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Significado de Forense

O que é Forense:
Forense é um termo relativo aos tribunais ou ao Direito. Na maior parte das vezes, o
termo é de imediato relacionado com o desvendamento de crimes.

Contudo, existem outras aplicações do termo, como se verifica na expressão


"expediente forense", que designa o horário de funcionamento dos tribunais.

Ciência Forense é a aplicação de um conjunto de técnicas científicas para responder a


questões relacionadas ao Direito, podendo se aplicar a crimes ou actos civis. O
esclarecimento de crimes é a função de destaque da prática forense. Através da análise
dos vestígios deixados na cena do crime, os peritos, especialistas nas mais diversas
áreas, conseguem chegar a um criminoso. Algumas das áreas científicas que estão
relacionadas à Ciência Forense são a Antropologia, Biologia, Computação, Matemática,
Química, e várias outras áreas ligadas à Medicina, como por exemplo, a Psicologia
Forense.

"CSI: Las Vegas" é o título de uma série americana de investigação criminal que, no
Brasil e em outros países, popularizou o trabalho dos cientistas forenses, os peritos que
desvendam os mais variados crimes e conduzem à identificação do culpado.

Psicologia e Medicina Forense


A Psicologia Forense é uma área da psicologia que está relacionada com a ciência
forense, e consequentemente, com questões judiciais. A psicologia forense é a
metodologia da psicologia aplicada ao contexto legal. Nesta área, são estudadas as
condições que fazem a ligação entre o Homem e a Lei. No caso de crimes, a psicologia
tem a função de determinar a vontade do sujeito e a sua capacidade civil e penal.

