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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

HIDROLOGIA
TÓPICO 01. A ÁGUA NO PLANETA, CONCEITOS E APLICAÇÕES DA
HIDROLOGIA

Professor: Expedito José Ferreira


Mestre em Engenharia Agrícola – UFV
Doutor em Engenharia Agrícola - UFV

UNIMONTES
CURSO: ENGENHARIA CIVIL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: HIDROLOGIA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

HIDROLOGIA
Observação:
Esta apresentação, elaborada com base nos livros textos de
vários autores, citados nas REFERÊNCIAS e com ilustrações
obtidas em meio digital, destina-se exclusivamente para fins
didáticos da disciplina de Hidrologia do curso de Engenharia
Civil da Unimontes. Não se recomenda utilizá-la para fins de
citação bibliográfica.

Professor: Expedito José Ferreira


Mestre em Engenharia Agrícola – UFV
Doutor em Engenharia Agrícola - UFV

UNIMONTES
CURSO: ENGENHARIA CIVIL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: HIDROLOGIA
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CURSO: ENGENHARIA CIVIL UNIMONTES – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DISCIPLINA: HIDROLGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
 Horários
• terça-feira: 09:00 às 10:40 h
• sexta-feira: 09:50 às 11:30 h

 Chamadas: início e final da aula


 Saídas da sala: livre? (Evitar, utilizar o bom senso)
 Telefone celular: desligado ou no modo sem campainha
(proibido o uso em sala da aula)
 Dinâmica da aula: interatividade

Compromisso: comparecer às aulas !


CURSO: ENGENHARIA CIVIL UNIMONTES – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: HIDROLGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
PLANO DE CURSO – DISCIPLINA DE HIDROLOGIA

PROFESSOR: EXPEDITO JOSÉ FERREIRA

CARGA HORÁRIA: 72 HORAS

EMENTA:

A água: importância, origem e sua distribuição no globo terrestre.


Embasamento teórico dos conceitos relativos à bacias hidrográficas,
fases do ciclo hidrológico: precipitação, evaporação e
evapotranspiração, interceptação e infiltração, escoamento superficial,
regime dos cursos de água, entre outros.

CURSO: ENGENHARIA CIVIL UNIMONTES – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DISCIPLINA: HIDROLGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
PLANO DE CURSO – DISCIPLINA DE HIDROLOGIA

OBJETIVOS:

Objetivo geral:
Propiciar o conhecimento dos conceitos é aplicações em hidrologia, e a
compreensão das interações entre a ciência hidrológica e as diversas áreas
das engenharias.

Objetivos específicos:
• Compreender todos os processos inerentes a cada uma das fases do
ciclo hidrológico;
• Familiarizar-se com o uso dos métodos de análise hidrológica;
• Familiarizar-se com a aplicação de métodos estatísticos e probabilísticos
na hidrologia;
• Desenvolver uma melhor compreensão das interações entre a ciência
hidrológica e sua aplicação às diversas áreas das engenharias e de
outras ciências aplicadas;
• Desenvolver uma maior percepção dos problemas atuais, tanto regionais
quanto nacionais e internacionais, que envolvam a quantificação,
avaliação e uso dos recursos hídricos.
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DISCIPLINA: HIDROLGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
PLANO DE CURSO – DISCIPLINA DE HIDROLOGIA

OBJETIVOS:

Objetivo geral:
Propiciar o conhecimento dos conceitos é aplicações em hidrologia, e a
compreensão das interações entre a ciência hidrológica e as diversas áreas
das engenharias.

Objetivos específicos:
• Compreender todos os processos inerentes a cada uma das fases do
ciclo hidrológico;
• Familiarizar-se com o uso dos métodos de análise hidrológica;
• Familiarizar-se com a aplicação de métodos estatísticos e probabilísticos
na hidrologia;
• Desenvolver uma melhor compreensão das interações entre a ciência
hidrológica e sua aplicação às diversas áreas das engenharias e de
outras ciências aplicadas;
• Desenvolver uma maior percepção dos problemas atuais, tanto regionais
quanto nacionais e internacionais, que envolvam a quantificação,
avaliação e uso dos recursos hídricos.
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PLANO DE CURSO – DISCIPLINA DE HIDROLOGIA

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
1. CONCEITOS HIDROLÓGICOS BÁSICOS: FASES DO CICLO HIDROLÓGICO.
1.1. INTRODUÇÃO: Conceitos e definições da Hidrologia.
1.2. O CICLO HIDROLÓGICO.
1.3. A BACIA HIDROGRÁFICA E SUAS CARACTERÍSTICAS: Definição e delimitação,
Características geométricas. Declividade do Perfil. Curva hipsométrica. Declividade do
leito do curso principal.
1.4. PRECIPITAÇÃO: Fatores climáticos. Formação. Tipos e formas. Medidas. Precipitação
média. Tipos de série. Altura, duração e intensidade da precipitação. Instrumentos
para medida da precipitação. Falhas. Variação da precipitação. Precipitação média.
Frequência acumulada. Métodos de Gumbel, Gambel-Chow. Período de Retorno. Análise
de chuvas intensas. Tempo de concentração. Fórmulas mais usuais.
1.5. RADIAÇÂO, EVAPORAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO: Conceitos. Processos de
evaporação. Medida da evaporação. Estimativa de radiação e da evapotranspiração.
1.6. INFILTRAÇÃO: Conceitos. Fatores intervenientes. Medidas de capacidade de infiltração.
1.7. ÁGUA SUBTERRÂNEA: Generalidades e ocorrência. Movimento da água no solo.
1.8. ESCOAMENTO SUPERFICIAL: Conceitos. Fatores intervenientes. Estimativa e medida
do escoamento.

