Você está na página 1de 20

Parecer do Conselho Geral

Acreditação do Novo Ciclo de Estudos em Direito Luso-Brasileiro da


Universidade de Coimbra

Processo Nº 8/PP/2020-G

A Ordem dos Advogados foi chamada a emitir parecer, com carater de maior
urgência, no passado dia 17 de janeiro, sobre o Novo Ciclo de Estudos em
Direito Luso-Brasileiro, cuja acreditação foi requerida pela Universidade de
Coimbra(IES), presume-se que para os efeitos do art.º 13.º, n.º g), do
Regulamento n.º 392/2013 da A3ES.

O IES estabelece como objetivos do ciclo de estudos os que passamos a


transcrever:
“3.1. Objetivos gerais definidos para o ciclo de estudos:
O 1º Ciclo de estudos em Direito Luso-Brasileiro visa facultar aos alunos um
conjunto de conhecimentos jurídicos basilares no âmbito dos ordenamentos
português e brasileiro. Pretende-se com esta formação que o aluno adquira
uma capacidade de seleção e interpretação dos fenómenos sociais,
qualificando-os do ponto de vista do Direito, e que consiga perspetivas estes
problemas jurídicos numa perspetiva comparada luso-brasileira. O Jurista
formado no 1º ciclo deve ser capaz de: apresentar soluções, quer de direito
português, quer de direito brasileiro, para os casos concretos emergentes
em cada um dos vários ramos jurídico-dogmáticos; comunicar decisões, os
seus pressupostos e fundamentos; exercer qualquer profissão forense em
Portugal ou no Brasil.” (Sublinhado nosso.)

A advocacia é uma profissão forense, e compete a esta Ordem atribuir o


título profissional de advogado (art.º 3.º, c) do Estatuto da Ordem dos
Advogados-EOA), cumprindo através disso as suas atribuições de defesa do
Estado de Direito e dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos (art.º
13.º, a) EOA), bem como assegurar o acesso ao direito, nos termos da
Constituição (art.º 13.º, b) EOA).

Assim, passaremos a emitir parecer em duas áreas diferentes. Por um lado,


avaliaremos a necessidade de mais um ciclo de estudos que torne o titular
apto a exercer a profissão de advogado em Portugal. Por outro lado, e sem
prejuízo do primeiro, avaliaremos também se o ciclo de estudos proposto
demonstra, em concreto, condições para apetrechar os seus graduados da s
competências necessárias para o acesso ao exercício dessa profissão.

Em Portugal, atualmente, existe, reconhecidamente, um número de


licenciados em direito superior às necessidades do país, graduados por 16

1
licenciaturas diferentes de instituições de en sino superior públicas e
privadas que, atualmente, disponibilizam 3274 vagas em todos os anos 1.

Estes futuros licenciados em direito, concluídos os seus estudos, optarão


maioritariamente por aceder a uma das profissões forenses existentes em
Portugal.

A advocacia, primacialmente exercida em regime liberal, é, a par da


solicitadoria, a única profissão forense que não tem numerus clausus, o que
nas outras profissões bloqueia, ou muito limita, o acesso aos licenciados que
as faculdades de direito, anualmente, colocam no mercado de trabalho.

Na Ordem dos Advogados Portugueses est ão inscritos, na data de 5 de


fevereiro de 2020, 33.141 advogados, e ainda aproximadamente 2.824
estagiários.

Nos últimos 5 anos, licenciados em direito que se inscreveram pela primeira


vez na Ordem dos Advogados(OA), foram, 976, em 2015; 1.051, em 2015;
1.269, em 2016; 1.989, em 2017; 1.811, em 2018; e 1.907, em 2019. Tendo
presente que a taxa de abandono, não chega a 15,21%, podemos concluir
que o número de advogados existentes em Portugal cresce a uma taxa de
pelo menos 5% ao ano.

Representado o número de advogados atuais em Portugal um ratio de cerca


de 1 advogado por cada 300 habitantes, já estão em muito , só por si,
superadas todas as necessidades do mercado, não nos podendo esquecer dos
25.999 advogados que requereram a suspensão da inscrição, e que podem,
por mero requerimento, voltar à profissão, dos atuais estagiários e de todos
os já licenciados em direito que ainda não fizeram estágio, o que cria um
universo de potenciais advogados que, salvo melhor opinião, nos parec e
desastrosamente insustentável, o que antecipa um cenário catastrófico se
este processo não for, desde já, revertido.

Não deixamos, no entanto, de ter presente a liberdade de aprender e


ensinar, consagrada no artigo 43.º, da Constituição da República Portuguesa,
mas não podemos descontextualiza-lo dos efeitos pretendidos com a
aprendizagem e se, a impossibilidade de produção dos mesmos, não
funcionará, desde logo, como um limite à sua aplicação.

