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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES

Bruno Salvarez Pestana


Jordan Lucas Duarte Dias

Análise Envoltória de Dados (DEA)

A UTILIZAÇÃO DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS NA


MEDIÇÃO DA EFICIÊNCIA FINANCEIRA E ESPORTIVA DOS CLUBES DA SÉRIE
“A” DO CAMPEONATO BRASILEIRO DE 2020

Cariacica - ES
2021
1. INTRODUÇÃO
De todos os esportes, o futebol representa o esporte mais popular do planeta,
segundo Murad (2007), pois envolve bilhões de pessoas ao redor do mundo, que vão
desde os jogadores amadores até os mais variados recursos humanos empregados a
nível profissional.
De acordo com Rezende e Pereira (2005), a gestão do futebol apresenta
características que a diferenciam das demais atividades, principalmente porque o fator
psicológico emocional está presente nas decisões e leva os gestores a tomá-las
considerando a emoção em detrimento da razão. Além disso, Silva et al. (2017)
complementa que o mercado do futebol é movido mais pelo lado da paixão, devoção e
fanatismo do que o da razão há muitos anos, chegando ao nível dos torcedores
tatuarem os símbolos/escudos de seus respectivos times como prova de paixão por
eles.
De acordo com Figueiredo et al. (2015), o futebol está atrelado aos interesses
de torcedores, governos, patrocinadores, investidores, e outros envolvidos
indiretamente. De acordo com Andrade e Ramos (2015), à medida que o futebol se
consolida como negócio lucrativo, ele também gera impacto em outros negócios.
Alinhado a esse pensamento, Zunino (2006) afirmou que com o aumento da cobertura
da mídia e os investimentos feitos no setor, o tema carece de maior envolvimento de
acadêmicos, especialmente na área de estratégias corporativas. O que permanece é a
necessidade de avaliar o desempenho da gestão dos clubes, de usar ferramentas
estatísticas, de análise de relatórios tradicionais e de medir o desempenho financeiro e
esportivo de alguma forma.
Além disso, não devemos esquecer que os clubes disputam títulos e, assim
sendo, a gestão estratégica do clube de futebol procura administrar de forma eficaz os
recursos, para obter a maximização das receitas e o controle de custos
simultaneamente à obtenção de títulos (PEREIRA et al., 2004).
De acordo com Dantas e Boente (2012) Quanto maior o investimento em
jogadores de qualidade, maiores são as expectativas do time de futebol gerar uma
maior receita e vencer campeonatos, porém, o mercado de futebol é mais arriscado do
que outros setores do mercado porque tem como principal ativo as pessoas, que é o
caso dos jogadores. Com isso, altos investimentos podem acabar não gerando a renda
esperada.
A partir disso, há muitas maneiras de medir a eficiência dos gastos ou quaisquer
outros indicadores financeiros por meio de fórmulas matemáticas e métodos
estatísticos. Diante de todo o exposto, a pesquisa em questão propõe responder o
seguinte questionamento: qual o nível de eficiência dos clubes de futebol brasileiros
em 2020?
E com problema de pesquisa definido, o objetivo deste trabalho consiste em
identificar os clubes de futebol da série A do Campeonato Brasileiro do ano de 2020
cujas eficiências tenham sido as mais satisfatórias a partir da Análise Envoltória de
Dados.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Nessa seção encontram-se algumas abordagens que foram utilizadas e
discutidas no decorrer do estudo, como: o mercado do futebol e a Análise Envoltória
de Dados.
2.1 O Mercado do Futebol
Os clubes de futebol, em sua maioria, são associações sem fins lucrativos
(Dantas & Boente, 2012; Rezende & Custódio, 2012; Rezende, Facure, & Dalmácio,
2009). Ou seja, o principal objetivo desses clubes não consiste em obtenção de lucro,
mas sim na formação de boas equipes que possam conquistar títulos e gerar um
retorno social através dos serviços prestados, nesse caso, gerando um entretenimento
através do espetáculo do esporte (REZENDE et al., 2009). Porém é importante lembrar
que a continuidade das atividades de entidades sem fins lucrativos depende de
resultados financeiros positivos. A partir disso, com a utilização da imagem gerada
pelos jogadores, torna-se possível arrecadar mais a partir de patrocínios e de bilheteria
visando a continuidade das atividades da entidade.
Dantas e Boente (2011) afirmam que ao contrário de outras organizações
movidas pela oferta e demanda, o futebol é movido pela paixão dos torcedores, e
entusiasmo desses torcedores pelo esporte se transforma na compra de ingressos,
anúncios e artigos esportivos, gerando renda para o clube. Também para os autores
citados anteriormente, os clubes utilizam recursos obtidos dos torcedores para buscar
o melhor desempenho esportivo por meio de recrutamento, altos salários, investimento
em estrutura e categorias de base.
Além de gerar receita com o mercado consumidor de espetáculos (jogos), existe
também um mercado secundário impulsionado pela negociação de jogadores entre
clubes (LEONCINI & SILVA, 2005; REZENDE et al., 2008). Para clubes esportivos, ao
contrário da maioria das organizações, os recursos humanos são considerados ativos.
Segundo Dantas e Boente (2012), existe um ciclo nos custos associados às
atividades futebolísticas, provenientes de diversas fontes de receitas, como patrocínios,
bilheteiras, direitos de transmissão televisiva etc., para contratar jogadores e pagar
salários. Ainda para o autor, quanto maiores os recursos despendidos, maior a
possibilidade de contratação de jogadores de destaque, e o ciclo se estabelece, os
recursos são investidos nos melhores jogadores de acordo com o valor que lhes é
atribuído, e através deles o clube tende a ficar mais forte na disputa por títulos,
consequentemente com esses títulos, começa a gerar mais recursos. Podemos
observar o ciclo citado acima na Figura 1 abaixo:
Figura 1 - Ciclo dos custos associados às atividades futebolísticas.