2. MÉTODOS DE ANÁLISE HIDROLÓGICA


2.1 - ESTIMATIVAS DE VAZÕES DE CHEIA: Fórmulas empíricas. O método racional.
2.2 – MEDIDAS DE VAZÕES E CURVAS CHAVES.
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METODOLOGIA/ATIVIDADES DIDÁTICAS:

• Aulas expositivas com recursos audiovisuais


• Projeção de filmes
• Aulas práticas

ESTRUTURA (S) DE APOIO/RECURSOS DIDÁTICOS:


• Projetor Multimídia,
• Quadro de giz ou pincel,
• Textos e Vídeo.

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM:

• Aspectos a serem avaliados:

Conhecimento e domínio de conteúdos estudados


Participação nas atividades em sala e trabalhos de campo.

• Instrumentos de avaliação:

Provas: 60 %
Duas a três provas no semestre:

Trabalhos e Relatório Técnico: 40 %


– visita técnica: Um por semestre
– trabalhos práticos: Um por semestre
– outros
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BIBLIOGRAFIA:

• LINSLEY, R.K.; FRANZINI, J.B., Engenharia de Recursos Hídricos. McGraw-Hill


do Brasil, EDUSP, 1978.
• MELO, C. R.; SILVA, A. M. Hidrologia: Princípios e aplicações em sistemas
agrícolas. Lavras, Editora UFLA, 2013. 455p.
• RAMOS, F.; OCCHIPINTI, A.G.; VILLA NOVA, R.K.; MAGALHÃES, P.C.; CLEARY,
R. Engenharia Hidrológica. Coleção ABRH de Recursos Hídricos, Vol. 2,
Editora UFRJ, 1989.
• SANTOS, I. et al. Hidrometria Aplicada. Curitiba: Ed. LACTEC, 2001.
• SOUZA PINTO, N.L.; HOLTZ, A.C.T.; MARTINS, J.A.; GOMIDE, F.L.S. -
Hidrologia Básica. Edgard Blucher, 1976.
• TUCCI, C.E.M. (organizador) Hidrologia, Ciência e Aplicação. 2ª ed. Editora da
Universidade - UFRGS: Coleção ABRH de Recursos Hídricos, vol. 4, 1997.
943p.
• TUCCI, C.E.M.; PORTO, R.L.; BARROS, M.T. (organizadores) Drenagem
Urbana. coleção ABRH, Vol. 5, EDUSP, 1995.
• VILLELA, S.M. & MATTOS, A. Hidrologia Aplicada. Ed. McGRaw-Hill do Brasil,
1975. 245p.

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Vamos começar.........

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Água, Recurso Hídrico e Água
Doce
Água: É conhecida como:
elemento vital, água
purificadora, água recurso
natural renovável. São alguns
dos significados em diferentes
mitologias, povos religiões e
culturas, em diferentes épocas.

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Água, Recurso Hídrico e Água
Doce

Água e
Recurso hídrico

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Água, recurso hídrico e água
doce

Importância e conceitos básicos:

Água: o termo “água” refere-se, via de regra, ao elemento


natural, desvinculado de qualquer uso ou utilização.

Recurso hídrico: o termo “recurso hídrico” é a


consideração da água como bem econômico, passível de
utilização com tal finalidade.

“Toda a água na Terra não é, necessariamente, um recurso


hídrico, na medida quem em seu uso ou utilização nem sempre
tem viabilidade econômica”.

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Água, recurso hídrico e água
doce
Água doce: é elemento essencial ao abastecimento do consumo
humano e ao desenvolvimento de suas atividades industriais e
agrícolas e é de importância vital aos ecossistemas (vegetal
e animal) das terras emersas.

• A classificação mundial, feita com base nas suas características


naturais, apresenta teor de Sólidos Totais Dissolvidos (STD)
inferior a mil mg/l. Entre mil a 10 mil mg/l são águas “salobras” e
acima de 10 mil mg/l são consideradas “salgadas”.

• A legislação ambiental vigente (Resolução do CONAMA Nº 357, de


17.03.2005, alterada pela Resolução 430, de 13.05.2011:

“Agua doce” - salinidade inferior ou igual a 0,5 ‰ (< 500 ppm)


“Salobra” - salinidade entre 0,5 e 30 ‰(entre 500 a 30.000 ppm)
”Salina” - salinidade acima de 30 ‰ (acima de 30.000 ppm)

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Origem geológica e biológica
da água
Teorias da origem da água:
Teoria 1. Ponto de vista geológico (Rebouças, 2006):
 A Terra, sob o ponto de vista geológico, é um sistema dinâmico.
Essa teoria afirma que a crosta terrestre ou a litosfera é formada por um
mosaico de placas rochosas de diferentes tamanhos, as quais estão em
movimento permanente, umas em relação às outras (Tectônica das placas
 movimento e deformações das placas).

