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NÚCLEO DE HUMANIDADES APRESENTA:

Resenha REVISTA
Se você está folheando esta revista, é porque

Caro conseguimos realizar um projeto que teve como


objetivo primeiro divulgar as riquezas de saberes

leitor, que se encontram e se misturam no cotidiano de uma


escola diferenciada, que é o nosso IFMA Campus
Buriticupu. Essas misturas, de caráter inter e
multidisciplinar, compreendem o entrelaçamento
não apenas de temas, conteúdos, disciplinas e
áreas, mas também a mescla de papéis,
identidades, sonhos e projetos de vida e de saber.
Afinal, é dessa interação e entrosamento entre tudo
e todos que nasce o conhecimento.
Entrelaçada às Ciências Humanas e áreas afins a
Humanidades, como Letras, Artes, Geografia,
História, Sociologia é que surge a Revista Resenha,
com o intuito de promover publicações de docentes
e discentes, incentivando, assim, a comunidade
acadêmica à escrita e à leitura de periódicos, bem
como divulgar informações sobre projetos, eventos e
quaisquer ações importantes do Campus, incluindo
aquelas que se insiram no tripé Ensino, Pesquisa e
Extensão.

IFMA CAMPUS BURITICUPU | NÚCLEO DE HUMANIDADES


Em cada seção deste primeiro número, nas ações e
trabalhos divulgados, está a marca do compromisso,
do respeito à pluralidade e da persistência de nossos
educadores em disseminar o conhecimento. O que
resulta, por outro lado, em uma mostra da capacidade
e do protagonismo de nossos estudantes, qualidades
que se revelam em cada uma das produções discentes
que compõem o corpo deste periódico.
É dessa forma que a Revista Resenha constitui uma
espécie de laboratório de produção de textos diversos
(artísticos, literários, científicos, jornalísticos),
possibilitando o acesso ao conhecimento, à reflexão e
ao ensino-aprendizagem.
Esperamos que você, caro leitor, desfrute desse
contato com a realidade de nosso campus e que, por
essa pequena janela de mostra de ações, possa
participar de todas essas misturas e respirar um pouco
desse ritmo de produção que é, de certa forma,
inclassificável, pois, aqui, não fazemos nada a sós, ao
contrário, nossa resenha é composta de
complementos, acréscimos e de todas as misturas.

Os Editores
IFMA CAMPUS BURITICUPU | NÚCLEO DE HUMANIDADES
Fala,
estudante!
Entrevista

Entrevistada: Thysiane Mourão dos Santos,1°


ano, Meio Ambiente

Você está no seu primeiro ano no IFMA. Está


tendo novas experiências, novos desafios? O Com protagonismo
que você está achando da nossa instituição? estudantil, esta seção
Como está sendo sua experiência?
trará entrevistas feitas
Thysiane: A minha experiência, no IFMA, está
sendo boa até agora! É bem proveitoso estudar
por e com estudantes
aqui, na instituição, porque a gente tem acesso acerca de temas que
a várias coisas, como os computadores, e é consideram relevantes,
muito bom também a biblioteca, onde são além de textos mais
disponibilizados diversos livros.
“formais” produzidos
Qual seu ponto de vista sobre o método de nas disciplinas em curso.
ensino dos professores do IFMA? Acompanhe, então, as
Thysiane: Eu acho que os métodos deles são falas e posicionamentos
bons, pois eu consigo entender os conteúdos e
das entrevistadas
aprender. Mas, claro, na minha opinião, muitos
Entrevistada 01:
podem ser melhorados.
Thysiane Mourão

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Fala,
estudante!
Entrevista

Entrevistada: Thysiane Mourão dos Santos,1°


ano, Meio Ambiente

Antes de entrar no IFMA, o que você pensava


sobre a Instituição? O que as pessoas
falavam?
Thysiane: As pessoas falavam que o IFMA era
muito complicado, com outras palavras,
“ruim”, por conta dos contra-turnos, sábados
letivos, que tinha muito conteúdo e muitas
matérias.

Se um aluno do Ensino Fundamental pedisse


um conselho sobre fazer ou não o seletivo
para ingressar no IFMA, qual conselho você
daria?
Thysiane: Meu conselho seria... faça sim o
seletivo, pois as oportunidades são únicas,
eles vão ter várias alegrias assim como eu
estou tendo.

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Fala,
estudante!
Entrevista

Entrevistada: Rayssa Dias Lima, 1º ano


Administração

Você participa de vários projetos extra


curriculares, um deles é o Comitê de Participação
do Adolescente (CPA), que foi criado pelo Entrevistada 02:
CONANDA. Mas o que seria esse comitê? Rayssa Dias
Rayssa: Bem, o CPA se baseia em um comitê
consultivo, recebendo as ideias e propostas do
CONANDA, que é o Conselho Nacional da Criança
e do Adolescente. Então, os planos e o que eles
estão propondo para a sociedade brasileira vai ter
que passar também pelo CPA, para que as ideias
sejam dadas e discutidas de acordo com a
realidade de cada um dos adolescentes
representantes.
Qual o principal objetivo do CPA?
Rayssa: O CPA tem o objetivo principal de trazer a
voz e a presença de adolescentes para um espaço
que é seu por direito. Então, você tem pessoas
falando sobre direito de crianças e adolescentes e,
por isso, é necessário que eles estejam ali,
presentes, pra que seus pontos de vista e tudo em
que eles acreditam sejam, realmente, efetivados.

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Fala,
estudante!
Entrevista

Entrevistada: Rayssa Dias Lima, 1º ano


Administração
Sabendo agora o que é o CPA, muitos jovens
podem se interessar em participar desse comitê.
Como eles poderiam? O que seria necessário para
isso?
Rayssa: É importante salientar que o cargo dura
dois anos, é como se fosse uma espécie de
mandato, que é quando ocorre a gestão, a qual é
compartilhada pelo governo e pela sociedade civil.
No final desse período, acontece a eleição para a
ocupação do cargo, com uma seleção online de
adolescentes. É interessante os jovens participarem!
Em sua percepção, quais os benefícios que um
jovem poderia ter ao participar de projetos
extracurriculares, como o Comitê de Participação
do Adolescente?
Rayssa: Além da experiência que você tem de ser
ouvido, sentir que você pode fazer a
a diferença naquele meio que, na maioria das
vezes, é superprivado, pois os adolescentes têm suas
ideias e revoltas internas, mas não têm a
oportunidade de expressar tudo isso. Então, eu acho
muito importante.