Fonte: Dantas e Boente (2012).

Brandão (2012) apontou que um dos motivos para o fracasso financeiro de um


clube de futebol está relacionado à sua gestão pouco profissional, por exemplo, as
contratações ruins de atletas pelos dirigentes é justamente porque há atletas no
mercado disponíveis, não necessariamente porque o clube precisa deles. Leoncini
(2001) complementa que essa situação é um exemplo típico de tomada de decisões
com base na emoção ao invés da razão. Portanto, a solução para o problema dos
clubes de futebol passa pela busca da racionalização do uso dos recursos e da
profissionalização da gestão, ou seja, uma gestão mais eficiente.
2.2 Análise Envoltória de Dados (DEA)
A Análise Envoltória de Dados (DEA) é um método matemático não-paramétrico
introduzido por Charnes, Cooper e Rhodes (1978) e estendida por Banker, Charnes e
Cooper (1984), que avalia a eficiência de determinado conjunto de Unidades
Tomadoras de Decisão (ou DMU) que se utiliza de insumos (inputs) para gerar produtos
(outputs), sendo insumos e produtos em comum entre ambas. Ou seja, o quanto uma
DMU pode extrair de produtos com determinada quantidade de insumos. Milani et al.
(2015), complementa que o método DEA busca avaliar a eficiência das DMUs
envolvidas em um processo de produção homogêneo.
O DEA é conhecido por seus modelos que são descritos por Melo et al. (2008),
no qual relata que são dois os principais modelos: Modelo CCR, desenvolvido por
Charnes, Cooper e Rhodes em 1978, tem por principal característica permitir uma
avaliação objetiva da eficiência global e identificar as fontes de ineficiência, além disso,
é caracterizado por um retorno constante de escala, isto é, se há uma variação nas
variáveis de entrada (inputs) há também uma variação proporcional nas variáveis de
saída (outputs); e o Modelo BCC, que teve origem em 1984, criado por Banker, Charnes
e Cooper, e permite a distinção entre ineficiências técnicas e de escala, identificando a
presença de ganhos de escala crescente, decrescente e constante. Além disso, o
modelo possui retorno variável de escala, procurando evitar problemas existentes em
situações de competição imperfeita.
Dessa forma, de acordo com Añon (2017), se as unidades tomadoras de decisão
apresentam cenários de investimentos e retornos próximos, a utilização do CCR-DEA
passa a ser recomendável, mas se o cenário for discrepante, se recomenda a utilização
do modelo VRS ou BCC-DEA (retorno variável de escala), que foi proposto por Banker,
Charnes e Cooper (1984).
Abaixo temos o Quadro 1, onde podemos observar diversos trabalhos utilizando
a Análise Envoltória de Dados (DEA) para a medição da eficiência nos clubes de futebol
ao redor do mundo, demonstrando a crescente relevância do tema.
Quadro 1 –Artigos selecionados que abordam DEA no Futebol

Autores DMUs Modelo Inputs Outputs

Dantas e 20 clubes da BCC com -Despesas -Receita total;


Boente Europa na orientação operacionais; -Aproveitamento de pontos
(2011) temporada output. -(Receita/Despesas) (%).
2008/2009. x 100.

Dantas e 14 clubes do BCC com -Custo com futebol; -Receita total;


Boente Brasil nas orientação -(Receita/Despesas) -Aproveitamento de pontos
(2012) temporadas output. x 100; (%).
2006-2009. -Ativo total.

Dantas et 36 clubes do BCC com -Despesas -Pontuação do Ranking da


al. (2015) Brasil nas orientação operacionais; CBF.
temporadas output. -Receitas
2010-2012. operacionais.

Pereira et 20 clubes do CCR com -Imobilizado; -Pontuação conquistada;


al. (2015) Brasil na orientação -Intangível; -Ranking da CBF.
temporada output. -Custo com pessoal;
2012. -Despesas gerais.

Freitas et 25 clubes do BCC com -Folha de -Receita bruta total.


al. (2017) Brasil nas orientação pagamentos;
temporadas output. -Ativo total.
2012-2014.

