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Copyright © 2020 Vanderlucia Martins

Título: Meu Capo

Capa: P. L. Revisões

Imagem da capa: Pixabay

Revisão ǀ Diagramação: P. L. Revisões

Todos os direitos reservados.

Está é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter


as pessoas. Nomes, personagens, lugares e
acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nome, datas e acontecimento reais é mera
coincidência.

Essa obra segue as regras da Nova Ortografia


da Língua Portuguesa.
São proibidos o armazenamento e/ou a
reprodução de qualquer parte dessa obra, através de
quaisquer meios — tangível ou não intangível —
sem o concentimento por escrito da autora.

A violação dos direitos autorais é crime


estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

1ª Edição ǀ Criado no Brasil


Sumário

Sinopse​7
1​9
2​27
3​41
4​59
5​74
6​81
7​92
8​103
9​119
10​137
11​153
12​166
13​185
14​198
15​210
16​219
17​229
18​246
19​261
20​273
21​282
22​295
23​305
24​318
25​331
26​342
27​360
28​372
29​384
30​395
31​412
32​428
33​441
34​455
35​468
36​485
37​498
38​510
39​520
40
Agradecimentos​547
Redes sociais da autora​548
Anny Sofia, vinte e dois anos de idade,
acaba de formar-se em direito. Batalhadora, sempre
lutando para viver do melhor com seu próprio
dinheiro e suas próprias conquistas, e mesmo sendo
órfã, se tornou uma mulher forte e determinada,
que luta pelos seus princípios e ideais.
Depois da formatura, Anny ganha uma
viagem para Las Vegas, onde comemora com seus
amigos a tão sonhada conclusão do curso.
Resolvendo se divertir, ela curte a última noite da
viagem, não economizando na bebida, e é nessa
noite, apenas uma noite antes de voltar para sua
realidade, que um homem lindo e misterioso cruza
seu caminho. Mesmo sem sequer o conhecer,
ambos têm uma noite regada a bebida e muito sexo
selvagem e quente.
Damen é um monstro criado. Desde criança
ele aprendeu a sobreviver e a não confiar em
ninguém além do seu irmão Deimon. Ele aprendeu
a não demonstrar seus sentimentos. O preço do
amor de alguém é muito alto, e ele não está
disposto a pagar por ele. Sendo Capo de Las Vegas,
se tornou cruel, implacável, não se importando com
os outros.
Seu caminho se cruza com uma linda
mulher, que desde o momento em que seus olhos a
viu dançando sensualmente, tudo muda e ele decide
que ela será dele. Depois de quase dois anos, eles
se reencontram novamente, só que com
consequências em mãos...
Acordo quando o sol sai no horizonte. Olho
meu relógio na cabeceira da cama, são cinco horas
da manhã. Vou ao banheiro, faço minha higiene
matinal. Assim que termino, entro na cozinha, faço
meu café rapidinho e o bebo rapidamente, senão,
chegarei atrasada. Em seguida, volto ao quarto e
pego minha bolsa com meus materiais.
Não posso me dar ao luxo de chegar
atrasada novamente. Durmo apenas quatro horas de
sono por noite. Tenho um trabalho da faculdade
para entregar, o que consome boa parte do tempo.
Tranco a porta do meu minúsculo
apartamento, que no momento, é o que posso pagar.
Ainda não posso me dar o luxo de comprar um
apartamento melhor. Tenho algumas economias
que ganhei de herança dos meus avós, as deixo
guardadas em uma conta, caso aconteça alguma
emergência e eu precise usar. E um lugar decente
para morar não está entre minhas prioridades no
momento.
Se Lucas visse onde moro, ele
provavelmente teria um ataque cardíaco. Ele é uma
das poucas pessoas que fazem parte da minha vida.
Que ainda se mantem nela, ao menos.
Nos últimos cinco anos tenho prioridades
totalmente diferentes do que as das garotas da
minha idade. Lucas sempre resmunga que sou uma
senhora presa no corpo de uma adolescente.
Não sou rica, é a minha realidade. Tenho
que terminar minha faculdade e arrumar um
emprego melhor, não que meu emprego nas
empresas Davenport seja ruim, devo lembrar. Estou
em reta final na faculdade, falta apenas algumas
semanas, e finalmente, estarei formada.
Chego à universidade, e pela graça de Deus
divino, não estou atrasada. Sara e Sasha já estão
esperando-me, elas são minhas únicas amigas.
Gêmeas, lindas, com incríveis olhos verdes, cabelos
pretos como o breu da noite, corpos esculturais,
ricas, populares, e por último, mas não menos
importante, pessoas maravilhosas. Se dependesse
das duas, estaria agora morando com elas, mas
prefiro trabalhar e viver independentemente.
Tenho poucas pessoas na minha vida, e dois
empregos. Na empresa, durante o dia, e a noite,
trabalho como garçonete.
Nunca fui a festas, nunca bebi e nunca
namorei. Minha vida é corrida para ter alguém mais
que um amigo nela. Nunca participei de uma festa
da universidade como todos da minha idade. Sou
apenas eu no final do dia, para pagar a faculdade e
as despesas de casa.
— Oi — cumprimento-as com um beijo na
bochecha.
— Por que não foi na festa de ontem? —
Sara pergunta.
— Estava trabalhando, e depois ainda tive
que terminar um dos trabalhos que tenho para
entregar hoje — arrumo meus cabelos.
— A festa ontem foi selvagem. — Sara fala,
sorrindo.
— Marcos estava lá. Deus, o homem é
gostoso pra cacete. — Sasha diz, com aqueles
olhos apaixonados no rosto. Sim, ela está
apaixonada pelo capitão do time de futebol da
faculdade. O problema é: o cara é o maior
mulherengo da universidade.
Apenas Sara e eu sabemos que ela tem uma
queda pelo capitão do time. Sara chega perto do
meu ouvido, como se fosse contar um segredo.
Quando ela faz isso, já sei que vem fofoca.
— Ela tava no maior amasso com ele no
sofá ontem na festa — conta-me baixinho, sabendo
que Sasha está escutando. Elas sempre se
provocam. Olho para Sasha, fingindo estar
magoada, mas por dentro, estou morrendo de tanto
rir. Ela sempre cai em qualquer truque meu.
— Quer dizer que você estava pegando o
Marcos e não ia me falar? — pergunto com a voz
magoada. Nossa! Não sei como ela ainda cai nessa,
faço tanto isso, mas toda vez, ela cai. É
impressionante.
— Oh... é que... é que... — gagueja,
tentando explicar-se. Caio na gargalhada pelo seu
embaraço. Deus, ela tá ficando vermelha de
vergonha.
— Só aconteceu. Não foi nada demais. —
Sasha responde, na defensiva.
— Calma, calma, calma. Não tem problema
nenhum. Você pode pegar o gostoso quando quiser.
O cara é lindo — comento sorrindo. Ela percebe
que estava sendo provocada. Sasha me lança um
sorriso radiante.
— Vamos, ou iremos nos atrasar. — Sara
fala, batendo em nossas bundas. Solto um gritinho
de surpresa.
— Safada — resmungo, apalpando sua
bunda durinha. Somos como irmãs, nos apoiando
umas nas outras desde sempre. Quando Lucas
começou a namorar Sara, nos tornamos amigas, e
desde que nos conhecemos, nos tornamos
inseparáveis.
— Nem acredito que estamos terminando
nossas faculdades — diz animada.
— Nossa comemoração será em Vegas,
baby. — Sara fala sorridente. Desde que entramos
na faculdade, falamos que nossa comemoração será
em Las Vegas. Umas das coisas que temos em
comum é que gostamos da cidade do pecado.
Somos fascinadas por ela, por sua beleza,
arquitetura, uma cultura encantadora.
Se um dia eu for me casar, e eu quero me
casar, quero que aconteça em Las Vegas. Essa
viagem é apenas um sonho distante, da qual não
posso pagar. Não tenho condições de pagar algo
caro desde nível. Quando formar-me, quero
comprar um novo apartamento, mudar minha vida
para melhor.
— Nossa! Imagina só, todas nós em Vegas.
— Sasha fala, com um olhar sonhador no rosto.
— Podemos ficar em uma das mansões do
primo do Lucas — sugere a outra gêmea, andando
de costas, remexendo os quadris, em cima de um
salto alto preto. Não sei como ela não cai com esses
saltos.
— Você tem que ver o homem, é a
definição da palavra perfeição. — Sara acrescenta,
abanando-se com as mãos, como se estivesse com
calor.
— Deixa Lucas ouvir você falar uma coisa
dessa. Ele provavelmente terá um treco — arrumo
minha mochila nas costas. Lucas é muito
possessivo quando se trata da Sara.
— Ele mataria o primo. — Sasha fala,
sorrindo sonhadoramente. Entramos na sala de aula
conversando alegremente. Professora Malia entra
na sala com toda a sua arrogância e chatice, e quase
dormi na aula de tão chata. Oh mulherzinha
arrogante.
— Acho melhor você acordar. — Sara
cochicha para mim, fingindo estar lendo o livro
sobre a minha mesa.
— Ela é tão chata — cochicho de volta,
bocejando, tentando expulsar o sono. Assim que
aula termina, caminhamos para fora da sala.
— Vamos almoçar. — Sasha fala, entrando
em seu carro esportivo. Assim que terminamos de
almoçar rapidamente em um restaurante com um
preço considerável e perto da faculdade, vou direto
para a empresa.
Trabalho como secretária do famoso Lucas
Davenport, um dos homens mais poderosos no
mundo dos negócios. Como é conhecido pela
imprensa; "o homem mais jovem a comandar um
império de sucesso e empresas multinacionais".
Sem contar outros negócios da família. Meu
trabalho é apenas meio período, assim tendo tempo
para a faculdade.
— Boa tarde, todo poderoso — gracejo,
cumprimentando Lucas, enquanto entro em sua
sala. O escritório do Lucas é enorme, todo em tons
de cinza e preto. Elegante.
Lucas está sentado atrás da sua mesa,
vestido em um terno azul marinho feito sob
medida.
— Oi bonequinha — cumprimenta,
folheando os papéis que se encontram em cima da
mesa.
— O que temos para hoje? — sento-me na
cadeira em frente à enorme mesa, com um sorriso
gigantesco no rosto.
— Apenas o de sempre — responde,
olhando-me pela primeira vez desde que entrei na
sala.
— Que chato — murmuro, cruzando
minhas pernas.
— Você está me deixando preocupado,
Anny — comenta, cruzando as mãos em frente ao
corpo, me olhando seriamente. Por favor Deus, não
deixe que ele tenha descoberto sobre meu segundo
trabalho. Lucas olha-me como um irmão mais
velho repreendendo por algo. Merda, odeio esse
olhar de desaprovação em seu rosto. Lá vem
bronca, mas, ainda assim, a esperança é última que
morre. Minha esperança é jogada por terra quando
ele fala o que eu não queria.
— Diz pra mim que não é verdade. Você
não está trabalhando como garçonete até às duas
horas da madrugada, não é? — Lucas pergunta,
olhando-me feio. Suas sobrancelhas se juntam em
uma carranca bonita. Não falo nada, continuo lendo
os papéis em meu colo. Isso não está em discussão.
Lucas rosna, fazendo-me levantar a cabeça,
encontrando seus olhos escuros irritados.
— Lucas, eu preciso desse trabalho —
defendo-me, evitando seu olhar. Lucas não
entende. Não posso aceitar sua ajuda o tempo todo.
Não quero me acostumar a ser sustentada por ele,
mesmo ele não se importando com isso.
— Você tem noção do quão perigoso é isso,
Anny? — pergunta-me, fechando as mãos em um
punho. Dessa vez, não vou largar meu emprego por
causa dele, preciso desse dinheiro, e não vai ser ele
que irá me fazer mudar de ideia. Lucas precisa
entender isso, parar de se decepcionar. Não sou
mais aquela criança que ele carregava para todo
lado.
— Sei exatamente, e isso está fora de
discussão — comunico, indo para minha mesa com
passos firmes.
— Não terminamos ainda, Anny! —
esbraveja, caminhando em minha direção com toda
sua confiança e seus um metro e noventa. Seus
ombros largos são musculosos, quadris estreitos,
cabelos negros que combinam perfeitamente com
seus olhos negros âmbar.
— Não vou largar meu emprego! — aviso,
entrando de volta em sua sala. Não quero chamar a
atenção de todo andar.
Ouço-o rosnando novamente atrás de mim,
batendo a porta com força. Às vezes, Lucas me
sufoca com sua superproteção. Mesmo querendo-
me bem, ele me faz querer subir as paredes de tanta
raiva. É sufocante.
Minha realidade é diferente da dele, que
sempre esquece isso. Eu poderia me aproveitar
dele, sim, no entanto, não sou esse tipo de pessoa.
Não sou assim e nem irei ser. Minha mãe me
ensinou a ser uma pessoa decente, honesta e
responsável. Lucas me sustentaria sem nenhum
problema, mas gosto da minha própria liberdade.
— Você vai me matar de preocupação ainda
— murmura ele, tentando me fazer desistir. Isso
não vai acontecer, não dessa vez. Minha decisão já
está tomada.
Depois da discussão, não tocamos mais no
assunto “meu segundo emprego”. Eu sei que ele
não desistirá tão cedo do assunto, mas agradeço por
deixar quieto por agora.
Uma semana depois

Sentada em frente a penteadeira, me


maquiando, estou uma pilha de nervos. Bastante
nervosa, no entanto, muito feliz. Estou finalmente
me formando em direito. Minha mãe ficaria
orgulhosa de mim agora, por ter conseguido.
Mamãe morreu muito cedo, levada pelo
câncer de mama, se tornando um anjo sedo demais.
Eu sei que ela está lá em cima olhando por mim,
me protegendo e me guiando. Mamãe era uma
mulher radiante, sempre sonhando em me ver
formada e realizada. Finalmente consegui realizar
seu sonho, apesar de não a ter aqui comigo para
comemorar. Gosto de imaginar que ela está
cuidando de mim lá de cima, e o que faz minha dor
diminuir um pouco por sua perda.
Hoje é a festa de formatura. Estou na casa
das meninas, arrumando-me com elas. Mesmo
nervosa, tento fazer um marrom esfumado em meus
olhos, deixando claro. Gosto de maquiagens mais
naturais. Meus olhos são verdes esmeralda, assim
como os da minha mãe eram, meus cabelos também
são como os delas. Nos lábios, passo um batom
vermelho sangue, chamando atenção para os lábios
carnudos.
Escolhi a alguns dias um vestidinho na cor
prata com uma fenda nas costas, acabando um
pouco acima do meu bumbum para usar neste dia
tão importante e marcante da minha vida. A
segunda fenda vai acima das minhas coxas. Um
vestido sexy e ousado. Não sou muito de ousar em
roupas, no entanto, hoje é um dia muito especial.
Esse vestido foi um presente de aniversário
das meninas quando completei vinte e dois anos.
Escolho saltos pretos com pequenas tiras delicadas,
e estou quase pronta. Deixo meus cabelos com
pequenos cachos soltos. E assim que termino, paro
em frente ao espelho, vendo uma moça
completamente diferente de mim. Meus cabelos
longos vão até o quadril, em cascatas grosas de
uma cor exótica, nem ruivo nem loiro. Uma mistura
belíssima.
Tenho belas curvas, devo admitir, minhas
pernas são bem torneadas para quem não frequenta
academia nenhuma. Sara fala que tenho um
bumbum lindo. Meus peitos são um pouco acima
da média, não tão grandes, mas também não são tão
pequenos. Pego minha bolsa, colocando meu
celular dentro e arrumando as argolas douradas na
minha orelha.
Sara entra no quarto com um vestido preto
curtinho tomara que caia dourado, e uma bota
dourado acima do joelho. Os olhos estão esfumados
na cor dourada e um azul bebê. Sua boca carnuda
também está pintada em um vermelho sangue,
assim como os meus. Os cabelos pretos estão
soltos, com cachos lindos descendo pelas costas.
Logo Sasha entra no ambiente, vestida
semelhante à sua irmã. Um vestidinho branco
curtinho com alças fininhas e saltos na cor prata.
Elas estão simplesmente deslumbrantes.
— A noite é uma criança, baby. — Sara
fala, enquanto estamos descendo as escadas. Que
jesus tenha piedade de mim com essas loucas
deslumbrantes.
— A festa vai ser uma loucura. — Sasha
acrescenta, dando um tapa minha bunda. No início,
achava que ela era lésbica, no entanto, não, ela
apenas gosta de conferir mesmo. Talvez uma mania
que ela pegou.
É a minha primeira vez em uma festa com
mais pessoas que meus amigos habituais. Estou
bastante nervosa, amanhã teremos um jantar na
casa da dona Elena, mãe das gêmeas, uma senhora
maravilhosa que cuidou de mim desde que mamãe
morreu.
Assim que chegamos ao Campus da
universidade, o estacionamento está lotado de
carros, de todos os estilos. Descemos, entrelaçando
nossos braços, enquanto caminhamos para dentro
onde será realizado a festa. A música está bastante
alta, podendo ser ouvida aqui de fora.
Nos conferimos no espelho, e entramos no
salão que está cheio de pessoas para lá e para cá. A
pista de dança está lotada, com todos movendo-se
ao som da música de ritmo sensual. Remexo meus
quadris junto com as meninas, seguindo o ritmo da
música, enquanto nos dirigimos para o outro lado.
— Vamos pegar umas bebidas. — Sara fala,
caminhando rumo ao bar.
— Por que não? — responde a gêmea,
rebolando sensualmente contra mim. Atrevida.
Chegamos ao bar, e esperamos o barman
terminar de servir as pessoas que já estavam na
nossa frente enquanto conversamos.
— O que as donzelas gostariam de beber?
— O barman pergunta assim que chega nossa
esperada vez. Nossa, que barman mais lindo.
— Um Bloody Mary para mim, por favor.
— Sara fala, se esfregando em mim.
— Para mim também. — Sasha responde,
flertando descaradamente com o barman. Jesus, ela
não tem jeito. Usando a sensualidade para desarmar
qualquer homem, ela lança seu sorriso.
— Apenas uma água, por favor —
respondo, dando-lhe um pequeno sorriso. As duas
viram a cabeça lentamente na minha direção, como
a garota do filme de terror O Exorcista. Dou apenas
de ombro, mostrando que não me importo com seus
julgamentos.
— Você está falando sério? — Sara
resmunga, pegando sua taça e levando à boca
carnuda e sexy.
— Não bebo bebida alcoólica, e vocês
sabem disso — respondo calmamente, dando um
gole na minha água, que acaba de ser servida belo
barman bonitinho.
— Hoje é sua formatura, pelo amor de
Deus, relaxe um pouco. — Sasha argumenta
novamente. Elas nunca cansam de tentar me fazer
beber.
— Oi amor, parabéns! — Lucas chega
abraçando Sara, em seguida beija seus lábios como
se estivessem em um quarto a sós.
Depois de alguns minutos, eles ainda estão
se beijando. Lucas segura a bunda possessivamente
dela, que parece não se importar com isso na frente
das pessoas.
— Vocês podem parar de fazer sexo na
minha frente. É nojento — falo, cobrindo meus
olhos com as mãos. Se Marcos aparecer, vou ficar
de vela. É claro que ele vai aparecer, está se
formando também, idiota.
Respiro fundo. Lucas e Sara namoram
desde que tínhamos dezesseis anos, e Marcos se
tornou o ficante de Sasha desde a festa que eles
foram e rolou um clima. Agora eles estão saindo.
— O que é, morena, você quer também? —
Lucas pergunta com sua voz rouca e um sorriso
sexy no rosto. Ele me lança uma piscadela sexy,
antes de voltar sua boca sobre a da Sara.
Me pergunto se dona Elena no fundo não
tenha achado ruim um homem mais velho que Sara,
uns bons sete anos, namorar sua filha. Ele é o
primeiro namorado dela, e pelo que vejo, o último
também. Ele é louco por ela, e com certeza se
casarão em breve. Retiro as mãos dos meus olhos,
encontrando seus olhos escuros em mim,
sorridente.
— Credo — resmungo, me virando para o
lado. Ele sabe como apertar meus botões. Lucas
puxa Sara, sentando-se com ela no colo, e
cheirando seu cabelo.
Eles são tão fofos, tenho que admitir, e
muito lindos juntos. Fofos não, talvez fogo seja a
palavra adequada para esses dois assanhados.
O barmen entrega nossas bebidas, mais uma
vez, e Sasha vira sua bebida toda de uma vez só.
Nossa, se eu tentasse fazer algo assim,
provavelmente me engasgaria e morreria. Sara e
Sasha bebem mais algumas doses, e eu fico apenas
na água, olhando as pessoas dançando, sentada em
um banquinho. Não por falta de tentativa delas,
claro. Me sinto feliz e realizada por finalmente
estar formada. Finalmente irei trabalhar defendendo
os direitos humanos, as pessoas necessitadas que
não tem muitos recursos.
— Vamos dançar? — Sasha pergunta, e
apenas balanço a cabeça em confirmação. Estou
pronta para me divertir.
— Finalmente. — Sasha comemora
alegremente. Acho que ela bebeu demais, são
resultados das bebidas essa alegria toda. Como
nunca bebi, não posso dizer ao certo, mas
tecnicamente, é exatamente isso.
Sasha me arrasta pela pista de dança,
sacudindo seus quadris sensualmente. Sara está
muito ocupada devorando a boca do Lucas,
escarranchada em seu colo. Eles estão praticamente
fazendo sexo em público. Cristo Jesus, pelo amasso
entre eles, não se importam muito com a atenção
que estão atraindo para si mesmos. Danço com a
Sasha e me sinto leve e solta. Sasha nos leva para o
centro da pista de dança, rebolando sensualmente
contra meu quadril.
— Eu amo essa música. — Grito acima da
música para que Sasha possa me ouvir, enquanto
dou-lhe meu melhor sorriso fofo. Começamos a
mexer nossos quadris uma contra a outra em
sintonia. Eu amo dançar. Todas às vezes em que
passamos os finais de semanas juntas, sempre
estamos dançando. Depois de várias músicas, eu
estou completamente suada e muito feliz.
— Vamos ao banheiro? — Sasha pergunta
no pé do meu ouvido. Eu preciso fazer xixi, minha
bexiga está cheia, e retocar minha maquiagem.
— Vamos — respondo, enquanto passamos
pelo mar de corpos suados se movendo no meio da
pista. Meu cabelo está uma bagunça total, parece
que eu acabei de ser comida, de um jeito sexy,
como Sara gosta de dizer. Ajeitando os fios como
posso, retoco meu batom.
— Está pronta? — pergunto para Sasha, que
está fazendo bico para o espelho enquanto retoca o
batom.
— Estou quase. — Sasha responde, me
olhando pelo o espelho novamente. Eu sei que ela
quer me dizer alguma coisa.
— Se você diz — dou de ombros e aliso
meu vestido. Seus olhos estão vidrados em mim.
— Você pode se permitir amar alguém,
além dos seus amigos, Anny. — Sasha murmura,
me surpreendendo. Das duas, ela sempre foi a mais
calma nesse quesito da minha vida em relação as
outras pessoas.
— Não tenho tempo para alguém na minha
vida agora, Sasha — falo, encontrando seus olhos
verdes que me fuzilam com raiva.
— Você nunca tem. — Sara resmunga,
irritada. Ela realmente está chateada arrumando as
mechas pretas atrás da orelha.
— Eu sinto muito, mas é assim que as
coisas são. — Eles não entendem que nossas vidas
são totalmente diferentes.
— OK. Não quero ser chata, a vida é sua,
você sabe o que faz. — Sara resmunga. Eu sei que
ela gostaria que fosse da sua conta. Começamos a
sair do banheiro com Sasha a minha frente.
— Obrigada. — Murmuro, tentando parecer
confiante em minhas decisões. Eu sei que eles estão
certos. No entanto, não consigo mudar isso.
Nos embaralhamos em meio as pessoas, e
voltamos a dançar. Me perco na batida da música,
me entregando completamente, como uma carícia
lenta sobre meu corpo. Depois de várias músicas,
eu realmente estou cansada, muito cansada. Molho
minha garganta com água, já que ela secou de tanto
cantar, e descansamos antes de voltarmos a nos
divertir. Essa noite é única, uma das poucas
divertidas da minha vida.
Lucas e Sara resolvem se juntar a nós na
pista de dança depois de um tempo. Danço entre
Sara e Sasha, como um sanduíche no meio delas.
— Oh meu Deus! A quanto tempo nós três
não nos divertimos assim? — Sara grita atrás de
mim, segurando meu quadril.
— Algum tempo. Cadê o Marcos? —
pergunto para Sasha, tentando mudar o rumo da
conversa, ou elas brigarão comigo em pouco
tempo.
— Ainda não o vi. — Sasha responde me
olhando, e depois olha em volta, mas sem deixar de
se mover. Sara sorri em reconhecimento para mim,
sabendo exatamente o que fiz. Dei-lhe meu melhor
sorriso, balançando a cabeça e sorrindo em
descrença.
— Você está devendo uma dança ao homem
mais importante da sua vida. — Lucas fala, me
puxando para seus braços. Passo meus braços em
volta de seu pescoço, dançando com ele. Lucas
dança muito bem, acompanhando o ritmo da
música sem nenhum problema. Ele passa os braços
em volta da minha cintura, mas não se esfrega em
mim com um sorriso sensual. Lucas Sempre esteve
ao meu lado desde criança. Me emociono com o
carinho.
Olho em seus olhos negros profundos e
sombrios. Lucas está escondendo muito bem
alguma coisa de mim durante esses últimos anos,
mas deixo passar. Ele não está pronto para me
contar.
— Até que para um velho, você dança bem
— falo, com insolência. Seus olhos negros se
estreitam na minha direção, seus lábios se repuxam
em um sorriso, um dos seus sorrisos sacana, e
depois cai na gargalhada.
— Você é muito engraçadinha. — Lucas
fala, passando a mão em meus cabelos.
— Você fala isso o tempo todo, lembra? —
pergunto, batendo em sua mão, fazendo-o aumentar
seu sorriso.
— Não. — Lucas responde. Uma nota
estranha em sua voz rouca. Estamos nos movendo
de volta para onde as meninas estão sentadas.
Quando Marcos aparece, beijando Sasha na boca,
levanto uma sobrancelha em uma pergunta
silenciosa. Sara apenas dá de ombros, como quem
diz; mais tarde conversamos.
As mãos do Lucas são uma presença
constante nas minhas costas, me guiando para um
dos lugares no sofá. Me sento estranha pela
primeira vez junto com minhas únicas amigas. Me
sento sobrando neste momento.
Peço licença, usando a desculpa de que irei
ao banheiro, quando eles começam a se beijar na
minha frente. Os olhos do Lucas expressam que
sabem exatamente o que estou fazendo, mas deixo
mesmo assim os casais se divertirem. Não serei
uma zero à esquerda, não vou atrapalhar ninguém.
Envio um olhar de advertência para Lucas, que
apenas levanta a sobrancelha.
Sento-me em um dos banquinhos no bar,
conversando com o barman quando ele não está
ocupado atendendo as pessoas, e assim passo o
resto da minha noite. Vocês devem estar achando
que não recebi proposta para dançar, não é? Errado!
Recebi sim. Todos os tipos de propostas que vocês
possam imaginar; uns beijos, uns amassos,
rapidinhas de caras lindos, no entanto, babacas, de
alguns bêbados, de algumas mulheres também, mas
prefiro ficar sozinha no momento.
Lá pelas quatro da madrugada, às meninas
resolvem ir embora. Eu dirijo o BMW X4 do Lucas
pelas ruas do Rio de Janeiro, porque, de qualquer
maneira, eles estão totalmente bêbados. Lucas está
animado demais para seus padrões, de uma forma
que nunca vi antes. Levanto minha sobrancelha
para ele interrogativamente.
Queria poder gravar em meu celular a cena,
podendo infernizá-lo sempre que quiser, mas não
posso. Infelizmente, estou dirigindo no momento.
Chegamos na mansão das meninas quase
cinco horas da manhã. Subimos direto para o
quarto, os garotos se recusaram a dormir no outro
quarto, e sim no mesmo que o nosso. Sara, Sasha e
eu dormiremos na mesma cama, enquanto Lucas e
Marcos ficam com a outra cama. Mal decidimos
onde iríamos realmente dormir e elas já estavam
uma em cima da outra em um sono profundo, assim
como os garotos. Retiro toda a minha maquiagem,
lavando meu cabelo que está cheirando a bebida e
suor, e tomo um longo banho, vestindo um dos
meus pijamas pretos de babados.
Retiro meus brincos e os sapatos das
meninas para não as machucar. Faço o mesmo com
os rapazes retirando seus sapatos sobre os
resmungos incompreensíveis deles.
— Vocês estão me devendo — falo para
mim mesma, jogando-me na cama e olho para o
teto. Se mamãe estivesse aqui, ela estaria muito
orgulhosa de mim. Esse é meu último pensamento
antes de adormecer.

Acordo umas onze horas da manhã, os


outros ainda estão dormindo profundamente. Olho
para a cama onde Marcos está dividindo com Lucas
e os vejo abraçados. Caminhando pelo quarto
silenciosamente a procura do meu celular, um
presente de Lucas em meu aniversário de vinte e
um anos ano passado. Pego meu celular e tiro
várias fotos deles abraçadinhos. Lucas não perde
por esperar.
Faço minha higiene matinal, tomo meu
banho rotineiro e visto um shortinho jeans e uma
regata, fazendo um coque em meu cabelo logo em
seguida. Pego um tubo de creme dental no banheiro
e passo por todo o rosto de Lucas com leveza para
não o acordar. Depois no rosto do Marcos, não
tenho muita intimidade, mas Marcos vai junto já
que está namorando Sasha agora.
— Acorda. — grito, batendo em uma
bandeja de alumínio que encontrei na cozinha,
fazendo o maior barulho. Eles apenas se mexem e
resmungam enquanto colocam os travesseiros em
seus rostos.
— Por que você está me abraçando? —
Marcos resmunga irritado, empurrando Lucas para
longe.
Depois de alguns minutos olhando o rosto
do Lucas, que está todo branco de tanta pasta que
passei na barba e sobrancelhas, já que gastei um
tubo inteiro no rosto deles, Marcos começa a rolar
na cama, ficando de bruços enquanto gargalha.
— Quem me abraçou foi você. — Lucas
rosna, como se fosse matá-lo pelo simples fato de
abraçá-lo enquanto dormia.
— Eu não abraço homens, foi você que me
abraçou, admita. — Marcos responde, ainda
sorrindo de uma forma estranha.
— Do que você está sorrindo, babaca? —
Lucas rosna novamente se levantando com um
olhar irritado.
— Tem um monte de coisa na sua cara,
mano. — Marcos responde olhando Lucas com
cautela, o que é estranho.
— Sua cara também está cheia de gosma
branca, babaca. — responde, sua boca repuxando
em um sorriso malvado quando olha em minha
direção. Lá vem ele com retaliação. Sorrio da cara
que o Marcos faz, não conseguindo me segurar,
começando a gargalhar em seguida.
Lucas vira-se para mim novamente com
expressão de bravo, apenas continuo gargalhando.
Ele não consegue manter a posse por muito tempo.
— Você fez isso? — pergunta, caminhando
lentamente na minha direção. Oh porra, estou
encrencada.
Conforme ele vem se aproximando, vou me
afastando, percebendo meus planos de chegar a
porta do quarto, Lucas sorri vitorioso. Viro-me
correndo em direção a porta, dou apenas alguns
passos antes dele me pegar pela cintura e me
pressionar em seu corpo musculoso.
— Então, Anny, você quer brincar? —
pergunta, prendendo meus braços em suas costas.
Tento me soltar, mas ele parece uma parede de
músculos. Por que ele tem que ser tão forte assim?
— Não. Não quero brincar. — respondo,
tentando me soltar novamente, o que é um esforço
inútil, comparando nosso tamanho.
— Mas agora eu quero brincar. — Lucas
responde, me apertando contra seu corpo forte,
beijando o topo da minha cabeça.
— Você começou, estou apenas dando o
troco. Não me esqueci que você encheu minha
cadeira de goma de mascar. — falo irritada, apesar
do seu carinho. Sim. O idiota encheu minha cadeira
com chiclete como presente de formatura. Isso é tão
irritante.
Pela segunda vez, sem contar as inúmeras
pegadinhas sem fim, nunca deixo barato, o que vira
uma bola de neve sem controle. Somos muito
próximos, as vezes ele me trata como sua irmã mais
nova. Minha mãe trabalhou para os pais dele desde
que éramos crianças, então nos tornamos grandes
amigos, quase irmãos.
Ele me arrasta para o banheiro enquanto
protesto tentando me soltar, Lucas pega um tubo de
pasta com apenas uma das mãos, e passa pelo meu
rosto. Isso não vai ficar assim. Pego, não sabendo
como, por estar um pouco longe, o chuveirinho do
box e jogo água no rosto dele, fazendo o creme
dental escorrer para seus olhos, consequentemente
fazendo-os arder.
— Oh porra! Isso arde pra cacete. — Lucas
reclama me soltando, aproveito a oportunidade e
molho-o inteiro, enquanto ele tenta lavar o rosto.
Dessa vez, ele não consegue me pegar.
— Vocês dois são duas crianças. — Sara
fala, ainda deitada.
— Ele que começou — respondo irritada.
Alguns minutos depois, Lucas sai do banheiro
apenas de toalha já banhado.
— Anny, Anny. Isso não vai ficar assim —
fala com um sorriso debochado no rosto.
— Uhum, sei. — respondo com insolência.
Descemos e tomamos nosso café da manhã,
mesmo sendo mais apropriado um almoço.
Lucas não me deixa dirigir seu precioso
carro, dizendo que eu provavelmente mataria todo
mundo com minhas loucuras. Eu gosto de correr, a
emoção, a adrenalina correndo pelas veias, amo
essa sensação. Isso também é culpa dele que me
ensinou assim. Dona Elena nos cumprimenta com
beijos e abraços quando entramos na sala luxuosa.
— Oi, minha querida, como você está? —
Ela pergunta com seu jeito maternal, enquanto
esmaga minhas bochechas.
— Estou bem. E como a senhora está? —
Pergunto, acariciando seu braço.
Quando minha mãe partiu, dona Elena foi
tudo para mim, um dos meus portos seguros.
— Oh querida, só estou cansada. — Dona
Elena responde acariciando minhas costas.
— Está se sentindo bem? — Pergunto,
olhando em seu rosto.
— Sim, querida, apenas a velhice chegando.
— Ela responde com um lindo sorriso maternal.
— A senhora está maravilhosa. — falo,
porque é a verdade, dona Elena é uma mulher
incrível, baixinha e gordinha, com delicados fios da
cor branca espalhados por sua cabeça.
— Parabéns pela formatura. Sei que
trabalhou duro para conseguir chegar até o fim,
querida — continua falando.
— Tenho um presente de formatura para
você. — me puxa junto com ela em direção ao seu
quarto. Abrindo uma das gavetas do criado-mudo,
dona Elena pega um envelope dentro do mesmo e
em seguida me entrega. Olho o papel branco em
suas mãos com receio.
Ela estende o envelope na minha direção, o
pego com medo do que há lá dentro. Abro
vagarosamente, mas com cuidado. Dentro há um
cheque com uma quantia muito alta, exorbitante.
Eu realmente não posso aceitar tanto dinheiro assim
de alguém que já me ajudou mais que o necessário.
— Eu não posso aceitar — falo, colocando
o envelope de volta na sua mão, mas antes que
possa falar algo mais, ela continua.
— Claro que pode. Não aceito um não
como resposta. — Ela responde com firmeza. Não
me sinto à vontade com as pessoas sempre me
dando dinheiro, mesmo sabendo que só querem me
ajudar.
— Querida, você tem que escolher suas
batalhas. — Ela fala com um sorriso angelical
estampado em seu belo rosto. Ela não vai desistir,
vou pegar o cheque, mas nunca será descontado de
qualquer maneira.
— Muito obrigada, não precisava. —
agradeço. Já basta o Lucas colocando dinheiro na
minha conta todo mês, o que não é pouco, e sim
muito dinheiro.
— Vem querida, vamos almoçar, você deve
estar com fome. — Ela fala, passando um braço em
minha volta num abraço reconfortante.
— Faminta — respondo, retribuindo o
abraço. Eu realmente estou com fome, mas me
sinto desconfortável com a situação. Voltamos a
cozinha e todos já estão sentados em seus lugares
conversando alegremente. Afasto meus olhos de
Lucas assim que nossos olhos se cruzaram, ele
sempre pode ver através de mim. Eu não queira que
isso acontecesse, mas acontece, e é irritante demais
ele me conhecer tão bem.

Meses antes...

Olhando para o garotinho nos meus braços,


dormindo como um anjinho, meu sangue ferve com
a força do meu ódio. É como um veneno se
espalhando em meu sistema furiosamente. Vou
destroçá-la sem piedade. Sua morte será lenta,
excruciante. Os matarei com minhas próprias mãos
assim que os pegar. Não irá ser rápido ou limpo,
será lentamente e com bastante sangue. Saborearei
cada segundo dos seus gritos e lamentos. Oh papai,
você não perde por esperar.
— Como ele está? — Deimon pergunta,
olhando o garotinho sobre minhas pernas, que está
com sua barriga cheia de queimaduras causadas por
charutos e cigarros.
— Bem. O médico disse que ele irá ficar
bem, está apenas desnutrido — falo sem tirar meus
olhos do meu irmãozinho. Deimon entra
completamente na sala se sentando ao meu lado,
passando os dedos pelo pezinho pequeno e magro
do garotinho.
— O que você vai fazer? — Deimon
pergunta ao meu lado enquanto acaricia a barriga
do nosso irmão. Levanto minha cabeça encontrando
seus olhos exóticos sobre mim.
— Primeiramente, vamos cuidar dele. Você
vai casá-los para mim, então irei matá-los
lentamente — falo cheio de ódio, quase não me
segurando. Ele balança a cabeça em entendimento.
Esperei tempo demais para matar nosso pai, no
entanto esse tempo acabou.
— Vamos fazer isso.
— Você faz isso. — falo, em tom de ordem.
O velho pode ser esperto, mas em algum momento
vamos pegá-los. Estou de olho nele a anos,
mandando homens dar-lhe uma surra nele todo
mês, apenas como um lembrete agradável.
— Oh foda-se, vamos pegá-los. — Deimon
garante, me encarando com ferocidade, seus olhos
me garantindo que nós os mataremos. Com certeza
seremos os únicos a matar o desgraçado do nosso
pai, não daremos as honras a ninguém.
— O que vamos fazer com um bebê? —
pergunta novamente. Vejo preocupação estampada
em seus olhos.
Não gostamos de ninguém em nossa casa,
somos apenas nós dois, e ocasionalmente faxineiros
e algumas prostitutas. Quando não temos tempo
para conquistar alguém de fora da máfia, fodemos
as putas mesmos.
— Vamos cuidar dele — anuncio. Deimon
me olha como se eu estivesse louco, nunca
cuidamos de uma criança antes, no entanto, teremos
que aprender.
— Isso não será uma tarefa fácil, Damen.
— Deimon murmura, esperando que eu fale que é
uma mentira, mais não é, ele é um Davenport
agora. A única coisa que sei é que não vou
entregar meu irmão para uma babá cuidar. Claro
que terei alguém para nos ajudar no início, mas isso
é tudo.
— Não vamos deixá-lo com uma
empregada — aviso entre dentes. Passamos a vida
toda sendo cuidados por empregadas, quando não
estávamos sendo torturados até perder a
consciência, e isso não acontecerá novamente.
— Você tem razão. — Deimon fala,
acariciando as mãozinhas minúscula e magrelas do
bebê que segura seu dedo com força.
— Que nome vamos dar a ele? — Meu
irmão pergunta, passando a ponta do dedo em sua
bochecha.
— Romero — penso, olhando o bebê
adormecido nas minhas pernas. A quanto tempo ele
não dormia assim, em paz?
— Eu gostei. — Deimon responde dando
um pequeno sorriso. Desde o início sempre foi nós
dois contra o mundo, e agora será nós dois e o
pequeno Romero.
— Amanhã as coisas desse pequeno estará
aqui. Contratei uma empresa para arrumar um dos
quartos na minha ala — aviso, me levantando,
ajeitando Romero em meus braços. Tão pequeno.
— Tudo bem. Vou sair. — Deimon
responde, caminho rumo a porta, subindo as
escadas, colocando Romero na cama
vagarosamente para não o acordar. Coloco com
cuidado travesseiros em sua volta caso ele chegue a
rolar na cama.
— Bem-vindo a sua nova vida, pequeno
Romero. — saúdo, entrando no banheiro. Suas
roupas são surradas, desgastadas, nada apropriado
para uma criança.
Como aquele filho da puta miserável pode
fazer isso?

O almoço é agradável, mas só depois de um


tempo eu relaxo. Sinto falta disso das conversas,
brincadeiras descontraídas, brigas, como sempre.
Se estamos todos juntos é uma bagunça. Só gritos e
xingamentos.
— Tenho um comunicado a fazer. — Lucas
fala, fazendo uma pausa dramática. Nós mulheres
odiamos isso, nos deixa loucas.
— Então amor? — Sara pergunta com
impaciência. Ela não gosta de esperar, nunca
gostou. Das duas, Sara é a mais agitada, já Sasha é
mais calma, em todos os sentidos.
— Vamos todos para Las Vegas. O jatinho
já está nos esperando. — Lucas anuncia, voltando a
sua pose de homem de negócios, como se nada
pudesse atingi-lo. Reviro meus olhos bufando,
detesto quando ele faz isso.
— Que horas vamos sair, cara? — Marcos
pergunta, passando as mãos pelo seu cabelo
comprido, meio loiro, meio castanho.
— Daqui umas quatro horas. — Lucas
responde me olhando.
— Apenas quatro horas para arrumar
minhas malas? Está de brincadeira, né? — Sasha
pergunta, olhando feio em sua direção.
— Gostaria de ficar, mas tenho que voltar
para casa, ainda tenho turno hoje á noite para
trabalhar. — Falo pegando minha bolsa de lado em
cima da mesa de centro.
— Onde pensa que vai? — Lucas pergunta
me perfurando com seus olhos negros
desafiadoramente na minha direção.
— Vou para casa. Se divirtam em Las
Vegas. — me levantando. Todos estão me
olhando, esperando minha reação, mas me
mantenho calada, sem reação.
— Sente-se, Anny. — Lucas manda me
olhando feio, estreito meus olhos para ele. Não
gosto quando age como se fosse meu pai.
— Você vai arrumar suas coisas e vai com a
gente, mocinha. — Rosna sério. Ele está
brincando, né? Não tenho dinheiro e muito menos
coragem de viajar às custas dos outros.
— Anda Anny, se mexa. — Sara manda
pulando do sofá. Não falo nada, vou para casa e
não voltarei para ir nesta viagem onde só tem casais
apaixonados. Não serei empata foda de ninguém,
nem mesmo das minhas melhores amigas.
— Vou levar você em casa para arrumar
suas roupas. — Ordena em reconhecimento dos
meus planos, jogo adagas com os olhos em sua
direção. Abro minha boca para protestar, no
entanto, Lucas continua me silenciando com o
olhar. Reviro meus olhos raivosa.
— Você não vai gastar nada, anda logo. —
Lucas manda novamente me irritando. As vezes
isso me irrita, em uma escala impressionante. Ele
me conhece tão bem, melhor até que as meninas.
Lucas se levanta do sofá e me puxa para a saída,
praticamente me arrastando.
— Lucas. — Murmuro, tentando detê-lo
— Vejo vocês mais tarde. — Lucas fala
para as meninas ainda me empurrando novamente.
Ele é um brutamonte, com apenas um empurrão
dele já me jogaria no chão.
— Você não precisa fazer isso, Lucas. —
digo, tentando fazê-lo desistir, o que é inútil, sei
disso. Não quero ficar de vela, o que
definitivamente vai acontecer.
— Sei que não preciso, Anny Sofia, mas
quero e vou. — Ele responde olhando-me, depois
abre a porta do carro. Quando Lucas fala meu nome
todo, significa que está irritado, muito irritado.
— Eu posso fazer isso sozinha. — falo,
novamente tentando me livrar dessa viagem. Lucas
estreita os olhos para mim, dirigindo ainda mais
rápido, sem se importar com as sinalizações.
— Você está sempre se matando de
trabalhar, estudando feito louca, não me deixa te
ajudar... Poxa! Nos conhecemos desde que éramos
crianças, bem... você era. — Lucas desabafa,
costurando os carros pelas ruas do rio. Quando
éramos crianças, estávamos sempre juntos em
confusões. Eu sei que ele se sente responsável por
mim desde que minha mãe morreu, mais não é.
Lucas sempre tenta me ajudar, e eu não deixo.
Gosto de ser independente, conseguir as coisas por
meus próprios méritos. Deixá-lo me dar tudo não
seria justo comigo mesma.
— Tudo bem. Prometo que vou me divertir
em Vegas. — Falo, olhando para fora da janela
lateral. Nos dois sabemos que isso não vai
acontecer.
— Você é uma péssima mentirosa, Anny.
— Lucas rosna, apertando fortemente as mãos no
volante, os dedos ficando brancos por tamanha
força.
— Quando precisar da sua ajuda, eu falo
com você. Prometo. — Respondo fechando meus
olhos para não ver a desaprovação em seus olhos
negros. Abro meus olhos e Lucas ainda está me
olhando. Não sei como ele não provoca um
acidente ao não olhar para rua. Sabendo que não
vou pedir sua ajuda, apenas sacode a cabeça em
desaprovação. Dou-lhe meu melhor sorriso dizendo
que está tudo bem.
— Tudo bem. — Diz ficando quieto, em um
silêncio confortável pairando o pequeno ambiente
do carro.
Chegamos ao meu apartamento menos de
uma hora depois. Sei que Lucas não gostou, disse-
me uma vez que eu moraria com ele, o que neguei
de imediato. Ele nunca havia vindo aqui,
consequentemente nunca viu onde eu moro.
Maldição, ele planejou tudo. No momento em que
chegamos na parte mais pobre da cidade, Lucas
franze o cenho em desaprovação.
— Você está se mudando. — Lucas anuncia
assim que entramos no meu apartamento. Me viro
para ele ao ver sua carranca, e prefiro ignorar. Se
discutirmos agora, ele vai ganhar, ele sempre
ganha. Não vou me mudar e deixar ele me pagar
um apartamento. Não mesmo.
— Não adianta fingir que não escutou. —
Lucas rosna, olhando em volta como um maldito
sentinela.
— Você não vai comprar um apartamento
para mim. — Rosno de volta colocando minha
bolsa na bancada velha da cozinha.
— Não estou me mudando. — Continuo
entrando no quarto, pegando a mala em cima do
guarda roupa, colocando minhas melhores roupa
dentro dela, o que não são muitas.
— Sei que você não iria aceitar, mas tenho
um apartamento vago, você pode morar lá. Você
continuará independente, só não pagará o aluguel.
Vamos lá, Anny, deixa de ser cabeça dura. —
Lucas fala se sentando na cama, fazendo uma
careta quando ela range. Eu realmente acho que não
é uma boa ideia me mudar para seu apartamento.
— Vou pensar, prometo. — Falo entrando
no banheiro e pegando minhas maquiagens.
— Não. Você vai se mudar para meu
apartamento logo, ou vou comprar outro e cobrir
todas suas despesas. Você só tem duas opções,
Anny, decide. — Lucas responde com o tom que
usa quando está fechando um negócio importante.
Bastardo mandão.
— Tudo bem, fico com a primeira. —
Respondo entre dentes. Quando acabo de arrumar
minha mala, voltamos para casa da Sara. Antes de
entrar, Lucas pega no meu braço me parando. Ele
estende-me a mão, levanto uma sobrancelha
interrogativamente sem entender o que ele quer.
— O quê? — Pergunto, olhando-o com
desconfiança enquanto puxo meu braço do seu
aperto forte.
— As chaves do seu apartamento. — Lucas
responde ainda segurando meu braço.
— Por quê? — Pergunto, olhando sua mão
em meu braço ainda com seu aperto forte.
— Quando você chegar, suas coisas já
estarão lá no meu apartamento. — Lucas responde
vitorioso, sua boca se repuxando em um sorriso
arrogante.
— Não. Quando eu chegar, faço a mudança
eu mesma. — Respondo estreitando meus olhos na
sua direção. Ele está aprontando alguma coisa, sei
disso.
— Não. Te conheço, você está tentando me
enrolar. — Lucas responde puxando meu cabelo,
golpeio sua mão.
— Ou você me dá a chave, ou eu compro o
apartamento e entro do mesmo jeito. Então... o que
escolhe? — Lucas pergunta voltando a caminhar.
Deus, às vezes tenho tanta vontade de bater nele.
Segurando seu braço, coloco as chaves em sua
mão.
— Boa garota. — Lucas me elogia, como se
eu fosse um bichinho de estimação, e dou-lhe meu
olhar mortal quando ele tenta afagar minha cabeça
como um cachorrinho recebendo uma recompensa
por sua obediência. Estendo minha mão para ele,
Lucas me olha em confusão com as sobrancelhas
juntas.
— O quê? — Ele pergunta, desconfiado.
Dou-lhe meu sorriso atrevido de quem está
aprontando.
— Seu cartão de crédito. Irei estourá-lo em
Vegas. — Respondo esperando-o recusar, assim
vou poder recusar o apartamento também. Lucas
me dá um sorriso conhecedor, sabendo exatamente
o que estou fazendo, idiota. Por que ele tem que me
conhecer tão bem assim?
Lucas pega a carteira no bolso da calça e me
entrega o cartão de crédito preto, me dando mais
uns de seus sorrisos vitoriosos. Droga, droga.
— Não dessa vez, Anny Sofia Martins. —
Ele responde sorridente, enquanto entra na mansão,
ele sabe que não vou usar. Coloco o cartão na
minha bolsa de mão, não vou devolver de jeito
nenhum.
— Lucas Davenport Dumont você é um
idiota. — Grito zangada enquanto ele se afasta com
passos firmes.
— Você não pode fazer isso, Lucas. —
Grito novamente correndo para alcançá-lo. Eu
realmente estou chateada com seu comportamento.
— Já fiz e você aceitou. — Lucas responde
parando no hall de entrada, cruzando os braços em
frente ao peito musculoso.
— Você me chantageou duas vezes hoje. —
Falo irritada. No entanto, meu coração está
aquecido com seus cuidados, apesar deles serem
excessivos.
— Chantagem não, eu lhe dei duas opções e
você escolheu uma delas. — Ele responde como se
nada tivesse acontecido. Que merda irritante.
— Vocês já estão brigando outra vez? —
Sasha pergunta abrindo a porta.
— Não. — Respondemos em uníssono,
olhando um para o outro.
— Vocês brigam o tempo todo. Parecem
duas crianças mimadas. — Marcos fala, aparecendo
na porta. Passo por eles fumaçando de raiva, não
pela viagem, e sim pelo meu apartamento.
— Cacete de homem mimado. —
Resmungo baixinho para ninguém ouvir.
— É melhor você não se meter, ou vai
acabar sobrando pra você. Eles são assim o tempo
todo, melhor se acostumar. — Sara fala entrando na
sala e beijando a boca do Lucas. Beijando não,
devorando. Bufo me jogando no sofá.
— Vamos? — Marcos pergunta com
impaciência. Ele tem o pavio curto, assim como
Lucas.
Chegamos ao aeroporto particular das
empresas Davenport e embarcamos umas seis horas
da tarde. Não é minha primeira vez fora do país, já
fiz algumas viagens a trabalho com o Lucas durante
esses anos em que trabalhamos juntos. Até chegar
em Las Vegas, serão mais ou menos quinze horas
de viagem, muito tempo para dormir o que ontem e
as últimas semanas não consegui direito. Fecho
meus olhos que estão praticamente se fechando
sozinhos e adormeço. Acordo algumas vezes
durante o voo, conversando um pouco com as
meninas, lendo meu livro favorito Twisted
Emotions da Cora Reilly, uma das minhas autoras
favoritas. Sempre gostei de ler, apesar de não
acreditar que mafiosos possam ser tão quebrados e
ainda assim amar alguém, no entanto, é uma
história maravilhosa, envolvente. Volto a dormir
novamente depois de ler quase metade do livro,
acordando quando o avião já está pousando em
Vegas, desembarcando na cidade do pecado, ou do
amor, dependendo do que a pessoa vem procurar. É
maravilhosa, lindíssima, já estive aqui antes, mas
apenas de passagem. Essa é a segunda vez na
cidade do pecado, olho tudo à minha volta,
admirando a beleza.
— Vamos. — Lucas fala, colocando uma de
suas mãos na base das minhas costas, o outro braço
está ao redor da cintura de Sara. Ele não quer que
eu me sinta deslocada, mais do que estou me
sentindo, e fico feliz por esse gesto de sua parte.
— Eu preciso de um banho. — Falo para
Sara enquanto andamos em direção ao
estacionamento.
— Eu estou precisando de um também,
estou fedendo. — Sara responde cheirando
embaixo dos braços. Dou uma gargalhada da cara
que ela faz.
— Vamos sair e beber hoje a noite? —
Sasha pergunta ao meu lado.
— Não sei. — Marcos responde com os
braços em volta da cintura de Sasha.
— Alguém me prometeu que irá beber, se
divertir aqui... — Lucas fofoca. Todos olham na
minha direção, e com um sorriso no rosto faço-me
de desentendida, evitando seus olhares
desconfiados. Não entendo qual a finalidade de
beber e depois ficar de ressaca durante um dia
inteiro.
— Não adianta fingir que não está
escutando, mocinha, você me prometeu. Anny você
vai se divertir. — Lucas anuncia por mim,
apertando minha cintura. Eu já decidi que irei me
divertir um pouquinho, e já que não vou trabalhar
por uns três dias, posso encher a cara pela primeira
vez na minha vida. Estar em Vegas e não aproveitar
é sacrilégio. Nesses três dias irei deixar a Anny
Sofia recatada e responsável no Brasil, e apenas
dessa vez vou fazer algumas loucuras, mas nada
que me arrependa.
— Vou beber, me divertir para valer, mas
apenas no domingo. — Respondo com sinceridade,
será nosso último dia aqui.
— Por quê? — Marcos pergunta parando
em nossa frente e me encarando com aqueles olhos
penetrantes.
— Eu nunca bebi antes, não vou passar os
meus três dias aqui passando mal. — Respondo
com sinceridade.
— Você está de brincadeira, né? — Marcos
indaga incrédulo.
— Não é brincadeira, ela nunca bebeu. —
Sasha responde com uma piscadela daquele seu
jeito despreocupada. São poucas as pessoas que
conseguem tirá-la do sério.
— Então domingo, querida, você vai se
embriagar pra valer. — Marcos fala, apertando
meu queixo e recebendo um tapa do Lucas.
— Eu vou garantir isso. — Lucas afirma
sorrindo, descendo o braço na minha cintura.
— Isso é um complô contra mim? —
Pergunto com as sobrancelhas levantadas olhando
para eles. Onde eu fui me meter?
— Claro que não, imagina. — Sara
responde ironicamente.
— Vocês não prestam. — Falo fazendo
todos sorrirem, inclusive eu.
Lucas nos guia para o estacionamento
subterrâneo do aeroporto, apertando e direcionando
o controle da chave para todo o estacionamento, em
busca do carro que foi deixado para nós. Uma
BMW 320 prateada destrava em toda sua glória,
meus olhos brilham. E sim, eu sei qual é o carro,
sou apaixonada por eles, adoro carros velozes.
— Por que você estava apertando o botão
para todos os carros? — Pergunto, admirando a
máquina na minha frente.
— Damen disse que mandaria alguém trazer
um carro para mim, mas não me disse que carro
seria, de qual modelo mandaria. — Lucas responde
dando-me uma piscadela.
— Quem é Damen? — Pergunto. Lucas
nunca me falou que tem outros parentes, fora seus
pais que já morreram, sei que ele é filho único. Eu
poderia descobrir tudo sobre sua família, no
entanto, não é da minha conta.
— Somos primos. — Ele responde
vagamente, sem muitos detalhes.
— Ok, então. — Falo o dispensando com
um movimento de mão.
— Vamos ficar na casa dele. — Lucas fala
deslizando no banco da frente.
— Na casa dele? — Pergunto olhando para
ele. Não gosto de ficar na casa de estranhos, e eu
sei, é esquisito, mas desde criança nunca gostei.
Continuo olhando-o em busca de resposta.
— Ele mora em outra mansão. Essa ficará
apenas conosco. — Lucas responde olhando para
mim.
— Que bom. — Fico aliviada.
— Chamei Damen para sair com a gente no
domingo. — Lucas fala enquanto dirige pelas ruas
de Las Vegas. Fico olhando para fora da janela, é
tudo tão diferente do nosso país, tantas culturas
diferentes, etnias totalmente diferentes das nossas.
Lucas estaciona em frente a uma mansão
luxuosa, incrivelmente linda e moderna. Ele nos
mostra os quartos no andar de cima em um dos
corredores ao oeste, se me lembro bem do caminho.
Todos são em tons branco e cinza, com alguns
objetos ou moveis na cor preta. Uma cama de casal
gigantesca me espera assim que paço pela porta,
coloco minha mala no closet, tomo um banho bem
demorado lavando bem meus cabelos, visto um
shortinho e um top preto. O dia está bastante quente
aqui, já que é verão, não que não seja quente a
maior parte do tempo. Minha barriga reclama
anunciando que estou morrendo de fome, desço as
escadas em busca de comida para calar meu
estômago barulhento. Na cozinha encontro Sasha
mexendo no celular sentada nas pernas de Marcos.
— Marcos vai pedir pizza para gente. O que
você quer? — Sasha pergunta me olhando.
— Se tiver carne para mim está ótimo. —
Respondo. Estou faminta, mesmo tendo comido
bastante besteira no avião. Decidimos não sair hoje
à noite, resolvendo ficar em casa e assistindo algum
filme. Resolvo me deitar mais cedo do que o de
costume, estou cansada a e cama grande e
confortável está me esperando lá em cima. Retiro
minhas roupas ficando apenas de calcinha, gosto de
dormir sem roupa.

No dia seguinte passamos o dia na rua


conhecendo a cidade. A noite decidimos sair para
dançar, é a nossa última noite em Vegas, então
resolvo usar o cartão de crédito do Lucas para fazer
algumas comprinhas, uma delas é um vestidinho
curto e salto alto preto da mesma cor. Desço as
escadas vagarosamente, puxando meu vestido para
baixo, ele fica subindo o tempo todo, e fico
esperando os meninos descerem.
— Você está linda. — Sara me elogia assim
que me vê. Ela está sentada no sofá com as pernas
cruzadas, usando um vestido azul maravilhoso. Já
Sasha está de cropped e uma saia nude.
— Obrigada. Vocês estão lindas. —
Devolvo me sentando no braço do sofá. Não sou
muito de ousar nas minhas roupas, gosto muito do
jeans e camiseta, looks normais, e quando estou em
casa, shortinho jeans e regata são minhas roupas
costumeiras.
Marcos desce as escadas de camiseta branca
e uma calça jeans preta que ficam lindas nele.
Lucas vem logo atrás dele de camisa azul, calça
jeans preta, o cabelo está em um coque bagunçado
no alto da cabeça, o deixando com o aspecto fofo e
selvagem ao mesmo tempo.
— Uau, Anny, você está linda. — Lucas
fala me olhando de cima a baixo. Estreito meus
olhos para ele.
— Você ousou hoje. — Continua falando.
Sei que vem merda.
— Pensei que você ia de jeans e camiseta.
— Lucas fala sorrindo. Sabia que vinha gracinhas.
— Idiota. — Resmungo puxando seu cabelo
quando ele se senta ao meu lado. Ele tenta me
pegar, mas me afasto a tempo, com mais
dificuldade por causa dos meus saltos.
— Vamos ou vocês querem brigar um
pouco? — Sacha pergunta se levantando. Eu falo
não, ele fala sim. Sara apenas sorri balançando a
cabeça negativamente.
Estou nervosa enquanto Lucas estaciona em
frente da boate One night, uma das mais famosas
da cidade. A fila está dando voltas no quarteirão de
tão grande.
— Nós não vamos entrar hoje. — Marcos lê
meus pensamentos.
— Eu conheço o dono. — Lucas responde
saindo do carro.
— Aí sim, baby. — Respondo alisando meu
vestido. Lucas coloca a mão na base das minhas
costas, enquanto passa o outro braço na cintura da
Sara. Meu coração palpita com seu cuidado e
carinho. Sara fala algo para o segurança, que olha
diretamente para Lucas e nos deixa passar. A pista
está lotada, nos mexemos no meio das pessoas com
uma certa dificuldade. Sara nos guia para a área
VIP, nos acomodando em uma das mesas. O
garçom pergunta o que vamos querer, e o olho, ele
tem olhos azuis perfeitos.
— Duas doses de tequila. — Marcos
responde.
— Dry Martini. — Sasha pede.
— Dois Dry Martini, na verdade. — Sara
responde conferindo o cara.
— Três. — Corrijo me arrumando na mesa.
Todas as cabeças viram na minha direção,
incrédulos.
— O quê? Eu disse que ia beber hoje. —
Me defendo rapidamente.
— Nada, só nem precisei te obrigar. — Sara
responde sorrindo contente.
— Só acredito vendo. — Lucas diz
desconfiado.
— Você vai ver. — Dou-lhe a língua.
— Amor, onde está seu primo? — Sara
pergunta, escorregando para seu colo.
— Ele vem mais tarde, está resolvendo uns
negócios primeiro. — Responde.
O garçom logo traz nossas bebidas, todos
olham para mim em expectativa. Pego meu Dry
Martini e o levo aos lábios, bebendo um pouco. É
bom, eles ainda estão me encarando, esperando
minha resposta.
— O quê? — Pergunto.
— Então, o que achou? — Sacha pergunta.
— É gostoso. — Sou sincera.
— Sabia. — Sara fala sorrindo. Depois da
primeira taça, conversamos e bebemos por longos
minutos. Estou me sentindo leve como a muito
tempo não me sentia. É isso que às bebidas fazem
com às pessoas?
— Quem você vai beijar hoje? — Marcos
pergunta.
— O quê? — Me assusto com suas
palavras. Nunca penso sobre o assunto, quando eu
encontrar alguém, vai acontecer.
— É, vamos lá, Anny. Você tem vinte e
dois anos, tem que deixar de ser BV. — Sara
argumenta. Sei muito bem o que acontece entre um
homem e uma mulher, já vi vários vídeos pornôs.
Não sou inocente, moro em um país livre.
— Eu aposto cinquenta mil que ela não tem
coragem. — Lucas desafiando.
— Aposto dez mil. — Marcos fala.
— Quinze mil. — Contrapõe Sara.
— Vinte. — Sasha fala.
— Podem depositar o dinheiro na minha
conta, vocês já perderam — falo, bebendo o resto
do meu drink. Estou me sentindo maravilhosamente
bem, um pouco tonta.
— Quanto tempo eu tenho? — Pergunto me
levantando.
— Você tem a noite toda. — Lucas
responde sem acreditar que eu seguiria com isso.
Bom, dessa vez ele vai perder.
— Ok, então. — Falo, arrastadamente.
— Vou mandar um vídeo para vocês. —
Me afasto da mesa.
— Onde você vai? — Sara pergunta.
— Procurar alguém para beijar. —
Respondi já saindo.
— Espera, sua doida. — Sasha me chama
antes que possa chegar as escadas.
— Quando você acabar, vem direto para cá.
— Lucas rosna sério. Ele achava que não ia aceitar
esse desafio e agora está puto. Desço pelas escadas
e saio da boate, indo procurar em outro lugar.
— Para onde moça? — O taxista pergunta
em inglês.
— Para boate D.D.D, por favor —
respondo. Eu tinha pesquisado sobre as melhores
boates da cidade.

