Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ne
Za
isa
El
ia
ar
M
Inundações em Curitiba:
Impactos, Risco e Vulnerabilidade Socioambiental
DE ESTUDOS DA
INUNDAÇÕES EM CURITIBA:
Impactos, Risco e Vulnerabilidade Socioambiental
Presidente da República
Dilma Vana Rousseff
Ministro da Educação
Henrique Paim
Edições UFC
Diretor e Editor
Prof. Antônio Cláudio Lima Guimarães
Conselho Editorial
Presidente
Prof. Antônio Cláudio Lima Guimarães
Conselheiros
Profa. Adelaide Maria Gonçalves Pereira
Profa. Angela Maria R. Mota de Gutiérrez
Prof. Gil de Aquino Farias
Prof. Italo Gurgel
Prof. José Edmar da Silva Ribeiro
Maria Elisa Zanella
INUNDAÇÕES EM CURITIBA:
Impactos, Risco e Vulnerabilidade Socioambiental
Fortaleza
2014
Inundações em Curitiba: impactos, risco e vulnerabilidade socioambiental©
2014 Copyright by Maria Elisa Zanella
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Todos os Direitos Reservados
Editora da Universidade Federal do Ceará – UFC
Av. da Universidade, 2932 – Benfica – Fortaleza – Ceará
CEP: 60.020-181 – Tel./Fax: (85) 3366.7766 (Diretoria)
3366.7499 (Distribuição) 3366.7439 (Livraria)
Internet: www.editora.ufc.br – E-mail: editora@ufc.br
Coordenação Editorial
Moacir Ribeiro da Silva
Revisão de Texto
Isabel Lima
Normalização Bibliográfica
Luciane Silva das Selvas
Capa
Valdianio Araújo Macedo
ISBN: 978-85-7485-171-6
CDD 551.6
Sumário
Apresentação....................................................................... 11
Apresentação
1
URBANIZAÇÃO, AMBIENTE URBANO E CLIMA
Fonte: Anuários Estatísticos IBGE (1940, 1950, 1960, 1970, 1991 e 2000). Contagem
da População de 1996.
Fonte: Anuários Estatísticos IBGE (1970, 1980, 1991 e 2000). Contagem da Popu-
lação de 1996.
Compreende também:
o conjunto de normas jurídicas que estabelecem os
limites administrativos das cidades, as possibilidades
de circulação, de propriedade e de uso do espaço – do
acesso ao consumo da e na cidade –, que, por sua vez,
envolve um conjunto de atividades públicas e política
[...] diz respeito ao conjunto das atividades exercidas
na cidade, o que significa que compreende a dinâmica
da própria sociedade (RODRIGUES, 1997, p. 140).
2
O SÍTIO URBANO DE CURITIBA E DO BAIRRO
CAJURU
Temperatura Média
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
3
CURITIBA E O BAIRRO CAJURU: EVOLUÇÃO HIS-
TÓRICA E ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS
1780 3.194 - -
4
AS INUNDAÇÕES EM CURITIBA E NO BAIRRO
CAJURU: IMPACTOS, PERCEPÇÃO E POLÍTICAS
PÚBLICAS
1000
1500
2000
2500
mm
500
0
1890
1895
1900
1905
1910
1915
1920
1925
1930
1940
Ano
1945
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
1890-1889 1437,35 0
1900-1909 1293,57 3
1910-1919 1412,86 5
1920-1929 1392,92 2
1930-1939 1388,83 0
1940-1949 1315,80 0
1950-1959 1450,51 0
1960-1969 1441,96 0
1970-1979 1449,53 1
1980-1989 1395,38 1
1990-1999 1676,77 5
TO- DES-
TOTAL DES- DES- TIPO- DES- TIPO-
TAL VIO
ANO CHU- VIO VIO LO- ANO VIO LO-
CHU- NE-
VA POSIT. NEGAT. GIA POSIT. GIA
VA GAT.
Continuação
TO- DES-
DES- DES- TOTAL DES- TIPO-
TAL TIPO- VIO
ANO VIO VIO ANO CHU- VIO LO-
CHU- LOGIA NE-
POSIT. NEGAT. VA POSIT. GIA
VA GAT.