 Ao longo da história geológica, as erupções vulcânicas, associadas à


“Tectônica das placas” lançaram na atmosfera grande quantidade de
gases (oxigênio – O , hidrogênio - H2, gás carbônico –CO2 , nitrogênio N2, dióxido de
enxofre - SO2 e monóxido de carbono CO).

 O oxigênio e o hidrogênio lançados, combinaram-se rapidamente


para dar origem ao vapor d’água na atmosfera. No começo as
temperaturas e pressão reinantes na Terra só possibilitaram a ocorrência
de água na forma de vapor d’água.

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Origem geológica e biológica
da água
 Posteriormente, à medida que as temperaturas baixaram, os
vapores de água na atmosfera se condensaram e formaram-se
as nuvens, os quais foram atraídas pela gravidade e caíram na
forma de chuvas, principalmente na superfície da Terra.

 A água que escoava pela superfície da crosta provocava a erosão


das rochas, cujas partículas transportadas acumulavam-se e
formavam-se depósitos nas suas depressões.

 As rochas mais antigas, formadas em ambientes sub-aquáticos,


datam-se de 3,8 bilhões de ano, indicando que, pelo menos
desde então, a água na forma líquida existe na Terra.

 Assim, a hidrosfera e a atmosfera foram formadas pelos gases


expelidos dos vulcões associados à Tectônica das Placas.

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Origem geológica e biológica
da água
 No processo de erosão das rochas, muitos dos produtos
combinaram-se com a água da chuva e com o CO2 da atmosfera
para formar os depósitos chamado carbonatos.

 Dessa forma, o excesso de CO2 na atmosfera é removido e


reciclado por um enorme laço de realimentação que envolve a
erosão das rochas e a formação de depósitos carbonatos que
afundam na crosta, podendo até mesmo desencadear os
movimentos das placas tectônicas.

 Nesse processo, parte do CO2 contido nas rochas fundidas é


lançado novamente à atmosfera pelos vulcões.
“O ciclo todo, ligando vulcões à erosão das rochas, a bactérias do
solo, a algas oceânicas, a sedimentos carbonáticos e novamente
a vulcões, atua como um gigantesco processo de realimentação,
que contribui para a regulação da temperatura da Terra.“

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Origem geológica e biológica
da água
 Esses processos engendraram, certamente, as condições propícias à
existência de água na Terra nos três estados físicos fundamentais:
sólido, líquido e gasoso, e ao desenvolvimento da vida.

 O oxigênio tem a propriedade de ser muito reativo, ou seja de se unir


com quase todos os outros tipos de átomos: o hidrogênio, o carbono e
um grande número de metalóides.

 Em consequência, quando a Terra se formou, não existia o oxigênio


livre, somente óxidos voláteis como CO, CO2, H2O, CH4, NH3. O
oxigênio livre na atmosfera primitiva, surgiu somente mais tarde, à
medida que apareceu no planeta um mecanismo capaz de
produzi-lo.

E o único que se conhece é a fotossíntese, e, sobre a Terra, ele parece


indissociavelmente, ligado à existência da vida.

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Origem geológica e biológica
da água
 A vida surgiu na Terra há aproximadamente 3,5 bilhões da anos
criando condições propícias a sua própria existência e
desenvolvimento e desde então a biosfera fabrica, efetivamente,
modela e muda o ambiente ao qual se adapta, mediante interações
cíclicas constantes.

 Na mistura de água e sais minerais (Terra) com a luz solar e dióxido


de carbono (atmosfera), as plantas verdes estabeleceram a ligação
entre a litosfera e a atmosfera, consumindo dióxido de carbono e
liberando oxigênio.

Registros fósseis mostram que os processos fotossintéticos tiveram início


na Terra há 2,7 bilhões da ano.

 Os primeiros traços de cobertura de gelo datam de 2 bilhões da


anos atrás, indicando que as condições de temperatura atuais
ocorriam na Terra desde então.

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Origem geológica e biológica da
água

 Com a proliferação de plantas verdes, grandes quantidades de


oxigênio foram adicionadas na atmosfera, para serem assimiladas
novamente pelas plantas e por animais no processo de respiração.

 Outras importantes parcelas de oxigênio liberado na atmosfera pela


fotossíntese combinaram-se com o hidrogênio lançado pelas
erupções vulcânicas, formando mais vapor d’água.

 Em função das condições de temperatura e pressão que passaram a


ocorrer na Terra, houve acúmulo progressivo de água na sua
superfície, nos estados sólidos e líquidos, e simultânea formação de
vapor d’água pelos mecanismos de evaporação e transpiração dos
organismos.”

“Desta feita, a energia térmica de origem solar e gravidade são


motores do gigantesco mecanismo de evaporação, condensação e
precipitação das águas na Terra – o Ciclo da Água.”

