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Roberto Figueiredo
m
DIREITO CIVIL
CONTRATOS
coleção·•
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põíà concursos r .
1~);I JúsPODIVM
EDITORA
www.editorajuspodivm.com.br
coordenação
LEONARDO DE MEDEIROS GARCIA
l~);I JmPODIVM
EDITORA
www.editorajuspodivm.com.br
Rua Mato Grosso, 175 - Pltuba, CEP: 41830-151 - Salvador - Bahia Te!: (71) 33€3-8617 I Fax:
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Conselho Editorial: Dirley da Cunha Jr., Leonardo de Medeiros Garcia, Fredie C·idier Jr,,
José Henrique Mouta, José Marcelo Vigliar, Marcos Ehrhardt Júnior, Nestor Távora, Robério
Nunes Filho, Roberval Rocha Ferreira Filho, Rodolfo Pamplona Filho, Rodrigo Reis Mazzei e
Rogério Sanches Cunha.
Queridos Colegas,
EntJsiasticamente anunciamos a nossa Primeira Edição do volu-
me dedicado aos Contratos.
O trabalho foi árduo. A diária consulta aos principais autores
sobre o tema, a busca de verticalização ainda maior nos assuntos
preferenciais de prova, pesquisa de questões, julgados, enuncia-
dos ... O segundo semestre do ano que passou (2015), em boa parte,
foi divídido com a companhia desta obra.
O resultado, confessamos, foi mais do que satisfatório. O tempo,
parece-nos, vem nos dando a mais precisa dimensão de como au-
mentar a utilidade das obras. Além dos já conhecidos quadros de
atenção e c1..:idados nas provas, notícias das decisões dos Tribunais
Superiores, -eferências aos Enunciados do Conselho da Justiça Fe-
deral, das Jornadas Permanentes de Processo Civil e questões das
mais variadas bancas e concursos, este volume já conta com aná-
lise dos assuntos sobre os olhos do Novo Código de Processo Civil.
Geneticamente concebido sob os influxos da nova Codificação
Processualista, a obra segue sua premissa de conferir ao leitor me-
nos por mais. Com conteúdo conciso, passeia o volume por teorias
8 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto figueiredo
Ofg. SOdais
OSCIP
UPF
Parte 1
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
i. Palavras ao Vento. Sabe o que é "contrato"? Você isso, eu aquilo, com assinaturas
embaixo.
2. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. 3 Edição.
São Paulo: Método. 2008, p. 39.
3. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais. Vol. Ili. 7 Edição. São Paulo:
Saraiva. 2010.
20 Direito Civil - Vol. 23 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
4. Novo Curso de Direito Civil - Contratos: Teoria Geral. Vol. IV. 9 Edição. ""orno 1. São
Paulo: Saraiva. 2013, p. 27.
5. O Contrato: Passado, Presente e Futuro. Novo Curso de Direito Civil - Contratos:
Teoria Geral. Vol. IV. 9 Edição. Tomo 1. São Paulo: Saraiva. 2013, p. 39.
6. Op. Cit. p. 40.
Cap. i • o Universo dos Contratos 21
9. Curso de Direito Civil. Contratos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. Vol. IV. 3
Edição. Salvador: JusPodivm. 2013, p. 42.
10. Op. Cit. p. 23.
Cap. i • O Universo dos Contratos 23
3. DISTINÇÕES TERMINOLÓGICAS
Em uma obra que se inicia é sempre bom, nas suas primeiras
linhas, serem fincadas algumas importantes premissas terminológi-
cas, para que impropriedades não sejam cometidas.
Na seara dos contratos, a primeira relevante distinção, nas li-
ções de PABLO S7 om GAGLIANo E RoootFo PAMPLONA F1tH0 31 , é a diferenciação
entre o contrato e o instrumento contratual. Enquanto aquele (o
contrato) é o negócio jurídico propriamente, significado por um
encontro de vontades, este (o instrumento contratual) é a docu-
mentação do negócio, o seu substrato escrito no qual as cláusulas
são explicitadas.
ORLANDO GoMEs32, com a maestria de sempre, vaticina que o instru-
mento contratual costuma ser composto por um preâmbulo, de-
dicado à qualificação das partes, descrição do objeto e razões da
contratação, e um contexto, onde há, propriamente, as cláusulas
contratuais.
Seguindo nas diferenciações doutrinárias, há quem distinga o
contrato de uma convenção. Esta seria o gênero, contemplando
acordos de vontades em geral, muitos desprovidos de interesses
econômicos. Exemplifica-se com um acordo de vontades versan-
do sobre regime de visitas em um divórcio, o qual é uma mera
convenção.
Ademais, não se deve confundir contratos com pactos. Estes são
ajustes de vontade acessórios, adjetos ao contrato, a exemplo do
pacto de retrovenda, pacto antenupcial...
._ Atenção!
Um importante lembrete reside para o contrato de compra e venda
pelo Sistema fi!'lancelro Imobiliário, que pode ser feito mediante ins-
trumento particular, na forma do art. 38 da Lei Federal 9.514/97.
Também não exigirá forma especial alguma a promessa de compra e
venda geradora do direito real de aquisição, a ser firmada mediante
instrumento particular, como permite o art. i.417 do Código Civil e o
art. 462 do mesmo diploma.
Recorda-se, ainda, que por força dos arts. 227 do CC, a prova
exclusivamente testemunhal apenas será admitida em contratos
cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salario mínimo vigen-
te no país, ao tempo da celebração.
I> Atenção!
Há quem distinga na doutrina os conceitos de solenidade e forma.
Assim, a forma é interna ao ato, enquanto que a solenidade é externa.
A forma, por exemplo, é escrita ou verbal, já a solenidade pode ser a
exigência de inscrição do registro de imóveis.
Nesse diapasão, verifica-se possível que o ato seja informal, mas solene.
É o exemplo do contrato preliminar, cuja forma é livre - pois deve ter
todos os requisitos do contrato principal, à exceção da forma -, mas
deverá respeitar a solenidade de ser levado ao registro respectivo (art.
462 e 463 do CC).
Cap. 1 • O Universo dos Contratos 35
~ E na hora da prova?
Ano: 2005 Bancas: CESPE Órgão: TRT - 16• REGIÃO (MA) Prova: Analista
Judiciário - Área Judiciária
No referente aos contratos, julgue os itens a seguir.
A liberdade contratual está limitada ao fim social do contrato.
Gabarito: Correto
Capítulo
-----------
Os Princípios Contratuais
~ Atenção!
Para aqueles que não se recordam dos modelos de Dworkin e Alexy,
usualmente lembrados em toda a seara do direito, segue um breve
quadro distintivo:
o Modelo Dworkiano o Modelo de Alexy
Dworkin demonstra a importân- Alexy enxerga o direito em três
cia dos princípios defendendó níveis: Princípios, Regras e Procedi-
consistir em padrões existentes mentos. Preocupa-se sobremanei-
ao lado das regras, subdividin- ra com o direito no caso concreto:
do-os em: fenômeno da aplicação.
38 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
: Autonomia
1
Princípios liberais i
-+-
ou individuais '
' _,,..~ !
1
1
Força Obrigatória
2. Manual de Direito Civil - Volume Único. 4• edição. São Paulo: Método. 2014, p. 562.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 41
3. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e contratos em Espécie. Vol. Ili. 11
Edição. São Paulo: Método. 2015, p. 72.
4. CABRAL, Érico de Pina. A "Autonomia" no Direito Privado. Revista de Direito
Privado, a. 5, n. 19, jut./set., 2004, p. 84.
5. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 351.
6. BARBOZA, Heloisa Helena. Reflexões sobre a autonomia negocial. ln: TEPEDINO,
Gustavo; FACHIN, Luiz Edson. (coord.). O direito e o tempo: embates jurídicos e
utopias contemporâneas. Rio de Janeiro: Renovar, 2008, p. 408.
7. PINTO, Carlos Alberto da Mota. Teoria gera/ do Direito Civil. 3. ed. Coimbra:
Coimbra Editora, i999, p. 42.
42 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
lo. FARIAS, Crist~zno Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos Contratos
e Contratos em Espécie. Vol. IV. Sª edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 117.
44 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Reberro Figueiredo
11. Manifesta-se, nesse sentido, Aline Arquette Leite Novais, ao analisar os contratos:
"na verdade, as transformações sociais sempre influenciaram sobremaneira o
mundo jurídico. Assim, o contrato vem sofrendo mudanças significativas, que
iniciaram, de maneira mais intensa, no período pós-g1Jerra. [ ... ]A partir de então,
a sociedade começou a passar por processos como o aumento da população
mundial, o que deu margem a novas relações jurídicas, massificadas ou coletivas;
acarretando, também, um grande desequílíbrio social. [ ... ] Posteriormente, com
a segunda grande guerra, foram aprofundadas as transformações, levando o
Estado a assumir novas posturas, sempre a caminllo do Estado social, onde
a preocupação, no âmbito do direito dos contratos, passou a ser mais com
o coletivo, com o interesse da sociedade, deixando de lado a concepção do
contrato como instrumento de realização meramente individual". (2001, p. 18).
12. CABRAL, Érico de Pina. A "Autonomia" no Direito Privado. Revista de Direito
Privado, a. 5, n. 19, jul./set., 2004, p. 91.
i3. Na lição de Érica de Pina Cabral (2004, p. 90), "a crise do volun:arismo não
desconstituiu, entretanto, o caráter originário do poder dos particulares de
estabelecerem regras entre si, mas fez entrar em cena uma outra linguagem
jurídica: 'ordem de interesses', 'auto-regulamento', 'autonomia privada' etc.
Esta nova ordem delineou um novo caráter de objetividade para os negócios
jurídicos, agora não mais fundado na causa psíquica representada pela vontade,
mas nas regras extraídas dos interesses socialmente relevantes. A interpretação
dos negócios jurídicos ganhou maior escora na teoria da declaração e a vontade
ficou reduzida ao foro interno das partes. A vontade perdeu o seu status de
valor em si, auto-suficiente a produzir efeitos jurídic::is."
i4. BOBBIO, Norberto. Da/la strutura ala funzione. p. 8.
Cap. 2 • os Princípios Contratuais 45
15. A distinção aqui realizada, porém, não é uníssona na doutrina. Discordado dos
autores que serão citados no corpo deste trabalho, cita-se a importante dou-
trina de Marcos Bernardes de Mello (2007, p. 168), quem trata as expressões
"autonomia da vontade" e "autonomia privada" indistintamente. Isso porque,
na visão do autor, em ambas predomina um voluntarismo semelhante. O fato é
que há o predomínio de qualquer das expressões para designar o poder de ma-
nifestar a vontade no sentido de "autorregulamentação" ou autodisciplina dos
imeresses próprios. Também discorda da necessidade de distinção Pontes de
Miranda (1983, p. 55-56), utilizando a expressão "autorregramento" da vontade
como gênero apto a ser aplicado a todo o direito.
16. NALIN, Paulo. A autonomia privada na legalidade constitucional. ln: _ _ .
(coord.). Contrato e Sociedade: a autonomia privada na legalidade constitucional.
Curitiba: Juruá, 2006, v. 2, p. 29.
17. CORDEIRO, António Menezes. Tratado de Direito Civil Português. Parte Geral. 3ª ed.
Coimbra: Livraria Almedina, 2007, t. 1, p. 391.
18. PERLINGll'RI, Pietro. Perfis de Direito Civil. Tradução de Maria Cristina de Cicco. 2•
ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2002, p. 277.
46 Direito Civil - Vol. 13 • tuciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
.• ~· AteriçiÍh!
Parte da. doutrina, a ex~rllplo ·de ;M~RIA HmNÂ D1íi1z.~,.~i:itka a redação do
art. 421 do Código Ci.vil/pois se referé ão termo ·':'.liberdade de contra-
tar". De fato, a liberdade de contratar- celebrar contratos -
é inerente
a todos aqueles que possuem capaeidàde negocial. .Melhor seria o
artigo falar em "liberdade contratual", referindo-se especificamente às
cláusulas do contrato. Além disso, a expressão "em razão" deveria ser
suprimida, ao passo que a liberdade está limitada pela função sotial,
mas não é a sua razão de ser.
Sufragando o dito, há, inclusive, Projeto de Lei (PL n. 276/2007), su-
gerindo as modificações postas'. Tal proposta foi encaminhada pelos
festejados Antônio Junqueira de Azevedo e Álvaro Villaça de Azevedo.
24. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações Con-
tratuais e Extracontratuais. 27 Edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 42.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 49
~ E na hora da prova?
Ano: 2015. Banca: CESGRANRIO órgão: Petrobras Prova.: Adv()g~do Júnior
Sr. X e. ~ra. K pretendem encetar uma relação contrat~al e,
para akan-
çar o seu objetivo, procuram um advogad~. o a(ivggado lhes apresenta
várias possibilidades e alerta que o Código Civll•Biasileiro; c<>mo Umi-:
tador da liberdade de contratar, estabelece, dentre outras; a necessi-
dade de se observar a· · · · · ·
a) igualdade absoluta
b) ambiguidade clausular
e) conexão externa
d) renúncia antecipada
e) função social
Gabarito: e
~ E na hora da prova?
Em concurso público realizado em 2014, para o provimento do cargo
de Agente Administrativo da AGU, a banca IDECAN considerou incorreta
a seguinte alternativa: "É ilícito às partes estipular contratos atípicos,
ainda que observadas as normas gerais fixadas no Código Civil pátrio".
Seguindo na linha da autonomia, o Enunciado 582 do CoNSELHo oA Jusr1ÇA
FEDERAL firma que "com suporte na liberdade contratual e, portanto, em
concretizaçao da autonomia privada, as partes podem pactuar garantias
contratuais atípicas". Trata-se de mais urna expressão da liberdade nas
relações negociais, atingindo, especificamente, as garantias contratuais.
Ainda na linha da liberdade, tem-se como viável às partes elegerem
foro contratual por ato de vontade - é o chamado foro de eleição ou
domicílio especial do contrato (CC, art. 78, art. 63 do NCPC e Súmula
335 do STF).
50 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ Atençã,o!
Seria possível a fixação de foro de eleição em qualquer tipo de
contrato?
A. résposta ·é negativa.
Perceb~~~é que nas relações paritárias, como fruto da autonomia, tec-
nicamente possível~ como expressão da liberdade, a fixação de foro de
eleiÇão: Erii cóntratos, porém, nos quais não há igualdade, a exemplo
do de consumo e trabalhista, a conduta sofre restrições.
Na seara de consumo~ majoritariamente, infere-se a abusividade e
consequente invalidade da cláusula de fixação de foro. Os argumentos
para tanto são:
• o art. 51, IV, do coe afirma ser ilegal a cláusula contratual que esta-
belece o foro de eleição em benefício do fornecedor do produto ou
serviço, em prejuízo do consumidor.
• O art. 101 do coe veicula foro privilegiado ao consumidor, quando
afirma que ele pode propor a ação no local em que for domiciUado.
Trata-se de norma de ordem pública, sendo inviável o seu afasta-
mento por mero ato de vontade das partes.
• O art. 424 do cc aduz ser nula a renúncia antecipada a direito em
contrato de adesão, sendo inconcebível, portanto,. que consumidor
renuncie ao foro privilegiado e um contrato de consumo, o qual soe
ser por adesão.
Por tudo isso, mesmo que seja dada prévia ciência da cláusula ao
consumidor, o sistema protetivo nacional, em busca de igualdade ma-
terial e justiça contratual, proíbe que o fornecedor se beneficie de
tal prerrogativa, especialmente em se consich~rando que nos contra-
tos de adesão a liberdade negdcialdo consumidor é extremamente
restrita •.
Diga-se que o raciocínio. explicitado no parágrafo anterior é aquele
que melhor condiz com o princípio da e9ulva:ISncia material oú justiça
contratual, o qual impõe ao cdntràto trocas úteis e justas (Enunciado
22 do CJF). Ademais, liga-se ao ideal çta eficácia interna do princípio da
função social dos contratos, como afirma o Enunciado 360 do CJF.
porqu~ iíút<l
nã'ô Ciêtetiãrn;; e:poi:
vóiltade. e'~ ai.r~W~J ; >·
•' ' "'" ":,·,:
.r.. ;1 ·· .... ·•
>J ..: ,., ,,k. ·. ;:'.;<;.;;i;1 -.:;:V:1·:.•.• , ..... :.:{,,;;,.., ·.:::.{.'e : <:
Este aútorregrajjJel'lto ~à vol1tàae foi· cóncébidó por ~õms DE MIRANoA corno
alternativa. ao pi:iíú:í~io. trcidlçl(lnal (ia aQtó11omià'1da'i:yontade1·como o es-
paço• que o •direttó~~esi:ii:ia às.pe5soé!-S',•d~otrg:d(ls·t;mit~~ J?:reflxados, .para
tornar. juridicos atos human(ls e, pois; conf!gurar réJàl;~es iurfdicas e obter
eflcáda jurídica.· .. < ••. e;;.·:·• ..' .•. ;. ; ••. ·, ..· ..•.•.. '•'· •l,l~:c: . '... ·.· '•'. . .,
26. VENOSA, Silvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10 Edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 397.
27. VENOSA, Silvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10 Edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 497.
28. Direito Civil. Teoria Genl dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. 11
Edição. São Paulo: Método. 2015, p. 72.
54 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TCEcCE Prova: Analista de Controle Externo-
·Atividade Jurídica
Os contratos
a) consensuais dependem da entrega da coisa para sua formação.
b) aleatórios são vedados pelo ordenamento jurídico.
e) são, em regra, formais, dependendo da forma escrita para produ-
zirem efeitos.
d) são regidos, em regra, pelo princípio da relatividade.
e) produzem, em regra, efeitos erga omnes.
Gabarito: d
30. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. Ili. 7" edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 47.
31. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 64.
56 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto Figueired!l
., E na hora da prova?
Em concurso público realizado em 2014, para o provimento do cargo de
promotor de justiça substituto do MPE-GO, a banca examinadora do referido
órgão considerou correta a seguinte alternativa: "A estipulação em favor de
terceiros é uma exceção ao princípio da relatividade dos contratos".
32. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. Ili. 7• edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 117.
33. Contratos. Op. Cit. p. 166-167.
34. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 144.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 59
35. Direitc CiviL Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. Op. Cit.
p. 97.
36. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações Con-
tratuais e E~tracontratuais. 27 Edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 129.
37. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. llL 7• edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 120.
60 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
38. Teoria Geral dos Contratos Típicos e Atípicos. São Paulo: Atlas, 2002 , p. 105 .
39. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos unilaterais.
V?I. llL 7ª edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 47.
40. LOBO, Paul~. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 143 .
4L DINIZ, Ma:1a Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27 Edição. São Paulo: saraiva. 2011, p. 57 .
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 61
., Atenção!
o que seria a estipulação em favor de terceiro impr6prio?
Traduz hipótese na qual o terceiro, estipulado, não possui legitimidade
para requisitar a execução do contrato, por disposição expressa de
vontade apta a excepcionar o art 436 do Código Civil. Neste contexto,
o único credor será o estipulante, sendo apenas este indenizado na hi-
pótese de descumprimento do pacto. Há clara exceção aos caracteres
da estipulàção em favor de terceiro, como bem advogam CR1sr1AN0 CHAVES
oE FARIAS e NELSON RosENVALD 42 •
42. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos Contra·
tos e Contratos em Espécie. Vol. IV. S" edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 445.
62 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
., E na hora da prova?
Em concurso público realizado em 2013, para o provimento do cargo
de Juiz do TJ-SC, a banca examinadora do referido órgão julgou cor-
reta a seguinte alternativa: "Na estipulação contratual em favor de
terceiro, pode o estipulante reservar-se o direito de substituir o ter-
ceiro designado no contrato independentemente da anuência do outro
contratante".
43. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos Contratos
e Contratos em Espécie. Vai. IV. 5• edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 444.
Cap. 2 • os Princípios Contratuais 63
a
5. Se indicação do beneficiário' não f6r a título gratuito, ·qeverâ. ele
permanecer o mesmo duf.!nte toda a ~igência do contràfo:tlé''següro
de vida, p9is não é detentor. de .mera expectativa de. direit<), màs, sim,
possuidor do direito condicional de rece.ber o capital contrataclo, que
se concretizará sobrevindo a morte do segurado. Todavia, se a obri-
gação garantida for satisfeita antes de ocôrrldo o sinistro; esse direito
desaparecerá, tornando insubsistente a indicação.
6. t nula a alteração de beneficiário em .contrato de seguró de vida
feita por. segurado. que se obrigou, ein aêor.do de separ:ação homo-
logado judicialmente, a indicar a prole. do primeiro casamento, não
tendo desaparec1do. a ca11sa da. garan~~a.
(REsp n97476/BA. Rei. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva. 3• Turma. DJe
10.10.2014).
., Atenção!
A estipulação em favor de terceiro não se confunde com a representa-
ção. Nesta o representante não titulariza direitos, mas apenas repre-
senta o representado, quem se obriga no contrato.
Outrossim, não se confunde estipulação em favor de terceiro com sub-
contrato. Neste há uma duplicidade de negócios jurídicos, a exemplo
da empreitada e da subempreitada. Já na estipulação em favor de ter-
ceiro o negócio é uno. Ademais, o beneficiário não é parte, enquanto
que o subcontratado o é.
44, TEPEOINO, Gustavo. BARBOZA, Heloisa Helena. MORAES, Maria Celina Bodin ele.
Código Civil Interpretado. Vol. li. Op. Cit. p. 53.
64 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Robeno Figueiredo
48. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. Ili. 7• edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. i24.
49. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. s• edição. São Paulo: Atlas. 2015,
p. 449.
66 Direito Civil - Vol. 13 • lUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ Atenção!
o Código Civil vigente, inovando alegislação .pretérita, firma hipótese le-
gal de exclusão da responsabilidade civil do estipulante. Tal se dará se o
terceiro for cônjuge do promitente, dependente de suá anuência para o
ato que será praticado e, em virtude do regime de bens, a indenização,
de algum modo, venha a recair sobre os seus bens (CC, art. 439).
Trata-se da casuística em cjue João, promete a Roberto, que sua esposa
(de João), com quem é unido matrimonialmente no regime de comu-
nhão universal de bens, irá permiti-lo transferir um imóvel para Rober-
to. Caso a esposa de João descumpra, não conferindo a vênia conjugal,
a responsabilidade civil de joão recairia também sobre o patrimônio
dela, que não faz parte da relação jurídica obrigacional.
68 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto figueL-edo
• Atenção!
Não confunda promessa de fato de terceiro com mandato.• fiança, ges-
tão de negócio e estipulação em favor de terceiro.
Infere-se que a promessa de fato de terceiro não se aproxima do
mandato, contrato no qual hâ poderes de representação pré-estabele-
cidos, obrigando-se em nome de outrem.
Igualmente não se confunde com a fiança, que retrata cc·ntrato aces-
sório, enquanto a promessa de fato de terceiro é principal. A fiança é
uma obrigação de garantia, acessória. A promessa de fato de terceiro
é garantia de resultado na obrigação principal.
Não é sinônimo da gestão de negócios, quando o promitente se coloca
na posição da defesa dos interesses de terceiros; o que não é o caso.
Não se confunde com a estipulação em favor de terceiros; Nessa o ter-
ceiro é apenas beneficiado pela conduta de outrem (estipulante e pro-
mitente). Jâ na promessa de fato de terceiro, o terceiro será o executor.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 69
50. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. iia
Edição. São Paulo: Método. 2015, p. 78.
5i. Contratos. Op. Cit. p. i66-167.
70 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
52. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 150.
53. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5ª Edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 453.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 71
Com efeito, o negocio originário fica sob condição, esta vista sob
dupla face: a) resolutiva, pois o negócio, desde logo, já produzirá
efeitos entre as partes originárias (CC, art. 127) e b) suspensiva, ao
passo que o terceiro assume o negócio com efeitos retroativos, sen-
do desfeitos eventuais atos contrários praticados entre a assinatura
do contrato e a assunção da posição pelo nomeado (CC, art. 126).
CARLOS RosERTo GoNÇALVEs 54 verbera que há duas fases no contrato
com pessoa a declarar:
a) Na primeira o estipulante comparece em caráter provisório,
ao lado do contratante previamente acertado, até a aceita-
ção do nomeado;
b) Na segunda, com a nomeação e aceitação do nomeado (con-
traente in eligendo), este passa a figurar no negócio, atuan-
do como parte e substituindo o estipulante, quem sairá do
contrato.
o prazo legal para a nomeação do declarado é de cinco dias,
salvo se outro lapso restou estipulado (CC, art. 468). Trata-se o
prazo de cinco dias, por conseguinte, de regra supletiva, sendo
plenamente viável ao contrato eleger prazo diverso.
A natureza jurídica do prazo é decadencial convencional, tratan-
do-se a nomeação de direito potestativo. A aceitação do terceiro
nomeado há de ser feita na forma do contrato para nomeação.
Assim, em sendo a nomeação, segundo o contrato, por escrito, a
aceitação, igualmente, há de ser por escrito.
A forma da aceitação, segundo PAuLo Lõso 55 , não é condição de
validade, mas sim de eficácia. Caso a aceitação seja feita de forma
diversa da nomeação, o contrato persistirá válido e com eficácia
entre as partes originárias. Demanda-se que a nomeação seja co-
municada a contraparte, como dever anexo de conduta.
Nada impede que a escolha seja feito por terceiro já designado
no contrato. É o que batiza a doutrina de e/ectio per relationem.
54. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. Ili. r edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 171.
55. LÕBO, Paulo. Direito. Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 56.
72 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: CONSULPLAN órgão: TJ-MG Prova: Titular de Serviços de
Notas e de Registro
Sobre o contrato com pessoa a declarar, marque a alternativa correta:
a) A indicação da pessoa que irá adquirir os direitos e assumir obriga-
ções deve ser comunicada à outra parte no momento da conclusão
do contrato.
b) Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da
nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes
originários.
c) A aceitação da pessoa nomeada não necessita revestir-se da mes-
ma forma que as partes usaram para o contrato.
d) A pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigações
decorrentes do contrato a partir da aceitação.
Gabarito: b
~ Atenção!
Não se deve confundir cessão de posição contratual com contrato com
pessoa a declarar. Apesar de ambas figurarem como mecanismo de su-
cessão contratual, possuem diferenças entre si. No contrato com pessoa
a declarar a faculdade de indicar terceiro já vem prevista no nascedouro
do contrato, sendo possível, inclusive, jamais ser exercitada. Tal substi-
tuição, no contrato com pessoa a declarar, tem efeitos ex tunc. Já a ces-
são de contrato é mecanismo não originariamente previsto no contrato,
demandando o seu exercício aceite da contraparte, com efeitos ex nunc.
56. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. Ili. 7ª edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 168.
74 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Ano: 20.13 Banca: PGE-GO órgão: PGE-GO Prova: Procurador do Estado
Nos contratos com pessoa a declarar, um dos contratantes afirma con-
tratar por terceiro. Esse contrato. produz efeitos somente entre os con-
tratantes originários. quando
a) a outra, parte contratante não respondeu formalmente no ato de
nome<l,ção dô terce.iro;
b) o nomea~o nM foi ~.omuniéa.do da. indicação ou não a aceitou na
forma do éôiitrato ·
c) a indfc~çãÔ não foi comuniéada à pàrte. no momento da conclusão
do contrato. ·
d) a insolvência do indicado era. conhecida pelas partes, no tempo da
indicação ..
e) 'uma das partes originárias era insolvente e esse fato era conheci-
do por todos.
Gabarito: b
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 75
57. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 56.
76 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto Figueiredo
., Ate~ção!
As mitigações ào ideal. de força vinculante do contrato não querem
significar a extinção desta.
Força vinculante per$iste, como princípio, mas não mais com a força de
outrora; da épocà do liberalismo. Assim como a autonomia, a força vin-
culante perdeu o seu caráter absoluto, mas ainda tem seu importante
espaço dentro da principiologia contratual.
Logo, o descumprimento do contrato, de ordinário, deverá ser penali-
zado, respondendo o inadimplente com perdas e danos, juros, atuali-
zação monetária e honorários advocatícios (CC, art. 389).
Nessa senda, apesar da ausência de dispositivo expresso sobre a força
obrigatória dos contratos, concordamos com FLÁv10 TARTUCE64 no sentido
de que os arts. 389 usque 391, ao tratarem do cumprimento obrigacio-
nal e das consequências do inadimplemento, deixam claro o ideal da
vinculação das partes aos contratos.
64. Manual de Direito Civil - Volume Único. 4• edição. São Paulo: Método. 2014, p.
580.
65. GONÇALVES, carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
vol. Ili. 7• edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 51.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 79
66. ROSADO, Ruy. Extinção cios Contratos por Incumprimento do Devedor. 2• ed. Rio
de Janeiro: Aide, 2003, p. 144
80 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto Figueireeo
67. LÔBO, Paulo. Direito CiviL Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 205.
82 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Fígueíredo e Roberto Fígueiredo
., Atenção!
OE JUSTIÇA firma qu~ areriégoc;!aç~o. de
A Súmula 286 do SUPERIOR TRIBUNAL
contrato bancário ou a confissão de dívida não atas.ta .a possibilidáde
de revisão de contratos extintos.
Trata-se de excepcional hipótese de revisão.. de .contrato extinto~ iluto-
rizada jurisprudencialmente diante da relação de consumo e tutela do
hipossuficiente (Súmula 297 do STJ). · ··
De ordinário, um contrato extinto não pode ser revisado, pois apenas
é possível revisão daquilo que ainda existe (persiste).
b) Contrato comutativo.
Contrato comutativo é modalidade de contrato oneroso e bi-
lateral na qual, previamente, é possível ser verificado o custo x
benefício do pacto.
Exemplifica-se com a compra e venda. Nesta, em regra, o com-
prador verifica qual o item a ser adquirido e o seu preço, reali-
zando uma prévia equação financeira de custo x benefício. Ima-
gine uma pessoa, em uma loja, olhando o preço de uma camisa
e decidindo, diante do produto, se o custo x benefício compensa.
Casuística data de contrato comutativo.
Para CARLOS ROBERTO GoNÇALVEs68 contratos comutativos possuem uma
cláusula implícita impondo a obrigatoriedade de seu cumprimento,
desde que haja inalterabilidade da situação fática. Esta, acaso alte-
rada, modifica toda a base contratual (custo x benefício), impondo
sua revisão ou resolução. Justo por isto, são os contratos comutati-
vos o locus de aplicação da teoria da imprevisão.
Nessa toada, a priori não é possível a aplicação da teoria da
imprevisão em contratos aleatórios. Estes também traduzem mo-
dalidade de contrato oneroso e bilateral, mas, diferentemente dos
comutativos, possuem uma álea, entendida como um fator de sor-
te, de variação e imprevisibilidade. O contrato aleatório é geneti-
camente imprevisível.
68. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. Ili. 7' edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 51.
84 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano figueiredo e Roberto figc1eiredo
69. ROSADO, Ruy. Extinção dos Contratos por Incumprimento do Deve::lor. 2• ed. Rio
de Janeiro: Aide, 2003, p. i57.
70. PEREIRA, Caio Mário. Instituições de Direito Civil. Vol. 111. p. i67.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 85
~ Atenção!
Poderia o devedor em mora arguir a tese da teoria da imprevisão em
seu favor?
A resposta é negativa. Não é viável que aquele que esteja a violar urna
norma jurídica, venha a arguir a incidência da teoria da imprevisão, sob
pena de nítida configuração. de abuso de.direito, Seria um claro exemplo
de tu quoque, tema adiante estudado l}as figuras parcelares da boa-fé.
D'outra banda, uma vez configurada a mora haverá a perpetuação da
obrigação (perpetuation obligationes), respondendo o devedor mesmo
no caso fortuito e na força maior, salvo se comprovar isenção de culpa
ou que o dano sobreviria ainda que a obrigação tivesse sido oportuna-
mente desempenhada (CC, art. 399).
86 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Fígueiredo e Roberto Figueiredo
7L FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos Contra-
t~s e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5• Edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 565.
72. LOBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 202.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 87
73. Manuel?. de Direito Civil - Volume único. 34 Edição. São Paulo: Método. 2014, p.
618.
74. VENOSA, Silvic do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10 Edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 476.
88 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
.- Atenção!
A teoria da imprevisão não pressupõe, para sua configuração, enri-
quecimento de uma das partes em detrimento da outra. Como bem
ensinam Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplooa Filho1s, a super-
veniência de circunstância inesperada poderá ocasionar onerosidade
excessiva para ambas as partes, sendo viável, inclusive neste cenário,
a aplicação da teoria.
75. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. ill. 1 ia Edi-
ção. São Paulo: Método. 2015, p. 316.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 89
.. E na hora da prova?
Ano: 2011 Banca: CESPE órgão: TRE-ES Prova: Analista Judiciário - Área
Judiciária
A respeito de prescrição e resolução de contratos, Íulgue o item
Subsequente.
Caso fornecedor ajuíze ação visando, com base na teoria da impre-
visão, a resolução de contrato de fornecimento de mercadorias do
qual é parte, o juiz pode alterar cláusula contratual a fim de evitar tal
resolução.
Gabarito: Errado
76. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27 Edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 48.
90 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~· E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: FCC órgão: TRT - lª REGIÃO (RJ) Prova: Juiz do Trabalho
Substituto
77. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. Ili. 7" edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 200.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 91
78. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 207.
94 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
L
Cap. 2 • os Princípios Contratuais 95
79. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. lia
Edição. Sãc Paulo: Método. 2015, p. 326.
80. ROSADO, Ruy. Extinção dos Contratos por Incumprimento do Devedor. 2• ed. Rio
de Janeiro: Aide, 2003, p. 152.
81. VENOSA, Sílvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10 Edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 482.
96 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~. A~nção!
o que é a cláusula haraship?
Hardship pode ser significada cómo adversl(fade, ·lnfonulto. Afeta ao
Direito Internacional, a cláusula''har'dShlP'. se ap~ka qt~andg du[<lnte a
execução do. contrato. há mucta.nÇas em circunstâncias eéon<)mica.s, po-
. l(ticas ou sociais capazes dé afü~rar o equilíbrio ecónômÍCo-fin·aHceiro
d~ pa,a,uàtJo.•.Nessa: tóa.da.;.a. ~~Renqer dá ~)<tensão ido~ ev~titos, os
c-0ntratantes réstarão tóltildos'éle' executar o contrato na forma origi"
nàriaménté,pactuadâ; · · ' · · ·· ' ·· · · · ·
A cláusula hardship demanda previsão 'expressa uo contrato, sigóÍficandÓ
uma espécie de aplicação dos ideais da imprevisão e de onerosidade
excessiva· à. seara internacional~ Sua previsão iem notfcia nós Prinçípjos
. relativos à Unicfioít. Uma vez Verífü:a~a a aqversidade, h~ um dever de
reáde,quàção co~tratual, àflrm.artl CRíSitANÓ ~AvEs be FARIAS é NEISON RoSENVALo82 •
Par;:i. . que reste configurada a incidência. da clá~sula; são requisitos
necessários e cumulativos: · . .· · .
a) Alteração fundamental das condições econôrnicas - tal alteração
poderá decorrer tanto do aumento dos cústos envolvidos, como na
diminuição do valor da contraprestação;
b) Superveniência do evento - tais eventos decorrem de amplos mo-
vimentos de mercado, demandando-se que os efeitos do evento
sejam sentidos, pelas partes contraentes, após a celebração do
contrato;
c) Imprevisibilidade do evento - o evento gerador do hardship há de
ser avesso à vontade das partes, exterior, bem como não dizer
respeito ao eventual risco assumido pelos contratantes (álea).
Nada impede que a própria cláusula hardship elenque quais os evéntos
que compreendem sua incidência, em uma normatizàÇãó atinente à
autonomia privada. Outrossim, plenamente viável a adoção da cláusula
em contratos domésticos, desde que expressamente disciplinada.
5. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
82. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos Contra-
tos e Contratos em Espécie. Vol. IV. Sª Edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 225.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 97
83. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. IP
Edição. São Paulo: Método. 2015, p. 100.
84. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. Ili. ?ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 55.
85. MARTINS-COSTA, Judith. A Boa-fé no Direito Privado. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1999, p. 411.
86. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 73.
98 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
88. VENOSA, Silvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. io Edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 524.
89. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5" Edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 146.
90. NORONHA, Fernando. o Direito dos Contratos e seus Princípios Fundamentais,
p. 132.
100 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e RoberttJ Figue,redo
., Atenção!
a
Recorda PAULO lôao92 que boa'..fé, COrríO ideal de étiéa, 'transborda as
raias do Direito Civil~ sendÓ aplicável em outros campos normativos.
Apenas como. exemplos, lembra. o Autor do princípió da moralidade,
atinente à Administração PúbUéa (CF;. art. 37), ou. ainda do regramento
sobre o tema no Código de Defesado Consumidor (CDC" art. 51).
Em .cada uma dessas searas a boa-fé adequa-se, exercendo importante
papel de lente significadora de valores confiáveis, probos e éticos.
92. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 74.
93. n Comentários ao Novo Código Civil. Coordenação Sálvio de Figueiredo Teixeira.
Rio de Janeiro: Editora Forense, 2003. Volume V, Torno 1.
94. n Obrigações, i976. Apud Flávio Tartuce. Op. Cit. p. 30.
102 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto Figueiredo
95. MARTINS-COSTA, Judith. A Boa-fé no Direito Privado. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1999, p. 439.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 103
~ E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca:FCC órgão: TJ-SC Prova: Juiz Substit.U.to
o princípfo da boà fé, no Código Civil Brasileiro, não foi c<>,nsàgrado~ ê111.
artigo expr:~sso, ~qmo regra geral, aoc(jnt~~r,iodo,CódJgo~iv!I ~!~mao~
Mas o nosso C,6digo .Comérciaf induiu~o cómtj princípio Vjgórnf,lte (10.
campo obrigadonal e relaeioncíti-o também conrosusos de tráfico (23);
contudo, a inexistência, no Códigoci\lik de artigº seroelhanie<:).9§z42
do BGB não impede que o prii1cfpio tenha vigênCiá em· no~so '&ireito
das obrigações, pois se trata de proposição jurídkaí com significado dé
regra de· conduta. O mandamento engloba. todos os que. participam do
vínculo obrigacional e estabelece, entre eles, um elo. de. cooperação,
em face do fim opjetivo a que visam (Clóvis.v. do Couto e Silva. A.obri-
gação corno processo. José Busllatsky, Editor, i976, p. 29-30)/
Esse texto foi escrito na vigência do Código Civil de. 1.916. o Código Civil
de 2002
a) trouxe, porém, mandamento de conduta, tanto ao credor como ao
devedor, estabelecendo entre eles o elo de cooperação referido
pelo autor. 1
96. MENEZES CORDEIRO, Antônio Manuel da Rocha. Da Boa-Fé no Direito Civil. Coimbra:
Almedina, 20Jt. p. 604.