No que diz respeito à estrutura curricular do curso proposto, em concreto,


comparamo-lo com dois outros cursos de direito de referência, que
permitem ambos o acesso à Ordem dos Advogados, um do próprio IES
requerente, e outro, da Universidade Católica Portuguesa, Porto, que se
associa ao curso de gestão para permitir dupla licenciatura em direito e
gestão.

1
Fonte:
https://www.dges.gov.pt/pt/pesquisa_cursos_instituicoes?plid=372&instituicao=&cursos=Direito&distrit
o=&tipo_ensino=&tipo_estabelecimento=&area=&tipo_curso=
2
Como metodologia de avaliação, e atendendo a que o título do grau de
licenciado em direito, português, ou que tenha sido conferida
expressamente equivalência, dá acesso ao estágio que permite a inscrição
na OA (art.º 194.º, n.º1 e 2 EOA), avaliamos na estrutura curricular do ciclo
de estudos proposto, e comparativamente os dois existentes selec ionados,
no que diz respeito à proporção de conteúdos programáticos que versem
sobre matérias diretamente ligadas com o desenvolvimento de competências
tendentes à prática de atos próprios da profissão de advogado.

Para tanto consideramos o número de créditos ECTS das unidades


curriculares de cada ciclo de estudos, cujo programa verse sobre direito
substantivo e direito adjetivo português 2, em relação ao número total de
créditos ECTS do ciclo de estudos.

No caso do ciclo de estudos em direito já em funci onamento na Faculdade


de Direito da Universidade de Coimbra, com um número total de ECTS de
240, tem 183 ECTS em unidades curriculares que versam diretamente sobre
direito substantivo ou adjetivo português 3. Já no caso do ciclo de estudos
em direito em funcionamento na Faculdade de Direito da Universidade
Católica Portuguesa – Porto, também com um total de 240 créditos ECTS,
tem 195 ECTS em unidades curriculares que versam diretamente sobre
direito substantivo e adjetivo português 4.

Analisando agora o ciclo de estudos proposto, através da análise individual


de cada unidade curricular, ordenadas por ano e semestre.

1.º ano, 1.º semestre

Introdução ao Direito I FIL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória – o programa


da unidade curricular não está centrado na parte geral do Código Civil
Português

“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e


competências a desenvolver pelos estudantes):
A unidade curricular Introdução ao Direit o I pretende desenvolver,
sincrónica e diacronicamente, em termos metadogmáticos, uma reflexão
geral acerca do problema do direito (quid jus?), especificamente dos seus
fundamentos e sentido, enquanto pressuposto para a compreensão e
reflexão crítica acerca das disciplinas dogmáticas (quid juris?), e, assim, de
e para uma compreensão crítica do direito vigente, especialmente nos
contextos culturais de Portugal e Brasil. ”

2
Nestas também se incluem as unidades curriculares que versem sobre direito internacional público, direito
internacional privado e direito da União Europeia por fazerem parte integrante do direito português nos
termos do art.º 8.º da Constituição da República Portuguesa.
3
Fonte: https://apps.uc.pt/courses/pt/course/1556/2020-2021
4
Fonte: http://www.porto.ucp.pt/pt/central-oferta-formativa/licenciatura-em-direito?oferta=1
3
“4.4.5. Conteúdos programáticos:
1. O direito vigente (quid juris e quid jus) – a ordem jurídica como
experiência imediata do “mundo do direito”:
1.1. estrutura da ordem jurídica
1.2. funções da ordem jurídica
1.3. notas caracterizadoras de uma ordem jurídica em geral
1.4. efeitos imediatos de uma qualquer ordem jurídica
2. O problema da compreensão actual do(s) sentido(s) do direito vigente:
2.1. evolução do(s) problema(s) da fundamentação do direito em Portugal
e no Brasil:
2.2. caracterização dos positivismos: do séc. XIX ao séc. XXI
2.3. (in)superação do(s) positivismo(s): normativismo(s), funcionalismo(s) e
jusrisprudencialismo(s):
2.3.1. o positivismo legalista do séc. XIX, o normativismo de Kelsen e o
actual confronto positivimos/não positivismos
2.3.2. teorias críticas do direito
2.3.3. teorias normativas do direito: a t eoria tridimensional do direito, a
teoria do humanismo realista, o jurisprudencialismo
2.4. a fundamentação do direito e as reflexões sobre os direitos humanos e
a dignidade da pessoa”

A unidade curricular em análise há longos anos que encontra, na


generalidade dos cursos de direito, disciplina homónima no semestre de
iniciação. Por regra, é uma unidade curricular onde se parte da definição
de conceitos estruturantes das disciplinas jurídicas (ex. direito objetivo e
subjetivo, direito positivo e natural, norma jurídica e sua caracterização,
direito público e privado, etc.), para, em seguida, entrar na parte geral do
Código Civil português, criando e desenvolvendo competências em matérias
como as fontes do direito português, o início e cessação de vigência d a lei,
a aplicação da lei no tempo e no espaço, a interpretação e a integração da
lei. Podemos assim considerar que, por regra, a unidade curricular de
Introdução ao Direito é centrada em matérias específicas de direito
português.

