O início do exercício da psicologia nos serviços brasileiros de Atenção Básica à Saúde
(UBS) aconteceu na década de 1980. Na década seguinte, sob inúmeras críticas a uma prática individualizante, deu-se sua exclusão formal da Estratégia Saúde da Família, o que não impediu a realização de trabalhos. Neste artigo, o relato de uma análise da demanda no ano de 1996, realizada a partir de anamneses em grupos e do referencial da psicologia/análise institucional, revelou a importância das disputas sobre o território e do histórico das instituições na constituição da demanda de crianças e adolescentes para a saúde mental em uma UBS da periferia da grande São Paulo. O relato apresentado e a retomada formal da psicologia na Atenção Básica por meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (2008) apontam para o desafio de revitalizar os tradicionais instrumentos agregando-os à complexidade dos territórios e à busca pela integralidade.
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ATENÇÃO BÁSICA
Evidenciou-se que o objetivo do psicólogo que atua na atenção básica de saúde é a
proposição de intervenções coletivas e integradas na busca de uma comunidade mais autônoma e consciente, evitando uma assistência curativa em saúde fundamentada na medicalização.