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Rio de Janeiro
Setembro de 2014
ANÁLISE GEOQUÍMICA DE HIDROCARBONETOS ALIFÁTICOS E POLICÍCLICOS
AROMÁTICOS POR CROMATOGRAFIA GASOSA
Examinada por:
________________________________________________
Prof. José Luis Drummond Alves, D.Sc.
________________________________________________
Profa. Celeste Yara dos Santos Siqueira, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Fernando Pellon de Miranda, Ph.D.
________________________________________________
Profa Cicera Neysi de Almeida, D.Sc.
ii
Izaque, Deonel Felix Mandu
Análise Geoquímica de Hidrocarbonetos Alifáticos e
Policíclicos Aromáticos por Cromatografia Gasosa /
Deonel Felix Mandu Izaque. - Rio de Janeiro:
UFRJ/COPPE, 2014.
XIV, 62 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: José Luiz Drummond Alves
Celeste Yara dos Santos Siqueira
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa
de Engenharia Civil, 2014.
Referências Bibliográficas: p. 52-60.
1. Geoquímica. 2. Hidrocarbonetos 3.Cromatografia.
I. Alves, José Luis Drummond et al. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de
Engenharia Civil. III. Título.
iii
A meus pais, Maria e Izaque, por sempre me
apoiarem na realização deste sonho.
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus por tudo que representa em minha vida. Sou
grato também a todos que direta ou indiretamente colaboraram na realização deste
estudo.
A professora Dra. Celeste Yara dos Santos Siqueira (IQ/UFRJ), pela orientação,
constante disponibilidade e condução técnica durante a confecção desta dissertação.
Muito obrigado pelo seu apoio, incentivo e paciência.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
The city of Volta Redonda presented a large demographic evolution with the
industrialization of the region. Therefore, it is necessary to folllow up such activities with
techniques that permit the detection of soil contamination, in order to minimize
environmental impacts. The geochemical analysis of biomarkers permits the identification
of the contributions of biogenical and anthropogenical sources of organic matter. This
study has the objective to carry out geochemical analyses of surface soil sediments for
the detection of aliphatic and aromatic hydro-carbons, which are classified by the
environmental protection agencies as priority, since they are a menace to health and to
the integrity of eco-systems. Four samples of surface soil sediments were extracted by
ultrasound, separated by chromatography in columns and examined by Gas
Chromatography couplated with Flame Ionization Detector (GC-FID) and Gas
Chromatography couplated with Mass Spectrometer (GC-MS). Achieved results indicated
that most of the compounds derived trom anthropogenic sources are related to
combustion but there is also the contribution of plants and other biogenic sources.
Results demonstrated that concentrations of some HPAs are above the limits permitted
by law.
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1
2.2 – Hidrocarbonetos........................................................................................................ 4
viii
3.2.1 – Aspectos Fisiográficos ......................................................................................... 21
8. ANEXOS .................................................................................................................. 61
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.2: Estrutura básica dos alcanos isoprenóides (LOURENÇO, 2003). .................... 9
Figura 4.7: (a) Sedimento seco e macerado; (b) Extração em ultrassom com solução
de diclorometano: metanol (9:1); (c) Amostras após extração; (d) Extrato
rotoevaporado; (e) Fração1 sendo recolhida da coluna cromatográfica. .......................... 31
x
Figura 5.7: Concentração total de HPAs incluídos na lista de poluentes prioritários
pela USEPA em todos os pontos de amostragem. .......................................................... 44
Figura 5.8: Razão das concentrações dos HPAs de baixas e altas massas
moleculares. .................................................................................................................... 46
Figura 5.13: Distribuição entre as razões Ant / (Ant + Fen) e Flt / (Flt + Pi). ..................... 49
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Valores de Cmáx de acordo com suas fontes. Adaptado de ABAS &
SIMONEIT (1997) e TEIXEIRA (2010). .............................................................................. 7
Tabela 2.2: Valores de IPC para várias fontes de n-alcanos. Adaptado de ABAS &
SIMONEIT (1997) e TEIXEIRA (2010). .............................................................................. 7
Tabela 3.1: vegetação secundária nos municípios inseridos nas bacias de Resende e
Volta Redonda (Fonte: CIDE, 1994). ............................................................................... 22
Tabela 5.3: Concentração de HPAs das amostras de S1 a S4. Nd: não detectado. ........ 39
xii
LISTA DE ABREVIAÇÕES
xiii
Pri – Pristano
RCSB – Rifte Continental do Sudeste do Brasil
RTA – Razão entre o Material Terrígeno e Aquático
S1 – Amostra um
S2 – Amostra dois
S3 – Amostra três
S4 – Amostra quarto
USEPA – Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos
VI – Valor de Intervenção
VP – Valor de Prevenção
xiv
1. INTRODUÇÃO
1
1.2 – Motivação
1.3 – Objetivos
2
1.3.2 – Objetivos Específicos
3
2. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
2.2 – Hidrocarbonetos
4
carbono e são de cadeia aberta ou fechada não aromática, enquanto que os
hidrocarbonetos aromáticos possuem pelo menos um anel aromático em sua cadeia.