Diehl et al. 24 clubes do BCC com -Despesas com -Receita total;


(2018) Brasil nas orientação pessoas;
temporadas output. -Ativo total.
2015-2016 e
21 clubes da
Espanha nas
temporadas
2014/2015 e
2015/2016.
Schaefer 20 clubes do CCR com -Clubes de futebol; -Crescimento ativos (%);
et al. Brasil nas orientação -Ativos; -Crescimento passivos
(2019) temporadas output. -Passivos; (%);
2015-2016. -Resultados de -Crescimento clube (%);
déficit; -Número de vitórias;
-Resultados de -Número de gols-pró;
superávit. -Saldo de gols;
-Número de cartões
amarelos;
-Número de cartões
vermelhos.

Fonte: Elaborado pelos autores.

3. METODOLOGIA
Segundo Prodanov e Freitas (2013), a classificação de uma pesquisa pode
acontecer sob várias perspectivas, entre elas pode-se citar a classificação quanto aos
objetivos, aos procedimentos técnicos e à abordagem do problema.
A classificação desta pesquisa quanto aos seus objetivos, segundo Gil (2008),
pode ser classificada como descritiva, cujo objetivo principal é descrever as
características de um grupo ou fenômeno, explicativa, que é dedicada a explicar por
que o fenômeno ocorre, ou exploratória, buscando ideias de melhoria para fornecer
mais informações sobre um problema específico. Dessa maneira, esta pesquisa é
considerada exploratória, pois busca compreender melhor o problema e as ferramentas
utilizadas para a obtenção de possíveis soluções.
Quanto aos procedimentos técnicos utilizados, foram utilizadas a pesquisa
bibliográfica e documental. De acordo com Gil (2008), esta abrange materiais já
elaborados, sendo principalmente de livros e artigos científicos. Por outro lado, a
pesquisa documental segundo Vergara (2009) é caracterizada por ser feita com base
na análise de documentos conservados dentro das organizações de qualquer natureza.
Por fim, em relação à abordagem do problema, este estudo pode ser definido
como quantitativo que, para Prodanov e Freitas (2013), é quando as opiniões e
informações são transformadas em números e possibilita sua classificação e análise.
A partir da definição dos objetivos desta pesquisa, voltado para medição da
eficiência dos clubes brasileiros de futebol que disputaram a série A em 2020, foram
escolhidos como Unidades Tomadoras de Decisão (DMUs) os 20 times que disputaram
o campeonato no ano escolhido, que estão descritos no Quadro 2 a seguir.
Quadro 2 - DMUs selecionadas

Times participantes do campeonato


brasileiro de futebol 2020

Athlético Paranaense

Atlético Goianiense

Atlético Mineiro
Bahia

Botafogo

Ceará

Corinthians

Coritiba

Flamengo

Fluminense

Fortaleza EC

Goiás

Grêmio

Internacional

Palmeiras

RB Bragantino

Santos

São Paulo

Sport Recife

Vasco da Gama

Fonte: Elaborado pelos autores.

Revisando a literatura, não foi possível identificar um consenso entre os inputs


e outputs utilizados pelos diversos autores na análise da eficiência, contudo, em geral,
as pesquisas buscam medir a eficiência dos clubes com base no sucesso esportivo e
financeiro, o que remete aos principais objetivos dos clubes, entretenimento através do
esporte e geração de receita para assegurar a continuidade das atividades.
Para a eficiência financeira tomou-se como base os estudos de Barros e García
(2011), Freitas et al. (2017), Haas (2003a), Haas (2003b), Benin (2017), Nascimento et
al. (2015) e Pereira et al. (2015). Utilizou-se como input o ativo total dos clubes e as
despesas totais composta pela soma de todas as despesas e custos necessários à
manutenção das atividades do clube. Já como output foi utilizada a receita total, que
mede a capacidade dos times de atrair recursos, fundamentais para manutenção das
equipes.
Para calcular a eficiência esportiva, considerou-se a literatura de Dantas e
Boente (2011), Dantas e Boente (2012), Pereira et al. (2015) e Schaefer et al. (2019).
Como input foi utilizado a divisão entre as despesas e as receitas, multiplicando-as por
100, para utilizá-las como porcentagem, já que o output da eficiência esportiva será
uma porcentagem, que é o aproveitamento dos pontos, este que refere-se à razão entre
a quantidade de pontos conquistados e o número de pontos possíveis de serem
conquistados no campeonato, que é o número total de jogos disputados por uma equipe
(38 jogos), multiplicado pela quantidade máxima de pontos que podem ser
conquistados em uma rodada (3 pontos).
Para a definição dos inputs e outputs, utiliza-se das demonstrações contábeis
de 20 clubes que disputam o campeonato brasileiro disponíveis nos meios oficiais de
seus respectivos clubes, referentes ao ano de 2020.
Além disso, ao utilizar-se os modelos clássicos de DEA, aplica-se a regra de
ouro estabelecida por Banker et al. (1989), onde diz que o número de DMUs deve ser
igual a três vezes a soma total do número de variáveis (inputs e outputs) ou igual ao
produto dessas variáveis, sendo adotado o critério que gerar a maior quantidade de
DMUs. Cooper et al. (2007) afirma que para aplicar os modelos tradicionais de DEA
(CCR e BCC), deve-se atender essa regra. Neste estudo, os dois modelos atendem a
regra de ouro, tendo em vista que o número de DMUs selecionadas para o trabalho foi
de 20 clubes brasileiros e, de acordo com a regra, o mínimo de DMUs para o modelo
de eficiência financeira seriam 9, e para o modelo de eficiência esportiva seriam 6,
atendendo assim ao requisito da regra.
A partir do exposto, foi definido que para o desenvolvimento deste trabalho será
utilizado o modelo BCC orientado ao output. O modelo BCC foi escolhido para
minimizar o efeito da disparidade entre os dados dos clubes devido à diferença de
tamanho dos times.
Quanto à orientação, foi escolhida à output, buscando qual o resultado máximo
possível para os inputs utilizados. A escolha se justifica com base nas características
inerentes das variáveis utilizadas e por não ser do interesse dos times diminuir os
investimentos e seus ativos visando uma redução de desempenho.
A equação (1) apresenta o modelo DEA-BCC orientado a outputs, e as equações
de 2 a 4 as restrições do modelo.