104 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
97. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD. Nelson. Contraws. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. S" Edição. São Faulo: Atlas. 1015, p. i54.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 105
98. ROSADO, Ruy. Extinção dos Contratos por Incumprimento do Devedor. 2• ed. Rio
de Janeiro: Aide, 2003, p. 250.
110 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: CESPE órgão: TRE-GO Prova: Analista Judiciário - Área
Judiciária
Julgue o prôximo iten{ referentes à interpretação da lei, aos direitos
da personalidade, à validade dos negócios juríclicos e à prova.
No âmbito contratual, o princfpio geral da boa-fé objetiva permite in-
terpretação extensiva dos pactos firmados, e é aplicado inclusive no
que diz respeito a relações pré-contratuais, o que garante a validade
de normas de conduta. implícitas.
Gabarito: Correto
~ Atenção!
Promovendo-se um passeio no Código de Defesa do Consumidor, per-
cebe-se que este microssistema foi mais atento à aplicação da boa-fé
pré e pós-contratual.
J~sto por i:s?, infere-se no Código de Defesa do Consumidor a integra-
çao das m1d1as aos contratos (coe, art. 30); a necessidade de assegu-
rar ao consumidor o conhecimento e compreensão prévia do contrato
(CDC, art. 46); ao tornar vinculante escritos particulares, recibos e pré-
-co~tratos (CDC, art. 48) e determinar a oferta de peças de reposição
apos o contrato, mesmo que o bem venha a sair de linba (CDC, art. 32).
De mais a mais, em vista da relação desigual do Código de Defesa do
Consumidor, a atenção à ética e aos deveres anexos de informação são
ainda mais veementes. Cita-se julgado do Superior Tribunal de Justiça,
sobre o tema, promovendo interessante considerações sobre boa-fé e
dever de informação nas relações de consumo:
DIREITO DO CONSUMIDOR. VIOLAÇÃO DO DEVER DE INFORMAÇÃO PELO
FORNECEDOR.
No caso em que consumidor tenha apresentado reação alérgica oca-
sionada pela utilização de sabão em pó, não apenas para a lavagem
de roupas, mas também para a limpeza doméstica, o fornecedor do
produto responderá pelos danos causados ao consumidor na hipó-
tese em que conste, na embalagem do produto, apenas pequena e
discreta anotação de que deve ser evitado o "contato prolongado com
a pele" e que, "depois de utilizar'' o produto, o usuário deve lavar e
secar as mãos. Isso porque, embora não se possa fala:- na ocorrência
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 113
99. MENEZES CORDEIRO, Antônio Manuel da Rocha. Da Boa-Fé no Direito Civil. Coimbra:
Almedina, 2ooi.
100. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vai. 111. lia
Edição. São Paulo: Método. 2015, p. 128.
101. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 74.
102. SCHREIBER, Anderson. A Proibição do Comportamento Contraditório. Rio de
Janeiro: Renovar, 2005. p. 50.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 115
• Atenção!
Não.se deve confundir supressío com prescrição. Afinal, a prescrição é
a perda da pretensão, enquanto a supressio é a perda do direito, ou
posição jurídica em si. Outrossim, na supressio há confiança da outra
parte no sentido de que a ausência no exercício do direito perdurará,
fato .que não toca' à prescrição.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 119
• E na hora da prova?
Ano: 2012 Banca: FEMPERJ órgão: TCE·RJ Prova: Analista de Controle Ex-
terno - Direito
João e josé celebram um contrato e ajustam que o adimplemento será
feito sempre em dinheiro e pessoalmente, no dia 10 (dez) do mês venci-
do. Ocorre que o contrato, que é de trato sucessivo, há mais de 12 (doze)
anos é executado por João, por meio de depósito em conta corrente, em
cheque e na data acordada, sem questionamento de qualquer natureza
por José. Essa situação passa a ser fonte criadora de direitos subj~tivos
para João. o instituto que fundamenta a afirtríação feita é:
a) surrectio;
b) venire contra factum proprium;
c) supressio;
d) teoria do adimplemento substancial;
e) tu quoque.
Gabarito: a
~ Atenção!
Para afastar a incidência do art. 330 do cc muitos contratantes inserem
nos pactos a denominada cláusula de permissão ou tolerância, quando
afirmam, expressamente, que qualquer conduta contrária àquilo que
efetivamente está escrito, não configurará renúncia tácita.
Tal cláusula, porém, não vem preponderando em situações nas quais
há uma conduta reiterada em sentido contrário. O direito, cada vez
mais, abre os seus poros e aceita modificações pelo comportamento
humano.
5.1.3. Tu Quoque
A expressão tu quoque é uma redução da famosa frase tu quo-
que, Brutus, fili mi! A famosa frase é atribuída a Júlio César, quando
constata, dentre os seus algozes, o seu filho adotivo Brutus.
Factível perceber que tu quoque significa quebra da confiança.
Surpresa em decorrência de comportamento da contraparte que
coloca a outra em situação de injusta desvantagem.
Aduz FLAv10 TARTUCE'º 5 que em função da tu quoque é inviável que
uma parte que violou uma norma, em abuso de direito, aproveite-se
105. Manual de Direito Civil Volume Único. 4ª edição. São Paulo: Método. 2014, p. 590.
cap. 2 • Os Princípios Contratuais 123
-·---·-
124 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
ação e, por sua inércia,. não .re~tou .aos recorrid()s outra alternativa se-
não a via judicial. Alegam os recorrentes que.não poderiam os recor-
ridos exigir o impleménto das obrigações contratuais se eles mesmos
não cumpriram com as suas (pagar determinadas dívidas d.a socieda-
de). J>orém, segundo a .doutrina, a.exceção de contrato não cumprido
somente pod~ ser OPQ!;ta quan~o a l~i C?U o. coi:itrato não. especificar a
quem primeiro cabe cumJ>rlr a 0 bi-igação. Assim; eStabelecido em que
ordem deve dar~sê o.adtmplemeiito, o contratánteque primeiro deve
cumprir suás obrlgáções.não pode recusar-se ao fundamento de que
o outro não satisfará a que lhe cabe, ínas o que detém a prérrogativa
de por último realizar a obrigação pode sim postei-gá-la, enquanto
não vir cumprida a obrigação imposta ao outro, tal como se deu no
caso. Anote-se que se deve guardar certa proporcionalidade entre a
recusa de. cumprir a obrigação de um e a inadimplência do outro,
pois não se fala em exceção de contrato não cumprido quando o des-
cumprimento é mínimo e parcial. Os recorrentes também aduzem que,
diante do amplo objeto do contrato, que envolveria outros produtos
além do sistema de localização, não haveria como rescindi-lo totalmente
(art. 184 do CC/2002). Porém, constatado que o negócio tem caráter uni-
tário, que as partes só o celebrariam se ele fosse válido em seu coniun-
to, sem possibilidade de divisão ou fracionamento, a invalidade é t~tal,
não se cogitando de redução. O princípio da conservação dos negócios
jurídicos não pode interferir na vontade das partes quanto à própria
existência da transação. Já quanto à alegação de violação da cláusula
geral da boa-fé contratual, arquétipo social que impõe o poder-dever
de cada um ajustar sua conduta a esse modelo, ao agir tal qual uma
pessoa honesta, escorreita e leal, vê-se que os recorridos assim agi-
ram, tanto que buscaram, por várias vezes, solução que possibilitasse
a preservação do neg6cio, o que esbarrou mesmo na intransigência
dos recorrentes de se recusar a rever o projeto com o fim de sanar as
falhas; isso obrigou os recorridos a suspender o cumprimento das obri-
gações contratuais e a buscar a rescisão do instrumento. Precedentes
citados: REsp 159.661-MS, DJ 14/2/2000; REsp 176.435-SP, DI 9/8/1999; REsp
734.520-MG, DJ 15/10/2007; REsp 68.476-RS, DJ n/11/1996; REsp 35.898-R;, DJ
22/11/1993; REsp 130.012-DF, D) 1°/2/1999, e REsp 783.404·GO, DJ 13/8/2007.
(REsp 98i.750-MG, Rei. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/4/2010).
Ainda nos exemplos oriundos do Superior Tribunal de Justiça enquadrá-
~eis na tu quoque, coloca-se a Súmula 385, segundo a qual "do anotação
irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por
dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito
oo cancelamento".
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 125
106. Manual de Direito Civil - Volume único. 4• edição. São Paulo: Método. 2014, p. 590.
107. SIMÃO, josé. Fernando. Direito Civil. Contratos. Série de Leituras jurídicas. 3ª ed.
São Paulo: Atlas, 2008.
108. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. 111. lP
Edição. São Paulo: Método. 2015, p. i23.
126 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
109. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. 111. 11 ,
Edição. São Paulo: Método. 2015, p. i24.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 127
~ Atenção!
112. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações Con-
tratuais e Extracontratuais. 27 Edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 42.
130 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ ~tenção!
113. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5' Edição. São Paulo: Atlas. 2015,
p. 186.
114. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vai. 111. 7• Edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 24.
115. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 69.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 131
ra.IJato, todavia, como bem coloca PAULO Lôeo 116, não qúer si~ilificar quê a
' função social exetua a individual do contrato. Não há exclusão, lllas sim
conformação; E o desrespeito à conformação, arremata o Autor, que
gerará a invalidade contratual.
116. LÔBO, Paulo. Dir·=ito Civil. Contrates. São 0 aulo: 'i1niv:1. 2011, p. 61,.
117. MARTINS-COSTA, Judith. A Boa-fé no Direito Privado. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1999, p. 299.
118. NALIN, Paulo Roberto. Do Contrato: Conceito Pós-Moderno - Em Busca de sua
Formulação na Perspectiva Civil-Constitucional. Curitiba: Juruá, 2::ioi.
132 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto figueiredo
119. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 69.
120. Manual de Direito Civil - Volume único. 4• Edição. São Paulo: Método. 2014, p.
573-576.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 133
12i. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5• Edição. São Paulo: Atlas. 2015, P· 191.
134 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
122. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 69.
123. Manual de Direito Civil - Volume único. 4ª Edição. São Paulo: Método. 2014, p.
577-
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 135
124. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5• Edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 203.
125. AZEVEDO, Antônio Junqueira de. Princípios do novo direito contratual e
desregulamentação do mercado. São Paulo: Revista dos Tribunais número 750,
p. 117, abr. i998.
138 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ Atenção!
o art. 2.035 do Código Civil - comq visto na Parte Gerat no ti:atamentq
do tema negócios jurídicos - permite a aplicaçã9 da função social cios
contratos, até mesmo, a negócios .cele~rád()s du,rante a vigênciá éfo
Código Civil de 1916, mas cujos efeitos ádéntram o Código Civil de 2002.
Infere-se a retroatividade motlvad~ ou . justificada, i:etrooperandp a
norma em virtude de uma questão de ordem pública, como bem ensina
MÁRIO Luiz 0ELGAD0 128•
126. Manual de Direito Civil - Volume Único. 4• Edição. São Paulo: Método. 2014, p. 572.
i27. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27 Edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 42.
128. DELGADO, Mário Luiz. Problemas de Direito lntertemporal no Código Civil. São
Paulo: Saraiva, 2004, p. 94.
Cap. 2 • Os Princípios Contratuais 139
129. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. iia
Edição. São Paulo: Método. 2015, p. 97.
130. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. ro.
140 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
i3i. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 70.
Capítulo
·------------···-----------
i. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. 3ª edição.
São Paulo: Método. 2008, p. 39.
2. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: saraiva. 2011, p. 57·
3. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 56.
142 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto figueiredo
., Atenção!
Malgrado a maioria da doutrina afirmar que as fases de formação do
contrato são tratativas, proposta e aceitação, há quem na doutrina, a
exemplo de PAULO lõsos, defenda serem as fases de formação dos con-
tratos oferta, aceitação e acordo ou consenso.
Em verdade, malgrado os batismos diversos, o conteúdo tratado pela dou-
trina para cada uma dàs fases é bastante próximo, como se verá adiante.
De mais a mais, recorda-se que o esquema regra de formação dos.contratos
relaciona-se às figuras paritárias e consensuais. São paritários por terem
como pressuposto a igualdade entre as partes e consensuais por se torna-
rem perfeitos e acabados com o mero consenso (encontro de vontades).
Exemplifica-se com a compra e venda entre particulares. Aqui a entrega do
objeto diz respeito à eficácia, relacionando-se à fase de execução do pacto.
----·-
Cap. 3 • Formação dos Contratos 143
Caso. porém, o contrato seja paritário real, além do consenso, será exi-
gido para que ôcontrato esteja perfeito e acabado a entrega dei .coisa
(tradição), a exemplo do depósito e do comodato. Àqui a tradição fará
parte do iter de formação contratual, ganhando a formaçãb do pacto
mais um item de válidade.
Outrossim, nos contratos plurilaterais - a exemplo do social constitutivo
de pessoas jurídicas - não há. oferta. Nesse tipo de ajuste, a vontade
das partes não é opo~ta, mas .sim comuns e complementares. Outro
exemplo salutar deste tema é o condomínio.
Caso o contrato tenha forma. v.inculada pela lei ou pela vontade, esta
passará a ser da substancia do ato, integrando sua formação, sob pena
de nulidade absoluta (CC, arts. 109 e 166, IV). Mais uma vez teremos
uma fase de formação do contrato um pouco mais dilatada.
Outrossim, em sendo por adesão - entendido corno aquele contra-
to pré-formatado unilateralmente por uma das partes, com conteúdo
rígido (inalterável) - obviamente a fase de negociações preliminares
inexiste. Há, todavia, proposta do hipersuficiente e opção do hipossufi-
ciente em aceitar, ou não, o bloco contratual proposto (toke it or leave
it). Nessa toada, a clássica teoria da formação dos contratos resta re-
duzida à proposta e aceitação.
6. Direito Ci'1il. Manual de Direito Civil. Volume Único. 4• edição. São Paulo: Método,
2015. p. 6o2.
7. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. iia
edição. São Paulo: Método. 2015, p. i28.
-·····-·------------------------------------
144 Direito Civil - Vol. 13 • tuciano Figueiredo e Roberto Figueire::Jo
8. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teo:ia das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27' edição. São Paulo: Saraiva< 2c11, p. 60.
9. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos unilaterais.
Vol. Ili. 7ª edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 71.
10. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. iia
edição. São Paulo: Método. 2015, p. 129.
1i. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 36.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 145
> Atençãq!
Ém entendimento interes.sante .e ímpar, pórém, advoga FLÁVIO TARTUCE17,
para quern a quebra da boa-fé ém casos tais poderá remeter a rup-
tura de um dos deveres anexos, em claro inadimplemento do próprío
contrato e responsabilidade civil objetiva por abuso de direito (art. 187
do CC e enun<:lados 25, 170, 24 e 37 do Conselho da Justiça Federal).
Logo, a·vança o professor paulista na defesa de uma responsabilidade
civil objetiva e contratual por desrespeito à boa-fé nas relações civis,
diante da construção posta.
17. Oirei:o Civil. Manual de Direito Civil. Volume único. 4• edição. São Paulo: Método,
2015. p. 602.
148 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueíreco
I> Atenção!
Não se confunde tratativà.s com contrato preliminar.
Malgrado tais figuras s~. aproximarem, por antecederérn o contrato
definitivo, elas sé afastam, por terem gêneses e escopos diversos. o
contrato preliminar ê um contrato perfeito e acabado. Já as tratativas
são negociações preliminares objetivando a formação de um contrato.
18. DINIZ, Ma:ia Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratua!s .e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 6i.
19. VENOSA, S1lv10 do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10• edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 524 .
20. VENOSA, Sílvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10• edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 523.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 149
21. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos Contra-
tos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5ª edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 52.
22. SILVA PEREIRA, Caio Mário. Instituições de Direito Civil. Vol. Ili. p. 81
23. Op. Cit., p. 65.
150 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
24. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. s• edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 74.
25. DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 59.
26. VENOSA, Silvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10• edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 525.
27. RUGGIERO, Roberto de. Instituições de Direito Civil. Trad. Ary dos Santos. Vol. 111.
P. 207.
28. THUR, Vor:. Tratada das Obrigações. Tomo 1. p. i43.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 151
., Atenção!
Não se deve confundir a proposta com a oferta de negociações preli-
minares, como bem recor.da CARLYLE PoPP29 •
A oferta para negociações preliminares - invitation à pourparlers,
como posto no direito francês - traduz um convite a negociar, não
revelando uma proposta propriamente. Equivale, por conseguinté, a
um convite para tratativas e, quiçá, avançando-se nas negociações,
uma proposta.
._ A~,nçã~!
Curioso p.ensar,.wrro o;fazelTl GR1ST1AN0 ·CHAVES oe fAR1~s e NasoN Ros.eNvAw",
que não é proprié}rnente a proposta, que obriga. De fato, a obrigato-
riedade em contratar haverá quandp do aceite da proposta, havendo
ausência de melhor técni.ca na redação do Código. Civil. Antes do aceite,
percebe-se, o proponente·não..está obrigado a nada.
Entrementes, as j:)rovas concutSais.costumam caminhar com a redação
do texto legislativo, pelo que,.nesta obra, mesmo considerando a pon-
deração ora feita~ falar-se"á em força obrigatória da proposta, como o
faz o texto leglslado. · ·
31. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vo!. 111. 1 ia
ediçào. Sao Paulo: Método. 2015, p. nI.
32. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. S~o Paulo: Saraiva. ie 11 , p. s 2 .
33- FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos Contra-
tos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5• ediçào. Sào Paulo: Atlas. 2015, p. 60.
Cap. 3 • Formaçào dos Contratos 153
._ Atenção!
Caso seja uma oferta ao público em geral, poderá ser revogadà pela
mesma via de divulgação, desd~ que haja ressalva na própria proposta
conferindo esta faculdade ao proponente (CC, art. 429).
._ E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: TJ-BA Prova: Analista Judiciário - Subescri-
vão - Direito
Maurício, pretendendo vender um violino que recebera em doação fei-
ta por sua avó, quando ainda estava viva, publicou anúncio em um site
de vendas, apresentando a marca do instrumento e as especificações,
inclusive o ano de fabricação, o modelo e o estado de conservação.
Anexou a fotografia do instrumento e fez constar do anúncio o preço
no valor de dois mil reais. Vários contatos foram feitos, sendo que, no
mesmo dia em que foi divulgada a publicidade, Vanildo, músico pro-
fissional, se dirigiu à residência de Maurício, com os dois mil reais em
dinheiro, para aquisição do bem.
Acontece que Maurício, impressionado com o grande número de con-
tatos feitos em decorrência da publicação do anúncio, declarou para
Vanildo que não realizaria a venda naquele momento, pois gostaria de
aguardar uma oferta mais vantajosa.
Nesse caso, pode-se afirmar que:
a) é direito potestativo de Maurício manifestar arrependimento pela
oferta, sem qualquer consequência jurídica, já que o contrato não
chegou a ser formalizado;
b) houve celebração do contrato, já que a oferta ao público equivale
à proposta, havendo, contudo, direito ao arrependimento, desde
que Vanildo seja indenizado pelas perdas e danos;
c) é direito potestativo de Maurício manifestar arrependimento pela
oferta, já que o contrato não chegou a ser formalizado, ficando, con-
tudo, obrigado a indenizar Vanildo pelas perdas e danos sofridos;
d) é direito subjetivo de Maurício manifestar arrependimento pela ofer-
ta, já que o contrato não chegou a ser formalizado, ficando, contudo,
obrigado a indenizar Vanildo pelas perdas e danos sofridos;
e) houve celebração do contrato, já que a oferta ao público equivale
à proposta, sendo, portanto, obrigatória, não havendo direito ao
arrependimento.
Gabarito: e
154 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
34. VENOSA, Silvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10' edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 526.
35. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações Con-
tratuais e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 72.
36. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. lia edi-
ção. São Paulo: Método. 2015, p. 133.
37. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações con-
tratuais e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 59.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 155
_. Atenção!
a
Advoga PAULÓ Lõao40 tese de que o e-mail (mensagem eletrônica) po-
derá ser considerada mecanismo entre. presentes, caso haja registro
dos horários de recebimerlto e envio e percepção de instantaneidade.
38. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. .l l"
edição. São Paulo: Método. 2015, p. 134·
39 . VENOSA, Silvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10ª edição. São Paulo: Atlas, 2010, p. 530.
40. LÕBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 94/95.
156 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
41. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. ili. 7ª edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 76.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 157
42. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 75.
43. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral cios
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5• edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 64.
158 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
daquela proposta originária, que existiu para o direito, mas não pro-
duzirá os seus efeitos. Concordamos com o segundo pensamento. 44
• Atenção!
A proposta pode ser dirigida a uma pessoa individualmente (determi-
nada) ou ao público em geral (dêtêrminável ou àd incertam personam),
devendO", em ambos os casos, veicular os básicos requisitos do contra-
to a ser celebrá do.
Vê-se uma proposta ao público em geral numa vitrine de uma loja,
em que haja roupas e os respectivos preços. A propo.sta ao público
em geral é, igualmente, vinculatória. Logo, a loja é obrigada a vender
o objeto segundo o preço posto na vitrine, tendo em vista a proposta
amplamente divulgada.
Mas haveria diferença entre a proposta e a oferta ao público em geral?
Há quem entenda que sim. Na prática é possfvel que ao revés de uma
proposta haja uma mera oferta ao público em geral. Como um vende-
dor que apenas lista os produtos que tem no alto falante, sem conferir
os respectivos preços e aguardando os clientes virem até ele, para
então veicular uma pr~posta concreta.
Nada impede que a proposta ao público em geral venha a ser revoga-
da, desde que antes de aceita e por mecanismo de igual amplitude.
Outrossim, o Código de Defesa do Consumidor regula, de forma espe-
cial, a oferta feita ao público em geral (propostas de massa), no seu
Capftulo V destinado às Práticas Comerciais (arts. 30 a 35). Sendo assim,
seguem notícias importantes sobre o tema:
a) A proposta e as mídias haverão de ser feitas em língua portuguesa,
com informações claras, precisas e ostensivas;
b) o dever de informar é imputado ao fornecedor que deve prestar
informações adequadas, suficientes e verídicas. Adequada é a in-
formação veiculada no meio correto, consoante o produto ou servi-
ço anunciado. Suficiente diz respeito à completude da informação,
que deverá ser integral. Veracidade liga-se ao fato da informação
retratar características condizentes do produto.
Firmam CRISTIANO CHAVES DE FARIAS e NELSON ROSENVAL044 que há dever de: a)
informação-conteúdo, o qual se relaciona a características intrínsecas
do produto ou serviço; b) informação-utilização, ligado à finalidade do
44. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos Contra-
tos e Contratos em Espécie. Vol. IV. s• edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 78.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 159
45 . FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos Contra-
tos e contratos em Espécie. Vol. IV. 5' edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 74.
46. LÔBO. Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 84.
160 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Reverto Figueiredo
47. SILVA PEREIRA, Caio Mário. Instituições de Direito Civil. Vol. Ili. p. 136.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 161
., E na hora da prova?
A banca FUMARC, em prova de concurso público realizado para o pro-
vimento do cargo de Analista da Policia Civil - Direito -MG, ano 2013,
considerou correta a seguinte alternativa: "Reputar-se-á celebrado o
contrato no lugar em que foi proposto."
E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: VUNESP órgão: IPT-SP Prova: Advogado
Assinale a alternativa correta sobre a formação dos contratos.
a) Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar de domicílio do
proponente.
b) Considera-se existente a aceitação, se antes dela ou com ela che-
gar ao proponente a retratação do aceitante.
c) Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a acei-
tação seja expedida, ainda que o proponente se houver compro-
metido a esperar resposta.
50. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Vol. Ili. 7• edição. São Paulo: Saraiva. 2010, p. 82.
5i. OINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 84.
52. VENOSA, Sílvio do Salvo. Direito Civil. Pane Geral. 11• edição. São Paulo: Atlas.
2011, p. 197.
1 Cap. 3 • Formação dos Contratos 163
1
Majoritariamente a linha de raciocínio é diversa. A tese a ser
adotada em prova impõe a invalidade da cláusula em comento,
pois abusiva. Vários são os argumentos para invalidação da cláusu-
la em destaque. Veja-se:
• o art. 51, IV, do coe afirma ser ilegal a cláusula contratual
que estabeleça o foro de eleição em benefício do fornece-
dor do produto ou serviço, em prejuízo do consumidor.
• O art. 101 do coe veicula foro privilegiado ao consumidor,
quando aduz que ele pode propor a ação no local em que for
domiciliado. Trata-se dt: norma de ordem pública, sendo invi-
ável o seu afastamento por mero ato de vontade das partes.
• O art. 424 do CC vernera ser nula a renúncia antecipada a di-
reito em contrato de adesão, sendo inconcebível, portanto,
que consumidor renuncie ao foro privilegiado.
Por tudo isso, mesmo que seja dada prévia ciência da cláusula
ao consumidor, o sistema protetivo nacional, em busca de igualdade
material e justiça contratual, proíbe que o fornecedor se beneficie
de tal prerrogativa, especialmente em se considerando que nos con-
tratos de adesão a liberdade negocial do consumidor é extremamen-
te restrita. O raciocínio aqui explicitado é aquele que melhor condiz
com o princípio da equivalência material ou justiça contratual, o
qual impõe ao contrato trocas úteis e justas (Enunciado 22 do CJF).
Ademais, liga-se ao ideal da eficácia interna do princípio da função
social dos contratos, como afirma o Enunciado 360 do CJF.
No particular, por ser uma questão de ordem pública, o art. 112,
do CPC permite ao juiz a declaração, de ofício, da nulidade da cláusula
de eleição de foro em contrato de adesão. Assim, caducou a Súmula 33
do STJ, a qual afirmava a impossibilidade de reconhecimento ex officio
da incompetência relativa na casuística de foro de eleição em contrato
de adesão. A súmula, ultrapassada, entendia pela impossibilidade por
ser uma questão territorial. Prevaleceu, porém, a relação de consumo.
4. ACEITAÇÃO OU OBLAÇÃO
A aceitação é o ato praticado pelo aceitante ou oblato e diz
respeito à aquiescência da proposta formulada. É esta aceitação
que completa o consenso apto a gerar um contrato, inferindo-se
o fecho do ciclo consensual. Como bem ensina S1Lv10 oo SALVO VrnosA54,
"proposta e aceitação buscam integração de duas vomades, para for-
mar a vontade contratual".
Sob o ponto de vista da sua natureza jurídica, a aceitação, as-
sim como a proposta, é um negócio jurídico unilateral. Com efeito,
o "contrato é negócio jurídico bilateral derivando da união de dois
negócios jurídicos unilaterais: proposta e aceitação", firmam CR1sT1ANo
CHAVES DE FARIAS e NELSON RosENVALD 55 •
A aceitação há de ser feita nos exatos termos da proposta, sen-
do pura e incondicional. Eventuais aceitações ".fora do prazo, com
adições, restrições ou modificações", importarão em uma nova pro-
posta (contraproposta - art. 431 do CC).
Há, nesta passagem do Código Civil, clara hipótese de conver-
são legal, pois o próprio legislador já significa aquele suposto acei-
te em nova proposta. Vê-se aqui a possibilidade de termos uma
espécie de jogo de tênis, no qual há propostas e contrapropostas
sucessivas, com idas e vindas até à aceitação definitiva, ou o não
fechamento do negócio. Trata-se de conduta usual no cenário na-
cional, haja vista a cotidiana busca do brasileiro pelo melhor preço,
com barganhas e pechinchas.
53. MASCARO NASCIMENTO, Amaury. Curso de Direito ProceSS!Jal do Trabalho. 17• ed.
São Paulo: Saraiva, 1997. p. 214.
54. VENOSA, Silvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10• edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 525.
55. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5• edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 49.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 165
56. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. 11'
edição. São Paulo: Método. 2015. p. 137.
57. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 80.
58. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral cios
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. 5• edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 64.
59. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 79.
60. VENOSA, Silvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10• edição. sao Paulo: Atlas. 2010, p. 520-521.
166 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
6i. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 2r edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 58.
62. VENOSA, Silvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. io• edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 52i.
63. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. s• edição. São Paulc: Atlas. 2015, p. 67.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 167
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~ Atenção!
Na seara do Código, de Defesa do ConsumidoÍ';. o art ..39; VI, .recorda que
"é vedado ao fornece.dor de produtos ou serviços: (.;.fexetutár5erviços
sem a prévia elaboração de orçàmeríto e autorizaç<n:> expressa âo conslJ"
midor, ressalvadas as decorrentes d.é práticas anteriores entre as partes".
Vê-se, aqui, o afastamento do aceite pelo silêncit), salvp ~e há práticas
anteriores recorrentes entre as partes, com o fito de uma .normatiza-
ção mais protetiva ao hipossuficiente. · ·
64. SILVA PEREIRA, Caio Mário. Instituições de Direito Civil. Vol. Ili. p. 139.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 169
65. DINIZ, Maria Helena. curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 8i.
66. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27" edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 71.
67. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria Geral dos
Contratos e Contratos em Espécie. Vol. IV. s• edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 52.
170 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
68. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vol. Ili. 1ia
edição. São Paulo: Método. 2015, p. 139.
69. BEVILÁQUA, Clóvis. Direito das Obrigações. Campinas: RED livros, 2000, p. 238.
70. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Ccntratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 83.
71. VENOSA, Sitvio do Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 10ª edição. São Paulo: Atlas. 2010, p. 530.
72. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 82.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 171
~ E na hora da prova?. . .
Ano.: 2014 Banca~ mv~r?o: Qi>E-ÔF Pr9va: ~nalista-Assistêíicià Judiciária
Cícero .enviou propost~ ·de celebraÇãÓ de contrato. de p('estação de
seiviços para Céfio, estàbelece'ndo .um prazo de cinco dias para ares-
posta. Fez constar da proposta que o contrato estará celebrado na
hipótese de Célia deixar de emitir resposta no prazo assinalado'. Caso
CéHo realmente .não responda à proposta, pode- se afirmar que:
a) não houve formação do contrato.
b) houve forrnaçáo dó contrato em decorrência da manifestação pre-
sumida da vontade de Célio.
c) houve formação do contrato em decorrência da manifestação tácita
da vontade de Célio.
d) houve formação do contrato em decorrência da manifestação ex-
pressa da vontade de Célio.
e) apesar da formação do contrato em virtude da manifestação tácita
da vontade, o negócio é relativamente ineficaz perante Célio.
Gabarito: a
73. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie. Vot. Ili. 11•
edição. São Pauio: Método. 2015, p. 141.
74. Direito Civil. Manual de Direito Civil. Volume Único. 4• edição. São Paulo: Método,
2015. p. 608.
172 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Robe110 Figueiredo
• Atenção!
Na aceitação tácita crescerá em dificuldade precisar o momento de
formação do contrato. Defende-se que será o seu marco inicial a per-
cepção da prática de atos executivos.
O que é a conduta negocial típica?
PAULO Lõeo 77, com força nos ensinamentos de PoNm oE MIRANDA, afirma
que a urbanização trouxe consigo um amplo cresclmento de oferta
de serviços e produtos ao público em geral, aliado a uma redução
do ato humano como suscetivel de deficiência. Com efeito, um cida-
dão que utiliza um transporte, segue o autor, não gera aceitação ao
contrato de transporte, mas fica sujeito ao pagamento do preço, inde-
pendentemente de sua vontade, de (in)capacidade ou eventual (des)
conhecimento.
Nessa ótica, para contratos massificados o direito houve de substituir
a manifestação de vontade de aceitar por condutas aptas (típicas) a
ocasionar o nascimento da relação negocial.
75. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Contratos. Teoria ceral dos
Contratos': Contratos em Espécie. Vol. IV. Sª edição. São P2ulo: Atlas. 20 ). 5, p. 87.
76. DINIZ, Ma~1a Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das obrigações
C?ntratua1s e Extracontratuais. 27• edição. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 76.
77. LOBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011, p. 8 7.
Cap. 3 • Formação dos Contratos 173
1. NOÇÕES INlRODUTÓRIAS
O fenômeno da interpretação está umbilical mente ligado à ciên-
cia do direito. Tal premissa é lógica, ao passo que a aplicação nor-
mativa perpassa, necessariamente, pela sua pretérita significação.
Com efeito, é impossível aplicar uma norma sem interpretá-la; sem
conhecer o seu significado.
Decerto, como firma S1Lv10 Do SALVO VrnosA 1 , "o sentido de interpre-
tação está intimamente ligado à aplicação do Direito. Interpreta-se
para aplicar. Ao aplicar o direito, interpreta-se. As duas atividades
são indissociáveis".
Afirmam PABLO Srom GAGUANo E RoDoLFO PAMPLONA F1LH0 2 que a interpre-
tação consiste na "necessidade de se estabelecer o significado e o
alcance de uma regra positivada, bem como constatar as situações
por ela previstas e os efeitos que pretende ter."
Assim como na ciência jurídica, no universo dos contratos a
interpretação tem importância ímpar. Isto, porque, como vaticina
MARIA HELENA D1N1z 3, o contrato e a lei são bastante próximos. Ambos
têm como base normas jurídicas, criadoras de direitos subjetivos
e obrigações, as quais ocasionam situações juridicamente novas.
Dessa forma, a interpretação contratual há de perquirir o con-
teúdo e o entendimento do pacto, bem como a sua obediência
i. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. 10ª edição. São Paulo:
Atlas. 2010, p. 457.
2. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
vol. 4. Tomo 1. Ed. Saraiva. 2013. 9ª edição, p. 213.
3. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Çivil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27• edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 89.
176 Direito Civil - Vol. i3 • LUciano Figueiredo e Roberto figueiredo
2. REGRAS DE INTERPRETAÇÃO
Compulsando o vigente Código Civil, percebe PAULO LôBo9 que o
legislador se dedicou a veicular normas gerais para a interpre-
tação dos negócios jurídicos. Agiu de forma diversa do legislador
do Codex anterior, quem restringia as regras de interpretação aos
contratos, conforme o art. 1090.
7. LOBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. Ed. Saraiva. 201i. ia edição. p. i72
8. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3 2008. 5ª edição. Editora
Saraiva. p. 39.
9. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3 2008. 5• edição. Editcra
Saraiva. p. 39.
178 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: TJ-PA Prova: Analista Judiciário - Oficial de
Justiça
A interpretação do contrato faz-se necessária quando existe divergên-
cia entre as partes sobre o efetivo sentido de uma cláusula. Neste
caso, é certo que
a) toda vez que surgir conflito levado ao conhecimento do Poder Ju-
diciário, o julgador 'deverá intervir e decidir a questão de acordo
com o seu convencimento, ainda que as partes tenham chegado a
uma composição em sentido contrário.
10. LOBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. Ed. Saraiva. 2011. !'edição. p.177
11. Art. 112: Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
12. OINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27• edição. São Paulo: Saraiva, 201i. p. 89.
Cap. 4 • A Interpretação dos contratos 179
., Atenção!
Interessante discussão doutrinária se liga a q~al â tei>'rta adotada• pelo
Código Civil no que tange à interpretação dos negóclosfurídicos. ·
Para CrusnANa Cl!AvEs oe fARiAs e NEl.SoN. R.osew·AlD1~, ó. vigerítê códigô CivH ·não
mais adota a teoria da vontade. Ao revésí adota a te0,riCJ; da éoliflançà,
a qual de.lxa em segundo plano ·<il literalidade· do teXto .e busca, median-
te significação, .a vçr:dadeira i~tenção dos. ç:teclarCJ;ntes. ·• .. ·.
N.ão importa~ apenas, o que as partes <:dntratantes qui~~'tam, .mas sim
o que elas, efetivamente, acordaram e .manifestaram •. ,
Entre mantes, malgrado. o poslciC)na~ento, de escol>s~pracitado, para
a tese majorit~ria é cl~rivfdç11t~:q~~ ~;;;S§.?i~Q Ci~~tP.~!"5i~te CC)!11C) ~0,
luntarista, no q~e. t~rige a<>,s,,nçgqc1.o!> 11,1ríqtfOS~ se1a p ewan;:tr: P rie~
gócio da ,vontàde,'i;~l~ P'?r5)1.düi'1r• nó'l'.ârti,';i12 QUe'.; ' . · erpr~táÇ~d
d os negócios. se atend~.r~,(!l~Í~ ~jifl~e'.ôÇ~~ ~9:.cüJ.~\~.~+· do literal da
linguagefl'l;; · .. ,. 1• / • ""' ::·?< •· 0'/>: ,,, ·
obviamefjte, p<lréro~:.<ioe'q!.f~l.~'~!f,J~~~:,Wjr~r!t~r1~ .· ·
rador da· necessidáCJe de:1ntf agir.ético~ fürê~don a'll~
1
i3. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. Rio de Janei·
ro: Lumen Juris, 2011. p. 439-442.
14. Art. 110: A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito
a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário
tinha co1hecimento.
180 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto Figueiredo
.- E na hora da prova?
Ano: 2009 Banca: CESPE órgão: SEAD-SE (FPH) Prova: Procurador
Certo ou Errado.
A manifestação de vontade subsiste ainda que seu autor haja feito a
reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o desti-
natário tinha conhecimento.
Gabarito: Certo
.- Atenção!
Registra-se qué n:ialgl'(ldO tal artigo, ~ Código.Civil~ no seu art. 819~ bém
como a SúmuÍa 214 do SUPERIO~ TRIBUNAL OE JUSTIÇA, afirmam que a fiança é
por escrito e merece Interpretação restritiva. lnfere.-se ª·controvérsia.
o tema ainda não mereceu posicionamento fechado <:\o STJ, sendo ne-
cessário ao candidato explicitar conhecimento tanto derredor do Códi·
go Civil, como da Súmula e da Lei
, . do Inquilinato.
.
~ E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: CESPE órgão: ANTI Prova: Analista Administrativo
- Direito
Julgue os próximos itens, relativos a contratos.
Na celebração dos contratos, .as partes devem observar os limi.tes da
função social do contrato e os princípios da probidade e da boa-fé.
Gabarito: Correto
~ E na hora da prova?
A banca examinadora FCC, em concurso público realizado para o pro-
vimento do cargo de Procurador da UNICAMP, ano 2014, considerou
correta a seguinte alternativa: "A liberdade de contratar será exercida
em razão e nos limites da função social do contrato."
