 ~ CESPE.
"A atuação da DP na preservação e reparação dos direitos de pessoas vítimas
de discriminação ou qualquer outra forma de opressão ou violência ocorre
somente na ação de execução civil ex delicto."
O item está incorreto.

17. Participação em conselhos afetos às funções institucionais: o inciso XX


determina que a Defensoria deve participar dos conselhos federais, es­
taduais e municipais afetos às suas funções institucionais, quando tiver
assento. Mais importante do que participar, quando tiver é assento, é lu­
tar para ter assento e voz nesses conselhos. Se há um conselho estadual
ou federal sobre questões ligadas ao sistema carcerário, por exemplo, a

57
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Defensoria deve pleitear seu assento, pois é sua função atuar junto à po­
pulação carcerária, especialmente no que se refere à promoção dos direi­
tos humanos. Inclusive, a esse respeito, há disposição expressa no artigo
18, inciso VIII, que garante ao defensor público federai a participação, com
direito de voz e voto, no Conselho Penitenciário.
18. Patrocínio contra pessoas jurídicas de direito público: não há qualquer
óbice a que o defensor público patrocine demandas contra União, Distrito
Federal, estados e municípios, e suas respectivas entidades da Administra­
ção Indireta. A função constitucional da Defensoria Púbiica é prestar assis­
tência jurídica gratuita ao hipossuficiente (art. 52, LXXIV e art. 134). Não há
impedimentos ou limitações constitucionais em relação à propositura de
demandas em face dos entes públicos. O fato de a Defensoria estar ligada
administrativamente ao ente político não impede que desempenhe suas
funções plenamente. Trata-se, também, de uma decorrência da autono­
mia funcional da Defensoria Pública.
Vaie à pena traçar um paralelo com a seguinte situação: um juiz de direito
pode condenar o estado em um processo; da mesma forma, pode julgar
improcedente um pedido feito em processo proposto por ente público.
Disso ninguém duvida. No caso, tem-se o Poder Judiciário estadual con­
denando o Poder Executivo estadual. Embora se diga que são 'poderes'
distintos, a rigor temos apenas um Poder, cujas funções são distribuídas
entre três grupos distintos, legislativo, executivo e judiciário. É preciso ter
claro que cada um exerce seu papel constitucional. Ao Judiciário, compete
aplicar a lei ao caso concreto, julgar o conflito de interesses - seja em pro­
cesso entre particulares, seja em processo que envolve um ente público.
Em relação à Defensoria Pública, a questão é semelhante. Sua função é
prestar assistência jurídica ao hipossuficiente, no âmbito administrativo
ou judicial, em face de particulares ou entes públicos.
Para evitar qualquer entendimento em contrário, o parágrafo segundo do
artigo 42 dispõe expressamente sobre o tema.
Aplicação em concurso:
• DP/MG - 2006 - Fundep.
"Analise as seguintes afirmativas em relação ao Defensor Público, no exercí­
cio da prestação de assistência judicial, integrai e gratuita aos necessitados.
V. O Defensor Público não pode patrocinar ações judiciais contra as pessoas
jurídicas de Direito Público"
O item está incorreto.

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L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

* DP/MG - 2006 - Fundep.


"Sobre as disposições da Lei Complementar n. 80, de 12 de janeiro de 1994,
é INCORRETO afirmar:
B) que as funções institucionais da Defensoria Pública devem ser exercidas ain­
da que a parte contrária seja pessoa jurídica de direito púbiico".
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado.
* DP/MG - 2006 - Fundep.
"É CORRETO afirmar que é permitido ao membro da Defensoria Pública do
Estado exercer suas funções em processo ou procedimento.
D) Que seja movido contra pessoas jurídicas de Direito Público."
O item está correto.
* DP/AM -2 0 0 3 -CESPE.
"Para que o defensor púbiico atue em juízo contra pessoa jurídica de direito
púbiico, deverá obter autorização prévia d.o defensor público gera!, ressalva­
das as situações de urgência, como a de evitar o perecimento de direito, caso
em que poderá agir ad referendum do chefe da instituição"
O item está incorreto.
* DP/RN-2006.
"Por ser órgão subordinado ao Poder Executivo, as funções institucionais da
Defensoria Pública não poderão ser exercidas em desfavor de pessoas jurídi­
cas de direito público."
O item está incorreto.
* D P /M T -2009 ~FCC.
"A possibilidade de a Defensoria Pública do Estado do Mato Grosso, sendo
uma instituição pública, exercer suas atribuições, na defesa dos necessita­
dos, contra o próprio Estado do Mato Grosso decorre:
A) de um conflito ínterinstitucional de interesses.
B) da unidade e da indivisibilidade da Defensoria.
C) da independência funcional dos Defensores Públicos.
D) da autonomia funcional da Defensoria.
E} do poder de gestão administrativa do Defensor Púbiico Geral, pois a e!e cabe
representar a instituição, judicial e extrajudiciaimente."
Gabarito: letra D.
* DP/AL-2 0 0 9 -CESPE.
"Pedro procurou a DPE/AL visando ajuizar ação para eximir-se de pagar IPVA,
cuja cobrança entendia equivocada. Nessa situação, por tratar-se de ação
que será ajuizada contra pessoa jurídica de direito público, é defeso à DP
patrocinar a ação."
O item está incorreto.

59
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

• DP/PI - 2009 - CESPE.


"Na esfera federal, a parte passiva de uma possívei demanda judicial patroci­
nada pela DPU deve ser, necessariamente, um ente público e, desse modo, é
vedado constar particular no polo passivo de demandas."
O item está incorreto.

18.1 Sucumbência e condenação do Estado ao pagamento de honorários


- posição do STJ: embora seja perfeitamente válido o patrocínio de deman­
das pela Defensoria Pública em face do Poder Público, é preciso destacar
uma peculiaridade referente ao pagamento de honorários advocatícios.
É preciso analisar em face de que ente a demanda foi movida.
Quando a demanda é proposta em face do ente público que custeia a pró­
pria Defensoria Pública, não há condenação em honorários advocatícios,
por se tratar de hipótese de confusão entre credor e devedor, isso porque
o custeio das atividades da Defensoria Pública advém, em última análise,
de receitas auferidas pelo ente público respectivo, de maneira que o pa­
gamento de honorários pelo ente público à Defensoria Pública seria um
pagamento a si próprio.
A condenação em honorários advocatícios é possível se a ação for propos­
ta em face de ente público diverso. Por exemplo, se a Defensoria Pública
do Estado move ação em face do município e sai vencedora, há condena­
ção em honorários advocatícios.
Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça debateu a matéria em mais
de uma oportunidade:
Informativo 175
HONORÁRIOS. DEFENSOR PÚBLICO. SUCUMBÊNCIA. ESTADO.
A defensoria pública em questão é órgão do próprio Estado. Assim, não
faz jus a honorários o defensor público que patrocinou a causa pela parte
beneficiária da Justiça gratuita, isso quando sucumbente a Fazenda Pú­
blica daquele Estado. É certo que o art. 23 da Lei n. 8,906/1994 determi­
na que os honorários sucumbenciais pertencem ao advogado, porém, se
defensor público, essa verba não íhe aproveita, mas sim ao Estado para
o qual presta seu munus, que a destina ao Fundo de Aparelhamento da
Defensoria. Nesse caso, o credor e o devedor de tal verba se confun­
dem (art. 1.049 .do CC/1916). Precedente citado: REsp 416.853-PR, DJ
25/2/2003. REsp 469.662-RS, Rei. Min. Luiz Fux, julgado em 3/6/2003.

Informativo 205
DEFENSORIA PÚBLICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.
Trata-se de processo submetido à apreciação da Primeira Seção por
haver divergências de entendimento entre as Turmas que a compõem.

60
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

A questão resume-se em saber: pode o Estado ser condenado a pagar


honorários advocatícios em processo no qual a parte foi representada
pela Defensoria Pública ou ocorre o instituto da confusão, por serem cre­
dor e devedor, no caso, a mesma pessoa jurídica? A Seção, por maioria,
decidiu que a Defensoria Pública é órgão do Estado, por isso não pode
recolher honorários sucumbenciais decorrentes de condenação contra a
Fazenda em causa patrocinada por defensor público. No caso, a Defen­
soria Pública mantida pelo Estado estaria cobrando honorários do pró­
prio Estado, tornando-se, por isso, uma figura de confusão entre credor
e devedor (aplicação do art. 1.049 do CC/1916, e art. 381 do CC/2002).
Outrossim ressaltou-se que o fato de haver um fundo orçamentário com
finalidade específica (criado pela Lei estadual/RS n. 10.298/1994) é ma­
téria contábil-financeira que não altera a situação jurídica de ser o credor
dessa verba a Fazenda estadual e não a parte ou a própria Defensoria,
já que, como não detém personalidade jurídica, é órgão do Estado. Pre­
cedentes citados: REsp 541.440-RS, DJ 20/10/2003; REsp 536.010-RS, DJ
28/10/2003, e EREsp 493.342-RS. REsp 596.836-RS, Rel. originária Min.
Eiiana Calmon, Rei. para acórdão Min. Luiz Fúx, julgado em 14/4/2003.
Informativo 218
DEFENSORiA PÚBLICA. LITIGÂNCIA. ESTADO. RÉU.
Restando vencedora em demanda contra o Estado parte representada
por defensor público, não há falar em condenação a honorários advoca­
tícios, pois o credor - Defensoria Pública - é órgão do devedor - Estado
~ ocorrendo a causa extintiva das obrigações denominada confusão (art.
1.046 do CC/1916 e art. 381 do CC/2002). REsp 654.705-RJ, Rel. Min.
Teori Albino Zavasckt, julgado em 17/8/2004.
informativo 397
RECURSO REPETITIVO. HONORÁRIOS. DEFENSORIA PÚBLICA.
A Corte Especial, ao julgar o recurso representativo de controvérsia reme­
tido pela Primeira Seção (art. 543-C do CPC e Resolução n. 8/2008-STJ),
entendeu que a Defensoria Púbiica estadual faz jus a receber honorários
de sucumbêncta decorrentes da condenação do município na ação por
ela ajuizada em favor de necessitado, relativa ao fornecimento de medica­
mento. Quanto a isso, é certo que a confusão ocorre quando uma mesma
pessoa (física ou jurídica, de Direito Público ou Privado) reúne qualidades
de credor e devedor, caso em que se extingue a obrigação por incompati­
bilidade iógica e expressa previsão legai (art. 381 do CC/2002). Foi lastre-
ada nessa premissa que a jurisprudência do STJ assentou o entendimento
de que não são devidos honorários sucumbenciais à Defensoria Pública
quando atua contra a pessoa jurídica de Direito Público a qual integra e
de que, a contrario sensu, há que se reconhecer o direito ao recebimento
desses honorários se a atuação dá-se diante de ente federativo diverso
(não há confusão), tal como aconteceu no caso em questão ou, por exem­
plo, quando a Defensoria Pública da União atuar contra estado mem­
bro. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.054.873-RS, DJe 15/12/2008;

61
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

REsp 740.568-RS, DJe 10/11/2008; REsp 1.046.495-RJ, DJe 30/6/2008, e


AgRg no REsp 1.084.534-MG, DJe 12/2/2009. REsp 1.108.013-RJ, Rei. Min.
Eliana Calmon, julgado em 3/6/2009.

Aplicação em concurso:
• DP/MG —2006 ~ Fundep.
"Analise as seguintes afirmativas em reiação ao Defensor Púbiico, no exercí­
cio da prestação de assistência judicial, integrai e gratuita aos necessitados.
III - Nas ações que patrocinar contra o Estado/é incabível a condenação des­
tes em honorários advocatícios, caracterizando-se, nessa situação, o instituto
da confusão entre credor e devedor."
O item está correto.

• DP/AC - 2006 - CESPE.


"Se a parte vencedora foi representada em juízo pela defensoria publica es­
tadual, é apropriada a condenação do estado-réu ao pagamento da verba
advocatícia."
O item está incorreto.

• Ceajur (DP/DF) - 2006 - CESPE.


"Em ação movida pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro contra
o próprio estado do Rio de Janeiro, é incabível a condenação do Estado a
pagar honorários advocatícios à Defensoria, uma vez que este é órgão do es­
tado e não possui, portanto, personalidade jurídica própria, razão pela qual
ficaria caracterizada a confusão entre devedor e credor"
O item está correto.

18.2. Execução de honorários: o inciso XXI do artigo determina que as


verbas sucumbenclais decorrentes da atuação da Defensoria Pública são
destinadas a um fundo específico destinado ao aparelhamento da Institui­
ção e à capacitação de seus membros e servidores. O dispositivo expres­
samente inclui a sucumbência devida por quaisquer entes públicos, o que
incluiria, inclusive, o ente público de que faz parte a Defensoria. Em outras
palavras, o dispositivo pretende contornar a jurisprudência do STJ, acima
indicada, no sentido de que não há condenação em honorários quando o
devedor é o próprio ente que custeia a Defensoria, em razão de confusão
em credor e devedor. Ao determinar a destinação a um fundo específico, o
inciso XXI buscar afastar a tese de confusão. Como o dispositivo foi inserido
recentemente pela LC ne 132/2009, ainda não há manifestação do STJ sobre
o assunto.

62
L e i c o m p l e m e n t a r h ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

19. Sucumbência e condenação do particular ao pagamento de honorários:


quando a Defensoria Pública patrocina demanda em face de particular -
pessoa física ou jurídica, inclusive permissionária ou concessionária de
serviço público, empresa púbiica e sociedade de economia mista a con­
denação em honorários ocorre conforme regulado pelo Código de Pro­
cesso Civii. Os honorários não são pagos ao defensor público que atuou
no processo, mas sim recolhidos a um fundo da Defensoria Pública, geral­
mente voltado para o apareihamento da Instituição.
Aplicação em concurso:
' * DP/AL ~ 2003 - CESPE.
"Não é nula a sentença na parte em que impõe ao vencido, assistido pela
defensoria pública, condenação em honorários advocatícios."
O item está correto.

20. Aplicação subsidiária do Estatuto da Advocacia: 0 defensor público atua


na assistência jurídica do hipossuficiente, prestando-lhe esclarecimentos
técnicos e patrocinando-lhes demandas judiciais. É/pois, um advogado, se
bem que público, tal como os procuradores dos entes públicos. Daí estar
submetido também ao Estatuto da Advocacia {Lei n^ 8.906/94) - natural­
mente em matérias não disciplinadas por suas legislações específicas {LC
80/94 e legislações estaduais respectivas). A imposição de sanção disci­
plinar por um órgão não impede que outro venha a analisar a matéria,
dentro de sua esfera de controle.
Aplicação em concurso:
* DP/MG —2006 —Fundep.
"Sobre a legislação que disciplina a Defensoria Pública de Minas Gerais, é
incorreto afirmar que:
E) Os Defensores Públicos estão sujeitos ao Estatuto da Advocacia, Lei n.
8.906/94, além da legislação especial a que se subordinam."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado.

* DP/ES - 2009 - CESPE.


"A atuação dos defensores públicos tem como disciplinamento, além das re­
gras institucionais próprias, o Estatuto do Advogado. As sanções disciplinares
aplicadas em uma das esferas de controle impedem, necessariamente, o co­
nhecimento, o processamento e a punição peia outra, sob pena de ofensa ao
princípio non bis in idem.”
O item está incorreto.

63
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

21. Capacidade postulatória: o defensor púbiico não precisa de procuração


para atuar, exceto no que se refere aos poderes especiais (art. 44, XI, 97, Xi
e 128, XI). Para corroborar os dispositivos que já tratavam da matéria, foi
inserido, ao artigo 4-, o § 69, que esclarece que a capacidade postulatória
do defensor público decorre de sua nomeação e posse no cargo público.
22. Defensoria Púbiica e Ministério Público no mesmo piano: a LC n9
132/2009 inseriu o § 79 ao artigo 49, para determinar que os membros da
Defensoria Pública têm direito de se sentar no mesmo plano do Ministério
Público. Aqui, é importante um esclarecimento, mais voltado para aqueles
com pouca experiência no foro. Historicamente, o órgão de execução do
Ministério Púbiico se senta ao lado do juiz durante a audiência; o mesmo
ocorre durante a sessão plenária do júri. No 22 grau de jurisdição, nas
sessões de julgamento dos Tribunais, de igual modo, o membro do MP se
senta ao lado do presidente do órgão fracionário. Nas últimas décadas,
tem-se chamado a atenção para o significado simbólico dessa disposição
geográfica da sala de audiência, notadamente no âmbito criminal. Embora
o Ministério Público seja comumente visto como o fiscal da lei, é inegável
que o papel desempenhado no âmbito criminal é de órgão de acusação.
No Tribunal do Júri, sendo o MP um órgão de acusação e a Defensoria o
órgão de defesa, nada mais correto do que sua colocação lado-a-lado, no
mesmo plano. Ao membro do júri, leigo, sem formação jurídica, a per­
cepção visual da figura do Ministério Público ao lado do juiz é bastante
emblemática e significativa. Daí se advogara tese de que o Ministério Pú­
blico e a defesa, advocacia privada ou Defensoria Pública, devem sentar-se
lado-a-lado.
O que antes não passava de mera exortação teórica, doutrinária, passou
a figurar como dispositivo legal no Ordenamento Jurídico. A dificuldade
agora é compatibilizar o § 7e do artigo 4- da Lei Orgânica da Defensoria
Pública com o artigo 41, inciso XI da Lei Orgânica do Ministério Público
(Lei n9 8.625/93), que estabelece, como prerrogativa do membro do Mi­
nistério Público, tomar assento à direita do juiz ou presidente do órgão do
segundo grau.
A considerar o critério temporal de solução de antinomias, deve prevalecer
o dispositivo mais recente, da LC n9 80/1994, trazido pela LC r\-132/2009.
Entretanto, parece-me a interpretação mais conciliadora desses dispositi­
vos seria através da distinção entre a atuação do Ministério Público como
parte e como fiscal da lei, custos legis. Sendo parte, teria assento na mesa

64
L ei c o m p le m e n ta r n° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

de audiência, no mesmo plano do defensor público ou advogado, pois as


atuações de ambos são sem elhantes- diametralmente opostas, um exer­
ce ação; o outro, defesa. Sendo fiscal da lei, sentar-se-ia ao lado do juiz ou
presidente do órgão de segundo grau. Destaca-se que a distinção entre
atuação criminal e cível não atende ao que sugerimos aqui, pois em ambas
as esferas de competência, é possível verificar a atuação do Ministério
Público como parte e como fiscal da lei. No criminal, por exemplo, pode
figurar exclusivamente como fiscal da lei quando a ação penal é privada.
De igual modo, no cível, ora pode ser fiscal da léi, ora o próprio legitimado
a propositura da demanda.
23. independência funcional: o § 89 estabelece que o defensor público pode
deixar de patrocinar os interesses da pessoa que o procura por perceber
que não está enquadrada nas funções institucionais da Defensoria Públi­
ca. Trata-se de uma conseqüência natural de sua independência funcional.
Caso entenda que não há espaço para atuação da Instituição, o defensor
deve comunicar o fato ao Defensor Público-Geral, que referendará a de­
cisão ou designará outro defensor público para atuar. Em respeito à in­
dependência funcional, o defensor que recusou a atuação não pode ser
forçado a atender o assistido. É o que ocorre, por exemplo, quando o de­
fensor público verifica que a pessoa não é necessitada.
Aplicação em concurso:
0 DP/RN -2006.
“A Defensoria Púbiica poderá apurar a alegação de carência de seus assisti­
dos"
O item está correto. Observação: embora a questão seja anterior à LC
132/2009, o entendimento de que o defensor público pode recusar o patro­
cínio do cidadão que o procura sempre foi pacífico.

24. Carteira funcional: nos termos do § 9s do artigo 49, a carteira funcional do


defensor público é válida como documento de identidade em todo o terri­
tório nacional. Trata-se da mesma validade destinada à carteira funcional
do Ministério Público (Lei n2 8 .6 2 5 /9 3 , art. 4 2).

. A rti 4°-A. São direitos dos assistidos da Defensoria Pública, além.da-


. . ;;.. queles previstos, na legislação.estadual ou. em atos normativos, internos: .
(Incluído pela; Lei Complementar n° 132, de 2009).
1 -r a informação sobre:-(Incluído pela Lei Complementar. n °132,- de
.; '\" 2 Ó 0 9 ):V : V ; ■
; i : •

65
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

a) localização e horário, de funcionamento dos' órgãos da Defensoria Pú­


blica; (Incluído pela Lei Com piem eiit^ n0 Í 32j dé,2ÒÒ9). :
. b) a jxamitação fdos. processos e .os procedimentos para á realização de ..
exames, períciaà e;outras providências necessáriás'à defena'de seusinte-
". resses;. (Incluído pela Lèi .épmplèiiiéntár ii° ;132, de 2009). '
I I à qualidade e. a eficipnciá do Çom- •
. • plementar n° 132, de 2 0 Q 9 ) . 'vvv • ''■ -

. IIÍ ó direito ;.de:'íer;-sua ;p^ notcasò de recusa d é ;atua-':


' çãó péló Defensor Público; (Ipclüído pela t e i. Çpmplementar .n°. r3^ i: ; .

IV - o patrocínio de seus direitos e interesses pelo defensor natural;(ín-


. ; •. cluídopèla Lei Cpmjpleméntar n° 132^ de 2009). ' v; : : .
. V - a atuação.de Defensores Públicos distintos, quando vèriíicadaa exis-
'. tência de interesses antagônicos oú çólidentés entre destinatários de suás ,::
. . . funções. (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2 0 0 9 ).' •'

X. Direitos dos assistidos: a LC ne 132/2009 inseriu o artigo 42-A à LC ns


80/1994 para elencar os direitos dos assistidos da Defensoria Pública.
2. Direito de informação: é dever da Defensoria Púbiica informar correta­
mente ao assistido a localização e o horário de funcionamentos dos órgãos
da Defensoria Pública, bem como a forma de tramitação dos processos
e procedimentos necessários à defesa de seus interesses. É preciso que
as informações sejam transmitidas ao assistido em linguagem simples e
acessível para que usuário dos serviços consiga entender como funciona a
tuteia de seu direito, onde pode ser atendido e em que horário.
3. Revisão de recusa a atendimento: em decorrência de sua independên­
cia funcional, o defensor público pode, ao atender um assistido, verificar
que não tem condições de lhe patrocinar os interesses, seja por falta de
amparo jurídico à sua pretensão, seja por não se enquadrar o assistido no
conceito de necessitado. A independência funcionai é princípio expresso
na LC n2 80/1994, que o prevê no artigo 3e ea ele faz referência em outras
oportunidades, como no § 9e do artigo 42.
Ainda que o defensor público tenha firmado seu entendimento acerca da
questão, o assistido tem direito de ver sua pretensão analisada novamen­
te, conforme previsão do artigo 42-A, inciso Ml. Quando o defensor público
recusar o atendimento, deve-se fazer comunicação imediata ao Defensor

66
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 19 9 4

Público-Gerai para análise. Como destacado anteriormente, em respeito à


independência funcional do profissional, se o Defensor Público-Geral en­
tender que deve ser prestado o atendimento ao assistido, outro defensor
deverá ser designado.
4. Princípio do defensor natural: o inciso !V prevê o direito do assistido ao
patrocínio de seus interesses pelo defensor natural. Trata-se da consagra­
ção legal de princípio já há muito existente no âmbito do Ministério Pú­
blico e tratado na Defensoria Pública apenas no plano doutrinário. Agora,
deixa-se claro que a divisão de atribuições dos defensores públicos deve
ser respeitada, sendo direito do assistido ter seus direitos tutelados por
um defensor público previamente designado. A disposição legal é nova e
não constava da legislação anterior.
Aplicação em concurso
• DP/ES - 2009 - CESPE,
"O princípio do defensor natural - entendendo-se este como a garantia do
assistido em ter um membro da instituição previamente investido na atribui­
ção de prestar a assistência jurídica integrai e gratuita, por livre distribuição
dos feitos, de modo a assegurar o devido processo e a ampla defesa - está
previsto de forma expressa tanto na legislação complementar federal como
na legislação complementar estadual."
O item está incorreto. Observação: a questão fo i formulada antes do adven­
to da LC 132/2009. Caso a questão fosse formulada hoje, a resposta seria a
de que o item está correto.

• DP/MG - 2009 - FUMARC.


"Sobre os aspectos prindpiológicos afetos à Defensoria Pública, assinale a al­
ternativa INCORRETA: e) Em decorrência lógica de que ninguém será proces­
sado nem sentenciado senão pela autoridade competente, extrai-se o princí­
pio do Defensor Público Natural, pois é garantida ao necessitado a assistência
jurídica, gratuita e integrai, para a produção de sua defesa "
O item está correto ; por isso, não deve ser assinalado.

4.1. Defensor natural em doutrina: "O princípio do Defensor Público Na­


tural assegura que o Defensor Público não seja afastado arbitrariamente
dos casos em que deveria oficia, em razão de atribuições pré-determina-
das. Pressupõe, então, para sua aplicação prática, que o Defensor Púbiico
esteja legalmente investido no cargo, que exista o órgão de execução na
estrutura organizacional da Defensoria Pública, que o membro da carreira
esteja lotado no referido órgão por titularidade e inamovibilidade, e que

67
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

haja a prévia definição legal das atribuições do órgão/' (CORGOSÍNHO,


Gustavo. Defensoria Pública: princípios institucionais e regime jurídico.
Belo Horizonte: Dictum7 2009, p. 153.) '
Interesses colidentes: em comarcas ou seções judiciárias menores, é
comum que o número de defensores públicos no local seja pequeno -
frequentemente, apenas um. Em tais localidades, muitas vezes ambas as
partes envolvidas no litígio procuram o defensor público para tutelar seus
interesses. Ocorre que o defensor não tem como prestar serviços a ambas
as partes ou aconselhá-las, pois q atendimento da primeira pessoa que o
procura lhe acarreta impedimento para a atuação subseqüente {artigos
47, VI, 92, VI e 131, VI).
Por outro lado, o necessitado que procura o defensor público depots, com
um interesse colidente, tem direito a ser representado pela Defensoria
Pública. Para contornar essas situações, foi inserido o inciso V do artigo
4e-A para expressamente determinar a atuação de defensores distintos,

C A PÍT U L O I

. A rt. 5° A Defensoria PubUca da Umão compreende: ^ .•.


I - órgãos dè administração superior: .; . . •. '
á) a Defensória Páblicá-Gerál da União;: . v' ' '
b) a Subdefensoria Pública-Geral daÚnião; .'-V.
. c) o Conselho Superior da Defensoria. Pública da União; •
d) a Corregedoria-Geral da Defensória.Pública da União; ;!::..
II - órgãos dé atuação: £ ■ íj i ^ v ’í■'
a) às Defensorias Públicas da União nos Estados, no Distrito Federal e. ■■■.
nos Territórios; ;'v ' ' '■

b) os N ú cleos da Deferíspria Pública da União; ;:Kí^Vv>; VH


•\ III --. órgãos de execução: •' • ;/ . ^ y . ; :í'jí::-:. i ; y i-

... a) os D efensores Públicos Federais nós Estados, no Distrito .Federal ;e


nosTerritórios. (Redação dada pela Lei Complementar n° 132;, de 2009).
L ei c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

í^ ^ iK ^ ^ ra fiK ^ e ra / ií!4 ^ w ;■••,-''í•


:(Redaçãò; dada pèlá Lei C o m p í e r a e r í f ^ : : • ' ;
Art'v!6°:A Defensoria Pjública/dá ^
;.Gerál Federal,'nÓmeàdò pelqrPresÍderite:dá-&^
estáveis da Caixeira e-maiórés:de 3 5 ^ era
:-lista tríplice formada pelo voto diretp,;;sèófetQ^l|irind^
: de, seus membros^ 'após a ;aprò#â’ç ã ^ ^eíàMáiória absoluta
;\dps.- membros- â^SenádÒlFe^^
víída; íúniã;-f^ ç o n d u ^ iíp ^ ^ Federal'.
21Çómple&ètò^ ••
■•§ 1° (VETADO);
• § 2° (V E T i^O | • :v •,,,
Art. 1° 0 :Défenspr.Púbiicq^GeráÍ'Fbderp suas fal­
tas, impedimentos, liçençás e férias, peió Subdéfçn Publico-Geral Fe­
deral, nomeado pelo Presidente^ da RepúblicaV^ da
Categoria Especial da Carreira, escolhidos!^ para
mandato de 2 (dpisy anos: (Redà^ão dadà peí.a Lei:C

Parágrafo único. A Uniãp. poderá,, segim^ ter mais


de um Subdeferisor PúbücoTGéral Fçdei:ál...(RedaçãQ dada pela Lei Com­
plementar n° 1 3 2 , de 2009). •. :
Art. 8° São atribuições do Defensor .PúbUcò-Geral, dentre outras: . :
I - dirigir a Defensoria Pública da União, superintender e coordenar suas

II - representar a Defensoria Pública da União jiidicial e extrajudicial-,


m e n t e ; í r '• :f ' i \ \ £ ' . - '. ’ '
III - velar pelo cuniprimento das finalidades da Instituição; '
IV ~ integrar, com o membro nato, e presidir o Conselho Superior da D e­
fensoria Pública daUnião; ' : '
V - submeter áo Conselho Superior proposta de criação ou de alteração
:do Regimento Interno da Defensoria Pública-Geral da União; (Redação
dada pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
VI ~ autorizar os afastamentos dos membros da Defensoria Pública da

VII - estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e dos servidores


da Defensoria Pública da União; v. • ' • • • • ’

69
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

VIII - dirimir conflitos.de atribuições entre membros da Defensoria P ú~:


blica da União, com recurso para seu Conselho Superior; - " ;'/•'••• .••••' .
' IX - proferir decisõçs nas sindicâncias é.proc&sÒs a dis-
ciplinaresprpm ovidospelaC.ópregedorià-G eraidabefehsonaPúblicada

. ■ X — in s t a la r ;processo disciplinax, çóntra: m e m b r o s' es e r v i d o r e s da D e- ;

■.fensoria Pública da..União,p^ seu Conselho Superior; .


:: XI • abrir concursos públicos: para ingresso-ha carreira da Defensoria
Pública d á U n m ó ; , ^ v-': v ' •••'• •'.•••••: '•! '
y ü XH —detemiinar còrçeições exteojrdin^ as; • ; ,v . . . •! •
XIII —.praticar, atos de gestão àHrainiátrativà, íinancèifa e de pessoal; .
.. XIV - çonyocar o Cõnáelho;Superior, da Deféiasoria Púbíicá da União;
■ X V —designar membro da Defensoria Pública dá União, paxa exercício ,
de suas atribuições em órgãò de atuáção diverso do de sua lotação ou, em
.. caráter excepcional, perante Juízos, Tribunais ou O fícios diferentes dos
. ; estabelecidos para cádácátegoria;. ■■y :. ; ' y ■'
X V I requisitar de qualquer autoridade publica e de seus. agentes, certi- '
\ dões, exames, perícias; vistorias, diligências, processos, documentos, in -;
formações, esclarecimentos è demais providências necessárias à atuação
da Defensoria Pública; ' - .V ; ••.'.•/ yV ";--Vy'’'
XVII - aplicar a pena da remoção compulsória, aprovada pelo voto de
dois terços do Conselho Superior da Defensoria Pública da União, asse- ,L
’y gürada ampla defesa; . . •; y '/
XVIII ~ délegar atribuições á autoridade que lhe seja subordinada, na ;V
form ádalei! . . . . ! y y ::
: X IX -- requisitar força policial para assegurar a incolumidade física dós
... membros da Defensoria Pública da União, quando estes se encontrarem ,
. ameaçados em razão do desempenho de suas atribuições institucionais;:.
(Incluído pela Lei Complementar n° Í32, de 2009).
; X X - apresentar plano de atuação da Defensoria Pública da União ao
Conselho Superior. (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
..: Parágrafo único. A o Subdefensor Público-Geral Federal, além da atri- ..
. buição prevista no art. T desta Lei Complementar, compete: (Redação':■
dada pela Lei Complementar n° 132, de 2009). -
I - auxiliar o Defensor Público-Geral nos assuntos de interesse da Ins- .
tituição; 'y^ :r\-y - : y -j .\:-’; y
II - desincumbir-se das tarefas e :delegações que lhe fórem determinadas
pelo Defensor Público-Geral. : -• y ;;

70
L e i c o m p le m e n t a r n ° 8 0 , d e 12 d e j a n e i r o d e 1 9 9 4

1. Modificação de nomenclatura: a Defensoria Pública da União mantém a


mesma estrutura já consagrada desde a edição da LC n5 80/1994, mas o
defensor público da união agora passa a ser designado de defensor pú­
blico federai. Aiém disso, a nomenclatura atual do chefe da Defensoria
Pública da União é Defensor Público-Geral Federal.
2. Defensor Público-Geral Federal - características: o artigo 6^ estabelece
as características referentes ao ocupante do cargo maior da Defensoria
Pública, o Defensor Público-Geral Federal.

r integrante da carreira da Defensoria Pública da União;


membro estável da carrein
idade superior a 35 anos;
formação de listra tríplice, pelo voto direto, secreto, plurinomi-
DEFENSOR nal e obrigatório de seus membros;
PÚBLICO- “< nomeação pelo Presidente da República, dentre os três mais vo­
GERAL tados;
aprovação do nome pelo Senado, por maioria absoluta;
mandato de 2 anos;
direito a uma recondução, mediante nova aprovação pelo Se­
nado.

3. Aprovação pelo Senado - constituclonalidade: o art. 52, inciso III, alí­


nea "f" da Constituição da República estabelece que compete ao Sena­
do a aprovação de nomes para titulares de cargos determinados em lei.
Nessa esteira, o art. 69 da Lei Complementar determinou que o nome
escolhido pelo Presidente da República para o cargo de Defensor Públi­
co-Geral Federal seja aprovado pelo Senado. O dispositivo é constitu­
cional.
-£> Aplicação em concurso:
« DPU - 2001 ~ CESPE.
"É inconstitucional o preceito de lei complementar que atribui ao Senado Fe­
deral o mister de aprovar a indicação feita peío presidente da República para
o desempenho do cargo de defensor público-geral, haja vista tal atribuição
não constar do texto da Constituição."
O item está incorreto.

71
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

» DPU - 2004 - CESPE.


"O defensor público-geral da União, tal como o procurador-geral da Repú­
blica e os ministros do STF, somente pode ser nomeado após ter seu nome
aprovado peio Senado Federai
O item está correto. Observação: a questão fo i elaborada antes da LC n?
132/2009. Atualmente o chefe da Defensoria Pública da União recebe a
denominação de Defensor Público-Geral Federal.

4. Foro por prerrogativa de função - inexistência: o Defensor Público-Geral


Federal não possui foro por prerrogativa de função.
Aplicação em concurso:
• DP-ES - 2009 - CESPE.
"A Emenda Constitucional n.s 45 assegurou ao defensor público geral da
União o foro por prerrogativa de função perante o STF para conhecer, pro­
cessar e julgar os crimes comuns e, perante o Senado Federal, nos delitos
de responsabilidade, nos mesmos moldes estabelecidos para o procurador-
geral da República e o advogado-geral da União."
O item está incorreto. Observação: a questão fo i elaborada antes da LC n?
132/2009. Atualmente o chefe da Defensoria Pública da União recebe a
denominação de Defensor Público-Geral Federal.

5. Regimento interno da Defensoria Pública da União: a redação original da


LC ne 80/1994 previa que cabia ao Defensor Público-Geral baixar o Regi­
mento Interno da Instituição (art. 89, Inciso V). Dentre as alterações pro­
movidas pela LC n9 132/2009, foi alterado esse dispositivo para prever que
o Defensor Público-Geral submete a proposta de criação ou alteração do
Regimento da Defensoria Pública ao Conselho Superior.
6. Conflito de atribuições entre defensores públicos da mesma Instituição:
compete ao Defensor Público-Geral dirimir conflitos de atribuições entre
defensores públicos da mesma Instituição, ou seja, o Defensor Púbiico-Geral
Federal decide conflitos de atribuições entre defensores público da União
(art. 89, VIU). Por sua vez, o Defensor Público-Geral do Distrito Federal diri­
me conflitos de atribuições entre membros da instituição que chefia (art.
56). Em geral, as legislações estaduais possuem disposição semelhante.
O conflito de atribuições entre defensores públicos de diferentes Institui­
ções (ex.: Defensoria Pública União e do Estado) é julgado pelo Superior
Tribunal de Justiça, conforme previsão constitucional (CR, art. 105, inc. I,
alínea "g” )>

72
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

-> Aplicação em concurso:


• DP/PI - 2009 - CESPE.
"A lei complementar federai preceitua expressamente que, existindo conflito
de atribuições entre membros da Defensoria Pública Federal e da Defensoria
Pública do Distrito Federai e dos Territórios,-o DPG federal deve solucioná-lo,
cabendo, contra a solução dada, recurso para o Conselho Superior."
O item está incorreto.

7. Designação de membro da DPU: é atribuição do Defensor Público-Geral


Federal a designação de membro da Instituição para exercício em órgão
diverso de sua iotação ou em juízo, tribunais ou ofícios diferentes dos de
sua categoria. É o que estabelece o art. 82, inciso XV.
Aplicação em concurso:
• DPU - 2 0 0 7 -CESPE.
"É atribuição do Defensor Público-Geral da União, e não do Conselho Supe­
rior da instituição, designar membro da DPGU para exercício de suas atribui­
ções em órgão de atuação diverso do de sua iotação ou, em caráter excep­
ciona!,. perante juízos, tribunais ou ofícios diferentes dos estabelecidos para
cada categoria
O item está correto.

7. Remoção compulsória: a pena de remoção compulsória é aplicada pelo


Defensor Público-Gerai, sendo necessária a aprovação pelo Conselho Su­
perior da Defensoria Pública, pelo voto de dois terços de seus membros,
sendo assegurada a ampla defesa, conforme previsão do artigo 85, inciso
XVII.
Aplicação em concurso:
« DP/ES- 2 0 0 9 -CESPE.
"A remoção dos defensores públicos será feita a pedido ou por permuta,
sempre entre membros da mesma categoria da carreira. Ressalva a lei de
regência a possibilidade de remoção compulsória, assegurada ampla defesa
em processo administrativo disciplinar, a ser aplicada por ato do defensor
publico gerai, sem necessidade de manifestação do Conselho Superior."
O item está incorreto.

8. Requisitar força policial: compete ao Defensor Público-Geral requisitar


força policial para assegurar a incolumidade física dos defensores públicos
ameaçados em razão do exercício de suas funções {art. 85, inc. XIX).

73
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Apresentação de plano de atuação da DPU: o inciso XX do artigo 89 es­


tabelece que compete ao Defensor Púbíico-Gerai Federal apresentar ao
Conseiho Superior o plano de atuação da Instituição. Esse piano deve ser
elaborado de modo a atender os objetivos da Defensoria Púbiica, previs­
tos no artigo 39~A.

\ S e ç ã o I I • V . . ' ; . / ’; ’./-..:. '


D o C o n s e l h o S u p é r i ç r d a D e f e f â : ;j
.• •’ A rt. 9o A composição do' Conselho.|Süpenor da'Defensoria Públicaí da
União deve incluir õbrigatòriaménté o Dèférisor Público-Gerai Federal, o
. Subdefensor Público-Geral Federal e o :Gòrregédor-GeraI Federal, còm o . .' ■
..membros, natos, e, em sua..maioria, representantes estáveis da Carreira, '
• 2 (dois) por categoria,^ eleitos pelo voto direto, plürínominal, obrigatório .
e secreto de todos integrantes da Çarrèira. (Redação dada jpelá Lei Cóm-
plementar h°.132,.de 2009). ^: :*.•;'ÓV:■
■■ } ■ ■ V ;;
.; . § Io O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público-Geral, que,
. . além do seu voto' de membro, tem o de. qualidade, exceto em matéria
de remoção e promoção, sendo as deliberações tomadas por maioria de ■■■;
votos.. - ,
: § 2o A s eleições serão;realizadas..em conformidade co m ;as instruções
baixadas pelo Defensor Público-Geral.
§ 3o Os membros do Conselho Superior são eleitos .para mandato de dois .
. anos, mediante voto.nominal, direto e secreto.' ' . :
§ 4o São elegíveis os Defensores Públicos Federais que não estejam afas­
tados da Carreira, para mandato de 2 (dòis) anos, permitida 1 (uma) ree- .
leição. (Redação dada pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
. § 5o São suplentes dos membros eleitos de que trata o caput deste artigo
.. ... os demais votados, em ordem decrescente. . -V:. K ii . . i v —v. •. .
§ 6o Qualquer membro, exceto os natos, pode desistir de sua participação
no Conselho Superior, assumindo, imediatamente, o cargo, o respectivo
suplente. . ' ••
A rt. 10. A o Conselho Superior da Defensoria Pública da União compete: ■
I —exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública da União;
II —opinar, por solicitação do Defensor Público-Geral, sobre matéria per-
tinente à autonomia funcional e administrativa da Defensoria Publica da
. União;;-. . ■' ; .• v . ■:>.vi > ; ; - -
; III - elaborar lista tríplice destinada à promoção por merecimento; .
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

IV - aprovar a , lista de antigüidade dps mémbros da D efensoria Pública


'.da yriiãoií.e:.^decidir^óbreíã| xèçlamá§ões^a^Ía"i^^^^3OTentèsVvVS;;'.:--.
V - recomendar àó Defensor.Públicó-<àèi-ál:.á;’.instauração;
so disciplinar, contra membros e /se r v i^ o r é s;^ Pública da

:vn :^ .... _

VIII -.d ecid ir acerca da remoção :yolim tári^os.:to^ (Ia carreira


da Defensoria. Púbiica da ynião;;:^ ; : •
IX decidir sobre a avalíaçãòidõ estágio :^robafórip5doá; membros' da

X
terços de seus membros, .a s s e g u r a # :a m ^ ; .
X I - deliberar sobre a organização dé c o n ^ na car­
reira e designar o s representantes da^Defénsõriá^Púbiica da U nião que
integrarão á C om issão de.Ç oncürso;.. ' .-^v -/ ; V :. •
XII - organizar os concursos para provimento dós óargos da Carreira d e '
Defensor Público Federal è editar os respectivos regulamentos; (Reda­
ção dada pela Lei Complementar n° 132, de 2.009).
X III-reco m en d a r correições extraordinárias; ' ' : .
X IV - . indicar os 6 (seis) nom es dos membros da classe mais elevada
da Carreira para. que o Presidente da. República nomeie,, dentre esses,
o Subdefensor Público-Geral Federal e o Corregedor-Geral Federal da
D efensoria. Pública da União; (Redação dada pela Lei Complementar
n° 132, de 2009). /. . ' .
X V - editar as normas regulamentando a eleição para D efensor Públi­
co-Geral Federal. (Incluído pela Lei C om plem entam 0 132, de 2009).
Parágrafo único. A s decisões do Conselho Superior serão m otivadas e

1. Conselho Superior: trata-se do órgão de cúpuia da Defensoria Pública,


responsável, dentre outras tarefas, por exercer seu poder normativo. As
principais decisões acerca das missões institucionais da Defensoria são to­
madas por este órgão.

75
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Aplicação em concurso:
• DP/AL - 2009 - CESPE.
"O exercício de atividades decisórias é vedado ao Conselho Superior da BPE/
AL."
O item está incorreto.

2 Composição do Conselho Superior: é composto de membros natos e


membros eleitos, sendo estes a maioria. Os natos são o Defensor Público-
Geral, o Subdefensor Público-Geral e o Corregedor-Geral. Vale lembrar
que pode haver mais de um Subdefensor Público-Geral, conforme a ne­
cessidade das atribuições da carreira {art. 72, parágrafo único). Em núme­
ro superior ao de membros natos, devem ser eleitos dois defensores pú­
blicos de cada categoria, dentre membros estáveis, eleitos por voto direto,
plurinominal, obrigatório e secreto de todos os integrantes da carreira.
São elegíveis membros que não estejam afastados da carreira, para man­
dato de dois anos, permitida uma reeleição.

Membros V -.;:;--Ç o rn p Ò s Íç ã ò ’•%•'>. ; Características/Base legal


Natos Defensor Público-Geral, Sub­ 0 Defensor Público-Geral exerce a presi­
defensor Público-Gerai e dência, tem voto de membro e de quali­
Corregedor-Geral dade, exceto para assunto de remoção e
promoção {art. 9^ § ie)
Pode haver mais de um Subdefensor
Público-Geral (art. 72, p.ú.)
Eleitos Dois defensores públicos de São eleitos por voto direto, plurinomi­
cada categoria, em número nal, obrigatório e secreto de todos os
superior ao de membros membros da Instituição, para manda­
natos to de 2 anos, permitida uma reeleição
(art. 92, caput e § 4-).

Aplicação em concurso:
*> DP/MT-2006.
"Acerca das disposições preliminares da instituição Defensoria Pública, bem
como das normas gerais para organização das Defensorias dos Estados, en-
contradiças na Lei Complementar Federal n. 80, de 12 de janeiro de 1994,
assinale a afirmativa correta.
B) São membros natos do Conselho Superior da Defensoria Pública apenas o
Defensor Público-Geral e o Corregedor-Geral"
O item está incorreto .

76
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

3. Revogação tácita do § 39 do artigo 99: a LC n9 132/2009 alterou a forma


de composição do Conselho Superior, através da alteração do caput e do
§ 42. Não houve revogação expressa do § 39,que prevê que "os membros
do Conselho Superior sõo eleitos para mandato de dois anos, mediante
voto nominal, direto e secreto." Entretanto, esse dispositivo está revogado,
porque a matéria já foi disciplinada de forma exaustiva no artigo 99 caput
e § 49.
4. Função normativa: compete ao Conselho Superior da Defensoria Pública
—seja da União, do Distrito Federai e Territórios ou dos estados - 0 poder
normativo da Instituição, conforme previsto no art. 10, inciso I.
-> Aplicação em concurso:
• DP/SP - 2006 ~ FCC.
"O poder normativo no âmbito da Defensoria Público é exercido: e) peio Con­
selho Superior."
O item está correto.

5. Manifestação sobre autonomia funcional e administrativa: é competên­


cia do Conselho Superior da Defensoria Pública, em qualquer esfera políti­
ca - art. 10, inciso II.
Aplicação em concurso:
• DP/SP - 2007 - FCC.
"Decidir sobre matéria relativa à autonomia funcional e administrativa da
Defensoria Púbiica é competência:
D) do Conselho Superior."
O item está correto.

6. Avaliação de estágio probatório: é atribuição do Conselho Superior deci­


dir sobre a avaliação de estágio probatório dos defensores públicos, sendo
sua decisão homologada peio Defensor Público-Geraí.
Aplicação em concurso:
• DP/RN - 2006. "Assinale a alternativa incorreta:
8} Compete ao Defensor Público Geral do Estado decidir sobre a avaliação do
estágio probatório dos defensores púbiicos e demais servidores da Defenso­
ria, submetendo a decisão à homologação pelo Conselho Superior da Defen­
soria Pública."
O item está incorreto; por isso, deve ser assinalado.

77
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

7. Recomendação de correições extraordinárias: o inciso XIli do artigo 10


prevê como atribuição do Conselho Superior a recomendação de correi­
ções extraordinárias.
Aplicação em concurso:
® DP/RN - 2006.
"Assinale a alternativa incorreta:
A) Compete ao Conselho Superior da Defensoria Pública recomendar correições
extraordinárias."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado.

• DP/AL-2 0 0 9 -CESPE.
"Encontra-se no âmbito de competência do Conselho Superior da DPE/AL
recomendar correições extraordinárias."
O item está correto.
8. Regimento da eleição para Defensor Público-Geral: a LC ns 132/2009
incluiu o inciso XV do artigo 107 que prevê a atribuição do Conselho Su­
perior de editar normas para regular a eleição para Defensor Público-
Geral.

■ S e ç ã o I I I . . \
C o r r e g e d o r i a - G e r a l

d a D e f e m o r i a P u b l i c a d a X J n iã o ' :: -y-•':

A rt. 11. A Corregedoria-Geral da D efensoria Pública da U nião e órgão s r ; ■;,


de fiscalização da atividade funcional e rda conduta dos membros é dos '
.servidores da D efensoria Pública da U nião..•'..; ;- y '• •y % ;' y ; - y ■'
■■.A rt. 12. A Corregedòria-Geral da D efensoria Pública da U nião é exerci- :;
da pelõ Corregedor-Geral, indicado dentre os integrantes da classe mais
elevada da carreira pelo C onselho Superior e nomeado pelo Presidenté
da República para mandato de d o i s . a n o s ' : :?'■:v--y: ' Vy :;
Parágrafo único. O Corregedor-Geral poderá ser destituído, antes do
término do mandato, por proposta do Defensor Público-Geral, pelo voto -y
. de dois terços dos membros do C onselho Superior, assegurada ampla .
. defesa. Vy'.^'■■.y • '• • ' >;:y:y y :^ y ;y 'y y ;yy::Yyry Y
A rt. 13. À Corregedoria-Geral da D efensoria Pública dá União com -

I - realizar correições e inspeções funcionais;

78
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e .ja n e ir o d e 1 9 9 4

. . ÍI ^ s ü g è r ^ : â p, © e f e p s q i : ^ ú f e l í ^ é f e i í 3 oj t P ú - :
. bliço que èstejá, senüó;sutóetiiáo :a .cdrt.éi oii processo
Ví'súdministrativòdi:s ci|$ha^^ \. .•' .

..;;^ fíL ]-cpropdr,;;^ iid^ Ê ^ ^ suspensão


.. ;do estágio probatório "de ^ Uriião; /

v.y. IV ;-
/t
receber è processar, as rèprèséntáèões c
V. í.V
A . :I5*vl*1J a #->r']^3
>'-**'í-v:»vj
J ?í a r.i^Vvím, a ^ m^'« ll ^
X'::' \ da De-•
-^''UrU.''; ••i.' >«k\ ./*"*
^ ”•*•'•’.•'••"
vm '

^ ^ ^ r é s é ir t^ ' ano,
' relatório das:^tividádes' d e^ n v o l vi^s^itó^^ '• / •:■ ';. - ;
■,\^L^;prppòr :; a ? m s t ^ á ^ ^ ^ r t í ^ | ^ ^ ^ i ^ | | ^ ^ n ^ | ^ e r a b ^ s ; :dâ:
;íç^:D ei^s^a:l?ul?Íieã|l£{t^ £■.

VIII —. propor a exoneração .ídèixnémbrõs^^ da


y-í U nião que h ão cumprirem a s J c o n d i^ ^ • > ’. •

Corregedoria-Geral: a função da Correged.oria-Geral é fiscalizar a ativida­


de dos membros da Defensoria Pública. Trata-se de um órgão de controle
da Instituição.
Proposição de instauração de processo disciplinar: dentre as atribui­
ções da Corregedoria está a de propor a instauração de processo disci­
plinar contra membros e servidores da Defensoria Pública {art. 13, VI).
Após proposta da Corregedoria, a abertura do processo disciplinar é atri­
buição do Defensor Púbüco-Gerai (art. 8e, X). Essa mesma atribuição foi
dada também ao Conselho Superior da Defensoria Pública da União (art.
10, V).

: ^ S e ç ã o J V : , ^ " \ y , r :V :-, : '

. .: . .. nô Distrito Federal e nos Territórios


' À rt. 14. A D efensoriá Publica da U nião atuará nos Estados, no D is- ..
. trito Federal e nos Territórios, junto às justiças Federal, do:Trabalho,
. Eleitoral, Militar, Tribunais Súperiores é instâncias administrativas d a .

79
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

:§' 1* A Defensoria: Publica :da;Ü^


. E)efensonàs Públicas :dos Estados;,e ;àó};;Distato^Fèd^

íjüri$diição ^fènyps^^;:|$pu^^ :'

§ 22 N ão:hayèrido: ria D e fe r is^ cònstitu|da rios;


■m pldééíde^^éi^E^Sroe^^ effidaáe

•soria PubliçàYdá';^
Tribimal Federal .e Òs:TrÍbühais;.súj^ .

ArtY lS.í.Os prgãos de; atòáção dá: D União, erii ;cada •;•
Estado, rio DistntpyFè^^ serão difigidos por Defensor

: Parágrafo úriico! Âó Defensor;Públicp~C^


■çõés institucionais, coriipete^ éspecialniente: ^ '1;Y ’': ;Y.. . ' •'•• ’
T. ': "" ^ ’ ....... .......................................................'

derais que atuem ém sua área de competência; (Redação, dada'ppla Léi


Complementar n° 132, de 2009). -: - ; . ' : :
II-í
to das atividádes institucionais erri sua área de cornpetência; . ;
III —deferir aó ihèmbro dá Defensoria Pública da União sob suá coordena-

competência do Defensor Público-Geral; :. . y ;. o. C...-..•


IV. - solicitar providências correicioriais aò Defensor Público-Geral, e m .
•-suá área de competência; ^ '".V\
V - remeter, semestralmente, ao Corregedor-Geral; relatório das atividades
na sua área de competência. .. . ' ; • . .. . :
A rt. 15-A. A organização da Defensoria 'Pública da União deve primar;:
pela descentralização, è sua atúaçãp deve incluir atendimento interdiscipii-
;nàr, bem com o à tutela dos interesses individuais^ difusos, •coletivos e indi- :i
viduais homogêneos; (Incluído péla. Lei Complementar h° 132; de 2009).

v -;;.^ v ‘ y ;.y :.;.;/vV:'- •.


;: Dós Núcleos da Defensoria Pública da União nos Estados,
7 ííq í>^triiòFederaienos Territórios

A rt. 16. A Defensoria Pública da União nos Estados, no Distrito Federal e


nos Territórios poderá atuar por m eio de N ú cleo s.;

80
L e i c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

nós ter- : ••
;.V: ■'•/’ m òs do' á ft 1 5 deètá L e i Ô ^ . ••'A -::v' ;.:. : -'.T-V’

1. Esfera de atuação da Defensoria Pública da União: é importante observar o


art. 14, que delimita o campo de atuação da Defensoria Pública da União.

Justiça Federal
Justiça do Trabalho
DEFENSORIA Justiça Eleitoral
PÚBLICA
DA UNIÃO Justiça Militar
Tribunais Superiores

V. Instâncias administrativas da União

-> Aplicação em concurso:


» DPU - 2007 - CESPE.
"Compete aos defensores públicos da União, e não aos defensores estaduais,
prestar assistência jurídica perante as juntas eleitorais."
O item está correto.

2. Convênios: o corpo de defensores públicos da União está aquém do ne­


cessário para prestar plenamente suas atribuições em todo o país - como
sói ocorrer também com os quadros das Defensorias Públicas estaduais.
Ciente dessa situação, a soiução legislativa foi possibilitar a criação de
convênios entre a Defensoria Pública da União e as Defensorias Públicas
estaduais e do Distrito Federal, para que estas atuem em nome daquela
(art. 14, § l 9). Além disso, se o estado-membro sequer possui Defensoria
Pública organizada, a parceria pode ser firmada com entidade pública que
desempenhe a função de assistência jurídica gratuita.
-> Aplicação em concurso:
• DPU-2 0 0 4 -CESPE.
"Se a DPU firmasse convênio com a Defensoria Pública do Estado do Pará
para que os defensores públicos estaduais atuassem em nome da DPU junto
a determinados órgãos jurisdidonais de primeiro e segundo graus de juris­
dição, esse convênio seria nulo porque não podem ser delegadas, por via
contratual, competências fixadas em iei."
O item está incorreto.