Segundo CUNHA (2010), hidrocarbonetos alifáticos saturados podem ser
lineares (n-alcanos), ramificados (isoprenóides como pristano e fitano) ou cíclicos
(terpanos e esteranos).
Segundo PETERS & MOLDONWAN, (1993) e SILVA (2007), os
hidrocarbonetos alifáticos apresentam boa estabilidade química em água e
sedimentos, e sendo muito usados como biomarcadores e indicadores de poluição de
petróleo. As principais fontes biológicas desses compostos são plantas terrestres,
bactérias, microalgas, macroalgas e animais, mas sua distribuição varia muito de uma
área para outra.
No presente trabalho, o tema abordado versará sobre os hidrocarbonetos
alifáticos saturados, que possuem ligações simples, e os hidrocarbonetos aromáticos.
5
alcanos contendo 13 a 31 átomos de carbono, sendo que a faixa principal está entre
17 e 20, não havendo predominância entre pares e ímpares (SALIOT, 1981).
Para (LIMA, 2012), hidrocarbonetos em especial n-alcanos ou paraficas
constitui principal classe de biomarcadores no petróleo.
De acordo com MEDEIROS (2000), MEDEIROS et al., (2005), LIMA (2012) e
SILVA (2012), se a origem dos n-alcanos não for natural mas petrogênica, não há
predominância de n-alcanos pares ou ímpares.
6
Tabela 2.1: Valores de Cmáx de acordo com suas fontes. Adaptado de ABAS &
SIMONEIT (1997) e TEIXEIRA (2010).
Fonte Cmáx
Ceras de plantas vascularizadas 27, 29, 31 e 33
Queimadas 28 e 25
Exaustão veicular 21 e 22
Petróleo cru 10
Diesel 19
Equação 2.1
Este índice tem sido muito utilizado para estimar a contribuição de plantas
terrestres em diversos ambientes (Tabela 2.2) (COLOMBO et al., 1989;
COMMENDATORE & ESTEVES, 2004; STEFENS, 2006; TEIXEIRA, 2010).
Valores de IPC maiores que 1 indicam a predominância de contribuição de
vegetais superiores, enquanto que valores próximos a 1 indicam contribuição de
microrganismos e/ou contaminação petrogênica ( BOULOUBASSI, 1990; SILVA,
2007).
Tabela 2.2: Valores de IPC para várias fontes de n-alcanos. Adaptado de ABAS &
SIMONEIT (1997) e TEIXEIRA (2010).
Fonte IPC
Ceras de plantas vascularizadas 6–3
Queimadas 1,2 – 5,0
Exaustão veicular 0, 93 – 1,20
Petróleo cru 0,96 – 1,01
7
Equação 2.2
8
maiores que 1 indicam óleos ou extratos de ambientes deposicionais óxidos, enquanto
que valores menores que 1 indicam óleo ou extratos de ambientes deposicionais
anóxidos ou redutores (KILLOPS & KILLOPS, 2005; SILVA, 2007).
Valores desta razão entre 3,0 e 5,0 indicam ausência de contaminação de óleo
(LOURENÇO, 2003). Porém, valores próximos ou inferiores a 1,0 requerem a
utilização de outros parâmetros, como a concentração de n-alcanos totais, para
inferências sobre a origem dos hidrocarbonetos. Valores próximos ou inferiores à
unidade podem indicar tanto contaminação por petróleo quanto contribuição biogênica
(CRIPS, 1989; LOURENÇO, 2003; STEFENS, 2006).
9
Tabela 2.3: Carcinogenicidade, genotoxicidade e mutagenicidade de alguns HPA.
BOUCHEZ et al. (1996), a partir de dados do IARC (1986). Fonte: COSTA (2003).
