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Prof. Dr.
Leopoldo Uberto Ribeiro Junior
44 p.
Unis EaD
Cidade Universitária – Bloco C
Avenida Alzira Barra Gazzola, 650,
Bairro Aeroporto. Varginha /MG
ead.unis.edu.br
5
Caríssimo(a),
O simples fato de você estar cursando um curso a distância significa que você acredita
no potencial que as tecnologias de informação e comunicação representam para o sistema
educacional. Alegramo-nos por sua escolha.
Discutiremos a disciplina através de fóruns, leitura de artigos da área (e posterior dis-
cussão ou considerações individuais ou em grupo) e estudos de caso ou exemplificações re-
ais. Em relação ao ambiente de aprendizagem, estaremos utilizando todas as opções possíveis
para uma melhor interação e comunicação.
Nossa interação será essencial!
Conte comigo!
Abraço,
Prof Leopoldo Uberto Ribeiro Junior
Ementa
Ciclo hidrológico: conceituação; fases. Bacia hidrográfica: conceituação; bacias hi-
drográficas como unidade de planejamento e gestão ambiental; caracterização.
Quantificação, qualificação e Análise das fases do ciclo hidrológico em bacias hi-
drográficas: precipitação, infiltração, evaporação/evapotranspiração, escoamen-
to superficial, escoamento subterrâneo. Noções de sistema de drenagem.
Orientações
Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no ambiente virtual.
Palavras-chave
Escoamento superficial, Precipitação, Vazão.
Unidade I - Ciclo Hidrológico 11
1. Introdução 11
Unidade II - Bacia Hidrográfica 17
2.1. Definição 17
2.2. Principais Variáveis 17
Unidade III – Precipitação 22
3. Introdução 22
3.1. Medição da Precipitação 23
3.2. Preenchimento de Falhas 24
3.3. Precipitação Média Sobre uma Bacia Hidrográfica 24
Unidade IV – Medição de Vazão 26
4. Introdução 26
4.1. Método Volumétrico 26
4.2. Métodos dos Flutuadores 27
4.3. Vertedores 30
4.3.1. Vertedores Triangulares 30
4.3.2. Vertedores Retangulares 30
4.4. Método Químico 31
4.5. Medição com Molinete Hidrométrico 32
4.6. Medição com o Barco Ancorado 34
4.7. Medição com o Barco não Ancorado 35
4.8. Método Acústico 35
Unidade V - Hidrologia Estatística 39
5. Introdução 39
5.1. Frequência de um Evento 39
5.2. Método Racional 41
Referências Bibliográficas 43
I Unidade I -
Ciclo Hidrológico
Objetivos da Unidade
- Hidrologia é uma ciência que trata na Terra, sua ocorrência,
circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas
e sua reação com o meio ambiente.
- É uma disciplina consideravelmente ampla, onde os alunos
aprendem a identificar mensurar e distribuir as principais va-
riáveis constituintes do ciclo hidrológico.
Unidade I - Ciclo Hidrológico
1. Introdução
Atmosfera
37
62
99
324 361
37
12
Figura 3 - Ciclo Hidrológico Terrestre
14
o escoamento subterrâneo. As redes de abastecimento, pluvial e cloacal possuem vaza-
mentos que podem alimentar o aquífero, tendo efeito inverso do mencionado;
• Devido a substituição da cobertura natural ocorre uma redução da evapotranspiração,
já que a superfície urbana não retém água como a cobertura vegetal e não permite a
evapotranspiração das folhagens e do solo.
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II Unidade II -
Bacia Hidrográfica
Objetivos da Unidade
- Hidrologia é uma ciência que trata na Terra, sua ocorrência,
circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas
e sua reação com o meio ambiente.
- É uma disciplina consideravelmente ampla, onde os alunos
aprendem a identificar mensurar e distribuir as principais va-
riáveis constituintes do ciclo hidrológico.