81
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

3. Atuação junto aos Tribunais Superiores - precípua, não exclusiva - posi­


ção do STJ: o parágrafo 32 estabelece que a Defensoria Pública da União
deve atuar precipuamente perante os tribunais Superiores - Supremo Tri­
buna! Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho,
Tribunal Superior Eleitoral e Superior Tribunal Militar.
Compete à Defensoria Pública da União o acompanhamento de recursos
interpostos pelas Defensorias Públicas estaduais aos Tribunais Superiores,
devendo ser intimada acerca das decisões tomadas nesses recursos, isso
decorre, lamentavelmente, da falta de estrutura da maioria das Defen­
sorias Públicas estaduais, que mal conseguem prestar adequadamente a
assistência jurídica em suas unidades territoriais, não tendo condições de
constituir e manter um posto avançado em Brasília para acompanhamen­
to de seus recursos.
Para não deixar o hipossuficiente em situação de desvantagem no acom­
panhamento de recursos nos Tribunais Superiores, a Defensoria Púbiica
da União recebeu a incumbência de acompanhar os processos que envol­
vam as Defensorias Públicas.
Essa atuação, porém, não é exclusiva, mas sim concorrente. Se a Defenso­
ria Púbiica estadual cria um posto avançado em Brasília, com defensores
públicos atuando diretamente junto aos Tribunais Superiores, então esse
órgão estadual deve ser intimado das decisões e pode atuar nos proces­
sos, pois tem capacidade postulatória plena. Seus atos não precisam ser
ratificados pela Defensoria Pública da União.
A esse respeito, o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou algumas
vezes:
informativo 341
DEFENSORIA PÚBLICA. CAPACIDADE POSTULATÓRIA. STJ. RATIFICAÇÃO.
RECURSO.
Os julgamentos dos recursos interpostos pelos defensores públicos es­
taduais devem ser acompanhados no STJ pela Defensoria Púbiica da
União —DPU, que deve ser intimada das decisões e acórdãos proferidos.
Entretanto, a atuação da DPU não é exciusiva. Se houver representação
em Brasíüa de Defensoria Pública estadual, essa pode ser intimada e
atuar sem restrições no STJ. Assim, o agravo regimental interposto pela
Defensoria Púbiica estadual não precisa ser ratificado pela Defensoria
Pública da União, pois ambas têm capacidade postulatória perante o
STJ. Anote-se que, pelo instituto da preclusão consumativa, interposto

82
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

o recurso, não há como aditá-!o, iogo não admitir a capacidade postula­


tória do defensor estadual ao final levaria a negar-se conhecimento ao
agravo regimental. Precedentes citados do STF: EDcl no Al 237.400-RS,
DJ 24/11/2000; HC 82.118-SP, Di 29/11/2002; do STJ: QO na Ag 378.777-
MG, DJ 25/6/2001. AgRg no REsp 802.745-RJ, Rei. Min. Humberto Go­
mes de Barros, julgado em 3/12/2007.

informativo 247
DEFENSOR PÚBLiCO. INTIMAÇÃO. RECURSOS. STJ.
A Turma recebeu o agravo regimental como embargos de declaração e
os acolheu, reafirmando o entendimento no sentido de que a intima­
ção nos processos que tramitam neste Tribunal se fará à Defensoria Pú­
blica da União quando ausente iei estadual que preveja a atuação da
Defensoria Pública estadual perante o Superior Tribunal de Justiça. No
caso, o defensor público que atua nos autos foi intimado e ofereceu re­
curso. Precedentes citados: 0 0 no Ag 378.377-RJ, DJ 11/11/2002, e Ag
459.945-RS, DJ 9/12/2003. AgRg no AgRg no Ag 416.587-DF, Rei. Min.
Antônio de Pádua Ribeiro, julgado em 19/5/2005.

informativo 215
INTIMAÇÃO. DEFENSORIA PÚBLICA.
A Turma, em Questão de Ordem, decidiu, por unanimidade, que as in­
timações às defensorias públicas neste Superior Tribunal serão feitas à
Defensoria Pública da União, salvo quando as defensorias públicas dos
Estados tenham representação em Brasília, efetivamente funcionando
todos os dias da semana, o que não acontece com a Defensoria Pública
do Rio de Janeiro, até prova em contrário por parte desse órgão. Prece­
dente citado: AgRg no Ag 378.377-RJ, DJ 15/3/2004. Questão de Ordem,
Presidente Min. Aldir Passarinho Junior, em 29/6/2004.

Informativo 190
QUESTÃO DE ORDEM. DEFENSORIA PÚBLICA. ATOS DECISÓRIOS. STJ. IN­
TIMAÇÃO.
A Corte Especial acolheu a questão de ordem suscitada pela Terceira
Turma, entendendo que, nos processos cíveis oriundos dos Estados,
a.Defensoria Pública, da União há de ser intimada dos atos decorren­
tes dos julgamentos, decisões e despachos proferidos no STJ, salvo
quando houver disposição em contrário nos Estados, prevendo que a
intimação seja feita diretamente à Defensoria Pública estadual. Com
base nessa decisão, a Terceira Turma, em 6/11/2003, não conheceu
do agravo da Defensoria Pública da União. EDcl na Questão de Or­
dem no Ag 378.377-RJ, Rei. Min. Nancy Andrighi, julgados em 5/11/
2003.
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

^ Aplicação em concurso:
• DP/AC-2 0 0 6 -CESPE.
"Em regra, a Defensoria Pública da União deve acompanhar, no SuperiorTri-
bunal de Justiça (STJ), o julgamento dos recursos interpostos por defensores
públicos estaduais, bem como deve ser intimada das decisões e acórdãos por
ele proferidos."
O item está correto.

• Ceajur (DP/DF) - 2006 - CESPE.


"À Defensoria Pública da União não cabe acompanhar, perante o STJ, o julga­
mento dos feitos patrocinados pelos defensores públicos estaduais, incluin-
do-se a intimação das decisões e acórdãos proferidos."
O item está incorreto.

• DP/AL-2 0 0 9 -CESPE.
"Rafael ajuizou ação de investigação de paternidade patrocinada pela DPE/AL.
O juiz julgou improcedente o pedido, decisão que foi mantida pelo tribunal
em sede de apelação. Nessa situação, se for cabível a interposição de recurso
especial, deverá a atuação ser deslocada para a Defensoria Púbiica da União."
O item está incorreto.

4. Descentralização e atendimento interdisciplinar: o artigo 15-A foi inclu­


ído pela LC n5 132/2009 para prever que o atendimento da Defensoria
Pública da União deve primar pela descentralização e incluir atendimento
interdisciplinar e tutela de direitos coletivos, O dispositivo está consonân­
cia com as funções institucionais da Defensoria (art. 45), em cujo rol estão
previstas a tutela coletiva (inciso Vlí) e a atuação junto a vítfmas, através
de corpo de atendimento interdisciplinar {inciso XVIII).

S e ç ã o V I

, D o s D e f e n s o r e s P ú b l i c o s F e d e r a i s .
(Redação dada pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
' A rt. 18. A os Defensores Públicos’ Federais incumbe o desempenho
das funções de orientação, postulação e defesa dos direitos e' interesses
dos necessitados,' cabendo-lhes* especialmente: (Redação dada’pela Lei
Complementar n0 ,132, de 2Ò09). ■
I - atender às partes e aos interessados;
■ I I —postular a concessão de gratuidade.de justiça paraps necessitados; •,
: III - tentar a conciliação das partes, antes de promover a ação' ca b ív el;: ,:

84
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

:os

V-t; interpor reciysp para quãiquçr grau (ié:jmlsdiçáo ^ revisaò


"çrimm^;pi&áb 0:
V I. —:sus tènt ar, :o ralmeii te òu por; m e m o n à l^ rmtéj^òsíps e as
raiões; ápíesèntadaâ pòr intèímédio'da'D^^^ '/..'• •

VTII ~ pa^içipar, :com Hireito.de';y^


\(InçÍüído.pelà Lei C o m p ie m tó ^ n“ 'Y^:;S;;.:••:;•
'.IX..- certificar a autenticidade ;de copiás^déldócüníè^ à
instrução de processo;.gdp^iste^iTO:jou^|
dos originais;: (Indtaído pèiâ L è i ' .^ :
X - atuar nos estabeléçimentòsrpçnais\sQ|)3?á:.::a(tó&istTa^
•visando ao atendiínénto jurídico'péròlahej^^
competindo à .administraçãov.do/sistemà^
instalações'seguras e'adequadas a o s i s e ^ a
todas as v J* ' ' ’ >••.••,• t- r- ' • ••••'■-■< •;•••• •- \>. '
agendamento, fornecer, ápoio àdministrátivÒppr.estár. todas as informa­
ções solicitadas, assegurar:ò.aces?P'a:docurriéntaçãòrdõ^ inter­
nos, 'aos quais nãp' poderá,-%b~fimd direito de
^ít^^:;òotó;;pS: mèrç^ps idajpefójftsoriãyPublic^ (Incluído
pela Lei Complementar n° 132,'(16:2009): ;••v :...; • ; '•;•';' ^ •'.; , .

'• ;r f í í .... .

A rt. 19. A Defensoria Pública da União é integrada pela Carreira de D e­


fensor Público Federal, composta de 3 (três) categorias de cargos efeti^
vos: (Redação dada pela Lei Complementar n° 1.32, de 2009).
I - Defensor Público Federal de 2a Categoria (inicial); (Redação dada
pela Lei Complementar n° 1 3 2 ,d e 2 0 0 9 ).
II - D efensor Público Federal de Ia Categoria (intermediária); (Redação
dada pela Lei Complementar n°.132, d.e 2009). . .
III.- Defensor Público Federal de Categoria Especial (final). (Redação
dada pela Lei Com plem entam 0 132, de 2009).
A r t 20. Òs Defensores Públicos Federais de 2a Categoria atuarão junto
áos Juízos Federais, áos Juízos do Trabalho, às Juntâs e aos Juizes Eleito­
rais, áps Juizes Militares, as Auditorias'Militares,, aò Tribunal Marítimo
eàs'in5tànciasadm inistratívaS.'(R edaçãodadapela-LeiC om plem entar
n°- J32, ide 2009). r ' / : v •v • g '
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

A rt. 21. Os Defensores Públicos.Fedefáis!dè lv:Giatbgoria;;atuarão nos' .


: Tribunais Regionais Federáis, m s T u rm á s/^ Fe- :i.
:derais^npsy|^ :Régípii^s;^p::jTr^2ilHó ^ n ò s . ^ b u n ^
' Eleitorais. (Redação dada pela Lei Oòm plèrftéhto
'Art.-22.-Qs D efèn s^ s:P ú M O T $ Í^ d e fi^ ^ ’.
no Superior Tribunal dé Justiça, no T r ib ú n á ^ ;
Tribunal Superior ÈleitpraVnpSupénptTribtó^
cional d eÜ n ifom ização dÒs Juizàdos-Especiàis Êèderaisl(Rédação dada :
pela Lei Cpmpièmèritá]t h°i3^^ : .v :
.. • Parágrafo único. (yE T A D Q )..: : . .. 7 :
. Art.. 23. O. DefensoryPúbíico-Geral atuará jüntò ao Supremo Tribunal

X. Funções dos defensores públicos federais: o artigo 18 apresenta um rol


de funções dos defensores públicos federais. Dentre essas, figura a defesa
dos acusados em processo disciplinar.
Aplicação em concurso:
» DP/P —2009 —CESPE.
"A legislação complementar federal, ao disciplinar as incumbências dos DPs
federais, encampou o entendimento do imperativo de atuação em favor dos
necessitados econômicos ou jurídicos. Entre as atribuições de orientação e
postulação, a legislação complementar federal prevê que incumbe ao DP, es­
pecialmente, tentar conciliar as partes envolvidas antes de promover a ação
cabível e defender os acusados em processo disciplinar."
O item está correto.

A LC n9 132/2009 inseriu três novos incisos ao dispositivo. O inciso Vlll


prevê a participação do defensor público federal no Conselho Penitenciá­
rio, com direito de voz e voto. Trata-se de disposição que está em sintonia
com o rol de funções institucionais do artigo 49, que prevê, em seu inciso
XX, a participação do defensor público em conselhos federais, estaduais e
municipais relacionados às funções da Instituição.
Além disso, o inciso IX estabelece a prerrogativa do defensor púbiico de
certificar a autenticidade de cópias de documentos, à vista da apresenta­
ção dos originais, a fim de instruir processo judicial ou administrativo. O
caráter da norma é, sem dúvida, desburocratizar procedimentos e reduzir
custos, pois o assistido, em gerai, não tem condições de pagar autentica­
ções de documentos.

86
L ei c o m p le m e n ta r n° 80, d e 12 d e ja n e iro d e 1994

Por sua vez7 o inciso X do artigo 18 insere o dever do defensor público fe­
deral de atuar junto aos estabelecimentos penais sob a administração da
União, com vistas ao atendimento de presos e sentenciados.
2. Quadro de atuação de Defensores Públicos da União:

BASE LEGAL
Defensor Púbiico-Gera! STF Art. 23
Categoria Especial (final) STJ, TST, TSE e STM . Art. 22
1§ Categoria (intermediária) TRF, TRT e TER Art. 21
2§ Categoria (inicial) Juízo Federal, Junta de Conciliação Art. 20
e Julgamento (leia-se, Juízo do Tra­
balho), Juízo Eleitoral, Juízo Militar,
Auditoria Militar, Tribunal Marítimo
e instâncias administrativas

Aplicação em concurso:
® DPU - 2004 - CESPE,
"Considerando que Antônio é defensor público da União de lã categoria, jul­
gue os itens subseqüentes. Antônio deve atuar junto a órgãos judiciais de
segundo grau de jurisdição "
O item está correto.

* DP/ES - 2009 - CESPE.


"A atuação perante os tribunais superiores é prerrogativa assegurada, de
forma expressa, na referida lei complementar federal, aos membros da De­
fensoria Pública da União de categoria especial. O defensor público geral da
União atua junto ao STF."
O item está correto. A questão fo i elaborada antes das alterações de no­
menclatura trazidas pela LC 132/2009, sendo certo que o chefe da Defen­
soria Pública da União agora se chama Defensoria Púbiico-Geral Federal.

S e ç ã o I

D o I n g r e s s o n a C a r r e ir a

.Àrt. 24. O ingresso na Carreira da Defensoria Pública .da União, far-se-á


mediante aprovação prévia èm concurso .público, de âmbito nacional, de
provas e títulos, com a participação, dà Ordem dos Advogados do Brasil,
no cargo iniciai de Defensor Público Federal de 2a Categoria. (Redação
dada pela Lei Complementar na 132, de 2009). ,
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

.§■}í ?■p p - r c ^ l^ è n t o . daçoncursp: çonstarip ps; £ r ç ^


. sobre as quais versarão ás provas,. jBem com o bütras. (disposições .pertinen­
tes à sua orgánizàção è\realizaçãq.^.^;::\v ^
§ 2o O edi tál dé.abertüra-cle inscrições nÒ çonçiusp indicará
ímétóé^Ò;iÍSmerp^e^
A rt. 25. O concurso de ingrpssõ ^
ó núrhek>..de'.vag'âs 'exceder a ' i n i c i a i s da caixeira e ,\
'facultativameiitè;;qüàn'db''ó éxi'g^
: A rt. 2<>. O cãndidátiò,; .dá inscrição, deyè possuir. règi?tró
' na Õrdem; dos A d v o g a i situação dos proibi­
dos de ol?tê-la? é çPmproyaírno mjQimo/ dòís anos de prática.forense,.-
devendo indicar sua JPpçãò- por üríí^ unidades da Federação onde
houVervaga. ; / ‘ .C^:\.’V; \ .’"
§ Io GPnsiderai-se; comó; atividade jurídica \o. exercício da advocacia, o
• cumprimento de estágio de Direito reconhecido por lei e o desempenho
de cargo, emprego ou função, de nível superior,, de atividades eminente-
. mente jurídicas, (Redação dada pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
§ 2o Os candidatos proibidos de inscrição na Ordem dos Advogados do
Brasil comprovarão o registro, até a posse no cargo de Defensor Público.
: A rt. 26-A. A os aprovados no concurso deverá ser ministrado curso ofi­
cial de preparação à Carreira, objetivando o treinamento específico para o
desempenho das funções técnico-jurídicas è noções de outras disciplinas
necessárias à consecução dos princípios institucionais da Defensoria Pú­
blica. (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2 0 0 9 )..
■A rt. 27. O concurso será rèalizádo perante bancas examinadoras, consti­
tuídas pelo Conselho Superior. ••••-.. ••

-.■'•'. ;; •" '•r ^ t S e ç ã o I I >-íV;-^;' . U • V-:-


D a N o m e a ç ã o , d a L o t a ç ã o e d a D i s t r i b u i ç ã o

A rt. 28. Q candidato aprovado no concurso público para ingresso na car-


;. reira da Defensoria Pública será nomeado pelo Presidente da República
para cargo inicial da carreira, respeitada á ordem de classificação e o
; número de vagas existentes. ’y v
• Art.. 29. Os Defensores Públicos Federais, serão lotados e distribuídos í.
pelo Defensor Público-Geral. Federal, assegurado aos .nomeados para os
cargos iniciais ó direito dé escolha do órgão de atuação, desde que vago e,
v obedecida a ordem de.classificação no concurso. (Redação dada pelà Lei
V- Complementar n° 132, de 2 0 0 9 ).’ ’• . . • •'••• •' • . ' ^•' ; ' • •• .
L ei c o m p le m e n ta r n° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

Art.-SOvÁ^rõmoção^consiá^
,:tivos da .pefensoria Públicá d.^ ^de - y m á ' d a
carreira.;. ...................................

• § .3" p s membros :da p efensoria Eúbliçà ;s.Òi^ènt|^pdé^


vidos após. d o i s . a n o s . d e o ;
■intéí? t íc ip ^ ^ o : ; h o ú y
préench èr recusar .a ^ ^ ' i ;;.V?> ^".■
§ 4o A s prom oções serão::éfetiyadas:por
Federal. (R.eda£ão dáda pèlá LevC .om ^íem ént^
A rt. ;:.3&;:E ^ b u l t ^ í}cié:- •^piüqçãi^ ;£em:^
para o preenchimèntp da:vagà reciusad^^ .-W y-.'v' • • ; .
A rt. 33. O Concelho Superior fixara ós çritèri^
a aferição de 'merecimento dos membros da Instituição/considerando-
se, ehíre. outrós/a eficiência é a presteza demonstradas rio desempenho
da função e a aprovação .em cursos de àperféiçoamentó, dè natureza ju­
rídica, prom ovidos pela instituição, óu p or estabelecim entos de ensino
superior oficialmente reconhecidos. . . : ;••'• '• ' \ : •

§;ic ....... ... .......... ... ........ ........ ........................

rãó, necessariamente, as seguintes atividades; ' : 3 :^ '.


a) apresentação de trabalho escrito .sobre assunto de relevância jurídica;
b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca exáminadora.
§ 2° Não poderá concorrer à promoção por merecimento quem tenha
sofrido penalidade de advertência ou suspensão, no período de um ano
imediatamente anterior à :ocorrência da vaga, em. caso dé advertência,
ou de dois anos, em caso de suspensão. V. ”
§ 3o E obrigatória a promoção dó D efensor Público que figurar por três
yezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de m erecimento, res­
salvada a hipótese do § 2o! . • • •. .: :,
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

1. Prática forense e atividade Jurídica: o artigo 26 da LC ns 80/1994 deter­


mina que o candidato ao concurso de ingresso na carreira da Defensoria
Pública da União deve possuir, no momento da inscrição, registro na OAB,
ressalvados aqueles impedidos de obtê-lo, e comprovar, no mínimo, dois
anos de prática forense. O § is estabelecia o que se entendia por prática
forense, mas teve sua redação alterada peia LC ne 132/2009 que, ao in­
vés de se referir a prática forense, mencionou atividade jurídica. Apesar
da aparente contradição, as expressões devem ser tidas como sinônimas,
pois a intenção do legislador foi disciplinar quais atividades podem ser
computadas para fins de comprovação dos dois anos de prática forense/
atividade jurídica.
2. Curso oficial de preparação à carreira: o artigo 26-A, inserido pela LC n9
132/2009, estabelece que deverá ser ministrado aos aprovados curso ofi­
cial de preparação à carreira, com o objetivo de tornar os recém-ingressos
mais aptos ao exercício de suas funções. Prevê-se expressamente que de­
vem ser ministradas disciplinas diversas necessárias à boa prestação das
funções institucionais.
3. Promoção: quando do advento da LC n9 80/1994, o artigo 31, § 45 deter­
minava que as promoções eram efetivadas por ato do Presidente da Repú­
blica, mas a norma foi alterada pela LC n9 132/2009 para estabelecer que
o responsável pela efetivação das promoções é o Defensor Público-Geral
Federal. A modificação é adequada à idéia de que a Defensoria Pública
é uma Instituição independente, dirigida e comandada por membros de
seus próprios quadros. Ainda que a autonomia administrativa e funcional
tenha sido outorgada constitucionalmente apenas às Defensorias Públicas
Estaduais (art. 134, § 29), a alteração desse dispositivo significa, para a
Defensoria Pública da União, mais um pequeno passo rumo à conquista
de sua plena autonomia.
4. Recusa de promoção: o art. 32 estabelece que o defensor público pode
recusar a promoção que lhe seja aberta. Isso não o impede de concorrer
posteriormente, nem lhe acarreta qualquer tipo de punição. A promoção
é um direito, que pode ser exercido ou não pelo defensor público.
Aplicação em concurso:
• DP/AM - 2003 ~ CESPE.
"O defensor público tem o direito de recusar promoção na carreira, e essa
decisão não o impedirá de concorrer a promoção futura/*’
O item está correto.

90
L e i c o m p le m e n ta r n° 80, d e 12 d e ja n e iro d e 1994

• DP/AL- 2 0 0 9 -CESPE.
"As promoções na carreira de DP do estado são efetivadas por ato do DPG do
estado, obedecidos, alternadamente, os critérios de antiguidade e mereci­
mento, sendo defesa recusa à promoção por antiguidade "
O item está incorreto.

YwYArfc: . ^Dé| ^sómí Kupf rca^/ ã^i ^mãbl ^ã^- mamóyí - ':
veis, salvo se apenados com remoção ç ò r a p ü lso n ^ m forma desta Lei '

A rt. 35. Á remoção será feita a p .e d iH q ^ entre


•O m b ro s da m esm á categoria da: cá ir a
A rt. 36. Á rem oção compulsória som ehté ^ com prévio
parecer dó C onselho Súperior3;asseguràdà am 3pla defesa em processo
administrativo disciplinar. : .V-..Y';'7:U :'
:: A r t 37. A remoção; a pedido far-se-á mediante requerimento ao D efen-
sor Público-Geral, nos qum ze dias séguihtes à publicação, no Diário
Oficial, do aviso de existência de vaga.: Y;?
§ Io Findo ò prazo fixado, no caput .deste ártigo.è, havendo mais de
um candidato à rem oção, será removido ò mais áritigo 'ria categoria
• / ;e, ocòrreridp empate, sucessivam ente, o mais antigo na .carreira, no
serviço público da União., no serviço público em geral, 6 m ais idoso
. : :e .o mais bem classificado no concurso para ingresso na Defensoria .
Pública. ' ' •. 'V-':v -/■;'7.-".
§ 2o A remoção precederá o preenchimento da vaga por promoção. •
>' A r t.'38. Quando por permuta, a remoção será concedida mediante re­
querimento do interessado, atendida a conveniência do serviço e ob- '
servada a.ordem de antiguidade na Carreira. (Redação dada pela Lei
Complementar n° 132, de 2009).

Remoção: as hipóteses de remoção são as seguintes: remoção compul­


sória, a pedido e por permuta. A remoção compulsória decorre de uma
punição a que é submetido o defensor público, de modo que deve ser
precedida de ampla defesa em processo administrativo disciplinar-além
de parecer prévio do Conselho Superior. A remoção a pedido é aquela em
que o defensor público manifesta seu interesse em lotação diversa que
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

esteja vaga. Na permuta, dois defensores públicos, de comum acordo, tro­


cam de lotação entre si, devendo ser respeitada a ordem de antiguidade
da carreira. Não há remoção ex ojfício.

MODALIDADE ,/ÇARAÇT Êf^STIjCA ^ ^ ;oí;.£;i:W ^VREQUíSiTq^' .....

Compulsória Punição Ampla defesa em processo admi­


nistrativo disciplinar e parecer pré­
vio do Conselho Superior

A pedido Opção do próprio defen­ Requerimento ao Defensor Públi-


sor público co-Geral no prazo de 15 dias da pu­
blicação da existência da vaga

Permuta. Troca de lotação entre Devem ser membros da mesma ca­


dois defensores públicos tegoria, sem importar em prejuízo
de comum acordo para o serviço, observada a ordem
de antiguidade da carreira.

Aplicação em concurso:
• DPU - 2004 ~ CESPE.
"Considere a seguinte situação hipotética. Em atenção ao pleito do governa­
dor de um estado, o presidente da República editou decreto determinando
a remoção, de ofício, para a DPU nesse estado, de dncó defensores públicos
que exerciam suas funções no Distrito Federal, com o objetivo de possibilitar
um melhor atendimento à população. Nessa situação, seria nulo o referido
decreto presid.encial de remoção."
O item está correto.

2. Critérios de desempate na remoção: o § l 9 do art. 37 estabelece os crité­


rios de desempate entre candidatos à remoção, conforme o quadro abai­
xo. Não é utilizado qualquer critério de merecimento, mas sim parâmetros
objetivos.
CRITÉRIOS DE DESEMPATE NA REMOÇÃO
1 tempo de antiguidade na mesma categoria
2 tempo de antiguidade na carreira
3 tempo de serviço público da União
4 tempo de serviço público em gerai
5 idade mais avançada
6 classificação no concurso de ingresso na carreira

92
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

Aplicação em concurso:
• DPU —2001 ~ CESPE.
"Considere a seguinte situação hipotética. Dois defensores públicos da União
de 2- categoria, lotados respectivamente nos núcleos dos estados de Mi­
nas Gerais e do Rio de Janeiro, requereram remoção para uma única vaga
disponível no núcleo da DPU no DF. Nessa situação, o defensor mais antigo
na carreira logrará, necessariamente, a movimentação requerida, haja vista a
impossibilidade de se utilizar o critério de merecimento nas remoções."
O item está correto. ...........

2.1. Critérios de desempate e poder normativo do Conselho Superior


—posição do STF: o Supremo Tribunal Federal enfrentou questão interes­
sante referente aos critérios de desempate para promoção de defensores
públicos da União.
Informativo ne 394
Promoção de Defensor Público e Critérios de Desempate
MS —24872 . •
O Plenário concedeu, parcialmente, mandado de segurança impetrado
contra ato do Presidente da República, consubstanciado em decreto que
implicara a promoção de defensores da segunda para primeira categoria.
Na espécie, o Conselho Superior da Defensoria Pública da União, com
base no disposto no inciso í do art. 10 da Lei Complementar 80/94 ("Art.
10. Ao Conselho Superior da Defensoria Pública da União compete: I -
exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública da União;"),
definira, ante a lacuna da lei relativa à promoção, o critério de desempate
utilizado para remoção de defensores públicos, previsto no § l 2 do art.
37 da LC 80/94 ("Art. 37... § 1^ Findo o prazo fixado no caput deste artigo
e, havendo mais de um candidato à remoção, será removido o mais anti­
go na categoria e, ocorrendo empate, sucessivamente, o mais antigo na
carreira, no serviço público da União, no serviço público em geral, o mais
idoso e o mais bem classificado no concurso para ingresso na Defenso­
ria Pública"). Após a aprovação e publicação dessa lista de antigüidade,
na qual figurara a impetrante, o Conselho refizera a lista, colocando em
primeiro lugar, para fins do desempate, a classificação, o que ocasionara
a promoção de outros defensores menos antigos que a autora do writ.
O Tribunal entendeu que, apesar de detentor do poder normativo para
definir o critério de desempate, ao Conselho não caberia, depois de elei­
to um critério - aplicável, por analogia, e consagrado pela própria lei de
regência - adotar outro, não previsto na lei e após a publicação da pri­
meira lista, ofendendo os princípios conducentes à segurança jurídica,
quais sejam, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publi­
cidade e da eficiência. MS 24872/DF, rei. Min. Marco Aurélio, 30.6.2005.
(MS-24872)

93
G u ilh e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

D O S D IR E IT O S, D A & G A B ® ^

A rt. 39. A lei cabe fixara remuneração dos}x ^ g ò s da barreirá daD efen- . ' ’■ .
. soria Pública.da União, obséiyado o disposto no art/13;5 da Constituição

.' . § i° (VETADO) ' :(.• .


.§ 2o Os membros da Defensoria Pública da Ui;ião têm os direitos assegu-
rados pela Lei n° 8. í 12, de 11 de dezembro <de 1990, e nesta Lei Çomple- ;
./ mentar. (Rèdaçãò dada pelà LCP n° 98, de 3.12.1999) v"• . • • • ’
I - (Inciso revogado pela LCP n“ 98, de 3.12.1999)
II-(V E T A D O ) - ,
III-(In c iso revogado pela LCP n° 98, de 3.12.1999) - - /

IV - '(Inciso revogado pela LCP n° 98, xle 3.12.1999) •'0 ;


, V - (Inciso revogado pela LCP n° 98, de 3.12:1999)
VI - (Inciso revogado pela LCP n° 98, de 3.12.1999)
VII -(V E T A D O )
VIII - (Inciso revogado pela LCP n° 98, de 3.12.1999) • •

1. Remuneração através de subsídio: quando da promulgação da Lei Com­


plementar 80/94, esta seção I elencava os direitos dos defensores públicos
referentes à remuneração, que era composta de salário e outras verbas.
Em 1998, foi aprovada a Emenda Constitucional 19, que, dentre outras
modificações, alterou a redação do art. 135 da Constituição, de modo a
estabelecer que as procuradorias (advocacia pública) e a Defensoria Públi­
ca devem ser remuneradas através de subsídio —assim como os membros
do Judiciário e do Ministério Público (art. 39, § 4^), Para adequar o texto
da Lei Complementar 80/94 à nova ordem constitucional, foi promulgada
a LC 98/99.
-> Aplicação em concurso:
» DP/CE - 2007/2008 - CESPE.
"O defensor público é remunerado por meio de subsídio."
O item está correto.

94
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

Greve e suspensão de prazos - posição do STJ: o direito de greve do ser­


vidor público tem amparo constitucional no art. 37, inciso VII da Carta
Maior: "VN — o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica." Até o momento, porém, o Congresso Nacio­
nal não editou a lei respectiva. Em relação à Defensoria Pública da União,
o Superior Tribunal de Justiça entendeu que a greve não tem condão de
suspender os prazos judiciais dos processos em que a Instituição atua.
informativo 348
SUSPENSÃO. PRAZO. GREVE. DEFENSORIA PÚBLICA.
A Corte Especiai entendeu indeferir o pedido de suspensão de prazos
formulado pela Defensoria Púbiica da União em razão da greve ocorrida
em seus quadros. Precedente citado: Ato n. 33-STJ. Questão de Ordem
Especial, Presidente Min. Barros Monteiro, em 13/3/2008.

Y =vY'V:: : ; ...
A r t/4 0 . (Artigo revogado pela L G í* ^ •••' •,
V - ti P á rá ^ ^ .ü m ò q ;:^ ^ ^ g o , íe v b g a d ^ p e la :^
Art. 41. À s férias dos. membros; da'DèfénsQria;Püt>licà da Uniã /'
-■7 ■ concedidas pelas chefias á.que estiverem subôrdinados.. • \ •.:•.
Art. 42. Ò afastamento pará estüdo ou missãò h ò interesse da Defensoria
Púbiica da União será autorizado pelo Defensor Público-Geral. .■;.■■■ •
. § Io O afástamentó de que trata este artigo somente será concedido pelo .
Defensor.Público-Geral, após o estágio probatório e pelo prazó m áxim o.
: de dóis anos. . ./' • - 'V-. ' .• •
. § 2o-Quando o interesse público o exigir, o afastamento poderá ser inter- / .
Yompido a juízo do Defensor Público-Geral. .. . .
Ari. 42-A. E assegurado o direito dé afastamento para exercício de man-
■: dato em entidade de classe de âmbito nacional, de maior representati-
vidade, sem prejuízo dos vencim entos/vantagens ,o u ;qualquer direito /
: inerente ao cargo. (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
.§ 1° O áfastamento será concedido ao presidente da entidade de classe
e terá duração igual à do mandato, devendo ser prorrogado no caso de
reeleição. (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2009).
:'§ 2o O afastamento para exercício de mandato será contado com o tempo .
. de serviço pára todos os. efeitos legais. (Incluído pela Lei Complementar
n° 132, de 2009)., ' / M :v -,■■■■■ . ' .
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

1. Férias: o artigo 40 da LC 80/94 previa direito a férias anuais de 60 dias


para os defensores públicos da União, mas o dispositivo foi revogado peia
Lei Complementar 98/99. Como atualmente a Lei Complementar é omissa
em relação ao tempo de férias a que tem direito o defensor público, é
aplicável a regra geral do serviço público da União, Lei n. 8.112/90,-que
estabelece em seu artigo 77 que o servido público federal tem direito a 30
dias de férias.
Aplicação em concurso:
• DPU-2 00 4-CESPE.
"Considerando que Antônio é defensor público da União de Categoria,
julgue os itens subseqüentes. Antônio tem direito a férias anuais de trinta
dias"
O item está correto.

2. Atuação junto à entidade de classe: o artigo 42-A foi inserido pela LC


132/2009 para garantir o direito de afastamento do cargo àquele que é
eleito para exercício de mandato como presidente da entidade de classe
de âmbito nacional de maior representatividade. Seu afastamento terá
duração igual ao de seu mandato, prorrogável em caso de reeleição, e não
implicará em qualquer redução de seus vencimentos, vantagens ou direi­
tos inerentes ao cargo. Além disso, o tempo de exercício desse mandato
vaie para fins de contagem de tempo de serviço.

g V. J ; : ; ...g S e g ã o i i i T v. V . ' . /'


D a s G a r a n t i a s e d a s P r e r r o g a t i v a s \ \ .

A rt. 43. São garantias dos membros da Defensoria Pública da União: •. .


I - a independência funcional no desempenho de suas atribuições; i
. II - a inamovibjlidade;: ' : \; • . /:
■}-V III - a irredutibilidade .dè vencimentos; . ..
I V - a estabilidade. : • • ^

1. Garantias: uma instituição goza de garantias para poder exercer plena­


mente suas funções. O trabalho da Defensoria Pública não pode ficar
condicionado ao atendimento de outros interesses políticos ou econô­
micos. Uma Defensoria Pública independente, livre para desempenhar
suas atribuições, é a garantia de atendimento jurídico adequado ao ne­
cessitado.

96
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

O artigo 43 eienca as garantias dos membros da Defensoria Pública da


União —que são as mesmas aplicáveis à Defensoria Púbiica do Distrito
Federai e Territórios (art. 88) e às Defensorias Públicas estaduais (art.
127).
1.1. Independência funcional: além de garantia, a independência funcio­
nal é também um dos princípios contidos na Lei Complementar 80/94.
Em comentários ao artigo 35, o princípio da independência funcionai foi
descrito como sendo a plena liberdade de atuação da Defensoria Pública,
sem relação de subordinação ou de obediência hierárquica frente a outras
instituições.
1.2. inamovibiiidade: a garantia constante do inciso 1do artigo 43 obede­
ce ao que já está disposto na Constituição da República, pois o parágrafo
primeiro do artigo 134 prevê a garantia da inamovibiiidade do defensor
público. Através dessa garantia, o defensor público tem a certeza de que
pode atuar plenamente na defesa de seus assistidos contra quaisquer pes­
soas físicas ou jurídicas, de forma independente, sem que possa ser remo­
vido de seu cargo a título de punição ou perseguição. A remoção como
penalidade somente pode ser aplicada em caso de falta grave que impos­
sibilite a atuação do defensor público em seu órgão de atuação, confor­
me estabelece o parágrafo 43 do artigo 50: "A remoção compulsória será
aplicada sempre que a falta praticada, pela sua gravidade e repercussão,
tornar incompatível a permanência do faltoso no órgão de atuação de sua
lotação."
Disso se extrai que a atuação firme e vigorosa do defensor público na de­
fesa do assistido, dentro dos limites legais e éticos, está garantida pela
inamovibiiidade.
1.3. irredutibilídade de vencimentos: a garantia do inciso III do artigo 43
alcança todos os membros da Defensoria Pública. Ao contrário da garantia
da inamovibiiidade, a irredutibilídade de vencimentos não tem assento
constitucional para Defensoria Pública. Em relação aos membros da ma­
gistratura e do Ministério Público, a Constituição da República expressa­
mente prevê a garantia da irredutibilídade de subsídio (respectivamente,
artigos 95,111, e 128, § 58, !, "c").
O dispositivo da Lei Complementar se refere a vencimentos, mas atual­
mente a forma de remuneração da Defensoria Pública se dá através de
subsídio, nos termos dos artigos 135 e 39, § 4e da Constituição da Repú­
blica.

97
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

1.4. Estabilidade: por fim, a Lei Complementar trouxe a garantia da es­


tabilidade no inciso IV do artigo 43. Essa garantia tem previsão na Consti­
tuição da República, que estabelece no artigo 41 o seguinte: "São estáveis
após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público."
O servidor público estável não pode ser demitido do serviço público, exce­
to nas hipóteses estabelecidas no parágrafo primeiro do art. 41 da Cons­
tituição, a saber: (i) sentença judicial transitada em julgado; (H) processo
administrativo com a garantia da ampla defesa; (iri) procedimento de ava­
liação periódica de desempenho, estabelecido em Lei Complementar.
1.4.1. Estabilidade em doutrina: "Estabilidade é o direito outorgado ao
servidor estatutário, nomeado em virtude de concurso púbiico, de perma­
necer no serviço público após três anos de efetivo exercício, {...]" (CARVA­
LHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. l l ê edição.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, p. 539).
1.4.2. Estabilidade X Vitaliciedade: não se podem confundir as duas ga­
rantias. A estabilidade é conferida ao servidor público estatutário, após
três anos de efetivo exercício, de modo que não pode perder o cargo se­
não através de sentença judicial transitada em julgado ou processo admi­
nistrativo com ampla defesa. A vitaliciedade é reservada na Constituição
da República aos membros da magistratura (art. 9 5 ,1), do Ministério Públi­
co (art. 128, § 59, |, "a") e do Tribunal de Contas (art. 73, § 3e). Para os que
gozam de vitaliciedade, adquirida após dois anos de exercício, a perda do
cargo só pode decorrer de sentença judicial transitada em julgado.
Os defensores públicos gozam da garantia da estabilidade, e não de vita­
liciedade.
ESTABILIDADE ■-VITALICIEDADE
Servidor público, inclusive mem­ Membros da magistratura, do Mi­
Quem
bros da Defensoria Pública nistério Púbiico e do Tribunal de
possui
Contas
Forma de 3 anos de efetivo exercício 2 anos de exercício
aquisição
Perda do cargo em decorrência Perda do cargo somente em razão
de sentença judiciai transitada de sentença judiciai transitada em
Conteúdo
em juigado, processo administra­ julgado.
tivo e avaliação de desempenho

1.43. Estabilidade X Vitaliciedade em doutrina: "Na verdade, a vitalicie­


dade dos servidores vitalícios em muito se assemelha à estabilidade dos

98
L ei c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e i r o d e 1 9 9 4

servidores efetivos, sendo comum em ambas o direito do servidor de con­


tinuar Inserido no respectivo quadro funcionai. Mas, enquanto a perda
da vitaticiedade só pode derivar de sentença judicial transitada em julga­
do, como resulta daqueles dispositivos, a da estabilidade pode originar-se
também de processo administrativo, embora assegurando-se o direito de
ampla defesa do servidor (art. 41, il„e III, CF). Por conseguinte, será forçoso
reconhecer que os efeitos da vitaliciedade são mais benéficos para o titu­
lar do cargo do que os advindos da estabilidade." (CARVALHO FILHO, José
dos Santos. Manual de direito administrativo. l l â edição. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2001, p. 550). -
2. Defensoria Pública e edição de medidas provisórias: há discussão acer­
ca da possibilidade de edição de medida provisória acerca das garantias
dos membros da Defensoria Pública da União. A Constituição da Repú­
blica veda a edição de medida provisória acerca do Poder Judiciário e do
Ministério Público, no que se refira a sua organização, carreira e garantia
de seus membros (art. 62, § l e, inciso I, alínea "c"), mas não há dispositivo
semelhante em relação à Defensoria Pública, o que levaria à conclusão
de que é possível a edição de medida provisória acerca da carreira. Entre­
tanto, uma interpretação sistemática da Constituição da República leva a
conclusão diversa, ou seja, leva à conclusão de que não é possível a edição
de medida provisória para tratar da Defensoria Pública. Isso porque o § is
do artigo 134 determina que cabe a Lei Complementar organizar a Defen­
soria Pública da União e prescrever normas gerais para as Defensorias Pú­
blicas dos Estados. Por outro lado, a Constituição veda a edição de medida
provisória acerca de matéria reservada a lei complementar (art. 62, § 12,
inc. IN). Portanto, a análise conjunta desses dispositivos leva à conclusão
de que medida provisória não é instrumento adequado para disciplinar a
Defensoria Pública. Esse nos parece ser o entendimento mais correto.
Entretanto, na questão de concurso colhida sobre o assunto, verifica-se
o entendimento do examinador ligado diretamente à previsão constitu­
cional do art. 62, § l 9 I, "c", que trata do Poder Judiciário e do Ministério
Público, mas não da Defensoria Pública.
Aplicação em concurso:
® DP/SE - 2005 - CESPE.
"É vedada a edição de medida provisória que disponha sobre a organização
do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,
bem como sobre a carreira e as garantias de seus membros."
O item está incorreto.

99
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

: Art.. 44.. São.pren:ògàtivás:dos mei^bros da:D,efensoria P.úbHca da U n i ã o .


.-X:^ receber,'anclúsiyequandoneçess^io^ mediante .entrega dosautos com ,
vista, iritimação pessoaL em qualquer-processo'- e grau de jurisdição, ou
i n s t â n c i a . administrativa, contando-se-llieá ■em -dobro todos os prazos;

(Redação,dada pelá Lei Çomplemèntar'n°;í32-;;dè 2009); . ./• f


•II —não ser .preso, ;senãp por.ordem-judicial jescrita,-- salvo :ém,'flagrante,:
caso'em que a.autoridade fará imediata, òpmunicação ao Defensor Públi- .
co-Gerál; - 7,7
III - ser recolhido a prisão especial ou a. sala especial ,de Estado-M aior,.
cpm direito a privacidade e, após sentença condenatória transitada em
julgado, ser recolhido em dependência‘separada, no estabelecimento em
que tiver de ser cumprida âpená;:; :L7' ‘-7 .
..I V - usar vestes talares è as insígnias privativas]dá Defensoria Pública; .

V - ( V E T A D O ) .;- \ • , '7 •.' • ‘ \ ,7 -


VI —ter vista pessoal dos processos'fora dos "cartórios e secretarias, res- -
salvadas as v ed a çõ e sle g a is;,
■VII - comunicar-se, p essoal e reservàdámènte, com seus assistidos, ainda
quando esses se acharem presos’oü detidos,:m esm o incom unicáveis, ten~ .
do-livre ingresso-em estabelecimentos policiais, prisionais e de interna1
ção coletiva, independentemente de prévio agendamento; (Redação dada-
pela Lei Complementar n° 132, de 2009). \ - ;
VIII - examinar^ em qualquer repartição pública, autos de flagrantes, in­
quéritos e processos, assegurada a obtenção dè cópias e podendo tomar
apontamentos; (Redação dada pela Lei Complementar n° 132, ;de 2009).
IX - manifestar-se em aütos administrativos ou judiciais por m eio de
cota; . , . .• ............ ...- ... - •
X - requisitar de autoridade pública e de sèus agentes exam és, certidões,
perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, -informações, es- .
clarecimentos è providências necessárias ao exercício de suas atribui-.
Ções; „ '
X I - representar a parte, em feito administrativo ou judicial, indepen­
dentemente de mandato, ressalvados os casos para os quais a lei exija
poderes especiais;
: XIITT-: deixar de patrocinar ação, quando ela. for manifestamente incabível .
. ou inconvèniente aos interesses,da.parte: sob seu patrocínio, com unican-'
; do o. fatò. ao /D efensor Público-Geral, ;com as razões de seu proceder;
XIII — ter o m esm o tratamento reservado aos magistrados e demais titu- :
lares dos cargos das funções essenciais à justiça;. .

100
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

Xiy - . ser. ouvido, co m o 'testémunhá., emyqüaiquer.pròçesso. ou-pròce-


dimèntoj,' em fdiá;' ;Üora:;e':lòcàl’pretà^ enfê;;ajuiH i^ ^

X y i- ( V E T À p p )
Parágrafo único. .Quando^ no cúrsò :dç investigàç;ã 0 ;^oliçíal,^^houver,in­
dício de prática de: jnÊràçãò penàl pbr m eínbfò idàlD éferisòriá da
União, a autoridade.pólicial, civil qü m ilk á r ^ o i^ ^
o fato ao D efensor Publico-Geral, q ú é r ô e sig n ^
Pública para acompajndharà apuração. ••

1. intimação pessoal e vista dos autos: no que se refere às prerrogativas


dos membros da Defensoria Pública, importante modificação foi promo­
vida pela LC n9 132/2009. O inciso I do artigo 44 foi alterado para prever
a intimação pessoal do defensor público, em qualquer processo e grau
de jurisdição, inclusive mediante a entrega dos autos com vista, quando
necessário. Pelo regime anterior, feita a intimação através de mandado,
estava atendida a prerrogativa da intimação pessoal da Defensoria Públi­
ca, ainda que não tivessem sido encaminhados os autos do processo.
A sistemática atua! prevê a intimação mediante entrega dos autos com
vista, quando necessário.
Embora represente um avanço, a prerrogativa da Defensoria Pública ainda
é diferente da que toca ao Ministério Público.
Na redação da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, Lei n.
S.625/1993, a intimação pessoal se completa com a entrega dos autos:
Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público,
além de outras previstas na Lei Orgânica:
IV — receber intimação pessoa! em qualquer processo e grau de jurisdi­
ção, através da entrega dos autos com vista.

Para a Defensoria Pública a entrega dos autos com vista ocorre "quando
necessário", ou seja, haverá situações em que a intimação pessoal do de­
fensor público será suficiente para atender sua prerrogativa. Não se pode
listar, a príori, quais situações ensejam a mera intimação e quais deman­
dam a intimação com vista dos autos. Essa construção está destinada a ser
feita pela jurisprudência, mas cabe aos defensores públicos lutar pelo en­
tendimento que lhe garanta o maior número de vezes possível-quiçá sem­

101
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

pre - a intimação com entrega dos autos, pois sua atuação é mais eficiente
na defesa dos interesses dos necessitados quando tem à sua disposição
os autos para manusear e verificar decisões, alegações da parte contrária,
certidões, documentos etc. Vale lembrar que, dentre as funções institu­
cionais da Defensoria Púbiica (art. 4^), está a defesa de suas prerrogati­
vas através de mandado de segurança ou quaisquer outras ações (inc. IX).

INSTITUIÇÃO y
Defensoria Pública Intimação pessoal com vista dos autos, quando necessário
Ministério Público Intimação pessoal com vista dos autos

A prerrogativa da intimação pessoaí para o defensor público é matéria


cobrada recorrentemente em provas de concursos. É importante o candi­
dato não esquecer a modificação trazida pela LC n5 132/2009, que deter­
mina a intimação pessoal, com entrega dos autos com vista, quando ne­
cessário. As questões abaixo apresentadas foram elaboradas com base na
sistemática anterior, que previam apenas a intimação pessoal. Optamos
por não retirar tais questões do iivro para o candidato perceber como as
questões sobre o assunto são formuladas. Certamente, nas futuras provas
de ingresso nas carreiras das Defensorias Públicas, a temática da intima­
ção pessoal e da vista dos autos será cobrada novamente.
Aplicação em concurso:
® DPU - 2001 - CESPE.
"Considere a seguinte situação hipotética. Intimado por meio de mandado,
para efeito de se manifestar em processo cívíl em que a DPU atuava na defe­
sa do réu, o defensor público peticionou ao juÍ20 da causa no sentido de que
reconhecesse o vício formal do referido ato de intimação. Nessa situação,
não há nulidade reclamada, já que o ordenamento jurídico prevê que a inti­
mação da defensoria se processe pessoalmente, mas sem prever a prerroga­
tiva de que tal ato. se efetive nos autos, como ocorre em relação ao Ministério
Público."
O item está correto. Observação: questão elaborada antes da LC ng
132/2009.

• DPU -2 0 0 7 -CESPE.
"Ao defensor público é garantida a intimação pessoal com remessa e vista
dos autos fora de cartório."
O item está incorreto. Observação: questão elaborada antes da LC n?
132/2009.

102
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

1.1. Falta de intimação pessoal - posições do STF e do STJ: a falta de


intimação pessoal do defensor público para o ato acarreta sua nulidade
absoluta.
informativo ne 41
Intimação Pessoal do Defensor
Com base no art. 44, i, da LC 80/94 {"São prerrogativas dos membros da
Defensoria Púbiica da União: I - receber intimação pessoal em qualquer
processo e grau de jurisdição, contando-se-ihe em dobro todos os pra­
zos;"), a Turma deferiu habeas corpus para an ular julgamento realizado
sem prévia intimação da pauta ao.defensor do réu, processado perante
a Justiça Militar pela prática do delito.de deserção. HC 73.933-RJ, rel.
Min. Francisco Rezek, 20.08.96.

Informativo 356
DEFENSOR PÚBLICO. INTIMAÇÃO PESSOAL.
O Tribunal a quo asseverou que não houve intimação pessoal do defen­
sor público para que ele apresentasse as contra-razões do recurso de
apelação. Logo, conforme o art. 59, § 52, da Lei n. 1.060/1950 e o art. 44
da Lei Complementar n. 80/1994, é prerrogativa da Defensoria Pública
a intimação pessoal, e sua não-realização acarreta a nulidade absoluta.
Assim, a Turma cassou os atos posteriores à sentença e determinou o
retorno dos autos à Corte de origem para que seja regularizada a intima­
ção da Defensoria Pública, oportunizando-se a apresentação de contra-
razões à apelação. Precedentes citados: REsp 476.471-RS, DJ 3/11/2003;
REsp 808.411-PR, DJ 10/4/2006, e REsp 793.362-RS, DJ 11/6/2007. REsp
1.035.716-MS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/5/2008.

2. Contagem em dobro de prazos processuais: não se pode confundir a prer­


rogativa da Defensoria com a das Procuradorias (federal, autárquica, esta­
dual, distrital e municipal), que patrocinam os entes públicos. Defensoria
Pública tem prazo em dobro para qualquer manifestação, ao passo em
que as Procuradorias têm prazo em quádruplo para contestar e em dobro
para recorrer (CPC, art. 188) - para as demais manifestações, seu prazo é
simples.

PRAZO BASE LEGAL


Defensoria Em dobro para prazos processuais.^ LC 80/94, art. 44,1
Pública
Procuradoria Em quádruplo para contestar, em dobro para CPC, art. 188
recorrer; nas demais, prazo simples.
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

-> Aplicação em concurso:


• DPU ~ 2001 ~ CESPE.
"A Defensoria Pública, o Ministério Público e a Fazenda Púbiica possuem pra­
zo em dobro para responder agravo de instrumento interposto contra deci­
são denegatória de recurso extraordinário."
O item é falso.

3. Advocacia privada - inexistência de prazo em dobro: o benefício da Jus­


tiça Gratuita, previsto pela Lei 1.060/50, pode ser concedido ao particular
que patrocina a causa de uma pessoa hipossuficiente. Para ser beneficiá­
rio da gratuidade de justiça, o hipossuficiente não precisa estar patrocina­
do pela Defensoria Pública. Entretanto, o advogado particular não goza da
contagem em dobro de prazos, que é prerrogativa dirigida à Defensoria
Pública. Em suma, o advogado privado pode patrocinar demanda ampara­
do pela gratuidade de justiça, mas seus prazos são contados de forma sim­
p le s- ressalvada naturalmente a hipótese de litisconsórcio (art. 191 CPC).
-•> Aplicação em concurso:
• DPU - 2007 - CESPE.
"A existência de advogado particular não afasta o direito à assistência judici­
ária, mas afasta o direito ao prazo em dobro."
O item está correto.

4. Hipóteses de prisão: a previsão do artigo 44, inciso II indica que o defen­


sor público pode ser preso em caso de flagrante ou em decorrência de
ordem judicial escrita. O flagrante é válido independentemente de o crime
ser afiançável ou inafiançável.
Aplicação em concurso:
• DPU - 2004 - CESPE.
"Considerando que Antônio é defensor público da União de l â Categoria,
julgue os itens subseqüentes. A lei veda a prisão em flagrante de Antônio,
salvo pela prática de crime inafiançável."
O item está incorreto.

5. Requisição a autoridade pública - limite da prerrogativa: a previsão do


artigo 44, inciso X é dirigida apenas a autoridades públicas, não alcançan­
do empresa concessionária ou permissionária de serviços públicos, nem
tampouco a particulares sem ligação com o Poder Público.

104
L eí c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

Aplicação em concurso:
• D PU - 2 0 0 7 -CESPE.
"É prerrogativa dos membros da DPGU requisitar de autoridade pública e
de particulares exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos,
documentos, informações, esclarecimentos e providências necessárias ao
exercício de suas atribuições."
O item está incorreto.

. Dispensa de mandato: conforme prevê o artigo 44, inciso Xi, o defensor


público não precisa de mandato para atuar na defesa do necessitado, res­
salvadas apenas as hipóteses em que a lei exige poderes especiais.
Aplicação em concurso:
0 DPU - 2007 - CESPE.
"O defensor público representará a parte, independentemente de mandato,
exceto para os atos que demandem poderes especiais."
O item está correto.

' - ., -- 1 z- y ■ ..ç à p í t ü l ô - v 1^ •';V' •'v


DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES, DOS IMPEDIMENTOS E
. DA\RESPONSABÍLIDADE FUNCIONAL ’ \
' ' Seção I v' - V- _V; / '
DòsDeverès
Art. 45. São deveres dos membros da Defensoria P úblicadá União:
1 —résidir na localidade, onde exercem suas funções; '
II —desempenhar, com zelo e presteza, os serviços a seu cargo;
III - representar ao Defensor Público-Geral sobre às irregularidades de
que tiver ciência, em razão do cargo;
IV —prestar,informações aos órgãos de administração superior da D efen­
soria Pública da União, quando solicitadas;
V— atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais, quando
for obrigatória a sua presença;
VI - declarar-se suspeito.ou impedido,' nos termos da íei; ■
VII - interpor os recursos cabíveis para qualquer:instância;ou Tribunal •; . :
e prom over revisão criminal; sempre, que encontrar fundamentos na lei, '
jurisprudência ou prova dos autos, rem etendo cópia: à Corregedoria-
Geral. '

105
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

1. Interposição de recurso: dentre os deveres contidos nò art. 45, está o de


interpor recursos (inciso VII). É preciso ter claro que o defensor público
não é obrigado a recorrer de toda e qualquer decisão. A ele é garantida
a independência funcionai de modo que pode decidir qual o melhor ca­
minho na defesa dos interesses de seus assistidos. Nesse sentido, o iritiso
VII estabelece claramente que a interposição de recurso está subordinada
aos casos em que o defensor público encontrar fundamentos legais, juris-
prudenciais ou probatórios para embasar suas razões.
O que se espera do defensor público é qúe defenda firmemente os inte­
resses dos hipossuficientes, lançando mão de todos os instrumentos jurí­
dicos de que dispõe. Isso não significa, porém, recorrer indefinidamente
de uma decisão contrária, com propósito proteíatório, avolumando ainda
mais o trabalho do Poder Judiciário.
Aplicação em concurso:
® DP/AM - 2003 - CESPE.
"Não obstante o dever legal dos defensores públicos de patrocinar a defesa
dos necessitados, tanto judicial quanto extrajudicialmente, e o de promover,
em favor destes, a observância dos princípios do contraditório e da ampla
defesa, aqueles agentes públicos não estão juridicamente obrigados a inter­
por recurso sempre que a decisão judicial for desfavorável aos interesses do
defendido/'
O item está correto.

• DP/SP - 2009 - FCC.


"O direito fundamental à assistência jurídica integral e gratuita, previsto cons­
titucionalmente e instrumentalizado pela Defensoria Pública, compreende a:
D) indispensabilidade de esgotamento das vias recursais pelo Defensor Públi­
co."
O item está incorreto; por isso, não deve ser assinalado.

Art. 46. A lém das proibições decorrentes do exercício de cargo público,


.. aos membros da Defensoria Pública da União é vedado:' ..
I —exercer a advocacia fora das atribuições institucionais; ,
' ; II - requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos qúe de
qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu cargo, òu com ::
os preceitos éticos de sua profissão;

106
L ei c o m p le m e n ta r n° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

III - receber, a qualquer título.e sob-qualquer jpfeíexto,; honorários, per-


, centagens. ou custas processuais; em rázão de suas. atribuições; '
: IV . —. .exercer. 6 !comercio;;ou;p à r t ic ip ^ H ^ j ^ i^
çóm o cotista. ou acionista; \ ^ • ' '' • •• ■
... ;^ ;g ix ^ ç e í;a tiv id a d è :p olitxco^p^^dáxi^ = ajüsti ç a ■

Advocacia privada - vedação: a dedicação do defensor público a seu ofí­


cio é exclusiva; ressalvada apenas a atividade acadêmica. Assim, não lhe é
permitido patrocinar demandas particulares, ainda que em causa própria.
É o que estabelece o art. 46, inciso i. Essa vedação está prevista também
na Constituição da República, no parágrafo primeiro do artigo 134.
-■> Aplicação em concurso:
® DPU - 2004 - CESPE.
"Considerando que Antônio é defensor público da União de categoria, jul­
gue os itens subseqüentes. É vedado a Antônio ingressar com ações judiciais
advogando em causa própria."
O item está correto.

Vedação ao recebimento de honorários advocatícios: o defensor público


não tem direito ao recebimento de honorários advocatícios decorrentes
da sucumbência da parte adversa {art. 46, inc. III). Essa verba é recolhi­
da a um fundo institucional, normalmente destinado ao aparelhamento e
aperfeiçoamento dos defensores públicos.
Aplicação em concurso:
® DPU - 2004 ~ CESPE.
"Considerando que Antônio é defensor público da União de categoria, jul­
gue os itens subseqüentes. Antônio tem direito a receber gratificação corres­
pondente a 5% dos honorários de sucumbência relativos às ações judiciais
em que ele atuar."
O item está incorreto.

Atividade politico-partidária - possibilidade: é importante conhecer a


ressalva quanto à proibição contida no inciso V do art. 46. O defensor pú­
blico da União pode exercer atividade político-partidária, exceto quando
estiver atuando junto à justiça eleitoral.
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

.*■> Aplicação em concurso:


• DPU ~ 2007 - CESPE.
"Aos membros da DPGU é vedado exercer atividade político-partidária, mes­
mo que eles não atuem na justiça eleitoral." .
O item está incorreto.