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Fala,
estudante!
Entrevista

Entrevistada: Rayssa Dias Lima, 1º ano


Administração

Como os adolescentes representantes reagiram


ao novo ensino médio? Você acha que houve
impacto negativo ou positivo?

Rayssa: A gente fez uma pesquisa online com


escolas que ofertam o novo ensino médio pra
procurar conhecer as respostas dos
adolescentes em relação a esse novo método de
ensino e tivemos respostas muito negativas. A
gente, os representantes do CPA, trabalha em
equipe, sendo 40 adolescentes, e quem trabalha
nas comissões acabou juntando essas
informações pra levar aos conselheiros. O mais
interessante ainda é que, na reunião, na
plenária, esteve presente até mesmo a “Janja”,
esposa do atual presidente. Foi muito
interessante também ver os adolescentes
expressando aquilo que não é só sobre eles, mas
também de todos os que estão vivendo essa
realidade.

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Fala, estudante! Texto
Platão e Descartes, dois filósofos de épocas diferentes, mas que tinham algo
em comum: buscavam entender e provar o que era real e o que não era. Para
isso, criaram vários conceitos e métodos de estudos diferentes. Suas filosofias
foram retratadas no filme “Matrix", um filme complexo, no qual presenciamos
as ideias de Platão e Descartes sendo utilizadas e colocadas em ação.
No filme, a humanidade foi dominada pelas máquinas e cada pessoa vive
em uma cápsula, que se assemelha a um útero, onde nascem, ou são
"cultivados", vivendo em uma simulação, um mundo de sonhos chamado
Matrix, que não é real, mas todos pensam que é. Enquanto isso, as máquinas
estão usando os humanos como fonte de energia e só algumas pessoas
escaparam desse sonho. Essas poucas pessoas sabiam o que estava
acontecendo e o que era realmente verdadeiro.
Dentre as obras de Platão, temos a República e, nela, está a Alegoria da
caverna, que narra que algumas pessoas viviam em uma caverna, presas por
correntes e de costas para a saída. Atrás delas, tinha uma fogueira e outros
indivíduos projetando sombras de objetos na parede, os prisioneiros
acreditavam que essas sombras eram a realidade. Até que um dos prisioneiros
conseguiu se libertar das correntes e sair da caverna, então, ele viu o que era
real, a verdade, depois, voltou para a caverna, com a intenção de libertar os
outros que estavam presos, mas eles não acreditaram nele e o ameaçaram.

Imagem retirada de: ditados.com.br Imagem retirada de: cursoenemgratuito.com.br

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Fala, estudante! Texto
Descartes, criador de um método para a filosofia, queria chegar ao
conhecimento verdadeiro e, para isso, começou a duvidar de tudo. Duvidou
dos sentidos, já que nos enganam, por isso, não podemos confiar neles
totalmente. Duvidou da realidade, supondo que nossa existência poderia ser
apenas um sonho, assim como o que vemos e experimentamos. Depois,
duvidou da nossa percepção, que poderia estar sendo manipulada por um
gênio maligno que nos aprisionou em uma ilusão. Por fim, cogitou duvidar da
própria razão, mas sua conclusão foi que podemos duvidar de tudo, menos do
pensamento, porque se podemos duvidar, estamos pensando e se estamos
pensando é porque existimos ou pelo menos nossa mente existe.
Em relação ao filme, o qual reúne todos essas ideias, a caverna seria a
Matrix, os prisioneiros seriam as pessoas presas na Matrix que acreditavam
nas simulações, assim como os prisioneiros acreditavam nas sombras; as
pessoas que se libertaram da Matrix lutavam para libertar as outras, assim
como o ex-prisioneiro da caverna que foi ameaçado de morte pelos
companheiros, já no filme, algumas pessoas morreram por um personagem
que também queria voltar a viver na Matrix.
Se, para Descartes, poderíamos estar aprisionados em uma ilusão e
manipulados por um ser maligno, no filme, esse ser são as máquinas que
criaram uma realidade falsa, onde todos estão sonhando e não existem
realmente, apenas as suas mentes existem, pelo fato de poderem pensar e
duvidar daquela realidade, mas suas mentes estão sendo enganadas, pelas
simulações através dos sentidos, por exemplo, as pessoas podem sentir o
sabor do bife mesmo não sendo real. Enquanto isso, os seus corpos reais e o
mundo real estão sendo manipulados por máquinas e o único jeito de se
libertarem é duvidando do que parece real.

Eriane dos Santos Barbosa


2° ano do curso de Meio Ambiente

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Imagem retirada de: https://www.themoviedb.org/movie/603-
Fala,
estudante! Texto

the-matrix/images/posters
Leivla Maria Marques Santiago
2° ano do curso de Meio Ambiente

No filme Matrix, o personagem principal, Neo/Thomas Anderson, tem dúvidas e


sente que tudo aquilo que vivia não era real. Da mesma forma, Descartes duvida
da própria existência e da realidade do mundo. O filósofo diz que não podemos
confiar em nossos sentidos, pois eles podem nos enganar, logo, tudo que
achamos ser real pode ser apenas um sonho, porque não conseguimos perceber
quando estamos em um. Coisa parecida acontece em Matrix, já que Neo,
personagem interpretado por Keanu Reeves, não sabe que está na Matrix e que
aquela realidade é falsa, mas ele tem certeza da própria existência.
Como método, Descartes sugere que o mundo é uma ilusão e que pode haver
um gênio maligno para nos enganar e nos fazer pensar que o que existe não
existe e vice-versa. Ainda assim, alguma coisa real teria que sobrar. Em Matrix, o
mundo é a própria Matrix, e esse gênio maligno seriam as máquinas. Essa "coisa
real" é a capacidade de pensar. Uma boa forma de relacionar Descartes ao
personagem Neo é observar que ambos procuram a verdade.
Já a alegoria da caverna, de Platão, está mais relacionada à saída da Matrix.
Os prisioneiros que permaneceram na caverna, representam as pessoas na
Matrix e Morpheus e seu companheiros são representados pelo prisioneiro que
se libertou e viu como era o mundo fora da caverna.