2i. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de Direito Civil,
vol. 4. Tomo 1. Ed. Saraiva. 2013. 9• edição, p. 217.
22. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. 10• edição. São Paulo:
Atlas, 2010, p. 465.
Cap. 4 • A Interpretação dos Contratos 185
23. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. zr edição. São Paulo: Saraiva, 201i. p. 91 e 92.
186 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
., E na hora da prova?
Ano: 2009 Banca: FCC órgão: TRT - 16• REGIÃO (MA) Prova: Analista Judici-
ário - Área Judiciária
A respeito da interpretação de contratos, é certo dizer que
a) as cláusulas não podem ser revistas em hipótese alguma depois
da assinatura do contrato por todos os contratantes, a não ser por
determinação judicial em processo de conhecimento.
b) as expressões com mais de um sentido não devem, em caso de
dúvida, ser entendidas de maneira mais conforme à natureza e ao
objeto do contrato só podendo ser modificadas em juízo.
c) as cláusulas ambíguas não são interpretadas de acordo com o cos·
tume do lugar em que foram estipuladas.
Cap. 4 • A Interpretação dos Contratos 187
~ ,q;t~p ~:·$íJP~9ff,;,·;:.1r.
1
r~~~L' ·. ' ;~ . ·~. ·' •'. ·~.,;.. : ' ''.· ~·;.· ,à~. .•'..":·. •·..·•.ff'•.•~·.:•. '• .' :.·.º.·.
1
~~~~!f~;~~,l~~~~·á~' i~~â;:;~~i.~ta~~;~,~~~~~ta,·a~1omáti,ca
1 1
~ E na hora da prova?
A banca examinadora FCC, em concurso público realizado para provi-
mento do cargo de técnico ministerial do MPE-CE, ano 2013, considerou
INCORRETA a seguinte alternativa: "Quando houver no contrato de ade-
são cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a inter-
pretação mais favorável àquele que elaborou o contrato."
Contrato Preliminar
3. STOLZE GAGLIANO, Pablo. PAMPLONA FILHO. Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos: Teoria Geral. VoL IV. Tomo 1. iia edição. São Paulo: Saraiva, 2015,
p. 186.
4. GOMES, Orlando. Contratos. p. i35.
s. Para aprofundamento do tema elementos de validade do negócio jurídico,
remete-se ao capítulo de teoria do fato, ato e negócio jurídico, o qual se
encontra no volume dedicado à parte geral.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 193
~ Aten'ªQ!
O cóntrato.preliminar, com() viS'toj é contrato perfeito e acabadt>. Logo,
não deve ser confundido. com negocia,ções preliminá.res ou tratativas,
tema e~~udado quandodaJormáção do contrato. . ·
Recor~~2~e q~~ nas tratativas ·n.~ó há. obrigaÇões; mas rneras hegocia-
çõestorís<>antes a boa~fé f):ré~contratual. Tals.tratalivas; por vezes, são
até: mesmo; '\leicülaq~s ··mêdiant~ .protocolos de .intenções (minutas),
mas semp~e setn viés vináµtatlvo, . . ... ·. ·. .. . . . .·. ·.•
ÓutrossiÍii; das negociaçõ~$'.ptelimlnares (tratativas) pode decorrer um
não contrato, um contrato definithto ou uma figura preliminar.Veja-se,
portanto, que cómo contrato que o é, as trata tivas fazem parte do. iter
·de formação da figura da promessa. ·
D'outra banda, no contrato preliminar há obrigações previamente es-
tabelecidas, 'obrigatórias e exigíveis. Há vinculo decorrente de um con-
trato perfeito, acabado e autônomo.
Sintetizando .bem .o tema, CA10 MAR10 oA S1tvA PEREIRA6 firma que as negocia-
ções preliminares "não envolvem compromissos, nem geram obrigações
para os interessados, limitam~se a desbravar:. terreno e salientar conve-
niências e interesses ao passo que o contrato preliminar já é positivo no
sentido de precisar de parte a parte o contrato futµro."
Seguindo na busca de diferenciações conceituais, não se deve confun-
dir a promessa com a proposta. Esta, como visto no capítulo de forma-
ção dos contratos, nem sempre é obrigatória (CC, art. 428). Soma-se a
isto que a proposta caduca com o eventual falecimento do policitante.
Já o contrato preliminar é obrigatório e persistirá ainda que o con-
tratante venha a falecer, obrigando os seus herdeiros, ressalvadas as
casuísticas de obrigações personalíssimas.
Para aprofundamento do tema negociações preliminares e proposta,
indica-se a leitura do capítulo desta obra destinado à formação dos
contratos.
6. SILVA PEREIRA, Caio Mário. Instituições de Direito Civil. Vol. Ili. p. 81.
7. SILVA PEREIRA, Caio Mário. Instituições de Direito Civil. Vol. Ili. p. 81.
194 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
lo Atenção!
CRISTIANO CHAVES E NELSON RosENVALD 10 realizam importante aproximação entre a
figura dos contratos preliminares e os chamados contratos normativos.
8. VENOSA, Sílvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10ª edição. São Paulo: Atlas, 2010, p. 432.
9. CHAVES DE FARIAS, Cristiano. ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. Vol. IV. 4ª edição. São Paulo: Atlas. 2015,
p. 90.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 195
.- E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Câmara dos Deputados Prova: Analista
Legislativo
Com relação ao direito dos contratos, julgue os itens a seguir.
Gabarito: Certo
~ E na hora da prova?
A banca examinadora CESPE, em prova de concurso público realizado para
o cargo de Juiz do TJ-AC, ano 2012, considerou correta a seguinte alterna-
tiva: "Não se exige que o pactum de contrahendo seja irtStrumentallzado
com os mesmos requisitos formais do contrato definitivo a ser celebrado,
ainda que se exija, para este último, a celebração por escritura pública."
.- E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRT - Ba Região (PA e AP) Prova:· Analista
Judiciário, - Área Judiciária
Acerca dos contratos, assinale a opção correta.
a) s~rá nulo.() contrato qe, Pr~stação de serviços com prazo de dez
anôs d~. dúráçiio, por ofender norma de ordem pública.
b) Dada a impessoalidàde do contrato de .prestação .de serviços, o
prestador pode, mesmo sem autorização da outra parte, fazer com
que terceiro execute o serviço.
c) Se rio contrato de ádesão houver cláusulas ambfguas, o aderente
terá direito à decretação de sua nulidade.
d) Em se tratando de contrato de empreitada, não há responsabilida-
de solidária do empreitante pela indenização de acidente sofrido
por trabalhador contratado e dirigido pelo empreiteiro.
e) Ainda que para o contrato definitivo seja exigida a celebração por
escritura pública, o preliminar pode ser lavrado em instrumento
particular.
Gabarito: e
., Atenção!
.- E na hora da prova?
Em prova de concurso público realizada para o provimento do cargo de
Promotor de Justiça do MPE-PR, ano 2011, considerou INCORRETA a seguinte
alternativa: "O direito de arrependimento é ínsito à natureza do contrato
preliminar, que não pode, assim, ser objeto de execução específica."
19. Arras penitenciais traduzem um valor pago a título de sinal - visando marcar o
início da execução contrato - e devido pelo desistente em favor do prejudicado.
Para aprofundamento do tema, indica-se a leitura do capítulo dedicado ao tema
no volume de obrigações e responsabilidade civil.
20. Op. Ct., p. 97.
200 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
22. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
e dos Contratos. São Paulo: Editora Saraiva, 2011, p. 642.
23. Op. Cit., p. 188.
2 . PRATA, Ana. o contrato Promessa e o seu Regime Civil. Coimbra: Alrnectina, 2001,
4
p. 186.
25. TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Volume Único. 4ª edição. São Paulo:
Editora Método, 2014, p. 609.
26. Op. Cit., p. 106.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 203
~ E na hora da prova?
Ano: 2009 Banca: FUNRIO Órgão: ELETROBRAS-FURNAS Prova: Advogado .
Em relação ao contrato preliminar, segundo o Código Civil/2002, é cor-
reto afirmar que · ·
a) o contrato preliminar, inclusive. quanto à forma, dev~ é:0 ntertodos
os requisitos essenciais ao çontrato a ser celebràdo. ··
b) se o estipulante não der execução ao contrato preliminan não. Pº"
derá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos~
e) se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de
ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela pre-
visto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado
pelo devedor. /
1- Atenção!
Há determinados contratos de leasing nos quais o VRG é cobrado de
forma antecipada, no curso do pacto, mês a mês. Tal conduta; nas
pegadas da Súmula 293 do SUPERIOR TRIBUNAL oE Jusr1çA, não descaracteriza o
arrendamento mercantil.
Curioso perceber que aqui houve mudança do posicionamento do STJ,
que entendida, na cancelada Súmula 263, que a antecipação do VRG
descaractedzaria a figura do arrendamento mercantil.
204 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto figueiredo
27. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. 10• edição. São Paulo:
Atlas, 2010, p. 433.
28. urso de Direito Civil. Contratos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. vai. IV. 4•
edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 102.
29. Curso de Direito Civil. Contratos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. Vol. IV. 4•
edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 94.
30. Novo Curso de Direito Civil. Contratos: Teoria Geral. Vol. IV. Tome L 1ia edição.
São Paulo: Saraiva, 2015, p. i90.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 205
3i. GOMES, Orlando. Contratos. 24 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 135.
32. Curso de Direito Civil. Contratos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. Vol. IV. 4•
edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. io2.
206 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
PROME'.ssk llP~~~~'PJ~~~CONl:Rf\TO.•.
No caso d·o~.autos, Ó réucomprometeu,se a doar parcela de imóvel que
pende de regulàrizàc;ão acerca da propriedade ou, na impossibilidade,
percentualequivatente do aferido. com sua utilização ou aproveitamen-
to. Destat?IJ o Mjn. Relator gue o objeto central da avença firmada entre
as partes é a realização de futuró contrato, esse principal, de doação.
Logo~ o at:erto que.move a presente ação de cobrança. é contrato pre-
llmin.ar ou. pré~.c:ontrato. A inien~p clP .doador de .Praticar um ato de
Hberalidade é· o q4e se· considera req~islto ·inc:lispEmsável para a con-
figuráé;ão do cp.ntrato de doação~ se, no momento da celebração do
contrato pr~lirninar~ por\ óbvio, .estará presen!e a intenção de efetivar a
doaÇão .futurâi. não se
há cô~~ àfl.~r,n~r, .com tal. certez~, se, ªº·tempo .da
celebràÇã'ô •do tof)~~to prirtcipar, ~übsistirá a livre. determinação do do·
ador\de'eféil\r.lr'ó át()'M liberaliâ11de; ES<:tareceu o Min. Relator. que, se
não hâ :espôrttâtieidá~~i'ffo 0ató de doar no momento da celebração do
C()nt~t().defi.flltfvo~~~~·P.()ct':' C)COJ'r~r !> contrato~.E. ln casu• toma~do~se
em 'tonta'. ~Üe;'i içãô ~~ c;o.l>ran~ sul>Jacente é.. movida por contrato
prel(minàr<f~~ÓéiÇjC);pt.Jra,e~:paci:indo·do'pre~sup.psto de que tál aven•
ça ~ inexigíve.l Júdlçialíl:lente/re;vél~.:se à patente carência d.o direito de
aÇãq.; .especifl~menteq~ltJ razãc> fta impossibilidade Jurídica do •pedido,
· dey~odo, por;tanJo• .s~r extif!~()~P.h~lt.o.i;.~n;t .~x.~.me .do m~rito nos termos
do. ~rt 2~7~ VI;: d() crq. ls.sa p6;std1:à Tur111a, ~()'prosseguir o Julgamento,
conhecet(Q<Úí?türsd dó réu e.d~u·lhe proyim~nto. Preiudkad(). o exa-
me Cio recurso da' auti>ra: Preced~ntes Citados Cio STF:RE 122.054-RS, DJ
6/8/l.993; RE 1Ô5;862-PE, DJ 2ó/9/1tjá5; éÍo STJ: REsp 92.787-SP, or
26/5/1997.
(REsp 730,626-SP. Rék fy1in. Jorge si.l~rtezz.ii;.i,. julgado em 3/10/2006).
.- Atenção! . .
Digno de nota que há impertante ~osiciónament6 minoritário n.ó Brà.~il
admitindo .a exigibilidade da promessa de' do~ç~() pur~; (!om força 11os
princípios da, boa.·fé e fun.çíi:cr socla,t'do~ •co~!~~tps:::;Mll!lfA' CE~t~AiB()o1t1, oÉ
MORAIS36 deféf'lde quea·proméssa.de •d()aÇ~o•'eV,~Íféf~~:$el1dO exéquívél
atravé5. de ação COrlljnatprl~. S~gue. a:áq~?ra:) . . . . ··.·· ~.·() i~Ol(Jl~S
doandt n~c> é causá.cia'd~â(;ão, •. ,ma~áf>~r:i('•'.. . . ·. ·. ,o'bsicqlpgl.C:a ·
do indMduo, particular, qué. não'.déve,.sifr.abraÇac:la>pélo direito.
Seguindo; este p<>sicionamen,to minóritá17i() ;;.. o ql'.íãl.1icomo vist~; ·contê- ·
re exigibilidade à promes,sa de doação - ÇR1snArio (::!lAVEs oE FA.mAs E Ne~soN
RosENVAID veiculam três argumentos a favor da exigibilidade do contrato:
35. PRATt., Ana. o Contrato Promessa e o seu Regime Civil. Coimbra: Almedina, 2001, p. 37.
36, MORAIS, Maria Cetina Bodin de. Notas sobre Promessa de Doação. ln: NANNI, Gio-
vanni Ettore (coord.). Temas Relevantes do Direito Civil Contemporâneo. PRATA,
l\na. O Contrato Promessa e o :;eu Regime Civil. Coimb~a: Almedina, 2001, p. 37.
208 Direito CiVll - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Robe:rto Figueiredo
rea:flza , ~fu~ 9,oaÇât~ .'têf~~tre· •.a.·•..~· ·.·.u· p3r0•f:aw!.·.• ~. o'.·s.ud.•·.." A"·~.: • '"~º.o·.•.·.·,a·.r··...t.:·.·.·.ã·.·ª.•o\NI.· ." ·. e.·.~·m·.·.F·.·~.e:.E•ra•.A I·..· · ·~.· ·R.e· ·. ·Er.· ,
lnacti;nis~fv~J.,f,~t~t,~1~?~
.·.:•.·. . '. ..E'.'····.M··
.. .•.
-o 1
· ..•.
"
l229~4f~t~~~~~~~ff~), :a·negíqfu .· · :~~i~~~~.o.cta p~9{11essa
de dpação. àó' .c~nJ1Jg~ > os d~ casat (RE{1ó~P91/RSX. rals regras
Sã()':'~í>~L · ·· ' ·. · ,,;;{!~~f':'.lllR.rJ6'i~r,i.~9,~~p,~.~~,(,Í,r,dg.~jf~ diVór-
~io;is~~~
"' '""' ; " ''
tír1i6'
' ' '.· : ' "' " .... '·" ,,, "
···~r~;itisiç'~z~;.
' ,,. ' " " " 1" ,,,;.
'' ~it~ sucessório,
corno'firm~.·o SÚPERloRTRí~tÍNAL'oE'JuSTlçA.no'infõHWa .•. >· ''354; de2aas:·
DO~ÇÃo w~~~~s.1w~~D!T~~l·RS;;>~~0:gi, .) . :~':::;';j:{. ~·:·· .
•• i· ' , ,' ,·. . ' • ' '.·' ;; '
As partes:·:qúand<> daJaléÇímeofo·cio Cfeaijúsi(t>á,l~'tjlandó) é,it(a.~~r
tura do inventário, enteoçl~ram firmar um cqntr'àfó particular' sobre à ·
cessão de direitas. dos filh,!>s par,a a rnãe, alé!l\ ;çla ,proi:nessa .c1e doação
quanto a todas os bens da. viúva meeira~. como forma de viabilizar a
partilha, Alega-se çlesobedeçida a necess~ria forma. pública, éontratada
a proibida herança de pessoa viva cor11 o usQ çle, it]devida promessa de
doação, além de existir coaçã(), em sua éelebraçãó: Nesta instância espe-
cial, diante. dessas peculiaridades, o Min. Reta.tor reconheceu a eftéácla
do instrumento particular para a: comprovaçãô "d<)íiegócio entabulado.
O Min. ~i Pargendler,, ertl seu yota-visJa,. a~_..àtompa,nhá-lo, aduziu, que
a promessa, ·no caso, caracterizar-se-ia.. c()mo 1.1ma condição do neg6-
cio~. não· seria jlpenas mera liberalldide. Já o vóta-vista da Min. Nancy
Andrighi; também to'nformé corri o do Relator,: afastou da cessão dos
direitos hereditários a passibilidade de se aventar renúncia e ressaltou
que, apesar de consumada em instrumento particular, essa manifestação
dos herdeiros recebeu a homologação do.juíz<>.mediànte termo. próprio
lavrado nas autos: mesmo inquinada de nula a posterior promessa de
doação, permaneceria íntegra a cessão; quisessem desconstituir a parti-
lha, deveriàm pautar,se pelo disposto no àrt.'1.030. do CPC. No que toca
à promessa de doação, a Mio: Nancy Andrighi firmou não .haver interesse
dos recorrentes, pois; mesmo que anuléi,da; à viúva: meeira poderia, inde-
pendentemente .de promessa,. doar a seus fillJos ó patrimônio amealhado
nos mesmos t.ermos do. acorda que se quer invalidar. Anotou, também,
não haver prejuízo à legítima das herdeiros necessários, o que afasta a
violação da art. l.176 do CC/1916. Quanto à alegação de uma das rés de
que estaria na. pólo errad() da ação, para a Ministra, aqµele .Ql,le iniçial-
mente se. coloca totalmente. co.ntra as pretensões d.o. autor não póde,
simplesmente, no cursa da ação, advogar em prol âó demandante contra
os,dema.is~J:>()deria, 19yanda muita, abster-se de Hiita'.r e reçonhecer a
procedência .dó pedida~ sem pretender transferir,$e pàra ·o. pólo ativo.
(RE~p 853~:1,33.sc,. Ret origi.~~r;io1fiAJn •.Hum~ert!>LCom~s,de.aârr<"'s;.Reh . .Para
acátctão.Min.AriPargendler(art.52;1v,.b;d<>RlsTJ)';•julgâdoem6/5/2008).
210 Direito Civll - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
39. FARIAS, Cristiano Chaves e; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Reais.
Salvador: Editora JusPodivm, 2014, p. 825.
40. TARTUCE, Flávio. Direitos das Coisas. São Paulo: Editora Método, 2015, p. 424.
41. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito das Coisas. São
Paulo: Editora Saraiva, 2011, p. 642.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 211
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..... ~~dq.p.t~Çci{, .' -· ,.·r· · · : ·ir
b)~ s~rhu1â· ii1 '" .1 '! g;sêA 1icà º re8fme1d~;~ec~Ji~~~A,"~#~i~~:t2~~~3;, ªº
compromjsso·de compri: e: .\.lenda nã~: Inscrito no.rf;?jstro :1mobÍUCÍrlo,
salvo .se o. promitente YfTndedqr se ofjrigou a éfetu?rº J:lepôsito",.
e) Súmula i68.;; "Admit~-se a. Inscrição Imobiliáriq d~ ~~'ri-ipromí~so de
comprá e venda no curso da àção". . . . . ..
42. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito das Coisas. São
Paulo: Editora Saraiva, 2011, p. 641.
43. TARTUCE, Flávio. Direitos das Coisas. São Paulo: Editora Método, 2015, p. 425.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 213
44. FARIAS, Cristiano Chaves e; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Reais.
Salvador: Editora JusPodivm, 2014, p. 826 e ss.
45. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito das Coisas. São
Paulo: Editora Saraiva, 2011, p. 643-644.
214 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
46. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direitos das Coisas. São Paulo: Editora Saraiva, 2012,
p. 513
Cap. 5 • Contrato Preliminar 215
47. CINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito das Coisas. São
Pa:.ilo: Edito-a Saraiva, 2011, p. 645.
48. CONÇALVES, carlos Roberto. Direitos das Coisas. São Paulo: Editora Saraiva, 2012,
i:. 513
216 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
49. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direitos das Coisas. São Paulo: Editora Saraiva, 2012,
p. 518.
50. TARTUCE, Flávio. Direitos das Coisas. São Paulo: Editora Método, 2015, p. 431.
Cap. s· Contrato Preliminar 217
51. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direitos das Coisas. São Paulo: Editora Saraiva, 2012,
p. 514.
52. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito das Coisas. São
Paulo: Editora Saraiva, 2011, p. 651.
218 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Robeno Figueiredo
53. FARIAS, Cristiano Chaves e; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Reais.
Salvador: Editora jusPodivm, 2014, p. 840-841.
54. TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil - Volume Único. São Paulo: Editora
Método, 2014, p. 611.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 219
~ Atenção!
Malgrado a legislação nacional exigir o registro para que a promessa
de compra e venda gere direito à adjudicação compulsória, o SuPERIOR
TRIBUNAL DE Jusr1ÇA, atento à função social da posse, não o exige para exer-
cício da adjudicação em face do promitente vendedor. Neste sentido,
caminha a Súmula 239 ao afirmar que "o direito à adjudicação compul-
sória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda
no cartório de imóveis".
A doutrina francamente majoritária e a jurisprudência caminham no
sentido de que a aludida súmula 239 continua produzindo efeitos mes-
mo após o advento do Código Civil de 2002 e exigência de registro do
contrato de promessa. Nessa linha de intelecção já caminhava Ruv RosA-
oo oE AGu1AR55 , quando dos comentários ao Projeto do Código Civil; cita-se:
"Sabemos que as pessoas, quanto mais simples, menos atenção dão
à forma e à exigência de regularizar seus títulos. A experiência revela
que os contratos de promessa de compra e venda de imóveis nor-
malmente não são registrados. Não há nenhum óbice em atribuir-lhe
eficácia entre as partes, possível mesmo a ação de adjudicação, se o
imóvel continua registrado em nome do promitente vendedor. o Código
de Processo Civil (art. 466-B) não exige o registro do contrato para o
comprador ter direito de obter do juiz uma sentença que produza o
mesmo efeito do contrato a ser firmado".
Percebe-se, portanto, que o descumprimento do contrato preliminar
de promessa de compra e venda ao revés de ocasionar tutela de
uma obrigação de fazer, gera uma obrigação de dar coisa certa,
sendo obrigado o promitente vendedor a realizar a transferência
do bem. ·
55. AGUIAR, Ruy Rosado de. Projeto do Código Civil - as obrig:cções e os contratos,
RT, 775/27.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 221
.ên~
Hiiô:lli$'
dÕí.Jtri
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.·• Ôlg ·. •. . .i~ qi\f~ifi~]·
rtãó r possrvebà
'Miê~êe t9s<iic>:iF.p~Re::
méssª·.·~~ foijlii~\e \feo
reliS,,fe.~B9~t~:;;.1~: ·
c:AAt.OS:Ai.B:~D~u$ M
DE á~futé!S"t;,'ótrfuf@~/âs sufü ·
eteltôsl cllant~ êfj: na1v~I
Errhuiíê;~ó'cio a~Üi vÍsió;, ... · . . ·aui .. > .· . . . . .. ~~(i~:~iti:t.~á~ ~6~Es:
firmam. Que a lnfluê1u:ia franÇêsa{,::.·a'qu.at,ê.r,eS,po:(1$áyêl i>ela}1oção
de que a promessa de venda·· e ,compra vale·veri~ªi.QYaJld~ haja o
consentimento Jrretr~faveJ de a01bôs o$ .ê'nvolvl.dÔs.;;>ocaslóna Im-
portante discussão s.obre a real existência autônoma de uma figura
prelimln3:r. Afinal; a. promessa de'. compra e ve~d3:, ousarfamo.s dizer,
é uma êspécie de cautelar sátisfâtlva, p,ols déla J~ de<;orre a venda,
propriamente. · ·· · · · · · ·
56. Código Civil para Concursos. 2• edição. Editora JusPodivm. 2014. Salvador, página 904.
57. Código Civil para Concursos. 2• edição. Editora JusPodivm. 2014. Salvador, página 904.
58. Novo Código Civil Comentado. Ricardo Fiúza, p. 413.
222 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
59. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direitos das Coisas. São Paulo: Editora Saraiva, 20 12 ,
p. 513.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 223
60. Código Civil para Concursos. 2·' edição. Editora JusPodivm. 2014. Salvador, página 904.
6i. Curso de Direito Civil. Contratos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. Vol. IV. 4ª
edição. São Paulo: Atlas. 2;n5, p. 109.
224 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto figueiredo
62. Curso de Direito Civil. Contratos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. Vol. IV. 4ª
edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. no.
Cap. 5 • Contrato Preliminar 225
~ . ~~ojá se~i~ie>nou·~~
At~nte>·a e$f~' sit~àÇãc>; .lf; .· ·
Relator' foi '(>' Minlstr() s!f
prort~~~a~,~~,i~m~ii~,~> ~~..·;,,,.",··
a) P~Óprias:' Ç()mo. S~lid~;~r;(l,í :. ,~w~~~a.~
um co.ntrato, preparatório' 1 a retrata·•
ção antes do definithid: E; itt;~·ti~&r ·tdnfê'~~fí:,:.ôe corn ta•·~·
~6~;1~;6vels noó"ió:~~\~Vf:;:~;~~'' l?''*''"'~'~~P·f~no
Estas figuras,.além da prorne.ssa (YQotad,i.'.! ·.· . ·.....• ;:c<1e01aociam:uma
vqnt;ide posterior, definitlya.i' 110.contrilt~,lgual!ll.e~t~.::,4,~.fi~itivo,. Alguns
dou.trinadores denominam está.figura cC>tnP pr~ffl,e~s~fü~o. firme, pois
admite retratação. . .. e • . . . . . .·· \ . :, ... ·.·· .
···············~·-··-------------
Vícios Redibitórios
1. VENOSA, S lvio :lo Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10• edição. São Paulo: Atlas. 2010. p. 54i.
2. LOBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. Ed. Saraiva. 201i. ia edição. p. 156.
3. VENOSA, Sílvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10ª edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 544.
---------------------------------------------
228 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto figueiredo
AçÕê:s Edilícias
. . Ação ~sti.riatói1~ ou Qua~Ú Minoris
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: FMP-RS Órgão: PGE-AC Prova: Procurador do Estado
Quanto aos vícios redibitórios é correto afirmar que só dão direito:
Gabarito: b) à pretensão indenizatória por perdas e danos, se houver
conhecimento do vício pelo alienante.
~ Atenção!
Vistos os requisitos colocad.os no Código .Civil;> forna~se. nítido que a
teoria dos vícios redibitórios fora estruturada cdrtí ós.e>lhos voltados à
obrigação de dar coisa certa., ná busca de defelto.S•rélatlyos ao objeto
do contrato. · ··i·., · · ·· · ·
Nessa esteira, não á possível lançar mão déssa teoria nós defeitos dos
serviços (obrigações de fazer) ou nos vícios de qúantidade, temas que
serão encaminhados para o campó do ressarcimento civil· por inadim-
plemento (CC, art. 389). Obtempera PAuLo Lõso 4 que há, no particular, cla-
ra diferenciação de tutela entre o Código Civil e o Código de.Defesa do
Consumidor, porquanto neste haver referência à falta de quantidade
ou ao defeito de qualidade.
4. LOBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011. ia edição. p. 156.
5. SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil. Vol. Ili. p. 123 e 124.
6. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 463.
230 Direito Civil - Vol. 13 • tuciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
• Atenção! ,
No direitô ÁletnãO; Verbera PAULO L011o7, à teotiéÍ dOS VÍCÍÓS rêdibfrórios
apenas se aplica às compras e venaas, excluJndo~se as déma1s modàU-
dades de contrátos comutativos. Néf.Brytsil ô carripó'f .rnais abrangente,
falando-se em vicios rêdi.bitórios êm qUalquer1119daUdade de contrato
comu~ativ.o(on.eros():e bilateral), sendo a éo1T1pra. venda, sem dúvi-
das, o prfocipâl exerl}pl6. .·· .·. ..· . ·. .·· .. ·••· .. . .•... ,. .•.. ·. ... . .. ·.....
Logo,. recor~~, MM11. Hm~~ D1N1z8 ti ~Õ$~iÍ)illdãde''cte. ~·pU(:açãq da_teotla
nas compras e vendas~ dações e.m pag~memo# cont,~tos, elT1pre~~a~a,.e
troca t>U p~rmuta. Ensina CARtos Ros~RTo GoNÇAtvÉs9 nã9 'inê:Jdífém as regras
dos vício~~. redjbit6rlos nos contrato~. gratuitos,;co.mg;à~ dOfiÇ.i)e~ puras.
caso~ ·porém,, a do.ação seja onerosa~ viável a. ínc!dê~da dqs vicios
redibitórios, .pois .verificada a·. oneros1dad.e e. btlé\ct~rahdade, (cc, art.
441). ~plica-se, então, a teoria dos.vícios r~dibitc)riqf-,,nfi~ doaçõe,s com
modo oú encargo,
~ . -'
remuneratóriase em colitempl~ção
' '- ~ ' ' ' ' ;
de casamento
futuro. ...
E seria viável sustent(lr, no Brasil, a tese de aplicação dos vícios redibi-
tórios em contratos aleatórios?
7. LOBO Paulo. Direito Civil. Contratos. Ed. Saraiva. 2on. ia edição. p. 157·
8. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27 Edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 139.
9. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. Vol. 3 2010.
7ª edição. p. 118.
Cap. 6 • Vícios Redibitórios 231
Pe\a literálidade do art. 441 d.o cc, como visto,: ó$ vféiok reétiBitóriÕs'
tem o seu campo de irii:;idênci~ nos contratos cortjQtatlvos. Est.e é 'ô
caminiio úimâl seguido êm pi'OVas e o JYbsicionatnentô .dolÍtfiílâ~ÍÓ 1 ff~~~ .
carriente majoritário. ·
Entrementes, digno de nota que o Enunciado. 5$f1do CoNmH,o ?A Jusr1-
ÇA FEDERAL informa que No art. 441 do Código Civil deve ser interpretado
no sentido de abranger também os contratós aíeatói:Íos, desde que não
inclua os elementos aleatórios do contrato"; Defende o enunciado que
desde qüe o vício não diga respeito à álea do contrato, plenamente
viável seria a incidência da teoria.
., E na hora da prova?
A banca examinadora IADES, em prova de concurso público realizado
para o provimento do cargo de Advogado, UFBA, ano 2014, considerou
INCORRETA a seguinte alternativa: "A garantia dos vícios redibitórios
aplica-se aos contratos comutativos, aleatórios, gratuitos ou onerosos
e às doações com encargo, devendo os defeitos existir ao tempo do
contrato, tornar a coisa imprópria ao uso ou diversa da pretendida
pelo adquirente ou, ainda, diminuir-lhe o valor".
10. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, Vol. 3. 7•
edição. 2010. p. 131.
lL VENOSA, Sílvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral cios contra-
tos. 10ª edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 546.
12. D~NIZ, Maria H~lena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral elas Obriga-
çoes Contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27• ediçã-0. São Paulo: saraiva, 201 i.
p. 147.
Cap. 6 • Vícios Redibitórios 233
~ E na hora da prova?
A banca examinadora VUNESP, em prova de concurso realizada para
o provimento do cargo de Analista Administrativo, SP-Urbanismo, ano
2014, considerou INCORRETA a seguinte alternativa: "Em. caso de coisas
vendidas conjuntamente, em regra, o defeito oculto de uma autoriza o
comprador a rejeitar todas elas, redibindo o contrato".
•:,;[~Li~!~~;;;
1
"" A··1;.,.nrs ··1·...
r ·~ l:t""'0
. · ·:., :.:i.•.•... : ::.·.!',.•.•.· .·
,·-- · · ·
' '.·,•.i..•.•.•.· ·.,;.,·.·.•.
,«·i..i·;·;·'··..~%.'.}f.'..i,':,~;.~:•'. '.~.:;.«_;_}.:5 .·<;\ :. ::-
,·.11
·. ·. ·• · · . ··.. •c•.•'.?'•F• 1r~· ....... ·/
Não se deve Cofifundil: vícios, redibitórió~;'COfo stití:ltô: ~ó ~fróJ;,!
o erro, como· visto·. no. vqlume cledi~iidb'. à',iiafté:'J;.~~C'i~ílJ'.natü;e~á
Jurídica de vício de consentimeôtó~ send~·uffi·gq~í,V~~<>,xrelacionadc:} ·
à natureza do negócio; ao seu objeto 'Q,L!.~;t>'e~~Q~l)j;~t~,lloçâmpo:da
psique (interno), sendo uma falsa p:erc~pç~d'. ~~··r~~lii:lal:le'.: ·.• . · ·· • •.
Já o vício redibitório correlaciona-sé a:. ~rri dêf~it~.;'do opJeto. Aqlif o
adquirente não se equivocou sobre o pem adqulfido;; Não· há erro; o
contratante adquiriu exatamente o que'des~jáva;, todaviâ; o objeto foi
entregue defeituoso. ·•, ·
Nessa toada, se alguém adquiriu um relógio imaginando ser de ouro e
o mesmo, malgrado funcionar, é apenas foleadb a ouro, vício redibi-
tório não há. o relógio funciona. o que existe ê erro essencial quanto
ao objeto. Entrementes, em tendo o relógio defeito de funcionamento
em virtude de problema em uma peça interna, estaN;e-á diante d.e um
vício redibitório. · . · .
Em outro exemplo clássico, Jost FERNANDO S1MÃ0.13 recorda g~ aquisição de
candelabros supostamente de prata, os quais, em' verdade, são. de
latão. Não há defeito no candelabro, mas sim erro essencial quanto
ao o.bjeto.
A consequência do erro será a anulação do negócio, no prazo decàden-
cial de até quatro anos, contados da conclusão do ato (CC, arts. 171 e
178). Erro está no campo das invalidades do. negócio~ sendo um juízo
de inadequação ou impertinência. Já o vício redibitório levará à redibi-
ção ou ao abatimento proporcional do preço. (CC, art. 4j2), dialogàndo
com a eficácia do negócio.
E se houver entrega de coisa diversa da contratada?
i3. SIMÃO, José Fernando. Vícios do Produto no Novo Código Civil e no Código de
Defesa do Consumidor. São Paulo: Atlas, 2003, p. 75.
234 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
14. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 201i. ia edição. p. 162.
15. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALO, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 470.
'
Cap. 6 • Vícios Redibitórios 235
t
b) Ação Estimatória ou Quanti Minoris.
O objetivo é a manutenção do contrato. Diante do defeito, plei-
teia o adquirente um abatimento proporcional de valores. Estima-
-se o valor econômico do defeito e abate-se do preço pago. Assim,
por exemplo, caso o celular alienado não esteja gravando vídeos,
estima-se quanto valeria esta função ao aparelho e, ato contínuo,
realiza-se o abatimento do preço no respectivo montante.
As modalidades de Ações Edilícias são excludentes entre si,
falando-se em uma alternância de possibilidades. Não é crível plei-
tear a redibição (desfazimento do negócio) cumulada com o abati-
mento proporcional do preço (manutenção do negócio). O lesado
terá o direito de escolha de uma das possibilidades supramen-
cionadas, as quais se excluem entre si (electa uma via non datur
regressus ad alteram).
~ E na hora da prova?
Ano: 2010 Banca: TRT - 6R (PE) órgão: TRT - 6• Região (PE) Prova: Juiz do
Trabalho
Sobre os vícios redibitórios, observe as afirmações abaixo e, depóis,
assinale a alternativa CORRETA:
1. o vício somente é caracterizado como redibitório se o alienante da
coisa tiver conhecimento dele.
li. A garantia por vícios redibitórios dada pela lei ao contratante pre-
judicado constitui um dos efeitos diretos dos contratos comutativos.
111. A ação estimatória é o meio de que se pode servir o adquirente
para enjeitar a coisa por vícios ou defeitos ocultos.
IV. Para que o vício seja redibitório, é indispensável que ele torne a
coisa imprópria ao uso a que é destinada, não se admitindo a sua
caracterização em outra hipótese.
V. A ação quanti minoris, se exercitada pelo adquirente prejudicado,
não acarreta a redibição do contrato.
a) Apenas as assertivas 1e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas li e V estão corretas.
c) As assertivas li, Ili e V estão corretas.
236 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto figueiredo
~ Atenção!
i6. TARTUCE, FLÁVIO. Manual ele Direito Civil. Volume único. 4 , edição. São Paulo·
Método, 2015. p. 626. ·
i7. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. vol. . ?"
edição. 2010. p·. 132.
3
Cap. 6 • Vícios Redibitórios 237
dérrédof;d~átmcação'do~< . . "·
públi~';éfr1m"~~;~$··i>'>sici.. :1.~
:~'i®:~~írit~#~a~~i
rios p~ravendasrefuha$ta ! ica~{ ,,;:: ..... • ....
Pósidó.nameríto 2·. Pârà·CRíSJii~~:c:..~.•l.vil. •~•.1\.1i~iFi~~
. a h~sta ppblic(!..1Jm ato d~. i{Jl~~ri<)~ t:~g~oi~,fad ,,,
e contra a vontacfo do d.ev.edQr/ ,riã<J é ~t-ry~t.~·:j~e
vendedor pela garantia do bom .e~ta:d!Y'e ius~;~.Í(··f:'.
trajud. icial.~ poréQ1, diante d<? caráter votJtiy~i~~if~~i;V
Autores com a aplicaçãô do iristitutó.. "' <«, 1,'-·:<r,;~t', {3:' f~':;~
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: TRF - 2• Região Órgão: TRF - 2• REGIÃO Prova: Juiz Federal
Assinale a opção correta:
a) Em regra, a garantia contra a evicção incide por força da própria
lei, tanto aos contratos onerosos quanto aos contratos gratuitos,
sendo que, nestes últimos, é lícita a cláusula que a afasta do ajuste.
24. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011. ia edição. p. i58.
240 Direito Civil - Vot. 23 • Luciano Figueiredo e Rooerro Figueiredo
.- Cuidado!
Se o adquirente já estava na posse da coisa, o prazo cairá pela meta-
de, sendo corítâ.do da alienação. Logo, ter-se-á.:
- Bens móveis = 15 (quinze) dias, contados da alienação;
- Bens imóveis = 6 (seis) meses, contados da alienação;
25. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil,
vol. 4. Tomo 1. São Paulo: Saraiva. 2015. 1ia edição, p. 235.