Min ho = ∑ vr xro + vo
(1)
r=1

Sujeito a:
n

∑ ui yio = 1 (2)
i=1
m n

∑ ui yrj − ∑ vi xij − vo ≤ 0 j = 1, … , o … , N (3)


r=1 i=1

ur , vi ≥ 0 r = 1, … , m; i = 1, … , n (4)

Os dados serão trabalhados no programa SIAD v3 ® – Sistema Integrado de


Apoio à Decisão. Este programa será utilizado para calcular a eficiência financeira e a
esportiva.
Abaixo temos o Quadro 3 contendo as variáveis de input e output definidas, e a
descrição de cada uma dessas variáveis.
Quadro 3 - Descrição de Variáveis

Tipo da
Variável Descrição
Variável

Este indicador engloba todos os gastos


relativos à administração de cada time, como
Despesa Total as áreas comercial, de marketing, de
desenvolvimento de produtos e financeira. Ou
seja, são os desembolsos necessários para
manter a estrutura funcionando.

Consiste em um indicador de rentabilidade que


informa a soma de todos os ativos de uma
Input Ativo Total empresa, ou seja, todos os seus bens ou
direitos que podem gerar dinheiro no futuro.
Inclui os ativos circulantes e não-circulantes.

Este indicador representa a divisão entre as


despesas totais e a receita operacional dos
clubes, multiplicando-as por 100, para utilizá-
Despesa / Receita
las como porcentagem, já que o output da
eficiência esportiva será uma porcentagem,
que é o aproveitamento dos pontos.

Este indicador é correspondente ao total de


recursos gerados com as vendas de uma
Receita Operacional
empresa (time). Ou seja, ela mostra o quanto
efetivamente entra de dinheiro no negócio.
Output
Este indicador representa o total de pontos
acumulados por cada um dos times ao final do
Aproveitamento dos pontos dos
Campeonato Brasileiro, considerando a razão
clubes
dos pontos conquistados e os pontos
possíveis.

Fonte: Elaborado pelos autores.

4. ANÁLISE DE DADOS
Conforme definido na metodologia, todos os dados foram coletados a partir os
balanços patrimoniais de cada um dos clubes para o ano de 2020. Após levantamento,
obteve-se como resultado os dados na Tabela 1 representado abaixo.
Tabela 1 – Dados Coletados.

DMUs Despesa Futebol Ativo Total Receita Operacional Pontos


Athlético Paranaense R$ 196.862.000,00 R$ 1.040.644.000,00 R$ 328.928.000,00 53
Atlético Goianiense R$ 41.021.158,00 R$ 164.781.360,00 R$ 51.240.864,00 50
Atlético Mineiro R$ 313.378.000,00 R$ 1.375.007.000,00 R$ 615.814.000,00 68
Bahia R$ 135.027.000,00 R$ 130.122.000,00 R$ 130.618.000,00 44
Botafogo R$ 121.415.000,00 R$ 136.409.000,00 R$ 156.524.000,00 27
Ceará R$ 93.240.126,76 R$ 42.225.898,76 R$ 97.306.447,62 52
Corinthians R$ 461.649.000,00 R$ 1.159.251.000,00 R$ 440.890.000,00 51
Coritiba R$ 112.497.945,00 R$ 186.414.566,00 R$ 101.876.474,00 31
Flamengo R$ 614.948.000,00 R$ 944.523.000,00 R$ 644.093.000,00 71
Fluminense R$ 182.876.000,00 R$ 499.899.000,00 R$ 183.416.000,00 64
Fortaleza EC R$ 83.639.056,17 R$ 34.004.630,32 R$ 77.300.085,95 41
Goiás R$ 91.492.241,44 R$ 86.017.327,37 R$ 85.971.658,61 37
Grêmio R$ 293.627.536,00 R$ 409.981.000,00 R$ 360.395.787,00 59
Internacional R$ 263.512.000,00 R$ 1.214.056.977,00 R$ 259.656.490,00 70
Palmeiras R$ 649.000.000,00 R$ 676.248.000,00 R$ 558.000.000,00 58
RB Bragantino R$ 17.909.000,00 R$ 13.566.000,00 R$ 24.290.000,00 53
Santos R$ 262.811.000,00 R$ 210.039.000,00 R$ 214.007.000,00 54
São Paulo R$ 332.240.000,00 R$ 779.157.000,00 R$ 358.485.000,00 66
Sport Recife R$ 39.848.063,00 R$ 192.000.925,00 R$ 51.374.633,00 42
Vasco da Gama R$ 99.368.000,00 R$ 285.292.000,00 R$ 170.869.000,00 41

