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Capa: P. L. Revisões
Sinopse7
19
227
341
459
574
681
792
8103
9119
10137
11153
12166
13185
14198
15210
16219
17229
18246
19261
20273
21282
22295
23305
24318
25331
26342
27360
28372
29384
30395
31412
32428
33441
34455
35468
36485
37498
38510
39520
40
Agradecimentos547
Redes sociais da autora548
Anny Sofia, vinte e dois anos de idade,
acaba de formar-se em direito. Batalhadora, sempre
lutando para viver do melhor com seu próprio
dinheiro e suas próprias conquistas, e mesmo sendo
órfã, se tornou uma mulher forte e determinada,
que luta pelos seus princípios e ideais.
Depois da formatura, Anny ganha uma
viagem para Las Vegas, onde comemora com seus
amigos a tão sonhada conclusão do curso.
Resolvendo se divertir, ela curte a última noite da
viagem, não economizando na bebida, e é nessa
noite, apenas uma noite antes de voltar para sua
realidade, que um homem lindo e misterioso cruza
seu caminho. Mesmo sem sequer o conhecer,
ambos têm uma noite regada a bebida e muito sexo
selvagem e quente.
Damen é um monstro criado. Desde criança
ele aprendeu a sobreviver e a não confiar em
ninguém além do seu irmão Deimon. Ele aprendeu
a não demonstrar seus sentimentos. O preço do
amor de alguém é muito alto, e ele não está
disposto a pagar por ele. Sendo Capo de Las Vegas,
se tornou cruel, implacável, não se importando com
os outros.
Seu caminho se cruza com uma linda
mulher, que desde o momento em que seus olhos a
viu dançando sensualmente, tudo muda e ele decide
que ela será dele. Depois de quase dois anos, eles
se reencontram novamente, só que com
consequências em mãos...
Acordo quando o sol sai no horizonte. Olho
meu relógio na cabeceira da cama, são cinco horas
da manhã. Vou ao banheiro, faço minha higiene
matinal. Assim que termino, entro na cozinha, faço
meu café rapidinho e o bebo rapidamente, senão,
chegarei atrasada. Em seguida, volto ao quarto e
pego minha bolsa com meus materiais.
Não posso me dar ao luxo de chegar
atrasada novamente. Durmo apenas quatro horas de
sono por noite. Tenho um trabalho da faculdade
para entregar, o que consome boa parte do tempo.
Tranco a porta do meu minúsculo
apartamento, que no momento, é o que posso pagar.
Ainda não posso me dar o luxo de comprar um
apartamento melhor. Tenho algumas economias
que ganhei de herança dos meus avós, as deixo
guardadas em uma conta, caso aconteça alguma
emergência e eu precise usar. E um lugar decente
para morar não está entre minhas prioridades no
momento.
Se Lucas visse onde moro, ele
provavelmente teria um ataque cardíaco. Ele é uma
das poucas pessoas que fazem parte da minha vida.
Que ainda se mantem nela, ao menos.
Nos últimos cinco anos tenho prioridades
totalmente diferentes do que as das garotas da
minha idade. Lucas sempre resmunga que sou uma
senhora presa no corpo de uma adolescente.
Não sou rica, é a minha realidade. Tenho
que terminar minha faculdade e arrumar um
emprego melhor, não que meu emprego nas
empresas Davenport seja ruim, devo lembrar. Estou
em reta final na faculdade, falta apenas algumas
semanas, e finalmente, estarei formada.
Chego à universidade, e pela graça de Deus
divino, não estou atrasada. Sara e Sasha já estão
esperando-me, elas são minhas únicas amigas.
Gêmeas, lindas, com incríveis olhos verdes, cabelos
pretos como o breu da noite, corpos esculturais,
ricas, populares, e por último, mas não menos
importante, pessoas maravilhosas. Se dependesse
das duas, estaria agora morando com elas, mas
prefiro trabalhar e viver independentemente.
Tenho poucas pessoas na minha vida, e dois
empregos. Na empresa, durante o dia, e a noite,
trabalho como garçonete.
Nunca fui a festas, nunca bebi e nunca
namorei. Minha vida é corrida para ter alguém mais
que um amigo nela. Nunca participei de uma festa
da universidade como todos da minha idade. Sou
apenas eu no final do dia, para pagar a faculdade e
as despesas de casa.
— Oi — cumprimento-as com um beijo na
bochecha.
— Por que não foi na festa de ontem? —
Sara pergunta.
— Estava trabalhando, e depois ainda tive
que terminar um dos trabalhos que tenho para
entregar hoje — arrumo meus cabelos.
— A festa ontem foi selvagem. — Sara fala,
sorrindo.