Cap. 6 • Vícios Redibitórios 241
., ·Atenção!
a) PaftiC(Jlar:mente discorç:lamos ç:Ia doutrina majoritária no sentido de
que os vícios redibit6rios apenas seriam aplicados aos defeitos ocúltos.
caminhando com MARm Luiz DELGA0027 ~ FtAv10 TARrucE 28, entendemos que o .·.
art. 445 do. C:ódlgo Civ.il, a.o veiculat;prazos para vícios. q(Je ape.nas pos·
sa.m ser conhecidçis. mais tarde (defeitos ()CUitos- art .. 445; parágrafo
primeirJ>)~ bé;m Ç()Íl!º .prazos de re~ra. geral (arv 445, ~qput), contempla
como:wcios.r~d!l?i~otio.s tanto os oç~ltos (p,arágrafo.pr:imeiro), cc:)rno .os
aparentes (cqput). · · ~V t<•. ·. · . · .· · .·· · ·
Spmos~.l'(e~t~. p9,Ôto~· rn!~orlél, Nes~~.senda, diante (la Jrlaioria. da dOIJ·
trina,,optou~~e nesta obr.a por apenas faZ:.~restaftindamentada nota
o. a
de discórdia,. tendo segui dó capitulo doutrina majóritária cobrada
em provas concursais.
26. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 47i.
27. DELGADO, Mário Luiz. Posfácio. Introdução Crítica ao Código Civil. Org. Lucas Abreu
Barroso. Rio de Janeiro: Forense, 2006. p. DLXXXV.
28. TARTUCE, FLÁVIO. Manual de Direito Civil. Volume único. 4ª edição. São Paulo:
Método, 2015. p. 624.
Cap. 6 • Vícios Redibitórios 243
29. DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações Con·
tratuais e Extracontratuais. VoL llL 27• edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 144 e 145.
244 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberro Figueiredo
~ E na hora da prova?
Ano: 2012 Banca: TJ-DFT órgão: TJ-DFT Prova: Juiz
A respeito dos vícios redibitórios nas relações regidas pelo Código Ci-
vil, analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta.
1. A coisa recebida em virtude de doação onerosa pode ser enjeitada
por vício ou defeito oculto;
li. Se a coisa perecer em poder do alienatário, por vício oculto já exis-
tente ao tempo da tradição, não m.ais subsiste a responsabilidade
do alienante.
Ili. O desconhecimento do alienante é indiferente e deverá restituir o
que recebeu com perdas e danos, tal como o que sabia do vício ou
defeito da coisa ao tempo do negócio.
IV. Na constância de cláusula de garantia não correm os prazos extinti-
vos do direito de obter a redibição ou o abatimento do preço, mas
deve o adquirente denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias
subseqüentes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
a) Apenas as proposições li e IV estão corretas.
b) Apenas as proposições 1e Ili estão corretas.
c) Apenas a proposição IV está correta.
d) Apenas as proposições 1e IV estão corretas.
Gabarito: d
~Atenção!.
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: UFMT órgão: MPE-MT Prova: Promotor de Justiça
Sobre os preceitos constantes no Código Civil a respeito Dos Vícios Re-
dibitórios, analise as assertivas.
1. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo ou doação
onerosa pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a
tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o
valor.
li. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá so-
mente o valor recebido pelo negócio e as despesas do contrato.
Ili. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça
em poder do alienatário, se perecer por vído oculto, já existente
ao tempo da tradição.
IV. O prazo decadencial para o ajuizamento da ação redibitória ou da
ação quanti minoris é de quinze dias, no caso de bens móveis, e de
um ano, no caso de bens imóveis, contado da entrega efetiva.
Estão corretas as assertivas:
a) 1e li, apenas.
b) 1, Ili e IV, apenas.
c) li, Ili e IV, apenas.
d) li e IV, apenas.
e) 1e Ili, apenas ..
Gabarito: e
~ E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: TJ-RS Órgão: TJ-RS Prova: Titular de Serviços de Notas
e de Registros
Em relação aos vícios redibitórios:
1. é inaplicável a disposição do anigo 441 do Código Civil, concernen-
te aos vícios redibitórios, às doações onerosas.
li. são duas as ações edilícias: a redibitória e a estimatória.
Ili. a ação quami minoris acarreta a redibição do contrato.
IV. a ação redibitória consiste na resolução do contrato.
cap. 6 • Vícios Redibitórios 249
Evieção
1. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. NOVO Curso de Direito Civil,
vol. 4. Tomo 1. Ed. Saraiva. 2015. 11' edição, p. 243.
2. VEHOSA, Silvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10• edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 564.
3. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7• edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 142.
252 Oíreito Civil - Vol. 13 • LUclano Figueiredo e Roberto Figueiredo
4. LOBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 201i. I> edição. p. 154·
s. VENOSA, Silvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10• edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 563.
6. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Cont:-atos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 485 / 488-489.
Cap. 7 • Evicção 253
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: CESPE órgão: TJ-CE Prova: Analista Judiciário - Área
Judiciária
254 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
não o seja, perda não haverá por parte do adquirente, mas, tão
somente, a frustração de um ganho, ensina MARIA HELENA D1N1z1. Nessa
esteira, na seara gratuita não há de falar-se em evicção, a exem-
plo de doações puras. Todavia, sendo a doação onerosa (doação
modal), em vista do caráter oneroso do negócio, será plenamente
possível a aplicação da evicção (CC, art. 552).
• Atenção!
Ensinél.. Cf*R+os .R<l!IER1'.(). GoNÇAWE$8 .que em \l:áfia:s. legisJa~õ~s ~.·~etna eviéção
é· regutaqo de~tro dó. te~a•.compr,á. e vet;íd~, àPl!,(~lidi:;~s~: ·à penas· êl
esta flgura. o Código civil, de form(l dJyersa, .tràta ~~\assi.n\fo na Teoria
Geral dos Contratos, impondo o princípio da garantil:t:•atóda e qualquer
figura onerósa.
Segundo MARIA HELENA D1mz9 o direito à garantia da evicçã9 é um. elefllento
natural dos contratos comutativos (onerosos e bilaterais), que estabe-
leçam obrigação de transferir domínio, posse ou uso de certa coisa.
Aplica-se, portanto, evicçã9 n.a compra e venda, troca ou permuta, da-
ção em pagamento, partilhª de acervo hereditário, parceria pecuária ...
No Brasil,. por coriseguinte,aVançou"se no model.o Rq.mano de evicção.
Este, ele f,ªt~, ªp.enas re.conhecia .íl. evicção, incialmente, na compra e
venda~ Em terras brasilis; como vÍsto,a evicção é ciategoria aplicável
aos contratos onerosos, cuja causa é o enriquecimento, como verbe-
ram CRISTIANO CHAVES DE FARIAS E NELSON ROSENVAL010•
Sustentando interessante posicionamento, advogam CRISTIANO ·CHAVES oE
FARIAS E NELSON RosENVAto11, possibilidade de responsabilidade civil nas do-
ações puras (gratuitas), nas quais o doador, dolosamente, transfira
por liberalid(lde a propriedade de um bem que, sabidafllente,. não lhe
pertence. Aplicar-se-á à ríormatizàção.geral do. art. 392 do Código Civil,
a qual imporá .a responsabilidade. por dolo, nos cMtratos benéficos,
àquele a quem não aproveite à lil::íeralidade - no <:aso, o doador.
7. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Contraêuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27' edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 15 i.
8. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7' edição. São Paulo:
saraiva. 2010. p. 141.
9. Contra:uais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27' Edição. São Paulo: Saraiva, 201i. p. tMJ.
10. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito cios Contratos. Sáo Paulo:
Atlas, 2015. p. 487.
11. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito cios Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 487-488.
256 Direito Civil - Vol. 13 • Lllciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
A banca examinadora VUNESP, em prova de concurso público realiza-
do para o provimento do cargo de Titular de Serviços de Notas e de
Registros - Remoção, TJ-SP, ano 2014, considerou INCORRETA .a seguinte
alternativa: "Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evic-
ção, mas esta garantia não subsiste se a aquisição se tenha realizada
em hasta pública".
~ E na hora da prova?
A banca examinadora Copese-UFT, em prova de concurso público reali-
zado para o provimento do cargo de Analista jurídico, DPE-TO, ano 2012,
considerou correta a seguinte alternativa: "nos contratos onerosos, o
alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a
aquisição se tenha realizado em hasta pública."
i2. DIDIER JÚNIOR, Fredie Souza. Regras Processuais no Novo Código Civil. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 78.
Cap. 7 • Evicção 257
i3. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Vol. li, p. 216.
14. MELO. Marco Aurélio Bezerra de. Novo Código Civil Anotado. Vol. Ili. p. 60.
is. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil,
vol. 4. Tomo 1. São Paulo: Saraiva. 2015. lia edição, p. 245.
258 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
16. GONÇALVES, Carlos Roberto. Oireito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7ª edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 147.
17. PONTES DE MIRANDA, Tratado de Direito Privado. V. 38. p. 181.
18. VENOSA, Silvio do Salvo. Op. Cit., p. 573.
i9. TARTUCE, FLÁVIO. Manual de Direito Civil. Volume único. 4ª edição. São Paulo:
Método, 2015. p. 63i.
20. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALO, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 493.
2i. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALO, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 20;5. p. 493.
Cap. 7 • Evicção 259
~ E na hora da prova?
A banca examinadora VUNESP, em prova de concurso público realizado
para o provimento do cargo de Titular de Serviços de Notas e de Regis-
tros - Remoção, TJ-SP, ano 2014, considerou incorreta a seguinte alter-
nativa: "A caracterização da evicção só se dará pela perda definitiva
da propriedade por sentença judicial".
26. LOBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011. lª edição. p. 151.
262 Direito Civil - Vol. 13 • tuciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
1
t
(
E no caso de desapropriação?
A perda da posse ou da propriedade há de decorrer de direito
do evictor por fato pretérito. Na correta lição de CARLOS RosERTo GoN-
ÇALvEs27, em sendo a perda decorrente de fato gerador posterior à
alienação, não há de se falar em evicção. Exemplifica o professor
com a desapropriação. Se já tiver sido expedido o decreto de de-
sapropriação antes da realização do negócio, possível verificar-se
a evicção, ainda que a expropriação seja apenas posterior. Toda-
via, se a expedição do decreto de desapropriação deu-se apenas
após a realização do negócio, não é crível a arguição da garantia
da evicção. O mesmo pensamento é também compartilhado por
S1Lv10 DO SALVO VENOSA28 , CRISTIANO CHAVES DE FARIAS E NELSON RosENVALD 29.
27. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7' edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 11,6.
28. VENOSA, Silvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10• edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 566.
29. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 493.
1 Cap. 7 • Evicção 263
1> Atenção!
E o que seria uma evicção invertida?
Instituto àfeto ao direito .italiano, conforme ensinam CR1sr1AN0 CHAvEs oE
fARtAs E NnsoN R:>SENVAto'º, trata-se de interessante fenômeno. através do
qual o adquirente não obteve o direito eficazmente, mas acaba por
adquiri-lo por outro título, sem a cooperação do devedor.
30. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 485 / 488·489.
264 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figuei.·edo
3i. Art. 54. Os negocios jurídicos que tenham por fim constituir, transferir ou
modificar direitos reais sobre imóveis são eficazes em relação a atos jurídicos
precedentes, nas hipóteses em que não tenham sido registradas ou averbadas
na matrícula do imóvel as seguintes informações:
1 - registro de citação de ações reais ou pessoais reipersecutór:as;
li - averbação, por solicitação do interessado, de constrição judkial, do
ajuizamento de ação de execução ou de fase de cumprimen:o de sentença,
procedendo-se nos termos previstos do art. 615-A da Lei nº 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil;
Ili - averbação de restrição administrativa ou convencional ao gozo de direiros
registrados, de indisponibilidade ou de outros ônus quando previstos em lei; e
IV - averbação, mediante decisão judicial, da existência de outro tipo de
ação cujos resultados ou responsabilidade patrimonial possam reduzir seu
proprietário à insolvência, nos termos do inciso li do art. 593 da Lei nº 5.869, de
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Parágrafo único. Não poderão ser opostas situações jurídicas não constantes
da matrícula no Registro de Imóveis, inclusive para fins de evicção, ao terceiro
de boa-fé que adquirir ou receber em garantia direitos reais sobre o imóvel,
ressalvados o disposto nos arts. 129 e 130 da Lei no 11.101, de 9 de feve·eiro de
Cap. 7 • Evicção 265
3. DIREITOS DO EVICTO
Uma vez sofrida a perda, o evicto terá, em face do alienante,
pretensão de cunho indenizatório, na qual pleiteará, salvo esti-
pulação em contrário, além da restituição integral do preço e das
quantias que pagou, cumulativamente (CC, art. 450):
a) indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
b) indenização das despesas dos contratos e pelos prejuízos
que diretamente resultarem da evicção;
., Atenção!
No que tange às indenizações pelas benfeitorias, o legislador civilista
veicula comando legal .expresso. A premissa é que a responsabilidade
indenizat6rià pelas benfeitorias realizadas. na coisa pelo evicto, será
do evictor. A noção é simples: o evictor quem ficará torn a coisa e, con-
sequentemente, usufruirá das benfeitorias. caso, porém, o evictor não
abone (indenize) as l:lenfeitorias necessárias e úteis, estas haverão de
ser pagas pelo alienante (CC, art. 453).
E na hora da prova?
Ano: 2012 Banca: CESPE órgão: MPE-PI Prova: Promotor de Justiça
Assinale a opção correta a respeito da evicção.
a) As partes podem, por cláusula expressa, maximizar a responsabili-
dade pela evicção, mas não podem diminuí-la.
b) As benfeitorias necessárias ou úteis que não tenham sido reembol-
sadas ao que sofreu a evicção terão de ser pagas pelo alienante.
c) Será legítima a demanda pela evicção por parte do adquirente que,
assumindo o risco, tenha conhecimento de que a coisa é alheia ou
litigiosa.
d) De acordo com a lei civil, para poder exercitar o direito que da
evicção lhe resulte, o adquirente poderá notificar do litígio apenas
33. VENOSA, Sílvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10ª edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 569.
34. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. r edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. i50.
Cap. 7 • Evicção 267
., E na hora da prova?
Ano: 2012 Banca: FUMARC órgão: TJ-MG Prova: Técnico Judiciário
Relativamente à evicção, somente urna das alternativas abaixo é
C<:"JRRETA.
Assinale-a:
a) A responsabilidade do alienante não subsiste ainda que a coisa
pereça em poder do alienatário, mesmo que por vício oculto já
existente ao tempo da tradição.
I>) Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido
feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na resti-
tuição devida.
c) Não podem as partes, por força de cláusula expressa, reforçar,
diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
d) Pode o adquirente demandar pela evicção, mesmo sabendo que a
coisa era alheia ou litigiosa.
Gabarito: b
35. flLHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil,
vol. 4. Tomo L São Paulo: Saraiva. 2015. 11• edição, p. 256.
268 Direito Civil - Vol. 13 • LUclano Figueiredo e Roberto Figu.e.redo
36. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Ge:-al das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27• edição. São Paulo: Saraiva, 2011.
p. 503.
37. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Crn:ratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 485 / 488-489.
Cap. 7 • Evicção 269
~ E na hora da prova?
A banca examinadora TJ-SC, em prova de concurso público realizado
para o provimento do cargo de Juiz, TJ-SC, ano 2013, considerou correta
a seguinte alternativa: "Em casos de evicção parcial, mas considerável,
o evicto poderá optar entre a rescisão do contrato e a restituição da
parte do preço correspondente ao desfalque sofrido".
270 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
38. GONÇALVES, carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3.. 7• edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 150-151.
39. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7ª edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 150-15 i.
40. Discorda-se, aqui, de Caio Mário, para quem o adquirente sofreria a menor
valia na e'1icção parcial, apenas não sendo aplicável tal menor valia na
total. Particularmente, data venio, advogamos a ideia de inaplicabilidade de
responsabilidade do adquirente pela menor valia tanto na evicção total, corno
na parcial, diante da interpretação sistemática do art. 450 já posta.
41. MONTEIRO, Washington de Barros. Op. Cit., p. 66.
Cap. 7 • Evicção 271
~ Atenção~
Emp?siêióriá'füe~!Ô 'i~teré§sante, .StLvío Rooru~uEs'3 aduz qu~ extensão
ª•
da garantia f!â() poêf~rá ir além do prejuízo> do adql!irente, s.ób pena
de enrigueeimertt() semca:vsa.. Com. efei~o~ o limite da reparação é. a
extensão dq darw(prlnçípio dà reparação int~gral - CC, art, 944), não
seiJ.no. >ti~.Yel, P?~ e)(.empJo( s~glfro. de. dél~o acima1 d.o v.alor do objeto
seguradÓ.(CC, art. 765). o Código Chíilporém, ressalta"se, não trás esta
restrição no tema evicção, ao regular a majoração no art. 448.
42. =1LHO, Rodolfo Parnplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil,
'JOI. 4. Torno 1. São Paulo: Saraiva. 2015. llª edição, p. 253-254.
43. iWDRIGUES, Sílvio. Direito Civil. Vol. 3. p. n5.
272 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: FCC órgão: TJ-GO Prova: Juiz Substituto
Renato adquiriu imóvel e assinou contrato no âmbito do qual foi excluí-
da, por cláusula expressa, a responsabilidade pela evicção. A cláusula é
a) válida, mas, se Renato restar evicto, terá direito de receber o pre-
ço que pagou pelo imóvel, ainda que soubesse do risco da evicção.
b) válida, excluindo, em qualquer caso, o direito de Renato receber
quaisquer valores em caso de evicção.
c) nula, porque fere preceito de ordem pública.
d) válida, mas, se Renato restar evicto, terá direito de receber o pre-
ço que pagou pelo imóvel, se não soube do risco da evicção ou se,
dele informado, não o assumiu.
e) válida, mas, se Renato restar evicto, terá direito de receber o pre-
ço que pagou pelo imóvel mais indenização pelos prejuízos decor-
rentes da evicção, tais como despesas de contrato e custas judi-
ciais, se não soube do risco da evicção ou se, dele informado, não
o assumiu.
Gabarito: d
Em síntese:
Situação i:
44. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7• edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. i44.
Cap. 7 • Evicção 273
Situação 2:
Situação 3:
~ Atenção!
Há importantes observações sobre o tema exclusão dá evicção:
a) RedÓrdâ'-se que além da exclusão conVeneioriat d~ evféç~o (cc, arts.
448 e 449), tem-se a chamada exclusão legal (CC,:art. 457), a qual sé
dará quando o adquirente sabia ser a coisa alheia ou. litigiosa. Aqui
a exclusão é imposta, em atenção ao primado da bol:Mé;
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: VUNESP órgão: SP-URBANISMO Prova: Analista
Administrativo
Sobre o instituto da evicção, é correto afirmar que:
a) a aquisição em hasta pública inibe que o evicto pleiteie restitui-
ção do preço.
b) constatada a evicção, o alienante deve restituir em dobro o
valor pago, a título de sanção civil, legalmente prevista.
c) se no momento da aquisição o adquirente sabia que a coisa era
litigiosa, não poderá demandar pela evicção.
d) por tratar-se de questão de ordem pública, é nula de pleno
direito a cláusula que excluir a responsabilidade pela evicção.
274 Direito Civil - Vol. 13 • Wciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
45 . FARIAS. Cristiano Chaves. ROSENVALD. Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas. 2015. p. 505.
Cap. 7 • Evicção 275
46. LOBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011. ia edição. p. 153·
47. DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Contr<1.tuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27" edição. São Paulo: Saraiva. 2011. p. 154.
276 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Robe110 Figueiredo
'
.
!'
' de direito material não seria empecilho à denunciação, a qual se
justificaria com base na função social dos contratos, como colocam
CRISTIANO CHAVES OE FARIAS E NELSON RoSENVALOs 2 •
~ E na hora da prova?
A banca examiiladora FCC, em prova de concurso público realizado
para o provimento.do cargo de Analista Judiciário -Área Administrati-
va, TRE-RS, ano 2010, considerou correta a seguinte alternativa: "para
poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente no-
tificará do l.itfgio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores,
quando e como lhe determinarem as leis do processo".
52. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALO, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 510.
280 Direito Civil - Vol. i3 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ Fiquem atentos!
Caso, todavia, seja vencido o denunciante na ação principal e não
tenha tido resistência à denunciação da lide, não cabe a condenação
do denunciado nas verbas de sucumbência (Enunciado 122 do Fórum
Permanente de Processualistas Civis).
282 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
2. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. 10• edição. São Paulo:
Atlas, 2010, p. 513.
3. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria das Obrigações Contratuais e
Extracontratuais. Vol. Ili. 27• edição. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 137·
4. Manual de Direito Civil. Volume Único. t" edição. São Paulo: Método, 2014, p. 646.
5. Novo Curso de Direito Civil. Contratos: Teoria Geral. Vol. IV. Tomo 1. iia edição.
São Paulo: Saraiva, 2015, p. 299.
6. Código Civil Interpretado. Conforme a Constituição da República. Volume li. Rio
de Janeiro: Renovar, 2006, p. 124.
Cap. 8 • A Exceção do Contrato Não Cumprido 285
7. Curso de Direito Civil. Contratos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. Vol. IV. 3•
edição. Salvador: JusPodivm. 2013, p. 579
8. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 169.
9. Curso de Direito Processual Civil. Introdução ao Direito Processual Civil e
Processo de Conhecimento. Vol. 1. i5• edição. Salvac1or: JusPodivm, 2013, p. 538.
286 Direito Civil - Vol. 13 • ltlciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ Atenção!
Malgrado o tema exceção do contrato não cumprido, em regra, ser
arguido em sede de defesa, não se olvida a possibilidade de arguição
do tema em inicial
É possível que diante do inadimplemento de um dos contratantes, o
desejo da outra parte não seja o pleito de cumprimento do contrato,
mas sim sua resolução. É possível, ainda, que, para tanto - resolver
o contrato - seja necessária interpelação· judicial, por não haver no
contrato cláusula resolutória expressa (CC, art. 474). Nesta interpelação
resolutória, poderá aparecer na inicial o tema exceção do contrato não
cumprido. No particular, concordamos com FlÁv10 TARTUcE 12 •
10. Lições de Direito Processual Civil. Vol. 1. 10ª edição. l<io de 1aneiro: Lumen Juris,
2004, p. 343.
11. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 17i.
n. Manual de Direito Civil. Volume único. 4' edição. São Paulo: Método, 2014, p. 646.
13. Curso de Direito Civil. contratos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. Vol. IV. 3•
edição. Salvador: JusPodivm. 2013, p. 580.
Cap. 8 • A Exceção do Contrato Não Cumprido 287
~ E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: FCC órgão: TRT - 1• REGIÃO (RJ) Prova: Juiz do Trabalho
Substituto
Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida
sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Este enunciado
refere-se
a) à exceção do contrato não cumprido.
b) à objeção de pré-executividade.
c) à exceção de pré-executividade.
d) ao princípio que veda o enriquecimento sem causa.
e) ao princípio que veda a onerosidade excessiva.
Gabarito: a
~ E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: FCC órgão: TJ-PE Prova: Juiz Substituto
Considere o seguinte texto de Miguel Maria de Serpa Lopes: Da estru-
tura jurídica da EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS - Como a própria
denominação o indica, a exceptio non ad. contractus constitui uma das
modalidades das exceções substanciais. Pertence à classe das exce-
ções dilatórias, segundo uns, embora outros a entendam pertinente
à categoria das exceções peremptórias. Como quer que seja, convém
assinalar, antes de tudo, que a ex. n. ad. contractus paralisa a ação do
autor ante a alegação do réu de não ter recebido a contraprestação
que lhe é devida, estando o cumprimento de sua obrigação, a seu
turno, dependente do adimplemento da prestação do demandante (in
Exceções Substanciais: Exceção de contrato não cumprido (Exceptio non
adimpleti .contractus) -p. 135 - Livraria Freitas Bastos S/A, 1959).
Por isso, o autor pode concluir que ela só encontra e só pode encon-
trar clima propício,
a) em qualquer modalidade de contrato consensual.
b) onde não existir uma vinculação bilateral.
c) onde houver uma vinculação sinalagmática.
d) nos contratos unilaterais.
e) nos contratos reais.
Gabarito: c
~ Atenção!
GUSTAVO TEPEDINO, HELOÍSA HELENA BARBOSA e MARIA CEUNA BoolN DE MO;;:AIS'', advertem
que a exceção do contrato não cumprido apenas tem incidência nos
contratos bilaterais perfeitos, os quais são entendidos com simulta-
neidade de prestações e créditos e débitos recíprocos. Exemplifica-se
com a compra e venda, na qual o comprador tem o direito de exigir a
entrega da coisa, diante do dever do devedor em entregar o aludido
bem; já o devedor tem o direito de recebimento do preço, diante do
dever do comprador de pagá-lo.
15. Código Civil Interpretado. Conforme a Co11stituição da Repúbflca. Volume li. Rio
de Janeiro: Renovar, 2006, p. 125.
Cap. 8 • A Exceção do Contrato Não Cumprido 289
Ressalta MARIA HELENA D1N1z 16, com clareza solar, que se a lei ou
o próprio contrato determinar sucessão no cumprimento obriga-
cional, determinando quem deverá adimplir primeiro com a pres-
tação, não é possível ao imputado, em primeiro lugar, exigir do
outro o cumprimento obrigacional, antes de cumprida com a sua
prestação. Destarte, o primeiro cumpridor não poderá alegar que
não adimpliu com o seu dever por não ter a outra parte cumprido
com a sua prestação; afinal, o contrato ou a lei estabeleciam ordem
diversa.
A exceção não reclama o conteúdo do contrato, ou nega a exis-
tência da obrigação. O que se discute é, justamente, a exigibilidade
obrigacional. S1Lv10 RooR1cuEs' 7 complementa o raciocínio afirmando
que "a exceção paralisa a ação do autor, ante a alegação do réu
de não haver recebido a contraprestação devida; não se debate o
mérito do direto arguido, nem o excipiente nega a obrigação; apenas
contesta sua exigibilidade, em face de não haver o exceptio adimplido
o contrato".
Nessa esteira, em sendo exceção substancial, como visto, o ma-
gistrado há de reconheça-la apenas mediante pedido da parte, não
sendo possível ser conhecida ex officio. Vaticina FREDIE D101rn JúN10R 18
que "não se permite ao magistrado o conhecimento de ofício de exce-
ções substanciais por serem elas espécie de contradireito do réu em
19. Para os desejosos em aprofundamento derredor dos planos dos negócios jurí·
dicos, indica-se a leitura do Volume dedicado à Parte Geral (Vol. X), no qual, no
capítulo direcionado aos negócios jurídicos, é realizada detida análise derredor
os seus planos.
20. Direito Civil. Vol. 3. Editora Atlas. 8• edição. p. 77.
cap. 8 • A Exceção do Contrato Não Cumprido 291
2. ELEMENTOS CARACTERIZADORES
O que se faz necessário para que se configure a exceção do
contrato não cumprido?
a) Existência de um contrato bilateral, sinalagmático e de pres-
tações simultâneas: O instituto necessita que as prestações
sejam recíprocas, com obrigações de ambos; ou seja: que de
uma prestação origine a outra, no mesmo momento.
25. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais. VoL Ili. 7ª edição. São Paulo:
Saraiva, 2010 p. i66
Cap. 8 • A Exceção do Contrato Não Cumprido 293
t,.~,~~~f~~~c~1':t~Í~'Ft~~~~,~~j'f~W.~::,n4y•"'º ·'~º
HoélH~rnamente; pbrtanto, êppssívet a apllc~ç~()'dg<institute da.exce-
ção .'.4o fo~tratO. Ílão CUmpridb à adminJstraÇã()jp~~li<;at porém, C()fl1
tem~erarnentos: A alteração de. pensamento,. vaticina (ás.o 'ANtONIO BAN-
OEIAA bE MELo~9, veio em boa hora; Ao passo qµe "a.~r:a~os prolonsados de
pasamento, violações continuadas ao dever d.e:.. efetriar os reajustes cabí-
veis, ou as co.rreções monetárias devidas, autorlzaiiio, em muitos casos,
a que o contratado interrompa suas prestações sob invocaçêlo da cláusula
de exceptio.non adimpliti COflff<tctÍJS". I
26. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais. Vol. Ili. 7ª edição. São Paulo:
Saraiva, 2010 p. 165.
27. Manual de Direito Administrativo. 19' edição. Rio de Janeiro: Lumen 1uris, 2008.
p. 180.
28. Art. 78, Constituem motivo para rescisão do contrato:
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Admi-
nistração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes,
já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave pertur-
bação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar
pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada
a situação.
29. Curso de Direito Administrativo. 26• edição. São Paulo: Malheiros, p. 292.
294 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
30. Manual de Direito Administrativo. 19ª edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. p. 180.
3i. Teoria do Contrato. Editora Renovar. 2• edição. p. 484
32. curso de Direito Civil. Contratos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. Vol. IV. 3ª
edição. Salvador: JusPodivm. 2013. p. 581
Cap. 8 • A Exceção do Contrato Não Cumprido 295
33. Art. 477. Se, der-·ois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes
con:ratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar
duv1dos~ a prestaçã~ :>ela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação
que lhe incumbe, ate que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia
bastante de satisfazê- a.
34. Direi.to Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais. VoL 111. 7ª edição. São Paulo:
Saraiva, 2010. p. 165
Cap. 8 • A Exceção do Contrato Não Cumprido 297
mídia que Caio "quebrou" e está passando por momentos muito di-
fíceis. Neste caso, João poderá condicionar a entrega das máquinas
não mais apenas ao pagamento das seis parcelas, mas sim à quita-
ção integral do preço ou conferência de garantias de cumprimento,
sob pena de resolução do contrato (CC, art. 477).
Percebe-se que a análise aqui, como pontua PAuLo Lõso' 5, é obje-
tiva. Pouco importa se a posterior diminuição patrimonial fora per-
petrada de má-fé. O que salta aos olhos é que há, objetivamente,
diminuição patrimonial, embaraços ao cumprimento do contrato.
Obviamente, arremata o autor, o arguidor da exceção de garantia
não poderá estar em mora; afinal, não é crível que aquele que
esteja em mora exija do outro que garanta o cumprimento da pres-
tação futura.
De mais a mais, atento ao princípio da conservação dos atos
- estudado na parte geral, ao tratar dos negócios jurídicos -, o
contrato, sempre que possível, há. de ser conservado. Logo, en-
tendemos salutar a inicial oportunidade de conferência de garan-
tias idôneas ou quitação do preço para, na impossibilidade destas
condutas, proceder-se com a resolução do contrato. A resolução
sempre deverá ser a ultima ratio.
._ E na hora da prova?
É correto afirmar que a exceção do contrato não cumprido
a) é aplicada tão somente em determinadas espécies de contratos
bilaterais, conforme específicas previsões legais.
b) depende de expressa convenção, por escrito, entre as partes.
c) consiste na faculdade de não cumprimento das obrigações, por
urna das partes, em razão da existência de condições suspensivas.
d) não tem previsão no ordenamento jurídico brasileiro, mas o institu-
to tem larga aplicação, por construção doutrinária e jurisprudencial.
e) pode ocorrer em caso de diminuição do patrimônio de uma das
partes, capaz de comprometer a prestação pela qual se obrigou.
Gabarito: e
.·~. '.A~nção!
Jú~'.m~~~â~y~11.e fLÃy1.o.j!lerucE36,. possuUrnpor:tante relação com o que a
. dg:µ~finaí·.c~·r:n<IJas~.119,.d.ireito norte aJ1·1ericano e inglês, vem chaman-
ao 'dê qúel.Jra antecipada' dO' contrato ou inadimplemento antecipado
(antecipated breach .of contra d). ·
Se uma das partes perceber na situação concreta que há fundado risco
de descumprimento por parte do outro contraente, poderá antecipar-
cse, pleiteando, d~ pronto, garantias ou, ~m não conseguindo estas,
at~ n;.esmo a extinçãt:> do contrato.•
Nesta linha de intelecção, importante a consulta ao Enunciado 437 do
CoNsEtno DA JuSTiçA FEDERAL, segundo o qual Na resolução da relação jurídica
contratual também pode decorrer do inadimplemento antecipado".
E o que seria a exceção de Inseguridade?
A expressão remonta PONTES DE MIRANDA, como recordam GUSTAVO TEPEDINO,
HELOíSA HELENA BARBOSA e MARIA CELINA BDDIN DE MoRA1s3r.
Vê-se a exceção de inseguridade, nas lições do Professor CR1sr1AN0 sE
SouZA lANm138, quando uma das partes, por conduta própria, submete
o contrato a grande risco de descumprimento, Aqui, poderá a parte
inocente, atenta à boà"fé, suspender a contraprestação, posto que não
poderá o outro contratante, que colocou em risco o cumprimento do
contrato, beneficiar-se de sua conduta (vedação de beneficiar-se da
própria torpeza).
Aplica-se, por analogia, o já mencionado art. 477 do Código Civil, sendo
suspensa a execução do contrato até que haja garantia ou cumpri-
mento integral da outra parte; quem, por conduta própria, colocou o
adimplemento da avença em .risco.
Jrata.-se .de aplicação, no cenário nacional; do já adotado pelo art. 71
da Convenção de Viena da.s Nações Unidas. sobre Contratos de Compra
e Veooa·.Íiíternaeional de Mertádorias.
A doutrina nacional adotou o. assunto no.Enunciado 438 do CoNsEtHo oA
JuSTtÇA FEDERAL, para o qualNa exceção de inseguridade, prevista no art. 477,
também pode ser oposta à parte Cl,Jja cdnduta põe manifestamente em
risco a execução do programa contratual":
36. Manual de Direito Civil. Volume único. 4• edição. São Paulo: Método, 2014, p. 646.
37. Citado por Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil. Volume único. 4ª edição.
São Paulo: Método, 2014, p. 646.
38. Citado por Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil. Volume único. 4• edição.
São Paulo: Método, 2014, p. 646.
Cap. 8 • A Exceção do Contrato Não Cumprido 299
5. ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL
Este capítulo dedica-se a tratar do tema exceção do contrato não
cumprido, o qual está, topograficamente, dentre as hipóteses de re-
solução contratual reguladas no Código Civil. o assunto é intimamente
ligado à Teoria Geral dos Contratos e às Obrigações, pois autoriza a ex-
tinção do vínculo por imputação de descumprimento a uma das partes.
A casuística, entretanto, demonstra que o direito de pedir judicial-
mente a resolução obrigacional deve ser implementado dentro dos
limites da razoabilidade, proporcionalidade, conservação do negócio
jurídico, do interesse econômico do credor. da eticidade, da vedação
ao abuso e da função social do contrato. Em outras palavras: não é juri-
dicamente razoável "abrir mão" de um contrato, e resolvê-lo, quando a
eficácia interna daquele ajuste ainda evidencie a presença de interesse
jurídico-econômico a beneficiar quem postula a extinção contratual.
Exemplo ilustrativo do aqui afirmado é a teoria do inadimplemento
mínimo - também chamada de adimplemento substancial ou substantial
perfo1mance - a limitar o exercício do direito de resolver um contrato.
300 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
,. E na hora da prova?
A banca CESPE, no concurso para Procurador do Estado da PGE-BA, ano
de 2014, considerou correta a seguinte assertiva: "A teoria do adimple-
mento substancial impõe limites ao exercício do direito potestativo de
resolução de um contrato",
•t;~~~~:t!~~l~;~;~~~d~~~lln~:
dajurisprU,'d~JJ~iª:~pnada.lia.Segunda··~e)ãq~d~s~e.Jr:ibural~.~· cobran<;~
de énca,rgos.il~gais e abushtos descaracteriza a mora do devedor. A ju~
rispru~êqr;i.a (testa C9rteJª as~entou .qµe.~quele querer;ebe.pagarnen-
to .indevido· deye .restituí-lo para impedir .ol..,~nrlqu~cimento. indevido,
presdndinpC> da discussão.~·. respeito de erro de 'pagamento. Agravo
regimental desprovido (SuPER10R Trusu.NAL oE JuSTJÇA, ÀgRg río REsp. 903;592/RS).
. . j . • •·•. ' . . ••. • . /: ' •
A cobrança d~ encargos excessivos .descaracteriza a tilora do devedor,
entendimento que tem amparo na jurisprudêncià paéificada da Segun-
da Seção do STJ [ ..• ] Agravo improvido (SUPERIOR TmsUNAL DE JusnÇA, AgRg. No
REsp. 793.588/RS).
39. Código Civil Interpretado. Conforme a Constituição da República. Volume li. Rio
de Janeiro: Renovar, 2006, p. 126.
302 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
1. INTRODUÇÃO
O contrato, como relação jurídica que é, nasce, se desenvolve
e morre (extingue-se). No particular, o contrato retrata a vida. Du-
rante as páginas escritas até então, visitamos todo o desenrolar da
criação e desenvolvimento dos contratos. Já é momento de tratar-
mos da sua extinção.
As primeiras notas derredor do estudo da extinção dos contra-
tos, porém, não são animadoras. A doutrina, ao debruçar-se sobre
o tema, o faz de forma confusa. Muitos reúnem, sob o signo extin-
ção, hipóteses de desfazimentos contratuais por causas anteriores,
concomitantes e posteriores à formação dos contratos, os quais
remetem ao plano de eficácia do negócio.
Data vênia, pensamos que o capítulo de extinção dos contratos
deveria versar tão somente sobre fatos geradores extintivos poste-
riores à formação dos contratos (dissolutórios). Os fatos geradores
anteriores e concomitantes, em verdade, são impeditivos à forma-
ção do vínculo, dialogando de maneira mais clara com as inexistên-
cias e invalidades (nulidades absolutas e relativas).
1. DINIZ, Maria Helena. ::urso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27" edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. i65.
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 305
2. SISTEMATIZAÇÃO DO TEMA
segundo PAULO Lôso 2 , a extinção dos contratos acompanhará, em
geral, os mesmos parâmetros da extinção das obrigações. Podem
ser extintas as obrigações e, consequentemente, os contratos, pelo
seu cumprimento, pelo advento do termo final, pela consignação
em pagamento, pela remissão, pela imputação ao pagamento, pela
dação em pagamento, pela compensação, pela confusão, pela no-
vação, pelo pagamento por sub-rogação ...
D'outra banda, ressaltam CR1sr1ANO CHAVES DE FARIAS E Nnsor> RosENVALD 3
que nem toda extinção contratual ocasionará extinção obrigacional.