N – s/ anomalias (0%-5%)
NS – c/ tendência a seco (5%-
26 28,4
Normais 15%)
20 21,7
NC – c/ tendência a chuvoso
14 15,2
(5%-15%)
13 14,1
Secos TS – Tendente a seco (15%-30%)
3 3,3
S – Seco (>30%)
11 11,9
Chuvosos TC – Tendente a chuvoso
5 5,4
(15%-30%)
C – Chuvoso (>30%)
Total 92 100,0
Fev 12 2 2 1 17
Mar 9 1 0 0 10
Abr 7 0 1 0 8
Maio 10 8 1 0 19
Jun 7 2 1 2 12
Jul 7 3 0 0 10
Ago 3 2 0 0 5
Set 6 3 0 0 9
Out 5 4 1 1 11
Nov 9 0 0 0 9
Dez 11 4 0 0 15
Ano Total geral Precipitação Data do Média vazão diária m3/s Vazão média do mês
em mm em 24h evento (Rio Atuba) (m3/s) correspodente
1988 * * * - -
1989 * * * - -
1990 * 63,0 19/07 21,10 (19/07) 2,78
1991 1.164,3 62,2 21/06 8,90 (21/06) 2,34
1992 1.237,9 62,9 31/05 16,05 (31/05) 3,41
78,8 22/04 4,79 (22/04) 1,82
1993 1.828,4 138,2 14/05 20,50 (14/05) 2,69
103,3 21/09 28,50 (21/09) 5,69
1994 1.374,2 0 0 - -
110,2 08/01 29,13 (08/01) 5,89
1995 1.619,2
82,3 08/07 7,05 (08/07) 2,03
1996 1.372,5 0 0 - -
1997 1.294,3 67,2 21/01 27,25 (21/01) 7,01
82,8 19/06 11,90 (19/06) 1,24
1998 1.802,2 70,1 09/07 18,85 (07/07) 3,08
1999 1.310,6 74,7 04/07 * *
65,8 13/02 24,90 (16/02) 4,58
2000 1.322,8
70,8 18/06 11,94 (18/06) 2,14
Total geral Precipitação Data do Média vazão diária m3/s Vazão média do mês (m3/s)
Ano
em mm em 24h evento (Rio Atuba) correspondente
94,6 05/02 * *
1982 1.407,9 83,3 24/06 * *
64,0 02/10 * *
89,2 20/05 * *
1983 1.877,8 68,3 07/07 * *
91,8 11/12 * *
Continuação
1985 733,9 0 0 - -
63,2 04/02
1991 1.191,5 11,17 (20/06) 2,34
60,3 21/06
1992 1.381,5 68,5 31/05 16,05 (31/05) 3,41
71,0 13,01
2002 1.463,5 20,23 (12/01) 2,98
60,0 21/09
1981 947,4 0 0 * *
Maria Elisa Zanella
124
Continuação
100,6 05/02 * *
65,0 20/02 * *
83,0 24/06 * *
1982 1.609,3
65,9 02/10 * *
67,0 12/12 * *
75,3 30/01 * *
79,6 20/05 * *
1983 1.992,7 74,2 28/05 * *
97,9 11/12 * *
1984 1.479,9 63,2 13/06 15,49 (14/06) 2,19
1985 765,5 0 0 - -
1986 1.364,2 0 0 - -
64,5 07/02 4,83 (08/02) 2,16
1987 1.388,0
77,8 04/12 2,25 (04/12) 1,39
1988 * 82,9 23/05 24,95 (23/05) 5,03
1989 1.459,8 72,9 04/01 19,31 (03/01) 4,48
61,2 01/04
1990 *
68,7 09/11 11,83 (09/11) 2,97
1991 * * * - -
65,8 31/05 16,05 (31/05) 3,41
1992 1.255,7
61,6 16/07 13,96 (16/07) 2,60
63,7 30/01 4,45 (30/01) 1,58
1993 1.876,2 95,3 14/05 20,50 (14/05) 2,69
67,5 30/09 19,07 (30/09) 5,69
1994 * * * - -
61,5 20/04 1,99 (20/04) 2,04
68,6 07,01 29,13 (07/01) 5,89
121,0 08/01 11,20 (08/01) 5,89
1995 *