— Marcos estava lá. Deus, o homem é
gostoso pra cacete. — Sasha diz, com aqueles
olhos apaixonados no rosto. Sim, ela está
apaixonada pelo capitão do time de futebol da
faculdade. O problema é: o cara é o maior
mulherengo da universidade.
Apenas Sara e eu sabemos que ela tem uma
queda pelo capitão do time. Sara chega perto do
meu ouvido, como se fosse contar um segredo.
Quando ela faz isso, já sei que vem fofoca.
— Ela tava no maior amasso com ele no
sofá ontem na festa — conta-me baixinho, sabendo
que Sasha está escutando. Elas sempre se
provocam. Olho para Sasha, fingindo estar
magoada, mas por dentro, estou morrendo de tanto
rir. Ela sempre cai em qualquer truque meu.
— Quer dizer que você estava pegando o
Marcos e não ia me falar? — pergunto com a voz
magoada. Nossa! Não sei como ela ainda cai nessa,
faço tanto isso, mas toda vez, ela cai. É
impressionante.
— Oh... é que... é que... — gagueja,
tentando explicar-se. Caio na gargalhada pelo seu
embaraço. Deus, ela tá ficando vermelha de
vergonha.
— Só aconteceu. Não foi nada demais. —
Sasha responde, na defensiva.
— Calma, calma, calma. Não tem problema
nenhum. Você pode pegar o gostoso quando quiser.
O cara é lindo — comento sorrindo. Ela percebe
que estava sendo provocada. Sasha me lança um
sorriso radiante.
— Vamos, ou iremos nos atrasar. — Sara
fala, batendo em nossas bundas. Solto um gritinho
de surpresa.
— Safada — resmungo, apalpando sua
bunda durinha. Somos como irmãs, nos apoiando
umas nas outras desde sempre. Quando Lucas
começou a namorar Sara, nos tornamos amigas, e
desde que nos conhecemos, nos tornamos
inseparáveis.
— Nem acredito que estamos terminando
nossas faculdades — diz animada.
— Nossa comemoração será em Vegas,
baby. — Sara fala sorridente. Desde que entramos
na faculdade, falamos que nossa comemoração será
em Las Vegas. Umas das coisas que temos em
comum é que gostamos da cidade do pecado.
Somos fascinadas por ela, por sua beleza,
arquitetura, uma cultura encantadora.
Se um dia eu for me casar, e eu quero me
casar, quero que aconteça em Las Vegas. Essa
viagem é apenas um sonho distante, da qual não
posso pagar. Não tenho condições de pagar algo
caro desde nível. Quando formar-me, quero
comprar um novo apartamento, mudar minha vida
para melhor.
— Nossa! Imagina só, todas nós em Vegas.
— Sasha fala, com um olhar sonhador no rosto.
— Podemos ficar em uma das mansões do
primo do Lucas — sugere a outra gêmea, andando
de costas, remexendo os quadris, em cima de um
salto alto preto. Não sei como ela não cai com esses
saltos.
— Você tem que ver o homem, é a
definição da palavra perfeição. — Sara acrescenta,
abanando-se com as mãos, como se estivesse com
calor.
— Deixa Lucas ouvir você falar uma coisa
dessa. Ele provavelmente terá um treco — arrumo
minha mochila nas costas. Lucas é muito
possessivo quando se trata da Sara.
— Ele mataria o primo. — Sasha fala,
sorrindo sonhadoramente. Entramos na sala de aula
conversando alegremente. Professora Malia entra
na sala com toda a sua arrogância e chatice, e quase
dormi na aula de tão chata. Oh mulherzinha
arrogante.
— Acho melhor você acordar. — Sara
cochicha para mim, fingindo estar lendo o livro
sobre a minha mesa.
— Ela é tão chata — cochicho de volta,
bocejando, tentando expulsar o sono. Assim que
aula termina, caminhamos para fora da sala.
— Vamos almoçar. — Sasha fala, entrando
em seu carro esportivo. Assim que terminamos de
almoçar rapidamente em um restaurante com um
preço considerável e perto da faculdade, vou direto
para a empresa.
Trabalho como secretária do famoso Lucas
Davenport, um dos homens mais poderosos no
mundo dos negócios. Como é conhecido pela
imprensa; "o homem mais jovem a comandar um
império de sucesso e empresas multinacionais".
Sem contar outros negócios da família. Meu
trabalho é apenas meio período, assim tendo tempo
para a faculdade.
— Boa tarde, todo poderoso — gracejo,
cumprimentando Lucas, enquanto entro em sua
sala. O escritório do Lucas é enorme, todo em tons
de cinza e preto. Elegante.
Lucas está sentado atrás da sua mesa,
vestido em um terno azul marinho feito sob
medida.
