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União da Juventude Comunista | Brasil

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CIRCULAR CN/UJC Nº 008/2022 – DOCUMENTO INTERNO


ASSUNTO: Semana Contra o Apartheid Israelense no Movimento
Estudantil
Coordenação Nacional | Orientação Interna

05 de abril de 2022

Documento restrito à militância

Camaradas,

Um dos pilares da nossa atuação enquanto uma juventude comunista é o nosso


compromisso com o internacionalismo proletário e com a solidariedade internacional
da luta da classe trabalhadora internacional e pela autodeterminação dos povos. Um
dos movimentos que construímos enquanto União da Juventude Comunista (UJC) na-
cionalmente é o movimento de solidariedade ao povo palestino.
Algumas campanhas já foram realizadas em momentos específicos do calendá-
rio de lutas do povo palestino, como a Campanha "As Armas de Israel Matam Jovens
no Brasil e na Palestina" no período da Nakba, a mobilização no dia Internacional de
Solidariedade ao Povo Palestino, entre outas. Além disso, cotidianamente muito de
nossos camaradas constroem movimentos, organizações e comitês de solidariedade a
Palestina.
Globalmente, uma das datas extremamente importantes para o povo palestino
é a Semana Contra o Apartheid Israelense. Mais à frente, explicaremos a importância
desta data e o significado da reivindicação do termo apartheid para se referir ao Estado
Sionista de Israel. Como forma de manter a nossa participação e construção desse fun-
damental movimento, construímos essa circular para orientar a militância a se engajar
e construir atividades para a Semana Contra o Apartheid Israelense, contribuindo para
esta luta nos mais diversos locais que estamos inseridos.
Abordaremos com mais profundidade a possibilidade de construção de ativida-
des com os nossos camaradas do Movimento Estudantil, devido a um respaldo já exis-
tente em alguns setores do movimento à causa palestina, a aproximação com projetos
de extensão e professores solidários a causa, assim como uma tentativa recente da Se-
cretaria Nacional de Movimento Estudantil em pautar a Semana junto a
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Diretoria de Relações Internacionais que ocupamos na UNE. Apesar disso, incentiva-


mos os nossos camaradas atuantes nos movimentos secundaristas, nos movimentos
de bairro e cultura e nos movimentos de Jovens Trabalhadores a também construírem
atividades durante essa semana.

1. Contextualização - Semana Contra o Apartheid Israelense A Se-


mana Contra o Apartheid Israelense (SCAI) surge nos seios dos movimentos sociais e
da sociedade civil palestina, juntamente aos organismos internacionais de solidarie-
dade a Palestina. Ano após ano, os movimentos de solidariedade ao redor do mundo
utilizam-se desta semana para mobilizar bases dos movimentos populares, sociais, en-
tre outros, no apoio global para colocar a questão palestina em voga.
A ideia da SCAI consiste no fortalecimento das conexões entre a luta de liberta-
ção palestina e outras lutas contra o racismo, a opressão e a discriminação ao redor do
mundo. Desde 2004, a Semana acontece em diversos lugares ao redor do mundo e, em
2022, acontecerá entre os dias 11 a 18 de abril na América Latina (cada continente
tem uma data específica). A tarefa dos movimentos ao redor do mundo é unir-se em
ações, eventos e atividades que demonstrem a solidariedade à Palestina em conexão
com as lutas já travadas cotidianamente. Essas atividades têm um caráter de ampliar
a consciência sobre a natureza do Estado de Israel como um regime de apartheid, im-
pulsionando campanhas de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).
O reconhecimento de Israel como um estado de Apartheid, parte da reivindica-
ção do povo palestino, se torna cada vez mais frequente, além de ser um impulsionador
das mais diversas formas de boicote. Nos últimos anos, houve um aumento nas análi-
ses e na literatura sobre o tema documento o apartheid israelense, inclusive relatórios
de entidades e organizações internacionais. Além disso, o envolvimento de partidos
políticos, figuras públicas e artistas, movimentos sociais e populares e lutadores de
uma maneira geral na denúncia do apartheid elevaram a luta de solidariedade ao povo
palestino.
Nós, ao mesmo tempo que denunciamos o regime de apartheid israelense, não
deixamos de demonstrar que a real libertação e emancipação do povo palestino se dará
por meio de um Estado Palestino único, livre, soberano e socialista. Com isso, estamos
lado a lado com as reivindicações do povo palestino, que demandam os direitos igua-
litários, o fim da ocupação na Cisjordânia, o direito de retorno dos
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palestinos na Diáspora e o fim do cerco a Gaza. E mais do que isso, estamos do lado da
classe trabalhadora palestina que demonstra as reais saídas para a questão Palestina,
não se iludindo com falsas possibilidades de acordo e negociação com o imperialismo
e o sionismo.