Hoje realmente não está sendo um ótimo dia


para mim. Os filhos da puta do quartel estão
enchendo a porra da minha maldita paciência. Justo
hoje quando Romero está chateado, esses filhos da
puta resolveram me dar trabalhos. Ainda tenho que
me encontrar com meu primo, e, no entanto, ainda
estou aqui fodendo esse bastardo com minha faca.
Esses filhos da puta não sabem de nada importante,
apenas o de sempre, que querem uma fatia do meu
território.
— Então você não vai falar? — Pergunto,
pegando minha faca novamente e cortando sua pele
repetidas vezes.
— Vai se foder. — Juan grita de dor. Solto
uma risada perversa, quanto mais eles me xingam,
mas eu adoro fazê-los gritar como os covardes que
são. Seu companheiro está agonizando no chão.
— Que tal fazermos uma visitinha a sua
filha, ela é muito linda, ficaria bem em um dos
nossos clubes de prostituição, você não acha? —
Pergunto, cortando seu peito novamente. Ele fica
pálido quando menciono o nome de sua querida
filha. Depois de ter tirado todas as informações
desse filho da puta, ela sabe mais que o outro.
Minha roupa está encharcada com seu
sangue imundo. A visão de sangue não me
incomoda mais, nem mesmo o cheiro. Acho lindo
os riachos escorrendo sedutoramente pelos cortes
dirigidos por mim. Filetes e filetes carmesins
escorrendo pelo chão. Vermelho, tantos tons
diferentes de vermelho.
Entro em um dos quartos em cima da boate
especialmente para essas ocasiões, ainda está cedo,
tenho tempo suficiente para encontrar meu primo e
seus "amigos", como ele costuma chamar. Não
posso demorar muito, tenho que pegar Romero na
casa de Jasper. Sua dentição está o deixando
extremamente irritado, não gosto de deixá-lo muito
tempo longe. De banho tomado, me visto e estou
pronto para encontrar Lucas.
Quando o taxista estaciona em frente a boate,
minhas pernas estão tremendo de nervosismo, uma
sensação diferente me acolhe, algo como...
liberdade. Me sinto livre para realizar meus desejos
essa noite. Desço do táxi pagando pela corrida.
Pego o cartão do Lucas mostrando para o
segurança, não sei o que significa, mas isso abre
passagem sem dificuldade.
Me sinto ainda mais leve do que antes, deve ser
o efeito da bebida certamente. Mexo meus quadris
ao som da música sensual. Fecho meus olhos, sinto
a música pulsar por todo meu corpo em vibrações
suaves, e rebolo sensualmente.
"Se você conseguir me ouvir agora" Canto a
música dançando como se não houvesse amanhã.
Só por essa noite, serei uma garota normal que
festeja sem se importar com as consequências,
depois voltarei a ser a pessoa responsável que todos
conhecem. Me mexo pelo mar de corpos em
direção ao bar pedindo um drink, sem parar de
dançar, viro o mais rápido que posso quando
barman me entrego e peço outro.
— Aqui está, linda. — O barman fala, me
entregando a bebida.
— Obrigada. — Agradeço dando-lhe uma
piscadela, que apenas sorri. Os pelos do meu
pescoço se arrepiam, a sensação de estar sendo
observada me invade, olho ao redor e não vejo
ninguém me olhando. Estranho. Franzo meu cenho
em concentração enquanto procuro. Não estou
louca, talvez só bêbada demais.
Alguns caras se aproximam tentando a sorte,
mas não estou a fim de nenhum deles. Resolvo não
dar atenção a nenhum deles, que logo desistem. Até
agora nenhum me agradou ao ponto de querer
beijar, tenho que me apressar.
Depois de dançar algumas músicas, estou quase
pronta para sair quando sinto mãos sobre a minha
cintura me mantendo no lugar. Ele cheira
maravilhosamente bem. O homem começa a me
guiar no ritmo da música, dançando bem
agarradinho, suas mãos vagueiam pelo meu corpo o
tempo todo, deixando um rastro de eletricidade por
onde passa. Meu centro começa a pulsar em
excitação.
Ele deixaria minha calcinha molhada se eu
estivesse usando uma. Sinto sua ereção dura e
grande nas minhas costas quando ele se abaixa um
pouco a encaixando na minha bunda, fazendo
minha vagina pulsar ainda mais.
Tomando coragem rebolo contra ele. É só uma
vez na vida, isso não se repetirá, então vou deixar
para pensar nas consequências amanhã.
Sua mão desce até meu quadril, me apertando
mais forte contra si. Seu beijo suave é deixado em
meu pescoço, sua ereção cresce ainda mais. Ele
suga o lóbulo da minha orelha, me fazendo gemer
baixinho enquanto suas mãos descem pela minha
barriga causando arrepios. Tento virar em seus
braços, mas ele aumenta seu aperto em volta da
minha cintura.
— Você tem um cheiro delicioso, boneca. —
Ele murmura no pé do meu ouvido em um inglês
perfeito, sua voz é grossa e sexy, fazendo meu
estômago revirar em expectativa. Tento me virar
novamente, quero ver o rosto dele, dessa vez ele
deixa com uma certa relutância.
Minha boca cai aberta enquanto olho em seus
olhos. Porra, ele é lindo. Lindo não, isso é um
eufemismo, ele é perfeito. Deve ter um metro e
noventa de altura, e eu com meus um sessenta e
nove de altura, isso que estou de salto alto, quase
chego em seu queixo. Me sinto pequena em seus
braços. Seus olhos são os mais lindos que já vi, de
um azul pálido celestial. Cabelos pretos, boca
carnuda convidativa para beijar. Quero beijar essa
boca. Ele sorri para mim, é um sorriso predador.
Ele aproxima seus lábios dos meus, os
capturando em um beijo duro e exigente. Seus
lábios são macios ao se mover sobre os meus com
maestria, sua língua entra na minha boca provando.
Deus, minhas pernas estão ficando moles. Se ele
continuar fazendo isso, vou gozar aqui mesmo.
Vou aproveitar essa noite, nunca mais vou vê-lo
mesmo. Movo meus lábios contra os dele, puxando
seu cabelo, fazendo-o gemer, e ele enfia as mãos
entre os meus fios, os puxando, fazendo-me gemer
contra seus lábios. Nos beijamos por minutos,
talvez horas. Perdi a noção do tempo.
Ele se afasta e olha nos meus olhos.
— Você quer ir para um lugar mais calmo? —
pergunta, beijando meus lábios, deixando difícil a
tarefa de raciocinar. Ele levanta uma sobrancelha
de forma sensual, esperando minha resposta.
Ele acabou de perguntar se quero transar. Como
seria transar com ele? Tê-lo dentro do meu corpo?
Lembro que não dei uma resposta, e dou lhe um
aceno afirmativo, fazendo-o me guiar entre a
multidão.
Subimos algumas escadas, e ele abre a segunda
porta no corredor.
— Entre. — Ele fala quando fico com receio.
Passo em sua frente, olhando ao redor, é um quarto
bem organizado em tons de branco e preto. Ele me
observa encostado na porta, sento-me na cama
esperando sua iniciativa. Meu celular toca, procuro-
o na bolsa, o nome de Lucas aparece no visor.
Suspiro. Melhor atender antes que ele enlouqueça.
— Sim, chato — falo em inglês. Quero ser
anônima essa noite. Sinto seus olhos sobre mim.
— Por que você está falando em inglês, Anny?
Onde você está? — Lucas rosna a pergunta com
impaciência. Deito-me de costa na cama, olhando
para o lustre no teto. Puxo meu vestido para baixo
quando ele sobe.
— Você quer uma bebida? — O estranho
pergunta, olhando minhas pernas.
— Sim, por favor — respondo, sorrindo para
ele.
— Eu posso meio que ter saído. — Já espero
sua explosão. Sinto o estranho se aproximar,
levanto meus olhos o encontrando olhando todo
meu corpo.
Ele me entrega um copo com um líquido
marrom, se senta na cama ao meu lado, me
observando. Dou um grande gole, acabo por tossir
por causa do gosto amargo da bebida. Isso é forte
demais!
— Você tá louca? — Lucas pergunta quase
gritando.
— Qual é? Estou bem, Lucas. — garanto a ele.
— Onde você está? — Ele insiste.
— Com um cara extremamente quente —
respondo.
— Só toma cuidado, Anny. Me diz onde você
está que vou te buscar. Você nem está com
dinheiro. — Fala preocupado, isso aquece meu
coração.
— Não. Tenho seu cartão, lembra? — desligo
na cara dele, que com certeza está puto de raiva
agora, no entanto preciso de espaço. O estranho
continua bebendo e me observando, olho para seu
corpo grande e musculoso, virando todo o conteúdo
do copo de uma vez, quase me engasgando. Me
sinto cada vez melhor, ousada.
— Quem é? — Ele pergunta olhando em meus
olhos.
— Namorado da minha amiga é um irmão de
coração. — Respondo, engatinhando até ele.
— Entendo, agora vem aqui? — Ele chama
com malícia.
— Sim. — Respondo, ofegante, a apenas um
centímetro da sua boca. É melhor eu perguntar se
posso tirar uma foto.
— Qual seu nome, boneca? — Pergunta
passando a mão na minha perna, descendo e
descendo, parando-a quase na minha vagina.
— Sem nomes baby. — Falo, ainda mais
ofegante. Pegando meu celular, abro na câmera e
pego o copo da sua mão colocando-o na mesinha,
em seguida empurro-o na cama, que fica apoiado
nos cotovelos.
— O que você está fazendo? — Ele pergunta
com a voz cheia de luxúria.
— Meus amigos apostaram que eu não ficaria
com ninguém hoje, então preciso de uma prova, no
caso um vídeo. Sem rosto, se quiser. — Explico,
esperando sua resposta. Talvez ele não goste de
mostrar o rosto, apesar de ter uma aparência de
modelo da Playboy. Ele assente, subo em seu colo
fazendo meu vestido subir, expondo minha bunda e
coxas. Olho para a câmera, dando uma piscadela,
inclinando-me enquanto ele levanta o corpo,
fazendo com nossos rostos fiquem próximos. Meus
olhos se fecham quando sinto-o pressionar sua boca
contra a minha, assumindo o controle do beijo,
fazendo-me molhar e gemer contra ela. Um calor se
instala em meu núcleo, que formiga com a pressão
que seu pênis faz logo abaixo, diretamente em
minha boceta encharcada. Ele se afasta,
interrompendo o beijo, olho-o sem entender, o beijo
estava malditamente bom para acabar. Levanto
minha sobrancelha interrogativamente.
— Já tem prova suficiente? — Pergunta,
apertando minha bunda. Lembro do celular na
minha mão, corto o vídeo, retirando a parte onde
gemo sem vergonha, e aperto enviar. O vídeo
mostra apenas meu rosto e a sua boca sobre a
minha.
Jogo o celular em algum lugar da cama, meu
núcleo está latejando pressionado contra seu pênis
duro como ferro, me enlouquecendo. Preciso de
mais da sensação esmagadora que estava sentindo.
Ele desabotoa meu vestido lentamente, sem tirar os
olhos do meu rosto, puxo uma respiração aguda
pela lentidão. Puxa meu vestido pela minha cabeça,
me deixando totalmente exposta ao seus olhos
cheios de luxúria, me deixando apenas com os
saltos. Seus dedos roçam a pele da minha coluna,
causando-me arrepios suaves. Meu coração se sente
pronto para sair pela minha boca de tanto
nervosismo.
Em seguida, ele aplica uma leve pressão sobre
meus quadris me pressionando ainda mais sobre
seu colo, solto um suspiro suave enquanto ele
continua observando meu rosto. Agarrando meus
quadris novamente com mais força, me pressiona
contra seu pau, gemo com o contato. Sinto vontade
de fechar os olhos e apenas aproveitar suas carícias.
Seus olhos ficam mais escuros, ainda mais cheios
de luxúria. Ele se inclina para frente, distribuindo
beijos sobre meus mamilos, que endurecem de
imediato com o contato. Sua língua prova o mesmo
local sem vergonha alguma, quente e molhada,
inexplicavelmente perfeita. Me inclino para mais
perto querendo mais, e mais. Sua boca não
desgruda dos meus seios, fazendo meu corpo todo
tremer ainda mais excitada. Como isso pode ser tão
bom? Seus olhos buscam meu rosto, indo
rapidamente para baixo, observando com gosto
algo. Levo um momento para perceber o que ele
está encarando com tanto afinco; minha boceta
pulsante e encharcada, contra sua calça jeans.
Ele solta um longo gemido ainda com os olhos
em meu centro, o constrangimento e insegurança
me encontrando pela primeira vez na noite. Estou
tão exposta a seus olhos, enquanto ele continua
totalmente vestido.
— Você é tão linda, gostosa. — Fala,
pressionando seus lábios nos meus novamente.
Meu coração acelera com seu elogio. Ele nos vira
na cama com uma rapidez impressionante, se
pressionando entre minhas pernas, se concentrando
em meus seios, chupando a pele para dentro da sua
boca, mordendo-a levemente enquanto sua outra
mão sobe pelo meu braço, em uma carícia lenta,
provocante.
Isso está incrivelmente bom, meus mamilos
estão dolorosamente sensíveis pela atenção dirigida
a eles. Estremeço quando seus dedos roçam
levemente pela minha barriga, começando a se
mover, escovando minha pele e causando arrepios
por todo o meu corpo. A sensação se acumula
dentro de mim, gostosa, nova.
Seus olhos se arrastam ao longo do
comprimento das minhas pernas, antes de voltar a
se concentrarem nos meus olhos.
— Você tem um corpo fodidamente perfeito. —
Rosna com a voz profunda, carregada de desejo.
Coro envergonhada.
— Obrigada. — Sussurro em agradecimento.
Não consigo desviar o olhar do rosto dele
enquanto volta a sugar meus seios. O desejo em
seus olhos me faz tremer, fazendo-me puxar uma
respiração profunda. O modo que se dedica a eles
mostra que ele é um homem que gosta de peitos,
talvez tenha fetiche.
Ouço o som alto e úmido da sua boca
abandonando meu mamilo ouriçado. Ele move sua
mão da minha barriga até descer entre minhas
pernas, mergulhando as pontas do dedos nas
minhas dobras. Meu núcleo salta para vida,
formigando carente, desesperado por mais.
Seus olhos azuis pálidos traçam meu rosto.
Prendo a respiração quando seu polegar toca meu
clitóris pela primeira vez. Arqueio-me gemendo,
mas ele não mergulha mais fundo entre elas.
Preciso que ele vá mais fundo.
Ele se afasta, puxando a camisa por cima da
cabeça. Meus olhos examinam seus bíceps fortes.
Há uma tatuado em cima do peito: Renascido das
cinzas. Meus olhos não conseguem absorver todo
seus torso, seus músculos coberto de cicatriz de
todos os tamanhos. O que aconteceu com ele?
Minha barriga enche de milhares de borboletas
vendo o quão lindo é seu corpo. Ele retira a calça,
mostrando que não está usando cueca. Seu pênis
encosta na minha coxa, fazendo minha respiração
acelerar.
Ele se deita novamente entre minhas pernas,
pele contra pele. Minhas mãos deslizam pelos seus
braços, em seguida tocando seu peito musculoso.
Ele se apoia sobre mim, permitindo que eu
explorasse seu corpo.
Com as pontas dos meus dedos, acaricio seu
peitoral, tocando seus mamilos. Ele exala
fortemente, fazendo-me repetir o movimento.
Ele se estica entre minhas coxas, ficando mais
próximo, tocando minha boca com a sua.
— Tudo bem? — pergunta, atento a cada
expressões minha.
— Sim. Estou bem — afirmo, sem fôlego.
Empurro meus quadris em busca de mais
contato, oprimida com a sensação maravilhosa
percorrendo meu corpo. Minha mão vai para os
seus cabelos, puxando sua boca para mim, o
beijando com voracidade.
Desço uma das minhas mãos encontrando seu
pênis duro, longo e grosso. Seguro-o, acariciando,
então bombeio minha mão para cima e para baixo
rapidamente.
Seus olhos perfuram-me com luxúria.
Nossos beijos ficam desesperados,
descoordenados. Ele fica tenso em cima de mim.
Na minha mão, observo as pequenas contrações do
seus músculos, sua respiração ficando pesada.
Ele retira minha mão do seu pênis, parando sua
carícias entre minhas pernas.
— Se você continuar fazendo isso, vou gozar
— alerta, com a respiração acelerada.
Ele traça seu dedo ao longo da minha fenda,
mas não o coloca em mim. Meu pulso acelera
quando ele esfrega seu pênis em minhas dobras,
começando lentamente, enquanto circula meu
clitóris, me deixando em chamas. Agarro os
lençóis, dando pequenos gemidos desesperados.
Arqueio minhas costas, gozando pela primeira vez.
Ele afasta os cachos do meu rosto, depois
acaricia minha bochecha, passando os dedos pela
minha garganta e a apertando levemente. Arqueio
minha bunda na cama, esfregando minha boceta
contra seu pênis, gemendo com a sensação. Eu
preciso de mais.
Ele grunhe, a ponta do seu pênis pressionando
contra a minha entrada. Ele agarra meus quadris,
segurando-me no lugar, e se empurra todo de uma
vez dentro de mim. Grito de dor, me contorcendo
embaixo dele, enquanto lágrimas saltam para fora
dos meus olhos. Eu não esperava que fosse
doloroso assim. Ele fica imóvel, me olhando com
surpresa.
— Fica parado, por favor — peço, tentando
limpar a minha visão turva pelas lágrimas. Sinto
como se ele tivesse me rasgado, alargada ao meio.
— Você é virgem? — pergunta, incrédulo,
totalmente imóvel e enterrado dentro de mim.
— Sim, era — respondo, me mexendo embaixo
dele, um leve desconforto presente. Ele geme
roucamente.
— Por que não me falou? Eu teria sido mais
cuidadoso — fala, esfregando meu clitóris, em
seguida começa a dar atenção aos meus seios.
Gemo baixinho quando o prazer começa a voltar
em pequenos picos.
— Você está bem? — pergunta, aumentando
seus golpes no meu clitóris.
— Estou bem. Apenas me sinto esticada —
respondo, me mexendo outra vez, apenas um
pequeno desconforto distante, misturando-se com o
prazer.
Ele toma isso como permissão para se mover.
Enterro meu rosto contra sua garganta enquanto ele
balança seu quadril contra mim, suavemente,
metendo em um ritmo sincronizado. Desta vez não
há dor, apenas prazer. Nossos gemidos se misturam
ofegantes e necessitados.
Agarro-me em seus ombros com força quando o
prazer aumenta. Nenhum de nós quebra o contato
visual enquanto ele mete em mim mais e mais, e
seu polegar passa sobre meu clitóris.
Eu jogo minha cabeça para trás quando o prazer
me atravessa. Gozo, gemendo, e ele rosna contra
minha garganta, sugando a pele do meu pescoço.
Sua língua passa sobre meu ponto de pulso, me
levando ainda mais a loucura, depois ele morde de
leve enquanto dá mais alguns impulsos, jorrando
dentro de mim.
Ele cai sobre mim, deixando beijos na minha
pele suada. O estranho rola para o lado, minhas
pernas continuam abertas. Eu me aconchego em
seus braços, relaxando meus olhos, que ficam
pesados. Enfio meu rosto em seu pescoço,
adormecendo com suas mãos brincando com meus
cabelos.
Acordo com o som de um celular tocando alto
demais. Procuro de onde o som vem, encontrando
meu celular debaixo do travesseiro que vibra pelo
toque irritante. Pego-o e percebo que alguém está
me ligando. O nome do Lucas pisca
incansavelmente no visor. Meu corpo está
incrivelmente quente, não sei por quê.
— Onde você está? — Lucas pergunta, quase
gritando assim que atendo.
— Na boate. Por quê? — pergunto, passando a
mão nos olhos e olhando em volta.
— Diz onde você está, vou te buscar agora, —
Ele rosna tentando se acalmar. Olho meu corpo nu,
me sentando na cama.
— Já estou saindo. — falo tentando acalmá-lo.
Lucas as vezes é muito possessivo em relação a
minha segurança. Entendo que ele está preocupado
por eu estar sozinha em uma cidade desconhecida,
mas as vezes ele exagera.
— Você está na mesma boate? — pergunta com
impaciência. Visivelmente ele está tentando se
controlar.
— Sim, estou. Chego em uns quarenta minutos.
— falo para acalmá-lo, ou ele colocará a polícia a
minha procura.
— Estávamos preocupados com você. Nunca
mais faça isso comigo, entendeu? — soa,
suavemente.
— Sinto muito, não quis preocupar ninguém. —
passo a mão pelo meus cabelos. Eu realmente sinto
muito em ter os deixado preocupados. Não gosto de
ser irresponsável, eles provavelmente estavam
achando que eu estava morta em uma vala. Ele é
como um irmão que nunca tive, se preocupando
com a minha segurança. Me sinto mal. Viro-me
para o lado encontrando olhos azuis pálidos me
encarando com uma intensidade inquietante.
— Preciso ir, baby. — Falo, desligando o
telefone, desconfortável com seu olhar inquietante.
Ele não diz nada, apenas me observa, e isso me
deixa ainda mais desconfortável. Eventualmente,
ele deve ter percebido meu desconforto ao seu
escrutínio silencioso. Me levanto com o lençol em
volta do meu corpo, e sinto sua mão grande segurar
meu braço.
— Não terminei com você ainda, boneca. —
Ele fala me puxando para seus braços, enquanto se
inclina sobre meu corpo, beijando-me com
voracidade, pegando-me completamente de
surpresa. O sabor dos seus lábios me embriaga de
desejo, um gemido escapa por entre meus lábios
enquanto acaricio suas costas musculosas.
Ele move seu polegar lentamente sobre minha
pele, causando arrepios por onde passa. Seus olhos
continuam nos meus, intensos, sensuais. Ele deixa
uma trilha de beijos suaves sobre meus seios,
descendo sobre minha barriga, passando a língua ao
redor do meu umbigo, fazendo-me gemer enquanto
abre minhas coxas. Sinto sua respiração sobre
minha carne molhada e aquecida, logo sua língua
desliza com facilidade sobre minha fenda. Gemo
em surpresa com a sensação crescente dentro de
mim, me entregando mais uma vez.
Choramingo com a sensação maravilhosa que
ele está me proporcionando. Sua língua parece
mágica quando passa sobre meu clitóris, causando
arrepios, me levando a loucura. Ele abre ainda mais
minhas coxas, dando mais acesso a sua boca gulosa
sobre a minha intimidade.
Ele abre minhas dobras com os polegares,
sugando meu clitóris como se fosse algo doce,
mergulhando sua língua na minha entrada sensível
pela sua invasão mais cedo.
O prazer percorre-me ainda mais quando sua
língua aumenta a pressão empurrando cada vez
mais fundo e forte, como se fosse seu pênis. Seguro
seu cabelo com força, fazendo-o soltar um gemido
em apreciação pela forma bruta do aperto.
Ele parece gostar muito disso.
Sua língua passa ao redor do meu clitóris, sem
tocá-lo, me deixando completamente frustrada. Ele
chupa, mordisca minhas dobras, e a pressão dentro
do meu ventre só aumenta.
Meu núcleo se aperta cada vez mais, e quando
sua língua passa sobre meu clitóris, gozo, deixando
o grito que antes estava preso sair, estremecendo
com a força da minha libertação.
Sinto um líquido escorrer pela minha boceta,
ele geme baixinho contra minha carne que ainda
está tendo espasmos enquanto ele ainda está com a
boca na minha intimidade, lambendo minha entrada
com movimentos lentos, suaves e torturantes. Meus
olhos se arregalam quando sinto minhas paredes se
apertarem necessitadas novamente.
Isso é incrivelmente maravilhoso. Ele levanta a
cabeça lentamente, me olhando com um sorriso
lindo nos lábios, que estão cheios dos meus sucos.
— Você está muito dolorida? —pergunta,
acariciando a parte interna da minha coxa.
— Estou bem. — Respondo, gemendo.
Realmente me sinto maravilhosamente bem, mais
do que bem, me sinto satisfeita como nunca.
Ele escala meu corpo inclinando-se sobre mim,
beijando meus lábios. Sinto meu gosto em sua boca
quando sua língua me explora centímetro a
centímetro. Gemo contra seus lábios quando ele
desliza seus dedos dentro de mim, trabalhando meu
clitóris com o polegar, encharcando ainda mais
minha boceta.
Choramingo em protesto quando sinto-o tirar
seus dedos do meu interior, já necessitada em senti-
lo novamente me estocando. Minhas paredes
sensíveis apertam seu pênis quando sinto-o deslizar
com mas facilidade com um único impulso suave,
que arranca gemidos roucos de ambos. Seus
movimentos ficam cada vez mais rápidos e fortes,
fazendo-me gemer cada vez mais alto pelo seu
entra e sai gostoso. Me sinto preenchida e
completa. Procuro seus lábios novamente em um
beijo molhado.
Ele esfrega meu clitóris repetidas vezes,
fazendo-me gozar pela segunda vez com um
gemido longo e rouco. Com um último impulso,
sinto seus jatos quentes enchendo meu útero. O
desconhecido beija minha testa antes de deslizar
para fora, ainda ficando em cima do meu corpo,
olhando-me como se quisesse gravar cada traço do
meu rosto. Em seguida, rola para o lado deitando-se
na cama, olhando para mim de lado, como senão
tivesse nenhuma preocupação no mundo.
— Posso tomar um banho? — Pergunto,
envergonhada. Não quero estar cheirando a sexo
quando encontrar os meninos.
— Sim. — Responde, ainda olhando meu rosto
com atenção. Ele aponta para uma porta, onde
provavelmente fica o banheiro. Enrolo o lençol em
volta do meu corpo antes de levantar,
envergonhada.
— Boneca, não tem nada aí que eu já não tenha
visto. — Fala, com uma risada rouca. Me sinto uma
boba virginal, o que com certeza agora não sou
mais, não depois de tudo que fizemos. Deixo o
lençol cair no chão e caminho até o banheiro,
rebolando meus quadris sensualmente. Ouço-o
rosnar atrás de mim. Tomo uma ducha rápida,
pegando uma toalha no armário e saindo do
banheiro. Não posso perder tempo. O desconhecido
ainda permanece completamente nu, esparramado
na cama. Foco meus olhos em seu pênis, que se
encontra sujo de sangue. Minhas bochechas coram
de vergonha.
Agacho-me para pegar meu vestido e meus
saltos, que ele deve ter tirado quando eu estava
apagada depois do sexo. Encontro-os embaixo da
cama, perfeitamente alinhados. Pego-os e os calço,
olhando distraidamente ao redor do quarto antes de
me pôr em pé. Me preparo para fazer minha
primeira caminhada da vergonha, não que eu me
importe.
— Vou te levar para casa. — fala, enquanto se
veste rapidamente.
— Não precisa, vou encontrar meus amigos
aqui perto. — Falo enquanto ele caminha na minha
direção de um jeito sexy, passando os braços em
volta da minha cintura, me puxando para si.
O que aconteceu hoje à noite foi algo que nunca
esquecerei, e que também nunca mais acontecerá.
No entanto, não me arrependo de nada do que fiz,
nem com as consequências dessa noite.
— Boneca — Diz carinhoso, beijando meus
cabelos.
— Sim. — Falo, pressionando-me em seu corpo
cheiroso.
— Está tudo bem? — Pergunta, completamente
vestido. Obrigo-me a manter meus olhos em seu
rosto.
— Estou bem, só nunca fiz isso antes. —
Respondo com sinceridade.
— Entendo. Qual é sua idade? — pergunta,
acariciando minha cintura distraidamente. Olho
suas lagoas profundas quando respondo.
— Vinte e dois anos. Por quê? — pergunto,
colocando minhas mãos embaixo da sua camisa,
tocando sua pele morena.
— Nada. Você é tão linda, boneca, mas tão
novinha. — Fala, como se eu fosse uma criança,
me apertando contra seu corpo, em seguida sinto-o
apertar minha bunda.
— Mas adulta suficiente para transar com você.
— falo sarcasticamente.
— E você, quantos anos tem? — Segurando seu
olhar, beijo seu queixo. Ele levanta uma
sobrancelha perfeita para mim, depois sua boca se
repuxa em um meio sorriso sexy.
— Vinte e sete anos. — responde, subindo meu
vestido. Ele não é tão velho assim para mim.
— Cinco anos mais velho. — Penso alto
demais.
— Sim, exatamente. — Sorri, ironicamente. Ele
abre a porta do cômodo me esperando passar para
descermos. A boate ainda se encontra lotada de
pessoas se divertindo.
— Mora aqui? — Ele pergunta, me apalpando
descaradamente. Isso está me deixando em chamas.
— Não exatamente, estou comemorando minha
formatura. — Falo, sem dar muitos detalhes.
— No que se formou? — Ele pergunta,
beijando o canto direito da minha boca.
— Advocacia. Me formei essa semana. — Falo
orgulhosa. Sinto seu corpo tencionar um pouco, seu
olhos estão cautelosos. Me apoio em seu corpo
quando me sinto um pouco tonta.
Fomos até o lado de fora da boate em silêncio,
cada um pensando em algo. Estendo a mão ao
avistar um táxi vindo ao longe na nossa direção.
Me viro para ele passando os braços em volta da
sua cintura quando o táxi estaciona na calçada. Ele
beija minha boca num beijo molhado, delicioso, me
explorando com a língua uma última vez. O beijo
se aprofunda um pouco, sinto-o apertar minha
bunda com força, esfregando sua ereção que está
surgindo aos poucos na minha barriga. Gemo
baixinho contra sua boca antes de nos separarmos.
— Não vai me dar o número do seu telefone?
— Pergunta me pegando de surpresa. Meus olhos
se arregalam em surpresa.
— Não, é melhor assim. — Respondo me
afastando, dando um último beijo enquanto entro
no táxi.
Fico olhando-o pela janela enquanto o carro
começa a entrar em movimento, ainda no mesmo
lugar em pé na calçada olhando o táxi se afastar.
Sinto uma sensação estranha no meu coração, um
aperto. Vou embora com o gosto do seus lábios nos
meus. Nunca verei aquele moreno quente
novamente.
Estremeço, minha garganta se aperta enquanto
me afasto. Meu coração fraqueja ao constatar que
acabo de perder minha virgindade com um homem
extremamente quente, porém desconhecido. Eu me
arrependerei disso depois, tenho certeza.
Quando o taxista estaciona em frente à boate
One Night, pago pela corrida e saio de dentro do
automóvel rapidamente. Olho para o céu estrelado
tomando coragem para entrar e encará-los depois
de tudo que fiz. Vou direto para a área VIP,
caminhando lentamente por causa do pequeno
desconforto entre minhas pernas, que mesmo
doendo um pouco é uma sensação deliciosa.
Encontro-os na mesma mesa de antes, tendo mais
uma pessoa junto com eles. Ele me parece familiar,
a forma de olhar... Não importa, de qualquer
maneira.
Vou até eles no piloto automático pelos
acontecimentos da noite. Me sinto diferente, mais
mulher. Estranha. Por que me sinto estranha depois
de ter transado com um cara estranho? Realmente
não sei, porra. Nem quero pensar nisso agora.
— Ei — toco o braço do Lucas, chamando sua
atenção. Ele olha para mim com seus olhos escuros
chateados, reviro os meus para ele em seguida,
mostrando a língua como uma criança de cinco
anos.
— Você está bem? — pergunta genuinamente
preocupado, fazendo-me sentir mal novamente. Ele
me conhece muito bem, sabe que tem algo me
incomodando.
— Me desculpa por deixar vocês preocupados
— falo mudando o rumo da conversa e me
sentando ao lado do cara estranho, meio loiro.
Todos estão me olhando, esperando uma
explicação, o que não vai acontecer. Não vou
contar que acabei de perder minha virgindade com
um estranho em nosso meio.
— Só avisa da próxima vez. — Sara fala
arrastadamente, bêbada demais, o que é muito
engraçado. O estranho me olha de cima a baixo,
com interesse. Ele tem cabelo meio loiro, apenas
algumas mechas mais escuras. Seus olhos são
verdes cristais, quase como a água. Ele continua me
parecendo familiar, mas não sei com quem, sou
péssima, em guardar traços das pessoas.
— Deimon, essa é a Anny. — Lucas nos
apresenta, com um olhar de advertência para o tal
Deimon.
— Prazer em te conhecer Anny — fala de um
jeito sexy me despindo com os olhos. Ele é
realmente muito lindo, um modelo de passarela,
mas não como meu estranho favorito.
— Digo o mesmo. Você é o primo? —
aperto sua mão com firmeza.
— Fora dos limites para você, Deimon. Anny,
se você fizer isso outra vez, vou bater tanto na sua
bunda que você não vai poder se sentar por dias —
rosna calmamente, olhando dentro dos meus olhos.
— Já pedi desculpas, PORRA. Você não ouviu
o que eu falei? Desculpa. Por. Deixar. Vocês.
Preocupados. Que porra seu idiota DE MERDA —
falo o final da frase quase gritando, olhando-o com
raiva. Sou sempre responsável, e quando faço algo
novo vem me encher. Não gostei de deixá-los
preocupados, mas também não é para tanto. Estou
viva e bem, sei me defender de qualquer babaca
arrogante. Deimon me olha como se tivesse
crescido chifres na minha testa ou várias cabeças ao
invés de uma, ou como se eu fosse louca por falar
com Lucas assim. Não dou a mínima.
— Ok, não está mais aqui quem falou. — Lucas
responde chamando o garçom, aproveito e peço
alguns copos de tequila. Preciso de algo forte para
esquecer aquele pedaço de mal caminho, sinto-o
ainda se mexendo dentro. Bebo o líquido marrom
que desce queimando minha garganta.
— Agora vamos falar da aposta. — Marcos fala
cutucando minha bochecha, bato em sua mão.
— Não acredito que ela beijou um cara. —
Sasha fala quase gritando, chamando atenção das
pessoas mais próximas. Sorte a minha que elas não
entendem nada que estamos falando. Às vezes elas
me tratam como uma feira, ou uma puritana.
— Você me deixou pobre. — reclama enfiando
o rosto no pescoço do Lucas.
— Quem é o cara? — Lucas pergunta puxando
Sara para seu colo. As lembranças do estranho
dentro de mim, dos seus beijos suaves e intensos
invadem a minha mente, fazendo com que minha
boceta pulse com as lembranças maravilhosas das
coisas que ele fez comigo. Balanço a cabeça
dissipando-as. Agora não é o melhor lugar para
ficar pensando nisso.
— Você brincou de papai e mamãe, não é,
perigosa? — Deimon murmura baixinho, apenas
para que eu ouvir. Viro minha cabeça na sua
direção, e Deimon está sorrindo como um tigre.
Fuzilo-o com o olhar mais mortal que consigo,
ignorando-o em seguida.
— Não sei quem é ele. — esvazio o líquido do
copo todo de uma vez na minha boca.
— Você não perguntou? — Marcos franze as
sobrancelhas para mim.
— Nada de interrogação. Não pergunto quantos
microscópios as meninas usam para verem os paus
de vocês — olho para seus rostos, rindo das suas
expressões de choque de ambos. Sara e Sasha
caiem na gargalhada, se contorcendo no colo dos
namorados. Deimon sorri, olhando-me como se eu
estivesse louca, não entendo esse choque da parte
dele.
— Você não falou isso. — Marcos finge estar
ofendido.
— Sim, falei — viro o copo novamente.
— Você tem uma boca muito suja quando está
bêbada, boneca — estremeço quando Lucas me
chama de boneca, lembrando do desconhecido.
— Não me chame de boneca. — rosno,
estremecendo.
— Por que não? — Lucas pergunta, me
provocando. Se ele perceber que não gostei desse
apelido, só vai me chamar de boneca para sempre.
Dou apenas de ombros, como se não me
importasse, tentando deixar o assunto quieto. Bebo
ainda mais tentando esquecer os beijos do
desconhecido. Acabamos voltando às quatro da
manhã para a mansão, quando a boate começou a
ficar vazia.

Quando o dia começa a nascer, meu estômago


reclama. Uma ânsia sobe desenfreada pela minha
garganta. Corro para o banheiro com a ânsia
aumentando ainda mais. Mal chego ao vaso
sanitário e começo a pôr tudo para fora. Minhas
entranhas se contorcem em agonia, minha cabeça
só falta explodir de tanta dor.
Maldita ressaca do caralho.
Nunca mais vou beber na minha vida, isso não
compensa a leveza por algumas horas.

Levanto-me cedo, depois de encontrar a morena


de corpo quente não fui me encontrar com meu
primo como havia prometido. Coloco Romero na
cadeirinha, vendo o movimento leve de seu peito
que sobe e desce em seu sono tranquilo. Assim que
estaciono em frente a mansão, a porta se abre e
Lucas sai junto com o meu irmão. Eles parecem
umas merdas, suas roupas amarrotadas cheiram a
bebida, como se fossem alcoólatras. Reviro meus
olhos para meu irmão que me dá seu sorriso
despreocupado enquanto retiro Romero do acento.
— Não vai acordá-lo com suas loucura — aviso
assim que Deimon estende os braços pegando
Romero.
— Não seja rabugento, irmãozinho. — Deimon
responde já entrando. Às vezes ele me deixa louco.
— Aí, mano, me deu um bolo ontem. — Lucas
faz drama me dando uma tapa nas costas. Eu não
diria a ele que não fui encontrá-lo porque estava
fodendo uma boceta virgem, uma deliciosa garota,
que só de pensar, sinto meu pau pulsar.
— Problemas. — Apenas respondo,
caminhando para dentro.
— Esse problema envolve mulheres? — aponta
para meu pescoço. Apenas sorrio em resposta. No
meu pescoço tem uma mordida onde aquela diaba
largou os dentes. Minhas costas estão cheias de
marcas de unhas.
— Quase isso. Você está uma merda — sento-
me no sofá, retirando a bolsa do Romero dos meus
ombros e a depositando ao meu lado.
— Acabamos de chegar. — Ele responde,
bocejando. Eles tiveram uma noite agitada, percebo
pela cara de cansaço.
— Vai mesmo voltar hoje? — pergunto.
— Sim, não posso passar muito tempo fora.
Meu consigliere veio comigo — retira a camisa.
— Cadê sua mulher? — pergunto, já que não há
vi. Aquela garota é simplesmente linda, eu também
a manteria para mim se ela fosse um pagamento de
uma dívida.
— Apagada lá em cima. Ela bebeu demais.
— Hum, vou deixar vocês descansarem.
Preciso resolver algumas coisa. — Me levanto ao
terminar de falar.
— Até mais, cara — responde, assim que pego
Romero dos braços do meu irmão. Nos despedimos
com um breve aceno e volto para casa. Preciso
investigar aquela garota o mais rápido possível.
Deposito meu irmão na cama pegando meu celular,
envio uma mensagem para Miguel, ele precisa
cuidar disso para mim. Quero aquela garota para
mim, não importa como.

Por volta das onze horas da manhã, acordo com


meu estômago melhor e menos enjoado. Nosso voo
sairá à uma da tarde, então ainda tenho tempo para
me arrumar com certa calma. Tomo o banho mais
demorado, da minha vida, sentindo minha vagina
sensível. Só consigo ver os olhos azuis em minha
cabeça enquanto me ensaboo. Tento andar o mais
normal possível até o aeroporto, o que é um pouco
difícil devido o desconforto gostoso do meio das
minhas pernas. Quinze horas de viagem e estarei na
minha cama, de volta na minha vida.
Estou péssima quando chegamos ao Brasil, só
quero chegar em casa e dormir até amanhã sem
preocupação nenhuma.
Marcos leva as meninas para casa, enquanto
Lucas vai me mostrar meu novo apartamento.
Quando ele estaciona em frente um prédio luxuoso
beira-mar em Copacabana, meu queixo cai aberto,
olho-o incrédula, sem acreditar. Não pode ser
verdade.
Ele não está falando sério? Sim, ele está,
constato quando o filho da mãe sai do carro,
abrindo a porta para mim, que saio vagarosamente,
olhando em volta. Daqui uns dias meu nome estará
estampado nos tabloides como sua amante e amiga
fura olho.
— Você não está falando sério, né? —
pergunto, ainda incrédula. Um apartamento em um
prédio como esse custa uma fortuna por mês, meu
salário de um ano jamais poderá pagar por um mês
em um lugar desses.
— Estou. Você já concordou, lembra? —
responde firmemente, sempre calmo, às vezes
odeio esse controle dele.
— Você quer morrer? — fuzilo-o com meu
melhor olhar mortal, que ele faz de conta não notar,
ou que ao menos estou falando com ele. Idiota.
Convencido.
Colocando a mão nas minhas costas, me guia
para dentro do elevador, apertando o botão da
cobertura, olhando meu rosto. Só pode ser
brincadeira! Gosto muito de ser independente, não
quero me acostumar a ter alguém comprando coisas
para mim ou me bancando, como se fosse uma filha
de papai sendo que nem da família sou. Se um dia
ele for embora da minha vida, vai ser extremamente
difícil para mim superar sua perda. Prefiro ter sua
amizade a seus bens.
O elevador apita anunciando que chegamos ao
nosso destino, a porta abre dando diretamente na
entrada da cobertura. É mais do que posso aceitar,
mesmo sendo só para morar temporariamente.
Agora vejo o cheque da dona Elena uma
proposta mais sedutora, comprar meu próprio
apartamento e pôr um fim nessa loucura. Nem em
outra vida eu faria isso. Mesmo sendo de alguém
que considero um irmão, é demais para aceitar.
— Para de pensar muito, Anny. Ninguém mora
aqui, ele está fechado o tempo todo. Que mal há em
você morar aqui? — Se faz de desentendido fitando
meus olhos.
— Não me sinto confortável. — Sou sincera.
— Ele é usado apenas quando Deimon e
Damen vem para cá, o que é extremamente raro —
explica, me puxando para um abraço reconfortante.
Me agarro a ele assim como fazia quando era uma
criança.
— Eu só quero cuidar de você — beija meus
cabelos. Nessas horas que ele me desarma com seu
carinho.
— Tudo bem — olho em volta, é tudo tão
lindo. Uma sala extremamente luxuosa, ampla e
clara. Olho distraidamente a decoração em branco e
marrom.
— Você pode ficar na suíte principal onde está
as suas coisas, ou se preferir, pode escolher o outro
quarto — fala atrás de mim.
— Uau, é lindo — sorrio para ele, que devolve.
— Deixe-me mostrar a cozinha. — Me guia,
chegando na cozinha em tons de marrom escuro e
branco. Perfeita. Amo cozinhar.
— É Linda.
— Vamos, mostrarei seu quarto. — Me
indica o caminho pelas escadas.
— Por que dois andares, um não dava? —
pergunto. Esse lugar é gigantesco. Ele balança a
cabeça sorrindo do meu sarcasmo, abrindo a
terceira porta do corredor. O quarto é enorme, todo
em tons branco. Realmente belíssimo. Parece ter
sido reformado recentemente.
— Você reformou? — passo a mão pelos
lençóis da cama, tão macios, digno de uma
princesa que no caso não sou.
— Sim. — É tudo que responde.
— Aqui é o closet. — Continua falando
enquanto empurra um espelho, uma porta falsa.
Quando entro, meu coração acelera, tem o décimo
das minhas coisas. Ele comprou roupas, sapatos,
bolsas, maquiagens para mim. Fala sério! Vejo
vermelho. Aceitei morar aqui, não quero que ele
compre roupas para mim.
— Você é um idiota. Já disse que não quero que
fiquem comprando coisas para mim — falo
chateada, meus olhos lacrimejando. Apesar de ser
lindo, tenho certeza de que custaram uma fortuna.
O closet está transbordando de roupas, a
decoração é no mesmo tom do meu quarto; branco.
Olho para ele deixando que veja minha mágoa.
Seus olhos escuros cintilam com tristeza, me viro
para o outro lado. Ele se sente frustrado comigo,
não tiro sua razão, sou chata em relação a isso.
Os saltos são todos do meu gosto. Uma
pequena fortuna também pelas marcas, pelo que
pude perceber. Reviro meus olhos. Isso deve ser
pelo meu aniversário de vinte e dois anos no mês
passado. As maquiagens são todas das marcas mais
caras que você possa pensar.
— Antes de recusar, foi um presente de
todos nós, não só meu — fala, já sabendo o que eu
faria. Às vezes detesto como ele me conhece tão
bem.
— Então é melhor devolver — tenho minhas
próprias coisas.
— Não tem devolução. Se você não quer, pode
doar para alguém. — Se encosta no armário.
— Você vai ferir os sentimentos da Sara e da
Sasha que passaram horas arrumando e escolhendo
tudo com o maior carinho. — Isso é manipulação, e
ele sabe disso. Sacana, jogando o cartão da culpa.
— Já que a casa é minha, fora — aponto para a
porta. Ele sorri vitorioso, dando uma piscadela
antes de beijar minha bochecha e sair cantarolando,
o que estranho para um homem como ele.
Preciso de um banho para tirar toda a impureza
do meu corpo. Caminho até a outra porta, abrindo-a
e uau, que lindo. O banheiro é no mesmo tom do
quarto, com uma banheira grande e branca
acomodada no canto direito do banheiro. Olho para
o lado e... é sério isso? Uma televisão. Quem
precisa de uma televisão dentro do banheiro? Gente
rica é doida mesmo.
Há algumas semanas não ando me sentindo
muito bem. Tenho estado mais cansada que o
normal, tive que parar com meu segundo emprego
pelo cansaço excessivo que sinto. Dei graças a
Deus quando Lucas viajou para Las Vegas
mandando-me ficar em casa, já que ele estaria fora.
Uma semana de folga é tudo que preciso. Se Lucas
pelo menos sonhasse que não estou bem, ele viria
me arrastar para o hospital, e eu não gosto de
hospitais. Não desde que passei anos indo e vindo
do mesmo enquanto minha mãe lutava contra o
câncer.
Engordei uns três quilos, minhas roupas não
estão servindo mais. Preciso voltar para a
academia, isso é culpa de Lucas que traz todos os
dias pastel e pão de queijo para mim, mesmo
sabendo que já tomei café da manhã. Uma caixa de
donuts todos os dias também para Sara. Não sei
como ela não engorda, sua genética é maravilhosa.
Levanto da cama sentindo uma leve tontura,
obrigando-me a sentar novamente, fechando meus
olhos. Preciso me alimentar direito. Com a correria
do escritório, não tenho me alimentado
corretamente. Assim que me sinto melhor, levanto
vagarosamente tomando um banho. Pego um dos
meus moletons, os únicos que não estão apertando-
me. Desço para a cozinha preparando meu café da
manhã reforçado. Preciso ir à casa das meninas,
mal tenho as visto esses dias fora da empresa.
Elas ainda vieram aqui semana passada, me
sinto mal pela distância que se formou entre a
gente. Sinto falta dos nossos momentos de meninas.
É melhor eu ir lá agora, e comer a comida da dona
Elena. Sua lasanha é a melhor do planeta, minha
boca saliva ao pensar no sabor delicioso.
Procuro uma roupa no closet, decidindo por
um vestido soltinho. Mas antes disso, pego meu
celular tirando uma foto da minha barriga e a
enviando para Lucas. Irei apenas dormir um
pouquinho e depois irei.
“Isso é sua culpa! Fica trazendo pastel e
pão de queijo para mim todos os dias, estou
ficando gorda seu idiota.”

Faz dois malditos meses que não transo com


ninguém. Meu pau não aceita ninguém a não ser
ela, a mulher mais quente com quem já transei. O
pior de tudo é que não sei onde ela está, ou ao
menos quem seja. Ela simplesmente evaporou. Meu
pulso está quase quebrando de tanto foder com a
minha própria mão, meu pau pulsa dentro da calça
necessitado. Só de pensar naquela bocetinha
apertada, meu pau está completamente desejoso.
Solto um suspiro agonizante lembrando do
seu gosto, seu cheiro... Porra! Sou um assassino e
aqui estou, pensando em uma mulher extremamente
quente com quem passei uma única noite. Hoje à
noite mudarei isso. Desde aquela noite, tenho a
procurado por toda a cidade, mas nada. É como se
ela tivesse evaporado. As câmeras de segurança
não ajudaram em nada, estavam desligadas a
semanas. Agora ando com o pau duro diariamente,
como um maldito tarado pervertido. Provavelmente
vai cair por falta de uso.
Olho para baixo onde ele está pressionado
furiosamente contra o zíper. Saio do meu devaneio
quando Lucas solta uma gargalhada estrondosa, me
pegando de surpresa. Não somos de rir ou sorrir,
nem de gentileza.
Estou sentado olhando-o conversar com a
namorada que está cada vez mais gostosa. Vê-lo
sorrir é estranho. Lucas é brutal, impiedoso, sem
muitas emoções. Somos primos filho de dois
irmãos, igualmente malditos e miseráveis, sádicos.
No entanto, Lucas tem mais humanidade que
Deimon e eu.
— Você está muito pálida. — Lucas
observa, traçando o rosto dela com olhos atentos.
Seu rosto está em toda a tela da televisão.
— Não estou amor, é impressão sua —
responde, fazendo-o estreitar os olhos na sua
direção. Percebo que ela está mentindo pelo seu
nervosismo evidente. Lucas parece descontente,
sabendo que ela está mentindo.
— O que aconteceu com você? — Em um
gesto preocupado, passa as mãos pelos cabelos
longos, soltando algumas mexas no processo. Ela
solta uma gargalhada disfarçando.
— Nada. Tô terminando de me arrumar, vou
sair com Anny e Sasha — responde, fazendo-o
balançar a cabeça em desaprovação.
— Se estiver me escondendo alguma coisa,
quando chegar, iremos conversar — aperta a boca
em uma linha fina.
— Beijos, se cuida — desliga a chamada de
vídeo. Fito seu rosto, incrédulo. A garota tem ele
enrolado em volta da mão. Ele me olha como quem
diz; “o quê?”. Levanto minhas mãos para cima com
um meio sorriso no rosto, debochado.
— Você ainda está procurando a garota? —
questiona olhando a tela da televisão, revisando
algumas mensagem.
— Sim, mas sem um nome é quase
impossível — passo as mãos em meu cabelo com
impaciência, tendo uma única certeza; vou
encontrá-la. A pergunta é; por que estou obcecado
por uma garota que nem conheço? Não importa, eu
a quero e ela será minha.
— Cara, desiste, é impossível encontrar
alguém sem nome e sem rosto — aconselha. Já
coloquei alguns dos meus soldados especialistas em
rastreamento atrás dela, mas até agora nada. É
inútil, eu sei disso. Miguel um dos meus mestres
em computadores não achou nada, quase fazendo-
me acreditar que a morena era uma miragem
minha.
— Vou continuar procurando — respondo
com sinceridade. Um dia irei achá-la, e então ela
será toda minha. Apenas minha.
— Você que sabe. — Volta sua atenção
para a tela da televisão, com as sobrancelhas juntas.
Olha uma foto sem rosto com uma legenda.
“Isso é sua culpa! Fica trazendo pastel e
pão de queijo para mim todos os dias, estou
ficando gorda seu idiota.”
A garota acaba de assinar a sentença da sua
morte. Ninguém chama Lucas de idiota e sobrevive
para falar no outro dia. Novamente ele me
surpreende dando gargalhadas olhando a imagem.
Esse corpo me parece familiar, se parece com o... o
corpo da minha boneca, só que mais cheio. Sim,
um corpo extremamente quente. Não custa nada
perguntar sobre a garota.
— Quem é a garota? — Inclino-me para
frente para poder olhar direto a imagem como
quem não quer nada.
— Anny, e ela está fora dos seus limites.
Entendeu? — comunica em um tom de ordem.
Sério isso? Levanto a sobrancelha olhando-o
interrogativamente. O fato de sermos primos não
significa que ele possa dar ordens no meu território.
Não sou um dos seu soldados, e essa é a porra do
meu território. — Foi mal cara, as vezes me
esqueço que não sou seu capo — passa a mão pelo
cabelo, um pouco nervoso.
— Já aconteceu isso comigo. — Volto meus
olhos para a tela.
— Anny é uma pessoa especial na minha
vida, minha fuga da realidade. Quando estava
sendo introduzido, encontrá-la fazia-me esquecer as
coisas horríveis que praticava. Você entende? —
pergunta olhando a foto com tanto carinho que viro
o rosto para o outro lado. Não tenho nenhuma
ambição nesse sentido, ter esse tipo de amor na
minha vida é perigoso demais. Vai além do amor
que um homem sente por uma mulher, isso é amor
fraternal, um dos mais puros amor.
Eu não entendo, não tive uma pessoa
especial para ser minha âncora ou meu ponto
seguro, para me fazer esquecer as coisas horríveis
que fiz quando criança. Às vezes que fui obrigado a
matar pessoas inocentes apenas para a diversão do
meu pai, mas depois apreciava cada uma delas, as
que as pessoas mereciam. Gosto de infligir dor,
quebrar as pessoas, jogar com elas. Eu era o
"monstro" favorito de meu pai. Mas realmente me
sentia mal em matar pessoas inocentes.
Passei fome, humilhação, fui torturado com
apenas seis anos de idade com o intuito de ser forte,
assim como meu pai dizia; “irá lhe fortalecer, te
tornará um capo impiedoso". Eu odeio aquele
infeliz com todas as fibras do meu ser. Irei matá-lo
lentamente quando pegá-lo, e isso está tão próximo
de acontecer. Venho observando-os a um tempo,
dando corda, e estou prestes a começar a puxá-la,
fazendo assim com que eles se sufoquem sem ao
menos perceberem.

Tem algo muito errado comigo, não estou


me sentindo bem já vem alguns dias. Hoje de
manhã, vomitei tudo que havia colocado no
estômago. Provavelmente a comida me fez mal.
Avisei o Lucas que não estava me sentindo bem,
que estou doente, mas não quis preocupar ele.
Apesar de ele querer me levar ao hospital para ver
um médico, que não é necessário, falei que era
apenas um mal-estar ou ele estaria aqui me
arrastando para um hospital.
Preciso descansar, sinto meu corpo mais
cansado que o normal. Me deito, já sabendo que
irei sonhar com ele antes mesmo de adormecer.
Venho tendo sonhos quentes com ele, e de um mês
para cá, acordei gozando, toda vez que sonho com
ele. E hoje não é diferente.
Sinto suas mãos em meu corpo, meu
coração fraqueja. Ele sobe beijando minhas
pernas, um formigamento familiar se espalha pelo
meu corpo. Ele tira meu short beijando rumo a
minha boceta, minha respiração fica presa na
garganta. Sinto sua língua provar minhas dobras,
ofego baixinho.
— Sentiu minha falta, boneca? — pergunta
maliciosamente, passando a língua sobre meu
clitóris.
— Sim, muita — respondo ofegante,
enquanto ele acrescenta um dedo dentro de mim.
Começo a gemer e a me contorcer na cama a cada
investida dos seus dedos.
— Baby, por favor — imploro totalmente
entregue a ele, que passa os dentes sobre meu
clitóris inchado. Sinto um puxão nos bicos dos
meus seios, que arranca um grito de surpresa do
fundo da minha garganta. Ele chupa, mordisca
minhas dobras, enfia a língua na minha entrada.
Sinto minha lubrificação escorrer por entre minhas
pernas. Sinto que estou perto, preciso gozar.
— Você quer gozar? — pergunta contra
minha carne molhada e sensível.
— Sim — gemo quando acrescenta mais
um dedo. Oh, isso é maravilhoso! Rebolo contra
sua mão, que estoca mais fundo, então gozo com
um estremecimento violento. Ele escala meu corpo
com o dele, abre minhas pernas, beija minha boca,
explorando meu corpo com as mãos, beijando meus
seios e puxando os mamilos, arrastando os dentes
sobre eles, sinto que o orgasmo se aproxima
novamente. Antes que eu chegue no meu ápice,
ouço sussurrar no pé do meu ouvido.
— Você não merece gozar. Você é uma
menina má. — Deixa um beijo no canto da minha
boca.
Acordo com minha calcinha encharcada de
gozo, ainda extremamente excitada. Como ele pode
ser tão mal assim, até mesmo em sonho? Tem algo
de muito errado comigo, preciso de um banho
depois disso tudo.
À tarde, quando me sinto melhor, resolvo
visitar as meninas, já que apenas elas veem me ver
praticamente todos os dias. Desço pegando um táxi,
e quando chego na casa da dona Elena, ela já está
esperando-me.
— Minha querida — abraça-me
carinhosamente.
— Como a senhora está? — pergunto,
passando meus braços em volta dos seus ombros.
— Estou bem, querida. Você parece estar
doente. — Me olha atentamente, como a mãe
dedicada que é.
— Estou doente do estômago, mas já estou
bem — caminho para dentro da casa.
— Irá almoçar conosco?
— Sim. Estou com saudade da sua comida.
— Dona Elena tem mãos das deusas. Sua comidas
são maravilhosas.
— Oi sumida. — Sasha me abraça, beijando
minha bochecha. Faz uma semana que não as vejo.
— Você está acabada. — Sara olha-me
atentamente.
— Você também não está melhor do que eu
— defendo-me. Ela tem olheiras ao redor dos
olhos. Parece não dormir a semanas.
— Meu estômago não quer segurar nada —
diz distraidamente, passando a mão pela barriga
plana.
— Você está doente?
— Sim, mas deixa para lá. Já estou melhor
— responde, dando uma piscadela.
— Que estranho! Só vocês duas adoeceram
do estômago. — Dona Elena fala com olhos
conhecedores.
— Vocês estão “doentes” a quanto tempo?
— Eu apenas hoje. Comi bolo de chocolate
demais ontem. Tive um desejo, uma vontade tão
grande que não consegui resistir e comi sem pensar
nas consequências.
— E você Sara? — insiste. Sara olha para
sua mãe, e depois de um tempo, responde;
— Uma semana mais ou menos, não sei. —
Olha para mim.
— Por que você não faz um teste de
gravidez, minha filha? — Dona Elena diz como se
não fosse nada nos pegando de surpresa. Os olhos
de Sara quase saem da órbita, que só faz isso
quando é pega mentindo.
— Não estou grávida, mãe — argumenta
com muita convicção. Ela está grávida!
— Então faz o teste e tire a dúvida —
contrapõe.
— Se eu não melhorar, daí faço.
Um silêncio se apossa do cômodo, então
decidimos subir para o quarto, e antes mesmo da
porta se fechar, Sasha já estava enchendo a irmã de
perguntas.
— Você está grávida! Eu sei quando está
mentindo, anda, fala — ordenou a gêmea
calmamente, olhando dentro dos olhos da irmã.
— Sim, estou grávida. Descobri hoje e não
sei como contar para Lucas. E se ele não quiser ter
filhos? — Seus olhos se enchem de lágrimas.
— Por que você não espera ele chegar?
Deixe passar uma semana e depois fale — sugere.
Por que ele não gostaria de ter filhos?
— Você tem razão — enxuga as lágrimas.
— Ahhhhhhh — Sasha grita, me
assustando, e na mesma hora meus tímpanos
reclamam.
— Vou ser a melhor tia de todo o mundo —
sussurra, me surpreendendo. Achei que ela iria
gritar alto, porque ela sempre grita alto demais
quando se está feliz, só que diferente de feliz, Sasha
está brilhando.
— Eu também sou tia, não se esqueça disso
— aviso séria, ela me olha sorrindo.
— Mas eu sou a madrinha. — Convencida.
— Eu vou ser madrinha e não quero nem
saber. — Sasha adora uma competição.
— Então, Sara, escolha quem irá ser a
madrinha. — Desafiadoramente, olha para sua
gêmea.
— As duas, não vou escolher — responde.
Não demora muito e dona Elena nos chama para
almoçar.
— Quando você for ao médico, nos chama.
— Estou feliz por ela estar gerando um pequeno ser
dentro de si. Ser mãe é um presente, poder
conceber uma vida.
— Claro que vocês irão comigo — sorri
passando as mãos distraidamente sobre sua barriga
plana, de novo. Talvez seja um novo costume.
— Vamos comer, meninas. — Dona Elena
chama outra vez.
— Já estamos indo, mamãe. — Sasha
responde. Ela fez minha comida preferida, lasanha
de frango, queijo e presunto. Minha boca se enche
de água com a vontade de comer.
— Lasanha! Oh Deus, tô desejando uma faz
dias. — Me sirvo enquanto todas as cabeças viram
na minha direção.
— O quê? — Por que elas estão me olhando
assim?
— Está mais cheinha. — Dona Elena fala
olhando diretamente para minha barriga.
— Culpa do seu genro. Ele que traz besteira
todo dia para mim, acabei engordando — como
com vontade a primeira garfada.
— Não sei como você não engorda com o
tanto de besteira que ele compra para você todos os
dias — falo diretamente para Sara. Ele traz uma
caixa de donuts todo dia, para ser mais exata.
— Só de ruim que ela é. — Sasha sorri com
seu sarcasmo, fazendo-me acompanhá-la. Como
três pedaços de lasanha, depois dois copo de
mousse de chocolate, e finalmente, me sinto
satisfeita. As meninas olham-me horrorizadas.
— Comendo desse jeito não tem como não
engordar.
— Estou faminta ultimamente. — Dona
Elena continua me encarando preocupada, mas não
diz nada. Estamos tirando a mesa, resolvo ajudar
pegando a travessa com o resto da lasanha. O
cheiro faz a billy subir na minha garganta. Solto a
travessa e saio correndo para o banheiro,
vomitando tudo que comi. Sinto mãos em meu
cabelo os tirando do meu rosto. Sara limpa minha
testa suada enquanto luto contra a ânsia de vômito
que vem mais forte. Não tem mais nada no meu
estômago para colocar para fora.
Sasha pega uma toalha enxugando meu
rosto enquanto estou debruçada sobre o vaso
sanitário vomitando. Quando não tem mais nada
dentro de mim, pego uma escova de dentro da
gaveta, escovando meus dentes. As duas estão me
olhando estranho.
— Você precisa ver um médico. Pode ser
uma bactéria no estômago. — Sasha diz
preocupada, e ela tem razão. Sara está me olhando
atentamente, o que começa a me incomodar.
— O quê?
— Nada.
— Por que não vamos ao médico amanhã?
— Sara pergunta, passando a mão sobre a barriga.
— Por mim está bem. Vamos umas oito
horas, está bem? — Talvez eu consiga acordar esse
horário.
— Por mim ótimo — responde, ainda me
dando um olhar intrigado.
— Eu já vou. Nos vemos amanhã.
Tive um almoço agradável, sem contar a
parte em que vomitei. Estou com muito sono,
preciso dormir e sonhar com meu demônio de olhos
azuis pálidos.
Chegamos ao consultório da doutora Ana
por volta das nove horas da manhã. Sara deita-se
na maca, a doutora coloca um gel sobre a sua
barriga plana, passando um aparelho por ela. Olho
para a tela ansiosa quando uma imagem aparece
totalmente preta. De primeira não vemos nada, mas
a médica aponta, mostrando onde está o bebê, que
se encontra com o tamanho de um pequeno caroço
de feijão.
— Vocês querem ouvir o coração? — A
doutora pergunta.
— Sim — responde sorrindo emocionada.
Um som enche a sala, e meu Deus, Sara será
mamãe em breve. É incrível um ser humano poder
trazer uma vida ao mundo. Quando Sara se veste
novamente, a doutora entrega um vestido para mim.
— O quê? — pergunto confusa. Não estou
grávida, só fiz sexo uma vez na vida. Isso não é
impossível!
— Suas amigas acham que você está
grávida. — A doutora Ana fala olhando para as
meninas.
— Não estou grávida. — Chateada, pego o
vestido com um puxão.
— Você pode, tem os mesmos sintomas que
eu. — Sara argumenta envergonhada. Ela podia ter
falado comigo antes de conversar com a médica,
me expondo.
— Eu apenas vomitei, nada mais.
— Então faz e tira a dúvida das suas
amigas. — A doutora argumenta novamente.
— Tudo bem — falo entre dentes. Tiro
minhas roupas vendo minha barriga que está apenas
ondulada por eu estar engordando, não porque
estou grávida. Meu ciclo está certinho. Deito-me na
maca e a doutora Ana coloca um gel muito frio no
pé da minha barriga, fazendo-me estremecer. Ela
move o aparelho sobre minha barriga olhando para
tela e sorrindo em seguida.
— Parabéns! Você está grávida de gêmeos.
— Meu mundo para neste instante. É como se tudo
estivesse congelado.
— Não pode ser. — Isso deve estar errado,
porém não me lembro se ele usou camisinha.
— Qual foi a última vez que você fez sexo?
— A doutora pergunta-me. Não olho para as
meninas quando respondo.
— Dois mês e duas semanas — olho para a
tela que mostra meus filhos. Estou grávida de um
homem que sequer sei o nome. Começo a chorar,
meus filhos não vão conhecer o pai, nem mesmo
saberão seu nome. Paro de chorar quando um som
de batimentos enche a sala, o som dos corações dos
meus filhos, meus bebês. Meu coração acelera com
a percepção de que serei mãe solteira. Vou ser mãe!
Minha ficha ainda não caiu, parece ser uma mentira
ou uma pegadinha.
Fiz tudo no piloto automático desde que
descobri minha gravidez. Eu podia ver a pergunta
nos olhos das minhas amigas; Quem é pai? E
quando isso aconteceu? Por que não nos contou?
Sasha ajuda-me a vestir minhas roupas, já
que não consigo sozinha pois choro
inconsolavelmente. Serei uma boa mãe? Irei
conseguir cuidar dos meus filhos e trabalhar, sem
lhes deixar faltar nada? As Lágrimas começam a
descer mais grossas dos meus olhos enquanto
soluço. Não quero que meus filhos passem as
necessidades e privações que passei durante minha
infância. Ouço Sara ao telefone, ela provavelmente
está falando com Lucas. Ouço apenas por alto,
sentada na cadeira, já mais calma por causa do
calmante que a doutora me deu.
— Ela não está bem. Você precisa voltar —
escuto, tendo a certeza de que sou o assunto. O que
ele vai pensar de mim?
— Não, ela que tem que te contar, não eu.
— Volta a falar. Não olho para ela e muito menos
para Sasha, não quero ver em seus olhos às
perguntas.
— Eu sei, não estou brincando, estamos no
consultório com uma médica — sinto a parte de
trás das minhas costas esquentando com seus
olhos. Estou com a cabeça encostada na mesa,
ouvindo tudo e ao mesmo tempo nada. Elas
provavelmente já fizeram mil e uma circunstâncias
para a minha gravidez.
— Ok. Nos vemos em dois dias quando
você chegar. Só por favor, se acalma primeiro antes
de ir falar com ela, está bem? — deixo de prestar
atenção na conversa deles, começando a pensar no
meu próprio futuro. Meu objetivo era e ainda é ter
uma carreira maravilhosa, comprar meu próprio
apartamento, ser bem-sucedida na minha vida
pessoal e profissional. Mas agora estou na estaca
zero novamente.
— Fica com a gente. — Ouço Sasha falar
assim que entramos no carro. Com a cabeça
encostada na janela e olhos fechados, respondo:
— Quero ficar sozinha por enquanto —
prendo um soluço que ameaça escapar.
— Sabe que pode contar com a gente, não
é? — Sara argumenta. Sei que ambas estarão ao
meu lado para tudo, mas o que realmente preciso
agora é de silêncio.
— Eu sei, porém, quero ficar sozinha —
enxugo meus olhos enquanto minha mão repousa
sobre minha barriga ondulada. Amo crianças,
sempre gostei, mas ser mãe agora não estava nos
meus planos.
— Amanhã viremos lhe ver. — Sasha me
garanti tocando minha mão, puxando-me em
seguida para um abraço forte.
— Tudo bem — devolvo o abraço
reconfortante dela. Assim que elas me deixam em
frente ao meu apartamento com os olhos
preocupados, lhes garanto que ficarei bem. Prefiro
ficar sozinha. Nesse momento preciso colocar
minha cabeça em ordem e calar a voz insistente em
minha mente.
Retiro minha roupa e paro em frente ao
espelho olhando minha barriga que está levemente
arredondada. Passo minha mão direita por ela, a
acariciando. Dois bebês. Eu tenho dois bebês
crescendo dentro de mim, meus filhos. Mamãe
ficaria radiante em ser avó, sorrio com a lembrança
do seu lindo sorriso, seu jeito carinhoso mesmo
quando tudo estava desmoronando.
Odeio o estranho neste momento. Por que
ele não usou camisinha? Por que eu não lembrei da
camisinha? Ele não só deixou marcas profundas no
meu corpo, mas também nossos filhos. Filhos que
ele nunca irá conhecer.
Tomo uma ducha e visto meu pijama.
Tenho que me alimentar corretamente, para que
meus bebês nasçam saudáveis. Minhas tonturas
eram porque já estava grávida e me alimentando
mal. Agora tenho que tomar um monte de
vitaminas por conta da gravidez, que já está com
quase onze semanas, que são dois meses e duas
semanas, se minha contagem estiver exata. Como
eu não percebi que estava grávida? Minha
menstruação não atrasou, acho que com a correria
não percebi ou não queria ver a verdade que estava
bem na minha cara o tempo todo.