■'>Y 3^^ 4^ âfí^ YÜ?'W:


. ' ;. -suas funções. em;^^ * $ è ;

• V I -.e in que séjâ p tó e o ^ intèressadò;’ ;' ;• - • . •;•••;.•'


'; ' II-^em :< ^e'h ^a; a t u a d o ^ ™ Juiz, mem- •
bro do Ministério Público; Àutòridade Policíál,';Escrivãp de Polícia,-Au- -.: •:*.
. . xiliar de Justiça ou prestado depoimento com o testemunha; • •
!.yinÍ;<èra;que;for'■'jníereè:èaeÍÒ£.õnjv^
ívV;;rièòvqu -àfirrí etii^linhà;ret^xiii colateral, á i & o i ^ e i r ò ^ ^
. • lV - nó qual -^ advogado de qualquér d aspessoas
; .■ mencionadas nçiinciso. anterior;, •>>' :’v ; - .• ::" ■ :. ■;■
V - em que. qualquer, dás pessoas m encionadas nò:inciso III funcione òu
.....: hajà :£uncionado comò;Magisfrado, mémbro do Ministério Público, Auto- ::
ridade Policial, Escrivão de Polícia ou Auxiliar de Justiça; .. :
VI ~ em que h<
o objeto da.dè.
VII -7 em outrc
A rt. 48. Os membros da Defensoria Pública da União não podem partici­
par de comissão, banca de çoncúrsò, óu qualquer decisão, quando o julgà-
*ou parente
consangüíneo oü. afim em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. ^

1. Impedimento: as hipóteses de impedimento estão previstas nos artigos


47 e 48 e são de cunho objetivo, ou seja, presume-se que, naquelas situa­
ções, o defensor público não tem condições de atuar com lisura e autono­
mia. Trata-se de presunção legal absoluta.
-> Aplicação em concurso:
» DP/Am - 2003 - CESPE.
"Devido ao fato de os defensores públicos patrocinarem, eminentemente,
interesses privados perante o Poder Judiciário, não se lhes aplicam as restri­
ções legais concernente aos casos de impedimento e de suspeição "
O item está incorreto.

108
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1994

v?>Àr^74Q^7^'o ^'TO>iÍkíí

:L

r;II-^co^eição extraordinM ã7reàlizádà^jQ i£<^^

";§ 2" Qüálquèr péssoá;po;de;,íèprèáèntár^ abu-


; sos, erros òu omissões. dos;tíembrp? ;í |a^ ^ fefís^
•Àrt: 50. •Çonsdtuem mfrações/di^çipíin^ .definidas èra •.

' tidas nesta Lei .Corápiem^nt^sBem : ç ^ a -:;.


Administração PúbÍica'ou-àtp id è ji^ :
§ Io Os membros ÜayDéfensõria:M .das se- ;.
;: 'guiritès sanções:/^:7‘ '
•:T-ádv:ertênçiá;7 7 7;Y : 7 7 ' 7 ^ 7 7 ^ - :'Y--Y--/^ . -7
. XI - suspensão. pór até noventa dias;7^;'77;'''^V7 .-7' ;7-:'-:••7v .' -7 •' • ;
•III - remoção compulsória; 7 $ ■ '■■7-;
\JV^~demissão; \' •:'•••...•:•'• • ; r 7- '.7.-7\777\ 7 / 7 7 :'77'7:' . ' ' '
7:^77;cassáçãp;da:^osei^4^ãf'7'7^77';7í7775;::;'7'7777:7>:7
§ 2o A :advertência será aplicada por escrito nos casos de violação.dos
deveres .è das proibições funcionais, quando o fato não justificar a impo-
sição de pena mais grave. 7v ' 77
: § 3o A suspensão será aplicada em caso de reincidência.em falta punida
■com advertência ou quando .a infração dos deveres ou das proibições fun-
. cionais,péla sua gravidade, justificar a sua imposição. ■'•' •
;..§ 4o Á remoção:compulsória será aplicada sempre que a fálta praticada, •••
pela sua gravidade e repercussão, tornar incompatível a permanência do
faltoso no' órgão de atuação de sua lotação. : ; • •.•. -77-;-.
§ 5o A péna de demissão se^á aplicável nas hipóteses previstas em lei,
e no caso de reincidência ém falta punida com suspensão ou remoção
compulsória. : ^Y‘;;v77vv-:7^ 7í7770^7^7-/‘^7:7^77í7í77-'' 7;' 7' ■'.''
G u il h e r m e F r e ir e d è M e l o B a r r o s

.i § .6 ° Á s penas de dem issão e cassação .da aposentadoria serão a p l i c a d a s , : v \


• pelo Presidente da República e as-demais pel.o D efensor
o. ■garantida; sempre a ampla defesa, fsendó;;obnga.tória o ;inquérito . a d mi - ;
': nistrativo nps çasòs ;dé aplicação de/remoç^
vdem issão & .cassação dá a p p s é n t a . d o n á . - Y v; •••• •:;: • : • ’• •; • ••:' -
§ 7o P rescrevem .ern j^ <^ue foram cometidas, ■
. : as. faltas puníveis cbm;adVert^ rem oção’çom pulsòria,..
. aplicando-se,;qü^tp:.;às d^ lei. . v.; :.... :..
. ■V . A rt.;5 Í;:À qúaíqüer.té.&pò; ppdera ser reqú^^ dis­
ciplinar, ^úan^byse' aduzirem' fatps;.hovós- ou- pircunstâ siiscetíveis .p:;. v'
:: de provar, a: inocência do. apenádo ou de justificar a im posição de .pena. .
■■ ' mai s br^dá; ; . 1 •••• \ v y •
.. § 1° Poderá requerer a instauração, de; pirocesso revisipnal ò próprio in­
teressado' ou, se falecido'ou-interdito, íp^seu cônjuge ou còmpánheiro,
■:ascendente,.descendente-ou i i m ã o . V ; ; . : : • •• . ’’
§ 2° Se for procedente a revisãpi será tornado sem efeito o ato. punitivo oú
aplicada .a.penalidade adequada restabelecendo-se os direitos atingidos
pela punição, na sua plenitude.

1. Processo revisionai: pode ser instaurado ainda que o próprio interessado


já tenha falecido. Nesse caso, a legitimidade recai sobre o cônjuge ou com­
panheiro, ascendente, descendente ou irmão.
-> Aplicação em concurso:
• DPU - 2001 - CESPE.
"Considere a seguinte situação hipotética. Luís foi demitido do cargo de
defensor público de categoria especiai por ato do presidente da República,
após reguiares inquérito administrativo e processo disciplinar. Dez anos mais
tarde, quando Luís já era falecido, vieram a lume fatos até então desconheci­
dos que demonstravam, de forma inequívoca, a inocência de Luís e o conse­
qüente erro das concíusões daqueles procedimentos administrativos. Nessa
situação, o direito à revisão do processo disciplinar não estará atingido pela
prescrição, sendo que o processo revisionai poderá ser instaurado pelo côn­
juge ou companheira, ascendente, descendente ou irmão de Luís."
O item está correto .

2. Aplicação de penas: o § 6S do artigo 50 estabelece que as penas de de­


missão e de cassação de aposentadoria são aplicadas pelo Presidente da
República, ao passo em que as demais competem ,ao Defensor Público-
Geral.

110
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

•• ; ;.rsA N çà p ;V r:. - ^ Li CA DO R '

demissão e cassação de aposentadoria Presidente da República

advertência, suspensão e remoção compulsória Defensor Público-Geral

> Aplicação em concurso:


• DP/RN -2006.
"A Lei Complementar 80/94 estabelece as normas gerais para a organização
das Defensorias Públicas nos Estados, sendo correto afirmar que caberá ao
Presidente da República aplicar as penalidades.de demissão e cassação de
aposentadoria"
O item está correto.

■: 7 D Â '0 R £ À ]S n c £ À ç A 0 ;^ ^

' ■ . ■•
■ . • •' >•^.•::;/D & Í Ê S ® ^v .
Art. 52. A Defensoria Públicá dó Ç i s t n ^ or- .
ganizada e mantida pela U n ião/ ' \ ^ \ "\ •
A rt. 53. A Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Temtórios coiri- ..
• preende: '• • . • ••'•'; V ' ' : '•' ;• •'••••• • 7

I - órgãos de administração superior: • ' .J' ' ■/ ■

' a) a Defensoria Pública-Geral do Distrito. Federaíe dos Territórios;./

b) a Subdefensoria Pública-Geral do Distrito Federal e dos Territórios;


: c) ó Conselho Superior da Defensoria Pública do Distrito Federai e dos :
Territórios; • . / •.

d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos . v..


- Territórios; . : ' • \ \

I I - órgãos de atuação: -
a) as D efensorias.Públicas do Distrito Federal e dos Territórios;;

b) os N úcleos da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;


III.- órgãos de execução: os Defensores Públicos do Distrito Federal e v
dos Territórios. . •

111
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

1. Defensoria Pública do Distrito Federal: estabelece o art. 52 que compete


à União organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos
Territórios. O dispositivo está em harmonia com a Constituição, que traz
previsão semelhante em seu artigo 134, parágrafo primeiro.
Em relação ao Distrito Federal, a Lei Distrital n2 821, de 26 de dezembro
de 2004, reestruturou o Centro de Assistência Judiciária do Distrito Fe­
deral - Ceajur, cuja função é prestar assistência jurídica aos necessitados
(art. 12). Trata-se de órgão subordinado ao Procurador-Geral (art. 1^}, que
presta função típica da Defensoria Pública, cujas despesas são suporta­
das pelo Distrito Federal (art. 22), e não peia União. Além disso, a Lei n^
3.246/2003, do Distrito Federal, dispõe sobre a carreira da Assistência ju ­
diciária do Distrito Federal.
Em suma, se não de direito, ao menos de fato, o Ceajur faz as vezes de
Defensoria Pública do Distrito Federal. As questões de concurso referentes
a essa carreira contém a menção: Ceajur (DP/DF).
Quanto à Lei Complementar n^ 80/94, a Defensoria Pública do Distrito
Federal está disciplinada nos artigos 52 a 96. Sua estrutura é bastan­
te semelhante à da Defensoria Pública da União, no que diz respeito às
atribuições do Defensor Público-Geral e do Conselho Superior, à organi­
zação da carreira etc. As garantias e prerrogativas são sempre as mesmas
para a Defensoria Pública da União, do Distrito Federa! e Territórios e dos
Estados.
Assim, ainda que com o risco de parecer repetitivo, optamos pela inserção
de alguns comentários e quadros explicativos já constantes de outros tre­
chos da obra. Acreditamos que, dessa forma, o leitor terá a oportunidade
de fixar melhor a matéria, especialmente no que se refere aos quadros
sinóticos.
Aplicação em concurso:
• CEAJUR (DP/DF) ~ 2006 - CESPE.
"A União e o DF detêm competência concorrente para legislar sobre assis­
tência judiciária e defensoria pública. O DF, ao criar o Centro de Assistência
Judiciária (CEAJUR) por meio da Lei n9 821/1994, assumiu expressamente os
ônus decorrentes da ausência de condições operacionais do citado órgão de
defesa dos cidadãos necessitados."
O item está correto.

112
Lei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

, . Do Defensor Público-Geral e do SubdefensorPúblico-Geral


\ doDhtritoF0eraleão,S;TefritóHos ,

"•\ A rt. 54. A Defensoria, p ú b lica do ,p ^ fe íò ^ e d è ra í,è ' dos^ Territórios tem
' 7.ppr GHèfe oDeTensor Púbíic^Geral^npm éadp-pferõ^Presidèhfè/da Rêpú-
' blica, dentre membros pstãyeis dà~Çaixeira em aípres'd e'35' (trintà è ç in -
. co) anos?':escolhidos .èm. listá tnplicèVfóm ra .dirètpy-secreto,
j)lú rm o ih irial e obrigatório'de/seus^mèmlff^^^ de 2 (dois)
■a n o s,_ije rm ití(fe\r('^ a)‘Yècpnduçãõ^^^edãç’ãq -3à3ap H a L é í Com ple-
‘ l mentar.n0' 132) de;2"Ò09)V- • '"=;‘ . "
Parágrafo únicò. (VETADO) ' v :
§ 2o"(yETÀDO)(Incluído^ dadá pedajQei ^ de 2009)*
"Art. 55; O 'D efensor Públicó-G CT^-se^sübitítuíd^j em'suas, faltas, im ­
pedimentos,-licenças e férias, pelo SubdefénsdrP^írçp=GéfaIy nomeado
pelo Presidente da República,- dentre òs integraàtes■daGategoria Especial
■ - da' carreira, escolhidos 'pelo .Conselho Súpériorj^p^àfmahdato de dois
■ anos. ' y >'
Art.56. São atribuições 'dò DeferísorPúblico-Geral;' :-.7
I - dirigir a Defensoria Pública do'Distrito F ed er á íed o s Territórios, su-
perintender é coordenar suas atividades' e oribhtar-lhe à atuação;
. II —representar a Defensoria Pública do Distrito Federál é dos- Territórios
, judiciale'èxtrajudiciaím ente;’> ■ V-
III - velar pelo cumprimento das finalidades da Instituição;
IV - integrar, com o membro nato, e presidir ó Conselho Superior da D e­
fensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios; '
V - baixar, o Regimento Interno da Defensoria Pública-Geral do Distrito
Federal e dos Territórios; - -
VI — autorizar os afastamentos dos membros da Defensoria Pública do
, Distrito Federal, e dos Territórios;
VII - estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e servidores da
D efensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
VIII - dirimir conflitos de atribuições entre membros da Defensoria Pú­
blica do Distrito Federal e dos Territórios, com recurso para seu Conselho
Superior;
DCv-tproferir, decisões nas sindicâncias e processos administrativos dis-
ciplinares promovidos pela Corregedoria-Geral do Distrito Federal e dos
Territórios; , ' ’
. X - instaurar processo disciplinar contra membros e servidores, da D efen­
soria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;

113
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

. XI — abrir concursos públicos pará ingresso'na carreira;'da p efen so ria : : V:.:


• pública do Distrito Federal; é d ó í( T e ^ • ;Ky : • ' . • •
: '• X II - determinar coiTèições/extíàord^ -"'y ’. ; "7 :.•/ íy
'■' X |ÍÍ prátiç ar- atcfe: admpíi stratiy Jmárféen^
X IV rfçonv òc^.-pVGpnselHòx Süpenoíí|la
Federal e dos.TerritórioSe dar exèòüçãq ^ •• . :
: X V —designar membro da iDefensoria Pública-do. Distrito 7;- -.
Territórios1pàrá'éxercício:de7§iias^trmmç^ ....
. so do de sua loiáçãq.óuV em caráter excepçional^perantè'Juí^ TriSúriais .
ou Gficios diferentes dòs estabelecidos/para cada ç a t ^ ... -
. 7\ X V I - requisit^.de qualquer autoridade pública é de sçús âgentés, certir
: dões, exames, perícias', vistorias,' .diligências, procéssos, documentos,, in- 7
-■ formações, esclarecimentos è.demais, prpvidências necessárias a. atuação
. / da DefensoriaPúWica;;:;-5'" , f ' /• ;V i: '7 r ; 7-X'‘^ X .">1'
X V II - aplicar a'penà de. remoção'compulsória, aprovada pelo. voto'de
. dóisterçòs'doCoriselhó.Superiór,.apsmembrosdaE)efensorià'Públiçado .
: Distrito ÍFèderal e dos Territórios; . :. . : ; .
.' XYIII - delegar atribuições a aútondadè.'qüé:lhe seja subordinada, n a ;;7777
forma d alei. 'a 'í- ' ;-7'7'• 7..' 7 ••'•-7-: ■/.. " -7-7'7'-;-v
Parágrafo único. A o Subdefensor Público-Geràl, além da atribuição pre-
. ■vista no art. 55 desta Lei Complementar, compete:
. a) auxiliar o Defensor Público-Geral nós assuntos de interesse da Insti­
tuição;
b) desincumbir-se das tarefas e delégaiçoes que lhe forem determinadas 7
■V'; pelo Defensor Público-Geral. .77.;V7.j■ '> ( : ".. • y-/-../ . .. 7:;.

1. Defensor PúblicoGeral - características: o artigo 54 estabelece as carac­


terísticas referentes ao ocupante do cargo maior da Defensoria Púbiica do
Distrito Federal e dos Territórios, o Defensor Público-Geral.

integrante da carreira da Defensoria Pública da União;


membro estável da carreira;
idade superior a 35 anos;
DEFENSOR
formação de listra tríplice, pelo voto direto, secreto, plurinominal e
PÚBLICO- -<
obrigatório de seus membros;
GERAL
nomeação pelo Presidente da República, dentre os três mais votados;
mandato de 2 anos;
direito a uma recondução.

114
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

2. Defensor Público-Geral do Distrito Federal: o artigo 54 dispõe sobre a no­


meação do Defensor Público-Geral do Distrito Federal. Em relação ao De­
fensor Público-Geral da União (art. 6-), a diferença é a aprovação de seu
nome pelo Senado, exigida para este, e não para aquele. O dispositivo cor­
relato para o Defensor Público-Geral do Estado (art. 99) estabelece apenas
a idade mínima de 35 anos e a necessidade de ser integrante da carreira.
3. Subdefensor Público-Geral do Distrito Federal: o artigo 55 estabelece que
•o Subdefensor Público-Geral será nomeado.pelo Presidente da República,
dentre os integrantes da Categoria Especial da carreira, dentre os esco­
lhidos pelo Conselho Superior, para mandato de dois anos. A redação é
semelhante à do artigo 79, que se refere à Defensoria Pública da União.
Entretanto, o parágrafo único do artigo 79 expressamente estabelece a
possibilidade de a Defensoria Púbiica da União contar com mais de um
Subdefensor Público-Geral, para atender às necessidade de prestação de
seus serviços. Tal previsão não existe em relação à Defensoria Pública do
Distrito Federal.
4. Atribuições dissonantes entre as chefias da Defensoria Pública da União
e do Distrito Federal: o rol de atribuições do Defensor Público-Geral Fede­
ral está previsto no artigo 89, ao passo em que o de atribuições do Defen­
sor Público-Geral do Distrito Federal consta do artigo 56. Ambos os dispo­
sitivos guardavam exata correspondência. No entanto, a LC n- 132/2009
promoveu alterações nas atribuições do Defensor Público-Geral Federal,
mas deixou de prevê-las para a esfera distrital. Assim, no que tange ao
Regimento Interno a Defensoria Pública, o artigo 56 mantém a mesma
redação original da LC ne 80/1994, no sentido de que deve ser baixado
pelo Defensor Público-Geral, sem exigência de participação do Conselho
Superior, como ocorre no âmbito da Defensoria Pública da União.
De igual modo, os incisos XIX e XX, inseridos no artigo 82, não foram re­
petidos para a Defensoria Pública do Distrito Federal. São normas que se
referem, respectivamente, à possibilidade de o Defensor Público-Geral
requisitar força policial e à necessidade de apresentação do plano de atu­
ação instituição ao Conselho Superior.

Seção II
Do Conselho Superior da Defensoria Pública
do Distrito Federal e dos Territórios.
Á rt. 57. A com posição do Conselho Superior da Defensoria Pública do
■■v: Distrito Federal e dos Territórios deve incluir obrigatoriamente o Defen- .
sor Público-Geral, o Subdefensor Público-Gerál e o Corregedor-Geral, . , :

115
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

como. membros nátps; e, em .sua. maioria, representantes 'estáveis 4a Çar-


■.:;•reíra, 2 (dóis) por:eatègo^^ ,pê]p yoto:'direto,;pltónQinmal,.secre-
' to e .obrigatório, de. t o d ^ da Ga^réira: ..(Rèdação. d a ^ peia
7 / 7 ^ e * Cpniplernerriari?Ú32,:dè;2 0 ^ 7 >;
77 §71y Ç.'CouseffipjS.ügenpr^e^e§iffi^p;^êIp©
; . terá vptp de qualidade, excétp em máténà d is ç i^ pela
'7' • Lei;Co^pléméntarn0 T327 dé 20Q9|-7 77 ^ 7 7 ^ 7 .;7-7-7777• /7777;7’•'•-7:
■ ^ ;§ 2 A s efèições-serap r e a li; ^
Vixajda^s.p;eÍo7 Gpn$^Ítío ii?

§ 3o Os ; ; ^ ^ b r o ^ :
: 7(dóis) .áiios, permitiáa 1 :(umà)7rè dada pela Lei Çom-
/•" .jpíementar ri°;132v de 77r;7;.:v77.':;7:777;;;í - 7777;77o 7 .7 ;‘.>
7 §. 4 o SãP èlegíveis; os Défehsores Públicos d ^
7777ntiOTps^é'’n ãp;èst^âmafaSfâdòà v^.: ^'7-7
7

§ 5°7Sao suplentes dos membros ele caput deste artigo


;’:7 ó£7aenráísiypt^ó^’e m . õ ^
• § 6 o Qualquer membro, exceto ò ’^ de sua 1participação
. nó Conselho' Süpenpry':assumiiido, :imediátamenté7.!p. càrgo? o;respectivo

' § 7o O presidente da entidade; de classe de âmbito distrital de maior re-


presentatividade dos membros da Defensoria Públicá do Distrito Fèderál
. e dos Territórios terá assento e voz' rias reuniões do Conselho Superior.
(Incluído pela.Lei.Complementar h^ .132, de 2009).- ; 7. • ;.' 7; ;' 7 : 7
. . .Art. 58. A o Conselho SuperiÕr da Defensoria Pública do Distrito Federal
777V 7^3^t^^òg;còjrr^éte: ív-: 77:^ - v7^7'7í. :f:?^7-^^7:7o777Í 7
. I —exercer o. poder normativo nò âmbito da Defensoria Pública do Distri-
77. to Federal e dos Territórios; ' • • '77'^ 77y&
:: 7- II - opinar, por solicitação do Defensor Público-Geral, sobre matéria per-
: tinente a autonomia funcional ò administrativa da Defensoria Pública do
Distrito Federal e dós Territórios; . .. . : .. . 7- 7^ 7
• III - elaborar lista tríplice destinada à promoção por merecimento; '•;.:7.7
IV - aprovar a lista de antigüidade dos membros da Defensoria Pública
do Distrito Federal e dos Territórios e! decidir sobre ás reclamações a ela
• concernentes; 7. 7
V - recomendar ao Defensor Público-Geral a instauração de processo
::;:disciplinar contra membros e servidores da Deferisòriá Pública do Distri­
to F ed eraléd osT em tórios;' .;. -7 '-: . 7. --7-77-7;'-V' -'v '7 '
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 12 d e j a n e i r o d e 1 9 9 4

V p T;deçidir‘sòbre^éclido d e ^ j s ^

^Pefè|isÒr,i.à
^écteãójj:hom ól 6 gaçãò dó p èfè^ ';' •'■

XI - deliberar sobre a lorgmizaçãA ^ carreira


.e designar os representantes, da; D e f e t ò ^ Federal e
'; dos Territórios:que integrarão á'Goniibsãò:d e ; ^ ... : :
. XII - organizar’ os concursos; para ppoV i^^ de

XIII ~ recom en d ^córceições ; ^ r a ó r á ^


. ; .; - X IV - indicar.iòs .seis; n o m e s ; - .
^^ a " -"p,Pré%ijçièiritó^idat 'estes^ ô:Sub-
:íÍ?: í^®F®Psor i<í ’p";^<ò^eg^aorv ^^ v :-;■
í^ ^:'.-
X V —editar, as noirnas regulamentando a eleição para-Défensor Público-
i Geral. (Incluído pela Lei Çompiementarn 0 132,. de 2009). . . ..
Parágrafo único. A s decisões do Conselho Superior serãò motivadas e
publicadas, salvo as hipóteses legais de sigilo: . : v. V í';;V .•• y ; . y ' y y P •

1. Composição do Conselho Superior: é composto de membros natos e


membros eleitos, sendo estes a maioria. Os natos são o Defensor Público-
Geral, o Subdefensor Público-Geral e o Corregedor-Geral. Como a Lei Com­
plementar não prevê a possibilidade de haver mais de um Subdefensor
Público-Geral para a Defensoria Pública do Distrito Federal, tem-se que o
Conselho Superior é formado por 09 membros, três natos e seis eleitos.
Em número superior ao de membros natos, devem ser eleitos dois defen­
sores públicos de cada categoria, dentre membros estáveis, eleitos por
voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de todos os integrantes
da carreira. São elegíveis membros que não estejam afastados da carreira,
para mandato de dois anos, permitida uma reeieição.

117
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

MEMBROS COMPOSIÇÃO ÇARÀGTERÍSTIÇAS/BASE LEGAL

Natos Defensor Público-Geraí, O Defensor Púbiico-Geral exerce a pre­


Subdefensor Público-Ge- sidência, tem de qualidade, exceto em
ral e Corregedor-Geral matéria disciplinar (art. 57, § l 2) :;j

Eleitos Dois defensores públicos São eíeitos por voto direto, piurinomi-
de cada categoria, em nal, obrigatório e secreto de todos os W
número superior ao de membros da Instituição, para manda­ \i’
membros natos to de 2 anos, permitida uma reeleição ■K
-;e
(art. 57, caput e § 42). ir

2. Assento do presidente da entidade de ciasse: a LC ne 132/2009 acrescen­


tou o § 72 ao artigo 57 para prever que o presidente da entidade de classe
de âmbito distrital de maior representatividade dos defensores públicos
tem assento e voz nas reuniões do Conselho Superior.
3. Regimento da eleição para Defensor Público-Geral: a LC n5 132/2009 in­
cluiu o inciso XV do artigo 58, que prevê a atribuição do Conselho Superior
de editar normas para regulara eleição para Defensor Público-Geral.

S e ç ã o I I I

D a C o r r e g e d o r i a - G e r a l d a D e f e n s o r i a P ú b l i c a

d o D i s t r i t o F e d e r a l e d o s T e r r it ó r io s

Art. 59. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Distrito Fede­


ral e dos Territórios é órgão de fiscalização da átividade funcional e da
conduta dos membros e dos servidores da Defensoria Pública do Distrito
Federal e dos Territórios.
Art. 60. A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Distrito Federal
e dos Territórios é exercida pelo Corregedor-Geral, indicado dentre os
integrantes da classe mais elevada da carreira pelo Conselho Superior e
nomeado pelo Presidente da República, para mandato de dois anos.
. Parágrafo único: O Corregedor-Geral poderá ser destituído por proposta
■ do Defensor Público-Geral, pelo voto de dois terços dos membros do :
Conselho Superior, antes do término do mandato.
Art. 61. À Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Distrito Federal ..
e dos Territórios compete:
I - realizar correições e inspeções funcionais;
. ■II - sugerir ao .Defensor Público-Geral o afastamento de. Defensor-Pú­
blico que esteja sendo submetido a, correição, sindicância ou processo .
administrativo disciplinar, quando cabível;

118
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e j a n e ir o d e 1994

III .-.propor, í\mdamentàdamenté^ào;;.Conselho.'Superior:a suspensão do


estágio probatório-d^ da ÓefertsonaEúW doJDistrito Federal
:'e; ^ v - :V' yÍ / ■■.; ^f.:.;''■;
IV - receber é. pròcèssar ás repres^^ ;os membros da Defen-
soria^ÍRúbíiça' dò .pisMfô;Éed.éràl;e:'!|^
parecer,.áo. Conselho S u p e r i ò f i •.< ...
V -i apresentar ào Ipefehsor. PúbÍiçò;iGeM^ cada' ano, rela-
.tório:das atividades:désehvòlvida^aÓlánó.^ ^ ; .
VI —propor, á iristaurkção de:pío^^ De-
fensórià Pública do Distrito Federal sèrvidores;
VII. v acompanhar o e s ^ io ^ p r p ^ sí^àãí{í^^fís^soría;Pu~.
blica dó; Distrito Federal e dos Temt&ios^^^
V ni-.propor á :èxoneração<iem^
to Federal e dos Territórios qué:'nãò. cump^e^^^

D o s N ú c t e o s d a D e f e n s o r i a P i í b l i ç a (to D is tr i to F e d è m ^

Art. 62. A pefensoria Pública d ó . e dôs Territórios exer­


cerá suas funções mstituciònais'através de Núcleos/ . : . ' ?
Art. 63. Os Núcleos/da Deferisória :Publica; do ÍDistà e dos
Territórios são; dirigidos por Defensor Públicó-Chefe,; designado pelo
Defensor Públiço-Geral, dentre integrantes.dá::carreira;, competindo-lhe,
no exercício de suas funções institucionais: . ; .: :; .
I-prestar, no Disíritó Federal è nos Territórios, assistência jurídica, judi­
cial e extrajudicial, integrai e gratuita, aos necessitados; • ;
II - integrar e orientar as atividades desenvolvidas pelos Defensores Pú­
blicos que atuem em sua área de competência;.
III - remeter, semestralmente, ao Corregedor-Geral, relatório de suas ati­
vidades; '. y;V"Í':vV
yí.v:^'r...';Yvv-v
IV —exercer as funções que lhe forem delegadas pelo Defensor Público-
G e r a l . V '■ ■ ■ - ■ } XvvX:

• S e ç ã o I V

D o s D e f e n s o r e s P ú b l i c o s d o D i s t r i t o F e d e r a l e ã o à T t y r U ó r i ó ^ ^ ^

Art. 64. Áos Defensores Públicos do Distrito Federal e dos Territórios


incumbe o desempenho das funções de orientação, postulação e defesa
dos direitos e interesses dos necessitados, em tódos os graus de jurisdição
e instâncias administrativas, cabendo-lhes, especialmente:
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

I -- atender às partes e :aõs i^CTè^ádps^;:J;^ ‘wr • •.'


II -.postular a cÒncess^ dé justiça ji^a' ips' nèçé^
tentar á CQriçiliáçãóydà^
IV - OnónluQ''y>Km'rfioVâíS:ãn / v i - N *^Vi-Và»'M-r>ntSÍíIcírtrí dT^AÍJ

processos;

deral .e dos.
. V II^ defendei í í ^ f ||^ ^ C
‘‘:i '' '«^'X*»+I X’*»''.-' ^ Y^r-*'"'-r^. r^rr^.'-'-<>-3n::/
." j »<*'>«*' >«■■■■* T ^ t » j-<'-'.L>arii4- Ái oVi f*L*

IX. ™.;certificar á autenticidade-de cópias dé documentos. necessários' à


instrução de processo àdministrativ:o ou jud à vistà dá apresentação
dos originais; (incluído pela Léi Çóníplenxerit^n 0 132, de 2009), , \
X - atuar nos estabelecimentos penàis: sob a administração do
Federal, visando áo atendimento jurídico permanente dos presos e sen­
tenciados, competindo à àdministráçãó do siste
reservar instalações seguras e^ adequadas áóá sèüs tràbalbos; franquear
acesso a todas as dependências do estabelecimento, úidependeiitemènte

informações solicitadas e assegurar o acesso a documentação d o s presos


e internos, aos quais não poderá, sob fundamento algum, negar o ,direito
. de entrevista còm .òs m e m b ro s dá Defensoria Pública do Distrito Federal.
(Incluído pela Léi Complementar h 0 132, de 2009). . . . . : •::

A rt. 65. A D e fe n so ria P ú b lic a do Distrito Federal e dos Territórios é in-

tórios, composta de três categorias de cargos efetivos: . ; , :


I —Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de 2a Categoria
(inicial); . ••';: V:.; • :V'} ; c^ v^ ví'V í.
II ~ Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de Ia Categoria
(intermediária);;;v-V- ■ ' . ; ; ÍU > ' i ':

III - Defensor Público do Distrito Federal e dos Territórios de Categoria


Especial (final). ;V
Lei c o m p le m e n ta r n ° 80, d e 12 d e ja n e iro d e 1994

v ;.;;.{A rt 66;; _. .... _ . ..................


'V : v ' 3 ^ ã ó > n o s ' - * l ^ ú ò l e o s ^ ' d á s X ^ i d â ' d é ' s ^ ' S a © 'à s 1

2 ;í :t;;'’;-;^ instándiás\adm im % átiy£s:"(fc^ em ;.

•■
•. • 1* Cãtíegoxiá átui^ãó nòsNücÍèóiS:doP^ Juízès dè DÍ~

• ■. de Categoria Especial aiii^ãpJjuntpfiàòf.Tn^ra


■^í-r-hfiHpíral:- fi.Tfimtonos ':'&flns'THKiiriftísíStfrffifj^ Y

1. Quadro de atuação de Defensores Públicos do Distrito Federal:

•CATEGORIA ',:i: v> V%:ííií.>^^UÀÇÃÔ.'; _.rvr''..J 8 BASE LEGAL


Categoria Especial (final) Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Art. 68
Tribunais Superiores
1§ Categoria (interme­ Núcíeos do Plano Piloto, junto a Juizes Art. 67
diária) de Direito e instâncias administrativas do
DF, ou em auxílio ou substituição junto
'aoTJ-DF
2§ Categoria (inicial) Núcleos das cidades satélites, junto a Ju­ Art. 66
izes de Direito ou instâncias administrati­
vas do DF, ou em auxílio ou substituição
nos núcleos do Plano Piloto

.' > '■ '...•" ..•:. •“ S è ç ã o f 7 .•■ -


: D o I n g r e s s o n a C a r r e ir a

:. Art. 69; O ingresso ria Carreira da Defensoria Públ ica do Distrito Federal
■'. e dos Territórios,far-se-á medianté âpròyaçap prévia em concurso, públi­
co, de provas e títulos, com. a participação dá Ordem dos' Advogados do -.
. Brasil, no cargo .inicial de Defensor Público-.do'Distrito Federal e. dos ;
Territórios de 2a Çatégoriá. :•■ '•.■■•■■', ; V ..
■7 § 1° Do regulamento doconcurso; constarão òs programas das disciplinas 'í .•:>:
sobrè as quais versarão as provas, bem como outras: disposições pértinen-. :■;■:.■
• tes à sua organização e realização.

121
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

5 § 2 °. 0 edital abèjdtúira. de msçriÇoès ;íjó;£õhçrasó::m ^


mente, o número dè .cargos yagósn açatégoriM raciatx& Ç ^ ^
A rt 70. O. cóncurso de ingresso reaíizar^se^á(:òbnga^ri^èiiteXquàndo .
o número de vagas exceder a úm::iqúinto dos;cargos' in .•/
facultativamente, .quando,o exigir :ò;int^ à^inistfáçãò;.f•^ : f. •
Árt. 71. O candidato, no rúpménto dà rnscrição^ déve possuir règistro.ná. •:;
Ordem dos Advogádos do ÍBrasilfressaÍyadá;a situação dós prpibidos;d •.
. obtê-la, é'compróyàr,"no.miínimó;;dois: anósíde .práti^ ; '
§ Io Considéra-se com o práticáffórense^o^exefcíç^ profissiòúâl .^e çon- •
:;sültoria^; ássesspria,L
#-;6 iMjpr)^^ Públicas . ;;
> è o d eçem p eiffid B e^ -c^ ó£.eín |££^ f^ :í^ ^
dadès eminentknetrtejuridicás.
§ 2o Os candidatos proibidos i e inscrição na Ordem dós Advogados d o .
’ Brasil coniprovarão ó registrõ até a posse nó cargo de^Defensor Público.
A rt. 72. O concurso será realizado perante bancas: examinádÓrás consti­
tuídas pèlÒ;Gctóèèlho’^ p j e ^ r ^ ^ S ^ S ® &

•. .. :' V y 7 - ; \
D a N o m e a ç ã o , d a L o t à ç ã ò e d a D i s t r i b u i ç ã o

A rt. 7 3 . 0 candidato aprovado no concurso público para ingresso na car-


reira da Defensoria Pública será nomeado pelo Presidente.da República
. para cargo inicial da carreira, respeitada a oídem de classificação e .o ;,y
.■número de vagas existentes. •:' :.•/'/•. .v..;./ . '
. Á rt. 74. Os D efensores Públicos do Distrito Federal e dos Territórios
.' serão lotados e. distribuídos pelo Defensor Públicó-Geral, assegurado a o s ' •
nomeados para os cargos iniciais o direito de éscòlha do órgão de atua­
ção, desde que vago e obedecida a. ordem de classificação no con cu rso..

. :. S e ç ã o I I I . .
' •; ■ •'/ ;r p ^ : ■D à P r o m o ç ã o

Á rt. 75. A promoção consiste no acesso imediato dos membros efetivos


. da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios de uma.cate-
';goria para outra da carreira. í ; y y ; y ^ ■£:}
A rt. 76. A s promoções obedecerão aos critérios de antigüidade e mere- .
cimento alternadamente. . ; •. . :
:;■§ IoA antigüidade será apurada ná categoria e determinada p elo.tempo,.de :
efetivo exercício ria mesma. y :• '■;;’;V;■:yy^-v-;y y y .;:V í■
^y:;:y: : ) y:■J: :
L ei c o m p le m e n ta r n° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

§ 2 “ A promoção por m éreçim entô para cada ó


^ é c ré ta 7Vc o»m pòqAí :.
• paníes da lista .'dé ^ t i j | i |i ^ .. •'•' •. ';
§ 3° Os inembros :;dá Defensoria . ^ e dos Ter­
ritórios sQmenté.pòdèrãd; ser p rò^ òyid õ§;d è^ § i§ ^
. éxerçíciò.na';cpègon pre-
enchá:tál réqüisiio ou se. quèm ò preenehèr.reeüsar :a promoção.
-§ 4° A s prom oções serãó èfetivádãS:ppr;;&^^ ''

;preenchimerito;da yàgâ'recusádá^ 7 vc; ••••'•/ :' ./ '- y ?

iritr 7 3 r / q t í v a -jpara: .
/ a' afénçãã:;4 e:;meréCimèhtò| ■
;
se, entre, outros, a eficiência é 'á ^
da função e a áproyaçao em .çi^sós de a^ d.e natureza ju-
:rídica, prpmòy idos pela-; Instituição^otí ípór; es.^beiéçim ;de en sin o ';
••sújpêrior/òfiçiálmênté reconhéri^ vV-v •’ ■
•§ 1° Os cursos de áperfeiçpárnehto este .artigo compreende- ,
rão, necessariamente, as seguintes.ãtivtâ^ 7" : •'
’ a) apresentação de trabalho escrito sobre ássuntò de relévancia jurídica;'
.b) defesa oral do trabàlhó que. téníia sido aceito, por baiíçá examinadora.
§ 2 o N ão poderá concorrer 'a promoção p o ^ ,quem tenha
sofrido penalidade de advertência ou suspensão;, nò pèriodo de um ano
imediatamente anterior à ocorrência, dá .vaga; .no çáso de advertência; ou :.
de dois anos, em caso de suspensão/ .. ’ V- ' . . : •/' v / .
§ 3o É obrigatória a promoção ,do Defensor Público que figurar por três
vezes consecutivas ou çirico alternadas em lista de merecimento, ressal­
vada a hipótese do § 2 °. .

. . , x j L Ó : m y ; r y ; : . / ^

DA REM OÇÃO:
A rt. 79. Os membros da Defensoria Púbiica do Distrito Federal e dos
Territórios são inam ovíveis, salvo se apenados cora remoção compulsó­
ria, na forma desta Lei Complementar. . XX
A rt. 80. A remoção será feita a'pedido ou por permuta, sempre entre
membros da mesma categoria da carreira- .•:
Art. 81. A remoção compulsória somente será aplicada com prévio pa­
recer do Conselho Superior, assegurada ampla defesa em processo admi­
nistrativo disciplinar: X- -' : ;.
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

/. ’ Público-Qeràl, rios quinze dias:^ .


do avisó de existência Üa'^^ h '')-:" f i
.\ ..;?;i§'Ííí mâp ;ò^pf^í>: c Í ^ P ^ ; í::^ '
■■ . 7 candidato à.remoçãOjvserá rericioyido^ ocóiv ••:.•.
• .. -. rèrido. í empate^; s u c e s ^ rmáijs ; ^ t ^ -no? serviço •;:; •••.:'>•
público dá União, ^ ^ e i v i ^ í p ) i ® Ã - "
:!í-í: :C•; . bem'classificado~no;co& í;-’/ •
§ 2° Aremòçãó précè^eíá^^ :.: . ;.'
7;-;>v■ VvXArf.;83;;;Qú^qo^£o£|téninut|^á|r^^
■/./ i ; rimento dos ratéréssádo^aíe^^ dp serviçO.. : : ;..y,;

1. Remoção: as hipóteses de remoção são as seguintes: remoção compul­


sória, a pedido e por permuta. A remoção compulsória decorre de uma
punição a que é submetido o defensor público, de modo que deve ser
precedida de ampla defesa em processo administrativo disciplinar —além
de parecer prévio do Conselho Superior. A remoção a pedido é aquela em
que o defensor público manifesta seu interesse em iotação diversa que
esteja vaga. Na permuta, dois defensores públicos, de comum acordo, tro­
cam de lotação entre si. Não há remoção ex offido.

í lyi ÒD A L i ^ j ^ ^ ; ''X-RÍEQUISfTO^^^/:-^;. \

Compulsória Punição Ampla defesa em processo ad­


ministrativo disciplinar e parecer
prévio do Conselho Superior

A pedido Opção do próprio defen­ Requerimento ao Defensor Púbíi-


sor público co-Geral no prazo de 15 dias da
publicação da existência da vaga

Permuta Troca de lotação entre Devem ser membros da mesma


dois defensores públicos categoria, sem importar em pre­
de comum acordo juízo para o serviço

2. Critérios de desempate na remoção: o § l e do art. 82 estabelece os crité­


rios de desempate entre candidatos à remoção, conforme o quadro abai­
xo. Não é utilizado qualquer critério de merecimento, mas sim parâmetros
objetivos.

124
Lei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

v CRITÉRIOS DE DESEMPATE NÁ REMOÇÃO


1 tempo de antiguidade na mesma categoria
2 tempo de antiguidade na carreira
3 tempo de serviço público da União
4 tempo de serviço público em geral
5 idade mais avançada •
6 classificação no concurso de ingresso'ná carreira

V ^ i 5'íSÍ'■''-■ ÍVr:; ^ :X.K■< ;:'


■’ ; ; A rt. 84. À lei cabé fix^ . à rémimèraÇãq d p s^
^pjstx&p^4eta|v6 Bos^Fi^^
V '; no artigo -135 da in s t it u iç ã o J ^ e r i ^ / ;;. \ VP : ; 1 ■ ; %

, § 2 \Q s niembros da D e ^ D istóto JFedéráí e dos Térri- v.


.'V torios têm os direitos ássegitfádos pela L ^ è nesta Lei .’•..
r OòmpiemèntáÉ (Rédaçãò dada pela L ^ .' U'í
•.: I - (Inciso revogado'pela; LCP n° 9 8 ;d e 3;^12/l99^) ,. V ;• - X ';'' "■■■ ■'•^V

: III-(In c iso r ev o g a d o p e ía :L C P n °9 8 ,de3V12.1999); :;:• v / .


• IV —;(Inciso revogado péla LCP ri° 98, de 3.12.1999) i
® H ; VAi r' í/
VT -.(In ciso revogado pela LC Pn° 98, de 3.12.1999) ;. '. '• ' ■" :'.[

VII - (VETADO) V:.:' -'.V /_ .• ^ : ^^ ‘ ' • ■ ■ .


: V Í II-(I n c iso revogado pela LCP n° 98, de 3.12.1999)

1. Remuneração através de subsídio: quando da promulgação da Lei Com­


plementar 80/94, esta seção I elencava os direitos dos defensores públicos
referentes à remuneração, que era composta de saiário e outras verbas. Em
1998, foi aprovada a Emenda Constitucional 19, que, dentre outras modifi­
cações, alterou a redação do art. 135 da Constituição, de modo a estabele­
cer que as procuradorias (advocacia pública) e a Defensoria Pública devem
ser remuneradas através de subsídio - assim como os membros do iudiciá-
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

rio e do Ministério Público (art. 39, § 4^}. Para adequar o texto da Lei Com­
plementar 80/94 à nova ordem constitucional, foi promulgada a LC 98/99.

■• : : - 7 7 >; jS eçâ o ií ^ 7 k '7 7 :7. 7 / 7 ,:. . '


;/v.:: ^ ^ ='-V* ^7 :■7' V ; v 1:\ ~ .
. Axt.. 85. (Artigo revogado .pela ^ 7 ’ . =77

: Parágrafo linico, (Artigo ^ ..7

Art.. 8 6 . Ás férias dós m é m í^ • .


; ■ deraí e dos Territórios-serão.concedidas pelas, chefia q u e :estiverem . .
• subordiriàdós.7’^ V: 7 :'^ '7 ’-V ’. • ' -
;Art^87v'ó a ^ t a i ü e ^ j ^ a e | f ^ p 3 ^ ^ ^
■„7 Pública dó:D isfritò.F ederàÍ'e;dqs^ autorizado pelo Defen-
'• •: sorPúblico-Geral;'7 7 V V : \ y y / :’' ' ' ' ■ '

. § 1 ° . . 0 afastamento de que trata este artigo somente será .c oncedido peló 7 :7:
Defensor Público-Geral, ápós o. éstágiÓ probatório e, pelo: prazo máximo
d ed o is anos. 7 . ;7 .X 7 7 ’'’''-'r7 ^ .'t . ^ 7 7 7 7 7 ' / 7 ' '7 7-'
:. § -2° Quando o. interesse público o exigir, o afastamento poderá sér inter- ■
rompido a juízo do Defensor PúblicptGeral . 7 \ .
Art. 87-A. É assègurádo,o direito de afastamento para exercício de man­
dato em entidade de classe de âmbito nacional e distrital,, de maior r e - ,
• presentatividade, sem prejuízo dos vencim entos, vantagens ou qualquer . .
direito inerente ao cargo. (Incluído pela Lei Complementar 11o 132, de ;

. . 7 . § 1 ° O afastamento será concedido âo presidente da entidade de classè


e terá duração igual à do mandato, devendo ser pronroga.(io no caso de : £ 7 ’
. reeleição. (Incluído pela Lei Complemèntar n 0 ! 32, de 2009). •• 7v
7 .§ 2 o O afastamento para exercício de mandato será contado com o tempo :
de serviço para todos ps efeitos legais. (Incluído pela Lei Complementar
. n° 132, de 2009). ' x ' V ; ' V / v ’- X: "' ; ; •:

1. Atuação junto à entidade de classe: o artigo 87-A foi inserido pela LC


132/2009 para garantir o direito de afastamento do cargo àquele que é
eleito para exercício de mandato como presidente da entidade de classe
de âmbito nacional de maior re presentatividade. Seu afastamento terá
duração iguai ao de seu mandato, prorrogável em caso de reeleição, e não
implicará em qualquer redução de seus vencimentos, vantagens ou direi­
tos inerentes ao cargo. Além disso, o tempo de exercício desse mandato
vaie para fins de contagem de tempo de serviço.

126
L e i c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

v'v;"X‘-,VV'^v'À Ív‘Ó0/r\ j^o^r»^+Tri -j’Siã4^WCfVr\-Mo';;:^l^l^í<V>^.'/^WT~^1 ■


. ' •\V

1. Independência funcional: é a liberdade de que goza o defensor público


para atuar de plenamente focado nos interesses de seus assistidos, sem
subordinação jurídica a outros órgãos da Administração Pública.
2. Inamovibiiidade: o defensor público não pode ser removido de seu cargo
como forma de punição ou perseguição pelo desempenho de suas funções.
3. Irredutibilídade de vencimentos: o subsídio a que tem direito o defensor
público não pode ser reduzido.
4. Estabilidade: é adquirida após três anos de efetivo serviço. Estabelece que
o defensor público somente pode perder o cargo através de sentença judi­
cial transitada em julgado ou em decorrência de processo administrativo
em que se lhe garanta a ampla defesa e o contraditório.
4.1. Estabilidade X Vitalidedade:
ESTABILIDADE VITALICIEDADE
Quem possui Sèrvidor público, inclusive Membros da magistratura, do
membros da Defensoria Ministério Público e do Tribunal
Pública de Contas
Forma de aquisição 3 anos de efetivo exercício 2 anos de exercício
Perda do cargo em decor­ Perda do cargo somente em ra­
rência de sentença judicial zão de sentença judicial transi­
transitada em julgado, pro­ tada em julgado.
cesso administrativo e ava­
liação de desempenho

A rt. 89. São prerrogativas dos membros da p efensoria Pública do Distri­


to Federal è dos Territórios:

127
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

I ~ receber, inclusive q u an d otiècessim ò,;m e& ^ v.; •


.!'' •.vistá/ intimação pessoai em quaiqüèK prççe^
.: tânciá àdrmnistratiyá,;cÒn.ton|do?sè-lhè5;èm Hotíro^^ v
; çãod a4ap èla:L èi^ m p le m è irt^ B °y Í3 2 ^ ^

' X '' :c à s ^ ^ ^tondà(^é;íará im ed^ p^ í^ ^ > <,

• I I Í ; - ;?er. r è ó ò lh i^ a ^ r is ^ 'e s p ^

••". y gado, ser recolhido èm d%>^^ . -;y

•. iy : -u ^ a ^ ^ dà pefensoria Publica; V’í ^ ;

‘■-V;.’v^..\:y-•:vÍS^--:^Í®T;vi s^^èsso^^JÔs; prptíe’ssp's?^^r^í'^Ò^.’’çfeírtQ^PS;« |tecretÉtóas^^s^^'>'


.'.;:v ' y.yádas as'yéda^éáJègàfe^XvS^;'•-X;'i;-f• / ';X:y.:-;.;-., :>vV • ; ‘'X-'/V:::.'>/’. - .A
V H :- ç ò i n u n i ç i ^ cóm seus Assistidos, ainda "
quando esses; áè.acharem presos ou detidos, m esnio incomunicáveis;, tendo
livre in ^ esso ism estabelecimentos policiais, prisionais e de internação co- ;
letiva, independentemente de prévio agendamento;,(Redação dada pela Lei
.Complementarn° X'32, dè;'20 y v ;^v/.y\'XvVX-/-'— '. X . :' •
■r.: ' .. v m ~ examinar, em qualquer repartição pública, àútós de. flagrante, in- ,
■ ' quéritos e processos, assegurada á obtenção de cópias e pòdendò ;tòmar
apontam entos;(R édaçãodadapeláLeiC om plem entarn 0 132, d e2009).
IX - manifestarrseiem.autos administrativos ou judiciais por m eio de cota; - V
X -.requisitar de.autoridade púbUc^ ou de. seus agentes exames^.certidões,' - .
. • perícias, vistóriás,-diligências, processos, documèntos,.informações, escla- .-.;
;■-y . recimentos e providencias necessárias aó éxercício de suàs atribuições; . ' . ;
. • •’ XI - representar a. parte, em feito administrativo ou judicial, independeu-
• temente de mandato, ressalvados os casos para os quais â lei exija poderes: . • .
.■■■'■.■■"■• especiais; .. y í :-í: v.y y V - - • ' ' . • ' y ó"./.; y ;;••••y
yy XII - deixar de patrocinar ação, quando ela/for manifestamente incabível.
ou inconveniente aos interesses da parte sob seu patrocínio, comunicando ó ^y
fato ao Defensor Público-Geral, com as razões de seu proceder;.. ; yí / v 7
XIII - ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e demais titula- .'
yi;res dos cargos das funções essenciais à justiça; J ^ y X # . í :y : y'
. X IV - ser ouvido com o testemunha, em quálquer. processo oy. proce­
dimento, em dia, hora e locàl previamente; ajustados com à autoridade yy y
.' . competente;

128
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

: X V I ~;íer ácesso:'à: qüàlquei-'.£^'<^í<^dà^ bem . .


.. cpmoaiocais.que/guardem^^
v pela Lei G o m p ièm én tá ^ '
Pár^gràfo lfoico;.;Qu!^dg’,v‘áo(cüjs#^^^^^
: 1 .; .díciò dè;práticà;4 e : t á ^ ^ . p ^ à l # ^ do .-
‘■’ 'Distrito''Federal' ,e{dos Temtpnoá; -a autòndadg^^^^^ .- , ■
...; V .,i. c o m u n i c ^ - i ^ fá tq ';à ò :p ^ d esig-
, ■ 1/ . :nará;membro''dapef^^^ •■";•

1. Intimação pessoal e vista dos autos: conforme já destacado em comen­


tários ao artigo 44, a LC ns 132/2009 promoveu significativa mudança em
relação à prerrogativa de intimação pessoal do defensor público. De igual
modo, o inciso l do artigo 89 foi alterado para prever, além da intimação
pessoal do defensor público, em qualquer processo e grau de jurisdição,
a entrega dos autos com vista, quando necessário. Pelo regime anterior,
feita a intimação através de mandado, estava atendida a prerrogativa da
intimação pessoal da Defensoria Pública, ainda que não tivessem sido en­
caminhados os autos do processo.
A sistemática atual prevê a intimação mediante entrega dos autos com
vista, quando necessário.
Embora represente um avanço, a prerrogativa da Defensoria Pública ainda
é diferente da que toca ao Ministério Público.
Na redação da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, Lei n. 8.625/
1993, a intimação pessoal se completa com a entrega dos autos:
Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público,
além de outras previstas na Lei Orgânica:
IV ~ receber intimação pessoai em qualquer processo e grau de jurisdi­
ção, através da entrega dos autos com vista.

Para a Defensoria Pública a entrega dos autos com vista ocorre "quando
necessário", ou seja, haverá situações em que a intimação pessoal do de­
fensor público será suficiente para atender sua prerrogativa. Não se pode
listar, apriori, quais situações ensejam a mera intimação e quais demandam
a intimação com vista dos autos. Essa construção está destinada a ser feita
pela jurisprudência, mas cabe aos defensores públicos lutar pelo entendi­
mento que lhe garanta o maior número de vezes possível —quiçá sempre

129
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

—a intimação com entrega dos autos, pois sua atuação é mais eficiente na
defesa dos interesses dos necessitados quando tem à sua disposição os au­
tos para manusear e verificar decisões, alegações da parte contrária, certi­
dões, documentos etc. Vaie lembrar que, dentre as funções institucionais da
Defensoria Pública (art. 45), está a defesa de suas prerrogativas através de
mandado de segurança ou quaisquer outras ações (inc. IX).

Defensoria Pública Intimação pessoal com vista dos autos, quando necessário
Ministério Público Intimação pessoal com vista dos autos

A prerrogativa da intimação pessoal para o defensor público é matéria co­


brada recorrentemente em provas de concursos. É importante o candidato
não esquecer a modificação trazida pela LC n£ 132/2009, que determina a
intimação pessoal, com entrega dos autos com vista, quando necessário.
Aplicação em concurso:
• CEAJUR (DP/DF) - 2006 - CESPE.
"O defensor público deve ser intimado pessoalmente de todos os atos pro­
cessuais, sob pena de nulidade "
O item está correto. Observação: questão elaborada antes da LC ns 132/2009.

® CEAJUR (DP/DF)- 2 0 0 6 -C E S P E .
"A intimação pessoa! do defensor público é uma garantia que não se estende
às intimações de decisões de tribunais superiores, como o STJ"
O item está incorreto. Observação: questão elaborada antes da LC ns 132/2009.

2. Contagem em dobro de prazos: não se pode confundir a prerrogativa da


Defensoria com a das Procuradorias (federal, autárquica, estadual, distrital e
municipal), que patrocinam os entes públicos. Defensoria Pública tem prazo
em dobro para qualquer manifestação, ao passo em que as Procuradorias
têm prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer (CPC, art.
188) - para as demais manifestações, seu prazo é simples.

BÁSÉ LEGAL
Defensoria Em dobro para todos os prazos. LC 80/94, art. 89,1
Pública
Em quádruplo para contestar, em dobro para CPC, art. 188
Procuradoria
recorrer; nas demais, prazo simples.

130
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

3. Prazo em dobro para a assistência judiciária - posição do STJ: a prerro­


gativa de contagem em dobro de prazos processuais alcança a Defensoria
Pública e aqueles que prestam serviço de assistência judiciária, mas não o
advogado dativo, nem o que patrocina demanda amparada pelo beneficio
da gratuidade de Justiça.
A contagem, em dobro, dos prazos processuais é privilégio restrito do de­
fensor público e do integrante do serviço estatal de assistência judiciária.
Não cabe tal prerrogativa ao advogado particular de beneficiário da justi­
ça gratuita. Agravo regimental improvido. {STJ - AgRg no AG 816.526-MT
- 6ã Turma, rei. Min. Nilson Naves - j. em 18/10/2007, DJ em 03/12/2007,
p. 375}
Aplicação em concurso:
® Ceajur (DP/DF) ~ 2006 ~~CESPE.
"O benefício do prazo em dobro para recorrer é concedido aos defensores
públicos, mas não se estende àqueles que fazem parte do serviço estatal de
assistência judiciária."
O item está incorreto.

4. Atuação sem procuração: conforme prevê o artigo 89, inciso XI, o defen­
sor público não precisa de mandato para atuar na defesa do necessitado,
ressalvadas apenas as hipóteses em que a lei exige poderes especiais (art.
38 CPC).
Aplicação em concurso:
® Ceajur (DP/DF) -2 0 0 6 - CESPE.
"Aos defensores público é garantido o direito de atuação em juízo sem a ne­
cessidade de juntar aos autos instrumento de procuração."
O item está correto.