Por vezes, há permanência do respectivo crédito. Exemplifica-se
com contrato de locação, o qual malgrado extinto por devolução
do bem, poderá dar causa a cobrança de eventuais alugueis em
aberto.
Diante deste cenário, razão assiste a ORLANDO GoMES4 , ao afirmar
que extinção contratual contempla todo e qualquer ato pelo qual
o contrato deixa de existir. Logo, os contratos poderão ser extin-
tos por suas formas naturais (normais), ou não usuais (anormais).
Seguindo essa lógica, detalharemos as hipóteses de extinção dos
contratos, uma a uma, partindo desses dois grandes grupos.
2. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 201i. ia edição.
p. 195-196.
3. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 519.
4. GOMES, Orlando. Contratos. 26• edição. p. 170-172.
5. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil,
vol. 4. Tomo 1. São Paulo: Saraiva. 2015. 11• edição, p. 270.
306 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
6. VENOSA, Sílvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10• edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 505.
7. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Con:ratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27• edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 176.
8. ln Obrigações, 1976. Apud Flávio Tartuce. Op. Cit., p. 30.
9. MARTINS-COSTA, Judith. Comentários ao novo Código Civil. p. 24.
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 307
10. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7ª edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 128.
308 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
• Atenção!
Defende MARIA HELENA DINIZ 12 que a anulablliclacl~. ft~Q (l~yefj,~ Ser incllJÍda
dentre as causas de dissolução do contrato, por refratar defeito no
enlace que apenas ocasionará a parali~ação dos
efeitos dó contrato
após o seu reconhecimento judicial, çom efeitos ex mmcf;~ ·
tom respeito a grande doutrinadora, citamos o seu pensamento e ou-
samos divergir, porquanto a possiblidade da nulidade relativa operar
efeitos ex tunc (CC, art. 182).
• E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: CESPE órgão: Câmara dos Deputados Prova: Analista
Legislativo
Tendo em vista que determinadas situações táticas, anteriores, contem-
porâneas ou supervenientes à celebração da avença, podem motivar
11. VEtWSA, Sílvio do Sa Ivo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
1oa edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 177.
12. OJNIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27• edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. i78.
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 309
• E na hora da prova?
14. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7" edição. São Paulo:
Saraiva. p. 181.
15. BRITO, Rodrigo Toscano de. Função social dos contratos como princípio orientador.
p. 139.
í1. Cap. 9 • Extinção dos Contratos 311
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rep~tj,cllr,tl~.~.t~· i~g~lr. Na~. c~~pfas: reâltz~efa..~:l~ira•· q~.~i;,t~§.~l~.~!mi·~~~.•
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comerdal,teráó cohsuinidor; a'utqmatka!llente; pférfoga,tiv~ clé''ar.:
rependimeO'to, desdt? que exercida no ptâzo décadencfaÚ de àtésete
dias, contados do recebimento do produto ou.da assinatura do coritra~
to. Em se atrependendo,·receberá o·corfsumicloro rêembolsc)4ntegral
e atualizado dos valores pagos ... retorno ao.,stqt«s. quo (coe, ar;t"49);.
A normatlzaçãoprotetiva do.t<.msumidorveicu.la uma espécie cógêntê
a
de venda contento, pois o consumldqr, desde que obediente o prazó,
não precisará imputar defeito à coisa, bastando a .devolução 4i:> Pf\?du-
to por descontentamento. · · · · ·· ···
A ratio normativa é clara: em comprando fora, do estabeledmer1to co-
mercial o consumidor estará mais exposto, pois não foi átê a tóJa e,
muitas vezes, não teve acesso ao objeto vendido, pautando sua córtdu~
ta impulsiva apenas na visualização de uma. imagem meramente ilus-
trativa. A tutela diferenciada impõe-se, diante da ausência da devida
reflexão à aquisição do produto.
1> Atenção! .
o
Não se deve toilfundlr pacto comi~sórid#o qual consiste a clâu~1Jia
resolutóriâ expre~sâ, com a ctáusµla Çomiss~ria, a qual autoriz.aria, o
credór pignoratício, anticrétko ou hipotecário a. ficar com o objeto (.la
garantia, acaso a dívida não seja.paga em seu vencimento.
o ordenamehto j1,1rídico nacional permite à pacto comissôrio (éc, art.
474), e nuliflca a cláusula comissôria,{CC, .art. 1428). o tema cláusula
comissória será aprofundado no. volume de Direito Reais, especifica-
mente ao tratarmos dos Direitos Reais de Garantia.
• E na hora da prova?
Ano: 2012 Banca: FCC órgão: MPE·PE Prova: Analista Ministerial - Área
Jurídica
A cláusula resolutiva expressa, em regra,
a) opera de pleno direito.
b) depende de interpelação judicial.
c) depende de prévia notificação da outra parte.
d) é proibida pelo ordenamento jurídico brasileiro.
e) só é válida em contratos aleatórios.
Gabarito: a
16. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. Sao Paulo:
Atlas, 2015. p. 525.
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 313
• E na hora da prova?
~ Atenção!
o Decreto~Lei número 745/99 regula a necessidade de prévia interpe-
lação judicial nas resoluções de promessas de compras e vendas de
imóveis não loteados, ainda quando presente no contrato cláusula re-
solutória expressa. Neste caso deve ser conferido ao comprador o
prazo de 15 (quinze) dias para purgar a mora.
o mesmo pensamento aplica-se ao compromisso de. compra e venda
de imóveis loteados (Decretq-Lei 58/1937 e Lei 6.766/1979), à alienação
fiduciária em garanti;i (Lei 4.728/65 e Decreto-Lei 911/69) e ao arrenda-
mento residencial (Lei l0.188/01).
,",, ', ',' ;/, '
17. No mesmo sentido: FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos
Cont~atos. São Paulo: Atlas, 2015. p. 527.
18. FARIJl.S, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas. 2015. p. 526.
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 315
1
l.
Sobre o tema, segue interessante julgamento do Superior Tribu-
nal de Justiça:
RESCISÃO. COMPROMISSO. COMPRA E VENDA. ESBULHO.
A questão está em saber se, diante de compromisso de
compra e venda de bem imóvel com cláusula resolutória
expressa, pode haver ação direta de reintegração de pos-
se após notificação da mora, com deferimento de liminar,
ou se há necessidade de prévia resolução judicial do pré-
-contrato. O Min. Relator destacou que este Superior Tribu-
nal preconiza ser imprescindível a prévia manifestação ju-
dicial na hipótese de rescisão de compromisso de compra
e venda de imóvel, para que seja consumada a resolução
do contrato, ainda que existente cláusula resolutória ex-
pressa, diante da necessidade de observância do princípio
da boa-fé objetiva a nortear os contratos. Por conseguin-
te, não há falar em antecipação de tutela reintegratória de
posse antes de resolvido o contrato de compromisso de
compra e venda, pois, somente após a resolução é que po-
derá haver posse injusta e será avaliado o alegado esbulho
possessório. Diante disso, a Turma conheceu em parte do
recurso e, nessa parte, deu-lhe provimento para afastar a
concessão da tutela antecipada. Precedentes citados: REsp
817.983-BA, DJ 28/8/2006; REsp 653.081-PR, DJ 9/5/2005; REsp
647.672-SP, DJ 20/8/2007; REsp 813.979-ES, DJ 9/3/2009; AgRg no
Ag i.004.405-RS, DJ 15/9/2008; REsp 204.246-MG, DJ 24/2/2003,
e REsp 237.539-SP, DJ 8/3/2000.
(REsp 620.787-SP, Rei. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
14/4/2009. lnf. 390).
4.2.1. Resillção
O tenno resilição, nas lições de S1Lv10 Do SALVO VENosA 19, vem do Direi-
to Francês, significando o desfazimento voluntário do contrato. Para
CARLOS ROBERTO GoNÇALvEs 20 , resilir vem do latim resi/ire, significando voltar
atrás. Resilição é o desfazimento fundado na vontade, não deman-
dando inadimplemento obrigacional, como bem ensina ORLANDO GoMEs 21 •
Voltando os olhos ao Código Civil, resilição é o desfazimento do
con,trato por ato de vontade, de uma ou de ambas as partes, com
efeitos ex nunc, não sendo atingida a validade e a eficácia anterior
do contrato. É um gênero que engloba a modalidade unilateral
(denúncia) e a bilateral (distrato).
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: CESPE órgão: TJ-CE Prova: Analista Judiciário - Área
Judiciária
João, mediante contrato firmado, prestava assistência técnica de com-
putadores à empresa de Mário. João e Mário, por mútuo consenso,
resolveram por fim à relação contratual.
Nessa situação hipotética, considerando o que dispõe a doutrina majo-
ritária sobre a matéria, caracterizou-se a
a) resolução bilateral do contrato.
b) revogação do contrato.
c) anulação do contrato.
d) inexistência contratual.
e) resi!ição bilateral do contrato.
Gabarito: e
19. VENOSA, Sílvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos contratos.
Io• edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 183.
20. GON~ALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7• edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 201.
2i. GOMES, Orlando. Contratos. Op. Cit., p. 217.
22. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de Direito Civil
vol. 4- Tomo 1. São Paulo: Saraiva. 2015. 11' edição, p. 277. '
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 317
.- E na hora da prova?
23. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011. 1• edição. p. 198.
24. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 525.
25. GOMES, Orlando. Contratos. 24• edição. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 185.
318 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
r ser feitas mediante escritura pública (CC, art. 108). Nesse sentido,
eventual distrato há, igualmente, de obedecer à forma pública. Em
outro exemplo coloca-se à fiança, a qual há de ser feita por escrito
(CC, art. 819). Na mesma linha o distrato caminhará por escrito.
~ E na hora da prova?
Em concurso público realizado para o provimento do cargo de Técnico
Ministerial do MPE-CE, ano 2013, a banca FCC, considerou incorreta a
seguinte afirmação: "O distrato faz-se sempre pela forma escrita".
~ E na hora da prova?
Em prova de concurso público realizado para o provimento do cargo
de Promotor do MPE-RS, ano 2012, considerou-se correta a seguinte
alternativa: "O distrato formaliza-se pela mesma forma exigida pelo
contrato".
._ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: DPE-PB Prova: Defensor Público
Arnaldo contratou, por telefone, serviço de TV a cabo por meio do
qual recebeu, em comodato, aparelho de recepção de sinal. Passado
algum tempo, informou, também por telefone, que desejava realizar
distrato, além de ser indenizado pelo que gastou nas despesas com o
uso da coisa, consistentes em aquisição de tei~visor compatível com a
tecnologia do aparelho de recepção de sinal. A prestadora de serviço
informou que, para realização do distrato, Arnaldo deveria.assinar um
instrumento escrito. Além disto, recusou-se a indenizar Arnaldo e exigiu
de volta o aparelho de recepção de sinal. A P"estadora de serviço
a) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por es-
crito, quanto a não indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da
coisa e pela exigência na devolução ao aparelho.
b) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por es-
crito, e também quanto à exigência da devolução do aparelho,
obrigando-se, contudo, a indenizar Arnaldo pelas despesas com o
uso da coisa.
c) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito por
telefone, tampouco quanto a não indenizar Arnaldo pelas despesas
com o uso da coisa ou quanto à exigência da devolução do aparelho.
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320 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueired:i e Roberto Figueiredo ~
d) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito
pelo telefone, nem quànto a não indenizar Arnaldo pelas despesas
com o uso da coisa, mas está correta quanto à exigência da devo-
lução do aparelho.
e) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito
por telefone, mas possui quanto a não indenizar Arnaldo pelas
despesas com o uso da. coisa e pela exigência na devolução do
aparelho.
Gabarito: e
., Atenção!
Apesar de o Código Civil afirmar que o distrato apenas terá forma vincu-
lada caso o contrato originário o tenha, por cuidado, na prática forense,
sugere:se que o desfazimento contratual seja realizado de maneira pa-
ralela a confecção do ato. Assim ensina o Jurista Italiano MEssiNEo'6.
~in?a que, o contra~o tenha forma livre, mas tenha sido feito por escrito, o
md1~ado e ~ue o distrato, malgrado a forma livre, também seja feito por
escrito. É o ideal do paralelismo de formas e a noção de que o desfazi-
mento deve seguir a forma originária do pacw. como diz ULPIANO, "nada é
tão natural quanto cada espécie de contrato anular-se pelo mesmo recurso
com que foi contratado. Assim o contrato verbal se desfaz verbalmente".
26. Apud. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Cívil Brasileiro. Vol. 3. 7• edição. São
Paulo: Saraiva. 2010. p. 202-203.
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 321
.- E na hora da prova?
Em prova de concurso público realizado para o provimento do cargo de
Advogado Eletrobras-Fumas, ano 2009, a banca Funrio julgou incorreta a se-
guinte assertiva: "A resilição unilateral opera mediante denúncia notificada
à outra parte, apenas nos casos em que a lei expressamente o permitir."
27. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011. ia edição. p. i97.
28. GOMES, Orlando. Contratos. 24• edição. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 207.
29. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGUANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil,
vol. 4. Tomo 1. São Paulo: Saraiva. 2015. 11• edição, p. 279.
322 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
30. LÔBO . Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011. l ' edição. p. i98.
3i. FARlllS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas. 2015. p. 535.
32. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7ª edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 2oi.
1
!
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 323
!
" Como já se pronunciou o SUPERIOR TRIBUNAi., DE ;JusnÇA sobre o tema.?
1 PROCESSUALCIViL RECURSO ESPECIAL. JUÍZO QE ADMIS!)IBIUDAOE. NECESSI-
DADE DE REVISÃO DO CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO, SÚMULA 7/STJ. APLICA-
ÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. MEOIDÀ CAUTELAR QUE MAN-
TÉM, POR PRAZO INDETERMINADO, A VIGÊNCIA DE CONTRATO. VIOLAÇÃO AO
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE.
A pretensão de reexame de prova não enseja recurso especial. Aplica-
ção da Súmula 7/STJ.
A interpretação de cláusula contrátual não enseja recurso especial.
Aplicação da Súmula 5/STJ.
Dada a natureza do procedimento cautelar, não está o juízo obrigado a
produzir provas que seriam necessárias para uma conclusão definitiva
sobre a lide. Se a parte requerente consegue demonstrar o 'fumus boni
iuris' e o 'periculum in mora', ao passo que a parte requerida não con-
segue demonstrar, de plano, as razões táticas de sua contrariedade,
isso basta para que seja deferida a cautela, não havendo que se falar
em cerceamento de defesa.
o exame da função social do contrato é um convite ao Poder Judi-
ciário, para que ele construa soluções justas,· rente ã realidade da
vida, prestigiando prestações jurisdicionais intermediárias, razoáveis,
harmonizadoras e que, sendo encontradas caso a caso, não cheguem
a aniquilar nenhum dos outros valores que orientam o ordenamento
jurídico, corno a autonomia da vontade,
Não se deve admitir que a função social do contrato, princípio aber-
to que é, seja utilizada como pretexto para manter duas sociedades
empresárias ligadas por vínculo contratual durante um longo e indefi-
nido período. Na hipótese vertente a medida liminar foi deferida aos
18.08.2003, e, por isto, há mais de 5 anos as partes estão obrigadas a
estarem contratadas.
A regra do art. 473, par. único, do CC/02, tomada por analogia, pode
solucionar litígios como o presente, onde uma das partes do contrato
afirma, com plausibilidade, ter feito grande investimento e o Poder
Judiciário não constata, em cognição sumária, prova de sua· culpa· a
justificar a resolução imediata do negócio jurídico. Pode-se permitir a
continuidade do negócio durante prazo razoável, para que as partes
organizem o término de sua relação negocial. O prazo dá às partes a
possibilidade de ampliar sua base de clientes, de fornecedores e de
realizar as rescisões trabalhistas eventualmente necessárias.
Recurso Especial parcialmente provido.
(REsp 972.436/BA. Rei. Min. Nancy Andrighi. DJ 12.6.2009).
324 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
::.~;; ~~i#J~~tJt~t!{fi:~t
< ~~i~f
~s suas,:a • • .... . :-1~l~g!)IÍ ~q . ·.· . lsão qçico •. ·. .....·· , có11ijgu~:
ran.do. átlyso: e.to, poCl.e,r; eç()nÕl!llco·. e..exérdcfo árl:ii~~~i~;{de, pqsiçã()
dominante,elTl jác~põ,.qufdisp9ein os arts: 21, "ze;3oiJqqps da.teJn•.
6.729/197~. (tel Ferrari): Pleiteo4:a.concessão de.li.minar para imposição.
da continuida(i.e d(I contrato nós seus exatos termos, àté q,flnal da de-
manda principál a ser proposta~ abstendo~se à referida. montadora de
nomear outra c-0ncessI.onária para a região de exclus.ivi(jade sob pena
de multa, bem como para permitir à ree-0rrida a utilizaçãó. da .integra-
lidade do saldo depositado em sua conta no fundo de capitalização, A ·
liminar foi concedida pelo juízo de piso em outubro de 2006 e, contra a
decisão; foi interposto agravo d.e instrumento, despr-0vidctmonoi,:rati-
camente (art. 557, caput, do CPC), em um primeiro momento e também
pelo colegiadô ein um segundo momento, em sede de agravo interno.
No REsp, preliminarmente, foi afastada a incidência do art. 542, § 30, do
CPC, uma vez que esta Corte Superior tem temperado a regra ordinária
de retenção do recurso especial no caso de decisão concessiva de limi-
nar em ação cautelar, pois, ln casu, isso inviabilizaria a própria solução
da controvérsia tratada nesse momento processual, haja vista que, por
ocasião da eventual ratificação do recurso, o próprio mérito da ação
já teria sido julgado e mostrar-se-ia irrelevante a.discussã-0 acerca da
tutela provisória. No mérito, a celeuma travada nos autos. diz respeito
à possibilidade de. o Judiciário determinar a manutenção forçada de
contrato de co.ncessão com.erc:ial de venda de veículos automotbres
celebrado por prazo indeterminado, malgrado tenha o concedente ma-
nifestado sua vontade de não mais prosseguir na avença. No exame da
matéria, entendeu-se que, apesar dos fundamentos levantados pelo
acórdão recorrido, insculpidos todos no princípio da boa-fé objetiva,
afigura-se por demais elastecido o alcance atribuído pelo tribunal a
qu~ ao _mencionado princípio. Isso porque o princípio da bóa~fé objeti-
va 1mpoe aos contratantes um padrão de conduta pautada ná probida-
de, assim na conclusão do contrato, como em sua execução,. conforme
dispõe o a.rt. 422 do CC/2002. Nessa linha, embora o comportamento
exigido dos contratantes deva pautar-se pela boa-fé contratual. t.al di-
retriz .não obriga.as partes a se manterem vinculadas contratu;tmcnte
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 325
33. SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil. Vol. ili. p. 153-154.
326 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
._ Atenção!
É possível que a resilição tenha denominações específicas:
a) Revogação é termo técnico utilizado para resilição unilateral do
mandante (contratante), no contrato de mandato (CC, art. 682, 1). o
fato gerador do mandato é a confiança. lnêxistindo fidúcia, poderá o
contratante, ad nutum, revogar o instrumento.
Além do contrato de mandato, .o ·termo rev 0 gação também é usado
no contrato de doação, quando houver ingratidão ou inexecução do
encargo (CC, art. 555).
Revogação, portanto, é a retirada dos efeitos de um ato jurídico prévio.
b) Renúncia é signo utilizado para resilição unilàteral do mandatário
(procurador) no contrato de mandato. Igualmente possível falar-se de
outras modalidades de renúncia, como no caso do credor que perdoa
a dívida (remissão), realizando uma renúncia ao seu crédito.
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Cap. 9 • Extinção dos Contratos
4.2.2. Resolução
Na teoria geral dos contratos, o termo resolução significa extin-
ção do contrato fundada no seu descumprimento. Tal descumpri-
mento poderá ser:
a) sem culpa (involuntário), quando a obrigação simplesmente
se resolverá,
b) com culpa (voluntário), quando o lesado poderá optar pelo
(CC, art. 475):
34. DINIZ, Maria Helena. curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27" edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. i88.
35. TARTUCE, FLÁVIO. Manual de Direito Civil. Volume único. 4• edição. São Paulo:
Método, 2015. p. 640.
328 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Em prova de concurso público realizado para o provimento do cargo
de Advogado Eletrobras-Furnas, ano 2009, a banca Funrio julgou incor-
reta a seguinte assertiva: "A parte lesada pelo inadimplemento pode
pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimen-
to. A opção pela segunda hipótese não confere direito ao pleito de
indenização por perdas e danos".
36. n Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006, p. 352.
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 329
37. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 201i. ia edição. p. 201.
38. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. Vol. Ili. 27• edição. São Paulo: Sa,.aiva, 201i.
p. 183.
'
330 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
• E na hora da prova?
Jl.no: 2012 Banca: TJ-PR órgão: TJ-PR Prova: Assessor Jurídico
Eleutério firmou contrato de compra e venda de uma moto. marca Uz,
modelo Az., com Atanagildo. No momento da assinatura do contrato,
Eleutério pagou a Atanagildo a importância de RS 6.000,00 (seis mil
reais), a título de sinal de negócio. Para infelicidade de ambos, no dia
da entrega, a moto foi roubada.
Quanto a esse caso, assinale a alternativa correta.
a) Atanagildo tem a opção de entregar a Eleutério outra motocicleta,
em substituição àquela que fora roubada.
b) Caso Atanagilcfo alegue a existência de caso fortuito, não há que se
falar em resoluçã 0 do contrato.
c) o contrato firmado pelas partes sofrerá resolução, em virtude
da falta superveniente do objeto, e o valor pago como sinal será
restituído.
d) Eleutério pode exigir de Atanagildo a entrega de outra moto.
Gabarito: c
• A~en~()!
Há. hipóteses excepcionais nas q11ais m,es1110 diante do caso fortuito,
havera< responsabilidade civil; são elás~O: .
a) Mora{ Na tnora - seja do devedor ou ifo C!redór - o causador do
átraso responderá; airída que· a perda do objeto decorra de caso
fortuito ou força maior. É a batizada perpei:uaçãoda obrigação (Per-
petuatio obligationis). As únicas excludentes passíveis de incidência
39. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7ª edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 191.
40. Para aprofundamento do tema caso fortuito e força maior, indica-se a leitura do
volume dedicado à responsabilidade civil, em especial o tópico relacionado às
excludentes de responsabilidade civil.
.
.
.
'
1
Cap. 9 • Extinção dos Contratos
, ' ' ' ~ ',, 'f.:<; '; , , /;;, ,\~ 'i ·/ '·i"-!1 /·~:·'
vol~.o:J~;ge.ven<:l~ ·
~~ti)(:lg~~~
.civ!t ~~s~e~,P~t
consµw~~~&Jl!,> .íi .~~
.tQ à mãô·~r'f1Ja · ...• JJ q.µalq(I
~~~Ji0tf~~~l~(~~1lt4~~1~}~~~1H"
.,. Com<> ~assunto foi oobradQ enu:ioncurso?
No tocante ao fortuito interno, tratando-se de.responsabilidade objetiva,
a prova para Analista Adinlnistrativo - Direlto/TCE-ES, banca CESPE, ano
de 2013, considerou correta a afirmativa: "'As instituições financeiras res-
pondem objetivamente pelos da.nos gerados pórfortí.íito interno relativo
a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias".
Já a banca CESPE, no concurso Cartório TJ-BA, ano de 2014, con-
siderou INCORRETA a seguinte assertiva: "O caso fortuito ou a for-
ça maior constituem excludentes de responsabilidade, motivo por
que a instituição bancária não responde pelos danos causados ao
consumidor, em razão de abertura de conta-corrente por terceiro
mediante a utilização de documentos falsos".
d) Contrato de Comodato. O art. 583 do Código Civil afirma que
se o objeto do comodato se encontrar em situação de risco,
juntamente com outros do comodatário, este não pode pre-
ferir a salvação dos seus e abandonar os do comodante, sob
pena de responder pelo dano ocorrido, ainda que se possa
atribuir caso fortuito ou força maior.
Ainda versando sobre hipóteses de resolução do contrato, co-
loca-se a extinção pela perda superveniente da prestação fim do
contrato.
Trata-se, segundo CRISTIANO CHAVES DE FARIAS E NELSON ROSENVALD 42 , de ins-
tituto nascido no common /aw, tendo como precedente o coronation
cases. Nestes cases, sacadas e terraços foram locados com a única
finalidade dos locatários presenciarem a cerimônia de coroação
do Rei Edward VII. Entrementes, houve cancelamento do percurso,
42. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 569.
334 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Em prova de concurso, público para o provimento do cargo de Procu-
rador do Trabalho, considerou-se incorreta· a seguinte alternativa: "a
frustração do fim do contrato, que não se confunde com a impossibili-
dade da prestação ou com a excessiva onerosidade, não tem guarida
no Código Civil."
~ E na hora da prova?
44, GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7• edição. São Paulo:
Saraiva, 2010. p. 184.
336 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
45. LÔBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 201i. ia edição. p. 199.
cap. 9 • Extinção dos Contratos 337
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: VUNESP órgão: IPT-SP Prova: Advogado
Sobre a cláusula resolutiva tácita, assinale a alternativa correta.
46. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. São Paulo:
Atlas, 2015. p. 549.
l
1
!
cap. 9 • Extinção dos Contratos 339
47. LÕBO, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Sarai·:a. 2011. ia edição. p. 201.
340 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
48. VENOSA, Silvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10• edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 541.
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 341
. .· .. ~ 1;··
4.2.3. Rescisão
A teoria geral dos contratos, sob o ponto de vista do direi-
to positivo, não conceitua o termo rescisão. Fala-se em distrato,
49. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7ª edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 181.
50. VENOSA, Silvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contra-
tos. 10• edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 511.
5i. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil,
vol. 4. Tomo 1. São Paulo: Saraiva. 2015. 11• edição, p. 296.
52. GOMES, Orlando. Contratos. 26• edição. Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 228.
342 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
53. FILHO, Rodolfo Pamplona e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil,
vol. 4. Tomo 1. São Paulo: Saraiva. 2015. 1ia edição, p. 295.
54. LÔBC, Paulo. Direito Civil. Contratos. São Paulo: Saraiva. 2011. ia edição. p. 197.
55. VENOSA, Silvio do Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos.
10• edição. São Paulo: Atlas, 2010. p. 508.
56. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 3. 7" edição. São Paulo:
Saraiva. 2010. p. 206.
57. Para aprofundamento do tema lesão e estado de perigo, indica-se a leitura do
capítulo dedicado aos defeitos do negócio jurídico, no volume de parte geral.
58. GOMES, Orlando. Op. Cit., p. n3.
Cap. 9 • Extinção dos Contratos 343
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: FGV órgão: DPE-DF Prova: Analista - Assistência Judiciária
Arlindo locou uma máquina de cortar grama para seu vizinho por seis
meses. Acontece que desde o primeiro mês, seu vizinho se recusou a
pagar o valor do aluguel, o que motivou Arlindo a extinguir o contrato.
Essa modalidade de extinção contratual se denomina:
a) resilição.
b) rescisão.
59 . TARTUCE, FLÁVIO. Manual de Direito Civil. Volume único. 4ª edição. São Paulo:
Método, 2015. p. 639-640.
6o. FARIAS, Cristiano Chaves. ROSENVALD, Nelson. Direito dos Contratos. Sãc· Paulo:
Atlas, 2015. p. 539-540.
344 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
e) revogação.
d} denúncia .
. e) distrato.
Gabarito: b
ODireito lntertemporal e
os Contratos
Nas provas concursais, bem como na prática forense, vez por
outra somos colocados diante do seguinte questionamento: qual o
Código Civil aplicável a um contrato celebrado durante a vigência
do Código Civil de 1916, cujos efeitos adentram a vigência do Códi-
go Civil d e 2002?
Para aclarar o questionamento vejamos um exemplo prático.
Imaginem que João adquiriu um apartamento em 2002 - época que
ainda vigia o Código Civil de 1916, haja vista que o Código Civil de
2002 apenas ganhou vigência em 2003 - e acertou o pagamento de
forma parcelada, por 8 (oito) anos, até 2010 - época em que já
vigia o Código Civil de 2002. ou, ainda, imagine que João adquiriu
um imóvel em 1999, através de financiamento imobiliário de vinte
anos, findando apenas de 2019.
Nesta situação, questiona-se: qual o Código Civil deverá ser apli-
cado ao contrato de João? O de 1916 ou o de 2002?
Eis a vexata quaestío.
Pois bem. Essa pergunta, em um primeiro momento, nos remete
ao tratamento da sucessão de leis no tempo no direito brasileiro:
o chamado direito intertemporal.
A sucessão de normas no tempo é regulada tanto pela Constitui-
ção Federal (art. 5°, XXXVI), como pela Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro (LINDB - art. 6°). Ambos os diplomas veiculam
conceitos amortecedores, tentando amenizar os conflitos normativos
temporais. Assim, adotam o princípio da irretroatividade normativa,
indicando que a lei nova produz efeitos imediatos e gerais.
346 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
1
colhendo os ensinamentos de MARcos EHRHARor ]R.1, a finalidade bá-
sica da lei é disciplinar situações futuras. A princípio, não se deve 1
admitir que uma nova lei fosse aplicada a situações anteriores à
sua vigência. o fundamento de tal assertiva repousa na necessi-
dade de se garantir a segurança e estabilidade ao ordenamento
jurídico.
Nessa toada, com base nesse ideal, pode-se concluir que:
a) lei nova não se aplica aos fatos pretéritos (facto preateria);
b) lei nova se aplica aos fatos pendentes (facto pendentia), es-
pecificamente nas partes posteriores;
c) lei nova se aplica aos fatos futuros (facto futura).
Esta é a regra geral, sempre devendo a lei nova respeitar o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 2
., E na hora da prova?
A banca examinadora FtC, em concurso público realizado para o provi-
mento do cargo de Auditor Controle Externo Jurídico, TCM-GO, ano 2015,
considerou incorreta a seguinte alternativa: "a lei em vigor terá efeito
imediato e geral, significando que, em regra, retroage para alcançar os
fatos pretéritos e os efeitos produzidos desses fatos."
., E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: FCC órgão: TRT - 18• Região (GO) Prova: Analista Judici-
ário - Oficial de Justiça Avaliador
A lei nova tem efeito imediato;
a) mas, em regra, não revoga a lei anterior.
b) e atinge as situações em curso, mesmo que configurem direito
adquirido.
i. JUNIOR, Marcos Ehrhardt. Direito Civil. Vol. I. Salvador: )usPodivm. 2009. ia edição.
p. 56
2. Obviamente a regra geral possui exceções, como a sempre lembrada
possibilidade de efeitos retroativos na seara penal, desde que em benefício do
réu. Para o aprofundamento sobre o tema UNDB, indica-se a consulta da Parte
Geral, onde há capítulo específico dedicado ao assunto.
Cap. 10 • O Direito lntertemporal e os Contratos 347
1
c) e se projeta inclusive sobre o ato jurídico perfeito, a menos que
1 este tenha sido objeto de sentença transitada em julgado.
d) mas não é obrigatória para a pessoa que desconhecer o seu
conteúdo.
e) mas deve respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada.
Gabarito: e
~ E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: FCC órgão: TCE-SP Prova: Auditor do Tribunal de Contas
A lei nova é aplicada, em regra,
a) a partir do início de sua vigência, respeitando, porém, o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
b) a partir do início de sua vigência, independentemente da existência
de direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada .
c) a partir da publicação, inclusive durante o prazo de vacatio legis,
respeitando, porém, o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada.
d) retroativamente, independentemente da existência de direito ad-
quirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
e) retroativamente, respeitando, porém, o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada .
Gabarito: a
3. GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. o Novo Direito Civil. Teoria
Geral dos Contratos. Volume Ili. São Paulo: Saraiva. s• edição. p. 304.
4. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Lei de Introdução e Parte Geral. Vol. 1. São Paulo:
GEN. 4ª edição. p. 65.
Cap. io • O Direito lntertemporal e os Contratos 349
A.~-n_•A.: d:v•~º-~· g-=a~.{_r~d.·r-º!·, .;·'a. ~ª.·•:~_·.;~-k·~.;._•- ~_c.";P.:_~1:.·R · .'-•.:1·;:· ·~.·; .~:•'.ã . ~ ·. · '.:~·c. · E.· º. •.R·-~.•-:. :.F
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. . · . ..
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.. ...'.·.!.•.:
··.·.•.'ª.· .·.·.·········,;
. .•.•
e'~.',Sd\~ers;'te·r n<>_,;·:· · ·
Expedito recebe'. uma graiift~çãó lspêtiá:(,"'~f«atf' ' ' . '
penhou Q!.landoestavaemativfdad,e'.Sua.p~r'~~ ·· ,...
de vinte anos. Após esse períodó, surgiu IH, tngulil .9,Q.~enefí nova
cio. Diante da. nova lei; o Departamento qo Pessoá:l~reali~QU\Urtla1aµdi
toria e determinou o cancelamentó de todos· cis,paga:mentp,i;,,J-:derentes .
à citada gratificação. Trata-se aqui de violação do deriôminad:oi '
a) ato jurídiéo perfeito
b) direito consumado
e) trânsito em Julgado
d) direito em expectativa
e) direito adquirido
Gabarito: e
,,,... ·.~.·;· ·
~~;:·. . . . .. ... .,.
por c.ento ·ªP~~;~ il,ij;êptl
3. õ?~~to·9í . ~íyt . e1 1~i~.tàcuità~a·a:B"fu{ .. Clüçã<> i>rcfr
.·· poreiõ~cl,1,;.~a ·.~t '! ·.;~l·':ts··· hipótesess.~e. cumpftÍJ,l~~#)7;parcial;;,cfa·
obri~Çil("),~Ôb p~~~ aftonta a9)~rincipio,.~<1;.vei;ta,~,9~~\en,riqu~cJ,
~~i~&t~i~~t~~~J~~~i~~ i~1:11~~~-~·~(r~~#~~;~~.gà~ve-
1
dor. ~ Justificar a i1edução. . · </ ·,; ,
.... . . · . ! ·•
~ E na hora da prova?
No concurso para provimento de cargo no Cartório do TJ·BA, ano ele
2014, a banca examinadora CESPE Julgou correta a seguinte assertiva:
"Para a alteração do regime de bens do casal, será necessária, além
do consentimento dos cônjuges, a autorização judicial."
~ E na hora da prova?
No concurso para provimento do cargo de Promotor de Justiça - MS/2013,
a seguinte proposição foi considerada correta: É admissível a alteração
do regime de bens do casamento, mediante autorização judicial, em pe-
dido motivado deduzido por ambos os cônjuges, ressalvados eventuais
direitos de terceiros.
~ E na hora da prova?
A banca examinadora CESPE, na primeira fase do concurso para Juiz/
TJTO, ano de 2007, considerou a seguinte assertiva corno verdadeira:
"~o casamento re?lizado sob a égide do Código Civil de 1916, no qual
foi adotado o regime de separação de bens, por imposição legal em
face da menoridade dos cônjuges, desde que tenha desaparecido a
causa qu~ _determinou_ a adoção de regime legal e que não haja qual-
quer preiurzo aos cônjuges ou a terceiros, é permitida a alteração do
regime de b~ns adotado anteriormente para outro regime eleito pelo
casal. Os efeitos da sentença que autoriza a mudança do regime de
bens se operam a partir de seu trânsito em julgado".
CABÍ~z~t~:~~;
QU~ J~. ~~1f()9.;.
··~r~w:u~~:~~E.
•t':·'"l\'' r···~·" ·"'· •liij1srrós 1.co.Hst~Nl:E~:.90·•._· i.j:639·
v 1 •0
DJNA~~·"·~J?~~~:~;p~~·:~,l~~l§;,~v, ·· 1
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t···~·~~~~~~~t1~:.~~~~··~·· {~;~~~~TAh~6)~;~:!~~~;~ij~~~6~~·ªº
cc/2oó:(êRl11·Q. ~J.íic~t,~ à~g}i,9~·~9:r'fflª ge111t! ~oh5t<:t:Ht~. 4o. art,'.,
l.639;, ~2i>tyd(> cc/foo?;· co~~~r11~~~e ·~;;it~er~~~a, i~ci~en~~· .d~··. r~gl~~
de bêps nos tasame,i'ltos,ocor-rid()S soba, égide do ~C/J,9~6f.des~e .que
ressah.tâ'.(lq~OS dirêftÓS dê. terceiros e a~iJrà(las as rsaz~~#:'.i~V()Cad;j,,s
pelos. côrtJuges ,para tál pedÍdo, não havendo cjue. se .falai": em retro-
atividade' legal, vedada nos termos do art. 5°, XXXVI: dtCF/88, mas,
ao revés nos termos do art. 2,035 do CC/2002; em aphcaçao de norma
geral corri efeitos imediatos. '
2 - Recurso conhecido e provido pela alínea "a" para, admitindo-se a
possibilidade dé alteraçilo do regime .de. bens. adotado por ocasião
de ffiéltrimônlo realizado sob o pálio do CC/1916, determinar o retorno
dos autos às instâncias ordinárias a flm de que procedam à. análise do
pedido, no,ster01os do art. 1,639, §2°,do CC/2Q1J2 (REsp 730:546/MG, Rei.
MinistroJORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, Julgaclo ~m 23;of;:l.2005, DJ
03.10.2005 p. :i79). (Grifos nossos,). ·. . , .
STJ. casamento. 'cc/1916. Comunhão parcial d~ bens. Alteração de re-
gime. comunhão universal. Possibilidade jurídica. Aínbás as Turmas de
Direito Privado desta Corte assentaram que o art. 2.039 do Código Civil
não impede o pleito de autorização judicial para mudança de regime
de bens.no casa:mento celebrado na vigência.do Códigode i916, con~
forme a previsão d.o art. l.63çi, § 2°, do Código de 20IJ2, respeitados os
direitos de. tercelr;9s (STJ, Quíl;rta Turma, Resp 812.012'.'R?, Relator Minis-
tro Aldir.Passaririho Junior~ Julgador em 02/12/2008).
Cap. 20 • O Direito lntertemporal e os Contratos 357
~ E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: DPE-DF Prova: Defensor Público
Marque Certo ou Errado .
Em relação a direito de família e sucessões, julgue os itens subsequentes.
De acordo com a jurisprudência pacifi.cada do STJ, não é possível alte-
rar o regime de bens de matrimônios contraídos sob a égide do Código
Civil de 1916.