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MostrA
AQUI
Esta seção é dedicada à
publicação de desenhos,
pinturas, charges,
cordéis, poemas,
Riquelme Santos Silva poesias, etc., esta seção
1° a n o d o c u r s o d e M e i o A m b i e n t e
tem por finalidade expor
obras artístico-culturais
produzidas,
principalmente, pelos
discentes, privilegiando
a arte e a literatura.

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MostrA
AQUI
Riquelme Santos Silva
1° a n o d o c u r s o d e M e i o A m b i e n t e

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MostrA
AQUI
Thiago Beleza Ferreira
1° a n o d o c u r s o d e Q u í m i c a

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MostrA
AQUI
Thiago Beleza Ferreira
1° a n o d o c u r s o d e Q u í m i c a

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MostrA
AQUI
Willder Sousa Batista
1° a n o d o c u r s o d e A g r o n e g ó c i o

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MostrA
AQUI
Willder Sousa Batista
1° a n o d o c u r s o d e A g r o n e g ó c i o

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MostrA
AQUI
No fundo do meu jovem coração, há flores
belas que estão escondidas e protegidas.
Impedidas de florescerem,
Impedidas de enxergarem o sol.
As camadas que as protegem são rígidas e
envelhecidas,
Possuem anos ou até mesmo séculos.

- CAROL

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MostrA
AQUI
A pele dela
Parecia pétalas
E expelia a mais gostosa fragrância
Que já senti.
Os olhos irradiavam
Um ar de paz e caos.
A Cada toque, um
Universo de sensações
A voz se comparava
A sussurros de anjos.
E, na minha mente,
Ela dançava, incansavelmente,
Sem parar,
Pra lá e pra cá,
Pra cá e pra lá,
Até, finalmente, parar
Em meus braços,
No aconchego do meu abraço...

- MITZA

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Papo
Científico
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEITURA
DE TEXTOS CLÁSSICOS DA FILOSOFIA NO
ENSINO DESSA DISCIPLINA ACADÊMICA
Prof. Dr. Tadeu Júnior de Lima Nascimento

É ponto pacífico entre docentes dos diferentes


níveis da educação brasileira tanto a carência
que a maioria de nossos alunos tem de uma
cultura de leitura, quanto a importância que esta
possui para o bom desenvolvimento daqueles. O
objetivo deste breve texto é tecer algumas
considerações sobre esse tema, porém, tendo
como pano de fundo, o ensino de filosofia e a
leitura de obras consideradas fundamentais para
tal área do conhecimento.
Segundo Sílvio Gallo (2012 p. 122), o ensino de
filosofia, geralmente, constrói seu currículo em
torno de um dos seguintes eixos: o eixo histórico, o
temático e o problemático. Não há dúvidas que,
do ponto de vista didático, a escolha docente por
um desses três eixos se traduz em diferentes
percepções acerca do que podemos chamar de
“aula de filosofia”. A professora ou professor dessa
disciplina pode optar por uma abordagem
histórica da filosofia, na qual grandes períodos
como a antiguidade, medievalidade,
modernidade e contemporaneidade

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Papo
Científico
expressam um tipo de “biografia” do pensamento filosófico. Optando por lecionar a partir
dos principais temas da filosofia, a/o docente é capaz de falar acerca da “morte”, por
exemplo, em Platão, Boécio, Pascal e Sartre, ou seja, em pensadores(as) de diferentes
momentos e sem depender de uma ordem cronológica. Por fim, uma abordagem através
de problemas filosóficos, em tese, perpassa as duas anteriores e permite “mesclar” ambos
os caminhos.
Não cabe, aqui, uma análise qualitativa desses eixos, apenas gostaríamos de ressaltar o
que parece imprescindível seja qual for a opção escolhida: a importância da leitura dos
textos clássicos da filosofia. Entretanto, isso nos leva a uma questão preliminar: o que pode
ser considerado um clássico? Explica-nos Italo Calvino:
Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das
leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas
culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes)
(CALVINO, 2007, p. 11).
O citado autor não se refere, exclusivamente, a obras da tradição filosófica e sim
“clássicos” em sentido amplo, livros que, aclamados ou criticados, permanecem
“inesquecíveis” e presentes no ideal de leitura de determinada cultura. É evidente que tais
obras têm graus de dificuldade diferentes a depender também da experiência que o/a
leitor(a) possui, se está ou não “acostumado” com os termos ou tipo de texto.
A pressa, o ‘pragmatismo epistemológico” que vivemos na era dos textos de poucos
caracteres, estimulam em muitos a necessidade de recorrer a comentários, resenhas,
resumos, vídeos na internet etc., paliativos, atalhos para conhecer as principais ideias de
uma obra sem, necessariamente, ter que lê-la por completo. Seria hipocrisia dizer que
aqueles não têm serventia, mesmo porque parecem ser, na verdade, descendentes de um
antigo costume de se falar de grandes obras à sua maneira, basta lembrarmos, por
exemplo, de algum “comentário” (no grego: εξήγησις) escrito pelos platônicos na
antiguidade (e há muitos desses escritos) ou o In Duodecim Libros Metaphysicorum
Aristotelis (Comentário à metafísica de Aristóteles), do filósofo medieval Tomás de Aquino,
embora essas obras sejam, por si só, tão densas quanto as que buscam comentar e não os
resumos, extremamente, simplificados que encontramos na contemporaneidade.