10
Tabela 2.4: Formula e massa molecular dos 16 HPAs em estudos (adaptado da
USPA)
11
2.3 – Propriedades Físicas e Químicas de HPAs
12
o sistema aromático e dão origem a um produto final de substituição. Os produtos
destas reações podem sofrer transformações subsequentes, inclusive abertura de
anéis, e dar origem a substâncias mais complexas (NETTO, 1999).
13
Tabela 2.5: Constantes físico-químicas de alguns HPAs. Onde N/R = Não Referenciado. Fonte : IPCS (1998).
14
2.4 – Fontes Emissoras
15
Tabela 2.6: Indicação de fontes de acordo com as proporções relativas de HPAs
(SICRE et al., 1987; MENICONI, 2007).
2.5 – Tecnógeno
O termo Tecnógeno vem sendo empregado nos últimos anos como proposta
em adição ao Holoceno, na escala geológica do tempo (Tabela 2.7).
Segundo OLIVEIRA et al. (2005), as primeiras pesquisas em as ciências da
Terra foram analisadas segundo uma abordagem que tem o homem como agente
geológico foram desenvolvidas no Brasil durante a década de 1990.
Essa abordagem considera que, assim como os ambientes geológicos da Terra
podem ser associados aos agentes naturais (vento, gelo, água, etc) responsáveis por
suas principais características, os novos ambientes criados pelo homem em
substituição aqueles do passado, conferem-lhe a qualidade de agente geológico
(OLIVEIRA et al., 2005). Trata-se dos ambientes tecnogênicos, que correspondem aos
transformados pela agricultura, urbanização e mineração, que incluem também as
mais diversas obras, como estradas, barragens e reservatórios, portos, dentre outros.
Amplia-se, assim o objeto de trabalho da Geologia, que, além das formações
geológicas, testemunhos dos ambientes naturais passados, passa englobar
igualmente os depósitos tecnogênicos (depósito de rejeitos industriais), característicos
dos ambientes antropizados, bem como seus processos geradores e modificadores
das paisagens atuais (OLIVEIRA et al., 2005). Muitos estudos têm considerado as
ações antrópicas sem adotar essa abordagem. Alguns permanecem mesmo limitados
16
à descrição de impactos e intervenções humanas, como se o ambiente continuasse
intacto (OLIVEIRA et al., 2005).
17
origem dos depósitos tecnogênicos, pois podem ser considerados como tal os aterros
ou bota-foras associados a obras civis além dos depósitos de resíduos minerais, e de
rejeitos industriais. Estes últimos constituem o principal objeto de estudo da presente
dissertação.
18
3. ÁREA DE ESTUDO
3.1 – Localização
19
Figura 3.1: Recorte simplificado e adaptado do Mapa de Regiões Administrativas do
Estado do Rio de Janeiro – região do Médio Paraíba, enfocando o município de Volta
Redonda e os limítrofes. Notar rede viária, hidrografia e pontos de referência (Fonte:
CIDE, base cartográfica on-line).
20
3.2 – Aspectos Ambientais
A) Relevo
A região de Volta Redonda é cortada pelo Rio Paraíba do Sul no sentido geral,
sudoeste-leste apresentando assim, relevo típico de vale. As áreas urbanas se
desenvolveram às margens deste rio, em sua planície, cercadas por extensas porções
tipicamente denominadas “mar de morros”. As altitudes médias para os municípios
que fazem parte da bacia variam desde 330 m, para Volta Redonda, até 415 m, para
Quatis. (CIDE, 2002). Há, desse modo, típica associação de montanhas com vales
profundos intervenientes e planícies aluviais, através de encostas muito abruptas, que
ZALÁN & OLIVEIRA (2005) destacam ser um quadro aponta para uma associação
tectônica entre tais feições.
B) Hidrografia
C) Clima
21
temperado e úmido, com inverno seco e verão quente). Os municípios englobados
apresentam temperaturas médias em torno de 22°C ; a umidade relativa do ar é alta
durante todo o ano (CIDE, 2002).
D) Vegetação
Tabela 3.1: vegetação secundária nos municípios inseridos nas bacias de Resende e
Volta Redonda (Fonte: CIDE, 1994).