Já se passou dois dias desde que descobri


que estou grávida. Ainda estou me acostumando
com a ideia de ser mãe. Fico imaginando como será
os rostinhos dos meus filhos. Será que se parecerão
com o pai? Menino ou menina? Toco meus lábios
lembrando do nosso beijo de despedida. Pego meu
celular olhando o vídeo do nosso beijo pela
milésima vez, sentada no topo da escada
relembrando toda aquela noite. Nós realmente não
usamos camisinha.
O elevador apita avisando que tem alguém
dentro da casa. Meus olhos se arregalam quando
vejo Lucas no meio da sala, coloco a mão na minha
barriga instintivamente, olhando em seus olhos
negros e cheios de preocupação. Lucas olha todo
meu corpo em busca de algum ferimento, seus
olhos parecem sentinelas. Em passos largos, ele
está me abraçando. Um abraço apertado, cheio de
alívio e preocupação. Começo a chorar em seus
braços, ele vai se decepcionar comigo. Ele irá
entender? Provavelmente vai me abandonar, porque
sou uma decepção ao seus olhos, e isso não
suportarei.
Enxugando minhas lágrimas, ele me afasta
para ver meu rosto.
— Oi — murmuro saindo dos seus braços.
— Você está doente? — pergunta, enquanto
olho para as meninas sentadas no sofá em silêncio.
Afasto-me dele me sentando em uma das poltronas.
Ontem, quando Sara e Sasha vieram ver como
estava, elas perguntaram quem era o pai dos meus
filhos, o que só me fez chorar mais ainda.
— O que aconteceu? — pergunta
novamente, preocupado. Por favor, não me
abandona. Olho suplicante para ele.
— Por favor, prometa que não irá me
abandonar — peço com olhos marejados. Ele me
olha em silêncio, mas não responde ou garante
nada. Meu coração afunda um pouco mais, seus
olhos escuros se estreitaram.
— Continua. — Meus olhos correm para as
meninas que acenam para eu prosseguir.
— Tudo bem. E... eu... eu... é que... —
gaguejo olhando minhas mãos que tremem. As
lágrimas ameaçando descer novamente, estou
muito emotiva, meus hormônios estão acabando
comigo. Levanto meu olhar, seu olhos estão mais
escuros.
— Anny — rosna severamente, fazendo os
pelos do meu pescoço se arrepiarem com a dureza
na sua voz.
— Lucas, eu estou... Eu estou grávida —
solto a queima roupa. Vejo o exato momento em
que suas feição fica dura, cruel, implacável.
Começo a chorar novamente, abaixando minha
cabeça, colocando minhas mão no meu rosto
enquanto soluço.
— De quem? — sua pergunta sai
novamente em um rosnado, fazendo-me levantar o
rosto. Não queria ter levantado decepção até seus
olhos, o que me faz chorar ainda mais. Minha
respiração fica curta e rápida, meu corpo estremece
com a força dos meus soluços que saem altos.
— Não é bom você fazer isso, ela está mais
sensível. Guarde seu homem das cavernas interior.
— Sara rosna para ele, defendendo-me. Sinto Lucas
me levantar da poltrona, seus braços fortes
rodeando meu corpo em um aperto reconfortante.
— Eu sinto muito, bonequinha. Estou sendo
muito duro com você — acaricia meu cabelo.
— Por favor, não chora — continua
levantando meu rosto enquanto o acaricia.
Já mais calma, meus soluços começam a
parar, as lágrimas secam em meu rosto. Estou
sentada no colo do Lucas enquanto ele continua
passando as mãos pelo meu cabelo, assim como
quando eu era criança e ralava o joelho.
— Você pode me dizer quem é o pai,
Anny? Ele tem que participar da vida dos seus
filhos — argumenta. Se eu soubesse onde aquele
demônio de olhos azuis mora, eu mesmo já teria o
procurado. Lucas quer apenas um nome, e nem isso
tenho.
— Não sei. — Sou sincera. Sinto-o seu
corpo tencionar embaixo de mim.
— Como assim? — levanta meu queixo.
— Foi em Vegas. Conheci um cara, nos
beijamos, acabou acontecendo. Queria apenas algo
de uma noite, e ele concordou. Decidimos não
revelar nossos nomes, e essa é a razão pela qual não
sei seu nome. — olho minhas mãos.
— Tudo bem. Irei cuidar de você — afirma.
Me sinto exausta, aconchego-me no seu colo,
adormecendo.
Uma semana se passou desde que Lucas
descobriu sobre minha gravidez. Ele está levando
numa boa, tenho ajudado também e usado roupas
mais folgadas. Ontem ele me chamou em sua sala
para pedir minha ajuda. Lucas irá pedir Sara em
casamento e quer fazer algo romântico só entre a
família.
Ele ainda não sabe que vai ser pai. Estou
ajudando nas ideias de como contar a notícia.
Ajudo como posso, está ficando lindo a decoração,
colocamos velas e pétalas de rosa por toda a escada
até o quarto de Sara. Em cima da cama, duas taças
de champanhe e uma caixa de chocolate, os
preferidos dela, algumas rosas estão jogadas em
cima da cama dando um toque sensual, e na mesa
nos pés da cama, ele escreveu “Eu Te Amo” com
elas. Lucas está ajoelhado em sua frente, dizendo as
palavras que algumas mulher esperam ouvir do
homem que as ama.
— Quer casar comigo? — faz a famosa
pergunta, sorrindo, mas posso perceber o quanto
está nervoso. Ela começa a chorar quando a
realidade caí sobre si.
— Claro que sim, amor — aceita, pulando
em cima dele. Eu já estou uma bagunça de
lágrimas, chorei muito, estou uma pilha
sentimental, o que não é normal para mim.
— Espera aqui — pega a caixinha e entrega
a ele, que olha com desconfiança para sua mão, que
agora ostenta seu anel de noivado.
— Abre amor. — Sara incentiva,
começando a chorar. Dentro da caixinha branca
tem um sapatinho de bebê, um coração vermelho e
uma mensagem na tampa dizendo:
Papai, dentro da mamãe agora bate dois
corações apaixonados por você.
— Vou ser pai? — olha em seus olhos
mostrando emoção abertamente pela primeira vez.
— Você vai ser papai, meu amor — o
abraçando, beijando seu noivo nos lábios. Saímos
quando eles parecem não ver mais ninguém a sua
volta.

Faz três semanas desde que Lucas pediu


Sara em casamento. Depois, me proibiu de
trabalhar. Meu sangue ferveu de raiva, não estou
prostrada, estou apenas grávida. O que me deixou
extremamente chateada. Não o deixei ganhar a
discussão e continuei trabalhando.
— Como é estar grávida do namorado da
sua amiga? — Suzana pergunta, soltando seu
veneno. Dou-lhe meu sorriso debochado. Suzana
transa com um gerente da empresa que tem idade
para ser avô dela.
— Como é estar grávida do marido alheio?
— pergunto, sorrindo da sua cara. A empresa toda
sabe que ela abre as pernas para ele apenas pelo
dinheiro.
— Deixa o senhor Davenport ouvir isso, e
você estará fora da empresa num piscar de olhos.
Nem seu ursinho será capaz de impedi-lo —
Amélia fala com seu jeito calmo, mas segura das
suas palavras.
— Obrigada Amélia, não precisava. Sei
lidar com víboras com Suzana, e não estou grávida
de Lucas. — Essa era a fofoca da empresa. Agora
se ele descobrisse, seria um inferno de uma
bagunça.
— Sei que não está, você é melhor do que
isso. — Amélia responde, sorrindo.
— Obrigada. — Sempre nos demos bem, já
que fizemos amizade por ela não ser aceita pelos
outros funcionário, por morar na favela. Eu não me
importo com essa bobagem, as pessoas têm que ser
respeitadas pelo seu caráter, e não pela sua
aparência ou pela condição financeira.
— Nos vemos por aí — Amélia se despede
saindo do cômodo.
De volta a minha rotina. Estou mais
consciente que serei mãe em breve. Minha barriga
está crescendo rápido demais a cada dia que passa.
Sempre vou a médica, fazendo as consultas
certinhas, tendo a certeza de que meus bebês estão
grandes e saudáveis.

Cinco meses depois...

Minha barriga está enorme. Estou


completamente grande, se mover com rapidez se
tornou um sacrifício. Meus pés doem, minhas
costas estão me matando aos poucos. Nem sequer
consigo ver meus pés.
Fiz todos os exames e montei o quarto em
cores de um azul quase cinza. Lucas comprou todo
o enxoval dos meus bebês, o que resultou em mais
uma briga. Escolhi apenas um berço grande para os
gêmeos, colocando-o em meu quarto.
Quando fiz a consulta para saber o sexo dos
bebês, fiquei frustrada ao saber que eles estavam
com as perninhas fechadas. Hoje farei mais uma
tentativa, já que estou grávida de oito meses. Quero
saber o sexo dos meus bebês antes de chegarem ao
mundo. Chegamos ao consultório da doutora Ana
pela tarde, deito-me na cama enquanto a doutora
passa o gel frio na minha barriga, a qual já estou
quase acostumada.
— O que temos aqui? — pergunta para si
mesma. Ela olha para a tela movendo o aparelho na
minha barriga.
— Então doutora? — pergunto ansiosa, ela
apenas sorri da minha ansiedade.
— Um príncipe e uma princesinha —
responde. Fico radiante. Serei mãe de um casal!
Minha barriga está enorme, já a barriga de
Sara está elegante como eu chamo. Ela será mãe de
uma menina, nunca vi Lucas mais feliz do que
agora.
Sinto uma pontada de inveja quando eles
juntos decidem o nome da bebê. Eu não tenho
ninguém para fazer isso comigo. Me mantenho um
pouco afastada, isso não é culpa de ninguém.
Tenho que aprender a viver nessa nova realidade.
Nos últimos meses tenho acordado com muita
dor nas costas, mal consigo me levantar sozinha da
cama sem ajuda. Os enjoos pararam com três meses
de gravidez, pude trabalhar sem problema. Os oito
meses de gravidez está me matando, Lucas faz de
tudo para me deixar confortável. Ultimamente, ele
quase não trabalha mais na empresa.
— Você está bem? — pergunta pela milésima
vez, ajeitando as almofada do sofá atrás de mim.
Quem diria que o CEO mais poderoso do Brasil
estaria cuidando de mim como se eu fosse um bebê.
— Estou bem, Lucas — seguro sua mão
parando seus cuidados exagerados. Sei que ele está
preocupado, mas não é para tanto. Deimon está no
Brasil a um mês ficando no meu apartamento,
cuidando de mim à sua maneira.
— Você está sentindo dor, posso ver nos seus
olhos — contra-ataca, me ajudando a ficar sentada.
Me sinto inútil tendo que ser cuidada assim como
uma criança.
— Apenas as costas. Não seja exagerado —
murmuro, sorrindo para ele enquanto me inclino
para a frente passando meus braços em seu
pescoço, o abraçando como posso, o que é quase
impossível com o tamanho da minha barriga. Ele
sorri quando gemo frustrada.
— Você está enorme. — Deimon aparece
vestido para matar. Sexy pra caralho.
— Eu posso matar você, mesmo desse jeito —
dou-lhe o dedo, fazendo-o sorrir do seu jeito todo
poderoso.
— De jeito nenhum. — Deimon responde
apontando para a minha barriga. Gemo caindo para
trás, agora eu era o elefante rosa no meio da sala.
— Cuidado, posso te esfaquear enquanto dorme
— ameaço secamente.
— Que demônio — murmura saindo para mais
uma noite de putaria. Amanhã sua cara estará
estampada em todos os canais de fofoca.
Acordo pela manhã sentindo uma dor
insuportável nos meus quadris. Tomo uma ducha
rápida tentando aliviar um pouco. A dor apenas se
intensifica cada vez mais conforme as horas
passam. Meus bebês já querem vir ao mundo? Falta
uma semana ainda para a cesariana. Estou quase
terminando de me vestir quando sinto uma água
escorrer pelas minhas pernas. Olho para baixo,
meus pés estão cobertos por ela. Porra! Minha
bolsa estourou.
— Deimon — grito enquanto a dor se
intensifica, se tornando quase insuportável. Nos
tornamos bons amigos ao longo desses meses,
posso gritar com ele assim como grito com Lucas,
mesmo nos conhecendo a pouco tempo.
— Deimon, porra — grito quando outra
contração atravessa meu corpo, fazendo-me
contorcer de dor. Ele aparece na porta apenas de
cueca, me olhando com apreensão. Ele é um
homem lindo e tem uma leve semelhança com o pai
dos meus filhos, o homem que enche meus sonhos
mais molhados.
Ele sorri para mim, mas quando vê a água aos
meus pés e minha expressão de dor, pergunta:
— O que foi? Você não fez xixi nas calças, fez?
— caminha na minha direção com passos firmes.
Solto um grito de dor quando outra contração vem,
me curvando para tentar aliviar, o que só piora.
— Minha bolsa estourou — respondo,
apertando a porta, meus dedos ficando brancos com
a força. Ele ainda não entendeu o que quis dizer.
Homens são lentos para entenderem as coisas.
— O quê? — olha desconfiado para a minha
vagina, como se a qualquer momento meus bebês
fossem sair de dentro dela e caírem no chão.
— Deimon. Os. Bebês. Estão. Nascendo.
Preciso que você me leve para o hospital —
respondo compassadamente, enquanto tento
respirar com calma.
— Oh, vamos — apressasse caminhando em
minha direção.
— Deimon, você precisa colocar uma roupa,
depois pegar a bolsa dos bebês em cima da cama —
instruo enquanto ele franze o nariz, saindo
correndo, e em seguida, voltando com uma calça
jeans com o zíper aberto, descalço e com a camisa
errada.
Ele pega minha bolsa descendo correndo para
baixo, voltando rapidamente e me pegando no colo.
Não pedi, mas agradeço. Quando chegamos ao
hospital, já tinha uma equipe médica à minha
espera, mal chegamos e já estavam fazendo um
monte de pergunta às quais não soube responder.
Eu não tinha dilatação o suficiente para ter meus
bebês em parto normal como queria. Quando me
levaram para a sala de cirurgia, as contrações se
intensificaram, fazendo-me pensar que estava
morrendo. Enquanto gemia de dor, os olhos de
Lucas brilhavam enquanto eu esmagava sua mão a
cada contração.
Lucas chegou com Sara, Sasha e Marcos ao
reboque a alguns minutos, depois que dei entrada
no hospital. Lucas me acompanhará na hora da
cesariana. O médico está se preparando para iniciar
a cirurgia quando uma enfermeira entra ofegante.
— Senhor Davenport, sua noiva acabou de
entrar em trabalho de parto — fala apressadamente.
Lucas me olha como se não soubesse o que fazer.
Ele não queria fazer uma escolha, então tirei essa
responsabilidade das suas mãos.
— Vai ver sua filhinha nascer — seguro seu
rosto, dando um beijo na sua bochecha quando ele
se abaixa para beijar meu rosto. Deimon entra na
sala assim que Lucas sai, beijando minha bochecha
tentando me passar conforto. O médico deu início a
cirurgia, estava morrendo de medo, não gosto de
hospital.
Ele segura minha mão durante todo o momento,
e quando ouço o primeiro choro, meu coração se
enche de uma sensação inexplicavelmente
maravilhosa, meus olhos lacrimejam. A enfermeira
traz meu filho, colocando-o em cima de mim, e
quando ele abre os olhos, prendo minha respiração.
São iguais aos do pai, em um azul intenso. Meu
coração fraqueja. Deimon sorri para mim como se
ele já estivesse acostumado com tudo nesse mundo.
Outro choro estridente ecoa pela sala de cirurgia. A
enfermeira leva meu filho para limpá-lo, colocando
minha filha em cima de mim. Seus olhos são de um
azul mais claro. Sinto Deimon ficar tenso, levanto
meus olhos para ele em busca de resposta.
— O que foi? — Deimon pergunta com uma
voz dura, ríspida.
— Tem mais uma bolsa aqui. — A médica
responde. Não entendo o que ela quis dizer.
— Ele te pegou de jeito. — Deimon fala
voltando a relaxar, dando-me um sorriso de canto.
Olho-o ainda sem entender. Quando outro choro
estridente ecoa pela sala, meus olhos se arregalam.
— Você tem outro bebê. — A médica coloca o
terceiro em cima de mim. O quê?
— Ele é tão pequenininho.
— É outro príncipe — sorri quando começo a
chorar. Três filhos, não dois. Meu Deus, o que vou
fazer agora?
Já em um quarto, meus olhos querem se fechar
o tempo todo, fico lutando contra o sono, mas não
tem jeito, acabo dormindo. Quando acordo,
Deimon ainda está aqui. Toda as vezes que acordei
ele estava aqui, me olhando atentamente, com
aqueles olhos exóticos.
— O quê? — Minha voz soa sonolenta.
— Você é mãe de trigêmeos tão novinha —
senta-se na beira da cama.
— Você parece um velho falando assim —
dou-lhe um sorriso sonolento.
— Você quer ser o padrinho? — pergunto, ele
apenas me olha desconfiado.
— Por que eu? — pergunta com cautela.
— Você foi quem viu eles nascerem. O Lucas
será o outro padrinho — tomo a decisão.
— Tudo bem. — Parece feliz. A enfermeira
traz apenas dois dos meus filhos para a
amamentação. Cadê o outro?
— Cadê o outro? — dou voz ao meu
pensamento, já entrando em pânico. Deimon se
levanta com uma expressão dura, feroz.
— Cadê o outro bebê? — Sua voz soa baixa,
perigosa, os pelos do meu pescoço se levantam. A
enfermeira vacila olhando para ele.
—E... é que... — tenta falar, mas só gagueja, o
que me deixa ainda mais nervosa.
— É o quê? — ele pergunta outra vez, com
mais firmeza.
— Ele está na incubadora, senhor, apenas em
observação — responde sem gaguejar dessa vez.
— Que bom — fala como uma ameaça, a
enfermeira treme.
— Você precisa alimentá-los, senhorita — fala,
mantendo distância de Deimon. Ela me ajuda a
amamentar meus bebês, foi uma experiência
diferente para mim. Depois de alimentados, eles
voltaram a dormir como uns anjinhos.
— Qual o nome deles? — Deimon olha para
meus filhos de perto ao perguntar, enquanto passo o
dedo em suas cabecinhas.
— Benjamin e Beatriz. Não pensei em outro
nome ainda, o que você acha? — passo o dedo pela
bochecha do meu filho.
— Bernardo combina com o nome do outro —
Deimon responde pensativo. Gosto do nome.
— Bernardo, Bernardo... é um nome lindo —
rolo o nome na língua testando. O nome tem
personalidade.
— Sério que irá colocar o nome dele de
Bernardo? — pergunta sem acreditar.
— Sim. Eu gostei.
— Você quer ver seu outro filho? — acaricia
cabeça de Beatriz com as pontas dos dedos.
— Sim. Eu gostaria muito.
Algumas horas depois, uma enfermeira veio me
buscar para ver meu filho. Ele é tão pequenino.
Acaricio sua cabecinha. Ele abre a boquinha,
depois pisca abrindo os olhos, que são verdes
igualmente os meus.
— Bernardo — murmuro beijando suas
mãozinhas pequenas, que apenas envolve em volta
do meu dedo.
— Quanto tempo eu dormi? — pergunto depois
que volto ao quarto.
— Umas oito horas, mais ou menos — pega-me
no colo, colocando sobre a cama com cuidado.
Deimon não sai do meu lado desde que dei entrada
no hospital.
— Você precisa comer, tomar um banho —
ajeito-me contra a cabeceira da cama.
— Já fiz isso quando a senhorita estava
dormindo. — Não tinha percebido que ele estava
em outra roupa.
— Oh, está certo. — É bom ter alguém além do
Lucas e das meninas que se importe um pouquinho
comigo. Lucas entra fechando a porta
vagarosamente, beijando meus cabelos. Fica
olhando meus filhos atentamente enquanto eles
dormem.
— Seus filhos são perfeitos — senta na cama,
tocando minha mão.
— São três filhos — Deimon sorri. Ele adora
saber das coisas antes do Lucas e falar para ele.
— O quê? Deimon e suas brincadeiras —
resmunga voltando seu olhar para mim.
— Não é brincadeira. Ela teve trigêmeos —
contrapõe. Lucas olha-me ainda sem acreditar.
— É verdade. Tenho três filhos — olho meus
bebês dormindo.
— Então cadê o outro? — pergunta ainda
desconfiado.
— Em uma incubadora, gênio. — Deimon
provoca, esse provocador de merda.
— Sei. Você não devia passar tanto tempo com
a Anny — murmura. A porta é aberta e uma
enfermeira passa por ela. Será que aconteceu
alguma coisa com meu filho? Ela sorri na minha
direção como se soubesse o que estou pensando.
— Ele está bem. Você quer amamentá-lo? Ele
está acordado e com fome — olha meus pequenos.
— Quero. Claro. — Deimon me coloca na
cadeira de rodas como na outra vez. Lucas apenas
nos observa como um falcão.
— Você está falando sério, porra? — parece
desacreditado.
— Olha o palavrão na frente dos meus filhos,
idiota — resmungo, fazendo Deimon cair na
gargalhada.
Chego até onde meu filho está e o amamento.
Ele suga meu seio com vontade, segurando meu
dedo com suas mãozinhas pequenas. Meus filhos
são as mais belas criaturas que Deus me abençoou.
Estou radiante.
No mesmo dia, Lucas trouxe Emilly para
que eu pudesse vê-la. Suas bochechas são fofas e
rosadinhas, com uma boquinha vermelhinha,
fazendo-a parecer uma boneca. Vejo que se parece
muito com Sara, porém com os olhos de Lucas.
Duas semanas depois dos nascimentos,
estou voltando para casa. Depois de trinta e quatro
horas do parto dos meus bebês, havia recebido alta,
mas não quis sair só com dois dos meus filhos e
deixar o outro para trás. Sairia com todos eles,
meus bens mais preciosos.
Deimon ajuda-me a entrar no apartamento
me carregando no colo. Lucas está cuidando da sua
futura esposa. Fico feliz por ele não estar aqui. Se
eu fosse sua noiva, também ficaria chateada por ele
me deixar para cuidar de outra mulher, sendo que
não sou nem da família.
Sasha veio me ajudar carregando minha
filha nos braços, enquanto Marcos carrega meus
homenzinhos que dormem calmamente em um
bebê conforto. Deimon me carrega escada acima,
depositando-me na cama com cuidado, como se eu
fosse quebrar a qualquer momento.
— Está confortável? — pergunta colocando
os travesseiros nas minhas costas, deixando-me em
uma posição confortável.
— Sim — respondo agradecida pelo seu
cuidado. Ele pega meus filhos do bebê conforto das
mãos de Marcos e coloca-os em cima da cama ao
meu alcance. Dou-lhe um sorriso agradecida, que
apenas acena a cabeça em concordância.
— Obrigada gente — falo pegando
Benjamin em meus braços, acomodando seu
minúsculo corpo contra o meu, beijando sua
cabecinha.
— Você é da família, bobinha. — Sasha
toca em meu ombro.
— Obrigado pela ajuda — agradeço ainda
olhando meu menino.
— Vou tomar um banho. Estou fedendo a
hospital, e eu odeio hospitais — ouço Deimon
murmurar, dando-me uma piscadela e saindo.
Franzo minhas sobrancelhas em confusão.
— Estúpido — murmuro, fazendo-o soltar
uma gargalhada rouca. Levanto meus olhos
encontrando Sasha e Marcos me observando com
curiosidade.
— O quê? — Não entendo o porquê de eles
estarem me avaliando silenciosamente.
— Nada. É que vocês dois parecem bem
íntimos. — Sasha responde. Em outras palavras, ela
quer saber se nós dois estamos tendo um caso
amoroso ou transando casualmente.
— Não mesmo! Tire essas ideias da sua
cabecinha. — Nem se eu quisesse poderia, estava
muito grande para fazer sexo com alguém que pode
ter qualquer modelo ao seu dispor. Não mesmo,
não que eu queira isso de qualquer maneira.
— Porque vocês são fofos juntos —
murmura tentando fazer o cupido comigo, o que
não vai funcionar. Tenho três filhos para cuidar.
Solto uma risada baixa para não acordar meus
filhos que ainda dormem profundamente.
— Não vai pôr esse caminhar, Sasha — falo
em tom de aviso, olhando meus pequenos
novamente. Colocamos apenas um berço no meu
quarto, assim eu não precisarei ir até o outro quarto
quando eles chorarem querendo mamar.
— Vamos lá. Ele parece gostar de você,
borboleta — tenta novamente.
— Ele gosta de mim como amiga, nada
além disso, até porque tenho três bebês para cuidar.
Não tenho tempo para relacionamento, toda
poderosa — faço Marcos rir baixinho, enquanto
aperta a cintura da namorada.
— Vamos, gostosa. Preciso de um banho
também. — Marcos aperta sua bunda.
— Olha a safadeza na frente dos meus
filhos.
— Já vamos. Se cuida, borboleta. — Sasha
beija minha bochecha, em seguida acariciando a
cabecinha dos meus filhos.
— Até mais perigosa — Marcos fala,
saindo pela porta com um sorriso gigantesco no
rosto.
— Cristo! Esse povo não presta —
murmuro para meus filhos que estão dormindo.
Me ajeito na cama com cautela para não
abrir a cesariana. A primeira noite foi tranquila,
eles quase não choraram.
Hoje meus filhos completam três meses de
vida, as coisas ficaram um pouco agitadas. Mal
estou conseguindo dormir, virei um zumbi vivo.
Deimon me ajudou muito. Dormimos amontoados
em minha cama, não dava tempo nem de fechar os
olhos e um dos meus filhos chorava. A mais calma
é a beatriz, que dorme o tempo todo. Já Bernardo é
o mais agitado de todos.
Deimon com certeza não gostaria que
“suas” mulheres lhe vissem assim, levantando-se de
noite, trocando fraldas, dando banho em três bebês
e fazendo mamadeira para eles. Perguntei-lhe uma
vez onde ele aprendeu a cuidar tão bem de um
bebê, ele me respondeu que tem um meio irmão de
dois anos de idade, e desde os nove meses, ajudou a
cuidá-lo. Mas como ele sempre está na estrada, o
irmão mais velho fica mais com ele. Quando
perguntei sobre seus pais, ele respondeu que a mãe
do bebê morreu junto com o pai em um tiroteio, e
desde então, eles cuidam do pequeno juntos.
Fiquei triste quando ele me disse ontem que
voltará para Las Vegas hoje. Seu irmãozinho irá
completar três anos amanhã, e ele precisa estar lá.
Acho muito fofo quando Deimon chega
com três bolos dois azuis e um violeta, todos
temáticos com os nomes dos meus filhos.
— Você sabe que eles não podem comer,
né? — pergunto quando Deimon coloca os bolos
em cima da mesa.
— Eu sei, mas nós podemos — responde
dando de ombro e se virando para mim, com
aquelas lagoas exóticas.
— Você vai ficar bem? — senta-se na
minha frente. Levanto uma sobrancelha
interrogativamente, sem entender o que ele quer
falar.
— Por quê? — pergunto, ajeitando Beatriz
em meus braços. Deimon se aproxima do bebê
conforto pegando Bernardo nos braços,
aconchegando-o contra seu peito forte.
Seria uma visão sexy se eu tivesse qualquer
interesse nele. Uma das coisas que percebi, é que
Deimon sempre escolhe Bernardo para cuidar,
provavelmente por ele ter escolhido o nome, se
sentir mais próximo dele do que com os outros.
— Ficar sozinha. Nós dois mal
conseguimos cuidar deles — responde fazendo
careta para meu filho.
— Não se preocupe. Lucas vai contratar
umas três babás para cada um — rio, ajeitando-me
na cadeira em uma posição mais confortável, o que
provavelmente vai resultar em mais uma briga.
Assim que dei à luz, ele contratou três garotas para
cuidar dos meus filhos. Eu bati o pé até que elas
foram embora, mas não ganhei a discussão em ter
alguém para dar faxina no apartamento e uma
pessoa para cozinhar.
— Isso me deixa mais tranquilo — olha em
meus olhos. Deimon emana uma vibe pesada, meio
violenta.
— Agradeço a ajuda — lhe dirijo um
sorriso.
— Sabe, seus filhos tem uma aparência
comigo e com Damen quando éramos crianças. —
Parece pensativo, como se estivesse lembrando do
passado.
— Nunca vi seu irmão, então não posso
dizer. Mas Bernardo tem uma semelhança com
você — falo com sinceridade, porque realmente
parece. Os olhos, o formato do rosto.
— Quando você vai? — mudo de assunto.
Vou sentir saudades dele, passamos cinco mês
juntos, um ajudando o outros com os bebês.
— Meu voo sai hoje à noite — encara-me.
— Ah — suspiro, tirando meus cabelos da
mãozinha da minha filha.
— Vocês podiam passar um mês comigo
em Las Vegas — beija a mãozinha do meu filho.
Não mesmo! Ele já me ajudou demais, não
vou culpá-lo ainda mais indo para sua casa
incomodar.
— Quando os bebês estiverem maiores, eu
vou — prometo sem olhar em seu rosto.
— Isso é um não.
— Sim.

A primeira semana sem Deimon foi


traumatizante, comecei a chorar porque não estava
conseguindo cuidar dos meus filhos corretamente.
Durante o dia, tinha duas babás, mas a noite, era
apenas eu e Deus. Na segunda semana, quando
Lucas veio me visitar, eu estava um caco, e no dia
seguinte, surpreendentemente, uma garota da minha
idade começou a ficar comigo durante o dia e a
noite.
— Sou Lydia. É um prazer em te conhecer.
— Duvido muito que ela esteja aqui por falta de
opção. Com o corpo dela e beleza, pode muito
bem-estar em uma capa de revista.
— Lydia, é um prazer — respondo.
Ela tem longos cabelos pretos, olhos
escuros e um corpo de dar inveja em qualquer uma.
Gostei dela de cara. Lydia tem personalidade forte,
verdadeira, fala sem rodeios. Gosto de pessoas
assim.

6 meses depois...

Deimon vem me buscar para me levar a


Vegas. Acho desnecessário, já que posso pegar um
voo normal, mas Lucas não seria Lucas se eu não
estivesse devidamente bem e confortável. O
elevador apita anunciando que alguém acabou de
chegar. Deimon está lá em pé, com um lindo
sorriso no rosto, de calça preta e camisa branca.
Quente como o inferno. Pulo em cima dele
abraçando-o com força, beijando sua bochecha, que
beija a minha com carinho.
— Está pronta? — pergunta me colocando
no chão, depois olhando em volta, procurando
meus filhos.
— Sim — puxo sua mão escada acima para
meu quarto, que não protesta, me seguindo em sem
silêncio. Abro a porta vagarosamente para não os
acordar. Deimon se aproxima indo diretamente em
Bernardo, passando o polegar em sua bochecha
gordinha.
— Estão enormes — sussurra.
— Crescem tão rápido. — Olho Benjamin
que cada dia se torna a cópia fiel do pai. Toda vez
que meu filho abre os olhos, prendo a respiração
por tamanha igualdade.
— Lindos — fala para si mesmo
Só estou indo nessa viagem porque o
casamento do Lucas é daqui uma semana. Descobri
como é difícil sair com três bebês rapidamente, tem
que levar a casa toda vez. Não posso ir à esquina
sem levar tudo que eles precisam. Faz uma semana
que Lucas está em Vegas com a família, Marcos e
Sasha juntos. Mas eu não quis ir. Ter três crianças
para cuidar não é fácil, eles provavelmente ficariam
em casa comigo me ajudando a cuidar dos meus
filhos ao invés de aproveitarem. Não serei eu
atrapalhar a diversão de ninguém. Minha vida
mudou drasticamente, e não a deles. Não me
arrependo de nada.
Lucas só me deixou ficar com uma
promessa de ir uma semana antes do casamento.
Deimon me ajuda a colocar meus filhos na
cadeirinha, ele é tão cuidadoso, faz meu coração
aquecer.
— Eles tão lindos e grandes — fala pela
milésima vez desde que chegou ao Brasil. Acho
que ele não esperava vê-los fortes e robustos.
— Nove mês, né — tento fazer sua ficha
cair de uma vez. Benjamin e Bernardo já andam em
suas pernas instáveis, no entanto, Beatriz apenas
engatinha. Ela é mais insegura, ou talvez esperta
em não querer se machucar ao cair.
O voo é calmo, apenas na hora da
decolagem que eles começam a chorar, pois é o
primeiro voo deles. Quando o avião pousa em
Vegas, estou morta de cansada, exausta. Meus
filhos estavam estressados, chorando,
provavelmente passarem quase quinze horas dentro
de um avião não ajudou em nada.
Benjamin, e o mais calmo começa a chorar
sem parar, e se eu o pegar, Bernardo e Beatriz
começaram a chorar querendo vir para os meus
braços também.
— Isso me lembra os velhos tempos — diz
Deimon assim que entramos no carro.
— Quando eles não andavam era mais fácil
— tento acalmá-los novamente, mas sem sucesso.
Quando eles ainda não andavam, não dava tanto
trabalho assim, tenho que ficar correndo atrás deles
o dia todo.
— Imagino — puxa o carro para fora.
— Já estamos chegando — falo, tentando
acalmá-los. Seus olhinhos estão quase fechando,
mas eles estão lutando contra o sono. Não demora
muito e logo vejo-os serem vencidos pelo cansaço.
Respiro aliviada quando eles dormem o caminho da
mansão inteiro.
— Estou morto. — Deimon fala.
— Eu virei um zumbi a muito tempo —
bocejo. Estou morta, preciso de uma boa noite de
sono. Quando Deimon estaciona em frente à
mansão, essa é diferente, não é a mesma em que
fiquei quando estive um ano e sete mês atrás. Essa
é muito mais extravagante, entretanto, belíssima e
luxuosa, esbanja dinheiro.
— Pensei que eles ficariam na outra casa —
falo saindo do carro, olhando em volta. Está quase
de noite, mas ainda dá para ver muita coisa.
Percebo que eles gostam muito de água. Terei que
tomar cuidado redobrado com meus filhos aqui.
— Sim, eles estão na outra mansão. Você
me prometeu passar um mês na minha casa, está na
hora de cumprir sua promessa — responde saindo
do carro. Encaro seus olhos, fazendo-o dar de
ombros, como se sua explicação fosse o suficiente.
— Lucas não vai gostar. — Lucas é muito
protetor, acho que ele se sente culpado pelo que
aconteceu comigo. Também tem uma coisa de pai e
irmão mais velho comigo. Não me arrependo de ter
meus filhos, faria tudo novamente.
— Somos amigos, sou padrinho do seus
filhos. Não é, titio. — fala para meus filhos que
dormem. Bufo, já sei que vem gracinha.
— Sem ofensas, mas você não faz meu tipo
— responde sorrindo. Ele está mais leve, mais
acessível.
— Sou o tipo de todo mundo, menos o seu.
Você também não é o meu.
— Você sabe como ferir o ego de qualquer
homem — resmunga.
— Você não é um.
— Vamos lá. Damen está em casa, quero te
apresentar para ele. — Deimon retira Benjamin da
cadeirinha, colocando-o em meus braços, em
seguida pegando Beatriz e coloca-a no outro braço.
Vejo-o pegar Bernardo no colo, fechando a porta
atrás de si. A porta da mansão se abre e um tufo de
cabelo cacheado sai correndo de dentro com um
bichinho de pelúcia na mão.
— Você voltou, D — O menininhos fala
com uma voz fofa enquanto abraça as pernas de
Deimon sorrindo. Ele olha para mim com
curiosidade. Percebo que ele tem olhos verdes água
como os do irmão.
— Sim. Como você está, amigão? — Se
abaixa enquanto abraça o garotinho.
— Onde está o Damen? — pergunta antes
de deixar um beijo em sua bochecha corada.
— Tomando banho — responde olhando
para Bernardo curiosamente nos braços de Deimon.
— Romero, essa é Anny, uma amiga. —
Nos apresenta, explicando quem eu sou. Ele coloca
Romero no chão, que caminha ficando na minha
frente. Não posso me abaixar e cumprimentá-lo
corretamente.
— Oi Romero — sorrio para ele, que fica
envergonhado.
— Oi Anne — cumprimenta falando meu
nome errado, seu jeito de falar é fofo mesmo assim.
— É Anny, Romero. — Deimon o corrige
com um sorriso gentil.
— Anny — repete certinho dessa vez.
— Vamos colocar esses sapequinhas para
dormir — Deimon me guia para dentro da mansão.
Ele me leva para o segundo andar, abrindo a porta
do quarto em que irei ficar temporariamente. Tem
três berços no quarto, fico emocionada com seu
gesto.
— Não precisava, Deimon — falo
depositando Benjamin na cama, seguido por
Beatriz.
— Não foi nada — coloca Bernardo no
berço, assim como Beatriz e Benjamin, que se
mexe agitadamente.
— Vou pedir o jantar para nós, toma um
banho e desce — ordena com uma voz calma. Viro
minha cabeça lentamente em sua direção, com um
olhar assassino no rosto.
— Você não acabou de me dar uma ordem,
né? — pergunto caminhando na sua direção.
Deimon pega Romero nos braços, usando-o como
um escudo.
— Você não pode me bater — sai do quarto
fechando a porta vagarosamente, enquanto Romero
gargalha achando graça, apesar de não entender
nada.
Tomo uma ducha bem demorada, lavando
meus cabelos. Visto um short jeans e um top
branco, pois está muito quente. Voltei ao meu peso
com muito sacrifício, me rendi ao boxe e academia,
assim como também uma alimentação rigorosa,
mas consegui.
Benjamin começa a chorar, ele está com
fome. Arrumo a bolsa com as coisas para fazer a
mamadeira deles. Dou-lhe um banho, depois faço o
mesmo com Bernardo. Beatriz sempre dorme mais
que os outros, o que facilita as coisas para mim.
Visto apenas uma cuequinha neles já que o tempo
está muito quente, sem contar que estão com fome
e irritados.
Pegando a bolsa, coloco-a por cima dos
meus ombros, pegando cada um em um braço,
caminhando pelo corredor em direção a escadas.
Paro ao sentir mãozinhas pequenas nas minhas
perna. Olho para Romero que está na minha frente,
estendendo os bracinhos para mim, querendo colo.
É impossível pegá-lo agora. Abaixo-me como
posso ficando ao nível dos seus olhos verdes.
— Oi meu amor — falo. Ele continua com
os bracinhos estendidos para mim, eu sorriria se
não fosse cômico.
Oh, Deus! Como ele pode ser fofo assim,
não tem como eu pegá-lo. Ouço uma risada rouca
atrás de mim. Essa risada me parece familiar.
Horas antes

Deimon está me preocupando. Ele deixou


uma garota totalmente quebrada em seu quarto,
coisa que nunca aconteceu antes. Além de mim e
Romero, ele não se importa com ninguém. Essa
viagem ao Brasil, para simplesmente buscar uma
garota, me deixou em alerta. Não que eu não confie
em meu irmão, porque eu confio a porra da minha
vida a ele, mas suas atitudes não condizem ao
irmão que sempre conheci. Quando perguntei sobre
a garota, ele apenas disse que é alguém importante.
Isso foi tudo que consegui arrancar dele.
O que está fora do personagem para ele,
muito estranho. Ele não procura garotas fora da
máfia, apenas fode com as prostitutas quando está
ocupado.
Deimon é grande o suficiente para cuidar de
si mesmo.
Quando o mandei ao Brasil em busca da
vadia da Graciele mãe de Romero ele apenas a
mandou de volta, uma semana depois, mas não
veio. Deimon é meu melhor rastreador, obviamente
senti falta dele nesses cinco mês que ficou fora.
Romero está no meu colo, cochilando em cima de
mim.
Foi uma sensação maravilhosa matar nosso
pai, apreciei cada segundo do seu sofrimento pelo
que ele fez comigo e Deimon, e pelo que estava
fazendo com Romero que é apenas um bebê.
Maldito sádico. Teve um fim merecido. Romero
tem marcas de cigarro por toda sua barriguinha.
Com apenas nove meses de vida ele já conheceu a
violência a tortura.
Se alguém ousar tentar machucar Romero
estará morto antes de chegar dois passos dele, da
forma mais cruel que existe. Posso ser criativo
quando se trata de tortura. Meus métodos são
infalíveis.
Retiro-o de cima do meu peito, colocando-o
no sofá, fazendo-o olhar para mim com aqueles
olhinhos inocentes.
— Onde vai, P? — Romero pergunta
esfregando os olhinhos verdes quase tão exóticos
quanto os de Deimon.
— Tomar um banho. Você quer vir? —
Desde pequeno Romero gosta de tomar banho
comigo, não que ele seja grande agora. Ele me
olha, depois sacode a cabecinha negativamente
voltando a deitar.
Subo para meu quarto rapidamente. Não
gosto de deixá-lo por muito tempo sozinho. Tomo
uma ducha rápida, enrolando-me na toalha em
seguida, indo para o closet. Estou vestindo uma
calça de moletom preta quando ouço um carro
estacionar em frente à mansão. Sei que Deimon
chegou, pois apenas ele tem os códigos do portão.
Começo a caminhar em direção a janela.
Quero ter certeza se é realmente ele, ou apenas um
suicida tentando invadir a mansão. Meu telefone
toca nesse exato momento, olho o visor vendo o
nome do meu primo brilhar na tela.
Quando vou atender, a ligação caiu, depois
eu retorno. Caminho até a janela, mas não vejo
ninguém, apenas o carro do Deimon estacionado.
Quase meia hora depois termino de resolver meus
assuntos com meu primo. Acho que ele está tendo
algum problema, só não quer dizer. Vou à procura
de Romero quando o encontro grudado nas pernas
de uma garota, e é uma cena muito engraçada.
Meus olhos passam pelo corpo da garota
com um shortinho que não deixa muito para minha
imaginação fodida e um top branco deixando
amostra uma barriga sarada de alguém que pega
pesado na musculação.
Ela carrega dois menininhos um cada braço.
Um deles tem uma semelhança muito grande com
Deimon. Se ele fosse pai, teria me contado, certo?
Bom, não sei, mas o garoto é a cópia fiel dele.
Romero continua segurando as pernas dela, não
falo nada, apenas observo. Não posso ver seu rosto
de onde estou. Ela se agacha me expondo seu
patrimônio bem-dotado. Meu pau pulsa dentro da
calça, espantando-me já que ele não funciona muito
bem. Ela me parece muito familiar, mas não é uma
prostituta. Deimon só não as mata porque nos traz
dinheiro. Dou uma risada quando Romero estende
os braços para que ela possa pegá-lo.
— She can't get you, buddy — chamo sua
atenção para mim, ele apenas me olha dando um
passo para trás, liberando a garota. Seu corpo
enrijece ao som da minha voz.
— Mamã. — O bebê a chama, começando a
chorar enquanto esfrega os olhos, chateado. Ela se
levanta lentamente, e se vira na minha direção.
Meu coração maldito acelera ao ver a
mulher dos meus sonhos molhados bem na minha
frente, ainda mais linda do que me lembro. Meus
lábios quase se repuxam em um sorriso que só ela
ganhou, mas a compreensão que ela é mãe dos
filhos do meu irmão cai como um balde de água
fria. Ela continua me olhando sem se mover,
petrificada no lugar. Ela não esperava me ver em
sua vida tão cedo. Aqui vai uma má notícia,
boneca. Nós nos veremos muito.
Os dois bebês começam a chorar, ouço mais
um grito estridente vindo da ala onde o quarto de
Deimon fica, onde ele pediu que fosse colocado
três berços. De primeira pensei que um era para a
filha do Lucas, mas vejo que me enganei. Quantos
filhos eles têm? Deimon nunca trouxe uma mulher
aqui, tirando Gena. Ela vira as costas para mim, se
abaixando para ficar na altura do Romero.
— Faz um favor para mim, meu amor? —
pergunta com a voz doce. Romero sacode a
cabecinha freneticamente encantado por ela.
— Chama seu irmão para mim. Fala para
ele pegar a Beatriz. — Meu pequeno sai correndo.
— Oi — sussurra por cima do choro dos
bebês, ao se virar na minha direção novamente.
— Oi boneca — dou um passo na sua
direção, que se afasta rumo a escada. Olho as
crianças em seu braços, depois volto meus olhos
para os dela. Lagos verdes esmeraldas como me
lembrava.
— Podemos falar mais tarde? — pergunta
com uma voz suave, igual aos dos meus sonhos
eróticos.
— Sim. Podemos conversar depois —
repito suas palavras como um maldito papagaio. O
que há para conversar? A única coisa que quero
agora é me enterrar em sua buceta extremamente
apertada, descontar os malditos anos que fiquei
desejando-a. Ela desce as escadas rapidamente. Um
desejo de que esses bebês sejam meus filhos passa
pelo meu coração.
— Fica aí, meu amorzinho — fala,
colocando um dos bebês em cima da mesa, só para
pegar a manta e a estender no chão, depositando-os
ali, que levantam de imediato em suas pernas
estáveis tentando chegar a mãe novamente.
— Não — fala suavemente, porém firme.
Eles voltam suas bundas na manta, chorando mais.
Sem se quer olhar na minha direção, ela
termina de preparar as mamadeiras. Ela sabe que
estou aqui, a leve tensão nos ombros e a respiração
alterada, ofegante, a denúncia.
Depois de pegar as mamadeiras da água
provavelmente para esfria e não queimar sua
boquinhas, senta-se no chão, chamando a atenção
dos bebês, que engatinham ficando entre suas
pernas. Cada um coloca a cabeça em uma,
mamando vorazmente. São tão lindos, um com os
olhinhos verdes e o outro azul. Sinto vontade de
ajudar, mas não consigo tirar meus olhos da sua
boca rosada. O inchaço dos seu seios acima do top
me seduzem pouco a pouco.
Caminho na sua direção, me agachando na
sua frente, olhando sua boca rosada. Não resisto e
toco meus lábios levemente nos dela, que abre a
boca em busca de mais. Beijo-a com vontade,
agarrando seus cabelos, devorando sua boca
deliciosa. Um dos bebês grita, ciumento. Me afasto,
vendo a porra do que acabei de fazer. Ela
provavelmente está junto com meu irmão, então
por que me deixou beijá-la? Mais que porra! Que
tipo de mulher ela é? Uma vagabunda? Uma caça
tesouro? Ou apenas uma mulher decente?
Sinto nojo de mim por beija a mulher do
meu próprio irmão. Olho-a com raiva, no entanto,
ela está focada em seus filhos.
— Vejo que já conheceu meu irmão,
perigosa. — Deimon fala, com uma garotinha no
braço e no outro Romero. Ele coloca Romero no
chão, olhando para mim com as sobrancelhas
franzidas.
Ele sabe que tem alguma coisa errada entre
mim e sua mulher. Mais que porra fodida. Não sou
um fodido maricas para trair meu irmão por causa
de uma mulher, não importa quão linda ela seja, e o
quanto meu pau deseja estar enterrado dentro dela.
— Sim — respondo. Não vou mentir para
ele agora.
— Damen, essa é Anny. Anny, esse é meu
irmão Damen. — Nos apresenta. Estou
completamente focado nela, esperando sua reação,
mas ela não demonstra nada.
— Eu já a conheço — sou sinceramente,
mas ele não pergunta onde, o que é estranho.
Damen pega um dos bebês dos braços dela e coloca
a garotinha na mesma perna que outro estava.
Trigêmeos. Nossa, que esperma olímpico, meu
irmão.
— Você pode, por favor, colocá-lo para
dormir? Só vou terminar aqui e já vou — fala como
se não tivesse acabado de trair seu namorado
comigo. Que dissimulada! Vejo vermelho de ódio.
​— O mesmo esquema, perigosa? —
Deimon pergunta. Do que eles estão falando?
— Na bolsa deles tem uns pijamas —
responde olhando nos olhos dele.
— Vamos Benjamim. — Meu irmão fala
com o bebê com tanto carinho. Antes de sair, ele
beija os cabelos dela. Isso me faz querer bater no
meu próprio irmão. Romero vai atrás dele, me
deixando sozinho com ela.
— Você transa comigo e depois tem filhos
do meu irmão. Que tipo de mulher é você? —
pergunto raivoso. Ela me olha sem entender. Não
vou cair nesse truque de moça inocente, já vi
muitas prostitutas fazendo.
— O quê? — Parece genuíno a sua
confusão.
— Não banque a dissimulada comigo. Esses
bebês são parecidos com meu irmão, garota. E você
ainda me deixou beijá-la — soo furioso. Preciso
quebrar alguma coisa.
— Meu nome é ANNY, e não garota. E se
eu tivesse transado com Deimon, não vejo o que
você tem a ver com isso. Não sou seu problema. O
que te faz pensar que meus filhos são dele? —
pergunta com uma voz assustadoramente calma.
Parece um mafioso interrogando alguém. Isso está
me deixando confuso.
— Você está me dizendo que ele não é o pai
dos seus filhos? Deimon não faz nada de graça para
ninguém, menina — falo com cautela. Se eles não
são filhos de Deimon, são meus. Meu coração
acelera, o que é raro para alguém como eu. Existe
uma possibilidade de serem meus.
— Garota o inferno porra! Vai perguntar
para ele. Não sou vidente, está me vendo com uma
bola de cristal? Não. Você devia perguntar antes de
sair acusando. Você não é só esse rostinho lindo,
então use a cabeça, porra! — ela literalmente rosna,
mas ainda assim perigosamente calma. Essa mulher
é perfeita para mim. Perigosamente linda e sexy.
Então faço minha próxima pergunta com cautela.
— Desde quando você conhece meu irmão?
— Criança, não lhe devo satisfação da
minha vida. Agora me diz que você não transou
com ninguém depois de mim — fala mais suave
ainda. Ela ajeita os bebês ao se levantar, não sei
como fez isso.
Ela está subindo as escadas quando a
compreensão me bate. Sou o pai desses bebês!
— Quem é o pai dos seus filhos? — Ela se
vira para mim.
— Podemos conversar depois? Eles estão
cansados e você não está pensando direito —
responde suavemente. Porra! Ela não perde a calma
nunca.
— Só me diz quem é — peço. Quero saber
se sou realmente o pai.
— Eles têm nove meses. Faz as contas,
baby — sobe as escadas. Fico olhando suas costas
sumir. Faz um ano e sete meses desde o nosso
encontro, então eles são mesmo meus filhos. Porra
fodida. Subo as escadas correndo, encontrando
Deimon saindo do quarto que sorri ao me ver.
— Você é um fodido. Fez logo três bebês
de uma vez — bate em meu ombro.
— Como você sabe? — pergunto
desconfiado.
— Ela acabou de me falar. Não vai fazer
merda, por favor. Ela é uma garota incrível, não
esqueça que foi eu quem presenciou o parto
daquelas fofuras, e que também sou o padrinho.
Então, se fizer besteira, vou bater a merda fora de
você, entendeu? — Dou-lhe uma risada. Ele nunca
conseguirá isso, porque não chegará a esse ponto.
— Não se esqueça que sou seu irmão e seu
capo. Mostre respeito — falo entrando no quarto.
Deimon apenas sorri sabendo que não tem que se
preocupar. Olhando meus filhos dormirem, acaricio
a cabecinhas de cada, dando-lhes um beijo nas
bochechas gordinhas.
— She can't get you, buddy. — Um homem
fala em inglês perfeito atrás de mim. Meu corpo
congela ao som da sua voz, conheço muito bem
essa voz. Não consigo respirar corretamente, me
levanto passando minhas mãos que estão suando no
tecido do jeans, tentando secar. Aperto meus braços
com mais força em volta dos meus filhos, não
quero derrubá-los.
— Mamã — Benjamin me chama
começando a chorar. Eu preciso comprovar se é
mesmo ele.
Me viro lentamente, encontrando olhos
azuis atentos em mim. Vejo o exato momento em
que a compreensão chega ao seus olhos. Ele fixa
aquelas malditas íris nas minhas, me olhando ainda
mais atentamente, com a mesma pitada de saudade
que sinto dele, o que é extremamente irracional.
Ele olha para meus filhos, a expressão se
fechando completamente. Provavelmente deve
achar que sou uma mulher casada agora. Benjamin
chora mais alto, fazendo Bernardo acompanhá-lo.
Preciso alimentar meus filhos.
Romero agarra minhas pernas abraçando-as,
ao mesmo tempo em que Beatriz grita do quarto.
Time perfeito. Beatriz grita do quarto mostrando
sua indignação. Deus, eu estou literalmente ferrada.
Tiro meus olhos do homem que encheu meus
sonhos mais molhados. Ele está mais másculo, mais
sexy e forte... O berreiro está aberto, preciso
resolver isso, me concentrar em meus filhos.
Agacho-me na frente de Romero como
posso, olhando em seus olhinhos.
— Faz um favor para mim, meu amor? —
peço com doçura. Ele balança a cabecinha com
veemência. Posso sentir seu olhar queimando
minhas costas.
— Chama seu irmão para mim. Fala para
ele pegar a Beatriz. — Mal termino de falar e ele já
está correndo rumo ao corredor. Viro-me
lentamente em sua direção, tomando coragem.
— Oi. — Quase grito por cima do choro
dos nossos filhos.
— Oi boneca — responde o cumprimento
enquanto se aproxima com passos firmes. Seus
olhos sempre voltam para nossos filhos, depois
para mim.
— Podemos falar depois? — pergunto, me
afastando um pouco rumo a escada.
— Sim. Podemos conversar depois —
repete minhas palavras. Ele balança a cabeça
lentamente para o lado, me avaliando
silenciosamente. Começo a caminhar para a
cozinha onde Deimon me mostrou antes.
Ouço seus passos atrás de mim, que são tão
suaves que mal posso ouvir. Igualmente os do
Lucas quando quer me pegar desprevenida. Se eu
não prestar bastante atenção, mal posso ouvir ele
chegar. Coloco Bernardo sentado em cima da mesa
enquanto tiro uma manta da bolsa estendendo no
chão.
— Fica aí, meu amorzinho — falo enquanto
Bernardo continua mostrando sua indignação.
— A mamãe já vai fazer sua dedeira — falo
suavemente, beijando sua bochecha gordinha, que
não perde temo e se agarra a mim.
Coloco Benjamin sentado em cima da
manta estendida no chão, fazendo-o chorar ainda,
logo pegando Bernardo e o juntando ao irmão, que
começa a levantar incentivando o outro.
— Não — murmuro. Sinto seus olhos me
queimando. Meu coração está acelerando cada vez
mais. Faço a mamadeira deles rapidamente,
sentando-me no chão, ficando em uma posição
confortável para os alimentar. Assim que me
ajeito, eles engatinham se sentando entre minhas
pernas, ajeito cada um em uma perna, colocando as
mamadeiras em suas mãozinhas pequenas, que
levam a boca sugando rapidamente.
— Está melhor assim? — pergunto para
minhas preciosidades. Levanto meus olhos,
encontrando-o me olhando fixamente. Minha
respiração acelera ficando presa na garganta.
Ele caminha se agachando na minha frente,
beija levemente meus lábios. O beijo de volta. Suas
mãos embaralham meus cabelos aprofundando o
beijo, gemo em sua boca quando arrepios passam
pelo meu corpo. Ele puxa meus cabelos devorando
minha boca, soltando um gemido rouco.
Benjamin solta um gritinho em protesto,
fazendo-o se afastar. Volto meus olhos para
Benjamin para saber o motivo do seu grito, sua
mamadeira caiu. Deimon entra nesse exato
momento com Beatriz em um braço e Romero no
outro. Ele fica olhando de mim para o homem dos
meus sonhos, com as sobrancelhas franzidas.
— Vejo que já conheceu meu irmão,
perigosa — coloca Romero no chão, dando-me um
sorriso arrogante. Reviro meus olhos para ele.
— Sim.
— Damen, essa é Anny. Anny, esse é meu
irmão Damen. — Nos apresenta, mal sabe ele que
já nós conhecemos — e de uma maneira bem
intima.
— Eu já a conheço. — Damen responde,
olhando Beatriz nos braços do irmão. Como
Benjamin já terminou de mamar e está quase
dormindo cansado da viagem, estendo meus braços
em um pedido silencioso.
Deimon pega Benjamin da minha perna, me
entregando Beatriz e a mamadeira em cima da
bancada que havia deixado separado para ela.
— Você pode, por favor, colocá-lo para
dormir? Só vou terminar aqui e já vou.
— Mesmo esquema, perigosa? — Deimon
pergunta com um gigantesco sorriso nos lábios, que
me faz ter vontade de tirar em um único tapa.
Percebo que Damen está mais do que interessado
na nossa conversa.
— Na bolsa deles tem uns pijamas. —
Benjamin quase não tem mania para dormir. Dos
três, ele é o que dá menos trabalho.
— Vamos Benjamin — Deimon fala
beijando o topo da minha cabeça. Vejo o maxilar
de Damen ficar tenso com isso. Ele está me
olhando com uma expressão cheia de ódio, repulsa.
— Você transa comigo e depois tem filhos
do meu irmão. Que tipo de mulher é você? —
pergunta raivoso assim que Deimon sai.
Ele não falou isso.
Estreito meus olhos na sua direção. Como
pode ser tão burro assim?
— O quê? — pergunto raivosa. Porque
tenho atração por ele não significa que pode falar
como se eu fosse uma das suas putas.
Ele se levanta me olhando com nojo. Isso
foi direto para meu coração, uma rachadura.
— Não banque a dissimulada comigo. Esses
bebês são parecidos com meu irmão, garota. E você
ainda me deixou beijá-la. — Me olha com ódio.
— Meu nome é ANNY, e não garota. E se
eu tivesse transado com Deimon, não vejo o que
você tem a ver com isso. Não sou problema seu. O
que te faz pensar que meus filhos são dele? —
pergunto calmamente. Se eu não estivesse com
Beatriz e Bernardo no colo, ele ia ver uma coisa.
Provavelmente nos beijaríamos até ele ter “alguns
sentidos”, mas sairia com um olho roxo.
— Você está me dizendo que ele não é pai
dos seus filhos? Deimon não faz nada de graça para
ninguém, menina — responde com mais cautela.
Uma vontade enorme de gritar se apodera do meu
corpo.
— Garota o inferno porra! Vai perguntar
para ele. Não sou vidente, está me vendo uma bola
de cristal? Não. Você devia perguntar as coisas
antes de sair acusando. Você não é só esse rostinho
lindo, então usa a cabeça, porra! Rosno
calmamente. Sinto-me como um vulcão prestes a
entrar em erupção se ele não deixar de ser estúpido.
— Desde quando conhece meu irmão? —
pergunta com a voz dura. Fico olhando-o por um
longo tempo sem responder, que levanta uma das
sobrancelhas.
— Criança, não lhe devo satisfação da
minha vida. Agora me diz que você não transou
com ninguém depois de mim. Então não seja
hipócrita, porra! — Essa conversa não vai chegar a
lugar nenhum.
Vejo que Beatriz e Bernardo já terminaram
de mamar e estão dormindo. Ajeito-os nos braços e
me levanto, subindo as escadas.
— Quem é o pai dos seus filhos? —
pergunta atrás de mim, no fim das escadas. Viro-
me lentamente para ele, não tenho os braços de
ferro para ficar conversando com dois bebês
pesados dormindo neles.
— Podemos conversar depois? Eles tão
cansados e você não está pensando direito —
respondo, apesar de querer pular em cima dele e lhe
dar uns belos socos, para depois abraçá-lo.
Confuso, eu sei.
— Só me diz quem é — pede franzindo as
sobrancelhas. Acho que ele já está suspeitando.
Queria contar de uma forma mais calma.
— Eles têm nove meses. Faz a conta baby
— vejo seus olhos se arregalam quando a
compreensão chega como um baque. Viro-me
novamente caminhando direto para o quarto.
Termino de vestir os pijamas nos dois e os
coloco no berço, cada um em um.
— Posso ficar sozinha? — pergunto para o
Deimon que me olha com desconfiança, o tempo
todo quieto.
— É ele? — Não tenho dúvidas de que está
falando do pai dos meus filhos.
— Sim — tento não chorar.
Ele me abraça, beijando minha bochecha
com carinho.
— Todo o tempo que precisar — responde
me deixando sozinha.
Tomo uma ducha longa, chorando, tentando
aliviar a pressão em meu peito, a mágoa. Meu
choro é encoberto pelo barulho da água caindo no
piso do banheiro. Enfio minha cabeça lentamente
embaixo da ducha quente, vendo minhas lágrimas
se misturarem.
Ouço a porta sendo aberta, e sei exatamente
quem é. Não me viro para confirmar. Um corpo se
pressiona contra mim, conheço esse cheiro muito
bem, mas me mantenho imóvel.
Ele passa os braços em volta da minha
cintura, deixando pequenos beijos ao longo do meu
pescoço. Não me movo. Sinto-o me virar de frente
para si, que olha em meus olhos, passando o
polegar em minha bochecha, enxugando minhas
lágrimas.
— Desculpa, boneca. Eu sinto muito por
não estar lá para você. Sinto muito pelas coisas que
falei. — Damen murmura contra meu ouvido.
Sua boca se encontra com a minha em um
beijo lento, que se intensifica a cada instante. Seus
braços me abraçam fortemente, sinto-o pressionar
seu corpo grande contra o meu.
— Você é pai, seu idiota. Eles são seus
filhos — falo chorando. Me sinto bem colocando a
verdade para fora.
— Eu sei, boneca. — Sinto um alívio tão
grande com suas palavras. Não tem explicação
voltar a revê-lo, meus filhos podem conhecer pai.
Ele me puxa ainda mais contra si, enfiando
as mãos em meus cabelos, puxando-me para mais
perto. Sinto-o agarrar minha bunda, me
suspendendo do chão. Enrolo minhas pernas em
volta da sua cintura, apreciando seu corpo quente
contra o meu, em um encaixe perfeito. Ele me
pressiona contra a parede do banheiro, devorando-
me com uma ganância desenfreada. Suas mãos
apertam ainda mais as minhas nádegas, gemo
contra sua boca quando arrepios passam pelo meu
corpo.
Sinto a ponta do seu pênis pressionar minha
entrada, sua boca desce pelo meu pescoço,
beijando, sugando a pele da minha garganta
sensível. Gemo totalmente entregue.
Damen começa a me abaixar em seu
comprimento, me fazendo congelar
instantaneamente, que me olha em confusão.
— Camisinha — falo ofegante. Ouço sua
risada, provavelmente percebendo o meu medo em
poder ter novamente trigêmeos.
Não está na hora de ter mais filhos, os três
que tenho estão bons demais.
Ouço-o gemer ao me depositar em cima da
bancada, abrindo uma gaveta e pegando um
preservativo, vestindo-o no pau maravilhoso
rapidamente. Minha barriga parece ter milhões de
borboletas voando ao mesmo tempo. Damen se
pressiona entre minhas pernas, beijando minha
boca, explorando cada pedacinho do meu corpo.
Cada toque seu faz meu corpo formigar.
Ele abocanha meus seios, sugando
fortemente meus mamilos. Encosto minha cabeça
na parede, gemendo, enquanto sua mão desliza
entre minhas pernas, acariciando minhas dobras
lentamente, fazendo-me gemer baixinho. Sinto-o
deslizar dois dedos em meu canal, fazendo-me
gemer mais alto, enquanto balanço meus quadris
levemente indo de encontro aos seus dedos.
— Você ainda é incrivelmente apertada,
boneca — murmura retirando os dedos de dentro de
mim, levando-os aos lábios, chupando como se
fosse um doce, arrancando um gemido dos meus
lábios. A visão me deixa ainda mais excitada, se
possível. Deus, como ele pode ser tão sensual
chupando os próprios dedos? Sinto como se ele
estivesse chupando minha própria boceta.
Damen volta a me beijar, sinto meu gosto
em seus lábios. Ele me puxa para fora da bancada,
deslizando suavemente para dentro de mim. Gemo
contra seu pescoço quando o sinto totalmente
enterrado dentro de mim. Seus movimentos são
suaves no início, no entanto ele começa a estocar
mais rápido, mais veloz. Meu desejo vai se
intensificando a cada investida, meus gemidos mais
ofegantes, minhas paredes apertam seu pênis.
— Mais, por favor, baby — suplico. Ele
agarra minha bunda com força, me dando um tapa
forte, me pegando de surpresa. Eu gostei muito
disso.
— Oh, mais, mais — peço, perdendo o
controle, enquanto ele bate mais algumas vezes nas
minhas nádegas, com estocadas vigorosas e
rápidas.
— Isso. — Damen suga a pele do meu
pescoço, acariciando meu clitóris levemente, me
fazendo gozar. Ele empurra mais algumas vezes
antes do seu próprio prazer.
— Senti tanto a sua falta — fala se retirando
do meu interior, tirando-me um gemido longo.
Ele nos levou para debaixo da água,
lavando nossos corpos. Em seguida, nos enrola em
uma toalha, me pegando no colo e depositando na
cama. Me levanto e visto minhas roupas, tapando
minha nudes.
Sento-me na cama, não sabendo o que fazer
agora em diante. Nós transamos duas vezes, e
nessas duas vezes, não passaram disso; sexo. Agora
temos filhos juntos, um elo eterno. Vejo Damen
vestir a mesma calça de moletom que estava antes,
me olhando seriamente.
— Eu sinto muito pelas besteiras que falei.
Estava com ciúmes. Pensei que você estava
namorando com meu irmão enquanto eu a
procurava. Isso não justifica o que fiz e falei,
apenas não soube lidar em ver você bem diante dos
meus olhos, com bebês fofos e pensar que eram
dele e não meus. Estou acostumado a ter tudo que
quero — explica olhando nossos filhos dormindo.
— Entendo. Mas nunca mais fale comigo
daquele jeito — Soo calmamente. Ele tem um
ponto, mas eu também tenho um. Não deixarei
ninguém passar por cima de mim.
— O que vamos fazer? — pergunta,
igualmente confuso, me tirando da cama e me
depositando em seu colo.
— Eu não sei — falo com sinceridade.
Realmente não faço a mínima ideia.
— Podemos nos conhecer. Eu a quero como
minha esposa, namorada, amante, minha melhor
amiga — beija minha bochecha. Não esperava isso,
esse carinho. Mal nos conhecemos.
— Tudo bem. Podemos começar com calma
— falo calmamente. Ele beija meus lábios
suavemente.
— Vamos dormir. — Me puxa contra si,
me acomodando em seus braços, me ajeito
adormecendo.
Ouço alguém choramingando, depois mais
dois choramingos. Eles já estão acordados. Meu
corpo está quente, confortável.
— Preciso ver meus filhos — falo para
Damen que já está acordado, me olhando.
Levanto, vendo-o levantar-se, me seguindo.
Benjamin sempre é o primeiro acordar. Troco sua
fralda, vendo os olhinhos cheios de lágrimas,
fazendo biquinho, chateado. Beijo sua bochecha
depositando-o na cama. Em seguida, pego
Bernardo no colo. Eles sempre dormem o último
sono comigo na cama. Vejo Damen trocar Beatriz
como se já tivesse feito isso a vida toda, beijando a
cabeça dela. Quando ele a coloca no berço, Beatriz
grita chorando.
— O que ela tem? — pergunta preocupado.
Aponto para a cama.
— Eles dormem comigo depois de serem
trocados — explico, colocando Bernardo que
estava choramingando na cama. Pego um dos
travesseiros e coloco como um escudo ao lado de
Benjamin, que está na ponta na cama. Minha cama
é muito maior que essa, com grade de proteção para
meus bebês não caírem no chão enquanto dormem.
Eles já estão voltando a dormir quando me
deito com cuidado para não os machucar a noite.
Damen se pressiona nas minhas costas, passando o
braço em volta da minha cintura.
— Você não me disse o nome deles — fala
baixinho, me apertando contra seu corpo grande.
— Esse é o Benjamin, Beatriz e Bernardo
— aponto para cada um.
— São nomes lindos. Você que os
escolheu?
— Apenas dois. O do Bernardo foi Deimon
quem escolheu. — Sinto seu corpo enrijecer no
mesmo momento.
— Por quê? — pergunta, acariciando meus
cabelos.
— Quando descobri que estava grávida, era
apenas de gêmeos. Antes de começar meu parto, a
noiva do meu irmão entrou em trabalho de parto
também, então Deimon ficou comigo durante todo
o tempo, sendo pego de surpresa quando Bernardo
nasceu. Não sabia qual nome colocar, então ele
sugeriu Bernardo e eu gostei — explico, ajeitando
minha cabeça na volta do seu braço.
— Faz tempo que se conhecem? —
pergunta novamente. Se vamos nos conhecer, é
justo.
— Eu o vi depois que ficamos. Ele estava
sentado na mesa com meus amigos, e nos
conhecemos nesse dia — explico, acariciando seu
braço.
— Entendo. — Me aconchego em seus
braços, respirando seu perfume. Sua respiração fica
mais suave, assim como a minha. Caímos na
escuridão da letargia.