Breves considerações sobre a leitura de textos clássicos da Filosofia no Ensino dessa disciplina acadêmica
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Científico
Todavia, o problema, ao que parece, não está
restrito à opção pelo uso desses textos atuais, mas
à tendência ao completo abandono da leitura de
fontes primárias em função das secundárias, como
ainda adverte Calvino:
A leitura de um clássico deve oferecer-nos alguma
surpresa em relação à imagem que dele tínhamos.
Por isso, nunca será demais recomendar a leitura
direta dos textos originais, evitando o mais
possível bibliografia crítica, comentários,
interpretações. A escola e a universidade
deveriam servir para fazer entender que nenhum
livro que fala de outro livro diz mais sobre o livro
em questão; mas fazem de tudo para que se
acredite no contrário. Existe uma inversão de
valores muito difundida segundo a qual a
introdução, o instrumental crítico, a bibliografia
são usados como cortina de fumaça para
esconder aquilo que o texto tem a dizer e que só
pode dizer se o deixarmos falar sem
intermediários que pretendam saber mais do que
ele (CALVINO, 2007, p. 12).

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Científico
A crítica de Calvino soa forte e é evidente que comentadores são importantes para
“amarrar” compreensões de uma obra ou ajudar quando o texto parece demasiado “obscuro”
(lembremos que o filósofo árabe Avicena teria lido a Metafísica de Aristóteles quarenta vezes,
até decorado-a, mas dizia não tê-la compreendido). Como dissemos, na Filosofia,
especialmente antiga e medieval, era comum que filósofos fizessem comentários a obras que
já eram consideradas “clássicas” ou simplesmente a escritos de outros pensadores de sua
época como forma até mesmo de contrapô-los, é o que chamamos de doxografia (δόξα +
γράφειν, algo como: opinião + escrever).
Sem esses “comentários”, inclusive, não saberíamos da existência de diversos textos que não
chegaram até nós por completo. De certa forma, esse costume ainda se perpetua na
universidade por meio de monografias, dissertações, teses, artigos etc. Como bem disse André
Comte-Sponville (1997, p. 31), “a filosofia medita e se lembra”, ou seja, a filosofia está sempre
“olhando para trás”, uma característica que, claro, não lhe é exclusiva, mas bastante
acentuada.
Porém, para além das produções propriamente acadêmicas, popularizam-se os paliativos
antes mencionados, mesmo em uma área tão arraigada, a sua tradição como a filosófica. Isso
nos faz refletir sobre a influência dessa prática na formação dos futuros licenciados (ou até
mesmo bacharéis) em filosofia e como isso pode reverberar na sua metodologia de ensino.
No livro Metodologia filosófica, Dominique Folscheid e Jean-Jacques Wunenburger nos
chamam a atenção para a relevância da “herança” a que os estudantes de filosofia têm
acesso e para qual podem um dia contribuir:
Exceto no caso de um gênio capaz de reinventar tudo pelas próprias forças, a filosofia não
escapa a essa regra comum da cultura que impõe a cada um apoiar-se nos outros para se
alimentar e crescer. Desde a aprendizagem da língua materna, a educação se faz por uma
retomada de herança. Nesse sentido, todo leitor comporta-se normalmente como vampiro. Se
você vier a ser filósofo, será por sua vez vampirizado. Essa é a lei da espécie (FOLSCHEID e
WUNENBURGER, 2006, p. 6-7).
Essa “lei da espécie” é notável no processo dialético do pensamento filosófico, em que teses,
antíteses e sínteses fazem parte da tessitura de sua história, de como pensadoras e
pensadores fundamentais, nesta tradição, ofereceram uma nova perspectiva para problemas
já tratados por seus antecessores ou contemporâneos.

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Científico
Trata-se, portanto, de um procedimento corriqueiro, mas que merece atenção,
principalmente quando o observamos sob o prisma da didática, da formação docente, ou
seja, como parte da metodologia utilizada por quem se propõe ao ensino de filosofia. Isso
porque, apesar da demasiada modéstia ou do excessivo “respeito” para com os principais
nomes dessa área do conhecimento, todo professor ou professora dessa disciplina
acadêmica deveria ser e se assumir também como um filósofo/filósofa, um “amigo da
sabedoria (σοφια)”, do contrário, seria como alguém ensinar natação sem saber nadar.
Filosofar parece, portanto, condição sine qua non para se ensinar a filosofar e, por mais
que, de certo modo, seja algo por vezes considerado natural ao ser humano, a tradição
demonstrou características da reflexão filosófica que lhe garantem uma identidade.
Nesse sentido, a leitura de textos clássicos da filosofia gera um tipo de hábito: é um
treinamento para enfrentar problemas tidos como filosóficos ou problematizar,
filosoficamente, questões tidas como banais pelo senso comum. Dessa forma,
Ler textos filosóficos é entrar em relação com pensamentos filosóficos já advindos, para
penetrá-los e apropriar-se deles. A leitura é, portanto, indissociável do próprio
pensamento. Ao lermos Platão ou Descartes, pensamos nós mesmos como Platão ou
Descartes. Pensamos não apenas por eles, mas neles ‒ pensamos, simplesmente
(FOLSCHEID e WUNENBURGER, 2006, p. 9).
A reflexão filosófica “profissional”, portanto, como parte significativa da experiência
docente, exige, naturalmente, o conhecimento de textos clássicos da tradição, seja
enquanto “estado da arte” primordial no ensino de determinado tema ou apenas para a
formação de quem atua nesse magistério. Entretanto, se o foco está, em última instância,
no desenvolvimento da capacidade discente de refletir, filosoficamente, sobre
determinado assunto, os textos clássicos também serão um “material didático” importante
e, dada a complexidade que muitos deles carregam, o docente será o mediador que
deverá ter ciência dos termos próprios daquele texto, dos conceitos construídos por
aquele filósofo ou filósofa, do contexto da obra etc. Explica-nos Severino que