Gabarito: Errado
.: l>bi.~1e'
.d.;.\y;:;f:CC·'·
a Cíl,~3, ·..... ,......• •·· ·...,. . .. . . ..
preJur~ .ao c&~J~"é' ·ou:atere~i ... erü'ílte)a, 'li~ . , .. ,· .. ·.. . ..·. . ......
bens, antes obriga~.ório; Pl.lr~ o·et~ito !)~lo ca,sal; n9tac,tal1)entep9r:qu~
cessada·aéausa qÚe exigia tegimééspécífldfr :•. • ·: ·'· ··" 1"
- os fatos anteriores é os efeitós pretéritos do r~gim~.ánterior permâ~
necem sob a regência da lei antiga: ps fatos. pôsteriores, .tcíd<~via, serão'
regulados pelo CC/02, isto é; a. partir da altéra.ção do regime de bens,;
passa o CC/02 a reg~ra n~va relaçã~ dq.i:a_S<ll. . < ·.· .. .
- Por isso, 11.ão ttá ~e fa,lar em ri;?troativiélade'. cl~ leÍ, ;'llífiâada pélO art: Sº•
inc. XXXVl;da Cf/88; e sJrrretn a,pU~çã9 .~hf l'.!~~mageral·cqm eff?itos· ill)é~
diatos, Retursô espédaJ'•ôão ·conti,(!cido; (~sp ·82i:So7/PRi' Reb'Minlstra ·
NANCY ANORIGHl,TERCEIRAT(;JRM,\; jul$af)o em· 19.1oiioo6,o}.·13,11.2006; !?•
261). (Grifos. nosso~~- · ·· · · · ·· · ·· ·
CONTRATOS EM ESPÉCIE
Capítulo i ~ Compra e Venda.
Capítulo 2 ~Doação.
Capítulo 7 ~ Empréstimo.
Capítulo
Compra e Venda
1> Atenção!
No Direito Brasileiro o contrato de compra e venda, por si somente;
não transfere a propriedade. Entre vivos, a propriedade se transmitirá
ou pela tradição (bem móvel) ou pelo registro do título aquisitivo (bem
imóvel). os efeitos da compra e venda se.rão apenas de .natureza ne-
gocial, obrigacional. Não .. há, pois, e~cácia t~slativa do domínio. Neste
sentido os códigos d(l Alem;mha, ~u1ça ...e. ChJle que. dotam (:l i:ompra e
venda de efeitos exclusivamente obrig(lcionais. Já em outros. orc:lena-
mentos jurídicos, como. O francês,. pol'tUglJêS .e O italiano; a Compra e
venda é dotada de eficácia rea.I t~slativa da propriedade.
. TARTLCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
7
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 279.
8. GONÇ!\LVES, carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9' edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 215.
Cap. 1 • Compra e Venda 367
• Atenção!
Nos termo~ do ârt. 108. (lo cc ·"Não dispondo a lei em contrário.. a es-
critura pti6licá é essencial à validade dos ileg6cios jurídlcÓs que visem
368 Direito Clvil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto figueiredo
:.~m~{;,··
ÇÃOriÓ
Pa,ra.'â .... ···•··· ..•
pata01af):4.enr1r
para ()s n~~óç;i"
~~:i!i:~ª;.,?~~~ . . (J··
·do art. :1,08 d~; erida:
... norma,·.qµéêL ~egó~:.·
cios que envolve· · · eril ~a~~oSâo
. ((, ac> pfe;~fe~~{~i e~( .ut~: ·. ·. ·. ·. · . .. .'· . ,:Jãlll:íilâe dos
negódos jurkliÇ9s. qde. (),,~Jet!Y ~()~$~1tuiç~~.· fr,i~sferên'çia/mÓdifi·
caçãô ôü renpncía' ~e djreifÔ~ .... j;~l;>ré'.;f .. ·~ d&i1 ~alor•superior a
trinta' salários iTifn1íTios/ refere~sé• â~i.yaiori . ·.. ·····: óvét);\~,;h~~: a<>'•f>reÇo·
do. n~gqtio; A,~$llfl~ ".aveild(?/gi~pa,r:íi:l~de..entte~ambos;é;~~uele que
deve·ser.lévádô;:ent'co .. ára·'é· de•á . . r:ssahia (i)re...
vijjj'â~f: '. .·~~av;1áJ'• • •<
. ~pur~çã.ó·<li> .... í~fiá:ici<> 1.tióvei 'ê ba$êk ã . . . . 6biêt1v t
previstos' em leit•<>s iiuals admitem aos interéssad.os.·o ~onhetimeríto ·
das Circunstâncias .Gonsideradas na formação tjo quaf1tUIT! atribuído áo
bem. (R~sP 1.099.48a·MG; Rei. Mln. Marco Buzzi, JUigado em 2/1f./20i4,
OJe i,5/5/'1,015). . . .
2.1. Consentimento
A vontade juridicamente qualificada é pressuposto de existên-
cia do negócio jurídico. Mais que isto, esta manifestação de vonta-
de, para ser válida, deve estar despedia de qualquer vício passível
de ensejar nulidade ou anulabilidade. Sem consentimento não há
compra e venda válida.
É elemento constitutivo do contrato de compra e venda o con-
sentimento sobre a coisa e sobre o preço. o consentimento não
há de ser compreendido na compra e venda de maneira isolada
(apartada) dos demais elementos. Ao revés disto, há de se imbri-
car o consentimento e a coisa, assim como o consentimento e 0
preço, ou melhor, o consentimento sobre a coisa e sobre o preço.
Como se sabe, a expressão deste consentimento irá exigir ca-
pacidade dos declarantes nas diretrizes da autonomia privada, in-
cidindo no caso concreto o regramento dos defeitos dos negócios
jurídicos, seja no que toca aos vícios do consentimento (erro, dolo,
coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores), seja no
tocante aos vícios sociais (simulação e fraude contra credores) 11 •
Nesse sentido, a compra e venda deverá ser apreciada à luz dos
arts. 104, 166, 167 e i71 do CC.
A teoria das invalidades será ferramenta importante na análise
do consensus enquanto elemento essencial da compra e venda,
pois será possível que, no momento da celebração deste pacto,
surja o problema da nulidade absoluta (CC, art. 166) ou da nulidade
relativa (CC, art. 171).
Recorda CARLOS ROBERTO GoNÇALVES 12 que o consentimento pressupõe
a capacidade das partes para vender e comprar "e deve ser livre
11. Enten::lemos que tanto a simulação, quanto a fraude contra credores, consti-
tuem vícios sociais em que pese haver divergência doutrinária a respeito do
assunto.
12. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 220.
Cap. i • Compra e Venda 371
13. FARIAS, Cristiano Chaves de, e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5• edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 605.
14. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 220.
372 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
A banca IBFC, em prova de concurso realizada para o provimento do
cargo de Titular de Serviços de Notas e de Registros, TJ·PR, ano 2014,
considerou correta a seguinte assertiva: "A compra e venda de ascen-
dente para descendente é anulável, salvo se houver concordância dos
demais descendentes e do cônjuge do vendedor."
15. FARIAS, Cristiano Chaves de, e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5• edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 609.
374 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
16. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. lP edição. Rio de Ja-
neiro: Forense, 2003, p. 186. No mesmo sentido, Nelson Nery Jr., Rolf Madalena,
Zeno Veloso, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho.
i7. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 236.
Cap. 1 • Compra e Venda 375
Nesse sentido, o Enunciado 368 do CJF afirma que "o prazo para
anular venda de ascendente para descendente é decadencial de dois
anos". Assim também já entende o SUPERIOR TRIBUNAL oE JusnçA, no REsp.
77i.736-o/SC.
18. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 233.
i9. LÔBO, Paulo Luiz Netto. Comentários ao Código Civil. Coordenação Antônio Jun-
queira de Azevedo. São Paulo: Saraiva, 2013, v. 6, p. 83.
376 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
20. DINIZ, Maria Helena. Tratado Teórico e Prático dos Contratos. 4• edição. são
Paulo: Saraiva, 2002, v. 1, p. 388.
21. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9' edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 237.
Cap. i • Compra e Venda 377
22. OLIVEIRA, EucuoEs oE. União Estável: do concubinato ao casamento. 6• edição. São
Paulo: Método. 2003, p. i59.
23. LÔBO, PAULO LUIZ Nmo. Comentários ao Código Civil. São Paulo: Atlas. 2003, p. 258.
378 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
2 4. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 284. No mesmo sentido, Nelson Nery Jr.,
Rolf Madaleno, Zeno Veloso, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho.
380 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
25. FARIAS, Cristiano Chaves de, e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5• edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 589.
382 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
26. SERPA LOPES, Miguel Maria de. Curso de Direito Civil. .;• edição. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, i959, p. 293.
27. Os aquestos são os bens onerosamente adquiridos na :onstância do casamento
e que se comunicam, ou seja, tornam-se copropriedad~ dos cônjuges. Tais bens
não poderão ser objeto de compra e venda por expressa proibição normativa.
í1
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: FCC órgão: TRT - 16• REGIÃO (MA) Prova: Analista Judi-
ciário - Oficial de Justiça Avaliador
A respeito do contrato de compra e venda,
a) as despesas com transporte e tradição correm, em regra, por conta
do comprador.
b) as despesas com escritura e registro serão pagas, em regra, pelo
vendedor.
c) é nula a venda de ascendente para descendente.
d) é lícita a compra e venda entre cônjuges, desde que o contrato seja
compatível com o regime de bens por eles adotado.
e) os bens confiados à guarda ou administração de tutores ou curado-
res só podem ser por estes comprados em hasta pública.
Gabarito: D
Superada a compra e venda entre cônjuges, avançaremos no
estudo da venda de bem condominial e na venda de fração ideal
de condomínio.
28. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos contratos e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 289.
Cap. i • Compra e Venda 385
29. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 292.
386 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
1> Atenção!
Este direito de preferência não existirá no condomínio edilício no que
tange à coisa exclusiva. Igualmente não incide nas alienações gratuitas
(doações).
Cap. l • Compra e Venda 387
30. LÔBO, Paulo Luiz Netto. Comentários ao Código Civil. Coordenação de Antônio
Junqueira de Azevedo. São Paulo: Saraiva, 2003, v. 6. p. 133.
31. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 243.
32. Op. Cit., p. 214.
388 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto figueiredo
., E na hora da prova?
Ano: 2012 Banca: FCC órgão: MPE-AL Prova: Promotor de Justiça
Ricardo, Pedro, José, Maurício e Douglas são proprietários de um imóvel
residencial indivisível, situado em bairro nobre de São Paulo, avaliado
em aproximadamente RS 2.000.000,00. Ricardo e Pedro querem vender
o imóvel e desfazer o condomínio. Thalula, empresária, se interessa
pelo imóvel e oferece aos condôminos a quantia de RS 2.100.000,00.
Contudo, José, Maurício e Douglas pretendem exercer o direito de pre-
ferência assegurado por lei, igualando a oferta de Thalula.
Neste caso, entre estes condôminos, a preferência para aquisição do
imóvel será primeiramente conferida àquele que
a) oferecer o melhor preço.
b) tiver o quinhão maior.
c) for o mais idoso.
33. FARIAS, Cristiano Chaves de, e ROSENVALD, Nelson. curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5• edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 589.
Cap. 1 • Compra e Venda 389
.,. :A.te.,ç1ioJ
d.e preferênci~·d!l copropriet~rio p.;epÓh~er:ará sobre o dic
o .d.iréito
·reito de preempção do. lõcatário a· que alude; a Lei. das. Locações em
seu art: 27. ·· · · · .
34. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 24i.
390 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
35. MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. 34ª edição. São Paulo:
Saraiva, i997, v. 5, p. 106.
Cap. 1 • Compra e Venda 391
~·'.c<>ffi~··~·.~a~1f~&~'.~§AA~~~~:~~4~·,~~:~u~ ~&~·~·~Ji~~·.•··3· ·
• Arr~matação ~é bem,,por.. o~cia' d~J~s~lça ap051entado: . . . .. •. ·. .
Avedaçãe> contid.~ .11? att'.. 4~7.111, ct~içc;.n~<rifn~ecfj: Q 9fi4li<l(deJw~ti<;<l~
aposentado de arrematar ~f:11Ti em. ltast~ ptíblq< R~~P.'1·~~9 ..~16-RS,
Rei. Min;. Humberto Martins, bJe. 6;5,1s;·2a t. (lnió STf 561)/ ·· · · ·.·· · · ·
,' ' ' '
36. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 290.
37. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 243.
392 Direito CiVll - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
2.2. Preço
"É o segundo elemento essencial da compra e venda. Sem a sua
fixação, a venda é nula (sine pretio nu/la venditio, dizia Ulpiano)",
como leciona CARLOS RosERTo GoNÇALVEs 39 • Não há venda sem pagamento
do preço.
o preço deve ser certo, determinado ou determinável, sério,
em moeda nacional e justo, guardando relação sinalagmática e co-
mutativa com a coisa adquirida.
o preço pode ser previamente acertado pelas partes, sendo
determinado, ou posteriormente precisado, sendo determinável. O
preço determinável pode ser arbitrado por terceiro, taxa da bolsa
de valores, variação de mercado de certo e determinado lugar e,
até mesmo, em função de índices ou parâmetros suscetíveis de
objetiva determinação.
Recorda CARLOS RosERTO GoNÇALvEs4º ser possível se utilizar de vários
outros modos de determinação futura do preço, tais como "o preço
3s. FARIAS, Cristiano chaves de, e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5• edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 622.
39. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 221.
40. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 222.
Cap. i • Compra e Venda 393
41. LÔBO, Paulo Luiz Netto. Comentários ao Código Civil. Coordenação de Antônio
Junqueira de Azevedo. São Paulo: Saraiva, 2003, v. 6. p. 48.
394 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
Ainda nas regras objetivas, o art. 317 do Código Civil traz o prin-
cípio da revisão por desproporção, o qual. igualmente, tem íntima
relação com a função social dos contratos e a equivalência material
das prestações. Aduz o artigo: "Quando, por motivos imprevisíveis,
sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida
e o momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da
parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da pres-
tação".
Seguindo na análise do preço, o que não se permite, todavia, é
a sua indeterminação absoluta ou a submissão deste ao exclusivo
arbítrio de um dos contratantes. Tais fatos levarão à nulidade ab-
soluta do contrato de compra e venda (CC, art. 489). Tem-se uma
ilícita condição puramente potestativa ou arbitrária, a qual subor-
dina os efeitos do negócio jurídico ao puro arbítrio de uma das
partes (CC, art. 122)
~ E na hora da prova?
A banca examinadora FCC, em prova de concurso realizada para o
provimento do cargo de Técnico Ministerial - Execução de Mandados,
MPE-MA, ano 2013, considerou correta a seguinte assertiva: "Nulo é o
contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de
uma das partes a fixação do preço."
~~~~~~~~áef~~l~k~/"efn~~ê'~"'4
EM Mo
~4~~V'l~
D1~m'l C1vi~''"~(tfqltci de àcôiréto-~otir~ o'Pre~p; sê p~tisurii<i-c6ticlufdd
a compr~ e veildd. n. parágrafo, nnU:o;"da tirl~ 488 somente se-.ap/ica se
houver dtversos preços habltUi:l/mente1pratic:ados •pélóyendec;for, em case
que prevalecerá o termo mécflo#. ·· · ·
O preço, em regra, deve ser expresso em moeda corrente
(reais). Como obrigação que o é, submete-se a compra e venda ao
princípio do nominalismo. Nas pegadas do art. 315, as dívidas pe-
cuniárias devem ser pagas em moeda corrente, no lugar do cum-
primento e pelo valor nominal. Este valor é aquele fixado pelo
Poder Público quando da emissão ou cunhagem da moeda, como
adverte CARLOS RosERro GoNÇALVEs44 • Trata-se de comando geral previsto
e que deve ser respeitado para as denominadas dívidas em dinhei-
ro (moeda de curso forçado)~.
-- -
, ~,; -< ;,J,':i:;;;~i:i?Aji; ,' ',,
~·- AtênÇãó1·
Por c()!lta)id,ci; f!~mi~~'i$IDó;.rie
menti:>; em -- ' - .i --·.
(dlrt,tt~jrd~~L
~ E na hora da prova?
A banca examinadora CESPE, no concurso da PGE-BA, ano de 2014, con-
siderou correta a seguinte assertiva: "Em regra, as obrigações pecuniá-
rias somente podem ser quitadas em moeda nacional e pelo seu valor
nominal".
44. ln Direito das Obrigações - Parte Geral. V. 5. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 62.
45. ln Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral das Obrigações. Vol. 2. São Paulo: Saraiva,
2010, p. 271.
396 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
• Atenção!
Exemplos de autoriz~ção em lei especial na qual se possibilita o paga-
mento em moeda estrangeira veem-se nos arts. 2° e 3° do D.ecreto-Lei
857/69 e no art. 6° da Lei Federal 8.880/94; quais sejam: empréstimos
ou obrigações cujo credor ou devedor seja domiciliado no exterior e
que nãO se refiram à locação de imóveis brasileiros; compra e venda
de câmbio; importação ou exportação de mercadorias; leasing (arren-
damento mercantil), etc.
., Atenção!
As locaçÕ~s de imóveis. cujo paga,mento se pactue mec;liante moeda
estrangeira.devem s.er. registrad~s no B,aoco ce.1;1tral, sob, pena d~ in-
validade, éonforme as disposiçoes. constantes nas leglslaÇões supra-
mencionadas. .· · · ·
~ E na hora da prova?
(IESES - Cartório - TJ - PB/2014) Em relação ao adimplemento das obri-
gações, assinale a alternativa correta:
a) Não é válido convencionar pagamento de obrigação em ouro, salvo
previsão em lei especial.
46. ln Direito Civil. 4. ed. São Paulo: Método, 2009. p. 80, onde os julgados dos alu-
didos Tribunais também estão catalogados.
Cap. l • Compra e Venda 397
2.3. Coisa
47- FARIAS, Cristiano Chaves de, e ROSENVALO, Nelson. Curso de Direito Civil. contra-
tos. s• edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 629.
48. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 225.
398 Direito Civil - Vol. 13 • Lucíano Figueiredo e Roberto Figueiredo
., E na hora da prova?
A banca examinadora CESPE, em prova de concurso realizada para o
provimento do cargo de Analista Administrativo-Direito, TCE-ES, ano
2013, considerou correta a seguinte alternativa: NA coisa litigiosa pode
servir de objeto da compra e venda, afastando-se, nesse caso, a res-
ponsabfüdade pela evicção, assumindo o comprador os riscos decor-
rentes da perda da coisa, desde que este tenha conhecimento de que
se trata de um objeto de litígio e assuma o risco."
49. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 227.
50. FARIAS, Cristiano Chaves de, e ROSENVALO, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5• edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 630.
51. GONÇl\LVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012 .. p. 225.
----------·-----
Cap. i • Compra e Venda
399
., E na hora da prova?
~no: ~013 Ban.c?: ~cc órgão: TRT - 5ª Região (BA) Prova: Analista Judiciá-
rio - Area Jud1c1ária
No tocante ao contrato de compra e venda, é correto afirmar que
a) a compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura, neste
caso ~cand~ o contrato sem efeito se a coisa não vier a existir, salvo
se a mtençao das partes era a de concluir contrato aleatório.
b) é defe~o às partes fix:'-r .º preço em função de índices ou parâme-
t~o~, amda que suscet1ve1s de determinação objetiva, pois é obriga-
tona a fixação em moeda corrente.
c) em obediência ã autonomia da vontade, válido o contrato de com-
pra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das
partes a fixação do preço.
d) até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta
do comprador, e os do preço por conta do vendedor, inclusive em
todas as situações nas quais possam ocorrer casos fortuitos.
e) não sendo a venda a crédito, o comprador não é obrigado a pagar
o preço antes de receber a coisa.
Gabarito: A
52. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 275.
53. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 225/226.
--------------------------------
400 Direito Civll - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
., E na hora da prova?
A banca examinadora VUNESP, em prova de concurso público realiza-
da para o provimento do cargo de Juiz do TJ-SP, ano 2014, considerou
correta a seguinte alternativa: "b) Na venda a non domino, estando
o adquirente de boa fé e o alienante adquirir depois a propriedade,
convalida-se o ato, considerando,se realizada a transferência desde o
momento em que ocorreu a tradição.".
. e.í(qlJei~cÔ.~p~·
'.;çcmferind<i pode-·
···bem <Jdquifldo",
54. Os Códigos Civis da Espanha, Argentina, Portugal e Chile também utilizam a ex-
pressão compra e venda. Outros ordenamentos jurídicos simplesmente deno-
minam apenas de venda (legislações inglesa, italiana e francesa, ou compra
(Códigos Civis da Alemanha e da Áustria).
402 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Fígueiredo e Raberto Figueiredo
3.1.·vícios Redibit6rios
Como contrato oneroso que o é, a compra e venda traz para si
a incidência da teoria dos vícios redibitórios, tema já estudado em
capítulo específico da parte geral. Sobre o assunto, então, remete-
-se o leitor ao específico capítulo desta obra.
., E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Recife - PE Prova: Procurador
Mateus vende um veículo a Celso e combina a entrega para o dia 22 de
janeiro, em sua residência, com retirada a ser feita pelo comprador.
Na data combinada, sem justificativa, Celso não aparece para receber
o bem, fazendo-o apenas no dia 25 daquele mês. Entre os dias 22 e 25,
porém, o veículo é furtado da residência de Mateus. O prejuízo deverá
ser suportado por
a) Celso, pois, até a tradição, os riscos correm por conta do compra-
dor, salvo em caso de mora do vendedor.
b) Mateus, que, além de perder a coisa, não terá direito de indeniza-
ção contra o comprador.
c) Celso, pois, embora os riscos da coisa, até a tradição, corram por
conta do vendedor, o comprador estava em mora de a receber.
d) Celso e Mateus, na proporção de 50% cada um, em vista da comuta-
tividade do contrato de compra e venda.
e) Mateus, que, no entanto, possui direito de postular indenização
equitativa em razão da mora do comprador.
Gabarito: C
404 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ Atenção! . . .
o art ..494 dó cc prescreve .que "se a coisa for expe<li~,a para lúgar di-
verso, por ordem do comprador, por sua C()QtÇl correréfo ó5 risC()$, uma
vez entregue a quem haja de transportá-la, $al\lo se da$ instruÇões dele
se afastar o vendedor". Neste caso, a tradlçã,o qe
~bJeto da compra e
venda ocorrerá a partir do momento em ~µe () ~~ln es'fi\l~~·a dispos~~
ção do comprador. · · · ·· · .
55. VENOSA, Silvio de Salvo. Compromisso de Compra e Venda com Eficácia Real. ln.
DELGADO, Mario Luiz (Coord.). Novo Código Civil - Questões Controvertidas. São
Paulo: Método, 2004, v. 2, p. 35.
Cap. 1 • Compra e Venda 405
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: Juiz de Direito Substituto
No contrato de compra e venda, as despesas de escritura, registro e
tradição ficarão a cargo:
a) sempre do comprador.
b) no silêncio do contrato, as de eséritura e registro com o comprador,
e as de tradição, com o vendedor. ·
c) sempre do vendedor
d) salvo cláusula em contrário, todas as despesas serão divididas.
e) na falta de acordo, com o comprador.
Gabarito: B
56. FARIAS. Cristiano Chaves de, e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5• edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 640.
Cap. 1 • Compra e Venda 407
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: FCC órgão: TRF - 3ª REGIÃO f>rova: Analista Judiciário -
Área Judiciária
Considere uma venda realizada à vista de amostras, protótipos ou
modelos. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, em. regra,
a referida venda é
a) amparada pela legislação sendo que, se houver contradição ou dife-
rença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato de
compra e venda, prevalecerá a amostra, o protótipo ou o modelo.
b) vedada em razão da proibição da celebração de contrato de com-
pra e venda com base em amostras, protótipos ou modelos.
c) amparada pela legislação sendo que, se houver contradição ou dife-
rença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato de
compra e venda, prevalecerá o contrato celebrado entre as partes.
d) vedada se a celebração do contrato for realizada entre pessoas
físicas.
e) amparada pela legislação sob a condição de que as amostras, pro-
tótipos ou modelos tenham sido aprovados pelos órgãos de fiscali-
zação administrativa, bem como façam parte integrantes do contra-
to de compra e venda, independentemente de descrição da coisa.
Gabarito: A
57 . TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 294.
408 Direito CMI - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
58. FARIAS, Cristiano Chaves de, e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5" edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 630.
59. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 298.
Cap. l • Compra e Venda 409
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Titular' de Serviços de Notas
e de Registros - Remoção
Sobre o contrato de compra e venda, assinale a alternativa correta.
a) Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de
extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corres-
ponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador
terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso
possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento pro-
porcional ao preço.
b) Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tra-
dição o comprador cair em insolvência ou for condenado ao paga-
mento de quantia em dinheiro, poderá o vendedor sobrestar na
entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no
tempo ajustado.
c) Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e re-
gistro a cargo do vendedor, e, a cargo do comprador, as da tradição
d) É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros
suscetíveis de objetiva determinação, assim como ao arbhrio exclu-
sivo de uma das partes
Gabarito: A
410 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Robeno Figueiredo
60. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 252.
Cap. 1 • Compra e Venda 411
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: SP-URBANISMO Prova: Analista Adminis-
trativo
Na venda realizada ad mensuram, é correto afirmar que
a) se for menor o imóvel, o vendedor pode, a seu critério, complemen-
tar a área ou abater proporcionalmente o preço.
b) a diferença inferior a 1/20 (um vigésimo) da área total enunciada,
em regra não gera pretensão ao comprador de resolução contratual
ou indenização.
c) se o imóvel for menor, o comprador pode optar pela complemen-
tação da área ou abatimento proporcional do preço, mas não pode
exigir a resolução do contrato.
6i. FARIAS, Cristiano Chaves de, e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5• ediçiío. São Paulo: Atlas, 2015, p. 644.
r
412 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto figueiredo
5.1. Retrovenda
62. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direitos das Coisas. 24•
edição. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 337.
r
Cap. i • Compra e Venda 413
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: IESES órgão: TJ-PB Prova: Titular de Serviços de Notas
e de Registros
o vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-
-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço
recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que,
durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização
escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. o dispositivo
transcrito a cima refere-se a qual instituto do dire.ito civil?
a) Retrovenda.
b) Venda a contento
c) Venda com reserva de domínio.
d) Venda sobre documentos.
Gabarito: A
63. FARIAS, Cristiano Chaves de, e ROSENVALO, Nelson. Curso de Direito Clvll. Contra-
tos. 5• edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 649.
414 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
64. GONÇAL'/ES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 253.
65. MOREIRA ALVES, José Carlos Roberto. A Retrovenda. São Paulo: Revista dos Tribu-
nais, 1987, p. 180.
66. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
ioa edição. São Paulo: Método, 2015, p. 303.
67. BEVILÁQUA, Clóvis. Código Civil. V. 3. p. 177.
Cap. 1 • Compra e Venda 415
., Atenção
Aqui cabe um parêntese para refrescar a memória. Partindo do caráter
resolúvel ou revogável da retrovenda, vale relembrar que duas são as
suas HIPÓTESES GERAIS DE PROPRIEDADE RESOLtlW:L:
a) Propriedade resolúvel de forma Originária (CC, art. 1359);
b) Propriedade resolúvel de forma Superveniente ou Derivada (CC, art.
1360).
Será resolúvel a propriedade com causa ORIGINÁRIA quando a sua càu~
sa extintiva constar do próprio título aquisitivo. O titular.Já a adquire
sabendo que ela irá se extinguir, pois sua causa extinta consta do título.
Neste caso não há terceiro de boa-fé. O art. 1.359 do CC é esclarecedor
a este respeito: "Resolvida a propriedade pelo implemento da condi-
ção ou pelo advento do termo, entende-se também resolvidos os direitos
reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se
opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua
ou detenha".
Mas o Código Civil avança para também admitir a propriedade resolú-
vel por causa SUPERVENIENTE ou DERIVADA. A matéria está. no art. 1360
do cc, assim redigido: "Se a propriedade se resolver por outra causa
superveniente, o possuidor, que a tiver adquirido por titulo anterior à sua
resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em
cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se
resolveu para haver a própria coisa ou o seu va!orn.
68. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• ediçã0. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 252.
416 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~JV'causa; J~iiva,da•
1
69. TARTUCE, Flávio. Direitos das Coisas. São Paulo: Método, 2013, p. 140-141.
Cap. 1 • Compra e Venda 417
70. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10ª edição. São Paulo: Método, 2015, p. 296.
7i. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
Volume Ili. 7• edição. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 233. ,
72. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Especie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 274.
418 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
.- Atenção!
Nos termos do ar:t. 513. do cc, "em ambos os casos, as obrigações do
comprador, que recebeu; sob condiçéfo suspensiva, a coisa comprada, são
as de mero comodatdrlo, enquanto não manifesta aceitá-la". Por outro
lado, a teor do art. 512 do CC ;,nêio havendo prazo estipulado para a
declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou
extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável".
73. FARIAS, Cristiano Chaves de. e ROSENVALD. Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. 5' edição. São Paulo: Atlas. 2015, p. 656.
74. GONÇJl.LVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edi,;ão. São Paulo: Saraiva. 2012, p. 258.
Cap. i • Compra e Venda 419
., Atenção!
o prazo decadencial para o exércício do dlreltode preferência não
pode exceder 180 dias para bens m6veis, a partir da tradição; e 2 anos 1
75. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 263.
420 Direito Civil - Vol. 13 • tuciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ Atenção!
o CC/02 disciplina a venda com reserva de domínio exclusivamei;ite so-
bre bens móveis, como se vê do texto do art. 521, de modo que o tema
da alienação fiduciária em garantia, sobre bens imóveis, é objeto de
normatização distinta, notadamente a Lei Federal n° 9.514/97.
À luz do art. 524 do cc "a transferência de propriedade ao com-
prador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago.
Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de
quando lhe foi entregue".
Trata-se de umã exceção ao princípio res perit domino (a coisa
perece para o dono), pois, neste caso de compra e venda com
reserva de domínio, prevalecerá o princípio res perit emptoris (a
coisa perece para o comprador).
o art. 528 do cc autoriza a intervenção de instituições financei-
ras na venda com reserva de domínio.
76. TARTUCE, Flávio. Direcito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10ª edição. São Paulo: Método, 2015, p. 313.
77. MONTEIRO, Washington ele Barros. Curso de Direito Civil. Contratos. 36• edição.
São Paulo: Saraiva, 2oc9, p. 120.
Cap. i • Compra e Venda 421
78. GORLA, Gino. Teoria e Prática da Compra e Venda. Tradução de Alcino Pinto Fal-
cão. V. 1. Rio de Janeiro: Konfino, 1960, p. 658/662.
79. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 269.
80. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 298.
422 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
Adverte FLÁv10 TARrucE8 ' que eventual defeito oculto de uma coisa
"não autoriza a rejeição de todas", pois a hipótese exige ser com-
preendida à luz da conservação dos negócios jurídicos e da eficácia
interna da função social dos contratos (Enunciados 22 e 360 do CJF),
citando o ilustre doutrinador um exemplo jurisprudencial decidido
pelo Superior Tribunal de Justiça, no REsp. 99i.317/MG, no qual a
regra deve ser interpretada com temperamento, "sempre tendo em
vista a necessidade de se verificar o reflexo que o defeito verificado
em uma ou mais coisas singulares tem no negócio envolvendo a venda
de coisas compostas, coletivas ou de universalidades de fato".
Si. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 302.
Cap. i • Compra e Venda 423
Doação
i. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10ª edição. São Paulo: Método, 2015, p. 341.
2. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: ]usPodivm, 2014,
p. 675.
3. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 133·
426 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
., E na hora da prova?
Em prova de concurso público realizado para o provimento do cargo
de Assessor-Direito, MPE-RS, ano 2014, considerou-se correta a seguinte
assertiva: "A doação verbal será válida, se, versando sobre beris
móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição".
12. DINIZ, Maria Helena. Comentários ao C6digo Civil. ln: AZEVEDO, António Junqueira
de. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 482.
13. LÔBO, PAULO Luiz Nmo. Comentários ao Código Civil. v. 6. São Paulo: Atlas. 2003.
430 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
.- E na hora da prova?
Em prova de concurso público realizado para o provimento do car-
go de Assessor, MPE-RS, anos 2014, considerou-se incorreta a seguinte
assertiva: "A doação pura, realizada em favor de donatário absolu-
tamente incapaz. valerá se a aceitação for realizada pelo seu repre-
sentante legal".
14. DINIZ, Maria Helena. Comentários ao Código Civil. ln: AZEVEDO, Antônio Junqueira
de. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 484.
Cap. 2 • Doação 431
2. OBJETO DA DOAÇÃO
Como visto na nota introdutória da leitura do art. 538 do CC, que
a doação é contrato formal a envolver bens ou vantagens.
Desta maneira, o doador assume perante o donatário uma
obrigação de dar (entregar, transferir). Para CARLOS RosERTo GoNçALvEs'7
"Pode ser objeto da doação todo bem que esteja in commercium, ou
seja, qualquer coisa que tenha expressão econômica e possa ser
alienada. Incluem-se os bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpó-
reos, consumíveis e inconsumíveis".
Desde logo, é bom lembrar e fazer a ressalva, porém, que "nem
toda liberalidade resultante de um ato jurídico se monopoliza no con-
trato de doação", daí a terminologia utilizada por CR1sr1AN0 CHAVES oE
FARIAS E NELSON RosENVALo' 8 para a doação indireta, quais sejam a remis-
são (negócio bilateral) e a renúncia (negócio unilateral).
.- Atenção!
A priori, não será possível à doação. de tojsá .íillftéíà. A e)(C::eção1.exi.s-
tirá apenas para o caso do o referido. bem ol;)jeto do contrato vir a
ser posteriormente adquirido pelo doador, nos exatos termos do art .
i.268, § 1° do cc.
i5. SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil. iia edição. Rio de
Janeiro: Forense, 2002, v. Ili, p. 258.
i6. ALVIM, Agostinho. Da Doação. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1963, p. 65.
17. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 279 e 281.
18. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4' edição. Salvador: jusPodivm, 2014,
p. 679.
432 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
3. PROMESSA DE DOAÇÃO
Um importante tema a ser objeto de estudo diante das contro-
vérsias derredor do mesmo, diz respeito à promessa de doação,
sua possibilidade e consequência jurídica. Afinal de contas, a pro-
messa de doação efetivamente vincula o promitente? E se o promi-
tente não cumprir o prometido?
A quem sustente, por exemplo, que a promessa de doação não
vinculará o promitente, pois, caso contrário, a ideia da liberalidade
plena não estará presente nesta situação. É o que pensa CA10 MÁRIO
DA S1LvA PERE1RA • Neste sentido também PABLO SroLZE GAGUANo E RoDoLFo PAM-
24
19. LÕBO, PAuto Luiz Nmo. Comentários ao Código Civil. v. 6. São Paulo: Atlas. 2003, p.
276.
w. GOMES, Orlando. Contratos. 9ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 1983, p. 237 e 238.
21. SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil. 1ia edição. Rio de
Janeiro: Forense, 2002, v. Ili, p. 252.
22. ALVIM, Agostinho. Da Doação. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1963, p. 13.
23. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 252.
24. SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil. 1ia edição. Rio de
Janeiro: Forense, 2002, v. Ili, p. 257.
25. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 152.
Cap. 2 • Doação 433
A doutrina de WASHINGTON DE BARRos 26, por sua vez, afirma ser pos-
sível a promessa de doação, também autorizada expressamente
em outros diplomas cíveis, como o BGB em seu § 518, máxime por-
que não há, neste negócio jurídico, qualquer infringência a preceito
legal imperativo. CRISTIANO CHAVES DE FARIAS E NELSON RosENVAL0 27 também
reconhecem "válida a realização de uma pré-doação ou promessa de
doação, até mesmo em homenagem à autonomia privada ...
f{);
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ó'à ..JZ
Çãd'.;lcli(:
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do~ção:s~gui a da entre~ de ·........ e~.···.. . . . . . . .. . . 0.(lza€'né;l<ç.a:só
co~~réto alj decidido, a trans~erêncJa ~o dórníri1<>·pela muniçipa,Udade
de·casaspopi.Jll:lres•!· '.> •••0·~~,;~·t>'~t '.!'{,1;•?'~:1~~%1 !~!.t::•.0;.'.~·,·::,······' ····· )
,, ' ~ ,, ' '~"< '~{'\ ',", '";"h't
26. MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. Contratos. 36• edição.
São Paulo: Saraiva, 2009, p. i37.
27. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 685.
28. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 286.
434 Direito Civil - Vol. i3 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
4. ESPÉCIES OE DOAÇÃO
A análise da legislação vigente cotejada com os ensinamentos
da doutrina cível evidencia a existência de várias modalidades do
contrato de doação. É certo dizer que o gênero doação é composto
por várias espécies, a saber: a) doação pura, simples ou típica, b)
doação onerosa, modal, com encargo ou gravada, c) doação remu-
neratória, d) doação mista, e) em contemplação do merecimen-
to do donatário, f) doação ao nascituro, g) doação em forma de
subvenção periódica, h) doação em contemplação de casamento
futuro, i) doação entre os cônjuges, j) doação em comum a mais de
uma pessoa, k) doação de ascendente à descendente, 1) doação
inoficiosa, m) doação com cláusula de retorno ou reversão, n) doa-
ção manual e, finalmente, o) doação feita à entidade futura.
Nos exatos limites do objetivo central desta obra, teceremos
algumas considerações sobre cada uma destas modalidades.
a) Doação Pura, Simples ou Típica
A doação pura, simples ou típica "é aquela que se traduz simples-
mente em uma liberalidade, sem fixação de qualquer fator eficacial
(condição, termo ou encargo)" [grifos nossos]. É o que acertadamente
defendem PABLO STOLZE GAGLIANO E RODOLFO PAMPLONA F1LH0 29 •
Nesta modalidade de doação, chama-se também assim, não se
impõe qualquer elemento acidental do negócio jurídico, tal como
condição, termo, modo ou encargo. O donatário recebe o bem ab-
solutamente livre.
Portanto, tem como característica distintiva o fato de ser efeti-
vada de maneira livre e desembaraçada pelo doador em relação
ao donatário. Em outras palavras, trata-se da doação propriamen-
te dita, conhecida no significado popular, por meio da qual uma
pessoa exerce liberalidade plena em benefício da outra.
29. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. i53.
Cap. 2 • Doação 435
Nos termos do art. 13.7 do CC, deverá considerar ÇW:P9, 11.~() esçr;itb; o
encargo Ilícito ou impossi'vél, salvo.se .constituir o motiv(} oeterrtlh1~nte
do negócio jurídico. Tamb~m é importante reçordar <t,r,e.~í(l.~9' ªttt"Ai41
do cc que impõe a aplicação do regimé jurídko dosvíçl~s rediblt~rfos
para as doações onerosas: · · · · ·· · · ·' · · ·
~E na hora da prova?