Resende 15,9%
Quatis 12,5%
Barra Mansa 11,0%
Itatiaia 11,3%
Porto Real 2,6%
Volta Redonda 9,4%
Pinheiral 10,2%
22
atividades logo após o período cafeeiro. A pecuária cria problemas relacionados à
compactação do solo. Por sua vez, a ocupação urbana em áreas próximas ao Rio
Paraíba do Sul conduz ao desmatamento das matas ciliares e às poluição por lixo
(doméstico e industrial) e por esgoto em suas águas. Isso faz com que exista a
necessidade de monitoramento lúdrico constante, uma vez que o Paraíba abastece
áreas rurais e industriais, sendo empregado para o próprio consumo humano. A
utilização das águas do Rio Paraíba do Sul no processo industrial diminui
sensivelmente a vazão ao município mais a montante. Em suma, o acelerado
desenvolvimento levou ao crescimento não planejado de áreas urbanas, que agrava
os problemas ambientais.
23
Tabela 3.2 :Visualização dos principais tipos de feições identificadas na imagem e em
campo (Fonte: PEIXOTO, 2011).
Gárbica
(Ponto 1- Fig. 3.3)
Espólica
Construída
Construída
Úrbica
(Ponto 3 – Fig. 3.3)
Canais erosivos
(ravinas / voçorocas)
Induzida
24
vegetal, construções e intervenções nos canais, que afetam a dinâmica dos processos
superficiais. Estudos realizados na região vêm auxiliando na documentação dos
materiais, formas e duração das feições induzidas, sendo as ravinas/voçorocas
desenvolvidas em cortes de estrada, registradas por PINTO et al. (2008), exemplo
destas feições.
25
4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
26
4.2 – Descrição dos sítios amostrados e armazenamento das amostras.
Nos dois primeiros pontos de coleta (S1 e S2), observou-se uma cobertura
vegetal com espécie típica do Bioma da Mata atlântica. O sedimento amostrado
apresenta granulometria de tamanho variando de argila, areia a seixo, desagregado,
de coloração cinza escura (Figura 4.3 e Figura 4.4).
27
Figura 4.4: Amostra de sedimento coletada no ponto S2
28
Figura 4.6: Amostra de sedimento coletada no ponto S4.
29
4.3 – Limpeza do Material e Tratamento dos Reagentes
30
4.6 – Fracionamento por Cromatografia Líquida (Cromatografia em Coluna).
Figura 4.7: (a) Sedimento seco e macerado; (b) Extração em ultrassom com solução
de diclorometano: metanol (9:1); (c) Amostras após extração; (d) Extrato
rotoevaporado; (e) Fração1 sendo recolhida da coluna cromatográfica.
31
4.7 – Análise por Cromatografia Gasosa com Detector de Ionização de Chama
(CG/DIC).
32
Figura 4.8: Fluxograma da análise das amostras de sedimentos.
33
4.10 – Critérios de Qualidade
34
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
35
Tabela 5.1: Distribuição de hidrocarbonetos alifáticos em ng/g.F1:Fração 1; S1 a S4:
pontos de coleta de amostra de sedimento.
36
Amostra S1 – Fração 1 – m/z 85 Amostra S2 – Fração 1 – m/z 85
(A) (B)
tR (min)
(D)
(C)
tR (min)
37
Os pontos S1, S2 e S4, apresentaram o valor de RTA (Tabela 5.2) maior que 1,
indicando a maior contribuição de fontes terrestres (LOURENÇO, 2003). Apenas o
ponto S3 exibiu valor abaixo de 1, indicando predominância de fontes aquáticas sobre
terrestres (LOURENÇO, 2003). De acordo com a Tabela 5.2, o valor de IPC (2,47 e
2,66) nos pontos S1 e S3, respectivamente, apresentam contribuição de queimada. Já
nos pontos S2 e S4, com valores 6,81 e 5,41 ocorre a contribuição de plantas (WANG
et al., 2006).
Outro índice que pode ser utilizado para a identificação de possível fonte,
segundo WANG et al. (2006), é o valor da razão LMW/HMW, a qual, se menor que 1,
indica a presença de n-alcanos oriundos de fontes biogênicas ( plantas superiores,
animais marinhos e bactérias fossilizadas). Por outro lado, e razões próximas a 1
sugerem n-alcanos originados principalmente de petróleo ou plâncton, enquanto que
valores maiores que 2 são indicativos de óleo recente em sedimentos. De acordo com
Tabela 5.2, os valores da razão LMW/HMW, nos pontos S1, S3 e S4, são menores
que a unidade, indicando a contribuição de plantas superiores. Por sua vez, no ponto
S2, o valor encontrado 1,79, indicando contribuição de petróleo ou plâncton.
IPC = índice preferencial de carbono no intervalo de (C16 a C33); RTA = razão entre o
material terrígeno e aquático, C máx = n-alcano de maior concentração da amostra,
LMW/HMW= baixo/alto peso molecular.