Breves considerações sobre a leitura de textos clássicos da Filosofia no Ensino dessa disciplina acadêmica
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Científico
O objetivo final de todo professor de filosofia
deverá ser fazer de seus alunos, em alguma medida,
filósofos. Em virtude disso, deverá tentar promover
neles uma atitude filosófica, já que será ela que,
eventualmente, dará lugar ao desejo de filosofar.
Nesse marco, os textos filosóficos serão uma
ferramenta central para o filosofar, mas não um fim
em si mesmo. Compreender um texto é um passo no
caminho da filosofia, e não o último (SEVERINO,
2009, p. 81).
Portanto, se é benéfico para os alunos o contato
com tais textos, é necessário que os clássicos da
filosofia não sejam “estranhos” aos docentes dessa
área, mas sim que permitam alargar o horizonte
bibliográfico de ambas as partes envolvidas no
processo de ensino. Se há várias obras como o
Parmênides de Platão ou Fenomenologia do Espírito
de Hegel que são consideradas de difícil
compreensão até mesmo para quem tem carreira
acadêmica na filosofia, existem outros “clássicos” de
diferentes graus de compreensibilidade que, a
depender do nível de leitura e intepretação que
uma turma apresenta no geral (levando em
consideração, claro, que os discentes se diferem,
individualmente, quanto a esse nível), podem ser
convenientes, salutares e uma ferramenta
fundamental para aproximar as novas gerações não
apenas da historiografia filosófica, mas também de
sua reflexão, da criticidade, do próprio filosofar.

Breves considerações sobre a leitura de textos clássicos da Filosofia no Ensino dessa disciplina acadêmica
Prof. Dr. Tadeu Júnior de Lima Nascimento
Papo
Científico
REFERÊNCIAS

Referências
CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. Tradução
de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das
Letras, 2007.
COMTE-SPONVILLE. Pequeno tratado das grandes
virtudes. Tradução de Eduardo Brandão. São
Paulo: Martins Fontes, 1997.
FOLSCHEID, D.; WUNENBURGER, J.J. Metodologia
Filosófica. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
GALLO, Sílvio. Metodologia do ensino de filosofia:
Uma didática para o ensino médio. Campinas, SP:
Papirus, 2012.
SEVERINO, A. J. Como ler um texto de filosofia. 2.
ed. São Paulo: Paulus, 2009.

Breves considerações sobre a leitura de textos clássicos da Filosofia no Ensino dessa disciplina acadêmica
Prof. Dr. Tadeu Júnior de Lima Nascimento
Papo
Científico
OS (DES) CAMINHOS DAS ÁGUAS NOS LEVAM
A UMA VOÇOROCA EM BURITICUPU-MA

Profa. Dra. Elisângela Guimarães Moura Fé


Prof. Dr. Pablo Melquisedeque Souza

As voçorocas do município de Buriticupu (MA) foram


pauta, em 2023, de vários noticiários em escala
local, nacional e até internacional, repercutindo o
cenário de vulnerabilidade socioambiental. No mês
de março deste mesmo ano, o Centro Nacional de
Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
(CEMADEN) “alertou para áreas de risco no
município por registrar a ocorrência de erosões,
ravinas e voçorocas próximas às residências, e
consequentemente, com possibilidade de processos
de movimento de massa associados a essas feições
de erosão”.
Este cenário provoca inquietações e um estado de
alerta na população do município e adjacências
sobre as causas e consequências dos acentuados
processos erosivos, bem como demanda respostas
de gestores e órgãos competentes para o controle
e recuperação das áreas afetadas. A comunidade
científica tem se mobilizado para compreender as
causas desses processos e o Núcleo de
Humanidades do Instituto Federal do Maranhão, por
meio do Edital PRPGI Nº 25/2023 - PIBIC Ensino
Médio, 2023/2024, desenvolverá a pesquisa
“Cicatrizes Urbanas: as voçorocas nas paisagens do
município de Buriticupu-MA”.

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Papo
Científico
Desta forma, esta pesquisa tem por objetivo
compreender, do ponto de vista geoambiental e
geográfico, os fatores que provocam a formação
de voçorocas no município de Buriticupu-MA.

Notas explicativas sobre os processos erosivos


Para iniciar, é necessário compreender o conceito
de voçoroca que está conectado a processos
erosivos que abrangem a remoção e o transporte
de material intemperizado. A água é o principal
agente modelador e modificador da paisagem e
assume diferentes estados e trajetórias ao longo do
seu ciclo (BOTELHO, 2011). No ciclo hidrológico, a
água, ao atingir a superfície, pode percorrer
diferentes caminhos, dentre eles a infiltração e o
escoamento, dependendo das características do
solo e da declividade do relevo, com destaque para
declividade das encostas e a rugosidade do
terreno.
No município de Buriticupu, o clima é classificado
como Tropical quente e úmido (As). Neste tipo
climático, que abrange grande parte do Brasil,
predominam a erosão pluvial (agente erosivo: águas
das chuvas), erosão fluvial (agente erosivo: águas
dos rios) e movimentos de massa (desprendimento e
transporte do solo e/ ou material rochoso pela
atuação da gravidade e da água).
O escoamento superficial é responsável pelos
processos erosivos de superfície.

Os (des) Caminhos das águas nos levam a uma voçoroca em Buriticupu-MA


Profa. Dra. Elisângela Moura Fé e Prof. Dr. Pablo Melquisedeque
Papo
Científico
Ocorre quando a água que se acumula nas partes
mais rebaixadas do terreno começa a escoar pelas
vertentes, quando o solo atinge o ponto de
saturação e as poças não conseguem mais conter a
água. Nas áreas urbanas, em função da
transformação da paisagem, formas espaciais
antrópicas interferem nos caminhos da água, como
supressão da vegetação, edificações,
pavimentação, canalização dos rios, entre outros
que provocam a redução da infiltração e o aumento
do escoamento das águas.
Segundo Florenzano (2008), as cabeceiras de
drenagens e mananciais são áreas particularmente
suscetíveis à erosão. As voçorocas tendem a se
estabelecer nessas áreas, onde ocorre a erosão
regressiva. As ravinas e voçorocas derivam de rotas
de fluxos de água que podem ocorrer na superfície
ou subsuperfície.
Faria Filho (2019) ressaltou que sedimentos
carreados de resíduos sólidos que são dispostos de
forma irregular nas voçorocas e o acúmulo no interior
em suas bordas, instabilizam ainda mais as incisões,
uma vez que os materiais orgânicos armazenam
quantidade expressiva de água junto à superfície.
As voçorocas no município de Buriticupu –MA
O município de Buriticupu está situado na Bacia
sedimentar do Parnaíba, acima desta estão a
Formação Itapecuru, os depósitos detrito-lateríticas
e os depósitos flúvio-lagunares (CORREIA FILHO,
2011).

