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Aulas 1 e 2 (sinopse): I - Orientação geral sobre a disciplina. 1. Mensagem introdutória e objetivos para a disciplina. 2.
Conteúdo da disciplina “Contratos I”. 3. Sítio eletrônico de apoio e bibliografia básica. 4. Aulas e avaliações. 5. Contato
com o professor. II. Direito dos Contratos I - Visão geral. 1. Enfoque inicial. 2. Localização, conceito atual e distinção. III.
Pressupostos. 1. Enfoque principal. 2. Pressupostos de existência. 3. Pressupostos de validade. 4. Elementos de eficácia.
5. Conclusão.
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carreiras jurídicas os futuros profissionais do Direito estarão diante de lides constantes em torno da
formação, desenvolvimento e conclusão dos contratos, o que somente indica a importância crescente
do conhecimento dessa disciplina para o corpo discente.
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pretendidos pelo professor com as avaliações, o que recomenda preocupação com a frequência e
aproveitamento das aulas com a resolução de dúvidas. Outrossim, relembro aos alunos e alunas que
se faz imprescindível que as aulas sejam acompanhadas com o Código Civil (Lei nº 10.406/2002)
para maior aproveitamento e reflexão sobre a correta interpretação dos dispositivos legais.
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Novus Justinianus Codex
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“[...] Foi em Roma que mais resplandeceu o direito. A partir do Século V antes de
Cristo, iniciaram a fluir importantes leis, como a Lex Plaetoria, de 490 a. C., formando o jus civile e o optimum jus civium
romanorum, culminando a Lex duodecim Tabulorum, de 303 a. C., a qual representou a vitória dos tribunos da plebe
contra os representantes do patriarcado. Foi justamente na Tábua VI que apareceu a origem da obrigação e do contrato,
ao consignar a norma cum nexum faciet mancipiumque uti lingua nuncupassit ita jus esto. O vocábulo nexum exprime um
elo, uma cadeia, significando, também, contrato. O conceito de obrigação emana desta regra, induzindo a concluir que o
credor podia dispor do corpo de seu devedor no caso de impontualidade ou de inadimplemento da obrigação. Até chegar
ao Corpus Juris Justiniano, que representa o momento supremo do direito romano, ficou bem consolidado o conceito de
contrato, que o gênio jurídico dos romanos distinguiu em três formas: a convenção, o pacto e o contrato propriamente
dito. Segundo ensinava Ulpiano, a convenção era um termo geral, que abrangia o pacto e o contrato. Definia-se como o
assentimento de duas ou mais pessoas para formar entre elas algum compromisso, ou para resolver, ou solucionar
qualquer obrigação. [...] Pacto compreendia as convenções não sancionadas pelo direito civil, despidas de ação e de
força obrigatória – ou pactum est duorum consensus at que conventio. O contrato referia-se às convenções previstas e
reconhecidas pelo direito civil, dotadas de força obrigatória e providas de ação. [...] Com o direito canônico, o contrato se
firmou, assegurando à vontade humana a possibilidade de criar direitos e obrigações. Surgiu o princípio pacta sunt
servanda. A teoria da autonomia da vontade humana foi desenvolvida pelos enciclopedistas, filósofos e juristas que
precederam a Revolução Francesa e afirmaram a obrigatoriedade das convenções, equiparando-as, para as partes
contratantes, à própria lei. Os jusnaturalistas levaram o contratualismo a um grande realce. Rousseau baseia no contrato
a própria estrutura estatal. O contrato não apenas se limita a criar obrigações, mas vai além, ao criar, modificar ou
extinguir, inclusive, os direitos reais” (RIZZARDO, Arnaldo. Contratos, 17ª edição. Forense, 01/2018. VitalBook file, p.
8/9).