No caso específico da disciplina em apreço, analisado os conteúdos


programáticos, verificamos que a mesma não se pode considerar de base
técnico-jurídica, mas sim jurídico-filosófica. Também verificamos que não
tem qualquer centralidade no direito português, tendo apenas referênc ia
concreta ao direito português no ponto 2.1., não numa perspetiva jurídica
propriamente dita, mas sim numa perspetiva filosófica da problemática da
evolução da fundamentação comparada do direito.

Não a podemos considerar uma unidade curricular específic a de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito Constitucional Luso-Brasileiro I POL Semestral 162 TP-80 6


Obrigatória

4
“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e
competências a desenvolver pelos estudantes):
Direito Constitucional Luso-Brasileiro II é uma unidade curricular a
leccionar no 2.º semestre do 1.º ano. Tendo como destinatários Estudantes
que se interessam pelo direito comparado, mas que não possuem
conhecimento aprofundado de Direito Constitucional, os seus obj ectivos
principais prendem-se com o aprofundamento de conhecimentos
fundamentais desta área do Direito nessa perspectiva comparada.
Nomeadamente, na Parte I: a organização do poder no quadro das
Constituições Portuguesa e Brasileira e a crescente importânc ia da justiça
constitucional no âmbito dos dois sistemas. ”

“4.4.5. Conteúdos programáticos:


PARTE I – ESTRUTURAS ORGANIZATÓRIO-FUNCIONAIS
1. BREVE ABORDAGEM A CONCEITOS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO
CONSTITUCIONAL ORGANIZATÓRIO-FUNCIONAL (FORMAS DE ESTADO E
FORMAS DE GOVERNO)
2. A FORMA DE GOVERNO NA CRP 1976 E NA CFB 1988 - PARLAMENTARISMO
VS. PRESIDENCIALISMO
3. O BRASIL E A INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA (PRESIDENCIALISMO E
FEDERALISMO)
PARTE II - JUSTIÇA CONSTITUCIONAL
1. CONCEITOS PRELIMINARES E MODELOS FUNDAMENTAIS DA JUSTIÇA
CONSTITUCIONAL
2. SISTEMA DE CONTROLO DA CONSTITUCIONALIDADE EM PORTUGAL E NO
BRASIL - COINCIDÊNCIAS E
DIFERENÇAS”

A unidade curricular em análise há longos anos que encontra, na


generalidade dos cursos de direito, disciplina homónima no semestre de
iniciação. Até às alterações estruturais dos planos curriculares que nos foi
trazido pelo Processo de Bolonha, o seu conteúdo correspondia ao primeiro
semestre da unidade curricular anual de Direito Constitucional. Por regra,
é uma unidade curricular onde se discorre sobre a parte programática da
Constituição da República Portuguesa, com especial ênfase nos Direitos
Liberdades e Garantias, com a problemática relativa à limitação ou colisão
dos mesmos. Podemos assim considerar que, por regra, a unidade curricular
de Direito Constitucional I é centrada em matérias específicas de direito
português.

No caso específico da disciplina em apreço, analisado os conteúdos


programáticos, verificamos que a mesma não se pode considerar de base
técnico-jurídica, mas sim jurídico-filosófica. Também verificamos que não
tem qualquer centralidade no direito português, tendo apenas referência
concreta ao direito português no ponto 2. da Parte I e no ponto 2. da Parte
II, sempre numa perspetiva comparada do direito.

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

5
Economics and Politics ECON Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito Romano HIST Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito Internacional Público POL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


substantivo. 6 ECTS

1.º ano, 2.º semestre

Introdução ao Direito II FIL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e


competências a desenvolver pelos estudantes):
A unidade curricular Introdução ao Direito II pretende desenvolver,
sincrónica e diacronicamente, em termos metadogmáticos, uma reflexão
específica acerca do modo-de-ser e dos modos de constituição e realização
do direito, especificamente do seu conteúdo e organização internos, das
suas fontes e da sua projecção prática, nomeadamente atrav és das decisões
judiciais.”

“4.4.5. Conteúdos programáticos:


1. O modo-de-ser do direito enquanto objectivação da normatividade
jurídica – o sistema jurídico
2. A constituição do direito - a problemática das fontes do direito:
2.1. perspectivas político-constitucionais e hermenêutico-cognitivas
2.2. perspectivas fenomenológico-normativas
3. A realização do direito - introdução à Metodologia Jurídica:
3.1. As projecções metodológicas do pensamento jurídico até ao fim do
século XVIII
3.2. Ideias fundamentais sobre algumas das mais importantes orientações
metodológicas desde o início do séc. XIX
3.3. A (in)superação do positivismo: os paradigmas da aplicação, da decisão
e do juízo no pensamento jurídico actual - a distinção entre ciência do
direito, política do direito e metodologia jurídica e o papel da
interpretação jurídica na decisão judicial.”