Os (des) Caminhos das águas nos levam a uma voçoroca em Buriticupu-MA


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Papo
Científico
O relevo do município se configura como um
tabuleiro , separados por vales na direção norte-sul,
altitudes médias de 350 metros, com superfície plana
e levemente ondulada (MACEDO, et all, 2019).
Ainda conforme Macedo et all (2019), os processos
erosivos em Buriticupu concentram-se em locais de
rupturas de declives da borda do tabuleiro, no qual a
cidade se encontra. Nas áreas urbanas do município,
a ação do escoamento superficial concentrado tanto
nas águas servidas quanto nas águas pluviais, se
direcionam às bordas do tabuleiro, iniciando ou
acentuando o processo de formação das voçorocas .
Ademais, os focos erosivos podem estar em processos
de evolução de altas bacias, em processo de
dissecação erosiva em bordas de planaltos e, ao
mesmo tempo, de reativação de cabeceiras de
drenagem. Registram-se no município 26 voçorocas,
entretanto, especula-se que o número pode ser
maior, conforme o processo de ravinamento encontre
condições de expandir para voçoroca. Conforme
Macedo et all (2019), os processos erosivos
encontrados na cidade estão instalados em locais de
ruptura de declive da borda do platô onde a cidade
está instalada. Campos (2019) ressalta que os
condicionantes antrópicos foram: a história de
ocupação de Buriticupu e sua relação com a
ocupação de áreas de risco, as características da
estrutura urbana e as atividades econômicas
(agricultura tradicional, pecuária extensiva e
extrativismo) causadoras de degradação ambiental.

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Papo
Científico
A vulnerabilidade geoambiental do município é
um condicionante para o surgimento de processos
erosivos acentuados, entretanto, o processo de uso
e ocupação do solo marcado pela supressão da
vegetação, drenagem irregular das águas,
acúmulo de resíduos sólidos nas voçorocas e a não
preservação das encostas, bordas de tabuleiros ou
chapada, topo de morros, como rege o Código
Florestal Brasileiro, são fatores que aceleram os
processos erosivos e diminuem a capacidade de
resistência do solo.
É preciso ressaltar que a questão das voçorocas
no município de Buriticupu – MA não se resolve em
curto prazo, embora tenha sido decretado o
estado de calamidade pública, é necessário
entender que qualquer solução exige um contínuo
processo de recuperação e controle das áreas
degradadas, envolvendo a educação ambiental, a
aplicação e o monitoramento da legislação
ambiental, no uso e ocupação do solo. As
voçorocas de Buriticupu são uma amostra da
urgência de promover um desenvolvimento
sustentável, uma vez que a terra já mostra os
sintomas da sobrecarga em prol de um modelo de
desenvolvimento baseado no consumo e marcado
por grandes desigualdades sociais.

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Científico
REFERÊNCIAS

CAMPOS, A. A. C. Condicionantes dos processos erosivos na área


urbana de Buriticupu – MA: o caso da voçoroca do bairro Santos
Dumont. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual do
Maranhão, São Luís, 2019 .Disponível em:
<https://www.ppgeo.uema.br/wp-
content/uploads/2021/02/AUGUSTO_CAMPOS-
DISSERTA%C3%87%C3%83O.pdf>
BOTELHO, Rosângela Garrido Machado. Bacias Hidrográficas
Urbanas. In: GUERRA, A.J.T .(org.). A Geomorfologia Urbana. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2011 p. 71 -110..
MACEDO, L. T. .; MORAES JÚNIOR , J. L. D. S. .; LIMA SANTOS, A. D. .;
SILVA FARIAS FILHO, M. . Mapeamento de Voçorocas e do Risco de
Erosão em área urbana no Oeste do Estado do Maranhão. Revista
GeoUECE, [S. l.], v. 8, n. 14, p. 298–313, 2021. Disponível em:
https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/article/view/6831.
Acesso em: 6 abr. 2023
FARIAS FILHO, M. S.; DE MACEDO, L. T. D. S.; SANTOS, A. de L.;
CARVALHO CAMPOS, A. A. Processos erosivos urbanos e a qualidade
dos corpos hídricos em Buriticupu, Maranhão. Geografia em Atos
(Online), [S. l.], v. 2, n. 9, p. 44–56, 2019. DOI:
10.35416/geoatos.v2i9.6344. Disponível em:
https://revista.fct.unesp.br/index.php/geografiaematos/article/view
/6344. Acesso em: 6 abr. 2023
FLOREZANO. Teresa G (org.). Geomorfologia: conceitos e
tecnologias atuais.São Paulo: Oficina de Texto, 2008.
PREFEITURA MUNICIPAL DE BURITICUPU - MA. Plano Municipal de
Saneamento Básico de Buriticupu. Relatório Final, 2019.
MIRANDA, Antônio Carlos da Silva; LIMA, Aline Maria Meiguins de.
Voçorocas urbanas e protocolo de avaliação de risco geoambiental
aplicado em Açailândia-MA. Revista Brasileira de Geografia Física,
[S.l.], v. 15, n. 2, p. 721-735, abr. 2022. ISSN 1984-2295. Disponível em:
<https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/view/244366>.
Acesso em: 06 abr. 2023.
doi:https://doi.org/10.26848/rbgf.v15.2.p721-735.