A Medicina forense ou medicina legal pode ser dividida em muitas áreas, sendo que
uma delas é a psicologia forense. Tem como objectivo esclarecer aspectos médicos que
sejam relevantes no âmbito jurídico, como por exemplo, determinar a causa de morte de
uma pessoa.
A PRÁTICA FORENSE NOS
CURSOS DE DIREITO
Luís António Venâncio Prof. Orientador do Núcleo de Prática Jurídica -
UNAJUR - UNAES Especialista em Direito Processual Civil e Direito Civil. Ao
iniciar a aprendizagem da prática jurídica, o académico conta com um sistema
de esquemas que constituirá o alicerce de futuras aprendizagens, oriundo da
teoria vista em sala de aula através da didáctica pedagógica dos professores.
Entretanto, há a necessidade de implementação de novos métodos didácticos
que conciliem a teoria e a prática do direito, pois há dois problemas que vêm
se manifestando. O primeiro diz respeito a rotinização do ensino prático como
prática de ensino, problema fundamental que enfraquece a formação
académica jurídica nos dias de hoje. Como renovar tais práticas rotineiras e
implementar um novo ritmo na Didáctica do Ensino Jurídico, que melhore a
assimilação dos académicos no desenvolvimento da prática jurídica? O
segundo diz respeito a áreas de especialização, ou seja, da formação
advocatícia, formação académica e formação técnica, sendo de fundamental
importância definir qual o tipo de profissional sairá formado. Esses problemas
remetem a outros questionamentos: - existe maturidade suficiente para que o
académico defina sua formação ainda durante o curso de graduação? - Quais
os instrumentos colocados pelas Instituições para facilitar essa escolha pelo
académico? Mas, para responder a essas questões há necessidade de conhecer
como a didáctica pedagógica na formação de docentes vem sendo
desencadeada na disciplina de prática forense cível, junto a esses académicos.
Para termos uma melhor visão sobre a sistemática de regulamentação que hoje
acontece nos cursos de direito no Brasil, se faz necessário um breve relato
histórico desde a norma que o criou até as Portarias atuais. No ano de 1827,
mais especificamente no dia 11 de agosto, era fundado o curso de Direito no
Brasil. Dom Pedro Primeiro fez as honras, criando os cursos de ciências
jurídicas e sociais, um na cidade de São Paulo e o outro na cidade de Olinda e,
desde essa época, funcionando em cinco anos. Em português actual, entre os
artigos da Lei de criação do Curso de Direito, está o art.º 9º, disposto da
seguinte forma (1): (1) Livro 170 Anos de Curso Jurídico no Brasil.
Recuperação Histórica: A evolução das estruturas curriculares desde a criação
dos primeiros cursos jurídicos. Site oab.org.br , 1999 "Os que frequentarem os
cinco anos de qualquer dos cursos, com aprovação, conseguirão o grau de
Bacharel. Haverá também o grau de Doutor, que será conferido àqueles que se
habilitarem com os requisitos que se especificarem nos estatutos, e só os que
obtiverem, poderão ser escolhidos para professores”. No quinto ano do curso,
na 2ª Cadeira, era ensinadas a disciplina Teoria e prática do processo
adaptado pelas leis do Império. Era a disciplina obrigatória de prática jurídica
ensinada para os que quisessem exercer a advocacia. Em 1879, o Decreto
nº 7247, reformou o ensino superior em todo o Império. No art. 23, as
Faculdades de Direito eram divididas em duas secções: a das ciências jurídicas
e das ciências sociais. O grau de Bacharel em Ciências Sociais habilitava,
independente de exame, para exercer a função de agente diplomático nas
embaixadas, nas secretarias de Estado e nas Repartições Públicas. O grau de
Bacharel em Ciências Jurídicas habilitava para a advocacia e a magistratura.
Já em 1891, o Decreto nº 12321 H, regulamentava Instituições de Ensino
Jurídico, dependentes do Ministério da Instrução Pública, hoje Ministério da
Educação. O seu art.º 2º, estava assim disposto: "Haverá em cada uma das
Faculdades de Direito três cursos: o de Ciências Jurídicas, o de Ciências
Sociais, e o de Notariado (escrivão público - tabelião). Desta forma, um único
curso de Direito já formava três profissionais, tornando-se um curso de
fundamental importância no contexto social da época. Era muito procurado e a
sua maioria de académicos era formado por filhos de fazendeiros e grandes
comerciantes do sudeste e sul do país em São Paulo e do Norte e Nordeste em
Olinda. Logo em seguida, a Lei nº 314 de 30 de Setembro de 1895,
reorganizava o ensino das Faculdades de Direito. O então Presidente da
República dos Estados Unidos do Brasil sancionava tal alteração. Desta feita o
curso de direito nos seus cinco anos, já continha em suas disciplinas o
conteúdo das três áreas diferenciadas na norma anterior. A disciplina de
prática forense continuava em seu último ano, ainda sem o contacto com a
comunidade, ou com a prática real dos processos. O Decreto nº 11.530 de 18 de
Março de 1915, novamente reorganizava as Faculdades de Direito na
República. Além de alterar a grade curricular, o art.º 175 trouxe uma inovação
necessária para a época, que o ensino da teoria e prática processual civil,