A unidade curricular em análise tem surgido em diversos cursos de direito


pós-Bolonha, como consequência direta da divisão das originais unidades
curriculares anuais de Introdução ao Direito em duas unidades semestrais.
Também aqui, por regra, se desenvolvem conceitos técnico -jurídico como a

6
aplicação da lei no tempo e no espaço, a interpretação e a integração da
lei. Podemos assim considerar que, por regra, a unidad e curricular de
Introdução ao Direito II é centrada em matérias específicas de direito
português.

No caso específico da disciplina em apreço, analisado os conteúdos


programáticos, verificamos que a mesma não se pode considerar de base
técnico-jurídica, mas sim também aqui jurídico-filosófica. Também
verificamos que não tem qualquer centralidade no direito português, nem
sequer referência concretas ao ordenamento jurídico nacional.

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito Constitucional Luso-Brasileiro II POL Semestral 162 TP-80 6


Obrigatória

“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e


competências a desenvolver pelos estudantes):
Direito Constitucional Luso-Brasileiro II é uma unidade curricular a
leccionar no 2.º semestre do 1.º ano. Tendo como destinatários Estudantes
que se interessam pelo direito comparado, mas que não possuem
conhecimento aprofundado de Direito Constitucional, os seus objectivos
principais prendem-se com o aprfundamento de conhecimentos
fundamentais desta área do Direito nessa perspectiva comparada.
Nomeadamente, na Parte I: a organização do poder no quadro das
Constituições Portuguesa e Brasileira e a crescente importância da justiça
constitucional no âmbito dos dois sistemas. ”

“4.4.5. Conteúdos programáticos:


PARTE I – ESTRUTURAS ORGANIZATÓRIO-FUNCIONAIS
1. BREVE ABORDAGEM A CONCEITOS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO
CONSTITUCIONAL ORGANIZATÓRIO-FUNCIONAL (FORMAS DE ESTADO E
FORMAS DE GOVERNO)
2. A FORMA DE GOVERNO NA CRP 1976 E NA CFB 1988 - PARLAMENTARISMO
VS. PRESIDENCIALISMO
3. O BRASIL E A INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA (PRESIDENCIALISMO E
FEDERALISMO)
PARTE II - JUSTIÇA CONSTITUCIONAL
1. CONCEITOS PRELIMINARES E MODELOS FUNDAMENTAIS DA JUSTIÇA
CONSTITUCIONAL
2. SISTEMA DE CONTROLO DA CONSTITUCIONALIDADE EM PORTUGAL E NO
BRASIL - COINCIDÊNCIAS E DIFERENÇAS”

A unidade curricular em análise há longos anos que encontra, na


generalidade dos cursos de direito, disciplina homón ima no segundo
semestre do curso. Até às alterações estruturais dos planos curriculares que
nos foi trazido pelo Processo de Bolonha, o seu conteúdo correspondia ao
segundo semestre da unidade curricular anual de Direito Constitucional. Por
regra, é uma unidade curricular onde se discorre sobre a parte

7
organizacional da Constituição da República Portuguesa, com especial
ênfase nos Órgãos de Soberania, com a problemática relativa à competência.
Podemos assim considerar que, por regra, a unidade curricular de Direito
Constitucional II é centrada em matérias específicas de direito português.

No caso específico da disciplina em apreço, analisado os conteúdos


programáticos, verificamos que a mesma não se pode considerar de base
técnico-jurídica, mas sim jurídico-filosófica. Também verificamos que não
tem qualquer centralidade no direito português, tendo apenas referência
concreta ao direito português no ponto 2. da Parte I e no ponto 2. da Parte
II, sempre numa perspetiva comparada do direito.

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito do Mercosul I POL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

História do Direito Luso-Brasileiro HIST Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Economia Política II ECON Semestral 162 TP-80 6 Optativa

Não é uma unidade curricular obrigatória e não a podemos considerar uma


unidade curricular específica de direito português, nem substantivo, nem
adjetivo.

Direito Internacional Público II POL Semestral 162 TP-80 6 Optativa

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


substantivo, mas, não sendo a mesma obrigatória, não a contabilizamos.

História Constitucional Comparada Luso-Brasileira HIST Semestral 162 TP-80


6 Optativa

Não é uma unidade curricular obrigatória e não a podemos considerar uma


unidade curricular específica de direito português, nem substantivo, nem
adjetivo.