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Origem geológica e biológica
da água
Teoria 2: Queda de um grande Cometa de Gelo:

 Essa teoria associa-se à queda de um grande cometa de gelo ou de


uma chuva de vários pequenos cometas ou de ambos, há milhões
de anos atrás.

 Ela é sustentada pelas crateras bem distribuídas da Lua, a grande


placa tectônica submersa no oceano pacífico pode ser o possível
local da queda do cometa.

 Segundo os estudiosos, essa ocorrência se deu há milhões de anos,


quando a Terra ainda era uma pequena massa uniforme composta
de núcleo, manto incandescente, e uma crosta já bem solidificada,
sem nada parecido com a exuberância de cores e vida de hoje.

Essa esfera estéril acolheu uma substância estranha a ela, "a água".

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Origem geológica e biológica
da água
 E nosso planeta, que era estável, passou por um período de terríveis
tempestades, terremotos, furacões, enxurradas, um verdadeiro
caos, que durou longo tempo até que Terra e Água começassem a
se harmonizar.

 Essa cinética das primeiras movimentações de água, era o que hoje


pode ser considerado o embrião do que conhecemos como ciclo das
águas.

 O planeta Terra que deixou sua calmaria para entrar no extremo


oposto, considerado a sua fase mais turbulenta, foi lentamente
aceitando a nova substância que trouxe um dinamismo saudável
para o dia a dia do planeta, recirculando sua água e propiciando a
combinação dos diferentes elementos químicos.

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Origem geológica e biológica
da água
 Junto a isso, as variações intensas de temperatura propiciaram
reações químicas até então impensadas, dando origem a compostos
químicos originais, promovendo inclusive o surgimento da vida
(mesmo que essa durasse apenas alguns segundos).

 Mais tarde, à medida que as condições gerais do planeta se


estabilizavam e se aproximavam do que conhecemos hoje, o
surgimento da vida durável foi possível.

 Pelos estudos mais recentes, as rochas mais antigas que se conhece


na Terra tem 3,8 bilhões de anos, portanto estima-se que esta seja
a idade da crosta terrestre. Isso indica que a possível queda do
Cometa Água sobre o Planeta Terra ocorreu posteriormente a
esta data.

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Origem geológica e biológica
da água

 Com a queda do cometa com 1,386 bilhões de km³ de água


congelada, volume total de água estimada na Terra, uma imensa
cratera se abriu fazendo com que houvesse um contato direto entre
o magma fervente e a água congelada.

 Nesse momento houve uma explosão monumental com a abrupta


expansão d’água na sua passagem direta do estado sólido para o
gasoso.

 Nessa explosão inicial grande parte da fina crosta do planeta Terra


foi vaporizada e só deve ter restado a crosta que estava do lado
oposto do globo.

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Origem geológica e biológica
da água
 A crosta que restou foi fragmentada em placas continentais de terra,
ainda pelo impacto da grande explosão, formando, justamente, as
placas tectônicas, hoje conhecidas.

 Na área de choque não ficou apenas uma imensa e profunda


cratera, mas também uma grande região ao redor desprovida de
forma, pois o grande volume de massa vaporizada deformou de tal
forma o local que quase o planeta Terra foi destruído. Além disso,
rachaduras se espalharam a partir daí de forma radial, e atingiram
inclusive o outro lado do globo onde a crosta permaneceu intacta.

 Hipóteses levantadas localizam a região de queda onde hoje existe a


placa tectônica submersa no Pacífico. Esta região é cercada de
ilhas ao redor, região conhecida como Cinturão de Fogo do Pacífico,
local onde ocorre mais de 90% da atividade vulcânica do planeta, ou
seja, local onde a crosta é mais fina e fragmentada em todo o globo.

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Origem geológica e biológica
da água

 De acordo com os pesquisadores, a cadeia de montanhas dos


Andes, as Montanhas Rochosas e o parte continental da
América Central, talvez sejam o resquício da borda da
cratera original.

 O que se seguiu à grande explosão, foi um momento de intensa


atividade na superfície do planeta como nunca havia ocorrido até
então.

 Foi um período em que o magma fervente da Terra tentava se


harmonizar com a água gelada do cometa, onde ocorriam
terremotos, furacões, tempestades de proporções nunca vistas,
tudo isso ocorrendo simultaneamente, tudo continuamente, tudo
contribuindo para erosão da crosta terrestre.

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Origem geológica e biológica
da água

 A intensa erosão desta fase numa falha geológica importante entre a


África e a América do Sul provavelmente ajudou a abrir o vale onde
hoje existe o Oceano Atlântico, sendo outro fato que deve ter
ajudado a separar as placas tectônicas.

 A água derretida que ficou na superfície, atraída pela força da gravidade,


se acomodou nas regiões mais baixas do planeta dando origem aos
oceanos, e devolvendo ao planeta sua forma arredondada.

 Assim, lentamente a Terra foi assumindo a conformação que apresenta


hoje. Então o material que compõe os continentes de hoje é,
principalmente, parte do planeta Terra original, enquanto a água dos
Oceanos é, principalmente, matéria que caiu do espaço. Já o fundo dos
Oceanos é uma ferida exposta ainda mal cicatrizada do planeta original.