Acordo com uma mãozinha segurando meus


seio, e sei de quem pertence sem ao menos abrir
meus olhos. Benjamin, meu filho, gosta de peitos.
Ele puxa meus mamilos com as mãos. Sorrio para o
rostinho do meu filho dormindo tranquilamente.
Olhos para o seu lado e... Cadê os outros?
O pânico começa a me dominar, olho em
volta loucamente. Vejo Damen sentado em uma
poltrona no canto do quarto com Bernardo e
Beatriz conversando baixinho. Apenas o observo
com nossos filhos. Já está na hora da mamadeira
deles. Bernardo começa a choramingar de fome.
— O que foi? Diz para o Papai. — Meu
coração enche com uma emoção inexplicável ao
ouvi-lo conversar com Bernardo.
— Tá com fome, meu amor? — pergunta
como se estivesse conversando com um adulto.
— Hora da mamadeira — falo sonolenta.
Ele me dá aquele lindo sorriso.
— Eu cuido deles. Você pode fazer a
mamadeira — pisca um olho para mim. Ele está
mais lindo do que me lembrava. Vê-lo com as
crianças nos braços, apenas de calça, é uma visão
inquietante.
Retiro a mãozinha do Benjamin do meu
seio, ele choraminga, voltando a dormir. Levanto-
me da cama descendo as escadas. Faço a
mamadeira deles rapidamente, voltando para o
quarto.
— Você quer dedeira, meu amor? —
pergunto. Bernardo estende os bracinhos para mim
quando ouve minha voz. Pego-o e entrego a outra
mamadeira para Damen, para que ele possa
amamentar Beatriz. Me ajeito na cama dando de
mamar para Bernardo e Benjamin.
— Vou resolver algumas coisas hoje e
voltarei mais tarde. — Se inclina beijando meus
lábios, saindo para tomar banho.
Realmente não sei o que esperar agora.
Ouço alguém bater na porta, me levanto e a
abro, encontrando um Romero sonolento, que entra
e se agarra nas minhas pernas, estendendo os
bracinhos em seguida para eu pegá-lo. Pego-o nos
meus braços, que coloca a cabecinha no meu
ombro, quietinho, apenas me olhando.
— Por que eu não tenho mamãe, Anny? —
me pergunta, com os olhinhos tristes. Meu coração
doí por ele. Eu realmente não sei o que fazer em
situações como essa.
Sento-me na cama, beijando sua bochecha
gordinha. Ele passa os bracinhos em volta do meu
pescoço me apertando.
— Não sei, meu amor — respondo com
sinceridade.
— Todo mundo tem uma mamãe, mas eu
não. — Romero fala baixinho, no mesmo momento
que vejo Damen na porta, me olhando atentamente,
com apreensão. Não nos conhecemos para saber a
reação um do outro.
— Tudo bem, meu amor. Algumas pessoas
também não têm mamãe — falo gentilmente,
acariciando suas costas.
— Mas eu queria uma. Você não tem
mamãe? — Romero pergunta curioso. Damen dá
um passo em nossa direção, mas eu o paro com um
balanço de cabeça. Ele continua me olhando, sei
que deve estar pensando que preciso de ajuda, ou
que estou desconfortável com a situação.
— Eu também não tenho uma mamãe, meu
amorzinho. Minha mãe foi morar no céu como um
anjinho. Sabe, às vezes as pessoas precisam partir,
mas sempre, sempre irão olhar e cuidar de nós. —
Tentar explicar para uma criança de dois anos que a
sua mãe nunca mais voltará, é complicado,
extremamente delicado. Beijo seus cabelos
cacheados.
— Mas eu quero uma — responde. Damen
entra no quarto, me impedindo de responder a uma
pergunta complicada, a qual eu nem ao menos sei
responder.
— Oi amigão. — Damen fala calmamente,
olhando para mim com admiração. Dou-lhe meu
melhor sorriso, tentando convencê-lo que estou
bem. Romero levanta a cabecinha do meu ombro,
olhando seu irmão com atenção.
— Oi P. — O pequeno murmura com sua
voz fofa, sem sair do meu colo, continuando a se
segurar em mim. Preciso de um banho, fazer uma
ligação para o Lucas antes que ele enlouqueça todo
mundo em Vegas.
— Você quer tomar um banho comigo? —
pergunto a Romero, tendo certeza de que ele ainda
não se banhou. Deslizo minhas mãos em suas
costas suavemente, que me olha, assentindo.
— Você não precisa fazer isso, boneca. —
Damen diz calmamente, se agachando na minha
frente.
— Está tudo bem. Pode olhar meus filhos,
por favor? — pergunto me levantando com Romero
nos braços.
— Nossos filhos. — Me corrigi. Fico tão
feliz que ele esteja bem em ser pai.
— Nossos filhos — repito, sorrindo,
beijando seus lábios, que retribui com voracidade,
sua língua passando pelo meu lábio inferior, que
mergulha dentro da minha boca a explorando.
Nossas línguas se encontram em uma dança erótica,
me deixando completamente excitada. Sinto
mãozinhas segurando meu pescoço com mais força,
afasto-me interrompendo o beijo, ouvindo Damen
gemer de frustração.
Tomo um banho rápido, banhando Romero
rapidamente. Visto uma roupa nele, deixo-o com
Deimon que está sorrindo de orelha a orelha.
— A noite foi boa, Anny? — pergunta com
um sorriso sacana estampado em seu rosto.
— Por quê? — pergunto desconfiada do seu
sorriso sacana.
— Pude ouvir seus gritos lá do meu quarto
— responde sorrindo como idiota que é. Tenho
certeza de que minhas bochechas estão pegando
fogo de vergonha.
— Você é idiota, sabia? — soo secamente,
fazendo seu sorriso vitorioso crescer ainda mais.
— Uhum. Você não é só mais um padrinho,
é tio agora, então irá cuidar dos seus sobrinhos hoje
pela manhã — dou-lhe meu sorrisinho vitorioso
quando ele fica mudo, sem palavras. Saio
rebolando sensualmente, deixando-o de boca
aberta, perdendo a fala momentaneamente.
— Você é um demônio, mulher — grita.
Desço as escada procurando por Damen,
encontrando-o sentado no sofá, mexendo em um
tablet. Me aproximo lentamente, ele levanta os
olhos para mim, baixando o tablet e me puxando
para seu colo.
— Você está excitado? — pergunto,
mordiscando o lóbulo da sua orelha, enquanto
remexo levemente meus quadris em seu colo. Isso
vai ser o castigo por ele ter falado comigo como se
eu fosse uma prostituta.
Balanço mais meus quadris, beijando sua
boca carnuda, enfiando minha língua em sua boca
como se estivesse fazendo sexo com ele. Sinto seu
pau ficando cada vez mais duro contra minha
bunda.
— Que porra é essa? — ouço a voz de
Lucas gritar enquanto ele entra na sala.
Não me altero, continuo no colo do Damen.
Abaixo minha boca em sua orelha e falo, bem
baixinho:
— Esse é seu castigo por ter falado comigo
daquele jeito ontem. Eu gostaria de chupar seu pau
bem aqui, passar minha língua da base até a ponta,
e depois chupá-lo como um pirulito — sou sensual.
Ele geme em resposta, um som rouco, do fundo da
garganta.
— Porra! Eu ainda estou aqui — ouço
Lucas rosnar novamente, batendo a mão em cima
da mesa.
— Anny Sofia, desça da porra do colo dele!
Agora! — Continua a falar entre os dentes, raivoso.
Lucas nunca gritou comigo antes, e não vai
ser agora que ele irá começar.
— Sabe... — começo falando calmamente.
— Me pergunto como ficaria sua língua
pendurada no meu pescoço — falo casualmente.
Vejo Lucas parar de andar, olhando para
mim zangado, com aqueles malditos olhos escuros.
— Você está quase transando com meu
primo, porra! Onde estão seus filhos?
— Com o tio deles — respondo, mais calma
ainda.
Lucas sabe o que isso significa. Dou-lhe
meu sorriso perigoso. Ele começa a ficar cauteloso,
enquanto olha para Damen.
— Tio? — Lucas repeti, voltando a olhar
para mim em busca de resposta.
— E aí cara. — Damen cumprimenta Lucas
como se nada estivesse acontecendo.
— “E aí cara”. Você é um fodido de
merda, porra! Está transando com minha
bonequinha na porra de um fodido sofá! Qualquer
pessoa que entre aqui pode ver! Eu falei que ela
estava fora dos limites, seu merda — grunhi
andando de um lado para o outro. Damen se
levanta, quase derrubando-me no processo.
— Escuta aqui, Lucas, você está na porra do
meu território, mostre respeito. Quem manda aqui
sou eu, não se esqueça disso. Eu sou o Capo. Você
não pode entrar em minha casa gritando com a
minha mulher! Se meus filhos acordarem, bato a
merda fora de você, estúpido! — Damen fala
calmamente, causando-me arrepios com o tom da
sua voz.
— Seus filhos? — Lucas pergunta voltando
a ficar calmo. Isso está parecendo um jogo de
poderes, isso sim.
— Sim. Benjamin, Beatriz e Bernardo são
meus filhos — responde.
— Você está me dizendo que é pai dos
filhos da minha bonequinha? — Lucas pergunta,
novamente entre dentes, as pontas das orelhas
ficando vermelhas. Isso é a porra de uma catástrofe.
— Sim. Sou o pai deles. — Damen
responde, se sentando melhor, me deixando sentada
em apenas uma das suas pernas.
— Quero tanto bater em você, que não tem
nem explicação — murmura fechando as mãos em
punho ao lado do corpo, voltando a andar de um
lado para o outro novamente. Ele está tentando não
explodir de raiva.
— Para de andar de um lado para o outro —
falo me sentando no sofá enquanto Lucas para na
minha frente.
— Tudo bem, Anny. Você é adulta para
decidir o que você quer.
— Porra! Você não está me matando —
falo chateada. Ele falou como se eu estivesse
matando alguém. — Por que você está assim
mesmo? — pergunto olhando-o atentamente. Lucas
está fazendo tempestade em copo de água.
— Porque sua vida vai mudar drasticamente
a partir de agora.
— Mudar? — pergunto desconfiada,
olhando Damen, esperando uma resposta.
— Sim. Não queria você no nosso mundo.
— Lucas gesticula entre Damen e ele.
— Damen? — murmuro, esperando sua
resposta.
— Boneca, podemos falar sobre isso
depois? É um assunto delicado. — Damen olha-me
nos olhos.
— Não! Eu quero saber agora, não depois.
Minha cabeça está rodando com a palavra
"Capo". Sei muito bem o significado dessa palavra.
Já li livros suficiente sobre máfia para saber o
significado dela.
Ele é um assassino. Eu transei com um
criminoso. Tive filhos com um criminoso. Alguém
que manda matar as pessoas sem a menor piedade,
quem comanda tudo, que até mesmo tira vidas em
nome do bem da organização. Cada palavra que sai
da boca dele se torna lei.
— Capo? — falo para mim mesma, pulando
do seu colo. Não percebi que ainda estava sentada
em seu colo. Damen estreita os olhos para mim por
causa do meu gesto.
— Boneca, vamos conversar. — Damen
fala com um implícito por favor na frase. Ele
continua me olhando calmamente.
Não tinha percebido nenhuma aura perigosa
emanando dele. Que Deimon tem uma vibe
violenta, eu já tinha percebido, mas não fui
investigar mais afundo. Suas palavras mal
penetraram meu cérebro. Me pressiono contra
Lucas, enfiando meu rosto em seu peito, passando
meus braços em sua cintura, buscando, de certo
modo, refúgio.
— Você está me dizendo que o pai dos
meus filhos é chefe de uma máfia? — Quase grito
contra sua camisa, assim que constato o óbvio.
Lucas passa o braço em volta da minha cintura, me
apertando ao seu corpo. A sala fica em um silêncio
aterrorizador.
— Sim. Sou a porra de um criminoso, um
assassino, um monstro criado. — Damen responde,
como se estivesse falando do tempo. Sem emoção,
sem nada.
— Anny, não julgue antes de nos conhecer.
Você não é assim, tudo bem? Eu nunca a tratei mal.
Nos conhecemos desde que você era um bebê. —
Lucas puxa meu queixo para cima, olhando-me
com tristeza. Mas por que ele está triste?
Oh, meu Deus! Ele é um criminoso
também? Sinto o gosto da traição na minha boca,
amargo como fel.
— Você... não. Você é um criminoso
também? — pergunto deixando transparecer em
meus olhos toda dor e traição.
Seus olhos escuros e apreensivos me olham
atentamente. Lucas me aperta mais ainda contra seu
corpo. Sinto as lágrimas descendo pelas minhas
bochechas.
— Escuta, princesa. Eu queria você a salvo
do meu mundo, assim você poderia ter uma vida
normal, mesmo ainda estando sempre na mira dos
meus inimigos. Nessa vida, não existe piedade. Não
queria isso para você, no entanto, aqui estamos
nós. Você está certa. Sou um mafioso também.
Tenha uma mente aberta, meu amor. Seja paciente.
Ele te tratou mal? — pergunta por último, olhando
para o primo. Balanço a cabeça negativamente.
Lucas sempre cuidou de mim, desde que
minha mãe morreu. Ele podia simplesmente não se
importar comigo, eu não sou problema seu, e, no
entanto, ele sempre está por mim quando preciso.
— Não — murmuro olhando em seus olhos.
Lucas enxuga minhas lágrimas com as pontas dos
dedos, tocando na ponta do meu nariz. Ele fazia
isso quando eu era pequena e me machucava.
Olho para Damen. Tentarei compreendê-
los. Mas não significa que irei aceitar toda merda
que ele me jogar.
— Não vou te perdoar ainda. Você meio
que me manipulou — aponto para Lucas.
— Qual o suborno que tenho que fazer? —
Lucas pergunta.
— Você sabe que isso não funciona
comigo. — Me acomodo em uma das suas pernas.
— Que tal uma mansão aqui? — Estreito
meus olhos para ele.
— Nem no inferno — mostro a língua,
como uma criança de cinco anos.
— Olha quem está aqui. O tio Lucas. —
Deimon aparece descendo as escadas com dois dos
meus filhos nos braços, com Benjamin andando em
suas pernas instáveis ao seu lado.
— Cadê os garotos do titio? — Lucas os faz
sorrir enquanto os três, ao mesmo tempo, estendem
os bracinhos. Meu coração gela quando vejo meu
filho tentando descer as escadas sozinho.
— Eu te mato, querido — murmuro para
Deimon, pulando das pernas de Lucas, indo pegar
meu filho antes que se machuque. Alcanço-o e o
aperto em meus braços, cheia de preocupação.
Como ele pode ser tão descuidado?
— Vamos fazer o padrinho pagar, não é tio
Lucas? — Não sei exatamente o que estou fazendo,
estou evitando olhar para Damen. Sei que seus
olhos estão em mim.
— Vamos fazer maldade com esse padrinho
descuidado. — Lucas entra na brincadeira, mas
posso perceber a seriedade em seu tom.
— Que tal almoçarmos? — Deimon sugere,
mas seu olhos estão no irmão. Não me atrevo a
olhá-lo.
Não ainda.
— Vim te buscar — anuncia Lucas,
brincando com Beatriz, que sorri toda derretida por
ele.
— Que tal pedirmos algo para aqui? —
Deimon insiste. Lucas levanta as sobrancelhas. Lá
vem merda.
— Para mim está bom — respondo antes
dele conseguir responder. Lucas me olha sabendo
exatamente o que fiz, sua boca se repuxa em um
meio sorriso, que some quando Beatriz bate na sua
cara.
— Não faça isso — repreende minha
pequena. Deimon corre os olhos para mim
novamente. Não me importo. Ela não pode bater no
rosto das pessoas, apesar da sua idade.
— Você não pode bater no rosto do seu titio
— falo de forma carinhosa quando ela começa a
puxar a boca pronta para chorar, ainda decidindo se
grita ou não.
— Shiii, petit — Lucas murmura para ela
em italiano. Reviro meus olhos.
Deimon pede o almoço. Durante todo o
almoço, não olhei para Damen. Sei que estou sendo
uma cadela, mas preciso colocar meus sentimentos
e pensamentos em ordem antes de conversar com
ele seriamente, ainda mais sobre nós.
Lucas me ajuda a alimentar os pequenos, o
que livra muita comida nas minhas roupas. Sinto
Deimon tenso durante todo o tempo. Como se
estivesse esperando uma bomba explodir. Sei
exatamente quem é essa bomba, porém ignoro
completamente. Se Damen quer ajudar, é só
simplesmente pegar um dos seus filhos e alimentá-
lo, mas ele prefere ficar calado, sem se posicionar.
— Carpaccio? Aquele negócio que você
comprou da outra vez que estivemos aqui? —
pergunto. Sou cheia de frescura em relação a
comida.
— Espero que você não tenha pedido de
cordeiro Deimon. Anny não come. — Lucas fala.
Deimon bufa colocando os copos em cima da mesa.
— Carne crua de peixe — Deimon
responde. Eu não como carne crua nem morta!
— Ela não come carne crua, seu babaca.
— Sério que vocês vão ficar discutindo o
que eu como ou não? — pergunto. Eles vão fazer
batalha de poder o almoço inteiro se eu não
interromper.
— Não, porque eu sei tudo que gosta e não
gosta. Ele não sabe de nada. — Lucas responde,
com ar de superioridade.
— Tem Polenta, Calzone, Ciabatta,
Spaghetti, Cannelloni, Nhoque... isso ela come. —
Deimon murmura, me dando uma piscadela. Reviro
meus olhos para suas batalhas de poderes. Quando
ele estava no Brasil, toda vez que o Lucas chegava,
era assim.
— Eu gosto de todos esses. Agora chega de
conversa e vamos comer — murmuro.
A comida está maravilhosa. Prefiro ficar
apenas em uma das sobremesa, o Gelato, muito
gostoso.
— Se cuida. — Lucas de despede, saindo
em seguida. Fico olhando-o sair feito uma boba.
Eu realmente estou com medo de encarar
Damen agora. Sei que ele estava apenas esperando
Lucas sair para falar comigo.
Começo a subir as escadas direto para o
quarto onde as crianças estão brincando. Antes de
sequer encostar na maçaneta, Damen me pressiona
contra a parede com brusquidão. Seus olhos estão
uma cor diferente do normal, mais escura. Sua
expressão cheia de raiva.
— Não faça isso — murmuro calmamente,
apesar do meu pulso estar galopando de
nervosismo. Suas mãos pressionam levemente em
volta do meu pescoço.
— Você passou a manhã inteira fingindo
não me ver. Conseguiu testar minha paciência,
boneca — sussurra cada palavra lentamente, bem
no pé do meu ouvido.
— Não tenho nada a ver com isso — passo
por baixo dos seus braços, apenas para ser jogada
por cima do ombro. Quase grito pelo susto, mas
lembro das crianças no quarto ao lado.
— Me coloca no chão, Damen — murmuro
irritada. Não vou me debater igual uma criança, não
mesmo!
— Não. — É tudo que fala, simplesmente.
Ele abre uma porta entrando e me
colocando no chão em seguida. Olho com raiva
enquanto arrumo minha roupa, tirando meus
cabelos do rosto.
— Não tente sair, ou vou te restringir
novamente — avisa. Maldito sexy.
— O quê? — o fuzilo com o olhar.
— Não seja uma covarde, boneca. Eu odeio
covardes. — Os olhos de Damen são selvagens.
— Ser covarde e recuar são duas coisas
totalmente diferentes — sento-me na cama.
— Você nem sequer me deixou explicar,
simplesmente não me olhou mais — Rosna, como
um chefe, o mafioso que é.
— Não a o que explicar. Estou processando
a informação ainda. — Me deito, olhando o belo
lustre pendurado no teto.
— Entendo. Se você tiver um problema,
vem até mim e vamos resolver como dois adultos
— fala se sentando em um pequeno sofá no canto
do quarto.
— Está bem.
— Vem aqui, boneca — soa aliviado.
Sento-me em seu colo, depositando minha cabeça
na curva do seu pescoço. Sinto suas mãos descendo
pelas minhas costas, enquanto ele beija meu ombro
com delicadeza.
— Olha para mim — comanda.
Não sei se consigo olhar dentro do seus
olhos agora, não sei se consigo conciliar ser
namorada de um mafioso.
— Olha para mim, boneca — seu tom é
mais exigente, porém ainda calmo. Levanto minha
cabeça lentamente, encontrando seus lindos olhos
azuis me encarando atentamente.
— Você não tem que ter medo de mim. Eu
nunca lhe machucaria, boneca. — Damen continua
acariciando minha bochecha.
— Eu não estou com medo de você. Só não
esperava por isso. Preciso de um tempo para digerir
tudo. — Coisa errada a se dizer, pois ele fica
imóvel embaixo de mim.
— Quer dizer sobre nós dois? — pergunta,
franzindo a testa em concentração.
— Não. E mais sobre você ser um
criminoso. Preciso assimilar tudo. — Beijo seu
pescoço ao explicar, enquanto ele acaricia minhas
costas.
— Sei que deve ser assustador para você
descobrir que o pai dos seus filhos é um criminoso.
Mas se alguém, ou algo, for demais para você
suportar, não fuja. Venha até mim, e vamos
resolver juntos. Como dois adultos que somos.
Tudo bem? — pergunta colocando a mão dentro da
minha blusa, acariciando minhas costas.
— Está bem. Vou tentar. — Sou sincera.
— Ahh... mais uma coisa. Você está se
mudando para cá — anuncia casualmente. Viro
minha cabeça lentamente na sua direção.
— O quê? — pergunto, incrédula.
Quando voltarmos do casamento de Lucas,
estarei trabalhando como advogada. Eu batalhei
tanto por isso. Não vou desistir de tudo agora!
— Antes de você recuse, escute o que tenho
a dizer. Tenho inimigos, boneca, e se eles
descobrirem sobre você e meus filhos, vocês
estarão em perigo. Eles podem os matar ou os usar
para chegar até mim. Isso eu não posso permitir,
boneca. Então não discuta comigo sobre isso. A
resposta é não, e você ficará aqui comigo. — Sua
voz soa calmamente, como se estivesse falando do
jantar, e não do meu futuro.
— Vamos negociar — olho dentro dos
olhos azuis dele.
— Deixe às negociações para depois. Agora
vou foder você, boneca — sussurra no meu ouvido,
causando-me arrepios. Damen se levanta e me joga
sobre a cama.
— Seu bruto — murmuro, sorrindo, quando
ele me arrasta para a ponta da cama pelas pernas.
— Não bonequinha, eu ainda não fui bruto
— Damen me responde com uma cara safada. Ele
vem subindo em meu corpo lentamente, como um
leão preste a devorar uma gazela.
— Não — murmuro, negando, mesmo
sendo uma afirmação. Ele apenas sorri, beijando
minha boca, explorando-me em um beijo voraz,
selvagem. Damen se afasta olhando meu corpo,
enfiando uma das mãos por debaixo da minha
blusa, retira-a e jogando no chão. Meu sutiã tem o
mesmo destino.
— Você continua linda, boneca — murmura
enquanto põe um dos meus seio na boca, sugando-o
gostoso. Damen aperta meu mamilo entre o
polegar, fazendo-me gemer. Ele retira meu seio da
boca com um som molhado, em seguida
abocanhando o outro, mordendo levemente, me
arrancando um grito silencioso de dor e prazer ao
mesmo tempo.
Meus quadris se levantam do colchão em
busca de mais contato. Empurro Damen na cama,
sento sobre seus quadris, esfrego-me em seu pênis
desavergonhadamente. Oh Deus, eu preciso de
mais. Sinto que minha boceta está pingando de
excitação. Ele nos rola na cama voltando a posição
anterior. Vai descendo com beijos molhados pelo
meu corpo. Desliza uma das mãos entre minhas
pernas, acariciando minhas dobras, logo penetrando
dois dedos dentro de mim, em um vai vem
maravilhoso.
Gemo contra sua boca quando ele me fode
forte, fundo. Solto um som de protesto quando seus
dedos me abandonam quando eu estava quase lá.
Vejo-o ficar de joelhos, retirando o resto
das nossas roupas, ficando completamente nu, lindo
e glorioso na minha frente, se esticando entre
minhas pernas, esfregando o pau sensualmente
entre minhas dobras, me fazendo gemer ainda mais
agarrando uma das minhas pernas e as levantando
sobre seu quadril.
— Damen... a porra da camisinha! — falo,
ofegante. Ele sorri para mim.
— Vou mandar o médico vir aqui ver você
amanhã. Não quero mais transar com camisinha.
— Okay, agora me fode duro — ordeno,
sem fôlego, necessitada.
— Fique sobre os joelhos e com as mãos na
cama — comanda. Faço o que ele manda, ficando
de quatro sobre a cama.
Ele posiciona-se atrás de mim, dando um
tapa forte na minha nádega direita. Gemo ofegante,
de dor e prazer. Estou perto de gozar. Outro tapa
ainda mais forte vem sobre minha nádega esquerda,
as borboletas do meu estômago triplicam. Sinto sua
ponta pressionar a minha entrada quando ele passa
seu pênis pelos meus lábios. Gemo baixinho. Ele
me dá mais alguns tapas, aliviando depois o local
com a língua. Sinto meu clímax chegando. Damen
desliza para dentro de mim forte e rápido.
— Mais forte — peço entre suas estocadas
cada vez mais duras.
— Oh, bem aí, sim — balbucio.
— Perdeu a fala, bonequinha? — provoca,
distribuindo outro tapa. Sinto meu corpo quebrar
em milhões de pedacinhos.
— Porra — caio para frente com a força do
clímax. Damen me puxa para a mesmo posição,
estocando rápido, duro, gemendo alto quando seu
clímax o atinge.
Ele se retira de dentro de mim, descartando
a camisinha. Deita na cama e me puxando para seus
braços, beijando meus lábios. Minhas pernas estão
moles. Quero ser fodida assim mais vezes.
— Você está bem? — acaricia meus cabelos
ao perguntar.
— Humm rumm — balbucio.
Acordo sentindo meu corpo quente. Abro
meus olhos tentando reconhecer onde estou.
Romero está deitado em cima de mim, dormindo
tranquilamente. Deus, eu dormir sem roupa, e
agora tem um bebê em cima de mim. Que
vergonha. Toco em meu corpo, respirando aliviada
ao perceber que estou de camiseta e calcinha.
Quando Damen me vestiu? Quando Romero
entrou no quarto e deitou em cima de mim? O
homem se mexe como um maldito fantasma. Como
vou tirá-lo de cima de mim sem acordá-lo?
Começo me mexendo devagarinho, tirando
Romero de cima de mim pouco a pouco. A camisa
do Damen vai até as minhas coxas. Caminho
lentamente, em rumo ao quarto dos meus bebês.
Meu Deus, eu descuidei dos meus filhos em apenas
dois dias que estive aqui.
Uma mulher alta, magra, corpo de modelo,
entra na minha frente com cara de nojo, como se eu
fosse a escória.
— Some da minha frente, prostituta. — Sua
voz saí estridente, de patricinha. Levanto minha
sobrancelha. Acho que ela perdeu a cabeça. Talvez
a química tenha queimado seu cérebro, se é que ela
tenha um.
Não me movo do lugar. Ninguém manda
em mim.
— O que ainda está fazendo aqui, sua puta?
— pergunta cheia de ódio. Apenas a olho sem falar
uma palavra, começando a caminhar novamente.
Não tenho tempo para isso agora.
— Escuta aqui, puta, porque você foi a
primeira que ele comeu não a faz especial. Agora
pega suas coisas e saia daqui — grita vermelha de
raiva.
Levanto minha sobrancelha
debochadamente. Dou-lhe meu sorriso mais
perigoso, mas ainda sim debochado. Ela continua
me olhando com ódio.
— Querida, se tem alguma puta aqui, é você
— soo calma. Ela começa a caminhar na minha
direção. Fecho a porta bem na sua cara, que bate na
porta desesperadamente. Finjo não ouvir.
Tomo um banho rápido. Preciso ver meus
filhos. Não acredito que dormi até dez horas da
manhã. Visto uma calça jeans, uma regata preta, e
vou as suas procuras.
Desço as escadas, e encontro um homem de
cabelos brancos, puxado para trás, sentado em uma
poltrona. Damen está sentado em outra poltrona. A
puta ruiva falsa está sentada na ponta do sofá,
olhando meu namorado com gula.
— Cadê meus filhos? — pergunto em
português, olhando apenas para ele.
— Na piscina. — Damen responde. Deus, e
se um dos meus filhos se afogar? Fico aflita só de
pensar.
— Eles estão com Gena. Não precisa se
preocupar. Vem aqui, boneca — fala em inglês.
Caminho até ele, ficando em sua frente, que me
puxa para seu colo, beijando minha bochecha.
— Sharon, essa é minha futura esposa,
Anny — me apresenta.
Esse homem tem algo de semelhante com
alguém que eu conheço, mas quem? Vejo o
momento em que o choque passa pelo rosto da puta
oxigenada.
— Prazer, Anny. Essa é minha filha,
Anastasia. — Sharon nos apresenta. Eu apenas
olho-a com indiferença.
Vou descobrir quem é esse homem que me
deixa inquieta. Não vou cometer o mesmo erro que
cometi com Lucas, vivendo no escuro.
— Já nos conhecemos no corredor. Ela me
confundiu com uma prostituta — olho dentro dos
olhos dela, que só faltam sair do seu rosto. Por
dentro estou sorrindo de satisfação. Essa puta de
merda não passa de uma vadia.
— Peço desculpas. Não sabia quem você
era. — Se desculpa falsamente, querendo me matar
com os olhos. Cobra! Conheço uma quando vejo, e
essa é uma cobra peçonhenta.
— Tudo bem. Não tem problema, mas da
próxima vez, vou cortar sua língua e pendurar no
meu pescoço, como um lembrete. Agora, vou ver
meus filhos, se me derem licença — falo
casualmente. Se eu achei que a garota estava de
boca aberta antes, imagina agora. Anastácia está
com a boca aberta. Chocada é a palavra adequada
para ela. O que ela acha? Que vou agir como um
cordeirinho? Está errada! Vou lutar, e não vou cair.
— Filhos? — pergunta desconfiada,
olhando para meu namorado, esperando que ele
desminta.
— Sim. Temos três filhos. — Damen
responde com a voz dura.
— Querido, você não me falou que tinha
filhos — contrapõe, sorrindo para ele. Ela tem mais
que uma queda pelo meu namorado... noivo... não
sei exatamente o que somos ainda. Mas ela está de
quatro pelo Damen.
— Não gosto de falar da minha vida,
Anastácia. Então não vejo por que contar a você
que tenho filhos ou esposa — fala com a voz mais
dura, implacável, levantando os pelos do meu
pescoço. Nossa, isso é assustador.
— Não se meta. Não é da sua conta,
Anastácia. — O pai dela adverte. Seus olhos ficam
vermelhos. Isso significa que ela teve algo com
Damen, mas o que eles tiveram? O ódio
direcionado a mim me diz tudo. Levanto do colo de
Damen, murmurando um tchau.
Encontro Deimon na piscina, que está com
uma linda mulher de cabelo loiro e olhos verdes.
Lindíssima! Em outras palavras, uma beleza rara.
Benjamin e Bernardo estão no colo de Deimon,
enquanto Beatriz está no colo da garota. Benjamin
começa a gritar alegremente, mostrando os
dentinhos assim que me vê.
— Mamã, mamã, mamã — estende os
bracinhos gordinhos. Bernardo e Beatriz fazem o
mesmo. Sento no chão como eles estão sentados.
Logo tenho meus filhos sentados entre as minhas
pernas, tentando chamar minha atenção.
— Oi. Sou Anny — me apresento. A garota
olha para Deimon como se estivesse pedindo sua
permissão. Ele assente com aceno de cabeça quase
imperceptível.
— Gena. Prazer em te conhecer, Anny —
estende a mão para mim, apertando a minha.
— Nossa. É tão bom ter uma mulher aqui
— falo. Desde que cheguei, só estive com meninos.
Ela sorri para mim timidamente.
— Estou feliz de ter outra garota aqui
também — ela fala. Estreito meus olhos para
Deimon, em busca de resposta.
— Você mora aqui? — pergunto. Estou
aqui a dois dias e não a vi, mas também não andei
muito, apenas na cozinha, na sala, no quarto de
Damen e agora na piscina. Ela olha para Deimon
mais uma vez. Isso está começando a me irritar
seriamente. Ele dá outro daqueles acenos
imperceptíveis, porém eu percebo.
— Sim. Daqui três semanas. — Suas
bochechas ficam vermelhas ao falar.
— Hum, pensei que você já morava aqui.
— Não posso. Só depois do casamento —
Ela fala ficando envergonhada. Isso me faz ficar
cautelosa, mais uma pessoa me escondendo alguma
coisa.
— Você vai se casar? — pergunto chateada.
Deimon vai se casar, e nem ao menos me contou.
Me viro para ele, esperando sua resposta.
— Você vai se casar, seu merda, e não ia
me contar — esbravejo furiosa. Ele apenas me dar
um sorriso zombeteiro.
— Bom, eu ia te contar — se defende,
sorrindo ironicamente.
— Então é por isso que queria que eu
ficasse aqui por um mês. Você não presta — uso o
mesmo tom que ele falou comigo. Gena sorri da
nossa discussão acalorada.
— Não é bem assim, perigosa. Só acertei
nosso casamento hoje — Damen fala calmamente,
olhando a pequena garota sentada na sua frente.
Quer dizer... não tão pequena assim.
— Você estava namorando e não me
contou, porra! Estou me sentindo traída. Já bastava
o Lucas, agora você também me escondendo as
coisas. Vou matá-los — olho-o atentamente.
— Oh, porra. Não me dá esse olhar. Não
namoramos no nosso mundo. Casamentos são
arranjados, então tecnicamente não te escondi nada.
— Melhor. Se você estivesse namorando
com ela e não tivesse me contado, você está morto
— falo mais calma ainda acariciando os cabelos
dos meus filhos.
— Sabe, às vezes você me dá medo com
esse seu jeito assassino — Deimon responde
mexendo a cabeça de um lado para o outro.
— A culpa é de vocês — respondo
secamente.
Depois de um tempo, Damen aparece com
Anastácia e Sharon atrás ainda conversando.
Anastasia olha para meus filhos com nojo e revira
os olhos. Vou matá-la se tocar em meus filhos. Ela
não perde por esperar.
Deimon está olhando-a de um jeito que
nunca vi, seus olhos refletindo ódio.
— Anastácia, querida — Deimon olha-a
com um escrutínio silencioso. Ela está claramente
desconfortável com a avaliação dele, ou medo, não
sei.
— Se você continuar olhando para meus
sobrinhos desse jeito, não verá mais a luz do dia. —
Sua voz soa assustadoramente calma. Ela se
encolhe, com medo evidente em seu olhos.
Damen olha-a com crueldade. Sharon fica
inquieto, pede desculpas, indo embora rapidamente,
levando sua filha.
— Ela é uma morta andando — Damen
fala. Meus olhos se arregalam em surpresa da
calma com que ele falou.
— Você vai matá-la? — pergunto
horrorizada. Ele não responde a minha pergunta,
apenas me olha.
— Vem com o papai. — Sua voz é suave ao
falar com Benjamin. Isso provavelmente vai ser
minha vida. Mas por outro lado, não quero deixar
meus filhos sem pai. Ele é um monstro, falando em
tirar a vida de uma pessoa como senão fosse nada.
— Sou assim, e isso não vai mudar,
independente do que somos Anny. É melhor você
se acostumar. — Damen fala como se não fosse
nada, a raiva borbulha sobre minha pele.
Anny, e não boneca como sempre. Olho-o
com raiva, pegando meus pequenos nos braços e
olhando para longe dele. Por que ele tem que ser
assim?
— Isso vai da merda, irmão — Deimon fala
em um aviso. Finjo não ouvir o que eles estão
falando baixinho. Tenho que tentar assimilar tudo
isso. Estudei para combater criminosos, e aqui
estou, rodeados deles. Trabalhei anos para entrar na
faculdade e concluí-la. No entanto, estou eu
namorando um mafioso. Trabalhei duro durante
minha vida toda, e no final das contas, para nada.
— Com o tempo às coisas mudam —
Deimon fala enquanto me olha acariciar meus
filhos, que brincam um com o outro em minhas
pernas.
— Não sei se quero isso para mim —
murmuro apenas para que ele possa ouvir. Ele
apenas me olha balançando a cabeça em
entendimento.
— Essa é uma decisão complicada, então
pensem direito — responde, tocando minha cabeça
com as pontas dos dedos.
— Você pode pegar meu celular no bolso?
— peço, já que ele não para de vibrar. Deimon se
abaixa pegando o celular e me entregando.
“Já estou saindo. Nos vemos em 20
minutos. Esteja pronta.” – Lucas.
É tudo o que a mensagem diz. Fiquei de ir
ver as meninas hoje... merda! Eu tinha esquecido.
— Mama — Benjamin choraminga
estendendo os braços para mim. Coloco uma
máscara fria no rosto olhando meu pequeno tão
parecido com o pai. Deimon me ajuda a levantar,
pegando Bernardo no processo. Retiro Benjamin do
pai dele sem olhar em seu rosto.
— Posso te ajudar — Gena oferece sua
ajuda baixinho, com um sorriso tímido nos lábios.
— Obrigada. Eu aceito sim. Preciso arrumá-
los em menos de meia hora — sorrio levemente na
sua direção. Ela estende os braços para mim, que
entrego Beatriz. Gena é muito gentil.
— A onde vai? — Damen pergunta se
aproximando de mim. Meu corpo fica tenso com
sua proximidade. Ele levanta uma sobrancelha,
questionando.
Vem na ponta da minha língua um “não é
da sua conta”, mas engulo de volta.
— Vou sair — volto a andar. Não preciso
pedir permissão para ninguém, muito menos para
ele.
— Onde? — insiste.
— Não sei. Lucas vem me buscar — falo
entre dentes, tentando controlar minha raiva. Seu
maxilar trinca na mesma hora.
— E se eu disser que não vai. — Deimon
fica tenso ao meu lado. Ele sabe que não gosto que
ninguém tente me controlar.
— Pode dizer à vontade — sorrio para não
gritar.
Arrumei as crianças em tempo recorde, com
a ajuda de Gena, que deixou as coisas mais fáceis.
Damen saiu sem dizer uma palavra. Não sou uma
marionete, tenho vontades e desejos. Vivo em um
país livre. Ninguém manda em mim.
— Obrigada pela ajuda — agradeço a ela
assim que Lucas estaciona em frente à mansão.
— De nada — Gena balbucia, suas
bochechas ficando rosa de vergonha
— Oi, pequena — Lucas me cumprimenta,
beijando minha testa.
— Que exagero — beijo seu rosto,
colocando meu bebês na cadeirinha. Sem demora
Lucas acena para e arranca com o carro.
— Oh, meu Deus! Você está viva — Sasha
grita assim que o carro estaciona em frente à
mansão. Mal saio e ela já está me abraçando forte.
— Oi estranha — falo, tendo a certeza de
que a tarde será agradável como nos velhos tempos,
com provocações e disputas. Me sinto em casa
novamente. — Não exagera — beijo seu rosto. Ela
apenas sorri enquanto caminhamos para dentro.
— Como é ter uma gostosura daquelas
como namorado? — Sara já vem perguntando.
Franzo meu nariz. Damen não é meu namorado.
Mal nos conhecemos.
— Oh, vamos lá. Não seja uma estraga
prazeres — Sasha fala ao meu lado, esperando
minha resposta.
— Não somos namorados, no entanto,
estamos tentando — respondo colocando os
pequenos no chão, que já saem do lugar.
— Isso é o que você pensa. Os homens
feitos são tão possessivos — Sara resmunga,
esfregando os cabelos sedosos do meu filho, que
está tentando escalar a mesa.
— Se você diz — Entendendo o que ela
quer dizer, mesmo antes dela sequer falar.
— Vocês também são da máfia? —
pergunto de uma vez, tentando descobrir se elas
sabem da verdade.
— Desde sempre — Sara é quem responde,
caminhando para a sala de estar. Sigo ela.
— Então eu era a única que não sabia? —
questiono, sentando-me no sofá onde Emilly está.
Toco a cabeça dela, que me dá um sorriso
desdentado lindo.
— Sim, nós somos da máfia desde que
nascemos — Sara responde entrando com meu
pequeno.
Na última semana, tenho tentado não deixar
a natureza do meu namorado questionar as minhas
decisões. Fora isso, tudo tem sido mais do que
perfeito. Damen tem sido atencioso comigo.
Fazemos sexo toda hora, muito sexo. Dormimos
juntos todas as noites, agarrados. E, como se o
tempo tivesse passado rápido demais, amanhã será
o casamento da Sara.
Damen sai todos os dias para trabalhar, me
deixando sozinha, já que Deimon está no
apartamento com Gena. Não entendo por que eles
não ficam na mansão de uma vez, já que estão
morando juntos de qualquer maneira.
Tentei ajudar Sara com os preparativos do
casamento como pude. Um dia, sim, um dia, não,
Lucas vinha me buscar para passarmos a tarde
juntos. Damen tentava mostrar que não se
incomodava, mas estava falhando miseravelmente.
Pude perceber a tensão em seus ombros, toda vez
que Lucas chegava para me buscar. Amanhã está
marcado para passar o dia todo no SPA.
Não quero deixar meus filhos sozinhos.
Damen me garantiu que vai cuidar bem deles. Mas,
ainda assim, não confio nele totalmente ainda. Está
é a primeira vez que saio para qualquer lugar sem
meus filhos, o que está me deixando
completamente louca de nervosismo.
— Você precisa se acalmar, boneca —
Damen fala calmamente, tentando me acalmar, mas
fracassando. Balanço Bernardo nos meus braços.
— Essa é a primeira vez que eles vão ficar
longe de mim — ando de um lado para o outro,
enquanto tento consolar meu filho que chorou
quando comecei a sair.
— Pelo amor de Deus! Senta. Você vai
acabar passando sua inquietação ainda mais para
ele. Prometo que se nós precisarmos de você, vou
ligar, tudo bem? Agora se acalma — Damen
comanda, distraindo os outros dois. Paro, me
sentando na ponta da cama.
— Tudo bem. Vou tentar não ficar
preocupada — beijo a cabecinha de Benjamin, que
está dormindo tranquilamente na cama, enquanto
Damen tenta distrair Beatriz e Romero.
— Agora vai, boneca. Você ainda tem que
fazer a prova do vestido — olho suplicante para ele
me ajudar a me livrar disso. Não quero ir. Fico
olhando meu filho nos meus braços, dormindo
pacificamente.
— Quando você voltar, estaremos aqui te
esperando. Você precisa se divertir um pouquinho
— Damen tenta me acalmar mais uma vez. Coloco
Bernardo no berço, em seguida retirando Benjamin
da cama e colocando-o ao lado do irmão.

Já se passaram duas malditas horas longe


dos meus filhos. Sara não se decidiu em nada ainda.
Ela está tranquila, já que trouxe sua filha junto,
então pode estar calma. Mas eu não. Respiro fundo
tentando me acalmar. Damen me entregou a chave
do seu carro, uma Ferrari preta sem brilho.
“Como está meus pequenos?”
Mando uma mensagem para Damen em
busca de notícias dos meus pequenos. Já se
passaram vinte minutos e ele ainda não me
respondeu. Damen está tentando me deixar louca,
só pode.
— Você precisa relaxar — Sara diz,
amamentando sua pequena Emilly.
— Você saberia se tivesse deixado a sua em
casa — me sento na sua frente.
— Você tem razão. Nunca fiquei sem
minha filha — responde.
— É angustiante — falo, olhando o celular
novamente. Nem quero pensar em amanhã. Será o
dia inteiro longe dos meus pequenos. Sem contar
que tem o casamento à noite e a festa.
Depois de mais quatro horas, Sara
finalmente fica satisfeita com suas escolhas. Entro
na Ferrari de Damen, dirigindo rapidamente,
costurando entre os carros. Chego na mansão em
tempo recorde. Dez minutos, no máximo.
— Você vai se matar assim — Lucas diz
assim que estaciono em frente à mansão, saindo
rapidamente.
— De quem é a culpa? — pergunto,
passando meus braços a sua volta, dando-lhe um
beijo rapidamente no rosto, enquanto ele beija
minha bochecha de volta.
— Minha — responde enquanto entramos
na casa. Vou logo procurar meus bebês.
— Estão no quarto — Lucas fala atrás de
mim.
— Obrigado — subo as escadas.
Entro no quarto e encontro meus pequenos
dormindo. Já está tarde da noite. Fiquei preocupado
com eles, mas vendo-os bem e dormindo, me enche
de felicidade e de tranquilidade.
— Você está se preocupando demais —
Damen fala me pegando de surpresa. Me viro
lentamente, encontrando-o sentado na poltrona no
canto do quarto.
— Diz isso para uma mãe que ela deve se
acalmar quando nunca ficou longe dos seus filhos
— falo, caminhando até ele, depositando minha
bolsa na cama no processo.
— Você tem razão. Não consigo entender
esse sentimento — Damen murmura, me puxando
para seu colo. Beijo seus lábios carinhosamente.