2.º ano, 1.º semestre

8
Teoria Geral do Direito Civil I CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


substantivo. 6 ECTS

Direito Administrativo Português POL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


substantivo. 6 ECTS

Direito Administrativo Brasileiro POL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito da União Europeia I POL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


substantivo. 6 ECTS

Finanças Públicas I ECON Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

2.º ano, 2.º semestre

Teoria Geral do Direito Civil II CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


substantivo. 6 ECTS

Direito Tributário Brasileiro POL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito Fiscal Português POL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


substantivo. 6 ECTS

Direito do Trabalho Luso-Brasileiro I EMP Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

9
“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e
competências a desenvolver pelos estudantes):
Pretende-se compreender as noções básicas e os principais institutos do
Direito Coletivo do Trabalho, quer do ponto de vista do direito positivo
quer de um ponto de vista crítico, tanto no sistema jurídico português como
no sistema jurídico brasileiro, nomeadamente, a liberdade sindical, o
processo de negociação coletiva, o conflito laboral coletivo e os seus meios
de resolução alternativos.”

“4.4.5. Conteúdos programáticos:


Direito Coletivo do Trabalho - noção e sentido; definição das suas noções
básicas; as organizações representativas dos trabalhadores e dos
empregadores; a liberdade sindical; a representação unitária na empresa:
a comissão de trabalhadores; a liberdade de associação dos empregadores;
o direito de contratação coletiva e o processo de
negociação coletiva; o direito de greve e as suas restrições, o procedimento
e as modalidades da greve; noção e modalidades do conflito coletivo de
trabalho; os meios autónomos de resolução do conflito laboral coletivos: a
conciliação, a mediação e a arbitragem. Será feito um estudo comparativo
entre o direito português e brasileiro.”

A unidade curricular em análise é comum na generalidade dos cursos de


direito. Assentar na regulação coletiva do trabalho é direito substantivo
relevante para o exercício da advocacia em Portugal.

No entanto, o conteúdo programático conclui que a metodologia da unidade


curricular assenta no estudo comparativo entre o direito português e
brasileiro, o que só permite considerar metade dos créditos ECTS como de
direito substantivo português. 3 ECTS

Direito da União Europeia II POL Semestral 162 TP-80 6 Optativa

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


substantivo, mas, não sendo a mesma obrigatória, não a contabilizamos.

Direito do Mercosul II POL Semestral 162 TP-80 6 Optativa

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Finanças Públicas II ECON Semestral 162 TP-80 6 Optativa

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

3.º ano, 1.º semestre

10
Direito das Obrigações Luso-Brasileiro I CIV Semestral 162 TP-80 6
Obrigatória

“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e


competências a desenvolver pelos estudantes):
Formação do aluno sobre os direitos de crédito ou obrigações. A implicar
um bom conhecimento teórico sem o qual não pode haver resolução de casos
da vida real, onde os interesses humanos reclamam justa composição. Assim
se dará uma boa formação teórica e prática, habilitando o aluno para a vida
real. Como se trata de uma unidade curricular integrada num curso de
Direito Luso-Brasileiro, impõe-se que a formação teórica e prática nas
questões nucleares se reportem, quer à situação de Direito Português, quer
à situação do Direito Brasileiro.”

“4.4.5. Conteúdos programáticos:


1-Localização das obrigações no Direito Civil Patrimonial. 2 -Noção de
obrigação.3-Objeto da obrigação: prestação e suas modalidades.
(Referência particular para o Regime do Direito Brasileiro respeitante às:
obrigações de fazer - art.º 247 e 249 do Cód. Civ. Bras., Obrigações de não
fazer - art.º 250 e 251 do Cód. Civ. Bras., obrigações de dar coisa certa -
art.ºs 233 - 242 do Cod. Civ. Bras., inexistência no direito português da
disciplina semelhante aos artigos 439.º e 440.º d o Cód. Civ. Bras, - da
promessa de facto do terceiro-) 3-Distinção entre direitos de crédito e
direitos reais. (Referência especial à doutrina da eficácia externa) 4 -Fontes
das obrigações: em especial contratos e responsabilidade Civil. 5 -Princípios
gerais do contrato. 6-O contrato de promessa: seu regime. 6 -O pacto de
preferência: seu regime. 7- Contrato a favor de terceiro. Seu regime. 8-
Contrato para pessoa a nomear: seu regime. 9 -Negócios unilaterais. 10-
Gestão de negócios. 11-Enriquecimento sem causa.”

A unidade curricular em análise é comum na generalidade dos cursos de


direito. Assentar na regulação da fonte das obrigações e da natureza das
mesmas, sendo direito substantivo relevante para o exercício da advocacia
em Portugal.

No entanto, o conteúdo programático conclui que a metodologia da unidade


curricular assenta no estudo comparativo entre o direito português e
brasileiro, o que só permite considerar metade dos créditos ECTS como de
direito substantivo português.