- - ■ /- - CAPÍTULO V -
DOS DEVERES, DAS- PROIBIÇÕES, DOS IMPEDIMENTOS E
DA RESPONSABILlDÀl>E FUNCIONAL
* S è ç ã o J v -
' \ • _• ' ' ~D o s D e v e r e s ' ' ; -f„' ’ • • ;

Art. 90. São deveres _dos mernbfós dãípefensòria Públíçá.do Distrito --


Federal e dosTemtórios:“ ’ ~ v" “ _ __ \ ' >T f V ;
I —residir na localidade onde exercem suas fu n çõ es;" _

131
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

1. Deveres: dentre os deveres previstos no artigo 90, está o de interpor re­


cursos (inciso VII). É preciso ter claro que o defensor público não é obriga­
do a recorrer de toda e qualquer decisão. A ele é garantida a independên­
cia funcional, de modo que pode decidir qual o melhor caminho na defesa
dos interesses de seus assistidos. Nesse sentido, o inciso VI! estabelece
claramente que a interposição de recurso está subordinada aos casos em
que o defensor público encontrar fundamentos legais, jurisprudenciais ou
probatórios para embasar suas razões.
O que se espera do defensor público é que defenda firmemente os inte­
resses dos hipossuficientes, lançando mão de todos os instrumentos jurí­
dicos de que dispõe. Isso não significa, porém, recorrer indefinidamente
de uma decisão contrária, com propósito protelatórso, avolumando ainda
mais o trabalho do Poder Judiciário.

\ . . S e ç ã o I I : V; ; .• ;:-v ; ; V /
í> a s P r o i b i ç õ e s ■- ... /
' -Art.91.'Àlémdas proibições dgçorrentes do. exercício decargopúblicp,; '
áos membros da Defensoria Pública do Distrito Federal è dos lerritòrios
. • • ' • e-vedado: V • ' :y . y : y , y r \ : ; y '•;
1-^ exercer a advocacia fora das'atribmções institucionais; . '
- I I r e q u e r e r , advogar,! ou praticar ém Juizõ. ou fora dele, atos que de
qualquer foiroa colidam ;cpm:.as funções inerentes ao seu cargò, ou c o m .. . '
:òs preceitos éticos de'sua profissão; .y .V-. .'••••
III - receber, a qualquer título' e .sob qualquer pretextp, hpnoráriòs, per- ;
■cerrtâgens ou custas processuais, em razãò de suas atribuições; -T.Y ‘

132
L ei c o m p le m e n ta r n° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

■e^^èrcer.' CV;-;cprriérçic^.v,p;ú:'jD.árticip^aj^''(le^sò^ciécià^de;>*é.ç^xxxerci_al^,'ve^:cèt(3'."■^ >“ "■';"


::'••':'' ;l cpmp cotistá.ou/acionista;}-;;^: í--v^';J- ---', '«-).•;'■■•.b '- - : ,■'.;■ ■•.'. :"
-Y ^ :exercer atividade polítícó-pàrtidària,^ Justiça ■

1. Vedações: o artigo 91 elenca as proibições decorrentes do exercício do


cargo de defensor público. São necessários os seguintes destaques:
Primeiro, a dedicação do defensor público a seu ofício é exclusiva, ressal­
vada apenas a atividade acadêmica. Assim, não lhe é permitido patrocinar
demandas particulares, ainda que em causa própria. É o que estabelece
o art. 91, inciso i. Essa vedação está prevista também na Constituição da
República, no § l^do artigo 134.
Segundo, o defensor público não tem direito ao recebimento de honorá­
rios advocatícios decorrentes da sucumbência da parte adversa (art. 91,
inc. fll). Essa verba é recolhida a um fundo institucional, normalmente
destinado ao aparelhamento e aperfeiçoamento dos defensores públicos.
Por fim, a atividade político-partidária é possível, exceto quando estiver
atuando junto à justiça eleitoral (art. 91, V).

' . /: : : ’ 'S e ç ã o I I I - \ \ .. . . :
v-v ' ' VV- r-;-‘ D o s I m p e d i m e n t o s \
Art. 92. Ao membro da'Defensoria Pública "do .Distrito"Federal e dos
‘.Territórios é defeso exercer süas funções em processo ou procedimento:
I - em que seja parte ou, de qualquer formá, interessado;;
II —em que haja atuado como representante da parte, perito, Juiz, m em -. '
, bro do Ministério Público* Autoridade Policial, Escrivão de.Polícia, Au-
. , xiliar de Justiça'ou prestado depoimento como testemunha;
III —em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente consangüí-
.• neò ou afim em linhá reta òu colateral* àté o terceiro grau; .
IV —no qual haja postulado como advogado de qualquer das pessoas
: mencionadas nò inciso anterior;
V - em que qualquer das pessoas mencionadas no inciso III funcione ou
haja funcionado como Magistrado, membro do Ministério Público, Auto­
ridade Policial, Escrivão de Polícia ôu Auxiliar de Justiça;
VI - em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou escrito sobre
o .objeto da demanda; '

133
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

VII - em oiitras.bipóteses''previstas em;lei;;; • . ■ •7 7 7 “


A rt. 93. Qs-í
Territórios não' põ<ièm;ptòicipâf de com h dé còncurso, ou de
qualquer .décisãós/qúandó ó julgam ento fóu .votação dissèr réspeito;a séu
cônjuge õu companheiro^; ou parente cç>hsangüínéo ou afim èm linha reta
ou colateral, até o tèrçeirpígraü.: / :• :: 7|7;7 ; 7 ';77' > ; 7

777'-\ 7 7 7 7 7 : D a R e s p ^ w b i l i d ^ 7 Í: ' 7 7 7 7 7

1Arfr^?4.■■A^atiràyàã^f&fàiOTaT^^Mè^
Distrito' Fedèraíye^ps^Teò^ tóS^l -stij eitál
I :- córreição ordinária,frealizada anualmente pelo Corregedor-Geral e
por seus auxiliares, para verificara regularidade è eficiência dós serviços;
II - correição extraordináriai-realizada pelo Coixegedor-Geral e por seus
'aüxiliares, de. ofício oü. por determmação d a Defensor Público-Geral.
§ 1° Cabe aó Coixegedor-Geral, concluída a àprreiçãp, apresentar ao D e­
fensor Públteo-Geral relatório dos fatos apurados e das providências a
serem adotadas.. 7 ^: ; ; - 7 7

§ 2o Qualquer pessoa pode representar ao Corregedor-Geral sobre os abu­


sos, erros ou om issões dos membros da Defensoria Pública do Distrito
Federal e dos Territórios. •/.' '• -7’ 77;:;. ■ .;-7:7 •7 ■
A rt. 95. Constituem infrações discipíinares, além de outras definidas
em lei, a violação dos deveres funcionais e vedações contidas nesta Lei
Complementar, bem com o a prática de.crime contra à Administração Pú­
blica òu ato dé. improbidade administrativa.. V . 7 '^ ' -7 1 7 . •;
§ Io Os membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e .dos Terri­
tórios são passíveis das seguintes sanções: 7 7 ...• • V?
I - advertência; • 7- ••
II - suspensão por ate. noveiita dias; . •;• .• . ■.v7 77:7 • s7 7 7í7 '
III - remoção compulsória; 7 r 7 v 7 7 :777 777^ 7 ? = ; 7 7 '
IV - demissão; ' ." -• • 7 - ' • 7. ; 7 '7 ;v:7 7 7 -7 - ' 7 7 ^ : 7V7 7 '
V - cassação da aposentadoria. . v ;: .
§ 2 ° A advertência será aplicada por escrito nos casos de violação aos
deveres e das proibições funcipriais^quando o fato não justificar a impo­
sição de pena mais j^ ayè.\ 771
§ 3oA suspensão sera ■aplicada em caso de reincidência em 'falta punida
com advertência ou quando a infração dos deveres e das proibições fim-"
cionais, pela sua gravidade, justificar a sua imposição. .
Lei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro de 1994

:. §.;4^ Á £eiiwçãÒ.i.íçòm^
■í-pèla:'sua g r^ id a ^ ^ T jép ^ ç ú ssã o ^ ^

§ :5° À- pena dé .demissão. ;será apliçá^^^

■'.§^6°:^s-p'êná:0.dé^
•!;-v/^ Í Ó ^ l^ s ií^ tè ; 4 á ^ ê j ^ Í iç ^ Ê : ^ /i^ ^ :
;. :garantida sempre ampla defesá,;seridò:obiigátoHpfpa
V-:-fivíSnn<i rasns .He- flnliiriãrSn^fiirarrihftãri'.^

§: 7°;Prèscrevèm éin dois àriós, à còtifaí^â^fotã^^


/ as faltas, puníveis com ádvéfrèfícia^ -si^ èii^ : y ~ : y [<;

•. 'áplicándo-se/quantaàsWmái^ ~ '...'. ; •
Art. 96. À i^alquer tempo'poderá;s&rre dis~ ;:\
W W m ^& ^ i0 m m Ê M m S ^ B Ê ^ Ê Ê M M y 0 .p t í
Y;'4 e / P ^ y S r : d 0 pena

§ Io Poderá requerer a instáuraçãó;^ próprio in- .;


teressádo o u ,;se falecido pu. mtèrditp:,’p .séu- .;companheiro,
ascendente, descendente o^^ .'' : ' i. •
§ 2° Sé forpròcedepte a revisão,.será tomado ?eni efeito o átò punitivo ou
aplicada a penalidade adequada, ,restabeleçèndo-s.e os direito, atingidos .
• pelapunição, na-süaplenitude. / .: ' •'.••" : . . ' .:

Impedimento: as hipóteses de impedimento estão previstas nos artigos


92 e 93 e são de cunho objetivo, ou seja, presume-se que, naquelas situa­
ções, o defensor público não tem condições de atuar com lisura e autono­
mia. Trata-se de presunção legal absoluta.

TÍTULO IV
: ^ : : d a s :n o r m á s :g e r a i ^
.-'.VV BÁDEFENSO R IA Pl^LICA v;-.-i-

^v^-UV:;í^-í=-í
■'. A rt. 97. A.Defensoria Pública dos Estados organizar-se-á de ácordo com
as normas gerais estabelecidas nesta Lei Complementar.
G u íl h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Á rt. 97-A . À Defensoria' Pública d ó Estado é a s s e g u r a d ^ ^


ciorial, administrativa e. iniciativa iparaè^ proposta, qrça-
; m ent^ ia, dentrip-dos Hinites estabelecidos; b a :lèi de. dire^
tárias, cabendó-lhè, especialmentéV (toclúídp-p^ :■

I - -abrircpncureõ:públiçp 7 ^:I^ o y ^ ;b s;ca rg b s;;^


. sen/iços auxili^ es; (Inçlm de2Ò09).
I I V organizarlos: sè m ç o s;a úxÜiárèsf;(I^^ pela Lei Complementar

III —'práticàr atos próprips .de gestãp; (Incluído pélá Lei Complementar

IV - cóm ppros seus órgãosíde administração, superior e deatuação; (In-;


cluído péla t e i Complem^ • : ; 7 :; ' V / 7 .
■V —elaborar suas fòlíias dé pagamento e expedir ps çòmpetèntes démons-;
.trativps;'(Irícluídp..pelàoLe.^Còmplementat::n0. .132, de 2009);; ; •
VI - praticar atos e decidir sobre situação; funcional e administrativa d o '
pessoal, ativo e inativo da Cãrreira^e âps serviços auxiliares, organizados;
em quadros próprios;, (incluído péla Léi Complementar n° 132, dé 2009).
V I I - exercer outras com petências decorrentes.de sua autonomia. (Inclu-
ido pela Lei Complementar n 9 .132^ de-2009).7:;' :í '. ; V. 7 .• ;V . :
Á rt. 97-B . À Defensoria Pública do Estado elaborará súà proposta or~
çamentária atendendo aos seus princípips, à s:diretrizes ;e aps lim ites d e-;
finidos na lei de diretrizes orçamentárias^ éncamintíàndo--á áo.Chefe do
Poder Executivo para consolidação e encamihhamèhtp ao Poder Legisla­
tivo. (Incluído pela L e i Complementar n° 132, de 2009). 7-7 . 'V'7
§ 1° Se . a D efensoria.Pública dó .Estado não; encaminhar a respectivá
proposta orçamentária dentro dó prazo estabelecido ha lei. de diretrizes
■orçamentárias, ó Poder Execütívb.cpnsiderará, para fins d e'cónsoli dação
d a proposta orçamentária anual, os valores aprovados ria lei orçamentá-
ri a vigente, aj ustados de acordo com os lim ites estipulados na forma do
capút. (Incluídopela Lei Complementar n° 132, de 2009).
§ 2o Se a proposta orçamentária de qúe trata este artigo for. encaminhada
em desacordo com os lim ites estipulados no capüt, o Poder .Executivo
procederá aos ajustes necessários para fim de consolidação da proposta;
orçamentária anual. (Incluído p ela L ei Complementar n°.132, des 2009)..
§ 3o Durante a execução orçamentária do. exercício, não poderá haver a
realização de despesas que extrapolem os limites estabelecidos ná lei de
díretrizes;prçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a .
abertura de créditos.suplementares ou especiais. (Incímdo péIa Lei Com-
•plementar n° 132 7 d e 2009)^ 7;^:-.71■;777.7.. 77":';-77’7"71 7 ;-■;7 7 -^.7777í77.7 ^ ■
1
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

§ ;4 °,.Os.recursos cprresporiÜéntes, jàs-süas idoíaçõ^ pró-

.ser-lhe-ão entregues, .'ate p fiià 2 0 ;£yiii^ 4 o art.

i§ 5o A s d ecisões da D efensoriá p ú b lic á iá ó ^ È s^ au­


tonomia; funcional e adiúiriistrativáiípbedeçidás^ legais,
têm íèficácia plena e e x e ç u to r ie d a fe im e d ia ta ^
constitüdoáaLdó'PodéivJudiçiáríòv# ' d o ^

1. Defensoria Pública dos Estados: a partir do artigo 97, a LC n2 80/1994


passa a prescrever normas gerais para organização das Defensorias Pú­
blicas Estaduais.
2. Atribuições da Defensoria Pública e Constituição Estadual - posição
do STF: o Supremo Tribunal Federal teve oportunidade de analisar caso
referente à Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul. A Cor­
te firmou entendimento de que a previsão genérica acerca do direito à
assistência judiciária ao servidor público processado não ofende a Cons­
tituição da República. Entretanto, a previsão que definia como atribui­
ção da Defensoria Pública a defesa de servidor processado em razão do
exercício de suas atribuições foi interpretada como inconstitucional, ao
argumento de violação do art. 134 da Constituição da República, na me­
dida em que alargou o rol de atribuições da Instituição.
INFORMATIVO W 355
Servidor Público e Assistência Judiciária
ADI-3 0 2 2
O Tribunal julgou improcedente, em parte, pedido de ação direta de
inconstitucionaiidade ajuizada pelo Procurador-Geral da República, a
pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do
Sul, contra o art. 45, da Constituição desse Estado {"Art. 45. O servidor
público processado, civil ou criminalmente, em razão de ato praticado

137
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

no exercício regular de suas funções terá direito à assistência judiciá­


ria do Estado") e a alínea a do Anexo II da Lei Complementar gaúcha
10.194, de 30 de maio de 1994, que definia como atribuição da Defen­
soria Púbiica estadual a assistência judicial aos servidores processados
por ato praticado em razão do exercício de suas atribuições funcio­
nais. Entendeu-se que o art. 45 da Constituição estadual não viola a CF,
uma vez que apenas outorga, de forma ampla} um direito funcional de
proteção do servidor que, agindo regularmente no exercício de suas
funções, venha a ser processado civil ou criminaimente. No tocante
à alínea a do Anexo 11 da Lei Complementar 10.194/94, considerou-se
que a norma ofendia o art. 134 da CF, haja vista alargar as atribui­
ções da Defensoria Pública estadual, extrapolando o modelo institu­
cional preconizado pelo constituinte de 1988 e comprometendo a sua
finalidade constitucional específica. Dessa forma,, por unanimidade,
declarou-se a constitucionaíidade do art. 45, da Constituição Estadual
do Rio Grande do Sul e a inconstitucionalidade da alínea a do Anexo H
da Lei Complementar 10.194, do Estado do Rio Grandedo Suí e, por
maioria, atribuiu-se o efeito dessa decisão a partir do dia 31.12.2004,
a fim de se evitar prejuízos desproporcionais decorrentes da nulida-
de ex tunc, bem como permitir que o legislador estadual disponha
adequadamente sobre a matéria. Vencidos, nesse ponto, os Ministros
Eros Grau e Marco Aurélio que não davam esse efeito por entende­
rem que, estando a norma impugnada em confronto com a Consti­
tuição Federal e, não se tratando, no caso, de segurança jurídica nem
de excepcionalidade, tendo-se presente o interesse social, haver-se-ia
de aplicar a jurisprudência do STF no sentido de conferir à declara­
ção efeitos ex tunc. ADI 3022/RS, rei. Min. Joaquim Barbosa, 2.8.2004.
(ADi-3022)

Aplicação em concurso:
DP/SE - 2005 - CESPE.
"Conforme entendimento do STF, a constituição estadual pode ampliar as
atribuições da defensoria públicos dos estados, como, por exemplo, para
a defesa de servidores públicos em razão do exercício de cargos públicos."
O item está incorreto.
DP/AC - 2006 ~ CESPE.
“A Constituição estadual pode, conforme entendimento do Supremo Tribu­
nal Federal (STF), ampliar as atribuições da defensoria pública, como, por
exemplo, determinar a defesa de servidor público por ato de improbidade
que tenha cometido em razão do exercício do cargò público "
O item está incorreto.
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

3. Defensor Público e foro por prerrogativa de função —posições do STF e


do STJ: a Constituição Estadual pode conceder aos defensores públicos
foro por prerrogativa de função. Devem ser ressalvadas as competên­
cias que já constam expressamente da Constituição da República, que
são o Tribunal do Júri para crimes dolosos contra a vida e a Justiça Elei­
toral.
O Supremo Tribunal Federal já se manifestou sobre a matéria em algu­
mas oportunidades. Certa vez, em relação à Constituição do Estado da
Paraíba.
Em outra oportunidade, o tema chegou à Corte Maior devido à previsão
da Constituição do Estado de Goiás, que estabeleceu, através de Emenda
Constitucional, competência por prerrogativa de função para delegados
de polícia, procuradores do estado e defensores públicos. A conclusão
do STF foi no sentido de que é possível à Constituição Estadual fixar na
competência do Tribunal de Justiça o julgamento de crimes praticados
por defensores públicos e procuradores do estado. Quanto aos delega­
dos de polícia, a Corte entendeu que não se lhes outorgar o foro por
prerrogativa.
O tema foi abordado em caráter liminar e depois discutido amplamente
a questão de fundo. Por sua importância, transcrevemos abaixo os infor­
mativos de jurisprudência do STF relacionados ao assunto.
Informativo 223
Constituição do Estado da Paraíba - 3
ADI - 469
No tocante ao art. 104, Xlil —que confere ao Tribuna! de Justiça a com­
petência para processar e julgar, nos crimes comuns e de responsabi­
lidade, os membros da Procuradoria-Geral do Estado e da Defensoria
Pública, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral - o Tribunal
deu-lhe interpretação conforme à Carta da República para restringir
sua incidência à matéria de competência da Justiça Estadual, salvo o
tribunal do júri, uma vez que, embora seja permitido à Constituição de
Estado-membro instituir foro especial por prerrogativa de função, ela
não pode excluir a competência constitucional do tribunal do júri para
o julgamento de crimes dolosos contra a vida (CF, art. 5e, XXXViii, d),
a não ser em relação aos agentes políticos correspondentes àqueles
que a Constituição Federal outorga tal privilégio. Precedente citado:
HC 78.168-PB (julgado em 18.11.98, acórdão pendente de publicação,
v. Informativo 132). ADIn 469-DF, rel. Min. Marco Aurélio, 5.4.2001.
(ADi-469)

139
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Informativo ne 268
Prerrogativa de Foro: Modelo Federal
ADI-2 5 8 7
Por aparente ofensa ao princípio da simetria, o Tribunal, por maio­
ria, deferiu o pedido de medida liminar em ação direta ajuizada ,pelo
Partido dos Trabalhadores - PT para suspender, até decisão final da
ação, a eficácia da alínea "e" do inciso VIII do art. 46 da Constituição do
Estado de Goiás, na redação introduzida pela Emenda Constitucional
29/2001, que incluiu, na competência penal originária por prerrogati­
va de função do Tribunal de Justiça estadual, os Delegados de Polícia,
os Procuradores do Estado e da Assembléia Legislativa e os Defenso­
res Públicos. Vencidos os Ministros Sepúlveda Pertence e limar Gal-
vão, por entenderem que, à primeira vista, é da competência explícita
dos Estados a demarcação da competência de seus tribunais. ADInMC
2.587-GO, rel. Min. Maurício Corrêa, 15.5.2002.{ADi-2587}

Informativo ne 371
Prerrogativa de Foro: Modelo Federal - 2
ADI - 2587
O Tribunal retomou julgamento de mérito de ação direta ajuizada
pelo Partido dos Trabalhadores - PT contra a alínea e do inciso Víll do
art. 46 da Constituição do Estado de Goiás, na redação dada pela EC
29/2001, que, ampliando as hipóteses de foro especial por prerroga­
tiva de função, outorgou ao Tribunal de Justiça estadual competência
para processar e juigar, originariamente, "os Delegados de Polícia, os
Procuradores do Estado e da Assembléia Legislativa e os Defensores
Públicos, ressalvadas as competências da Justiça Eleitoral e do Tribunal
do Júri" - v. Informativo 340. O Min. Gilmar Mendes, em voto-vista,
julgou pela procedência parcial do pedido, para excluir da norma im­
pugnada a regra relativa aos Delegados de Polícia, no que foi acom­
panhado pelo Min. Sepúlveda Pertence. Ressaltando a necessidade
de se garantir a determinadas categorias de agentes públicos, como
a dos advogados públicos, maior independência e capacidade para re­
sistir a eventuais pressões políticas, e, ainda, considerando o dispos­
to no § ie do art. 125 da CF, que reservou às constituições estaduais
a definição da competência dos respectivos tribunais, entendeu que
somente em relação aos Delegados de Polícia não haveria compatibi­
lidade entre a prerrogativa de foro conferida e a efetividade de outras
regras constitucionais, tendo em conta, principalmente, a que trata do
controle externo da atividade policial exercido peio Ministério Públi­
co. Em seguida, o Min. Marco Aurélio, acompanhado pelo Min. Celso
de Mello, juigou improcedente o pedido por considerar que, diante
do disposto no §1£ do art. 125 da CF, a competência do Estado para
disciplinar sobre prerrogativa de foro só poderia ser obstaculizada se
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

extravasasse os limites impostos pela própria Constituição Federal. O


Min. Carlos Velloso acompanhou o relator, Min. Maurício Corrêa, no
sentido de juigar procedente o pedido. O julgamento foi adiado em
virtude do adiantado da hora. ADI 2587/GO, rei. Min. Maurício Corrêa,
24.11.2004. (ADf-2587)

informativo n2 372
Prerrogativa de Foro: Modelo Federal - 3
a d i -2 5 8 7 '•
O Tribunal concluiu julgamento de ação direta ajuizada pelo Partido
dos Trabalhadores - PT contra a alínea e do inciso Vlií do art. 46 da
Constituição do Estado de Goiás, na redação dada peia EC 29/2001, -
que, ampliando as hipóteses de foro especial por prerrogativa de fun­
ção, outorgou ao Tribunal de Justiça estadual competência para pro­
cessar e julgar, originariamente, "os Delegados de Polícia, os Procura­
dores do Estado e da Assembléia Legislativa e os Defensores Públicos,
ressalvadas as competências da Justiça Eleitoral e do Tribunal do Júri"
— v. Informativos 340 e 370. Por maioria, acompanhando a divergên­
cia iniciada pelo Min. Carlos Britto, julgou-se procedente, em parte, o
pedido, e declarou-se a inconstitucionalidade da expressão "e os Dele­
gados de Polícia", contida no dispositivo impugnado. Entendeu-se que
somente em relação aos Delegados de Polícia haveria incompatibili­
dade entre a prerrogativa de foro conferida e a efetividade de outras
regras constitucionais, tendo em conta, principalmente, a que trata
do controle externo da atividade policial exercido pelo Ministério Pú­
blico. Considerou-se, também, nos termos dos fundamentos do voto
do Min. Gilmar Mendes, a necessidade de se garantir a determina­
das categorias de agentes públicos, como a dos advogados públicos,
maior independência e capacidade para resistir a eventuais pressões
políticas, e, ainda, o disposto no §19 do art. 125 da CF, que reservou
às constituições estaduais a definição da competência dos respectivos
tribunais. Vencidos, em parte, os Ministros Maurício Corrêa, relator,
Joaquim Barbosa, Cezar Peluso e Carlos Velloso que julgavam o pedido
integralmente procedente, e Marco Aurélio e Celso de Mello que o jul­
gavam integralmente improcedente. ADI 2587/GO, rei. orig. Min. Mau­
rício Corrêa, rei. p/ acórdão Min. Carlos Britto, 12.12.2004. (ADI-2587)

O entendimento também já está consagrado no Superior Tribunal de


Justiça.
Informativo 300
COMPETÊNCIA. FORO ESPECIAL. DEFENSOR PÚBLICO.
Compete ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro processar e julgar,
originariamente, os defensores públicos nos crimes comuns e de res­
ponsabilidade. O vocábulo "membros", incluso no art. 161, IV, d, item

141
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

2, da Constituição daquele estado, com certeza abrangeu não só o


Procurador-Geral da Defensoria Pública, mas também os outros de­
fensores públicos, Semeihante questão foi analisada pelo STF em ADi,
que apenas excluiu do foro especial, no confronto com o texto consti­
tucional goiano, os delegados de polícia. Note-se, também, que a am­
pliação proporcionada pela lei doméstica, não desdobrou, em tese, do
espírito constitucional republicano, pois é iícito aos Estados, diante da
autonomia federativa e dos poderes implícitos,, ampliarem a compe­
tência de que se cuida, desde que, obviamente, respeitem a simetria
funcional entre os diversos ajustes políticos, tal como o caso dos autos.
HC 45.604-RJ, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 10/10/2006.

4. Autonomia funciona! e administrativa: no âmbito constitucional, a EC


45/2004 outorgou às Defensorias Públicas estaduais autonomia funcio­
nal e administrativa, bem como a iniciativa de sua proposta orçamentá­
ria. Para adequar a LC 80/1994 à Constituição da República, foram inse­
ridos os artigos 97-A e 97-B. Por autonomia funcional, deve-se entender
a ausência de relação de subordinação entre a Defensoria Pública e o
Poder Executivo. A atuação da Instituição deve ser dirigida para atender
seus fins constitucionais, independentemente de ingerências de outros
órgãos ou Poderes.
Por sua vez, a autonomia administrativa é uma decorrência lógica e na­
tural da autonomia funcional. Se a Defensoria é livre para pautar sua
atuação exclusivamente com os olhos voltados para sua missão consti­
tucional, então consequentemente deve poder se organizar administra­
tivamente do modo que melhor de aprouver. Em outras palavras, a ins­
tituição é livre e autônoma para se organizar da maneira mais adequada
à prestação de seus serviços.
Aplicação em concurso:
• DP/MA - 2009 - FCC.
A autonomia funciona) da Defensoria Pública, assegurada pela Constituição
Federal, significa que
A} os Defensores Públicos têm independência funcionai.
B) os membros do Ministério Público e do Poder Judiciário não são hierarqui­
camente superiores aos Defensores Públicos.
C) o Defensor Público Geral deve ser eleito pela carreira, através de lista trípli­
ce, nomeando o Governador o mais votado.
D) o controle da utilização dos recursos orçamentários da Defensoria Pública
será interno e exercido peio Conselho Superior.

142
Lei c o m p le m e n ta r n° 80, d e 12 d e ja n e iro d e 1994

E) a Defensoria Púbiica deve conduzir suas atividades na forma da lei, visando


à plena realização das suas atribuições institucionais, sem subordinação
alguma ao Poder Executivo, cujos atos normativos não a alcançam.
Gabarito: letra E.

5. Autonomia funcional X independência funcional: ambos os conceitos


não se confundem. Autonomia funcional se refere à instituição como um
todo, como um ente orgânico independente de outros entes públicos.
A Defensoria Pública, como instituição publica, é livre para trilhar seus
rumos, sem a ingerência de outros entes. Por sua vez, a independência
funcional se refere aó defensor público enquanto órgão de execução,
sendo-lhe garantida a autonomia de pensamento jurídico e de atuação
para a defesa dos direitos de seus assistidos.
5.1. Autonomia funcional X independência funcional em doutrina: "A
autonomia funcional é um princípio que visa salvaguardar a Defensoria
Pública por inteiro, observada a mesma como um conjunto único for­
mado por todos os seus órgãos de execução, atuação e administração
superior, ao passo que a independência funcional se traduz sob a forma
de uma garantia conferida a cada um de seus órgãos e a cada um de seus
membros, separadamente." (CORGOSINHO, Gustavo. Defensoria Públi­
ca: princípios institucionais e regime jurídico. Belo Horizonte: Dictum,
2009, p. 63.)
6. Proposta orçamentária: a LC n® 132/2009 introduziu na Lei Orgânica
da Defensoria Pública previsões referentes à sua proposta orçamentá­
ria. Quanto aos artigos 97-A e 97-B, trata-se de disposições que estão
em consonância com a inovação trazida pela EC 45, que garantiu, em
sede constitucional, a autonomia funcional e administrativa, bem como
a iniciativa de proposta orçamentária pela Defensoria Pública, dentro
dos limites da lei de diretrizes orçamentárias. De início, cumpre lembrar
que a autonomia funciona! e administrativa e a iniciativa de proposta
orçamentária são aplicáveis apenas às Defensorias Públicas dos estados,
e não à Defensoria Pública da União.
O artigo 97-B determina que a proposta orçamentária deve atender aos
princípios que são inerentes à sua atuação, sendo encaminhada ao Che­
fe do Poder Executivo para consolidação e encaminhamento ao Poder
Legislativo. Na referência a atendimento "aos seus princípios", o legisla­
dor disse menos que do pretendia. De acordo com o artigo 3-, os princí­
pios institucionais da Defensoria Pública são a unidade, a indivisibilidade

143
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

e a independência funcionai. Sua proposta orçamentária deve, sem dú­


vida, atendê-los. Há mais. A proposta orçamentária deve ser elaborada
com os olhos voltados aos objetivos da Defensoria Pública, à persecu-
Ção de sua função constitucional. Para isso, contribui o elenco do artigo
3^-A, que estabelece, como objetivos da Defensoria Púbiica, a primãzia
da dignidade da pessoa humana, a redução das desigualdades sociais, a
afirmação da democracia, dos direitos humanos e da garantia do contra­
ditório e da ampla defesa. Assim, a proposta orçamentária deve contem­
plar destinações que levem ao atendimento dos objetivos da Instituição,
tanto quanto de seus princípios.
A LC 80/1994 não estabelece o modo de elaboração e aprovação da pro­
posta orçamentária no âmbito interno da Defensoria Púbiica do Estado.
A redação do artigo 97-B se limita a afirmar que a "Defensoria Pública do
Estado elaborará sua proposta orçamentária Compete à legislação
estadual disciplinar o trâmite interno da proposta. Dentre as legislações
consultadas, verificamos que, como regra geral, a proposta deve ser
apreciada pelo Conselho Superior e encaminhada pelo Defensor Públí-
co-Geral ao Chefe do Poder Executivo.

777 ;A rt. 98. A Defensoria Pública dos Estados com preende::


I - órgãos de administração superior:.. . ..
.a) a.Defensoria Pública-Geral do Estado; V . 7: : . ..
$ubdefensoria:iPúbliçà7G^
7 / -i -r- c) o Conselho Superior da D efensoria Pública dó Estado;
. d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado;
7 '-.7■ II —órgãos de atuação:' • 7- !77:7 7X7'7 7 • 7 7-'-77-7 v-77
. a) as Defensorias Públicas do Estado; 777-7;’7'7^;X7'i;77:V;7Xbr'"7->X-'7 A;- ".'77
.... . b) òs N úcleos dá Defensoria Pública do Estado; ;XS:í;X;7- .' /. 7 7 •.
77:77 77111 ^ órgãós de execução: 7 7 ’^ '' 7: .7 7 ; ;77. .. 7 7 ;:y;;■^ 7
. a) os.Defensores Públicos do Estado, v7:X'^77^XX'7 ''7:-'X>777 ^7 ^77 ^^7;v7‘7 V777 X777 ;
IV — órgão auxiliar: Ouvidoria-Geral da p efen soria Púbiica do Estado.
• (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2 0 0 9 ).7 7 7 7 ,777:; ■. :

1. Órgãos da administração superior: é preciso conhecer os órgãos que


compõem a divisão interna da Defensoria Pública. A administração supe­

144
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

rior é composta de quatro órgãos: Defensoria Pública-Geral, Subdefen-


soria Pública-Geral, Conselho Superior e Corregedoria-Geral.

Defensoria Pública-Geral
Órgãos da Subdefensoriá Pública-Geral
administração
superior Conselho Superior
Corregedoria-Geral

Aplicação em concurso:
® DP/MG —2006 —Fundep.
"Quanto à organização e à estrutura da Defensoria Pública do Estado, assi­
nale a afirmativa INCORRETA.
A) As Defensorias Públicas do Estado, o Conselho Superior da Defensoria Pú­
blica do Estado são denominados órgãos de administração superior.
O item está incorreto; por isso, deve ser assinalado.

2. Órgãos de atuação: esses órgãos são compostos pelas Defensorias Públi­


cas do Estado e pelos Núcleos da Defensoria Pública do Estado.
Aplicação em concurso:
* DP/M G-2 0 0 6 -Fundep.
"Quanto à organização e à estrutura da Defensoria Pública do Estado, assi­
nale a afirmativa INCORRETA.
C) Os núcleos da Defensoria Pública do Estado são denominados órgãos de
atuação."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado.

3. Órgãos de execução: dentro da estrutura da Defensoria Pública, os de­


fensores públicos são considerados órgãos de execução.
Aplicação em concurso:
® DP/MG —2006 - Fundep.
"Quanto à organização e à estrutura da Defensoria Pública do Estado, assi­
nale a afirmativa INCORRETA.
B) Os defensores públicos do estado são denominados órgãos de execução".
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado.

145
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

® DP/MT -2 0 0 6 .
Em atenção às normas gerais para a organização da Defensoria Púbiica dos
Estados, contidas na Lei Complementar Federal n. 80, de 12 de janeiro de
1994, consídera-se órgão de execução da Defensoria Pública do Estado:
A) a Defensoria Púbiica-Geral. '
B) os Defensores Públicos do Estado.
C) a Corregedoria-Geral.
D) o Conselho Superior.
E) os Núcleos da Defensoria Pública.
Gabarito: letra B.

4. Órgão auxiliar: embora alguns Estados já possuíssem esse órgão, a LC n°


132/2009 institucionalizou, em âmbito nacionai, a Ouvidorta-Geral da
Defensoria Pública do Estado, cuja função é promover melhorias na qua­
lidade da prestação dos serviços da Instituição.

S e ç ã o I

D o D e f e n s o r P ú b l i c o - G e r a l e

7 :i ; V d Ó S i i b d ^ n s o r P ú b U ç ó ^ G è r a l d o E s t ã ã o ^ y ^ ^ v ^ ^ ^ ^ } ;;

;. A rt. 99. A D efensoria Pública dó Estado tem por. ch efe o D efensor •


Público-Geral, nom eado pelo Governador do Estado, dentre membros
estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta e cinçó) anos, escolhidos
; em lista tríplice formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obri- ,
. gatório de seus m embros, para mandato de 2 (dois) anos, permitida
uma recondução. (Redação dada pela Lei Complementar n° 132, dé .
; 2 0 0 9 )’' ' V ' : ... • • .. • • • • V -
. . § Io O D efensor Público-Geral será substim ído em suas faltas, licen-
ças, férias e im pedim entos pelo Sübdefensor Público-G eral,-por ele
nom eado dentre integrantes estáveis da Carreira, na forma da leg is­
lação estadual. (Redação dada pela Lei Complementar n° 132, de
• 2009). . . ' ' " . .: ' .
■; § 2 o Os Estados, segundo suas necessidades, poderão ter mais de úm
^ ■ Subdefensor Público-Geral.
§ 3o O C onselho Superior editará as normas regulámentándo a eleição -v.
para a escolha do D efensor Público-Geral. (Incluído pèla Lei Com plé- '
meniar n° 132, de 2009). .■' ' . y ' P v:/ V ;
§ 4o Caso o C hefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do
D efensor Público-Geral nos 15 (quinze) dias que se seguirem ao re- :j'

146
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, d e 12 d e ja n e iro d e 1994

cebim èntõ daJistà .tríplicè, ysérá/iriyestí no eargo


o Défenspr.;èiáí)iic5 raáis.yòíado p

:A rt/';lp Ò I^ o;: 1 3 eferiisõí’.4 Püèlió:Ó - | j ^ .a •


péferisoriá^Púfey ¥staüp;;fsup :;':ç oordenar suas ativi- .V-

'Ç^ral7;;p:S;Übdefènsóf;públi
dõr-Geral,;:cômo7memBrós n ^ _:;
estáyèis d.a.Çarreirá^.eleitps^^^ :
to n o :e.^ecreta de seus mèrnbroijjèm%ú'm^

.§ Io OJ C onselho Superior.révpíesídidà^ .■
que terá voto d e' qualidade,, e x d è t p ^ ..
pèlà Lei C om pÍém ent^ n°-'132j dé';2G.Ò9):Y • 7-~

§ 2 ° A s eleições :ser ã o 7 reá liza d á s^ as instruções


baixadas p elo C onselho Superior, da tíefèn son a/P úb lica. d o .Estado.
(Incluído pela Lei Complementar n^':n dé 2 00 9 ): 7 ' . '

§ 3o Os.m em bros do C onselho Superior são eleitos para mandato de 2


(dois) ariós, perinitida .uma reeleição;XInçluídó pela Lei Complemen- .
tar.n° 132, dé 2 009). • .• .7 • 7^;: 7 .. 7. ';, 7. ,7; 7 ' ^

§ 4 o São. elegíveis os membros estáveis da D efensoria Pública que não •


estejam afastados da Carreira.. (Incluído pela Lei Complementar n° ■
132, de 2009). .; ’ •.•••••:...
§ 5o O presidente da entidade de classe de m aior representatividade
dos membros da D efensoria Pública do Estado terá. assento e v o z nas
reuniões do.C onselho Superior. (Incluído pela Lei Complementar n°
132, de 2009). .. ' v : . ,}í v'.

A rt. 102. A o Conselho Superior com pete exercer, as atividades consul­


tivas, normativas e decisórias a serem previstas na lei estadual.

§ 10 Caberá ao Conselho Superior decidir sobre a fixação ou a alteração


de atribuições dos órgãos de atuação da Defensoria Pública e, era grau
de recurso, sobre matéria disciplinar e os conflitos de atribuições entre. :
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

; cluído pela Léi G o m p le m e itf^ ^ S^M B S


: :§: 2o Caberá ao Conselho S ú p é n ^ da D èfén-: .
shríà-íPiíblfría;í r i r í c f & f a r £ n í f i p . É * f Í i H í V yrtp::FÍttiriíà VÍivi 1í»á-

;§ 3° Á s .decisões.:dó;Çòn^ lüptiyadas e 'püblic^ e ^'


.. • suás sessões ■déverãplsér-púbiicásXsál^ .
. -Y e realizadas,Vno .;mmmiiò-.:bim^ ;■
:
":;>X ;•. ?cons e j j t i e j ^ ò e ^ í
•• •.'•/•' r ;pela t è i Çom^tèniLeirt!^.^4;32^ :VY>-/

1. Nomeação do Defensor Público-Geral do Estado: a sistemática originai


da LC n2 80/1994 trazia poucas exigências acerca da escolha do Defensor
Público-Geral do Estado, relegando a matéria à disciplina estadual. Com as
alterações promovidas pela LC nQ 132/2009, o artigo 99 passou estabele­
cer de forma exaustiva os requisitos para escolha do ocupante da função
de chefe da Instituição.
O novo regime jurídico de escolha do Defensor Público-Geral estabelece a
formação de lista tríplice de candidatos ao posto. As regras pertinentes ao
processo de escolha dos integrantes da lista tríplice serão elaboradas pelo
Conselho Superior (art. 99, § 3^). Realizada a eleição, forma-se a lista.trí­
plice que, então, é encaminhada ao Governador do Estado, Dentre esses
nomes, sua escolha é livre, mas, caso não efetive a nomeação do Defensor
Público-Geral no prazo de 15 dias, será investido automaticamente o de­
fensor público mais votado (§ 42).

integrante da carreira;

membro estável;
idade superior a 35 anos;
DEFENSOR formação de listra tríplice, pelo voto direto, secreto, pi uri nominal e
PÚBLICO- obrigatório de seus membros;
GERAL
nomeação peio Governador do Estado, dentre os três mais vota­
dos;
mandato de 2 anos;

direito a uma recondução .

148
L ei c o m p l e m e n t a r n ° 80, de 12 d e ja n e ir o d e 1994

2. Quadro comparativo de Defensor Público-Geral:


... -, .."M
E F E N ^ P Ú B L IC C
Ente político União Distrito Federal Estados
Base legai Art. 62 Art. 54 Art. 99
Nomeado por Presidente Presidente Governador
da República da República do Estado
Integrante da carreira Sim Sim Sim
Lista tríplice Sim Sim Sim
idade mínima de 35 anos Sim Sim Sim
Mandato de 2 anos, permi­
Sim Sim Sim
tida uma recondução
Aprovação do senado Sim Não Não

Aplicação em concurso:
• DP/SE - 2005 - CESPE.
"O cargo de defensor público-geral do estado de Sergipe é cargo de livre no­
meação e exoneração do governador do estado, devendo essa nomeação
recair em advogado com idade superior a 35 anos, de reputação ilibada e
com mais de 10 anos de experiência."
O item está incorreto.

• DP/AC-2 0 0 6 -CESPE.
"No âmbito estadual, o defensor público geral deve ser nomeado pelo pre­
sidente da República, entre integrantes da carreira e maiores de 45 anos."
O item está incorreto.

• DP/MT-2006.
Acerca das disposições preliminares da instituição Defensoria Pública, bem
como das normas gerais para organização das Defensorias dos Estados, en~
contradiças na Lei Complementar Federal n. 80, de 12 de janeiro de 1994,
assinale a afirmativa correta.
C) A Defensoria Pública do Estado tem por chefe o Defensor Público-Geral, no­
meado pelo Governador do Estado, dentre os integrantes da carreira maiores
de trinta anos.
E) A Defensoria Pública será representada judicial e extrajudiciaimente pelo
Subdefensor Público-Geral"
Os itens estão incorretos.

149
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

■• DP/MG - 2009 - FUMARC.


"O Defensor Público-Geral da União, o Defensor PúbIico: Geral do Distrito Fe­
deral e Territórios e o Defensor Público-Geral do Estado, serão nomeados,
respectivamente:
A) peio Presidente da República, após seu nome ser aprovado pelo Senado 'Fe­
derai; pelo Governador, após aprovação pela Câmara Legislativa; e peio Go­
vernador do Estado, após a aprovação do nome pela Assembléia Legislativa
Estadual.
B) pelo Presidente da Repúbiica, após aprovação de seu nome peia maioria
absoluta dos membros do Senado Federa!; peia Câmara Legislativa; e peía
Assembléia Legislativa Estadual.
C) pelo Presidente da República; pelo Presidente da Repúbiica; pelo Governa­
dor do Estado, após elaboração de lista tríplice pelos respectivos Conselhos
Superiores.
D) pelo Presidente da Repúbiica, após a aprovação de seu nome peSa maioria
absoluta dos membros do Senado; peio Presidente da República; e pelo Go­
vernador do Estado, sendo este escolhido em !ista tríplice.
E) pelo Presidente da República, após aprovação de seu nome pelo Senado Fe­
derai; pelo Presidente da República, mediante lista tríplice; pelo Governador,
mediante lista tríplice
Gabarito: letra D. Observação: a questão foi elaborada antes da LC n?
132/2009; atualmente, a listra tríplice é exigência para a escolha dos De­
fensores Púbiicos-Gerais de todas as Instituições.

3. Subdefensor Público-Geral: ao contrário do regime jurídico da Defensoria


Púbiica da União, no âmbito das Defensorias Públicas Estaduais, o Sub­
defensor Público-Geral é escolhido peio próprio Defensor Públlco-Gerai,
dentre membros estáveis da carreira (art. 99, § 1-). Além disso, conforme
a necessidade do serviço, pode haver mais de um Subdefensor Público-
Geral (§ 29).
4. Conselho Superior: os artigos 101 e 102 disciplinam o Conselho Supe­
rior da Defensoria Pública Estadual. Sua composição é um pouco di­
versa daquela das Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.
Na esfera estadual, o Conseiho Superior tem como membros natos o
Defensor Público-Geral, o Subdefensor Público-Geral (pode ser mais de
um), o Corregedor-Geral e, também, o Ouvidor-Gerai. Quanto aos de­
mais membros, estes devem ser maioria no Conseiho, eleitos pelo voto
direto, plurinominal, obrigatório e secreto de seus membros, sendo ele-
gíveis os membros estáveis que não estejam afastados da carreira (§ 4e).

150
L ei c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e j a n e ir o d e 1 9 9 4

O número de membros eleitos no Conselho e a forma de sua fixação é


relegada à lei estaduai (art. 101). O mandato no Conselho Superior é de
dois anos, permitida uma reeleição (§ 3e). O Conselho Superior é presi­
dido peio Defensor Público-Geral, que terá o voto de qualidade, exceto
em matéria disciplinar. :
O presidente da entidade de classe de maior representatividade dos de­
fensores públicos terá assento e voz nas reuniões do Conselho Superior
(§52).
O Conselho Superior exerce atividades consultivas, normativas e decisó-
rias, a serem previstas em lei estadual. A LC nS 80/1994, porém, prevê
algumas atribuições específicas para o Conselho Superior:
- decidir sobre; (i) a fixação ou a alteração de atribuições dos órgãos de
atuação da Defensoria Pública; (ii) matéria disciplinar, em grau recur-
sal; (iii) conflitos de atribuições entre membros da Defensoria Pública;
e
- aprovar o plano de atuação da Instituição.
4,1. Conseiho Superior em doutrina: "A natureza jurídica do Conselho Supe­
rior no regime lega! vigente é a de um órgão colegiado, integrante da admi­
nistração superior e cuja composição em cada Estado é definida em sua Lei
Orgânica específica. Sua tarefa precípua é a de exercer as atividades consul­
tivas, normativas e decisórias no âmbito da Defensoria Pública. Do ponto de
vista administrativo, o colegiado é a instância máxima de controle interno
dos atos praticados na Defensoria Pública, situando-se no ponto mais alto
da hierarquia institucional, razão pela qual todos os demais órgãos lhe estão
subordinados." (CORGOS1NHO, Gustavo. Defensoria Pública: princípios insti­
tucionais e regime jurídico. Belo Horizonte: Dtctum, p. 81)

7-v ' S e ç ã o I I I b

D a C o r r e g e d o r i a - G e r a l d a D e f e n s o r i a P ú b l i c a d o E s t a d o

A rt. 103. A Corregedoria-Geral é órgão de fiscalização da atividade fun- ...


. . cional e da conduta dos membros e dos servidores da Instituição. :
. A rt. 104. A Corregedoria-Geral é exercida pelo Corregedor-Geral indi­
cado, dentre os integrantes da classe mais elevada da Carreira, em lis­
ta tríplice formada pelo Conselho Superior, e nomeado pelo Defensor
Público-Geral para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondu­
ção. (Redação dada pela Lei Complementar n° 132? de 2009).

151
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

:: § Io Ò Corrègedor-Geral poderá ser déstí^ído por pro^


Público-Geralypeló voto de dois terços dó Gpiiselho Supènor,; antes do tér- , •
'mirió do mandator(Réniimera4ò'peÍa'LéiGÒrhpIetóentar n® Í32- de 2009).-.
■. § 2o A lei estadual poderá cn a t um ou rriais cargos de Subconregedori fixan-:
do as aitnbuiçõesè 'Lei; :■
Complementai;n0:132?^ è 2Q09)V^^ •
Art. 105. A Çorrègedoíiâ-Géra^ tíefensbfia Pábliçá do Estado com pete::;'
• I —reàlizar.correições e,inspeções,furicionais;ü 1 : . ^ y
V . II sugerir aó D e f é n s ò r d e .Defensor Públicò
.. que. esteja sendÒ':submétido â:çb^eição, smdicância ò V ;‘
• V •trativõd iscip lin ^ ci^ ^ doicabíyèl^:^ '
. III - piropòr, fiindamentadámentè, áo'Çonselho; Supérior á- suspensão do .
. . estágio probátório dè m em bío da;Deíensbria Pública dó Estádo;:: • • '.
.. . . I V “ apresentar ao Defensor Púbhcò-Geral,;em janeiró de cada ano, relato-, .>
/ ;:ri.Qdas;atiyidâ^^
, V —receber è processar as reprèsèntáções contrà os membros da Defensoria
Pública do Estado, ericaminhado-as, com parecer, ào Conselho Superior;
VI - propor a instauração de processo disciplinar contra membros da D e-
.; fensoria Púbiica do Estado e seus servidores;
VII - acompanhar o estágio probatório dos membros da Defensoria Públi­
ca do Estado;
VIII - propior a exoneração de membros da Defensoria Públicà' do Estado
... que nãp. cumprireni as condições do estágio probatório/ . ;
"V IX — baixar normas, no limite de. suas atribuições, visando a .regularidade
,e ao aperfeiçoamento das atividades da ^pefeüsorià. Pública, resguardada : ,
a independência funcional de seus. membros; (Incluído pela Lei Comple- ;
■y • mentar n° 132, de 2009). : : '" 'A :; ;/•:'--'.y; V' y , :
X -m a n te r atualizados os asséníamentos funcionais é os dados estatísticos
; de atuação dos membros da Defensoria Pública, pára efeito de aferição de
;. merecimento; (Incluído pela Lei Complementar ^ .1 3 2 , de 2009).
XI - expedir recomendações aos membros da Defensoria Pública sobre V
.... matéria afeta à competência da Con-egedoria-Geral da Defensoria Pública; ,:
(Incluído pela Lei Complementam 0 132, de 2009). ..
XII ~ desempenhar outras atribuições previstas em lei ou no regulamento
. . -interno da Defensoria Pública. (Incluído pela Lei Complementar n° 132,.
v .'d e 2 0 0 9 ).:;:' - : '>"V.-..y"' /,• . '

1. Corregedoria-Gerai: conforme prevê o artigo 103, trata-se do órgão de


fiscalização da atividade funcional e da conduta dos membros e servidores
da Defensoria PúbHca. A escoiha do Corregedor-Gerai é feita pe!o Defen-

152
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

sor Público-Geral, a partir de iista tríplice formada pelo Conselho Superior.


Seu mandato é de 2 anos, permitida uma recondução, mas o Corregedor-
Geral pode vir a ser destituído pelo voto de dois terços do Conselho Supe­
rior a partir de proposta do Defensor Público-Geral (art. 104, coput e § l 9).

2. Atribuições da Corregedoria-Geral: o artigo 105 elenca as atribuições da


Corregedoria-Geral do Estado. Através da LC 132/2009, foram acrescenta­
dos os incisos IX a Xfl ao dispositivo. Vale destacar o inciso IX, que prevê
a possibilidade de a Corregedoria-Geralbaixar normas para aperfeiçoar
e regular as atividades da Defensoria, desde que não violem a indepen­
dência funciona! de seus membros. Além disso, a Corregedoria também
é responsável por catalogar dados estatísticos da atuação dos defensores
públicos para fins de aferição de merecimento.

■ í■ /. lXaOuvidoria~GeraldaDef^n^ria^ubíiàa;;do-jEsiado}
• Art. 105-A. A Ouvidoria-Gerál èVorgãplauxilia^ do
Estado, de promoção' dá.qüaHdáde^dps serviçqs prestados p
. í i í ^ | ; ç ã Ó i ^ Í â ç í ü x ^ ^ e Í à ; ^ e i . ^ o ^ l ^ m ^ g ^ r i f ^ > v : ^ í •. .
: . Parágrafo único. A Ouvidòria-Geral contará com servidores da Defenso- .
ria Pública 4o Estado e com á estrutura definida pèíó: Conselho Superior
:após proposta do Ouyidor-Geral. (Incluído pela Lei Complementar n°. ;
. ' .;:::\132, de2009). : v ^ 7 ' \ - . '
. Art. .105-B. O Ouvidor-Gera! será escolhidoVpelo' Çbrisejho Superior, ^
dentré cidadãos de reputação ilibada,rião integrante da Carreira, indi- ■••
cádòs em iista tríplice formada pela. sociedade civil, .para mandato de 2
(dois) anos, permitida 1 (uma) recondução. (Incluído péla Lei Coinple-
mentar n° 132, de 2009).; ('': >' • ! ' ■ / ' ' 'õ
. § 1° O Conselho Superior editará normas regulamentando a forma de
elaboração da lista tríplice. (Incluído pela Lei.Complementar,.n° 132, de

.. § 2o O Ouvidor-Geral será nomeado pelo Defensor Público-Geral do Es- ■'■■V.


/. . . tado. (Incluído pela Lei Complementam0 132, de 2009). ; •• •
.
§ 3o O cargo de Ouvidor-Geral será exercido em. regime de dedicação
exclusiva. (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2009). -
•, Art. 105-C. À Ouvidoria-Geral compete: (Incluído pela Lei Complemen-
• ;• tarn°132,de2009).'.' / ;7; /• ;.7- v / V •

153
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

. I - receber e encaminhar ao Çorregedpr^Geral representação contra.mem- -


7 ;> bros e servidores dá Defensòria;Púbiica do Estado^assegurada a .defesà Y-;.:
■■■■: preliminar; (Incluído' pela Lei .Ç òm píèm èn^ 2009)..; , y .
II —propor aos. órgãos;de:administração supenòr; da Defénsòria ;Pú^ ..
:.' do Estado medidas e ações :qúe visèrrf à çoiiseciiçkp dos princípios'. insti- ; 1v\
'; •tucionais e. ao aperfeiçoamento dós serviços prestados; .(Incluído pela Lei ■
Complementar n° 1.32/de2Ò09).;- X
IH -e la b o r a te .divulgai relatório. sem estraLde;^ .
■ também, as medidas propostas .âòs prgãòs .
V. resultados' obtidos; (Ífàçíü0 op £Í£É 1?Í.;CpmpÍe^ ■:■:.V.■' i.■
. r IV - participar, .com direito a voz; do Conselho
Pública do Estado; '(Incluído pela Léi Compléméntar n° 132, de:20Í09).. •
V ^..promovér atividades de;interçâipbÍo;ç civil; (Incluído :
pèla Lei Complementar n° 132, de 2009)'.
. VI - bstabeiecer meios de' cómünicação. direta entre a Defensoria Pública e
• a sociedade, para receber sugestões e reclamações, adotando as providên- .
cias pertinentes e infonnando o resultado aos interessados; (Incluído pela
’ - Léi Complementar n° 132, dé 2ÒÒ9). . :. '' • .
., VII - contribuir para a dissemiriáçãP. das. formas de participação popular
' no acompanhamento e na fiscalização da prestação dos serviços reálizà-
• dos péla Defensoria Pública; (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de v..

. VIII - manter contato permanente com os vários órgãos da Defensoria Pú­


blica do Estado, estimulando-os a atuar em permanente smtpnia com os
;. direitos dos usuários; (Incluído pela Lei Çómplementar n 0 132, de 2009).
I X - coordenar a realização dé pesquisas periódicas e produzir estatísticas
referentes ao ín d iced e satisfação dos usuários, divulgando os resultados: '• V-..
(Incluído péla Lei Complementar n° 132, d é 2009). . ' ...
: Parágrafo único. A s representações podem ser apresentadas por qualquer •
' pessoa, inclusive pelos próprios membros e servidores da Defensoria Pú­
blica do .Estado, entidade ou órgão público. (Incluído pela Lei Çomple- . ./
; ■ mentar n° 132, d e 2009). •. \ - 7 .7

1. Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública: a LC ne 132/2009 insere na Lei


Orgânica da Defensoria Pública, como órgão das Instituições Estaduais, a
Ouvidoria-Geral, cuja missão é aprimorar a qualidade dos serviços pres­
tados. Alguns Estados já haviam instalado esse .órgão, mas, a partir da
vigência da LC n5 132/2009, todas as Defensorias têm o dever de criar
suas Ouvidorias. O primeiro passo é escolher o Ouvidor-Geral, que não

154
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

será integrante da carreira, indicado a partir de lista tríplice formada pela


sociedade civil dentre pessoas de reputação ilibada. O Ouvidor-Geral será
escolhido, dentro os componentes da lista tríplice, pelo Conselho Superior
e nomeado para o cargo pelo Defensor Público-Geral. O cargo demanda
dedicação exclusiva do escolhido e será exercido por 2 anos, permitida
uma recondução.
2. Atribuições da Ouvidoria-Gerai da Defensoria Pública: o artigo 105-C
elenca as atribuições da Ouvidoria-Gerai., com destaque para as seguintes:
™ recebimento e encaminhamento à Corregedoria-Gerai de representa­
ções contra defensores públicos e servidores, sendo garantida defesa
preliminar do acusado;
- propositura de medidas de consecução dos princípios institucionais e
aperfeiçoamento dos serviços;
~~ participação com direito a voz no Conselho Superior;
- realizar a promoção da Defensoria Pública junto à sociedade civil, atra­
vés de (i) atividades de intercâmbio, (ii) disseminação de formas de
participação popular na fiscalização dos serviços prestados, (iii) estí­
mulo de engajamento dos órgãos da Instituição para sintonia entre os
serviços prestados e os direitos dos usuários, e (iv) realização de pes­
quisas de satisfação.