Damen tenta me acalmar novamente, me


puxando para seus braços, beijando levemente
meus lábios. Um pouco da minha inquietação
desaparece. Abraço-o com força, antes dele
começar a se afastar. Seguro sua camisa, puxando-o
para mim, abraçando-o com ainda mais força.
Assim que desço as escadas, encontro meus
filhos brincando. Quando eles me veem, começam
a chamar pela mamã deles. Meu coração enche de
um amor incondicional, sem explicação. Sento-me
no chão, logo eles estão tentando escalar meu colo,
o que me faz rir.
— Boneca, você tem que ir. Já está atrasada
— Damen acaricia meus cabelos carinhosamente.
Estou com a mesma inquietação subjacente desde
ontem. Damen não tentou fazer sexo comigo hoje.
Sempre fazemos sexo matinal, mas acho que ele
percebeu que meus nervos estão à flor da pele.
Me levanto, olhando para meus filhos, que
me olham com expectativa. Tomando coragem,
abraço meu namorado, apreciando seu calor. Em
seguida, saio dos seus braços. Beijo a cabecinha
dos meus filhos, pegando minha bolsa e saindo.
Meu coração está acelerado. Que Deus me
ajude!
Vinte minutos depois, encontro Sara e
Sasha em uma das boutiques mais chiques da
cidade. Sasha já está provando seu vestido.
— Graças a Deus você veio — Sara fala
assim que me vê. Precisamos ver se os vestidos
estão perfeitamente ajustados. Sara é sua manias de
perfeccionismo. Já tínhamos provado eles ontem.
— Tive um probleminha em deixar meus
filhos — deixo minha bolsa no sofá. Damen quase
não quis me deixar dirigir seus carros esportivos,
dizendo que vou me matar se continuar dirigindo
feito uma louca.
— Eu sei como é. Foi difícil para mim
também deixar Emilly hoje — Sara fala, com um
sorriso compreensivo, antes de fazermos a última
prova dos vestidos.
Chegamos ao SPA assim que terminamos
com os vestidos. As velas aromatizantes deixam o
ambiente suave. Fizemos depilação, massagem e
mais algumas coisas que não faço a mínima ideia
do que sejam.
No meio da tarde, Damen trouxe nossos
filhos para me ver, o que me fez apaixonar ainda
mais por ele.
— Obrigada — capturo seus lábios
rapidamente. Ele apenas sorri, devolvendo o beijo,
com um sorriso de canto.
— Você é uma mãe maravilhosa — Damen
fala para mim assim que me sento no sofá com
meus pequenos nos braços. Romero se aperta nas
minhas pernas.
— Vocês brincaram muito? — pergunto a
ele, passando minha mão em seu cachos macios.
— Sim, muito. — O pequeno murmura,
mostrando-me um sorriso inocente.
Damen foi embora quando começamos a
nos arrumar para o casamento. Na hora da
maquiagem, Sara escolhe uma maquiagem simples,
mas elegante, marcando seus olhos em um
esfumado marrom com mais algumas cores. Sasha
escolhe a mesma maquiagem, mudando apenas o
batom, usando um vermelho sangue marcante e
sexy. Já na minha, opto pela mais natural possível,
realçando meus olhos apenas com um marrom e um
delineado.
Quando Sara está vestida, nos
emocionamos. Ela é primeira de nós três que vai se
casar. Sara parece uma princesa, seu vestido
belíssimo, no estilo princesa mesmo, magnífico,
trabalhado a mãos, todo bordado com pedrarias
cravejadas de pequenos diamantes. Em seus pés
estão saltos altos brancos com pedrinhas
lindíssimas e delicadas. Devem ter custado uma
fortuna. Acompanhando o vestido, uma Coroa, um
colar e brincos cravejados de diamantes. O véu
contém pequenas pedras delicadas.
Em suas mãos está um buquê com rosas
vermelhas e brancas em uma harmonia perfeita.
Sara está um sonho de tão linda. Uma verdadeira
princesa da máfia.
Meu vestido de madrinha e o de Sasha são
quase da mesma cor. Cores exóticas, como um
salmão, mas ao mesmo tempo quase rose. A única
diferença entre nossos vestidos é que o da Sasha é
bordado a mão com pequenas pedras, uma manga
longa com decote generoso na frente. Já o meu é
bordado a mão, estilo sereia, sem mangas e com um
decote generoso nas costas. Escolhi um salto mais
simples, branco com pequenas pérolas na frente
para acompanhar.
A cerimônia de casamento não será no
mesmo local da recepção, será na frente. Sara está
uma pilha de nervos assim que chegamos ao local
onde a cerimônia será realizada. Ela fica dentro do
carro enquanto descemos com cuidado. Está tudo
luxuoso, perfeitamente. A celebração será ao ar
livre, rosas de várias cores decoram o caminho até
o altar.
Assim que saio do carro, vou à procura de
Damen. O encontro conversando, alto e imponente,
com alguns homens, provavelmente mafiosos. Meu
coração está acelerado enquanto caminho até ele.
Damen está lindo com o cabelo puxado para trás,
de terno azul marinho combinando com seus olhos
azuis pálidos.
Anastácia está quase esfregando os peitos
falsos no braço do meu homem. Levanto minhas
sobrancelhas interrogativamente. Damen ainda não
me viu. Quando chego perto, Damen puxa sua boca
em um meio sorriso sexy, me olhando de cima a
baixo contemplativo.
Chegando na sua frente, beijo seus lábios
rapidamente, antes de seus braços passarem em
volta da minha cintura.
— Está perfeita — fala em português. Passo
os braços ao redor do seu pescoço, acariciando seus
cabelos macios, ignorando todos ao meu redor.
— Você também.
— Você está deliciosamente quente. —
Damen beija o canto da minha boca.
— Digo o mesmo — murmuro entre beijos.
— Essa é a minha mulher, Anny — Damen
me apresenta com uma mão na minha coluna. Os
homens me despem com o olhar, mas disfarçam
rapidamente assim que percebem o olhar do meu
namorado. Não rápido o suficiente, pois Damen
estreita os olhos, fazendo-os desviarem o olhar para
longe de mim.
— Preciso de você — falo em inglês,
gesticulando rumo ao carro. Ele desliza uma mão
na minha cintura, me conduzindo com passos
firmes.
Onde Damen passa, alguns dos convidados
balançam a cabeça em respeito. Passamos pela
escada decorada com flores e velas, a coisa mais
linda e elegante, e mesmo assim romântica. Quando
estamos a sós, ele aperta minha bunda, seguido por
um tapa na minha nádega direita.
Damen começa a descer a mão pelo decote
do meu vestido, apalpando minha bunda.
— Sem calcinha? — pergunta, beijando
meu pescoço, me encostando na parede enquanto
aperta mais forte a minha carne. Oh meu Deus, isso
é tão bom! Damen desce uma das mãos entre as
bochechas da minha bunda, descendo e descendo.
— Agora não, Damen — tento tirar sua mão
de dentro do meu vestido. Se alguém ver, será
vergonhoso.
— Por que não? Vai ser só uma rapidinha
— Damen tenta me beijar. Ele me aperta em seus
braços, conseguindo beijar meus lábios levemente.
— Damen. O casamento vai ser em meia
hora. Não dá tempo. Tenho que ver o Lucas —
tento novamente, e dessa vez ele retira a mão de
dentro do meu vestido. Mas não sem antes passar
os dedos entre meus lábios vaginal. Gemo de
prazer.
— Porra! Malditamente molhada. Vou
passar o casamento de pau duro — geme de
frustração.
Dou-lhe meu sorriso sensual antes de
terminarmos de descer as escadas. Minha vagina
ainda está molhada, ainda excitada.
Bato na porta do quarto de Lucas, que
murmura com sua voz profunda um "entre".
Abro a porta encontrando Lucas, que anda
de um lado para o outro, nervoso. Ele está lindo,
vestido em um terno preto elegante, totalmente
diferente. Dou-lhe meu sorriso reconfortante.
— Sabe... a Sara mandou te falar que não
vai mais se casar com você — minto, deixando
lágrimas de crocodilo cair sobre meu rosto. Ele me
olha por um longo momento, me avaliando.
Encosto minha cabeça no peito de Damen,
chorando falsamente.
— Você está brincando, não é? — Lucas
pergunta quase gritando. Começo a dar gargalhadas
da sua aflição.
— Você achou mesmo que não ia ter
trollagem no dia do seu casamento? Bem,
tecnicamente não é uma trollagem — sorrio. Lucas
estreita os olhos para mim.
— Você me paga — murmura.
— Parabéns — abraço-o e beijo sua
bochecha, sorrindo.
Depois de alguns minutos, quase na hora da
cerimônia, voltamos para o carro, chegando rápido
a igreja. Entro ao lado de Damen, e todos os
olhares estão concentrado em nós. Em seguida
Sasha entra com Marcos. Ele está lindo em um
terno preto elegante.
A entrada da noiva é a mais esperada de
todas. Quando chega o momento, estou ansiosa
para a marcha nupcial. Assim que começa a tocar,
todos se levantam na expectativa de poder ver
melhor a noiva. As cortinas são abertas, revelando
minha amiga, enquanto todos suspiram. Ela está
magnífica.
Sara começa a caminhar pelo corredor
repleto de flores, causando murmúrios de
apreciação, que podem ser ouvidos por toda a
igreja. A troca de aliança é emocionante, fazendo
meus olhos lacrimejarem. Empurro minhas
lágrimas de volta, Damen me aperta em seus
braços. Só quando o padre os declara casados, aí
sim, deixo as lágrimas descerem livremente. A
recepção será em outro salão, à frente da igreja.
A decoração é um luxo, completo com rosas
vermelhas e velas decorando as mesas. No outro
lado a uma mesa com um bolo de cinco camadas,
com rosas também vermelhas enfeitando. Um
casamento de uma verdadeira princesa da máfia.
Enquanto todos dão os parabéns para os
recém-casados, ajudo Sara a fazer a primeira troca
da noite. A cor do vestido é semelhante os das
madrinhas, acompanhando com um salto branco
delicado. Coloco um vestido dourado simples, não
menos sensual. As aberturas vão até a cintura, com
um salto alto belíssimo.
— Meu Deus! Você está linda — falo para
Sara, que mexe nervosamente no vestido.
— Obrigada. Nem acredito que estou
casada — fala, ainda ajeitando o vestido.
— Claro que está, senhora Davenport —
sorrio enquanto a abraço. Lucas vem buscá-la,
deixando-me sozinha. Enquanto termino de retocar
minha maquiagem, a porta é aberta, e Anastácia
entra sem sequer bater. Essa mulher está me dando
nos nervos.
— Querida, não quero incomodar, mas
estava pensando... — Anastásia começa, com sua
voz chata e estridente. Oh, lá vem veneno. Antes de
terminar, falo:
— Você pensa, querida? — soo secamente,
olhando-a com indiferença. Ela está me irritando
pra caralho!
— Se você é realmente namorada do
Damen, por que não tem aliança? — pergunta em
um tom de superioridade. Ela acha mesmo que sou
burra para cair nesse jogo barato de manipulação?
— Querida, não preciso de uma aliança para
ser a namorada — falo calma. Ela quer que eu
questione meu relacionamento com Damen, me
fazer pensar que não sou importante.
— Tem certeza? Você não é importante
para o Damen. Ele só está com você por causa
daquelas crianças horrorosas — Anastasia solta seu
veneno.
Agora ela passou dos limites! Levanto-me,
caminhando até ela.
— Você não passa de uma vadia que perdeu
a chance de se casar com o rei da máfia, nada além
disso. Se Damen estava transando com você, para
mim tanto faz. É para isso que mulheres como você
servem. Para serem fodidas, não para serem
esposas. Se Damen não me amasse, não teria
passado dois anos me procurando. Você não passou
de uma distração barata, agora está aqui se
humilhando. Você acha mesmo que vou cair nesse
seu joguinho barato? Sou mulher suficiente para
confiar no meu homem.
Quando termino de falar, ela está vermelha
de raiva. Ela levanta a mão para me bater, bloqueio
seu braço como Lucas me ensinou. Dou-lhe um
tapa bem dado no meio da cara, fazendo-a gritar de
dor. Depois dou-lhe uma rasteira, fazendo-a cair no
chão. Agarro seus cabelos com força, puxando seu
rosto bem perto do meu.
— Se você tentar isso mais uma vez, ou
chegar perto do meu homem, vou matá-la, sua
vagabunda. Não mexa comigo, entendeu? —
Anastasia não responde a minha pergunta, então
puxo com mais força seus cabelos, fazendo-a gritar
novamente de dor.
— Você entendeu, querida? — dou-lhe
outro tapa, deixando a marca dos meus dedos por
toda sua bochecha. É uma linda obra de arte.
— Entendi — responde, chorando. Me
levanto, caminhando elegantemente até a porta. —
Você vai se arrepender — fala, ainda chorando,
enquanto massageia as bochechas.
— Você está fadada ao fracasso, sua burra.
É melhor não tentar. Nunca vai conseguir. Estou
sempre a sua frente. — saio, deixando-a sozinha
Encontro Damen sentado, conversando com
vários homens e mulheres. Seu rosto, lindo, como
sempre está frio, sem mostrar nada. Quando ele me
vê, seus olhos escanceiam meu corpo de cima a
baixo, se aquecendo com a luxúria latente.
Caminho na sua direção, Damen passa o braço em
volta da minha cintura assim que chego ao seu
alcance.
— Você está comestível — Damen fala
baixinho no meu ouvido, beijando abaixo da orelha.
— Isso é meio grosseiro da sua parte,
senhor Davenport — falo docemente. Ele apenas
puxa a boca, um fantasma de um sorriso
aparecendo em sua face, que ele só faz quando
estamos a sós. Nos acomodamos em uma mesa.
Damen está conversando com alguns homens,
sempre me olhando de soslaio. Uma de suas mãos
descem entre minhas pernas. Damen bate na minha
coxa, em um comando silencioso, me mandando as
abrir. Finjo não perceber. Não vou fazer sexo em
público.
Ele desce ainda mais a mão, seus dedos
acariciando bem perto da minha boceta. Minha
respiração acelera superficial. Seus dedos roçam
minhas dobras, começando a esfregar levemente
minha boceta encharcada. Abro instantaneamente
minhas pernas, dando-lhe mais acesso. Damen
belisca meu clitóris, fazendo minha respiração
falhar. Escorrego minha mão em seu colo,
acariciando seu pau por cima da calça com
movimentos lentos.
Damen continua conversando enquanto
acaricio seu pau, enquanto trabalha na minha
boceta pulsante. Ele se inclina, falando baixinho no
pé do meu ouvido:
— Não faça barulho, boneca. — Como não
vou fazer barulho quando ele está fazendo coisas
incríveis entre minhas pernas?
Mordisco seu lábio inferior, em uma
tentativa inútil de não gemer alto. Minhas
bochechas estão pegando fogo de vergonha.
Continuo trabalhando em seu pênis, sinto-o crescer
mais ainda. Estou tão perto, enquanto ele, mais
parece não estar sentindo nada, mesmo seu pau
crescendo a cada segundo. Ele pede desculpas,
tirando minha mão do seu pau, em seguida
conduzindo-me pelo corredor. Damen entra no
banheiro, me encostando na porta e beijando-me
loucamente.
A encosto na porta, beijando sua boca com
desespero. Sinto uma vontade descontrolada de
consumi-la. Puxo a frente do seu vestido,
escorregando minha mão pela sua barriga lisinha,
levantando arrepios em sua pele sedosa. Escorrego
meus dedos pela sua barriga, seguindo caminho
pela sua boceta. Meu pau pulsa dentro da calça.
Anny geme baixinho contra minha boca quando
escorrego meus dedos para dentro dela. Porra, ela
está pingando! Quero meter meu pau em sua
bocetinha quente e molhada.
Levanto uma de suas pernas, dando-me um
melhor acesso. Coloco mais um dedo dentro dela,
que mexe os quadris encontrando meus golpes,
gemendo baixinho. Anny começa a abrir meu cinto
com suas mãos trêmulas. Como eu gostaria de
espancar sua linda bunda com ele bem aqui e agora.
Ela puxa meu zíper para baixo, enfiando a
mão dentro da minha cueca, puxando meu pau para
fora, o acariciando lentamente. Sinto meu pré-gozo
escorrendo da ponta do meu pau. Estou quase lá.
Seguro às duas pernas de Anny, levantando-as,
fazendo-a enrolar na minha cintura.
Que bom ela está tomando pílula. Eu não
suportava mais usar preservativo com ela.
Posiciono meu pau em sua abertura,
fazendo-a gemer alto. Anny passa os braços em
volta do meu pescoço, gemendo assim que a
penetro. Gosto de ouvir seus gemidos ofegantes e
descontrolados. Ver suas bochechas coradas.
Deslizo suavemente em seu canal apertado, solto
um gemido alto, movo meus quadris em
movimentos rápidos e fortes.
Anny geme no pé do meu ouvido, e isso me
descontrola. Agarro sua bunda com força, dou-lhe
um tapa forte, ela grita. Porra! Sua boceta aperta
meu pau gostoso. Isso é o paraíso. Ela é perfeita
para mim!
Seguro as alças do vestido, puxando para
baixo, expondo seu belos seios. Sugo seus mamilos
para dentro da minha boca, sentindo que ela está
perto. Sua boceta aperta mais meu pau, fazendo
minhas bolas se contraírem dolorosamente de
prazer. Dou-lhe mais dois tapas na linda bunda,
fazendo-a gozar com um grito abafado pelo meu
beijo. Movimento meu quadril mais rápido,
gozando com um estremecimento dentro do seu
canal.
Distribuo leves beijos pelo seu ombro assim
que Anny encosta a cabeça em mim, respirando
ofegante. Coloco-a no chão, mas não a solto,
continuo segurando seu corpo. Coloco meu pau
dentro da calça, olhando minha porra escorrer pela
suas pernas elegantes.
Vou até a bancada, pego uma toalha, coloco
embaixo da torneira e a molho, caminho até ela e
puxo seu vestido, abrindo suas pernas e passando a
toalha por entre elas, limpando minha porra que
escorreu. Olho-a calmamente, seus lindos olhos
esmeraldas estão me olhando com admiração.
Sinto-a fechar as pernas, ficando com as bochechas
coradas.
— Deixe-me te limpar, boneca — tento
abrir suas pernas novamente, que deixa, expondo
sua boceta lisinha e macia novamente. Meu pau
pulsa com a visão. Passo a toalha delicadamente
por sua intimidade. Quando termino de limpá-la,
descarto a toalha na lixeira. Não quero ninguém
pegando nessa toalha.
Assim que Anny apareceu vestida neste
vestido, fiquei louco vendo todos os homens do
salão comendo-a com os olhares, tendo fantasias
com ela. Meu sangue ferveu. Queria matar todos
que lhe direcionaram o olhar. Quase a mandei
trocar de roupa se não quisesse me ver matando
alguém. Mas lembro que ela é minha toda vez que
Anny sorri para mim, e isso é tudo o que importa.
Seu sorriso feliz. Todos podem ver, mas não tocar.
O único que vai tocá-la sou eu, apenas eu.
— Não acredito que fiz isso — fala com sua
voz suave.
— Por quê? — pergunto, ajeitando seu
vestido.
— Só nunca fiz isso. Eu gostei muito. —
Anny responde, me olhando envergonhada. Dou-
lhe meu sorriso arrogante, beijando a ponta do seu
nariz.
— Quando chegarmos em casa, vou foder
tanto essa bocetinha, que você vai me sentir por
dias — falo no pé do seu ouvido, fazendo-a exalar
agudamente.
Faz malditos dias que não transamos de
verdade. Meu pau está totalmente duro só em
pensar em estar dentro dela novamente.
Desde ontem Anny anda muito nervosa,
sem querer deixar nossos filhos. Entendo que ela
nunca ficou sem eles, me agradou bastante saber
que ela ama tanto nossos filhos aponto de ficar
nervosa em sair. Por esse motivo, arrumei um
quarto aqui, assim podemos ficar de olho neles.
Não quero ela preocupada o tempo todo, ela cuidou
dos nossos filhos por muito tempo sozinha.
— Tem uma coisa que tenho que te contar,
mas não fica bravo, está bem? — Anny pergunta
calmamente, lavando as mãos na pia. Estreito meus
olhos para ela, então balanço a cabeça
afirmativamente.
— O que você fez? — pergunto, olhando-a
sem qualquer reação.
— Bati na Anastácia — responde,
esperando minha reação. Mantenho meu rosto sem
mostrar nada totalmente. Isso me surpreende.
Minha garota não é violenta, pelo que pude
perceber. O que aquela prostituta fez?
— Por quê? — pergunto cautelosamente.
Anastácia foi uma das únicas que fodi mais de uma
vez. Não porque ela seja boa de cama, mas sim
porque estava sempre lá e era mais fácil quando eu
não tinha tempo para procurar outra mulher. Nada
de especial. Me cansei dela rapidinho. É fútil
demais, além de artificial. Gosto de mulheres
naturais.
— Ela falou merda, em seguida tentou me
bater depois que falei umas verdades. Então posso
ter dado uma rasteira nela, uns tapas na cara, alguns
puxões de cabelo e talvez possa ter mandado ela
ficar longe de você, ameaçando-a de morte também
se ela continuasse com seu joguinho de
manipulação barata. Só isso. — Anny fala como se
não fosse nada, ainda sorrindo, do nada seu rosto
ficando em branco, sem mostrar nada. Caralho! Ela
é boa. Quando ela aprendeu a fazer isso?
— Só isso? — pergunto a ela, que apenas
acena afirmativamente.
— Tudo bem então? — Garota esperta.
— Não vai ficar bravo? — continua,
cautelosamente. Talvez pelo fato de não nós
conhecemos tão bem ainda. O que pretendo mudar.
— Não, por que ficaria? — pergunto a ela.
Anastácia teve o que mereceu.
— Não sei — alisa seu vestido.
— Vamos — estendo a mão para ela, que
desliza a minha na sua.
Voltamos para a festa, os homens
continuam olhando-a com desejo, enquanto as
mulheres olham-na com inveja. As coisas não serão
fáceis, principalmente pelo fato dela não fazer parte
de nosso mundo. Não me importo, mato todos sem
pensar duas vezes. Mato todos que tentarem tirá-la
de mim, assim como meus filhos e meus irmãos.
Levo-a para a pista de dança, que é bem
simples comparada ao luxo do resto, apenas luzes
de todas as cores. Puxo minha garota para os meus
braços, tomando cuidado para ninguém ver o que
somente eu verei, juntando nossos corpos.
Já está bastante tarde, vamos ao segundo
andar, encontrando nossos filhos que estão
dormindo pacificamente. Uma sensação de
proteção toma conta de mim ao vê-los tão pequenos
e indefesos. Se alguém ousar chegar perto de um
deles, eu a mato da forma mais cruel que existe,
sem piedade, sem compaixão.
Coloco Romero no meu ombro, em seguida
Anny coloca Bernardo no meu outro braço, que
está dormindo pacificamente. Vejo-a em seguida
pegar Beatriz, e depois Benjamin no colo. Não sei
como ela consegue fazer isso sem acordá-los. Cada
dia mais fico louco por essa mulher.
Quando chegamos em casa, coloco nossos
filhos e Romero na cama, deixando-os dormindo
confortáveis. Quando entramos no nosso quarto, ela
começa a retirar as roupas, ficando totalmente nua.
Olho seu lindo corpo. Suas pernas torneadas, seu
bumbum lindíssimo bem na minha frente. Retiro
minhas roupa, ficando apenas de cueca. Ela ainda
está no mesmo local, olhando para o nada.
Caminho até onde está, puxando-a para meus
braços.
— O que foi, boneca? — pergunto,
descansando meu queixo acima da sua cabeça.
— Não é nada. Só estou cansada. Vou
tomar um banho e dormir — fala, se inclinando do
meu toque.

— Aqui que você trabalha? — pergunto,


olhando em volta da boate onde nos encontramos
pela primeira vez.
— Não exatamente. Uso mais para lavar
dinheiro. — Damen responde. Lavagem de
dinheiro sujo.
— Pensei que vocês fossem donos de
bancos e joalherias — vou até o bar.
— Sim, mas assim é mais fácil.
— Entendi. Assim é mais fácil de despistar
qualquer investigação — falo, sentada entre suas
pernas.
— Não que alguém fosse investigar. Eu
possuo Las Vegas inteira — responde, sorrindo,
daquele seu jeito arrogante.
— Capo. — Um rapaz de cabelo loiro
escuro entra, indo direto para o bar, seus olhos são
azuis.
— Rynce. — Meu namorado responde sem
sequer olhar o rapaz.
— Quem é ele? — pergunto, olhando o
garoto alto e musculoso trabalhar sem sequer olhar
na minha direção. Ele poderia estar em uma capa
de revista pela sua aparência.
— O barman — responde, olhando por
cima do meu ombro.
— Você não gosta dele? — olho em seu
olhos calmos.
— Se eu não gostasse dele, boneca, ele
estaria morto — Damen responde, me fazendo
estremecer com a frieza em sua voz. Eu preciso me
acostumar com esse lado dele.
— As suas palavras me causam arrepios —
murmuro.
— Eu sei, no entanto, não vou tentar ser
uma pessoas que não sou — acaricia as minhas
costas.
— Capo, posso falar com você um
momento? — Um rapaz ruivo pergunta, parecendo
nervoso. O garoto olha para mim e depois para
Damen, como se não soubesse o que fazer, ou
como se comportar na minha presença.
— Já vou. — Damen responde se levando,
em seguida me depositando no banquinho.
— Não sai daqui. Posso demorar um pouco,
mas já volto — fala, esperando minha resposta.
— Ok. Vou conversar com o rapaz ali —
aponto.
— Está bem. Volto o mais rápido que
puder. — Damen fala saindo, mas não antes de dar
um olhar significativo para o garoto atrás do bar.
Reviro meus olhos para ele antes de me virar para o
bar.
— Oi. Sou a Anny. — Me apresento. O
garoto levanta os olhos para mim, assustado. São
mais bonitos de perto, percebo.
— Ah, oi. Sou Rynce — responde, olhando
em volta, como se estivesse procurando alguém.
— Damen não vai te matar por conversar
comigo — falo sorrindo.
— Bem, senhorita, eu não teria tanta certeza
— responde limpando um copo.
— Aff, eu mereço — murmuro em
português.
— O quê? — ele pergunta. Levanto minhas
sobrancelhas. Ele entendeu o que falei, ou
perguntou o que eu estava falando.
— Você fala português? — pergunto, me
inclinando para frente.
— Não senhorita — responde, se afastando
um pouco.
— Anny. Nada de senhorita — resmungo.
Esse negócio de senhorita não é comigo.
— Você é a namorada do Capo? —
pergunta. Ele me parece familiar, mais quem?
— Sim somos — concordo. Ele sorri
verdadeiramente, me entregando uma taça de
vinho.
— Obrigada — agradeço, levando os lábios
e bebendo um pouco.
— De nada.
Uma hora depois Damen aparece em outra
roupa e de banho tomado. Levanto minha
sobrancelhas para ele em uma pergunta silenciosa.
— Você demorou muito — falo, me
levantando.
— Alguns problemas — ele responde,
beijando meus lábios levemente.
— Por que você está com outras roupas? —
pergunto.
— Às outras estavam sujas de sangue —
responde com naturalidade, como se não fosse nada
demais. Isso significava que ele acabou de matar
uma pessoa?
— Você estava...? — Não completo a frase.
Eu não quero saber.
— É melhor você conhecer esse lado da
minha vida o quanto antes. — responde.
— Acho que sim — murmuro antes dele
reivindicar minha boca em um beijo feroz.
Tem alguma coisa muito errado com minha
garota. Desde ontem ela está estranhamente quieta.
Isso está me deixando preocupado. Desde que nos
conhecemos, ela é uma mulher alegre, divertida,
espontânea, e não retraída.
Ela continua dormindo, mesmo já se
passando das duas da tarde. Isso está me intrigando.
O que está acontecendo com a minha garota? Ela
apenas me pediu para cuidar dos nossos filhos. Isso
é estranho. Ela sempre quer dar prioridade para as
crianças. Eles estão aborrecidos sentindo a falta da
mãe.
— O que eles têm? — Deimon pergunta
entrando no quarto com sua pequena garota a
reboque. A garota sempre tímida, retraída, não tem
a menor confiança em ninguém além do meu
irmão.
— Nada.
— Certeza?
— Estão sentindo a falta da mãe deles. —
Enfim respondo, enquanto Bernardo choraminga no
meu colo esfregando os olhos irritado.
— Onde está a mãe deles? — Deimon
pergunta se inclinando e pegando Bernardo dos
meus braços.
— Ela está deitada desde ontem. Estou
começando a ficar preocupado — ando de um lado
para o outro enquanto tento acalmar Benjamin.
— Você não perguntou se ela está bem? —
Deimon questiona olhando sua menina na porta do
quarto, que olha incertamente para mim.
— Entra anjo — fala para Gena. Ela entra
com passos hesitantes, sentando-se na ponta da
cama com as mãos no colo. Retiro meus olhos dela
quando seu desconforto se torna evidente.
— Perguntei, mas ela diz que está bem. Não
sei o que está acontecendo com ela. — Me sento na
poltrona com meu filho em meu peito, já quase
dormindo, que, no entanto, continua inquieto. A
agitação já está começando a aumentar.
— Cara, você precisa se acalmar. Está
deixando as crianças agitadas. — Meu irmão
adverte assim que me levanto novamente.
— Cuida deles. Vou ver se ela ainda está
dormindo — falo, saindo sem esperar por sua
resposta. Gena é boa com crianças.
Assim que abro a porta do quarto, ouço seu
soluços baixos. Sinto uma inquietação no meu
peito, bem no meu coração. Isso é novo para mim,
nunca senti isso antes por uma mulher.
Me aproximo lentamente da cama, sem
fazer movimentos bruscos. Anny está sem roupa,
com o rosto virado para o outro lado, chorando. As
cobertas estão em volta da cintura fina, os cabelos
em uma bagunça total, enquanto seu corpo pequeno
sacode com a força dos soluços.
Sento-me na cama vagarosamente,
acariciando seu braço, alertando-a da minha
presença. O que aconteceu para ela estar assim?
Será que a machuquei sem perceber? Puxo-a para
meus braços, seus soluços se intensificam ainda
mais. Parte meu coração vê-la assim.
Ela coloca a cabeça na curva do meu
pescoço, enquanto esfrego círculos pequenos e
suaves em suas costas. Depois de um tempo, Anny
já está mais calma, seu soluços dão lugar apenas ao
fungado. Ela levanta a cabeça brevemente, seus
olhos estão vermelhos e inchados de tanto chorar.
— O que aconteceu? — pergunto
cautelosamente enquanto ela deita a cabeça no meu
ombro novamente. Ela não diz nada por um tempo.
Dou-lhe o tempo que ela precisa para me contar o
que está acontecendo. Logo ela murmura baixinho,
quase não a ouço por seu rosto estar na curva do
meu pescoço.
— É aniversário de morte da mamãe —
sussurra com uma dor na voz, depois de distanciar
um pouco de mim. Aperto-a ainda mais contra meu
corpo, como se pudesse tirar a dor dela com nosso
contato físico. Eu posso suportar qualquer dor, mas
não a ver assim.
— Eu sinto muito, boneca — acaricio seus
cabelos sedosos enquanto beijo a ponta do seu
nariz.
— Tudo bem — Anny passa os braços em
volta do meu pescoço, apertando-o. Então escuto o
choro dos nossos filhos, que a faz levantar a cabeça
na mesma hora.
Levantando-se, Anny entra no closet e pega
uma roupa da sua mala, vestindo rapidamente.
Mesmo sofrendo, ela pensa em nossos filhos antes
de tudo. Ainda nem acredito que sou pai de três
preciosidades, imagina ter uma garota assim como
ela.
— Vou cuidar deles boneca — falo
baixinho. Ela precisa de tempo.
— Não. Mal vi meus filhos ontem, eles
devem estar sentindo a minha falta — Anny enxuga
as lágrimas que tinha caído. Eu realmente não sei o
que fazer em momentos como esse.
— Se quiser conversar, você tem a mim,
tudo bem? — me levanto, alcançando-a e a
envolvendo em meus braços em um abraço
reconfortante. Anny se agarra ainda mais a mim em
busca de conforto. Beijo sua cabeça, fazendo-a
soltar um suspiro suave.
— Vou ver as crianças. Leve o tempo que
precisar — acaricio sua bochecha, em seguida
beijando levemente seus lábios suculentos.
Saindo do quarto, encontro Deimon com
Bernardo no colo enquanto tenta acalmá-lo. Gena
brinca com Beatriz em cima da cama. Ele vai
parando de chorar aos poucos assim que entro.
Anny entra no quarto alguns minutos depois,
fazendo com que os quatro a sigam com olhar.
Romero já a ama, acompanha cada movimento seu
com os olhinhos brilhantes. Benjamin estende os
bracinhos fazendo-a sorrir, um sorriso verdadeiro.
— Mamã, mamã. — Benjamin chama,
começando a chorar.
— Oi, meu amor — Anny sussurra,
pegando-o no colo.
— Você pode colocar o Bernardo na cama?
— Ela pergunta para Deimon, que me lança um
olhar interrogativo. Balanço a cabeça
positivamente.
— Depois conversamos — murmuro.
Deimon está olhando seus olhos que ainda estão
vermelhos, em conjunto ao seu lindo rosto que se
encontra inchado.
Deimon faz o que ela pede. Gena levanta da
cama murmurando um “oi” baixinho, Romero se
levanta da poltrona subindo na cama, e eu apenas a
observo deitar de lado enquanto eles tentam subir
em cima do seu corpo. Seu olhar encontra o meu e
ela me direciona um pequeno sorriso.
Quando os cinco estão dormindo
amontoados em cima da cama, saio do quarto.
Tenho um assunto para resolver.
Trinta minutos depois estaciono minha
Ferrari em frente à casa da Anastácia. Quando entro
na sala, ela está sentada toda arrumada, sorrindo de
forma sedutora para mim. Me sento na poltrona a
sua frente como se o mundo fosse meu.
— Deixe-me perguntar uma coisa — falo
calmamente, como se não quisesse nada. Ela fica
cautelosa. Não deveria ter mexido com a minha
garota.
— Qual foi a parte de “eu não quero você
perto da minha mulher e dos meus filhos” que você
não entendeu? — pergunto estreitando meus olhos
na sua direção.
O único objetivo dela era se tornar a esposa
de um mafioso de alto escalão, o que não vai
acontecer.
— Eu fiquei longe, meu amor — responde
docemente. Já estou extremamente irritado e ela
ainda tenta me manipular. Vou acabar perdendo
minha maldita cabeça.
Levanto-me e caminho na sua direção,
chegando bem perto, puxo minha faca. Seus olhos
se arregalam ao acompanhar o movimento, e por
instinto, ela começa a se afastar, começando a
chorar. Dou-lhe meu sorriso perigoso.
— Não, não — falo docemente. Ela
empurra-se para trás do sofá, tentando manter
distância de mim.
— Damen por-por f-favor — ela começa a
suplicar sem mim nem ao menos fazer alguma
coisa, ainda.
Meu sorriso se alarga quando o espaço
acaba. Encosto minha faca no pescoço dela.
— Eu gostaria muito de saber por que você
tentou bater na minha esposa. Você não passou de
uma prostituta para mim — passo a faca pelo seu
rosto. Ela está imóvel, seus olhos transbordando em
lágrimas.
Meu sorriso aumenta ainda mais quando
vejo o terror em seus olhos. Me enche de vida
sentir o terror nos olhos das minhas vítimas antes
de matá-las. Meu sangue pulsa em uma adrenalina
viciante. É como heroína, quando você
experimenta, não quer mais parar.
Desço minha faca até a sua barriga,
pressionando contra seu estômago, cortando o
tecido junto com sua pele. Apenas um corte
superficial. Meu último aviso realmente será o
último.
— Merda... D-d-desculpa senhor, prometo
n-n-não chegar p-perto de-la — grita, gaguejando,
enquanto chora de dor.
— Esse é o meu último aviso. Você estará
morta se encostar na minha mulher, entendeu? A
morte será fácil demais, talvez eu coloque você em
um clube de prostituição — falo na sua cara,
mostrando toda minha crueldade, fazendo-a chorar
ainda mais.
Tenho sido tolerante com ela, mas acabou
quando levantou a mão para bater na minha boneca.
Quando entro em casa, vou direto para o
quarto onde Anny e meus filhos ainda estão
dormindo pacificamente. Pego meus filhos e os
coloco no berço. Deixo apenas Romero na cama,
rodeado de travesseiros. Deito-me atrás da minha
garota, puxando-a para cima do meu corpo,
abraçando-a com força e soltando um suspiro de
satisfação.
Existe poucas coisas na minha vida, mas
nunca esperei gostar de uma mulher em tão pouco
tempo. Monstros como eu nunca encontram a
felicidade, mas eu encontrei a minha, e vê-la
dormir em meus braços, faz coisas estranhas no
meu maldito coração.
Às vezes temos apenas que seguir em
frente, sem olhar para trás, sem arrependimento.
Fiz coisas horríveis das quais não me arrependo,
mas de agora em diante, tenho um motivo para ser
mais forte, mais duro, mais implacável contra meus
inimigos.
Algo quente e molhado passa por entre as
minhas pernas, incrivelmente maravilhoso. Abro
meus olhos, gemendo quando Damen arrasta os
dentes sobre meu clitóris. Arqueio as costas na
cama, Damen aperta suas mãos em volta das
minhas pernas, me segurando no lugar.
— Amor... por favor — suplico.
Ele sorri contra minha carne aquecida,
enquanto mordisca e suga meu clitóris, fazendo-me
gozar com um grito silencioso. Damen estica-se
sobre mim, seu corpo grande entre minhas pernas,
apertando meu seio com força, exatamente como
gosto.
Enquanto abocanha o outro seio, circulando
meu mamilo com a língua, ele usa os dentes nele,
mordendo gostoso, me fazendo gemer. Escorrego
minhas mãos pelo seu corpo, seu pau pesado
pressionado contra minha boceta pulsante e
escorregadia. Mexo meus quadris em busca de mais
contato.
— Por favor — peço. Eu preciso gozar, o
prazer está me consumindo.
Ele sorri contra meu seio no mesmo instante
em que seguro seu pau com a minha mão,
bombeando para cima e para baixo. Damen solta
meu seio com um som molhado, levantando-se de
cima de mim. Eu protesto.
— Deite-se de barriga para baixo e deixe as
pernas fechadas — Damen comanda.
Seu pau está totalmente duro, minha boca
saliva. Nunca tive coragem de tomar iniciativa. Seu
corpo pressiona-me ainda mais na cama.
— Abre um pouco as pernas — fala com
uma voz rouca, cheia de luxúria.
Faço como ele manda, e sinto a cabeça
contra minha abertura. Gemo de prazer quando ele
desliza suavemente para dentro de mim. Seu pau
fica maior nessa posição, quando ele começa a se
mover com estocadas fortes e calmas.
— Oh, mais forte — ofego. — Mais rápido
— peço entre gemidos.
Gemo desesperada. Não posso fazer nada
nessa posição, e ele sabe disso, pois continua me
torturando. Quando estou quase gozando, ele
diminui o ritmo com estocadas violentas e longas.
Deus, isso é maravilhoso! Empino minha bunda, e
ele bate em um ponto que me fez ver estrelas.
— Baby, por favor, me deixe gozar — peço
suplicante.
— Ainda não — ele responde com a voz
grossa, deixando-me completamente molhada, se
isso é possível, e irritada.
Dois podem jogar esse jogo.
Aperto minhas paredes internas, sugando,
massageando seu pau. Ele solta um gemido
torturado.
— Porra, boneca — ele fala gemendo.
— Me deixa gozar, amor. Por favor —
suplico novamente, apertando ainda mais minha
vagina.
Ele continua gemendo conforme vai
aumentando a velocidade, duro e rápido, fazendo-
me enlouquecer. Meu corpo quebra em milhões de
pedacinhos quando gozo com um grito abafado
contra os lençóis. Damen solta um grunhido alto
enquanto derrama-se dentro de mim. Dando-me
seus últimos impulsos, cai em cima de mim, e
protesto na hora por não conseguir respirar direito.
Ele é muito pesado.
— Não consigo respirar — reclamo entre
lufadas de ar. Sinto o peso do seu corpo
desaparecer de cima de mim, mas continuo na
mesma posição, não conseguindo me mexer.
Quando o sono vem.

— Já acordou? — Damen pergunta,


beijando meu pescoço. Apenas resmungo, fazendo-
o gargalhar enquanto beija minhas costas. E volto a
dormir.
Quando acordo, estou sozinha, com um
buquê de flores em cima da cama e um cartão entre
elas, uma caixa de chocolate — meus favoritos,
mesmo não sabendo como como ele descobriu, sem
ao menos eu contar — acompanhando o lindo
buquê. Sorrio feito boba. Então leio o cartão, e meu
coração acelera com suas palavras.
“A vida é mais bonita com você ao meu
lado. Tenha um ótimo dia, boneca. - Damen.”
Já se passaram duas semanas desde que
cheguei em Las Vegas. Preciso voltar ao Brasil, só
não sei como abordar o assunto com Damen. Ele é
muito possessivo quando se trata de mim e nossos
filhos. Estou morrendo se saudades das meninas,
principalmente de Lucas, já que nos víamos todos
os dias. Sinto como se faltasse uma parte de mim
longe deles.
Ontem foi o casamento de Deimon e Gena.
Eles preferiram algo simples, apenas a família, o
que me surpreendeu, já que Deimon gosta de
extravagância. Acho que ele fez isso mais por Gena
do que por ele mesmo. Ela estava lindíssima num
vestido simples branco, no entanto, embaixo rose.
Deimon estava a elegância em pessoa, de
terno preto, cabelos puxados para trás.
— Estou sexy né? — Deimon pergunta,
assim que entro em seu quarto.
— Não sei, você me parece um maracujá
murcho — falo, arrumando sua gravata. Ele me dá
um sorriso arrogante, seguido de uma piscadela.
— Você me parece extremamente quente —
Deimon fala, dando uma puxada na minha franja.
— Não faça isso — bato em sua mão.
— Isso, senhora toda poderosa — se senta
na cama.
— Nos vemos depois. Vou dar uma olhada
na sua futura esposa — fecho a porta atrás de mim.
Vou caminhando para um dos quartos de
hóspedes perto dos quartos dos bebês, entre o meu
e do Damen. Bato na porta e espero sua resposta.
Depois de ajudar Gena a se arrumar, irei arrumar-
me, dando um tempo para ela.
— Pode entrar — Gena fala com uma voz
baixa e suave. Abro a porta e vejo Gena sentada na
cama, olhando as mãos atentamente.
— Está nervosa? — pergunto, me
agachando na sua frente, o salto ajudando
bastante. Toco sua mão, trazendo sua atenção para
mim. Seus olhos verdes me olham com atenção.
— Estou, um pouco — murmura baixinho.
Como alguém tão suave consegue
sobreviver aos horrores que passou, e ainda assim,
continuar angelical? Deimon é um homem de sorte.
— Não se preocupe. Ele será bom para
você — falo, dando-lhe um sorriso reconfortante.
— Ele já é. Obrigada — ela murmura,
sorrindo de volta.
Depois disso, a cerimônia foi realizada na
área da piscina, com decorações simples.
Achei fofa a aliança deles, simples, sem
muita extravagância. Gena tem bom gosto. Apesar
do seu casamento não ser por amor, fico feliz por
ela ser bem tratada e que nunca será forçada além
dos seus limites.
— O que foi Anny? — Deimon pergunta,
entrando na cozinha apenas de bermuda, tirando-
me dos meus devaneios.
— Nada — desconverso, voltando a fazer o
almoço, mesmo eles querendo fazer pedidos o dia
todo para restaurantes. Não gosto muito dessa ideia.
— Uhun — ele resmunga, sentando-se na
minha frente, me olhando sem piscar com aqueles
malditos olhos exóticos.
— O quê? — pergunto.
Ele começa a cantar de maneira irritante
”Me ama e me engana, que eu gosto” ao meu
redor. Cristo, posso matá-lo?
— Pelo amor de Deus, Deimon, cale essa
maldita boca — rosno.
Não sei como falar que preciso voltar para o
Brasil. Com Damen não consigo prever sua reação
a essa notícia, apesar de estarmos pouco tempo
juntos. Esse é o problema, não o conheço
suficiente. Agora Deimon fica me irritando, mais
que merda. Ele sorri, parando de cantar, graças a
Deus.
— Então, quando você vai voltar para o
Brasil? — Deimon pergunta, batucando na mesa.
Seus olhos perdem toda a diversão que estavam
neles. Mais que porra deu nele?
— Por quê? — pergunto desconfiada. Eu
sei que ele andou me espionando, que sabe sobre as
passagens.
— Você quer falar com meu irmão que
precisa voltar ao Brasil, se não vai dar merda. Não
que isso seja da minha conta — ele completa,
sorrindo, como o gato que comeu o canário.
Idiota de merda. Muito perspicaz para o
meu gosto. Dá vontade de perguntar se não é dá
conta dele o porquê de ter andado me espionando,
como um leão, no entanto, deixo para lá, ou ele
desconfiará e perguntará como eu sei que ele estava
me seguindo.
— Por que você acha isso? — pergunto,
fingindo desconfiança, olhando-o nos olhos e me
inclinando sobre a mesa. Ele não mexe um
músculo, mas eu também não.
— Você está andando de um lado para o
outro — Deimon fala, se aproximando ainda mais
do meu rosto.
— O que te faz pensar que é isso? —
pergunto de volta.
— Não tente mentir para mim. Vamos ver
suas coisas e as das crianças se estão lá. Não tente
me enganar — termina de falar, se aproximando
mais um pouco.
— Quando você chegou a essa conclusão?
— pergunto, me aproximando. Nossos rostos estão
quase se tocando, nossos olhos não piscavam em
concentração. Estamos debruçados em cima da
mesa, nos encarando, exatamente assim que Damen
nos encontra.
— Vão me dizer que porra está acontecendo
aqui? — Damen pergunta em algum lugar da
cozinha. Não desvio meu olhar de Deimon, que
também mantém sua concentração em mim. Ele
também continua me fitando, ignorando seu irmão
completamente, que rosna perdendo a paciência.
— Quando você comprou quatro passagens
de avião — Deimon retruca, tocando nossa testa
com um leve empurrão.
— Isso significa que você está me seguindo.
Se eu não quisesse que ninguém descobrisse sobre
as passagens de avião, ninguém descobriria —
retruco de volta, dando-lhe uma leve cabeçada, e
então começamos a gargalhar.
— Você está ferrada — Deimon fala. Esse
era o plano dele desde o início. Estreito meus olhos
para ele. Oh, porra! Esqueci do Damen. Paro de
sorrir na mesma hora, me viro lentamente, seus
olhos estão cheios de raiva sobre mim.
— Podemos conversar? — pergunto,
tentando ficar calma.
— Quando pretendia me contar? — Damen
pergunta com a voz fria. Meu coração acelera.
— Estava procurando coragem para falar.
Só preciso resolver alguns problemas, não vai
demorar — falo, tentando manter a calma, que não
estou sentindo. Me sinto inquieta sobre seu olhos
frios.
— Você não ia voltar mais, não é mesmo?
— Damen pergunta com a voz de aço,
extremamente fria.
Que merda! Parece que não escutou nada
que falei.
— Baby, só preciso pegar algumas coisas.
Não ia sair sem falar com você. Então, não me
julgue pelo que não fiz — falo com firmeza. Seus
olhos continuam procurando algo em meu rosto.
— Por que não me falou? Somos um casal,
Anny, e casais resolvem as coisas juntos — rosna.
Seus olhos azuis pálidos estão cheios de acusação.
— Não me olhe assim. Você está cheio de
problemas ultimamente, mal para em casa. Não
queria ser mais um, não quero atrapalhar você
quando posso resolver sozinha. Não sou uma
mulher grudenta, baby. Sou grandinha o suficiente
para tomar minhas decisões. Sempre foi só eu,
algumas vezes o Lucas, não estou acostumada
compartilhar com as pessoas todas as minhas
decisões. Sempre fui independente. Então desculpa
por não te contar, estou tentando, ok? — Seus olhos
se suavizam novamente.
— Tudo bem. Vou com você — Damen
caminha na minha direção, dando um beijo nos
meus lábios com uma rapidez impressionante,
quase não consigo acompanhar. Ele aperta minha
bunda, e já estou sem fôlego. Gemo, quente, com o
familiar formigamento em minha barriga.
— Chega! Não preciso ver isso. É como ver
minha irmãzinha fazendo sexo. Jesus, que imagem
horrível! — Deimon nos interrompe, sempre
dramático. Caímos na gargalhada enquanto ele
caminha para fora da cozinha, resmungando sobre
falta de respeito.
Quando chegamos ao Brasil, meu coração
acelera instantaneamente. Minha felicidade não tem
tamanho. Senti tanta falta daqui. O saguão do
aeroporto está cheio de pessoas indo e vindo
apressadamente, nos dirigimos para a saída
conversando animadamente. Deimon voltaria uma
semana depois para Vegas. Não podia ficar sem um
deles por muito tempo.
Damen carrega um Benjamin adormecido
no bebê conforto. Já Deimon está carregando um
Bernardo bem acordado, balbuciando o tempo todo.
Sorrio para o rostinho sorridente do meu bebê.
Deimon não soltou meu filho desde que entramos
no avião. Beatriz está nos braços de Gena, quase
dormindo sobre seus ombros. Romero está com as
pernas enroladas em volta da minha cintura. Assim
que descemos do avião, ele estava em minha frente
com os bracinhos estendidos, choramingando.
Ajeito seus cachos indisciplinados.
— Quer ir para o chão? — pergunto assim
que ele começa a ficar agitado. Ele apenas balança
a cabeça que sim, e coloco-o no chão, segurando
sua mãozinha.
Olho em volta novamente em busca de
Lucas. Ele prometeu vir me buscar.
No momento em que seus olhos me
encontram, ele abre os braços, e não penso duas
vezes, saio correndo em sua direção, desviando das
pessoas que estão no meu caminho, me olhando
como se eu estivesse louca. Não me importo. Pulo
em seus braços, beijando todo seu rosto, fazendo-o
sorrir.
Enrolo minhas pernas em sua cintura, assim
como quando ele voltava das suas viagens longas e
passávamos semanas sem nos ver. Claro que depois
da Sara beijar Lucas por inteiro, era a minha vez de
matar a saudade. Lucas me abraça com força.
— Senti saudades — falo, ainda agarrada ao
seu corpo grande. Deve ser uma cena ridícula, um
brutamontes com uma garota pequena pendurada
nele. Lucas beija todo meu rosto assim como eu fiz.
Nosso ritual.
— Também senti sua falta, minha
princesinha — Lucas fala, sua voz tem uma
entonação diferente. Parece mais sentimental.
— Por que você não solta minha mulher?
— Damen fala entre dentes. Fito-o incrédula. Ainda
estou com minhas pernas em volta de Lucas.
— Antes dela ser sua mulher, ela é minha
irmã, então baixa a bola — Lucas rebate, me
apertando em seus braços, puxando uma mecha do
meu cabelo. Eles ficam se encarando, então Damen
cai na gargalhada. Posso perceber que ele está
falando sério.
— Mano, você tinha que ver sua cara —
Damen fala, sorrindo.
— Eu devia ter tirado uma foto — Deimon
fala sorrindo para Damen, que apenas dá de
ombros, com indiferença.
— Seus idiotas de merda — Lucas retruca
me colocando no chão.
Romero estende os bracinhos para mim
novamente. Deus, como ele pode ser tão fofo? Às
vezes sinto uma vontade enorme de morder as
bochechas rosadas dele.
— Você pega as bolsas — aponto para
Lucas, que sorri, balançando a cabeça e indo na
direção das bolsas.
Assim que entro no meu apartamento, sou
recebida por uma chuva de confetes e gritos de
“surpresa” pelas pessoas que amo. Sinto uma
nostalgia me encher ao ver todas as pessoas
importantes da minha vida reunidas à minha espera.
Logo sou esmagada em abraços e mais abraços que
eu conheço muito bem. Uma agradável sensação
enche meu peito ao ver dona Elena com seu sorriso
maternal.
— Minha menina — Dona Elena fala, me
abraçando. Posso dizer que ela está tentando não
chorar.
— Que saudade — murmuro, ainda em seus
braços carinhosos.
— É minha vez — Marcos me aperta em
um abraço de urso. Ele parece um lenhador sexy,
daqueles que passam na TV.
— Lenhador sexy — murmuro o que penso.
— Para de apalpar minha garotinha —
Lucas murmura, sentando-se no sofá. Reviro meus
olhos para ele, mostrando-lhe a língua. — Você é
um mal exemplo para os próprios filhos — me
provoca.
— Vocês dois não vão começar — Sasha
me aperta em seguida, apalpando meu traseiro.
— Você continua a mesma pervertida de
sempre — falo e aperto o seu de volta.
— Cristo, tem criança nessa sala — Sara
fala, empurrando a irmã para me abraçar.
— É bom ver você, senhora Davenport —
falo.
Sara está sentada no colo de Lucas com a
pequena Emily ao seus pés. Seus olhos estão cada
vez mais pretos. Sasha está sentada perto da Dona
Elena, seguida por marcos. E no outro sofá, Gena e
Deimon e meu namorado.
Sento-me em suas pernas, e Damen passa os
braços o meu redor, me puxando para cima.
— Fico feliz que você seja tão querida —
Damen fala, esfregando sua mão sobre a minha
coxa.
— São a minha família, assim como você
— falo baixinho.
— Você sentiu muita falta deles? —
pergunta, olhando as pessoas à nossa frente,
conversando entre si. Eles são uma família. A
família que não pude ter, mas que me acolheram
quando mais precisava.
— Muita — sou sincera. Como eu senti
saudades delas.
Fazia um mês que não os via. Nos falamos
todos os dias por mensagem de texto. Eu gostaria
de estar presente para o aniversário da pequena
Emily, que acaba de completar seus dez meses de
vida, assim como meus filhos.
— Você está tão linda — Dona Elena fala,
chamando minha atenção para ela, enquanto
acaricia o braço de Sasha.
— A senhora fez minha comida preferida?
— pergunto, assim que Romero se pressiona entre
minhas pernas, tentando subir no meu colo. Pego-o
e beijo sua bochecha gordinha.
— Sempre, querida — Dona Elena
responde.
Gena não fala uma palavra. Está sempre
quieta. Se você fechar os olhos, nem perceberá que
ela está aqui.
Já está tarde quando eles saem para suas
casas. Eu realmente estou muito cansada, porém
radiante em revê-los. Senti tanta falta deles,
principalmente das meninas e de Lucas.
— Cansada? — Damen pergunta, me
abraçando, enquanto apoia o queixo no topo da
minha cabeça, acariciando a lateral do meu corpo.
Me aconchego em seus braços, respirando seu
perfume amadeirado.
Me viro, e beijo seus lábios levemente.
— Vem tomar um banho comigo... —
convida, sorrindo sedutor.
— Só um banho — coloco minha mão
embaixo da sua camisa, acariciando seu abdômen
rasgado por anos de treinamento.
— Talvez uma foda selvagem...? — propôs,
beijando meu pescoço.
— Isso seria maravilhoso — respondo, me
pressionando contra seu corpo grande.
Nos atacamos com beijos e carícias
enquanto tiramos nossas roupas. Damen guia-me
até o banheiro com beijos em meu pescoço. Solto-
me dos seus braços, virando-me, pronta para entrar
na banheira.
Meu coração acelera com a visão a minha
frente. Isso é incrível! Como ele conseguiu fazer
sem que eu percebesse? Porra, ele é um mafioso.
A banheira está cheia de água com algumas
pétalas de rosa espelhadas dentro e fora dela. As
velas circulam a banheira. Duas taças e uma garrafa
de champanhe, e alguns morangos, acompanham a
vista maravilhosa.
— Quando você fez isso, baby? — pergunto
emocionada.
Ultimamente ele tem sido muito romântico.
Damen está tentando ser um homem normal para
mim. Mas ele não é. Tenho medo dele estar se
perdendo ao tentar ser algo que não é.
— Agora a pouco — Damen responde,
beijando meus lábios levemente.
— Você é tão fofo — acaricio seu rosto
com as pontas dos dedos.
— Não fala isso na frente de ninguém —
me ajuda a entrar na banheira. A água está
quentinha.
Afasto-me para a frente, enquanto Damen
acomoda seu corpo grande atrás de mim. Suas
mãos descem vagarosamente, acariciando meus
seios. Sua outra mãos desce entre minhas pernas.
Viro-me, montando em seu colo. Minha boceta
pressiona contra seu pênis, fazendo-o gemer
baixinho.
Damen puxa meus cabelo, beijando meu
pescoço, descendo pelo caminho do vale dos meus
seios, mordiscando meus mamilos. Damen pega a
garrafa de champanhe e a abre, derramando sobre
meus seios, sugando-os com força, chegando perto
da dor extremamente excitante. Gemo baixinho.
— Sem barulhos, boneca — Damen
repreende contra a pele dos meus seios. Oh Deus,
Damen vai me matar de prazer! Sua língua passa
sobre o mesmo local, acalmando. Sinto meu corpo
pegando fogo.
— Me coloca dentro de você, boneca —
comanda.
Levanto meus quadris, posicionando seu
pau contra a minha entrada, e começo a descer
sobre seu comprimento, gemendo baixinho.
— Oh amor.
— Cavalga-me — Damen ordena, enquanto
eu começo a subir e descer em seu pau, gemendo.
Damen continua dando atenção aos meus
seio. Seus braços circulam a minha cintura, me
puxando para mais perto. Aumento meus
movimentos.
— Isso. Mais rápido, gostosa — murmura,
com sua voz rouca, deixando-me ainda mais
molhada. Sinto seu dedo pressionar contra meu
ânus, e meus olhos se arregalam em surpresa.
— Damen — falo, em um aviso claro.
Algumas mulher podem gostar de fazer anal, mas
não me sinto confortável com essa ideia, não
mesmo.
Damen retira o dedo do meu ânus, me
fazendo soltar uma respiração ofegante.
— Tudo bem? — ele pergunta, com as
pálpebras pesadas de desejo.
— Sim — beijo seus lábios.
Ele aperta minha bunda, estocando com
uma rapidez impressionante. Gemo descontrolada,
segurando-me mais forte em seus ombros. Damen
puxa-me para baixo, me fazendo gozar com um
grito abafado pelo seus beijos. Então sinto seu
corpo ficando tenso, e ele goza com um gemido
gutural.
Depois da maratona de sexo, Damen me
leva até a cama, onde gemo pelo cansaço. Estou
morta de cansada. Sinto seu corpo grande
pressionar contra minhas costas, e cada vez o
cansaço me vence. Fecho meus olhos,
adormecendo.

Um mês depois
Acordo com os choros vindo da babá
eletrônica. Porra! Dormi demais.
Me visto correndo, e vou buscar meus filhos
que estão chorando chateados.
— Pronto, a mamãe chegou — falo,
acalmando-os. Dou-lhes banho e troco suas roupas.
Meu Deus, esqueci do Romero. Onde
Damen foi sem dizer uma palavra?
— Romero — chamo e nada. Então chamo
outra vez, e alguns minutos depois, ele aparece
arrastando seu ursinho pelo chão, com o cabelo
todo bagunçado.
— Estou aqui, mamãe. — Meu coração
acelera toda vez que ouço ele me chamar de
mamãe. Essa não é a primeira vez. Não posso
dizer-lhe que não sou sua mãe verdadeira. Não me
perdoarei se magoasse seu coraçãozinho.
— Vem, deixa eu banhar você — falo.
Eu já amo esse menino. Ele é tão fofo.
Sempre educado, e tão pequeno.
— Já vou, mamãe.
Talvez pelo fato dele ver e ouvir meus
filhos me chamando de mamãe, ele começou a me
chamar. Lembro-me da vez em que ele me
perguntou o porquê de não ter uma mamãe.
Deixo para me preocupar com isso depois.
Dou-lhe banho, o arrumo, e em seguida, faço o café
da manhã para eles. Depois de alimentados, coloco-
os no chão para brincar, mas sempre de olho neles.
Ouço a campainha tocar. Será que Damen
esqueceu a chave?
Vou em direção a porta.
Assim que abro a porta, encontro Lucas
com as mãos nos bolsos, com o olhar distante. Sei
que alguma coisa está errada.
Lucas me abraça, passando por mim e entra
em seu apartamento. Ele parece mais cansado que o
normal. Sua expressão está abatida, cansada, as
olheira estão mais evidentes embaixo dos olhos. O
cabelo está despenteado, como se tivesse passado
as mãos pelos fios um milhão de vezes.
Nesse mês tenho percebido Lucas mais
alerta, muito cuidadoso e extremamente cansado.
— O que foi? — pergunto, retribuindo o
abraço.
— Preciso que você faça algumas coisas
para mim — Lucas fala, me abraçando com muita
força. Nos sentamos no sofá. Fico esperando-o
tomar a iniciativa.
— Lucas — chamo. O silêncio me matando.
— Tem alguns traidores dentro da máfia. Já
descobri alguns, mas não todos. Eu achei que era
apenas superficial, mas estava enganado. A coisa é
mais profunda do que eu pensava. Não sei com
quem eles estão trabalhando. Preciso ir com calma
também. Não posso confiar em ninguém — Lucas
fala, passando as mãos pelo cabelo despenteado.
Ele faz uma pausa, e depois continua.
— Lembra do pingente que lhe dei? —
pergunta.
No natal do ano passado, Lucas deu colares
parecidos para todos nós. Pediu que nunca
tirássemos. Era extremamente importante, como
símbolo da nossa família.
— Sim — puxo o meu de dentro da blusa,
mostrando-o. Mas ainda não sei onde ele quer
chegar. Com o início dessa história, coisa boa que
não é.
Eu sei que os colares têm rastreadores.
Antes de descobrir que ele é um mafioso, não
entendia o porquê.
— O que não falei foi que eles têm
rastreadores. Você provavelmente já sabe disso,
caso não, quando pressionado com muita força, e
ativado pela digital, o colar manda sua localização
em caso de sequestro — explica.
— Você sabe quem é? — pergunto
desconfiada. Ele provavelmente tem suas suspeitas.
— Talvez meu irmão bastardo. Meu pai
engravidou uma das prostituta, e quando ele
descobriu a gravidez, já era tarde demais. Ela já
havia conseguido fugir com a criança, e ele não
conseguiu encontrá-la, nem mesmo o paradeiro.
Estou investigando, mas não tenho encontrado
nada. As pistas só nos levam a becos sem saídas,
um atrás do outro. Estou no escuro, Anny —
completa, passando a mão pelo cabelo, em um
gesto nervoso.
— Você quer que eu procure? — pergunto.
Consigo achar, se ele tiver uma foto antiga ou pelo
menos um nome que seja verdadeiro. Mas sabendo
dessas informações, posso procurar pelo nome da
prostituta. Ela deve ter deixado rastros. Com o
passar do tempo, as pessoas tendem a se
despreocupar.
As coisas não estão indo bem. Tenho
traidores dentro da minha máfia, e não posso fazer
nada a respeito. Vou descobrir o resto dos ratos e
matá-los lentamente por suas ousadias.
Quando descobri que minha pequena Anny
estava voltando para o Rio de janeiro, vi a
oportunidade de descobrir mais sobre os ratos
maiores, porque os pequenos já sei exatamente
quem são. Minha menina é uma “Ghost”, a melhor
do nosso meio. Sempre que preciso de algo, ela faz,
sem perguntar.
Não há nada que Anny não possa encontrar
se tiver por onde começar. É como uma
“fantasma”, sem deixar rastro. É como se ela nunca
estivesse lá.
Ninguém sabe disso além de mim. Não vou
fazer dela um alvo em potencial. Quero-a segura,
caso as coisas não derem certo. Ela sabe como me
achar, caso as coisas saiam de controle.
Quando era uma criança, Anny estava
sempre ao meu redor. Sua mãe trabalhava na
cozinha, e ela ficava brincando pela casa. Com o
tempo, comecei a ensiná-la tudo que ia aprendendo,
sem ela ao menos saber que estava se tornando
minha fuga, e que eu já era um mafioso
introduzido. Agora que Anny sabe toda a verdade,
se a merda bater no ventilador, ela será a única com
poder de me encontrar.
As pessoas apenas a veem como uma
mulher frágil, sem importância. Totalmente o
contrário da sua personalidade.

Anos atrás

— Me deixa jogar também? — a garotinha


pergunta, com seus lindos olhos verdes, sua
boquinha rosinha em formato de coração. Ela é o
ponto alto do meu dia desde que começou a me
seguir pela casa.
Não é uma boa ideia. Ela só tem cinco anos
de idade, é apenas uma garotinha. Ela está me
olhando desde que comecei a jogar as faca no alvo,
que coloquei nas árvores. No entanto, ela pode se
machucar seriamente tentando jogá-las.
Nos últimos anos ela tem sido minha fuga
das coisas horríveis que tenho que fazer. Quando
vejo seus olhinhos inocentes, ouço suas perguntas
curiosas, aguento mais um dia nesse inferno.
— Por favor, Luquinha — ela suplica,
fazendo carinha de cachorrinho.
— Não. Você pode se machucar seriamente
— repreendo-a, sem olhar em seu rostinho, senão,
vou concordar.
— Mas você está aqui. Mamãe disse que
posso usar uma faca quando tem um adulto por
perto — ela retruca, colocando as mãozinhas na
cintura, chateada. Isso me faz querer sorrir da sua
cara de brava.
— Está bem — respondo, frustrado. Nunca
consigo dizer não a ela. Anny é boa em quase tudo,
só não gosta de altura.