Em prova tle concurso público realizado para o provimento do cargo
de Assessor-Direito, MPE-RS, ano 2014, considerou-se correta a seguinte
assertiva: "O Ministério Público poderá exigir a execução do encargo
de doação estipulado a benefício do interesse geral, depois da mor-
te do doador, se este não o tiver feito".
3o. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10ª edição. São Paulo: Método, 2015, p. 346.
3i. Op. Cit., p. 286-287.
436 Direito Civil - VoL 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
., E na hora da prova?
Ano: ~014 Banca: MPE-SC órgão: MPE-SC Prova: Promotor de Justiça _
Matutina
Analise os enunciados das questões abaixo e assinale se ele é certo
ou Errado.
De aco;do com o có_digo Civil, o direito de revogar a doação não se
transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário.
Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, conti-
n~~ndo-a c?ntra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de
aJwzada a hde.
Gabarito: Correto
.- Aten~q'!'
~ possív~I t~m.~~º1. !·revo~tlfª·~ do contrato de doação onerosà~ por
me~ecuçao do e~carg,c P~t,a as situações jurídicas de mora d.o dona-
tário.(~~~'~;;gr:r:~~E~Y:~;'?';~~b~~~1:do CC: "A doação onerosa·~ode;s~r; ·
revogad~ P~r ln~X'e~o;(;lo:,~flé~pgo:seo•donatário incorreremin~i'ct
Cap. 2 • Doação 437
c) Doações Remuneratórias
Doação remuneratória "é aquela feita em caráter de retribuição
por um setviço prestado pelo donatário, mas cuja prestação não pode
ser exigida pelo último. Isso porque, caso fosse exigível, a retribuição
deveria ser realizada por meio do pagamento, uma das formas de
extinção das obrigações". A lição é de FLÁv10 TARrucE 32 • O instituto, agora
no escólio de CR1sr1AN0 CHAVES oE FARIAS E NnsoN RosENVALo 33 , assemelha às
hipóteses de obrigações naturais (CC, art. 882).
Com efeito, se na origem do negócio jurídico as partes esti-
pulassem o pagamento de um preço em retribuição à entrega da
coisa, a hipótese seria de compra e venda, afinal de contas, "pelo
contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a trans-
ferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em
dinheiro" (CC, art. 481).
a
Por outro lado, se as partes estipulassem contraprestação de
um preço para a execução de um determinado serviço que não
estiver sujeito às leis trabalhistas, ou especiais, o caso seria de
contrato de prestação de serviço, nos termos do art. 593 do CC: "A
prestação de setviço, que não tiver sujeita às /eis trabalhistas ou à lei
especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo".
A grande maioria dos livros ilustra os casos de doação remune-
ratória com o conhecido exemplo de um cliente que presenteia um
médico, ou advogado, em face de um determinado serviço profis-
sional que este realizou em benefício daquele.
Perguntar-se-ia: acaso este médico, ou advogado, não houvesse
realizado o referido trabalho, será mesmo que este cliente reali-
zaria a doação?
32. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 346.
33. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p, 707-708.
438 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
.. E na hora da prova?
Em prova de concurso público realizado para o provimento do cargo
de Assessor-Direito, MPE-RS, anos 2014, considerou-se incorreta a se-
guinte assertiva: "Podem ser revogadas por ingratidão as doações pu-
ramente remuneratórias, dentre outras hipóteses, quando o donatário
atentou contra a vida do doador".
d) Doação Mista
Na doação mista tem-se a liberalidade é inserida no contexto
de um outro contrato, que a camufla. Ou melhor, é um negócio ju-
rídico de conteúdo prestacional híbrido, que é caracterizado como
um negócio oneroso, mas, ao mesmo tempo, traz em si um matiz
de liberal:dade.
Tem relação com a batizada venda de aparência, na qual há um
valor de bem superior ao de mercado ou um preço é vil. Neste últi-
mo caso é que é possível vislumbrar uma doação mista, pois sendo
vil o preço, ao mesmo tempo em que há uma contraprestação, ela,
34. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 288.
Cap. 2 • Doação 439
~ E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: MPE-SC órgão: MPE-SC Prova: Promotor de Justiça
Analise o enunciado da questão abaixo e assinale Ncerto" (c) ou "er-
rado" (e)
Quando trata sobre a doação, o Código Civil menciona que aquela feita
em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter
35. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 154.
36. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10ª edição. São Paulo: Método. 2015, p. 349.
440 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Robe110 Figueiredo
37. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
7• edição. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 367.
Cap. 2 • Doação 441
Como adverte PAULO Luiz NEno Lõso 39 acaso o nascituro não nasça
com vida o contrato, realizado sob esta condição suspensiva, ca-
ducará, els que a hipótese envolve direito eventual que não restou
levado a cabo diante da ausência do nascimento com vida.
39. LÕBO, PAULO LUIZ Nmo. Comentários ao Código Civil. V. 6. São Paulo: Atlas. 2003, p.
307.
Cap. 2 • Doação 443
., E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: VUNESP órgão: TJ-RJ Prova: Juiz
É correto afirmar que a doação feita a nascituro
a) deve ser considerada nula tanto nos casos de natimorto como nos
casos de nascimento com deficiência mental.
b) deve ser considerada inexistente no caso de natimorto e nula nos
casos de nascimento com vida, ainda que haja aceitação por seu
representante legal.
c) é nula de pleno direito, já que a personalidade civil começa apenas
com o nascimento com vida, independentemente de aceitação por
seu representante legal.
d) desde que seja aceita por seu representante legal, é válida, ficando,
porém, sujeita a condição, qual seja, o nascimento com vida.
Gabarito: D
40. CHAVES DE FARl.A.S, Cristiano e R.05ENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4ª edição. Salvador: ]usPodivm, 2014,
p. 690.
41. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contrates e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 20J 5, p. 350-35i.
r
444 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
42. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. i59.
43. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 713.
r
Cap. 2 • Doação 445
'~~;~~~n,~;~~Gí!~··
i) Doação entre cônjuges
A doação entre os cônjuges se encontra prevista no art. 544 do
CC e importa, evidentemente, em adiantamento do que lhes cabe
por herança, evidentemente nas exclusivas situações nas quais o
cônjuge sobrevivente concorrer hereditariamente, nos exatos ter-
mos do art. i.829, 1 e li do CC.
., E na hora da prova?
A banca examinadora FEPESE, em prova de concurso realizado para
o provimento do cargo de Procurador do Estado, MPE-SC, ano 2014,
considerou correta a seguinte alternativa: "A doação de ascendentes
a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do
que lhes cabe por herança".
44. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 352.
446 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
45. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 291.
46. LÔBO, FAuLo Luiz Nmo. Comentários ao Código Civil. v. 6. São Paulo: Atlas. 2003,
p. 291.
Cap. 2 • Doação 447
47. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO. Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 156.
48. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 356.
49. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 20L\..
p. 709-710.
448 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: FCC órgão: TRT - 23• REGIÃO (MT) Prova: Juiz do Trabalho
Substituto
Joana possui três filhos, mas doou apenas ao mais velho, Juan, parte
de seu patrimônio. De acordo com o Código Civil, a doação feita a Juan
a) produzirá efeitos apenas se houver concordância dos i.rmãos de
Juan.
b) é nula, não podendo o juiz invalidá-la de ofício.
c) é nula, devendo assim ser declarada de ofício, ,pelo juiz.
d) importa adiantamento do que lhe cabe por herança.
e) é anulável, invalidando-se apenas a pedido dos demais herdeiros.
Gabarito: D
1) Doação lnoflciosa
De acordo com PABLO SroLZE GAGLIANo E RoooLFO PAMPLONA FtLH0 5º, "doação
inoficiosa é aquela que traduz vio.lação da legítima dos herdeiros
necessários. Por herdeiros necessários entenda-se aquela classe de
sucessores que têm, por força de lei, direito à parte legítima da he-
rança (50%)".
Os herdeiros necessários estão referidos no art. 1.845 do CC e
são os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Havendo herdei-
ros necessários, o doador (CC, art. 544) e o testador (CC, art. i.857)
somente poderão dispor de metade do patrimônio.
50. STOLZE, Pabto Gagliano e PAMPLONA FILHO. Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. i42.
450 Direito Civil - Vol. 13 • Lucfano Figueiredo e Roberto Figueiredo
51. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 29i.
Cap. 2 • Doação 451
-----·---
52. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 157.
53. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
lo• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 355.
452 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Em prova de concurso público realizado para o provimento do cargo
de Agente Técnico-Jurídico do MPE-AM, ano 2013, no que tange a doa-
ção, a banca examinadora FCC considerou incorreta a seguinte alterna-
tiva: "pode prever cláusula de reversão em favor de terceiro".
n) Doação Manual (ou maln chaude)
O art. 541, p. ú., do CC permite a doação manual ou verbal para
bens móveis de pequeno valor e desde que se lhe siga de logo a
tradição (entrega), constituindo expressa exceção à regra segundo
a qual a doação é contrato formal, solene "pela própria exigência de
dinamicidade do tráfego jurídico", conforme ensinam CR1sr1AN0 CHAVES DE
FAR1As E NELSON RosENVALD 54, ilustrando a ocorrência destas para os casos
de "doação de esmolas, dízimos das Igrejas e mesmo a doação de
pequenos objetos de uso pessoal".
FtAv10 TARTUCE 55 lembra que a identificação de ser a coisa "bem de
pequeno valor" é casuística, sendo o caso de se aplicar a lógica do
razoável (princípio da razoabilidade).
Existem, basicamente, dois posicionamentos quanto ao alcance
da expressão bem de pequeno valor a autorizar a doação manual,
a saber:
Posicionamento i) deve-se analisar o caso concreto e apli-
car o princípio da razoabilidade, considerando a capacida-
de econômica do doador e do donatário, as circunstâncias
do caso concreto e a real vontade das partes contratantes.
É o que defende MARCO AURÉLIO BEZERRA DE MELo 56 • Trata-se de
posicionamento majoritário.
54. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4ª edição. Salvador: jusPodivm, 2014,
p. 683.
55. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 341.
56. MELO, Marco Aurélio Bezerra de. Novo C6digo Civil Anotado. Rio de Janeiro: Lu-
men luris, 2004, p. 292.
Cap. 2 • Doação 453
57. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. ia edição. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 96-97.
58. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALO, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: ]usPodivm, 2014,
p. 683.
59. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 358.
454 Direito Civil - Vol. 13 • Lucíano Figueiredo e Roberto Figueiredo
5. RESTRIÇÕES LEGAIS
À vista dos princípios da eticidade e da socialidade, é certo re-
conhecer que nem todo o contrato de doação será permitido pela
legislação cível, havendo situações jurídicas nas quais o próprio cc
proibirá, expressamente, a celebração deste contrato.
Não é juridicamente possível, por exemplo, o contrato de doa-
ção realizado por doador que, no ato da liberalidade, já se encon-
trava insolvente, ou mesmo de doador que ao assim pactuar será
levado, por conta disto, à insolvência. Com efeito, são fraudulentos
os "negócios de transmissão gratuita de bens, se os praticar o devedor
já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência" (art. 158 e 159, CC).
60. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 7:2.
61. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 341.
Cap. 2 • Doação 455
62. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA rlLHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito ·:ivil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. i49.
63. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4' edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 698.
456 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano figueiredo e Roberto Figueiredo
64- STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 142.
65. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 301.
66. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 725.
67. TARTUCE. Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• ediçfo. São Paulo: M~todo, 2015, p. 365.
Cap. 2 • Doação 457
., E na hora da prova?
João Fonseca, casado com Lúcia ·Fonseca~ tem conhecimento do con-
teúdo do dispositivo do Art. 550 do Código Civil, que deter.mina que
eventual doação felfa para Catarina lima, amaríte de. João, pode ser
objeto de ação am.1latória promovida por sua cônjuge,el'Ti até 2 anos
depois de dissolvida a sociedade conjugal. Jóão: doou para Gust~vo
Lima, irmão de Catarina, uma rara obra de arte,:.l:t~v~n~o conil>imtdo
previamente com Gustavo que este, em um momMtó p9s~~rior; trans-
feriria o bem gratuitamente a catarina~ · · · .· · · · ·
Sobre o caso exposto, assinale a afirmativa ~orreta'. . . . .•· •. ·.
a) A doação da obra de arte para Gustavo é válida, pois o Art. 550 não
proíbe doações para colaterais do cúmplice do cônjuge .adúltero.
b) A doação da obra de arte para Gustavo é anuláv.el~ send·o Lúcia a
parte legítima para pleitear a anulação.
c) A doação da obra de arte para Gustavo é nula, e a sua declaração
pelo juiz importará no retorno do imóvel para o patrimônio de João.
d) A doação da obra de arte para Gustavo é nula, jâ que realizada por
meio de simulação absoluta.
e) A doação da obra de arte para Gustavo é nula, enquanto é anulável
/
o negócio dissimulado.
Gabarito: E
68. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 301. Entende o ilustre doutrinador ser o
caso de prazo prescricional. Não concordamos. A hipótese envolve ação jl.idicial
de natureza desconstitutiva e o prazo não é previsto dentro dos arts. 205 e
206 do cc, aspectos que evidenciam, mesmo em análise superficial e sintética,
tratar-se de prazo decadencial.
69. Op. Cit., p. 291.
Cap. 2 • Doação 459
,. E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: MPE-SC órgão: MPE-SC Prova: Promotor de Justiça
Analise o enunciado da questão abaixo e assinale "certo" (c) ou "er-
rado" (e)
70. STOLZE, Pablo Gagliano e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, :c:n3, p. 176.
7i. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4ª edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 720.
460 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
., E na hora da prova?
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TCE·RO Prova: Auditor de Controle Exter-
no - Direito
Acerca do negócio jurídico, da prescrição e da decadência, julgue os
itens subsequentes.
É decadencial o prazo de um ano, contado do conhecimento do fato,
previsto para que o doador pleiteie a revogação .da doação, com base
no argumento de que houve ingratidão do donatário.
Gabarito: Correto
'
locação de Coisas
Nos termos do art. 565 do CC, "Na locação de coisas, uma das
partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o
uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição"'.
•·Ate~p-
Le~~@. di1ttb~/~d~ERtd t6~~~i>q~.~ ó'J~rl~~~f~f~~~e.rttfàmento "é .sirt~tll:
1
2. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 378.
3. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9ª edição. São PaulQ: Saraiva, 2012, p. 308.
4. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espé<:ie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 192.
5. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 976.
Cap. 3 • Locação de Coisas 465
6. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolz.e. Novo Curso de Direito Civil.
contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 197-
466 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
"Aten~o!
o Código Civil dedica-se.ao regramento geral da locação de coisas. No
que diz respeito ao~ imóveis urbaQos; a~ lado ~o Código Civil há, uma
Lei Especial: Lei doJ11qt1ijinato (Lei s~24s/91), Ju~to por isto é que o art.
2.036 do, CC f(lz a expressa. ressalv<!. legal: HA {otaçãa:, de pr~dio urbano,
que esteja sujeita à /el e~pecial, por ~$ta ccmtinú°' .a ser regidé. ·
2. OBRIGAÇÕES DO LOCADOR
Conforme preceitua o art. 566 do CC, o locador é obrigado a en-
tregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado
de servir ao uso a que se destina e a mantê-la nesse estado, pelo
tempo do contrato, salvo cláusula expressa em contrário, assim
como a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacífico
da coisa.
7- TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 379.
Cap. 3 • Locação de Coisas 467
"Aten~.o.!
'; ·,-r, ·.:i .:'·/ ,/ :,',. ·.~ .· ,,
AflÍfal~ o qúe são as perten~as~ . , . .. ·.
Trata-se ele tema enft:'e9t~dp rio vofün:ie de parte geral, ao serem estu-
dados 6~ bêi'fs'furfcifçCjg, ' · •· · · ·· · · · •
Pertem;as são b~ns ~fie~ nãOcpnstituindo partes integrantes, se desti-
nam~; de modo.dur;ad.9uro,ao. uso; ào serviço ou a(!) .aformoseamento
de. oµtro.''(CC, ;1f1;;;9;i):;irti linha. de,princfpio~ "os rteg6ciós jurídlços que
dizern. respeitp q!), hép,prlf"tfip~tlJ.ll<:Í aqr~i:ig-em a~ ,Pertenças; salvo se o
contrário, )'estdtar cfq fel1 p(l mqnÍfeStaÇllo tfo Vontadeí OlJ ~as circunstân-
cias ~() çCJ~o;1'JÇ~. a'11 .
~9~, · . · · · ·. · .
Nacta obsta~te; para
q contratÓ clê; ldcaç~o:d~ coisa$ o; a·rt. 566 do CC
prevê situaÇãó distinta, qual seja: a elltré~a d~; cotsa lÓcadá presume
as pertenças, salvo ·ato de:vóntade· em'se.rítitlo .contrárió\
O ~ov~ CPC (NCPC) verbera, em seu art. 538, que não cumprida
a º?ngaça~ de entrega a coisa no prazo estabelecido na sentença,
sera expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão de
10. GONÇ~':._VES, _:arlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• ed1çao. Sao Paulo: Saraiva, 2012, p. 309.
Cap. 3 • Locação de Coisas 469
>: Atençãó! .· · < '·i J;!~; ·.~/.: ~f!,~!; < ,·,,;,, ,. ·., ; .i; ç
1 11
A au$ênda d~,::r;~~f';~~~a~m.~ª~~l,~!~!~·~~rtP~~lf.
a que. nã.~ .h(}uy~~ · ,,
··: :./ )~.t{~~,·o··ça, ·=.····,ºe:·,,,
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decorrentes, da
12. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
lo• ejição. São Paulo: Método, 2015, p. 378.
13. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9' edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 315.
14. PAMP'LONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edicão. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 226.
1
~
Cap. 3 • Locação de Coisas 471
fi
., E na hora da prova?
A banca examinadora CS-UFG, em prova de concurso público realizado
para o provimento do cargo de Defens~r P~~lico (D~E-G?), ano 201~,
considerou incorreta a seguinte alternativa: a benfeitoria necessária
introduzida pelo locatário, ainda que à revelia do 1.ocad~r,_ be.m como
as úteis desde que autorizadas pelo locador serão mdemzave1s e per-
mitem ~ exercício do direito de retenção, independentemente de ex-
pressa disposição contratual em contrário".
Ano: 2013 Banca: CESPE órgão: PG-DF Prova: Procurador
Acerca da locação de imóveis urbanos, julgue os próximos itens.
Nos contratos de locação, não é válida a cláusula de renúncia à ind:-
nização das benfeitorias e ao direito de re~enção, ur~a vez que ~ais
garantias são fixadas no Código Civil e na Ler de Locaçoes, respectiva-
mente.
Gabarito: Errado
15. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
lo• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 378.
16. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 994.
17. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 976.
Cap. 3 • Locação de Coisas 473
3. OBRIGAÇÕES DO LOCATÁRIO
verbera CARLOS RosERTO GoNÇALVEs'ª que as específicas obrigações do
locatário estão catalogadas no art. 569 do CC. Tais obrigações são:
a) servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou
presumidos, conforme a natureza dela e as circunstâncias,
bem como tratá-la com o mesmo cuidado como se sua fosse;
b) pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, na
falta de ajuste, segundo o costume do lugar;
c) levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros
que se pretendam, fundadas em direito;
d) restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a rece-
beu, salvas as deteriorações naturais do uso regular.
Sobre tais obrigações, passaremos a falar.
o uso e gozo da coisa haverá de ser feito pelo locatário de ma-
neira adequada, proporcional e razoável. A expressão legal "us~s
convencionados ou presumidos, conforme a natureza dela e as cir-
cunstâncias·', evidencia que o locatário jamais poderá utilizar um
automóvel de passeio, por exemplo, para realizar transporte de
carga ou corridas. Os limites serão os da boa-fé e usos do local,
sendo o excesso manifesto no exercício do direito de uso, por parte
do locatário, configurador de abuso de direito (CC, arts. 113 e 187).
~ E na hora da prova?
A banca examinadora FEPESE, em prova de concurso público realizado
para o provimento do cargo de Procurador do Estado (MPE-SC),- ano
2014, considerou correra a seguinte alternativa: "Se o locatário empre-
gar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a que se destina, ou
se ela se danificar, por abuso do locatário, poderá o locador, além de
rescindir o contrato, exigir perdas e danos".
t
1
Finalmente o locatário é obrigado a restituir a coisa recebida
quando finda a locação, no estado em que a recebeu, salvas as
deteriorações naturais do uso regular. Recorde-se que o bem re-
cebido pelo locatário é infungível e, portanto, insubstituível, razão
bastante para que o devolva nas mesmas condições recebidas.
~ E na hora da prova?
A banca examinadora FEPESE, em prova de concurso público realizado
para o provimento do cargo de Procurador do Estado (MPE-SC), ano
2014, considerou correta a seguinte alternativa: "Havendo prazo es-
tipulado à duração do contrato, antes do vencimento não poderá o
locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as per-
das e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão
pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato".
19. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Movo Curso de Direito Civil.
contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 218.
2o. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 320.
r
476 Direfto Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo 1
21. PAMPLONA FILHO, Rodolfc e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6' edição. São Paulo: saraiva, 2013, p. 228.
22. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: ]usPodivm, 2014,
p. 1004.
23. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 219.
24. TARTUCE, Flávio. Direito Cívil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 38i.
Cap. 3 • Locação de Coisas 477
.- E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: FCC órgão: DPE-PB Prova: Defensor Público
Romeu (locador) e Maurício (locatário) celebraram contrato de locação
residencial com prazo de 30 meses, estipulando multa de 3 res em caso
de devolução antecipada do imóvel. Passados 6 meses, Maurício deixou
de ter interesse na locação, pois a empresa na qual trabalha o trans-
feriu para cidade muito distante. Maurício poderá devolver o imóvel,
a) desde que pague o valor da multa, com abatimento proporcional ao
período de cumprimento do contrato, seja o empregador privado
ou público.
b) independentemente de pagamento de multa ou de notificação, se o
empregador for público, ou pagando integralmente a multa pactua-
da, caso se trate de empregador privado.
c) desde que pague integralmente o valor da multa, seja o emprega-
dor privado ou público.
d) independentemente de pagamento de multa, desde que notifique
Romeu da trans,ferência com, no mínimo, 30 dias de antecedência,
não importando seja o empregador privado ou público.
e) independentemente' de pagamento de multa ou de notificação, se
o empregador for público, ou pagando o valor da multa, com abati-
mento proporcional ao período de cumprimento do contrato, caso
se trate de empregador privado.
Gabarito: D
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: DESENVOLVESP Prova: Advogado
Em caso de alienação de bem móvel alugado, o adquirente
a) poderá notificar o locatário para devolução do bem em 90 (noventa)
dias, se houver cláusula de vigência em caso de alienação.
b) estará obrigado a respeitar o contrato de.locação, se houver cláusu-
la de vigência em caso. de alienação, independentemente de haver
registro do contrato no cartório competente.
c) deverá respeitar o contrato de locação, havendo ou não cláu~ul~
de vigência em caso de alienação, na medida em que o locatário e
parte estranha à compra e venda.
d) estará obrigado a respeitar o contrato de locação, s~ houver clá~s~
la de vigência em caso de alienação, bem como registro no cartono
competente.
e) poderá requerer a devolução do bem tão some1te se o :ocatário foi
previamente notificação acerca da compra e venda e nao apresen-
tou qualquer espécie de oposição.
Gabarito: D
480 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano figueiredo e Roberto Figueiredo
E n?
caso de extinção do contrato de locação, sem registro e
com clausula de vigência, por conta da alienação do imóvel o con-
trato de locação será automaticamente extinto ou haverá prazo
para que o locatário busque um novo imóvel?
25. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm 2014
p. 1006. , '
Cap. 3 • Locação de Coisas 481
~ E na hora da prova?
Ano: 2012 Banca: CESPE órgão: DPE-ES Prova: Defensor Público
Acerca da locação de imóveis urbanos, julgue os itens que se seguem.
Se o indivíduo A adquirir do indivíduo B imóvel no qual, por força de
contrato de locação, resida o indivíduo e, presumir-se-á a concordância
de A com a locação, caso este não a denuncie no prazo de noventa dias.
Gabarito: Correto
26. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 976.
Cap. 3 • Locação de Coisas l.83
27. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
9ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 321.
28. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 193·
4S4 Direito Civil - Vol. 13 • tuciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
., E na hora da prova?
A banca examinadora FGV, em prova de concurso público realizado
para o provimento do cargo de Juiz do TJ-AM, ano 2013, considerou
incorreta a seguinte alternativa: "Em caso de óbito do locatário, ficarão
sub-rogados nos seus direitos e obrigações, nas locações residenciais,
o cônjuge sobrevivente ou o companheiro e, sucessivamente, os des-
cendentes, ascendentes e os colaterais até o terceiro grau".
Colaterais de terceiro grau não são herdeiros necessários, residindo aí
o equívoco (CC, art. 1.845)
Cap. 3 • Locação de Coisas 487
i . .. .. ·. · ..·. . . \
A cessã:â;·9'a'.'~f'' . . . l~/.rs~ ·ji~~(i '.(ifi'.f'empréSl:iffl'óA!? Jtnóvet •. ~~ta.1
ou ·pc:frdatmé~te, ·. . pe~de . ~(>.coilselltf~ento prév~o •~ ·por ~~~rito
éfo tócad~r, W:í IT!bdõ. :qt.te !"Ião se, ·p~e:mm.em. ·Não há a9ui extlnçãcf do
contrato prin'íiti"'º• mà$ sim ;$ub,sJ~~nci~ clê dois vrncutO:ir: um. çontrato
principal (locàção).e um acessório (sublocação).
o sublocatáriO.responde subsidiariarnente, ;to locador !?ela if9Pºrttl.n~la
que deve ao subtocador, quando este for derm.ndado e, ainda, pelos
aluguéis que se vencerem durante a lide;
7.5. O Aluguel
No que diz respeito ao aluguel este será de livre convenção,
mas o art. 17 da Lei do Inquilinato veda a estipulação em moeda
estrangeira e a vinculação à variação cambial ou ao salário mínimo.
Nada impede que o aluguel contenha índice de reajuste, diante da
percepção de ser uma obrigação de duração (CC, art. 316) .
É possível, evidentemente, que o passar do tempo acarrete a
necessidade de reajuste da locação, corno possível também será
que locador e locatário não cheguem a nenhum acordo sobre esta
situação. Nos termos do art. 19 da Lei do Inquilinato, não havendo
acordo, o locador ou locatário, após três anos de vigência do con-
trato ou do acordo anteriormente realizado, poderão pedir revisão
judicial do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço de mercado. Trata-se
da batizada ação revisionai.
r
~ Atenção!
Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as necessárias
à administração·. respectiva, especialmente: salários~ encargos trabac
lhistas! ~011tribujçõ!S, previdenciárias e sodais, d()s eropregado.s .d.o
coridórtiínio, córtSÚm() dé água e esgoto, gás, luz e força das áre,·as de
uso c9miJm, limpeza, cQnsérvação e pintura das instalações é depén~
dênc::ias de' uso comum, manutenção e conseivàção das instalações e
eqilip11meQtos hidráulicos, elétricos, mecânicos. e 1qe segur;ançade tis();.
c9mum, maQutenção e conservação das i11stal~ções. ~; eq11ipamentos•
dê uso comum âestlnados à. prática de espórtés e'làz~r,. rn~nuténção
e «;on~et"V,~Ção q:e eleva.dor!s• porteiro eletr~~i~o ·.~· ~.ffteh:!s .c;otétivas,
· pé'QÜ~no~ré'p,âros •n㧠dependências e rnstafã~õeS' .etétfltis: êi ttid~tl
Ueas.;de 1,1$().:comam, ,ratei os de saldo .devedt1r,. salv() se.r:et.erentes a
i:u~:río~O:~.aliterio~ ~.o lflf!!Jo da locação, reposiçiJ<> .~<>Í·~µq~o, ~,~.J~~~rvª'· ·
t(}talqu parcialmente utilizado no custeio ou complem~ntaç~(} das c!es-
pesas referidas . nas alíneas anteriores, salvo se referentes a petíoc!o
anterior ao início da locação.
~. como ~·Su~~~~~ri.~Ó11~,(~~~~Jü~·~~~~eodeq,.~.êt~~~k~:; . •.
NoAg~gt1c;f LiDEJ .· econ~~~
ceu. qúe ã~ mi
de. ltAqd~ji ~e
~itJuli~Q.~;. ~~~ti~~
-~.;~~tW~t~tiâ~tSaiâm.aI~iít ·. . . . . .
dad~ é é( ·.· p~6p. . .•. . fnoé'pe6tt~i'tt~ dest~ ttir sidi> o aií1:or da
degradaçi!J.0 , porqu~isfo decorre .d~.µi:ná.~obrigaçéi(I propt,er rem, que
adere aoJítuJo de t:tomfnicr91./ p!)sse.": Na. me.sma Unha atirm;:i o Trib,u11a1
da Cidadania.~er proPterrem a.obrigação. tributária real ele pagar o
IPTU (REsp~ 840.623~8.A)i. . . .
~ Fiquem atentQs!
Em sendo consequf!ncia do direito reál, o de-J.edodla obri~aÇão prop~
ter rem pode se livrar do seu débito, simplesmente, abandonando a
coisa. Claro. Uma vez não mais sendo proprietário, obrigação não há.
Tecnicamente é o que se denomina de abandono llberat6rio,ou renún-
cia liberatória.
30. ln Direito das Obrigações. i• edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2oo6. p. 22.
Cap. 3 • Locação de Coisas 493
3i. ln Curso de Direito Civil Brasileiro. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 29/30.
494 Direito Civil - Vol. 13 • LUcíano figueiredo e Roberto Figueiredo
., E na hora da prova?
A banca examinadora CS-UFG, em prova de concurso público realizado
para o provimento do cargo de Defensor Público (DPE-GO), ano 2014,
considerou incorreta a seguinte alternativa: "o direito de preferência
do locatãrio em adquirir o imóvellocado nas mesmas condições ofer-
tadas a terceiros, ausente manifestação inequívoca, caduca em 6 (seis)
meses, contados da data em que o locatário teve ciência inequívoca da
intenção do locador em realizar o negócio".
Depende:
'
..
"',-
~. Atenção~ ..•... ·.. .· ... > .. .. < .·.· .· •. . .. . .> .•.· ·• •··.·. <•
A averbação. dó cQntrato7de l.~4íiçã;~~ef~·f,~!~:~ V,.l~\a.,!'.t~:.~y~(q,ij~.~.~~~··
vias do paéto, desde que subsct'itó por duas testernúnhas. · · • •.
• E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: FCC órgão: TJ-AP Prova: Juiz
o locatário preterido no seu direito de preferência para a aquisição
do imóvel locado,
496 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
7.9. As Benfeitorias
~ E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: FCC órgão: TJ-AL Prova: Juiz Substi.tuto
No contrato de locação predial urbana
a) salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias
necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas
pelo 'locador, bem como as úteis, desde que. a1,1torizadas, serão in-
denizáveis e permitem o exercíciodo direito ~~ retenção'.
b) as partes não podem dispor a respeito da indenização por benfei'.
torias, devendo seguir só o que a lei estabeleçe.
c) as benfeitorias necessárias introduzidas, aindaqúe não autoriza-
das pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão
indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção, não
sendo permitida cláusula em sentido contrário, quando tratar de
locação de imóvel residencial.
d) as benfeitorias voluptuárias não são indenizáveis, podendo ser le-
vantadas pelo locatário, finda a locação, ainda que sua retirada afe-
te a estrutura ou a substância do imóvel, mas, neste caso, poderá o
locador optar pela indenização.
e) somente são indenizáveis as benfeitorias necessárias, independen-
temente de autorização do locador, não se admitindo cláusula em
sentido contrário.
Gabarito: A
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: FUNDEP órgão: TJ·MG Prova: Juiz
Pode o locador, num mesmo contrato, exigir do locatário qualquer das
seguintes modalidades de garantia, EXCETO:
a) Fiança e seguro de fiança locatí.cia.
b) Cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento.
498 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
c) Caução.
d) Seguro de fiança locatícia,
Gabarito: A
I> Atenção!
._ E na hora da p~va?
A banca examinadora FCC, em prova de concurso público realizado
para o provimento do cargo de Procurador Legislativo da Câmara Mu-
nicipal de São Paulo-SP, ano 2014, considerou incorreta a seguinte alter-
nativa: "É defeso ao locador receber de uma só vez e antecipadamente
os aluguéis e encargos locatfcios".
.- E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: CESPE. 6'rgão: DPE-PE ·Prova: Defensor Púollco
A respeito da responsàbili(iacfe civil, dâ p()s~e, do Usufruto, do con-
trato de locação .e das práticas cómérclais. no .âtn~ito çlo direito do
consumidor, julgue o item que se segue; · ·· , ·
Se um contrato CÍe · tocação de imóvel. urba nó residel1eiaJ ·for ;éstipu-
lado com prazo de duração de trinta e seis meses, findo esse prazo,
deverá o locador notificar o locatário para que se opere a resolução
do contrato.
Gabarito: Errado
Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o con-
trato a qualquer tempo, concedido o prazo de trinta dias para
desocupação, através de notificação premonitória.
D'outra banda, quando ajustada verbalmei:ite ou por escrito e
com prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a
locação prorroga-se automaticamente, por prazo indeterminado,
somente podendo ser retomado o imóvel por denúncia motivada
(cheia). São motivos para tal denúncia (art. 47): por mútuo acordo,
em decorrência de infração legal ou contratual; por falta de paga-
mento de aluguéis e demais encargos, para realização de repara-
ções urgentes determinadas pelo Poder Público e que não possam
ser normalmente executadas com a permanência do locatário no
imóvel; em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se
a ocupação do imóvel pelo locatário for relacionada com o seu
emprego; se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou com-
panheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente
que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de
imóvel residencial próprio; se for pedido para demolição e edi-
ficação licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo
Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo,
vinte por cento ou se o imóvel for destinado à exploração de hotel
ou pensão, em cinquenta por cento e, finalmente, se a vigência
ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.
502 Direito Civil - Vol. 13 • luclano Figueiredo e Roberto Figueiredo
.~~tf?J}i\!>J<,;Q>llllJ
l()c~tárip~'.' , ..···••
c);.~~m~~t~·~~~·~AP.~~~~be~t1y~ry1~qr;nd.~.·P~t'prazo indeterminado·e
oc~llti'ât9 hquv~t.sido, c;~tebrado por escrito e com prazo igual ou
suptri~r a· tnhtà tfiesês. '. ·..... <
·•d) Írie~.J~r:~l!a*ri~~·~:•te:fc'âçãd~se étkontre· pro·rrogada automaticamen-
.: ·tê,z:pór;pfazo l!'i~êterroiliado, po~ e~tar ~ndo o. prazo estabelecido,
ajf.!stá:qà' ~:~ó(a9iilr;,v:êrl.>á:tnfort't~JJ.t( por .escrito e ainda que cQm.
prazo infe'rior a·trindvmeses;• . .
\ >\'; ->:.',? ,;;j:,:,·, ~'·:'·-~··;'.:f•·(: '>'; •'.,'~:,«:»{;:~;\:·~·:'{ :~,j'r,::1,«: J ( ·(_,:!~. '•,',,J:>:: ::,,'-
i•, I ·:· • ': !;,»:,
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.·.•...•• B.. ···' · '.i:itiátk/ ,,,. :~~é· c:tl:re ·~~ré~·nidá i>or escrito por prazo sui>e-
., . • ,•1:f'rí" .. ·s·e~f··~"f> · ·... · · ., .... ···.
m.·.·.·e
-· : . .'·"':fr;-·
cadenciai.
b) Não se aplica. ;Í açã~ renov~tqria se uma das párte5 pess6~. fnte~
grante dá admlnistráção pública indireta, e é o caso; · · ·
i
c) Embora viável, em tese, a ação re'novatória, ela não é cabível qUan-
do o espaço imobiliário cedido encontra-se em shopping center,
cujo mix descaracteriza a locação;
d) Independentemente de o imóvel situar-se em shopping, a ação re·
novatória apenas é cabível quando a pessoa jurídica integrante da
administração é o locador. · ·
e) O contrato é regido pelo Código Civil, por força da própria Lei. no
8.245/91; assim, o ajuste deve ser interpretado como de cessão de
espaço, com a sua renovação compulsória submetida às regras do
Decreto- lei n° 9.760/46.
Gabarito: A
Qloc
te tegíti
de infra
Lei n. 8i .. /199,ti.(~~fde~L~Mc~~s) ~~P~l=ifl~;~~s,ti!í> qÜais ~·
exigida .a:prova da proprtêci:tadé:Para .9 aJuizamen~9 e ·dést:ie·
jo. N°'s d~mais éa~«l:s, eo'tr.ê 0$,quafs se ~ncorit ··· ·.. · âf!allsadós,
deve-se .. a!entaf'p~·ra a naturêiá. p~ssoã1.ac1:; QcaÇã.ó,· de
modo a c:onsiqenW de~nec:ess~rla. â condtçt~ '(r:lo !:>iara a
propositura da .dem~nçla. Adeniats, cab~. i~y pj(> ·da l;)oa-
·fé obJetiya; çuJa fiJrf~ó cíereí~vó ê lfüpectfü' ·tâ'nfü adote
comp 0 rt.âfn!f'\~,.~~~·;~~r,i!~f:!• . ·.·.. ~~~~~Ú~O,·.~:· .· · · .· ........·......
em cuja seriedade o outr0 .p;:i ...•.· ~e confiou. . ·....avez celebra-
do contr~tp'. d~· lo.§ti:~~9.:·.d~;,ih;t.~wet~,fere o·.atudid~;:t>rint:!p1~· íaatitude
do locatano qu.~f.all6$:eKet!;'e,~;.a,.•• i;H>sse dir;e~<1.,c;l.o+:imó~E11,, 1al~ga .que. o
locadqr, p 0 i>~ã{) ··· Q•.Prqprle~ári(),,dgi. . ·.. · · midade
para º aJ,lJ.lzílrn,li~ . :(~v~i@~Lªçi,p· d~ <;tês~ · . . . ·
a lei f!ãi:(e~!g~t.~s~~f .Ç1)11<;IJǪQ'tqci,d~ma:ndai1fé·~ ~t;S~J~
Min. RicafdOVJ!(a:s.~ô'íl~ Cueva,J9lga:clo em i9!?.1i~~3;.J.; ·
8. EXTINÇÃO DA LOCAÇÃO
RODOLFO PAMPLONA E PABLO STOLZE3 2 recordam que a "extinção natural
do contrato de locação se dá com o advento do seu termo final, por
aplicação do já analisado art. 573 do CC-02".