Unidade II - Bacia Hidrográfica
2.1. Definição
Definida por Tucci (2002) como uma área de captação natural da água da precipitação
que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída, seu exutório. Compõe-se ba-
sicamente de um conjunto de superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por
cursos d’água que confluem até resultar um leito único no exutório.
Segundo Schiavetti & Camargo, o conceito de bacia hidrográfica tem sido cada vez mais
expandido e utilizado como unidade de gestão da paisagem na área de planejamento am-
biental. Na perspectiva de um estudo hidrológico, o conceito de bacia hidrográfica envolve
explicitamente o conjunto de terras drenadas por um corpo d’água principal e seus afluentes e
representa a unidade mais apropriada para o estudo qualitativo e quantitativo do recurso água
e dos fluxos de sedimentos e nutrientes. Embora tecnicamente o conceito implícito no termo
seja preciso, podem existir variações no foco principal, conforme a percepção dos técnicos que
o utilizam em seus estudos.
A bacia poderá ser delimitada graficamente ou através de técnicas de geoprocessa-
mento.
Conforme Tucci (2002), as principais variáveis de uma bacia hidrográfica são: área de
drenagem, comprimento e declividade média do rio principal, densidade de drenagem e des-
nível. Segundo o mesmo autor, considera-se dados fisiográficos de uma bacia hidrográfica,
todos aqueles dados que podem ser extraídos de mapas, fotografias aéreas e imagens de sa-
télite. Basicamente são: áreas, comprimentos, declividades e coberturas do solo, medidos ou
expressos por índices. Segue a descrição das principais características da bacia hidrográfica:
17
a) Área de drenagem: representa um dado fundamental para definir a potencialidade hí-
drica da bacia. Uma vez definidos os contornos da bacia, a área pode ser determinada por
planímetro ou por técnicas de geoprocessamento.
b) Comprimento e declividade média dos rios: para cada bacia existe um rio principal que
drena a maior área no seu interior. A determinação do comprimento do rio poderá ser feita
através de curvímetro ou por geoprocessamento. A declividade média do rio, poderá ser
determinada através da seguinte fórmula:
Sm = H (0,85 * L) – H (0,10 * L)
0,75 * L
onde: L – Comprimento do rio principal
H – Desnível máximo
Conforme Tucci (2002), no caso de ter-se que atribuir uma única declividade para todo
o curso d’água, deve-se desprezar os trechos extremos, caso apresentem declividades altas
(cabeceiras) ou muito baixas (próximo da seção de saída). A declividade dos cursos d’água po-
derá ser determinada também através da geração de perfis topográficos, podendo ser obtido
por técnicas tradicionais de levantamento ou por geoprocessamento, a partir do MNT (Modelo
Numérico do Terreno).
Em geral consiste na razão entre a diferença das altitudes dos pontos extremos de um
curso d´água e o comprimento desse curso d´água, pode ser expressa em % ou m/m (PAIVA e
PAIVA, 2001).
De acordo com Tucci (2002), dentre os critérios utilizados para ordenamento de canais
da rede de drenagem da bacia hidrográfica, destacam-se os de Horton (1945) e Strahler (1957).
No sistema de Horton os canais de 1a ordem são aqueles que não possuem tributários; os
canais de 2a ordem tem apenas afluentes de 1a ordem; os canais de 3a ordem recebem in-
fluência de canais de 2a ordem, podendo também receber diretamente canais de 1a ordem;
sucessivamente, um canal de ordem u pode ter tributários de ordem u-1 até 1. Isto implica
18
atribuir maior ordem ao rio principal, valendo esta designação em todo o seu comprimento,
desde o exutório da bacia até sua nascente. No sistema de Strahler é evitada a subjetividade
de classificação de nascentes. Considera todos os canais sem tributários de 1a ordem, mesmo
que sejam nascentes dos rios principais e afluentes; os canais de 2a ordem são os que originam
da confluência de dois canais de 1a ordem, podendo ter afluentes também de 1a ordem; os
canais de 3a ordem originam-se da confluência de dois canais de 2a ordem, podendo receber
afluentes de 2a e 1a ordens: sucessivamente, um canal de ordem u é formado pela união de
dois canais de ordem n-1, podendo receber afluência de canais com qualquer ordem inferior.