Fonte: Elaborado pelos autores.

Em relação às receitas operacionais, o Flamengo foi o clube que mais arrecadou


no período em análise, com aproximadamente R$ 645 mi, seguido por Atlético Mineiro,
Palmeiras e Corinthians. Já os clubes RB Bragantino, Atlético Goianiense, Sport Recife,
e Fortaleza EC, foram os que apresentaram menor receita operacional para o ano de
2020.
Levando em consideração os ativos totais, O Atlético Mineiro foi o time que mais
se destacou com aproximadamente R$ 1,38 bi, seguido por Internacional, Corinthians
e Athlético Paranaense. Já em relação aos clubes com os menores ativos totais, se
destacaram RB Bragantino, Fortaleza EC, Ceará e Goiás.
Além disso, quando analisamos os clubes com as maiores despesas no ano de
2020, se destacam o Palmeiras com, Flamengo, Corinthians e São Paulo. Já entre os
times com as menores despesas, se destacam: RB Bragantino, Sport Recife, Atlético
Goianiense e Fortaleza EC.
Já quando analisamos a pontuação dos clubes ao final do Campeonato Brasileiro
de 2020, os times que se encontram no topo (G4) da tabela, foram respectivamente, o
Flamengo campeão com 71 pontos, seguido do Internacional, Atlético Mineiro e São
Paulo. Já os times que acabaram o campeonato na zona de rebaixamento e, por
consequência, no ano seguinte vão jogar a série B do campeonato, foram, Botafogo,
Coritiba, Goiás e Vasco da Gama que ficou empatado em pontos e número de vitórias
com Fortaleza EC, mas ocupou essa colocação pelo critério de desempate do
campeonato, o saldo de gols, tendo um saldo de -19 gols contra -10 gols do adversário.
Vale ressaltar também que utilizaremos mais para a frente os resultados obtidos
através da fronteira composta esses que, normalmente, permitem uma melhor
discriminação das DMUs. O resultado é obtido através da média aritmética entre a
eficiência padrão e o valor obtido da subtração da eficiência invertida pela unidade. A
eficiência composta normalizada também pode ser obtida dividindo-se o valor da
eficiência composta pelo maior valor entre todos os valores de eficiência composta
(MELLO et al., 2004). Assim, tem-se que:
● Eficiência Composta = (Eficiência Padrão + (1 – Eficiência Invertida)) / 2
● Eficiência Composta * = Eficiência Composta / Max (Eficiência Composta)
A seguir, iremos entrar mais detalhadamente nos resultados obtidos a partir da
geração das Eficiências Financeiras e Esportivas encontradas pelo modelo.
4.1 Eficiência Financeira
Como determinado na metodologia, o modelo selecionado foi o BCC orientado
ao Output, onde os Inputs que serão utilizados para medir a eficiência financeira são as
Despesas com Futebol e o Ativo total dos clubes para o ano de 2020 e o Output será a
Receita Operacional dos times. Na Tabela 2 podemos observar as DMUs e os
Inputs/Outputs utilizados no modelo.
Tabela 2 – DMUs e variáveis do modelo de eficiência financeira.