A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo
o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso.
É o que preceitua o art. 573 do CC. Após o termo final, o locatário
passará a ser considerado possuidor de má-fé e a sua posse será
qualificada como injusta (CC, arts. 1.200, i.201 e i.202). É a mora ex
re (automática).
Por outro viés, havendo prazo estipulado à duração do con-
trato, antes do vencimento deste o locador não poderá reaver a
32. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 232.
516 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~.it~~,,
aluguel; :ma:s semcp
574 dÓ.CC. .. ......
33. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. salvador: JusPodivm, 2014,
p. 1002.
Cap. 3 • Locação de Coisas 517
Prestação de Serviços
pelo qual uma pessoa se obriga a prestar certos serviços a uma outra,
mediante remuneração".
Originariamente denominado de locatio operarum a prestação
de serviço é um "negócio jurídico pelo qual alguém - o prestador -
compromete-se a realizar uma determinada atividade com conteúdo
lícito, no interesse de outrem - o tomador-, mediante certa e determi-
nada remuneração", como pensa FLÃv10 TARrucE 3 •
Srnm4 conceituam a prestação de serviço
RoDoLFo PAMPLONA E PABLo
corno sendo "o negócio jurídico por meio do qual uma das partes, a
chamada prestador, se obriga a realizar uma atividade em benefício
da outra, denominada tomador, mediante remuneração".
A prestação de serviços está diretamente relacionada ao direito
social do trabalho, visto de forma ampla e na linha do art. 60 da
CF, assim como à dignidade da pessoa humana, na forma do art.
1°, inciso Ili, da CF, afinal de contas é por meio do trabalho que se
obtém o mínimo para viver com dignidade.
A prestação de serviço é negócio jurídico típico e nominado,
consensual, não solene, informal, sinalagmático (os contratantes
são ao mesmo tempo credores e devedores), comutativo (a equi-
valência entre a prestação e a contraprestação já é conhecida de
antemão), personalíssimo (a morte do contratante extingue o pac-
to), de trato sucessivo, por meio do qual o prestador assume obri-
gação de fazer e o tomador deste serviço obrigação de pagar em
retribuição.
Exatamente por isto é que o art. 593 do CC/02 adverte de ma-
neira importame: "A prestação de serviço, que não estiver sujeita às
leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste
Capítulo".
5. GOMES, Orlando. Contratos. 26• edição. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 325.
6. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 764.
522 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
7. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 771.
8. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 764.
Cap. 4 • Prestação de Serviços 523
hipóteses de reparação civil, por ato ilícito (CC, arts. 186, 187, 421,
422) que venha a causar prejuízo (CC, 389, 927, 944, etc.).
Eis o que prescreve o art. 594 do CC "Toda a espécie de serviço
ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada median-
te retribuição".
Ainda sobre o objeto deste contrato é muito importante recor-
dar da regra prevista no art. 601 do cc, segundo a qual "Não sendo
o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho,
entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível
com as suas forças e condições".
Evidentemente, que a melhor força de compreender qual o ver-
dadeiro plexo de atividades assumidas pelo prestador de serviços
será por meio de um artigo chave do Código Civil, qual seja o 113,
segundo o qual os negócios jurídicos devem ser interpretados se-
gundo a boa-fé e os costumes do lugar.
Em um litígio, o magistrado levará em consideração, para decidir
de a atividade efetivamente desenvolvida pelo prestador de servi-
ço se enquadrava no objeto do contrato não apenas o costume do
lugar, mas a boa-fé também das partes litigantes, no comportamen-
to anterior ao processo, colhendo a prova dos fatos acontecidos na
execução do contrato, como também no comportamento durante o
litígio. Sem dúvida isto irá interferir no ato decisório.
o Novo Código de Processo Civil (NCPC) a este respeito contem-
pla importante norma em seu art. 5°: "Aquele que de qualquer forma
participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé".
Trata-se de dispositivo sem qualquer correspondência similar com
o anterior CPC/73 e de suma importância para a prática cível.
MAURÍCIO CUNHA, ROBERTO FICUEIREDO E SABRINA 00U1'1'-'.D09 sustentam que o
"Dispositivo tutela, em cláusula geral, o princípio da boa-fé proces-
sual, orientando a conduta das partes, que, embora contendoras na
lide, devem observar parâmetros éticos mínimos, de modo que se
afasta do processo a idei1J de que os "fins justificam os meios". A
io. DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil, Vol. 1: Introdução ao Direito Pro-
cessual Civil e Processo de Conhecimento, 14ª ed., Salvador: Juspodivm, 2012, p. 75.
Cap. 4 • Prestação de Serviços 525
b) poder;i
; ' .. "
sir
)<,' ."'' •, •
a
·ª'ssinadp rogo e ~ubscr:ito por dUClS t(?Stemunhás:
. .. ' ,. ",_' '"' 1 ; ;/ ' •• ' ','', ,'• '•
11. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 777·
526 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
17. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratas em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 775.
r Cap. 4 • Prestação de Serviços 529
t :~!'i~is~;~~ii14.'~~;1!\'n~OC~\>!lf~~1~~~i1zl(do'
noàno dê ~ooSiépáf.tfb·. pto~i.riientd .do.(~tgÓ:#e'prqcur,á~(jf::p9.EstMo .
·do cêail;i~~>n~J.r!~ro~rA:9rfeJ~'.tà.seg~iQ~~'.átt«fr:nativa::0~e)~;.conJrato de··
'i>resta.çã,ij~ q~ ~~l'.\(iÇêí*(9t q'.Ql.ls.5(),9µar,ítp à;,í'~!rib.~lc;ão ·<J.eV!ft~ · a9 pres-. ·
tad9r\.d~,~~rv19,9:~: h.~Y~~~.gJ~côr,~~ 0.~!~1~~ ~~~'~;9~.f~ff· à:~ãTf~n:e~
~~··e~§~!~. .. ,91~~*tt~«P:E~. . .\ti!/J:4.~~T!º º'. $~d9'":·i··
Logo em seguida, o art. 597 do cc afirmará que "A retribuição
pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costu-
me, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações".
~ E na hora dá}prpva?
A ba~ca.eiamittadora F<tG, eín próva'<te.·~p~~~~i),pú9U<i().realizado ·no
ano de 201~, .para o. próvimento ~o ~rto.. d~ J~i~ d() J~~alho do _nu
6ª Re,giãô, ~º 9uestio~ar,,~~.er~a· q~ .ê~.r!l"~~~·:~e:··P,rJ~!~.ç~()·• ~e. serv1~0,
JiJlgolJ ·tN~O.~~ETA,~f 's~~i~te aJternatt~~;f'~.~~~[i~111ça.()::~~g<tr;se-ã antes
de prestado o.~erviço, salvo se P9f.c()~v~.ll~o ou costu.me t1vet de ser
paga depois de prestado •o serviço' ou eftrip(estâções";• . ·· •·
; , ~,, I
., E na horàda:~Ff;i~~'. 'i;;' J : ;. ,
i8. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 497.
19. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 282.
Cap. 4 • Prestação de Serviços 531
.- E na hora da prova?
20. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civ'.1. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPod1vm, 2014,
p. 782.
532 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo r
NÇ> quetah~~~ i:;r~Sí:~çãô ~e!s~,Z,içó, ern prova de concurso publico·re-
alÍzado no áno ele 2015~ pata ó ~rovimento do cargo de Juiz:do Trabalho
substitutó1do TRT 6• Região~ ~' bánca FCC considerou INCORR!ITÁa seguin-
te alternativa: "mesmo qu11 o contrato tenha por. causa o pagamento de
dívida çle quem .o prest;:i, ou ;:iinçla qtíe se d.estine à execução de cert;:t e
determinada obra, não se pode convencioná-la por mais de dois anos".
> ' ' ' ' ' ' ,. • '
6. A EXTINÇÃO DO CONTRATO
21. PAl.1PLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 290.
r Cap. 4 • Prestação de Serviços 533
22. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
io• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 487.
23. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 287.
24. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 785.
534 Direito Civil - Vol. 13 • LUclano Figueiredo e Roberto Figueiredo
o art. 300 do Novo CPC (NCPC) prescreve que "A tutela de urgên-
cia será concedida quando houver elementos que evidenciem a pro-
babilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo", tendo, de acordo com o §3° desta norma processual
"natureza antecipada" de modo que "não será concedida quando
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão".
., E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: fCC Órgão: TRT - 1• REGIÃO..(RJ) Prova: juiz do .Trabalho
Substituto · · ·· · · ··
Fernanda contratou serviços ele consultÕfia de rnoda, sém vínculo traba-
lhista, a serem prestado$ pessoalmente põrÇibele, que·n~o é empresá-
ria, pelo prazo de seis anos~ Passados exatos dois anos~ e sem motivo,
Cibele foi despedida, p!i.da .·lhe• sencló pago~ exceto pelos serviços até
então presta cios. Neste caso; tendo ·e.m conta as regras do Código Civil,
Cibele tem direito a rec.eber:
','\', '. ,. '· '. ,1' '. •, ··.· ," ': '.
~. E n~hQta•dctp~~?; .".: .·• . . ·.•.·. .·.· ./ < j• <?C \ .·. ..·. ·. •· . . . .. ·.·.·· .
Nc>,que;~~rig~. o c9ntra~~~,cr~(·Pr~~t<fç~~;;~~0,$~()Viç~r~tn,t>rovà de .Ponc(Jrso.
públicgr«?all:z~9o. n9 . <t.f'~ .~~ · · .;;a;,Qf~i,,fm~~.t~:~H ~~~~ d~ .~n~:
lista Jt,1dJciârio ·do:TRT ~:i,a; ~e q~;fÇC.J~lgoU C91'J'.f!t~ ··~·· segwn.te
. alt~ro'!ilv~j·.:IJ~.o,pode.râ:t,'... ·;#~!!'ti~?~!r~!~~1~~~.;sêl)1lçQs,aJ!J.~?
ta(:los é.não. poderá dar sü ··
, . • ,,,;, ,, i '', •' "' ''}/
os· preste~"; · ·· ··· · ·
''·,'.",«. ,,,:, ,,;
·
26. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 497.
Cap. 4 • Prestação de Serviços 539
~ E na hora da prova?
Ano: 2011 Banca: FCC órgão: TRT - l~REGIÃO (RJ)Prov.i: Jui~ do Tra~àlho
A respeito do contrato de prestação de.se~içb, conside!'e~a,sseg~i~t~sj·
àftrmações: .· . ·. ·.. ·. . . '. ;: .. r • :·~~21 ; ·'.1t't; .
t.. ·. A presia:Ção de serviço não .se. p()~éii; cÓn'\kJnci()nar·· í:J.~ . )/~·~~·.
qúatro anos. '· ··. ,. . . .. .• ,..; !• •.. , •• , rr:,,:..:i::::··
11•. Não se tendo. estipulado, riem cJl~g~clb ~~~~f~pa,5 ~itttê~,ti*~f,f§~,á;'
por arbitramento a retril:>uiÇão. · ·• · ·
Ili. Qui:tndo qualquer das partes llão s~üh~:r ler ~e~ êscrevê'r, o ffi~~~
mento de contrato poderá ser fitrrt:fd() pÔr instr~mento;'pbblf~Ó óu ·
por instrumento particular assinado a rogo. por outrem, mi presençà
de, pelo menos, três testemunhas que o subscreverão. ·
IV. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar
serviço a outrem pagará a estea importância que ao prestaq~r.de
serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.
v. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir; .da natjJreza
dbcont.rato, ou do costume do lugar; as pattes não poderãQ re$Olyê·
-l<fantes•de um mês. ·· · · · ·
540 Direito Civil - Vol. 23 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
r
Estão cor~etas as. aflrmaçõ~s
,, ' ' ', ' ' ,, ·i .',•'• ',·',
á) Ili, IV eV.
b)l.lle
27. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 785.
r Capítulo.
Empreitada
3. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGUANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 241.
Cap. 5 • Empreitada 543
4. GOMES, Orlando. Contratos. 26• edição. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 362.
5. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10ª edição. São Paulo: Método, 2015, p. 501.
544 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
~ E na hora da prova?
Ano: 2014 .B.anca: CESPE órgão: Câmara dos Deputados Prova: Analista
Legislativo
A respeito dos contratos de prestação de serviços, empreitada e man-
dato, julgue o item subsequente.
Part.e. superior do formulário
A empreitada é contrato consensual, bilateral, comutativo, oneroso e
por prazo determinado.
Gabarito: Correto
6. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 301-302.
Cap. s· Empreitada 545
~ .~~fü;,ã9!,1 •··
A1Pdbniga~$?;1,d:~1;t<?rrtec7r; :os i;ú<1-ter1als;/~~P'.~~ 11JGes.u,roe.• re~ 1ultl!,1c;ta lei . 1
2. MODALIDADES DE EMPREITADA
De acordo com a legislação cível a empreitada poderá ser ape-
nas de lavor (empreitada de obra), ou poderá ser empreitada mis-
ta (de materiais, quando o empreiteiro assume além do trabalho,
a obrigação de fornecer os materiais).
Em outras palavras, o contrato de empreitada pode ocorrer
com, ou sem a obrigação de o empreiteiro fornecer materiais. Nes-
ta última hipótese, ou seja, quando este for contratado com o de-
ver jurídico de também fornecer os materiais, assumirá o emprei-
teiro os riscos a este respeito até o momento da entrega da obra.
No caso da empreitada exclusivamente de lavor, o empreiteiro
atuará executando a obra, recebendo os materiais do comitente.
Sem dúvida, a responsabilidade civil do empreiteiro aqui será me-
nor, afinal de contas não assumiu o fornecimento dos materiais, de
modo que não responderá pela qualidade e riscos destes.
Na empreitada mista, a responsabilidade civil do empreiteiro é
maior, porque envolverá tanto o trabalho em si, quando os riscos
pelos materiais. Importa isto dizer que se o resultado não for obti-
do seja por conta da má execução do trabalho, seja por vícios nos
materiais, haverá responsabilidade civil do empreiteiro.
Sobre o terna, reza o art. 611 do CC "Quando o empreiteiro fornece
os materiais, correm por sua conta os riscos até o momento da entrega
da obra, a contento de quem a encomendou, se este não estiver em
mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos".
Cap. 5 • Empreitada 547
~,· ·.~ ·•.G d,·.:~ .· ~ · .,~ · .,~.·~.·~.·~ ª..· ,~.· .·.:.•~. ·.b:.c,:.~·.~· '·. :~~~aU~~;J~~ftr
...r.•,k.',.•.'º. . . .•.
te.at~er,n<ttJvâ.: "~~ri$êín~d ,
.••,•. .•·.;
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· ··· ... &à'~~.
···;Q~9.~,~~r~!J
q;~o,f:l;ó,'n.\<l'·d(J
donóse ' ~~ti~~r~dr~(itá'deá iet~b~~'Üi rQSl que:ô errtprê:it~ifo
teriti,~)orn~cjdó osrtia,erlatS 7 ': • ' ' . . ' •.•... ·.·· •• ·. ···' ' '
8. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 303.
Cap. 5 • Empreitada 549
2.4. Engineering
"O contrato de engineering pode ser definido, em linhas gerais,
como uma empreitada de grande porte destinada a construções de
maior vulto e valor econômico, envolvendo, de ordinário, subcontra-
tações e a posterior administração de um bem. Envolve a constru-
ção de indústrias de alta tecnologia, que, seguramente, provocam o
desenvolvimento tecnológico do país, na medida em que permitem
10. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito de Construir. São Paulo: Malheiros, 1995, p. 240.
11. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4ª edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 789.
552 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
r
!
12. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4ª edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 789.
r Cap. 5 • Empreitada 553
13. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
loa edição. São Paulo: Método, 2015, p. 502 e 503.
14- CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contra-
tos. Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4ª edição. Salvador: )usPodivm, 201A,
p. 819.
i5. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito de Construir. São Paulo: Malheiros, 1995, p. 282.
Cap. 5 • Empreitada 555
5. DO PREÇO DA EMPREITADA
'-"- -'<' . . . . "·\' _,,z;{:-;.\\/ .-,:,:;"-: .:-:,·"::.;, "",<·, )._!, , ·: f L~-:0;::'.·/) ", ·»~-·, -:s !: .,, ~_':: :· ),,~·:'.;'~~,riLy\_1· 0::,,--:)J_ ~'. : :-. '.--:. t
lüdus~. a .. v sde contrath de. empreitada com pre~ g.lol:>al ce11ô e
ajustàdo 1nô>respectlv!'.l ins~rumento;.· c;ontbatou···q:empr:elteíro::Petrus
p~ra reform,ar'<,l su~,,resiqêoc!~~,ouraf1t~ ·. mr~f.Qrrqa.; ;oLipret;o de ;rner·
cadQ;;.dos,mate.rial~:softe.ure<J,t,J.ção~.de.1.2% do preçQ global(;onyendor
JW9~ · ,.c;%.§Ri,,() J~JX~~Qi;~19.~~1 ÇQ.n~er;i.,clqnado~. ·ª'· p~clic1().:do 09ono
.qà,.:O: ;:1;~[;;,C.10f;;::sist~·f.í'L:1;:~ · ·· · · ·· · · · · < ··
a) pod'er& nr~ii:ísto;. pa~télue!seJhê assegure a diferença apurada
b) não poderá serr~viSto, pó.(que.<() Ç()ntrato faz lelentre as partes.
c) só poderá ser revisto, se a.redução ocorrida no mercado for supe-
rior. a 20%., . .. \..
d) só poder,ia ser.revisto se a redução ocorrida no mercado fosse .do
preço da m.ão de obr;:t. · ··
e) só comporta redução se º'preço do material e também da mão ele
obra for superior a 30%.
Gabarito: à
~ E na hora da prova? ·
Em prova de concurs~ público reali~ado para o provimento docârg()
de Promqtor de. JÍ.lstli;~: do Mri~·J>B, ~no 2010, foi considerada INC()fiREfA
a segu!rite alternativa: "S~m ;anu~ncia de seu autor, não pode o pro-
prietário c;la obra introduzir modificaçã<> no projeto por ele aprovado,
ainda qti~ a execução seja confiada a terceiros, que as alterações sejam
de pouca importância e que se mantenha a unidade estética da obra
projefada ".
17. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos contratos e Contratos em Espécie.
lO• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 504.
Cap. 5 • Empreitada 561
18. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 816.
562 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
·.".:et.m.",,,iit·ali\'
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,
5. EXTINÇÃO DA EMPREITADA
Mandato
5. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 360.
6. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p.
909.
7. GONÇALVES, carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
São Paulo: Saraiva, 2004, v. Ili, p. 386..
Cap. 6 • Mandato 567
'háí
fnla
"êrlul'
evifüe:
'ávan •. . .o:J:çi~~fjí;rna; sençlo;
'verc.ta <;Jjnti (til~.s~;t(!fere ã ins,; •
trumeryt,'!í<I~ .l(lªj:je.. d.~1;~.t~cesso Civil.·
RODOLFO PAMPLONA EPABLO STOLZE 12 recordam que importante "mudança
de diretriz da nova codificação" residiu exatamente no "entendimen-
to de que a exigência de reconhecimento de firma não é um requisito
indispensável para a validade perante terceiros, mas, sim, uma for-
malfdade que este mesmo terceiro pode exigir ou dispensar".
O contrato de mandato é um negócio jurídico consensual, típico,
paritário ou de adesão, nominado, comutativo, informal, não solene,
personalíssimo, por meio do qual o mandante transfere ao mandatá-
rio poderes de administração para a prática de atos de administra-
ção, que encerram obrigações de dar ou de fazer, via de regra. Neste
sentido, CR1sT1ANo CHAVES oE FARIAS ENELSON RosENVALD' 3 e CARLos ROBERTO GoNÇALvEs' 4 •
12. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGUANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 369.
13. CHAVES OE FARIAS, Cris.tiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 909.
14. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
São Paulo: Saraiva, 2004, v. Ili, p. 413.
Cap. 6 • Mandato 569
3. CLASSIFICAÇÃO
É possível classificar o contrato de mandato por várias pers-
pectivas: quanto à origem (legal. judicial ou convencional), quanto
15. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10ª edição. São Paulo: Método, 2015, p. 557.
16. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
São Paulo: Saraiva, 2004, 'J. Ili, p. 423.
Cap. 6 • Mandato 571
17. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10ª edição. São Paulo: Método, 2015, p. 558/560.
572 Direito Civil- Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
b) mediação.
e)
d) a<;ordo
e) dedsão jú,dlcial.
Gabarito: e·
18. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 920.
574 Direito Civil - Vol. i3 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 366.
Cap. 6 • Mandato 575
b) Poderes Especiais.
Na melhor forma do § 12 do art. 661 do CC para "alienar, hipotecar,
transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administra-
ção ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos".
Estes são alguns dos poderes especiais ilustrativamente inseridos na
norma e que não se presumem, razão pela qual para que o manda-
tário possa exercê-los deverá contar com expressa procuração a este
respeito, com expressão menção destes poderes no instrumento.
19. PAMPLONA flLHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 373.
Cap. 6 • Mandato 577
~é~~ó:~~~~t~~ià
o quesé.a~rma;e'!ni1à;
a) 1, 11, Ili, 1v e V. · · ··
b) li, Ili é V.
e) 1, IV e V.
d}!, Ili e IV.'.
Gabarito: a
20. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 928.
578 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
21. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
10• edição. São Paulor Método, 2015, p. 553.
Cap. 6 • Mandato 579
nome, ainda que o negócio seja por conta do mandante". Vale dizer,
não há, de rigor, relação jurídica entre o mandante e o terceiro,
mas apenas entre o mandatário (em nome próprio) e o terceiro.
Por isto, o mandatário restará pessoalmente vinculado.
• En~tto~•·clª,p~? . ·.•..·..· · ·..· ·........ ·· ·•• ·. ·.· ·.· .. ···.·•. ·..... ·• .·· ..•· ·.. ·· .·
~:~t~·~~~:r:f
!:ort .··
"t~mt~~t~~~~~~f~t~H~~:~~~~~~~z~~~i~;~6~'i1a~~~~
"Sem fü •· ne.·o{' 'iõ .e.stf i.ílar .oe-
g~~i . '·211~~fíri~~ãli\t,J. . •'f!ê'"i/'JIM~: rJs~
e
~ E na hora da prova?
Ano: 2015 Banca: CESPE órgão: AGU Prova: Advogado da União
A respeito dos contratos, Julgue o pr(lximo item .à luz do Código Civil.
No mandato outorgacjo por.mandante capaz, são válíd.os os atos pra e
ticados por manditário corfl dezess~.i~ anos de idade;. ainda que não
emancipado, desde q~~ f1ãp sejélm exçedidos os limites dQ mandato.
Gabarito: correto·
Cap. 6 • Mandato 581
4.6. Substabelecimento
Nada obstante o contrato de mandato pressupor uma relação
personalíssima, o Código Civil expressamente admite a cessão dos
poderes recebidos pelo mandatário à outra pessoa, transferência
esta que se realiza por meio de um substabelecimento com ou sem
reserva de poderes, como advertem CRISTIANO CHAVES DE FARIAS E NELSON
RosENVAL0 22 •
Por força da legislação brasileira, portanto, o mandatário po-
derá substabelecer, ou seja, transferir os poderes que recebeu a
outrem, total, ou parcialmente, como autoriza o art. 667 do CC: "O
mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na exe-
cução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa
sua ou daquele a quem substabe/ecer, sem autorização, poderes que
deveria exercer pessoalmente".
A norma é tão curiosa que o §i 0 deste art. 667 do CC apresen-
ta intrigante preceito: "Se, não obstante proibição do mandante, o
mandatário se fizer substituir na execução do mandato, responderá
ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sop a gerência do subs-
tituto, embora provenientes de caso fortuito, salvo provando que o
caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse havido substabelecido".
A análise destes preceitos evidencia que é possível o substabe-
lecimento, delineando a responsabilidade civil do mandatário que
substabeleceu, entre outras questões.
5. MANDATO JUDICIAL
O art. 692 do CC prescreve que "O mandato judicial fica subor-
dinado às normas que lhe dizem respeito, constantes da legislação
processual, e, supletivamente, às estabelecidas neste Código".
A bem da verdade, o tema do mandato judicial é submetido à
disciplina do direito processual civil e também do Estatuto da Or-
dem dos Advogados do Brasil, vale dizer, a Lei Federal no 8.906/94.
22. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 923.
582 Direito Civil - Vol. 13 • Luciana Figueiredo e Roberto Figueiredo
O art. 103 do Novo CPC (NCPC) prescreve que "A parte será repre-
sentada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil", inaugurando o tema do mandado judicial no
ponto da capacidade postulatória.
Na lição de MAuRíc10 CuNHA, RoBERTo F1GuE1REDo E SABRINA DouRAD0 2 3 "Trata-
-se de um pressuposto processual subjetivo de validade do processo
consistente na capacidade de pedir e responder em juízo. Além do
advogado, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública
são dotados de capacidade postulatória, no exercício de suas atribui-
ções institucionais. A ressalva da parte final do dispositivo garante a
manutenção de garantias processuais assegurados a determinados
seguimentos vulneráveis da sociedade, a exemplo da mulher vítima de
violência doméstica e familiar, a quem é assegurada a prerrogativa de
postular diretamente em juízo a concessão de medidas protetivas de
urgência, por força dos arts. 22 a 24 da Lei 11.340/2006".
26. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 380.
27. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 925.
586 Direito Civil - Vol. 13 • Luciana Figueiredo e Roberto Figueiredo
Por outro lado, a teor do art. 669 do CC, o mandatário não pode
compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos que, por
outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte. RoooLFO PAMPLONA E
PABLo SroLZE29 ressaltam que a "justificativa do dispositivo é muito sim-
ples: é obrigação do mandatário realizar o mandato de forma bené-
fica ao mandante. Se, no desempenhar desta atribuição, granjeou-lhe
proveitos, nada mais do que se espera e deseja".
!í.,
29. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civt1.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 382.
588 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
30. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de Direito Cívil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 384.
590 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
8. IRREVOGABILIDADE DO MANDATO
A regra é a de que o mandato é revogável. Portanto, o mandan-
te terá direito potestativo de cancelar, desfazer, cassar os poderes
que transferiu ao mandatário, revogando e extinguindo o contrato
desta maneira, como advertem CR1snANO CHAVES oE FARIAS E NELSON RosEN-
vAto3•. No mesmo sentido, CARLOS Rosrnrn GoNÇALVEs.32
31. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALO, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4ª edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 933.
32. GONÇALVES, Carlos Roberto. Curso de Direito Civil Brasileiro. Contratos e Atos
Unilaterais. 9• edição. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 417
Cap. 6 • Mandato 591
33. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 360.
34. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 387.
592 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
.- E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca; CESPE órgão: Câmara dos Deputados Provai
Analista Legislativo
A respeito dos contratos de prestação de serviços, empreitada e man-
dato, julgue o item subsequente. ··
Terá eficácia perante o mandatário a revogaÇão do màndato com a cláu-
sula e.m causa própria por simples iniciativa do outorgante:
Gabarito: Falso
.- E na hora da prova?
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: SP-URBANISMO Prova: Analista Administrativo
É correto afirmar que no mandato conferido com a cláusula "em causa
própria":
a) o mandante pode revogá-lo a qualquer tempo, indenizando o man-
datário por eventuais perdas e d;:i.nos ..
b) nãc há sua extinção em decorrência da morte do mandante.
35. CHAVES OE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 935.
Cap. 6 • Mandato 593
9. DA EXTINÇÃO DO MANDATO
Nos termos do art. 682 do CC cessa o mandato: pela revogação
ou pela renúncia; pela morte ou interdição de uma das partes;
pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os
poderes, ou o mandatário para exercê-los; e, finalmente, pelo tér-
mino do prazo ou pela conclusão do negócio. Estas são aquilo que
CRISTIANO CHAVES DE FARIAS E NELSON RosENVAL0 36 denominaram das causas
genéricas da extinção do contrato de mandato. No mesmo sentido,
CARLOS ROBERTO GoNÇALVEs37.
Revogação, renúncia, morte, interdição, mudança de estado
que inabilite um dos contratantes e conclusão do negócio: eis as
causas de extinção do contrato ele acordo com a lei.
36. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e <:ontratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014,
p. 937.
37. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil l.lrasileiro. Contratos e Atos Unilaterais.
São Paulo: Saraiva, 2004, v. Ili, p. 437.
594 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
38. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4ª edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 929.
Cap. 6 • Mandato 595
Empréstimo
4. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 241.
600 Direito Civíl - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
s. GOMES, Orlando. Direitos Reais. Atualizador Luiz Edson Fachin. Rio de Janeiro:
Forense, 2008, p. 58.
Cap. 7 • Empréstimo 601
~. .:.º:tungív~1.···a·eef~~p1~i
. ªºh·d·.·. ~·.~. º.• ~ª.•.:. v.:.
a) . •.
··.e.'°..m·
·. ·1. .·~.té~}iij:i;i;\c'~;~;..
do''~i·
:.e.··.·.i.s.:tim·'.···i···.º.•. .
•.
·······"
•.•. •!l~~~~~.·~~~~}t~~~~~.
tâtc<{~qqcot:r~i~ílJ'~llJ· .··....•...•. •··.·. ··. . .. . ... :
b) t~rii&e1, à exem~to <J~,ó . ·.·.· ·. .~rt · .. · ~&l"éJJ~â~tj~t ~~l1i1~Jór,
aperfeiçóando-se. com a,.tradií;ã'.011. dife~~ntem~J;tte.<dÓ Ql!f <;idorre
com9·mú.tuQ; • > .··. ·•· · · · . ·• , / • ·. . > ••... ·...•.•..•.. ··•
c) infungívet a exemf>l<>.• f1?;dirfüeiro1 a~~~éi~oançhj·Se com Q (lC(Jrdo
de vontades, tal. comoiócorre com o motuo. <.
d) infungível, a exemplo..de obra d~ ar!;~. ~utografada pqr seu> alftpr,
aperfeiÇóando-se côm ó acordo de vontades, tal como ocorre com
o mútúo. ··
e) infungível, a exernpló de· obra de arte autografada por seu ~utor,
aperfeiçoando-se com a tradição, tal como ocorre com o mútuo.
Gabarito: e
604 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
b) DepósitJ Jbtuntário'..
e) Comodato,
d)
:
Doação.:
,··· '·._,1,--"·'·
Gabarito! e\ •
Por outro lado, "São consumíveis os bens móveis cujo uso im-
porta destruição imediata da própria substância, sendo também
8. Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente
o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver
feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só
produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o
vulto dos investimentos.
Cap. 7 • Empréstimo 607
9. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de Direito Clvl.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 242/244.
608 Direito Civil - Vol. 13 • LUciano Figueiredo e Roberto Figueiredo
b) Contrato unilateral.
Diz-se unilateral o contrato quando apenas uma das partes pos-
sui oneração. É o que ocorre com o contrato de comodato. Neste
ajuste, o comodatário assume obrigações e direitos. O comodante
não terá qualquer tipo de contraprestação.
e) Contrato gratuito.
o comodante não recebe remuneração alguma à vista do em-
préstimo de uso. O comodatário recebe a posse do bem de modo
que se-lhe-é autorizado usar do mesmo sem, contudo, assumir, em
contraprestação, qualquer tipo de dever jurídico de pagamento em
relação ao comodante.
Observe-se que o pagamento eventual de despesas pela con-
servação ou pelo uso em si -à exemplo do pagamento de combustí-
vel para utilização do automóvel emprestado - não desnatura esta
regra, na medida em que, de rigor, não configura contraprestação,
comutatividade ou sinalagma contratual. Trata-se de mera despesa
usual para utilização da coisa.
d) Contrato fiduciário.
A lealdade e a confiança se destacam no âmbito do contrato
de comodato em relação às demais modalidades contratuais. O
empréstimo traduz uma conduta humana de nítida consideração e
fé na credibilidade daquele que se beneficiará do uso.
Justamente por isso e, ademais, por conta do caráter intuito
personae, é que o comodato terá outra característica: a intransmis-
sibilidade tanto inter vivos como causa mortis.
e) Contrato temporário.
A posse em sede de comodato é precária e será transferida nos
exatos limites da necessidade e do tempo de uso, de maneira que
não se imaginaria um contrato de comodato perpétuo. Comodato
perpétuo seria, enviezadamente, uma doação.
A propósito, o art. 581 do CC prescreve que se o comodato não
possuir prazo convencional, "presumir-se-1he-á o necessário para o
uso concedido", motivo pelo qual o comodante não poderá, "salvo
necessidade imprevisra e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o
Cap. 7 • Empréstimo 609
~):~·~~~ d,~J~~var .· . . ·. .. . r
Ano:. 2015 .~anc:.a: FCC 6~p: DPE".SP Prova:. Defensor Públlco
Marcos co"mpárece à Defensoria.. Públic~ alegando que vivia em união
e
estável ·comRaquel que, para moradia do casal, sua s0 gra Eunice ce-
deu-lhes ~de boca" uma casa de. sua propriedade, Durante o curso da
. União: O#sal édnstrUiU'.Utn. quarto ê banhefto'.nafcáSa que já existia no
lerre:no,• alé.IJÍ•da re<lli2:a~o·derêformas aleatórias c~mo ~focânamento
e flaÇão>dtolTe ·que a união ·estávét h~vida entre Marcos e Raquel foi
•di~spJvJÇ!~\~,~E,t.1rtlc:e1 n~tlfiçq1,1:~ora:4.elxar~,im9Ye:f . l)lo.Pra~O"çfe 15.(quinze)
··dla.s~ 1'1f<>rrn<?(J•Ma,rçps, airrcla, que: sempre . pago1.1 o IPTU. e tai<as. condo-
níiniais. do im6vel. Desse modo, ·
. a) ó tdmÔctiitáfiô qÚe ;sê: n~gar 'a ;r~kituir ~ coisa vencido o pràzo
côntratuàl r>ratié:a esbulho; ·porém, cóntrâ ele .não é cabível ação de
reintegração de posse, Visto ser O comodato l.lm contrato real.
b) tendo ém vista qtlê Marcos pagava os impostos e taxas gerados
pelo imóvel~ não há que sê ralár em comodato, visto ter este con-
trato natureza Júrfdica unilateral e gratuita. Configura-se, no caso
.em.tet~;·um contratóde lócaçã~ por prato indeterminado. Assim, o
o
pràzó para ele detxar Ímóvel se~la 'dé3() (trinta) dfas, conforme
J)revlsfo na leFde lcrtâÇão de fri16vêts urbànos.
Cap. 7 • Empréstimo 611
Gabatito: ~ ·
10. CHAVES DE FARIAS, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Contratos.
Teoria Geral e Contratos em Espécie. 4• edição. Salvador: JusPodivm, 2014, p. 739.
612 Direito Civil - l/ot 13 • LUciano Figueiredo e Roberto figueiredo
O cÓJbo
coisás<f .· .. . ·. . . . •. . . ·.d:ê'$ ·:
~fu~.~.~#í.~:~~b.Q~.~~.:.~~~~;:~. :~.c~s~q.m~.·~)1
b) Se, cor:ren·d·()'.ri~co · ·o b"J~t o d i) COO)
• · ·• ,() · · · od._t. ·· 1u..
: ~ p)1
fü~.~~~:r1d~!~
utro.. ..,.. ·~.·
:·o. . s. ··;.!···
.. <>.
: ~~~i~~J~§.~i:~1:~;;f~b.~J:;1tt~~~!~~;r.;~trf:;
tabelecido por; pf"azo lndetermil)add; qualquer qutf seja a natureza
do uso co?ce~ido,. Poct~nd<t(<> ·.~oíl)pdftnt~ p~gir:1ª: r~stit~içã9 ~a
coisa à qualquer tempo;.:desâ~ ~ll~fJl~i:Ji~n~é'~~iijifnicaÇão Pr~yi~1.e ·
inequívoca~ asi;lrt~lanclo· praz9,(:le 3()cth:tl). ·· ·· · · · ·
Gabarito:. b•·' . ....· : .. ; .. . . ; .. L • •y ··;•• e .
:saria.mente..onero.sor · • · . ·•·.·. · · · · ·
d) amb~s s~o, nece.~sarJamente gratuitos, CQnt~cl~ aquel~ tem por ob-
jeto coisa fungível .€!.este tem por ,pbJE!t() coisa infungível.
e) aquele tem por objeto coisa rungí~el, p'Ódê~dó sér gratuito ou oneroso
e estetêlTf pór objeto coisa infungível e é nec:essariamente gratuito.
'-".,,,> •,,,,,, ,;' ·.:,. ,, ,_•\ ''<>; ' • , ' ,., ' ,- - - '
Gabarito:'ê
12. PAMPLONA FILHO, Rodolfo e GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil.
Contratos em Espécie. 6• edição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 255.
i3. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
ioa edição. São Paulo: Método, 2015, p. 526.
Cap. 7 • Empréstimo 615
14. RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil - Dos Contratos e das Declarações Unilaterais de
Vontade. 30• edição. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 3, p. 265.
616 Direito Civil - Vol. 23 • Luciano figueiredo e Roberto figueiredo
15. GOMES, Orlando. Contratos. 14ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 1994, p. 318.
Cap. 7 • Empréstimo 617
~~~-~ij;
que~s.··institUÍçõ~s··bánt~
poslçõé:; do Decretó 2~ió2 .· . . ·. 33 flif<}
enC(lrgos co6raêt9s nás <Úie~Çõe~i
privàdas, que· iot~grcurr p ststemq:finitn~~'iió
N.o . mesrno sentid~···cáriliilfiâ 7~~-síit~~it.J'ijj·
la 382, segundo a qual "'A~S'itvui~~tf();4é ... ·. .· .
a 12% ao ano, por Si;Só,Mo·llliitt:àa6µsiVfdadtt~,a~$fnH6'ril' ma SIÍ-.
mula ~79, par~. q,ual . "Nos f;:q~tf~fl"Js b()Ô~~~p~ •iJjj8 r~gido~; pot:légisfdÇiJo····
especifica, os 1uros moratórlos poderão ser convel'ie1onados até o limite
de l % ao mês". · · · · ·
i6. TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e contratos em Espécie.
lo• edição. São Paulo: Método, 2015, p. 517.
618 Direito Civil - Vol. 13 • Luciano Figueiredo e Roberto Figueíredo
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