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Origem geológica e biológica
da água

 Houve também, após o impacto, formação da atmosfera com toda água


(vapor) e poeira que se elevaram. Essa atmosfera permaneceu impura,
cheia de material pesado.

 Na turbulência desse período inicial, enquanto havia grande atividade na


superfície, nosso céu era escuro, marrom. A medida que o ciclo das
águas se estabeleceu essa atmosfera foi sendo depurada, filtrada e tudo
que era mais denso foi se precipitando. No ar ficaram apenas as
partículas leves.

 Essa purificação da atmosfera tornou o ar suspenso transparente e expôs


a cor azul das águas dos oceanos. Nesse dia nosso planeta passou a
ser azul, azul cor da água, azul cor do mar.

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DISCIPLINA: HIDROLGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
Quantidades de água em
circulação na Terra
Regulação do Clima da TERRA

Os vapores de água lançados na atmosfera pelas erupções


vulcânicas, associadas às “Tectônicas das Placas” e pelos processos
biológicos, onde se destaca a fotossíntese, regulam o clima da
Terra, o ciclo das águas, a vida e outras importantes
condições ambientais (Rebouças, 2006)

A geografia atual é como uma fotografia, um


instante apenas, do quadro mutante que é
engendrado pelas forças internas e externas que
atuam na Terra há pelo menos 4,5 bilhões de
anos (Rebouças, 2006).
Esses processos configuram os oceanos, os continentes, as calotas
Adapatado de Shikloamnov, in IHP/Unesco 1998
polares, a coberturas de gelo, as florestas, os desertos e a rede
hidrográfica, entre outros.

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DISCIPLINA: HIDROLGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
Quantidades de água em
circulação na Terra

Entre os fatores modeladores do quadro geográfico, onde


evoluiu a espécie humana, destaca-se a última idade do gelo,
que teve início há aproximadamente 100.000 anos, atingiu o auge
a 20.000 anos e terminou a cerca de 10.000 anos (Rebouças,
2006).

Desde então, sob a ação do calor irradiado pelo


Sol, grandes parcelas das massas de água que
compõem a hidrosfera, são transformadas em
vapor d’água.

Esse vapor resfria, à medida que sobe à atmosfera, condensado e


formando nuvens as quais voltam a cair Adapatado
na Terra sob
de Shikloamnov, a ação
in IHP/Unesco 1998 da

gravidade na forma de chuva, neblina e neve, principalmente.

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Quantidades de água em
circulação na Terra

Os volumes de água que compõem o ciclo hidrológico, foram


avaliados nas últimas três décadas por diferentes autores. Os
valores encontrados diferem, por vezes, substancialmente, devido,
em grande parte, aos variados processos metodológicos utilizados
nas análises.

As discordâncias dos valores são decorrentes da


escassez de dados, da consideração de
parâmetros que são obtidos ao longo de
diferentes períodos de tempo, da má distribuição
das respectivas estações, entre outros.
Adapatado de Shikloamnov, in IHP/Unesco 1998

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Quantidades de água em circulação
na Terra
Volume de água em circulação na Terra

Adapatado de Shikloamnov, in IHP/Unesco 1998


Considera-se, atualmente, que a quantidade total de água na Terra, de 1.386 milhões de Km³, tenha permanecido de modo
aproximadamente constante nos últimos 500 milhões de ano.

Volume transformado em vapor d`água: 577,2 mil Km³/ano 1 km³ = 1 bilhão de m³


Volume água precipitado nos oceanos: 458,0 mil Km³/ano Umidade transferida aos continentes: 45,0 mil Km³/ano
Voume de água preciptado nos continentes: 119,0 mil Km³/ano Excedente hidrico para os continentes: 44,8 mil Km³/ano

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A águas no Planeta:

0,001% da água doce encontra-


0,514 % da água doce encontra-se
localizada em regiões subterrâneas .
se localizada na atmosfera.

97, 5 % da água disponível na terra


é salgada e encontra-se localizada
nos oceanos e mares.

1,979% da água doce encontra-se 0,006% da água doce encontra-se


localizada nas geleiras. localizada em rios e lagos.

Fonte: http://www.labhidro.ufsc.br/Artigos/aprenderhidro.pdf

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Distribuição da água doce no Mundo
e no Continente Americano

Fonte: Igor Shiklomanov, “World Fresh Water Resources” em Peter H. Gleick, ed., Water in Crisis: A
Guide to the Word’s Fresh Water Resources, 1993.