• Árt. 106.: A D efensoria Pública do Estado prestará assistência jurídica •


: áós necessitados, èni todos os. graus de jurisdição e .instâncias adminis- •

. . Parágrafo único.'A. Defensoria Pública do Estado caberá interpor reicur-


. - sos aos Tribunais Superiores, quando c a b í v e i s ^ ' . : :
Art. 106-A. Á organização da Defensoria Pública do Estado deve primar •
: y., -:;'. pela descentralização, e sua atuação deve incluir atendimento interdiscipli- :
y . har, bem com o a tu tó individuais' difosos, coletivos e indi-,
. . viduáis hòmogênèós. (Incluído pela Lei Complementar n° 132, de 2009).

1. Prestação de assistência jurídica - abrangência: conforme amplamente


frisado, a Constituição da República garante ao htpossuficiente a prestação
de assistência jurídica (art. 55, inciso LXXIV), conceito este mais abrangen­

155
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

te do que o de assistência judiciária. O caput do art. 106 procura explicitar


esse entendimento ao declarar que o Defensoria Pública do Estado atuará
em todos os graus de jurisdição e também instâncias administrativas.
Aplicação em concurso:
f

• DP/SE - 2005 - CESPE.


"A atribuição dos defensores públicos não se estende à defesa dos necessita­
dos em processos administrativos "
O item está incorreto.

2. Recurso aos Tribunais Superiores: a Defensoria Pública do Estado presta a


assistência jurídica ao necessitado em âmbito estadual, desde a propositura
da demanda junto ao Juízo de primeiro grau —ou sua defesa, quando no
pólo passivo-até a interposição de recursos ao Tribunal de Justiça e aos Tri­
bunais Superiores. O parágrafo único do artigo 106 deixa claro que é atribui­
ção da Defensoria Púbiica estadual a interposição de recursos aos Tribunais
Superiores. E não poderia ser diferente mesmo, pois os Recursos Especial e
Extraordinário são interpostos junto ao Tribunal de Justiça do estado, onde
atuam os defensores públicos estaduais mais graduados na carreira.
O acompanhamento dos recursos em Brasília é que compete precipua-
mente à Defensoria Pública da União. Vale relembrar, porém, o entendi­
mento já consolidado do Superior Tribunal de Justiça de que a atuação da
Defensoria Pública da União não é exclusiva.
Aplicação em concurso:
• DP/SE - 2005 - CESPE.
"Cabe ao defensor público do estado interpor o recurso especial e (ou) ex­
traordinário perante as instâncias ordinárias. A partir daí, a atribuição passa
a ser da Defensoria Pública da União, já que esta é que atua perante os tri­
bunais superiores."
O item está correto.
® DP/RN-2006.
"A Lei Complementar 80/94 estabelece as normas gerais para a organização
das Defensorias Públicas nos Estados, sendo correto afirmar que quando ca­
bíveis recursos ao Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça,
deverão os Defensores Públicos da União interpor os respectivos recursos
de decisões proferidas em ações da Justiça Estadual, em que inicialmente,
participou defensor público do Estado."
O item está incorreto.

156
L e i c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

3. Descentralização e atendimento interdisciplinar: o artigo 106-A foi inclu­


ído pela LC n9 132/2009 para prever que o atendimento da Defensoria
Pública da União deve primar pela descentralização e incluir atendimento
interdisciplinar e tutela de direitos coletivos. O dispositivo está consonân­
cia com as funções institucionais da Defensoria {art. 4S), em cujo rol estão
previstas a tutela coletiva {inciso VII) e a atuação junto a vítimas, através
de corpo de atendimento interdisciplinar (inciso XVIII).

rj _:V: ri7ri r*1 é»/Ho VSYt rii «ai i 'oo

;.y;;v ; r. ./ '• / Y DÓS Üefèmóréjj, 'Í*]jíbfá ;. 7 .

À rt. Í08."AÓs membrosR.da y .


' . prejuízo de outras atribuições e s ta b è ie c id a ^
:;^ ;!^e:;É síâdu :Orgâniçá^ppf:dem m ^di|$Q^^ ;■
. : jurídica e a d efesád os seus assistidos,.m -âm bitójudiH e
; : . .administrativo. (Redação, dadá pela L e r ^ ^ ^
■ jrp ârá^ afatm iço Saq/aindà^atòbmçõesfdos-Dèfen
:Y/:r aisí ^ c lü id o 'p é |a Í ^ C o r a | ^ & p |^ ^ í 3 3^ . V-^ \ .
I -r átènder às partes e aos interéssados;:(üicÍúídó péla Lei Complementar

. II - pàrücipáiy com direito a y oz e voto, dos Çonseliiòs Penitenciários;


.‘ (Incluído péla. Lei Complementar n® 132, dç 2009). t Y> , - .
. III ". certificar a autenticidade de. cópias dé documéntós necessários à ins­
trução de.procésso administrativo ou judicial, à vista da apresentação dos >
. . onginais;;(IncluídopeÍaL eiC om plem entarn? 132, de 2009). v
I V .- atuar rios Restabelecimentos prisionais, policiais, de internação e na­
queles reservados à adolescentes, visando ao aténdimento jurídico per-
' ; manènte 4 qs presos provisórios, sentenciados, internados e adolescen-
! tes, competindo à administração estadual reservar instalações seguras e
: adequadas aos séus trabalhos, franquear acesso a todas as dependências
: dó estabelecimento independentemente de prévio agendamento, fom ècer .

■apoio administrativo, prestar todas as informações solicitadas e assegurar
. o acessó à documentação dos assistidos,: aos quais não podérá, sob ftmda-
- . mento-algum, negar.ó;direito de entrevista com òs membros da D efenso- í ;
. ria Pública do JEstado. (Incluído pela Lei C om plem entam 0 132, de 2009).

157
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

■ ■ 1 ... S e ç ã o V I I

.A r t. 109.;Gabe a lei-^tadü^.'disciplinar.ps:órgáòs'è:sêrviçosáuxiliares ,
d é apoio adm ^stíatiyp;>ofgam z^dpjp. emjqüádrp.própno, com .c^gos
. . . . .que;, atendam às peculiaridades e ;àà necessidades. da:administração .e das •
.' atividades, fbnciqnáisdâ^ . y

1. Órgãos auxiliares: o artigo 109 traça uma diretriz a ser seguida pelas le­
gislações estaduais. Não seria mesmo adequado que uma lei nacional es­
tabelecesse uma forma dé divisão administrativa a ser seguida por todos
os estados da federação quando da implantação de suas Defensorias Pú­
blicas. Cada estado tem peculiaridades próprias, diferenças econômicas
sensíveis, modos de organização administrativa diversos —razão por que
a lei estadual é a que melhor tem condições de organizar a Instituição e a
forma de prestação do serviço.
Aplicação em concurso:
* DP/MG ~ 2006 —Fundep.
"Quanto à organização e à estrutura da Defensoria Púbiica do Estado, assina­
le a afirmativa INCORRETA.
D) Os órgãos e serviços auxiliares de apoio administrativo serão disciplinados
por lei estadual."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado.

C A P ÍT U L O n
D A C A R R E IR A -
A rt. 110. A Defensoria Pública do Estado é intégrada pela cãrréiíà d é •
Defensor Público do Estado, com posta das categorias de çàrgós é fê tiv o s; ■- _
necessárias ao cumprimento das. suas funções institucionaisV na forma à
. ser estabelecida na legislação estadual. - \ ~ ~ ' : ' ' k'
A rt. 111. 0 D efensor Público do Estado atuará; na forma do que d ispu ser:
á legislação estadual, junto à todos os"Juízos de 11° grau de jurisdição,
núcleos, órgãos judiciários de 2 °-graú- de~jiirisdição^ii^tânçiãs .admiras-’ 7 j
trativas e Tribunais Superiores (ârt 22,-pârágrafo único). - r -

; Seção- - . - / ; . “ , , "
_ - D o I n g r e s s o n a C a r r e i r a , . ;v
A rt. 112. O ingresso nós cargos-iniciais da canreira far-sé^á m ediante
aprovação previa em concurso público d e provas è;títuíps,:conra pártici- ",
pação da Ordem dos Advogados do'Brasil. ’-^

158
L ei c o m p le m e n ta r n ° 80, de 12 d e ja n e iro de 1994

■■■■'§:ÍaPp ÍÇg^áiBéntpidojbòr^
:' .' sobre as .qúais<y^arãP^s^pr^a^^ ;ãjfppsi^ \.
v tes.à,sÚ£ ôrgffiizàça0';e ' r e a l i z a ^ í 0 ^ ® f e f í f i S y ! ; í § v r '^:■
:• •'• ■:í: ; '
;V:v.. |'2°P;.edÍtal dei^ bérü i^ àein éç^ õ es^
vy- ' mente^qnnmeirvd^çá^bs^v^ /
:.-.. . Art.-112-A èA ps aprpvadps np. c p iic iir sp ^ .
ciai .de preparação'à.Carréirá,;obj ètiyan d p ^ o. : .
V " d e s e n ^ e r^
’.,, necessárias àcon secu ção dos princípios in s t if â e ^ Pú- .
. blíca. (Incluído pela Lei :CompIement^:n°^'32|:de^ ’

Contratação temporária de advogado e exercício da função de Defen­


sor Público - posição do STF: a Defensoria Púbiica é uma instituição per­
manente do Estado, com assento constitucional no art. 134. É dever do
estado-membro e da União organizar e prover os quadros das Defensorias
Públicas, o que deve ser feito através de concurso público. A função de
defesa jurídica do hipossuficiente não é extraordinária ou excepcional, a
possibilitar a contratação temporária de advogados para prestação desse
serviço.
Acerca do tema, o Supremo Tribunal Federai teve oportunidade de se
manifestar sobre o assunto ao julgar ação direta contra lei estadual que
dispunha sobre a contratação temporária de advogados para exercer a
função que compete à Defensoria Pública. A Corte entendeu que é incons­
titucional a lei estadual que permite a contratação precária e temporária
de agentes públicos para o exercício da função de assistência jurídica do
hipossuficiente.
Informativo n- 524
Contratação Temporária de Advogado e Exercício da Função de Defensor
Público
ADI -3 7 0 0
Por vislumbrar ofensa ao princípio do concurso público (CF, art. 37, I!),
o Tribuna! julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada
pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, para deciarar
a inconstitucional idade da Lei 8.742/2005, do Estado do Rio Grande do
Norte, que dispõe sobre a contratação temporária de advogados para o
exercício da função de Defensor Público, no âmbito da Defensoria Púbiica
do referido Estado-membro. Considerou-se que, em razão de desempe­
nhar uma atividade estatal permanente e essencial à jurisdição, a Defen­
soria Pública não convive com a possibilidade de que seus agentes sejam
recrutados em caráter precário. Asseverou-se ser preciso estruturá-la em

159
G u i l h e r m e F r e i r e -d e M e l o B a r r o s

cargos de provimento efetivo, cargos de carreira, haja vista que esse tipo
complexo de estruturação é que garante a independência técnica das De­
fensorias, a se refletir na boa qualidade da assistência a que têm direito
as classes mais necessitadas. Precedente citado: ADI 2229/ES (DJU de
25.6.2004). ADI 3700/RN, rei. Min. Carlos Britto, 15.10.2008. (ADI-3700)

Em mais de uma oportunidade/ essa matéria foi objeto de análise pelo


Supremo Tribunal Federa!:
Informativo n^ 202
Contratação Temporária de Defensores Públicos
ADI - 2229
Deferida medida liminar em ação direta de inconstitucionalidade ajuiza­
da pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil contra a Lei
6.094/2000, do Estado do Espírito Santo - que autoriza o Poder Executi­
vo a realizar contratação temporária de Defensores Públicos, em caráter
emergencial ~ para suspender, até decisão final, com eficácia ex nunc,
incluída a cessação dos contratos firmados, a eficácia da Lei impugnada.
O Tribunal, à primeira vista, considerou relevante a tese sustentada pelo
requerente no sentido de que a contratação de defensores públicos,
sem concurso público, ofenderia os arts. 37, il, e 134 da CF. ADInMC
2.229-ES, rei. Min. Marco Aurélio, 14.9.2000. (ADI-2229)

Informativo nQ351
Contratação Temporária de Defensores Públicos - 2
A D I-2229
O Tribunal julgou procedente pedido de ação direta de inconstitucio-
nalidade ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil contra a Lei 6.094/2000, do Estado do Espírito Santo, que autori­
zava o Poder Executivo a realizar contratação temporária de Defensores
Públicos, em caráter emergencial, de forma a assegurar o cumprimento
da Lei Complementar 55/94 —v. informativo 202. Considerou-se que a
Defensoria Pública é instituição permanente que não comporta defen­
sores contratados em caráter precário. Ressaltou-se que a regra para
a contratação de servidor público é a admissão por concurso púbiico e
que as exceções são para os cargos em comissão, referidos no art. 37,
II, da CF, e para a contratação de pessoal por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, do
art. 37, IX, da CF, em relação à qual deverão ser observadas as seguintes
condições: a previsão em lei dos cargos, o tempo determinado, a neces­
sidade temporária de interesse público e o interesse público excepcio­
nal. Entendeu-se que a norma impugnada ofendia os arts. 37, II e 134,
da CF ("Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional,
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e

160
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,


moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:... li ~a investidura em
cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
púbiico de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;...
Art.134. A Defensoria Públiça é instituição essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-ihe a orientação jurídica e a defesa, em todos os
graus, dos necessitados, na forma do art. 5 .8, LXXIV. Parágrafo único. Lei
complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Fe­
derai e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização
nos Estados, em cargos de carreira, providos, na ciasse inicial, median­
te concurso púbiico de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a
garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das
atribuições institucionais"). Precedentes citados: ADI 1219 MC/PB (DJU
de 31.3.95); ADI 2125 MC/DF (DJU de 29.9.2000); ADi 1500/ES (DJU de
16.8.2002). ADI 2229/ES, rei. Min. Carlos Velloso, 9.6.2004. (ADI-2229)

A rt. 114. O çandidató -aprovado poderá, rènúnçiar à .‘n omeação corres­


pondente à suá classificação,' antecipàdàmentejpü até ò /tém io final do
prazo de posse, casb em qüe? optando ò réhuriciàate, será deslocado para
o último lugar da 1 istà^de classificados^' v.!'?:-••• Z

A rt. ;115. A promoção consiste no acesso imediato dos membros efetivos


da Defensoria Públiòa do Estado de uma categoria para outra da carreira.
A rt. 116. A s prom oções, serão efetivadás por ato do Defensor Público-
Geral do Esfcadó.-.óbedecidosvaltéraadamenté, os critérios de antigüidade

§ l u & tácuitada a recusa à promoção, sem prejuízo do critério do preen-

•§ 2o A antigüidade será apurada na cátegoria e determinada pelo tempo de


efetivo exercício na.mésma.- ' • ............ ............ .....

161
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

§ 3o A prom oção por m erecim ento dependerá de üstã tríplice para çada
.' vaga, elaborada pe j.o C onselho /Superior,-, em sessão 'secr;èta,'corti o cu -,. .. :
.. • pantes do primeiro terço.dã lista;d'e; antigüidade ^yy:y\ • • ’

'. § 4° Os mem bròs da;I)e& n son á:í*üb poderão .


. y -

: . ; s é í promòyidos,a:pós.;dois á n ò ^ d ^ e fe tiv d é ^ d i s - ’■■■"V


y y; > pensado^òym téísticicfs& p^^
y.y quem ó ^

. :. § 5o É pbr jg a tó tia y i^ .figurar.por- ; . . ;


três v ezes cPnsecutiyàs ou ,ciiica ^ '
. ressalvada a h ipótese do . .'.Y-"’. . .'

■y • para a aferição :de m erecim en t^


í ' derando-se, :entre- oú trósY á" ^ no .
. : desem penho da furiçãp e a ãprpyàçãò ^m bursòs dè aperfeiçoam ento, ,
de natureza jurídica, prom ovidos pela instituiçãoy pü;pbf estabeleci-
Y m è n tp ^ iie e n s in b 'si^ripr£^p^c^m iéM e
.' ' § Io Os cursos de aperfeiçoamento' de"que trata este artigo comprèen- :
derão, necessariam ente; as seguintes atividadeis: , . : ^
a) apresentação de trabalho escrito sobre assunto, de relevância jurí-

b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito, por banca exam ina- , f

§ 2 o Á íei: estadual estabelecera os jprázos durante os. quais estará ini- y


pedido de concorrer à prom oçãoJpor.m erecim ento o membrp,da Ins- ,
:: tituição que tiver sofrido im posição de penalidade em processo .admi- .
■ . nistrativo disciplinar. • ; -Y ' '.y: .Y 'y ' . Y . ; ^ Y -y'Y Y c ' r

1. Ingresso na carreira - necessidade de concurso público: o art. 112 es­


tabelece que o Ingresso na Defensoria Púbiica se dá através de concur­
so público de provas e títuíos. Na Constituição da República, a matéria
também foi tratada, conforme se verifica do art. 134, § l 9: "Lei Com­
plementar organizará a Defensoria Púbiica da União e do Distrito Fede­
ral e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização
nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante
concurso público de provas e títulos, assegurada, a seus integrantes a
garantia da inamovibiiidade e vedado o exercício da advocacia fora das
atribuições."

162
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

Aplicação em concurso:
• DP/MG—2004 —Fundep.
"Entre as normas da Constituição Federal sobre a Defensoria Pública, NÃO
se inclui:

C) Dá~se o ingresso na carreira, na classe inicial, mediante aprovação em con­


curso de provas e títulos
O item está correto; por isso não deve ser assinalado.

1. Promoção por merecimento: o § 3^ do artigo 116 determina que a pro­


moção por merecimento se dá através da elaboração de lista tríplice, ela­
borada pelo Conselho Superior, em sessão secreta, dentre ocupantes do
primeiro terço da lista de antiguidade.
Aplicação em concurso:
• DP/RN -2006.
"A Lei Complementar 80/94 estabelece as normas gerais para a organização
das Defensorias Públicas nos Estados, sendo correto afirmar que a promoção
por merecimento dependerá de iista tríplice para cada vaga, elaborada pelo
Conselho Superior, em sessão aberta, com ocupantes do primeiro terço da
iista de antigüidade."
O item está incorreto.

C A PÍT U L O r a
D A IN A M O V IB IL ID A D E E D A R E M O Ç Ã O
A rt. 118. Os membros dá D efensonà Públicà do Estado são inamovíveis,
salvo se apenados com remoção compulsória, n a forma da lei estadual.
A rt. 119. A rem oção será feita a pedido .ou por permuta, sempre entre
membros d á m esm a categoria dá carreira. ,
A rt. 120. A remoção compulsória som ente será aplicada com prévio pa­
recer dd Consèlhò Superior, assegurada ampla defesa em processo admi­
nistrativo disciplina£ V ,- "'-Vv-;
A rt. 121. A remoção, a pedido far-se-á .mediaiate requerimento ao D e­
fensor PúblicorGeral, nos quinze dias seguintes à publicação, no Diário
Oficial, do aviso de existência 1de vagà. ,
- Parágrafo único. Findo o prazei fixado n este. artigo e, havendo mais de
um candidato'à remoção, será remôyido o ’m ais'antigo nà categoria e,
ocorrendo empate, sucessivam ente, o m ais antigo nà' carreira, no serviço
público do Éstàdo, no serviço público èin geral, o .mais idoso é o máis
bem classificado no concurso parà ingresso na Defensoria Pública. .

163
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Art. 122.À rem òçãoprecederáo préehchimentp da yága por merecimento.


■.À rt. 123.; Quando por permuta, a rertiòçãò 'será.;çènc'e mediante réque- V
rimento dos intéressados, réspéitàdà- á; án ii^ íd ádè ;dos demais^ na forma
. da lei estadual. _(Redação. dádã.péláferG om ple 132, de2009).
- :^ ufiiõo.
v:PaunÉgr££&>7-‘ ''.-V•'.V--
'' ■1aos pedidos de pèrmuta. (l^clúídó^élaióei ;Ç q m £]ém ^ 132, dé 2009). ■'.

1. Inamovibiiidade: é a garantia de que o defensor público pode exercer suas


funções com isenção. As exceções são a remoção compulsória, o pedido
e a permuta. Conforme estabelece o artigo 118, compete à Lei estadual
estabelecer as faltas que importem em remoção compulsória.
A pena de remoção compulsória depende de parecer prévio do Conselho
Superior, assegurada a ampla defesa no processo administrativo discipli­
nar (art. 120).
Aplicação em concurso:
• DP/MG - 2006 —Fundep.
"Sobre as disposições da Lei Complementar n. 80, de 12 de janeiro de 1994,
é INCORRETO afirmar:
D) que, diante da inamovibiiidade, só será permitida a remoção compulsória ou
quando se tratar de pedido ou de permuta
O item está correto; por isso>não deve ser assinalado.

• DP/CE - 2007/2008 - CESPE.


"Aos defensores públicos é assegurada a garantia da inamovibiiidade."
O item está correto.

• DP/AC -2 0 0 6 -CESPE.
"O princípio da inamovibiiidade impede a remoção compulsória nas hipó­
teses que a lei estadual estabelecer, mesmo que a falta praticada, pela sua
gravidade e repercussão, torne incompatível a permanência do faltoso no
órgão de atuação de sua lotação."
O item está incorreto.

• DP/AL - 2009 - CESPE.


"Caso um DP do estado do Alagoas esteja respondendo a processo admi­
nistrativo disciplinar, para se aplicar a pena de remoção compulsória, será
necessário prévio parecer do Conselho Superior."
O item está correto.

164
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

^§'Vt° <yETADQ )Vf .

III -- (Inciso \revògádQvpél^ ...'•'

IV - (Inciso. revogado!.pèlà^G|*;n^$>^ :•;: \: y . '

V - (In ciso;revogadq;peÍá‘tC;P n ? ^ :•.; ... 'V;/^-

VI ~ (Inçiso revogado pelá LÇP in9 98-,' de::3 :12.:;i 9^9) í '";: • •’.; '' ^•;f r V; '

•• . : ^ ' \ S e ç ã o I I . - ' ■ ■ .. /

j-r-J/^rV.-ir'r^-:V:-"^^^r-r-i-^lV-í -;::'^v;:-^':^-::/=.:V'^
A rt. 125. A s férias dos membros dá D efensoria Pública do Estado se­
rão concedidas de acordo com a lei estadual.- •' '.-;\-;,:: -K
A rt. 1 2 6 .0 afastamento para estudo ou m issão, no interesse da D efen­
soria Pública do Estado, será autorizado pelo D efensor Público-Geral.
§ . 1 ° O afastamento de que trata ,este artigo som ente ;será concedido
p elo D efensor Público-G eral, após estágio probatório e pelo prazo má­
xim o de dois anos. • l y y ; ' -y - ;. ’ .-. ; . •. í

§ 2° Quando o interesse público o exigir, o afastamento poderá ser


G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

.Art. 126-A. É assegurado o direito de afaisúnaento para;exercício dé .


màndatp 7énpèntidâdeM e;;:cIi^é7<^
. ;; maior representàtividadé, sèrri prejuízo dos ^çncim entós, vant^ :■
'■■■

./■ i / i § Í° O afastamento: será çóncedi<íp àtfpre entidade;d^piasse^^^-;.:;^


;'^V^.r^é.ferá;'dUrãç|LÒ';j^al&;;j^
; ■;. vreeleição. (Inclüído péla L e ^ ••: ■•..; -

§ 2 ° O afastamento para exercício de mandato será contado cpmo tempo


de serviço para tòdós.os efeitos legáisV (Incluído pela Lei Gòmplémeritar •
n° 1 3 2 ;d e 2 Ò 0 9 } : / : / ' ■ , / : / H :'■">"'V-Y•"''v •’■ ' / [ { 7 /' :Vy /
■; § 3o Lei'estadual poderá ésterider/p à f ^ cia . •
••: ;\^ijr^tõiíiaí-j'éleita;‘^tó:;reptídatfelf^íncí^do".^eIã;-^e|:V^'QEÈ^|em ,V'

• ■ ■ [ '■ r / : / \ / :S : ' s e ç ã ó i i r l V y : r \ : ^ ... Y. / :


' D a s G a r a n t i a s e d a s P r e r r o g a t i v a s

Art. Í27. São garantias dos membros da Defensoria Pública do Estado, :: :


V s é m prejuízo de outras que a lei estadual estabelecer: .

. I —a independência funcional nó desempenho de suas atribuições;


II - a inamovibiiidade;

/• ; I I I - a irredutibilídade devencim entos; • ' '• ' .: L / : . ■ ■

■■ /■ I V ~ a estabilidade. / X X X ' : \ \ ^:ÀV;Í •/: •

1. independência funcional: a independência funcional é garantia que per­


mite a plena atuação do defensor público na luta pelos Interesses de seus
assistidos. Significa que sua atuação não está subordinada a outras Insti­
tuições ou Poderes. Não há relação de hierarquia entre a Defensoria Públi­
ca e o Ministério Público ou o Poder judiciário. Cada qual tem sua função
no Estado Democrático e deve ser livre para atuar pautada em seus ideais,
com o objetivo de atender sua função constitucional. No caso da Defen­
soria Pública, seu papei é de prestar assistência jurídica ao hipossuficiente
(art. 55, inciso LXXIV, CR).
A liberdade de atuação na defesa dos interesses do necessitado, porém,
não significa insubordinação total do defensor público a qualquer ordem

166
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

ou regramento. Não se trata de uma anarquia. A Defensoria Púbiica - as­


sim como o Ministério Público e a Magistratura - possui chefia, líderes,
coordenadores, núcleos decisórios, Corregedoria e Conselho Superior. Por
isso, atos normativos internos editados pelo Defensor Público-Geral de­
vem ser seguidos pelos demais membros da Instituição. Isso não viola a
independência funcionai do defensor público.
O inciso l do art. 127 se refere à independência funcional no desempenho
de suas funções, ou seja, na forma de atuação. O defensor público é livre
para utilizar os argumentos jurídicos que lhe pareçam mais adequados à
defesa dos interesses de seus assistidos.
Aplicação em concurso:
• DP/MG - 2006 - Fundep.
"Sobre a legislação que disciplina a Defensoria Pública de Minas Gerais, é
incorreto afirmar que:
A) A independência funcional no desempenho das atribuições, a inamovibiiida-
de, a irredutibilidade de vencimento e a estabilidade são garantias dos mem­
bros da Defensoria Pública.
D) O Defensor Público, para o desempenho de suas funções, está sujeito aos atos
normativos, de caráter vinculativo, editados pelo Defensor Püblico-Gerai.
Os itens estão corretos; por isso, não devem ser assinalado. Embora a ques­
tão se refira à legislação da Defensoria Pública de Minas Gerais, o conheci-
mento das prerrogativas previstas na LC 80/94 é suficiente para encontrar
a resposta correta, na medida em que a Lei estadual não poderia reduzir o
rol de garantias já constantes da Lei Orgânica Nacional.
- * DP/ES - 2009 - CESPE.
"A previsão normativa da independência funcional no desempenho de
suas atribuições assegura ao defensor público liberdade de bem escolher
a tese a ser sustentada no feito sob a sua responsabilidade. É vedada a
avocação pelo defensor geral, salvo em caso de representação do assistido
e de constatar-se a ocorrência de desídia, negligência ou falta funcional,
indicando-se, de pronto, outro membro para patrocínio da causa. A auto­
nomia ou independência funcional nãó desobriga o defensor público de
se submeter a regras e procedimentos estabelecidos pela administração
superior da instituição "
O item está correto.

1.1. independência funcional e princípio do defensor natural: o defen­


sor com atribuição para a defesa do necessitado pode, com base em sua
independência funcional, concluir pela impossibilidade de interposição

167
G u il h e r m e F r e ir e d é M e l o B a r r o s

de recurso. Entretanto, no âmbito do processo penal, há previsão de


que o réu pode manifestar seu desejo de recorrer. Caso isso ocorra, não
se pode obrigar o defensor público que atuava no processo a recorrer,
pois já formou seu convencimento acerca da matéria - sob pena de vio­
lação de sua independência funcional. Por outro lado; deve-se respeitar
o direito do réu, que expressamente manifestou o desejo de recorrer
da sentença. Nesse caso, a solução é a designação de outro defensor
público para atuar no processo, sem que se configure violação do prin­
cípio do defensor natural. Dessa forma, consegue-se conciliar o direito
de recorrer do réu e o princípio da independência funcional do defensor
público natural.
Aplicação em concurso:
• DP/ES - 2009 - CESPE.
"A designação de defensor público para atuar em processo criminal no qual
haja manifestação do sentenciado no intuito de apelar da sentença, com po­
sição contrária à do defensor natural no sentido de não recorrer, não ofende
os princípios e as regras consagradas nas legislações complementares, espe­
cificamente, o princípio da independência funcional."
O item está correto.

2. inamovibilidade: através da garantia de independência funcionai, o de­


fensor público é livre para desempenhar suas funções de acordo com sua
consciência, sempre nos interesses de seu assistido, sem sofrer ingerên­
cias ou pressões externas. E exatamente para garantir a independência
funcional do defensor público é que lhe é assegurada a inamovibilidade. A
inamovibilidade abrange não só a transferência do defensor público para
outra comarca ou seção judiciária, como seu deslocamento para órgão de
atuação diverso, ainda que na mesma comarca. A garantia da inamovibili­
dade impede que o defensor público seja transferido do local onde exerce
suas funções, seja na mesma comarca ou seção judiciária ou em outra
diversa.
De nada adiantaria a simples garantia de independência funcionai se o
defensor pudesse ser posteriormente transferido para outra função ou
atribuição como penalidade por suas manifestações. Em suma, inamovi­
bilidade e independência funcional são dois lados de uma mesma moeda,
caminham juntas para garantir ao defensor público o pleno exercício de
suas funções.

168
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

Aplicação em concurso:
* DP/ES-2 0 0 9 -CESPE,
"A garantia assegurada constitucionalmente da inamovibilidade do defensor
público não só tutela afastamento da comarca ou seção jurisdicíonal onde
. exerce suas funções, como veda a remoção de um órgão ou ofício para outro,
dentro da mesma comarca ou seção judiciária, e o afastamento indevido das
funções institucionais "
O item está correto. ......... •,...........

3. Irredutibilidade de subsídio: o dispositivo da Lei Complementar se refere


a vencimentos, mas atualmente a forma de remuneração da Defensoria
Pública se dá através de subsídio, nos termos dos artigos 135 e 39, § 45 da
Constituição da República.
4. Estabilidade: essa garantia tem previsão na Constituição da República,
que estabelece no artigo 41 o seguinte: "São estáveis após três anos de
efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efeti­
vo em virtude de concurso público"
O defensor público estável não pode ser demitido do serviço público, exceto
nas hipóteses estabelecidas no parágrafo primeiro do art. 41 da Constitui­
ção, a saber: (i) sentença judicial transitada em julgado; (ii) processo admi­
nistrativo com a garantia da ampla defesa; (iii) procedimento de avaliação
periódica de desempenho, estabelecido em Lei Complementar.
Aplicação em concurso:
« DP/ES -2 0 0 9 -CESPE.
"Após três anos de efetivo exercício, é assegurada a estabilidade aos defen­
sores púbücos do estado, que somente perderão o cargo em virtude de sen­
tença judicia! transitada em julgado, mediante processo administrativo em
que lhes seja assegurada ampla defesa, por ato do defensor público geral do
estado, ou em virtude da reprovação no procedimento de avaliação periódi­
ca de desempenho, na forma de lei complementar, facultados, igualmente, a
ampla defesa e o contraditório."
O item está incorreto.

4.1. Estabilidade X Vitaliciedade: não se podem confundir as duas garan­


tias. A estabilidade é conferida ao servidor público estatutário, após três
anos de efetivo exercício, que não pode perder o cargo senão através de
sentença judicia! transitada em julgado ou processo administrativo com
ampla defesa. A vitaliciedade é reservada na Constituição da República

169
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

aos membros da magistratura {art. 9 5 ,1), do Ministério Público {art. 128,


§ 59, 1, "a") e do Tribunal de Contas {art. 73, § 32). Para os que gozam de
vitaliciedade, adquirida após dois anos de exercício, a perda do cargo só
pode decorrer de sentença judicial transitada em julgado.
Os defensores públicos gozam da. garantia da estabilidade, e não de vita­
liciedade.

V íTÀLiC! E DAD E
Quem possui Servidor público, inclusive Membros da magistratura, do
membros da Defensoria Ministério Público e do Tribunal
Pública de Contas

Forma de 3 anos de efetivo exercício 2 anos de exercício


aquisição
Conteúdo Perda do cargo em decor­ Perda do cargo somente em ra­
rência de sentença judicial zão de sentença judicial transita­
transitada em julgado, pro­ da em julgado.
cesso administrativo e ava­
liação de desempenho

*■£ Aplicação em concurso:


» DP/SE -2 0 0 5 -CESPE.
"Aos defensores públicos são asseguradas as seguintes garantias constitucio­
nais: inamovibilidade, irredutibilidade de subsídio, salvo hipóteses taxativa­
mente previstas, e vitaliciedade após 3 anos de efetivo serviço."
O item está incorreto.

• DP/MS - 2008 - VUNESP.


"No que se refere à garantia do Defensor Público, é correto afirmar que:
A) após três anos de efetivo exercício, será considerado estável na carreira e
somente poderá ser demitido por sentença judicial transitada em julgado."
O item está incorreto.

5. Afastamento para estudo ou missão: é possível ao defensor público afas­


tar-se de suas funções para fins de estudo ou missão {art. 126). O afasta­
mento depende de autorização do Defensor Público-Geral e somente é
permitido após o estágio probatório. A duração máxima do afastamento é
de 2 anos e pode ser interrompido em razão da necessidade do interesse
público.

170
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

Aplicação em concurso:
• DP/RN -2006.
"A Lei Complementar 80/94 estabelece as normas gerais para a organização
das Defensorias Públicas nos Estados, sendo correto afirmar que o afasta­
mento para estudo ou missão poderá ser obtido ainda antes do decurso do
estágio probatório e pelo prazo máximo de dois anos."
O item está incorreto.

; ;; A r t.;128::SãO'prerrogativas:4QsmetóbrQS'^ M{
Y vi outfà^^e^á-lei
;■ I^receber, inclusive quando heçes?árió,';'m^ cora

• in st^ c iá adminisfràtivá/ c o n ^ d o r s è í ^ ^ prazos; .

Y:^HÍÍ;r .n ã o sgr^^Õí^& ri flagrante,:;


;$}:• caso ein ^ue' à aiitoridade fará^rr^dii^^ Públi- ■:r >

III - ser recolhido a prisão 'èspèçiál Ò u .á ls ^ .


1 v com direito a privacidade e, •após sentèriç^:condenatória transitada em .
julgado, ser recòlhidó em dependência sèparáda,'no èstábelecimento em
que tiver de ser cüm pridâàpena;v'Y /. / í; - v ■'
y :IV - usar vestes talares e as insígnias privativas dá Defensoria Pública; .;
/. y ~ ( v e t a d o )! ; . . v ü - 'i, . ' 3; ' . ■" ■
VI - comunicar-se, pessoal e reservadamenté, com seus assistidos, ainda
quando estes se acharem presos òu detidos,' m esm o incomunicáveis, tèn- -
do livre ingresso em estabelecimèntos policiais, prisionais'e de interna-
: :: ção coletiva, independentemente dé prévio agendamento; (Redação dada
■'Y pela Lei Complementar n° 132, de 2009). -.- ■•••'
•.' . . . V I I - ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias, res- •
. . salvadas as vedações legais; í , Y;:y -v^ 7 ; •• '
VIII - examinar, em qualquer repartição pública, autos de flagrantes, in­
quéritos e processos, assegurada a obtenção de cópias e podendo tomar, .
apontamentos; (Redação dada pela Lei C om plem entam 0 132, de.2009). :
... IX - manifestar-se em . autos administrativos ou judiciais ...por. m eio d e .
cota; , ' . ’ • ’ '’ - . . X ■■■' ;v
■ X - requisitar de autoridade pública ou de seus. agentes exames, certi-
dões, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, inforraa-
ções, esclarecimentos e providências necessárias ao exercício de suas
atribuições; ■■■, •, .

171
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

XI - representar a parte, em feito administrativo oü júdicial, '.indepen-.


dentemente de mandato, réssalvádps ps casoà pára qs:qüais a;Iéi .exijá.
; poderes especiais^ V v ; v -X:' ••.
XII deixài- dè patfpcinár ação, guando eláform anifestam
•:;Pu;inçQny^énfetós}irá
do o fato á o D efén so í Públicp-G eraí^ .
X I I I - ter o mesmo tratamentp reservado aos;M e demáis titú-.
lares dos.cargo& .das.fi^peè:'^ s e n c im s \à j^
XIV;~-ser: ouvido •cpmò ^testé em vqu'alqúér^ 'oú proce- .
dimentó,- em dià :^ ~ ^ ~
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Parágrafo úmco; 'Q ü ^

. ' Estado,: á aütpridadè ppücial,.civil ou müitar,'.comunicará im :


V■'■.ò..fato ao;Defensor Publiço^Gerai^
Pública jpiaiaácompanhaná/apüraçãp.;^ ; .A / V /:

Intimação pessoal com vista dos autos: como já destacado anteriormen­


te, a LC n9 132/2009 alterou a prerrogativa do defensor público referente
à intimação pessoal. Pelo novo regime, ao defensor público é garantida a
intimação pessoal, mediante entrega dos autos, quando necessário.
Trata-se de prerrogativa extremamente importante para o bom desempe­
nho das funções de defensor público. O primeiro destaque a ser feito acer­
ca do tema é sua inaplicabilidade ao advogado particular que patrocina
causa com o benefício da justiça gratuita (Lei 1.060/50). A intimação pes­
soal, assim como a contagem em dobro de prazos processuais, é prerro­
gativa da Defensoria Pública, pertinente ao cargo. O advogado particular,
ainda que atue em processo de justiça gratuita, é intimado pelas vias ordi­
nárias (em regra, diário oficiai), e seus prazos são simpies - naturalmente
ressalvados os casos de litisconsortes (CPC, art. 191).
No âmbito criminal, a intimação pessoal atende principalmente o princí­
pio da isonomia, na medida em que o Ministério Público também goza de
tal prerrogativa.
Além disso, a intimação pessoal decorre de uma necessidade inafastável
verificada na prática, no cotidiano forense. É que o corpo de defensores
da União, do Distrito Federal e dos Estados é insuficiente para atender
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

à enorme demanda dos hipossuficientes. Fatalmente haveria perda de


prazos, em prejuízo dos assistidos, se o defensor público fosse intimado
meramente através do Diário Oficial. Assim, antes de caracterizar como
um privilégio ou uma regalia, a intimação pessoal deve ser encarada como
uma prerrogativa que materializa o Acesso à Justiça, cuja inobservância
acarreta a nulidade dos atos processuais subseqüentes.
Aplicação em concurso:
® DP/MG - 2006 - Fundep.
"Analise as seguintes afirmativas em relação ao Defensor Público, no exercí­
cio da prestação de assistência judicial, integrai e gratuita aos necessitados.
í. Constitui prerrogativa do Defensor Público receber intimação pessoal em
qualquer processo e grau de jurisdição, sob pena de nulidade."
O item está correto.

• DP/SP - 2009 —FCC.


"Em relação à intimação do Defensor Público e à contagem dos prazos pro­
cessuais, é correto afirmar que:
B) a intimação deve ser pessoal nas áreas de direito de família e criminai, po­
dendo ser feitas através de publicação no Diário Oficial nas demais; os prazos
são contados em dobro.
D} apenas a intimação das sentenças e acórdãos deve ser pessoal; os prazos
recursais são contados em dobro.
E) a intimação deve ser pessoal, em qualquer processo e grau de jurisdição; os
prazos são contados em dobro "
Os itens B e D estão incorretos; por isso, não devem ser assinalados. Gaba­
rito: letra E.
1.1. Ausência de intimação pessoal e nulidade absoluta - posição do
STF: conforme entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal,
a falta de intimação pessoal do defensor público para o ato processual é
causa de nulidade absoluta, sendo desnecessária a demonstração efetiva
de prejuízo.
Acerca do assunto, confira-se o seguinte informativo:
Informativo ne 384
Defensoria Púbiica e Intimação Pessoa!
R H C - 85443
A ausência de intimação pessoal do defensor púbíico da pauta de jul­
gamento acarreta a nulidade absoluta do julgado, não havendo que se
falar em preclusão ou em necessidade de demonstração de prejuízo.

173
G u il h e r m e F r e ir e d é M e l o B a r r o s

Com base nesse entendimento, a Turma, mantendo a prisão decretada


na sentença de pronúncia, deu provimento a recurso ordinário em ha~
beas corpus interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo que negara provimento a recurso em sentido estrito do pa­
ciente, representado pela Procuradoria de Assistência Judiciária daquele
Estado, a qual não fora intimada para a sessão de julgamento do referi­
do recurso. Precedentes citados: RHC 83770/SP {DJU de 12.32004); HC
77359/DF (DJU de 23.10.98); HC 70612/SP (DJU de 15.4.94); HC 75732/
SP (DJU de 31.10.97); HC 77141/RS (DJU de 21.8.98).

1.2. Validade da prerrogativa do defensor público estadual no STJ - posi­


ção do STF: a prerrogativa da intimação pessoai, conforme expressamente
consta da redação do inciso I do artigo 128, alcança "qualquer processo e
grau de jurisdição". Por isso, o defensor público estadual tem direito de ser
intimado dos atos processuais praticados também no âmbito do Superior
Tribunaí de Justiça.
Esse é o entendimento consolidado e recorrentemente manifestado pelo
Supremo Tribunal Federal acerca do tema:
Informativo n- 193
Defensor Público e Intimação de Acórdão do STJ
H C - 80104
A prerrogativa dos membros da defensoria pública dos Estados, con­
sistente no recebimento de intimação pessoal em qualquer processo e
grau de jurisdição (LC 80/94, art. 128,1), abrange a intimação de acórdão
proferido em ha beas corpus pelo STJ. Com esse entendimento, a Turma
deferiu, em parte, habeas corpus para anular certidão de trânsito em
julgado de acórdão do STJ, cuja intimação do defensor público se dera
peio Diário Oficiai. Afastou-se, no entanto, a pretensão de o defensorser
intimado pessoalmente da designação da data relativa a julgamento de
habeas corpus, dado que esses julgamentos realizam-se sem a inclusão
do feito em pauta (CPP, art. 664). Precedentes citados: HC 79.954-SP
(DJU de 28.4.2000) e HC 80.103-RJ (julgado em 16.5.200, acórdão pen­
dente de publicação, v. Informativo 189). HC 80.104-RJ, rei. Min. Maurí­
cio Corrêa, 13.6.2000. (HC-80104)
Informativo n9 256
Defensor Público e Intimação Pessoal
H C - 81493
Tendo em vista que é prerrogativa dos membros da Defensoria Pública
dos Estados receber intimação pessoal em qualquer processo e grau
de jurisdição (LC 80/94, art. 128, I), a Turma deferiu em parte habeas
corpus impetrado contra acórdão do STJ — que negara seguimento a

174
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

agravo regimental interposto contra decisão da qual o defensor não


fora intimado pessoalmente, por entendê-io manifestamente intem­
pestivo — para afastar a preliminar de intempestividade do referido
agravo, a fim de que outro julgamento seja proferido pelo STJ como
entendido de direito. HC 81.493-RJ, rel. Min. Moreira Alves, 5.2.2002.
(HC-81493)

informativo n2 276
Defensor Público e intimação’de Acórdão do STJ
H C - 81958
A prerrogativa dos membros da defensoria pública dos Estados, con­
sistente no recebimento de intimação pessoal em qualquer processo e
grau de jurisdição (LC 80/94, art. 128,1), abrange a intimação de acórdão
proferido em habeas corpus pelo STJ, Com esse entendimento, a Tur­
ma deferiu habeas corpus impetrado contra ato do Vice-Presidente do
STJ que negara seguimento, por intempestividade, a recurso ordinário
interposto contra acórdão em habeas corpus, do qual o defensor públi­
co não fora intimado pessoalmente. Precedentes citados: HC 79.954-
SP (DJU de 28.4.2000); HC 80.103-RJ (DJU de 25.8.2000); HC 80.104-RJ
(DJU de 15.3.2002). HC 81.958-RJ, rel. Min. Maurício Corrêa, 6.8.2002.
(HC-81958)

1.3. Intimação pessoal - competência legislativa privativa da União -


posição do STF: o artigo 22, inciso I da Constituição da República estabele­
ce que compete privativamente à União legislar sobre matéria processual.
Por isso, a Constituição Estadual e a lei estadual não podem prever tal
prerrogativa, sob pena de inconstitucionalidade formal.
Acerca do assunto, o Supremo Tribunal Federai se manifestou da seguinte
forma:
Informativo n2 223
Constituição do Estado da Paraíba - 4
ADI ~ 469
O Tribunal também declarou a inconstitucionalidade do art. 145, li, b,
que previa a intimação pessoal do membro da Defensoria Pública em
qualquer processo e grau jurisdição, por afronta à competência privativa
da União para legislar sobre matéria processual (CF, art. 22, í). Relativa­
mente ao art. 145, II, c, que confere ao defensor público a prerrogativa
de ser processado e juigado originariamente pelo Tribunal de Justiça do
Estado, o Tribunal deu-lhe interpretação conforme à CF, ficando o pre­
ceito incólume quanto à justiça comum estadual, excetuados os crimes
dolosos contra a vida (CF, art. 52, XXXVIli, d). ADIn 469-DF, rei. Min. Mar­
co Aurélio, 5.4.2001.(ADI-469)

175
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

2. Contagem em dobro de prazos processuais: é prerrogativa dos defensores


públicos, cujo objetivo é possibilitar o amplo Acesso à Justiça do hipossufi-
ciente. Atende o princípio da isonomia, na medida em que trata desiguais, o
hipossuficiente amparado pela Defensoria Pública e a pessoa física ou jurí­
dica patrocinada por advogado particular, com certo grau de desigualda'de.
Para o necessitado, amparado pela Defensoria Pública, a contagem em do­
bro de prazos é uma forma de garantir a boa prestação do serviço jurídico.
2.1. Defensoria Púbiica X Procuradorias: é importante não confundir a
prerrogativa da Defensoria Pública com a das Procuradorias (federai, au­
tárquica, estadual, distrital e municipal), que patrocinam os entes públi­
cos. Defensoria Pública tem prazo em dobro para qualquer manifestação,
ao passo em que as Procuradorias têm prazo em quádruplo para contestar
e em dobro para recorrer (CPC, art. 188) - para as demais manifestações,
seu prazo é simples.

PRAZO BASE LEGAL


Defensoria
Em dobro para prazos processuais. LC 80/94, art. 128, 1
Pública
Em quádruplo para contestar, em dobro
Procuradoria CPC, art. 188
para recorrer; nas demais, prazo simples.

Aplicação em concurso:
• DP/MG - 2006 - Fundep.
"Analise as seguintes afirmativas em relação ao Defensor Público, no exercí­
cio da prestação de assistência judicial, integra! e gratuita aos necessitados.
II- Os prazos para o Defensor Público serão computados em quádruplo para
contestar e, em dobro, para recorrer."
O item está incorreto .

• DP/AL - 2003 - CESPE


"O prazo para contestação da parte assistida pela defensoria pública é con­
tado em quádruplo."
O item está incorreto.

• DP/AL- 2 0 0 3 -CESPE.
"O prazo para apelação contra sentença proferida na vara da infância e juven­
tude é de vinte dias, se o recorrente estiver assistido pela defensoria pública."
O item está correto (Lei n - 8.069/90, art. 198, inc. li estabelece prazo de 10 para
interposição de recursos; togo, a Defensoria Pública tem prazo de 20 dias.).

176
Leí c o m p le m e n ta r n° 80, de 12 d e ja n e iro d e 1994

• DP/SP -2 0 0 9 -FC C .
"Em relação à intimação do Defensor Público e à contagem dos prazos pro­
cessuais, é correto afirmar que:
A) a intimação deve ser pessoal; os prazos são contados em dobro para contes­
tar e em quádrupio para recorrer.
C) a intimação deve ser pessoal, até o segundo grau de jurisdição; os prazos são
contados em dobro para contestar e em quádruplo para recorrer."
O itens estõo incorretos; por isso, não devem ser assinalados.

« DP/MS - 2008 - VUNESP


"São prerrogativas do membro da Defensoria Pública, dentre outras que lhe
sejam conferidas por lei, ou que forem inerentes ao seu cargo, as seguintes:
C) receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, peia en­
trega dos autos com vista, conta ndo-se-lhe em quádruplo todos os prazos."
O item está incorreto; por isso, não deve ser assinalado.

2.2. Advocacia privada - inexistência de prazo em dobro: o benefício da


Justiça Gratuita, previsto pela Lei 1.060/50, pode ser concedido ao parti­
cular que patrocina a causa de uma pessoa hipossufíciente. Para ser bene­
ficiário da gratuidade de justiça, o hipossuficiente não precisa estar patro­
cinado pela Defensoria Pública. Entretanto, o advogado particular não goza
da contagem em dobro de prazos, que é prerrogativa dirigida à Defensoria
Púbiica. Em suma, o advogado privado pode patrocinar demanda ampara­
do pela gratuidade de justiça, mas seus prazos são contados de forma sim­
ples - ressalvada naturalmente a hipótese de litisconsórcio (art. 191 CPC).
Aplicação em concurso:
® DP/AC-2 0 0 6 -CESPE.
"Conforme orientação firmada pelo STJ, o prazo em dobro previsto na legis­
lação da assistência judiciária gratuita se estende aos advogados dativos ou
nomeados ad hoc, que geralmente exercem a defesa das pessoas reconheci­
damente carentes em locais onde inexistente a defensoria pública."
O item está incorreto.

• DP/AC -2 0 0 6 -CESPE.
"Constitui prerrogativa dos defensores públicos estendida aos demais advo­
gados:
A) receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, con­
ta ndo-se-lhe em dobro todos os prazos."
O item está incorreto.

177
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

« DP/MG - 2006 - Fundep.


"Analise as seguintes afirmativas em relação ao Defensor Público, no exercí­
cio da prestação de assistência judiciai, integral e gratuita aos necessitados,
IV. A contagem diferenciada dos prazos processuais aplicáveis aos Defensores Pú­
blicos estende-se ao advogado particular de beneficiário da Justiça Gratuita."
O item está incorreto.

3. Hipóteses de prisão: o inciso II do artigo 128 prevê que o defensor público


somente pode ser preso em caso de flagrante ou em decorrência de or­
dem judicial escrita. Trata-se aqui de uma garantia constitucional, prevista
no artigo 5 inciso LXI da Constituição da República: "LXI —ninguém será
preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar
ou crime propriamente militar, definidos em lei". A peculiaridade em rela­
ção ao defensor público é que a prisão deve ser imediatamente comunica­
da ao Defensor Público-Geral.
O flagrante é válido independentemente de o crime ser afiançávei ou ina­
fiançável.
Aplicação em concurso:
* DP/MG - 2004 —Fundep.
"Conforme a Lei Complementar 65/2003, são prerrogativas dos membros da
Defensoria Pública no exercício de sua atribuição, EXCETO:
C} ser preso somente por ordem judicial, caso em que se fará imediatamente,
comunicação ao Defensor Público Geral."
O item está incorreto; por isso>deve ser assinalado. Embora a questão faça
menção à Lei Complementar 65/2003, do estado de Minas Gerais, o conhe­
cimento da LC 80/1994 é suficiente para resolver a questão, pois as prer­
rogativas estampadas na Lei Complementar estadual são repetição, com
redação bastante semelhante, da lei nacional.

• DP/CE - 2007/2008 ~ CESPE.


"A prisão em flagrante de defensor público deve ser imediatamente comuni­
cada ao defensor público-geral."
O item está correto.

® DP/AM —2003 - CESPE.


"Considere a seguinte situação hipotética. Certa madrugada, um defensor
público agrediu uma pessoa e causou-lhe, injustamente, tesões corporais le­
ves, diante de testemunhas. Ao chegar à delegacia de polícia, não assumiu a
autoria do fato e se recusou a comparecer perante o juizado especia! crimi-

178
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

rtai. Nessa situação, considerando que a prática do crime de lesões corporais


simples, em face da pena mínima aplicável, é compatível com a concessão de
fiança, não poderia ser preso o defensor público, pois a esse agente público
só é imponível prisão em flagrante no caso de crime inafiançável, consoante
a Lei Complementar 80/1994"
O item está incorreto.
• DP/MS - 2008 - VUNESP.
"São prerrogativas do membro da Defensoria Pública, dentre outras que lhe
sejam conferidas por lei, ou que forem inerentes ao seu cargo, as seguintes:
D) não ser preso, senão por ordem judicial escrita, mesmo em caso de flagrante
de crime inafiançável."
O item está incorreto; por isso, não deve ser assinalado.
4. Prisão especiai: o inciso III do art. 128 estabelece que o defensor público
deve ser recolhido em prisão especial ou sala especial de Estado-Maior
durante o curso do processo criminal. Caso venha a ser condenado por
sentença transitada em julgado, o cumprimento da pena privativa de liber­
dade deve ocorrer em dependência separada no estabelecimento penal.
Nesse ponto, o membro da Defensoria Pública goza de um direito mais
amplo do que o advogado particular, pois o Estatuto da Advocacia (Lei n.
8.906/94) prevê a prisão especial em sala de Estado-Maior, apenas até o
trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 7S, inciso V).
-*> Aplicação em concurso:
*» DP/AC - 2006 - CESPE.
"Constitui prerrogativa dos defensores público estendida aos demais advo­
gados:
D) ser recolhido em sala especiai de Estado-Maior, antes do trânsito em julgado
da sentença penal condenatória."
O item está correto.
• D P/PA - 2009 -F C C .
"Um Defensor Público do Estado do Pará que cometer um crime de homicí­
dio em qualquer cidade desse Estado:
A) poderá ser preso em flagrante delito pela autoridade policial, mas, se não o
for, não poderá depois ter a sua prisão preventiva decretada judicialmente,
porque tem o direito de responder ao processo em liberdade.
B) será processado e julgado na forma da lei, com direito ao exercício efetivo da
ampia defesa, e, se for condenado, cumprirá pena em dependência separada
no estabelecimento ao qual for encaminhado, após o trânsito em julgado da
sentença condenatória.

179
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

C) poderá ser preso em flagrante delito pela autoridade poíicial, mas, em qual­
quer circunstância, terá o direito de obter judicialmente a liberdade provisó­
ria para responder solto ao processo.
D) poderá ser preso em flagrante delito peía autoridade policial, mas, se não o
for, poderá ter a sua prisão decretada pelo Juízo da Vara do Júri, que é com­
petente para processar e julgar os crimes dolosos contra a vida.
E) se for preso em flagrante pela autoridade policial ou tiver a prisão preventiva
decretada judicialmente, ficará recolhido em prisão comum, até o julgamen­
to definitivo da ação penal, em virtude do princípio constitucional de que
todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Gabarito: letra B.

5. Comunicação reservada com o assistido: o inciso VI do artigo 128 prevê a


prerrogativa de comunicação pessoal e reservada entre o defensor público
e seu assistido em qualquer circunstância.
Aplicação em concurso:
* DP/MG —2004 —Fundep.
"Conforme a Lei Complementar 65/2003, são prerrogativas dos membros da
Defensoria Pública no exercício de sua atribuição, EXCETO:
A) comunicar-se pessoal e reservadamente, com seus assistidos, mesmo sem
designação, quando estes se acharem presos"
O item está correto; por isso> não deve ser assinalado. Embora a questão
faça menção à Lei Complementar 65/2003, do estado de Minas Gerais,, o
conhecimento da LC 80/1994 é suficiente para resolver a questão, pois as
prerrogativas estampadas na Lei Complementar estadual são repetição,
com redação bastante semelhante, da lei nacional.
6. Vista dos autos: o inciso VII prevê a permissão para o defensor público ter
vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias, com exceção
para as vedações legais.
Aplicação em concurso:
* DP/MG - 2009 - FUMARC.
"São prerrogativas previstas na LC 65/03 dos membros da Defensoria Púbiica
no exercício de suas atribuições, EXCETO:
A) Ter vísta pessoal dos processos judiciais, em cartório ou na repartição compe­
tente, e, ressalvadas as vedações legais, fora dos cartórios e das secretarias."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado. Embora a questão
faça referência à Lei Orgânica da Defensoria Pública de Minas Gerais, o
conhecimento da LC 80/1994 é suficiente para responder à questão.

180
L ei c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 1 2 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

7. Exame de autos em qualquer repartição: o inciso ViII do artigo 128 esta­


belece que o defensor púbiico pode examinar autos de flagrante, inquéri­
to e processos em quaiquer repartição.
Aplicação em concurso:
® DP/MG - 2 0 0 4 - Fundep.
"Conforme a Leí Complementar 65/2003, são prerrogativas dos membros da
Defensoria Púbiica no exercício de sua atribuição, EXCETO:
B) examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem designação, autos de
flagrantes de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à au­
toridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos.
O item está correto; por isso, nõo deve ser assinalado. Embora a questão
faça menção à Lei Complementar 65/2003, do estado de Minas Gerais, o
conhecimento da LC 80/1994 é suficiente para resolver a questão, pois as
prerrogativas estampadas na Lei Complementar estadual são repetição,
com redação bastante semelhante, da lei nacional.
* DP/MG - 2009 - FUMARC
"São prerrogativas previstas na LC 65/03 dos membros da Defensoria Pública
no exercício de suas atribuições, EXCETO: e) Examinar, em qualquer reparti­
ção policiai, mesmo sem designação, autos de flagrante delito e de inquérito,
findos ou em andamentos, ainda que conclusos à autoridade, podendo co­
piar peças e tomar apontamentos."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado. Embora a questão
faça menção à Lei Complementar 65/2003, do estado de Minas Gerais, o
conhecimento da LC 80/1994 é suficiente para resolver a questão.