Assim, só a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português substantivo em 50%. 3 ECTS

Direito Penal Luso-Brasileiro I CRIM Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória


“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e
competências a desenvolver pelos estudantes):
• Compreensão das noções fundamentais do direito penal
• Desenvolvimento das capacidades de aprendizagem e de reflexão livre e
crítica sobre o direito penal”

11
“4.4.5. Conteúdos programáticos:
I. Questões Fundamentais do Direito Penal
II. A função do Direito Penal
III. A lei penal e a sua aplicação
IV. A Doutrina Geral do Crime
1. A construção da doutrina do Crime
2. O tipo de ilícito
2.1. Os tipos incriminadores (o tipo objetivo de ilícito e o tipo subjetivo de
ilícito)
2.2. Os tipos justificadores (causas de justificação ou de exclusão da
ilicitude)
2.2.1. A legítima defesa
2.2.2. O estado de necessidade justificante
2.2.3. O consentimento justificante
2.2.4. Outras causas de justificação
3. O tipo de culpa
3.1. Questões fundamentais da doutrina da cu lpa
3.2. O tipo de culpa doloso
3.3. A negação da culpa
3.3.1. inimputabilidade:
3.3.1.1. Em razão de anomalia psíquica
3.3.1.2. Em razão da idade
3.3.2. A inexigibilidade
3.3.3. A falta de consciência do ilícito não censurável
3.3.4. A obediência indevida desculpante
3.3.5. O facto de consciência”

A unidade curricular em análise é comum na generalidade dos cursos de


direito. Assenta na transmissão dos conceitos básicos de direito penal, sendo
direito substantivo relevante para o exercício da advocacia em Portugal.

No entanto, da análise do conteúdo programático e da bibliografia conclui -


se que a metodologia da unidade curricular assenta no estudo comparativo
entre o direito português e brasileiro, o que só permite considerar metade
dos créditos ECTS como de direito substantivo português.

Assim, só a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português substantivo em 50%. 3 ECTS

Direito Processual Civil Português CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


adjetivo. 6 ECTS

Direito Processual Administrativo Português POL Semestral 162 TP-80 6


Obrigatória

12
Consideramos uma unidade curricular específica de direito português
adjetivo. 6 ECTS

Direito Processual Administrativo Brasileiro POL Semestral 162 TP-80 6


Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

3.º ano, 2.º semestre

Direito das Obrigações Luso-Brasileiro II CIV Semestral 162 TP-80 6


Obrigatória

“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e


competências a desenvolver pelos estudantes):
Além desta vertente pedagógico-científica, acentuada no I Semestre, existe
também uma preocupação de carácter prático.
A matéria do Direito das Obrigações é muito extensa. Mesmo deixando de
lado a matéria “Dos Contratos em Particular”, é difícil versar com pormenor
as matérias incluídas nos diversos capítulos da Parte Geral. Procura -se
percorrer a matéria, de modo a não deixar lacunas. Mas expõem-se apenas
as ideias básicas com respeito
a matérias que são mais tarde objecto de ensino autónomo. É sobretudo o
caso das Garantias das Obrigações. Por outro lado, sobretudo através de
exemplos dados a propósito da exposição dos diversos institutos,
procuramos familiarizar os estudantes com as disposições atinentes aos
principais contratos, bem como com a mais importante legislação avulsa. ”

“4.4.5. Conteúdos programáticos:


PARTE III
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
Capítulo I
Cumprimento
Secção I
Noção e requisitos
Secção II
Lugar do cumprimento
Secção III
Tempo do cumprimento
Secção IV
Imputação e prova do cumprimento,
restituição do título
Capítulo II
Perturbações do cumprimento
Secção I
Aspectos gerais
Secção II
Impossibilidade e mora não imputáveis ao devedor

13
Secção III
O não-cumprimento imputável
Secção IV
Mora do credor
Secção V
Acordos indemnizatórios
Secção VI
Realização coactiva da prestação
Secção VII
Sanções pecuniárias compulsórias
Secção VIII
Cessão de bens aos credores
Capítulo III
Causas de extinção além do cumprimento
PARTE IV
MODALIDADES, TRANSMISSÃO E GARANTIA
Capítulo I
Modalidades
Secção 1
Quanto aos sujeitos
Secção 2
Quanto ao objecto
Capítulo II
Transmissão das obrigações
Capítulo III
Garantias das obrigações”

A unidade curricular em análise é comum na generalidade dos cursos de


direito. Assenta na regulação da extinção das obrigações e da modalidade,
transmissão e garantia das mesmas, sendo direito substantivo relevante para
o exercício da advocacia em Portugal.

No entanto, o conteúdo programático conclui que a metodologia da unidade


curricular assenta no estudo comparativo entre o direito português e
brasileiro, o que só permite considerar metade dos créditos ECTS como de
direito substantivo português.