Presente

Virou rotina treinarmos juntos. Ensinei


Anny a atirar, a lutar. Ela tem uma habilidade
impressionante com armas, todas elas, de todos os
tipos.
Anny foi a exceção entre muitos ao
conseguir me derrubar em uma luta, sem nenhum
problema. Se eu não fosse cuidadoso, estaria no
chão nos primeiros segundos. Sou o melhor lutador
da América do Sul, o mais temido de todos.
Desde então, todos os nossos treinos —
com facas, armas e luta — ficaram em segredo.
Ninguém nunca descobriu nosso segredo, sempre a
ensinei a se defender. Ela se tornou alguém
importante demais para mim, não podia deixá-la ser
um alvo fácil para meus inimigos.
Além de ser uma gênio nós computadores,
se tornou uma atiradora de longa distância
excepcional, uma lutadora ainda melhor. Depois
que ela começou a faculdade, nossos treinos
ficaram apenas nos finais de semana, quando
viajávamos a trabalho.
— Você tem uma foto da prostituta ou um
nome pelo menos? — ela pergunta, com aqueles
olhos exóticos cheios de preocupação.
— Sim, tenho — passo todos os nomes que
tenho certeza e possíveis suspeitos. Conto tudo que
descobri no decorrer desses dois meses, apesar de
não ter levado a lugar nenhum.
— Me manda as minhas coisas, que faço
isso rapidamente — ela responde. Seus
computadores de última geração, alguns das forças
armadas, estão em uma sala secreta na empresa,
atrás da estante de livros.
— Posso conseguir isso — respondo.
— Preciso de uma casa em Las Vegas com
porões, cheio de armas, se possível, e uma rota de
fuga. E o mais importante, o mais perto possível da
mansão de Damen — ela informa, me enchendo de
orgulho. Garota inteligente.
— Na verdade, já estou com o computador
aqui — respondo. Apenas um deles, na verdade.
Depois mando o resto.
— A partir de agora você faz de conta que
está tudo bem, que não desconfiou de nada. Mas
mantenha os olhos abertos. Seja mais atento. Não
pareça uma merda assim — me aconselha. — Vou
fazer novos rastreadores — Anny pensa alto.
Uma boa ideia, tenho certeza de que o meu
já não serve de nada.
— Tenho um plano — informo-a o que
pensei. Vou envolvê-la apenas na investigação, e se
as coisas começarem a sair do controle, então será
o momento dela entra em ação — totalmente.
— Entro em contato senão der certo meu
plano — aviso, pegando seu notebook de precisão
militar. Explico tudo que ela tem que fazer caso
algo aconteça comigo.
— Aqui você sabe o que fazer se algo der
errado. E Anny, não tivemos essa conversa. — Os
traidores podem ser qualquer um. Tenho cinco
mulheres que amo mais que tudo na minha vida
miserável. Não vou arriscar nenhuma delas agora.
Deixo o apartamento, indo direto para casa.
Não sei se fiz certo em contar meus problemas para
Anny. Ela é a única que consegue manter a calma
sob pressão. Ensinei tudo a ela. Minha esposa vai
estar desolada demais com meu sequestro para
raciocinar, apesar de ser perigosa com uma arma na
mão.
Entro em casa e vejo minha filha brincando
no chão, enquanto Sara a vigia como um falcão.
Seus cabelos longos estão em uma trança elegante,
seus lábios vermelhos se repuxam em um lindo
sorriso assim que me vê. Meu coração acelera
vendo-a tão linda à minha espera, como todos os
dias.
Quando minha filha me vê, abre seu lindo
sorriso com poucos dentes, vindo engatinhando na
minha direção. Minha pequena tem medo de cair,
desde que caiu uma vez e se machucou, não quis
mais tentar andar.
— Papa — Emily grita, sorrindo, enquanto
se arrasta mais rápido na minha direção. Toda vez
que ouço essa palavra, meu coração se enche de
amor.
Vou lutar para não perder o que tenho; o
amor da minha vida; minha filha; minha família; a
família que nunca tive, mas escolhi ter. Vou lutar
até o fim.
Não falei com Damen porque o traidor pode
estar bem no meio dos seus homens, mas não tenho
certeza. Por isso vou ter calma. Marcos vai seguir
tudo que Anny mandar, tenho plena confiança nele.
Damen está em um momento feliz agora, não vou
estragar isso. A vida é feita de escolhas. Vou
escolher minha família sempre acima de mim
mesmo, nem que seja a morte a consequência. Não
me importo, se isso significar que elas estarão
seguras.
Assim que volto da minha corrida matinal,
Anny está muito quieta sentada no sofá, olhando as
crianças que assistem Naruto. Seus pensamentos
estão longe, pelo que posso perceber. Talvez ela
precise de um tempo sozinha. Estamos o tempo
todo juntos quando não estou trabalhando, sem
falar que precisamos voltar a Vegas. Já estou a
muito tempo fora.
Dou-lhe um beijo rápido nos lábios,
fazendo-a me dar um de seus sorrisos radiantes,
mas dura pouco.
— Você está bem? — pergunto, acariciando
seus lábios, me agachando a sua frente.
— Sim, só um pouquinho pensativa, nada
demais — ela responde, esfregando seu nariz no
meu, carinhosamente.
— Mamãe, minha barriga está dodói —
Romero fala ao meu lado, com sua voz fofa de
criança.
Vejo os olhos de Anny crescer, sua
respiração acelera. Não é primeira vez que ouço-o
chamá-la de mãe. Talvez esse seja o motivo dos
seus pensamentos estarem longe. Ela
provavelmente está preocupada se vou ficar bravo.
Sinceramente, não me importo. Anny é uma mãe
maravilhosa.
Ela procura minha ajuda com o olhar,
apenas dou-lhe meu sorriso reconfortante, que
poucas pessoas recebem.
— Sua mamãe já vai cuidar do seu dodói —
acaricio seus cabelos sedosos. Ela solta a respiração
que estava prendendo sem nem perceber.
— O que foi, meu amor? — ela pergunta,
carinhosamente.
Me pergunto quando ela vai me chamar
assim também. Sei que as garotas daqui são mais
abertas no relacionamento.
— Está doendo bem aqui, mamãe —
Romero responde, apontando o local em sua
barriga. Ela beija sua bochecha gordinha,
colocando-o em seu colo.
Deixo-a cuidando do seu novo filho e vou
tomar um banho. Depois, de banho tomado, ligo
para meu irmão para resolver algumas pendências.
Quero levar Anny para jantar só nós dois, mas
quando se tem três filhos, tudo é corrido. Sem
contar com Romero e meus deveres na máfia.
Quase não ficamos sozinhos, e não posso
fazer as coisas que tenho em mente para ela com
crianças por perto. Não que eu esteja reclamando.
Meus filhos e minha família são as pessoas mais
importantes da minha vida.
Termino de me vestir, e vou até o quarto
dos meus filhos. Encontro-os dormindo como os
anjinhos que são. Beijo suavemente suas
cabecinhas.
Ouço passos no corredor. Reconheço-os na
hora pela confiança e os pulinhos. Sei que é Anny e
Romero.
Saio do quarto e vejo meu irmão
conversando, igualmente a um papagaio, enquanto
caminha pelo corredor. Já era hora dele estar
dormindo.
— É mesmo? — ela pergunta docemente.
— Humm — ele confirma, fazendo-a soltar
uma gargalhada.
Quando a vejo, Anny está descalça, em um
shortinho bem curto, dando-me total visão do
contorno da sua bunda deliciosa. Sinto uma
vontade louca de rasgar suas roupas e possuir todo
seu lindo corpo.
Às vezes acho que vou ficar louco. Meu pau
só quer estar enterrado dentro da bocetinha
apertada dela. Gemo com o pensamento da sua
bocetinha esmagando meu pau.
Ela olha para mim, levantando uma das
sobrancelhas perfeitas.
— Você está gostosa demais — elogio,
olhando seus seios. Sei que estamos na fase onde
tudo se resume a sexo, e que qualquer coisa é
motivo para fazer sexo.
— Uhum. Está tendo pensamentos sujos,
senhor Davenport? — pergunta, abrindo a porta do
nosso quarto, enquanto eu devoro com o olhar seus
seios saborosos.
Ela vem até mim, passando os braços em
volta do meu pescoço, beijando meu queixo. Gemo
quando ela esfrega a barriga no meu pau.
— Muitos pensamento. Um deles é te
algemar na cama e foder sua bocetinha tanto, que
vai me sentir no outro dia — respondo, baixo,
apertando sua bunda.
— Não P, solta a mamãe — Romero
esganiça, puxando minha mão da sua bunda.
Moleque ciumento.
Deixo-o arrastar minha mão da bunda de
Anny.
— Mamãe, quero dormir — ele murmura,
esfregando os olhos. Anny beija meu queixo
rapidamente antes de entrar no quarto, mas não sem
antes se abaixar e mostrar sua bunda enquanto pega
Romero nos braços.
Solto um gemido atrás dela com a visão. Ela
ri baixinho, sabendo exatamente o que fez. Safada!
Ela me paga.
Entro no quarto e me deito atrás dela,
enquanto Romero está pressionado contra seu peito.
— Você se importa de voltarmos amanhã
para Vegas? — pergunto, passando os dedos em
suas longas madeixas.
— Não. Sei que você já estourou seu limite
aqui — Anny murmura, virando um pouco o rosto
na minha direção.
— Eu realmente não posso mais ficar aqui,
pequena — sou sincero.
— Eu sei, amor. Não se preocupe — Anny
responde, voltando seu olhos para Romero que já
está dormindo profundamente.
Me levanto e o coloco em seu quarto. Volto
para o meu e encontro minha garota ainda no
mesmo lugar.
— O que foi? — pergunto. Ela está com
aquele olhar pensativo novamente.
— Quero continuar trabalhando — Anny
responde. Paro meus passos no meio do caminho.
Eu sou mais que capaz de proporcionar tudo
que ela precisa e deseja. Não vou colocá-la em
risco, de jeito nenhum, porra! Uma rotina, todo
santo dia. Nem no inferno isso está acontecendo.
— Não. Já conversamos sobre isso — me
sento na ponta da cama. Ela também se senta,
cruzando as pernas.
— Não vou sair de casa. Só vou continuar
trabalhando nas empresas Davenport a distância.
Por que não? — ela pergunta, olhando em meus
olhos. Lá vem meu primo novamente se meter na
minha vida. Cerro os dentes com raiva.
— Mas você não precisa trabalhar — não
entendo a necessidade da minha mulher trabalhar.
Nós temos dinheiro que se quer podemos gastar em
sete vidas.
— Mas eu quero, amor. Não seja assim —
murmura, se aproximando.
— Você não precisa — falo novamente,
com ênfase na frase.
— Damen, eu não passei cinco anos
batalhando pela faculdade para ficar parada, não —
fala com firmeza. Se é isso que ela quer, não posso
fazer nada, não por enquanto. Terei uma conversa
séria com Lucas.
— Cristo, mulher — resmungo.
Anny sorri, me beijando levemente
enquanto caímos na cama, rindo. Rolo para o lado,
tirando meu peso de cima dela. Sou um homem
grande, e Anny é bem pequena comparada a mim.
— Por que advocacia? — passo meus dedos
pelo seu rosto macio.
— Minha mãe sempre quis que me
formasse em advocacia — responde com seu lindo
sorriso, assim que menciona a mãe.
— Como era sua mãe? — pergunto com
curiosidade.
— Ela era a mulher mais gentil que já
conheci. Mesmo com dificuldades, estava sempre
sorrindo. — Uma lágrima cai dos seus olhos. Passo
a ponta do polegar em seu rosto, capturando-a. Dou
um beijo casto em sua bochecha.
— Parecia uma mulher incrível, como a
filha — arranco um pequeno sorriso dela.
— E a sua mãe? — ela pergunta, e fico
tenso na mesma hora. Olho dentro dos olhos dela,
sem reação. Não sei se estou pronto para
desenterrar minhas feridas.
— Ela se matou quando eu ainda era um
garoto. — Se estamos nos conhecemos, acho justo
nos conhecemos mesmo.
— Eu sinto muito. Mas... como? — Anny
beija meus lábios carinhosamente.
— Meu pai era um desgraçado. Fazia coisas
horríveis com ela, e um dia, ela simplesmente não
suportou mais o sofrimento — respondo, sentindo o
cheiro de cobre em meu nariz. Toda vez que
lembro aquele dia fatídico, é como reviver o
momento em que a encontrei toda quebrada em
cima do carro. O sangue jorrando pelo chão.
— Que terrível — Anny murmura, me
abraçando fortemente. Aprecio seu carinho,
apertando seu corpo ao meu.
O cheiro não sai do meu nariz. Isso está me
deixando estressado. Não gosto de falar sobre isso,
porque geralmente fodo as prostitutas ou encontro
para matar.
Coloco minha mão dentro do seu short,
encontrando seu clitóris. Brinco com ele, enquanto
meus olhos não saem do seu rosto, já cheio de
luxúria. Deslizo meus dedos dentro dela,
começando a mover vagarosamente, acariciando
seu clitóris com o polegar. Sua respiração se
intensifica.
Anny morde os lábios para conter os
gemidos que vão aumentando conforme os golpes
dos meus dedos em sua bocetinha. Acaricio mais
ainda seu clitóris, sua boceta apertando em torno
dos meus dedos. Sei que ela está perto de gozar.
Acrescento mais um dedo, estocando mais rápido,
fazendo-a respirar pela boca. Gostaria de foder essa
boquinha rosadinha.
Anny goza com um gemido gutural. Retiro
minha mão de dentro do seu short, e a levo até a
boca, chupando meus dedos cobertos com seu
néctar. Ela me olha incrédula, suas bochechas
corando, seus olhos bêbados do gozo. Ela está mais
linda do que nunca.
— O que você tem contra calcinha? —
pergunto. Não que eu esteja reclamando.
— Acordei tarde hoje, e já era hora da
mamadeira das crianças. Peguei a primeira roupa
que achei e a vesti — responde, acariciando meus
cabelos.
— Quer jantar comigo? — pergunto,
beijando seus lábios enquanto fecho seu short.
— Sim. Só tenho que ver se a Lydia está
disponível — me responde, beijando minha orelha.
Gosto dos seus pequenos toques. Me sinto
estranhamente bem.
— Quem é Lydia? — pergunto, olhando
seus olhos, que estão fechados. Não vou deixar
meus filhos com uma pessoa que não conheço.
— Uma das babás que cuida deles — Anny
responde, abrindo os olhos e sorrindo, como se
soubesse exatamente o que eu estou pensando. —
Ela é de confiança. Sem contar que pode colocar
qualquer homem no chão. É uma ótima amiga.
— Se ela passar no meu teste... —
respondo. Ela sorri para mim, balançando a cabeça
em concordância.
— Se for de luta, seja cauteloso — ela
sugere, aconchegando seu corpo ao meu.
— Outro tipo de teste — respondo, dando-
lhe uma piscadela.
— Damen?
— Algumas mulheres tendem a trair,
achando que irão chegar longe — explico, sem
rodeios.
— Está bem. Não faça besteira — murmura.
Quando Lydia chega, me surpreendo. Não é
uma senhora, mas sim uma linda mulher, com mais
ou menos a idade de Anny. Cabelos escuros, lábios
bonitos e carnudos — quase indecentes —, e um
corpo quente. Meu pau nem dá sinal de vida com a
visão dela. Porra, estou ferrado! Ela está usando
calça preta, blusa preta, sapatos pretos... percebo
que a garota gosta de preto.
— E você, quem é? — ela pergunta,
cautelosamente.
— Damen, o namorado da Anny —
respondo, me aproximando com um sorriso
cafajeste no rosto. Todas as mulheres caiem nesse
sorriso sem pensar duas vezes.
Ela não se afasta, mas posso ver que está
com a guarda levantada. Passo as mãos pelo seus
braços, são macios, e ela continua igual a uma
estátua, sem nem respirar.
— Se você não tirar essas suas mãos
imundas de cima de mim, vou arrancá-las do seu
corpo, seu filho da puta — Lydia rosna, dando-me
uma cotovelada do braço. Já gostei dela.
— Qual é, gatinha? Anny não vai saber —
falo, descendo minhas mãos pela sua cintura.
— Presta atenção, seu merda. Você tem
uma mulher incrível e vem dar em cima de mim...
você não vale nada — Lydia rosna baixo, com o
tom extremamente perigoso. Sua voz tem uma
ameaça clara, e se eu fosse um homem fraco, já
teria recuado. — Lucas irá adorar esculpir esse
lindo rostinho com uma faca. Talvez ele te mate
rápido. Sabe, se você não quiser morrer, é melhor
sair por aquela porta e nunca mais voltar, seu
fodido de merda — fala, segurando meu olhar sem
nenhum problema. Não mostro nenhuma reação, e
ela também não. Sua expressão está em branco.
Ela levanta o joelho em direção as minhas
bolas. Espero seu movimento e levanto minha coxa,
bloqueando seu ataque. Ela nem estremece.
Treinada. Lucas é mais esperto do que eu pensei.
Me afasto dela sorrindo.
— Você passou no teste, Lydia. Você é leal
— afirmo, me afastando. Me sento no sofá.
— Teste? — ela pergunta com a guarda
ainda mais levantada.
— Não deixo meus filhos com alguém
duvidoso — respondo, apontando o sofá.
— Damen — Anny chama do corredor.
— Aqui embaixo, boneca — respondo.
Menos de um minuto depois, ela aparece na escada,
ainda lindíssima.
Vejo a garota sentada abrir um sorrisão.
— Deus, Lydia, eu saio por dois meses e
você fica toda gostosa — Anny fala, abraçando a
garota.
— Eu transaria com você se fosse um
homem — afirma, sorrindo.
— Podemos virar lésbicas e transar —
sugere Anny. Meu pau salta, ganhando vida com a
ideia, imaginando-as transando.
— Eu adoraria. Da próxima vez que seu
namorado gostosão tocar no meu corpinho
delicioso, vou matá-lo. — A garota é direta na lata.
Anny vira para mim com uma expressão chocada.
— Então esse era o seu teste? — Anny
pergunta com uma sobrancelha levantada.
— Não gosto de traidores. Se ela tivesse
aceitado minha proposta, estaria em uma poça de
sangue — respondo com naturalidade.
Lydia apenas sorri ao entender, enquanto
Anny me olha chocada. Pisco meus olhos
sedutoramente para ela, que apenas sorri.

— Pronta? — Damen pergunta.


Vê-lo falar em matar uma pessoas me
deixou sem chão. Terei que aprender a fingir não
ouvir isso.
— Onde você está me levando? — estou
nervosa. Nunca saímos para jantar só nós dois.
— Nervosa? — Damen pergunta,
acariciando minha coxa.
— Um pouco — respondo com sinceridade.
— É só um jantar — responde,
estacionando o carro em frente a um dos melhores
restaurantes da cidade. Sinto-me malvestida,
olhando o luxo do local, com um vestido simples
vermelho, um salto branco e preto.
Entramos no restaurante, a moça nos leva a
uma mesa privada das demais pessoas. Damen
puxa a cadeira para mim, agradeço me sentando.
Temos um jantar agradavelmente calmo.
Conversamos um pouco sobre minha infância,
sobre minha baixa pela arte no corpo.
Damen tem o corpo cheio de tatuagens. Ele
e Deimon tem a mesma arma sobre o peito, com
uma palavra saindo pelo cano; honra.
— Está gostando? — pergunta, pegando a
minha mão.
— Sim. Obrigado. Não sabia que era
romântico — respondo. Damen sorri sensualmente
para mim, piscando um dos olhos.
— Espera aqui — Damen sai. O que ele vai
fazer?
Alguns minutos depois, ele aparece com as
mãos atrás das costas.
— O que você está aprontando? —
pergunto divertida. O que Damen pretende fazer
além do delicioso jantar?
— Nada. Eu não quero apressar as coisas,
boneca. Sei que nos conhecemos a apenas uns
meses. Se você não quiser, vou entender... — fala,
fazendo meus sangue correr mais rápido. Então ele
me entrega uma réplica da rosa do desenho a Bela e
a Fera, igualzinha. A única diferença é que a
caixinha tem pétalas soltas dentro.
— Abre, Anny — Damen comanda,
olhando-me ansiosamente. Essa é primeira vez que
o vejo nervoso.
Olho em seus olhos, olhando mais uma vez
para a caixinha nas minhas mãos. E com as mãos
trêmulas, abro a caixinha. Meus olhos se
arregalaram assim que vejo um anel delicado com
várias pedras de diamante. Meus olhos lacrimejam
automaticamente.
Abro minha boca e fecho várias vezes, sem
saber o que dizer.
— Damen...
— Anny Sofia, você aceita se casar
comigo? — Damen pergunta, se ajoelhando na
minha frente. Meu coração bate tão forte, como se
tivesse vários cavalos galopando furiosamente
dentro de mim.
Oh, Deus! As Lágrimas começam a descer
pelo meu rosto. Ele beija meus lábios suavemente,
enquanto seca as lágrimas da minha bochecha com
os polegares.
— SIM. Aceito ser sua esposa, baby —
respondo. Damen se levanta, me pegando em seus
braços e me beijando carinhosamente.
Meses depois...

Damen continua dormindo. Já está dando


nove horas. Essa é a primeira vez em que ele dorme
até mais tarde.
Me levanto vagarosamente, roçando meus
lábios no seu, sem querer acordá-lo. Damen se
mexe, mas não acorda. Caminho pelo corredor,
entrando no quarto dos meus pequenos, olhando as
crianças que ainda estão dormindo.
Aproveito a oportunidade para fazer a
investigações mais a fundo. Ultimamente ando
muito preocupada com a situação.
Lucas está me escondendo alguma coisa.
Tenho certeza disso. Como eu suspeitava, ele
estava com as mãos cheias, e eu precisava mudar
isso de alguma forma, e rápido.
Quando tinha se passado dois meses, Lucas
não me deu sinal verde, então resolvi começar a
investigar por conta própria. Tinha certeza de que
ele não está indo bem com suas próprias
investigações. E eu estava certa. Ele realmente
estava atolado até a pescoço de problemas. Fui
limpando sua ficha toda vez que um dos seus
inimigos tentava colocá-lo na cadeia. Eles nem
chegavam a denunciá-lo, pois eu os deixava sem
nada, completamente na estaca zero.
O mais engraçados de tudo foi vê-los
quererem me pegar em uma emboscada. São
amadores de mais. Eu sorriria se não fosse cômica
a situação.
E o mais importante; estou
desestabilizando-os aos poucos, deixando-os fazer
sua jogada final mal preparada pela pressão que
estou fazendo. Eles provavelmente esperando
Lucas se acalmar antes de voltar a seguir com seus
planos. Eu não gosto disso, mas não entregarei os
pontos, não perderei essa guerra. Estou disposta a ir
até o final pela minha família, não me importo com
as consequências.
Faz alguns meses que estou investigando, e
já consegui os peixes pequenos sem muito
problema, já que eles se entregam sozinhos,
tentando serem espertos, no entanto sendo idiotas.
Os peixes grandes que estão por trás são espertos,
mas eu sou mais. Apesar de eles serem muito
escorregadios, os peguei em algo amador. Quando
encontrá-lo, as coisas não serão bonitas.
Disco o número da Lydia. Vou precisar dela
se minhas suspeitas forem realmente verdades.
Antes prevenir do que remediar.
— Olha quem apareceu — Lydia atende.
— Você quer passar umas férias em Las
Vegas? — pergunto, sem sequer dar um “oi”. Não é
um convite, e ela sabe disso.
— Só eu? — Lydia pergunta, e posso
perceber em seu tom que ela está preocupada.
— Talvez Summer e o marido, Maitê e,
talvez, o marido dela também. Você consegue?! —
ordeno, uma ordem disfarçada de pergunta. Isso
significa que a situação é séria.
— Qual o nível? — Lydia quer saber no
que ela está se metendo. O nível de perigo para nós
são zero, mas para o Lucas são nove ou dez, isso eu
tenho certeza. Para mim... uns cinco. Tudo indica
que o chefe está em Las Vegas.
— Talvez cinco. Não tenho certeza ainda —
respondo. Se formos descobertas, cinco com
certeza.
— Devemos envolver seus irmãos? —
Lydia pergunta, se referindo aos irmãos que, na
verdade, são os soldados da máfia. Não mesmo.
— Não. Quero ter certeza total antes de
acioná-los.
— Devo deixar o Marcos de aviso? —
Lydia pergunta. Ele fez um juramento a mim, assim
com Summer, Romo, Lydia, Maitê e Alec. Lucas
disse que se sentiria mais seguro sabendo que, se eu
precisasse fazer algo sem ele, eles estariam aqui
para mim.
— Sim. Deixe-o sobre aviso de manter os
olhos e ouvidos abertos. Quero todos usando os
celulares que dei a vocês — comando.
Verifiquei o celular de Lydia antes de fazer
essa ligação. Não vou arriscar deixá-los em alerta e
preparados para nós.
— Tudo bem. Estaremos aí em dois dias —
Lydia responde. Conhecendo-a como conheço,
estará aqui antes do dia.
Uma das coisas que aprendi foi; faça laços
com as pessoas que você trabalha, trate-os como
família, deixe-os livres para dar sugestões.
— Ok. Vocês virão me visitar. Quero sigilo
total. Ajam naturalmente, como vocês sabem fazer
— instrui minha equipe. Sim, somos uma equipe.
Lydia é uma lutadora excepcional e um perigo com
uma arma em mãos. Summer é uma franco-
atiradora. Alec pode ler qualquer inimigo em
poucos segundos e antecipar seus passos. Ramo é
um estrategista incrível, e eu sou a hacker.
— Nos vemos em dois dias. Vou preparar
tudo — fala antes de desligar. Isso significa que
teremos mais armas, e tudo que precisaremos.
Nunca matei ninguém. Não sou uma
assassina. Mas se eu tiver que escolher entre ser
uma assassina ou ver a família que amo morrer,
prefiro ser uma assassina do que perdê-los, não
importa o preço. Ninguém é inocente quando se
entra na máfia.
Desço as escadas e encontro Gena sentada
no colo de Deimon, que está com a mão dentro da
saia dela.
— Sabe... se eu fosse um inimigo, vocês
estariam mortos agora — anuncio minha presença,
e ele tira a mão de dentro da saia dela lentamente.
Gena fica com as bochechas vermelhas de
vergonha.
— Porra, mulher! Você se move como um
fantasma. Não ouvi você chegar. Estava me
espiando e percebeu que escolheu o irmão errado?
— Deimon contra-ataca, me dando um sorriso
arrogante.
— Talvez, porque você estava muito
concentrado, não escolhi ninguém — respondo,
levantando minha sobrancelha sugestivamente. As
pontas das orelhas de Gena ficam ainda mais
vermelhas. Deus, isso é tão engraçado — com os
outros, porque quando ele me pegou transando com
Damen na piscina, não foi nada engraçado. Ele
passou semanas “gozando” da minha cara.
— Você é uma estraga prazeres — Deimon
resmunga, fingindo estar irritado.
— Digo o mesmo. Vou fazer café, vocês
querem? — pergunto, mudando de assunto, senão,
isso vai se tornar uma espiral infinita.
— Faz omelete para mim — Deimon pede.
— Vai fazer. Se você quiser, vai comer o
que eu fazer — mostro a língua.
— Muito maduro, Anny — ironiza.
— Me solta. Você está me esmagando,
amor — Gena reclama. Ele olha para ela, em
seguida levanta o canto da boca em um sorriso
sensual.
— Você também está esmagando uma
coisa, anjo — Deimon responde, beijando o
pescoço dela, sugestivamente.
Me viro e entro na cozinha. Não vou ficar
olhando uma cena de sexo às onze da manhã,
apesar de ser hora do almoço.
Faço o café da manhã dos meus filhos, em
seguida faço o meu. Estou terminando quando
Damen entra na cozinha apenas de cueca,
esfregando os olhos. Meus olhos analisam seu
corpo, admirando-o. Damen beija meus lábios
rapidamente, e começa a fazer um omelete,
enquanto eu seco sua bunda deliciosa sem o menor
pudor.
— Dormiu bem? — pergunto. Olho o
contorno da sua bunda durinha, ouço sua risada
profunda. Levanto meus olhos e encontro-o me
olhando com diversão.
— Boneca, meu rosto é aqui em cima —
aponta, sorrindo.
— Uhum — resmungo quando ele se vira
para mim, dando-me uma bela visão do seu pau
duro sobre a cueca.
— Boneca — Damen rosna.
— O quê? — pergunto, levantando meus
olhos para o seu rosto.
— Você está querendo ser fodida sobre essa
mesa, bem aqui? — pergunta, meio rosnando,
enquanto se aproxima.
Damen segura meu pescoço, passo meus
braços em sua volta, devorando seus lábios. Passo
minhas unhas na sua costa musculosa, deixando
alguns arranhões. Ele se pressiona entre minhas
pernas, se colocando entre elas, beija meu pescoço,
soltando um gemido rouco.
— Sem sexo na cozinha, Anny — Deimon
bate palmas. Damen sorri se afastando.
— Um dia vou matar você, Deimon —
rosno, fuzilando-o com o olhar, que apenas sorri
presunçosamente.
— Querida Anny, antes que você perceba,
já estará no chão — se gaba.
— Você já ganhou do Lucas? — pergunto,
distraidamente.
— Não. Sempre ficamos empatados —
Deimon responde, sorrindo. Caminho lentamente
na sua direção.
— Vamos ver se você é tão bom mesmo —
chego mais perto.
— Você vai se machucar, boneca — Damen
avisa com preocupação. Não mesmo. Já ganhei do
Lucas algumas vezes, sou uma boa lutadora.
— Vamos para a sala — Deimon fala.
Quando chegamos à sala, retiro minhas
havaianas ficando descalça. Me balanço, testando
os movimentos.
— Vou pegar leve com você — Deimon
avisa com arrogância.
— Não precisa, querido. Antes que você
perceba, estará no chão — provoco.
Deimon começa a me circular. Mantenho a
calma, analisando seus movimentos. Ele tenta
pegar meus braços, me esquivo do seu ataque e uso
minha velocidade ao meu favor. Seguro com as
duas mãos a sua camisa, na manga e na gola. Viro-
me de costas para ele, girando a mão da gola,
levando até o cotovelo, entro debaixo dele, que
tenta se esquivar, mas já é tarde demais. Chuto suas
pernas e derrubo-o no chão com um baque surdo.
Deimon me olha com surpresa. Ele não esperava
por isso. Meu namorado não está diferente, sua
boca está aberta.
— Eu te disse — sorrio, zombeteira.
— Desde quando você sabe lutar? —
Damen pergunta, com uma carranca em seu lindo
rosto. Levanto uma das minhas sobrancelhas para
ele.
— Desde sempre. Qual é? Vocês nunca
pensaram que eu poderia saber lutar? — pergunto
incrédula.
— Não — respondem em uníssono.
— Bom, eu sei lutar — respondo, me sento
no sofá.
— Você se machucou? — pergunto para
Deimon com um sorrisinho debochado estampado
em meus lábios. Ele me olha engraçado.
— Vou sobreviver — resmunga.
— O que mais você faz que a gente não
sabe? — Damen pergunta, cruzando as pernas.
— Sabe, baby, você fica gostoso assim,
apenas de cueca, cruzando as pernas... o todo
poderoso — provoco.
— Vamos, boneca — fala com impaciência.
— Bom, deixa eu ver... nada que vocês
queiram saber — respondo, olhando para a frente
da cueca de Damen.
— Boneca — Damen rosna, chamando
minha atenção.
— O que foi que fiz? — pergunto,
inocentemente.
— Você sabe. — Meu homem responde
calmamente, olhando meus seios.
Olho para a mulher pequena sentada no
sofá, sorrindo distraidamente enquanto conversa
com seus amigos. Ultimamente ela não sai daqueles
computadores, e isso está me deixando curioso. Já
perguntei a ela, e Anny apenas sorri e diz: “não é
nada, amor". Em seguida tenta me distrair, apenas
deixo-a pensar que está conseguindo. Outra coisa
que notei é que ela está mais atenta as pessoas que
entram na mansão, assim como seus amigos.
Mesmo sutilmente, sempre de olho neles.
Quando chega alguns dos meus soldados, o
que não acontece com muita frequência —
raramente os permito vir aqui —, Lydia pega meus
filhos e os leva para o quarto, bem distante de
qualquer estranho.
Isso está começando a me irritar seriamente,
essas trocas de olhares silenciosos. O que eles estão
escondendo?
Vou testar minha teoria mais uma vez.
Jasper está quase chegando, Anny continua sentada
com Romero no colo. Lydia subiu com Beatriz nos
braços, minha pequena estava quase dormindo. Eu
realmente gosto dela. É bem sincera.
— Mamãe — Anny fala em português,
tentando ensiná-lo a falar.
— Mamãe — Romero repete, sorrindo,
enquanto pula em seu colo. Ela o abraça, beijando
suas bochechas gordinhas.
Jasper estaciona na entrada da mansão,
como eu esperava. Os celulares das “amigas” da
minha mulher acendem, assim como o dela, que se
entreolham, em seguida balançam a cabeça
levemente. Elas mudam o comportamento na
mesma hora, enquanto Jasper entra na sala, do seu
jeito debochado. Lydia desce as escadas, olhando
cautelosamente para meu novo convidado. Jasper
seca seu corpo descaradamente, enquanto ela
caminha em direção ao sofá, sentando-se no colo
do seu irmão —Alec.
— Com todo respeito, ela é uma gostosa —
Jasper comenta, olhando a garota com o irmão.
— Perigosa demais para você — respondo,
olhando por cima dos ombros.
— Ela parece dócil para mim — Jasper
responde, se sentando na minha frente.
— Só parece — retruco. Ele faz um sinal
com a mão de tanto faz. — Vamos ao meu
escritório — me levanto, indo para o meu
escritório.
— O que foi? — Jasper pergunta.
— Tem algo muito errado acontecendo
ultimamente. Eu já sei o que estão aprontando. Só
preciso saber onde e quando a porra vai acontecer.
— Um dos meus subchefes está planejando algo, e
sei exatamente quem é. Estou de olho nele já faz
um tempo, e se minhas suspeitas estiverem certas,
vou me banhar em seu sangue miserável.
— Você faz ideia de quem seja? — Jasper
pergunta, olhando o copo de bebida na mão.
— Não exatamente. — Tenho a lealdade de
Jasper desde que me tornei capo da Camorra. Nos
últimos meses, venho vigiando cada passo dos
meus homens. Deixei soltas as rédeas deles, só
assim vou descobrir um a um quem está envolvido.
Quando você deixa as pessoas confortáveis,
elas tendem a esquecer a vigilância. O preço pela
traição é a morte. Todos me juraram lealdade, e
esse juramento não pode ser quebrado. “Dor, honra
e glória até a morte”.
— Temos que descobrir quem são — Jasper
analisa. Eu já sei quem são, só não disse.
Conversamos mais um pouco, e decidimos encerrar
a reunião.
Estamos passando pela academia, e
barulhos chamam a minha atenção. Faço sinal para
Jasper me acompanhar silenciosamente. A porta
está entreaberta, e posso ver Anny, que está com
roupas de ginástica, lutando contra Lydia e Sammy.
Elas parecem bem concentradas, bem equilibradas.
— Porra, cara! Você tem uma máquina
mortífera dentro de casa — Jasper sussurra, no
entanto, seus olhos estão na diaba de cabelos
pretos. Essa garota é encrenca.
Anny luta com uma graça impressionante.
Anos de treinamento, sua agilidade mostra. Porra!
Tenho uma mulher dentro de casa, estamos juntos e
nunca treinamos juntos.
Olho-a por mais alguns segundos, e levo
Jasper até a porta. Anny vai me contar o que está
acontecendo, e vai ser agora. Arrumo tudo que
preciso e desço as escadas a sua procura.
— Boneca — chamo, rumo a academia.
— Aqui, amor — ela responde, sorrindo
para mim. Seu rosto está suado, sua pele vermelha.
— Podemos conversar? — pergunto.
Ela enxuga o suor do rosto, me olhando
atentamente. Mantenho meu rosto em branco.
— Só vou tomar um banho — ela responde,
subindo as escadas. Sigo atrás dela.
Ela para na porta, olhando a cama. Então se
vira na minha direção, olhando meu rosto. Seus
lindos olhos esmeraldas enchendo-se com luxúria.
Deixo-a tomar seu banho, e quando retorna, com
uma lingerie preta, meu pau salta ganhando vida
imediatamente.
— Vem aqui — comando, e ela obedece de
imediato. — Sente no centro da cama. Mãos nas
costas — exijo, e ela novamente obedece, sem
questionar. Algemo suas mãos nas costas com uma
algema de pelúcia para não machucar seus pulsos.
Não suportaria ver sua pele machucada.
— Damen... — ela sussurra.
— Shhhh, boneca — falo no pé do seu
ouvido, fazendo-a estremecer. — Você tem sido
uma esposa má — continuo meu trabalho. — Me
fala, boneca, o que você está escondendo? —
acaricio seus seios.
— Você está usando sexo para conseguir
respostas? — pergunta, ofegante.
— Sim. Você é a minha esposa, deveria
dividir as coisas comigo — arrasto minha língua ao
longo do seu pescoço elegante.
— Não. Eu não tinha certeza de nada, não
podia sair acusando sem provas — ela sussurra.
— Então está acontecendo algo?
— Sim. Eu juro que vou te contar —
sussurra, ainda mais ofegante. Puxo seu mamilo
com os meus dentes, chupando a pele delicada em
seguida. — Amor...
— Quando eu terminar com você, vamos
conversar, bonequinha. Você está em maus lençóis
— afirmo.
— Hummm.
Pego o gelo e começo a passar em cima do
seu mamilo, fazendo-a gemer. Passo a língua no
mesmo local, quente contra o frio.
— Ohh...
Ela geme alto, me oferecendo os seios.
Deixo o gelo tempo suficiente para adormecer um
pouquinho, e em seguida, chupo a pele na minha
boca com força, causando um pouco de dor.
— Amor, por favor... eu preciso gozar —
suplica. Mas ainda não deixo.
— Não goze — ordeno. Desço o gelo pelos
seus seios, passando pela sua barriga. — Levanta
essa bunda gostosa para mim — comando. Ela fica
de joelhos, enquanto puxo sua calcinha para baixo,
pressionando o gelo em seu clitóris, o que a faz
gemer mais alto. Cada gemido que sai da sua boca
vai direto para as minhas bolas.
— Amor... por favor... não consigo mais —
sussurra.
— Ainda não — respondo. Suas bochechas
estão rosadas, lindas pra caralho. Toda minha.
Acaricio suas dobras com o gelo,
introduzindo dois dedos dentro da sua boceta
apertada, enquanto beijo sua boca. Sua boceta
aperta meus dedos, ela está quase gozando. Círculo
seu corpo, pressionando-me contra suas costas.
Abro minha calça, tirando meu pau para fora.
— Se inclina para frente — ordeno, ela se
inclina gemendo. — Agora, abra mais as pernas —
ela separa as pernas. Passo meu pau pelas suas
dobras, dou-lhe um tapa entre as pernas, fazendo-a
gozar com um grito.
Deslizo meu pau em seu canal apertado,
gemendo de prazer. Seguro em seu cabelo,
enquanto deslizo ainda mais para dentro.
— Mais... — ela pede. Aumento meus
movimentos, indo cada vez mais fundo. Seus
gemidos vão ficando cada vez mais desesperados.
Sua boceta está pingando, enquanto aperta meu
pau. Sinto meu próprio orgasmos chegando.
Bato em sua bunda com força, massageando
seu clitóris, e ela goza com um estremecimento.
Estoco mais algumas vezes, gozando dentro dela.
Abro as algemas, deito-me entre suas pernas. Beijo
sua boca, explorando cada pedacinho do seu corpo.
— Eu te amo — ela sussurra, e meu maldito
coração acelera com sua declaração.
Beijo-a lentamente, entrando mais uma vez
em seu corpo, fazendo amor com ela, lento e
carinhoso. Beijo cada pedacinho do seu corpo.
Depois de tomarmos um banho quente,
Anny está deitada em cima de mim, enquanto
acaricio suas costas.
— O que você está me escondendo? —
finalmente pergunto.
— É sobre o Lucas. Promete que não vai
contar para ninguém, que não tivemos essa
conversa? Você não sabe de nada — ela pede. Não
posso prometer algo que não tenho certeza de que
posso cumprir.
— Boneca...
— Se você não me prometer, não posso
contar — ela me interrompe.
— Vou tentar — respondo.
— Não fica chateado, mas você tem
traidores — responde o que eu já sei.
— Eu já sabia — respondo com
sinceridade. Ela me olha surpresa.
— O que você não sabe é que tem um plano
por trás disso tudo. — Isso me interessa. Como ela
descobriu sobre isso? — Não me olhe assim —
sussurra para mim.
— Assim como? — pergunto, olhando-a
com cautela.
— Com desconfiança — responde.
— Como você sabe? — Sei que ela não me
trairia, porém neste momento, eu não sei de nada.
— O Lucas. — Não contei nada a ninguém,
além de Deimon e Jasper. Como ele sabe disso?
— Como ele sabe disso? — pergunto
desconfiado.
— Ele não sabe — ela responde, fazendo
círculos no meu peito.
— Se ele não sabe, como ele te contou?
Seja mais específica — estreito meus olhos. Nada
do que ela está falando está fazendo sentido.
— Ele está com problemas, então pediu
minha ajuda. Investiguei e descobri todo o plano. O
chefe de tudo é o possível irmão bastardo do Lucas
— responde-me com naturalidade, como se não
estivesse falando da porra da sua segurança,
olhando dentro dos meus olhos.
— Como você sabe disso tudo se nem saiu
de casa, boneca? — pergunto. Minhas paredes
todas subindo.
— O que você disse? — pergunto, me
levantando lentamente. Me pergunto se eu estou
imaginando coisas. Eu não posso ter ouvido isso.
Cobro meus seios com o braços, saio da cama sem
olhar para trás, procurando minhas roupas.
— Você ouviu. Vai fazer o quê? — Damen
pergunta raivoso, e segura meu braço assim que
começo a me afastar.
— Sou mais esperta do que você pensa —
respondo, puxando meu braço do seu domínio.
Entro no closet e pego qualquer roupa, vestindo-a
rápido. Caminho até a porta, mas sua voz me para.
— Quero nomes, Anny, agora — rosna, me
olhando com decepção. Isso dói no meu coração.
Eu amo esse homem, no entanto não posso aceitar
que fale comigo dessa maneira.
— Isso é problema do Lucas, não meu. Não
trairei sua confiança, não mais do que já fiz,
contando algo que ele me pediu segredo —
respondo, olhando-o com raiva.
— Lucas... sempre o Lucas. Você tem
sentimentos por ele, Anny? — ele rosna, me
acusando de algo que sinto por ele.
— Não tenho qualquer sentimento pelo
Lucas além de considerá-lo como um irmão, e você
sabe disso — rosno chateada. Damen deveria me
conhecer melhor do que isso.
— Eu não sei de mais nada. Não te
reconheço, Anny. Quem é a mulher que dorme
comigo todas as noites? — pergunta entre dentes,
me olhando friamente.
— Do que você está falando? — questiono
com frieza.
— Você é leal ao meu primo que está do
outro lado do mundo, mas não confia em mim para
contar seus problemas. — Damen me acusa,
pegando sua calça e a vestindo.
— Você está sendo infantil. — tento me
acalmar. Meu sangue começa a correr mais rápido
pelas veias.
— Agora sou infantil? Você sabe como eu
me sinto vendo você dizer que o ama, abraçando-o,
sentando-se no colo dele, dormindo em cima do seu
corpo? — pergunta, dando um passo na minha
direção, com os punhos fechados. Me mantenho
firme no lugar. Não vou recuar um centímetro.
— Eu não sei. Também não sei como é
ouvir isso de outra pessoa além dele — contra-
ataco. Damen recua. Estamos juntos a bastante
tempo, e Damen nunca falou “eu te amo” para
mim, apenas um “gosto de você”. Eu tenho certeza
dos meus sentimentos por ele. Isso me deixava
insegura no início, comentei com Sara uma vez e
ela me disse que o amor não é medido em palavras,
mas sim ações.
— Esse não é a discussão aqui, Anny —
responde, se recuperando do meu ataque.
— Então é sobre o quê? — estou cheia de
raiva, meu sangue fervendo.
— Você sabe quem são os traidores, Anny,
e não quer me contar. Isso é traição contra a sua
família. — Meu rosto fica branco. Não vou
escolher em que lado vou ficar. Os dois são minha
família e ponto.
— Você é bipolar, louco. Me acusa de ter
sentimentos pelo Lucas e depois me acusa de
traição... Você nunca disse que me ama, você
nunca me disse que te incomoda meu
relacionamento com ele — respondo, apontando o
dedo para ele.
— Então vocês têm um relacionamento? —
contrapõe.
— Sim, temos um relacionamento, mas
como irmãos, amigos, parceiros. Você entende o
que isso significa? — levanto a sobrancelha,
fechando minhas mãos em um punho.
— Não. Eu não entendo. Você sabe o que
meus homens achariam que eu sou, se eu não
tivesse matado alguns para mostrar exemplo? —
Damen grita, me assustando.
— Não, eu não sei — seguro minhas
lágrimas. Não vou chorar agora na sua frente.
— Corno. Todos os meus homens achariam
isso se vissem você sentada no colo dele. Você
sabe o que isso significa para um homem como eu?
Quantos eu já tive que matar por causa das suas
demonstrações de carinho por outro homem? —
Damen cuspiu entre gritos. Viro-me de costa,
enxugando uma lágrima solitária que escorre pela
minha bochecha.
— Eu sinto muito, senhor Davenport. Eu
não sabia. Você me acusa de não compartilhar
meus problemas com você, mas você não
compartilha os seus comigo — respondo, virando-
me de volta para ele.
— O que você queria que eu dissesse? —
Damen se aproxima.
— Eu queria que tivéssemos comunicação,
mas vejo que não temos. Você não precisa ficar
comigo só por causa dos nossos filhos. Essa é a
razão de você ainda estar comigo? — Essa
percepção me fez afundar dentro de mim. Por isso
ele nunca me disse “eu te amo”, porque ele de fato
não me ama...
Dou um passo para trás, batendo minhas
costas na parede. Engulo o choro.
— Não é disso que estamos falando —
responde.
— Você não precisa dizer mais nada, eu já
entendi tudo — sussurro.
Sinto meu corpo sendo anestesiado, minha
respiração acelera enquanto olho dentro dos seus
olhos que continuam uma tela em branco. Eu vivi
uma mentira? Estava tudo na minha frente, eu só
não quis ver. Tento me acalmar, no entanto está
sendo inútil.
— Liga para o seu primo e pergunta para
ele — tento ser forte, mas minhas mãos estão
tremendo, suadas. Minha garganta seca.
— Onde está sua lealdade? — Damen
pergunta com decepção.
— Minha lealdade está comigo mesma —
respondo, olhando o anel de noivado no meu dedo,
enquanto o giro. Damen nunca insistiu em nos
casarmos, ele apenas me pediu em casamento para
me segurar, nada mais.
— Você é minha esposa, devíamos ser um
casal, Anny. Mas você se coloca em perigo
investigando uma máfia. A porra de uma Máfia. —
Ele está raivoso.
— Eu não sou sua esposa. E não estou em
perigo — respondo, sentindo meus olhos
lacrimejarem novamente com minha descoberta de
que não significo nada para ele. Ele recua com as
minhas palavras, me olhando cautelosamente.
Desde que começamos a discutir, essa é a primeira
vez que ele demonstra algum tipo de sentimento,
como apreensão.
— Você. É. Minha. Mulher. Porra! —
Damen rosna, pausadamente. Me encolho com seu
ataque furioso. Damen nunca gritou comigo, nem
sequer lentamente. Agora estamos aqui, gritando de
um para o outro.
— Não sou. Você está apenas com ciúmes
da sua propriedade, Damen. Não sou uma mulher
fraca, então para de gritar comigo, porra! —
respondo calmamente, uma calma que não estou
sentindo.
— Você não entende. Não nasceu em meu
mundo, não imagina o quanto está em perigo —
Damen rosna se aproximando. Me afasto dele, e
vejo sua sobrancelha se levantar.
— Eu não nasci, mas fui ensinada a me
cuidar — olho meu anel.
— Tudo bem. Vou colocar todos os meus
homens em alerta — ele responde, se afastando e
pegando o celular. Gelo na mesma hora. Ele me
prometeu.
— Você me prometeu — falo quase
chorando.
— Eu não prometi. Eu não sabia a
gravidade da situação — responde me olhando.
— Isso, Damen. Alerta todos e a vida do
seu primo estará em suas mãos. Se algo acontecer a
ele, será sua culpa. Quer correr o risco? — soo
raivosa. Meu peito está doendo, essa conversa está
apenas acabando comigo. Ele nem percebeu o que
falou, é como se ele não estivesse ouvindo nada do
que falei.
— O que você quer dizer? Eu não sou um
traidor de merda — aperta o celular na mão.
— Porra. Para de distorcer minhas palavras,
merda — grito.
Para mim já chega. Não vou continuar aqui.
— Não estou distorcendo nada. Tudo o que
importa aqui é o Lucas, não é mesmo? Nem o fato
deles quererem me culpar pela sua morte. Mas
tanto faz para você, não é mesmo? — transborda
sarcasmo.
— Não me meta em seu rancor contra ele
— respondo. Me sinto fraca, enjoada, com essas
acusações.
— Quer saber, Anny, eu não me importo.
Seja uma heroína, vai lá salvar seu amado e deixa
seus filhos sem mãe.
Essa discussão é inútil. Para mim chega!
Sinto as Lágrimas querendo transbordar dos
meus olhos. Um relacionamento é baseado em
confiança, lealdade, companheirismo. Retiro o anel
do meu dedo, olho mais uma vez para minha mão.
Percebo que Damen também está olhando para
minhas mãos, acompanhando cada movimento
meu.
— Boneca... — ele sussurra.
— Você nunca mais será chamado de
corno, Damen. Não precisa estar mais comigo por
obrigação. Você está livre, pode se casar com uma
mulher do seu mundo. Você não me ama, eu já
entendi. Isso não é o suficiente para mim. Só queria
ter percebido isso mais cedo. Você poderia estar
com uma esposa, e talvez, mais filhos, porque os
meus seriam bastardos. Eu só queria uma família,
um homem que me amasse, no entanto aqui estou,
com um homem que não me ama. Desculpa
desperdiçar meses da sua vida — coloco o anel de
noivado no criado mudo sem olhar em seu rosto.
— Eu apenas confundi tudo. Você não
precisa matar seus homens por minha causa. Você é
alguém importante demais para estar com alguém
como eu, uma mulher frágil. Não vou deixar meus
costumes, minha identidade, por você. Estarei fora
da sua casa logo, não se preocupe — sussurro as
palavras como se estivessem cacos de vidro na
minha garganta.
— Isso não, boneca — Damen caminha na
minha direção, e eu me afasto, abrindo a porta. Eu
preciso de um tempo sozinha. Damen me segura
pela cintura, se pressionando contra mim. Eu não
consigo segurar mais o choro. Agarro-me a ele uma
última vez, procurando conforto em seus braços.
— Esquece o que eu disse, boneca — ele
sussurra contra meu cabelo. Tento me afastar dos
seus braços, mas ele me puxa para mais perto.
— Me deixa ir — falo entre lágrimas.
— Eu não posso — Damen falou.
— Eu só quero ficar sozinha. Não precisa
ter pena de mim — me solto dos seus braços.
— Boneca... — Damen chama quando
corro. Entro no quarto dos meus filhos, trancando a
porta e desabando em lágrimas.
— Me deixa entrar... — ouço-o na porta.
Não posso. Não vou viver uma mentira novamente.
Não me lembro a quanto tempo estou assim,
sentada no chão, chorando como uma covarde.
Damen parou de pedir para deixá-lo entrar assim
que parei de respondê-lo. Ele saiu sem dar mais
nenhuma palavra. Não que eu esteja me importando
com ele agora. Acordei na mesma posição em que
estava. Devo ter dormido depois que chorei rios de
lágrimas.
Me levanto lentamente, e tomo uma ducha
demorada. Sempre guardo algumas roupas junto
com as das crianças, caso me suje.
Me olho no espelho e noto que meus olhos
estão vermelhos e inchados de tanto chorar. Passo
um pouco de corretivo embaixo deles, tentando
amenizar um pouco o inchaço. Tenho medo de sair
e dar de cara com Damen, no entanto, nunca fui
covarde, e não vou ser agora.
Abro a porta vagarosamente, olho o
corredor, e ele está deserto. Caminho sem fazer
barulho. Assim que chego na sala comum, ouço
gritinhos e risadas vindo da piscina. Lydia e
Sammy estão brincando com meus filhos.
— Oi — comprimento, caminhando direto
para a ponta da piscina.
— Oi. O que foi aquela gritaria toda? —
Lydia pergunta, indo direto ao ponto.
— Só Damen sendo um idiota — respondo,
e vou até meus filhos. Retiro minha roupa e entro
na piscina apenas de calcinha e sutiã. Não vou subir
lá em cima para colocar um bendito biquíni.
— Cadê os bebês da mamãe? — pergunto.
— Aqui mamãe — eles gritam.
Brinco com meus filhos até esquecer a dor
no meu peito. Ouvir seus gritinhos felizes me faz
esquecer tudo. Depois de alimentá-los, coloco-os
para dormir, passando meus dedos sobre suas
bochechas rechonchudas.
Sento-me na cama com o computador entre
as pernas, verificando mais uma vez a situação.
Durante essa semana farei todos os dias as
verificações e ver onde estão a localização dos
pingentes.
Summer já pediu reforço para nos ajudar, e
será necessário. Suas irmãs e seu cunhado já estão
em Las Vegas, na mansão do Lucas. Fiz um plano
de fuga para meus filhos. Não vou deixá-los no
fogo cruzado. Não terei cabeça para pensar com
eles perto de mim, em perigo.
Desligo o computador e o coloco dentro da
gaveta. Deito-me embaixo das cobertas, pois já está
tarde. Nem ao menos havia notado as horas. Fico
rolando de um lado para o outro, estou sentindo
falta do seu cheiro, seu corpo. As lágrimas tentam
descer, mas não as deixo, empurro-as de volta. Eu
não sei o que fazer em situações assim, nunca tinha
passado por algo parecido.
— Mamãe, mamãe... eu tô com medo —
Romero chama, batendo na porta com suas
mãozinhas pequenas, porém sem fazer muito
barulho. Abro a porta e o vejo descalço, com seu
bichinho de pelúcia nas mãos.
— Você não pode andar descalço a noite,
meu amor — repreendo-o, caminhando na sua
direção.
— Desculpa, mamãe — Romero responde,
estendendo os braços para mim. Quando vou pegá-
lo, o vejo encostado na parede ao lado da porta, me
olhando intensamente. Meu coração acelera, sinto
meus olhos marejarem pelo que falou sobre mim.
— Não se esconda de mim, boneca —
Damen se aproxima, e eu me afasto. Ele usou meu
filho para me fazer abrir a maldita porta. Olho com
raiva.
— Vai se deitando, meu amor. A mamãe já
vai, está bem? — falo, passando a mão pela sua
cabecinha, que ele sacode afirmativamente,
entrando no quarto e arrastando seu bichinho de
pelúcia. Meu coração transborda de amor vendo
meu pequeno deitar-se sobre a cama.
Volto minha atenção para o idiota
emperrado na minha porta.
— Não estou me escondendo, Damen. Não
estamos mais juntos. Eu. Não. Tenho. Nada. Com.
Você — respondo, pontuando cada palavra. Eu não
voltar a viver uma mentira, só queria formar minha
própria família. Mas me perdi no meio do caminho.
— Não terminamos — ele retruca, se
aproximando. Me afasto do seu toque, e percebo
seus olhos ficando frios.
— Eu terminei com você. Agora me deixa
em paz — olho a marca branca do anel no meu
dedo.
— Não faz isso com a gente — Damen
pede, tocando minha bochecha. O formigamento
familiar causado pelo seu toque me deixa
desconcertada. Afasto sua mão do meu rosto.
— Não existe um “a gente”. Nunca existiu,
Damen — respondo.
— Não faz isso. — Damen repete. Ele
nunca foi rejeitado na vida, isso deve estar ferindo
seu ego.
— Vai dormir, Damen. Quero ficar sozinha
— tento fechar a porta.
— Eu não consigo dormir sem você —
responde, segurando a porta.
— Isso é problema seu — ponho as mãos
novamente na porta. Meu coração acelera com a
sua admissão. E se for uma mentira?
— Boneca, eu sinto muito pelas coisas que
falei. Eu estava morrendo de ciúme, com medo de
te perder — fala, passando a mão pelo cabelo,
novamente. Percebo que Damen está nervoso.
— Tarde demais, Damen — respondo,
subindo na cama. Romero logo se aconchega ao
meu corpo.
Meu coração está quase saindo pela boca
vendo sua mãozinha segurar meus dedos. Damen
continua me olhando atentamente com seus lindos
olhos azuis pálidos, em uma súplica silenciosa.
Desvio o olhar.
— Ma... ma... mamãe, mamãe — Benjamin
começa a chorar. Nossa pequena conversa
provavelmente o acordou. Começo a me levantar
para pegá-lo antes que ele acorde seus irmãos, mas
Damen é mais rápido.
— Vem com o Papai — Damen fala
suavemente, enquanto embala nosso filho nos
braços, pressionando-o contra o peito. Estendo
meus braços em um pedido silencioso para ele o
entregar a mim, que me entrega logo em seguida.
Meu pequeno para de choramingar na mesma hora.
Ele é o mais calmo.
Acaricio suas costas carinhosamente, sem
tirar meus olhos do homem na minha frente que me
observa.
Ele caminha em direção a porta, mas apenas
a fecha, sentando-se na cadeira em frente a cama.
Levanto minha sobrancelha em uma pergunta
silenciosa. Eu quero que ele saia, e ao mesmo
tempo não. Damen não diz nada, apenas continua
me olhando. Viro meu rosto para o outro lado,
evitando seu olhar intenso.
Depois que meus dois filhos estão
dormindo, relaxo meu corpo, bocejo, fecho meus
olhos vagarosamente, deixo minha respiração leve.
Acabo tirando um pequeno cochilo, e quando
acordo, ele ainda está no mesmo lugar.
Espero, espero e nada. Nada. Ele não sai do
quarto. Ainda está acordado e me encarando.
Ouço seus passos pelo quarto, vindo na
direção da cama. No entanto, não chega perto.
Mantenho meu corpo e respiração calma. Logo as
mãos de Damen passam pelas minhas bochechas,
as acariciando. Não demora muito, sinto um leve
beijo nos meus lábios. Tento não estremecer, e
falho.
— Eu sei que você está acordada — Damen
murmura contra minha bochecha. Estremeço,
abrindo meus olhos, e encontro aquelas
intensidades azuis me fitando. Me mexo
desconfortável com seu olhar. Damen beija e
acaricia meu rosto. Por que estou deixando ele
fazer isso novamente comigo? Fecho meus olhos,
fingindo dormir. Não me importa o que ele está
achando.
— Eu sinto muito, boneca, por nunca ter
dito que te amo enquanto você está acordada. Mas
você está errada. Eu te amo mais que minha própria
vida. Não quero te perder — fala baixinho, dando
pequenos beijos em meu rosto. Oh Deus, meu
coração acelera. Me mexo novamente, com o
coração querendo sair pela boca. — Eu não percebi
que estava te machucando. Não quero outras
mulheres, eu quero você, meu amor — continua.
Sinto Benjamin ser retirado de cima de
mim. E depois sinto as cobertas sendo puxadas. Ele
se deita atrás de mim, seu peito pressiona contra as
minhas costas. Me aconchego mais em seus braços.
— Damen — sussurro, me virando na cama,
me pressionando contra seu corpo grande. Passo
meus braços em sua volta, beijando seu peito
quente.