DMUs Despesa Futebol Ativo Total Receita Operacional


Athlético Paranaense R$ 196.862.000,00 R$ 1.040.644.000,00 R$ 328.928.000,00
Atlético Goianiense R$ 41.021.158,00 R$ 164.781.360,00 R$ 51.240.864,00
Atlético Mineiro R$ 313.378.000,00 R$ 1.375.007.000,00 R$ 615.814.000,00
Bahia R$ 135.027.000,00 R$ 130.122.000,00 R$ 130.618.000,00
Botafogo R$ 121.415.000,00 R$ 136.409.000,00 R$ 156.524.000,00
Ceará R$ 93.240.126,76 R$ 42.225.898,76 R$ 97.306.447,62
Corinthians R$ 461.649.000,00 R$ 1.159.251.000,00 R$ 440.890.000,00
Coritiba R$ 112.497.945,00 R$ 186.414.566,00 R$ 101.876.474,00
Flamengo R$ 614.948.000,00 R$ 944.523.000,00 R$ 644.093.000,00
Fluminense R$ 182.876.000,00 R$ 499.899.000,00 R$ 183.416.000,00
Fortaleza EC R$ 83.639.056,17 R$ 34.004.630,32 R$ 77.300.085,95
Goiás R$ 91.492.241,44 R$ 86.017.327,37 R$ 85.971.658,61
Grêmio R$ 293.627.536,00 R$ 409.981.000,00 R$ 360.395.787,00
Internacional R$ 263.512.000,00 R$ 1.214.056.977,00 R$ 259.656.490,00
Palmeiras R$ 649.000.000,00 R$ 676.248.000,00 R$ 558.000.000,00
RB Bragantino R$ 17.909.000,00 R$ 13.566.000,00 R$ 24.290.000,00
Santos R$ 262.811.000,00 R$ 210.039.000,00 R$ 214.007.000,00
São Paulo R$ 332.240.000,00 R$ 779.157.000,00 R$ 358.485.000,00
Sport Recife R$ 39.848.063,00 R$ 192.000.925,00 R$ 51.374.633,00
Vasco da Gama R$ 99.368.000,00 R$ 285.292.000,00 R$ 170.869.000,00
Fonte: Elaborado pelos autores.

Para analisar a eficiência de cada clube e relacionamento entre suas variáveis,


após a execução dos modelos, foi obtido um índice de eficiência padrão (IEP), que varia
entre 0 e 1 e é um indicador do desempenho, que relaciona os clubes e as outras
constantes da amostra. A Tabela 3 mostra o IEP obtido para cada DMU.
Tabela 3 - Índices de Eficiência Padrão (IEP)
DMUs IEP
Athlético Paranaense 1,000
Atlético Goianiense 0,842
Atlético Mineiro 1,000
Bahia 0,827
Botafogo 1,000
Ceará 1,000
Corinthians 0,701
Coritiba 0,637
Flamengo 1,000
Fluminense 0,621
Fortaleza EC 1,000
Goiás 0,763
Grêmio 1,000
Internacional 0,521
Palmeiras 1,000
RB Bragantino 1,000
Santos 1,000
São Paulo 0,759
Sport Recife 1,000
Vasco da Gama 1,000

Fonte: Elaborado pelos autores.

Nesta análise pode-se perceber que as DMUs Athlético Paranaense, Atlético


Mineiro, Botafogo, Ceará, Flamengo, Fortaleza EC, Grêmio, Palmeiras, RB Bragantino,
Santos, Sport Recife e Vasco da Gama obtiveram o desempenho máximo, ou seja, IEP
é igual a 1. Isto quer dizer, por esses resultados, que estes clubes são tidos como
benchmarks no que se refere aos índices financeiros considerados.
Abaixo temos a Tabela 4, onde podemos observar as eficiências padrão,
invertida, composta e composta normalizada.
Tabela 4 - Índices de Eficiência Padrão, Invertida, Composta e Composta Normalizada.

DMUs Padrão Invertida Composta Composta*


Athlético Paranaense 1,000 0,682 0,659 0,919
Atlético Goianiense 0,842 0,970 0,436 0,608
Atlético Mineiro 1,000 1,000 0,500 0,697
Bahia 0,827 0,888 0,469 0,654
Botafogo 1,000 0,679 0,661 0,921
Ceará 1,000 0,849 0,575 0,802
Corinthians 0,701 1,000 0,351 0,489
Coritiba 0,637 1,000 0,319 0,444
Flamengo 1,000 1,000 0,500 0,697
Fluminense 0,621 0,916 0,353 0,492
Fortaleza EC 1,000 0,973 0,514 0,716
Goiás 0,763 0,953 0,405 0,565
Grêmio 1,000 0,690 0,655 0,913
Internacional 0,521 1,000 0,261 0,364
Palmeiras 1,000 1,000 0,500 0,697
RB Bragantino 1,000 1,000 0,500 0,697
Santos 1,000 1,000 0,500 0,697
São Paulo 0,759 0,830 0,464 0,647
Sport Recife 1,000 1,000 0,500 0,697
Vasco da Gama 1,000 0,566 0,717 1,000

Fonte: Elaborado pelos autores.