Assim, só a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português substantivo em 50%. 3 ECTS

Direito Penal Luso-Brasileiro II CRIM Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e


competências a desenvolver pelos estudantes):
Compreensão das noções fundamentais do direito penal luso -brasileiro
Desenvolvimento das capacidades de aprendizagem e de reflexão livre e
crítica sobre o direito penal”

“4.4.5. Conteúdos programáticos:


I. A punibilidade

14
II.Os estádios de realização do crime
1. A preparação e a tentativa
2. A comparticipação nos crimes dolosos de ação
2.1. A conceção geral de autoria
2.2. As concretas formas de autoria
2.3. A cumplicidade
III.Os crimes negligentes
1. Questões fundamentais
2. O tipo de ilícito negligente
3. O tipo de culpa negligente
IV.Os crimes de omissão
1. Questões fundamentais
2. O tipo de ilícito nos crimes de omissão
3. O tipo de culpa nos crimes de omissão
4. A tentativa e a comparticipação
V.O concurso
VI. O crime continuado
VII. As consequências jurídicas do crime
1.Teoria geral da punição
2.O sistema punitivo no direito penal português e no direito penal brasileiro
2.1. penas principais, alternativas e acessórias
2.2. A determinação da medida da pena
2.2.1. Alguns casos especiais. A reincidência e a atenuação especial da
pena”

A unidade curricular em análise é comum na generalidade dos cursos de


direito. Assenta na transmissão dos conceitos adicionais de direito penal,
sendo direito substantivo relevante para o exercício da advocacia em
Portugal.

No entanto, da análise do conteúdo programático e da bibliografia conclui -


se que a metodologia da unidade curricular assenta no estudo comparativo
entre o direito português e brasileiro, o que só permite considerar metade
dos créditos ECTS como de direito substantivo português.

Assim, só a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português substantivo em 50%. 3 ECTS

Direito Processual Civil Brasileiro CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito das Coisas Luso-Brasileiro CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

“4.4.4. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e


competências a desenvolver pelos estudantes):
Conhecimento do Direito das Coisas e obtenção de competência para a
resolução de casos práticos de direitos reais ”

15
“4.4.5. Conteúdos programáticos:
Direitos reais em geral introdução
Âmbito de aplicação e sentido do direito das coisas
Direito das Coisas versus Direito das Obrigações
Direitos Reais versus direitos de crédito: teorias
Noção de Direito Real (posição adoptada).
Categorias de Direitos Reais
Características dos direitos reais
Diferenças e pontos de contacto entre os direitos reais e os direitos de
crédito.
Objecto dos direitos reais: coisas e animais.
Princípios dominantes.
A Posse
Concepções doutrinais
Natureza jurídica
Fundamento da protecção
Objecto
Aquisição
Caracteres
Efeitos
Defesa
Perda
A propriedade
Conceito
Objecto
Protecção Constitucional
Função Social
Aquisição
Defesa
Perda
Relações de vizinança
Compropriedade/Condomínio ordinário
Natureza jurídica
Constituição
Poderes legais dos comproprietários/condóminos
Extinção
A propriedade horizontal/condomínio edilício
Natureza jurídica
Constituição
Regime legal
Direitos reais sobre coisa alheia no ordenamento jurídico português e no
brasileiro.”

A unidade curricular em análise é comum na generalidade dos cursos de


direito. Assenta na regulação do direito dominial, sendo direito substantivo
relevante para o exercício da advocacia em Portugal.

No entanto, o conteúdo programático conclui que a metodologia da unidade


curricular assenta no estudo comparativo entre o direito português e

16
brasileiro, o que só permite considerar metade dos créditos ECTS como de
direito substantivo português.

Assim, só a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português substantivo em 50%. 3 ECTS

Direito dos Contratos Públicos Luso-Brasileiro POL Semestral 162 TP-80 6


Optativa

Consideramos uma unidade curricular parcialmente específica de direito


português substantivo, mas, não sendo a mesma obrigatória, não a
contabilizamos.

Direito dos Contratos Civis Luso-Brasileiro CIV Semestral 162 TP-80 6


Optativa

Consideramos uma unidade curricular parcialmente específica de direito


português substantivo, mas, não sendo a mesma obrigatória, não a
contabilizamos.

Direito do Trabalho Luso-Brasileiro II EMP Semestral 162 TP-80 6 Optativa

Consideramos uma unidade curricular pacialmente específica de direito


português substantivo, mas, não sendo a mesma obrigatória, não a
contabilizamos.

Introdução à Criminologia CRIM Semestral 162 TP-80 6 Optativa

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

4.º ano, 1.º semestre

Direito da Família Português CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


adjetivo. 6 ECTS

Direito da Família Brasileiro CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

17
Direito Processual Penal Português CRIM Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


adjetivo. 6 ECTS

Direito Comercial Português EMP Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


adjetivo. 6 ECTS

Direito das Empresas Brasileiro EMP Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

4.º ano, 2.º semestre

Metodologia do Direito FIL Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito Internacional Privado CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


adjetivo. 6 ECTS

Direito das Sucessões Português CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Consideramos uma unidade curricular específica de direito português


adjetivo. 6 ECTS

Direito das Sucessões Brasileiro CIV Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

Direito Processual Penal Brasileiro CRIM Semestral 162 TP-80 6 Obrigatória

Não a podemos considerar uma unidade curricular específica de direito


português, nem substantivo, nem adjetivo.