38
5.2 – Hidrocarbonetos Aromáticos
Tabela 5.3: Concentração de HPAs das amostras de S1 a S4. Nd: não detectado.
S1 S2 S3 S4
Composto Aromáticos
(ng/g) (ng/g) (ng/g) (ng/g)
fluoreno 173,9 nd nd 39,5
fenantreno 3322,9 83,4 126,4 418,9
antraceno 1406,9 25,9 19,3 99,2
fluoranteno 5897,9 385,1 294,9 897,9
pireno 4604,4 270,9 210,2 756,2
benzo(a)antraceno 2464,8 201,6 136,3 441,0
criseno 2450,3 248,3 152,2 480,4
benzo(b)fluoranteno 2749,9 229,6 147,3 425,7
benzo(k)fluoranteno 13,9 26,7 18,1 50,7
benzo(a)pireno 2378,7 186,2 114,8 339,9
indeno(1,2,3-cd)pireno 1833,6 227,9 116,3 319,6
dibenzo(a,h)antraceno 426,6 214,2 18,8 37,8
benzo(ghi)perileno 1611,3 281,9 117,1 337,8
29335,1 2381,7 1471,7 4644,6
Concentrações de HPAs Totais
39
Os perfis cromatográficos dos sedimentos coletados foram diferentes em todos
os pontos. Na Figura 5.2 e Anexo A são apresentados os HPAs para primeiro ponto de
coleta. Para este local, o HPA encontrado em maior concentração é o fluoranteno,
sendo destacados também fenantrano, pireno, benzo(a)antraceno, criseno,
benzo(j)fluoranteno, benzo(e)pireno, indeno(1,2,3-cd)pireno e debenzo(ghi)perileno. A
presença de fluoranteno, antraceno, e pireno pode estar associada a fonte de emissão
de fornos de coques e incineração, (KHALILI et al., 1995; MARTENS et al., 1997).
Nas Figuras 5.3; 5.4; 5.5 e Anexo A, o HPA de maior concentração é também o
fluoranteno, seguido do pireno. Observa-se ocorrência de criseno, benzo(a)antraceno,
benzo(j)fluoranteno, Benzo(e)pireno, indeno(1,2,3-cd)pireno e debenzo(ghi)perileno. A
alta concentração de fluoranteno e de pireno pode estar associada à emissão de
fontes de forno de coque e incineração (KHALILI et al., 1995; MARTENS et al., 1997).
.
40
Figura 5.3: Cromatograma de ions Totais – Fração 2 _ Amostra S2
41
Figura 5.5: Cromatograma de ions Totais – Fração 2 _ Amostra S4
42
Figura 5.6: Gráfico de concentração de HPAs da amostra S1 a S4.
43
Figura 5.7: Concentração total de HPAs incluídos na lista de poluentes prioritários
pela USEPA em todos os pontos de amostragem.
44
De acordo com a Tabela 5.3 a concentração de benzo(k)fluoranteno variou de
13,9 ng/g a 50,7 ng/g; enquanto que o criseno variou de 152,2 ng/g a 2450,3 ng/g,
valores inferiores à estabelecida pela legislação (Tabela 5.4). Por outro lado, o
fenantreno variou de 83,4 ng/g a 3322,9 ng/g; antraceno variou de 19,3 ng/g a 1406,9
ng/g; benzo(a)antraceno variou de 136,3 ng/g a 2464,8 ng/g; benzo(a)pireno variou de
114,8 ng/g a 2378,7 ng/g; benzo(g,h,i)perileno variou de 117,1 ng/g a 1611,3 ng/g;
dibenzo(a,h)antraceno variou de 18,8 ng/g a 426,6 ng/g; indeno(1,2,3-cd)pireno variou
de 116,3 ng/g a 1833,6 ng/g. Todos esses valores são superiores ao que estabelece a
legislação (Tabela 5.4), indicando ambiente com poluição.
45
em apenas o ponto S1, o que sugere que naquele local de amostragem ocorre a
emissão de HPAs por fonte petrogênica, enquanto que nos demais pontos de
amostragem a razão dos HPAs está abaixo de uma unidade, o que sugere emissão
por combustão.
Figura 5.8: Razão das concentrações dos HPAs de baixas e altas massas
moleculares.