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Olha a dica
IMAGEM

1
Orgulho e Preconceito
Joe Wright, 2006
A obra traz uma reflexão a respeito do
comportamento da sociedade
aristocrática, no início do século XIX, na
Inglaterra, e fala sobre a busca da
felicidade e o desejo pessoal colocado
acima das convenções sociais. Elizabeth
Bennet vive com sua mãe, pai e irmãs no
campo, na Inglaterra. Por ser uma das
filhas mais velhas, ela enfrenta uma
crescente pressão de seus pais para se
casar. Quando Elizabeth é apresentada
ao belo e rico Darcy, faíscas voam.
Embora haja uma química óbvia entre os
dois, a natureza, excessivamente,
reservada de Darcy ameaça a relação.
Dica de Rebeka da Silva Rocha Oliveira
1º ano do curso de Meio Ambiente.
Imagem disponível em cafecomfilme.com.br

Equilibrium

2
Imagem disponível em martialartsactionmovies.com

Kurt Wimmer, 2003 Dica do Prof. Tadeu Júnior de Lima

Equilibrium é um filme de 2002, do gênero ficção científica,


recheado de ação e suspense. Após uma devastadora terceira
guerra mundial, a grande maioria dos humanos vive em uma
sociedade governada por um regime totalitário que entende que a
única forma de evitar o conflito entre as pessoas é reprimindo os
sentimentos destas através do uso de uma droga. Não bastasse a
interessante discussão política que o filme traz, convido a quem
assista tal obra, para prestar atenção, do ponto de vista da
antropologia filosófica, na clássica questão acerca da natureza ou
da condição humana: Se minhas emoções são anestesiadas, se
apenas a razão estiver presente, ainda posso me considerar
“humano”?

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Olha a dica
IMAGEM

3
Radioactive
Marjane Satrapi, 2020
Disponível na Netflix do Brasil, o
filme Radioactive narra a vida de

Imagem disponível em palomaviricio.com.br


Marie Curie, ‘mãe’ da radiação, e
mostra as dificuldades e genialidade
da trajetória de uma das cientistas
mais importantes da história. A
biografia aborda o papel das
mulheres nas ciências e aborda as
consequências da descoberta de
Curie para a medicina, a indústria e
a guerra.
Dica da Profa. Enayra Silva Souza

King Richard: Criando Campeãs

4
Imagem disponível em cafecomfilme.com.br

Reinaldo Marcus Green, 2021


O filme “King Richard: Criando
Campeãs”, produzido pelo diretor afro-
americano Reinaldo Marcus Green,
retrata a extraordinária história da
família Williams em busca do sucesso no
mundo esportivo do tênis e joga luz em
temas como racismo, a priorização da
educação e a importância da saúde
mental.

Dica da Profa. Enayra Silva Souza

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Olha aPALAVRA
dica

1
Crítica da razão negra
Achile Mbembe, 2013
Este livro é fundamental para pensar a
evolução do pensamento racial. O autor é um

Imagem disponível em outraspalavras.com.br


dos maiores teóricos do pós-colonialismo e,
por meio do pensamento filosófico, denuncia
a submissão do negro a partir do lugar
subalterno (mercadoria humana). A “Crítica
da Razão Negra” se faz urgente para uma
descolonização estrutural na Europa, com o
intuito de alcançar o mundo. O livro
demonstra diversos conceitos e referências
que apontam caminhos para um mundo mais
justo, restituído e reparado sem o peso da
raça. Nesse sentido, propõe uma reinvenção
da sociedade. Dica da Profa. Ana Carla Rio

Diário de Anne Frank

2
Imagem disponível em cpinterest.com.br

Anne Frank, 1947


O Diário de Anne Frank é um livro escrito
por Anne Frank entre 12 de junho de 1942
e 1.º de agosto de 1944, durante a
Segunda Guerra Mundial. É conhecido
por narrar momentos vivenciados pelo
grupo de judeus confinados em um
esconderijo durante a ocupação nazista
dos Países Baixos.

Dica de Rebeka da Silva Rocha Oliveira


1º ano do curso de Meio Ambiente.

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Olha aPALAVRA
dica

3
A arte de viver para as novas gerações
Raoul Vaneigem, 1967
Considero um livro fundamental pra gente
pensar muitos elementos da

Imagem disponível em estantevirtual.com.br


contemporaneidade a partir da vida
cotidiana, em que o autor elabora uma
crítica radical do Poder que produz
sofrimento, isolamento e humilhação. E,
por outro lado, aponta a importância da
criatividade, da espontaneidade,
participação, comunicação e realização
como formas de lutar por uma vida mais
autêntica.
Dica do Prof. Leandro Barbosa

4
Mulheres do Rock: Elas levantaram a voz e
Imagem disponível em rollingstone.uol.com.br

conquistaram o mundo
Laura Gramuglia, 2021
"Mulheres do Rock: Elas levantaram a voz e conquistaram
o mundo", escrito pela autora Laura Gramuglia, é um livro
incrível que nos apresenta a história fascinante e
inspiradora das mulheres no mundo do rock. Uma das
coisas mais legais sobre "Mulheres do Rock" é que ele
aborda não apenas as conquistas musicais dessas artistas,
mas também suas lutas pessoais e a forma como elas
usaram sua música para expressar suas vozes e lutar por
igualdade de gênero. O livro nos mostra como essas
mulheres usaram o poder da música para inspirar e
empoderar outras pessoas. "Mulheres do Rock" é uma
Dica da Profa. Maristhela Rodrigues
celebração do talento e da coragem das mulheres que
ousaram entrar no mundo do rock, mesmo enfrentando
adversidades e preconceitos.

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Olha a dica
SOM

1
Erva venenosa (Poison Ivy)
Rita Lee, 3001, 2000
“Erva Venenosa (Poison Ivy)” é uma canção

Imagem disponível em genius.com.br


gravada em 1965, pelos Golden Boys, trata-se
de uma versão da canção “Poison Ivy”, do
grupo vocal The Coasters, composto por Jerry
Leiber e Mike Stoller e sucesso seis anos antes.
A canção foi consagrada, depois, pela versão
gravada pelo grupo Herva Doce, em 1982.

