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Universidade Federal do Maranhão

Curso: Ciências Contábeis

Disciplina: Administração Financeira

Docente: Savio Roberto Rodrigues Maia

Discente: Guilherme Queiroz Rodrigues: 2022011247

Resumo

O artigo aborda a avaliação de empresas no Brasil e analisa as práticas


adotadas nos laudos de avaliação em comparação com a teoria de finanças. A
pesquisa foi realizada com base em laudos de avaliação de Ofertas Públicas
de Ações (OPAs) disponíveis na CVM no período de 2004 a 2015.

A avaliação econômica de uma empresa é uma peça fundamental para a


execução de suas estratégias financeiras e gestão. Ela é formulada com base
em expectativas futuras de resultados operacionais da empresa, e as
premissas utilizadas para essas projeções devem buscar respaldo na teoria de
finanças.

Os resultados da pesquisa mostraram que a maioria dos laudos de avaliação


preferiu utilizar projeções em moeda nacional e constante, ou seja, sem
considerar a inflação. Essa escolha pode ser atribuída à dificuldade de prever a
inflação e à preferência por uma abordagem mais conservadora. Os prazos de
projeção variaram entre 5 e 10 anos para o período explícito, o que indica uma
visão de longo prazo na avaliação das empresas.

No entanto, as taxas de crescimento, tanto nominais quanto reais,


apresentaram grandes oscilações ao longo dos anos e entre os setores
analisados. Isso indica a dificuldade de prever o desempenho futuro das
empresas e a influência de fatores externos, como crises econômicas e
instabilidades do mercado.

As variáveis macroeconômicas PIB e inflação foram as mais difíceis de serem


previstas e mostraram-se não homogêneas no período analisado. Isso pode
ser atribuído à complexidade dessas variáveis e à influência de fatores
externos, como políticas governamentais e eventos econômicos globais.

No que diz respeito às premissas de obtenção do custo de capital próprio e


custo de capital total, os laudos de avaliação mostraram-se alinhados com a
teoria de finanças. A metodologia utilizada para estimar o custo de capital
próprio foi o modelo CAPM, que considera o risco sistemático da empresa. No
entanto, os laudos foram conservadores na estimação dos betas, preferindo a
metodologia de realavancamento do beta médio de empresas comparáveis no
mercado.

Em resumo, o estudo revelou que as práticas adotadas nos laudos de


avaliação de empresas no Brasil nem sempre seguem estritamente a teoria de
finanças. Embora algumas premissas estejam alinhadas com a teoria, outras
apresentam divergências significativas. Essas divergências podem ser
atribuídas à dificuldade de prever o desempenho futuro das empresas e às
incertezas do ambiente econômico. O estudo contribui para a divulgação das
premissas utilizadas nos laudos de avaliação e mostra a importância de uma
análise crítica dessas premissas para garantir avaliações mais precisas e
confiáveis.

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