Outro índice que também tem sido usado para explicar a origem dos HPAs é a
razão de suas concentrações individuais. Geralmente utiiza os seguintes HPAs:
fenantreno, antraceno, antraceno e fenantreno, fluoranteno e pireno, prireno, benzo (a)
antraceno e criseno e benzo (g,h,i) perileno e indeno (1,2,3-c,d)pireno (BRUM, 2007;
YUNKER et al, 2002). A razão entre a concentração de antraceno dividida pela soma
das concentrações dos isômeros antraceno e fenantreno (Ant / (Ant +Fe)) foi primeiro
índice avaliado. Como o fenantreno é mais estável termodinamicamente que o
antraceno, baixos valores desta razão indicam fontes petrogênicas, enquanto que
maiores valores referem-se a processos por combustão. Em geral, pode-se concluir
que, quando esta razão é menor que 0,10 a origem dos HPAs é petrogênica (óleo cru,
diesel, combustíveis e querosene). Quando superiores a 0,1 indicam a predominância
de processos de combustão (queima de diferentes tipos de carvão, biomassa e óleo
crus), conforme ZHENG et al., (2002). Na Figura 5.9 temos relações destas razões
para todos os pontos de amostragem. De acordo com esta distribuição e com os
critérios acima, as origens destes HPAs estão associadas a fontes por processos de
combustão, visto que a razão de seus isômeros é maior que 0,10.
46
Figura 5.9: Perfil de relação entre as concentrações de antraceno e fenantreno
obtidos para pontos de amostragem.
47
A razão associada entre a concentração de benzo (a) antraceno dividida pela
soma das concentrações dos isômeros (benzo (a) antraceno e criseno: ((B(a) A/B(a)A
+ Cri)) também foi avaliada para a identificação de uma possível fonte de
contaminação. O B(a)A é termodinamicamente mais estável que criseno, sendo que
os menores valores desta razão sugerem fontes de origem petrogênica; para a origem
pirolítica, estes valores são altos. Valores encontrados para esta razão menores que
0,20 são associados a fontes petrogênicas, enquanto que valores superiores a 0,35
são associados a processos de combustão de petróleo e derivados e de biomassa
vegetal. Para valores entre 0,20 e 0,35, não é possível determinar a origem das fontes
de HPAs (YUNKER et al., 2002). Na Figura 5.11, estão apresentados os resultados
para avaliação das razões destes isômeros.
48
Figura 5.12: Perfis de relação entre as concentrações de fenantreno e antraceno
obtidos para pontos de amostragem.
Figura 5.13: Distribuição entre as razões Ant / (Ant + Fen) e Flt / (Flt + Pi).
Segundo ZHANG et al (2005), deve-se, entretanto considerar que intervenção
destas razões deve ser considerada como indicativa e não definitiva, pois há variação
de distribuição de isômeros de emissão de matérias de diferentes origens. Além disto,
49
muitas das amostras representam matrizes complexas que podem receber emissão de
diversas fontes, onde os HPAs estão sujeitas a todos os tipos de intemperismos
capazes de modificar o perfil de distribuição existente.
Na Tabela 5.5, estão apresentados todos os resultados para a avaliação das
razões isoméricas, discutidos no presente trabalho. Pode-se observar a maioria dos
índices apresentam contribuição por combustão.
50
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
51
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
52
Mapas Políticos e Regionais do Estado do Rio de Janeiro.
COLOMBO, J.C., PELLETIER, E., BROCHU, C., KHALIL, M., CATOGGIO, J.A.,
Determination of Hydrocarbon Sources Using n-Alkane and Polyaromatic
Hydrocarbon Distribution Indexes. Case study: Rio de La Plata Estuary,
Argentina, Environmental Science & Technology, v. 23, pp.888-894, 1989.
EGLINTON, G., CALVIN, M., Chemical fossils. Scientific American 216, 32-43. 1967.
GAO, X., CHEN , S., XIE , X., LONG, A., MA, F., Non-Aromatic Hydrocarbons in
Surface Sediments Near the Pearl River Estuary in the South China Sea,
Environmental Pollution, v.148, pp. 40-47, 2007.
53
GONTIJO, A.H. Morfotectônica do médio vale do rio Paraíba do Sul: região da Serra
da Bocaina, estados de São Paulo e Rio de Janeiro. 1999. 259p. Tese
(Doutorado em Geologia), Programa de Pós-Graduação em Geologia, Instituto
de Geociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.
http://oglobo.globo.com/rio/mp-alerta-que-contaminacao-em-volta-redonda-poe-em-
risco-paraiba-do-sul-8063117 - Acesso em: 08 julho 2013.
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8. ANEXOS
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Gráfico de distribuição de HPAs amostra S3
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