Portanto, no sistema Strahler, o rio principal e afluentes não mantém o número de ordem na
totalidade de suas extensões, como acontece no sistema Horton, que tem problemas práticos
de numeração. A Figura 4 mostra exemplos de ordenação de canais de uma rede de drenagem
pelos dois sistemas apresentados:
Figura 4 – Exemplos de ordenação dos canais de uma rede de drenagem
O Fator de forma Kf: corresponde a razão entre a área de bacia e o quadrado de seu
comprimento axial medido ao longo do curso d’agua principal do exutório a cabeceira mais
distante (VILLELA e MATTOS, 1975, p14).
Kf = A/L²
Kc = 0,28.P.A1/2
https: //www.abrh.org.br/SGCv3/index.php?PUB=1&ID=29&-
SUMARIO=896
20
III Unidade III -
Precipitação
Objetivos da Unidade
- Hidrologia é uma ciência que trata na Terra, sua ocorrência,
circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas
e sua reação com o meio ambiente.
- É uma disciplina consideravelmente ampla, onde os alunos
aprendem a identificar mensurar e distribuir as principais va-
riáveis constituintes do ciclo hidrológico.
Unidade III – Precipitação
3. Introdução
22
3.1. Medição da Precipitação
http://www.simge.mg.gov.br/simge/radar-meteorologico
Fonte: www.istock.com
23
3.2. Preenchimento de Falhas
24
IV Unidade IV –
Medição de Vazão
Objetivos da Unidade
- Hidrologia é uma ciência que trata na Terra, sua ocorrência,
circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas
e sua reação com o meio ambiente.
- É uma disciplina consideravelmente ampla, onde os alunos
aprendem a identificar mensurar e distribuir as principais va-
riáveis constituintes do ciclo hidrológico.
Unidade IV – Medição de Vazão
4. Introdução
Medição de vazão ou descarga (o volume de água que passa através de uma seção
transversal na unidade de tempo, geralmente um segundo) é um processo empírico utilizado
para determinar a quantidade de água de um corpo de água. Sua mensuração é utilizada para
se criar séries históricas que são extremamente úteis para diversos estudos e projetos. Através
desta quantificação é possível estimar a disponibilidade ao longo do tempo e quais são os ris-
cos e falhas de uma determinada vazão em um ponto de um curso d’água.
Em projetos de obras hidráulicas, as vazões são importantes para se avaliar, por exem-
plo, o calado para navegação, a capacidade de recebimento de efluentes urbanos e industriais,
dimensionamentos de sistemas de abastecimento de águas, usinas hidrelétricas e os sistemas
de drenagem e órgãos de segurança de barragens, entre outras tantas aplicações. As medições
de vazão são feitas periodicamente em determinadas seções dos cursos d’água (as estações ou
postos fluviométricos). Estes valores são associados a uma cota linimétrica h (cota da superfície
livre em relação a um plano de referência arbitrário) e transformados em vazão através de uma
equação chamada de curva – chave.
As medições de vazão podem ser feitas de diversas formas, que utilizam princípios dis-
tintos: volumétrico, colorimétrico, estruturas hidráulicas (calhas e vertedores), flutuadores, la-
zer, acústico, eletromagnético, etc. A escolha do método dependerá das condições disponíveis
em cada caso.
Este método é baseado no conceito volumétrico de vazão, isto é, vazão é o volume que
passa por uma determinada seção de controle por unidade de tempo. Utiliza-se um dispositi-
vo para concentrar todo o fluxo em um recipiente de volume conhecido, figura 6. Mede-se o
26
tempo de preenchimento total do recipiente. Este processo é limitado a pequenas vazões, em
geral pequenas fontes d’água, minas e canais de irrigação.