18
Podemos assim concluir que o ciclo de estudos ora proposto tem 93 créditos
ECTS em unidades curriculares específicas de direito português, quer
substantivo, quer adjetivo, num universo total de 240 créditos ECTS.

Perante isto, atentos aos objetivos de aprendizagem a desenvolver pelos


estudantes, constantes da proposta, e que a seguir citamos, verificamos
que, com estas unidades curriculares, não se pretende capacitar os
graduados no exercício de qualquer profissão forense, a o contrário do que
era dito na parte final do “3.1. Objetivos gerais definidos para o ciclo de
estudos”.

Vejamos:
“3.2. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e competências)
a desenvolver pelos estudantes:
A Licenciatura em Direito Luso-Brasileiro visa a realização de uma formação
jurídica de base, conferindo uma preparação em diferentes domínios do
direito, numa perspetiva que cruza a atual interdisciplinaridade dos
problemas práticos com a transterritorialidade do exercício das profissões
jurídicas. As aptidões assim adquiridas centrar -se-ão na capacidade de
aprendizagem autónoma dos conceitos jurídicos fundamentais e transversais
a todos os ramos; na capacidade para pensar juridicamente os fenómenos
sociais, perspetivando-os como problemas jurídicos concretos; na
capacidade para articular saberes jurídicos correspondentes a dois
ordenamentos diferentes (português e brasileiro), adquirindo uma especial
aptidão para a comparação jurídica.”

Nesta parte, concordamos com os objetivos de aprendizagem indicados pelo


IES, centrados no desenvolvimento de competências jurídico -filosóficas e
jurídico-académicas, mas não admitimos que, com esta estrutura curricular
dote os graduados de competências jurídico-forenses portuguesas, como é
essencial para o acesso à profissão de advogado.

Não nos passa despercebido que a política de oferta formativa das


instituições de ensino superior, que historicamente se iniciou dom cursos
muito genéricos (inicialmente Direito, Teologia e Medicina), evoluiu ao
longo dos tempos para a especialização, e tem evoluído agora para a junção,
num mesmo ciclo de estudos, de programas que contemplem duas áreas
distintas, mas complementares, para assim criarem profissionais aptos a
concentrar em si mais do que uma profissão.

Já aconteceu com direito e gestão, com engenharia e gestão, já se propôs


com direito e psicologia, e, assumidamente, parece ser, a dupla
licenciatura, a tendência do momento. Mas não devemos confundir dupla
licenciatura com um aglomerado de unidades “pescadas” em diferentes
ciclos de estudo para assim justificar a simples adição das suas
denominações.

No ciclo de estudos ora em apreço, o conceito de dupla licenciatura foi


abordado de outro prisma. Pretendeu-se, numa área com especificidades
nacionais como o direito, juntar nos mesmos 240 créditos ECTS das
licenciaturas portuguesas, uma licenciatura portuguesa e uma licenciatura

19
brasileira. Em nossa opinião o resultado atingido não foi o resultado
pretendido.

Nunca poderiam, 93 ECTS, capacitar para o exercício da advocacia nos


mesmos termos em que na generalidade dos outros ciclos de estudo similares
é exigido pelo menos o dobro. Não basta ter, um ciclo de estudos, algumas
unidades curriculares em direito português, para, sem mais , os seus
graduados poderem aceder à profissão de advogado. Note -se que diversos
ciclos de estudo (economia, gestão, gestão de recursos humanos,
contabilidade, ciência política, relações internacionais, etc.) têm unidades
curriculares de direito português, e não é por isso que os seus estudantes
têm acesso à profissão de advogado.

Aliás, existem mesmo em Portugal licenciaturas em Solicitadoria com mais


de 150 créditos ECTS em direito substantivo e adjetivo por tuguês que,
obviamente, não permitem o acesso à profissão de advogado. 5

Em síntese, a Ordem dos Advogados dá o seu parecer negativo a este ciclo


de estudos proposto pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra,
em virtude de este se denominar “Direito” e, consequentemente permitir o
acesso à profissão de advogado, sem ter conteúdos em direito português
suficientes para tornar os estudantes aptos a iniciarem o estágio na O A. No
entanto, dá parecer positivo ao ciclo de estudos se o mesmo alterar a sua
denominação para Licenciatura em Ciências Jur ídicas Luso-Brasileiras, não
permitindo ulterior acesso à profissão de advogado.

Lisboa, 5 de fevereiro de 2020

O Relator,

Tiago Oliveira Silva

Aprovado em reunião Plenária do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, de 7 de


Fevereiro de 2020

5
A título de exemplo:
IPL – https://www.ipleiria.pt/cursos/course/licenciatura-em-solicitadoria/
IPMAIA – https://www.ipmaia.pt/pt/ensino/oferta-formativa/licenciaturas/solicitadoria
20

Você também pode gostar