Acordo e encontro meus filhos


aconchegados em mim. Benjamin está com o rosto
entre meus seios, enquanto Romero está do outro
lado, pressionado contra minhas costas. Sinto uma
lágrima solitária escorrer pelo meu rosto. Isso foi
apenas um sonho. Fantasiei tudo, desejando tanto
seu amor. Porra, não posso ficar chorando o tempo
todo. Estou esgotada fisicamente e
emocionalmente. Foi apenas um sonho, um sonho
bom, maravilhoso.
Meu celular começa a tocar, olho o relógio
na cabeceira da cama e são cinco horas da manhã.
Me levanto vagarosamente. Isso não é um bom
sinal. Olho a tela com apreensão assim que vejo o
nome de Marcos. Meu coração gela. Pego-o com
minhas mãos tremendo, e atendendo.
— Oi — comprimento. Espero e desejo que
ele tenha me ligado para fazer uma brincadeira.
Mas lá no fundo, sei que a porra saiu do controle.
— Eles o pegaram. Se apresse, Anny. O que
devo fazer? — Marcos fala apressadamente,
respirando pesadamente, como se ele tivesse
corrido uma maratona.
— Porra, porra — esbravejo, meu coração
afundando com o medo de perder uma das pessoas
mais importante da minha vida.
— Me diz que você consegue salvá-lo —
sussurro em um fio de voz. Ele não pode estar
morto. Se ele estiver morto, eu os matarei um a um.
— Não. Se recomponha. Sua vida depende
de você — Marcos responde duramente, me
fazendo acordar do meu estado de choque.
— Me conta o que aconteceu — falo
apressadamente, pegando o notebook dentro da
gaveta de roupas.
— Estávamos sendo seguidos. Lucas me
mandou descer e ligar para você, e desse momento
em diante ele simplesmente sumiu — Marcos
responde ainda ofegante.
— Vou verificar agora. Seja discreto.
Retorno em cinco minutos — comando. Sei que é
difícil para alguém que é importante, mas é
necessário. Começo a trabalhar rapidamente em
meu notebook.
O rastreador do Lucas está se movendo
rumo a uma das pistas de terra, fora da cidade. Meu
sangue gela, o medo mais presente que nunca de
perder meu irmão. Empurro as lágrimas de volta.
Eu preciso ser forte. Alguns minutos depois, eu já
sei tudo que preciso. Retorno para Marcos.
— Ele já está no ar. Não perca tempo
tentando salvá-lo agora — falo chorosa. Por mais
que doa, é a verdade. Preciso me concentrar na sua
chegada aqui. Marcos rosna, um barulho e depois
outro. Ele está chutando algo. Eu sei mais que
ninguém o que Lucas significava para ele, são
como irmãos. — Se concentra, porra — limpo uma
lágrima apressadamente. Se alguém machucá-lo,
vou matar cada um. — Eles não vão matá-lo agora.
Estão esperando uma oportunidade de incriminar os
Davenport.
— Vou direto para aí — Marcos fala. Não.
Ele precisa colocar as meninas em segurança,
protegê-las.
— Não. Você vai proteger com a sua vida a
Sasha, Sara e a Emily, colocá-las em um local
seguro. Mas antes disso, forje a morte do Lucas.
Vou mandar fotos de alguns ratos, você pode
escolher. Coloque fogo no carro, forje um acidente.
Vou apagar todas as imagens de segurança por
onde você passar — instruo. Isso dói, no entanto,
nos dará tempo.
Lembro das instruções que Lucas me
ensinou de como agir sob pressão. Não vou
decepcioná-lo agora, não quando tudo depende de
mim, da minha equipe.
Justo agora que terminei com Damen.
A vida gosta de me passar rasteiras. Porém
dessa vez, vou curvá-la a minha vontade. Não
tenho tempo para avisar toda a minha equipe por
mensagem, já que eles estão dormindo aqui. Então
tenho uma ideia.
Corro, descendo escadas abaixo, apenas de
Baby-doll e com o notebook em mãos. Aperto o
alarme da casa por alguns segundos, desligando-o.
Menos de um minuto armas são apontada para
mim.
— Graças a Deus é só você — Gena fala
atrás de Deimon.
Damen está me olhando, seus olhos
analisam meu rosto rapidamente. A arma em sua
mão ainda apontada para mim. Minha equipe já
está caminhando apressadamente na minha direção.
— O que foi? — Lydia pergunta, olhando a
tela do meu notebook. Mostro o ponto se movendo
com o nome do meu irmão. Empurro novamente as
lágrimas de volta. Minhas mãos tremem mais que
tudo. Forço meu corpo a se acalmar.
— Porra! — Ramo fala, apertando as mãos
em punho. Seu olhar sanguinário pelo seu capo.
— Foda — Alec murmura, tocando meu
ombro levemente. Apenas balanço a cabeça.
— Marcos consegue interceptar? —
Summer pergunta, me dando um abraço. Me recuso
a entregar os pontos. Ele não vai morrer, eu vou
salvá-lo. Nós vamos.
— Não. Já estavam no ar — respondo,
mandando mensagem para meu piloto. Agora eu
tenho um. Em uma hora ele tem que estar pronto.
— Porra, porra! Eles apressaram os planos
— Ramo fala, socando a mesa.
— Pare com essa porra agora! Eu não
preciso de você machucado — rosno para ele.
Ramo balança a cabeça, se recuperando. Sinto os
olhos dos demais em nós, nos seguindo, sem
entender nada.
— Entendi — ele murmura, me olhando
com respeito. Nunca vou me acostumar com isso.
— Alec, você prepara o equipamento para
qualquer imprevisto que possamos ter — ordeno.
— Ramo, você revisa cada estratégia que fizemos.
— ele balança a cabeça, afirmando. — Quero os
reforços em vinte minutos. E Lydia, arrume meus
filhos o mais rápido possível. Quero eles em um
avião em trinta minutos — comando. Com meus
filhos seguros, posso fazer o que sei fazer de
melhor; jogar.
— De que porra você está falando? —
Damen pergunta calmamente, mas esse tom não me
engana. Apenas o ignoro. Isso provavelmente é
culpa dele.
— Do que vocês estão falando? — Deimon
também pergunta, tenso, o ar da sala ficando cada
vez mais denso.
— Vão me contar que porra está
acontecendo ou vou ter que torturar um de vocês?
Ninguém sai desta sala sem me falar a verdade —
Damen fala. Pulo com seu tom, seu olhos estão de
um jeito que nunca vi; duro, implacável,
sanguinário. Me viro para ele sorrindo, mesmo que
com minhas entranhas se revirando.
— Vão fazer o que pedi. Para quem você
contou Damen? — Ele franze a sobrancelhas.
— Apenas meu subchefe — Damen
responde, ainda franzindo as sobrancelhas. Um
subchefe, porra! Que ódio. Agora estou na mira
também.
— Eu não estava em perigo, mas agora
estou, porque você me colocou na porra da mira —
grito, raivosa. Quando a compreensão chega aos
seus olhos, ele dá um passo para trás, sabendo
exatamente o que acabou de fazer.
— Eu apenas falei que tínhamos traidores.
Não coloquei você em perigo, meu amor. — Se
defende. Porra, não é hora para discussão. Eu estou
tão ansiosa para puni-lo que estou misturando as
coisa.
— Me dê seu celular — peço a ele.
— Para quê? — ele pergunta.
— Vou mandá-lo para Nova York. Quando
ele chegar lá, mando ele retornar. É tempo
suficiente para resgatarmos Lucas. Agora me dá a
porra do celular e não me faça invadi-lo. — Ele me
entrega o celular. Digito uma mensagem como se
fosse Damen.
“Preciso de você no Brasil. Só volte quando
encontrar todos os traidores. Leve seus homens
com você. Um avião irá esperar por vocês ao
anoitecer.”
“Por quê?” Ele pergunta.
“Porque estou mandando. Sou seu capo,
não se esqueça disso. Algum problema?” envio a
pergunta.
“Nenhum, senhor.”
— Gena, você pode ir com meus filhos?
Vou precisar da cabeça do Deimon na situação —
peço.
— Tudo bem — Gena responde, subindo as
escadas apressadamente.
— Damen, por favor, preciso que faça um
favor para mim — peço.
Eu realmente não percebi o que estava
fazendo, deixando meu ciúmes me consumir. Eu
não pisei na bola, eu esfaqueei ela. Não vou meter
os pés pelas mãos por causa de ciúmes, não
novamente. Eu deveria ter falado com ela sobre
minha obsessão em vez de sair acusando.
Vendo-a comandar a porra toda, vejo que
não me esforcei o suficiente para conhecê-la. Meus
filhos estão em um avião a caminho de um lugar
seguro.
Anny pensou em tudo.
Só em pensar que a subestimei... Não
imaginei que ela era capaz de atrasar aviões, fazer
emboscadas. Mesmo assim, ela não irá sair dessa
casa. Em algumas horas eles estarão aqui, preciso
estar preparado. O avião está menos de uma hora
de pousar em Vegas, direto na armadilha.
Hora de jogar. Vou fazer o que sei de
melhor.
Sharon já está em Nova York. Envio uma
mensagem dizendo para ele retornar
imediatamente. Ele tenta me persuadir,
argumentando que é melhor continuar com o plano.
Estupido. Eu já sabia que ele estava aprontando, só
não sabia o quê. Quando colocar minhas mãos nele,
o estrago será grande. Irei drenar seu sangue.
— Deimon, você pega a Anastácia —
ordeno ao meu irmão, que está sentado ao meu
lado, observando tudo.
— O que vai fazer com ela? — Ele
pergunta, me olhando atentamente.
— Não vamos cometer o erro de deixar uma
rata solta — falo.
— Pode deixar — Deimon fala, saindo.
— Onde você vai, Deimon? — Anny
pergunta, sem tirar os olhos do computador.
— Anastácia — responde, arrumando suas
armas no coldre.
— Você vai buscar nossa ilustre convidada
— Anny debocha, sorrindo. Parece o sorriso de
uma hiena.
— Você não quer ela morta? — Deimon
pergunta confuso.
— Traz ela aqui e você vai descobrir — ela
murmura.
— O que você pretende, boneca? —
pergunto, seriamente.
— Onde ela está? — Deimon veste seu
casaco, já pronto.
— Na casa dela — Anny responde, depois
de teclar no computador.

Nunca pensei que um dia poderia ter filhos,


muito menos mulher. Mas aqui estou eu, tendo os
dois. Vou protegê-los com minha própria vida.
Depois que tive Anny na minha vida,
esqueci de ser o capo que sempre fui; impiedoso.
Isso colocou Anny e meus filhos em perigo. Por
gostar tanto de jogos, deixei um traidor em meu
território, apenas para brincar com ele. Isso nunca
mais vai acontecer, não vou cometer esse erro
novamente, por causa do meu gosto por adrenalina.
Alec entra com armas e munições,
colocando-os em cima de uma mesa e arrumando
tudo com maestria. Anny subiu tem alguns
minutos, retornando de calças pretas e camiseta
apertada. Meu coração perde uma batida. Anny não
está pensando em ir para o meio de um tiroteio,
está?
Ela começa a colocar armas pelo corpo;
munições, facas. Pega uma metralhadora e
destrava. Porra! Ela tem uma maestria
impressionante. Lucas a transformou em uma arma
letal. Minha pequena é uma lutadora.
Anny pega um tablet e repassa todo o plano.
Mesmo brigados, ela pede minha permissão sobre
tudo que vamos fazer. Não vou tratá-la como uma
mulher fraca, porque ela não é. Percebi tarde
demais, e não vou cometer o mesmo erro duas
vezes.
Estamos escondidos, esperando a trinta
minutos. Assim que o avião pousa e a porta se abre,
dois homens saem conversando distraidamente.
— Homens do Lucas — Anny rosna,
baixinho. Toco suas costas, trazendo sua atenção
para mim. Seus lindos olhos me olham tristes.
Puxo-a para entre minhas pernas. Assim ela ficará
protegida, e ainda sim pode fazer seu trabalho.
— Obrigada. — Ela murmura, se
aconchegando a mim. Anny começa a hackear o
celular deles, e em alguns segundos, ela recebe
todas as mensagens.
— Estão apenas em dois — estende o braço
para pegar o fuzil.
— Não — retiro das suas mãos.
Anny é muito sensível para ter sangue em
suas mãos. Não posso deixar isso acontecer.
— Mas... e... — Anny tenta falar, mas eu a
interrompi.
— Eu faço isso — pego a minha própria
arma. É uma distância difícil de acertar.
Summer atira em um dos homens, que cai
no chão sem vida. Atiro no outro, tirando sua vida
miserável. Em poucos segundos nos aproximamos
do avião cautelosamente. Ramo sobrevoa um drone
entrando dentro do avião.
Minha condição para Anny vir foi que ela
sempre estaria comigo, eu cuidaria da sua proteção.
Eu não confio em ninguém para fazer isso melhor
que eu.
— Não tem ninguém mais. Lucas está
amarrado na esquerda — Ramo fala. Entrando, vejo
Lucas deitado no chão, inconsciente. Desamarro
suas mãos e pés.
— Me ajuda aqui, Deimon — chamo-o
novamente.
— Vamos! Temos que tirá-lo daqui —
Anny nos apressa. Seus olhos estão cheios de vida
novamente.
— Vocês, levem ele. Vou fazer uma
surpresinha para meus homens — ajeito minha
arma.
— Você não vai voltar? — Anny pergunta,
parando na minha frente.
— Não. Se cuida — beijo seus lábios,
seguro-a pela cintura com ferocidade. Eu amo essa
mulher, pena que não disse isso para ela. — Jasper
e Michelangelo venham comigo. — olho para o
meu irmão. — Proteja minha mulher com a sua
vida — falo para ele, mesmo sabendo que ela é
capaz de se cuidar. Quero-a segura.
— Pode deixar, irmão. Vou protegê-la com
minha própria vida — Deimon fala, tocando no
meu peito, em cima da tatuagem.
Saio. Não demora muito, dois carros se
aproximam. Continuamos dentro do Avião,
esperando ansiosamente por uma matança. Meu
sangue pulsa pela adrenalina.
Quatro homens saem dos carros, e se
aproximam. Abaixo a porta, atirando neles, que
nem sequer têm tempo de reagirem. Mato três,
deixando um vivo. Logo esse filho da puta traidor
irá implorar pela sua vida. A única coisa que ele
terá será a morte.
— Hora, hora... que coincidência — falo,
dando meu sorriso maléfico, demoníaco. Juan se
afasta, tremendo.
Atiro em sua mão, depois na sua perna,
quando ele tenta fugir novamente.
— Como você descobriu? — Juan pergunta,
chorando de dor, enquanto pressiona o joelho que
sangra.
Enquanto ele se arrasta pelo chão, faço sinal
para Jasper verificar os corpos. Não quero deixar
ninguém vivo por acidente.
Uma ironia do caralho; todos estão com um
tiro no peito e na cabeça.

Graças a Deus Lucas está bem e vivo,


medicado. Nem acredito que ele está bem na minha
frente, sem muitos machucados. Uma pancada na
cabeça, isso é tudo. Beijo seu rosto sereno,
dormindo. Deixo-o no quarto do Pânico, nas mãos
da Alejandra e Alexandra. Elas são médicas da
máfia.
Volto para cima, assim Damen entra pela
porta todo ensanguentado. Damen me abraça-me,
beijando meus lábios com desespero. Não consigo
resistir e o beijo de volta.
— Você está bem? — Damen pergunta, me
apertando contra seu corpo grande. Me pressiono
contra ele.
— Sim — murmuro, me afastando dos seus
braços. Seus olhos se estreitam, mas ele não diz
nada.
— Os subchefes estarão aqui em poucos
minutos — Deimon avisa, chamando nossa
atenção.
— Por que você os chamou? — pergunto.
Damen é um homem perigoso, só está com receio
de me fazer correr. O que ele pretende?
— Eu gosto de jogos. — Ele responde,
passando a mão nas minhas costas, carinhosamente.
Com Lucas a salvo, podemos pensar com mais
calma cada passo de agora em diante.
Por que ele está sendo carinhoso comigo se
não estamos mais juntos?
— Ok — concordo. Ele é o capo, sabe o
que faz. Assim poderei saber se temos mais traidor.
Já coloquei bloqueador de sinal por toda a casa,
apenas por precaução.
Sara e Marcos já estão seguros. Depois que
resgatamos Lucas, eles partiram para casa. Os
ratinhos do Brasil chegarão em Las Vegas no final
da noite, irão direto para a ratoeira. Coloco um
casaco por cima da minha blusa. Não quero que
ninguém perceba que estou armada.
Anastácia chega junto com os subchefes.
Faço o papel de preocupada. Lydia está bem ao
meu lado, parecendo a rainha da presunção.
Pego meu tablet, fingindo estar esperando
notícias. Estou vendo quem está mandando
mensagens. Ninguém até agora se entregou.
Damen entra na sala, sentando-se em uma
das poltrona, como se fosse um rei. Bom, ele
realmente é, só que da máfia.
— Lucas sumiu, e os responsável pela sua
morte está bem aqui — Damen anuncia.
— Como é? — Jasper pergunta, parecendo
indignado. O homem é leal até os ossos.
— Você está nos acusando de traição pelo
assassinato do seu primo, capo? — Arthur
pergunta, indignado.
— Eu posso. Agora cale essa maldita boca
antes que eu arranque sua língua, seu filho da puta.
Ele foi encontrado carbonizado em uma viela do
Rio — Damen fala. Anastácia fica branca igual
papel, as mãos tremendo. Não sei o quê Damen
pretende.
Ela pega o celular, escrevendo rápido
demais.
“Papai, eles descobriram.”
Anastácia digitou. Interceptei a mensagem,
respondendo no lugar dele.
“Desgraçados. Você tem que sair da ir,
agora!”
Esse é o jogo do Damen; brincar e descobrir
quem está contra ele.
— O único que está livre dessa acusação é
Sharon. Ele estava em um avião, indo para Nova
York — Damen fala, seu olhar na minha direção.
“Você está livre das acusações, papai.
Podemos continuar com o plano.”
Anastácia mandou novamente. Que
inocente, ou burra. Burra é mais provável.
“Menos mal, filha.”
Respondo novamente fingido se ele. Ela
nem imagina o que o aguarda, filhinha de papai.
— Você desconfia de alguém? — Lydia
pergunta discretamente para mim. Estamos
sentadas na outra extremidade do sofá. Uma visão
privilegiada para todos na sala.
— Acho melhor se entregar. Prometo que
sua morte será indolor. No entanto, se eu disser seu
nome, sua morte será lenta, excruciante, nem um
pouco indolor. Então, alguém tem algo a me dizer?
— Damen pergunta com uma voz que me assusta;
dura, feroz. Mas ainda assim ele parece calmo,
calmo demais. A sala está em um silêncio
sepulcral.
— Ninguém? — Jasper pergunta, sorrindo
arrogantemente, como se não se importasse de
qualquer maneira.
Lydia me cutuca sutilmente. Sigo seu olhar,
um dos homens está digitando furiosamente no
celular. Deve ter uns trinta e nove anos, seus
cabelos estão grisalhos. Olho meu tablet,
esperando-o cair na armadilha. Não demora muito e
ele envia a mensagem diretamente para mim.
“Eles descobrirão, porra! Estou morto. O
capo sabe que eu o trai. Seu filho da puta. Por que
fui acreditar em você, Sharon? Se eu morrer, mate
aquelas crianças inúteis e a esposa também. Não
antes de fodê-la em sua frente. Você me deve isso.”
Vejo vermelho. Nessa hora, minhas mãos
tremem, meu coração acelera em adrenalina.
Damen olha para mim assim que extraio uma
respiração aguda. Balanço minha cabeça
levemente, ele entende o que quero dizer.
— Bom, vou deixar minha linda garota
mostrar o traidor a vocês — Damen avisa, enquanto
rola a arma na mão.
Abro minha bota de salto alto. O barulho
chama a atenção de todos. Com um sorriso
deslumbrante, sigo na direção do meu alvo. Bato
palmas alegremente. Vou matá-lo. Ele nunca
deveria ter mencionado meus filhos.
— Sabe, senhor... — aponto para meu alvo,
caminhando lentamente na sua direção. Eu sei seu
nome, no entanto, assim fica mais emocionante.
— Arthur? — Damen parece surpreso. Seus
olhos brilham de ódio.
— Arthur... um nome sexy, você não acha?
— pergunto docemente. Ele estreita os olhos para
mim, em seguida olha para Damen em busca de
ajuda. Ninguém virá em sua ajuda.
Damen mantém seu rosto em branco.
— Responde à pergunta da minha esposa —
Damen rosna.
— Sim, acho — dou-lhe um sorriso tímido,
inocente, sento em seu colo. Ele fica rígido,
procurando Damen desesperadamente. Damen não
diz nada, apenas observa com olhos transbordando
de ódio.
Eu sei que estou indo longe demais, mas ele
nunca deveria ter colocado meus filho nisso.
Pego minha faca na bota, que todos podem
ver, menos Arthur. Cravo a faca na sua perna,
fazendo-o soltar um grito de dor. Pulo do seu colo
quando me ataca. A sala está em um silêncio total.
Não me importo. Ainda não é o suficiente.
— Desculpe. Foi sem querer — falo com
uma incidência fingido.
Jogo outra faca em sua coxa. Seu grito de
dor se torna mais alto. Eu não deveria gostar, mas
eu gostei. Quero fazer mais, lhe proporcionar uma
dor excruciante.
— Essa não — torço a faca na sua perna,
subindo em sua coxa, cortando a carne.
— O que está fazendo, vadia? — Arthur
grita, chorando como um bebê. Dou alguns soco
em sua boca, o sangue começa a escorrer pela sua
camisa branca.
— Oh, você tem uma péssima memória,
Tutu. Deixe-me te lembrar. "Se eu morrer, mate
aquelas crianças inúteis e a esposa também. Não
antes de fodê-la em sua frente. Você me deve isso".
Isso te lembra algo? — pergunto, puxando minha
faca para fora da sua perna, mas não antes de
torcer.
— Damen, ela não pode fazer isso. Você é o
capo — Arthur fala, seu rosto sangrando.
Minha respiração está acelerada. Ainda
assim, soco sua cara com tanta força, derrubando-o
da poltrona.
— Você está certo, que indelicadeza a
minha — sou sarcástica.
— Você está morto. Alguém tem algo a
dizer? — pergunto. Ninguém diz nada. Todos
continuam me olhando chocados, eles
provavelmente nunca viram uma mulher fazer isso.
— Lydia, você quer se divertir um
pouquinho? — ofereço. Ela sorri cruelmente,
olhando todas as pessoas na sala.
— Oh, sim. Me deixa brincar — responde,
tomando meu lugar.
Não acredito no que os meus olhos veem.
Sei que Lydia nasceu na Máfia e foi treinada e
ensinada a sobreviver nesse mundo.
— Eu amo aquelas criança, sabia? — ela
fala, cortando com uma faca afiada o tapete que
está coberto de sangue. Ela não para, está batendo e
batendo.
Olhando para Damen em um pedido
silencioso. Ele assente fracamente.
— Ele é meu. Já chega — Damen fala com
uma voz de aço, impenetrável.
— Certo, Capo — Lydia responde, ainda
assim parece insatisfeita. Ela sorri cruelmente,
chutando seus testículos. Ele grita de dor se
curvando. Com um salto daquele, a dor deve ser
excruciante. — Te desejo uma morte dolorosa —
chuta suas bolas novamente.
Anastásia está com os olhos arregalados,
respirando ofegante. Ela já vomitou no chão. Pego
uma tesoura, arrastando-a por cima da mesa,
fazendo barulho e chamando sua atenção.
Anastácia arregala os olhos, se levantando.
— Onde vai, querida? — pergunto,
docemente.
— Isso é uma armadilha. As mensagens não
chegaram no celular do meu pai, não é? —
Anastácia pergunta, começando a chorar. Seus
olhos em Arthur, que está no chão, agonizando de
dor.
— Não, querida. Já sabia de tudo a bastante
tempo. Seu destino será o mesmo que o dele —
aponto para Arthur, que está gemendo no chão,
segurando os testículos. Seu rosto está uma
bagunça sangrenta.
— Você morreu no momento em que
concordou em matar os meus bebês — me
aproximo, e ela se afasta, batendo as costas na
parede.
— Por favor — balbucia, suplicando.
— Não mesmo. É melhor não fazer
gracinha — Lydia fala, se aproximando de mim.
— Senta ali, calminha. — A sala continua
em silêncio total. Ela começa a correr em seus
saltos. Burra! Poderia pelo menos tê-lo tirado antes
de tentar fugir, o que é difícil, em saltos como
aqueles.
— Porra! Eu odeio quando eles fazem isso.
— Lydia reclama.
Puxo minha arma da cintura, atirando em
sua frente. Ela para instantaneamente, gritando.
Vou até ela e seguro seus cabelos, empurrando-a
até sofá. Pegando a tesoura, começando a cortar
seus cabelos oxigenados. O destino dela está nas
mãos de Damen. Não quero mais sangue nas
minhas mãos, além dos que já tenho. Ele é o Capo,
não quero fazê-lo parecer fraco perante seus
homens.
— Então, amor o que você acha? —
pergunto, me arrependendo assim que as palavras
saem da minha boca. Seus olhos brilham em
apreciação.
— Você é mais que capaz de decidir,
boneca. — Ele responde, olhando cada um de seus
homens nos olhos. Olho suplicante para ele, Damen
não pode deixar-me com essa decisão. Não quero
fazer isso. Minha consciência já está pesada o
suficiente.
— Não vou matá-la. A morte é fácil demais
para ela — Damen dá um sorriso cruel.
— Damen, amor. Por favor... — Anastácia
pede. Vejo vermelho. Seguro seu pescoço,
apertando com força.
— Você gosta de homens comprometidos?
Então você será de todos, prostituta — rosno,
socando seu nariz, que começa a sangrar. Ela o
segura, enquanto chora de dor. Provavelmente está
quebrado, o estalo audível é um bom indicativo
disso.
Os murmúrios começam pela sala.
— Você não pode simplesmente acreditar
nas palavras de uma mulher — Arthur se
levantando, tentando sentar na poltrona, segurando
a boca que não para de sangrar.
— Não são apenas palavras. Tenho bastante
provas contra vocês — respondo, caminhando em
sua direção, no entanto, meu sangue está correndo
rápido por todo corpo. Damen é mais do que capaz
de cuidar dos seus homens.
Vou direto para o quarto do pânico, Lucas
continua dormindo. Acaricio seu rosto sonolento e
calmo.
— Como ele está? — pergunto, arrumando
seus cabelos longos.
— Bem. A pancada não foi grave —
Alexandra responde, checando o acesso venoso em
seu braço.
Volto para cima. Preciso estar de olho nas
coisas. A cena que vejo me faz querer vomitar,
colocar minha entranhas para fora.
Arthur está morto, pedaço e pedaços do
corpo dele pela sala. Assim como Anastácia,
totalmente desfigurada. Olho para os homens
sentados em volta do sofá.
Damen está com as mãos sujas de sangue,
assim como às roupas. Lydia tem pingos de sangue
pelo rosto, roupas e botas. Suas mãos estão
completamente cobertas de sangue. Ela matou
Anastácia. Porra, a garota gosta de uma carnificina.
O sensor da mansão dispara, avisando que
temos intrusos. Isso não é coisa boa. Coloquei os
sensores junto com a Lydia a cerca de cinquenta
metros, o que significa que temos visitas
inesperadas.
Menos de um minuto eles estão atirando em
nós. Por sorte que já estamos preparados. Pego meu
fuzil e algumas munições. Não vou ser um peso nas
costas de ninguém.
Os tiros começam estilhaçando as janelas
em todas as direções. Me abrigo atrás de uma
coluna. Tiros raspam minha pele, e por pouco não
me acertam.
— Atira logo, porra — Lydia grita do outro
lado. Não sei se consigo.
— Boneca — Damen grita do outro lado da
sala.
Respiro fundo algumas vezes, levanto o
fuzil, mirando. Meu sangue pulsa mais rápido
quando puxo o gatilho, derrubando vários em
seguida. Lydia me dá cobertura enquanto atiro.
Alguns minutos depois, o tiroteio para. Ramo não
perde tempo e começa a sobrevoar um drone sobre
a mansão.
— Tem alguns ratinhos a nossa esquerda —
Ramo fala, agachado atrás da coluna.
— Deixa comigo — Summer diz, deixando
os homens do Damen incrédulos enquanto ela atira,
sem errar um tiro.
— Pelo amor de Cristo — Jasper diz
abaixado ao lado do Deimon. — Aqui tem alguma
mulher normal? — pergunta sarcasticamente antes
de atirar.
— Somos normais — respondemos em
uníssono. Ele apenas nos dispensa com um
movimento de mão.
— Muito normais. Só não são um alvo fácil
— Alec fala orgulhoso.
Outro tiro passa raspando meu braço. O
alvo sou eu?
— Sai daí Anny — ouço Damen gritar do
outro lado da sala.
Não dá. Estou muito exposta. Vou ser
atingida no instante que sair detrás da coluna. Serei
um alvo mais que fácil.
Recarrego meu fuzil com as mãos
tremendo. Começo a derrubar um a um até não
sobrar mais ninguém. Não errei um tiro. Porra!
Minhas mãos começam a suar, tremendo.
— Acabou — Ramo anuncia, respirando
rapidamente.
— Você está bem? — Damen pergunta,
tirando a arma das minhas mãos. Balanço a cabeça
que sim. Ele me abraça, depois me afasto tentando
respirar.
Preciso de um banho. Subo as escadas
entrando no quarto do Damen rapidamente. Ligo a
água no frio, me sentando no chão, Minhas mãos
tremem, meu coração acelerando.
Não sou apenas uma assassina. Eu matei
várias pessoas de uma vez só. Quebrei em lágrima,
chorando como uma criança que precisava respirar.
Sei que estava defendendo minha família, mas
eram seres humanos, uma vida de qualquer
maneira. Eles têm almas, são seres vivente, e eu os
matei.
— Anny, você está congelando — Deimon
desliga a água.
Não me importo com a minha nudez, nem
sequer me mexo. Meu queixo está batendo
violentamente pelo frio.
— Damen, vem ao seu quarto agora! —
ouço-o chamar.
Continuo na mesma posição. Não consigo
me mexer. Os tremores aumentam.
— Porra, boneca — Damen me levanta do
chão em seus braços. Ele me coloca na cama, me
cobrindo com várias cobertas, ligando o aquecedor
em seguida.
Continuo olhando-o se mover pelo quarto,
acompanhando-o com meus olhos. Ele vem e se
senta na beirada da cama, pegando uma das minhas
mãos.
— Olha para mim, bonequinha, Não se sinta
culpada. Eles teriam matado nossos filhos sem
pensar duas vezes. — Damen acaricia meu rosto.
— Eu me sinto um ser humano horrível —
sussurro, sentindo novas lágrimas descendo.
— Você não matou pessoas inocentes, meu
amor. — Pensando por esse lado, eu sei que ele
está certo. Mas matar pessoas é errado. Eu sou um
monstro.
— Tudo bem — sussurro, mais para mim
do que para ele. Damen levanta-se, pegando minhas
roupas no closet. Uma calça jeans e uma blusinha
preta.
— Vem. Deixe-me cuidar de você —
Damen fala.
Meu corpo já está quente, aquecido. Saio
debaixo das cobertas e ele me veste, como se eu
fosse uma criança. Depois coloca um casaco sobre
meus ombros, beijando meus lábios com carinho.
Passo meus braços em sua volta, beijando-o
com saudades. Eu senti falta desse homem.
Olho para arma no criado, pegando-a e
colocando nas costas.
— Não precisa mais meu amor. Está tudo
sob controle — Damen acaricia meu braço. Quero
me prevenir.
— Está tudo bem — falo. Damen beija o
topo da minha cabeça, acariciando minhas costas.
Nós descemos as escadas de mãos dadas.
— Sharon? — pergunto, olhando em seu
rosto lindo.
— Ele está morto, todos eles estão —
Damen responde, sorrindo para mim. Devolvo o
sorriso, recebendo um beijo carinhoso na testa.
— Uhuuuuuu. Vou ligar para Sara —
começo a me afastar.
— O Lucas quer ver você — Damen
anuncia. Sinto sua voz tensa ao mencionar seu
nome. Não falo nada, apenas balanço a cabeça em
confirmação.
Descemos para o quarto do pânico. A porta
é aço reforçado, bastante pesada. Ninguém pode
passar por ela sem uma dinamite.
Assim que digito o código, ela se abre.
Encontro Lucas sentado na cama, conversando com
Lydia. Assim que ele me vê, se levanta e em dois
grandes passos está me abraçando forte. Choro em
seus braços. Senti tanto medo de perdê-lo.
— Nunca mais faz isso comigo — o xingo
entre soluços, me agarrando ao seus braços.
— Shhh, está tudo bem — Lucas me
conforta, acariciando meus cabelos.
— Eu quase perdi você — falo, olhando em
seus olhos. Ele enxuga minhas lágrimas com as
pontas dos dedos.
— Mas não perdeu, e nem vai — responde
sorrindo.
— Por que não me contou? — olho dentro
dos seus olhos escuros, cheios de carinho.
— Não deu tempo. Eles apressaram os
planos antes que pudesse entrar em contato com
você — Lucas explica, sorrindo tristemente. Ele me
libera, sentando na cama, sem tirar os olhos de
mim.
— Sorte sua que não te obedeci, ou estaria
morto — digo, sentada na cama ao seu lado.
— Você o quê? — Lucas está chocado
olhando para Damen em busca de resposta. Ele
simplesmente balança a cabeça negativamente.
— Já estava investigando a muito tempo —
abraço Damen. Quero sentir seu corpo. Suas mãos
automaticamente enrolam em volta da minha
cintura, me apertando.
— Eu sabia que você não ia me ouvir —
Lucas comenta, passando a mão pelos cabelos mais
curtos do que estavam.
— Você me deixou preocupada. Você é
como um irmão para mim. Eu te amo. Não quero te
perder — olho nos olhos dele Lucas.
O corpo de Damen fica tenso na mesma
hora em que as palavras saem da minha boca. Não
sei em que pé estamos, no entanto, não vou
escolher entre os dois.
— Eu também te amo, minha princesinha.
Descobri uma coisa sobre a gente — Lucas fala.
— O quê? — pergunto, descansando minha
bochecha contra o peito quente e forte do Damen.
— Não surta. Já nos consideramos irmãos,
acho que é uma coisa boa — sorri para mim. Ele
está me deixando nervosa com essa enrolação toda.
Lucas nunca faz enrolação, vai sempre direto ao
ponto, não importa o quão difícil seja a conversa.
— Fala logo — respondo, estreitando meus
olhos para ele.
— Você está nervosa — ele afirma o óbvio.
Eu o conheço a tempo suficiente para saber que
qualquer coisa que ele falar é importante.
— Como você sabe que ela está nervosa?
— Damen pergunta, apoiando o queixo na minha
cabeça. Assim não posso ver seu rosto.
— Ela sacode as pernas — Lucas
respondeu.
— Pensei que só eu tinha percebido isso —
Damen parece um pouco enciumado.
— Cara, eu conheço ela desde que era um
bebê.
— Ok. Agora me diz o que você descobriu
— interrompo-os. Essa conversa é inútil.
— Você é minha irmã de sangue — Lucas
solta a bomba sem mais nem menos. Ele está
tentando me trollar? Claro que está. Isso é pelo
casamento?
Olho-o furiosa.
— Boa tentativa, mas não vou cair nessa.
Não mesmo.
— Isso não é uma trollagem ou pegadinha
— sua expressão é séria.
— Não? — seguro o braço do Damen com
força.
Minha mãe nunca disse quem era meu pai.
Ela apenas disse que ele morreu quando nasci, nada
mais. Nem uma foto sequer ela tinha. Depois de um
tempo, parei de perguntar, porque ela sempre
desconversava.
— Você não conheceu o seu pai — Lucas
afirma o óbvio. Ele conhece toda a minha história.
— Você sabe que não — respondo chorosa.
Nós realmente somos irmãos de sangue.
— Achei o diário do meu pai onde ele
mencionava você como fruto do seu amor. Da
única mulher que ele amou. No entanto, não podia
assumir publicamente — explica, tocando minha
mão. Eu tinha um irmão?
— Como? Por que ela não ficou com você?
— pergunto, limpando uma lágrima que havia
escorrido. Meu coração transbordava de felicidade.
— Não é assim. Ela teve suas razões
pequena — Lucas responde, sorrindo lindamente.
— Não. — Minha mãe mentiu a vida toda
para mim? Desejando isso?
— Acho que ela teve que escolher entre
mim e você — Lucas respondeu, como se não fosse
nada. Realmente, não sei o que falar agora. Estou
esgotada, tanto fisicamente quanto
emocionalmente.
— Nossos pais podem ter mentido, mas
você sempre foi minha irmãzinha mais nova —
Lucas responde. Pulo dos braços do Damen,
abraçando Lucas com força, tentando colocar meu
amor em um abraço. Suspiro. Sempre fomos
próximos um do outro, sem sabemos que éramos
irmãos.
— Está tudo bem. Você agora é uma
Davenport — Lucas beijando minha bochecha.
— Um irmão — sussurro, aconchegada em
seu abraço de urso grande e protetor.

Estou tentando não perder minha cabeça


vendo Lucas abraçar minha mulher como se fosse
sua tábua de salvação. Eu queria tanto socar a cara
dele até minha raiva se aplacar. No entanto, só
levaria Anny para longe de mim. Não quero
estragar mais coisas do que já fiz.
Vê-la nos braços de outro homem é
extremamente difícil para mim. Pior ainda ouvir
Anny dizer "eu te amo". Faz meu coração doer.
Mesmo ela dizendo tantas vezes que me
amava, eu não respondia. Mesmo tendo todo o
fodido amor por ela, ainda sim fui um covarde de
merda.
Meu sangue ferve vendo Lucas abraçá-la
novamente com desespero. Quero arrancá-la dos
seus braços e enfiar minha faca nele. Porém somos
primos, e principalmente aliados.
O pior de tudo é que eu não sabia se Lucas
amava Anny como irmã ou como mulher. Esse
pensamento me faz querer colocar uma bala em sua
cabeça. Meu maldito coração doí, aquele aperto
estranho, mas já familiar dos ciúmes; amor. Uma
aposta para os loucos. Eu estou completamente
louco por esta mulher desde o momento que a vi
dançando com se o mundo fosse acabar.
Permaneço quieto, da mesma forma que fiz
nesses últimos meses. Explodi a três dias atrás o
que guardei em todos esses meses, de uma só vez.
Nunca me senti culpado. Mas aqui estou, sentindo
remorso por nunca dizer que a amo, mesmo sendo
louco por ela.
Às vezes minha possessividade me sufoca,
principalmente quando Lucas está nos visitando.
Sara nunca parece ter ciúmes, no entanto uma
mulher consegue guardar bem no interior seus
sentimentos de ódio, ciúmes. Tenho medo de
sufocá-la, mas sou egoísta demais para deixá-la ir.
Eu sei que o sentimento que existe entre
eles é de irmãos, mas as vezes não consigo suprimir
meu ciúmes. Tento me convencer disso toda vez
que ele está aqui. Nunca matei tantos inimigos
quando Lucas está de visitando.
Não existe mais qualquer outra máfia ou
MCS em Vegas. Eu matei todos.
— Você tem certeza? — pergunto a Lucas,
aliviado. Mas quero ter certeza de que eles são
irmãos.
— Estava tudo no diário, desde o momento
da gravidez até o dia que ele morreu. Tem fotos
dela aos montes.
Respiro aliviado. Espera...
— Diário? — pergunto. Um mafioso filho
da puta igual meu tio escrevendo em um diário?
Alberto, aquele velho maldito, igualzinho meu pai.
— O diabo também veste rosa — Se me
dissessem isso anos atrás, eu teria dado gargalhadas
na cara da pessoa. Anny está feliz, mas percebo que
está quase dormindo contra mim.
— Vem meu amor. Deixe o Lucas
descansar — falo calmamente, beijando sua
bochecha delicada. Ela suspira, se acomodando
contra mim.
— Você não quer descansar nos quartos lá
em cima? — Anny pergunta, passando os braços
em volta do meu pescoço.
— Estou bem. Foi apenas uma pancada na
cabeça. Já passei por piores. Vou sobreviver —
Lucas olha nos meus olhos.
— Vamos. Cara, você terá um dia cheio
amanhã. — pego Anny em meus braços, que está
quase dormindo. Caminho pelos corredores da
mansão.
— Como está minha mulher e minha filha
— pergunta, caminhando ao meu lado.
— No Brasil, em uma casa segura — Anny
responde sonolenta, seu rosto afundado no meu
peito.
— Onde? — Lucas pergunta, tocando seu
cabelo.
— Jalapão — Anny abre os olhos verdes,
olhando para mim. — Já verifiquei. Estão todos
seguro — ela continua.
— Que bom — Lucas está visivelmente
aliviado. Seus olhos refletindo como uma espelho o
seu alivio.
— Eu penso em tudo — Anny responde
presunçosamente, dando-me uma piscadela
sonolenta.
— Eu sei disso. Onde estão seus filhos? —
pergunta para mim, já que Anny não responde.
— Estão na casa segura com a Gena —
ajeito a pequena mulher em meus braços. Deixo
Lucas em um dos quartos de hóspedes.
Quando chego na frente do quarto dos
nossos filhos, hesito. Não quero pressionar, no
entanto, precisamos conversar.
— Vamos conversar sobre a gente agora,
bonequinha — toco meus lábios em sua testa antes
dela pensar demais.
— Tudo bem — abre os olhos e sorri. Ela
parece uma criança.
Chego em frente ao nosso quarto. Abro a
porta, sentando com ela na cama. Seus olhos estão
bem abertos agora, sua atenção está toda em mim.
— Primeiro de tudo, eu te amo mais que
minha maldita vida. Segundo, eu sinto muito pelas
merdas que falei. Terceiro, eu estava morrendo de
ciúmes de você com Lucas, não porque eu não
confiava em você, mas sim porque sou um filho da
puta obsessivo. Quarto, eu só estava com medo de
admitir meus sentimentos em voz alta e perder
você, assim como perdi minha mãe — falo tudo
que estava sentindo, com sinceridade.
Ela continua me olhando atentamente.
Seguro seu olhar, colocando-a sentada na beira da
cama. Me ajoelho entre suas pernas, passando as
mãos pelas suas pernas firmes e sexys.
— Eu estava perdendo você por não
demonstrar o que sinto, me desculpe meu amor. Eu
te amo. Não quero perder você — cada palavra sai
com todo o meu amor. Ela se inclina para frente e
beija meus lábios vagarosamente.
— Eu também te amo, muito — Anny
sussurra entre nossos beijos. Seus olhos estão
cheios de lágrimas não derramadas.
— Estamos bem? — pego o anel do bolso
da minha calça jeans, em seguida deslizo em seu
dedo, onde ele pertence.
— Sim. — Minha pequena responde me
abraçando. Abraço-a com força, jogando-a na cama
e beijando seus lábios carnudos.
— Não estou com você só por causa dos
nossos filhos. E sim porque você se tornou meu
mundo. — Sinto-me leve ao confessar meus
sentimentos a ela. É como se estivesse tirado um
peso de cima de mim.
— Você e os nossos filhos são meus tudo,
amor — Anny fala antes de beija mais uma vez
meus lábios.
Foi um dia cansativo, precisamos de
descanso, principalmente para ela.
— Vem, vamos dormir — empurrando-a na
cama.
— Só dormir? — pergunta, abrindo as
pernas para mim. Meu sorriso se alarga.
— Você ainda tem energia para mim? —
pergunto com um sorriso sedutor, beijando seu
pescoço elegante.
— Sempre tenho — Anny sussurra.
Retiro suas roupas rapidamente e em
seguida as minhas, tudo isso entre beijos e carícias.
— Estava morrendo de saudades — sugo
seus seios. Meu pau está tão duro que minhas bolas
parecem que vão explodir. Quero apenas me
afundar entre suas pernas e foder essa bucetinha
apertada.
— Sem preliminares, amor — Anny
sussurra, desesperada por mais.
Solto um gemido de apreciação. Posiciono
meu pau em sua abertura encharcada, que abre mais
as pernas dando-me mais acesso.
— Camisinha! Não estou tomando remédio
— Anny fala ofegante.
Levanto e pego uma camisinha, colocando-
a no meu pau. Ela continua aberta para mim, me
olhando com desejo. Posso ver sua boceta pulsante
brilhando de excitação.
Escovo meu dedo em sua abertura. Ela está
pingando. Gemo enquanto me posicionei entre suas
pernas, dando pinceladas em suas dobras. Deslizo
meu pau em seu canal apertado, estocando
vorazmente enquanto ela geme de prazer. Aumento
meus movimento, levantando uma de suas pernas,
indo mais fundo.
Ela solta um gritinho, fazendo meu pau
latejar, enquanto é esmagado pela sua canal
apertado. Aumento ainda mais meus movimentos e
sinto sua boceta se contrair, apertando ainda mais
meu membro. Beijo seus lábios deliciosos, gozando
na camisinha. Levo meu dedo sobre seu clitóris,
manipulando-o, fazendo-a gozar com um grito
abafado.
Empurro mais alguns impulsos e retiro-me
de dentro do seu corpo com um gemido torturado.
Descarto a camisinha me deitando ao seu lado, que
logo está aconchegada em meus braços.
Me sinto completo com ela neles.
Beijo o topo da sua cabeça, cheirando seu
cabelo tem um cheiro gostoso de chocolate fresco.
Ela beija meus lábios levemente, adormecendo.
Olho-a enquanto dorme como um anjo.
A partir de hoje, erros não serão permitidos
na minha vida. Quase a perdi, uma peça importante
da minha vida. Foi a sensação horrível a que senti
quando não tive seu corpo colado ao meu durante a
noite; o vazio da cama, no meu peito, a dor
estranha, escuridão que senti sem ela em apenas um
dia. Sabendo que eu mesmo fui responsável pela
nossa separação.
Acaricio seu rosto com as pontas dos dedos
carinhosamente, e adormeço também.
Acordo com um corpo quente no meu.
Mãos pequenas puxando-me. Resmungo. Quero
dormir mais um pouquinho.
Então percebo que são minhas pequenas
preciosidades.
— Mamãe, mamãe — Benjamin me chama,
começando a chorar. Abro meus olhos e meu filho
está bem diante de mim, com o rostinho cheio de
lágrimas.
— A mamãe está aqui, meu amor. Está tudo
bem. — soo suavemente, enquanto beijo suas
bochechas rechonchudas, abraçando-o com força.
Sinto seu cheirinho maravilhoso de bebê.
Olho em volta e Damen está sentado no chão com
Bernardo e Beatriz em cada perna, brincando com
ele. Onde está o Romero?
— Amor, cadê o Romero? — pergunto. Ele
levanta os olhos para mim sorrindo.
— Mamã, mamã, mamã — Beatriz e
Bernardo chamam, estendendo os braços para mim,
enquanto Damen levanta do chão colocando os na
cama. Abraço meus filhos e beijo suas bochechas
gordinhas.
Senti tanta saudade deles. Aperto meus
filhos em meus braços.
— Romero? — insisto, olhando Damen,
esperando sua resposta.
— Dormindo. Ele estava cansado — Damen
fala, sem olhar para mim.
— Por que ele está cansado? — perguntei,
preocupada com ele. Meu pequeno de cachos
castanhos.
— Boneca, ele está bem. Apenas gripado e
deu febre. — Damen responde, beijando meus
lábios rapidamente. — Febre — murmura,
brincando com Bernardo.
— Ele ficou doente? — beijo seus lábios
levemente.
— Não se preocupe. Vou ver se ele está
acordado — se levanta.
— Como estão os bebês da mamãe, hein?
— pergunto com suavidade.
— Aqui ohh — Bernardo aponta para ele
mesmo com seus pequenos dedos. Dou uma
gargalhada da fofura.
— Só você é o bebê da mamãe? —
pergunto, fazendo cara de pensativa. Ele sacode a
cabecinha negativamente.
— Besnado também, e Bietis — Bernardo
responde, beijando minha bochecha. Um beijo
muito molhado, mas gostoso. Um dos beijos mais
deliciosos que já ganhei.
— Quem mais? — aperto suas bochechas.
Ele pensa um pouquinho.
— Ramiro, né mamã — Benjamin responde
pelo irmão, segurando meu peito.
— Não pode segurar os seios da mamãe —
repreendo-o com carinho. Ele me olha com seus
olhinhos inocentes brilhando com lágrimas. — Não
chora. Só não pode, meu amor — falo suavemente,
enquanto acaricio seus cabelos sedosos.
— Não vou chola, mamã — Benjamin
afirma, enquanto solta meus mamilos dos seus
pequenos dedos.
Mato a saudade dos meus filhos. Banho
eles, em seguida tomo um banho rápido, vestindo
uma calça jeans e uma regata.
Lydia veio buscar meus filhos alguns
minutos atrás para matar a saudade. Vou direto para
o quarto do Romero. Abro a porta vagarosamente, e
então vejo-o sentado na cama, chorando, enquanto
Deimon tenta conversar com ele.
— Sua mamãe não te abandonou —
Deimon limpa suas bochechas molhadas pelas
lágrimas.
— Ela me deixou sozinho — Romero
responde chorando. Seu pequeno corpo sacudindo
com a força dos soluços.
Meu coração acelera, apertando, como se
estivesse sendo esmagado ao ver sua cabecinha
pensando que o abandonei.
— A mamãe não te deixou — chamo sua
atenção para mim. Seu rostinho vira na minha
direção, banhado de lágrimas.
— Boa sorte — Deimon me deseja, saindo.
— Você não me quer mais, mamãe? —
Romero pergunta, olhando os pezinhos enquanto os
balança.
— A mamãe te ama, meu amor — me
aproximo.
— Você me deixou sozinho — Romero
responde, se sentando na beirada da cama, ainda
balançando os pezinhos descalços.
— A mamãe fez isso porque te ama muito
— tento explicar de uma forma inocente ao meu
filho que estava matando pessoas para mantê-lo
seguro.
— É mesmo? — Romero passa as mãozinha
pelos olhos verdes.
— Sim. Cadê o abraço da mamãe? —
pergunto, abrindo meus braços. Romero pula da
cama e vem correndo até mim, seu pequeno corpo
se chocando contra o meu.
Abraço-o forte, cheirando seus cabelos,
matando a saudade dele. Meu coração transborda
de um amor sem explicação.
— Por que você achou que te abandonei?
— pergunto, beijando sua bochecha gordinha. Ele
enrola as pernas pequenas em volta da minha
cintura, colocando o rosto em cima dos meus
peitos.
— É que você me mandou embora com a tia
Gena. Pensei que não me queria mais — ele
responde baixinho, apertando os bracinhos em volta
do meu corpo.
— Uhrum. Nunca vou te abandonar, está
bom? — prometo, beijando sua cabeça.
— De dedinho? — Romero mostrando seu
dedo pequenino. Enrolo meu dedo mindinho no
dele.
— Sim. Você tá dodói? — Romero balança
a cabecinha negativamente.
— O dodói era de saudade, mamãe — ele
responde, fazendo meu coração derreter com sua
declaração inocente.
— Vamos matar a saudade. Vem, deixa a
mamãe banhar você — retiro suas roupa.
Depois de banhado e limpinho, descemos as
escadas com Romero nos meus braços. Seus irmãos
estão brincando no chão com pequenos blocos.
Solto-o no chão e ele me olha, olha para seus
irmãos e agarra minhas pernas, me olhando com se
eu fosse desaparecer a qualquer momento.
— Não vai embora, tá bom mamãe. Eu vou
ser bonzinho — Romero segura minhas pernas com
mais força. Meus se olhos enchem de lágrimas, mas
as empurro de volta. Meu pequeno é doce, mas tem
traumas.
— Eu não vou embora. Pode ir brincar com
seus irmãos — me abaixo, ficando ao seu tamanho.
Beijo sua cabecinha.
Ele corre até seus irmãos, sentando no chão.
Fico olhando meus filhos brincando juntos,
sorrindo e gritando. Meus pequenos estão cada dia
mais calmos e maiores.
— Pisca Anny — Sasha fala.
— Você não é mãe, ainda. Quando for, vai
saber exatamente o que estou sentindo — dou-lhe
um abraço apertado. Senti saudades.
— Senti saudades — Sasha beija minha
bochecha. — Deus, quase morri de preocupação —
continua prendendo-me em seu aperto esmagador.
— Também senti saudades de você — me
solto e sento no sofá.
— Graças a Deus deu tudo certo — respira
aliviada.
— Por favor, nem me lembre. Cadê Sara e
Emily? — pergunto, olhando o teto. Como eu ia
dizer para minhas melhores amigas que me tornei
uma assassina, não de um, mais de vários?
— Matando a saudade do Lucas —
responde.
— Deus, isso foi um caos — Lydia fala se
sentando no sofá, já vestida com roupas limpas.
— Menina, eu preciso ficar bêbada —
Summer diz assim que entra na sala com Alexandra
e Alejandra atrás dela. Elas sentam no outro sofá a
minha frente. — Depois de ontem, quero bebida e
sexo — completa, maliciosa.
— Para você é fácil. Tem um marido quente
como o inferno — Lydia responde.
— Não quando ele está trabalhando —
Summer se defende com um gesto de mão.
— Concordo plenamente. Vamos beber
depois que as crianças dormirem — Sasha
argumenta.
— Tenho uma ideia melhor. Vamos beber,
dançar e fazer sexo — Lydia propôs.
— Vamos apenas beber e dançar. Nada de
sexo, pelo menos não hoje — Sasha contrapõe.
— Podemos brincar com as bebidas —
Gena sugere, timidamente.
— Tipo tirar a roupa e beber? — Alexandra
pergunta.
— Talvez — Summer responde.
— Alguém sabe do meu homem? —
pergunto. Ele saiu para ver Romero e não voltou
mais, já faz umas três horas.
— Saiu para resolver problemas da máfia
— Sasha informa.
— Seu homem está cada vez mais gostoso
— Alexandra sorri para mim.
— Bem gostoso, diga-se de passagem —
respondo.
— Deus, com um homem daqueles eu
ficava em cima o dia todo — Alexandra fala. —
Não posso reclamar. O meu também é uma delícia
— continua. Só pode que estava tentando me
irritar.
— Pelo amor de Cristo, vamos parar de
secar meu homem. Deixa isso para a noite — falo
na defensiva. Todas nós caímos na gargalhada.
Conversamos bastante, colocando a
conversa em dia. Tomamos banho na piscina,
brinquei com meus filhos. Romero estava mais
despreocupado, mas ainda assim seus olhinhos me
acompanharam em tudo quanto é lugar.
Damen não voltou, apenas ligou dizendo
que provavelmente chegaria tarde. Lucas saiu logo
depois do almoço, dizendo que estava bem e que
ele já tinha passado por piores. Emilly está linda,
uma princesinha perfeita com cabelos pretos e
olhos escuros como o pai.
Na hora de dormir, foi uma luta. Meus
filhos não queriam fechar os olhos com medo de
que eu fosse embora. Choraram por longos
minutos, no entanto, foram vencidos pelo cansaço.
Umas nove horas da noite, estamos juntas
na sala de estar, com uma mesa cheia de bebidas
alcoólicas. Estamos terminando uma garrafa ainda
totalmente sóbrias, mas não por muito tempo.
O trinco da porta se move, alguém está
tentando abrir sem fazer barulho. Pegamos nossas
arma e apontamos em direção a porta. Quando ela
se abre, são apenas os nossos homens
silenciosamente.
— Por Deus, somos apenas nós — Jasper
fala, olhando diretamente para Lydia, dando uma
piscadela sexy.
— Não tinha como saber — Lydia
responde, guardando a arma na parte de trás da
calça, como se isso fosse a coisa mais normal do
mundo.
— Deus me livre de casar com uma mulher
perigosa dessas — Jasper senta na poltrona do
outro lado da sala.
— Onde estávamos? — Sasha pergunta,
ignorando os homens. Sentamos de volta em nossos
lugares.
— Eu estava fazendo minha pergunta para
Lydia — Sara responde, sorrindo. Sara pega o
celular e o olha, depois sorri. — Já fez sexo a três?
— pergunta, me deixando de boca aberta.
Os homens começam a tossir, nos olhando
com as bocas abertas em surpresa.
— Alec, tampa os ouvidos. — Assim que
Alec coloca às mãos sobre os ouvidos, ela
responde:
— Não, mas já transei com dois no mesmo
dia — bebe uma dose da tequila.
— Sua vez, Anny — Lydia fala. — Você
fez sexo com o Lucas? — pergunta, sem a menor
cerimônia. Minha boca cai aberta.
Começo a dar gargalhadas enquanto Sara
fica vermelha de vergonha.
— Credo! Deus me livre. Mas eu já o vi
transando. É perturbador — começo a dar risada,
lembrando da cena. Uma cena desagradável.
— Anny, eu mato você, porra — meu irmão
rosna, me olhando duramente.
— É mesmo. Você está com medo de que
conte e você fique corado de vergonha? —
pergunto, desafiadoramente, entre risadas.
— Eu mato você, porra! — Lucas rosna
com uma voz assustadora. Levanto minha
sobrancelha, bebendo na boca da garrafa. Minha
boca se repuxa em um sorriso travesso.
— É mesmo? — pergunto, com insolência,
ficando de joelhos.
— Você precisa de umas boas palmadas —
Lucas responde, sério.
— Mereço mais palmadas, amor? —
pergunto triunfante para Damen, seus olhos estão
brilhando de excitação. Passo a língua pelos meus
lábios, sinto-os secos de repente.
— Pelo jeito não foi o suficiente — Damen
me devora com aqueles olhos lindos sobre meus
seios, que está com um pequeno top.
— Você vai secar a garrafa — Lydia pega
da minha mão e coloca a garrafa em cima da mesa.
— Beleza, vou usar minha carta secreta —
Alexandra sorri maliciosamente para mim. —
Anny, nos conte como foi ver o Lucas transando.
— Usa sua carta secreta.
Lucas rosna, fazendo meu corpo tencionar
automaticamente com a ferocidade em sua voz,
enquanto os outros homens apenas sorriem.
— Vamos lá. Sara não fica corada, está
bem? — Lydia fala alegre demais. Seus olhos
sempre voltando para Jasper com gula.
— Se você contar, serei obrigado a contar
seu segredo mais vergonhoso — Lucas ameaça,
sorrindo desafiadoramente. Ele está falando da
primeira vez que menstruei e não sabia o que era.
— Você está falando de quando eu
menstruei, e disse “Luquinha, minha pepeca tá
sangrando?”? — pergunto, entre gargalhadas.
Lucas fica vermelho e Damen estreita os olhos para
mim com as sobrancelhas juntas. — Você está
corado — afirmo, entre gargalhadas com seu
desconforto. Raramente se consegue deixá-lo
desconfortável. — Você está vermelho, Luquinha
— provoco-o, mostrando a língua para ele.
— Boneca — Damen fala em tom de aviso,
que eu ignoro rapidamente.
— Você está perdendo tempo. Quando eles
começam, é impossível pará-los — Marcos
informa, bebendo em uma lata de cerveja.
— O que? Amor, foi engraçado. Você tinha
que ver a cara dele; “Anny, baixa essa saia. Não
precisa me mostrar.” e simplesmente saiu correndo
com as pontas das orelhas vermelhas — falo,
olhando dentro dos seus olhos.
— Deus, Anny! Você não pode ficar bêbada
— Lucas passa as mãos pelos cabelos, seu rosto
não mostrando nada, nenhuma emoção. Porém as
pontas das orelhas ficando rosadas.
— Para com isso, boneca — Damen me
repreende.
— Ele vai ficar igual um tomate daqui a
pouco — provoco, sem me importar com meu
noivo.
— Já terminaram? — Lydia pergunta,
bebendo direto na boca da garrafa. Tequila, logo
sua bebida favorita. É forte demais para mim.
— Uhum.
— Agora nos conta como foi — Gena fala,
com as bochechas coradas por causa da bebida.
— Hoje eu morro de vergonha — Sara vira
a garrafa de vinho na boca.
— Não tem graça a história, é apenas
constrangedora. Bom, para Lucas, não para mim.
Fomos passar um final de semana no México. Eles
pensaram que todo mundo tinha saído, porém eu
tinha ficado. Quando eu entrei na sala, me deparei
com Lucas sodomizando a Sara. Estava prestes a
dar meia volta quando meu celular tocou. Eu quase
furei meus olhos. Foi nojento. Ele passou uma
semana sem olhar na minha cara, e toda vez que
toco no assunto, ele fica vermelho igual tomate —
falo.
Lucas fica mais vermelho ainda me olhando
sério. Elas caem na risada pelo constrangimento
alheio.
— Você gosta de um sexo mais bruto, Sara?
— Summer pergunta, ficando mais vermelha de
vergonha.
— Eu adoro. É uma delícia — Sara
responde, dando um olhar de sexo para Lucas, que
me fez querer vomitar. Pego a garrafa das mãos da
Lydia e bebo mais um pouco, tentando tirar aquele
olhar do meu cérebro.
— Isso aqui está ficando muito chato.
Podemos brincar de verdade ou consequência. Eu
sei que é infantil, mas é bom — Alexandra sugere,
jogando um copo com bebida na sua irmã que
desviou dos seus ataques de bêbada.
— Por mim tudo bem — olho meu homem
com desejo.
— Eu começo — Gena fala, solta até
demais.
— Anny, verdade ou consequência? —
Gena pergunta dando uma risada fofa. Gena é toda
delicada.
Olho para Deimon que está olhando sua
esposa com um sorriso no rosto belo.
— Desafio — respondo, esperando sua
criatividade. Gena é inocente demais.
— Te desafio a beijar a Lydia — Gena
responde eufórica, com as bochechas coradas.
Porra, os homens falam. Levanto meus olhos para
ela em surpresa. Acho que toda a sala está surpresa.
— Princesa — Deimon resmunga entrando
na conversa. Gena sorri para o marido, feliz, como
nunca havia visto.
Olho para Lydia lindamente sentada no
sofá, sua boca se repuxa em um sorriso sexy. Um
beijo não mata ninguém, não é mesmo? Nunca
beijei uma mulher antes, nunca tive curiosidade.
— Vem aqui, gostosa — bato no meu colo.
Lydia se levanta, caminhando sensualmente na
minha direção, sentando no meu colo. Ela me
empurra de leve contra o encosto do sofá.
— Porra, eu não quero ver isso — Alec
reclama, desaparecendo pelo corredor. Lydia baixa
sua boca na minha. Seus lábios são macios,
quentes, deslizando sobre os meus. Sua língua entra
em meus lábios, me provando.
Agarro sua bunda durinha, Lydia aprofunda
o beijo, enrolando a mão nos meus cabelos,
puxando-me para mais perto. Separo nossas bocas.
O beijo não é ruim, mas prefiro o meu homem.
Lydia se levanta no meu colo, se sentando de volta
em seu lugar.
— Cara, você é gostosa, mas prefiro os
homens — Lydia fala, olhando para Jasper
novamente. Eles estão em um chove não molha a
um tempo já.
— Você também e gostosa, mas prefiro
meu homem. — arrumo meus cabelos em um
coque no alto da cabeça.
— Ei garotão, você é casado? — Lydia
pergunta, olhando para Jasper e mordendo os
lábios.
— Não. Você sabe disso — Jasper
responde, sorrindo sensualmente.
— Quero sexo, e você é meu escolhido —
responde, se levantando. Jasper a olha incrédulo
quando ela o puxa pela gravata, arrastando-o pelas
escadas acima.
— Isso está sem graça. Vou transar com
meu homem — me levanto.
Damen está sentado em uma das poltrona
com as pernas abertas. Sento com as pernas bem
abertas no seu colo, minha boceta pressionada
contra seu pau. Ele geme baixinho. Beijo sua boca,
explorando cada pedacinho seu. Ele segura minha
bunda, me pressionando ainda mais contra seu pau.
Começo a rebolar em seu colo vagarosamente.
— Pelo amor de Deus, Anny, vocês estão
praticamente fazendo sexo em público — Lucas
reclama e Damen resmunga um “vai se foder”, e
continua me beijando.
— E só sair — Damen se levanta comigo
nos braços, subindo as escadas. Abre a porta do
quarto, se sentando na cama comigo no colo,
beijando meus lábios carinhosamente.
— Você me deixou duro com aquele beijo
— sussurra, mordiscando o lóbulo da minha orelha.
— Uhum — resmungo, escorregando no
chão entre suas pernas, abrindo sua calça. Damen
levanta a bunda me ajudando, me olhando com
luxúria.
Deslizo sua cueca vagarosamente, e seu pau
salta livre na minha mão. Acaricio lentamente para
cima para baixo, minha boca salivando com a
vontade de prová-lo, sentir seu sabor. Passo a
língua ao longo da ponta do seu pau, sentindo seu
gosto. Beijo a pontinha, sem quebrar o contato
visual.
— Oh porra — Damen xinga, segurando
meus cabelos, gemendo e impulsionando seus
quadris para cima, batendo no fundo da minha
garganta.
Gemo de prazer sugando-o forte, enquanto
deslizo minha cabeça para cima e para baixo ao
longo do seu comprimento. Não consigo levar todo
em minha boca, seguro a base do seu pau com a
mão, acariciando ali. Damen empurra mais fundo
na minha garganta, fodendo minha boca.
Deslizo o zíper da minha calça para baixo,
colocando a mão dentro da minha calcinha, me
acariciando, esfregando meu clitóris. Gemo de
prazer com o formigamento familiar.
— Porra, boneca — Damen rosna, gozando
na minha boca. Sugo até a última gota do seu gozo.
Damen desliza seu pau para fora da minha
boca com um gemido longo, em seguida beija meus
lábios inchados, saboreando o seu gosto neles.
Gemo baixinho em apreciação.
Damen se ajoelha na minha frente,
segurando minha mão, parando com as carícias.
Protesto, eu preciso do meu orgasmo. Ele me pega
de surpresa me jogando na cama bruscamente.
— Senta no meu rosto, boneca. Deixe-me
saborear essa bocetinha — Damen comanda. Seus
olhos demonstrando o quanto ele aprecia a cena.
Escalei seu corpo, esfregando minha boceta
em seu pau, soltando um gemido de prazer.
— Shhhhh, amor, sem barulho — falo com
insolência. Damen me olha e depois sorri, um
sorriso preguiçosamente sexy, se espalhando pelo
rosto.
Assim que sento em seu rosto, Damen
segura minha bunda, puxando-me para baixo ao
encontro da sua boca gananciosa. Começo a gemer
e choramingar baixinho assim que sua boca começa
a sugar os lábios grossos da minha boceta. Ele
mordisca meu clitóris, fazendo-me soltar um grito
extremamente necessitada. O formigamento em
meu centro vai se intensificando.
Damen passa a língua levemente sobre meu
clitóris, começando a me foder com a língua e
voltando a atenção ao meus lábios. Não suporto a
tortura, lenta, maravilhosa, e gozo com um
estremecimento. Eu preciso de mais. Preciso do seu
pau dentro de mim, me fodendo com força.
Choramingo, apertando minha mão contra a parede
onde estou me apoiando.
— Damen...
— Sim? O que você quer, boneca? —
pergunta contra minha boceta, dando leves
lambidas longas. Eu odiava quando ele me fazia
responder suas perguntas arrogantes.
— Ohhh... preciso do seu pau enterrado
dentro de mim. Por favor — sussurro entre
gemidos. Ele continua me torturando com longas
lambidas.
— Adoro ouvir você implorar para ser
fodida, boneca — Damen responde, seu hálito
quente contra minha boceta pulsante, causando
arrepios sobre minha pele. Sua língua passa sobre
meu clitóris novamente, e gozo violento, gritando
seu nome. Espasmos e tremores percorrendo meu
corpo.
Damen me joga na cama com uma rapidez
impressionante, não me dando tempo para me
recompor. Cai em cima de mim, segurando minha
perna e deslizando para dentro da minha
intimidade, prolongando o meu orgasmo
intensamente.
Nunca me canso dele. Pensei que com o
tempo as coisa ficariam mais frias entre nós, mas
eu estava enganada. Muito enganada. Está cada vez
melhor!
Damen começa a se movimentar com
impulsos rápidos e curtos, indo mais fundo em
mim. O único som no quarto são o dos nossos sexo
se batendo, nossos gemidos de prazer.
Gemendo descontrolada, meu corpo começa
a tremer, anunciando que o êxtase está próximo. A
cada impulso, seus movimento vão ficando cada
vez mais rápidos e mais duros.
— Mais Damen... — suplico, ofegante,
perdida na névoa do desejo. Damen defere um tapa
na minha nádega esquerda, a ardência me deixando
mais escorregadia, mais molhada.
— Você quer mais? — Damen pergunta,
desferindo outro tapa na minha nádega, só que
agora na direita.
— Sim. — Seus movimentos ficam quase
brutos. Uma sensação maravilhosa cresce dentro de
mim, como se milhões de borboletas estivessem
passeando pelo meu corpo em uma carícia lenta,
provocante.
Gozo novamente, gemendo contra sua boca.
Damen solta um longo gemido rouco me
acompanhando, em seguida deslizando para fora de
mim, beijando meus lábios carinhosamente.
— Te machuquei? — pergunta, depois de
um tempo acalmando minha respiração rápida e
ofegante. Balanço a cabeça negando.
Viro-me para o lado, olhando em seus olhos
azuis. Damen se levanta, entra no banheiro, depois
de um uns cinco minutos, ele retorna, me pegando
no colo.
— Estou bem — afirmo. Estou mais do que
bem, estou em paz comigo mesma, como não me
sentia a muito tempo.
Todos estão bem. Não perdemos ninguém
importante para mim, meus filhos estão saudáveis e
fortes. No final de tudo, eu ganhei um irmão. De
sangue, porque de consideração ele já era. Neste
momento não me importo com as consequências
das decisões que tomei, muito menos como cheguei
aqui. O mais importante é que todos estão bem e
felizes.
Damen me deposita na banheira com
cuidado, se juntando a mim, pressionando seu peito
nas minhas costas.
— Como foi sua infância? — pergunto,
acariciando seus dedos longos. O corpo de Damen
fica tenso na mesma hora. Damen nunca
mencionou sua infância para mim. Nem
compartilhou seu passado comigo. Ele apenas
mencionou uma vez, no entanto, não me deu muito
detalhes.
— Não tive uma — ele responde,
acariciando meu braço. Me viro em seus braços e
encontro seus olhos no teto, com as sobrancelhas
franzidas em concentração.
— Me conta — peço. Ele conhece toda a
minha história. Damen geme frustrado.
— Não me lembro de nada bom da minha
infância. Desde que me entendo, tudo que eu
conhecia era violência. Assim que fiz seis anos, o
treinamento começou. Porém, antes disso, eu já
tinha feito coisas que você correria de mim se
soubesse — faz uma pausa, como se estivesse
pensando em cada palavra com cuidado. — Fome,
tortura, eu já conhecia isso muito antes do meu
treinamento. Meu pai sempre foi um sádico louco,
gostava de nos ferir. Esse corte aqui é de depois
que me recusei a matar uma garota da minha idade
— Damen fala cada palavra desprovida de emoção,
como se estivesse em outro lugar, não se
importasse de qualquer maneira. Um corte longo
atravessava suas costela de um lado ao outro,
coberto por suas tatuagem.
Meu coração afundou um pouco. Como um
pai podia fazer isso com seu próprio filho? Eu não
entendia como alguém pode ser tão sem coração.
— Nós brincamos juntos a vida toda. Eu
não podia matá-la apenas para a sua diversão. Eu
sempre era punido, mais que Deimon. Eu sempre
me revelava as ordens do meu pai, e depois que
comecei a gostar do que fazia, meu sonho era matá-
lo da forma mais brutal que podia imaginar. Eu o
matei brutalmente, apreciando cada segundo dos
seus lamentos. — Damen responde. Seguro minhas
lágrimas. Não quero interrompê-lo com minha
emotividade.
— Eu sinto muito, amor — beijo seu queixo
carinhosamente. Damen me olha, mas seus olhos
estão desprovidos de qualquer emoção. Uma tela
lindamente em branco.
— Não se preocupe. Eu me vinguei.
Brinquei com ele por anos, depois o matei. Mas
antes, eu o tranquei com alguns cadáveres. Assim
como ele fazia comigo, me trancando com os
cadáveres das minhas vítimas por dia. O cheiro era
horrível — Damen sorri, um sorriso assustador.
Quase me encolho.
Não quero nem imaginar a cena. Balanço
minha cabeça, afastando as imagens que estavam se
formando.
— Que horrível — falo, imaginando aquele
pequeno menino junto com uma pessoa morta. Me
dá arrepios as imagens.
— Vamos dormir, meu amor — Damen
beija meu pescoço, nos tirando da água que já
estava fria.
Me arrumo para dormir. Damen está
estranhamente quieto. Ao falar do seu passado,
trouxe à tona memórias que ele provavelmente
queira esquecer.
— Obrigada — sussurro contra seu peito
forte. Estou feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz por
ele finalmente ter dividido seu passado comigo sua
história, por mais horrível que fosse. Eu queria
saber mais sobre ele. Por outro lado, estou triste
pelas coisas que ele passou sozinho, sem ninguém
para ajudá-lo.
— Pelo quê? — ele pergunta divertido, mas
parece estranho. Pela primeira vez, parece errado
em seu rosto.
— Ser mais perfeito para mim, por
compartilhar sua história comigo — respondo.
Damen apenas beija meus lábios, me aconchegando
em seu corpo grande. Inalo seu cheiro fresco.
Acordo e minha cabeça está latejando de
dor, como se uma bateria estivesse bem em cima do
meu cérebro, batucando sem parar, zombando de
mim. Gemo de dor. Não me lembro de quase nada
do que fiz ontem. Estou sendo modesta, não me
lembro de absolutamente nada que fiz. Isso é um
maldito sinal, com certeza fiz muita merda. Não
quero nem pensar nisso por enquanto, senão minha
cabeça vai explodir.
Me aconchego ao corpo de Damen, quente,
confortável. Me sinto tão bem em seus braços, de
uma maneira certa.
Seus braços se apertam em minha volta, sua
mão vai direto para minha bunda, apertando-a
possessivamente. Damen beija meu queixo, me
puxando para mais perto. Abro meus olhos
encontrando os seus sobre mim.
— Bom dia, amor — sorrio.
— Bom dia, boneca — responde com a voz
mais grossa. Toda vez que ouço a palavra “boneca”
eu me apaixono um pouco mais por esse homem.
Passo a perna em cima do seu quadril,
sentindo uma leve pontada de dor na minha boceta.
Franzo a testa, tentando me lembrar do que fizemos
ontem à noite, mas nada vem, apenas um vazio.
— Você está bem, boneca? — Damen
pergunta, me olhando atentamente. Balanço a
cabeça. Provavelmente fizemos sexo selvagem
ontem.
— Sim — coloco minha cabeça na curva do
seu pescoço, cheirando, sentindo seu cheiro fresco
que me deixa relaxada. Deixo um beijo ao longo da
mandíbula forte e marcada.
— Quando vamos nos casar? — Damen
pergunta, me pegando de surpresa. Congelo no
lugar.
Desde que me pediu em casamento, nunca
mais falamos sobre o assunto. Levanto minha
cabeça lentamente, encontrando seus olhos em meu
rosto.
— Você tem certeza? — pergunto, sem
acreditar.
Passamos nove meses sem mencionar ao
menos a palavra casamento, agora Damen está me
perguntando quando vamos nos casar?
— Por que você está perguntando isso
agora? — pergunto, evitando seu olhar.
— Desde que voltamos para Vegas, você
nunca mais tocou no assunto do casamento —
Damen responde. Levanto minha sobrancelha
interrogativamente para ele.
— Não falei porque não queria pressioná-lo.
— Você pensou que eu estava arrependido
de pedir você em casamento? — Damen está
incrédulo. Era exatamente isso que pensei, nossos
filhos. Pensei que esse era o único motivo para ele
estar comigo.
— Sim — sou sincera.
Às vezes me sentia tão insegura em relação
ao pedido de casamento repentino dele. Nem nos
conhecíamos direito para um passo tão grande em
um relacionamento.
— Só queria dar tempo e nós conhecer
melhor — Damen responde, circulando meus lábios
levemente com seu dedo indicador. Minha
respiração acelera com o formigamento familiar. —
Não queria te pressionar, fazer com que se sentisse
obrigada a se casar comigo por causa dos nossos
filhos — continua me explicando.
— Acho que faltava diálogo entre a gente
— passo minha mão em seu peito firme, contra seu
coração.
— Estava com medo de você correr quando
visse meu outro lado; o monstro — ele responde,
beijando minha testa com carinho.
— Eu amo você exatamente como é —
sussurro de volta, porque é verdade.
— Oh, minha bonequinha. Você é a melhor
coisa que já aconteceu na minha vida, meu amor.
— Damen beija meus lábios carinhosamente. Seu
beijo me faz querer chorar de felicidade. Ele me
deu os maiores presentes da minha vida; nossos
filhos.
Sua mão vagueia pelo meu corpo, sobre
meus seios, descendo entre meus lábios vaginais. O
calor aumenta com seu contato. Seus dedos
incrivelmente talentosos circulam sobre meu
clitóris, mergulhando no meu canal. Damen geme
quando seguro seu pau, masturbando-o. Seus
gemidos se intensificam conforme aumento meus
movimentos.
— Me deixa comer essa bocetinha apertada,
meu amor — Damen murmura baixinho, no pé do
meu ouvido, mordendo o lóbulo da minha orelha.
— Sim, por favor — falo entre gemidos
quando Damen estabelece um ritmo constante entre
minhas pernas.
Damen vira meu corpo na cama, me
colocando de barriga para baixo, estalando um tapa
na minha nádega direita, em seguida acertando a
esquerda. Gemo em apreciação.
Meus gemidos se intensificam quando
Damen pressiona seu pau na minha entrada,
deslizando sem dificuldade. Estou muito molhada
pela preliminar maravilhosa que ele fez. Seus
movimentos começam em uma lentidão
torturantemente, indo e vindo, me deixando louca.
— Amor.
— O que você quer, minha bonequinha? —
O safado pergunta no pé do meu ouvido, mordendo
meu pescoço.
— Mais rápido — suplico em um sussurro.
— Vai se casar comigo? — pergunta a cada
impulso.
Damen está tentando me matar. Sinto
arrepios correndo pelo meu corpo.
— Não — sussurro. Sinto Damen parar
todos os seus movimentos, deixando-me frustrada.
— O que você disse? — Damen pergunta,
estocando mais fundo, com mais força dentro de
mim.
— Por favor — suplico, ofegante. Nessa
posição não posso fazer nada, e ele sabe disso, pois
se inclina para frente e puxa a minha cabeça para
trás, beijando minha boca.
Gemo baixinho, estou tão perto... Quando o
gozo está prestes a explodir, sinto Damen diminuir
os movimentos. Ele está me punindo? É sério isso?
Meu corpo está cada vez mais
sobrecarregado pela necessidade. Sinto as lágrimas
começando a se acumular nos meus olhos. Eu
preciso gozar, mas Damen não está deixando.
— Me deixa gozar — murmuro em um fio
de voz, apertando as paredes interna da minha
vagina em volta do seu pau.
— Porra, bonequinha — Damen me xinga
enquanto aumenta seus movimentos, indo ainda
mais fundo. O clímax me atravessa, deixando meu
corpo em pedacinhos. Sinto jatos de espermas
dentro de mim enquanto Damen se retirava com um
gemido longo.
— Você é malvado — murmuro contra os
travesseiros. Sua risada me atinge como um
refresco. Gosto tanto de vê-lo abrindo um sorrisão.
— Preciso trabalhar — Damen fala contra
meu pescoço, enquanto deposita um beijo.
— Você está me esmagando — sorrio feito
boba quando ele sussurra que me ama. — Também
te amo — murmuro de volta, Damen sorri mais
uma vez, me levando nos braços.
— Vem banhar com seu marido — Damen
diz presunçosamente enquanto encosta sua testa
contra a minha.
— Não tenho marido, só um noivo gostosão
— beijo a ponta do seu nariz.
— Gostosão é? — pergunta, me colocando
no chão e abrindo o chuveiro.
— Sim. Muito arrogante também. —
Damen tem a cara de pau de fingir estar magoado.
É um bom ator.
— Você merece um castigo — me empurra
para debaixo da ducha.
— Que tipo de castigo? — paço os braços
em volta do seu pescoço.