compreenderia também um curso essencialmente prático, em que os alunos
aprendessem a redigir actos jurídicos e a organizar a defesa dos direitos. De
fundamental importância para a época, no auge da primeira guerra mundial,
onde muitos dos direitos das gentes, como eram chamados à época, eram
esquecidos. Em 1931, o Chefe do Governo Provisório da República dos Estados
Unidos do Brasil, baixava o Decreto nº 19.851, e em seu art. 26 assim
determinava: "O ensino do Direito far-se-á na respectiva Faculdade em dois
cursos: um de cinco anos, e outro de dois." Ao estudante aprovado em exames
de toda a matéria ensinada no primeiro (cinco anos) era conferido o grau de
Bacharel em Direito e o diploma correspondente, ao aprovado em toda a
matéria ensinada em qualquer das secções do segundo (dois anos) mais a
defesa da tese em referência no art. 50 do mesmo decreto, era conferido o grau
de Doutor em Direito, e o diploma correspondente. Desta forma, o aluno que
concluísse os sete anos do curso já saía com o título de DOUTOR, daí a
convenção para todos os advogados de terem esse pronome de tratamento. Em
1962, um Parecer da Comissão de Ensino Superior do Ministério da Educação
indicou algumas disciplinas necessárias a serem fixadas pelo Conselho para o
Curso de Direito com duração de cinco anos. Isto em decorrência da  Lei de
Diretrizes e Bases , em seu art. 70, que determinava que fosse fixado um
currículo mínimo para o Direito. Em 25 de fevereiro de 1972, a Resolução nº
03/72 do extinto Conselho Federal de Educação, determinava um currículo
mínimo do curso de graduação em Direito, compreendendo matérias básicas e
profissionais além de exigir também o estágio supervisionado de prática
forense cível e criminal, ainda não introduzido na grade curricular do curso.
Nesse período o estágio supervisionado de Direito funcionava da seguinte
forma: - o acadêmico passava cinco anos na Faculdade e saía Bacharel em
Ciências Jurídicas e Sociais; - se desejasse advogar precisava participar do
estágio supervisionado pela OAB nos últimos dois anos do curso, estágio esse
que era facultativo e, caso tivesse bom aproveitamento, ganhava o direito de
inscrever-se diretamente na Ordem dos Advogados do Brasil, sem a
necessidade de passar pelo exame da ordem. - caso o bacharel não participasse
do estágio supervisionado, era obrigado a prestar o exame da Ordem para
exercer a advocacia. Tal situação foi alterada recentemente com a Lei 8.906 de
04 de julho de 1994, Estatuto da Advocacia , a qual tornou obrigatório o Exame
da Ordem para o exercício da advocacia, independente do estágio
supervisionado ter sido realizado ou não. Hoje, todos os acadêmicos que
quiserem exercer a advocacia após a conclusão do curso precisam
necessariamente passar pelo Exame. Por último, a Portaria Ministerial nº
1.886 de 30 de dezembro de 1994, revogou as Resoluções 03/72 e 15/73,
fixando novas diretrizes curriculares e o conteúdo mínimo do curso jurídico,
tornando obrigatório o estágio de prática jurídica supervisionado pela
Instituição de Ensino Superior/OAB e, integrado ao currículo pleno, com carga
horária mínima de 300 horas/aula. O que pode-se perceber no decorrer dessas
normas por que passou o curso de direito, desde a sua criação, é que ao
Bacharel em Direito sempre foi exigido participar da prática jurídica. Hoje, o
acadêmico que quer seguir carreira na área jurídica, sendo advogado, juiz,
promotor, procurador ou defensor público, tem que passar pelo estágio
supervisionado obrigatório de dois anos, um ano na área cível e o outro na
área criminal e trabalhista, elaborar monografia, participar de um exame
nacional de cursos "provão" senão não recebe o diploma, e, por último, passar
no famoso exame de ordem. Somente após, poderá exercer livremente sua
profissão. O curso de Ciências Jurídicas e Sociais é bastante extenso e a cada
dia tem-se novos direitos e Leis são sancionadas, tanto para excluir como para
incluir direitos. Nesse contexto, tal obrigação do estágio faz com que o
acadêmico conheça as frentes principais da advocacia se identificando com
alguma área de atuação. Acontecendo também com a obrigação da monografia,
que o acadêmico amplie suas possibilidades se identificando com uma ou
outra área de pesquisa e, inclusive, com a área de ensino. Atualmente, a
sociedade vem exigindo dos acadêmicos melhor qualificação, mas para que
isso aconteça o docente deve atualizar-se permanentemente como, por
exemplo, buscando cursos de mestrado e doutorado. O motivo é óbvio, como
informa o próprio MEC, hoje, para cada 500 (quinhentos) acadêmicos de
direito no Brasil, temos 1 (um) mestre/doutor. Na maioria das Faculdades do
país, temos a figura do profissional, advogado, promotor, juiz, desembargador,
procurador, fazendo às vezes do professor, seja por gostarem de ministrar
aulas ou por aumentarem seus rendimentos. Raríssimos são os casos em que o
professor do Curso de Direito sobrevive somente de seu magistério. Não era
assim quando o curso de direito foi criado há 172 anos atrás, os Lentes
titulares, como eram chamados os professores do ensino superior, recebiam o