— Oi bonequinha — cumprimenta,
folheando os papéis que se encontram em cima da
mesa.
— O que temos para hoje? — sento-me na
cadeira em frente à enorme mesa, com um sorriso
gigantesco no rosto.
— Apenas o de sempre — responde,
olhando-me pela primeira vez desde que entrei na
sala.
— Que chato — murmuro, cruzando
minhas pernas.
— Você está me deixando preocupado,
Anny — comenta, cruzando as mãos em frente ao
corpo, me olhando seriamente. Por favor Deus, não
deixe que ele tenha descoberto sobre meu segundo
trabalho. Lucas olha-me como um irmão mais
velho repreendendo por algo. Merda, odeio esse
olhar de desaprovação em seu rosto. Lá vem
bronca, mas, ainda assim, a esperança é última que
morre. Minha esperança é jogada por terra quando
ele fala o que eu não queria.
— Diz pra mim que não é verdade. Você
não está trabalhando como garçonete até às duas
horas da madrugada, não é? — Lucas pergunta,
olhando-me feio. Suas sobrancelhas se juntam em
uma carranca bonita. Não falo nada, continuo lendo
os papéis em meu colo. Isso não está em discussão.
Lucas rosna, fazendo-me levantar a cabeça,
encontrando seus olhos escuros irritados.
— Lucas, eu preciso desse trabalho —
defendo-me, evitando seu olhar. Lucas não
entende. Não posso aceitar sua ajuda o tempo todo.
Não quero me acostumar a ser sustentada por ele,
mesmo ele não se importando com isso.
— Você tem noção do quão perigoso é isso,
Anny? — pergunta-me, fechando as mãos em um
punho. Dessa vez, não vou largar meu emprego por
causa dele, preciso desse dinheiro, e não vai ser ele
que irá me fazer mudar de ideia. Lucas precisa
entender isso, parar de se decepcionar. Não sou
mais aquela criança que ele carregava para todo
lado.
— Sei exatamente, e isso está fora de
discussão — comunico, indo para minha mesa com
passos firmes.
— Não terminamos ainda, Anny! —
esbraveja, caminhando em minha direção com toda
sua confiança e seus um metro e noventa. Seus
ombros largos são musculosos, quadris estreitos,
cabelos negros que combinam perfeitamente com
seus olhos negros âmbar.
— Não vou largar meu emprego! — aviso,
entrando de volta em sua sala. Não quero chamar a
atenção de todo andar.
Ouço-o rosnando novamente atrás de mim,
batendo a porta com força. Às vezes, Lucas me
sufoca com sua superproteção. Mesmo querendo-
me bem, ele me faz querer subir as paredes de tanta
raiva. É sufocante.
Minha realidade é diferente da dele, que
sempre esquece isso. Eu poderia me aproveitar
dele, sim, no entanto, não sou esse tipo de pessoa.
Não sou assim e nem irei ser. Minha mãe me
ensinou a ser uma pessoa decente, honesta e
responsável. Lucas me sustentaria sem nenhum
problema, mas gosto da minha própria liberdade.
— Você vai me matar de preocupação ainda
— murmura ele, tentando me fazer desistir. Isso
não vai acontecer, não dessa vez. Minha decisão já
está tomada.
Depois da discussão, não tocamos mais no
assunto “meu segundo emprego”. Eu sei que ele
não desistirá tão cedo do assunto, mas agradeço por
deixar quieto por agora.
Uma semana depois
Meses antes...
6 meses depois...
Um mês depois
Acordo com os choros vindo da babá
eletrônica. Porra! Dormi demais.
Me visto correndo, e vou buscar meus filhos
que estão chorando chateados.
— Pronto, a mamãe chegou — falo,
acalmando-os. Dou-lhes banho e troco suas roupas.
Meu Deus, esqueci do Romero. Onde
Damen foi sem dizer uma palavra?
— Romero — chamo e nada. Então chamo
outra vez, e alguns minutos depois, ele aparece
arrastando seu ursinho pelo chão, com o cabelo
todo bagunçado.
— Estou aqui, mamãe. — Meu coração
acelera toda vez que ouço ele me chamar de
mamãe. Essa não é a primeira vez. Não posso
dizer-lhe que não sou sua mãe verdadeira. Não me
perdoarei se magoasse seu coraçãozinho.
— Vem, deixa eu banhar você — falo.
Eu já amo esse menino. Ele é tão fofo.
Sempre educado, e tão pequeno.
— Já vou, mamãe.
Talvez pelo fato dele ver e ouvir meus
filhos me chamando de mamãe, ele começou a me
chamar. Lembro-me da vez em que ele me
perguntou o porquê de não ter uma mamãe.