Dica de Rebeka da Silva Rocha Oliveira


1º ano do curso de Meio Ambiente.

Alegria, alegria
Caetano Veloso, 1968
“Alegria, Alegria” é uma canção composta por
Caetano Veloso que foi o marco inicial do movimento
Tropicalismo em 1967. A revolucionária letra de
2
Caetano Veloso se inicia com versos que sugerem
liberdade, apesar do duro contexto político do país.

Imagem disponível em docogs.com.br Dica de Geovana Neves, 1º ano do curso de Meio Ambiente.

3
Eu não sou racista
Dica de Maria Francisca Melo da Conceição
Nego Max, Eu não sou racista, 2000 2º ano do curso de Análises Químicas

A música “Eu não sou racista” ,do Nego Max, é uma crítica à
discriminação racial presente na sociedade brasileira. O rapper fala
sobre a hipocrisia e a falta de empatia daqueles que afirmam não serem
racistas, mas ainda assim têm comportamentos preconceituosos no dia a
dia. A letra explora as experiências de quem já enfrentou o racismo vs
Imagem disponível em
quem só assistiu calado. A música apresenta uma batida forte e uma
observatoriodoaudiov mensagem impactante, além de chamar atenção para a necessidade de
isual.com.br se combater o racismo e de se construir uma sociedade mais justa e
igualitária. Um ponto interessante é que a música foi apresentada por
duas partes que defendem pontos de vista bem distintos.

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Boletim Núcleo de Humanidades
Fique por dentro de tudo que acontece no IFMA! O Campus Buriticupu não para!

05 a 07 – Semana do Meio Ambiente


O evento em homenagem ao Dia do Meio Ambiente, 05 de junho, tem o intuito de
divulgar ideias e debates relacionados ao tema, envolvendo toda a comunidade
acadêmica em atividades que visam à sensibilização dos problemas ambientais.

05 – Mostra Fotográfica de Meio Ambiente


Promovida pelo Grêmio Estudantil do IFMA Campus Buriticupu, é mais uma ação
programada para a Semana de Meio Ambiente, pretendendo reunir os registros dos
próprios alunos e alunas do campus Buriticupu em uma exposição que busca retratar
as suas características.

15 – Café filosófico promovido pelo Núcleo de Humanidades


O Café Filosófico é um evento já consagrado no IFMA Campus
Buriticupu, cujo objetivo é compartilhar o conhecimento. A
ação, de caráter inter e multidisciplinar, compreende temas
ligados às Ciências Humanas e áreas afins a Humanidades,
bem como às demais áreas que proponham uma interface
com as Humanidades, como Letras, Artes, Geografia, História,
Sociologia etc.

17 e 18 – Interclasse de vôlei
Os Jogos Interclasse são atividades esportivas, que buscam integrar alunos de
classes/séries diferentes, no intuito de promover um momento de lazer e
descontração.

17 – I Gincana de Matemática do IFMA Campus Buriticupu


Evento focado nos pressupostos de que o aluno é o protagonista da construção do
conhecimento, por meio de atividades lúdicas e jogos. A ação é relevante para que
haja troca de experiências e socialização entre alunos, professores e demais
colaboradores da escola, promovendo assim um ambiente de respeito, interação,
integração e aprendizagem.

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20 a 22 – III Semana da Química do IFMA Campus Buriticupu


A III SEMQUI – IFMA BTC 2023: Experimentos & Aprendizagens contará com momentos
voltada à ciência, e está repleta de experimentos práticos e oportunidades de
aprendizado. Haverá palestras do Prof. Me. Dayvison Weber Maia, intitulada “O átomo
de Carbono: um olhar sobre o universo NANO” e do prof. Dr. Jean Carlos Antunes
Catapreta com o tema “A Importância da Participação dos Discentes nas Olímpiadas de
Química e Olimpíadas Nacional de Ciência”. Descubra as aplicações da química em
diferentes áreas e conheça projetos de pesquisa inovadores.

26 – Ação em Alusão ao Dia Mundial de Combate às Drogas

Ocorrerá no Auditório do Campus uma palestra com a equipe do Programa Saúde na


Escola (PSE) em alusão ao "Dia Mundial de Combate às Drogas". A atividade é
coordenada pelo Setor Médico e direcionada aos estudantes do Ensino Técnico.

(Data a definir) – Arraial do IFMA


Além do riquíssimo conhecimento e da expansão cultural, esta prática, que é
uma organização do Grêmio Estudantil do IFMA Campus Buriticupu, possibilita
interações entre a comunidade interna e externa, o que enriquece ainda mais
a jornada de aprendizagem. É um momento em que aspectos diversos são
trabalhados.

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DISCENTES DOCENTES

Maria Rafaela da Conceição Lima Profa. Ma. Edilene Freitas Silva


Vanessa Furtado da Silva Prof. Dr. Emanuel Luiz Souza e Silva
José Emanuel Chagas Costa Prof. Dr. Franklin Lopes Silva
Dhouglas Gomes Santos Prof. Me. Leandro Barbosa de Freitas
Maria Clara Macedo Profa. Dra. Maristhela Rodrigues da Silva
Ana Beatriz de Oliveira Prof. Dr. Pablo Melquisedeque Souza e Silva
Isa Gabrielle Conceição Campos Prof. Me. Leomir Souza Costa
Rafael Antônio de Amorim Prof. Dr. Tadeu Júnior de Lima Nascimento
Kelly Patrícia Nascimento Profa. Ma. Suely Matos Andrade Ferreira
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Alessandra Silva Souza Profa. Dra. Ana Carla Carneiro Rio
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Geovana Silva Neves Revisão Ortográfica:
Maria Francisca Melo Da Conceição Professoras Edilene Freitas e Suely Matos
Mariana Uchoa Sousa Batista Edição:
Hellen Christina Profa. Maristhela Rodrigues

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