84,2 11/01 9,93 (12/01) 5,89
69,6 25/06 12,30 (25/06) 2,22
81,1 08/07 7,05 (08/07) 2,03
67,4 09/02 15,15 (09/02) 4,29
1996 1.891,8
83,4 27/02 2,00 (27/02) 4.29
74,6 10/01 19,02 (09/01) 7,01
84,3 21/01 27,25 (21/01) 7,01
1997 *
102,5 12/02 20,25 (12/02) 5,92
60,9 14/03 3,65 (14/03) 3,41
70,4 19/06 11,90 (19/06) 1,24
69,5 09/07 15,15 (09/07) 3,08
1998 *
81,4 14/08 19,50 (13/08) 3,81
93,1 29/09 14,40 (30/09) 6,60
63,6 17/01 5,85 (17/01) 3,07
146,2 22/02 11,93 (21/02) 3,63
1999 1.683,4
67,1 27/03 7,04 (27/03) 2,13
65,7 04/07 * *
01/02 6,12 (01/02)
61,1 4,58
2000 * 06/03 5,60 (06/03)
74,1 2,36
Inundações em Curitiba: impactos, risco e vulnerabilidade socioambiental
125
Continuação
24/01
61,2 Não tem nada
22/02
71,8 11,87 (24/02) 6,38
26/06
2001 * 61,1 2,15 (26/06) 3,51
2/10
64,1 75,03 (01/10) 6,68
No de eventos
pluviométricos 48 14 6 68
em 24 horas
No de registros
de impactos no 26 13 6 45
jornal
Percentagem
de registros no 54,2 92,8 100 66,2
jornal
No de eventos plu-
viométricos pela 48 20 9 77
somatória de três
dias consecutivos
No de registros
de impactos no 23 10 7 40
jornal
Percentagem
de registros no 47,9 50 77,7 51,9
jornal
Número de eventos 14 6 68
Década
de 1980
Número de registros 13 6 45
em jornais (impactos)
Número de eventos 10 7 40
Anos
2000-
2002
Número de registros 50 77,7 51,9
em jornais (impactos)
Precipitação (mm)
rentes das chuvas fortes. Do dia 7 ao dia 13, choveu 361,8 mm,
de acordo com os dados do INMET. A entrada de duas frentes
frias (a primeira no dia 7 e a segunda no dia 10) causaram
as elevadas precipitações. Ambas permaneceram estacionadas
sobre a região: a primeira durante 2 dias e a segunda durante
3 dias. Tais frentes estiveram associadas a outros sistemas at-
mosféricos causadores de chuva.
Os Mapas 8 e 9 mostram as condições atmosféricas
para os dias 7 e 8, onde se percebe a influência da frente
fria em ambos os dias, associada à Zona de Convergência do
Atlântico Sul e a um Vórtice Ciclônico de Ar Superior com
as bordas convectivas localizadas no nordeste brasileiro. Foi
a conjugação desses sistemas a causa da precipitação que
atingiu 121,0 mm/24h no dia 8.
Precipitação (mm)
Dias do Mês
Dias do Mês
Dias do Mês
Numero de casos
Meses do ano)
Ah, coisa feia, ah, preta, né, porque depois que as águas
retornam fica tudo preto. A minha casa mesmo ficava
inundada de lama. Quantas coisas eu ficava lavando.
(A. F. M., 78 anos, Vila São Domingos).