Deixo para me preocupar com isso depois.
Dou-lhe banho, o arrumo, e em seguida, faço o café
da manhã para eles. Depois de alimentados, coloco-
os no chão para brincar, mas sempre de olho neles.
Ouço a campainha tocar. Será que Damen
esqueceu a chave?
Vou em direção a porta.
Assim que abro a porta, encontro Lucas
com as mãos nos bolsos, com o olhar distante. Sei
que alguma coisa está errada.
Lucas me abraça, passando por mim e entra
em seu apartamento. Ele parece mais cansado que o
normal. Sua expressão está abatida, cansada, as
olheira estão mais evidentes embaixo dos olhos. O
cabelo está despenteado, como se tivesse passado
as mãos pelos fios um milhão de vezes.
Nesse mês tenho percebido Lucas mais
alerta, muito cuidadoso e extremamente cansado.
— O que foi? — pergunto, retribuindo o
abraço.
— Preciso que você faça algumas coisas
para mim — Lucas fala, me abraçando com muita
força. Nos sentamos no sofá. Fico esperando-o
tomar a iniciativa.
— Lucas — chamo. O silêncio me matando.
— Tem alguns traidores dentro da máfia. Já
descobri alguns, mas não todos. Eu achei que era
apenas superficial, mas estava enganado. A coisa é
mais profunda do que eu pensava. Não sei com
quem eles estão trabalhando. Preciso ir com calma
também. Não posso confiar em ninguém — Lucas
fala, passando as mãos pelo cabelo despenteado.
Ele faz uma pausa, e depois continua.
— Lembra do pingente que lhe dei? —
pergunta.
No natal do ano passado, Lucas deu colares
parecidos para todos nós. Pediu que nunca
tirássemos. Era extremamente importante, como
símbolo da nossa família.
— Sim — puxo o meu de dentro da blusa,
mostrando-o. Mas ainda não sei onde ele quer
chegar. Com o início dessa história, coisa boa que
não é.
Eu sei que os colares têm rastreadores.
Antes de descobrir que ele é um mafioso, não
entendia o porquê.
— O que não falei foi que eles têm
rastreadores. Você provavelmente já sabe disso,
caso não, quando pressionado com muita força, e
ativado pela digital, o colar manda sua localização
em caso de sequestro — explica.
— Você sabe quem é? — pergunto
desconfiada. Ele provavelmente tem suas suspeitas.
— Talvez meu irmão bastardo. Meu pai
engravidou uma das prostituta, e quando ele
descobriu a gravidez, já era tarde demais. Ela já
havia conseguido fugir com a criança, e ele não
conseguiu encontrá-la, nem mesmo o paradeiro.
Estou investigando, mas não tenho encontrado
nada. As pistas só nos levam a becos sem saídas,
um atrás do outro. Estou no escuro, Anny —
completa, passando a mão pelo cabelo, em um
gesto nervoso.
— Você quer que eu procure? — pergunto.
Consigo achar, se ele tiver uma foto antiga ou pelo
menos um nome que seja verdadeiro. Mas sabendo
dessas informações, posso procurar pelo nome da
prostituta. Ela deve ter deixado rastros. Com o
passar do tempo, as pessoas tendem a se
despreocupar.
As coisas não estão indo bem. Tenho
traidores dentro da minha máfia, e não posso fazer
nada a respeito. Vou descobrir o resto dos ratos e
matá-los lentamente por suas ousadias.
Quando descobri que minha pequena Anny
estava voltando para o Rio de janeiro, vi a
oportunidade de descobrir mais sobre os ratos
maiores, porque os pequenos já sei exatamente
quem são. Minha menina é uma “Ghost”, a melhor
do nosso meio. Sempre que preciso de algo, ela faz,
sem perguntar.
Não há nada que Anny não possa encontrar
se tiver por onde começar. É como uma
“fantasma”, sem deixar rastro. É como se ela nunca
estivesse lá.
Ninguém sabe disso além de mim. Não vou
fazer dela um alvo em potencial. Quero-a segura,
caso as coisas não derem certo. Ela sabe como me
achar, caso as coisas saiam de controle.
Quando era uma criança, Anny estava
sempre ao meu redor. Sua mãe trabalhava na
cozinha, e ela ficava brincando pela casa. Com o
tempo, comecei a ensiná-la tudo que ia aprendendo,
sem ela ao menos saber que estava se tornando
minha fuga, e que eu já era um mafioso
introduzido. Agora que Anny sabe toda a verdade,
se a merda bater no ventilador, ela será a única com
poder de me encontrar.
As pessoas apenas a veem como uma
mulher frágil, sem importância. Totalmente o
contrário da sua personalidade.
Anos atrás
Presente