Figura 6 – Cálculo de volume
É um método bastante simples e utilizado para conhecer vazões maiores como, por
exemplo, a vazão de um trecho do rio ou riacho.
Para calcular essa vazão, basta seguir as seguintes orientações:
1. Escolher um trecho do rio (D) o mais reto possível, sem curvas, onde não tenha corredei-
ras e obstáculos como galhos e pedras, para não atrapalhar a qualidade das medições.
2. Medir a largura L do rio, ou seja, a distância entre as margens.
3. Medir vários pontos de profundidade P do rio.
4. Determinar a área A do rio, multiplicando a largura pela profundidade média, utilizando
a fórmula abaixo:
A = L x Pm
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5. Determinar a velocidade da água, no trecho do rio. Para isso, torna-se necessário ter um
cronômetro e um objeto que flutue. Esse objeto pode ser uma garrafa descartável com
¾ de água. Deve ser marcado, o tempo necessário, para se percorrer a distância D.
Esse procedimento deve ser realizado, no mínimo, 10 vezes anotando os tempos en-
contrados.
Logo, a velocidade da água conhecida como [V] pode ser conseguida dividindo a dis-
tância [D], em metros, pelo tempo médio [tm].
A água perto da superfície e próxima às margens flui mais lentamente. Portanto, alguns
técnicos recomendam multiplicar a velocidade encontrada por 0,8 que é um fator usado para
correção de velocidade. Conhecendo a área [A] do rio e a velocidade [V] da água, é possível
calcular a vazão, do trecho escolhido, multiplicando os valores como demonstrado abaixo:
Q = 0,8 x V x A
1. Suponha que o trecho escolhido do rio tenha 10m de comprimento. Desta forma,
tem-se a distância:
D = 10m
28
mente. Sendo assim, precisa-se somar as profundidades encontradas e dividi-las
pela quantidade de medições feitas.
A = L x Pm
A = 3 x 0,3 = 0,9 m2
5. Supondo que o objeto flutuador seja jogado dez vezes e cada tempo cronometra-
do. Precisa-se, então, encontrar o tempo médio.
6. Para encontrar a velocidade, basta dividir a distância pelo tempo médio encon-
trado.
7. E a vazão:
Q=VxA
29
4.3. Vertedores
Q = 1,42 x H5/2
Q = 1,84 x (L x H)1/2
30
Figura 7 – Cálculo de volume
Fonte: www.istock.com
• Área molhada (A) (área da seção transversal ocupada pela água e expressa em metros
quadrados); Perímetro molhado (P) (comprimento da linha de contato entre a super-
fície molhada e o leito, expresso em metros); Raio hidráulico (R=A/P) (quociente da
área molhada pelo perímetro molhado, expresso em metros); Largura superficial (L),
(comprimento da linha horizontal da área molhada, expressa em metros); Profundida-
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de média (P=A/L) (quociente da área molhada pela largura superficial expressa em me-
tros), Profundidade máxima (Pmáx), Cota linimétrica (h), Ponto inicial (PI), Ponto final
(PF), Distância entre PI e PF (D), Vertical (reta contida no plano da seção transversal e
perpendicular à superfície livre sobre a qual são efetuadas as medidas de velocidade),
Distância entre duas verticais (l).
• Velocidade média ( ), (quociente da vazão pela área da seção, expressa em metros por
segundo); Vazão total (Q), (volume de água que passa na seção na unidade de tempo,
expressa em metros cúbicos por segundo); Velocidade em um ponto na vertical (vi);
Velocidade na superfície (vs); Velocidade no fundo (vf ) e Velocidade máxima (vmax).