* Eficiência Normalizada

A tabela acima indica que, de acordo com a Eficiência Composta Normalizada,


apenas a DMU Vasco da Gama é eficiente. As DMUs Atlético Goianiense, Bahia,
Corinthians, Coritiba, Fluminense, Goiás, Internacional e São Paulo consideradas
ineficientes de acordo com a Eficiência Padrão, foram as que obtiveram menor
Eficiência Composta Normalizada.
Para uma análise complementar, na Tabela 5 abaixo temos as DMUs que não
foram eficientes anteriormente e, visando torná-las eficientes, podemos pegar o campo
“Alvo” referente ao Output do modelo (Receita Operacional) para identificarmos qual
seria o resultado ideal para esse indicador para que fosse possível obter um IEP = 1
(100%) sem que os inputs fossem alterados, utilizando os demais clubes que obtiveram
o IEP máximo como benchmarks. Esta análise é capaz de mostrar o ponto ótimo
relativo para cada indicador, podendo assim ser utilizado para traçar políticas de
melhorias que levarão a empresa a um melhor desempenho.
Tabela 5 – Alvos das DMUs ineficientes da perspectiva financeira

DMUs Alvo - Receita Operacional

Atlético Goianiense R$ 60.825.098,90


Bahia R$ 158.033.441,88
Corinthians R$ 628.670.354,01
Coritiba R$ 159.846.122,51
Fluminense R$ 295.355.798,40
Goiás R$ 112.608.036,33
Internacional R$ 497.923.908,72
São Paulo R$ 472.337.764,74

Fonte: Elaborado pelos autores.

Pode-se observar que os clubes que obtiveram os menores IEP são os que
precisam de maiores variações em seus índices atuais para alcançar a eficiência
padrão. Isso pode contribuir, de certa forma, para o estabelecimento de políticas de
melhoria e eficiência organizacional.
4.2 Eficiência Esportiva
Como citado na metodologia, o modelo selecionado foi o BCC orientado ao
Output, onde o Input que será utilizado para medir a eficiência esportiva é a Despesa /
Receita dos clubes para o ano de 2020 e o Output será o Aproveitamento dos Pontos
dos times, indicadores esses citados e definidos na etapa anterior. Podemos observar
na Tabela 6 as DMUs e os Inputs/Outputs utilizados no modelo.
Tabela 6 – DMUs e variáveis do modelo de eficiência esportiva.

DMUs DespesaPorReceita (%) Aproveitamento (%)


Athlético Paranaense 122,80 47,37
Atlético Goianiense 116,31 50,88
Atlético Mineiro 110,43 27,19
Bahia 108,20 35,96
Botafogo 106,42 32,46
Ceará 104,71 44,74
Corinthians 103,38 38,60
Coritiba 101,48 61,40
Flamengo 99,71 56,14
Fluminense 95,82 45,61
Fortaleza EC 95,48 62,28
Goiás 92,68 57,89
Grêmio 81,47 51,75
Internacional 80,06 43,86
Palmeiras 77,57 23,68
RB Bragantino 77,56 36,84
Santos 73,73 46,49
São Paulo 59,85 46,49
Sport Recife 58,15 35,96
Vasco da Gama 50,89 59,65
Fonte: Elaborado pelos autores.

Após a utilização do Software SIAD v3, foi obtido o IEP, e os resultados podem
ser observado na Tabela 7.
Tabela 7 - Índices de Eficiência Padrão (IEP)

DMUs Padrão

Athlético Paranaense 0,773


Atlético Goianiense 0,715
Atlético Mineiro 1,000
Bahia 0,620
Botafogo 0,387
Ceará 0,732
Corinthians 0,718
Coritiba 0,437
Flamengo 1,000
Fluminense 0,901
Fortaleza EC 0,577
Goiás 0,521
Grêmio 0,842
Internacional 0,986
Palmeiras 0,817
RB Bragantino 0,762
Santos 0,761
São Paulo 0,932
Sport Recife 0,602
Vasco da Gama 0,599

Fonte: Elaborado pelos autores.

Nesta análise pode-se perceber que apenas as DMUs Atlético Mineiro e


Flamengo obtiveram o IEP = 1. O que representa que esses clubes são tidos como
benchmarks no que se refere aos índices esportivos. Abaixo temos a Tabela 8, onde
podemos observar as eficiências padrão, invertida, composta e composta normalizada.
Tabela 8 - Índices de Eficiência Padrão, Invertida, Composta e Composta Normalizada.

DMUs Padrão Invertida Composta Composta*

Athlético Paranaense 0,773 0,509 0,632 0,788


Atlético Goianiense 0,715 0,546 0,584 0,729
Atlético Mineiro 1,000 0,397 0,801 1,000
Bahia 0,620 0,685 0,467 0,583
Botafogo 0,387 1,000 0,193 0,241
Ceará 0,732 0,562 0,585 0,730
Corinthians 0,718 0,594 0,562 0,701
Coritiba 0,437 1,000 0,218 0,272
Flamengo 1,000 0,411 0,795 0,991
Fluminense 0,901 0,464 0,719 0,897
Fortaleza EC 0,577 0,749 0,414 0,517
Goiás 0,521 0,825 0,348 0,434
Grêmio 0,842 0,466 0,688 0,859
Internacional 0,986 0,427 0,779 0,972
Palmeiras 0,817 0,723 0,547 0,682
RB Bragantino 0,762 0,509 0,626 0,782
Santos 0,761 1,000 0,380 0,474
São Paulo 0,932 0,437 0,748 0,933
Sport Recife 0,602 0,643 0,479 0,598
Vasco da Gama 0,599 0,659 0,470 0,586

Fonte: Elaborado pelos autores.