8. Manifestação por meio de cota: o inciso IX do artigo 128 estabelece que


o defensor público pode manifestar-se nos autos através de escrito de
próprio punho nas folhas já constantes dos autos. Trata-se de prerroga­
tiva que agiliza seu trabalho, na medida em que algumas manifestações
curtas, como as de "ciência" ou as de "sem provas a requerer", tomariam
mais tempo se tivessem de ser feitas através de petição.
O advogado particuiar não goza dessa prerrogativa, de modo que suas ma­
nifestações devem sempre vir através de petições —ainda que esteja no
patrocínio de hipossufíciente amparado peia gratuidade de Justiça.
Aplicação em concurso:
® DP/AC-2 0 0 6 -CESPE.
"Constitui prerrogativa dos defensores públicos estendida aos demais advo­
gados:
C) manifestar-se em autos administrativos ou judiciais por meio de cota "
O item está incorreto.

181
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

9. Requisição a autoridade púbiica - limite da prerrogativa: o inciso X do


artigo 128 estabelece a prerrogativa do defensor público de requisitar a
autoridades públicas diversas providências. É importante notar que essa
prerrogativa se dirige apenas a autoridades públicas, não alcançando em­
presa concessionária ou permissionária de serviços públicos, nem tam­
pouco particulares sem ligação com o Poder Público.
Aplicação em concurso:
° DP/SP - 2006 - FCC.
"NÃO é prerrogativa dé defensor público:
A) requisitar, a quaisquer órgãos púbiicos estaduais, exames, certidões, cópias
reprográficas, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, infor­
mações e esclarecimentos;
E) solicitar o auxílio e a colaboração das autoridades públicas para o desempe­
nho de suas funções"
Os itens estão corretos; por isso, não devem ser assinalados.

» DP/AM - 2003 ~ CESPE.


"Considere a seguinte situação hipotética. Um cidadão dirigiu-se a uma re­
partição da DPEAM afirmando haver sido preso ilegalmente e sofrido vio­
lência por parte de agentes públicos, a qual lhe havia causado lesões cujas
marcas podiam ser vistas a olho desarmado. O cidadão afirmou-se interes­
sado em que o órgão promovesse ação de indenização contra o estado pelos
danos que sofrerá. O defensor público verificou a necessidade de laudo de
exame de lesões corporais e encaminhou a vítima ao instituto médico-íegaí,
com ofício requisitando a realização do exame. Nessa situação, agiu errada­
mente o defensor público, pois deveria ter encaminhado o cidadão ao Minis­
tério Público, para que este requisitasse o exame, uma vez que, de acordo
com a Lei Complementar n.s 1/1990, do Amazonas, os membros da DPEAM
não podem requisitar exames e perícias a órgãos públicos"
O item está incorreto. Embora a questão faça referência ò Lei Complemen­
tar do estado do Amazonas, o conhecimento das prerrogativas contidas na
LC 80/94 é suficiente para encontrar a resposta certa.

® DP/SP - 2007 - FCC.


"NÃO é prerrogativa do defensor público: e) requisitar, a qualquer empresa
concessionária ou permissionária de serviços públicos, exames, certidões,
cópias reprográficas, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos,
informações, esclarecimentos e demais providências necessárias ao exercício
de suas atribuições, podendo acompanhar as diligências requeridas."
O item está incorreto; por isso, deve ser assinalado.

182
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

® DP/MG - 2009 - FUMARC.


"São prerrogativas previstas na LC 65/03 dos membros da Defensoria Pública
no exercício de suas atribuições, EXCETO:
B) Requisitar de autoridade púbiica ou de seus agentes, civis e militares, exa­
mes, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, infor­
mações, esclarecimentos e providências."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado. Embora a questão
faça referência à Lei Orgânica da Defensoria Pública de Minas Gerais, o
conhecimento da LC 80/1994 é suficiente para responder à questão.

10. Desnecessidade de procuração —posição do STJ: conforme estabelece a


prerrogativa prevista no art. 128, inciso XI, o defensor público não precisa
de instrumento dè mandato para atuar nos processos administrativos ou
judiciais. Seus poderes para atuar decorrem da lei e de sua posse no car­
go de defensor público. É como se a investidura no cargo acompanhasse
implicitamente a outorga da cláusula ad judicia para o foro em geral. A
ressaiva da parte final do dispositivo se refere aos poderes especiais exi­
gidos por lei. A análise desse dispositivo deve ser feita em confronto com
o artigo 38 do Código de Processo Civil, que destaca quais poderes são
especiais: receber citação inicial, confessar, transigir, desistir, renunciar ao
direito sobre o que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar com­
promisso. Para esses atos, mesmo o defensor público deve ter poderes
expressos concedidos pelo assistido.
ísso se aplica, inclusive, à Revisão Criminal, conforme destacou o Superior
Tribunal de Justiça.
Informativo 221
PROCURAÇÃO. DEFENSORIA PÚBLICA. REVISÃO CRIMINAL.
Não se exige do defensor público procuração para que interponha pe­
dido de revisão criminal, mesmo que não tenha participado da defesa
- dos ora pacientes no anterior processo em que acabaram de ser conde­
nados. O art. 16, parágrafo único, da Lein. 1.060/1950 não fez ressalva
quanto à revisão criminai para o exercício da assistência judiciária. As­
sim, a Turma concedeu parcialmente a ordem para que o Tribunal de
Justiça aprecie o pedido de revisão criminal proposta pela Defensoria
Pública, com prévia comunicação aos pacientes de que irá julgar referido
pedido. Precedente citado: HC 24.815-PE, DJ 19/12/2003. HC 24.812-PE,
Rei. Min. Paulo Gallotti, julgado em 16/9/2004.
informativo 217
ADVOGADO. ASSISTÊNCIA GRATUITA. DISPENSA DO MANDATO.
Segundo dispõe o artigo 16, parágrafo único, da Lei n. 1.060/1950, o
advogado integrante de entidade de direito público incumbido de

183
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

prestação de assistência judiciária gratuita acha-se dispensado de apre­


sentar instrumentos de mandato. No caso, constam dos autos docu­
mentos com probatórios de o mandato ter sido outorgado a defensor
público. Verifica-se que a ação de oferta de alimentos foi proposta pelo
alimentante, representado pela Defensoria Pública. Mesmo que assim
não fosse, se entendesse o juiz imprescindível a comprovação da desig­
nação feita pelo defensor público, era de rigor o cumprimento do art. 13
do CPC, ou seja, propiciar oportunidade à parte para que viesse sanar
a eventual irregularidade na representação. A Turma conheceu parcial-.
mente do recurso e, nesta extensão, deu-ihe provimento para determi­
nar o regular processamento do agravo de instrumentos, retornando os
autos ao Tribunal de origem a fim de que se examine o mérito. REsp
555.140-RJ, Rei. Min. Jorge Scartezzini, julgado em 10/8/2004.
Aplicação em concurso:
DP/MG - 2004 - Fundep.
"Conforme a lei Complementar 65/2003, são prerrogativas dos membros da
Defensoria Pública no exercício de sua atribuição, EXCETO: e) representar a
parte em feito administrativo ou judicial, Independentemente de mandato,
ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes especiais, em quaiquer
grau de jurisdição."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado. Embora a questão
faça menção à Lei Complementar 65/2003, do estado de Minas Gerais, o
conhecimento da LC 80/1994 é suficiente para resolver a questão, pois as
prerrogativas estampadas na Lei Complementar estadual são repetição,,
com redação bastante semelhante, da lei nacional.

DP/AM - 2003 - CESPE.


"O defensor público, para sua própria segurança, somente deve atuar pro­
cessualmente com respaldo em instrumento de mandato, o qual, porém, é
dispensável no caso de o representado estar em local incerto e nãó sabido
ou, por qualquer motivo, ser revel."
O item está incorreto .

DP/RN - 2006.
"A Defensoria Pública representará as partes em Juízo independente de ou­
torga de mandado judiciai, ressalvados os casos em que a Lei exigir poderes
especiais"
O item está correto . •

DP/PA - 2009 - FCC.


"A prerrogativa de o Defensor Púbiico representar alguém judicialmente,
independente de instrumento de mandato, se sujeita à limitação lega! (LC
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

Estadual no 54/2006 e LC Federal n2 80/1994), de acordo com a qual, sem


esse instrumento o Defensor não pode:
A) receber intimação.
B) propor ação civil pública.
C) reconvir.
D) arguir exceções.
E) receber e dar quitação."
O gabarito é letra E.

11. Patrocínio de ação e independência funcional: a função precípua do de­


fensor público é defender os interesses de seu assistido. Isso não significa,
porém, que o defensor público está obrigado a propor a demanda sempre.
O caso concreto pode revelar que a ação trará mais prejuízos do que bene­
fícios ao hipossuficiente ou que é manifestamente incabível a propositura
de demanda, hipótese em que deverá esclarecer a situação ao assistido e
recusar o patrocínio, comunicando suas razões ao Defensor Público-Geral.
A possibilidade de recusar o patrocínio de uma demanda decorre da ga­
rantia da independência funcional de que goza o defensor público e está
expressamente prevista no inciso Xli do artigo 128.
-> Aplicação em concurso:
“ DP/RN-2006.
"Assinale a alternativa incorreta:
D) Compete aos Defensores Públicos deixar de patrocinar ação, quando mani­
festamente incabível ou inconveniente aos interesses das partes sob o seu
patrocínio, devendo comunicar ao Defensor Público Federal do Estado as ra­
zões do seu proceder."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado.

• DP/ES ~ 2009 - CESPE.


"Considere a seguinte situação hipotética. O defensor público, no plantão
de atendimento inicial, após a análise da situação fática trazida peio assis­
tido e a avaliação de toda a documentação pertinente ao caso, decidiu não
ajuizar a demanda pretendida pelo assistido por entendê-la manifestamente
improcedente, sem lastro normativo que a assegurasse. Nessa situação, tem
o defensor público o dever legai de comunicar a decisão de arquivamento
da assistência requerida ao defensor público geral. Em caso de não inter-
posição de recurso judicial ou administrativo, ficará o defensor dispensado
desse dever."
O item está incorreto.

185
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

• DP/MT - 2009 - FCC.


"Se um Defensor Público do Estado de Mato Grosso deixa de promover uma
ação por considerá-la incabíveí ou sem probabilidade de êxito, eie:
A) comete violação a dever funcional, se não solicitar autorização prévia ao De­
fensor Público-Geral. /
B) comete violação a dever funcional, se não obtiver a concordância prévia do
usuário do serviço da Defensoria, que tinha interesse no ajuizamento da
ação.
C) pode ser obrigado pelo Defensor Público Geraí, que é o chefe da instituição,
a ajuizar a ação.
D) não comete violação a dever funcional algum, porque o Defensor Púbtico
tem autonomia funcional em relação ao Defensor Público Geral.
E) não comete violação a dever funcional algum, porque o Defensor Público
tem independência funcional e a prerrogativa de não ser constrangido a agir
em desacordo com a sua consciência ético-profissional."
Gabarito: letra E.

• DP/SP ~ 2009 - FCC.


"O direito fundamental à assistência jurídica integra! e gratuita, previsto cons­
titucionalmente e instrumentalizado pela Defensoria Púbiica, compreende a:
B) impossibilidade de denegação do atendimento do cidadão, tendo em vista a
universalidade do serviço prestado."
O item está incorreto; por isso>nâo deve ser assinalado.

® DP/SP - 2006 - FCC.


"NÃO é prerrogativa de defensor público:
B) deixar de patrocinar ação, quando manifestamente incabíveí ou inconve­
niente aos interesses da parte sob seu patrocínio."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado.

• DP/AM - 2003 - CESPE.


"Considere a seguinte situação hipotética. Antônio solicitou a um defensor
público que promovesse determinada ação. Após a análise do caso, o defen­
sor recomendou a Antônio, com base em dados técnicos, que desistisse de
sua intenção, tanto pela improcedêncía da postulação quanto pelo prejuízo
que o ajuizamento poderia causa aos interesses do cidadão. Este, entretanto,
insistiu no ajuizamento, não se sabe se por ignorância ou outra razão. Nessa
situação, o procedimento correto do defensor seria, mesma ante a insistên­
cia do interessado, recusar-se a patrocinar a ação e comunicar suas razões ao
defensor público geral."
O item está correto.

186
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

12. igualdade de tratamento entre defensores, promotores e juizes: o inciso


XIII do artigo 128 estabelece que o defensor público deve receber o mes­
mo tratamento reservado aos magistrados e demais membros das fun­
ções essenciais à Justiça, dentre as quais está o Ministério Público.
-> Aplicação em concurso:
® DP/MG - 2009 - FUMARC.
"São prerrogativas previstas na LC 65/03 dos membros da Defensoria Pública
no exercício de suas atribuições, EXCETO:
D) Receber o mesmo tratamento reservado aos membros do Ministério Púbiico
e aos Desembargadores."
O item está correto; por isso, não deve ser assinaiado. Embora a questão
faça menção à Lei Complementar 65/2003, do estado de Minas Gerais, o
conhecimento da LC 80/1994 é suficiente para resolver a questão

13. Infração penai - comunicação ao Defensor Público-Geral: diante da sus­


peita de prática de infração penal por defensor público, deve haver co­
municação ao Defensor Público-Geral, que designará outro defensor para
acompanhar a apuração, conforme prevê o parágrafo único do artigo 128.
Da mesma forma, quando ocorre a prisão em flagrante de defensor púbiico,
tambémdeve havercomunicaçãoaoDefensorPúblico-Geral (art. 128, inc. II).
Aplicação em concurso:
® DP/MG —2006 —Fundep.
"Sobre as disposições da Lei Complementar n. 80, de 12 de janeiro de 1994,
é INCORRETO afirmar:
E) que, em curso uma investigação policial para a apuração de infração penal
com indício de prática por membro da Defensoria Pública, o fato deverá ser
comunicado ao Defensor Púbiico Geral que designará outro membro da De­
fensoria Pública para acompanhar a referida investigação."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado .

14. Portar de arma de fogo - não é prerrogativa na LC 80/94: o rol de prerro­


gativas do artigo 128 não inclui o porte de arma de fogo. Algumas legisla­
ções estaduais que organizam as Defensorias Públicas nos estados conce­
dem essa prerrogativa. É o caso da Defensoria Pública do Rio de Janeiro,
cuja Lei Complementar estadual nq 0 6 jlB U estabelece em seu artigo 87,
inciso II, como prerrogativa do defensor público: "11 - possuir carteira de
identidade e funcional, conforme modelo aprovado pelo Defensor Púbiico
Geral, sendo-lhes assegurado o porte de arma e podendo solicitar, se ne­

187
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

cessário, o auxílio e a colaboração das autoridades públicas para o desem­


penho de suas funções;"
As Defensorias Públicas de São Paulo e do Espírito Santo não possuem
prerrogativa de porte de arma de fogo.
Aplicação em concurso:
• DP-SP - 2006 - FCC.
"NÃO é prerrogativa de defensor público:
D) portar arma de fogo."
O item está incorreto; por isso, deve ser assinalado.

• DP-ES - 2009 - CESPE.


"A defensoria pública, prevista na CF e na CEES [Constituição do Estado do
Espírito Santo], vem regulamentada, respectivamente, pela Lei Complemen­
tar Federa! n.e 80/1994 e pela Lei Complementar Estadual n.s 55/1994. Com
base nos referidos diplomas infraconstitucionais, julgue os itens subseqüen­
tes: As legislações complementares asseguram aos defensores públicos o
direito ao porte de arma. Em relação aos defensores públicos federais, após
sua aprovação no estágio probatório, a concessão do porte de arma é de âm­
bito nacional, mediante ato do defensor público geral. O porte de arma dos
defensores públicos estaduais fica restrito à circunscrição do estado-mem­
bro, e é conferido no ato da posse, com a expedição da carteira funcional, por
decisão do defensor público geral/'
O item está incorreto. O conhecimento da LC n- 80/1994 é suficiente para
responder a questão, porque se faz menção à existência de permissão de
porte de arma na legislação federal, o que já torna o item incorreto.

15. Garantias X prerrogativas: é importante distinguir adequadamente as


garantias do defensor público de suas prerrogativas. As garantias são a
salvaguarda da atuação plena do defensor público, livre de ingerências ou
pressões externas. Por sua vez, as prerrogativas são instrumentos jurídicos
que possibilitam a defesa plena dos direitos dos assistidos; estão ligadas à
sua atuação cotidiana, às suas necessidades mais diretas para bem cum­
prir seu trabalho.
-> Aplicação em concurso:
• DP/MA -2 0 0 9 - F C C
São prerrogativas do Defensor Público:
A) a independência funcional no desempenho de suas atribuições e o uso de
vestes talares e insígnias privativas da Defensoria Pública.

188
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

B) a estabilidade no cargo, desde a sua posse, e possuir carteira funcional expe­


dida pela instituição, váiida como cédula de identidade, e porte de arma.
C) receber intimação pessoa! das decisões judiciais, manifestar-se nos autos por
meio de cotas e dispor de todos os prazos em dobro.
D) ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e membros do Minis­
tério Público e ter o reajuste de seus vencimentos no mesmo percentual e
periodicidade concedidos a esses titulares de cargos das funções essenciais à
Justiça
E) inamovibilidade, salvo se apenado com remoção compulsória, e dispor de
instalações condignas com o seu cargo, de preferência no prédio do Fórum,
das quais não poderá ser desalojado, sem a anuência prévia do Defensor
Público Geral.
Gabarito: letra C. Observação: a questão fo i elaborada antes da LC n?
1 3 2 /2 0 0 9 por isso a letra "C" não faz menção à intimação pessoal com
entrega dos autos.

I - resid ir na localidade onde exercem súàs funções, ná' form a do que

II.~ desempenhar cóm zelo e presteza, dentro dos prazos, ós serviços a


seu cargo e ós que, na form a da lei, lhes sejam atribuídos pelo Defensor

lií - r e ü r e s e n t a r a o u e t e n s o r J tn iD iic o -u e r a i s o o r e a s í r r e s u ia n a a a e s a e
A

. soria P ública do Estado, quando solicitadas; .: - ..


V - atender áo expediente forense e participar dos atos ju d icia is, quando
for obrigatória a sua presença; :
V I ^ declarar-se suspeito ou im pedido, nos termos da lei;
V II - interpor ós recursos
e prom over revisão crim ih;
ju risp ru d ên cia oú prova dós autos, remetendo cópia à Çorregedoria-

189
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

1. Residência na localidade onde exerce suas funções: o inciso 1 do artigo


129 determina como dever do defensor público a necessidade de residir
na localidade onde exerce suas funções, cabendo à lei estadual disciplinar
a matéria.
-> Aplicação em concurso:
* DP/RN -2006.
"Os defensores públicos:
D) devem residir na localidade na qual exercerão suas funções."
O item está correto.

o DP/AL - 2009 - CESPE.


"Ao contrário dos membros da magistratura, os DPs não estão obrigados a
residir na localidade onde exercem suas funções"
O item está incorreto.

2. Expediente forense e participação em atos judiciais: o artigo 129 elenca


deveres referentes ao exercício da função de defensor público. O defen­
sor público deve atender ao expediente forense e participar dos atos
judiciais, quando for obrigatória sua presença, conforme esclarece o in­
ciso V.
-> Aplicação em concurso:
* DP-SP - 2007 - FCC.
"Não é dever do defensor público:
A) comparecer, em horário normal de expediente, ao locai onde exerce suas
funções;
D) participar dos atos judiciais, quando necessária a sua presença."
O item "A" está correto; por isso, não deve ser assinalado. O item "D" está
incorreto; por isso, deve ser assinalado .

* DP-ES - 2009 - CESPE.


"Entre os deveres do defensor público incluem-se: residir na localidade
onde exerce suas funções; desempenhar, com zelo e presteza, os serviços
a seu cargo; atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais,
quando for obrigatória a sua presença; manter conduta irrepreensível em
sua vida pública e particular; declarar-se suspeito ou impedido, nos termos
da lei." _ ...
O item está correto. A "conduta irrepreensível em sua vida pública e parti­
cular" está prevista na LC estadual ns 55/94, no art. 41, inciso IX.

190
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

v Ái% ;130yÀlém dakproi^ Çargó púbiico,


;. áGs membrps da D efénsona P úbliçâ dÒ s;'Est^ •v./- ■.". :
1 “ exercer: a advocacia fora das atri^^ ':.. ' ' í (
' II —réquérer, advógaiy oà pratíc^vem 4 u f ^ de ;;;
" ; - qualquer form a colidam còm as:funções /m e rè n tè ^ ^ :; ■ í
y.y^pEêqeífes^■etiçp&^elsSa^zeSi^^^ 7;--;' '■;■
' I I I - receber, a qualquer título;e: so b .q u M q ü é^
•. centagéns ou custas processuais, ;em rà z ã p /^ :V
■- j y i ii-■;exercer o com ércio Ôü participai; dé-’éqcièdádé::;cóitíércial, •exceto, •

, V - exercer atividade ~poÍíticorp^d^a,yènqp^


.•-.: Eleitoral. ••'.. .• • /• .- • \ -. - f - v •\ ; • • '-':"-Vv

Vedação ao exercício fora das atribuições funcionais - posição do STF:


é proibido ao Defensor Público exercer advocacia privada. O cargo exige
dedicação exclusiva do membro da Defensoria Pública - ressalvadas, na­
turalmente, as hipóteses de cumulação com cargo de professor, previstas
constitucionalmente {art. 37, inc. XVi). A exigência consta expressamente
do texto constitucional, no parágrafo primeiro do artigo 134.
Acerca do assunto, o Supremo Tribunal Federal se manifestou da seguinte
forma.
Informativo n^ 424
Defensores Públicos e Exercício da Advocacia
ADI - 3043
Por entender caracterizada a ofensa ao art. 134 da CF, que veda aos
membros da Defensoria Púbiica o desempenho de atividades próprias
da advocacia privada, o Tribunal julgou procedente pedido formulado em
ação direta proposta pelo Procurador-Geral da República para declarar a
inconstitucionalidade do art. 137 da Lei Complementar 65/2003, do Es­
tado de Minas Gerais, que permite que os defensores públicos exerçam
a advocacia fora de suas atribuições institucionais até que sejam fixados
os subsídios dos membros da carreira. Afastou-se, ainda, o argumento de
se inferir, da interpretação sistemática do art. 134 c/c o art. 135 e o § 4a
do art. 39, da CF, que o exercício da advocacia pelos defensores públicos
estaria proibido apenas após fixação dos respectivos subsídios, visto que
tal assertiva conduziria à conclusão de que a vedação trazida pelo art. 134,

191
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

texto normativo constitucional originário, teria sido relativizada com a EC


19/98, que introduziu o art. 135 e o § 42 do art. 39. Asseverou-se, ainda, a
vigência da Lei Complementar 80/94 —que organiza a Defensoria Púbiica
da União, do DF e dos Territórios e prescreve normas gerais para sua or­
ganização nos Estados-membros ~ que também prevê a aludida vedação.
ADI 3043/MG, rei. Min. Eros Grau, 26.4.2006. (ADI-3043)

Aplicação em concurso:
• DP/MG —2006 - Fundep,
"Sobre a legislação que disciplina a Defensoria Pública de Minas Gerais, é
incorreto afirmar que:
C) O Defensor Público não pode exercer advocacia alheia às suas atribuições
institucionais."
O item está correto; por isso, não deve ser assinalado . Embora a questão se
refira à legislação da Defensoria Pública dé Minas Gerais, o conhecimento
das prerrogativas previstas na LC 80/94 é suficiente para encontrar a res­
posta correta, na medida em que a Lei estadual não poderia reduzir o rol de
garantias já constantes da Lei Orgânica Nacional.

*> D P / S P -2006-F C C .
"Aos defensores públicos é vedado: e) exercer a advocacia fora das suas atri­
buições institucionais."
O item está correto; por isso, deve ser assinalado.

• DP/RN-2006.
"Os defensores públicos:
A) podem exercer a advocacia fora das atribuições institucionais, mas não po­
dem receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percen­
tagens ou custas processuais em razão de suas atribuições "
O item está incorreto.

• D P/M S- 2008 -VUNESP.


"Aos membros da Defensoria Pública é vedado
A) exercer a advocacia fora das atribuições institucionais, exceto na hipótese
em que seja parte
O item está incorreto.

2. Participação em sociedade empresária: o defensor público pode ser cotista


ou acionista de pessoa jurídica. Quanto a Isso, não há óbice, pois se trata de
uma forma de investimento de seu capitai, tal como imóveis, caderneta de
poupança ou títulos do tesouro direto. O que lhe é vedado é o exercício das
funções de gerência e direção/conforme previsão do artigo 130, inciso IV.

192
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

-> Aplicação em concurso:


• DP/CE -2007/2008 -CESPE.
"O defensor público é proibido de ser acionista de sociedade comercial."
O item está incorreto.

• DP/MS ~ 2008 - VUNESP.


"Aos- membros da Defensoria Pública é vedado:
B) exercer o comércio ou participar de sociedade comercial/ inclusive como
quotista ou acionista."
O item está incorreto.

3. Atividade político-partidaria: artigo 130, inciso V. È possível ao defensor


público exercer atividade político-partidária, salvo quando estiver em atu­
ação junto à justiça Eleitoral.
-> Aplicação em concurso:
• DP/RN -2006.
"Os defensores públicos:
B) estão proibidos, em razão de suas funções institucionais, de exercer ativida­
de político-partidaria ."
O item está incorreto.

« DP/CE-20 0 7 /2 0 0 8 -CESPE.
"A vedação de defensor público exercer atividade político-partidaria somen­
te existe enquanto ele atuar junto à justiça eleitoral."
O item está correto.

DP/MS - 2008 - VUNESP.


"Aos membros da Defensoria Pública é vedado:
D) exercer, em qualquer hipótese, atividade político-partidária."
O item está incorreto.

Seção 111
Dos Impedimentos

193
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

II - em que haja atuado como representante da parte, perito, Juiz, mem­


bro do M inistério Público, Autoridade P o licial,E scriya Q d e Polícia^ Au-...
■ • x ilia r de Justiça ou prèstedo depoimentá.cÓmq ;■ ;.V ; . .
I I I - em que foi* intéíèssàdp 'cônjuge oü com panheiro, parénte cònsangüí-
neo ou áfim ém linha retápu colàteràl} áté ò .terceiro graü;.- '■

" IV — no qüàl haja postúladoí como ádvógado: de; qu das pessoas y


; mencipnadas no:inciso an teriò j% \t^ v\vW;'-Y-y •'
V - é m ”qüe qualquer iíàs -pe^^ -/-y ;
haja funcionado como Magistrado, ineinbro do Ministério púbiico, Auto-
. ridade PolicÍal, 'Escrivão de Polícia oú Auxiliar dè Justiça; : . :. •;
' V I- e m qíie houver dado àparté contrária parecer verbal ou escrito sobre ; :
.o olyeto da demanda;;. ^:.y y V ;y ; \,v r ^: .V-.y • '
V H — em outras hipóteses previstas èm le i. ^y y:-y’;y r ,:y y . : > ■ 'r .: X -
À rt. 132. Os. mèrnbròs da D efensoria P^úbliça dò Estado não podem par- .
ticipar de com issão, banca de concurso, .oü dé qualquer decisão, quando "..:;K y
. o julgam ento ou votação disser respeito á seu cônjuge ou companheiro,
ou parente consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro V

1. Impedimentos: para possibilitar sua atuação com independência e lisura,


o defensor público não pode ter tido contato prévio com o litígio em que
atuará. Daí a existência de impedimentos, hipóteses que afastam a atua­
ção do defensor público, previstos no artigo 131.
Apücação em concurso:
• DP/MG - 2006 —Fundep.
"É CORRETO afirmar que é permitido ao membro da Defensoria Pública do
Estado exercer suas funções em processo ou procedimento.
A) Em que haja atuado como representante da parte, perito, Juiz, membro do
Ministério Público, Autoridade Policiai, Escrivão de Polícia, Auxiliar de Justiça,
ou tenha prestado depoimento como testemunha.
B) Em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou escrito sobre o ob­
jeto da demanda.
C) Em que seja parte ou, de qualquer forma, interessado.
D) Em que haja postulado como advogado de parente afim em linha colateral de
terceiro grau."
Os itens estão incorretos.

194
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e ir o d e 1 9 9 4

• DP/AC - 2006 - CESPE.


"Não é defeso ao membro da defensoria pública do estado exercer suas fun­
ções em processo ou procedimento, no qual haja dado à parte contrária pa­
recer verbal sobre o objeto da demanda."
O item está incorreto.

• DP/RN ~ 2006.
"Os defensores públicos:

C) não podem exercer suas funções em processos nos quais for interessado
cônjuge ou companheiro, parente consangüíneo ou afim em linha reta ou
colateral, até o segundo grau."
O item está incorreto.

* D P/M S- 2008-VUNESP.
"É defeso ao membro da Defensoria Pública exercer suas funções em proces­
so ou procedimento
A) em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou escrito sobre o ob­
jeto da demanda.
B) no qual haja postulado como representante particular de cônjuge de uma
das partes.
C} em que tenha relação de amizade pessoal com o magistrado, membro do Mi­
nistério Público, autoridade policial, escrivão de polícia ou auxiliar de justiça
ligados ao processo.
D) em que for interessado cônjuge ou convivente, parente consangüíneo ou
afim, em linha reta ou colateral, até o quarto grau."
Gabarito: letra A.

* DP/AL- 2 0 0 9 -CESPE.
"O DP não pode exercer suas funções em processo no qual tiver emitido à
parte contrária parecer verbal sobre o objeto da demanda."
O item está correto.

^ . ' r v . . - - - í i ' . ■;!v ..' . / • /.

y .dosL^ •
■ 1 -.cò^eíçãQ .òrdinám^ aiaualméhte^
Y.:pòi7seus a ^ ü i^ e ^ - p^a}verificar a:ré^ ía n d á d é é;eficiência dos ser-, ;

195
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

40 y.;y/ 3X^ còrréiçãò .extiáç^iím ri ireaH ia d £ p p lò ^ Q ^ ||^ ^


. • /. :'.aiixiíiáres, para verificar a-re gu lim ^d èb ^cp ^ •"•.••••'••

:: ferisp^PúbliçQ-Geràlré^

:?- >í: V§ 2o Qualquer pessoà põde


. ; . sos, en:os ou omússõeis dos.m^ dâ/Defénsòrià1Pública'dos ^ :}\; , ;
v;V^ i K A r t . A i i l ç i
' •. V '••.rèspectiyas 'sàn'çÕés,;p.jroçèdihientos;çàbÍYèis;è;praèps:p
; ; '>^v§7^1/^ ^^ ^
ses; qüe.estabelecer,'è'sémpre que'a fáltapráticâdá^pelá sua gravidade/ef. : ;
’. ',;••_.•repércussãçf,.fe m á r incòmpátívél a pèrjiiariênciá dò ífaltoso nó órgão de . .
:;a^ãção^de^süa:
' . v§ 2o Caberá ao aplicar as; penalidades previstas . :
••• ; erri lei, éxcéto iiò- caso de démissãP e càssaçâõ' de aposêntadoHa, etó que ;
: ;.J.:'.': será competente para aplicá-las o Govemàdor do Estado.. ; : .4 ::
■A;\§ 3 °'N e^um á:penaiidadè;seràj^
sendo obrigatório o inquérito .admmistfaÜvb nbs òasos de aplicação dé
' '■■'■■. •'. rempção córapiüsprià.;/\V:A:
-^ • "
A rt. 135. A iei estadual preverá á revisão disciplinar,:estabelecendo as y
í - - hipóteses de cabimento è ás pessoas habilitadas a requerê-la. ' • ;
Parágrafo único. Procedente a revisão, será tornadp sem efeito o áto pu­
nitivo ou aplicada a penalidade adequada, restabelecerido-se os direitos
atingidos pela punição, na sua plenitude: ; .; : ,

1. Representação contra defensor público: a Defensoria Pública presta


o serviço de assistência jurídica à população carente, de modo que o
assistido deve ser visto ta! qual um ciiente que paga honorários a um
escritório de advocacia —ou seja, alguém que o defensor público deve
tratar com respeito e atenção. O defensor público não exerce suas fun­
ções gratuitamente, nem o cidadão hipossuficiente busca o atendimento
da Defensoria Pública sem razão. A remuneração do defensor público
decorre da arrecadação tributária do Estado, para a qual até o hipos­
suficiente contribui. Assim, em última análise, o hipossuficiente é um
dós responsáveis pela remuneração do profissional que lhe atende na
Defensoria Pública.
Para além dos problemas financeiros por que já passa, o assistido que vai
ao núcleo de atendimento está com algum problema jurídico, acerca do
qual não tem conhecimento técnico algum.

196
L ei c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

Por tudo isso, deve ser tratado com zelo e dignidade.


E o desrespeito a esse direito pode e deve ser levado ao conhecimento
da Corregedoria-Geral da Defensoria Pública —não só pelo assistido, mas
por qualquer pessoa que tome conhecimento de abusos cometidos pelo
defensor púbiico, nos termos do art. 133, § 22,
Aplicação em concurso:
• DP/AC -2 0 0 6 -CESPE. ■ ■
"Qualquer pessoa pode representar, perante o órgão competente, contra os
abusos cometidos por defensor público"
O item está correto.

2. Aplicação da pena de demissão: o Defensor Público-Geral não tem pode­


res para aplicara pena de demissão do defensor público. O § 22 do artigo
134 estabelece que compete ao Defensor Público-Geral aplicar as penali­
dades, exceto a demissão, cuja competência é exclusiva do Governador
do Estado.
Aplicação em concurso:
DP/MA ~ 2009 - FCC.
"Ao Defensor Púbiico Geral do Estado, NÃO cabe
A) nomear o Defensor Público aprovado em concurso e aplicar pena de demis­
são ao Defensor Público que violar proibição íegal.
B) dar posse ao Defensor Público aprovado em concurso e promovê-io por anti­
guidade, ou merecimento, na forma da tei.
C) integrar o Conselho Superior da Defensoria Pública.
D) descentralizar, através de convênios, a execução de serviços que íhe compe­
tem.
E) tornar sem efeito, em circunstância aiguma, ato punitivo de Defensor Públi­
co, ou penalidade a ele aplicada." -
Gabarito: tetra A.

• DP/MG - 2009 - FUMARC.


"Sobre a responsabilidade funcional dos membros da Defensoria Púbiica,
pode-se afirmar que:
A) A apuração da responsabilidade dar-se-á por meio de procedimento deter­
minado pelo Defensor Público Gerai, cabendo a este decidir sobre a penali­
dade em todos os casos "
O item está incorreto.

197
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

3. Garantia da ampla defesa: o § 35 do artigo 134 determina que a aplicação


de penalidade ao defensor público demanda a garantia da ampla defesa
e, no caso de remoção compulsória, é obrigatório o inquérito adminis­
trativo. O dispositivo está em consonância com o artigo 59, inciso LV, da
Constituição da República, que garante o contraditório e a ampia defesa
em processos judiciais e administrativos.
Aplicação em concurso:
* DP/MG - 2009 - FUMAHC.
"Sobre a responsabilidade funcional dos membros da Defensoria Pública,
pode-se afirmar que:
B) Nenhuma penalidade será aplicada sem que se garanta o contraditório e a
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, podendo ser através
de instauração de sindicância ou processo administrativo-disciplinar"
O item está incorreto.

4. Infração disciplinar: a punição das infrações cometidas pelos defensores


públicos são punidas e apuradas no âmbito interno institucional - ressal­
vada, naturalmente, a apreciação pelo Poder Judiciário. Outros órgãos do
Poder Executivo não têm atribuição, constitucional ou legal, para proces­
sar e julgar faltas funcionais dos defensores públicos.
Aplicação em concurso:
* DP/MG-2009-FUMARC:
"Sobre os aspectos principíológicos afetos à Defensoria Pública, assinale a
alternativa INCORRETA:
D) O defensor público, no desempenho de sua função, deve atender a todos os
princípios administrativos, principalmente os da moralidade, eficiência e im­
pessoalidade, podendo responder, caso transgrida alguns desses princípios,
a processo administrativo-disciplinar instaurado também pela Procuradoria
Geral do Estado."
O item está incorreto>por isso deve ser assinalado.

■ C. 'V Y y . y': • ;;

A rt. 136.;Os Dèfeiiisorps^Pübiicos Federais, bem cpíno ós ido Distrito Fei- v.


der^, estão sujeitos ao reginiejim dicó desta Léi Góm^plementar^ gozam /
- de independência no exercício de ^ á s funções, apiicaridófsé-lhesysúbsi- /
diariamente, o instituído pela Lei n° 8 .11 2 , de 11 dé dezembro de 1990.:
(Redação dada peía Lei Çomplementar nto 132, de 2009). : ” . ; - ,

198
L e i c o m p le m e n ta r n ° 8 0 , d e 12 d e ja n e iro d e 1 9 9 4

•instalação ;dà;'Áséeíj^^ direito


;de opção pela carreira;;garantida:a :m ^ ip y i 0 i p d a ^ o exerci-.
cio da advocacia forá dàs atribuições é o ^ ..
'Pàrághüio ^ ^ ^"

;r^Òriã;í;É:^ÉçiãLâàíMàr

§ Io Os .cargos a ;^uevsèirefere: e s t è ^ Quadro ‘


Permanente ;da:pefénsÒria.'Púbtó ■
:> Í È r - o í p à s - : ;
sam a dènominai^sè DéféhèÕr-Púfeiicò::^ >:
•" .V.O:, • ;'X
II - os cárgbs;de A dvogado d è ;O f í ç i ^ deno-
/ minar-sè D efensor :'Pútoiç&ra^ ' Y--y
III - os ;cái^os vdé A d v o g a d o d a .
Marinha passam á-dénom m âfes^ Ca-

§ 2o Os cargos de D efeiisor Público cujòs^o^^ pela car­


reira àão .trahsfojmados/èm cargos,integrantesVdo
da Defensoria P úb lica;dá União,irespert^ existentes
entre eles, de conform idade còm o disposto na .Lei. n®, de 18 de
outubro. de 1985,; que. rèestruturbu erri carreira á D efensoria de O ficio
da Justiça Militar Federal:\ '.•// ' '' • Y .'_.••>: v''';v . :'C’- ' / .'• ' . Y-X
§ 3o São estendidos aos in k iv o s os.benéfíçiòs é vantagens decorrentes
dá transformação dos cargos previstos nesta Lei; Complementar, nos
termos da Constituição Federal, art. 40, § 4 V V ' '
§ 4o Ò disposto neste artigo som ente surtirá efeitos financeiros a partir
da vigência da lei a que se refere o parágrafo único do art. 146, obser­
vada a existência de prévia dotação orçamentária. . . . v
A rt. 139. É assegurado aos ocupantes de cargos, efetivos de assistente
jurídico, lotados no Centro de. A ssistência Judiciária da Procuradoria-
Geral do Distrito Federal, o ingresso, mediante opção, na carreira da
D efensoria Pública do Distrito Federal e doé Teixitórios. ; .
Parágrafo único. Serão estendidois 'aos-inativos em situação idêntica os
benefícios é vantagens previstos nesta L e i Complementar. ' . . X . .

199
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

A rtv 140. Os òoriçursós públicos paia


formados, em çárgos do puaàrp/.Petóanente rija -Defensoria' Pública dá
União, .cujopVãzQ-deSyalidáde^
:vados;.obedecida :áordem^
existentes nò Quadro Pérmáriénté cià;:^

;Árt.;::142'.rÕs-Estàdpii:;a^

,Art^l43yA Com m ãó;^

tií óç^ojér^ o igxês J ^


apoio administrativo, qu£:s è í ã ^
postp dé:cargos ;<íup;;á tend^'ms\pècúiiáridàdes è::as\
administração e. das atividàdés íünciònais da Instituição: i:-/ l: •
A rty i4 5 . Á s .Defensorias Públicas dá: União, :do:Distrito Federal e dos
Ten^itóriosi \é dos Estados adotarão providências no sentido de selecio­
nar, como éstágiárips^ps.ácadêmicòsdéRDireito.(júé,:còmprbvadámen-
te,- estejam matriculados nos quatro útó de cursos manti-;
dos por estabelecimentos dé;eiísino oficialmente
§ 1° Ós estàgiáriós sèrão/designàdos pelo DefensorjPúblicò-Gerai, pelo
período de uni ano, podendo, este pr^p sér.proirógadó, por igual perí-.

§ 2o.Òs estagiários poderão ser dispeósádòs do estágio, antes de depor-


ridó o prázode sua duração, nas seguintes hipóteses: .; - ."•.
a)apedido; Y' - Y/ V V".•':... />;. :-T; V':'
b) pòr prática; de. áto que justifique seu desligamento; ^ : - .. /: •• ■;
§ 3o. O tempo de .estágio será epnsiderádo serviço púbiipó relevante é;
como prática forènse.::-'' ^ ./-;:v ; . V ' '••.• ••''•
À rt. 146. Os preceitos desta Lei Complementar.apíicàm-sé imediata-,
merite aos membros da Defensoria. de. Ofíci.Oi.dá'Jüstiçà -Militar, que
continuarão.-subordinados/ administíatiyaraente, áó;Siiperipr TnbüháI .
Militar, até. á nomeação e posse dó Defensor Públi.cp-Gèral.da U nião.:
L e i c o m p l e m e n t a r n ° 8 0 , d e 12 d e j a n e i r o d e 1 9 9 4

C o m p le m e jn tá r, o ;.;
iyoénv|árap^é^:áç;; ■
. o Q u a d ro P érm a - .
>P is tr itQ F e d e ra l
. seu; # S iS ? liS ^
A r t . 1 4 7 . F ic a m c ria d o s o s ç á rg ° sp;e c ia l, d e D e fe n s o r
; ^ P^übHcoffeirai ^<é\ie|:S . D e fe n s o r
•e :d o s :
:.''. T e rritó rio s . ( V id e L e i C o n ip ie m è i
' ••*•''••• ' * • • • • • • V. :> ;;;.; : V -
£ ;. V. A r t . .1 48 . E s ta L ç i C o m p le m e n ta r; le s ú a p u b li-

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^ '• /•;/ ;:- ■/ -:-.ÁÍ3°,âama&

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.W y ^ i í ^ - K \■ :Mauncia Çptrea ;,y Y; i:.: ;; ; •y .;;.-.• •,
ANEXOI
I n f o r m a t iv o s d o STF r e l a c io n a d o s à
D e f e n s o r ia P ú b l ic a

Ao pesquisar o tema Defensoria Pública na jurisprudência do Supremo Tri­


bunal Federal, encontramos assuntos relacionados à Instituição, mas que
não se conectavam diretamente com a Lei Complementar 80/94.
Daí nos parecer interessante inserir, na forma de anexo, algumas notícias
de informativos que tratam da Instituição. Incluímos também informativos
antigos de entendimentos que restaram modificados Dessa forma, o fei­
tor terá a oportunidade de acompanhar a evolução do entèndimento do
Supremo Tribunal Federal acerca da Defensoria Pública.
1. Concurso Público —Defensoria Pública de Minas Gerais
Informativo n^ 484
AD! e Princípio do Concurso Público - 3
ADI - 3819
O Min. Eros Grau, relator, tendo em conta o tempo de vigência da Lei
Complementar 65/2003 e o fato de a Defensoria Pública no Estado de
Minas Gerais atuar de modo precário, com base no que disposto no art.
27 da Lei 9.868/99, propôs, a fim de evitar prejuízos de ordem social
decorrentes da declaração de inconstitucionalidade com efeitos ex tunc,
a modulação dos efeitos dessa declaração, para que a decisão venha a
produzir efeitos 2 anos após seu trânsito em julgado, tempo que reputou
hábil à reorganização da Defensoria Pública do referido Estado-membro.
Quanto à modulação dos efeitos, após debates e votos, o relator indicou
adiamento, para que a decisão fosse tomada com a totalidade dos Mi­
nistros. ADI 3819/MG, rei. Min. Eros Grau, 17.10.2007. (ADi-3819)

Informativo n2 485
ADI e Princípio do Concurso Público - 5
A D I-3819
Por entender caracterizada a ofensa ao princípio do concurso público
(CF, artigos 37, II e 134, § l^}, bem como ao art. 37, Xill, da CF, que veda
a equiparação ou vinculação de quaisquer espécies remuneratórias para
o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, o Tribunal, por
maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta para de­
clarar a inconstitucionalidade do art. 140, caput, parágrafo único, e do
art. 141, ambos da Lei Complementar 65/2003; do art. 55, caput, pa­

203
G u íl h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

rágrafo único, da Lei 15.788/2005; e do art. 135, caput e § 25, da Lei


15.961/2005, todas do Estado de Minas Gerais, que dispõem sobre a
forma de investidura e provimento de cargos da carreira de Defensor Pú­
biico e a remuneração de cargos - v. informativos 462 e 484. Vencidos,
em parte, os Ministros Marco Auréiio e Gilmar Mendes, que, por reputar
as leis impugnadas harmônicas com o disposto no art. 41, § 32, da CF
("Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
púbiico. ... § 3a Extinto o cargo,ou declarada a sua desnecessidade, o
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor­
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em ou­
tro cargo"), julgavam o pedido improcedente. O Tribunal, também por
maioria, nos termos do disposto no art. 27 da Lei 9.868/99, decidiu que
a declaração terá eficácia a partir de 6 meses, a contar da data da de­
cisão tomada, prazo que considerou razoável para a reorganização da
Defensoria Pública do referido Estado-membro, asseverando ser ínsita
à utilização da técnica da modulação a expectativa de que o Chefe do
Poder Executivo, nesse período, adote as providências administrativas
necessárias ao provimento de cargos relativamente aos aprovados em
concursos públicos. Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio que fixava
o prazo de 24 meses para esta eficácia. Os Ministros Eros Grau, relator,
e Gilmar Mendes reajustaram seus votos. ADI 3819/MG, rel. Min. Eros
Grau, 24.10.2007. (ADI-3819)
2. Concurso público e Defensoria Pública do Amapá
Informativo n2 363
ADI. Assistente Jurídico. Defensoria Pública. Concurso Público
O Tribunal julgou procedente pedido de ação direta de inconstitucio­
nalidade ajuizada pelo Governador do Estado do Amapá contra o art.
29 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição estadual ("Art.
29. Os assistentes jurídicos pertencentes ao quadro do extinto Territó­
rio Federal do Amapá, sob a subordinação da Procuradoria-Geral e da
Defensoria Pública do Estado, que optarem pelo quadro de servidores
estaduais, serão denominados Procuradores ou Defensores Públicos do
Estado, assegurado o direito de integrar os respectivos quadros de car­
reira") e contra os artigos 85, 86 e 87 da Let* Complementar estadual
8/94 ("Art. 85 - Na forma do disposto no art. 29 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado do Amapá, os As­
sistentes Jurídicos, pertencentes ao Quadro do extinto Território Federal
do Amapá, e que à data,da promulgação da Constituição do Estado do
Amapá estavam em efetivo exercício na Defensoria Pública do Estado,
poderão, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a partir da Publicação des­
ta Lei Complementar, fazer opção peio QuáÜro de Defensores Públicos
do Estado do Amapá, no cargo efetivo de Defensor-Público do Estado de

204
I n f o r m a t iv o s d o S T F r e l a c io n a d o s à D e f e n s o r ia P ú b l ic a

Categoria Especial. Art. 86 —É assegurado aos ocupantes de cargos efe­


tivos de Assistentes Jurídicos, lotados na Defensoria Pública do Estado,
o ingresso, mediante opção, na carreira de Defensor-Público do Estado
de Categoria, no prazo previsto no artigo anterior. Art. 87 - Enquanto
não preenchidos os cargos de Carreira da Defensoria Pública do Estado,
o Defensor-Público Geral, as Chefias dè Defensorias, Núcleos Regionais
e da Corregedoria serão exercidas pelos Assistentes Jurídicos, com direi­
tos e vantagens previstos nos artigos 59 e 64 desta Lei"). O requerente
alegava ofensa aos artigos 5S, caput; 37, caput, il e V, da CF. Declarou-se
a inconstitucionalidade dos dispositivos impugnados por se considerar
que os mesmos violavam o princípio do concurso público (CF, art. 37,
il: "a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acor­
do com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão de­
clarado em lei de livre nomeação e exoneração;"), assegurando-se, no
entanto, os direitos provenientes do art. 22 do ADCT da CF/88 ("Art. 22.
É assegurado aos defensores públicos investidos na função até a data de
instalação da Assembléia Nacional Constituinte o direito de opção pela
carreira, com a observância das garantias e vedações previstas no art.
134, parágrafo único, da Constituição"). ADI 1267/AP, Min. Eros Grau,
30.9.2004. (A D I-1267)

3. Criação da Defensoria Pública de São Paulo - opção pelo cargo


Informativo n2 486
Procuradores Estaduais e Opção peio Cargo de Defensor Público
ADI - 3720
O Tribunal julgou improcedente pedido formulado em ação direta ajui­
zada pelo Procurador-Geral da República para declarar a inconstitucio­
nalidade do art. 11 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição
do Estado de São Paulo e do caput, incisos e § 32 do art. 32 e do § l 2
do art. 42 das Disposições Transitórias da Lei Complementar 988/2006,
do mesmo Estado-membro, que facultam aos Procuradores estaduais,
no prazo de 60 dias da promulgação da Lei Orgânica da Defensoria Pú­
blica, optarem pela permanência no quadro da Procuradoria-Geral do
referido Estado-membro, ou na carreira de Defensor Público, garantidas
as vantagens, os níveis e as proibições. Entendeu-se que as normas im­
pugnadas seriam harmônicas com a Constituição Federal, haja vista que
os Procuradores do Estado de São Paulo, aos quais viabilizada a opção
pela carreira de Defensor Público, teriam ingressado na Administração
Pública mediante concurso de provas e títulos. Além disso, asseverou-se
que a Lei Complementar estadual 478/86 teria previsto as atribuições
próprias ao cargo de Procurador do Estado, estabelecendo a divisão da

205
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Procuradoria em três áreas de atuação: o Contencioso Geral, a Consul­


toria Geral e a Assistência Judiciária. Assim, os candidatos ao cargo de
Procurador estadual, aos quais facultada a opção, teriam feito concurso
para prestar serviços nessas diversas áreas, entre ei as a de prestar assis­
tência judiciária aos menos favorecidos. Tendo isso em conta, ressaltog-
se que .o Supremo, da mesma.forma como admitira a junção de carreiras
(ADI 1591/RS, DJU de 30.6.2000), haveria de admitir situação inversa,
em que observada simplesmente a cisão de carreira que se mostrava
única e que, até o surgimento .da Defensoria Pública, viera a ser preser­
vada quanto ao Contencioso Geral e à Consultoria Geral ADI 3720/SP,
rel. Min. Marco Aurélio, 31.10.2007. (ADi-3720)

4. Escritório modelo de faculdade e prazo em dobro em São Paulo


Informativo n2 115
Advogado Dativo e Defensor Público
O art. 52, § 5e da Lei 1.060/50, com a redação dada pela Lei 7.871/S9
("Nos Estados onde a Assistência Judiciária seja organizada e por eles
mantida, o defensor público, ou quem exerça cargo equivalente, será
intimado pessoalmente de todos os atos do processo, em ambas as ins­
tâncias, contando-se-lhes em dobro todos os prazos/'} é prerrogativa
exclusiva da defensoria pública oficial, não podendo ser estendido a ou­
tras entidades de assistência jurídica gratuita. Com esse entendimento,
a Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus em que se pretendia a
aplicação da referida norma relativamente aos advogados do Departa­
mento Jurídico XI de Agosto da Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo, com a conseqüente nulidade do trânsito em julgado do
acórdão condenatório do paciente pela falta de intimação pessoal da
defesa. Vencido o Min. limar Galvão, relator, que deferia a ordem por
entender que a mencionada entidade, conveniada com a Procurado­
ria de Assistência Judiciária do Estado de São Paulo, enquadra-se na
expressão "cargo equivalente" contida no mencionado dispositivo. HC
75.707-SP, rel. originário Min. limar Galvão, red. p/ acórdão Min. Octavío
Gallotti, 16.6.98.

