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Subturmas 2 e 7
Caso n.º 3
2 - Quem violar o disposto no número anterior é punido com coima de 200€ (duzentos euros).
a) Atendendo aos dados da hipótese, Amélia estava obrigada a utilizar máscara para viajar de
transporte público no dia 13 de Março de 2020?
i) Publicação em Diário da República como condição de eficácia do diploma [cfr. artigos 5.º, n.º
ii) Identificação da regra geral relativa ao prazo de vacatio (cfr. artigo 2.º, n.º 1, da LF);
iii) Identificação da regra supletiva aqui aplicável, o prazo de vacatio de 5 dias (cfr. artigo 2.º, n.º
2 , da LF);
iv) Definição da data em que o diploma entraria em vigor, de acordo com as regras da LF e as
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Lei n.º 74/98, de 11 de Novembro, na sua redacção actual.
v) Conclusão: Amélia não podia ser punida porque o Decreto-Lei ainda não se encontrava em
b) Imagine agora que, não obstante a data de publicação referida no diploma ser 12 de Março de
2020, a Imprensa Nacional Casa da Moeda — entidade responsável pela disponibilização dos
diplomas na Internet — só vem a disponibilizá-lo no sítio electrónico do Diário da República no
dia 25 de Março de 2020. Nesta hipótese, podia Amélia ser punida por se ter esquecido da sua
máscara para viajar de transportes públicos no dia 20 de Março de 2020?
iii) Prazo de vacatio de 5 dias (cfr. artigo 2.º, n.º 2, da LF), iniciando-se no dia seguinte ao da
iv) Definição da data da entrada em vigor das normas do diploma disponibilizado a 25 de Março
v) Conclusão: no dia 20 de Março Amélia não podia naturalmente ser punida porque as normas
c) Admita agora que, além das disposições referidas, o Decreto-Lei, publicado e disponibilizado
em Diário da República no dia 12 de Março de 2020, fixava a entrada em vigor nos seguintes
termos: “O presente diploma entra em vigor um mês após a sua publicação”. Uma vez que está
numa fase particularmente difícil do seu trabalho, Amélia apanha o Metro às 00 h e 5 minutos do
dia 13 de Abril de 2020 sem qualquer máscara. Às 00 h 10 minutos do dia 13 de Abril de 2020,
Abel, agente da Polícia de Segurança Pública, avista Amélia sem máscara na carruagem do Metro
e decide aplicar-lhe uma coima de 200€ (duzentos euros). Indignada, Amélia ainda tenta
argumentar que não era obrigada a usar máscara, mas Abel diz-lhe que a lei é para cumprir. Quem
tem razão? (5 valores)
i) Identificação da regra aplicável em termos de vacatio (cfr. artigo 2.º, n.º 1, da LF): um mês.
aqui o caso;
publicação/disponibilização;
c. A norma do artigo 279.º, alínea b), do CC só se aplica em caso de dúvida, o que aqui não
ocorria porquanto temos um diploma que fixava a partir de quando se contava o prazo de
iii) Só que aqui gerava-se a dúvida de saber quando ocorreria o seu termo, não dispondo a LF
sobre a matéria, uma vez que se refere ao dia fixado no diploma e o prazo aqui era de um mês.
iv) A chave era o artigo 279.º, alínea c), do CC, que resolve a dúvida: “O prazo fixado em
semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina às 24 horas do dia que corresponda,
dentro da última semana, mês ou ano, a essa data; mas, se no último mês não existir dia
Abril de 2020;
vii) Conclusão: Abel tinha razão e às 00h 10 minutos do dia 13 de Abril de 2020 Amélia já era
d) Mantendo-se todos os demais dados da hipótese, admita agora que o Decreto-Lei tinha sido
publicado e disponibilizado no Diário da República em 12 de Março de 2020, mas que, em virtude
de um erro, uma das disposições tinha a seguinte redacção: “Quem violar o disposto no número
anterior é punido com coima de βΩ euros”. No dia 30 de Março de 2020, o diploma é rectificado
através de declaração publicada e disponibilizada em Diário da República, substituindo os
caracteres βΩ pelo seguinte: 200€ (duzentos euros). Entretanto, Amélia recebe em casa uma
notificação para pagar uma coima por não ter usado máscara numa carruagem do Metro no dia
14 de Março de 2020. Deve Amélia pagar a referida coima?
i)Identificação da data da entrada em vigor do diploma, nos termos dos artigos 2.º, n.º 2 e 4, da
ii) Identificação dos requisitos da rectificação dedutíveis da hipótese (cfr. artigo 5.º, n.os 1 e 2 da
LF)
iii) Definição data de produção de efeitos da rectificação: a data da entrada em vigor do texto
iv) Irrelevância da rectificação: no dia 14 de Março de 2020, ainda se estava dentro do período de
vacatio legis e por isso, o DL ainda não estava em vigor, não podendo Amélia ser punida;
ordenações e coimas específicas, apenas a aprovação do regime geral de punição das infracções
disciplinares, bem como dos actos ilícitos de mera ordenação social (contra-ordenações) e do
respectivo processo, é competência exclusiva da AR, salvo autorização ao Governo (cfr. artigo
165.º, n.º1, alínea d), da CRP); por isso, e à luz da referida paridade, o Governo e a AR podiam
ii) Identificação da regra proibitiva de um diploma entrar em vigor no próprio dia da sua
iii) A discussão sobre a admissibilidade de entrada em vigor no próprio dia no caso concreto:
a. A LF como lei sem valor reforçado (cfr. artigos 112.º, n.os 2 e 3 , da CRP)
iv) Conclusão: a Lei n.º 50/2020, de 29 de Março, não deve ser considerada inválida.