ordenado equivalente aos Desembargadores e gozavam das mesmas honras.
Podendo inclusive aposentar-se com o ordenado por inteiro após 20 anos de
serviço (Site oab.org.br, 1999). A disciplina de prática jurídica sob a forma de
estágio supervisionado, agora fazendo parte do currículo de todas as
faculdades de direito, exige que o profissional dessa importante disciplina
esteja em constante aperfeiçoamento, quer nas técnicas de pesquisa, nas
técnicas de elaboração das petições, nas técnicas da mediação, e
principalmente nas técnicas didático-pedagógicas, pois, tal estágio não
objetiva simplesmente a prestação de serviços, mas proporciona
principalmente, a complementação do ensino e da aprendizagem. As
mudanças no desenho do currículo em ações voltadas às atividades práticas
sob a modalidade de estágio supervisionado vêm reforçar a necessidade não só
de estudar como a formação de professores na sua didática pedagógica vem
sendo ministrada e como esse conhecimento teórico-prático contribui na
formação do acadêmico de direito. Na concepção da Lei a formação do futuro
profissional de direito, inclui o estágio como uma complementação do
processo educacional, em que proporciona ao acadêmico o desenvolvimento de
potencialidades, além de humanizá-lo, no trato com os assistidos, abrindo a
mente do aluno para o exercício do pensamento lógico. É de fundamental
importância na formação do docente que se identifique como se deve ensinar
numa sociedade em plena mudança. A imediata absorção pelos docentes de
novas metodologias de ensino, combinando com novas técnicas,
principalmente as que visam à humanização e desenvolvimento do raciocínio
acadêmico devem proporcionar mais estímulos e aprimoramento do exercício
das práticas no estágio supervisionado. Atualmente o que tem preocupado os
docentes é que muitas Instituições trabalham com a informação vertical, ou
seja, de cima para baixo, e ainda utilizando-se de "modelos", petições pré-
impressas, onde o acadêmico só tem o trabalho de completar o texto no
computador, sem qualquer preocupação com os FATOS a serem narrados, com
a DOUTRINA formada pelos autores clássicos, com a JURISPRUDÊNCIA dos
Tribunais sobre o caso, com o DIREITO, e principalmente com o PEDIDO a
ser feito. Desse modo, tais "modelos" tolhem a capacidade de raciocínio dos
acadêmicos, engessam o potencial de pesquisa e de criatividade que deveria
ser aplicado em cada caso concreto. Assim, a escassez de publicação de
experiências profissionais de conhecimentos práticos sobre método de ensino-
aprendizagem na elaboração de peças processuais e de pesquisa acadêmica na
disciplina didática pedagógica da formação de professores voltados a área
jurídica, justifica-se o estudo da didática pedagógica na formação de
professores que orientam a prática forense cível aos acadêmicos do curso de
direito, pois é de suma importância que os professores orientadores dos cursos
de direito, que atuando em Núcleos de Prática Jurídica, tenham esse
conhecimento para que possam derrubar esses "modelos", fomentando o trato
humanizado com os assistidos, comprometendo-se com mudanças, visando
dar aos acadêmicos além da criatividade, estímulo para uma iniciativa
investigativa sobre um caso real. Para melhoria do ensino deve-se analisar a
prática pedagógica que vem sendo utilizada pelos professores orientadores do
estágio supervisionado relativa a disciplina de prática jurídica nas faculdades
de direito. Além de identificar as novas técnicas como elaboração de peças
processuais e de métodos de como ensinar, e o quê ensinar, dentro da Didática
de Ensino Jurídico deve-se confrontar essas técnicas e esses métodos com o
desenvolvimento do acadêmico no raciocínio lógico jurídico durante a prática
forense cível em seu estágio supervisionado. Espera-se, ao concluir os estudos
que os resultados possam oferecer pistas que venham subsidiar os docentes
orientadores não só na sua formação como professores que atuam no estágio
supervisionado, como também em trazer melhorias na formação do acadêmico
do curso de direito. BIBLIOGRAFIA: BASTOS, Aurélio Wander. O ensino
jurídico no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1998. 371p. CATANI, Denise
Barbosa (org). Universidade escola e formação de professores. São Paulo:
Brasiliense, 1987. CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. 2.
ed. Campinas: Papirus, 1992. FARIA, José Eduardo. A reforma do ensino
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Directrizes curriculares para o curso de direito: flexibilização e criatividade.
Internet, Site artigos, oab.org.br , 1999 LIVRO 170 ANOS DE CURSO
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oab.org.br , 1999 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Avaliação externa dos cursos
jurídicos - análise dos indicadores. Publicação Internet. Site artigos, oab.org.br
/ 1999. MELO Filho, Álvaro. Metodologia do ensino jurídico / 3ª ed. - Rio de
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formação. 2. ed. Portugal: Dom Quixote, 1995.

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