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Em geral, determina-se a velocidade média na vertical por meio de métodos analíticos,
ou seja, fórmulas recomendadas em função do número de medições de velocidade e da posi-
ção. A Tabela 2 fornece as expressões para o cálculo da velocidade média para o caso de até seis
pontos medidos em cada vertical.
4 2,0 – 4,0 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8 p v = (v0,2 + 2v0,4 + 2v0,6 + v0,8)/ 6
6 > 4,0 S; 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 p e F v = [vS + 2(v0,2 + v0,4 + v0,6 + v0,8)+vF]/ 10
V = n.a + b (1)
Neste tipo de medição, normalmente se utiliza cabo de aço graduado, esticado de mar-
gem a margem a uma altura de cerca de 0,50 m sobre a superfície da água, Figura 9, que é a
técnica mais utilizada para rios de até aproximadamente 300 m de largura e sem a presença de
navegação intensa.
Figura 9 – Travessia do cabo de aço
Esse método é adequado para rios de grande largura que possam apresentar dificulda-
des para ancorar o barco ou riscos à operação. A medição é feita por verticais sucessivas sem
estabilizar o barco para as tomadas de velocidades, sendo que a velocidade média é geral-
mente calculada usando-se dois pontos em cada vertical, e a profundidade total medida com
o ecobatímetro. O posicionamento do barco é determinado com dois teodolitos no início e no
fim de cada tomada de velocidade.
As verticais e seu posicionamento são determinados previamente pelas distâncias ao
PI e pelos ângulos formados com a base dos teodolitos instalados no PI e Alvo. Com os ângu-
los predeterminados, os dois observadores dos teodolitos, usando rádio, procuram orientar o
piloto da embarcação para que este posicione o barco no alinhamento e nas proximidades da
vertical escolhida, buscando manter o barco na mesma posição durante as tomadas de mesma
velocidade.
As tomadas de velocidade devem ser feitas nas proximidades da seção transversal. Para
isso recomenda-se iniciar a medida um pouco a montante dessa seção, deixando o barco ser
arrastado pela corrente. O barco deve voltar à posição inicial para a medida do ponto seguinte.
Esse método de medição é bastante rápido (3 a 4 vezes em relação ao método com
barco ancorado). É mais seguro para os operadores e equipamentos, apesar do tempo menor,
permite duplicar o número de verticais (até 40). Esse tipo de medição deve ser feito com maior
atenção porque as possibilidades de erros são grandes.
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O ADCP – ”Acoustic Doppler Current Profiler”, ou Correntômetro Acústico de Efeito Do-
ppler, é um aparelho utilizado para medir a vazão dos cursos d’água através do efeito “Do-
ppler”. Ele também pode ser utilizado para medir o seu movimento com relação ao fundo do
rio e a distribuição dos sedimentos em suspensão na seção de medição.
A medição acústica de vazões originou-se das técnicas utilizadas em oceanografia em
que a medição de velocidades e direção das correntes com molinetes apresenta dificuldades
consideráveis, notadamente em grandes profundidades. Em princípio, o método acústico ba-
seia-se na medição e integração de áreas e velocidades como na medição com molinete.
O ADCP é um instrumento que transmite ondas sonoras através da água. As partículas
transportadas pela corrente de água refletem o som de volta para o instrumento que percebe
o eco através de sensores, fazendo com que ele reconheça as diferentes profundidades e as ve-
locidades das respectivas linhas de corrente através do efeito Doppler, operando em diferentes
frequências dependendo do modelo.
O efeito Doppler refere-se à mudança
Figura 10 – Técnica típica de uso do ADCP.
de frequência do sinal transmitido pelo so-
nar, causada pelo movimento relativo entre
o aparelho e o material em suspensão da
água sob a ação do feixe das ondas sonoras.