5. Fundo de aparelhamento da Defensoria Pública do Rio de Janeiro


Informativo n®447
Destinação de Taxa a Fundo
ADI - 3643
O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em
ação direta de inconstitucionalidade proposta pela Associação dos No-
tários e Registradores do Brasil - ANOREG contra o inciso III do art. 42
da Lei fluminense 4.664/2005, que destina 5% (cinco por cento) das re­
ceitas incidentes sobre o recolhimento de custas e emolumentos extra­

206
In f o rm a tiv o s d o STF r e l a c i o n a d o s à D e fe n s o ria P ú b lic a

judiciais ao Fundo Especial da Defensoria Pública do Estado do Rio de


Janeiro —FUNDPERJ. Entendeu-se não haver violação ao art. 167, IV, da
CF, ao fundamento de não se tratar de imposto, mas de taxa, gerada em
razão do exercício do poder de polícia que assiste aos Estados-membros,
mediante atuação pelos órgãos diretivos do Poder Judiciário, no plano
da vigilância, orientação e eorreição dá atividade notarial e de registro
{CF, art. 236, § l 9). Afastou-àé, de igual modo, a alegação de usurpação
da competência da União para editar normas gerais sobre a fixação de
emolumentos (CF, art. 236, § 22}, tendo em conta ser tal competência
para dispor sobre as relações jurídicas êritre o delegatário da serventia
e o público usuário em geral. Asseverou-se, ademais, não haver impe­
dimento quanto à destinação da taxa ao FUNDPERJ, já que vinculada à
estrutura e ao funcionamento de órgão estatal essencial à função juris-
dicional (CF, art. 134), que efetiva o valor da universalização da justiça
(CF, art. 5fi, XXXV). Vencido o Min. Marco Aurélio que julgava o pedido
procedente, por considerar ter havido ofensa ao art. 236, § 22, da CF,
ressaltando o que disposto no art. 28 da Lei federal 8.935/94, bem como
não se estar diante de taxa, ante a inexistência de elo entre o serviço
prestado peios cartórios, os emolumentos recolhidos para fazerem fren­
te a esse serviço, e a atuação da Defensoria Pública. ADI 3643/RJ, rel.
Min. Carlos Brítto, 8.11.2006. (ADI-3643)

6. Foro por prerrogativa de função para Defensoria Púbiica do Maranhão


Informativo n2 253
Prerrogativa de Foro e Constituição Estadual
ADI-2 55 3
Iniciado o julgamento de medida liminar em ação direta ajuizada pelo Par­
tido dos Trabalhadores - PT contra o inciso IV do art. 81 da Constituição do
Estado do Maranhão, na redação introduzida pela Emenda Constitucional
34/2001, que incluiu, na competência penal originária por prerrogativa
de função do Tribunal de Justiça estadual, os membros das Procuradorias
Gerais do Estado, da Assembléia Legislativa e da Defensoria Pública e os
Delegados de Polícia. O Min. Sepúlveda Pertence, relator, proferiu voto no
sentido de deferir em parte a liminar para, no inciso IV do art. 81 da Cons­
tituição do Estado do Maranhão, introduzido pela EC 34/2001, suspender
a eficácia da expressão "e os Delegados de Polícia", por entender que, à
primeira vista, a outorga aos delegados de foro por prerrogativa de função
subtrai do Ministério Público o controle externo da atividade policial (CF,
art. 129, VII), explicitando, também, que o foro privilegiado quanto aos
Procuradores-Gerais do Estado e da Assembléia Legislativa não alcança
os crimes dolosos contra a vida uma vez que a Constituição de Estado-
membro não pode excluir a competência constitucional do tribunal do júri
(CF, art. 52, XXXVIii, d). De outra parte, os Ministros Ellen Gracie, Maurício

207
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Corrêa, Carlos Velloso, Sydney Sanches e Moreira Alves votaram no sen­


tido de deferir a liminar para suspender a eficácia integrai da EC 34/2001
por entenderem caracterizada a aparente ofensa ao princípio da razoa-
bilidade. O Min. Carlos Velloso salientou que somente admite o foro por
prerrogativa de função na forma em que previsto na CF. De outro lado, os
Ministros Néri da Silveira e Marco Aurélio, tendo em vista o precedente
relativo ao julgamento de mérito da ADln 469-PB - no sentido de que as
constituições estaduais podem estabelecer foro privilegiado para outras
categorias além daquelas que a Constituição Federai já expressamente
prevê (v. Informativo 2 2 3 }-, votaram pelo deferimento parcial da liminar
apenas para explicitar que a prerrogativa decorrente da EC 34/2001 não
alcança os crimes dolosos contra a vida. Após, o julgamento foi adiado
para colher-se os votos dos Ministros ausentes. ADinMC 2.553-MA, rei.
Min. Sepúlveda Pertence, 6.12.2001.(ADI-2553}

Informativo n2 257
Prerrogativa de Foro: Modelo Federal
ADI-2553
Concluído o julgamento de medida liminar em ação direta ajuizada pelo
Partido dos Trabalhadores - PT contra o inciso IV do art. 81 da Constitui­
ção do Estado do Maranhão, na redação introduzida pela Emenda Cons­
titucional 34/2001, que incluiu, na competência penal originária por
prerrogativa de função do Tribunal de Justiça estadual, os membros das
Procuradorias Gerais do Estado, da Assembléia Legislativa e da Defen­
soria Pública e os Delegados de Polícia (v. Informativo 253}. O Tribunal,
por maioria, deferiu a liminar para suspender a eficácia integral da EC
34/2001 por aparente ofensa ao princípio da razoabilidade. Vencidos os
Ministros Néri da Silveira e Marco Aurélio que, tendo em vista o prece­
dente relativo ao julgamento de mérito da ADln 469-PB ~ no sentido de
que as constituições estaduais podem estabelecer foro privilegiado para
outras categorias além daquelas que a Constituição Federal já expressa­
mente prevê (v. Informativo 223} votaram pelo deferimento parcial
da liminar apenas para explicitar que a prerrogativa decorrente da EC
34/2001 não alcança os crimes dolosos contra a vida, e os Ministros Se­
púlveda Pertence, relator, e limar Galvão, que votaram no sentido de
deferir em parte a liminar para suspender a eficácia da expressão "e os
Delegados de Polícia", por entenderem que, à primeira .vista, a outorga
aos delegados de foro por prerrogativa de função subtrairia do Minis­
tério Público o controle externo da atividade policial (CF, art. 129, VII).
ADinMC 2.553-MA, rei. Min. Sepúlveda Pertence, 20.2.2002. (ADI-2553)

® Observação: os informativos acima transcritos refletem um entendi­


mento antigo do STF, tomado em sede de liminar. O entendimento atual é
no sentido de que a Constituição Estadual pode estabelecer foro por prer-

208
In fo rm a tiv o s d o STF r e l a c i o n a d o s à D e fe n s o ria P ú b lic a

rogativa de função para defensores públicos, ressalvadas as competências


constitucionais do Tribunal de Júri e da Justiça Eleitoral. Para maiores es­
clarecimentos, remetemos o leitor ao item 2 dos comentários ao artigo 97.
7. Piso remuneratório no Mato Grosso do Sul
Informativo ne 222 '
Piso Remuneratório e Vincuiação
ADI-1 0 7 0 '
O Tribunal julgou procedente ação direta ajuizada pelo Governador, dõ
Estado de Mato Grosso do Sul e declarou a inconstitucionalidade, no §■ '
29 do art. 12 da Lei Complementar estadual 66/92, da expressão que.
garantia aos procuradores da Defensoria Pública um piso remuneratório
não "inferior a sete (7) vezes o menor vencimento, a qualquer título, da
tabela de referência do Poder Executivo". O Tribunal entendeu caracteri- .
zada a inconstitucionalidade formal por ofensa ao art. 6 3 ,1, da CF ("Não
será admitido aumento da despesa prevista: 1-nos projetos de iniciativa ,
exclusiva do Presidente da República,...") dado que a mencionada ex­
pressão é resultante de emenda parlamentar, e de inconstitucionalidade
material por violação ao art. 37, Xíll, da CF, que veda a vincuiação de •
vencimentos para efeito de remuneração do pessoal do serviço público.
ADln 1.070-MS, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 29.3.2001.(ADI-1070)

S. Autonomia administrativa e funcionai da Defensoria Pública do Piauí ~~


Informativo n5 143
ADln: Vício Formal-1
ADI - 575
O Tribuna! julgou procedente, em parte, ação direta ajuizada pelo Go­
vernador do Estado do Piauí para declarar a inconstitucionalidade de
dispositivos da Constituição estadual. Quanto ao art. 145, 1, b ("A lei
complementar, cuja iniciativa é facultado ao Procurador Gerai da Justi­
ça, estabelecerá a organização, as atribuições e o Estatuto do Ministério
Púbiico, observando, relativamente a seus membros: 1- os direitos: ...
b) proventos da aposentadoria atualizados na mesma proporção e na
mesma data dos reajustes dos vencimentos e vantagens concedidos, a
qualquer título, aos membros do Ministério Público em atividade, as­
segurando-se entre uns e outros perfeita isonomia, de modo que em
nenhum caso, possam os vencimentos ser superiores aos proventos, ou
vice-versa"), considerou-se ^ue a parte ffnal do mesmo fugiu do modelo
estabelecido pela CF no seu art. 40, § 42, o qual não fora alterado na suá
essência pela EC 20/98 (regra mantida no novo § 8S acrescido), hipótese
em que não se aplica a orientação firmada pelo Plenário no sentido de
julgar prejudicada no ponto a ação direta |ADtn 1.907-DF (QO), julga­
da em 18.2.99, v. Informativo 138; e ADln 512-PB, julgada em 3.3.99,

209
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

v. Informativo 141]. Em relação ao art. 1 54,1("A lei complementar, que


dispuser sobre a organização e o funcionamento da Defensoria Públi­
ca, estabelecerá: l —a autonomia administrativa e funcional do órgão;
o Tribunal entendeu violado o disposto no art. 61, § 12, il, d, da CF,
que reserva ao Poder Executivo a iniciativa das normas gerais de orga­
nização da defensoria pública. Precedentes citados: ADIn 126-RO (DJU
de 5.6.92), ADIn 766-RS (DJU de 11.12.98), ADIn 217-PB (julgada em
23.3.90, acórdão pendente de publicação). ADIn 575-P1, rei. Min. Sepúi-
veda Pertence, 25.3.99.(ADI-575)

m Observação: é importante notar que esse era o entendimento antigo


do Supremo Tribunal Federal. Posteriormente, a Corte firmou posição no
sentido de que é possível à Constituição Estadual estabelecer a autono­
mia funcional e administrativa. Atualmente, com a Emenda Constitucional
45/2004, a autonomia da Defensoria Pública está consolidada no próprio
texto constitucional, no art. 134, parágrafo segundo.
9. Autonomia administrativa da Defensoria Púbiica do Pernambuco
Informativo ns 462
ADI e Vinculação da Defensoria Pública Estadua! à Secretaria de Justiça
ADI - 3569
O Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuiza­
da peío Diretório Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro ~ PTB para
declarar a inconstitucionalidade da alínea c do inciso IV do art. 2~ da Lei
12.775/2005, do Estado de Pernambuco, que vincula a Defensoria Pú­
biica Estadual à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos ~ SEJUDH que
cria. Entendeu-se que o dispositivo impugnado viola o § 2^ do art. 134
da CF, incluído pela EC 45/2004, que assegura às Defensorias Públicas
Estaduais autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua pro­
posta orçamentária. Asseverou-se que a EC 45/2004 não conferiu à De­
fensoria Pública a iniciativa legislativa para criação de cargos, outorgada
ao Ministério Público, continuando ela vinculada, no ponto, ao Poder
Executivo estadual (CF, art. 61, § l e). Ressaltou-se, entretanto, que, no
caso, a vinculação da Defensoria Pública à Secretaria de Justiça submete
a primeira à tutela do Secretário de Estado, que sobre ela deterá po­
der de controle de legalidade, que é incompatível com o vigente status
constitucional da Defensoria Pública. Além disso, afastou-se a alegação
de que a ação seria desprovida de utilidade, em razão de o dispositivo
impugnado repetir orientação prévia fixada pelo art. 2^ da Lei Comple­
mentar estadual 20/98, a qual, por não ter sido objeto de impugnação,
subsistiria ainda que declarada a inconstituciónâlidade do dispositivo
questionado. Aduzíu-se que, quando da sanção da Lei 12.755/2005, o
art. 22 da Lei Complementar 20/98 já estava revogado, por não estarem

210
In f o rm a tiv o s d o STF r e l a c i o n a d o s à D e fe n s o ria P ú b lic a

harmonia com o texto constitucional modificado. A Min. Cármen Lúcia


ressalvou que a vincuiação, por si só, não acarretaria a quebra da auto­
nomia, mas tendo em conta o que foi dito na ação com relação à tute­
la, acompanhou o relator. ADI 3569/PE, rel. Min. Sepúlveda Pertence,
2.4.2007. (ADI-3569)

10. Controle externo nas Defensorias Públicas da Paraíba e do Mato Grosso


Informativo n9 54
Controle Externo: inconstitucionalidade
Declarada a inconstitucionalidade de norma da Constituição do Estado
da Paraíba que instituía o Conselho Estadual de Justiça, composto por
dois desembargadores, um representante da Assembléia Legislativa do
Estado, o Procurador-Geral do Estado e o. Presidente da Seccional da
OAB, atribuindo-lhe a fiscalização da atividade administrativa e do de­
sempenho dos deveres funcionais do Poder Judiciário, do Ministério Pú­
blico, da Advocacia Gerai do Estado e da Defensoria Pública. O Tribunal
entendeu que a norma impugnada ofende o princípio da separação dos
poderes (CF, art. 22). ADln 135-PB, rel. Min. Octavio Gallotti, 21.11.96.

Informativo n9 78
Controle Externo: Inconstitucionalidade
No mesmo julgamento, por ofensa ao princípio da separação dos pode­
res (CF, art. 22), o Tribunal declarou a inconstitucionalidade dos artigos
121, 122 e 123 da Constituição do Estado de Mato Grosso que criavam
o Conselho Estadual de Justiça composto pelo Presidente do Tribunal
de Justiça, pelo Corregedor-Geral da Justiça, por um representante da
Assembléia Legislativa do Estado, pelo Presidente da OAB/MT, pelo Pro-
curador-Gerai de Justiça, pelo Procurador-Geral do Estado, pelo Procu-
rador-Geraí da Defensoria Pública e pelo Secretário de Justiça, e davam-
lhe atribuições de consulta e de fiscalização nos assuntos relacionados
com o desenvolvimento da estrutura do Poder Judiciário, do Ministério
Público, da Defensoria Pública e da Procuradoria-Geral do Estado. Prece­
dentes citados: ADln 135-PB (v. Informativo 54); ADinMC 137-PA (DJU de
21.3.97). ADln 98-MT, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 7.8.97.

211
A n e x o II
Q uadro G eral d e a r t ig o s
m a is c o b r a d o s e m c o n c u r s o

Sem dúvida, a leitura do texto legai possibilita uma compreensão sistemá­


tica e abrangente do assunto que se está a estudar. Ao se preparar para
um concurso, é importante que o concursando se ocupe da ieitura integral
da lei seca, da jurisprudência e da doutrina. _
Além disso, é peça fundamental nos estudos a realização de provas e si­
mulados, para que o candidato perceba quais ternas são mais recorren­
temente cobrados pelas bancas de concursos. Especialmente em provas
objetivas, é comum a questão anaiisar simplesmente o texto legal - daí a
importância de se ier a lei freqüentemente.
Da análise de questões referentes à Defensoria Pública, percebemos que a
grande maioria das questões trata de um número reduzido de dispositivos
da Lei Complementar 80/94. Por isso, elaboramos o quadro abaixo, em
que consta a transcrição dos dispositivos mais cobrados em provas.
Através dele, o candidato pode relembrar e consultar rapidamente os
principais artigos da LC 80/94. Chamamos a atenção, porém, para dois
pontos importantes.
Primeiro, alguns dispositivos abaixo transcritos não estão com sua reda­
ção integral. Alguns parágrafos e incisos não foram inseridos, pois, como
dissemos, ó objetivo é apresentar apenas os trechos da LC 80/94 mais
recorrentes em provas. Por essa razão, os dispositivos referentes a garan­
tias, prerrogativas e deveres são apresentados apenas uma vez - embora
a Lei Complementar traga separadamente os dispositivos referentes à De­
fensoria Pública da União, do Distrito Federal e Territórios, e dos estados.
Ainda que com pequenas diferenças de redação, para uma consulta rápi­
da, acreditamos ser suficiente a transcrição dos dispositivos referentes à
Defensoria Pública da União.
Segundo alerta —e mais importante algumas questões de concurso tra­
tam de temas não contidos no quadro abaixo, seja porque se referem à
jurisprudência, seja por não serem recorrentemente cobradas. Inclusive,
vale lembrar, mais uma vez, que a LC n9 80/94 foi bastante alterada peia

213
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

LC n^ 132/2009, o que dificulta a elaboração de um quadro de artigos mais


cobrados em concurso. Afinal, como a lei nova é recente, poucos concur­
sos a cobraram.

Portanto, repetimos que o quadro abaixo auxilia a consulta a dispositivQS


muito cobrados em provas, mas não esgota as questões. Por isso, reco­
m endam os firm em ente a leitura de toda a obra.

Função essencial a jurisdi^o e asst^êhcia jurídica aos necessitados


Art. ie A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdícional do Estado,
incumbindo-lhe prestar assistência jurídica, judicial e extrajudicial, integral e gratui­
ta, aos necessitados, assim considerados na forma da lei.
; /: V. i : Princípios institucionais v V ..... : ^ - .
Art. 32 São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilida­
de e a independência funcional.
Objetivos
Art. 32-A. São objetivos da Defensoria Pública: (Incluído pela Lei Complementar n2
132, de 2009).
I - a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades so­
ciais;
II —a afirmação do Estado Democrático de Direito;
III —a prevalência e efetividade dos direitos humanos; e
IV - a garantia dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
Funções institucionais X / v -X
Art. 49 São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:
II - promover, prioritariamente, a solução extrajudicial dos litígios, visando à com­
posição entre as pessoas em conflito de interesses, por meio de mediação, conci­
liação, arbitragem e demais técnicas de composição e administração de conflitos;
II! - promover a difusão e a conscientização dos direitos humanos, da cidadania e
do ordenamento jurídico;
IV - prestar atendimento interdisciplinar, por meio de órgãos ou de servidores de
suas Carreiras de apoio para o exercício de suas atribuições;
V - exercer, mediante o recebimento dos autos com vista, a ampla defesa e o con­
traditório em favor de pessoas naturais e jurídicas, em processos administrativos
e judiciais, perante todos os órgãos e.em todas as instâncias, ordinárias ou extra­
ordinárias, utilizando todas as medidas capazes de propiciar a adequada e efetiva
defesa de seus interesses;
VI - representar aos sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos, pos­
tulando perante seus órgãos;
VII - promover ação civil pública e todas as espécies de ações capazes de propiciar a
adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos quando
o resultado da demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes;

214
Q u a d r o G e r a l d e a r t ig o s m a is c o b r a d o s e m c o n c u r s o

:'• o . ' 7. >.• • • Ca * b m i" » i *• « i ^ * # \ m > * % í:v-. r' v

iX - impetrar habeas corpus, mandado de injunção, habeas data e mandado de


segurança ou qualquer outra ação em defesa das funções institucionais e prerroga­
tivas de seus órgãos de execução;
XIV - acompanhar inquérito policiai, inclusive com a comunicação imediata da pri­
são em flagrante pela autoridade policial, quando o preso não constituir advogado;
XVII - atuar nos estabelecimentos policiais, penitenciários e de internação de ado­
lescentes, visando a assegurar às pessoas, sob quaisquer circunstâncias, o exercício
pieno de seus direitos e garantias fundamentais;
XVlil - atuar na preservação e reparação dos direitos de pessoas vítimas de tortura,
abusos sexuais, discriminação ou qualquer outra forma de opressão ou violência,
propiciando o acompanhamento e o atendimento interdisciplinar das vítimas;
X X - participar, quando tiver assento, dos conselhos federais, estaduais e municipais
afetos às funções institucionais da Defensoria Pública, respeitadas as atribuições de
seus ramos;
XXI - executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua atuação, inclu­
sive quando devidas por quaisquer entes públicos, destinando-as a fundos geridos
peia Defensoria Pública e destinados, exclusivamente, ao aparelhamento da Defen­
soria Pública e à capacitação profissional de seus membros e servidores;
XXII - convocar audiências públicas para discutir matérias relacionadas às suas fun­
ções institucionais.
§ 2£ As funções institucionais da Defensoria Pública serão exercidas inclusive contra
as Pessoas Jurídicas de Direito Público.
§ 45 O instrumento de transação, mediação ou conciliação referendado pelo Defen­
sor Público valerá como título executivo extrajudicial, inclusive quando celebrado
com a pessoa jurídica de direito público.
§ 62 A capacidade postulatória do Defensor Público decorre exclusivamente de sua
nomeação e posse no cargo público.
§ 79 Aos membros da Defensoria Pública é garantido sentar-se no mesmo plano do
Ministério Público.
§ 8^ Se o Defensor Púbijco entender inexistir hipótese de atuação institucional, dará
imediata ciência ao Defensor Público-Geral, que decidirá a controvérsia, indicando,
se for o caso, outro Defensor Público para atuar.
§ 99 O exercício do cargo de Defensor Público é comprovado mediante apresen­
tação de carteira funcional expedida pela respectiva Defensoria Pública, conforme
modelo previsto nesta Lei Complementar, a qual vaierá como documento de identi­
dade e terá fé púbiica em todo o território nacional.
§ 11. Os estabelecimentos a que se refere o inciso XVIi do caput reservarão ins­
talações adequadas ao atendimento jurídico dos presos e internos por parte dos
Defensores Públicos, bem como a esses fornecerão apoio administrativo, prestarão
as informações solicitadas e assegurarão acesso à documentação dos presos e in­
ternos, aos quais é assegurado o direito de entrevista com os Defensores Públicos.

2X5
G u il h e r m e F r e i r e d e M e l o B a r r o s

'■ Direítos.dos assistidos


Art. 4fi-A. São direitos dos assistidos da Defensoria Púbiica, além daqueles previstos
na legislação estadual ou em atos normativos internos:
I - a informação sobre:
a) localização e horário de funcionamento dos órgãos da Defensoria Pública;
b) a tramitação dos processos e os procedimentos para a realização de exames,
perícias e outras providências necessárias à defesa de seus interesses;
II - a qualidade e a eficiência do atendimento;
Hl - o direito de ter sua pretensão revista no caso de recusa de atuação pelo Defen­
sor Público;
IV - o patrocínio de seus direitos e interesses pelo defensor natural;
V - a atuação de Defensores Públicos distintos, quando verificada a existência de ;
interesses antagônicos ou colidentes entre destinatários de suas funções.
• : ' Defensor Públicò-G e^ ••
Art. 69 A Defensoria Pública da União tem por chefe o Defensor Público-Geral Fede­
ral, nomeado pelo Presidente da República, dentre membros estáveis da Carreira e
maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto
direto, secreto, piurinominal e obrigatório de seus membros, após a aprovação de
seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federai, para mandato d e .
2 (dois) anos, permitida uma recondução, precedida de nova aprovação do Senado
Federal.
Art. 89 São atribuições do Defensor Público-Geral, dentre outras:
IV - integrar, como membro nato, e presidir o Conselho Superior da Defensoria Pú­
blica da União;
VI - autorizar os afastamentos dos membros da Defensoria Pública da União;
Vli - estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e dos servidores da Defen­
soria Pública da União;
VIII - dirimir conflitos de atribuições entre membros da Defensoria Pública da União,
com recurso para seu Conselho Superior;
XV - designar membro da Defensoria Pública da União para exercício de suas atri­
buições em órgão de atuação diverso do de sua lotação ou, em caráter excepcional,
perante Juízos, Tribunais ou Ofícios diferentes dos estabelecidos para cada catego­
ria;
XVI - requisitar de qualquer autoridade pública e de seus agentes, certidões, exa­
mes, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclareci­
mentos e demais' providências necessárias à atuação da Defensoria Pública;
XIX - requisitar força policial para assegurar a incolumidade física dos membros da
Defensoria Pública da União, quando estes se encontrarem ameaçados em razão do
desempenho de suas atribuições institucionais;
XX - apresentar plano de atuação da Defensoria Pública da União ao Conselho Su­
perior.

216
Q u a d r o G e r a l d e a r t ig o s m a is c o b r a d o s e m c o n c u r s o

ConselhaSuperiordapefènsõriaRúbíjçiãda^
Art. 92 A composição do Conselho Superior da Defensoria Pública da União deve in­
cluir obrigatoriamente o Defensor Púbüco-Geral Federal, o Subdefensor Público-Ge-
ral Federal e o Corregedor-Geral Federal, como membros natos, e, em sua maioria,
representantes estáveis da Carreira, 2 (dois) por categoria, eleitos peto voto direto,
plurinominai, obrigatório e secreto de todos integrantes da Carreira.
§ 42 São eiegíveis os Defensores Públicos Federais que não estejam afastados da
Carreira, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) reeleição.
Art. 10. Ao Conselho Superior da Defensoria Pública da União compete:
í - exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública da União;
11 - opinar, por solicitação do Defensor Público-Geral, sobre matéria pertinente à
autonomia funcional e administrativa da Defensoria Pública da União;
XII - organizar os concursos para provimento dos cargos da Carreira de Defensor
Público Federal e editar os respectivos regulamentos;.;
XiV —indicar os 6 (seis) nomes dos membros da classe mais elevada da Carreira para
que o Presidente da República nomeie, dentre esses, o Subdefensor Público-Geral
Federa! e o Corregedor-Geral Federal da Defensoria Pública da União;
Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da Üriiãò e suas atribuições
Art. 11, A CorregedoriaGeral da Defensoria Pública da União é órgão de fiscalização
da atividade funcional e da conduta dos membros e dos servidores da Defensoria
Púbiica da União.
Arfc. 12. A CorregedoriaGeral da Defensoria Pública da União é exercida pelo Correge-
dorGeral, indicado dentre os integrantes da classe mais elevada da carreira pelo Con­
seiho Superior e nomeado pelo Presidente da República para mandato de dois anos.
Art. 13. À CorregedoriaGeral da Defensoria Pública da União compete:
I —reaüzar correições e inspeções funcionais;
IV —receber e processar as representações contra os membros da Defensoria Públi­
ca da União, encaminhando-as, com parecer, ao Conselho Superior;
Vi - propor a instauração de processo disciplinar contra membros da Defensoria
Púbiica da União e seus servidores;
Atuação da Defensoria Pública da União
Art. 14. A Defensoria Pública da União atuará nos Estados, no Distrito Federal e nos
Territórios, junto às Justiças Federal, do Trabalho, Eleitora!, Militar, Tribunais Supe­
riores e instâncias administrativas da União.
§ I a A Defensoria Pública da União deverá firmar convênios com as Defensorias Pú­
blicas dos Estados e do Distrito Federal, para que estas, em seu nome, atuem junto
aos órgãos de primeiro e segundo graus de jurisdição referidos no caput, no desem­
penho das funções que lhe são cometidas por esta Lei Complementar.
§ 2a Não havendo na unidade federada Defensoria Pública constituída nos moldes
desta lei Complementar, é autorizado o convênio com a entidade pública que de­
sempenhar essa função, até que seja criado o órgão próprio.
§ 3fi A prestação de assistência judiciária pelos órgãos próprios da Defensoria Públi­
ca da União dar-se-á, preferencialmente, perante o Supremo Tribunal Federal e os
Tribunais superiores.

217
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Organização da Defensoria Pública da União :


Art. 15-A. A organização da Defensoria Pública da União deve primar pela descen­
tralização, e sua atuação deve incluir atendimento interdisciplinar, bem como a tu­
tela dos interesses individuais, difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Quadro de carreira da Defénsòrià Publica dá Unlão " :j
Art. 19. A Defensoria Pública da União é integrada pela Carreira de Defensor Público
Federal, composta de 3 (três) categorias de cargos efetivos:
I - Defensor Público Federal de 2§ Categoria (inicial);
I! - Defensor Público Federal de 1§ Categoria (intermediária);
III - Defensor Público Federal de Categoria Especial (final).
Art. 20. Os Defensores Públicos Federais de 2^ Categoria atuarão junto aos Juízos
Federais, aos Juízos do Trabalho, às Juntas e aos Juizes Eleitorais, aos Juizes Milita­
res, às Auditorias Militares, ao Tribunal Marítimo e às instâncias administrativas.
Art. 21. Os Defensores Públicos Federais de 1^ Categoria atuarão nos Tribunais Re­
gionais Federais, nas Turmas dos Juizados Especiais Federais, nos Tribunais Regio­
nais do Trabalho e nos Tribunais Regionais Eleitorais.
Art. 22. Os Defensores Públicos Federais de Categoria Especial atuarão no Superior
Tribunal de Justiça, no Tribunal Superior do Trabalho, no Tribunal Superior Eleitora!,
no Superior Tribuna! Militar e na Turma Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais Federais.
Art. 23. O Defensor Público-Geral atuará junto ao Supremo Tribunal Federai.
___________________________ Ingresso na carreira ______ -
Art. 24. O ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União far-se-á mediante
aprovação prévia em concurso público, de âmbito nacional, de provas e títulos, com
a participação da Ordem dos Advogados do Brasii, no cargo inicial dé Defensor Pú­
biico Federal de 2^ Categoria.
Art. 26. O candidato, no momento da inscrição, deve possuir registro na Ordem dos
Advogados do Brasil, ressalvada a situação dos proibidos de obtê-ia, e comprovar,
no mínimo, dois anos de prática forense, devendo indicar sua opção por uma das
unidades da federação onde houver vaga.
§ 12 Considera-se como atividade jurídica o exercício da advocacia, o cumprimento
de estágio de Direito reconhecido por lei e o desempenho de cargo, emprego ou
função, de nível superior, de atividades eminentemente jurídicas.
Art. 26-A. Aos aprovados no concurso deverá ser ministrado curso oficial de pre­
paração à Carreira, objetivando o treinamento específico para o desempenho das
funções técnico-jurídicas'e noções de outras disciplinas necessárias à consecução
dos princípios institucionais da Defensoria Pública.
• V. Nomeação, promoção, remoção e permuta i/
Art. 31. As promoções obedecerão aos critérios de antigüidade e merecimento al­
ternadamente.
§ l s A antigüidade será apurada na categoria e determinada pelo tempo de efetivo
exercício na mesma.

218
Q u a d r o G e r a l d e a r t ig o s m a is c o b r a d o s e m c o n c u r s o

§ 45 As promoções serão efetivadas por ato do Defensor Púbiico-Geral Federai.


Art. 32. É facultada a recusa de promoção, sem prejuízo do critério para o preenchi­
mento da vaga recusada.
Art. 34. Os membros da Defensoria Púbiica da União são inamovíveis, salvo se ape-
nados com remoção compulsória, na forma desta Lei Complementar.
Art. 35. A remoção será feita a pedido ou por permuta, sempre entre membros da
mesma categoria da carreira.
Art. 36. A remoção compulsória somente será aplicada com prévio parecer do Con­
selho Superior, assegurada ampla defesa em processo administrativo disciplinar.
Art. 37. A remoção a pedido far-se-á mediante requerimento ao Defensor Púbiico-
Geral, nos quinze dias seguintes à publicação, no Diário Oficiai, do aviso de existên­
cia de vaga.
§ 12 Findo o prazo fixado no caput deste artigo e, havendo mais de um candidato à
remoção, será removido o mais antigo na categoria é, ocorrendo empate, sucessi­
vamente, o mais antigo na carreira, no serviço público da União, no serviço público
em geral, o mais idoso e o mais bem classificado no concurso para ingresso na De­
fensoria Púbiica.
§ 22 A remoção precederá o preenchimento da vaga por promoção.
Art. 38. Quando por permuta, a remoção será concedida mediante requerimento
do interessado, atendida a conveniência do serviço e observada a ordem de anti­
guidade na Carreira.
Garantias (aplicáveis a DPU e a Defensoria Pública estadual)
Art. 43. São garantias dos membros da Defensoria Pública da União:
i ~a independência funcional no desempenho de suas atribuições;
i! —a inamovibilidade;
IH - a irredutibilidade de vencimentos;
IV - a estabilidade.
Afastamento
Art. 4 2 .0 afastamento para estudo ou missão no interesse da Defensoria Pública da
União será autorizado pelo Defensor PúbiicoGeral.
§ i s O afastamento de que trata este artigo somente será concedido pelo Defensor
PúblicoGeral, após o estágio probatório e pelo prazo máximo de dois anos.
§ 29 Quando o interesse público o exigir, o afastamento poderá ser interrompido a
juízo do Defensor Púbiico-Geral.
Art. 42-A. É assegurado o direito de afastamento para exercício de mandato em
entidade de ciasse de âmbito nacional, de maior representatividade, sem prejuízo
dos vencimentos, vantagens ou qualquer direito inerente ao cargo.
§ I 9 O afastamento será concedido ao presidente da entidade de ciasse e terá dura­
ção igual à do mandato, devendo ser prorrogado no caso de reeleição.
§ 22 o afastamento para exercício de mandato será contado como tempo de serviço
para todos os efeitos legais.

219
G u il h e r m e F r e i r e d e M e l o B a r r o s

: Garantias (aplicáveis a ppü é pefensòriia Pública Estaduài) 1


Art. 43. São garantias dos membros da Defensoria Pública da União:
I - a independência funcional no desempenho de suas atribuições;
II - a inamovibilidade;
III - a irredutibilidade de vencimentos;
IV - a estabilidade.

Prerrogativas; (aplicáveis a DPU e^ Pública Estadual}


Art. 44. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública da União:
I - receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista,
intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância adminis­
trativa, contando-se-lhes em dobro todos os prazos;
II - não ser preso, senão por ordem judicia! escrita, salvo em flagrante, caso em
que a autoridade fará imediata comunicação ao Defensor Público-Geral;
III - ser recolhido a prisão especial ou a sala especial de Estado-Maior, com direito
a privacidade e, após sentença condenatória transitada em julgado, ser recolhido
em dependência separada, no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a
pena;
VI - ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias, ressalvadas as
vedações legais;
VII - comunicar-se, pessoa! e reservadamente, com seus assistidos, ainda quando
esses se acharem presos ou detidos, mesmo incomunicáveis, tendo livre ingresso
em estabelecimentos policiais, prisionais e de internação coletiva, independente­
mente de prévio agendamento;
VIII - examinar, em qualquer repartição púbiica, autos de flagrantes, inquéritos
e processos, assegurada a obtenção de cópias e podendo tomar apontamentos;
IX - manifestar-se em autos administrativos ou judiciais por meio de cota;
X - requisitar de autoridade pública e de seus agentes exames, certidões, perícias,
vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e pro­
vidências necessárias ao exercício de suas atribuições;
XI - representar a parte, em feito administrativo ou judicial, independentemente
de mandato, ressalvados os casos para os quais a iei exija poderes especiais;
XII - deixar de patrocinar ação, quando ela for manifestamente incabível ou in­
conveniente aos interesses da parte sob seu patrocínío, comunicando o fato ao
Defensor Público-Geral, com as razões de seu proceder;
X IV -s e r ouvido como testemunha, em qualquer processo ou procedimento, em
dia, hora e locai previamente ajustados com a autoridade competente;
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação policial, houver indício de prá­
tica de infração penal por membro da Defensoria Pública da União, a autoridade
policial, civil ou militar, comunicará, imediatamente, o fato ao Defensor Público-
Geral, que designará membro da Defensoria Pública para acompanhar a apuração.

220
Q u a d r o G e r a l d e a r t ig o s m a is c o b r a d o s e m c o n c u r s o

: :: . . Déyèrés {apiicáyèis à.pP!U;è:a béjéri f


Art. 45. São deveres dos membros da Defensoria Pública da Untão:
I ~ residir na localidade onde exercem suas funções;
V- atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais, quando for obri­
gatória a sua presença;
VI - deciarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;
Vil - interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou Tribuna! e promover
revisão criminal, sempre que encontrar fundamentos na lei, jurisprudência ou prova
dos autos, remetendo cópia à Corregedoria-Geral.
Proibições e impedimentos: {apIicáveis a DPLÍ e a pefensór|a PúbIiça estadual)
Art. 46. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos mem­
bros da Defensoria Pública da União é vedado: '
i - exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;
il - requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos que de qualquer forma
colidam com as funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos éticos de sua
profissão;
III - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou
custas processuais, em razão de suas atribuições;
IV - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como cotista
ou acionista;
V - exercer atividade político-partidária, enquanto atuar junto à justiça eleitoral.
Art. 47. Ao membro da Defensoria Pública da União é defeso exercer suas funções
em processo ou procedimento:
I - em que seja parte ou, de qualquer forma, interessado;
1! ~ em que haja atuado como representante da parte, perito, Juiz, membro do Mi­
nistério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia, Auxiliar de Justiça ou pres­
tado depoimento como testemunha;
III ~ em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente consangüíneo ou
afim em linha reta ou colateral, até o terceiro grau;
IV - no qual haja postuiado como advogado de qualquer das pessoas mencionadas
no inciso anterior;
V —em que qualquer das pessoas mencionadas no inciso lii funcione ou haja fun­
cionado como Magistrado, membro do Ministério Público, Autoridade Policial, Es­
crivão de Polícia ou Auxiliar de Justiça;
Vi - em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou escrito sobre o objeto
da demanda;
Art. 48. Os membros da Defensoria Pública da Uniã-o não podem participar de co­
missão, banca de concurso, ou qualquer decisão, quando o julgamento ou votação
disser respeito a seu cônjuge ou companheiro, ou parente consangüíneo ou afim
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

221
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Defensoria Publica dos Estados


Art. 97-A. À Defensoria Pública do Estado é assegurada autonomia funcionai, ad­
ministrativa e iniciativa para elaboração de sua proposta orçamentária, dentro dos
limites estabelecidos na iei de diretrizes orçamentárias, cabendo-lhe, especialmen­
te: •
1- abrir concurso público e prover os cargos de suas Carreiras e dos serviços au­
xiliares;
li - organizar os serviços auxiliares;
II! - praticar atos próprios de gestão;
Art. 97-B. A Defensoria Púbiica do Estado elaborará sua proposta orçamentária
atendendo aos seus princípios, às diretrizes e aos limites definidos na lei de diretri­
zes orçamentárias, encaminhando-a ao Chefe do Poder Executivo para consolida­
ção e encaminhamento ao Poder Legislativo.
§ 32 Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização
de despesas que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen­
tárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suple­
mentares ou especiais.
§ 42 Os recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias próprias e glo­
bais, compreendidos os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues,
até o dia 20 (vinte) de cada mês, na forma do art. 168 da Constituição Federal.
§ 52 As decisões da Defensoria Pública do Estado, fundadas em sua autonomia
funcional e administrativa, obedecidas as formalidades legais, têm eficácia plena e
executoriedade imediata, ressalvada a competência constitucional do Poder Judi­
ciário e do Tribunal de Contas.
Art. 98. A Defensoria Pública dos Estados compreende:
I - órgãos de administração superior:
a) a Defensoria PúblicaGeral do Estado;
b) a Subdefensoria PúblicaGeral do Estado;
c) o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado;
d) a CorregedoriaGeral da Defensoria Pública do Estado;
II - órgãos de atuação:
a) as Defensorias Públicas do Estado;
b) os Núcleos da Defensoria Pública do Estado;
III - órgãos de execução:
a) os Defensores Públicos do Estado.
IV - órgão auxiliar: Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado.

Art. 99. A Defensoria Pública do Estado tem por chefe o Defensor Público-Geral, no­
meado pelo Governador do Estado, dentre membros estáveis da Carreira e maiores
de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto direto, se­
creto, plurinominal e obrigatório de seus membros, para mandato de 2 (dois) anos,
permitida uma recondução.

222
Q u a d r o G e r a l d e a r t ig o s m a is c o b r a d o s e m c o n c u r s o

§ 32 o Conselho Superior editará as normas regulamentando a eleição para a esco­


lha do Defensor Púbiico-Geral.
§ 42 Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Defensor Púbtico-
Geral nos 15 (quinze) dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será
investido automaticamente no cargo o Defensor Público mais votado para exercício
do mandato.
ÇohseihbSuperiprdas^DefensoriâsIj^
Art. 101. A composição do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado deve
incluir obrigatoriamente o Defensor Púbiico-Geral, o Subdefensor Púbiico-Geral, o
Corregedor-Gerai e o Ouvidor-Gerai, como membros natos, e, em sua maioria, repre­
sentantes estáveis da Carreira, eleitos pefo voto direto, plurinominai, obrigatório e
secreto de seus membros, em número e forma a serem fixados em lei estadual.
§ is O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Púbiico-Geral, que terá voto de
qualidade, exceto em matéria disciplinar.
§ 22 As eleições serão realizadas em conformidade com as instruções baixadas pelo
Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado.
§ 32 Os membros do Conselho Superior são eleitos para mandato de 2 (dois) anos,
permitida uma reeleição.
§ 42 São eiegíveis os membros estáveis da Defensoria Pública que não estejam afas­
tados da Carreira.
§ 52 O presidente da entidade de classe de maior representatividade dos membros da
Defensoria Pública do Estado terá assento e voz nas reuniões do Conselho Superior.
Art. 102. Ao Conselho Superior compete exercer as atividades consultivas, normativas
e decisórias a serem previstas na lei estadual.
§ 1^ Caberá ao Conselho Superior decídir sobre a fixação ou a alteração de atribuições
dos órgãos de atuação da Defensoria Pública e, em grau de recurso, sobre matéria
disciplinar e os conflitos de atribuições entre membros da Defensoria Pública, sem
prejuízo de outras atribuições.
§ 22 Caberá ao Conselho Superior aprovar o plano de atuação da Defensoria Pública
do Estado, cujo projeto será precedido de ampla divulgação.
§ 32 As decisões do Conselho Superior serão motivadas e publicadas, e suas sessões
deverão ser públicas, salvo nas hipóteses iegais de sigilo, e realizadas, no mínimo, bi-
mestralmente, podendo ser convocada por qualquer conselheiro, caso não realizada
dentro desse prazo.
Corregedoria-Gerai das Defensorias Públicas dos Estados
Art. 104. A Corregedoria-Gerai é exercida pelo Corregedor-Geral indicado dentre os
integrantes da classe mais elevada da Carreira, em lista tríplice formada pelo Con­
selho Superior, e nomeado pelo Defensor Púbiico-Geral para mandato de 2 (dois)
anos, permitida 1 (uma) recondução.
§ 22. A lei estadual poderá criar um ou mais cargos de Subcorregedor, fixando as
atribuições e especificando a forma de designação.

223
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Corregedoria-Geral das Defensorias Públicas dos Èstádòs


Art. 105. À CorregedoriaGeral da Defensoria Pública do Estado compete:
IX - baixar normas, no limite de suas atribuições, visando à regularidade e ao aper­
feiçoamento das atividades da Defensoria Pública, resguardada a independência
funcional de seus membros; {incluído pela Lei Complementam2 132, de 2009).'
X - manter atualizados os assentamentos funcionais e os dados estatísticos de atu­
ação dos membros da Defensoria Púbiica, para efeito de aferição de merecimento;
(Incluído peia Lei Complementar n2 132, de 2009).
XI - expedir recomendações aos membros da Defensoria Púbiica sobre matéria afe­
ta à competência da Corregedoria-Geral da Defensoria Pública;

Art. 105-A. A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pública do Estado, de


promoção da qualidade dos serviços prestados pela Instituição.
Parágrafo único. A Ouvidoria-Geral contará com servidores da Defensoria Pública
do Estado e com a estrutura definida pelo Conselho Superior após proposta do
Ouvidor-Geral.
Art. 105-B. O Ouvidor-Geral será escolhido peio Conselho Superior, dentre cida­
dãos de reputação ilibada, não integrante da Carreira, indicados em iista tríplice
formada pela sociedade civil, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma)
recondução.
§ l 2 O Conselho Superior editará normas regulamentando a forma de elaboração
da lista tríplice.
§ 22 O Ouvidor-Geral será nomeado pelo Defensor Público-Geral do Estado.
§ 32 O cargo de Ouvidor-Geral será exercido em regime de dedicação exclusiva.
Art. 105-C. À Ouvidoria-Geral compete:
I - receber e encaminhar ao Corregedor-Geral representação contra membros e
servidores da Defensoria Pública do Estado, assegurada a defesa preliminar;
II - propor aos órgãos de administração superior da Defensoria Pública do Estado
medidas e ações que visem a consecução dos princípios institucionais e ao aper­
feiçoamento dos serviços prestados;
III - elaborar e divulgar relatório semestral de suas atividades, que conterá tam­
bém as medidas propostas aos órgãos competentes e a descrição dos resultados
obtidos;
IV - participar, com direito a voz, do Conselho Superior da Defensoria Pública do
Estado;
V - promover atividades de intercâmbio com a sociedade civil;
VI - estabelecer meios de comunicação direta entre a Defensoria Pública e a so­
ciedade, para receber sugestões e reclamações, adotando as providências perti­
nentes e informando o resultado aos interessados;
VII - contribuir para a disseminação das formas de participação popular no acom­
panhamento e na fiscalização da prestação dos serviços realizados pela Defenso­
ria Pública;

224
Q u a d r o G e r a l d e a r t ig o s m a is c o b r a d o s e m c o n c u r s o

Ouvidoria-Gerai das Defensorias Públicásdòs Estados


VIII ~ manter contato permanente com os vários órgãos da Defensoria Pública
do Estado, estímulando-os a atuar em permanente sintonia com os direitos dos
usuários;
IX - coordenar a realização de pesquisas periódicas e produzir estatísticas refe­
rentes ao índice de satisfação dos usuários, divulgando os résultados.
Parágrafo único. As representações podem ser apresentadas por qualquer pes­
soa, inclusive pelos próprios membros e servidores da Defensoria Pública do Es­
tado, entidade ou órgão público.
.:c:-vX.:.y;Átuaçãp da'Defénsortá;PubÍic^o^^ •;
Art. 106. A Defensoria Pública do Estado prestará assistência jurídica aos neces­
sitados, em todos os graus de jurisdição e instâncias administrativas do Estado.
Parágrafo único. À Defensoria Pública do Estado caberá interpor recursos aos Tri­
bunais Superiores, quando cabíveis.
Art. 106-A. A organização da Defensoria Púbiica do Estado deve primar pela
descentralização, e sua atuação deve incluir atendimento interdisciplinar, bem
como a tutela dos interesses individuais, difusos, coletivos e individuais ho­
mogêneos.
Art. 107. A Defensoria Pública do Estado poderá atuar por intermédio de núcleos
ou núcleos especializados, dando-se prioridade, de todo modo, às regiões com
maiores índices de exclusão social e adensamento populacional.
Art. 108. Aos membros da Defensoria Pública do Estado incumbe, sem prejuízo
de outras atribuições estabelecidas peías Constituições Federal e Estadual, pela
Lei Orgânica e por demais diplomas legais, a orientação jurídica e a defesa dos
seus assistidos, no âmbito judicial, extrajudicial e administrativo. Parágrafo único.
São, ainda, atribuições dos Defensores Públicos Estaduais:
I - atender às partes e aos interessados;
I! - participar, com direito a voz e voto, dos Conselhos Penitenciários;
III - certificar a autenticidade de cópias de documentos necessários à instrução
de processo administrativo ou judicial, à vista da apresentação dos originais;
IV - atuar nos estabelecimentos prisionais, policiais, de internação e naqueles
reservados a adolescentes, visando ao atendimento jurídico permanente dos
presos provisórios, sentenciados, internados e adolescentes, competindo à admi­
nistração estadual reservar instalações seguras e adequadas aos seus trabalhos,
franquear acesso a todas as dependências do estabelecimento independente­
mente de prévio agendamento, fornecer apoio administrativo, prestar todas as
informações solicitadas e assegurar o acesso à documentação dos assistidos, aos
quais não poderá, sob fundamento algum, negar o direito de entrevista com os
membros da Defensoria Pública do Estado.

225
A nexo III
E n t e n d im e n t o s m a is im p o r t a n t e s
do S T J edo STF

Como forma de possibilitar ao leitor um panorama geral dos entendim en­


tos do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal apre­
sentados ao longo do livro, compilamos os dados mais relevantes contidos
nos informativos e acórdãos em frases curtas, abaixo apresentadas. Dessa
forma, o leitor pode conferir rapidamente os principais pontos da Lei Or­
gânica que foram objeto de análise pelas Cortes Superiores.

Antes, porém, dois esclarecimentos.

Primeiro, os entendim entos foram listados de forma lógica, sistemática, e


não necessariam ente na ordem em que apareceram no livro.

Segundo, quando a matéria foi analisada por ambas as Cortes Superiores,


o entendim ento foi inserido repetidamente nos dois quadros - com o ob­
jetivo de fixar melhor o conhecimento.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


- a gratuidade de justiça pode ser concedida em qualquer fase do processo;

- a Defensoria Pública tem legitimidade para ação civil pública em defesa de


consumidores de energia elétrica (art. 5e, il, Lei 7.347/85, com redação dada
peia Lei n2 11.448/2007);

- a tutela do direito individual do necessitado é da atribuição institucional


da Defensoria Pública, mormente quando está devidamente instalada na
localidade, e não do Ministério Público —por não se trata de interesse social
indisponível;

- ação civil ex delicto: nas localidades em que a Defensoria Pública está devi­
damente instalada, o Ministério Público não tem legitimidade para promo­
ver a ação (não é aplicável o art. 68 do CPP);

- a Defensoria Púbiica pode atuar como assistente de acusação, no patrocínio


de vítima hipossuficiente;

227
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA -


- a atuação da Defensoria Púbiica na qualidade de curador especial não está
relacionada ao fator hipossuficiência; por isso, a nomeação de curador es­
pecial não gera necessariamente o benefício gratuidade de justiça;

- a condenação do ente público em honorários em favor da Defensoria Pú­


blica é possível, desde que se trate de ente púbiico diverso. Ex.: a Defenso­
ria Pública do Estado move ação em face do município e sai vencedora, há
condenação em honorários advocatícios; se se tratar do mesmo ente po­
lítico instituidor da Defensoria Pública, não há condenação de honorários
em razão de confusão entre credor e devedor. Observação importante: a
LC 132/2009 inseriu o inciso XXI ao art. 4 e para tentar contornar essa ju ­
risprudência, pois determina que cabe a execução de honorários em face
de quaisquer entes públicos.

- a atuação da Defensoria Pública da União junto aos Tribunais Superiores é


precípua, mas não exclusiva; se a Defensoria Pública estadual cria um posto
avançado em Brasília, com defensores públicos atuando diretamente jun­
to aos Tribunais Superiores, então esse órgão estadual deve ser intimado
das decisões e pode atuar nos processos, pois tem capacidade postulatória
plena. Seus atos não precisam ser ratificados pela Defensoria Pública da
União;

- a ocorrência de greve nos quadros da Defensoria Púbiica não suspende o


curso dos prazos processuais pertinentes à sua atuação;

- a falta de intimação do defensor público para o ato acarreta nulrdade abso­


luta;

- a prerrogativa da contagem em dobro de prazos processuais alcança a De­


fensoria Pública e aqueles que prestam serviço de assistência judiciária,
mas não o advogado dativo, nem o que patrocina demanda amparada pelo
benefício da gratuidade de Justiça;

- a Constituição Estadual pode conceder aos defensores públicos foro por


prerrogativa de função. Devem ser ressalvadas as competências que já
constam expressamente da Constituição da República, que são o Tribunal
do Júri para crimes dolosos contra a vida e a Justiça Eleitoral;

- a prerrogativa de atuar em defesa do assistido sem a necessidade de procu­


ração alcança também a propositura de Revisão Criminal.

228
E n t e n d i m e n t o s m a is i m p o r t a n t e s d o STJ e do STF

SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL

- a tutela do direito individual do necessitado é da atribuição institucional


da Defensoria Pública, mormente quando está devidamente instalada na
localidade, e não do Ministério Público ~ por não se trata de interesse social
indisponível;

- ação civil exdelicto : nas localidades em que a Defensoria Pública está devi­
damente instalada, o Ministério Público não tem legitimidade para promo­
ver a ação (não é aplicável o art. 68 do CPP);

- subsiste a legitimidade do Ministério Público para propositura de ações nos


casos de crime contra a liberdade sexual (CP, art. 225, § l 2, I), ainda que
a vítima seja pobre e que a Defensoria Pública cio estado-membro esteja
devidamente instalada e aparelhada para prestar seu papel constitucional;

— a falta de intimação do defensor público para o ato acarreta nulidade abso-


luta;

~ a previsão genérica acerca do direito à assistência judiciária ao servidor pú­


blico processado não ofende a Constituição da República. Entretanto, a pre­
visão que define como atribuição da Defensoria Pública a defesa de servidor
processado em razão do exercício de suas atribuições foi interpretada como
inconstitucional, ao argumento de violação do art. 134 da Constituição da
República, na medida em que alargou o rol de atribuições da Instituição;

- a Constituição Estadual pode conceder aos defensores públicos foro por


prerrogativa de função. Devem ser ressalvadas as competências que já
constam expressamente da Constituição da República, que são o Tribunal
do Júri para crimes dolosos contra a vida e a Justiça Eleitoral;

é inconstitucional Lei Estadual que prevê a contratação temporária de advo­


gados para exercer função que compete à Defensoria Pública, uma vez que
a função de defesa jurídica do hipossuficiente não é extraordinária ou ex­
cepcional, a possibilitar a contratação temporária de advogados para pres­
tação desse serviço;

— a prerrogativa de intimação pessoal é válida também para o defensor públi­


co estadual que atua junto aos Tribunais Superiores;

- é inconstitucional, por vício de competência (CR, art. 22, 1), a previsão de


intimação pessoal em Constituição Estadual ou lei estadual.

229
A nexo IV
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s
da D e f e n s o r ia P ú b l ic a d e S ã o P a u l o

Ao examinar questões para serem inseridas ao longo do livro, percebemos


que o concurso da Defensoria Pública de São Paulo apresenta algumas
questões ligadas mais especificamente à sua própria lei orgânica, a Lei
Com plem entar Estadual n5 988/2006.

Por isso, pareceu-nos adequado inserir, na forma de anexo, algumas ques­


tões da Defensoria Pública do Estado de São Paúlo que não se referem a
matérias que podem ser solucionadas apenas com o conhecimento da Lei
Com plem entar Nacional n2 80/1994.

Optamos, então, pelo seguinte método: as questões da Defensoria Púbiica


de São Pauio relacionadas à LC ne 80/1994 foram inseridas ao longo do
texto. As que se referem especificamente à Lei Complementar Estadual n^
988/2006 constam deste anexo. Abaixo da questão, transcrevem os o texto
legal que a soluciona.

Questão 01
* DP/SP - 2 0 0 6 -FC C
O ouvídor-geral da Defensoria Pública é
A) um defensor púbiico nomeado pelo governador do Estado a partir de lista
tríplice elaborada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública.
B) um servidor da Defensoria Pública nomeado pelo defensor público-geral do
Estado.
C) uma pessoa nomeada pelo governador do Estado, a partir de listra tríplice
elaborada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana
-CONDEPE.
D) uma pessoa nomeada pelo defensor público-geral do Estado, a partir de lista
tríplice elaborada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública.
E) um defensor público nomeado pelo governador do Estado, a partir de lista
tríplice elaborada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa
Humana - CONDEPE.
Gabarito: letra C.

231
G u il h e r m e F r e ir e d é M e l o B a r r o s

Base legal: artigo 37 da LC Estadual 988/2006:

Artigo 37 —0 Ouvidor-Geral será nomeado pelo Governador do Estado,


dentre os Indicados em iista tríplice organizada peio Conselho Estadual
de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana —CONDEPE, para mandato
de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, respeitado o mesmo pro­
cedimento.

Observação: o dispositivo lega! não exige que o Ouvidor-Geral seja um


defensor público. Por isso, a letra E está incorreta.

Questão 02
® DP/SP - 2006 - FCC.
NÃO integra o rol de direitos das pessoas destinatárias das funções institucio­
nais da Defensoria Pública previsto na Lei Complementar n9 988/06
A) a informação.
B) a qualidade da execução das funções.
C) a participação na gestão e na fiscalização da instituição e de seus membros.
D) o ressarcimento das despesas com transporte.
E) a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências, obriga­
ções, restrições e sanções não previstas em lei.
Gabarito: letra D.

Base legal: artigo 62 da LC 988/2006

Artigo 62 - São direitos das pessoas que buscam atendimento na Defen­


soria Pública:
I - a informação;
II - a qualidade na execução das funções;
III - a participação na definição das diretrizes institucionais da Defenso­
ria Pública e no acompanhamento da fiscalização das ações e projetos
desenvolvidos pela Instituição, da atividade funcional e da conduta pú­
blica dos membros e servidores.
§ 22-o direito à qualidade na execução das funções exige dos membros
e servidores da Defensoria Púbiica:
V - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências,
obrigações, restrições e sanções não previstas em lei;

Observação: a Lei Com plem entar Estadual n9 988/2006 não garante ao


assistido o ressarcimento das despesas de transporte. Por isso, a letra "D"
deve ser assinalada. De igual modo, a LC ns 80/94 não traz qualquer previ­
são acerca do ressarcimento do hipossuficiente com despesas referentes
a transporte.

232
Q u e s t õ e s e s p e c í f i c a s d a D e f e n s o r i a P ú b l i c a d e S ão P a u l o

-> Questão 03
• DP/SP -2 0 0 6 -FC C
Considere as seguintes afirmações sobre o plano anual de atuação da Defen­
soria Púbiica:
i Norteia a elaboração da proposta orçamentária.
II. É encaminhado pelo Conselho Superior.
Ili .É apresentado peio defensor-geral à Assembléia Legislativa.
IV. É discutido pela sociedade civil em conferências.
Estão corretas as afirmações
A) I, íl e 111, apenas.
B) I, II e IV, apenas.
C) I, li! e IV, apenas.
D) li, III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
Gabarito: letra B.

Base legal: o plano anual de atuação da Defensoria Pública é mencionado


em diversas oportunidades ao longo da LC 988/2006. Seguem abaixo es­
ses dispositivos.

Art. 6®. [...]


§32 —0 direito previsto no inciso III deste artigo será efetivado através
da Conferência Estadual e das Pré-Conferências Regionais da Defensoria
Púbiica, do Plano Anual de Atuação da Defensoria Pública e da Ouvido­
ria- Geral da Defensoria Pública, na forma desta lei.
Art. 72. [...]
§ 3® - A Defensoria Pública do Estado deverá contar com um plano anu­
al de atuação, cuja elaboração terá que ser precedida da realização de
Conferência Estadual e de Conferências Regionais, a cada dois anos.
Artigo 92 —A Defensoria Pública do Estado elaborará sua proposta or­
çamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orça­
mentárias, observados os princípios institucionais e o plano anual de
atuação, encaminhando-a, por intermédio do Defensor Púbiico-Geral do
Estado, na forma do artigo 99, § 22, da Constituição Federal.
Artigo 19 - São atribuições do Defensor Público- Geral do Estado, den­
tre outras:
I - praticar todos os atos próprios de gestão, editar atos decorrentes da
autonomia funcional e administrativa da instituição, bem como elaborar
e propor ao Conselho Superior o plano anual de atuação da Defensoria
Púbiica do Estado;

233
G u il h e r m e F r e ir e d e ’ M e l o B a r r o s

[...]
X - elaborar a proposta orçamentária anual da Defensoria Pública do
Estado, atendendo aos princípios institucionais, às diretrizes estabeleci­
das no plano anual de atuação e aos limites definidos na lei de diretrizes
orçamentárias;
Artigo 31 - Ao Conselho Superior compete:
[...]
X!X - aprovar o plano anual de atuação da Defensoria Púbiica do Esta­
do, garantida a ampla participação popular, em especial de represen­
tantes de todos os conselhos estaduais, municipais e comunitários, de
entidades, organizações não-governa mentais e movimentos populares,
através da realização de conferências estaduais e regionais, observado
o regimento interno;
Artigo 34 - Compete ao Defensor Público do Estado Corregedor-Geral:
[...]
XIII- acompanhar o cumprimento do plano anual de atuação da Defen­
soria Pública do Estado;
Art. 45. [...]
§ 2® - As Defensorias Regionais do Interior, da Capital e da Região Me­
tropolitana da Capital auxiliarão o Conselho Superior na organização das
conferências para a elaboração do plano anual de atuação da Defensoria
Pública do Estado.
Artigo 164-S ão deveres dos membros da Defensoria Pública do Estado,
além de outros previstos em lei:
[...]
XIX —observar fielmente o plano anuaí de atuação, aprovado peio Con­
selho Superior;

Questão 04
• DP/SP -2 0 06 -FCC.
Constitui um dos fundamentos de atuação da Defensoria Pública do Estado
de São Paulo:
A} a indivisibilidade.
B) a prevenção de conflitos.
C) a independência funcional.
D) a tutela jurídica integral e gratuita, individual e coletiva, judicial e extra-judi-
cial, dos necessitados.
E) a unicidade.
Gabarito: letra B.

Base legal: LC Estadual n9 988/2006, artigo 35: "A Defensoria Pública do


Estado, no desem penho de suas funções, terá como fundamentos de atu­
ação a prevenção dos conflitos e a construção de uma sociedade iivre,

234
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a D e f e n s o r i a P ú b l i c a d e S ão P a u l o

justa e solidária, a erradicação da pobreza e da marginalidade/ e a redução


das desigualdades sociais e regionais/'
Questão 05
* D P /SP -2006-FCC.
NÃO é atribuição institucional da Defensoria Pública Paulista:
A) atuar subsidiariamente nos Juizados Especiais Federais e na Justiça do Traba-
iho.
8} prestar atendimento interdisciplinar.
C) manter comissões permanentes para formular é acompanhar propostas de
alteração legislativa.
D) orientar e representar entidades civis que tenham entre suas finalidades as­
sistir pessoas carentes e que não possuam recursos.
E) contribuir na elaboração e planejamento de políticas; públicas.
Gabarito: letro A.