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Distribuição de água no planeta

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DISCIPLINA: HIDROLGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO PLANETA

 A água existe naturalmente nos três estados físicos: sólido,


líquido e vapor.
 Cerca de 70% da superfície do planeta é coberta por
água.
 A sua distribuição é extremamente irregular.
• Menos de 0,5% do volume está disponível para uso direto
Volume (x 1015 m³). Percentual
Oceanos 1.350 97,6%
Geleiras 25 1,8%
Águas subterrâneas 8,4 0,61%
Rios e lagos 0,2 0,014%
Biosfera 0,0006 0,000043%
Atmosfera 0,0130 0,00094%
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DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO PLANETA
Relação água salgada / doce Relação gelo / líquido e vapor
Geleiras
Doce 74,40%
2,40%

Salgada Líquido e
97,60% vapor
25,60%

Relação águas aproveitáveis Relação águas profundas / aproveitáveis


Águas
subterrâneas
profundas
95,17% 48,80%

Rios e lagos
4,53%
Águas
Atmosfera
aproveitáveis
0,30%
Biosfera 51,20%
0,01%
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RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL:
DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO PLANETA
 13,7% dos recursos hídricos superficiais mundiais têm origem no País
 18% dos recursos hídricos superficiais mundiais circulam em nosso
E território
referindo-se ao Brasil...
Deflúvios médios e consumo de recursos
hídricos no Mundo e no Brasil

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Reservas de água no Brasil
No Brasil, apesar da grande quantidade de recursos hídricos
disponíveis, a distribuição nas diferentes regiões do País é inadequada.

Região Águas doces % População %

Norte 68,5 6,83


Centro-Oeste 15,7 6,42

Nordeste 3,3 28,94

Sudeste 6,0 42,73

Sul 6,5 15,07

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Disponibilidade hídrica no Brasil

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Distribuição dos volumes de água
armazenados no Planeta

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Distribuição de água no mundo

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MAPA DE ARIDEZ

Fonte: SRH/MMA (2001)


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DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO BRASIL
O semiárido brasileiro: Fonte: MIN (2005)

 Redefinido pela Portaria nº 89, de 16 de


março de 2005

 Compreende 1.133 municípios de todos


os estados do Nordeste e do norte de
Minas Gerais

 Critérios de análise:

• Precipitação pluviométrica média


anual < 800 mm;

• Índice de Aridez < 0,5 calculado pelo


balanço hídrico que relaciona as
precipitações e a evapotranspiração
potencial, no período entre 1961 e
1990; e

• Risco de seca > 60%, tomando-se


por base o período entre 1970 e
1990

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RELAÇÃO ENTRE DEMANDA E DISPONIBILIDADE HÍDRICA
NOS PRINCIPAIS CURSOS D’ÁGUA

FONTE: ANA (2005)

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

CONCEITOS

A hidrologia é a ciência que estuda a água na natureza, sua


ocorrência, distribuição e movimentação no Planeta. A origem da
palavra vem do grego Hydros = água e logos = estudo.

 No seu conteúdo, é restrita à ocorrência da água sobre a


porção continental do planeta, já que não engloba o estudo das
águas oceânicas.

 É uma ciência que se baseia em observações dos processos


físicos naturais ao longo do tempo.

 Utiliza essas observações do passado para fazer previsões

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

 Utiliza essas observações do passado para fazer previsões.

 Busca quantificar a disponibilidade de água no tempo e no


espaço.

 Para isso, utiliza-se de princípios da ESTATÍSTICA


 Análises de frequência de ocorrência, estimação de
parâmetros etc.

 Busca avaliar o impacto das modificações do uso do solo na


bacia hidrográfica sobre os processos hidrológicos.

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

Conceituação base:

U.S Federal Council for Science and Technology, citado por Vilella & Mattos
(1975) dá uma definição da Hidrologia ciência que é amplamente aceita.

 Por esta definição, a Hidrologia é a “ciência que trata da água na Terra,


estudando a sua ocorrência, circulação e distribuição, as suas
propriedades físicas e químicas e as suas reações com o meio ambiente,
incluindo suas relações com a vida”.

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Outras conceituações:

 Webster’s Third New International Dictionary, 1961


• “Ciência que trata das propriedades, distribuição e circulação da água;
especificamente, o estudo da água na superfície da Terra: no solo, nas
rochas e na atmosfera, particularmente com respeito à evaporação e
precipitação”

 Wisler e Brater, 1949


• “Ciência que trata dos processos que governam a depleção e recarga
dos recursos hídricos nas superfícies sobre o mar. Trata do transporte
de água através do ar, sobre e abaixo da superfície e através da Terra. É
a ciência das várias partes do Ciclo Hidrológico”

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 É uma ciência ampla que  Áreas diretas


se relaciona com muitas
outras ciências, tais • Ciclo hidrológico
como: • Bacia hidrográfica
• Probabilidade e Estatística
• Física • Hidrometeorologia
• Matemática • Precipitação
• Química • Interceptação
• Geologia • Evaporação
• Geografia • Água subterrânea
• Biologia • Infiltração
• Agronomia • Escoamento superficial
• Hidromecânica • Escoamento em rios e
• Estatística canais
• Ecologia • Aquisição de dados
• Economia hidrológicos
• Sociologia • Vazões máximas
• Computação • Regularização de vazões
• ... • ...

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

 A hidrologia pode ser subdividida em diferentes áreas de


conhecimentos associadas, a saber:

• HIDROMETEOROLOGIA: parte da ciência que estuda a água na


atmosfera
• LIMNOLOGIA: estuda a água nos lagos e reservatórios
• POTAMOLOGIA: estuda a água nos rios.
• GLACIOLOGIA: área da ciência relacionada com a neve e gelo
na natureza.
• HIDROGEOLOGIA: campo científico que estuda as águas
subterrâneas.