* Eficiência Normalizada

A tabela acima indica que apenas a DMU Atlético Mineiro é eficiente, tendo em
vista que a Eficiência Composta Normalizada do clube é igual a 1. E assim como visto
na eficiência financeira, as demais DMUs, que se enquadraram como ineficientes de
acordo com a eficiência padrão, foram as que obtiveram a menor eficiência composta
normalizada.
Para uma análise complementar de desempenho, analisou-se o quanto cada
time deveria melhorar seu desempenho em relação ao indicador de Aproveitamento de
Pontos para que ele pudesse alcançar um IEP = 1. A Tabela 9 mostra o campo “alvo”
referente ao indicador, onde representa qual seria o resultado ideal, ou ponto ótimo,
para ele, visando um IEP = 1 sem que os inputs fossem alterados, utilizando como
Benchmarks os clubes que obtiveram um IEP = 1, sendo eles: Flamengo e Atlético
Mineiro.
Tabela 9 - Alvos das DMUs ineficientes da perspectiva financeira.
Alvo - Aproveitamento de
DMU
Pontos (%)

Athlético Paranaense 60,178


Atlético Goianiense 61,371
Bahia 62,281
Botafogo 61,224
Ceará 62,281
Corinthians 62,281
Coritiba 62,281
Fluminense 62,281
Fortaleza EC 62,281
Goiás 62,281
Grêmio 61,454
Internacional 62,281
Palmeiras 62,281
RB Bragantino 60,997
Santos 62,281
São Paulo 62,116
Sport Recife 61,224
Vasco da Gama 60,078

Fonte: Elaborado pelos autores.

Pode-se observar que os times que obtiveram os menores IEP são os que
precisam de maiores variações em seus índices atuais para alcançar a eficiência
padrão. Isso pode contribuir, de certa forma, para o estabelecimento de políticas de
melhoria e eficiência organizacional.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta pesquisa, buscou-se analisar a eficiência dos gastos dos clubes
de futebol brasileiros, tanto na questão de geração de receitas, como também em
relação à obtenção de um bom desempenho esportivo.
Para a eficiência esportiva partiu-se do pressuposto de que quanto maior é o
investimento, melhores jogadores o clube terá, e assim uma maior possibilidade de
conquistar títulos e ter uma maior receita. A partir dos resultados encontrados na
pesquisa, foi possível observar que de fato os times com maiores investimentos,
representados pelos ativos do clube e a despesa total, são mais eficientes e tiveram
uma ordenação próxima do resultado do campeonato.
Já quando a análise é do ponto de vista financeiro, há uma divergência entre os
times que tiveram bons resultados e boa eficiência esportiva quando comparados com
os clubes que apresentaram boa eficiência financeira. Entre esses casos se
destacaram os clubes Vasco da Gama, Botafogo e Internacional, os dois primeiros
apresentaram as duas melhores eficiência financeira, mas terminaram o campeonato
respectivamente na 17ª e 20ª posição e ficaram entre as 5 piores eficiências esportivas.
Já o clube Internacional que obteve a pior eficiência padrão financeira, se colocou entre
as 3 melhores eficiência esportiva e terminou o campeonato na segunda colocação.
Entretanto há clubes que obtiveram bons desempenhos tanto na eficiência
financeira quanto esportiva. Nesses casos se destacam o Flamengo, o campeão, e o
Atlético Mineiro, que terminou o campeonato na terceira colocação. Os clubes que
obtiveram 100% de eficiência padrão financeira e esportiva, quando analisada a
eficiência composta, os dois se encontram empatados na 7ª colocação na ordenação
de eficiência financeira, e foram os dois primeiros colocados na eficiência esportiva.
Vale destacar que apesar de campeão, o Flamengo não ficou na primeira colocação
de nenhum dos dois modelos.

O presente estudo contribui para a literatura existente no sentido de levantar


uma discussão das possibilidades da utilização das informações contábeis
para avaliação de desempenho de um clube de futebol, além de analisar de forma
separada a eficiência esportiva e financeira.

Este trabalho apresenta como limitação, o fato do ano escolhido para o estudo,
apesar de apresentar dados mais recentes, foi o ano impactado pela pandemia do
Covid-19, e os jogos do campeonato foram disputados sem a presença do público nos
estádios, o que influencia diretamente em na receita dos clubes, tendo em vista que
boa parte dela vem da renda gerada na bilheteria.

Para pesquisas futuras, é recomendado o uso de diferentes variáveis para medir


a eficiência e seus determinantes. Uma possibilidade é analisar o ranking de
pontuações de clubes da CBF, que é a entidade reguladora do futebol brasileiro, que
leva em consideração as pontuações de diferentes torneios que os clubes participaram
nos últimos anos. Outra possibilidade é entender se a contratação de jogadores pelo
clube trará eficiência esportiva e financeira, pois a equipe gasta muito dinheiro neste
mercado. Também podem ser relevantes estudos que considerem as dívidas dos
clubes para calcular sua eficiência.
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