Depois de tomar um banho, desço as


escadas satisfeita, e com uma leve dorzinha entre as
pernas. Todos estão tomando café da manhã em
volta da mesa, conversando animadamente.
— Bom dia — comprimento baixinho.
Minha maratona de sexo só fez minha ressaca
aumentar, junto com a conversa alta demais.
Não me arrependo de nada que fiz, às que
me lembro, ao menos.
Damen se senta na cabeceira da mesa, me
puxando para o seu colo, beijando meus lábios
rapidamente.
— Noite agitada, Anny? — Lucas pergunta
alto demais.
Escondo meu rosto no pescoço de Damen,
respirando agudamente com a pontada de dor nas
minhas têmporas. Damen apenas sorri da sua
pergunta embaraçosa. Lucas está tentando me
envergonhar por alguma coisa que fiz.
— Posso matar ele? Você não vai ficar
chateado, não é mesmo? — pergunto baixo, mas sei
que Lucas pode ouvir.
Lucas solta uma gargalhada, e todas fazem
“shiii”, pedindo silêncio. Não consigo nem olhar
para a comida que meu estômago embrulha.
— Não pode me matar. Sou seu único
irmão, lembra? — Lucas pergunta zombeteiro.
— Mas ninguém sabe — murmuro de volta.
— Nossa. Às vezes você me dá medo —
Lucas murmura. Continuo do jeito que estou, sem
mexer nem um músculo.
— Me sinto igual — Deimon fala, entrando
na conversa.
— Não foi só eu quem teve uma noite
agitada, não é irmãozinho? — provoco-o, fazendo
Lucas começar a ficar vermelho. Ele tem que
superar isso.
— Todo mundo teve uma noite agitada
transando até o esquecimento — Lydia corta a
discussão. Agradeço minha cabeça também, ela já
está doendo muito.
— Bebe um pouco de suco, boneca. Você
vai se sentir melhor mais tarde — Damen acaricia
meu cabelo enquanto conversa com meu irmão.
— Não consigo — murmuro de volta. Ele
pega um copo com suco de laranja e o leva até os
meus lábios, tocando levemente.
— Só um pouquinho — olha dentro dos
meus olhos, seus olhos suaves e quentes. Bebo
apenas um pouquinho, no entanto, meu estômago já
reclama.
— Que fofo. Mas quando vão se casar? —
Lucas pergunta sério, fazendo a mesa ficar em um
silêncio sepulcral. Parece que ninguém ousa
respirar.
— Anny que vai decidir isso — Damen
responde, fazendo cafuné em meus cabelos. Estou
quase dormindo em seus braços quando meu irmão
fala algo baixo para Damen.
— Ela é uma princesa da máfia agora. É
melhor casarem logo. — Sua frase faz Damen ficar
tenso embaixo de mim.
— Já falamos sobre isso — murmuro,
sonolenta. Estou tão cansada dessa conversa.
— Conversamos mais tarde sobre isso —
Damen fala com firmeza. Me aconchego mais perto
do seu corpo grande, me envolvendo em seu calor.

Quando acordo, estou sozinha na cama. Me


lembro de estar tomando café quando dormi.
Procuro pelo Damen em todo quarto, nenhum sinal
dele.
Porra, meus filhos!
Olho o relógio e são duas horas da tarde.
Quando entro na sala, meus bebês estão brincando
em um lençol estendido no chão. Suspiro aliviada.
Me sinto melhor em vê-los bem. Sento no chão,
cruzando as pernas, enquanto brinco com meus
bebês.
Estão a cada dia maiores. Meus filhos são
lindos, perfeitos.
— Estão tão grandes — Lydia fala, se
sentando ao meu lado no chão.
— Cada dia mais lindos — respondo,
ajudando Beatriz a colocar o cubo no local certo.
— Você vai precisar de mim aqui ainda? —
Lydia pergunta. Posso que ela está esperando um
sim. Ela anda muito envolvida com um dos
subchefes; Jasper. O cara é muito quente e Lydia
tem um passado doloroso.
— Sempre. Mas se você quiser ficar... —
falo, deixando a pergunta no ar.
— Eu sei. Não é nada sério, apenas sexo.
Não se preocupa — ela responde, mais para ela do
que para mim. Parece que ela está tentando
convencer a si mesma que é apenas sexo.
— Não se prende ao passado. Aproveite o
presente — toco sua mão, chamando sua atenção
para mim. Ela sorri.
— Não vou — ela responde, se levantando
assim que Alec a chama.
— O que você falou? — pergunto entre
dentes, estreitando meus olhos para o pedaço de
merda a minha frente, que sangra como um porco.
— Você é fraco. Depende da prostituta da
sua mulherzinha para descobrir meus planos — ele
cospe sangue, os dentes todos arrancados. Sharon
está se contorcendo de dor, apenas me aqueci. Seu
fim não será fácil.
Sei exatamente o que Sharon quer; me
enfurecer, me fazer perder a paciência e matá-lo
mais rápido. Isso não vai acontecer. Ele colocou a
vida da minha mulher e meus filhos em perigo.
Dou uma risada sombria, sentado na cadeira a sua
frente. Ele está deitado em uma maca, com as mãos
e pés amarrados.
— Deixe-me te falar. Essa mesma prostituta
matou metade dos seus homens, inclusive sua
filhinha — falo calmamente.
Não é verdade. Anny não matou Anastasia,
e sim Lydia, mas a satisfação de vê-lo se
contorcendo de ódio é imensa, no entanto, por
dentro, estou fervendo de ódio. Quero matá-lo,
estou apenas esperando Lucas chegar. Mas eles
estão demorando demais, e se Deimon não chegar
logo, vou terminar o que comecei.
Sharon tenta avançar em mim, mas com os
braços e pernas algemados, é impossível dele
conseguir. Dou risada da sua tentativa inútil de se
soltar das amarras.
— Vou matar aquela vagabunda e seus
bastardos bem na sua frente — Sharon ameaça. Já
ouvi tanto isso nos últimos vinte minutos, que nem
me enfurece mais. Meu sangue corre mais rápido
pelas veias, feito cascata pela emoção da matança.
Minha amada bonequinha não viu nem um
terço dos meus demônios, o que sou capaz de fazer
por ela e nossos filhos. A três dias atrás, quando
Anny perguntou-me se todos estavam mortos, eu
disse que sim, mas Sharon ainda está vivo, junto
com alguns dos seus homens. Porém, será apenas
até hoje. Seu fim será extremamente doloroso.
Alguns minutos depois Lucas e os outros
entram no galpão abandonado, conversando
tranquilamente, fazendo minha irritação subir um
nível impressionante. Pego uma das minhas facas e
jogo em suas direções, fazendo-os desviar
rapidamente.
— Que recepção, irmãozinho — Deimon se
aproxima olhando meu trabalho. Rosno para ele.
— Vejo que você está ansioso — Lucas
fala, dispenso com um aceno de mão.
— Olha Sharon, visitas para você — falo
sarcasticamente, fazendo-o empalidecer enquanto
tenta se afastar. Covarde de merda. Minha boca se
repuxa em um sorriso demoníaco, fazendo seus
olhos se arregalaram de medo.
— Não gostou da nossa visita, irmão? —
Lucas pergunta, fingindo estar ofendido. Os
bastardos chegam atrasados e já querem brincar.
— Vão para o inferno — Sharon grita, se
debatendo novamente, o terror correndo pelas suas
veias como droga.
— Nossa, primo, mal chegamos... —
Deimon fala, fingindo estar magoado. Ele gosta de
foder com a mente das pessoas enquanto mexe nas
ferramentas em cima da mesa.
— Você quem irá para o inferno, primo —
falo secamente, enfiando um pano em sua boca. Ele
já está me cansando com seus gritos e falação
desnecessária.
— Me mata de uma vez — Sharon grita,
raivoso, antes de ter a boca silenciada, o que só me
diverte.
Ele não está entendendo. Ele irá se tornar
uma carne bem fatiada nas nossas mãos mais do
que capazes.
— Mas a diversão mal começou... — finjo
estar magoado. Dou-lhe um soco na boca, ele grita
de dor, gorgolejando com seu próprio sangue.
Deimon o soca três vezes na barriga, deixando-o
completamente sem fôlego. As lágrimas começam
a descer pelos seus olhos.
Já está chorando? As últimas horas não
serão fáceis para ele.
Lucas pega uma faca, fazendo um longo
corte pelo braço de Sharon. Os riachos vermelhos
lindos de sangue escorrem pelo seu braço,
pingando no chão. Nós nos revezamos, torturamos
ele fisicamente e psicologicamente.
Quando Sharon está quase morto, pego
minha faca e a enfio em seu imundo coração, dando
um fim à sua existência miserável.
— Até que enfim ele calou a boca —
Deimon murmura limpando as mãos em uma
toalha.
— Teve um fim merecido — murmuroi
para mim mesmo, lavando minhas mãos
ensanguentada na pia. Não me lembro nem de
quantas vezes ele implorou pela morte. Isso foi
frustrante.
A inquietação nos meus membros não
desapareceu, eu preciso matar antes de voltar para
casa.
Todos que se atreverem a entrar em meu
território, ou tentar fazer qualquer gracinha, pagará
com sua própria vida. No entanto, eu não estou
satisfeito. Eles chegaram perto demais. Viro rumo
ao porão.
Matei todos os outros que ainda estavam
vivos, fazendo a calma retornar imediatamente ao
meu corpo. Estou banhado em sangue, da cabeças
aos pés, uma bagunça lastimável. No entanto,
dentro de mim, está tudo calmo novamente.
Assim que estaciono meu Bugatti em frente
à mansão, já está tarde da noite. Subo direto para o
quarto dos meus filhos, vendo-os dormir. Acaricio
seus cabelos sedosos.
Volto para o meu quarto, e vejo minha
bonequinha dormindo pacificamente. Sua perna em
cima de um dos travesseiros, dando-me uma bela
visão da sua boceta coberta apenas por uma fina
camada de tecido de renda preta minúscula. Anny
gosta de dormir sem roupas, mas desde que
Romero quase a pegou pelada, ela sempre usa
calcinha, para meu desagrado.
Aprecio a visão do seu corpo curvilíneo,
suas madeixas longas sobre o travesseiro, e meu
pau ganha vida, admirando minha princesa dormir.
Tomo um banho gelado para que meu pau
pare com as ideias maravilhosas.
Deito-me na cama, puxando seu corpo
pequeno contra mim. Anny logo está aconchegada
em meus braços usando meu corpo como
travesseiro. Beijo sua boquinha rosadinha, ela se
mexe subindo ainda mais em meu corpo.
Nunca imaginei ter tanta sorte assim, mas
aqui estou eu, amando essa mulher. Minha mulher.
“Amor”, um jogo para tolos, uma fraqueza perigosa
em meu mundo. No entanto, eu estou disposto a
correr por essa mulher todos os dias, por me sentir
em paz, completo.
Acordo com um beijo longo no meu
pescoço, um ronronar — igualmente a de um gato
— no pé do meu ouvido. Conheço esse perfume
floral mesmo se eu estivesse morto.
— Bom dia, boneca — abro meus olhos e
me deparado com as esmeraldas brilhantes me
olhando com tanto amor, que às vezes, quero me
afogar nelas.
— Bom dia, baby — ela murmura relaxada
em meus braços. Me agrada tanto a forma como
nossos corpos se encaixam perfeitamente, em todos
os sentidos. — Já decidi a data do nosso casamento
— Anny anuncia com seus lindos olhos verdes me
avaliando. Até que enfim vou poder chamá-la de
minha esposa.
— Quando? — pergunto ansioso, o que é
algo novo para mim, raramente fico ansioso. Mas
Anny desperta meus sentimentos e reações.
— Daqui três meses — ela responde,
fazendo uma pausa. Espero ela continuar seu
raciocínio. — Nossos filhos farão dois anos, pensei
que seria bom — completa, ficando com as
bochechas vermelhinhas. Anny está com vergonha!
Passo meus polegares por sua bochecha macia,
fazendo-a ruborizar mais.
— Para mim está ótimo— respondo.
Gostaria que fosse amanhã, mas será melhor ainda
daqui três meses, para ter tempo de preparem todo
os preparativos. Suspiro.
— O que foi? — Anny pergunta,
levantando-se sobre os cotovelos, me olhando.
Puxo-a para cima do meu corpo, beijando seus
lábios macios e quentes. — Você meio que pode
escolher semana que vêm... — falo naturalmente.
Seus olhos se arregalam em surpresa. Quero que
sejamos um casal, oficialmente.
— É muito em cima. Quero algo simples —
Anny responde. Não, tem que ser algo grandioso,
digno de uma rainha. A rainha da máfia mais
poderosa do ocidente.
— Você merece algo grandioso, digno de
uma rainha, da rainha da máfia — acaricio seu
cabelo sedoso e macio.
— Não me importo. Quero apenas ser sua
esposa — ela responde, se levantando, me expondo
sua bela bunda avermelhada pelos meus tapas de
ontem. Meu pau ganha vida.
— Vou banhar — anuncia entrando no
banheiro. Levanto-me, seguindo-a, sem tirar meus
olhos da sua bela bunda. Entro embaixo da água
junto com ela.
— Quer sair comigo hoje, só nós dois? —
pergunto, lavando meu cabelo. Ultimamente
estamos saindo mais, tendo nossos momentos a sós.
— Eu gostaria disso — responde sorrindo,
um sorriso lindo.
— Onde você gostaria de ir? — acaricio sua
bundinha redonda.
— Não sei — ela responde, olhando minha
boca.
— Vou te fazer uma surpresa então — falo,
me aproximando, beijando seus lábios deliciosos.
Ela passa os braços em volta do meu pescoço,
esfregando seus seios em meu peito. Gemo com a
sensação. Passo meus braços em volta da sua
cintura.
— Agora deixa eu te foder — murmuro,
mordendo o lóbulo da sua orelha. Ela geme
baixinho.

De banho tomado, vou direto para o quarto


dos meus filhos. Não os vejo direito desde ontem à
noite. Estão dormindo. Estou saindo do quarto
quando Romero passa, arrastando seu bichinho de
pelúcia pelo chão.
— Onde vai amigão? — pergunto. Ele para
de caminhar, estendendo os bracinhos para mim.
— Ver a mamãe, P — responde, colocando
os braços em volta do meu pescoço. Nunca entendi
por que ele me chama de P, já que meu nome
começa com D.
— Por que você me chama de P? —
pergunto. Sempre tive curiosidade. No início pensei
que era para diferenciar do nome do Deimon. Ele
me olha por um tempo, depois junta as
sobrancelhas loiras, como se estivesse pensando.
— Papai — ele responde, colocando a
cabecinha em meu ombro. Meu coração acelera, me
fazendo congelar no lugar.
— Tudo bem.
Deimon provavelmente não vai gostar
disso, ele não gostou muito quando Romero
começou a chamar Anny de mãe. Porém eu me
entendo com ele depois.

Nunca estive tão nervoso na minha vida.


Foram os três malditos meses mais longos da
minha vida. Passar duas semanas sem sexo,
dormindo na mesma cama, não foi fácil, já que
desde que nos conhecemos não passamos um dia
sem.
— Você parece que vai me devorar —
Anny responde quando nós estamos tomando café
da manhã.
— É exatamente isso que eu quero —
respondo, olhando dentro dos seus olhos. Anny
solta uma risada feliz, que aquece meu coração com
seu jeitinho.
— Homem das cavernas — murmura,
sorrindo, caminhando até mim, dando um selinho
em meus lábios.
— Isso não é justo. — Sou um maldito
mafioso, e estou passando necessidade.
— Já te disseram que a vida não é justa —
Anny murmura, limpando a boca de Beatriz.
— Eu falo isso o tempo todo — respondo,
beijando a cabecinha do meu filho. Bernardo tem o
temperamento parecido com Deimon.
Estou nervosa. Hoje serei a senhora
Davenport. Nem acredito que estarei casada.
Olho Damen esparramado na cama, com o
braço cobrindo os olhos e com o peito nu. Me
aproximo lentamente. Faz duas semanas que não
fazemos sexo, e isso está me matando. Tudo culpa
do meu irmão. Lucas tem feito da minha vida um
inferno. Não posso beijar meu noivo que ele já está
dizendo “tira as mãos de cima da minha irmã”, nem
fazer amor com ele.
Escalo seu corpo perfeito, beijando seu
abdômen trincado. Logo suas mãos estão nos meus
cabelos, enquanto desço em seu corpo. Damen solta
um gemido baixo, minha boca desce rumo ao
paraíso.
— Vamos Anny — Sara chama, batendo na
porta. Rosno de raiva, enfiando meu rosto no
tanquinho do meu homem, soltando um gemido
frustrado. Damen solta um gemido de frustração,
massageando suavemente meu coro cabeludo.
— Já vou — respondo entre dentes. Ouço
sua risada, e respiro profundamente. Isso acaba
hoje. Logo poderei desfrutar do meu homem em
paz.
— Vai Boneca — Damen fala com uma voz
grossa, sexy, quente. Levanto e coloco uma saia
vermelha, um top preto, escolho uma bota de salto
alto.
— Cristo, minhas bolas já estão roxas —
Damen resmunga, esfregando o pau ereto sobre o
tecido na cueca. Olho o movimento da sua mão, e
sinto falta dele entre minhas pernas. Solto um
suspiro de frustração. Como ele pode ser tão mal
assim?
Sento-me na poltrona, abrindo minhas
pernas. Seus olhos azuis pálidos seguem cada
movimento meu. Já estou molhada da sua exibição.
Puxo minha calcinha para o lado, jogando meus
dedos sobre minhas dobras, me acariciando. Ele
geme alto.
— Se você não sair agora, vou entrar —
Lucas ameaça. Fecho minhas pernas e caminho até
a cama. Beijo seus lábios rapidamente, em seguida
coloco um dedo na sua boca, que Damen chupa,
gemendo.
— Você está me matando — ainda acaricia
seu membro. Passo a língua pelo meus lábios, que
estão secos querendo prová-lo em minha boca.
Damen está acompanhando cada movimento da
minha língua, beijos seus lábios, saindo.
— Nunca vi uma noiva não querer passar o
dia em um SPA — Sara reclama pela milésima vez.
— Pelo amor de Cristo. Estaremos no SPA
umas onze horas, para mim é o dia todo —
respondo, caminhando pelo local onde será
realizado a cerimônia. Por mim seria tudo simples,
no entanto, Sara escolheu tudo glamouroso, como
diz ela.
Passamos o dia no SPA, e na hora da
maquiagem, Sara diz que tem que ser algo mais
marcante. Gosto da maquiagem o mais natural
possível. Ganho a discussão, é claro. Já que ela
escolheu tudo.
A coroa é simples, como se isso fosse
possível. Dourada com pequenas pedras,
acompanhada pelo colar e brincos. Pedi para deixar
meu cabelo mais solto no alto da cabeça, com
pequenas mechas.
Meu vestido é estilo princesa, com
pequenas pedras cravejadas. O sonho de toda
mulher que deseja um casamento luxuoso, no
entanto, nunca sonhei com essas coisas. Meu sonho
sempre foi terminar a faculdade como mamãe
queria.
Meus saltos brancos têm pequenas pedras
delicadas. E que Deus me ajude e não me deixe cair
com esse vestido.
— Respire — Lydia fala, ajeitando meu
cabelo. Lydia é uma das minhas madrinhas. Ela
está linda. Eu deixei a escolha do vestido a critério
de cada uma.
— Se vocês estivessem usando o mesmo
vestido, ninguém saberia diferenciar entre as duas
usando a mesma maquiagem desse jeito —
Summer fala, retocando a maquiagem.
Sorrio. No início, eu também não sabia
diferenciar as duas. Para mim pareciam a mesma
pessoa. Até que notei que Sasha tem o rosto mais
fino que Sara, apesar do mesmo estilo de roupas.
— Meses atrás era eu quem estava se
casando — Sara arruma meu véu.
— Você estava uma pilha de nervos — toco
suas mãos. Ela mal ficou parada essa semana,
vendo se tudo estava sobre controle.
— Cristo, ainda bem que não quero me
casar — Lydia fala, retocando o batom vermelho
sangue. Isso me diz muito sobre seu humor.
— Quando encontrar alguém que faça seu
coração acelerar, você vai querer passar o resto da
vida com ele — respondo. Ela tinha uma pessoa,
mas deixou seu passado estragar tudo.
Desde que Jasper casou-se, ela está mais
fechada, mais triste, não parece a mesma mulher.
Todos nós percebemos. Estou realmente
preocupada com ela.
— Podemos matar a esposa dele, ninguém
vai saber — Summer mostra sua arma. Ela nunca
fica sem uma. A ruiva é cautelosa, está sempre
preparada.
Estreito meus olhos para ela, sem acreditar
que ela está falando sério.
— Esposa de quem? — Gena pergunta,
tocando no colar que Rynce deu a ela.
— Do Jasper. Assim a Lydia pode casar-se
com ele — Summer responde alegremente,
destravando a arma para ter mais efeito. Lydia nos
fuzila com um olhar raivoso. Levanto minhas mãos,
mostrando que não estou no meio.
— Não quero ser esposa dele — ela
responde entre dentes, apertando a bancada com
força. Os dedos já brancos pelo aperto.
— Depois que vocês transaram, você nunca
mais transou com ninguém, Lydia — Sara olha
sério para ela.
— Isso não é verdade — Lydia responde,
olhando o chão.
— Quem? — pergunto desconfiada.
Sei que ela estava usando o Rynce para
manter essa farsa de que estavam transando. Lydia
solta um longo suspiro, encontrando meu olhar. Sei
da verdade, mas não é meu direito falar, muito
menos julgar ninguém.
— Ele era noivo, ainda sim teve a coragem
de transar comigo. Filho da puta traidor — ela
rosna, mas não tem convicção na sua voz. Ela sabe
que é sua responsabilidade o que aconteceu.
— As coisas são diferentes em Vegas. A
máfia daqui segue tradições totalmente diferentes
das do Brasil — falo, mudando o foco da conversa.
Posso ver seus olhos lacrimejando. Já faz bastante
tempo que ela está aqui, ela sabe disso, e muito
mais.
— É a mesma coisa — Lydia responde,
virando para o espelho e limpando uma lágrima
solitária.
— Os casamentos em Vegas são todos
arranjados. Se por uma fatalidade o homem ficar
viúvo, ele pode escolher a própria esposa. Também
não são obrigados a serem fieis antes ou durante o
casamento — explico, sentido a necessidade de
falar, mudando o foco para mim enquanto Lydia se
recupera.
— Isso explica muita coisa — Summer
murmura, guardando a arma.
— Estava interessada nele? — Sasha
pergunta, fazendo a atenção da sala voltar toda para
ela novamente.
— Não. Para mim ele continua sendo o
mesmo traidor — Lydia responde ferozmente.
— Ok, então — falo, esperando as meninas
pegarem a dica, mas elas não percebem, ou
resolvem ignorar.
— Você está grávida? — Summer pergunta
baixinho. Eu congelo no lugar. O bebê seria um
bastardo, já que Jasper tem uma mulher grávida.
— Deus me livre. Claro que não, mas a
esposa dele está — Lydia responde como senão
tivesse a mínima importância. Uma mentira total,
Lydia tem estado mais calada desde que ele se
casou. Já vi ela chorando algumas vezes.
— Vamos, está na hora — Sara ajuda-me
com o vestido.
É uma luta entrar no carro sem amarrotar o
vestido. O trajeto é feito em total silêncio, todas
concentradas, parecendo que seria um casamento
coletivo.
O motorista estaciona a limusine na entrada,
onde a cerimônia será realizada. Não vejo nada de
onde estou. Uma cortina me impede. A porta da
limusine é aberta e um Lucas aparece sorrindo para
me ajudar descer.
— Você está linda — Lucas beija minha
bochecha como um pai deveria fazer no dia do meu
casamento.
Passo meus braços em volta da sua cintura,
retribuindo seu abraço.
— Vamos, antes que Damen tenha um
ataque cardíaco — Lucas fala, sorrindo.
— Ele está nervoso? — pergunto,
procurando uma imagem na minha mente do
Damen nervoso. Não consigo nem o imaginar, ele é
sempre controlado.
— Nervoso é eufemismo. — Meu irmão
responde, sorrindo. Ele deve estar apreciando isso.
Nos posicionamos na entrada. As meninas
já entraram. Ensaiei tanto essa canção, espero que
esteja boa. Quero surpreender meu futuro marido.
Quero sair do clássico, quero algo diferente.
Assim que a intro da música começa,
respiro profundamente. Escolhi uma música
evangélica do Willian Nascimento, beijo no altar.
Achei linda, perfeita para esse momento.
— Pronta? — Lucas pergunta, acariciando
minha mão com carinho.
— Sim — respondo, respirando fundo.
A cerimônia se inicia. Entro acompanhado
do meu irmão, já que não temos tios ou pais vivos.
Estou muito ansioso. Anny estará deslumbrante,
como uma rainha. Minha rainha!
Faz malditas semanas que não faço amor
com ela. Não sinto seu corpo macio sobre o meu,
sua pele sedosa e delica roçando na minha,
enquanto entro lentamente em seu corpo pequeno.
Minhas bolas já estão roxas de tanto tesão
acumulado.
As madrinhas começam a entrar, todas estão
lindas em seus próprios estilos.
As floristas entram, e me surpreendo ao ver
minha filha junto a Emilly, jogando flores pelo
caminho onde sua mãe está prestes a passar.
É impossível não sorrir da fofura delas
esmagando as pétalas de flores nas mãozinhas
pequenas, no entanto, mantenho minha expressão
vazia, sem demonstrar qualquer emoção.
Assim que a marcha nupcial se inicia, todos
levantam-se, esperando a noiva entrar. A hora mais
esperada para mim.
De repente a música para, e os murmúrios
pelo povo começam, me deixando ainda mais
nervoso do que já estou. Outra música começa a
tocar, respiro profundamente me acalmando. Para
todos estou totalmente tranquilo, mas quem
realmente me conhece, sabe que estou uma pilha de
nervos. Uma voz suave e profunda começa a cantar
a música.
Minha boneca aparece cantando para mim.
Ela está deslumbrante. Meu coração acelera, sou o
homem mais sortudo do mundo por ter essa mulher
como minha esposa. Porra, que fodida sorte.

Começo a cantar. Meus olhos não saem do


homem que me espera no altar. Seus olhos mostram
o quão orgulhoso ele está de mim. Vejo a emoção
em seus olhos azuis pálidos, no entanto, seu rosto
está uma tela vazia, sem nada, apenas seus olhos
estão expressivos.
Continuo cantando com todo o meu amor.
Ensaiei muito o tempo da música para acabar
exatamente no altar como acontece.
Lucas beija minha bochecha, me entregando
para Damen, que aperta sua mão. Damen beija
minha testa com amor, sempre carinhoso. Ele nos
posiciona em frente ao padre, com um pequeno
sorriso. Respiro profundamente quando o padre
começa a falar. Aperto meu buquê, tentando conter
meu nervosismo.
Uma música pesada começa a tocar, me
viro para ver o que é, e vejo Romero entrando de
terno preto e óculos escuros, com uma pequena
caixa nas mãozinhas. Começo a sorrir da fofura do
meu filho.
Ele para na minha frente, me entregando a
caixa, em seguida estende os bracinhos para mim,
fazendo todos darem gargalhadas. Damen abaixa-se
na sua frente, falando algo no seu ouvido, fazendo
Romero balançar a cabecinha afirmativamente,
indo se sentar com seus irmãos. Trocamos nossos
votos, e Damen começa me surpreendendo.
— Eu me comprometo a amá-la seriamente,
em todas suas formas. Agora e para sempre.
Prometo que nunca vou esquecer que esse é um
amor para toda a vida. E sempre sabendo, na parte
mais profunda da minha alma, que não importa
quais desafios venham nos separar, sempre
encontraremos o caminho de volta para o outro.
Receba essa aliança como símbolo do meu amor.
— Damen fala, as lágrimas começando a descer
dos meus olhos encobertos pelo véu.
Damen desliza a aliança no meu dedo,
murmurando um “eu te amo”. Meu coração pulsa
de emoção, como se quisesse sair para fora.
Respiro fundo e começo a falar meus votos.
— Quando encontrar alguém, e esse alguém
fizer parar de funcionar o seu coração por alguns
segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais
importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem
e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso
entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você
está esperando desde o dia em que nasceu. Se o
toque dos lábios for intenso, se o beijo for
apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste
momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia
forem essa pessoa, se a vontade de ficar juntos
chegar a apertar o coração, agradeça: Deus
mandou-lhe um presente: O Amor. — sorrio, em
meio as lágrimas. — Receba essa aliança como
símbolo do meu amor por você. — falo “eu te amo”
em português.
Deslizo a aliança no seu dedo, emocionada,
feliz. Agora eu tenho uma família, um marido
maravilhoso. Olhei para o céu, imaginando se
mamãe está cuidando de mim, se ela teria mandado
Damen para mim.
— Eu vos declaro marido e mulher. Pode
beijar a noiva — o padre nos abençoa.
Damen segura na minha cintura, e beija
minha boca enquanto nossos convidados aplaudem.
Caminhamos pelo longo corredor, e Damen me
conduz para onde será realizado o jantar. Está tudo
tão lindo, parece um sonho. Sara tem jeito com as
coisas.
Circulamos pelo salão, agradecendo os
convidados. Algumas mulheres me olham com
pena — obviamente acham que sou maltratada pelo
Damen —, outras com inveja. Dançamos a valsa
dos noivos, e em seguida danço com meu irmão,
logo depois com Deimon.
— Senhora Davenport — Damen fala no pé
do meu ouvido, apertando a mão em volta da minha
cintura, colando nossos corpos.
— Sim, marido — murmuro feliz, sentindo
seu cheiro masculino, emanando força. Sua boca se
repuxa em um sorriso sexy sedutor.
— Acho que está na hora do noivo roubar
sua mulher apenas para ele — Damen esfrega,
discretamente, sua ereção na minha barriga. Meus
olhos se arregalam. Se alguém ver, será
vergonhoso.
— Damen — murmuro, meio perdida.
— Agora é a minha vez de roubar sua
esposa — Deimon fala com um sorriso arrogante.
Reviro meus olhos para ele. Damen me solta com
um gemido frustrado.
— Você esqueceu da surpresa? — Deimon
pergunta, correndo pelo salão rumo a Lydia.
— Hora da troca do vestido — Lydia fala.
Na verdade, é outra surpresa. Espero que meu
marido goste.
— Você sabe o que fazer? — pergunto a
Deimon, que está seguindo Gena com os olhos.
— Não se preocupe. Seu marido estará
vendado quando você voltar — ele responde de
maneira debochada. Dá uma vontade louca de socar
sua linda carinha.
Lydia e Sasha vão me ajudar na surpresa.
Retiro meu vestido, arrumando tudo. Estou ansiosa,
espero que Damen goste. Passamos semanas
ensaiando. Deimon dá o sinal, e a música começa a
tocar.
Damen está sentado em uma cadeira. Ele
estreita os olhos, sem entender nada. Serão algumas
músicas. A primeira será apenas Lydia e Sasha, na
segunda entra Sara e Summer. Respiro fundo,
entrando e dançando, remexendo meus quadris.
Damen acompanha cada movimento meu
com seus olhos penetrantes, sempre tive facilidade
para dançar. Foi uma música que mudou minha
vida para sempre, então resolvi dançá-la.
Durante toda a música, não quebro o
contato visual. A música que estou dançando é a
primeira música que dançamos juntos na boate,
assim que nos conhecemos. Beijo seus lábios, e
Damen passa os braços em volta da minha cintura,
esfregando sua ereção na minha barriga.
— Acho que acordei alguém — murmuro
no pé do seu ouvido.
— Desde que você entrou nessa roupinha,
ele ganhou vida própria — responde, mordendo o
lóbulo da minha orelha. Gemo baixo.
— Deus, você está me matando — aperto
seu pênis discretamente. — Vou trocar de roupa —
aviso. Já tem homens demais olhando para mim,
isso não é bom.
— Vou com você — Damen fala, me
empurrando rumo à porta.
— Se você for, não vai ser só uma troca de
roupas, não é mesmo? — pergunto, feliz com a
ideia de deixar todos os convidados e transar com
meu marido gostoso.
Meu marido parece uma loucura, mas eu
estou feliz com o rumo que as coisas estão
tomando.

Descemos as escadas. Damen encosta-me


na parede, beijando minha boca. Agarro-me a ele,
enfiando minha mão dentro da sua calça. Seguro
seu pau totalmente duro, pronto para mim.
Acaricio-o com força, a ponta com o pré-gozo. Ele
geme contra meus lábios.
Damen puxa minha roupa para o lado,
esfregando minha boceta pulsante. Em seguida,
levanta uma das minhas pernas sobre seu quadril.
Solto um gemido quando ele me penetra com os
dedos em um vai e vem maravilhoso. Estou quase
gozando, mas Damen tem outros planos. Ele retira
os dedos de dentro de mim, fazendo-me soltar um
resmungo de protesto. Ele segura minha bunda e
me suspende do chão.
Olho em seus olhos azuis cheio de luxúria.
Ele puxa novamente minha calcinha para o lado e
abaixa-me em seu comprimento, me enchendo.
Gemo de prazer, sem tirar meus olhos dos seus.
Damen me encosta na parede, movendo seus
quadris em impulsos rápidos.
— Eu te amo — beijo a sua boca. Ele geme.
A pressão em meu ventre vai aumentando,
fazendo-me gemer descontroladamente. Damen
goza com um gemido gutural, vou logo atrás dele,
gozando fortemente enquanto ele empurra mais
algumas vezes em mim.
— Eu também te amo.
Minha respiração está acelerada, meu
coração parece querer sair. Encosto minha cabeça
na parede, ainda gemendo. Abro meus olhos e
encontro os olhos azuis pálidos transbordando
luxúria. Olho em volta, e Deus... fiz sexo em um
corredor.
— Ninguém viu — beija meu pescoço,
como se estivesse sabendo o que eu estava
pensando.
— E se alguém nos ver? — falo frustrada.
Ele me coloca no chão, ajeitando a roupa, depois
sorri sensual.
— Você não pensou nisso quando eu estava
dentro de você, esposa — debocha, apertando
minha bunda.
— Ok, marido. Vou fazer greve de sexo por
um mês — debocho de volta.
— Você é doida — Damen murmura,
puxando-me pela mão. Entramos no quarto em que
troquei de roupa, trancando a porta e nos jogamos
na cama. — A melhor transa da minha vida —
confessa contra meu cabelo.
— No corredor? — pergunto, incrédula.
— A melhor de todas, ou a falta de sexo,
faz a gente pensar assim — Damen me aconchega
em seu corpo grande.
— Você tem um ponto — beijo seus lábios.
— Sexo com você sempre fica melhor —
Damen me paparica. Beijo seu peito
carinhosamente, bem onde está seu coração.
— Vem aqui. Deixa-me comer essa
bocetinha novamente — Damen continua descendo
a mão pela minha bunda, esfregando minha boceta
melada com sua porra.
— Você é insaciável — reclamo, mais para
um gemido.
— Quando se trata de você, sim. Agora
vem, meu pau já quer sua bocetinha outra vez —
geme abrindo minhas pernas, melhorando seu
acesso. Lembro que tem um salão cheio de pessoas
esperando por nós.
— Temos que voltar para a festa. Eles
devem estar sentindo nossa falta — digo, gemendo
com suas carícias.
— Só uma rapidinha — esfrega
vagarosamente minha boceta enquanto beija meu
pescoço.
— Até gostaria, mas tenho que banhar —
me levanto.
Tomamos um banho rápido, acompanhado
por uma rapidinha. Vesti um vestido de noiva
simples, mas delicado e sexy, com as costas todo de
renda.
— Você vai me fazer matar todos meus
homens hoje — elogia, arrumando seu terno preto
elegante.
— Sou totalmente sua — beijo seus lábios.
— Eu sei. Mas não significa que não me faz
desejar matar cada filho da puta que olha para o
que é meu.
Voltamos para a festa. Aproveitamos um
pouco. Meus olhos seguem meu marido dançando
com minha amiga Lydia, que está um espetáculo de
linda.
— Posso pedir uma dança com a noiva mais
linda de todas — Yuri pergunta ao meu lado.
Seu prazo está acabando. Logo ele teria que
retornar a Rússia e resolver seu problemas com
Deimon.
— Claro que sim — respondo, colocando
minha mão na sua.
— Semana que vem estou partindo. — Yure
coloca uma das mãos na base da minha coluna.
— Se precisar de alguma coisa, conta
comigo — falo, tocando o pingente em forma de
adaga em seu pescoço. Ele sabe que é um
rastreador. Nos tornamos bons amigos.
Meu marido e meu cunhado estavam
chegando perto da verdade.
— Eu sei. Não vou me esquecer o que
vocês estão fazendo por mim — Yure responde,
sorrindo docemente. Assim que a música acaba,
dou-lhe um sorriso gentil.
Gena merece isso. Um recomeço em sua
história.
— Posso roubar minha esposa? — Meu
marido pergunta, seu tom emanando proteção.
— Claro que sim, senhor — Yure responde
respeitosamente, saindo.
— O que ele queria? — Damen pergunta
asperamente. Eu não estou indo contra meu marido,
e sim protegendo de fazer besteiras.
— Me parabenizar pelo casamento e dançar
com sua amiga — sorrio, feliz para ele, que relaxa
seus braços em minha volta.

Estamos prontos para sair. As cesta de


piquenique já estão dentro do carro, enquanto meu
marido dirige pelas ruas Vegas, com uma mão na
minha coxa. Paramos em um dos parques mais
populares da cidade. Eu sabia que estava cheio de
seguranças a paisana. Estendemos as toalhas no
chão, depositando as crianças em cima, que já
estavam gritando felizes e correndo em suas
pequenas pernas pela local.
— Como você consegue cuidar deles
sozinha? — Damen pergunta, sentando ao meu
lado.
— Prática — respondo, fazendo-o sorrir da
minha resposta.
— Tenho um presente para você — Damen
pega uma caixinha, me mostrando.
— O que é? — pergunto, desconfiada.
Desde que casamos, Damen vem me
enchendo de presentes. Colares, carros esportivos e
anéis que valem mais que meu pequeno
apartamento. Uma duzentas vezes.
— Abre — ordena. Abro com cuidado, me
deparando com um colar azul. Minha boca cai
aberta. Dele valer uma fortuna.
— É lindo — beijo seus lábios. Depois dos
pequenos cansados, voltamos para casa.

— Está pronta? — Damen pergunta se
balançando na minha frente. Nunca lutamos um
contra o outro. Tenho que ser cautelosa em sua
volta.
— Sim — respondo, olhando seus
movimentos com cautela. Ele sorri para mim, como
se soubesse o que estou fazendo.
Damen me ataca, desvio do seu chute nas
minhas pernas e uso a oportunidade para socar suas
costela. Ele desvia no último segundo.
Assim tivemos nosso primeiro treinamento
juntos.
— Você é uma lutadora excepcionalmente
maravilhosa — Damen elogia, ofegante, depois de
quase meia hora de treinamento. Estou morta de
cansada.
— Digo o mesmo de você — me deito de
costas. Estou ficando molenga, cansei rápido
demais.
— Temos uma festa para irmos hoje à noite
— Damen lembra, limpando meu rosto com uma
toalha.
— É sério isso? — Não gosto de estar
rodeada de gente falsa. Essas festas são apenas isso;
falsidade sem tamanho. Eles nos matariam
sorrindo. Odeio quando tenho que comparecer a
uma.
— Você não foi em duas da empresa. Já
estão começando a especular seu desaparecimento
— Damen responde, beijando a pontinha do meu
nariz.
— Está bem. Não vamos ficar muito, né?
— pergunto. Ele apenas sorri, se inclinando em um
beijo lento e suave.
— Não. Vamos voltar cedo — responde, me
olhando com amor. Meu coração acelera de
felicidade.
— Obrigada, eu odeio aquelas gentes falsas
— murmuro, beijando sua boca.
— Eu sei. Não vamos demorar — promete,
se levantando, me puxando para meus pés.
Depois do nosso treinamento, voltamos para
casa e encontramos nossos filhos brincando na sala,
um atrás do outro.
— Papai — Bernardo é o primeiro a gritar.
— Mamãe — Romero grita, junto com
Benjamin, ambos se jogando nas minhas pernas.
— Brincaram muito com a tia Lydia? —
pergunto, beijando o topo da suas cabeças.
— Sim — respondem em uníssono,
gritando.
Quando se torna mãe, você se acostuma
com os gritos e a ter bagunça em volta o tempo
todo.
— Você vai brincar com a gente, mamãe?
— Romero pergunta com seus olhos pidões.
— Vocês querem? — me abaixo.
— Sim
— Você devia fugir. — Meu marido
murmura para mim em tom de brincadeira.
— Engraçadinho — devolvo, me sentando
no chão.
— O que vocês acham de pegarmos a
mamãe? — Damen pergunta em tom conspiratório.
Ele vai fazer as crianças me perseguirem pela casa
inteira. Esse é o seu passatempo favorito.
— Não! Vamos pegar o papai, assim
podemos tomar sorvete depois — chantageio. Eles
pulam de felicidade, e saem correndo atrás do pai.
— Trapaceira — Damen corre em volta do
sofá.
— Na guerra vale tudo — falo, sentada,
vendo as crianças se divertindo. Me sinto em paz
vendo-os se divertirem.
— Nem parece que eram bebés ontem —
Lydia fala sentando ao meu lado.
— Você está falando como se eles
estivessem enormes — sorrio para ela.
— Eles estão. Você que não percebe —
responde, apontando para onde as crianças estão
ainda correndo atrás de Damen.
— Como está as coisas com Jasper? —
pergunto. Eles estão em uma briga dos infernos.
— Não estamos nos entendendo — Lydia
responde, sorrindo tristemente.
— Você devia fazer um esforço — falo.
Tenho certeza de que ela está dificultando a vida do
Jasper de forma impossível.
— Não consigo. Ele me tira do sério —
responde com sinceridade, se inclinando na minha
direção.
— Entendo — murmuro.

— O que está te preocupando? — Damen


pergunta, saindo do banheiro com uma toalha em
volta da cintura.
— Esse casamento da Lydia está me
deixando louca — murmuro, fechando meu livro.
Não estava conseguindo ler de qualquer maneira.
Damen vira-se de costas vestindo uma
cueca, me expondo sua tatuagem perturbadora.
Uma anjo com uma espada sobre caveiras
humanas, e na parte de cima, um leão se
misturando com o anjo.
— Não se meta nisso, boneca. Eles são bem
grandinhos — me responde, caminhando na minha
direção.
— Eu sei. Mas ela é minha amiga — me
levanto da poltrona, encontrando com ele no meio
do quarto.
— Eu sei. Só não vamos nos meter — me
joga na cama ao terminar de falar.
— Você está no modo maldade? —
pergunto, embaixo dele.
— Você nem faz ideia, boneca — Damen
responde, beijando meu pescoço. Suas mãos vagam
pelo meu corpo, gemo com a sensação esmagadora.
Ele me ajuda a tirar meu sutiã, deixando
meus seios completamente expostos ao seus olhos
famintos. Ele suga meus seios dando mordidas, que
chegam perto da dor. Puxo seu pau para fora da
cueca, fazendo-o gemer gostoso quando começo o
masturbar.
— Com mais força — mandou. Aperto seu pau
com mais força, enquanto Damen continua sugando
meus seios em sua boca.
— Gostosa — gemo, sentindo meu prazer
aumentar.
Damen coloca dois dedos em meu canal em um
vai e vem gostoso. Ondas de eletricidade passam
pelo meu corpo enquanto Damen acaricia meu
clitóris com o polegar, me fodendo com os seus
dedos. Aperto ainda mais seu pau, fazendo-o gemer
roucamente.
— Me fode, amor — peço. Preciso dele dentro
de mim.
Ele rasga minha calcinha, causando arrepios
quando o tecido esfrega minha boceta molhada.
— Ohhh — gemo baixinho com as sensações
que ele está provocando em meu corpo, passando o
dedo sobre minha fenda.
— Tão molhadinha — fala, esfregando meu
clitóris. Ele me empurra ainda na cama. Abro
minhas pernas ansiosamente. Preciso de mais dele.
Damen é meu vício, nunca tenho o suficiente dele.
— Tão gostosa — ele murmura, acariciando
seu membro pesado. Abro mais minhas pernas em
um convite silêncio.
— Quero tanto te foder... não vou ser gentil,
boneca — olha minha boceta pulsante. Tenho
certeza de que ele pode ver o quão excitada estou.
Minha boceta está pingando por ele.
— Quero seu pau dentro de mim, me fodendo
com força — peço, gemendo só em pensar. Olho
seu pênis, Damen dá uma longa lambida na minha
boceta.
— Ohhhhhh — gemo.
Ele sobe em cima do meu corpo, se
posicionando sobre mim, começando a deslizar
suavemente enquanto gememos juntos de prazer.
— Senti tanta falta de estar dentro de você —
confessou, se movimentando em um vai e vem
torturante.
— Também senti falta do seu corpo colado ao
meu enquanto fazemos amor — gemo quando
Damen aumenta seus movimentos de forma bruta.
— Isso, assim porra. — Meus gemidos saem
descontrolados quando Damen se move com mais
rapidez para dentro e para fora da minha boceta
pulsante. Fecho meus olhos apreciando o seus
gemidos roucos.
A pressão aumenta dentro de mim quando
Damen suga meus seios de forma bruta, fazendo-
me gritar por extremo prazer. Damen tampa minha
boca com a mão, provavelmente estou fazendo
mais barulhos do que pensava.
Grito novamente quando o clímax me atingi de
forma violenta. Gozo tanto, como nunca havia
gozado na vida. É como se meu corpo estivesse
caindo em um abismo profundo.
Minha boceta ainda está tendo espasmos.
Damen prolongar o prazer com mais investidas
lentas, acariciando meu clitóris com o polegar.
— Ohhh baby. — balbucio, desconsertada,
enquanto Damen solta um gemido gozando.
— Você tem que viajar mais — falo,
depositando um beijo em sua boca deliciosa. Ele
sorri, me aconchegando em seus braços.
— Foi uma tortura ficar três dias longe de
você.
— Eu senti saudades — enrolo minhas
pernas em volta da cintura dele. Essas viagens
relacionadas a máfia são um saco.
— Te amo, bonequinha. — Damen fala, me
surpreendendo. Ele não fala muito que me ama,
apenas demonstra todos os dias com seus gestos.
— Também te amo — murmuro de volta,
beijando sua boca com paixão enquanto nossas
línguas dançam exoticamente uma contra a outra.
Eu estou feliz com minha nova vida. No
entanto, a vida é feita de escolhas, e cabe a nós
saber escolher o certo. Sabe por quê? Às vezes o
amor da nossa vida está tão pertinho, e
simplesmente não percebemos. Não confunda amor
com um relacionamento abusivo. Ame-se primeiro
antes de amar qualquer pessoa, ou se entregar a
alguém.
Ser feliz é um esforço que temos que fazer
todos os dias da nossa vida. A vida é dura, temos
apenas que nos levantar de cada tombo e voltar a
caminhar. Nosso relacionamento teve altos e
baixos, mas aprendemos que a felicidade também
vem com luta e peleja. Nada sem sacrifício vale a
pena.
Bom, primeiramente quero agradecer a
Deus por tudo, e aos meus leitores da plataforma
Wattpad. Já somos mais de 250 mil. Muito
obrigado por vocês me acompanharem nessa
jornada literária.
Não poderia deixar de agradecer a minha
família por ter sempre me incentivado. Muito
obrigado, Amanda, Lucélia: vocês são pessoas
maravilhosas.
Não poderia deixar de agradecer a pessoa
que mais me ajudou: Fran Mendes. Se esse livro
aconteceu, é graças a você.

Com carinho, Vanderlucia.


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