Como o material em suspensão se desloca
na mesma velocidade da corrente de água, a
magnitude do efeito Doppler é diretamente
proporcional à essa velocidade. Medindo-se
a frequência dos ecos que retornam do ma-
terial em suspensão e comparando-a com a
frequência do som emitido, o ADCP determi-
na a velocidade da partícula que é a mesma
Fonte: Tucci (2005)
da corrente da água, figura 10.
36
A vazão que atravessa cada célula é obtida multiplicando-se a área (largura x altura)
pela componente da horizontal da velocidade perpendicular ao plano vertical da célula.
O aparelho é composto por quatro transdutores, três operando e um de reserva. O
ADCP, figura 11. O ponto fundamental é que para obter as três componentes necessita-se de,
pelo menos, três transdutores apontados em três distintas direções.
O ADCP mede diretamente as componentes da velocidade segundo a direção em que
são emitidos os pulsos acústicos. Ele tem dois pares de transdutores: um alinhado na direção
leste-oeste e outro na direção norte-sul.
Figura 11 – O ADCP
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V Unidade V
- Hidrologia
Estatística
Objetivos da Unidade
- Hidrologia é uma ciência que trata na Terra, sua ocorrência,
circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas
e sua reação com o meio ambiente.
- É uma disciplina consideravelmente ampla, onde os alunos
aprendem a identificar mensurar e distribuir as principais va-
riáveis constituintes do ciclo hidrológico.
Unidade V - Hidrologia Estatística
5. Introdução
As variáveis hidrológicas são aleatórias pois não seguem uma lei de certeza, assim sen-
do, uma variável hidrológica qualquer tem uma certa frequência ou probabilidade de ocorrên-
cia que está associada a um tempo médio. O tempo médio em que a variável pode ocorrer é
denominado tempo de retorno.
A estatística é baseada na análise da série de dados observados ao longo do tempo; os
estudos estatísticos dessas séries têm aplicações das mais diversas, tais como:
m = ordem do evento
n = n° de dados
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O Tempo de retorno é o tempo médio que o evento pode ser igualado ou superado ao
menos uma vez.
Estrutura TR (Anos
Onde:
40
S - desvio padrão da amostra.
yT - variável reduzida Gumbel para período de retorno T.
O risco de uma obra hidráulica falhar durante a sua vida útil, pode ser estimada
através da seguinte equação:
Onde:
O método racional é um método indireto e foi apresentado pela primeira vez em 1851
por Mulvaney e usado nos Estados Unidos por Emil Kuichling em 1889 e estabelece uma re-
lação entre a chuva e o escoamento superficial (deflúvio). O nome método Racional é para
contrapor os métodos antigos que eram empíricos e não eram racionais. É usado para calcular
a vazão de pico de uma determinada bacia, considerando uma seção de estudo. Na Inglaterra
Lloyd-Davies fez método semelhante em 1850 e muitas vezes o método Racional é chamado
de Método de Lloyd-Davies. A chamada fórmula racional é a seguinte:
41
Sendo:
Q = vazão de pico (m3/s);
C = coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1;
C = volume de runoff/ volume total de chuva;
I = intensidade média da chuva (mm/h);
A = área da bacia (ha) . 1ha= 10.000m2.
42
Referências Bibliográficas
III Curso Internacional sobre técnicas de medição de descarga líquida em grandes rios,
Manaus/Manacapuru-AM, DNAEE/CGRH – ORSTOM, 1997.
Felgueiras, C.A. Modelagem Numérica do Terreno. In: GIS BRASIL, 1998, Anais. Curitiba, Para-
ná, 25 a 20 de maio/98 (CD-ROM);
Tucci, C.E.M. Hidrologia: ciência e aplicação. 3 ed. – Porto Alegre: Editora UFRGS/ABRH, 2002;
Tucci, C.E.M. Impactos da variabilidade climática e uso do solo sobre os recursos hídricos.
Agência Nacional das Águas - ANA. Maio/2002.
Unesco - http://www.unesco.org.uy/phi/libros/hidromecanica/Trab%206.doc