Interceptor Atuba
Av. Afonso SANEPAR/
Sul/torre de trans- Autódromo de Administração do
Camargo até Proprietário da
missão de rádio/ Pinhais Autódromo
Autódromo Rádio/PMC
ocupação urbana
Interceptor Atuba
Autódromo até Sul, interceptor Ocupação Urbana
SANEPAR/PMC PMP e COMEC
ETE Atuba Sul aéreo de esgoto/ de Pinhais
ocupação urbana
Duto da ETE Atu-
ETE Atuba Sul até ba Sul, duas pontes
SANEPAR Nenhuma Nenhum
BR 277 junto a captação
da SANEPAR
Considerações Finais
O impacto das precipitações constitui-se em um dos proble-
mas mais sérios do Sistema Climático Urbano, principalmente nas
cidades dos países emergentes, dadas as consequências geradas por
eventos de maior magnitude, relacionados às inundações urbanas.
As cidades brasileiras, de modo geral, sobretudo as de
maior porte, têm apresentado, muito frequentemente, situações
críticas relacionadas à drenagem de águas superficiais quando
da ocorrência de episódios pluviais concentrados. Além disso,
as áreas das planícies de inundação dos rios vêm sendo ocupa-
das irregularmente, tornando ainda mais problemática a situa-
ção das inundações para a população que lá se instala.
Este estudo faz uma análise dos eventos pluviométricos
concentrados dentro da perspectiva de análise do subsiste-
ma hidrometeórico proposto pela metodologia de Monteiro,
considerando os eventos pluviométricos iguais e superiores
a 60 mm/24h, bem como a somatória de chuvas de três dias
consecutivos que somam 60 mm ou mais e seus impactos na
cidade de Curitiba, mais especificamente no bairro Cajuru,
destacando-se as inundações e seus impactos
De acordo com os resultados da pesquisa, observou-se
a ocorrência de um número maior de eventos pluviométricos
iguais e superiores a 60 mm/24h nos meses de verão, corres-
pondendo ao período do ano de maiores totais pluviométri-
cos. Os registros de impactos nos jornais também aparecem
com maior frequência neste mesmo período. De modo geral,
ao relatarem a ocorrência de chuvas fortes, as notícias referem-
-se aos estragos gerais causados à cidade, como inundações em
áreas ribeirinhas, alagamentos de ruas e casas com remoção de
famílias para abrigos, perdas de móveis das casas, quedas de ár-
Maria Elisa Zanella
174
Referências Bibliográficas
AB´SABER, A. N. Notas a respeito do sítio urbano de Curi-
tiba. Geomorfologia, São Paulo, Instituto de Geografia – USP,
n. 3, 1966.
ACSELRAD, H. Justiça ambiental e construção social do risco. De-
senvolvimento e meio ambiente, Curitiba, UFPR, n. 5, p. 49-60,
2002.
ALDAZ, L. Caracterização parcial do regime de chuvas do Bra-
sil. Rio de Janeiro: DMET/SUDENE/OMM, 1971. (Publicação
Técnica, n. 14).
ALVARES, J. E. La Geografia Humanística. Anales de Geogra-
fia de la Union Internacionale. 1979. p. 11-29.
ATKISON, B. W. The Mecanic Effect of in Urban Area on Con-
vective Precipitation. Occasional Paper, , London, Department
of Geography, n. 3, 1975.
BECK, U. Risk society: towards a new modernity. London: Sage
Publications, 1986. 289 p.
BIGARELLA, J. J., MOUSINHO, M. R., SILVA, J. P. X. Pedipla-
nos, pedimentos e seus depósitos correlativos no Brasil. Boletim
Paranaense de Geografia, Curitiba, n. 16/17, p. 117-151, 1965.
BRANDÃO, A. M. As alterações Climáticas na Área Metro-
politana do Rio de Janeiro: uma provável influência do cresci-
mento urbano. In: ABREU, M. de A. (Org. ). Natureza e socie-
dade no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de
Cultura, Turismo e Esporte, 1992. p. 143-200.
Maria Elisa Zanella
180
ISBN: 978-85-7485-171-6
9 788574 851716
Impressão e Acabamento Imprensa Universitária da
Universidade Federal do Ceará – UFC
Av. da Universidade, 2932, fundos – Benfica
Fone/Fax: (85) 3366.7485 / 7486 – CEP: 60020-181
Fortaleza – Ceará – Brasil
iu.arte@ufc.br – www.imprensa.ufc.br