 Importância:
Reside no fato do homem depender fundamentalmente do recurso
natural “água”. A ocupação do planeta quase sempre esteve
associada à presença de água.

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

 Abrangência das subáreas de conhecimento:

Tendo por base o alcance da definição apresentada para a ciência


hidrológica, bem como a abrangência das subáreas do
conhecimento da hidrologia, é fácil prever-se a variedade de
profissionais que potencialmente podem atuar nos diversos
campos da Hidrologia.

De fato, atuando nas mais diversas atividades relacionadas à


Hidrologia encontram-se, frequentemente, os engenheiros: civil,
agrônomo, ambiental, agrícola, os geólogos, geógrafos, biólogos,
químicos, matemáticos e estatísticos, entre outros.

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

A utilização da hidrologia na Engenharia de Recursos Hídricos, às


vezes é também denominada de Engenharia Hidrológica. Neste
caso, de acordo com Carlos E. M. TUCCI (Capitulo 1, livro
Hidrologia), a hidrologia pode ser entendida como:

“ a área que estuda o comportamento físico da ocorrência


e o aproveitamento da água na bacia hidrográfica,
quantificando os recursos hídricos no tempo e no espaço
e avaliando o impacto da modificação da bacia
hidrográfica sobre o comportamento dos processos
hidrológicos.”

“ a Hidrologia evoluiu de uma ciência preponderantemente


descritiva e qualitativa, para uma área de conhecimento
onde os métodos quantitativos têm sido explorados
através de metodologias matemáticas e estatísticas. ”

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

Subdivisão da Hidrologia, representada pelas especializações nas seguintes


sub-áreas da Engenharia de Recursos Hídricos:

• Hidrometeorologia: estudo da água na atmosfera;


• Geomorfologia de bacias hidrográficas: estuda as características do
relevo da bacia hidrográfica para melhor interpretar os seus efeitos sobre
o escoamento;
• Escoamento Superficial: estuda o movimento da água sobre a superfície
do terreno da bacia hidrográfica;
• Interceptação: avalia a interceptação da água de chuva pela cobertura
vegetal e outros obstáculos na bacia hidrográfica rural ou urbana;
• Infiltração e escoamento em meio não-saturado: cuida da observação e
previsão da infiltração da água no solo e do escoamento no meio não-
saturado;
• Escoamento em meio saturado: envolve o estudo do comportamento do
fluxo em aquíferos, camada de subsolo saturada.
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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

• Evaporação e evapotranspiração: estuda e avalia as perdas de água por


evaporação de superfícies livres, como lagos e reservatórios, e pela
transpiração das árvores e outros vegetais;

• Escoamento em rios e canais: envolve a análise do escoamento em rios,


canais e reservatórios, normalmente tratados como escoamento
unidimensionais;

• Fluxo dinâmico em reservatórios, lagos e estuários: estuda o


escoamento turbulento em meios de características multidimensionais;

• Produção e transporte de sedimentos: envolve a quantificação da erosão


do solo e do transporte do sedimento na superfície da bacia e nos rios,
decorrentes de condições naturais e do uso do solo na bacia
hidrográfica;

• Qualidade da água e meio ambiente: nesta área, faz-se a quantificação


de parâmetros físicos, químicos e biológicos da água, visando a interação
dos diversos usos e a avaliação dos impactos sobre o meio ambiente
aquático.

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

Hidrologia Aplicada:

A Hidrologia Aplicada está voltada para os diferentes problemas que


envolvem a utilização dos recursos hídricos.

Pode-se dizer, considerando a vasta amplitude das aplicações da


Hidrologia na Engenharia de Recursos Hídricos, que este ramo da
ciência está voltado para a solução dos problemas que envolvem a
utilização dos recursos hídricos e a ocupação da bacia, bem como a
preservação do meio ambiente.

 Na utilização dos recursos hídricos são relevantes:

• os aspectos relacionados à disponibilidade hídrica,

• à necessidade de regularização de vazão, etc., dentro de um


contexto que requer ações de planejamento, operação e
gerenciamento dos recursos hídricos.

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

 Já os problemas decorrentes da ocupação da bacia pelo


homem são vistos sob dois ângulos:

• de um lado, em decorrência da urbanização, analisa-se o


impacto do meio sobre a população (enchentes, por
exemplo);

• de outro, analisa-se o impacto sobre o meio ambiente


provocado pelo uso do solo pelo homem.

Neste último caso, as ações devem ser planejadas de modo a


compatibilizar o desenvolvimento com a preservação do meio
ambiente, visando ao desenvolvimento sustentado.

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

Algumas considerações:

 A Hidrologia é uma ciência que se baseia na observação dos


processos do meio físico natural;

 Utiliza-se de observações ocorridas no passado: analisa sua


freqüência de ocorrência e faz previsões.