Basie legai: o rol de atribuições institucionais da Defensoria Púbiica de São


Paulo consta do artigo 55 de sua Lei Complementar.
Artigo 52 - São atribuições institucionais da Defensoria Pública do Esta­
do, dentre outras:
i ~ prestar aos necessitados orientação permanente sobre seus direitos
e garantias;
II - informar, conscientizar e motivar a população carente, inclusive por
intermédio dos diferentes meios de comunicação, a respeito de seus di­
reitos e garantias fundamentais;
III —representar em juízo os necessitados, na tutela de seus interesses
individuais ou coletivos, no âmbito civil ou criminal, perante os órgãos
jurisdicionais do Estado e em todas as instâncias, inclusive os Tribunais
Superiores;
ÍV —manter comissões permanentes para formular e acompanhar pro­
postas de elaboração, revisão e atualização legislativa;
V —prestar atendimento interdiscipünar;
VI - promover:
a) a mediação e conciliação extrajudicial entre as partes em conflito de
intéresses;
b} a tutela dos direitos humanos em qualquer grau de jurisdição, inclu­
sive perante os sistemas global e regional de proteção dos Direitos Hu­
manos;
c) a tutela individual e coletiva dos interesses e direitos da criança e do
adolescente, do idoso, das pessoas com necessidades especiais e das
minorias submetidas a tratamento discriminatório;

235
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

d} a tuteia individual e coletiva dos interesses e direitos do consumidor


necessitado;
e} a tutela do meio ambiente, no âmbito de suas finalidades institu­
cionais;
f) a tutela dos interesses dos necessitados no âmbito dos órgãos ou
entes da administração estadual e municipal, direta ou indireta;
g) ação civil pública para tutela de interesse difuso, coletivo ou indivi­
dual homogêneo;
h) a orientação e a representação judicial das entidades civis que te­
nham dentre as suas finalidades a tutela de interesses dos necessita­
dos, desde que não disponham de recursos financeiros para a atuação
em juízo;
i) a tutela dos direitos das pessoas necessitadas, vítimas de qualquer
forma de opressão ou violência;
j) trabalho de orientação jurídica e informação sobre direitos humanos
e cidadania em prol das pessoas e comunidades carentes, de forma
integrada e multidisciplinar;
I) a tutela das pessoas necessitadas, vítimas de discriminação em razão
de origem, raça, etnia, sexo, orientação sexual, identidade de gêne­
ro, cor, idade, estado civil, condição econômica, filosofia ou convicção
política, religião, deficiência física, imunológica, sensorial ou mental,
cumprimento de pena, ou em razão de qualquer outra particularidade
ou condição;
Vil - atuar nos estabelecimentos policiais, penais e de internação, in­
clusive de adolescentes, visando a assegurar à pessoa, sob quaisquer
circunstâncias, o exercício dos direitos e garantias individuais;
VIII - atuar como Curador Especial nos casos previstos em lei;
IX - assegurar aos necessitados, em processo judicial ou administra­
tivo, o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
X - atuar nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais;
XI - integrar conselhos federais, estaduais e municipais cujas finalida­
des lhe sejam afetas, nos termos da lei;
XII - contribuir no planejamento, elaboração e proposição de políticas
públicas que visem a erradicar a pobreza e a marginalização e a reduzir
as desigualdades sociais;
Xill - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou
sugestões apresentadas por entidades representativas da sociedade
civil, no âmbito de suas funções.

Observação: a Resposta é encontrada por eliminação, pois as demais op­


ções constantes dos itens da questão constam do rol de atribuições. Por
isso, transcrevem os o artigo 5 9 em sua integraiidade.

236
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a D e f e n s o r i a P ú b l i c a d e S ã o P a u l o

Questão 06
• DP/SP - 2007- FCC
Decidir sobre matéria reiativa à autonomia funcional e administrativa da De­
fensoria Púbiica é competência
A) do Defensor Público-Gerai. .............
B) do Corregedor-Geral.
C) do Ouvidor-GeraL
D) do Conseího Superior.
E) da Escola da Defensoria Pública.
Gabarito; letra D.

Base legal: LC n^ 988/2006, artigo 31, inciso IV.


Artigo 31 - Ao Conselho Superior compete:
[-.]
ÍV - discutir e deliberar sobre matéria relativa à autonomia funcional e
administrativa da Defensoria Pública do Estado;
Questão 07
# DP/SP-2007-FCC.
Os membros do Conselho Consuftivo da Ouvidoria-Geral, representantes de
entidades notoriamente compromissadas com os princípios e atribuições da
Defensoria Pública do Estado, são pessoas indicadas
A) pelo Conseího Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CONDEPE.
B} pelas Defensorias Públicas Regionais.
C) pelo ouvtdor-geral.
D) pelo Conseího Superior da Defensoria Pública.
E) peía Assembléia Legislativa.
Gabarito: letra C.

Base legal: artigo 39 da LC n^ 988/2006


Artigo 39 —0 Conselho Consultivo da Ouvidoria- Geral, composto por
11 (onze) membros e presidido pelo Ouvidor-Geral, terá como finalida­
des precípuas acompanhar os trabalhos do órgão e formular críticas e
sugestões para o aprimoramento de seus serviços, constituindo canal
permanente de comunicação com a sociedade civil.
§ l 9 - Os membros do Conselho Consultivo serão designados pelo De­
fensor Públíco-Geral do Estado, com base em indicação feita peio Ouvi­
dor-Geral, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução.
§ 22 - A indicação de que trata o §l® deste artigo recairá sobre pessoas
e representantes de entidades notoriamente compromissadas com os
princípios e atribuições da Defensoria Pública do Estado.

237
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

§ 32 —As funções de membro do Conseiho Consuitivo não serão remu­


neradas e seu exercício será considerado serviço púbiico de natureza
relevante.
§ 4g - As normas de funcionamento do Conselho Consuitivo serão esta­
belecidas em regimento interno elaborado peio Conselho Superior, nos
termos do artigo 31, inciso Ni, desta lei complementar.
Questão 08
« DP/SP ~ 2007 - FCC.
Nos termos do art. 187 da Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado de
São Paulo, a apuração das infrações disciplinares atribuídas a defensores pú­
blicos será feita mediante
A) processo administrativo sumário.
B) processo administrativo sumário e processo administrativo ordinário.
C) via rápida.
D) sindicância.
E) processo administrativo ordinário.
Gabarito: letra B.
Base legal: artigo 187 da LC 988/2006
Artigo 187 - A apuração das infrações disciplinares será feita mediante:
I - processo administrativo sumário, quando cabíveis as penas de adver­
tência, censura e suspensão;
II —processo administrativo ordinário, quando cabíveis as penas de cas­
sação de disponibilidade ou aposentadoria e de demissão.
Parágrafo único - O processo administrativo poderá ser precedido de
sindicância, de caráter simplesmente investigatório, quando não houver
elementos suficientes para a apuração da falta ou de sua autoria.
Questão 09
• DP/SP - 2007 - FCC.
Nos termos do art. 56 da Lei Orgânica da Defensoria Púbiica do Estado de São
Paulo, são órgãos auxiliares da Defensoria Púbiica:
A) a Escola da Defensoria Pública e os Centros de Atendimento Multidiscipiinar.
B) a Escola da Defensoria Púbiica, os Centros de Atendimento Multidiscipiinar,
a Coordenadoria Geral de Administração, a Coordenadoria de Comunicação
Social e Assessoria de imprensa, a Coordenadoria de Tecnologia da informa­
ção e o Grupo de Planejamento Setorial.
C) a Escola da Defensoria Pública, os Centros de Atendimento Multidiscipiinar,
a Coordenadoria Gerai de Administração, a Coordenadoria de Comunicação
Social e a Assessoria de imprensa, a Coordenadoria de Tecnologia da infor­
mação, os Estagiários e o Grupo de Planejamento Setorial.

238
Q u e s t õ e s e s p e c í f i c a s d a D e f e n s o r i a P ú b l i c a d e S ão P a u l o

D) os Centros de Atendimento Mu indisciplinar, a Coordenadoría Geral de Admi­


nistração, a Coordenadoría de Comunicação Social e Assessoria de Imprensa,
a Coordenadoría de Tecnologia da Informação, os Estagiários e o Grupo de
Planejamento Setorial.
E) a Coordenadoría Geral de Administração, a Coordenadoría de Comunica­
ção Social e Assessoria de Imprensa e a Coordenadoría de Tecnologia da
informação.
Gabarito: letra C.

Base legal: artigo 56 da LC 988/2006


Artigo 56 - São órgãos auxiiiares da Defensoria Pública do Estado:
I - a Escola da Defensoria Púbiica do Estado;
II —a Coordenadoría Geral de Administração;
lil - o Grupo de Planejamento Setorial;
IV - a Coordenadoría de Comunicação Social e Assessoria de Imprensa;
V - a Coordenadoría de Tecnologia da Informação;
VI —os Centros de Atendimento Multidisciplinar;
Vil - os Estagiários.

-> Questão 10
» DP/SP-2007-FCC.
O corregedor-gera! da Defensoria Pública é
A) um defensor público nomeado pelo governador do Estado a partir de lista
elaborada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública.
B) um servidor da Defensoria Púbiica nomeado pelo defensor público-geral do
Estado.
C) uma pessoa nomeada pelo governador do Estado, a partir de lista tríplice
elaborada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana
-CONDEPE.
D) uma pessoa nomeada pelo defensor público-geral do Estado, a partir de lista
elaborada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública.
E) um defensor público nomeado pelo governador do Estado, a partir de lista
elaborada pelo Conselho Nacional de Justiça.
Gabarito: ietra A.

Base legal: artigo 33 c/c artigo 31, inciso V, da LC 988/2006.


Artigo 3 3 - 0 Defensor Público do Estado Corregedor- Geral será nome­
ado pelo Governador do Estado, observado o disposto no artigo 31, inci­
so V, desta lei complementar, para mandato de 2 (dois) anos, permitida
1 (uma) recondução.

239
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Artigo 31 —Ao Conselho Superior compete:


[...]
V ~ elaborar lista sêxtupla, dentre os integrantes da classe mais eieva-
da da carreira, para o cargo de Defensor Púbiico do Estado Corregedor-
Geral;

Questão 11
• DP/SP -2 0 0 7 -FCC.
NÃO é dever do defensor púbiico
A) comparecer, em horário normal de expediente, ao local onde exerce suas
funções.
B) atender aos necessitados, no dias e horários previamente estabelecidos e
divulgados, salvo nos casos urgentes.
C) manifestar-se sobre as matérias em discussão no Conselho Superior da De­
fensoria Pública.
D) participar dos atos judiciais, quando necessária sua presença.
E) esgotar as medidas e recursos cabíveis na defesa dos interesses do necessita­
do assistido, inclusive promover a revisão criminai e a ação rescisória.
Gabarito: letra C.

Base legal: o artigo 164 da LC 988/2006 elenca os deveres dos defensores


públicos.
Artigo 164 - São deveres dos membros da Defensoria Pública do Estado,
aiém de outros previstos em lei:
i - prestar aos necessitados atendimento de qualidade, tratando-os com
urbanidade e respeito, nos termos do artigo 6^ desta lei complementar;
II —racionalizar, simplificar e desburocratizar os procedimentos, evitan­
do solicitar aos usuários documentos ou diligências prescindíveis à pres­
tação do serviço;
lli - atender aos necessitados, nos dias e horários previamente estabe­
lecidos e divulgados, salvo nos casos urgentes;
IV - desempenhar com zelo e presteza, dentro dos prazos, os serviços a
seu cargo e os que, na forma da iei, lhes sejam atribuídos pelos órgãos
da administração superior;
V - participar dos atos judiciais, quando necessária a sua presença;
Vi - esgotar as medidas e recursos cabíveis na defesa dos interesses do
necessitado assistido, inclusive promover a revisão criminal e a ação res­
cisória;
VII - zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerrogativas e peia dignidade
de suas funções;
VIII - zelar pelo respeito aos membros da Defensoria Pública do Estado e
do Ministério Púbiico, aos magistrados e aos advogados;

240
Q u e s t õ e s e s p e c í f i c a s d a D e f e n s o r i a P ú b l i c a d e S ão P a u l o

iX-tratar com urbanidade as partes, testemunhas e auxiliares da Justiça;


X ~ declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;
XI - manter conduta compatível com o exercício das funções;
Xli - residir, se titular, no Município onde exerce suas funções, salvo auto­
rização expressa do Defensor Público-Geral do Estado, em caso de justifi­
cada e relevante razão; .......... ...........
XIII- resguardar o sigilo sobre o conteúdo de documentos ou informações
obtidas em razão do cargo ou função e que,, por força de lei, tenham ca­
ráter sigiloso;
XiV—comparecer, em horário normal de expediente, ao local onde exerce
suas funções;
XV - exercer permanente fiscalização sobre os servidores subordinados;
XVi - representar ao Defensor Público-Geral do Estado e ao Corregedor-
Geral sobre irregularidades que djficultem ou impeçam o desempenho de
suas funções;
XVII - prestar as informações solicitadas pelos órgãos da administração
superior da Defensoria Pública do Estado;
XVHI -zelar peio recolhimento ou promover a cobrança de honorários ad-
vocatícios, sempre que o necessitado for vencedor da demanda ou hou­
ver arbitramento judicial, bem como de quaisquer despesas adiantadas
pelo Fundo de Assistência Judiciária, tais como honorários periciais;
XIX- observar fielmente o plano anual de atuação, aprovado pelo Conse­
lho Superior;
XX - encaminhar relatório de suas atividades, na forma e periodicidade
estabelecidas pela Corregedoria-Geral;
XXI - zelar peia guarda e boa aplicação dos bens e recursos que lhe forem
confiados.

Observação: Nesse rol não consta a manifestação sobre matérias em dis­


cussão no Conselho Superior.
Questão 12
® DP/SP- 2 0 0 7 -FCC.
Os atos de gestão administrativa da Defensoria Pública
A} são exclusivos do Defensor Público-Geral.
B) são imunes à fiscalização externa.
C) têm auto-executoriedade e eficácia plena.
D) têm eficácia e executividade após apreciação prévia pelas Secretarias de Es­
tado da Fazenda e do Planejamento.
E) dependem de delegação do Governador do Estado.
Gabarito: letra C.

Base legal: artigo 75, inciso l e parágrafos l 5 e 29, da LC n9 988/2006.

241
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Artigo 72 - À Defensoria Pública do Estado são asseguradas autonomia


funcionai e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária,
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, e
subordinação ao disposto no artigo 99, § 22, da Constituição Federal,
cabendo-lhe especialmente:
I - praticar atos próprios de gestão;
[.-]
§ I 9 —As decisões da Defensoria Pública do Estado, fundadas em sua
autonomia funcional e administrativa e obedecidas ás formalidades le­
gais, têm auto-executoríedade e eficácia plena, ressalvadas as compe­
tências constitucionais dos Poderes Judiciário e Legislativo e do Tribunal
de Contas.
§ 2®- Os atos de gestão administrativa da Defensoria Pública do Estado,
inclusive no tocante a convênios, contratações e aquisições de bens e
serviços, não podem ser condicionados à apreciação prévia de quais­
quer órgãos do Poder Executivo.

Questão 13
• DP/SP- 2 0 0 9 -FC C
Um cidadão procura a Defensoria Pública do Estado visando à propositura de
ação de indenização. Após atenta análise da situação apresentada, o Defen­
sor Público não vislumbra qualquer viabilidade jurídica da pretensão. Nesse
caso, o Defensor Público deve
A) ajuizar a ação, tendo em vista a indisponibilidade do direito à assistência ju­
rídica gratuita.
B) negar o ajuizamento da ação, buscando a ratificação de seu posicionamento
pelo coordenador da unidade à qual está vinculado.
C) negar o ajuizamento da ação, encaminhando o cidadão à Ouvidoria-Gerai da
Defensoria Pública.
D) negar o ajuizamento da ação, informando o cidadão sobre os motivos da de­
cisão proferida e comunicando~os ao Defensor Público superior imediato.
E) ajuizar a ação, informando o cidadão sobre os riscos de eventual indeferi­
mento judicial.
Gabarito: letra D.

Base legal: Artigo 162 - São prerrogativas dos membros da Defensoria


Pública do Estado, além daquelas definidas na legislação federal:
[...]
VII - deixar de patrocinar ação, quando manifestamente incabíveí ou in­
conveniente aos interesses da parte sob seu patrocínio, comunicando ao
Defensor Público superior imediato as razões do seu proceder, podendo

242
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a D e f e n s o r i a P ú b l i c a d e S ão P a u l o

este, se discordar fundamentadamente das razões apresentadas, propor


a ação ou designar outro Defensor Púbiico para que o faça;

Observação: a disciplina da Defensoria Pública de São Paulo é diferente


daquela prevista na LC n9 80/94, que prevê a comunicação ao Defensor
Público-Geral (art. 44, XII; art. 128, XII-}.
-> Questão 14
® DP/SP - 2009 -FC C
Os Núcleos Especializados da Defensoria Pública do Estado caracterizam-se
A) por sua natureza transitória, tendo em vista o período de 2 (dois) anos da
designação de seus integrantes, permitida a recondução por igual prazo.
B) por exercerem, simultaneamente, funções de execução e de assessoria a ou­
tros órgãos de atuação.
C) pela restrição de suas atribuições, voltadas à propositura de medidas judi­
ciais para a tutela de interesses coletivos e difusos.
D) peia rígida definição legal dos temas a que estão vinculados.
E) peia possibilidade de compilação e remessa de informações técnico-jurídi-
cas, com caráter vinculativo, aos Defensores Públicos.
Gabarito: letra B.

Base legal: Artigo 52 - A Defensoria Pública do Estado contará com Núcleos


Especializados, de natureza permanente, que atuarão prestando suporte e
auxílio no desempenho da atividade funcional dos membros da instituição.
Questão 15
* DP/SP -2 0 0 9 -FC C
Compete à Escola da Defensoria Pública do Estado:
A) coordenar a realização de pesquisas periódicas referentes ao índice de satis­
fação dos usuários.
B) fixar as rotinas para atuação dos Defensores Públicos.
C) auxiliar o Conselho Superior na fixação de parâmetros mínimos de qualidade
para atuação dos Defensores Públicos.
D) criar e manter bancos de dados sobre as atividades da Defensoria Pública do
Estado.
E) organizar reuniões periódicas em cada unidade da Defensoria Pública do Es­
tado para a definição das teses institucionais, que deverão ser observadas
por todos os membros da carreira.
Gabarito: letra C.

243
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Base legal: Artigo 58 - A Escola é órgão auxiliar da Defensoria Púbiica do


Estado, competindo-lhe:
U]
XiV —auxiliar o Conselho Superior na fixação de parâmetros mínimos de
qualidade para atuação dos Defensores Públicos;

-> Questão 16
« DP/SP - 2009 - FCC
Quanto ao regime disciplinar da carreira de Defensor Público do Estado, é
correto afirmar:
A) as correições extraordinárias serão realizadas pelo Corregedor-Geral, desde
que determinadas pelo Defensor Público-Geral ou pelo Conseího Superior.
B) a pena de censura será aplicada, por escrito, no caso de primeiro descumpri-
mento de dever funcionai de pequena gravidade.
C) ao Corregedor-Geral compete a instauração de sindicância contra membro
da Defensoria Pública, mediante a provocação de qualquer pessoa, preserva­
do o anonimato.
D) o abandono de cargo caracteriza-se pelo não comparecimento do Defensor
Público ao serviço por mais de 30 (trinta) dias.
E) ao Corregedor-Geral compete a instauração de processo administrativo, por
determinação do Ouvidor-Geral.
Gabarito: letra D.

Base legal: Art. 183. [...]


§ 1- - Considerar-se-á abandono de cargo o nãocomparecímento do Defen­
sor Público ao serviço por mais de 30 (trinta) dias.
Questão 17
• DP/SP - 2009 - FCC
Em relação aos Estagiários de Direito da Defensoria Pública do Estado de São
Paulo, pode-se afirmar:
A) são órgãos auxiliares da instituição.
B) são selecionados pela Escola da Defensoria Pública.
C) são descredenciados após o período de 1 (um) ano de estágio.
D) podem se licenciar por até 10 (dez) dias por ano para a realização de provas,
mediante autorização do Conselho Superior.
E) para o credenciamento, devem estar matriculados a partir do último ano do
curso superior de graduação.
Gabarito: letra A.

244
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a D e f e n s o r ia P ú b l ic a d e S ã o P a u l o

Base legal: Artigo 56 - São órgãos auxiliares da Defensoria Pública do Es­


tado:
[-1
VH - os Estagiários.
Artigo 7 3 - 0 estágio de direito compreende o exercício transitório de
funções auxiliares dos Defensores Públicos, como definido nesta lei
complementar.

Questão 18
® DP/SP- 2 0 0 9 -FC C
A gestão do Fundo de Assistência Judiciária, compete
A) ao Defensor Púbiico-Geral do Estado.
B) ao Conselho Superior da. Defensoria Pública do Eístado.
C) à Escola da Defensoria Púbiica-Gera! do Estado.
D) aos Núcleos Especializados da Defensoria Pública.
E} à Ouvidoria-Gerai da Defensoria Pública.
Gabarito: letra A .

Base legal: Artigo 19 - São atribuições do Defensor Público- Geral do Es­


tado, dentre outras:

V —gerir o Fundo de Assistência Judiciária;

Questão 19
• DP/SP - 2 0 0 9 -F C C
O Plano Anual de Atuação da Defensoria Pública
A) é aprovado pelo Defensor Público-Gerai após ampla participação popular,
através da realização de Conferência Estadual e de Conferências Regionais.
B) é precedido da realização de Conferência Estadual e de Conferências Regio­
nais, a cada dois anos.
C) é proposto pelo Ouvidor-Gera! da Defensoria Pública ao Conselho Superior e
deve ser observado pelos membros da Defensoria Pública do Estado, sempre
que possível.
D) tem caráter não-vinculativo em relação à atuação institucional e é precedido
da realização anual de Conferência Estadual e de Conferências Regionais.
E) efetiva o direito dos usuários do serviço à quaiidade na execução das funções
que competem à Defensoria Pública.
Gabarito: letra B.

245
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Base legal: Artigo 31 - Ao Conseiho Superior compete:


[-]
XIX - aprovar o piano anuai de atuação da Defensoria Pública do Esta­
do, garantida a ampla participação popular, em especiai de represen­
tantes de todos os codselhos estaduais, municipais e comunitários, de '
entidades, organizações não-gòvern a mentais e movimentos popuiares,
através da realização de conferências estaduais e regionais, observado
o regimento interno;
[-]
Parágrafo único - Para os fins previstos no inciso XiX deste artigo, o
Conselho Superior regulamentará e organizará a Conferência Estadual
da Defensoria Pública e as Pré-Conferências Regionais, contando com
o auxílio das Defensorias Regionais do Interior, da Capitai e da Região
Metropolitana.

246
Anexo V
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s
das D e f e n s o r ia s P ú b l ic a s d o s E s t a d o s

Na primeira edição do livro, preparamos um anexo com questões especí­


ficas da Defensoria Pública de São Paulo, pois verificamos que o concurso
para ingresso nessa carreira trazia muitas questões específicas de sua lei
orgânica própria, a Lei Complementar Estadual ne 988/2006.
Ao catalogar as questões de concursos para elaboração da edição, em
diversos concursos estaduais, percebemos o aumento do número de ques­
tões ligadas às leis orgânicas respectivas. Por isso, optamos pela inserção
de mais este anexo, que apresenta questões de concursos estaduais que
cobraram conhecimento de sua lei de regência.
Cumpre esclarecer alguns pontos.
Em diversos estados, a lei estadual própria contém redação similar à da
Lei Complementar Nacional. Inclusive, ao longo do livro, já na primeira
edição, citamos questões de concursos que mencionavam a lei estadual,
mas cuja Resposta era encontrada com o simples conhecimento da LC n2
80/94. Tais questões foram mantidas ao longo do texto.
Este anexo contém questões novas, não contidas na primeira edição, e
que fazem referência à sua lei orgânica respectiva.
O objetivo é proporcionar ao leitor conhecimento e dados úteis sobre
pontos específicos das leis estaduais.
Questão 01
• DP/MT-2 0 06
Sobre o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, conforme pre-
ceítuado na Lei Complementar Estadual n. 146, de 29 de dezembro de 2003,
assinale a afirmativa correta.
A) Membros estáveis e não-estáveis da Defensoria Púbiica possuem direito de
voto na escolha dos Conselheiros.
B) O mandato dos Conselheiros é de dois anos, permitida apenas uma recondu­
ção.
C) Havendo vacância do cargo de Conselheiro, realizar-se-á nova eleição.
D) Na ausência do Defensor Público-Geral, o Conselho será presidido pelo Cor­
regedor-Geral da Defensoria Pública.

247
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B arjros

E) É vedada a elegibilidade de Procuradores submetidos à aplicação de sanções


disciplinares a menos de dois anos das inscrições dos candidatos.
Gabarito: letra E.

Base legal: Lei Complementar 143/2003. Art. 17. [...}.


Parágrafo único É vedada a elegibilidade de Procuradores submetidos à
aplicação de sanções disciplinares a menos de 02 (dois) anos das inscri­
ções dos candidatos.

-> Questão 02
® DP/MT-2 006
A respeito da Corregedoria-Geral da Defensoria, nos termos da Lei Comple­
mentar Estadual n. 146, de 29 de dezembro de 2003/ assinale a afirmativa
correta.
A) Compete à Corregedoria-Geral receber e analisar os relatórios circunstancia­
dos dos membros da Defensoria Pública.
B) A nomeação do Corregedor-Geral/ após formação da iista sêxtupla, através
de eleição, será efetuada peio Defensor Público-Geral.
C) O Corregedor-Geral não poderá ser destituído do cargo nos primeiros seis
meses após a posse.
D) O mandato do Corregedor-Geral é de dois anos, permitidas duas recondu­
ções.
E) Compete ao Corregedor-Geral inspecionar, em caráter transitório, as ativida­
des dos membros da Defensoria Pública.
Gabarito: letra A.

Base legal: Lei Complementar n9 146/2003.


Art. 26 À Corregedoria-Geral.da Defensoria Púbiica compete:
[...]
IV - receber e analisar os relatórios circunstanciados dos membros da
Defensoria Pública, proferindo parecer fundamentado, informando ou
sugerindo ao Defensor Público-Geral o que for necessário;

-■> Questão 03
® DP/MS -2 0 0 8 -VUNESP
Assinale a alternativa que está de acordo com o que dispõe a Constituição do
Estado de Mato Grosso do Sul.
A) Para cada dois cargos da carreira da Magistratura de primeiro grau do Estado,
haverá um cargo correspondente na carreira da Defensoria Pública.

248
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a s D e f e n s o r ia s P ú b l ic a s d o s E st a d o s

B) A Defensoria Púbiica tem por Chefe o Procurador-Geral da Defensoria Públi­


ca, nomeado pelo Governador do Estado dentre os integrantes da classe final
da carreira, escolhido em lista tríplice, elaborada por meio de votação, pelos
membros da carreira em efetivo exercício, para o mandato de três anos, per­
mitida uma recondução.
C) A destituição do Procurador Geral da Defensoria Pública, por iniciativa do
Governador, antes do término do mandato, deverá ser precedida de autori­
zação votada pela maioria absoluta da Assembléia Legislativa, que poderá, a
qualquer tempo, por igual quorum, destituí-lo.
D) O Defensor Público terá promoção voluntária de entrância para entrância e
da última para Procurador da Defensoria Pública, alternadamente, por anti­
güidade e merecimento, esta através de lista sêxtupla elaborada pelo Conse­
lho Superior da Defensoria Pública,
Gabarito: letra C.

Base legal: Lei Complementar n9 111/2005,


Art. 15. f...].
Parágrafo único. A destituição do Defensor Púbiico-Geral do Estado obe­
decerá ao disposto no parágrafo único do art. 141 da Constituição do
Estado de Mato Grosso do Sul.
Constituição do Estado do Mato Grosso do Sul.
Art. 141. [...}
Parágrafo único. A destituição do Defensor Púbiico-Geral do Estado, por
iniciativa do Governador, antes do término do mandato, deverá ser pre­
cedida de autorização pela maioria absoluta da Assembléia Legislativa,
que poderá, a qualquer tempo, por igual quórum destituí-lo, na forma
da lei complementar.

Questão 04
• DP/MS - 2008 - VUNESP
A Lei Complementar ns 111/2005 criou o Fundo Especial para o Aperfeiçoa­
mento e o Desenvolvimento das Atividades da Defensoria Pública. Segundo
a Lei, esse Fundo
A) será administrado por um Conselho Administrativo composto de oito mem­
bros da carreira, sob a presidência do Defensor Púbiico-Geral.
B) terá como uma das suas fontes de receitas as transferências orçamentárias
provenientes de outras entidades públicas.
C) não poderá receber doações de pessoas jurídicas estrangeiras.
D) terá o saldo verificado no final de cada exercício automaticamente devolvido
para o Tesouro Estadual.
Gabarito: letra B.

249
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Base legal: Lei Complementar n9 111/2005.


Art. 79 Fica criado o Fundo Especial para o Aperfeiçoamento e o Desen­
volvimento das Atividades da Defensoria Pública, destinado ao custeio
de despesas relacionadas com a instalação e o funcionamento dos seus
órgãos de atuação, com a aquisição de bens e suprimentos, construção
e reforma de imóveis e contratação de serviços, bem como das despesas
realizadas para o aprimoramento profissional e cultural dos membros da
Defensoria Pública, de seus auxiliares e servidores, constituído das im­
portâncias arrecadadas a título de honorários de sucumbência devidos
à Defensoria Pública.
§ l 9 Constituem, também, recursos do Fundo as receitas oriundas:
í- ]
III- de transferências orçamentárias provenientes de outras entidades
públicas;

Questão 05
® DP/MS- 2 0 0 8 -VUNESP
Tendo em vista o disposto na Lei Complementar n9 111/2005, propor normas
e procedimentos para a organização dos serviços e de desempenho das fun­
ções dos membros da Defensoria Pública compete ao
A) Corregedor-Geral da Defensoria Pública.
B) Defensor Púbíico-Geraí do Estado.
C) Conselho Superior da Defensoria Pública.
D) Colégio de Defensores Públicos de 2.- Instância.
Gabarito: letra A.

Base legal: Lei Complementar n9lll/ 2 0 0 5 .


Art. 23. Compete ao Corregedor-Geral da Defensoria Pública:
I - propor normas e procedimentos para a organização dos serviços e de
desempenho das funções dos membros da Defensoria Pública, por meio
de provimento aprovado pelo Conselho Superior;

-> Questão 06
• DP/MS- 2 0 0 8 -VUNESP
No que se refere à garantia do Defensor Público, é correto afirmar que
A} após três anos de efetivo exercício, será considerado estável na carreira e
somente poderá ser demitido por sentença judiciai transitada em julgado.
B) os mandados de segurança contra atos do Defensor Púbüco-Geral do Estado
e do Corregedor-Geral da Defensoria Pública serão processados e julgados,
originariamente, peio Tribunal de Justiça do Estado.

250
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a s D e f e n s o r ia s P ú b l ic a s d o s E s t a d o s

C) nos crimes comuns e de responsabilidade, o Defensor Púbiico será processa­


do e julgado, originária e respectivamente, pelo juiz de primeira instância e
pelo Tribunal de Justiça do Estado.
D) a prisão ou detenção de membro da Defensoria Pública, em qualquer cir­
cunstância, será imediatamente comunicada ao Corregedor-Geral da Defen­
soria Pública, e só será efetuada em saia ou prisão especial, à disposição de
autoridade judiciária competente!
Gabarito: letra B.
Base legal: Constituição Estadual do Mato Grosso do Sul.
Art. 114. Compete ao Tribunal de Justiça:
[...)
II - processar e julgar, origlnariamente:
[-]
b) os mandados de segurança contra atos do Governador, dos Secretários
de Estado, da Mesa da Assembléia Legislativa, do Tribunal de Contas, in­
cluídos os dos seus Presidentes, do próprio Tribunal de Justiça, seus mem­
bros e turmas, incluídos os dos seus Presidentes, do Conselho Superior da
Magistratura, dos Juizes de primeiro grau, do Corregedor-Geral de Justiça,
do Corregedor-Geral do Ministério Público, do Procurador-Gerai de Justi­
ça, do Defensor Público-Geral do Estado, do Corregedor-Geral da Defen­
soria Pública e do Procurador-Geral do Estado;
-> Questão 07
* DP/MG - 2009 - FUMARC.
O Governador do Estado de Minas Gerais recebeu a lista tríplice para a no­
meação do Defensor Público Geral, porém, deixando transcorrer mais de
dois meses, não procedeu a nomeação. Nesse caso:
A) O Conselho Superior da DPMG escolherá, em cinco dias, um dos integrantes
da lista, empossando-o imediatamente.
B) Assumirá o cargo, interinamente, o Subdefensor Público Geral, até que ocor­
ra a escolha definitiva peio Governador dentro da lista tríplice.
C) Caberá à Assembléia Legislativa, no prazo, escolher um dos integrantes da
lista tríplice.
D) Considerar-se-á nomeado o Defensor Público mais antigo dentre os indicados.
E) Será investido automaticamente no cargo o Defensor Público mais votado.
Gabarito: letra B
Base legal: artigo 12 da LC estadual n9 65/2003:
Art. 12 —Ocorrendo a vacância do cargo de Defensor Púbiico Geral, as­
sumirá interinamente o Subdefensor Público Geral, e será realizada nova
eleição, em trinta dias, para o preenchimento do cargo, na forma do
respectivo edital

251
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Questão 08
• DP/MG - 2009 - FUMARC
Assinale a opção correta acerca das disposições da Lei Complementar Esta­
dual n.e 65/03:
A) Os membros da DPMG adquirem a garantia da estabilidade após três anos
de exercício, não podendo perder o cargo a não ser após regular processo
administrativo-disciplinar, no qual lhes seja garantida ampla defesa.
B) O membro da DPMG poderá ser removido compulsoriamente do cargo ou
função, por motivo de interesse público, mediante decisão do Conselho Su­
perior, por voto de dois terços de seus membros, desde que assegurada a
ampla defesa. Pode ainda ser removido voluntariamente através de requeri­
mento direcionado jaara o Conselho Superior.
C) Os defensores públicos de primeira ciasse são agentes que atuam em pri­
meira instância, nãó podendo propor ações diretamente nos tribunais, pois
tratando de competência originária dos tribunais, tais ações devem ser pro­
postas por defensores públicos que atuam em segunda instância.
D) Ao Conselho Superior compete decidir, pelo voto da maioria de seus inte­
grantes, sobre a avaliação e a permanência na carreira dos membros da
DPMG em estágio probatório.
E) Ao Corregedor-Geral compete baixar instruções, sem caráter vinculativo e no
limite de suas atribuições, visando à regularidade e ao aperfeiçoamento das
atividades da Defensoria Pública, bem como à independência funcional de
seus membros.
Gabarito: íetra E.

Base legal: Lei Complementar ne 65/2003.


Art. 34 - Ao Corregedor-Geral da Defensoria Púbiica compete:
[-]
X! - baixar instruções, sem caráter vinculativo e no limite de suas atri­
buições, visando à regularidade e ao aperfeiçoamento das atividades
da Defensoria Pública, bem como à independência funcional de seus
membros;

-> Questão 09
• DP/MG - 2009 - FUMARC
Com base na Lei Complementar Estadual n.s 65/03, analise as assertivas
abaixo:
I . A Corregedoria-Gerai é exercida pelo Corregedor-Geral, indicado entre os in­
tegrantes da carreira, em lista sêxtupla elaborada pelo Conselho Superior e
nomeado pelo Governador do Estado.

252
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a s D e f e n s o r ia s P ú b l ic a s d o s E s t a d o s

II. A Defensoria Púbiica-Gerai e o Conselho Superior são órgãos da Adminis­


tração Superior, sendo o Defensor Púbiiço-Geral chefe do primeiro e quem
sempre presidirá o segundo.
iíl. O Defensor Púbiico é órgão de execução, exceto se estiver em função admi­
nistrativa.
IV. São órgãos de atuação da Defensoria Pública: Defensorias Públicas nas Co­
marcas; Núcleos da Defensoria Pública do Estado; Coordenadorias Regionais
de Defensoria Pública, em número de quinze,
V. São órgãos de execução de apoio administrativo: o Gabinete; a Assessoria
jurídica e de comunicação; a Superintendência de Planejamento, Gestão e
Finanças e a Superintendência de Gestão Jurídica.
Pode-se afirmar que:
A) peio menos três assertivas estão corretas.
8} somente duas assertivas estão corretas.
C) somente uma assertiva está correta.
D) Todas as assertivas estão incorretas.
E) Há quatro assertivas corretas.
Gabarito: letro B.

Base legal: Dividimos a indicação do dispositivo conforme os itens acima


indicados
Item 1: incorreto
Art. 33. A Corregedoria-Geral é exercida pelo Corregedor-Geral, indica­
do entre os integrantes da classe mais elevada da carreira, em lista sêx-
tupla elaborada pelo Conselho Superior, e nomeado pelo Governador
do Estado, para mandato de dois anos.
Item 11: correto.
Art. 62. A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais tem a seguinte
estrutura orgânica:
l —órgãos da administração superior:
a) Defensoria Pública-Geral;
b) Subdefensoria Pública-Geral;
c} Conselho Superior da Defensoria Púbiica;
d) Corregedoria-Geral da Defensoria Púbiica;
Art. 7®. A Defensoria Pública Geral tem como chefe o Defensor Púbiico
Geral, que é nomeado pelo Governador do Estado.
Art. 23. [...]
§ 12 - O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público Geral, res­
peitadas as exceções previstas nesta lei complementar.

253
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Item III: incorreto.


Art. 62 A Defensoria Púbiica do Estado de Minas Gerais tem a seguinte
estrutura orgânica:
[...]
III - órgãos de execução, os Defensores Públicos;
Item IV: correto
Art. 62 A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais tem a seguinte
estrutura orgânica:

11 - órgãos de atuação:
a) Defensorias Públicas do Estado nas Comarcas:
b) Núcleos da Defensoria Pública do Estado;
c) Coordenadorias Regionais de Defensoria Pública do Estado, em nú­
mero de quinze;
item V: incorreto.
Art. 62 A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais tem a seguinte
estrutura orgânica:
[-]
IV - órgãos de execução na área de apoio administrativo:
a) Gabinete;
b) Assessoria jurídica;
c) Assessoria de Comunicação;
d) Auditoria Setorial;
e) Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças:
1. Diretoria de Recursos Humanos;
2. Diretoria de Recursos Logísticos e Tecnológicos;
3. Diretoria de Contabilidade e Finanças;
4. Diretoria de Planejamento e Orçamento;
f) Superintendência de Gestão da Informática:
1. Diretoria de Desenvolvimento de Programas;
2.. Diretoria de Suporte Técnico e Administração de Rede;
3. Diretoria de Gestão da Informação.
g) Superintendência de Gestão Jurídica:
1. Diretoria de Gestão de Direito Privado;
2. Diretoria de Gestão de Direito Púbiico;
3. Diretoria de Assistência Pericial;
4. Diretoria de Estatística.

Questão 10
® DP/MG - 2009 - FUMARC.
Sobre a responsabilidade funcionai dos membros da Defensoria Púbiica,
pode-se afirmar que:

254
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a s D e f e n s o r ia s P ú b l ic a s dos E s ta d o s

A) A apuração da responsabilidade dar-se-á por meio de procedimento deter­


minado pelo Defensor Púbiico Gerai, cabendo a este decidir sobre a penali­
dade em todos os casos.
B) Nenhuma penalidade será aplicada sem que se garanta o contraditório e a
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, podendo ser através
de instauração de sindicância ou processo administrativo-disciplinar.
C) A pena de demissão será aplicada ao membro da Defensoria Pública quando
houver reincidência em falta punida com suspensão ou remoção compulsó­
ria e também quando houver revelação de assunto de caráter sigiloso que
conheça em razão do cargo.
D) O membro da Defensoria Púbiica que praticar infração punível com remoção
. compulsória ou demissão não poderá aposentar-se até o trânsito em julgado
do procedimento administrativo-disciplinar.
E} A prescrição das faltas ocorrerá em dois anos nos casos de punições de
advertência e suspensão. Ocorrerá em cinco anos nos demais casos, saivo
quando a infração disciplinar for punida em lei como crime, pois neste caso o
prazo prescricional regular-se-á pela lei penal.
Gabarito: ietra C.

Base legal: Lei Complementar nQ 65/2003


Art. 95 - A pena de demissão será aplicada ao membro da Defensoria
Púbiica quando houver reincidência em falta punida com suspensão ou
remoção compulsória e nas seguintes hipóteses, entre outras previstas
em lei:
[-.]
Vi - revelação de assunto de caráter sigiloso que conheça em razão do
cargo;

Questão 11
« DP/MG - 2009 - FUMARC.
Com relação a processo administrativo-disciplinar, recurso e revisão, pode-se
afirmar que:
A} O processo administrativo-disciplinar será conduzido por uma comissão
composta de três membros, designados pelo Conselho Superior.
B) Em respeito ao princípio da razoável duração do processo, artigo 52, LXXVII1 da
CRFB/88, o processo administrativo-disciplinar será concluído no prazo de até
sessenta dias contados da conclusão da instrução, não admitindo prorrogação.
C) Poderá o membro da Defensoria Pública ou o seu procurador, no prazo de
dez dias contados da intimação, interpor recurso para o Governador do Esta­
do contra decisão condenatória proferida pelo Defensor Púbiico-Geral.

255
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

D) Não caberá revisão quando a pretensão for justificar a imposição de pena


mais branda.
E) Caberá revisão, a qualquer tempo, do processo administrativo-disciplinar,
sempre que forem alegados vícios insanáveis no procedimento ou quando
aduzirem fatos novos.
Gabarito: tetra E.

Base legal: Lei Complementar 65/2003.


Art. 124 - A revisão do processo administrativo-disciplinar será admi­
tida a qualquer tempo, sempre que forem alegados vícios insanáveis
no procedimento ou quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias
suscetíveis de provar a inocência ou de justificar a imposição de pena
mais branda.
Questão 12
• DP/PA-2 0 0 9 -FC C
As autonomias funcionai e administrativa, que a Constituição Federal assegu­
ra à Defensoria Pública, se materializam, dentre outros, na prática do seguin­
te ato:
A) aquisição de bens e. contratação de serviços, em qualquer circunstância, sem
prévio procedimento licitatório.
B) nomeação direta pelo Defensor Público Gerai dos Defensores Públicos apro­
vados no concurso de provas e títulos, observada a ordem de classificação e
o número de vagas existentes.
C) dar posse aos Defensores Públicos aprovados no concurso de provas e títu­
los, observada a ordem de classificação e o número de vagas existentes.
D) aumento do número de cargos de Defensor Púbiico por ato do Defensor Pú­
blico Gerai, quando proposto pelo Conselho Superior, considerando a conve­
niência administrativa e financeira da instituição.
E) elaboração da sua folha de pagamento de acordo com as normas do seu
pecuiiar interesse aprovadas pelo Conselho Superior.
Gabarito: letra C.

Base legal: Lei Complementar n5 54/2006


Art. 42 A Defensoria Púbiica do Estado é assegurada autonomia funcio­
nal e administrativa, cabendo-lhe especialmente:
[...]
IV - dar posse aos nomeados por concurso público nos cargos iniciais
da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de remoção,
promoção e demais formas de provimento derivado;

256
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a s D e f e n s o r ia s P ú b l ic a s d o s E s ta d o s

Questão 13
♦ DP/MT -2 0 0 9 -FC C
O Defensor Púbiico Substituto do Estado do Mato Grosso NÃO possui
A) a garantia da irredutibilídade de subsídio.
B) a prerrogativa da independência funcionai.
C) a garantia da inamovibiiidade.
D) a prerrogativa do foro especial junto ao Tribunal de Justiça.
E) o direito a férias, antes de ser confirmado na carreira, após cumprido o está­
gio probatório.
Gabarito; tetra C.

Base legal: Lei Complementar n9 146/2003.


Art. 44. Entende-se por lotação a específica distribuição dos membros
da Defensoria Pública em seus órgãos de atuação.
§ 1- O membro da Defensoria Pública terá lotação em órgão de
atuação da instituição, ao qual se vincula pela garantia da inamo-
vibilidade, excetuando-se a situação do ocupante do cargo inicial
da carreira em estágio probatório, e as demais previstas nesta lei
complementar.

Questão 14
e DP/MT -2 0 0 9 -FC C
É da competência exclusiva do Defensor Público Geral:
A) instaurar sindicância e procedimento administrativo disciplinar contra mem­
bro da Defensoria Pública.
B) determinar o arquivamento de sindicância na Corregedoria, sem ouvir o Con­
selho Superior, quando considerar improcedente a imputação feita ao sindi­
cato.
C} aplicar quaiquer das sanções previstas no artigo 126 da Lei Complementar
146/2003, quando julgar procedente a imputação feita ao membro da Defen­
soria Pública.
D) decidir sobre a destituição do Corregedor Gerai, se houver violação de dever
funcionai por parte dele.
E) decidir sobre a estabilidade do Defensor Público, após o período de estágio
probatório, confirmando-o na carreira ou não.
Gabarito: tetra B.

Base legal: Lei Complementar n5 146/2003.

257
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

Art. 142. Ao Defensor Público-Gerai, no prazo de 15 (quinze) dias, enten­


dendo suficientemente esclarecidos os fatos, caberá a adoção de uma
das seguintes medidas:
I - determinar o arquivamento da Sindicância na Corregedoria-Gerai, se
julgar improcedente a imputação feita ao sindicado;
[-]
Art. 143. Da decisão proferida pe!o Defensor Púbiico-Geral caberá recur­
so ao Conselho Superior da Defensoria Púbiica, no prazo de 15 (quinze)
dias, por uma única vez.

Questão 15
® DP/AL -2009 -CESPE
O DP é dispensado de revista e tem franco acesso aos locais sob a fiscalização
da polícia.
Gabarito: O item está correto.

Base legal: Lei Delegada 23/2003.


Art. 53. São prerrogativas do Defensor Público:
[...]
Vil - ser dispensado de revista e ter franco acesso aos locais sob a fisca­
lização da polícia, devendo as autoridades civis e militares, sob pena de
responsabilidade, prestar-lhe todo apoio e auxílio necessário ao desem­
penho de suas funções;

-> Questão 16
• DP/AL- 2 0 0 9 -CESPE
Compete à corregedoria geral da DPE/AL instaurar processo disciplinar con­
tra os membros da DPE/AL.
Gabarito: O item está incorreto.

Base legal: Lei Delegada ne 23/2003


Art. 15. Além de outras atribuições definidas no Regimento interno,
compete à Corregedoria Geral:
[...]
VI- propor a instauração de processo disciplinar contra membros da
Defensoria Pública dò Estado e seus servidores;

Questão 17
® DP/Pt -2 0 09 -CESPE
Com base nas leis complementares federal e estadual que organizam a DP,
assinale a opção correta.

258
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a s D e f e n s o r ia s P ú b l ic a s d o s E sta d o s

A) O DP que houver opinado contrariamente à pretensão da parte, restará sus­


peito, nos termos da lei complementar estadual. Caso tenha emitido parecer
verbal ou escrito a favor da parte contrária sobre o objeto da demanda, res­
tará impedido, conforme dispõe a lei complementar federal.
B) Caso o DP se declare suspeito, por motivo de foro íntimo, para atuar em
determinado processo em que apure a prática de delito contra os costumes,
deverá dirigir requerimento ao DPG, que, após ouvir o corregedor-geral, de­
cidirá sobre seu deferimento. Idêntico disçiplinamento é estabelecido na le­
gislação complementar federal. .....
C) Quando, no curso de investigação policial, houver indício de prática de
infração penal por membro da DPU, a autoridadevpolicial, civil ou militar
deve comunicar imediatamente o fato ao DPG que designará membro da
DP para acompanhara apuração, restando suspensa a investigação policial
e ò prazo prescricional, até efetiva indicação e acompanhamento por mem­
bro da instituição.
D) A lei complementar estadual assegura a prerrogativa de o DP não ser preso,
senão por ordem judicial escrita e fundamentada, salvo em flagrante delito
pela prática de crime inafiançável, devendo a autoridade, em qualquer cir­
cunstância, fazer imediata comunicação ao DPG, sob pena de responsabili­
dade.
E) A não aprovação do DP no estágio probatório, por decisão do corregedor-
geral, e sua confirmação pelo Conselho Superior da Defensoria, autoriza o
DPG a encaminhar expediente ao governador propondo sua exoneração. Já
os DPs oriundos da magistratura e do MP são isentos de estágio probatório,
com base na lei complementar estadual.
Gabarito: letro A.

Base legal: Lei Complementar 59/2005.


Art. 83. O membro da Defensoria Pública do Estado dar-se-á por suspei­
to quando:
I —houver opinado contrariamente à pretensão da parte;

-> Questão 18
• DP/PI- 2 0 0 9 -C E S P E
Acerca da DP, seus órgãos de execução e suas atribuições institucionais, as­
sinale a opção correta.
A) Considere a seguinte situação hipotética. Em ação cível ajuizada pela DP,
após regular tramitação do processo, foi proferida sentença que julgou par­
cialmente procedentes os pedidos constantes na inicial. O assistido manifes­
tou ao DP o desejo de recorrer da sentença, de modo a buscar a integral re­
paração do dano causado. Nessa situação, casõ o DP entenda por não ofertar

259
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

recurso, restará dispensado de comunicar tal entendimento'a o DPG, em face


da vitória parcial na demanda.
B) Considere a seguinte situação hipotética. Um réu de elevado poder aquisitivo
que responde a diversas ações penais por múltiplos delitos revogou os pode­
res outorgados aos advogados que o representavam nas referidas ações. No?
tificado para constituir outro advogado, permaneceu inerte, na tentativa de
procrastinar o julgamento do feito. Nessa situação, caso a DP venha a atuar
nesses processos, será uma atuação atípica, em favor de necessitado jurídico
que não será eximido de pagar os honorários devidos ao fundo de aparelha-
mento da DP e à capacitação profissional de seus membros e servidores.
C) Caso a autoridade policial necessite de elementos informativos, que não
constituam materialidade do delito, para a conclusão de um inquérito poli­
cial, e saiba que esses se encontram nos arquivos da DPE, poderá requisitar a
entrega das informações, ou mesmo apreendê-las no gabinete do DP, direta­
mente, sem necessidade de mandado judicial, por se tratar de órgão público.
D) Entre os princípios institucionais da DP, encontra-se a independência funcio­
nal, que assegura ao DP o direito de dissentir das diretrizes administrativas
firmadas para a instituição pelo DPG e pelo Conselho Superior da DP e de não
se submeter aos atos gerais e regulares de gestão administrativa.
E) Caso um DP venha a ser sancionado disciplinarmente, ele poderá requerer,
no prazo decadencial de dois anos, revisão do processo disciplinar, quando se
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de provar a inocência do
apenado ou de justificar a imposição de pena mais branda. São legitimados a
requerer processo revisional o próprio interessado ou, se falecido ou interdi­
to, o seu cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão.
Gabarito: letra B.

Base legal: Lei Complementar n^ 59/2005.


Art. 98. Constituirão receitas do Fundo de Modernização e Aparelha-
mento da Defensoria Pública do Estado do Piauí:
[...]
VI - os recursos originados das condenações em processos patrocinados
pela Defensoria Pública do Estado, através dos seus órgãos de execução,
em quaisquer instâncias ou tribunais, saivo naqueles em que for sucum-
bente o Estado do Piauí ou autarquias e fundações estaduais;

Questão 19
• DP/Pt - 2009 - CESPE
Acerca da lei complementar estadual que organiza a DPE/PI e disciplina e
regula algumas hipóteses de atribuições institucionais, assinale a opção cor­
reta.

260
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a s D e f e n s o r ia s P ú b l ic a s d o s E s t a d o s

A) O conflito de atribuições entre defensores públicos do estado será resolvido


peia Câmara de Coordenação e Revisão da DPE/Pi, com possibilidade de re­
curso ao DPG.
B) Os núcleos especializados são legitimados apenas para ingressar com ações
coletivas e serão dirigidos por DPs integrantes da carreira, após a confirma­
ção no estágio probatório. Os referidos núcleos têm como coordenador gera!
o subdefensor público gerai.
C) O Conseiho Superior da DPE/PÍ é um órgão consultivo, normativo e delibe­
rativo que possui, entre suas atribuições, a de julgar, em grau de recurso, os
processos disciplinares de membros da DP. ; ,
D) O corregedor geral da DPE/Pi é o chefe do órgão encarregado da orientação
e fiscalização das atividades funcionais e da conduta pública dos membros da
DP. Ele será escolhido pelo Conselho Superior, entre os integrantes estáveis
da carreira, com mais de trinta e cinco anos de idade e que e não tenha sofri­
do sanção disciplinar, no âmbito da Defensoria Pública Geral do estado, nos
últimos cinco anos.
E) A Ouvidoria Geral é órgão superior da DPE/PI, ao qual compete participar da
gestão e fiscalização da instituição e de seus membros e servidores. Entre
suas atribuições está a de receber as reclamações, denúncias, sugestões e
comunicações relacionadas à qualidade dos serviços prestados. Desse modo,
caso receba comunicação de infração disciplinar por parte de DP, cabe à Ou­
vidoria Gera! ordenar a instauração de processo administrativo disciplinar e,
se foro caso, requisitar a instauração de inquérito policial.
Gabarito: letra C,

Base legal: Lei Complementar ne 59/2005.


Art. 17. Compete ao Conselho Superior, além de outras atribuições:
[-.3
XIII - julgar, em grau de recurso, os processos disciplinares de membros
da Defensoria Púbiica;

-> Questão 20
• DP/MA - 2 0 0 9 -FC C
De acordo com a Constituição Federal, a Defensoria Pública tem assegurada,
além da autonomia funcional e administrativa, a iniciativa de sua proposta
orçamentária, em virtude do que
A) o Defensor Público Geral pode eiaborar e enviar a proposta orçamentária da
instituição diretamente ao Poder Legislativo.
B) o Defensor Público Geral pode elaborar e enviar a proposta orçamentária da
instituição diretamente ao Poder Executivo, após submetê-la ao Conselho
Superior.

261
G u il h e r m e F r e ir e d e M e l o B a r r o s

C) o Conselho Superior da Defensoria Púbiica pode eiaborar e enviar a proposta


orçamentária da instituição diretamente ao Poder Executivo, após submetê-
la ao Defensor Púbiico Gerai.
D) tanto o Defensor Púbiico Gerai quanto o Conselho Superior podem eiabo­
rar e enviar a proposta orçamentária diretamente ao Poder Executivo, a pó?
submetê-la um ao outro, porque 'são órgãos de administração superior da
instituição.
E) tanto o Defensor Púbiico Geral quanto o Conselho Superior podem eiabo­
rar e enviar a proposta orçamentária diretamente ao Poder Legislativo, após
submetê-la um ao outro, porque são órgãos de administração superior da
instituição.
Gabarito: letra B.

Base legal: Lei Complementar n° 19/1994, art. 17, IV c/c 18, L

-> Questão 21
• DP/PA - 2 0 0 9 -FCC.
O artigo 56, inciso XV, da Lei Complementar Estadual n° 54/2006 estabelece
como prerrogativa do Defensor Público "não ser constrangido, por qualquer
forma e modo, a agir em desconformidade com a sua consciência éticopro-
fissional" o que é uma manifestação da:
a) garantia iegal da independência funciona! do Defensor Público.
b) garantia iegal da estabilidade do Defensor Púbiico.
c) princípio constitucional da eficiência da Administração Púbiica.
d) principio constitucional da moralidade da Administração Púbiica.
e) garantia constitucional da autonomia funcional da Defensoria Púbiica.
Gabarito: letra A.

Base legal: está transcrita na própria questão.

*•> Questão 22
• DP/ES - 2009 - CESPE
Entre os deveres do defensor público inc!uem-se: residir na iocalidade onde
exerce suas funções; desempenhar, com zelo e presteza, os serviços a seu
cargo; atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais, quando
for obrigatória a sua presença; manter conduta irrepreensível em sua vida
pública e particular; deciarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei.
Gabarito: O item está correto.

262
Q u e s t õ e s e s p e c íf ic a s d a s D e f e n s o r ia s P ú b l ic a s dos E sta d o s

Base legal: Lei Complementar n- 55/1994:


Art. 41 - São deveres dos membros da Defensoria Pública além dos de­
mais, impostos aos ocupantes de cargos públicos:
U )
IX - Manter conduta irrepreensível em sua vida pública e particular;
Questão 23
• DP/ES-2 0 0 9 -C E SP E
A lei complementar federa! citada assegura assistência jurídica integral e gra­
tuita aos necessitados. A acepção atual da expressão necessitados abrange
tanto os necessitados econômicos como os necessitados jurídicos — pesso­
as que, de qualquer modo, em razão da hipossuficiência, estão em situação
jurídica de vulnerabilidade em relação à parte contrária. A norma estadual
contempla ambas as possibilidades.
Gabarito: O item está correto.

Base legal: Lei Complementar n° 55/94:


Art. 2o: Considera-se necessitado para os fins do artigo anterior, pessoa
física, brasileira ou estrangeira, residente ou em trânsito no Estado, cuja
insuficiência de recursos não lhe permita arcar com as despesas proces­
suais, ou cuja hipossuficiência a coloque em situação de vulnerabilidade
em relação à parte contrária.

263
B ib l io g r a f ia

ALVES, Cleber Francisco. PIMENTA, Marííia Gonçalves. Acesso à Justiça em


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