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Nesse prisma, não podemos esquecer que o Direito Privado pode ser
dividido em dois grandes ramos, quais sejam, o primeiro, consistente em direitos privados não
patrimoniais, que são aqueles notadamente referentes ao estado e personalidade da pessoa humana, e
o segundo, consistente em direitos patrimoniais, ou seja, de expressão ou valor econômico direto ou
indireto, que por sua vez se dividem em direitos pessoais ou obrigacionais (contratuais) e direitos
reais (das coisas).
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Aliás, ainda como uma visão apenas geral, devemos lembrar que a ideia
de contrato é utilizada em acepções distintas na experiência prática cotidiana, ora para designar o
negócio jurídico gerador de obrigações, ora para designar o instrumento em que se formaliza o acordo
de vontades. No plano teórico, contudo, por contrato devemos entender apenas o negócio jurídico
propriamente havido por acordo de vontades provido de força jurígena, ou seja, capaz de criar direitos
ou obrigações, ao passo no plano fático sua materialização em escrito público ou particular, ou ainda
por comunicação verbal ou mímica, deve ser tido como o instrumento contratual. Esse instrumento
contratual que todos nós conhecemos e em especial em forma escrita, normalmente é composto de
duas partes, denominadas de preâmbulo e contexto. O preâmbulo apresenta as partes contratantes e
indica a natureza do negócio jurídico, ao passo que o contexto encerra todas as cláusulas que contém
as disposições contratuais específicas.
III. Pressupostos.
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“[...] “negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, limitadas pelos princípios da função social e boa-fé objetiva,
autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia de suas próprias vontades” (Novo Curso de Direito
Civil, volume 4 / Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho – 2ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2019).
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essencialmente um negócio de natureza jurídica, não se distancia jamais da análise sempre obrigatória
de seus elementos essenciais (pressupostos) e de outros, ditos acidentais.
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PONTES DE MIRANDA, F. C. (1954-1970). Tratado de Direito Privado, 60 Vols. Rio de Janeiro: Borsoi
4 Art. 104, Código Civil. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou
determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.
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Mas o contrato será válido, e terá seus efeitos reconhecidos pela ordem
jurídica, sobretudo o efeito de vincular as partes e de apresentar força obrigatória?
Não necessariamente.
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compra e venda de bens imóveis. Portanto, a forma deve ser a prescrita em lei quando assim exigido
pela norma, ou a não defesa em lei (não proibida por lei), quando igualmente for assim exigido pela
norma, conforme estabelecem os artigos 107 e 108, ambos do Código Civil, e essa última é a regra,
sem dúvida. A forma não é uma exigência constante na lei civil (mas sim, quase exceções em nosso
cotidiano atual), ao contrário do que víamos na Antiguidade.
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de vontade, que se apresenta como restrição à vantagem criada para o beneficiário de um negócio
jurídico, quer estabelecendo o fim a que se destina a coisa adquirida, quer impondo uma obrigação
correlata a cargo do favorecido a ser cumprida por este em favor do próprio instituidor, de um terceiro
ou da coletividade. É uma limitação trazida com uma liberalidade, quer por dar destino ao seu objeto,
quer por impor ao beneficiário um dever ligado à conquista da vantagem. Trata-se de ônus que
diminui a extensão da liberalidade, ou em outras palavras, é um elemento acidental que se escolhido
e admitido pelas partes, restringirá a vantagem criada pelo ato jurídico, estabelecendo o fim a que
deve ser aplicada a coisa adquirida, ou impondo certo ônus ao beneficiário do negócio.
5 Art. 108, Código Civil. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente
no País.
Art. 166, Código Civil. É nulo o negócio jurídico quando:[...] IV - não revestir a forma prescrita em lei;
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Art. 104, Código Civil. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou
determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 108, Código Civil. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos
que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta
vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 113, Código Civil. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua
celebração.
Art. 166, Código Civil. É nulo o negócio jurídico quando:[...] IV - não revestir a forma prescrita em lei;
Art. 421, Código Civil. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422, Código Civil. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
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