• Para isso, utiliza-se da ESTATÍSTICA;

 Quantifica a disponibilidade hídrica dos recursos hídricos no


tempo e no espaço;

 Avalia o impacto da modificação da bacia hidrográfica sobre o


comportamento dos processos hidrológicos

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

Categorias de problemas ou situações que envolvem


aplicações em Hidrologia

 Para Planejamento e definição de políticas: utiliza-se


VALORES MÉDIOS ANUAIS

• Definição de valores médios anuais, estacionais ou mensais de precipitação,


vazão, evaporação, nível freático, etc.
• São representativos de grandes áreas geográficas, com algum grau de
heterogeneidade do ponto de vista climático, geológico ou topográfico.

 Para apoiar o dimensionamento de obras hidráulicas e


definir estratégias para enfrentar secas e enchentes:
utiliza-se VALORES EXTREMOS

• Valores máximos ou mínimos de precipitação, vazão, níveis, etc.


• Em conjunto com critérios econômicos e de segurança, permitem determinar
dimensões de vertedores, alturas de barragens, capacidade de bombas, alturas
de pontes, volumes de reservatórios, estações de tratamento, obras de
irrigação, sistemas de drenagem, etc.

 Para simulação ou operação de sistemas hídricos: utiliza-


CURSO: se SÉRIES
ENGENHARIA CIVIL TEMPORAIS UNIMONTES – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

Aplicação da hidrologia:

Conjunto de exemplos de campos de atuação na engenharia, com


os problemas a eles correlacionados, segundo VILELLA & MATTOS
(1975), onde a Hidrologia tem influência direta tanto nos projetos,
quanto no planejamento do uso dos recursos hídricos.

 Abastecimento de água: - escolha das fontes para uso doméstico


ou industrial.

 Projeto e construção de obras hidráulicas:


- fixação das dimensões hidráulicas de obras de arte: pontes,
bueiros, etc.;
- barragens: localização e escolha do tipo de barragem, da
fundação e do extravasor e dimensionamento da barragem;
- estabelecimento do método construtivo.

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

 Drenagem:
- estudo das características do lençol freático;
- exame das condições de alimentação e de escoamento natural
do lençol: precipitações, bacia de contribuição e nível d’água
dos cursos d’água.
 Irrigação:
- problema da escolha do manancial;
- estudo de evaporação e infiltração.
 Regularização de cursos d’água e controle de inundações:
- estudo das variações de vazão;
- previsão de vazões máximas;
- exame das oscilações de nível e das áreas de inundação.
 Controle da poluição:
- análise da capacidade de autodepuração dos corpos d’água
receptores de efluentes de sistemas de esgotos: vazões
mínimas dos cursos d’água; capacidade de reaeração e
velocidade do escoamento.

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

 Controle de erosão:
- análise da intensidade e freqüência das precipitações
máximas; - determinação do coeficiente de escoamento
superficial;
- estudo da ação erosiva das águas e da proteção por meio de
vegetação e outros recursos.

 Navegação: - obtenção de dados e estudos sobre construção e


manutenção de canais navegáveis.

 Geração de energia (aproveitamento hidrelétrico):


- previsão das vazões máximas, mínimas e médias dos cursos
d’água para o estudo econômico e o dimensionamento das
instalações de aproveitamento;
- verificação da necessidade de reservatório de acumulação; -
determinação dos elementos necessários ao projeto e
construção do reservatório de acumulação: bacias
hidrográficas, volumes armazenáveis, perdas por evaporação e
infiltração.

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HIDROLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

 Operação de sistemas hidráulicos complexos.

 Recreação e preservação do meio ambiente.

 Preservação e desenvolvimento da vida aquática.

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As apresentações deste tópico foram elaboradas com base em:

1. Slides próprios e adaptados de apresentações feitas por pelos


profissionais:

• Luciano Meneses Cardoso da Silva, Engº Civil - Especialista em Recursos Hídricos –


ANA
• Rubens Maciel Wanderley, Engº Civil - Especialista em Recursos Hídricos – ANA

2. Livros citados nas referências bibliográficas.

3. Apostilas de Hidrologia elaborada pelos Professores


• Daniel Fonseca de Carvalho e Leonardo Duarte Batista da Silva
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Tecnologia, Departamento
de Engenharia.
• Celimar Azambuja Teixeira e Giuliana Protzek – Apostila de Hidrologia do
Curso de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica do Paraná.

CURSO: GEOGRAFIA UNIMONTES – DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS


DISCIPLINA: CLIMATOLOGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
Referências:

• SOUZA PINTO, N.L.; HOLTZ, A.C.T.; MARTINS, J.A.; GOMIDE, F.L.S. -


Hidrologia Básica. Edgard Blucher, 1976
• MELO, C. R.; SILVA, A. M. Hidrologia: Princípios e aplicações em sistemas
agrícolas. Lavras, Editora UFLA, 2013. 455p.
• TUCCI, C.E.M. (organizador) Hidrologia, Ciência e Aplicação. Coleção
ABRH de Recursos Hídricos, vol. 4, EDUSP/ABRH, 1993
• VILLELA, S.M. & MATTOS, A. Hidrologia Aplicada. Editora McGRaw-Hill do
Brasil, 1975.

CURSO: GEOGRAFIA UNIMONTES – DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS


DISCIPLINA: CLIMATOLOGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
TÉRMINO DA 1ª APOSTILA ........

CURSO: GEOGRAFIA UNIMONTES – DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS


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