2. Trabalho de Solidariedade a Palestina no Movimento Estudantil


O trabalho de solidariedade à Palestina possui, hoje, um caráter bastante reativo na
maioria das instâncias e espaços organizativos da classe trabalhadora: muitas vezes
apenas é ativado em datas consagradas dos calendários de luta — o que por vezes
ocorre com baixa intensidade de organização, agitação e propaganda nacionalmente
— ou frente a acontecimentos geopolíticos que mobilizem a atenção e a opinião pública
a questão da ocupação israelense na Palestina.
Nesse sentido, é preciso dar um salto qualitativo na capacidade de mobilização
e organização da juventude trabalhadora na solidariedade ao povo palestino, contri-
buindo ativamente para torná-la parte orgânica e contínua da militância, sobretudo
nos locais de atuação da UJC. Portanto, o movimento estudantil se apresenta como
uma frente tática importante, tanto para o debate da questão palestina, como para a
organização de atividades voltadas ao trabalho de solidariedade internacional de
forma continuada.
Desde os seus primórdios, os eventos da SCAI eram organizados por entidades
de solidariedade e organizações muitas vezes vinculadas a instituições acadêmicas ou
estudantis. Devido a essa oportunidade e nosso trabalho já desenvolvido no movi-
mento estudantil, optamos por direcionar nossos esforços desta Semana nesta área de
atuação. Os trabalhos, portanto, devem se focar nesses espaços dentro de três esforços
centrais:
1) organização de um calendário de atividades focadas na Semana Contra o
Apartheid Israelense nas escolas, cursos técnicos e universidades, tocadas pelas
entidades (grêmios, DAs, CAs, DCEs, coletivos, etc.) ou diretamente pela UJC;
2) mapeamento a partir das CEs de cada estado de atividades tocadas por orga-
nizações de solidariedade à palestina as quais podemos nos inserir e construir
ativamente;
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3) inserção da UJC nos movimentos de solidariedade nos estados que ainda não
construímos o trabalho internacionalista.
A organização bem sucedida de atividades de solidariedade representam um
avanço substancial na difusão da solidariedade ao povo palestino, bem como um salto
qualitativo na capilarização dos comunistas e da UJC nas frentes de luta da causa pa-
lestina.
Destacamos ainda que o trabalho e a luta de classes nacional não se desenvol-
vem apartados do trabalho internacionalista e da luta de classes a nível global. Por-
tanto, combinar esses dois elementos, para além de uma reafirmação de nossos prin-
cípios, é também um fortalecimento da luta de classes no Brasil, onde a burguesia in-
terna nutre laços táticos e estratégicos com Israel e com a dominação colonial sobre a
Palestina.

3. Possibilidades de atividades a serem construídas

A seguir, colocamos algumas sugestões de atividades que podem ser construí-


das, assim como outras atividades também podem ser realizadas. A militância pode
construir conjuntamente com outras organizações que apoiem a causa ou organizações
locais de solidariedade a Palestina.
● Intervenção visual que “simule” o Muro da Cisjordânia, também conhecido como
Muro do Apartheid, com utilização de fotos e relatos de moradores
● Intervenção em portas das salas de aulas com cartazes que emulem uma comu-
nicação de despejo, assim como os palestinos recebem diariamente em seus terri-
tórios e casas.
● Palestras, eventos ou mesas com professores especialistas, militantes da causa
palestina e organizações de solidariedade. Esses eventos podem relacionar pautas
locais com as pautas do povo palestino, como a questão da militarização da vida.
● Construção de atos e/ou atividades simbólicas de solidariedade ao povo pales-
tino.
● Panfletagens nos campus sobre o que significa o Apartheid e qual a relação da
Universidade em questão com o Estado de Israel (convênio com Universidades,
uso de tecnologias israelenses, etc). Para isso, será necessário uma pesquisa para
entender quais são essas relações e se elas existem.
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As atividades deverão ocorrer entre os dias 11 a 18 de abril. Pedimos que as


atividades sejam fotografadas e enviadas junto a uma legenda para o seguinte número:
Lígia: (+55) 11 99132-1685

Saudações Comunistas,

Coordenação Nacional | União da Juventude Comunista

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